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6 GE FraturaFalha

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FRATURAS/FALHAS

PROF. RICARDO PAGUNG


Fratura – É qualquer descontinuidade plana ou subplana, delgada
em uma direção em comparação às outras duas e formada por
esforço externo (tectônico) ou interno (térmico ou residual)

Fraturas são superfícies de ruptura de uma rocha, ao longo das quais não se regista um
apreciável movimento relativo dos blocos que separam. Distinguem-se, portanto, das
falhas por não darem lugar a qualquer rejeito

Fraturas extensionais:
o deslocamento é perpendicular à
fratura (tensional)

Fraturas de cisalhamento:
o deslocamento é paralelo às
fraturas (tipo transcorrente ou do
tipo em tesoura)
Juntas, diaclase, fissuras são fraturas ao longo das quais não
houve movimento. Formam famílias (superfícies, paralelas ou
subparalelas) ou sistemas.

Família: conjunto de juntas paralelas com


padrão regular.

Quando ocorrem duas ou mais famílias de juntas


estas compõem os chamados sistemas de
juntas.
Veio: fratura preenchida por precipitados minerais.

Dique: fratura preenchida por rochas ígneas ou rochas


sedimentares clásticas
A origem está ligada tanto a processos/esforços adiastróficos (ou primários), ou
seja, não tectônicos (juntas de resfriamento, disjunção colunarno basalto,
mudcracks), quanto diastróficos (ou secundários) juntas de origem tectônica,
provenientes de uma estruturação regional.
Orientação de vários tipos de
fraturas em relação aos esforços
principais

Estilolitos são conhecidos como fraturas de


contração ou de fechamento
Classificação Geométrica

1- Em relação às estrutura planares (acamamento, xistosidade,


bandamento gnáissico)

juntas direcionais: paralelas à estrutura planar.


juntas horizontais: concordantes a planos horizontais
juntas diagonais: oblíquas à direção da camada
2- Em relação a eixos de dobras

Juntas transversais: perpendicular ao eixo da


dobra

Juntas longitudinais: paralelas às superfícies


axiais. Sua origem não é clara. Talvez estejam
relacionadas à liberação de tensões ao cessar
o dobramento

Juntas oblíquas: duas juntas de cisalhamento


conjugadas. A superfície axial bisecta o ângulo
entre os pares conjugados
3- Em relação à disposição espacial

paralelas: paralelas entre si

concêntricas: típicas de área intrusivas.


radiais: associadas às concêntricas
4- Em relação ao espaçamento. Distância entre as fraturas,
medida perpendicularmente aos planos das mesmas,
classificam-se de acordo com sua densidade:
-muito denso: distância de < 5 cm;
-denso: quando a distância está entre 5 e 30 cm.
-regularmente denso: distância está entre 30 a 100 cm.
-pouco denso: distância está entre 100 a 300 cm.
-muito pouco denso: distância é de > 300 cm.
Caracterização Geologia de Engenharia / Geotecnia

Para a caracterização do estado de fraturas do maciço as juntas devem ser observadas


quanto aos seguintes aspectos:

•qualidadeda superfície de ruptura: lisa ou áspera

•geometria da superfície: planas ou curviplanares

•espaçamento: distância média entre as juntas

•abertura: distância de afastamento entre os blocos

•persistência: extensão tanto -na horizontal quanto na vertical

•alteração das paredes

•preenchimentopor elementos de naturezas diversas.


As juntas são utilizadas para definição do estado de segmentação do maciço
rochoso. Tal estudo prevê:

•definição de domínios homogêneos (área na qual um elemento se apresenta contínuo


e sem variações significativas)

•levantamento sistemático em cada domínio.


IMPORTÂNCIA PRÁTICA DAS JUNTAS

• Nas escavações subterrâneas facilitam o desmonte mas impõem a necessidade de


escoramento.

• Permitem a formação de aqüífero, mas por outro lado permitem a infiltração de água em
obras subterrâneas.

• Controle de mineralização.

• Condicionamento de relevo e de drenagem.

• Permitem a ação rápida da erosão, propiciando a mais rápida denudação do terreno.

•Na mineração auxilia o desmonte de rocha, porém prejudica a retirada de blocos intactos
para uso como rochas ornamentais
Falha – É uma descontinuidade planar entre blocos de rocha, os
quais apresentam-se deslocados entre si, paralelamente à
descontinuidade.

O que caracteriza uma falha é a ocorrência de movimento diferencial entre os blocos.


REGIME DE ESFORÇO Assumindo que não existe esforço de cisalhamento na
TECTÔNICO superfície da terra
Anderson (1951)

σv = σ1 – Regime de
falha normal

σv = σ2 – Regime de
falha transcorrente

σv = σ3 – Regime de
falha de empurrão
Natureza dos Esforços e Feições Estruturais Relacionadas
Natureza dos Esforços e Feições Estruturais Relacionadas
Natureza dos Esforços e Feições Estruturais Relacionadas
Par conjugado de Riedel
ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS FALHAS

•Plano de Falha (PF)

•Capa ou Teto (hangwall): bloco que situa-se sobre o plano de falha.

•Lapa ou Muro (footwall): bloco que situa-se sob o plano de falha.

•Espelho de falha: superfície lisa, brilhante, normalmente cheia de estrias de


atrito, situado sobre o plano de falha.

•Traço ou linha de falha: a linha formada pela interseção do plano de falha (PF)
com a superfície terrestre ou o plano horizontal (PH).
Classificação de Falhas

Com base na relação


entre o mergulho do
plano de falha com o
pitch

pitch: ângulo de mergulho de uma


estria de atrito (slickensides) contida
no plano de falha
Termos que Descrevem Arranjos de
Falhas em Planta

Arranjo Paralelo

Anastomosado

Arranjo En-echelon

Arranjo em revezamento

Arranjo conjugado

Arranjo não sistemático: em geral, relacionado


com a reativação de falhas mais antigas
Anatomia de uma falha

Núcleo da falha (falha mestra)

Zona de dano (damage zone)

Zona de arrasto (drag zone)


Modelo geral de formação de falhas
a - Bandas individuais de deformação

b - Conexão das bandas

c - Formação de uma zona de bandas de deformação

d - Falhamento dessa zona

Falha: quando a perda de


coesão e deslizamento
ocorrem ao longo de uma
superfície singular de fratura

Zona de Falha: quando a perda


de coesão e o deslizamento são
acomodados em várias falhas,
dentro de uma banda de
largura discernível.
Reconhecimento de falhas

Expressão geomorfológica:

Traço e escarpa de falha


Facetas triangulares e leques aluviais
Exposição do plano de falha

Decorrente de um deslocamento da
superfície topográfica, produzido por
um movimento dip-slip ao longo da
falha.

Representa uma feição recente


Alto topográfico alinhado com o plano de falha,
originado por falhamento de uma camada
resistente.

Resulta das diferenças na susceptibilidade à erosão


de rochas justapostas.
Outras Feições Geomórficas

Deslocamento de cursos de rios

Variação brusca de gradiente hidráulico através da


linha de falha

Alinhamento de fontes termais e tipos de vegetação


Vales suspensos

Escorregamentos
Reconhecimento de falhas

Efeitos sobre a geologia ou unidades estratigráficas

Truncamento de Estruturas mais Antigas


Falhas podem ser observadas em excelente exposição natural, mas na maioria das
vezes não são observadas diretamente.

São inferidas a partir de descontinuidade geológicas, através de uma zona não


exposta que se presume ser a expressão da zona de rejeito da falha na superfície.

•Reconhecimento pelo espelho de falha: superfície lisa, normalmente escura e


brilhante que contém as estrias de atrito

•Ocorrência de estrias de atrito (slickensides)

•Mudança brusca de litotipos

•Mudança brusca de fácies metamórficas

•Mudança brusca de estilo estrutural

•Mudança brusca de fácies sedimentares


Drag folds – dobras de arrasto Evidenciado pela deflexão das
superfícies planares (ex.,
acamamento) ou horizontes
guias adjacente à falha.
A deflexão pode ser produzida por
fricção ao longo da superfícieda
falha (núcleo), quando as
camadas deslizam sobre a sua
superfície.
Rochas de Falha
Milonitos
Feições Intrínsecas das falhas:

Lineações na Superfície de Falha

As lineações indicam o movimento ao longo da falha mas não provam


que tenha havido um falhamento significativo e não mostram o sentido
do movimento.
Asperitos

Definem cristas longitudinais e transversais ou degraus sobre o plano de falha;

Podem marcar a superfície de falha durante o deslizamento, criando lineações tipo


slickenside, slickenlines, slikenfibers, estrias.

Com a progressão do deslizamento friccional, os asperitostendem a desaparecer por erosão


tectônica
Sclickenline sou estrias:
São linhas sobre uma superfície de falha polida, a grosso modo paralelas e mostrando
a direção de movimento do bloco oposto.
Sclickensides:
Superfície de falha polida e brilhante, quando um material mais duro em um dos blocos
desliza contra um material mais mole no bloco adjacente.
Grooves
São ranhuras finas ou grossas sobre a superfície de falha

Slickensides, grooves e estrias podem ser (e quase


sempre são) termos confusos
E ainda podem indicar direções de movimentos
conflitantes em certas superfícies de falha.
Sclickefibers:
São fibras de cristais alinhadas, produzidas por crescimento direcional preferencial de minerais
durante falhamento, na direção de movimento.

São comuns fibras de quartzo, calcita e clorita, que requerem a presença de água. As fibras
informam apenas o último movimento ocorrido sobre a superfície de falha. Podem não ser
representativas da história da falha.
Sclickefibers:
STEPS (degraus): pequenos degraus que se formam com o deslizamento da falha, com descida
ocorrendo no sentido do movimento do hangingwall.

As fibras tendem a construir degraus em função das irregularidades da superfície de falha.

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