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Densidade e Lei de Pascal para Fluidos

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UNIDADE 2

FLUIDOS – DENSIDADE E PRESSÃO

OBJETIVOS:

• DEFINIR PRESSÃO E DENSIDADE EM UM FLUIDO


• RESOLVER PROBLEMAS SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÃO EM FLUIDOS
• ESTUDAR A LEI DE STEVIN E SUAS APLICAÇÕES
• ESTUDAR AS CARACTERÍSTICAS DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA
• CONHECER OS PRINCÍPIOS DE MEDIDA DE PRESSÃO
• ESTUDAR O PRINCÍPIO DE PASCAL E SUAS APLICAÇÕES

2.1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS FLUIDOS

Qualquer substância que possa fluir, ou seja, escoar é considerada um


fluido. O termo “fluido” é usado tanto para um gás quanto para um líquido. Um
sólido possui forma e volume bem definidos; os líquidos possuem volume
definido e adquirem a forma de seus recipientes; já os gases, não têm forma
definida e tendem a ocupar todo o recipiente que os contém.

As forças intermoleculares estão na base do comportamento


característico da matéria. Elas são muito intensas nos sólidos porque as
distâncias intermoleculares são muito pequenas neles. Nos líquidos, essas
distâncias são maiores e, assim, as forças intermoleculares são menores. Já
nos gases, as distâncias são maiores ainda e, nas condições normais, as forças
só atuam quando as moléculas estão praticamente em contato umas com as
outras. Isso explica porque os líquidos, assim como os sólidos, são
praticamente incompressíveis, podendo, assim suportar e transmitir
compressões. Os gases, por outro lado podem ser comprimidos.

Outra diferença entre os sólidos e os fluidos é que os sólidos suportam


tensões de cisalhamento e se deformam até que as forças intermoleculares
nele se igualem à tensão aplicada. Quando esta tensão cessa, as forças
internas tendem a restaurar a forma original do sólido. Já os fluidos não

1
suportam essas tensões de cisalhamento. Quando elas atuam, os fluidos
escoam e se movimentam enquanto as tensões forem aplicadas.

É preciso notar uma característica fundamental dos fluidos: por menor


que seja uma força atuando sobre eles, ela pode produzir uma grande
deformação, desde que o intervalo de tempo de atuação da força seja
suficientemente grande. A razão disso é que a resistência aos esforços de
deformação dependem da taxa de variação espacial da velocidade de
escoamento de uma camada do fluido em relação à outra, isto é, a resistência
depende de como varia essa taxa de um ponto a outro do fluido. No sólido, a
normalmente a resistência depende da deformação.

Define-se então que um fluido é um material que não suporta forças de


cisalhamento. Entretanto, alguns sólidos podem se comportar como fluidos,
como, por exemplo, a areia que escoa assumindo a forma do recipiente que a
contém. Diversos materiais sólidos também podem escoar dependendo do
valor da força de cisalhamento aplicada, como, por exemplo, o movimento das
placas tectônicas, as avalanches de neve ou os desmoronamentos de lama e
terra observadas nas regiões montanhosas. Apesar das forças envolvidas
serem hercúleas, o comportamento destes materiais pode ser considerado
como o de um fluido e todos os modelos utilizados para o cálculo do
movimento dos mesmos são baseados na mecânica dos fluidos.

Do que foi acima apresentado que um fluido em equilíbrio não podem


haver forças tangenciais nele atuando. Diz-se, então, que o fluido encontra-se
em equilíbrio hidrostático.

2.2 – DENSIDADE

A densidade de um material qualquer é definida como a razão entre sua


massa e o volume ocupado por ela. Essa quantidade também recebe o nome
de massa específica. Para denotar a densidade, usaremos a letra grega ρ

2
(rô). A densidade para um material homogêneo de massa m, que possui um
volume V, é:

m
!= (2.1)
V

No entanto, existem materiais que tem suas densidades variando de um


ponto a outro, como a atmosfera terrestre, cuja densidade diminui à medida
que a altitude cresce, e os oceanos, que, ao contrário, são mais densos em
suas regiões mais profundas. Nesses casos, a equação 2.1 descreve apenas a
densidade média em todo seu volume. Para descrever corretamente a
densidade nos casos em que ela varia ao longo do material, usamos a relação:

dm
!= ,
dV (2.2)

em que dm é o elemento de massa contido no elemento de volume dV do


corpo. No sistema internacional (SI), a densidade tem como unidade o
quilograma por metro cúbico (kg/m3) e é uma grandeza escalar. Outras
unidades muito empregadas são o grama por centímetro cúbico (g/cm3) e o
quilograma por litro (kg/L). Para obter a densidade em gramas por centímetro
cúbico, basta simplesmente dividir os valores em kg/m3 por 103. Define-se,
também, a densidade relativa de um material como a razão entre a
densidade do material e a densidade da água a 4,0°C.

A tabela 2.1 apresenta algumas densidades de substâncias típicas.


Observe a grande variedade das ordens de grandeza.

Tabela 2.1: Densidades de materiais típicos

MATERIAL DENSIDADE MATERIAL DENSIDADE


(kg/m3) (kg/m3)
Ar (1 atm, 20ºC) 1,20 Alumínio 2,7 x103

Álcool etílico 0,81 x103 Ferro, aço 7,8 x103

Benzeno 0,90 x103 Latão 8,6 x103

3
Gelo 0,92 x103 Cobre 8,9 x103

Água 1,00 x103 Prata 10,5 x103

Água do mar 1,03 x103 Chumbo 11,3 x103

Sangue 1,06 x103 Mercúrio 13,6 x103

Glicerina 1,26 x103 Ouro 19,3 x103

Concreto 2 x103 Platina 21,4 x103

Espuma de 1 x102 Melhor vácuo em 10-17


poliestireno laboratório
Terra (média) 5,5 x103 Sol (média) 1,4 x103

Estrela de nêutrons 1018 Meio interestelar 10-20

Anã branca 1010 Buraco negro 1019

Exemplo 2.1: Uma jóia de prata pura, homogênea e maciça tem massa de
210g e ocupa um volume de 20 cm3. Determine a densidade da jóia.

Resposta:
Como se trata de um objeto homogêneo e maciço de prata, sua densidade ou
o valor da massa especifica da substância que o constitui é:

m 210
ρ= = =10,5 g /cm3 ou ! =10,5 x 10 3kg / m 3
V 20

Exemplo 2.2: Sabendo que o raio médio do Sol é de 6,96 x 108m, determine
sua massa média.

Resposta:

4
Utilizando os dados da tabela 2.1, a massa média do Sol é:

4 4
m = !V = ! " R 3 = (1, 4x10 3 kg / m 3 ) " (6, 96x108 m)3
3 3
m = 1,98x1030 kg

Exemplo 2.3: Suponha uma mistura homogênea de densidade 0,8 g/cm3,


composta por 200 g de uma substância e 600 g de outra. Calcule o volume da
mistura.

Resposta:
! !! + !!
!= =
! !

!! + !! !, !  !" + (!, !  !")


!= = = !"!"!  !!
! ! !"
!, !!!"
!!

2.2 – PRESSÃO

Um fluido em equilíbrio hidrostático exerce uma força perpendicular


sobre as superfícies que estão em contato com ele. A razão entre o módulo
dessa força e a área da superfície é denominada pressão do fluido sobre a
superfície. Ela é uma grandeza escalar porque é a razão do módulo de uma
força pela área.

Para definir quantitativamente a pressão, imagine um volume contendo


um fluido em equilíbrio, como mostra a figura 2.1. Como ele está em equilíbrio
dentro do volume, podemos dizer que a força que o fluido exerce sobre a
superfície que limita o volume, e que está dirigida de dentro para fora do
volume, é igual à força que a vizinhança (constituída pelas partes externas ao
5
volume) exerce sobre este volume. Esta força está dirigida para dentro da
superfície.

Figura 2.1

Consideremos agora um elemento de área dA da superfície e associemos


!
a ele um vetor   dA cujo módulo é numericamente igual à área elementar dA,
direção coincidente com o da normal a dA e sentido de dentro para fora da
!
superfície. Seja dF a força exercida pelo fluido sobre dA. Se os vetores que
representam a força e a área forem paralelos, como mostra a figura 2.1,
podemos definir a pressão do fluido sobre a superfície na forma escalar:

dF
p=
dA (2.3)

No sistema internacional (SI), a unidade da pressão é a unidade de força


dividida pela unidade de área, ou seja, N/m2. Esta unidade recebe o nome de
pascal (abreviação Pa; 1  Pa = 1  N/m! ). Outras unidades são também muito

utilizadas na prática: o bar (1  bar = 1,0  x  10!  N/m! 1), a atmosfera (1  atm =

1,013  x  10!  N/m! ) e o milímetro de mercúrio (1 mmHg = 1,316 x 10-3 atm).

A pressão atmosférica é a pressão exercida pela atmosfera terrestre


sobre uma área unitária da superfície da Terra. Ela é a pressão exercida por
todo o ar que nos envolve. Ela varia com as condições do tempo (temperatura
e umidade) e com a altitude. O valor médio da pressão atmosférica ao nível do
mar, nas condições normais de temperatura e pressão é:

!! = 1  atm = 1,013  x  10!  Pa = 101,345  kPa  

6
2.3 – PRESSÃO ATMOSFÉRICA

A pressão do ar (força exercida pela coluna de ar atmosférico sobre uma dada


superfície) se reduz à medida que nos deslocamos para grandes altitudes na
atmosfera. A relação entre a pressão (P) e a altura da coluna de um ar (y) não
compressível de densidade constante (ρ) é:

dP = −ρgdy (2.4)

onde g é a aceleração da gravidade. Porém a densidade do ar varia à medida


que nos deslocamos na atmosfera, logo ρ=ρ(y). Usando a equação dos gases
ideais, a densidade pode ser obtida a partir da medida de pressão e
temperatura:

!
PV = nRT     ∴ ρ = = PM/RT (2.5)
!

onde M é a massa do gás, n é o número de moles do gás, R é constante dos


gases (8,314 J. K/mol ) e T é a temperatura absoluta do gás. Podemos
reescrever a equação diferencial 2.4 da seguinte forma:

!"
dP = − gdy (2.6)
!"

cuja solução é simples desde que (1) seja desprezada a variação da aceleração
da gravidade com a altitude e (2) que a temperatura do ar atmosférico em
qualquer altitude seja constante. Assim.

!! !!
dP M !! M
=− g dy ⇒   ln =− g   !! − !!
!! P RT !! !! RT

Chamando a pressão ao nível do mar (y1=0 m) de Po,, a pressão em qualquer


altitude (P2) poderá então ser calculada por:

!
P = P! ! !!"!  ! (2.7)

7
Exemplo 2.4: Uma mulher calçada com sapatos de salto fino entra em uma
casa em que recentemente se passou sinteco. Por que o proprietário da casa
deve estar preocupado?

Resposta:
Porque, em sapatos de salto fino, a área de contato entre a sola do sapato e o
chão é pequena, o que ocasiona uma pressão muito grande sobre o chão,
podendo assim danificar o piso em que recentemente se passou sinteco.

Atividade 2.1: Determine a pressão que uma mulher de 60kg faz sobre uma
superfície, se ela estiver calçada com:
(a) Um par de tênis cuja área total das solas em contato com o chão é de
aproximadamente 520cm2.
(b) Um par de sapatos de salto cuja área total das solas em contato com o
chão é de aproximadamente 80cm2.

Exemplo 2.5: Um cardiologista mediu a pressão arterial de uma pessoa e


disse que o resultado era 12 por 8. O que significa isso?

Resposta:
Significa uma medida de pressão calibrada em centímetros de mercúrio
(cmHg). O primeiro número, ou o de maior valor, é chamado de sistólico, e
corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado
pelo coração. O segundo número, ou o de menor valor é chamado de
diastólico, e corresponde à pressão na mesma artéria, no momento em que o
coração está relaxado, após uma contração. Não existe uma combinação
precisa de medidas para se dizer qual é a pressão normal, mas em termos
gerais, diz-se que o valor de 12/8 cmHg é o valor considerado ideal.

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Atividade 2.2: Explique como é possível se deitar em uma cama de pregos
sem sentir dor. Como o número de pregos influencia no “conforto” dessa
cama?

Atividade 2.3: Estime a força exercida pela atmosfera sobre seu livro.
Explique como é possível então levantar facilmente esse livro?

Atividade 2.4: Pegue uma ventosa, por exemplo, de um cabide para toalhas
feito de uma superfície de borracha com um mecanismo que quando é puxado
fixa a ventosa na parede (se você não tiver uma pode tentar com um
desentupidor de pia).

Molhe a superfície de borracha, encoste a ventosa em uma parede lisa e puxe


o mecanismo. Agora tente soltar a ventosa da parede. Explique o que está
prendendo a ventosa na parede.

Atividade 2.5: Vamos estimar o valor da força que segura uma ventosa.
Na figura 2.2 está mostrado um semicírculo, que representa a ventosa, e as
forças provocadas pela pressão em vários pontos. As forças internas são
menores que as externas já que há uma diferença de pressão. Essas forças
têm componentes horizontais e verticais. As componentes verticais se anulam,
sobrando apenas a resultante das componentes horizontais. Então, para
calcular a força (pressão x área) só temos que levar em conta a área
perpendicular a essa força horizontal.

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Figura 2.2

Resumindo, a força será a diferença de pressão vezes a área da parede


coberta pela ventosa. Suponha valores razoáveis para as variáveis envolvidas
(raio da ventosa e pressões externa e interna) e calcule, então, a força que
prende a ventosa à parede.

Atividade 2.6: Em 1654 o prefeito de Magdeburgo (Alemanha) realizou a


seguinte experiência: juntou duas campânulas de metal e, com uma bomba,
retirou boa parte do ar contido nelas. Amarrou-se uma dupla de cavalos em
cada um dos lados e chicoteou-os, na tentativa de separar as campânulas.
Seja ∆p   a diferença de pressão entre a atmosfera externa e a pressão interna

e d o diâmetro das campânulas.

(a) Calcule a força que teria de ser exercida por cada parelha de cavalos
para separar os hemisférios.

(b) Supondo que o diâmetro das campânulas d = 37cm e a pressão interna


residual entre as campânulas igual a 0,1 atm, qual seria a força
necessária nesse caso?
(c) Se um cavalo exerce uma força de 800 N, qual teria sido o número
mínimo de cavalos em cda parelha para separar as campânulas?

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2.3 – LEI DE STEVIN

Considere um pequeno elemento de volume em equilíbrio e submerso no


interior de um fluido. Suponha que este elemento tenha a forma de um disco
fino de espessura dy e está a uma distância y acima do nível de referência
inferior, como mostra a figura 2.3a. O disco tem espessura dy e a sua face
superior e face inferior têm área A. Ele tem então a massa dm = ρdV =
ρAdy, sendo o seu peso igual a (dm)g = g(ρAdy).

Na figura 2.3b podemos ver que as forças que atuam sobre o elemento
pelo fluido circundante são perpendiculares à sua superfície em cada ponto.

Figura 2.3a 2.3b 2.3c

As forças que atuam na horizontal são devidas apenas à pressão do


fluido e, como o disco está em equilíbrio, a pressão deve ser a mesma em
todos os pontos situados à mesma altura do fundo. Podemos então afirmar
que a pressão é função somente da coordenada y.

Já as forças verticais atuantes são as devidas à pressão do fluido


circundante sobre as faces do disco e ao peso dele. Chamamos de p(y) a
pressão sobre a face inferior e de p(y+Δy) a pressão sobre a face superior. A
força resultante aplicada na parte de baixo do disco será p(y)A, dirigida para
cima; a força resultante aplicada na face superior do disco será a soma do
peso do líquido acima do disco p(y+Δy)A e o peso do disco (dm)g = !gAdy,
ambas dirigidas para baixo. Um diagrama de forças é mostrado na figura 2.3.c.
Desse modo, só teremos equilíbrio vertical com a seguinte condição:

! !!∆! ! + !"∆!" = ! ! !

! !!∆! ! − ! ! ! = −!"∆!"

! !!∆! − ! ! = −!"∆!

! !!∆! − ! !
= −!"
∆!

Agora, no limite em que Δy→0, temos:

11
! !!∆! − ! !
lim = −!"
∆!→! ∆!

E da equação acima, obtemos:

dp
= − ρg (2.4)
dy

A equação 2.4 mostra como a pressão varia com a altura em relação a


um nível de referência em um fluido em equilíbrio hidrostático. O sinal
negativo indica que a pressão diminui com o aumento da altura.

Se !! é a pressão na altura !! e !! a pressão na altura !! , temos:


!! !!
!!
!" =   − !!
!"  !"

!!
ou: !!!  !!!   − !!
!"  !" (2.5)

Para líquidos, a densidade é praticamente constante porque eles são


quase incompressíveis e as diferenças em nível são normalmente pequenas
para considerarmos que a aceleração da gravidade varie dentro deles. Assim,
tomando ρ e g constantes, a equação (2.5) pode ser integrada, dando:

!! −  !! = !" !! −   !!   (2.6)

O recipiente da figura 2.4 possui um líquido com uma superfície livre,


isto é, em contato com a atmosfera:

Figura 2.4

Quando isso ocorre, o nível a partir do qual devem ser feitas as medidas
das distâncias é normalmente escolhido nessa superfície. Fazendo !! a pressão
na superfície de contato com o ar (suposta à altura !! do fundo) e p a pressão
em um ponto à altura !! , temos que:

p0 − p = − ρg(y2 − y1 ) (2.8)

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A diferença !ℎ = !! −   !! é medida desde a superfície do líquido até a
posição em que a pressão é igual a p. Com ela, a equação acima fica:

p = p0 + ρgΔh (2.9)

Essa equação mostra que a pressão num líquido aumenta com a


profundidade, mas é a mesma em todos os pontos situados a uma
mesma profundidade. Esse enunciado é conhecido como Lei de Stevin.
Ela é válida para líquidos, onde a densidade é aproximadamente constante em
todo o volume.

A densidade dos gases é muito pequena, de modo que a diferença de


pressão entre dois de seus pontos é muito pequena também. Portanto, para
um o gás contido em um recipiente, a pressão pode ser considerada constante
em todos os seus pontos. Entretanto, quando a diferença de altura é muito
grande, a diferença de pressão passa a ser importante. Por exemplo, a
atmosfera terrestre tem uma altura da ordem de 100 km; para ela, a sua
densidade varia com a altura acima da superfície da Terra.

Exemplo 2.6: Determine a pressão da água no fundo de uma piscina de 3m


de profundidade.

Resposta:

Da lei de Stevin:

dp
= − ρg e p2 − p1 = − ρg(y2 − y1 )
dy

onde podemos considerar p2 = po = pressão atmosférica, na superfície da


piscina; p1 = p = pressão no fundo da piscina. y2=altura da piscina, y1= fundo
da piscina.

Logo: ! = !! + !"ℎ
3 2 2
onde ρ=1,0x103kg/m , g = 9,80 m/s , !! = 1,01  !  10! N/ m .

p=1,01x105N/m2 + 1,0x103kg/m3 x 9,8m/s2 x 3m = 1,30x105N/m2

Exemplo 2.7: Calculemos a variação da pressão atmosférica com a altitude,


supondo que sua densidade seja proporcional à pressão, isto é, que sua
temperatura seja aproximadamente a mesma em todas as altitudes.

Resposta:

13
Da lei de Stevin, temos:

!"
=   −  !  !
!"

Como ρ é proporcional a p, temos, também:


! !
=  
!! !!

em que !! e !! são a pressão e a densidade do ar ao nível do mar. Eliminando


ρ dessas duas equações, temos:

!" !
=   −!  !!  
!" !!

ou:

!" !!
=   −!    !"
! !!

Integrando esta equação da superfície do mar (y0 = 0) até o ponto situado à


altura y, obtemos:
! !!
ln =   −!    !
!! !!

!
ou: ! =   !! !"# −! !! ! (2.7)
!

Com os valores padrões da densidade do ar a 20ºC, da pressão e da


aceleração da gravidade:

 !! = 1,20 kg/!! , g = 9,80 m/! ! , !! = 1,01  !  10! N/!!

Obtemos :

! =   !!  ! !!  !
!
Em que: ! =  !   !! = 1,16  !  10!!  !!!   = 0,116  !"!!  
!

A pressão atmosférica decai exponencialmente com a altitude y.

A lei de Stevin nos diz que a forma do recipiente não influencia nos
valores da pressão. Para fluidos homogêneos, a diferença de pressão entre
dois pontos depende apenas da diferença de altura (ou profundidade) desses
pontos. Entretanto, isso não acontece quando o fluido não é homogêneo.
Consideremos um tubo em U (figura 2.5) contendo dois líquidos imiscíveis,

14
com densidades !! do lado direito e !! do lado esquerdo (!!   ›!! ). A coluna
líquida é maior do lado esquerdo do tubo. Então, a pressão em A é maior que
em B. No ponto C, a pressão é a mesma em ambos os ramos do tubo. A
pressão varia mais lentamente de C para A que de C a B porque a coluna CA
pesa menos que a CB.

Figura 2.5

Exemplo 2.8: Um tubo em forma de U contém mercúrio. Coloca-se 27cm de


água no ramo esquerdo do tubo. De quanto sobe a coluna de mercúrio do lado
direito em relação à sua altura original?

[Copiar a figura do Halliday, Resnick e Krane 5ª. ed. Página 42. E acrescentar
o número 1 no topo do lado esquerdo(água) e o número 2 no topo do ado
direito (mercúrio)]

Resposta:

Originalmente, ambos os lados continham mercúrio e estavam a uma certa


altura Ho. Ao colocar a água do lado esquerdo, o peso da coluna de água faz
com que o outro ramo suba de um valor a e o mercúrio deste ramo esquerdo
desça da mesma quantidade a. Desta forma, no ponto C, a pressão é
exatamente a mesma nos dois lados e é função da altura da coluna de água,
no lado esquerdo, e da coluna de mercúrio, no lado direito.

Considerando o topo do lado esquerdo, tal que p1=po=pressão atmosférica e o


topo do lado direito, tal que p2=po=pressão atmosférica, temos para o lado
esquerdo que contém água em cima do mercúrio:

p1 − pC = − ρágua g(y1 − yC ) = po − pC = − ρágua g(y1 − yC ) (1)

Para o lado esquerdo que contém mercúrio:

p2 − pC = − ρmercúrio g(y2 − yC ) = po − pC = − ρmercúrio g(y2 − yC ) (2)

Igualando (1) e (2):

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− ρágua g(y1 − yC )= − ρmercúrio g(y2 − yC )

ρágua (y1 − yC )= ρmercúrio (y 2 − yC )

Considerando yc = 0 e y1=2a+d e y2=2a:

ρágua ( 2a + d)= ρmercúrio ( 2a)

Sabendo que ρágua = 1,0x103kg/m3, ρmercúrio = 13,5x103kg/m3 e 2a+d = 27cm,


temos:

ρágua ( 2a + d) 1,0x10 3 kg/m 3 (27cm)


2a = = = 2,0cm
ρmercúrio 13,5x103 kg/m 3

Logo, a altura que a coluna de mercúrio subiu em relação à sua altura original
foi de a=1,0 cm.

Atividade 2.7: No exercício anterior, se a água for substituída por um óleo


que provoca um deslocamento de a = 6,0cm do mercúrio em relação à sua
posição inicial e d=1,0cm acima da coluna de mercúrio, calcule a densidade do
óleo.

2.4 – A MEDIDA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA

A primeira medida da pressão atmosférica foi feita


por Evangelista Torricelli (1608 – 1647) com o aparelho
que inventou: o barômetro de mercúrio. Ele consiste em
um tubo comprido de vidro cheio de mercúrio e
colocado invertido dentro de um reservatório com
mercúrio (figura 2.6).

O espaço dentro do tubo, acima da coluna,


contém vapor de mercúrio cuja pressão é muito
pequena e pode ser desprezada. De acordo com a lei de
Stevin, a pressão atmosférica é dada por:

p! =  ρ  g  h

A pressão atmosférica em um ponto é numericamente igual ao peso de


uma coluna de mercúrio de área de seção transversal unitária, que se estende
do ponto ao topo da atmosfera. Ao nível do mar, a coluna de mercúrio em um
barômetro tem uma altura de cerca de 76cm, mas ela pode variar com a

16
temperatura, umidade do ar e a pressão. O barômetro mede a pressão
absoluta.

A pressão equivalente à exercida exatamente por uma coluna de


mercúrio de 76 cm de altura e num local onde a aceleração da gravidade vale
9,80665 m/s2 é, por definição, uma atmosfera (1 atm). Então:

1 atm = !  g  h = (135950 kg/!! )  !   9,80665  !/! !  !   0,7600  ! = 1,013  !  10!    !/!!

É comum expressar a pressão em termos da altura de uma coluna de mercúrio


a 0ºC e com gravidade padrão. Daí a expressão “centímetros de mercúrio” ou
“milímetros de mercúrio”.

A pressão atmosférica é usada como referência


em vários aparelhos de medida de pressão, como o
esfigmomanômetro, que mede a pressão arterial.
Esses aparelhos medem a diferença entre a pressão a
ser medida e a pressão atmosférica. O manômetro de
tubo também usa esse fato (figura 2.7). Ele consiste
em um tubo em U contendo um líquido (em geral
mercúrio); uma das suas extremidades está em
contato com o ar, enquanto a outra fica ligada ao
sistema cuja pressão deseja-se medir. Da lei de
Stevin:

! − p! =  ρ  g  h

e a pressão relativa p - !! é medida pela altura da


coluna do líquido no tubo em U. À esta diferença
chamamos pressão manométrica:

 !! = ! − p!

Exemplo 2.9: Calcule a pressão atmosférica num dia quando a altura da


coluna barométrica de um barômetro de mercúrio é 75,0cm e, neste local,
g=9,78m/s2.

Solução: A altura da coluna de mercúrio depende da pressão atmosférica, da


altura da coluna de mercúrio e da aceleração da gravidade local. Da lei de
Stevin, temos que:

p! =  ρ  g  h

Pois a pressão no topo do tubo é igual a zero. Logo:

po = (13,5x103kg/m3)x 9,78m/s2x0,75m = 9,9x104N/m2

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Atividade 2.8: Para o valor de pressão calculado no exemplo acima,
determine a altura da coluna do barômetro, se o mercúrio for substituído por
água com densidade igual a 1,0x103kg/m3

2.5 – LEI DE PASCAL

Em 1652, Blaise Pascal (1623 – 1662) enunciou um princípio que levou o


seu nome e que diz:

A variação de pressão produzida num ponto de um fluido em


equilíbrio hidrostático incompressível transmite-se integralmente a
todos os pontos do fluido e às paredes do recipiente que o contém.

O princípio de Pascal pode ser compreendido com a aplicação da lei de


Stevin a um fluido em equilíbrio hidrostático. A figura 2.7 mostra um líquido
incompressível em um cilindro que é dotado de um pistão. Uma força externa
qualquer é aplicada sobre o pistão. A ação da força externa gera uma pressão
externa pext no líquido situado imediatamente abaixo do pistão.

Figura 2.7

Supondo o líquido com densidade ρ, a pressão num ponto arbitrário P


situado a uma distância h abaixo da superfície fica expressa por:

p=p ext +ρgh


(2.8)

Fazendo com que a pressão externa sofra um acréscimo igual a Δpext, a


variação da pressão no fluido, pode ser determinada a partir da equação 2.8:

Δp = Δpext + Δ(ρgh) (2.9)

Como o líquido foi suposto incompressível (densidade constante), o


segundo termo à direita na 2.9 é igual a zero. Assim, temos:

18
Δp=Δp ext (2.10)

A variação da pressão em qualquer ponto do fluido é simplesmente igual


à variação da pressão aplicada externamente.

A Lei de Pascal serve de aplicação para a operação de mecanismos


hidráulicos onde há transmissão de força. Este princípio permite amplificar
uma força relativamente pequena de modo a poder levantar um peso muito
maior.

Como aplicação, consideremos o caso do elevador hidráulico. Ele é


constituído por dois recipientes ligados entre si formando um grande tubo em
U e contendo um fluido – geralmente óleo (figura 2.8). Os tubos possuem
áreas de seção transversal diferentes e estão fechados por pistões. Sobre o
pistão do tubo de área menor Ae (à esquerda na figura), aplica-se uma força
externa Fe. Esta força exerce uma pressão !! =   !! /!! , sobre o fluido que, de
acordo com a lei de Pascal, transmite-se igualmente para todos os pontos dele.
Assim, sobre o outro pistão, localizado no tubo de maior área As (à direita na
figura), a pressão passa a ser !! =   !! =   !! /!! . Se colocarmos nesse tubo um
objeto de massa m, ele exercerá uma força de P   =   mg sobre o pistão maior. Em
equilíbrio, o módulo da força Fs, aplicada pelo fluido sobre o pistão maior e
apontando para cima, deve ser igual à força P exercida pelo peso do objeto e
apontando para baixo.

Figura 2.8

De acordo com o princípio de Pascal, a pressão do lado direito do tubo


deve ser igual à pressão do outro lado e, portanto:

Fe Fs
=
Ae As

Ae A
Fe = Fs = mg e (2.11)
As As

Se a razão Ae/As for muito menor do que 1, a força Fe aplicada pode,


então, ser muito menor do que o peso do objeto e este será levantado.

19
O pistão menor se movendo para baixo de uma distância de desloca um
volume de fluido V=d e Ae . Esse volume deve ser igual ao volume deslocado
pelo movimento do pistão maior, pois o fluido é incompressível, então:

V=d e Ae =d s As

Ae
d s =d e (2.12)
As

Devemos notar que se a razão Ae/As for pequena, a distância percorrida


pelo pistão maior é muito menor do que a distância percorrida pelo pistão
menor: o “preço” por levantar uma grande carga é “pago” pela perda da
capacidade de fazer o pistão percorrer uma grande distância.

Ao combinar as equações 2.11 e 2.12, resulta em F e d e =F s d s ,


mostrando que o trabalho realizado pela força externa sobre o pistão menor é
igual ao trabalho executado pelo fluido sobre o pistão maior.

Exemplo 2.10: Um macaco hidráulico é utilizado para levantar automóveis em


oficinas. Utiliza-se um óleo de densidade igual a 812kg/m3 como fluido de
transmissão de força. Uma bomba manual de diâmetro igual a 2,0cm é
utilizada para levantar um carro de massa igual a 2000kg numa plataforma em
cima de um pistão maior de diâmetro de 16,0cm.

a) Qual é o valor da força necessária para suspender o automóvel?


b) Qual é o deslocamento do carro se desloca-se o êmbolo do macaco
hidráulico onde fica a bomba manual de 1,0m?

Solução: Considerando o óleo incompressível, podemos dizer que a pressão


transmistida é a mesma em todas as partes do fluido. Podemos então utilizar
as equações 2.11 e 2.12.

a)

!! !!
!! = = !! =
!! !!

!! !!
=
!! !!

!! !! ! !(2,0!")!
!! = !! = !" = 2000!" (9,8 ! )
!! !! ! !(16,0!")!

!! = 306!

20
A força mínima necessária para levantar o carro é de 306N.

b)

!! !(2,0!")!
!! = !! = 1,0! = 1,6!"  
!! !(16,0!")!

Onde o deslocamento que o carro sofre é de 1,6cm quando se desloca o


êmbolo da bomba de 1,0m.

Atividade 2.9: Os diâmetros dos êmbolos de uma prensa hidráulica estão na


proporção 3:1. Se o êmbolo de diâmetro maior é deslocado de uma altura H,
qual o deslocamento do êmbolo de menor diâmetro?

21
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

E2.1: Como resultado da passagem de um vendaval, a pressão externa cai


para 0,95 atm, porém, no interior de um escritório, a pressão é mantida a 1,00
atm. Estime o valor da força resultante que empurra a janela do escritório para
fora.

E2.2: Calcule a diferença de pressão hidrostática no sangue entre o cérebro e


os pés de uma pessoa com 1,83 m de altura. Admita que a densidade do
sangue seja igual a !! = 1,06  x  10!  kg/m! .

E2.3: Uma piscina possui as dimensões de 15 m x 10 m x 1,5 m.

(a) Quando ela está cheia de água, qual é a força (devida apenas à água)
atuante no fundo?

(b) E sobre as superfícies em suas laterais? (Atenção: nesse caso, a pressão


não é a mesma em todos os pontos da superfície!)

(c) Caso você esteja preocupado com o fato de as paredes de concreto


poderem ou não se romper, seria conveniente levar em conta o efeito da
pressão atmosférica?

E2.4: A figura mostra o esquema de um macaco hidráulico utilizado na


elevação de um automóvel. Uma força !! é aplicada na extremidade de uma

alavanca que transmite uma força !! para o pistão menor. Esse pistão está
conectado a um pistão maior que sustenta o automóvel.

Figura 2.3

22
Suponha que a massa combinada do carro a ser suspenso e da plataforma do
macaco hidráulico é M = 2000kg, que o pistão maior possui um diâmetro de
20 cm e o menor de 2,0 cm.

(a) Calcule o valor da força !! necessária para fazer subir o automóvel.

(b) Sabendo que a alavanca tem 40 cm e que a distância x do mancal (ponto

O) ao pistão é de 16 cm, qual é o valor da força aplicada !! necessária para


suspender o automóvel?

(c) Para cada descida da alavanca da bomba, onde seu punho se move de uma
distância vertical de 30 cm, qual é a elevação do automóvel?

E2.5: A figura mostra o medidor de pressão mais simples, um tubo aberto em


uma das extremidades e com a outra extremidade conectada ao recipiente que
contém o gás que se quer medir a pressão. Dentro desse tubo se coloca um
líquido de densidade !. Determine a pressão do gás em função da diferença de
alturas ℎ.

Figura 2.4

E2.6: A figura mostra um barômetro usado para medir a pressão atmosférica.


A extremidade direita do tubo em U é fechada de modo que a pressão nesse
ponto pode ser considerada nula. A outra extremidade é aberta para a
atmosfera.

23
Figura 2.5

Determine h, a diferença entre as alturas das duas colunas, se o líquido dentro


do barômetro for:

(a) mercúrio (!!" = 13,595  g/cm! ).

(b) água.

E2.7: Uma sobrepressão de apenas 20 Pa corresponde ao limiar da dor para a


intensidade sonora. Entretanto, um mergulhador a 2 metros abaixo da
superfície da água fica sujeito à ação de pressões bem superiores a esta e não
sente dor.

(a) Calcule a pressão da água a essa profundidade?

(b) Por que o mergulhador consegue ficar a essa profundidade sem sentir dor
no ouvido?

(c) Os mergulhadores são alertados para não prender a respiração quando


estiverem nadando para cima. Por quê?

(d) Os pulmões humanos podem operar contra um diferencial de pressão de


menos de 0,050 atm. A que profundidade abaixo do nível da água um
mergulhador pode nadar, respirando através de um snorkel (tubo longo do
qual ele coloca uma extremidade na boca e a outra fica aberta para a
atmosfera)?

24
E2.8: Paradoxo Hidrostático - Coloca-se água a um mesmo nível em todos os
recipientes mostrados na figura. As áreas das bases são idênticas para todos
os recipientes. Se a pressão nas partes inferiores de todos os recipientes é
idêntica, a força suportada pela base de cada recipiente é a mesma. Por que,
então, os três recipientes possuem diferentes pesos quando colocados sobre
uma balança?

Figura 2.6

E2.9: Um tubo em U, em que ambos os ramos estão abertos para a


atmosfera, está parcialmente cheio de água. Derrama-se óleo, que não se
mistura com a água, em um dos ramos até que ele atinja uma distância h
acima do nível da água no outro ramo do tubo. Esboce o gráfico da pressão em
função da altura y para os dois ramos do tubo, considerando y = 0 na base.

Figura 2.7

25
PROBLEMAS DA UNIDADE 2

P 2.1: A pressão do ar varia à medida que nos deslocamos para grandes


altitudes na atmosfera conforme a equação 2.7. Considerando a temperatura
o
da atmosfera constante e igual a 20 C

a) calcule a pressão no alto do Monte Everest (8800 m).


b) calcule a pressão na altitude de um voo comercial (11000 m).
c) A pressão no alto do Monte Everest (8800 m) é de, aproximadamente, 0,3
atm e na altitude normal de um voo comercial (11000 m) é de 0,25 atm.
Compare esses dados com os previstos pela relação 2.7 para os itens (a) e
(b) e explique a diferença.

P 2.2: A figura mostra uma barragem de largura L que está represando água
até a altura D.

Figura 2.8

(a) Determine a força horizontal resultante exercida sobre a barragem pela


pressão manométrica da água.

(b) Determine o momento resultante devido à pressão manométrica exercida


pela água, em relação a uma linha paralela à largura da barragem e que passa
pelo ponto O.

(c) Onde se situa a linha de ação da força resultante equivalente?

P 2.3: Um barril cilíndrico possui um tubo esbelto fixado em sua superfície


superior, conforme mostrado na figura abaixo. O recipiente é cheio com água

26
até o topo do tubo. Calcule a relação entre a força hidrostática exercida sobre
o fundo do barril e o peso da água nele contido. Por que esta relação não é
igual a um? (Despreze a ação da atmosfera).

Figura 2.9

P 2.4: Considere um recipiente com fluido dentro de um elevador sujeito a


uma aceleração a vertical para cima.

(a) Desenhe um diagrama de forças sobre um elemento de fluido e mostre que


a variação da pressão com a profundidade no fluido é expressa por:

 ! = !ℎ  (! + !)  

onde h é a profundidade e ρ é a massa específica.

(b) Desenhe e mostre também que, se o fluido como um todo sofre uma
aceleração vertical a para baixo, a pressão a uma profundidade h é expressa
por:

! = !ℎ  (! − !)

(c) O que ocorre no caso de queda livre?

27
P 2.5: Um fluido gira com velocidade angular constante ω em relação ao eixo
vertical central de um reservatório cilíndrico.

Figura 2.10

(a) Mostre que a variação da pressão na direção radial, restrita à região onde
há líquido, é expressa por:

dp/dr = ρω2r

(b) Faça p = pc no eixo de rotação (r = 0) e mostre que a pressão p em um


ponto qualquer a uma distância r vale:

p = pc + ½ ρω2r2

(c) Mostre que a variação da pressão com a altura y, restrita à região onde há
líquido, é:

p = pc + ρgy

(d) Mostre que a superfície do líquido possui a forma de um parabolóide de


revolução, isto é, uma seção transversal vertical pode ser representada pela
curva:

y = ω²r² / 2g

28
P 2.6: Um tubo de ensaio de 12,0 cm de comprimento é cheio até a borda
com volumes iguais de dois líquidos imiscíveis, um com densidade ρ1 = 0,81 x
103 kg/m3 e outro com densidade ρ2 = 1,72 x 103 kg/m3, e posto a girar num
plano horizontal numa centrífuga a 655 r.p.s.

(a) Qual líquido irá para o fundo do tubo de ensaio?

(b) Calcule a pressão hidrostática sobre a base exterior do tubo. A


extremidade interna do tubo está a 5,30 cm do eixo de rotação.

29
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS

Atividade 2.1

O cálculo da pressão que a pessoa faz sobre a superfície é simplesmente


a força exercida por ela através de seu peso dividida pela área de contato
perpendicular à esta superfície. Considerando que a força está igualmente
distribuída por toda a área da sola de cada sapato e usando a equação 2.3:

2 2 2 -4 2
(a) p = (60kg ! 9,8m / s ) / (520cm ) = (60kg ! 9,8m / s ) / (520 !10 m )

p =11!10 3 N / m 2 = 11kPa

2 2 2 -4 2
(b) p = (60kg ! 9,8m / s ) / (80cm ) = (60kg ! 9,8m / s ) / (80 !10 m )

p = 73, 5!10 3 N / m 2 = 73, 5kPa

Atividade 2.2

Apesar das forças sobre os pregos (peso do corpo) ser grande, a área ou
superfície de contato entre o corpo e os pregos também será significativa,

ocasionando uma pressão pequena ( p = F ), o que possibilita se deitar em


A
uma cama de pregos sem sentir dor. Quanto maior o número de pregos na
cama maior será a área de contato, aumentando assim o “conforto” dessa
cama.

Atividade 2.3

Supondo que as dimensões do livro sejam de 20 cm x 25 cm, a sua área


será !   ≈ 0,05  !! ,Supondo também que a pressão atmosférica tenha um valor
de !   ≈ 1  !"# = 1,013  !  10!   ! !! , a força exercida pela atmosfera sobre o livro

será:

F = p. A = ( 1,013x10 5 N / m 2 )( 0,05m 2 ) ≈ 5,07 x10 3 N

30
Apesar do valor elevado encontrado para a força, é possível levantar
facilmente o livro, pois a força exercida pela atmosfera sobre o livro atua em
toda a sua superfície, tanto nas superfícies superior e inferior, quanto nas
laterais, apresentando o mesmo valor para todos os pontos. A resultante das
forças exercidas pela atmosfera será nula, e a força que temos que fazer para
levantar o livro é igual ao seu peso.

Atividade 2.4

Quando acionamos o mecanismo de fixação da ventosa, ele expulsa


quase todo o ar contido entre a ventosa e a parede. A situação da ventosa
pode então ser simplificada como uma semi-esfera encostada na parede, com
pouco ar em seu interior. Dessa forma, a pressão interna fica menor do que a
pressão externa e é essa diferença de pressão que segura a ventosa na
parede.

Atividade 2.5

A fazer os cálculos: Estimar o raio da ventosa, calcular a área coberta


pela ventosa (! = !! ! ), usar o valor da pressão atmosférica (!   ≈ 1  !"# =
1,013  !  10!   ! !! ), estimar o valor da pressão interna, e calcular a força:

(! = !∆!).

Atividade 2.6

!
(a) ! = !∆! = ! !! ! !! − !

! !
(b) ! = ! ! 37!10!! ! !
1 − 0,1 !10! !! = 9,7!10! !

(c) Se um cavalo exerce 800N de força, para separar as campânulas,


precisaremos de:

!!"!#$ 9,7!10!
!ú!"#$  !"  !"#"$%& = = = 12,125
!!"  !"#"$% 800

isto é, seriam necessários pelo menos 13 cavalos.

31
Atividade 2.7

Da mesma forma como no exemplo 2.8, originalmente ambos os lados


continham mercúrio e estavam a uma certa altura Ho. Ao colocar óleo do lado
esquerdo, o peso da coluna de óleo faz com que o outro ramo suba de um
valor a e o mercúrio deste ramo esquerdo desça da mesma quantidade a.
Desta forma no ponto C, a pressão é exatamente a mesma nos dois lados, e é
função da altura da coluna de óleo no lado esquerdo e da coluna de mercúrio
do lado direito.

Considerando o topo do lado esquerdo, tal que p1=po=pressão atmosférica e o


topo do lado direito, tal que p2=po=pressão atmosférica, temos para o lado
esquerdo que contém óleo em cima do mercúrio:

p1 − pC = − ρóleo g(y1 − yC ) = po − pC = − ρóleo g(y1 − yC ) (1)

Para o lado esquerdo que contém mercúrio:

p2 − pC = − ρmercúrio g(y2 − yC ) = po − pC = − ρmercúrio g(y2 − yC ) (2)

Igualando (1) e (2):

− ρóleo g(y1 − yC )= − ρmercúrio g(y2 − yC )

ρóleo (y1 − yC )= ρmercúrio (y2 − yC )

Considerando yc = 0 e y1=2a+d e y2=2a:

ρóleo ( 2a + d)= ρmercúrio ( 2a)

Sabendo que ρmercúrio = 13,50x103kg/m3 e a= 2,0cm e d = 56,0cm

ρmercúrio 2a 13,5x103 kg/m 3 (4,0cm)


ρóleo = = = 0,9x103 kg/m 3
2a + d 60,0cm

Atividade 2.8

Neste caso, usamos novamente a lei de Stevin, considerando que a


pressão atmosférica local é po = 9,9x104N/m2, g = 9,78m/s2 e a densidade
da água é igual a 1,0x103kg/m3:

!! 9,9x10! N/m!
ℎ   = =  10,1!
!" (1,0x10! kg/m! )9,78m/s !

Consequentemente, a coluna equivalente de um barômetro de água teria da


ordem de 10metros.

32
Atividade 2.9

Utilizando a relação entre os deslocamentos dos êmbolos de uma prensa


hidráulica:

!! !(! 2)!
!! = !! =! = 9!  
!! 1
![3 (! 2)]!

Desta forma, o deslocamento do êmbolo menor deve ser 9 vezes maior que o
deslocamento do êmbolo maior.

GABARITO DOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

E2.1

∆p = 0,05 atm = 5,065 . 103 N/m2, A ≈ 2,50 m2

F = ∆p . A

F ≈ (5,065 . 103 N/m2)(2,50 m2)

F ≈ 1,27 . 104 N

E2.2

∆p = ρsgh

∆p = (1,06 . 103 kg/m3)(9,81 m/s2)(1,83m)

∆p = 1,90 . 104 N/m2

E2.3

(a) F = p . A = ρghA = ρgV

33
F = (103 kg/m3)(9,81 m/s2)(15m)(10m)(1,5m)

F = 2,21 . 106 N

(b) Superfície 1: L = 15m, H = 1,5m

dF = p dA

dF = p(h) dA

dF = p(h) Ldh

F = 0∫H p(h) Ldh

F = 0∫H ρghL dh

F = ρgL 0∫H h dh

F = ρgLH2/2

F = (103 kg/m3)(9,81 m/s2)(15m)(1,5m)2 / 2

F = 1,66 . 105 N

Superfície 2: L = 10m, H = 1,5m

F = ρgLH2/2

F = (103 kg/m3)(9,81 m/s2)(10m)(1,5m)2 / 2

F = 1,10 . 105 N

(c) Sim, pois a pressão atmosférica contribui para aumentar a força exercida
sobre as paredes laterais.

E2.4

(a) Fs = Mg

34
Fs = (2000 kg)(9,81 m/s2)

Fs = 19620 N

Segundo o Princípio de Pascal, a pressão no pistão menor pm é igual à pressão


no pistão maior pM . Sendo assim a força Fe necessária a ser aplicada no pistão
menor para suspender o automóvel será:

pm = p M

Fe/Am = Fs/AM

Fe = Fs(d/D)2

Fe = (19620 N)(2,0 . 10-2 m / 20 . 10-2 m)2

Fe = 196,2 N

(b) A força Fa aplicada à alavanca necessária para que seja aplicada a força Fe
no pistão menor será:

τFa = τFe

LFa = xFe

Fa = Fex /L

Fa = (196,2 N)(16 . 10-2 m) / (40 . 10-2 m)

Fa = 78,5 N

(c) Quando a alavanca é descida, temos a seguinte configuração:

35
Por semelhança de triângulos, temos:

y/L = y’/x

y’ = yx/L

y’ = (30cm)(16cm)/(40cm)

y’ = 12cm

O volume do fluido deslocado pelo pistão menor é o mesmo que é deslocado


pelo pistão maior:

Vm = VM

y' πd2/4 = zπD2/4

A elevação z do automóvel será então:

z = y'd2/D2

z = (12cm)(2,0cm)2/(20cm)2

z = 0,12cm

E2.5: p = p0 + ρgh, onde p0 é a pressão atmosférica.

E2.6

(a) p0 = ρHggh

h = p0/ρHgg

h = (1,013 . 105 N/m2)/(13,595 . 103 kg/m3)(9,81 m/s2)

h = 76 cm

(b) h = p0/ρag

36
h = (1,013 . 105 N/m2)/(103 kg/m3)(9,81 m/s2)

h = 10,3 m

E2.7

(a) p0 = 1 atm = 1,013 . 105 N/m2, ρ = 103 kg/m3, g = 9,81 m/s2, h = 2 m

p = p0 + ρgh

p = (1,013 . 105 N/m2) + (103 kg/m3)(9,81 m/s2)(2 m)

p = 1,21 N/m2

(b) Nesta situação temos dois casos possíveis, o mergulhador que mergulha
com o reservatório de ar, e o mergulhador que mergulha prendendo a
respiração. No caso do mergulhador com o reservatório, a pressão do ar no
reservatório geralmente é maior que a pressão atmosférica, e como o
mergulhador respira esse ar a uma pressão maior, seu corpo como um todo
está a uma pressão maior, de maneira que nessa profundidade ele fica sujeito
a uma menor diferença de pressão, não sentindo dor. No caso do mergulhador
que prende a respiração, quando este inspira e prende o ar dentro dos
pulmões, a pressão interna nos pulmões e nos ouvidos fica maior, de maneira
que nessa profundidade ele também fica sujeito a uma menor diferença de
pressão, não sentindo dor.

(c) Para que a pressão interna do corpo do mergulhador vá gradativamente se


igualando à pressão externa à medida que o mergulhador passa de uma região
de alta pressão até a superfície.

(d) p - p0 = 0,050 atm = 5,065 . 103 N/m2

p - p0 = ρgh

h = (p - p0)/ρg

h = (5,065 . 103 N/m2) / (103 kg/m3)(9,81 m/s2)

37
h = 0,52 m

E2.8

A força exercida pelo líquido na parte inferior do recipiente é a resultante de


todas as forças exercidas pelo líquido sobre as paredes do frasco. Estas forças
normais às paredes em cada ponto são iguais e contrárias às forças exercidas
pelas paredes sobre o líquido. Mas a resultante das forças superficiais sobre o
líquido é igual e contrária ao peso do líquido, segundo o princípio de
Arquimedes. Logo, a resultante das pressões exercidas pelo líquido sobre as
paredes, aplicadas à parte inferior do recipiente, é efetivamente igual ao peso
do líquido. Assim, no caso do 2º recipiente mostrado na figura, a resultante
das pressões sobre as superfícies laterais tem uma componente para baixo que
é responsável pela diferença entre o peso do líquido e a força sobre a base; no
caso do 3º recipiente, essa componente é para cima, e é somente no caso do
1º recipiente que a força sobre a base é igual ao peso do líquido.

EF 2.9

GABARITO DOS PROBLEMAS DA UNIDADE 2

P2.1

38
(a) pV = nRT, T constante

p (m/ρ) = nRT, V = m/ρ

ρ = (m/nRT) p

(b) ρ/ρ0 = p/p0

ρ = ρ0p/p0

dp/dh = -ρg

dp/dh = -gρ0p/p0

dp/p = -gρ0 dh/p0

p h
po∫ dp’/p’ = 0∫ –(gρ0/p0) dh’

ln(p/p0) = -h/a, a = p0/pρ0

p(h) = p0e(-h/a)

(c) Monte Everest (8,8km)

p(8,8km) = (1atm) e(-8,8km / 8,62km)

p(8,8km) = 0,36atm

Vôo comercial (11km)

p(11km) = (1atm) e(-11km / 8,62km)

p(11km) = 0,28atm

P 2.2

(a) Considerando a profundidade y, temos:

39
p = ρgy

dF = p dA

dF = ρgy L dy

D
∫ dF = 0∫ ρgL y dy

F = ρgLD2/2

(b) dτ = y dF

dτ = y ρgL y dy

D
∫ dτ = 0∫ ρgL y2 dy

τ = ρgLD3/6

(c) τ = HF

ρgLD3/6 = H ρgLD2/2

H = D/3

P 2.3

Considerando a altura do conjunto (barril + tubo) sendo 2h, temos para a


força hidrostática sobre o fundo do barril FH:

p = 2ρgh, A = πd2/4

FH = pA = p = 2ρghπd2/4 = πρghd2/2

Peso da água nele contido:

volume do barril: Vb = hπd2/4

volume do tubo: Vt = ach

40
P = mg = ρVg = ρg(Vb + Vt) = ρg(ach + hπd2/4) = ρgh(ac + πd2/4)

FH/P = (πρghd2/2) / ρgh(ac + πd2/4) = [π(1,2m)2/2] / [(4,6 .


10-4 m2) +
π(1,2m)2/4]

FH/P = 2,0

Esta relação não é igual a um porque, devido ao formato do recipiente, a


resultante das pressões sobre a face superior tem uma componente para cima
que é responsável pela diferença entre a força sobre a base e o peso do
líquido.

P 2.4

(a) Σ FY = ma

pA – (p + dp)A – P = ma

pA – pA – dpA – ρA dy g = ρA dy a

– dpA = ρA dy(g + a)

dp/dy = –ρ(g + a)

p2 y2
p1∫ dp = – y1∫ ρ(g + a) dy

p2 – p1 = – ρ(g + a)(y2 – y1)

y2 – y1 = h, p2 = 0, p1 = p

p = ρh(g + a)

41
(b) Σ FY = – ma

pA – (p + dp)A – P = – ma

pA – pA – dpA – ρA dy g = – ρA dy a

– dpA = ρA dy(g – a)

dp/dy = –ρ(g – a)

p2 y2
p1∫ dp = – y1∫ ρ(g – a) dy

p2 – p1 = – ρ(g – a)(y2 – y1)

y2 – y1 = h, p2 = 0, p1 = p

p = ρh(g – a)

(c) Σ FY = – mg

pA – (p + dp)A – mg = – mg

pA – pA – dpA = 0

dp = 0

A pressão seria a mesma em todos os pontos do fluido.

P 2.5

(a) Σ F = ma

F(r) - F(r + Δ r) = - Δm v2/r, v = ωr

p(r)A - p(r + Δ r) A = - Δm ω2r = - ρA Δr ω2r

(p(r) - p(r + Δ r))/Δr = ρω2r

42
dp/dr = ρω2r

(b) dp = ρω2r dr

p r
pc∫ dp’ = 0∫ ρω2r’ dr’

p – pc = ρω2r2/2

p(r) = pc + ρω2r2/2

(c) Tomando a origem num ponto situado no eixo na parte de cima do


reservatório cilíndrico:

p2 – p1 = – ρg(y2 – y1)

y1 = 0, y2 = – y, p1 = pc, p2 = p(y)

p(y) – pc = – ρg(–y)

p(y) = pc + ρgy

(d) p(y) = p(r)

pc + ρgy = pc + ρω2r2/2

ρgy = ρω2r2/2

y = ω2r2/2g

P 2.6

(a) O líquido com densidade ρ2.

(b) Considerando r1 = 5,30 cm, a extremidade interna do tubo, r2 = 11,30 cm,


o limite de separação dos dois líquidos, r3 = 17,30 cm, a base exterior do tubo,
e ω = 665 . 2π rad/s = 4178,2 rad/s, temos:

43
dp = ρω2r dr

p(r3) r2
p(r1) ∫ dp = r1 ∫ ρ1 ω2r dr + r2 ∫ r3
ρ2 ω2r dr

p(r3) – p(r1) = ρ1 ω2 [(r22/2) – (r12/2)] + ρ2 ω2 [(r32/2) – (r22/2)]

p(r3) = (1atm) + (0,81 . 103 kg/m3)(4178,2 rad/s)2 [49,8 . 10-4 m2] + (1,72
x 103 kg/m3)(4178,2 rad/s)2 [85,8 . 10-4 m2]

p(r3) = 3,28 . 108 N/m2 = 3,24 . 103 atm

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