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Prof. José Maciel

Uma unidade muito usual para a massa específica
é o g/cm3 , mas no SI a unidade é o kg/m 3 . A relação
entre elas é a seguinte:

Assim, para transformar uma massa específica de

HIDROSTÁTICA g/cm3 para kg/m3, devemos multiplicá-la por 1.000 . Na
tabela a seguir estão relacionadas as massas específicas
de algumas substâncias.
 
CONCEITOS BÁSICOS:
Densidade Substância

Água 1,0 1.000

Gelo 0,92 920

Álcool 0,79 790

Ferro 7,8 7.800

Chumbo 11,2 11.200

Por definição, a densidade de um corpo é o
quociente de sua massa pelo volume delimitado por Mercúrio 13,6 13.600
sua superfície externa, ou seja:

Importante:
Densidade e massa específica são grandezas
físicas diferentes.
Observe que se pode obter qualquer das duas
grandezas utilizando a mesma fórmula, porém, só se tem
a massa específica se o corpo em questão for maciço e
Ao se colocar em uma balança um litro de sangue homogêneo, de outra forma, o que estaremos obtendo é
e depois um litro de água, verifica-se que há mais massa uma característica do corpo chamada densidade. A
em um litro de sangue do que em um litro de água. Isso densidade e a massa específica de um corpo só
significa que a matéria está mais concentrada no sangue significam a mesma coisa para os fluidos e para os
do que na água, tanto que, em um litro, cabe mais sólidos maciços e homogêneos.
sangue do que água. Embora o volume do sangue e de - Massa específica ou densidade absoluta: característica
água seja o mesmo, a densidade do sangue é maior que da substância que compõe o corpo.
a da água. - Densidade: característica do corpo.

Exemplo: Uma esfera oca, de 1.200 g de massa, possui

raio externo de 10 cm e raio interno de 9,0 cm. Sabendo
que o volume de uma esfera é dado por: V = (4/3) R3,
determine: Use: = 3
a) a densidade da esfera;
b) a massa específica do material de que é feita a esfera.

Massa Específica
A massa específica (m ) de uma substância é a
razão entre a massa (m) de uma quantidade da
substância e o volume (V) correspondente:

HIDROSTÁTICA 1
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Pressão
Uma caixa é colocada sobre uma mesa, de modo a
ficar apoiada sobre sua face de maior área. Veja a figura
abaixo. Seu peso fica distribuído sobre toda a superfície
de apoio. Se virar a caixa e o deixar apoiada sobre uma
das faces menores, seu peso se distribuirá sobre uma
superfície menor. O peso ficará, por assim dizer, mais
concentrado. Se conseguir apoiar a caixa apenas sobre
um de seus vértices, seu peso ficará concentrado quase
que sobre um único ponto.
2ª. No ar acontece coisa semelhante. Nós vivemos no
fundo da atmosfera terrestre. A pressão atmosférica tem
um valor máximo ao nível do mar e diminui, à medida
que a altitude aumenta;
3ª. A pressão hidrostática não depende da a área do
fundo do recipiente.

A grandeza que informa o quanto uma força está h

concentrada sobre uma superfície é a pressão. A pressão Áre
é definida como a razão entre a força que atua a
perpendicularmente sobre a superfície e a área dessa
superfície, ou seja:

Pressão Atmosférica

No S.I.: Pa (pascal) = N/m2

Outras: atm, psi, mmHg

A Terra está envolvida por uma camada de ar,

denominada atmosfera, constituída por uma mistura
Pressão Hidrostática gasosa cujos principais componentes são o oxigênio e o
nitrogênio. A espessura dessa camada não pode ser
É a pressão exercida pelo peso de um líquido no perfeitamente determinada, porque, à medida que
aumenta a altitude, o ar se torna muito rarefeito, isto é,
fundo do recipiente, ou seja:
com pouca densidade. Aproximadamente 90% de todo o
ar existente se encontra abaixo de 18 000 metros.
O ar, sendo composto por moléculas, é atraído
pela força de gravidade da Terra e, portanto, tem peso.
Se não o tivesse escaparia da Terra, dispersando-se pelo
espaço. Devido ao seu peso, a atmosfera exerce uma
PH = pressão hidrostática (N/m2) pressão, chamada pressão atmosférica, sobre todos os
d = densidade do líquido (kg/m3) objetos nela imersos.
g = aceleração da gravidade (m/s 2 ) Diversas experiências podem ser realizadas para
h = altura (m) demonstrar a existência da pressão atmosférica, todavia,
a mais famosa é a dos Hemisférios de Magdeburgo: A
primeira bomba de vácuo foi construída por Von
Conclusões: Guericke, em Magdeburg, na Alemanha, permitindo que
ele realizasse a famosa experiência dos “hemisférios de
1ª. No interior de um líquido ou de um gás sujeitos à Magdeburgo”. Tomando dois hemisférios, bem adaptados
ação da força da gravidade, os valores de pressão variam um ao outro, formando, assim, uma esfera oca de cerca
de acordo com a profundidade: quanto maior a de 50 cm de diâmetro, von Guericke extraiu o ar do
profundidade, maior é a pressão; interior desta esfera.
HIDROSTÁTICA 2
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Como a pressão interna foi muito reduzida, a Barômetros - Os instrumentos destinados a medir a
pressão externa (pressão atmosférica) forçou um pressão atmosférica chamam-se barômetros. Existem
hemisfério tão fortemente contra o outro que foram dois tipos: os de mercúrio, baseados na experiência de
necessários 16 fortes cavalos para separá-los. Torricelli, e os metálicos que utilizam as deformações
provocadas pela pressão atmosférica numa caixa de
metal em cujo interior foi feito vácuo. Quando a pressão
externa se altera, a caixa metálica se deforma; essa
deformação é transmitida a um ponteiro que se desloca
sobre uma escala graduada.

A pressão atmosférica diminui com o aumento da

altitude. Isso ocorre porque o peso do ar sobre as
camadas elevadas da atmosfera é menor do que aquele
que age sobre as camadas mais baixas. Por exemplo, a
pressão atmosférica na cidade do Recife é maior que a
O valor da pressão atmosférica pode ser medido
pressão atmosférica em Belo Horizonte. Sobre o Recife,
com uma experiência idealizada pelo físico italiano
ao nível do mar, a coluna de ar é maior que sobre Belo
Evangelista Torricelli:
Horizonte, situada numa maior altitude (836 metros). Ao
Pega-se um tubo de vidro de 1,30 m de comprimento,
nível do mar, a pressão atmosférica é, em média, de 76
fechando uma das extremidades, e o enchendo
cm de mercúrio.
completamente com mercúrio. Fechou com o dedo a
extremidade aberta, inverteu o tubo e o imergiu num
frasco que também continha mercúrio. Ao se retirar o Teorema de Stevin
dedo, observou que o tubo não se esvaziava
completamente. O mercúrio nele contido escoou para o
frasco até que o desnível atingiu cerca de 76 cm.

Sabemos que um mergulhador, à medida que

aumenta sua profundidade no mar, fica submetido a
pressões cada vez maiores. O teorema de Stevin permite
calcular o acréscimo de pressão devido ao aumento de
profundidade.
A diferença de pressão entre dois pontos de uma
Torricelli concluiu que a coluna de mercúrio era mesma massa fluida homogênea, em equilíbrio sob a
equilibrada pela atmosfera através de sua pressão. Ao ação da gravidade, é igual ao produto da densidade do
nível do mar, num local onde g = 9,8 m/s 2, a 0ºC , a fluido pela aceleração da gravidade e pela diferença de
coluna de mercúrio tem a altura de 76 cm ou 760 mm. profundidade entre os pontos, ou seja:
Então, a pressão atmosférica, ao nível do mar, é:
p0 = .g.h = 13,6 . 103 (kg/m3) . 9,8 (m/s2) . 0,76 (m)
logo p0 = 1,013 . 105 N/m2
Então por convenção dizemos que:

1 atm = 760 mmHg = 1,013 . 105 Pa

HIDROSTÁTICA 3
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Vasos Comunicantes Essa propriedade dos líquidos, expressa pela lei de
Pascal, é utilizada em diversos dispositivos, tanto para
Uma das conseqüências do teorema de Stevim são amplificar forças como para transmiti-las de um ponto a
os vasos comunicantes: Colocando-se um líquido em outro. Um exemplo disso é a prensa hidráulica e os freios
recipientes de formas e capacidades diferentes, cujas hidráulicos dos automóveis. A prensa hidráulica, que
bases são ligadas entre si, observa-se que, quando o consiste em dois vasos comunicantes, com êmbolos de
equilíbrio é estabelecido, a altura do líquido é a mesma áreas diferentes (A1 e A2) sobre as superfícies livres do
em todos eles. Como a pressão exercida por um líquido líquido contido nos vasos. Aplicando-se uma força F 1
só depende de sua altura, vemos que, se a altura de um sobre o êmbolo de área A1, a pressão exercida é
deles fosse maior, a pressão na sua base seria maior do propagada pelo líquido até o êmbolo de área A 2. Portanto
que na base dos outros vasos e o líquido não estaria em teremos que:
equilíbrio. Para que isso ocorra a altura deve ser a
mesma em todos os recipientes. p1 = p 2

O fato de um líquido tender a se nivelar em vasos

comunicantes tem algumas aplicações: Os elevadores para veículos automotores, utilizados em
- Os pedreiros, para nivelar dois pontos em uma obra, postos de serviço e oficinas, por exemplo, baseiam-se
costumam usar uma mangueira transparente, cheia de nos princípios da prensa hidráulica. Ela é constituída de
água. dois cilindros de seções diferentes. Em cada um, desliza
- Pela mesma razão a caixa de água de uma casa recebe um pistão. Um tubo comunica ambos os cilindros desde a
água do reservatório da cidade sem necessidade de uma base. A prensa hidráulica permite equilibrar uma força
bomba elevatória.  muito grande a partir da aplicação de uma força
pequena. Isso é possível porque as pressões sobre as
duas superfícies são iguais (Pressão = Força / Área).
Assim, a grande força resistente (F 2) que age na
superfície maior é equilibrada por uma pequena força
motora (F1) aplicada sobre a superfície menor. Logo:

Principio de Pascal 
F1
Prensa Hidráulica

Pascal, físico e matemático francês, descobriu que,

quando se aplica uma pressão em um ponto qualquer de
um líquido em equilíbrio, essa pressão se transmite a
todos os demais pontos do líquido, bem como às paredes
do recipiente, ou seja: quando um ponto de um líquido
em equilíbrio sofre uma variação de pressão, todos os
outros pontos também sofrem a mesma variação.

Obs. Apesar da verificação do aumento ou da diminuição

na intensidade de forças, a prensa hidráulica não pode
modificar a quantidade de energia envolvida, pois deve
obedecer ao princípio da conservação de energia.

HIDROSTÁTICA 4
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Princípio de Arquimedes Corpo Totalmente Imerso:

Supondo que um corpo é introduzido totalmente

FORÇA DE EMPUXO num líquido. Se, em seguida, ele é abandonado, três
situações podem ocorrer:
O valor da pressão no interior dos líquidos 1ª. O corpo sobe à superfície, quando o empuxo é maior
aumenta com a profundidade. As forças que atuam nas do que o peso do objeto ( E > P );
partes do objeto que estão mais próximas do fundo do 2ª. O corpo permanece na profundidade em que foi
recipiente têm um valor maior que as forças que atuam abandonado, quando o empuxo e o peso têm o mesmo
nas partes superiores do objeto. Dessa maneira, um valor ( E = P );
corpo, submerso em um líquido fica sujeito a uma força 3ª. O corpo afunda, quando o empuxo é menor do que o
resultante vertical e para cima. Essa força é o empuxo. peso ( E < P ).

Corpo Submerso:

Quando um corpo flutua em líquido, o empuxo tem

a mesma intensidade do peso do corpo ( E = P ) e a
fração do corpo mergulhada ( f ) é determinada pela
seguinte relação:

O valor do empuxo é dado pelo seguinte princípio,

formulado por Arquimedes:

“Todo corpo imerso, total ou

parcialmente, num fluido em equilíbrio,
dentro de um campo gravitacional, fica sob
a ação de uma força vertical, com sentido
ascendente, no seu centro de gravidade,
aplicada pelo fluido. Esta força é
denominada empuxo (), cuja intensidade é
igual ao peso do líquido deslocado pelo
corpo.”

HIDRODINÂMICA
Tensão Superficial

As forças intermoleculares nos líquidos são

diretamente responsáveis pelo fenômeno de tensão
superficial, que explica, por exemplo, como uma agulha
pode flutuar sobre a superfície livre da água, muito
embora sua densidade seja muito maior do que a da
água, violando aparentemente o teorema de Arquimedes.
As moléculas situadas no interior de um líquido
O valor do empuxo não depende da densidade do são atraídas em todas as direções pelas moléculas
corpo imerso no fluido; a densidade do corpo (d c) é vizinhas e, por isso, a resultante das forças que atuam
importante para se saber se o corpo afunda ou não no sobre cada molécula é praticamente nula. As moléculas
fluido. da superfície do líquido, entretanto, sofrem apenas
Esse princípio também é válido para o ar (ou atração lateral e inferior. Esta força para o lado e para
qualquer outro gás). Essa força é utilizada, por exemplo, baixo cria a tensão na superfície, que faz a mesma
para fazer subir os balões. Eles sobem porque contêm comportar-se como uma película elástica.
um gás menos denso que o ar, habitualmente A tensão superficial está presente em situações
hidrogênio, hélio ou mesmo ar quente. interessantes:
- Colocando-se cuidadosamente uma pequena agulha
Peso Aparente: sobre a superfície da água, observa-se que ela pode
permanecer sobre a película superficial sem afundar no
PAP = PC - E líquido, apesar de ser muito mais densa que a água.

HIDROSTÁTICA 5
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- A gota de água que se forma numa torneira mantém adesão, o líquido desce no tubo capilar. Em ambos os
sua forma devido a elasticidade na superfície da gota. casos, o fenômeno é conhecido como capilaridade.
- Num copo cheio de água, podemos acrescentar
pequenos objetos sem que a água transborde. Isto Em várias situações, o fenômeno da capilaridade
ocorre porque a superfície da água comporta-se desempenha um papel importante:
elasticamente.
- Certos insetos conseguem caminhar sobre a superfície - Em uma vela, é graças a capilaridade que a cera
da água, que se comporta como uma película tensa e derretida sobe pelo pavio, para alimentar a chama.
elástica, apenas deformada nos pontos onde se apóiam
as patas do inseto.

- Quando a extremidade de um pedaço de pano (ou

papel) seco é introduzida na água, observa-se que o
Capilaridade líquido atinge grande parte do tecido não mergulhado,
porque é conduzido, por capilaridade, através das fibras
Observe com cuidado os pontos do tecido.
onde a água encosta em um recipiente, na
superfície livre do líquido. Você verá que
se forma uma curvatura como a
representada na figura ao lado.
Quando um líquido está em contato
com um sólido, as moléculas da superfície
livre do líquido ficam sujeitas a duas
forças: a coesão, dirigida para o interior
da massa líquida, e a adesão,
proporcionada pela atração das moléculas
do sólido. Assim, as moléculas da
superfície livre estão sujeitas à resultante
dessas duas forças.
Quando a adesão for maior que a Fluidos Ideais
coesão, as moléculas se dispõem em uma
curva como a da primeira figura; e, em           Como um fluido é constituído por um grande
caso contrário, como a da segunda figura. número de partículas (moléculas) em movimento
Essas curvas chamam-se meniscos. desordenado e em constantes colisões, a análise dos
fenômenos correspondentes deve, em princípio, levar em
conta a ação de cada molécula ou grupo de moléculas.
Isso é feito na Teoria Cinética e na Mecânica Estatística,
com grande labor matemático.

O meio molecular real pode ser substituído por

um meio contínuo hipotético, com grande economia
matemática, mas, então, os fenômenos cujas dimensões
características são da ordem de grandeza do livre
caminho médio das moléculas como, por exemplo, a
viscosidade e da tensão superficial, não podem ser
tratados. Apenas os fenômenos macroscópicos
associados ao escoamento dos fluidos podem ser
No primeiro caso se diz que o líquido "molha" o tratados com uma aproximação razoável e isso é feito na
sólido (isto é, adere ao sólido); no segundo caso "não Hidrodinâmica e, ainda assim, envolvendo Matemática
molha". avançada. Por isso, restringindo-se aqui ao estudo dos
Essa experiência explica porque os líquidos fluidos ideais, ou seja, dos fluidos incompressíveis, sem
sobem em um tubo aberto, muito fino, embora a pressão tensão superficial e de viscosidade nula e, ainda, em
externa e interna sejam a mesma. Isso acontece quando regime de escoamento lamelar ou estacionário, isto é,
os tubos são "capilares" (isto é, de diâmetro interno com velocidade e pressão invariáveis em cada ponto do
muito pequeno) e o líquido molha o vidro. No caso do espaço. E por brevidade, abordando apenas os
mercúrio, como as forças de coesão são superiores às de fenômenos que podem ser descritos apenas com os
princípios de conservação da massa e da energia, o
HIDROSTÁTICA 6
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primeiro levando à equação da continuidade e o chamada camada limite, onde o escoamento permanece
segundo, à equação de Bernoulli. lamelar.
Além da camada limite, onde o escoamento é
Equação da Continuidade turbulento, o movimento do fluido é altamente irregular,
caracterizado por vórtices locais e um grande aumento
na resistência ao escoamento. O regime de escoamento,
         Seja um fluido ideal de densidade em se lamelar ou turbulento, é determinado pela seguinte
escoamento estacionário numa tubulação sem quantidade adimensional, chamada número de Reynolds:
derivações. Durante um intervalo de tempo t, a mesma
quantidade de fluido atravessa a seção 1, de área A 1, NR = D[v]/h
com velocidade de módulo v1, e a seção 2, de área A2,
com velocidade de módulo v 2. Assim, em termos da onde  é a densidade do fluido, h, seu coeficiente de
massa: viscosidade, [v], o módulo da sua velocidade média de
          escoamento para frente e D, o diâmetro do tubo. Esta
velocidade média é definida como a velocidade uniforme
em toda a seção reta do tubo que produziria a mesma
vazão. Verifica-se experimentalmente que o escoamento
de um fluido é:
• lamelar  se NR < 2 000
 ou, ainda:  • turbulento  se NR > 3 000
• instável, mudando de um regime para outro  se 
A1v1 t =  A2v2 t Av = constante 2 000 < NR < 3 000

         Esta é a equação da continuidade. A quantidade

Q = Av = V / t é chamada vazão e representa o
volume (V) de fluido que escoa através de uma seção
reta por unidade de tempo.
        Uma aplicação imediata da equação da
continuidade permite explicar o estreitamento de um
filete de água que sai de uma torneira na vertical. Por
efeito da gravidade, a velocidade da água aumentada
enquanto cai, de modo que a área da seção reta do filete
diminui. A mesma equação permite explicar por que um
estreitamento na extremidade de uma mangueira faz
com que o jato de água atinja uma distância maior.
Equação de Bernoulli

Lei de Stokes          O físico suíço Daniel Bernoulli propôs um princípio

para o escoamento dos fluidos, que pode ser enunciado
          Consideremos uma esfera de raio R movendo-se da seguinte maneira: "Se a velocidade de uma partícula
através de um fluido com uma velocidade constante. de um fluido aumenta enquanto ela se escoa ao longo de
Então, sobre esta esfera existe uma força de resistência uma linha de corrente, a pressão do fluido deve diminuir
exercida pelo fluido, cujo módulo F depende do e vice-versa".
coeficiente de viscosidade  do fluido, do raio R da
esfera e do módulo v de sua velocidade (se este é
pequeno). A única maneira pela qual, estas grandezas
podem ser combinadas para que o resultado tenha
dimensão de força é no produto Rv. Pela análise física
deste problema, Stokes descobriu que o módulo da força
de resistência do fluido sobre a esfera se escreve:

          F = 6Rv (Lei de Stokes)

          É interessante notar que se as gotas de chuva

provenientes de nuvens situadas a alguns quilômetros de
altura não encontrassem a resistência do ar, elas seriam
extremamente danosas ao atingir qualquer corpo na
superfície da Terra. Isto não acontece porque elas
alcançam uma velocidade terminal pequena. Para gotas Seja um fluido ideal de densidade  em
de 1 mm de diâmetro, por exemplo, o módulo desta escoamento estacionário numa tubulação sem derivações
velocidade vale cerca de 4,3 m/s e para gotas de 2 mm e seja uma certa quantidade desse fluido, de volume V e
de diâmetro, vale cerca de 5,8 m/s. massa m, que passa da seção 1, onde tem energia E 1,
para a seção 2, onde tem energia E2. Como m =V,
Número de Reynolds
tem-se:
          Quando a velocidade de um fluido que escoa em
um tubo excede certo valor crítico, o regime de           E1 = Vgh1 + ½ V v12
escoamento passa de lamelar para turbulento, exceto em e:
uma camada extremamente fina junto à parede do tubo,           E2 = Vgh2 + ½ V v22
HIDROSTÁTICA 7
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Para calcular o trabalho W realizado pelo resto do A VA PA

fluido sobre essa quantidade de fluido pode-se
considerar, em vez do seu movimento da seção 1 para a
seção 2, o movimento da quantidade de fluido existente
entre as seções 1’ e 2’ para a nova posição entre as
seções 1 e 2. Assim: P
PB
B VB
          W = p1 A1 x1 - p2 A2 x2
ou:   O princípio de Bernoulli também pode ser aplicado
          W = ( p1 - p2 ) V no escoamento de líquido por um tubo de diâmetros
diferentes: sendo o diâmetro da parte central do tubo
menor que nas duas extremidades, o escoamento é mais
Pelo princípio de conservação da energia, rápido na região mais estreita e a pressão menor. É este
o Princípio do Medidor de Venturi; um dispositivo
E2 - E1 = W. que permite calcular a velocidade de um fluido em um
tubo horizontal, por meio da diferença de pressão nos
Assim, com as expressões acima vem: tubos verticais.

Vgh2 + ½ Vv22 – ( Vgh1 + ½ Vv12) =

= (p1 - p2) V

ou:
         
gh2 + ½ v22 - gh1 - ½ v12 = p1 - p2

ou, ainda: Equação de Bernoulli

Uma bola que foi atirada girando, segue uma

trajetória curva. Como vemos na figura, a bola, girando
em sentido horário, arrasta o ar adjacente em sua volta.
Na parte de cima da bola, esta corrente de ar desloca-se
no mesmo sentido da corrente criada pelo movimento da
bola para a frente; na parte de baixo, as duas correntes
são em sentido contrários. Portanto, o ar em cima
movimenta-se com maior rapidez, e a pressão é menor;
o de baixo desloca-se mais lentamente, a pressão é
maior. Desta maneira, a bola é forçada a seguir uma
trajetória curva.
          Uma aplicação imediata desta equação permite
explicar o funcionamento de um vaporizador. Ao se
pressionar a bexiga, o ar interior é projetado com certa
velocidade (de módulo vB 0), enquanto a mistura ar +
vapor, sobre o líquido, permanece parada (v A = 0). A
equação de Bernoulli dá:

          PA + ghA = PB + ghB + ½ vB2

ou:
         PA - PB = g ( hB - hA ) + ½ v

e como hB - hA > 0 segue-se que PA > PB. Por isso, o

líquido sobe pelo tubo e é jogado no fluxo de ar em B,
pulverizando-se em minúsculas gotas.
         
Outra aplicação da equação de Bernoulli permite Finalmente, um experimento simples. Suspendendo-se
explicar a sustentação de um avião no ar. Quando um duas bolinhas de pingue-pongue com uma separação
avião avança, as moléculas de ar que passam sobre a horizontal de uns 3 cm, e soprando suavemente entre
asa percorrem uma distância maior do que as que elas, pode-se observar sua aproximação.
passam por baixo. Assim v A > vB. O mesmo argumento
usado acima dá PB > PA, de modo que existe uma força
resultante de baixo para cima sobre a asa do avião, que
lhe dá sustentação.

HIDROSTÁTICA 8