Sedimentologia
Sedimentologia
Sedimentologia
Rochas sedimentares representam 5% em volume do total de rochas da Terra, no entanto 75% da superfcie terrestre constituda por rochas (meta) sedimentares. A metodologia de estudo utilizada para as rochas sedimentares pode ser utilizada em rochas metamorfizadas a baixo grau. A textura de uma rocha sedimentar um reflexo dos agentes que promoveram o transporte dos sedimentos. As rochas sedimentares podem se formar em ambientes francamente continentais, transicionais (sistemas de linha de costa) ou francamente marinho. Podemos descrever fluxos laminares (no h transferncia de massa ou energia entre as camadas fluidas muito lento) ou turbulentos (apresenta vrtices e redemoinhos, maior velocidade que o fluxo laminar, como efeito da turbulncia as partculas ficam em suspenso no fluido). Tenso de cisalhamento a fora de arraste por unidade de rea entre duas massas fluidas que escoam. >> Fluxo laminar : existe diferena de velocidade entre as linhas de deslocamento.
T= (dv/dy)
a viscosidade dinmica (absoluta) dv/dy o gradiente de velocidade (y a distncia a partir da base e v a velocidade) >> Fluxo turbulento
T= ( +n). dv/dy
n a viscosidade devido turbulncia ( +n) a viscosidade aparente ***uma maior ou menor tenso de cisalhamento implica em modificaes da forma de leito de sedimentao. Pode-se distinguir fluxos turbulentos de laminares atravs de um nmero adimensional conhecido como nmero de Reynalds . No entanto, em situaes onde as foras de resistncia passam a ser controladas no s pela viscosidade do lquido, mas tambm pela geometria do leito e rugosidade da superfcie, utiliza -se o nmero de Froude e no o de Reynalds.
Fr > 1 fluxo supercrtico ou torrencial Fr < 1 fluxo subcrtico Fr = 1 fluxo de transio
Camada limite a zona onde o fluido sensivelmente retardado pelas foras friccionais. onde o fluxo diretamente afetado pelo fundo ou limites do canal. A camada limite pode variar de alguns milmetros at a espessura total da lmina dgua. nessa camada que o fluido perde grande parte da sua energia cintica. Fluxo principal
sedimentos finos (silte fino e argila)
------------------------------------------Camada limite sedimentos mais grossos Competncia de um fluxo Velocidade mnima para o movimento inicial doas sedimentos ~ 20 cm/s. Para gros mais grossos, o tamanho do gro movimentado proporcional velocidade da corrente. Para sedimentos de granulometria fina consolidados ( < 0,1 mm areia muito fina) a energia necessria para colocar o gro me movimento cresce com a diminuio do tamanho da partcula , devido s foras de coeso entre elas (silte e argila), em funo da presena de cargas eletrostticas (fenmeno de adsoro foras de Van der Waals). Soma-se a isso a reduo de porosidade nos sedimentos consolidados, oferecendo maior resistncia ao deslocamento das partculas. Aps a entrada do sedimento no fluxo o que vai definir quando e como o sedimento volta ao fundo funo de sua velocidade de assentamento versus condies de energia do fluxo. Padro de transporte de sedimentos (partculas individuais, em meio aquoso ou elico) >> rolamento e deslizamento (funo da geometria da partcula) >> saltao (melhor desenvolvida em ambiente elico que aqutico) *** um gro em saltao que se choca com as partculas maiores do leito promovem a movimentao desta tambm. >> suspenso intermitente Areia muito fina e silte grosso suspenso intermitente. Lama suspenso contnua. Cascalhos e areias grossas rolamento ou deslizamento. ** ocorre uma seleo hidrulica das partculas. >> tapete de trao (rolamento + saltao)
Padro de transporte de sedimentos (para populaes granulomtricas) >> carga de leito (bed load) a parte que se move bem junto ao leito, principalmente por rolamento, deslizamento ou saltao.
>> carga suspensa intermitente (intermitent load) constitui o material arrastado em direo parte principal do fluxo devido turbulncia, retornando ao leito periodicamente quando as condies hidrulicas do ambiente assim o permitem. >> carga suspensa contnua (suspended load) so materiais de granulao muito fina (silte e/ou argila), transportados em suspenso contnua e que em geral permanecem dessa situao at a desacelerao total do fluxo.
Principais tipos de depsitos sedimentares (segundo Selley, 1976) >> Depsitos de suspenso gerados pelo assentamento das partculas a partir do material em suspenso predominantemente contnua constitudos de siltes finos e argilas, por exemplo, lamas pelgicas, lacustres, de plancies de inundao aluviais e de frente de deltas. A sedimentao nesses casos pode ser muito lenta (plancies abissais, bacias ocenicas e lagos 5 cm por milnio) ou rpida (frentes deltaicas, plancies de inundao vrios metros por ano). >> Depsitos de correntes trativas nesses depsitos a trama e as estrutura s dos sedimentos refletem a maneira do transporte feito principalmente por rolamento, deslizamento e saltao. Em geral, apresentam estratificaes cruzadas/horizontais, constituindo -se em depsitos formados por acreo lateral. Gerados por rios, vento, on das, mars, etc. so resultantes de processos relativamente rpidos. >> Depsitos de correntes de densidade combinao de processos de trao e suspenso. Caracterizados por mistura catica de material cascalhoso, arenoso, siltticos e argilosos de grande s volumes e extenses. Caracterizam-se geneticamente pela ao da gravidade atuando sobre os gros, fazendo com que esses se movimentem e desloquem os fluidos intersticiais, os quais promovem o deslocamento de toda massa fluido -sedimento, dando origem s denominadas correntes de densidade, cujos tipos mais comuns e geologicamente importantes correspondem s correntes de turbidez e seus depsitos (turbiditos).
Regimes de fluxo e formas de leito Segundo Simons et. al. (1965) um intervalo de condies de fluxo, tendo caractersticas de resistncia ao deslocamento do fluxo e do tipo de transporte de sedimentos similares, produzindo formas de leito tambm similares. Regime de Fluxo Inferior (RFI) Passando por transio Regime de Fluxo Superior (RFS) Com o aumento da velocidade as formas de leito mudam conforme o diagrama abaixo: Small ripples mega ripples camada plana com movimento antidunas Tal classificao baseada:
>> na geometria das formas de leito >> no tipo de transporte dos sedimentos >> na natureza da resistncia oferecida ao fluxo >> na relao de fase entre a superfcie da lmina dgua e a superfcie do leito sedimentar Regime de Fluxo Inferior (RFI) >> resistncia ao fluxo grande >> transporte de sedimentos relativamente pequeno >> formas de leito: small ripples, mega ripples ou combinao de ambas. >> ondulaes da superfcie da gua fora de fase com as ondulaes do leito. >> tipo de transporte mais comum: movimento individual dos gros migrando do lado dorsal das ripples e caindo em avalanche na face frontal. >> Fr > 1. Regime de Fluxo Superior >> resistncia pequena ao fluxo. >> intenso transporte de sedimentos. >> formas de leito: camada plana com movimento (plane bed) e/ou antidunas. >> ondulaes da superfcie da gua em fas e com ondulaes do leito. >> segregao de material do leito desprezvel. >> tipo de transporte: gros individuais arrastados continuamente e com alta velocidade logo acima do leito (correia transportadora), no sentido da corrente. >> Fr > 1. *** silte grosso e areia fina tendem a ser mais estveis, formando small ripples. *** num RFI a granulometria mais grossa tende a formar camadas planas sem movimento. No entanto, o plano de estabilidade dessa transio baixo e por isso raridade no registro geolgico. ***o campo de estabilidade das mega ripples maior quando as granulometrias so maiores. Com o aumento da energia as mega ripples passam a ter cristas lunadas (meia lua voltada contra o fluxo). *** com o aumento da energia as small ripples passam a ter formas linguides (meia lua voltada a favor do fluxo). *** No RFS no h formao de angulosidade no leito devido grande energia do fluxo (correia transportadora). *** numa antiduna os estratos se formam contra a corrente. *** lineao de partio (preservado na rocha) indicadores de paleocorrentes. (para lineaes recentes usa-se o termo lineao de corrente)
*** quanto mais rasa a lmina dgua melhores as formas de leito em RFS se formam. Para lminas de gua profundas a velocidade tem que ser mui to alta para que se formem formas de leito do RFS.
Regimes de fluxo so utilizados para se interpretara formas de leito formadas por trao.
Estruturas sedimentares Indicam as feies encontradas nos sedimentos e rochas sedimentares em uma escala substancialmente maior que seus constituintes granulares (in Blatt, et. al., 1980). >> Estruturas primrias geradas ao tempo da deposio e/ou imediatamente aps a deposio dos sedimentos. Constituem em sua maioria as formadas por correntes ou ondas, processos deformacionais sin-sedimentares e as estruturas orgnicas. >> Estruturas secundrias so aquelas formadas aps a deposio dos sedimentos ou por processos qumicos durante e aps a liti ficao dos sedimentos. Classificao das estruturas sedimentares So inmeras (descritivas e genticas), porm quase sempre confusas e questionveis. Genericamente so divididas em 4 classes distintas: >> Estruturas fluidodinmicas >> deformacionais >>biognicas >>qumicas
Conceitos bsicos - estratificao (estrato): unidade de sedimentao distinguvel por estrutura interna e/ou textura das camadas sobrejacentes e sobrepostas. Convencionalmente (Mckee & Weir, 1953) Estratos > 1 cm: camada Estratos < 1 cm: lmina - Para camadas com ou sem estratos cruzados: >>conjunto de estratos (set): grupo de estratos geneticamente relacionados. >>co-conjunto de estratos (co-set): estratos (sets) similares e geneticamente relacionados. - baseado na superfcie que limita o set: >> estratificao X planar: base e topo do set planos ou aproximadamente planos. >> estratificao X acanalada (festonada trough ou festoon):superfcies limitantes dos sets so curvas representando feies de eroso.
Origem da estratificao cruzada >lado frontal: lado protegido da onda >carga de leito se acumula aps o ponto mximo de elevao (ngulo de repouso: 34). > nada se deposita na crista!!! > carga em suspenso intermitente vo se depositar aps o brintpoint. Migrao das formas de leito ocasiona formao de estratos cruzados ou normais. >>relao eroso/deposio = 1 - As formas de leito se movimentam na horizontal. - o maior vetor velocidade na crista e por isso, no existe deposio de sedimentos. - a carga em suspenso se deposita na calha. >> estratificao cruzada planar/tabular Sets de estratos X que apresentam dimenses laterais amplas em relao a sua espessura. Superfcies limites so aproximadamente paralelas (tipo tabular). - os estratos cruzados so planos e paralelos entre si, o ngulo de mergulho dos estratos X com a superfcie limitante de aproximadamente 30. - origem: migrao de megaondulaes 2D. - a grande continuidade dos sets reflete a origem bidimensional da forma de leito. >> estratificao cruzada acanalada (trough) - o set inclinado contra a corrente. - ngulo de repouso 25. -origem: megaondulaes 3D > linguides (small ripples) > luniformes (mega ripples) - o corpo da forma de leito original erodido e o que fica pres ervado a calha, quando cortado perpendicularmente ao fluxo origina uma forma de leito caracterstica chamada de festoon. - o contato basal tangencial - os sets so limitados por formas em cunha. >> relao eroso/deposio > 1 - O volume depositado do lado frontal, maior que o erodido, no lado dorsal da mesma ondulao. - a carga suspensa adicionada ao sistema, calhas e cristas se elevam ou ascendem em relao superfcie deposicional segundo um determinado ngulo chamado climbing (cavalgante). - a deposio da carga suspensa intermitente acontece ao mesmo tempo que a deposio por rolamento e trao. - s ocorre com migrao de small ripples.
- o que determina a linha de ascenso a unio dos pontos de calha e a partir da se observa o ngulo climbing. - estrutura relativamente comum, em ambientes de deposio muito rpida (aps grande baixa no fluxo de energia) de sedimentos de carga de suspenso. Lacustre, marinho, basta combinar trao e suspenso. >> laminao plano-paralela (horizontais) - sedimentao verdadeira (?) - areia muito fina argila. - deposio a partir de nuvens de deposio (gradao normal).
Ritmitos
Rocha formada pela alternncia de leitos de sedimentos de granulometria variando (mm a cm). - leitos mais grossos: silte, areia fina (podem apresentar laminao X). - leitos mais finos: silte fino, argila, mica e matria orgnica. - interlaminao fina ritmitos. - alternncia rtmica com composio, textura e cores diferentes, lminas de estruturas milimtricas. - mudanas regulares e cclicas no transporte e produo dos sedimentos. Essas mudanas podem ser: > de curta durao, como variao de fluxo, correntes e mars. > de longa durao, como variaes sazonais causadas por alteraes climticas. Ex.: Varvitos (rocha sedimentar de origem lacustre/glacial. - outros ambientes: plancies de mars mistas, ambientes com pouca ou nenhuma circulao dgua, ambientes (grandes corpos dgua) com pouca ou nenhuma corrente (lagunas e baas). Gradao Modo de deposio dos sedimentos conforme a classe granulomtrica. - normal - inversa - normal/inversa/normal (no h superfcie abrupta de descontinuidade)
Imbricao de seixos Os seixos alongados tendem a se dispor inclinados para o sentido do fluxo.