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Lettow-Vorbeck - o Leao Da Africa

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1

PAUL EMIL VON LETTOW-VORBECK

Paul Emil von Lettow-Vorbeck

Paul Emil von Lettow-Vorbeck (20 de Março de 1870 - 9 de Março de 1964) foi um
general alemão, comandante da campanha da África Oriental Alemã na Primeira
Guerra Mundial, a única campanha colonial dessa guerra onde a Alemanha não foi
derrotada. Também foi o único comandante a invadir solo britânico na Primeira Guerra
Mundial.

2
ÍNDICE

1 - BIOGRAFIA
O 1.1 - PRIMEIROS ANOS
O 1.2 - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
O 1.3 - LEGADO E CARREIRA PÓS-GUERRA

2 - OBRAS PUBLICADAS

3 - FOTOS

4 - NOTAS DE RODAPÉ

5 - BIBLIOGRAFIA

3
1 - BIOGRAFIA
1.1 - PRIMEIROS ANOS

Nasceu no seio de uma família militar em Saarlouis, na Federação da Alemanha do


Norte, e, destinado também a seguir a carreira militar, estudou ciências militares,
preparando-se para uma carreira de oficial de artilharia.

A sua primeira missão de relevo aconteceu em 1900 quando, ainda tenente, foi
encarregue de comandar um destacamento alemão que colaborou com forças
militares de outras potências europeias na contenção da Rebelião Boxer, na China.

Em 1904 partiu para o Sudoeste Africano Alemão (actual Namíbia) como ajudante-de-
campo do general Martin Chales de Beaulieu, comandante das forças enviadas para
apoiar as Schutztruppe (as “tropas de protecção”) da colónia na denominada Guerra
dos Hotentotes, a insurreição dos povos nama e herero que ocorreu entre 1904 e 1908
e que conduziu ao genocídio dos hereros e namas, a primeira grande catástrofe
humanitária do século XX. Nessa campanha foi ferido no olho esquerdo e forçado a
retirar-se para a África do Sul, onde convalesceu. Durante essa estadia forçada,
conviveu com o general Jan Smuts, de quem se tornaria amigo para toda a vida,
apesar de depois ter de o defrontar durante a Primeira Guerra Mundial.

Terminada aquela campanha, regressou à Alemanha e foi nomeado comandante do II.


Seebataillon (o 2.º batalhão naval) da Kaiserliche Marine-Infantarie (fuzileiros da
Marinha Imperial Alemã), cargo que exerceu de Janeiro de 1909 a Janeiro de 1913, na
base naval de Wilhelmshaven.

Foi seguidamente colocado no comando da força colonial de protecção, as


Schutztruppe, da colónia alemão de Kamerun, actuais Camarões, na África Ocidental.

1.2 - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

No princípio de 1914, von Lettow-Vorbeck foi escolhido para comandante da pequena


guarnição alemã de 300 soldados e doze companhias de askari que guarneciam a
África Oriental Alemã, actual Tanzânia. Com o início da guerra na Europa, em Agosto
daquele ano, sabendo da vantagem do poder iniciativa num contexto periférico ao
palco do conflito principal, como era no caso a África Oriental, ignorou as ordens
recebidas do governo de Berlim e do governador da colónia, o Dr. Heinrich Schnee,
que insistiam na necessidade de manter a neutralidade da África Oriental Alemã.[1].

Von Lettow-Vorbeck de imediato ignorou as ordens do governador, nominalmente seu


superior, e preparou-se para a guerra, a qual se iniciou por um ataque anfíbio à cidade
de Tanga, que teve lugar entre 2 e 5 de Novembro de 1914, repelindo os britânicos e
os seus aliadas na acção que ficou conhecida pela Batalha de Tanga, uma das mais
violentas de toda a campanha.

Reuniu então os escassos homens e suprimentos disponíveis e preparou-se para


ganhar a iniciativa e atacar as ferrovias britânicas na África Oriental. No processo
conseguiu uma segunda vitória sobre os britânicos, vencendo a Batalha de Jassin,
travada a 18 de Janeiro de 1915.

4
As vitórias que foi conseguindo permitiram-lhe captura armamento moderno e outros
abastecimentos, urgentemente necessários dado o isolamento das forças alemães em
relação à metrópole, consequência do bloqueio naval aliado ao Império Alemão.

Para além das vantagens logísiticas, as vitórias deram grande impulso à moral de
seus homens, embora von Lettow-Vorbeck também nelas perdesse muitos dos seus
soldados mais experientes, entre eles o "esplêndido” capitão Tom von Prince[2], que
não poderiam facilmente ser substituídos no isolamento em que se encontrava.

O plano de von Lettow-Vorbeck para era simples: sabendo que no contexto da a


Guerra a África Oriental não passaria de um palco periférico, decidiu capturar o
máximo de tropas britânicas possível e manter o máximo de pressão sobre as forças
remanescentes pois as removeria da Frente Ocidental, contribuindo dessa forma para
a vitória alemã na Europa.

Von Lettow-Vorbeck sabia que podia contar com os seus oficiais, altamente motivados
e competentes (sua taxa de vítimas era certamente prova disso)[3]. Como
consequência das perdas custosas de pessoal, ele passou a evitar confrontos directos
com soldados britânicos, em vez disso levou seus homens a engajar invasões de
guerrilha nas províncias britânicas do Quénia e da Rodésia, atacando os fortes
britânicos, ferrovias e comunicações - tudo com o objectivo de forçar a Entente a
desviar o efectivo do teatro de guerra na Europa. Ele convocou 12,000 soldados, a
maioria deles askari, mas todos bem treinados e bem disciplinados. Os askari
ganharam uma especial reputação pela sua capacidade de luta e lealdade. Von
Lettow-Vorbeck também servia como comandante-modelo, ganhando pelo exemplo o
respeito e lealdade dos seus homens. Percebeu as necessidades críticas da guerra de
guerrilha em que ele usou tudo o que lhe era disponível se tratando de suprimento,
ele usou o grupo e artilharia do cruzador alemão SMS Königsberg (afundado no delta
do Rio Rufiji em 1915) que possuía uma tropa capacitada sob o comando de Max
Looff, bem como suas numerosas armas, que foram convertidas em peças de
artilharia para a luta em terra, que seria o mais alto padrão de peças de artilharia de
terra usadas na guerra da Africa.

Em Março de 1916, os britânicos sob o comando do seu amigo general Jan Smuts
lançaram uma formidável ofensiva, com 45,000 homens. Von Lettow-Vorbeck,
pacientemente, usou o clima e o terreno como seus aliados enquanto suas tropas
lutavam contra os britânicos em suas condições para sua vantagem. Os britânicos,
entretanto, continuaram enviando mais tropas forçando von Lettow-Vorbeck a ceder
território. Não obstante, ele conseguiu impor por diversas vezes pesadas derrotas aos
britânicos, incluindo uma em Mahiwa em Outubro de 1917 onde perdeu 100 homens
enquanto os britânicos perderam 1,600 homens.

Apesar dos seus esforços, os britânicos mantinham uma decisiva vantagem em


efectivo, e não tinha ilusões de que qualquer território que ele capturasse poderia ser
guarnecido por muito tempo. Decidiu então fazer uma incursão para sul, penetrando
na então colónia portuguesa de Moçambique, onde ganhou homens e abastecimentos
ao atacar guarnições portuguesas. Reentrou no território da África Oriental Alemã em
Agosto de 1918, apenas para rumar para oeste e atacar a Rodésia do Norte, evitando
a armadilha que os britânicos lhe haviam preparado na África Oriental Alemã.

A 13 de Novembro de 1918, dois dias após a assinatura do Armistício de Compiègne,


tomou a cidade de Kasama, que os britânicos haviam evacuado,[4], naquela que foi a
última vitória alemã no conflito. Daí continuou rumando para sudoeste, internando-se
no coração de África em direcção ao Katanga. Quando alcançou o rio Chambeshi, na

5
manhã de 14 de Novembro, o magistrado britânico Hector Croad apareceu sob uma
bandeira branca e entregou uma mensagem do tenente-general Sir Jacob van
Deventer informando-o do armistício[5]. Von Lettow-Vorbeck imediatamente concordou
com um cessar-fogo. O local onde o encontro ocorreu, hoje território da Zâmbia, está
assinalado pelo Memorial von Lettow-Vorbeck.

Aceitou então as instruções dos britânicos para se dirigir com as suas forças para
norte, até Abercorn (actual Mbala) para aí formalmente render o seu exército invicto, o
que ocorreu a 23 de Novembro.[5] As suas forças consistiam então de 30 oficiais
alemães, 125 sargentos e outros postos alistados e 1,168 askaris[6].

1.3 - LEGADO E CARREIRA PÓS-GUERRA

Paul Emil von Lettow-Vorbeck (à direita) com Günther von Kluge.

Após a guerra, von Lettow-Vorbeck organizou esforços diversos para repatriar os


soldados alemães que ficaram em África e os prisioneiros que estavam sob controlo
dos diversos beligerantes. Também tentou garantir que os soldados e demais
colaboradores africanos receberiam tratamento adequado. Conheceu então Sir
Richard Meinertzhagen, o oficial dos Serviços Secretos Britânicos com quem travara
uma luta pessoal durante o conflito.

Von Lettow-Vorbeck retornou à Alemanha em Janeiro de 1919, recebendo uma


recepção de herói e a promoção a major-general, a última ordem de serviço do

6
Imperador antes de ser deposto. A Schutztruppe de von Lettow-Vorbeck foi o único
exército alemão que foi autorizada a realizar uma parada de vitória através das Portas
de Brandeburg, em Berlim após a Primeira Guerra Mundial, pois não só nunca se
rendera, mas frequentemente venceu contra adversários bem mais poderosos. Von
Lettow-Vorbeck foi também o único comandante alemão que conseguira invadir
território britânico no decurso da Primeira Guerra Mundial.

Numa manifestação do espírito cavalheiresco que então existia, após a guerra, tornou-
se amigo íntimo de diversos oficiais britânicos que contra ele lutaram durante a guerra,
muitos dos quais posteriormente o ajudariam quando em consequência da Segunda
Guerra Mundial atravessou um período de grandes privações.

Participou da política caótica da República de Weimar e, de Maio de 1929 a Julho de


1930, foi deputado no Reichstag. Nesse período tentou sem sucesso estabelecer uma
coligação de oposição a Adolf Hitler e ao Partido Nazi. Apesar da sua oposição ao
nazismo, estes tentaram usar a sua história para fins de propaganda, escondendo a
sua relação de respeito para com os askari. Em 1938, aos 68 anos de idade, foi
nomeado general para propósitos especiais do Terceiro Reich, mas não foi convocado
para o serviço activo.

No final da Segunda Guerra Mundial foi destituído, deixando de receber a sua pensão.
Os seus dois filhos, Rüdiger e Arnd, foram mortos em acção ao serviço do Exército
Alemão, a sua terra natal, parte das Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha,
tornou-se o Protectorado de Sarre, a sua casa em Bremen foi destruída pelos
bombardeamentos dos Aliados: para sobreviver dependeu por algum tempo de
pacotes de comida que os seus antigos adversários na África Oriental, o coronel
Richard Meinertzhagen e o general Jan Smuts, lhe enviavam. Com o estabelecimento
da República Federal da Alemanha (a Alemanha Ocidental) e a recuperação
económica, recuperou financeiramente, recebendo uma pensão governamental pelos
serviços militares e parlamentares que prestara.

Em 1953 visitou sua outra pátria, a África Oriental, onde foi efusivamente saudado
pelos askaris sobreviventes e recebido com cortesia e honras militares pelos oficiais
coloniais britânicos[7].

Paul von Lettow-Vorbeck foi considerado um comandante audaz, embora prudente,


que mostrou habilidade incomum na condução de uma guerra de guerrilha em terreno
desconhecido. Com poucos homens e virtualmente sem abastecimentos, reteve forças
britânicas dez a doze vezes maiores. Conseguiu, contra todas as expectativas,
permanecer invicto, tendo desviado forças britânicas de outros campos de batalha,
sendo surpreendido pelo fiim da guerra quando marchava para atacar a ferrovia e as
minas Aliadas em Katanga. Soube ganhar o respeito dos seus askari e dos oficiais
europeus, amigos e inimigos.

A campanha da África Oriental foi ganha contra o "modestamente imenso exército


Aliado" que se defrontou com "uma força alemã liderada por um obscuro oficial
prussiano que poderia ter conduzido cursos de pós-graduados em tácticas regulares
de guerra para Che Guevara, general Vo Nguyen Giap e outros mais célebres, porém
menos habilidosos, guerrilheiros"[8]. Os feitos de von Lettow-Vorbeck em terras da
África foram "a maior operação isolada de guerrilha da História, e a mais bem
sucedida."[9].

Um de seus jovens oficiais, Theodor von Hippel, usaria depois a sua experiência sob o
comando de von Lettow-Vorbeck para ser formar os Brandenburgers, a unidade de

7
comandos da agência de informações alemã Abwehr durante a Segunda Guerra
Mundial[10].

Em 1964, ano em que von Lettow-Vorbeck faleceu e meio século após sua chegada a
Dar es Salaam, o Bundestag da Alemanha Ocidental votou uma dotação destinada a
financiar o pagamento dos salários devidos aos askari ainda vivos. Foi instalada uma
pagadoria temporária em Mwanza, nas margens do Lago Vitória, à qual os
interessados se deveriam dirigir. Contudo, dos cerca de 350 sobreviventes, apenas um
grupo limitado dispunha dos certificados que von Lettow-Vorbeck lhes havia entregue
em 1918. Outros apresentaram como prova pedaços de seus velhos uniformes, mas
muitos não dispunham de qualquer meio de prova da sua condição de veterano. O
funcionário alemão encarregue do pagamento teve então a seguinte ideia: a cada
requerente que se apresentasse sem documentos seria dado uma vassoura e
ordenado, em alemão, que simulasse um manejo de arma. Nenhum dos homens que
se apresentaram falhou no teste.

Quatro quartéis do Exército Alemão (Bundeswehr), localizados em Leer, Hamburg-


Jenfeld, Bremen e Bad Segeberg, foram nomeados em sua honra. Contudo, com as
reduções de pessoal e encerramento de 178 instalações militares que ocorreu após a
unificação alemã, o último dos quartéis denominados em honra de von Lettow-Vorbeck
(em Bad Segeberg) fechou no ano de 2004.

2 - OBRAS PUBLICADAS
von Lettow-Vorbeck: Heia von Lettow-Vorbeck: My
Safari! Deutschlands Kampf in Reminiscences of East Africa
Ostafrika Leipzig, 1920. (tradução em inglês do citado
acima) ISBN 0-89839-154-7

von Lettow-Vorbeck: Mein von Lettow-Vorbeck: East


Leben Koehlers African Campaigns (Meine
Verlaggesellschaft, Biberach an Erinnerungen aus Ostafrika,
der Riss, 1957. inglês). Prefácio por John
Gunther. New York: Speller,
1957.

8
3 - FOTOS

General von Lettow-Vorbeck e o governador colonial Heinrich Schnee.

Paul Emil von Lettow-Vorbeck (20 de


Março de 1870 - 9 de Março de 1964)
foi o comandante alemão da
campanha da África Oriental Alemã na
Primeira Guerra Mundial, a única
campanha colonial dessa guerra onde
a Alemanha não foi derrotada.Também
foi o único comandante a invadir solo
britânico na Primeira Guerra Mundial.

9
Askari do Schutztruppe com a
bandeira de Guerra do Império
Alemão, África Oriental Alemã, 1906.
Schutztruppe (literalmente "força de
proteção") era o nome oficial das
tropas coloniais nos territórios
africanos do império colonial alemão
desde o final do século XIX até 1918.
Semelhante a outros exércitos
coloniais, o Schutztruppe consistia de
voluntários europeus comissionados e
não comissionados (oficiais), oficiais
médicos e veterinários. A maioria das
fileiras alistadas eram geralmente
recrutadas localmente.

Ostafrika-África Oriental Alemã.

10
Companhia de Askari do Schutztruppe, 1914.

Schutztruppen, contingente voluntário colonial, África Oriental Alemã, 1914.

11
Askari Schutztruppe

12
Schutztruppe

13
O casco maltratado do SMS Königsberg. Note a
remoção de suas armas.

O SMS Königsberg foi lançado ao mar no começo de 1905, sendo completado em


1906. Foi comissionado no ano seguinte. Era armado com canhões de 10,5 cm e
chegava a velocidades de mais de 44 km/h. Tinha uma tripulação de 320 homens.
Em abril de 1914, o navio foi enviado para a África Oriental, período que
coincidiu com a eclosão da Primeira Guerra Mundial. O SMS Königsberg
inicialmente tentou atacar linhas comerciais francesas e inglesas no seu
caminho, mas durante sua carreira afundou apenas um navio inimigo (em 20 de
setembro de 2014 na batalha de Zanzibar). O Königsberg fugiu então para as
margens do rio Rufiji, perto da Tanzânia, para reparar os danos que recebeu em
Zanzibar. No meio dos reparos, um navio britânico o localizou. O Königsberg
fugiu rio a dentro mas teve sua rota de fuga bloqueada. Várias tentativas foram
feitas pelos ingleses a fim de afunda-lo mas não foram bem sucedidas. Contudo,
em 11 de julho de 1915, o SMS Königsberg foi seriamente danificado. A
tripulação abandonou a embarcação e pôs o navio parcialmente a pique. Os
sobreviventes se juntaram então ao coronel Paul von Lettow-Vorbeck e lutaram
com ele durante a Campanha da África Oriental.

14
Uma imagem invocadora do SMS Konigsberg, no delta do Rufiji.

15
Canhão de 10,5cm do SMS Königsberg,1916.

Canhão de 10,5cm do SMS Königsberg,1916.

Canhão de 10,5cm do SMS Königsberg,1915-16. Esta fotografia mostra uma das


armas de Königsberg em uma posição fixa em Nyamyami, sul de Tanga. Observe
que é camuflado por uma cabana de vegetação, construída sobre sua posição.
Esta plataforma de arma estava montada sobre trilhos para que pudesse entrar e
sair da cabana para se esconder. Esta arma foi mais tarde destruída e
abandonada perto de Masasi, em outubro de 1917, sendo a última das dez armas
de Konigsberg a ser posta fora de ação.

16
Um posto de observação alemão da artilharia, parte das defesas de terra em
torno de Königsberg no delta do Rufiji.

Canhões do Königsberg sendo movidos através da África Oriental.

As rodas
dos
canhões
vieram de
tratores a
vapor
com o da
foto ao
lado.

17
General Jan Christiaan Smuts
(Malmesbury, 24 de Maio de
1870 — Irene, 11 de Setembro
de 1950) foi um proeminente
estadista e soldado da África
do Sul. Foi primeiro-ministro
da África do Sul de 1919 a 1924
e de 1939 a 1948. Na
campanha contra a insurreição
dos povos nama e herero
Lettow-Vorbeck foi ferido no
olho esquerdo e forçado a
retirar-se para a África do Sul,
onde convalesceu. Durante
essa estadia forçada, conviveu
com o general Jan Smuts, de
quem se tornaria amigo para
toda a vida, apesar de depois
ter de o defrontar durante a
Primeira Guerra Mundial.

General Jan Christiaan Smuts, na África Oriental, observando movimentação


dos alemães nas ferrovias britânicas.

18
A Batalha de Tanga, às vezes também conhecida como a Batalha das Abelhas,
foi o ataque mal sucedido dos britânicos da Força Expedicionária Indiana sob o
comando do Major-General AE Aitken para capturar a África Oriental Alemã em
concerto com a invasão Força "C" perto das encostas do Monte Kilimanjaro. Foi
o primeiro grande evento da guerra na África Oriental e viu os britânicos
derrotados por uma força significativamente menor de Askaris alemães e
voluntários coloniais sob o comando do tenente-coronel Paul von Lettow-
Vorbeck. Essa vitória mostrou a grande capacidade de von Lettow como
comandante militar, pois suas tropas eram superadas em uma margem de 8-1 e
mesmo assim ele encontrou as condições favoráveis de atacar o inimigo, e sua
ousadia foi recompensada com uma merecida vitória que lhe permitiu conquistar
uma grande quantidade de armas e munições abandonadas pelos soldados
britânicos na sua fuga precipitada para os navios.

As baixas indianas
em Tanga foram
pesadas, cerca de
2.000 mortos. Aqui
cadáveres de
soldados do 13º
Rajputs.

19
Na Batalha de Yasini, que ocorreu em 18 de janeiro de 1915, von Lettow
derrotou mais uma vez os britânicos, mas essa batalha custou muito caro
para o comandante alemão, pois ele perdeu 27 oficiais e sargentos alemães,
incluindo o capitão Tom von Prince, seu substituto e confidente. Esses
homens eram experientes e insubstituíveis, porque era impossível chegar
reforços vindos da Alemanha, por causa do domínio marítimo britânico.
Apesar destas perdas dolorosas, von Lettow felicitou os capitães britânicos
Hanson e Turner, responsáveis pela defesa de Yasini e os liberou sob a
promessa de que eles não voltariam a lutar com ele novamente.

Yasini foi defendida por uma


guarnição de quatro
companhias de tropas
indianas, comandadas pelo
coronel Raghbir Singh. O
coronel Raghbir Singh foi
morto durante a batalha.

20
Tom von Prince (9 de Janeiro de 1866 a 19 de Janeiro de 1915) tinha pai Inglês e
mãe alemã e fora camarada de curso de von Lettow-Vorbeck quando
frequentaram a Escola Militar de Kassel. Aproximadamente em 1900, von Prince
deixou a Schutztruppe e administração colonial para se estabelecer como um
proprietário de terras na África Oriental. Junto com sua esposa Magdalene, ele
fundou uma plantação perto Sakkarani nas Montanhas Usambara. Com a
eclosão da Primeira Guerra Mundial von Prince voltou à ativa como capitão e
comandou comando a 13.ª Companhia de Campo, dos askaris, e as 7.ª e 8.ª
Schützenkompagnies (destacamentos de franco-atiradores; sendo a 8.ª um
destacamento montado). Os feitos de von Prince granjearam-lhe junto dos
askari que com ele serviam a alcunha de bwana Sakarani (“o senhor selvagem”).
Ele morreu na Batalha de Yasini. Seu funeral ocorreu juntamente com doze
outros oficiais alemães em Tanga.

21
Max Looff (2 Maio de 1874 a 20 de Setembro de 1954) era um oficial da
Marinha Imperial alemã , que alcançou o posto de vice-almirante e mais tarde
escritor militar. Looff comandou o SMS Königsberg.

22
Biplano Farman F 40, dos três aparelhos da força expedicionária a Moçambique.
A principal função destes biplanos foi o reconhecimento da frente de combate.

Soldados portugueses combatem os alemães em Rovuma, Moçambique, 1917.

Trincheira portuguesa na
posição de Namoto, um dos flancos de
Rovuna.

23
Askaris alemães em marcha.

Askaris comandados por Paul von Lettow-Vorbeck vestidos com uniformes do


inimigo modificados.

24
Askaris comandados por Paul von Lettow-Vorbeck vestidos com uniformes do
inimigo modificados.

Askaris comandados por Paul von Lettow-Vorbeck em descanso.

25
Soldado alemão montado em um pônei camuflado de zebra. África Oriental
Alemã, 1915.

26
General Paul von Lettow-Vorbeck marchou de Chambezi para render-se em
Abercorn em 25 de novembro de 1918.

Askaris comandados por


Paul von Lettow-Vorbeck
rendernse junto com seu
comandante.

27
Da esquerda para a direita: oficial inglês, Paul Emil von Lettow-Vorbeck, Major
Georg Kraut.

Lettow-Vorbeck volta como herói de uma pátria derrotada. Berlim, Março de


1919.

28
Recepção para o General Paul von Lettow-Vorbeck, comandante das forças da
África Oriental Alemã de 1914 a 1918. Lettow-Vorbeck a cavalo na Pariser Platz
em Berlim, cercado por soldados e uma multidão de pessoas.

Paul von Lettow-Vorbeck nunca comandou


mais de 14 mil homens. Mas, em quatro anos,
fez derrotou mais de 300 mil soldados e 130
generais, infligindo mais de 60 mil baixas e
obrigando o Império Britânico a gastar mais de
15 milhões de dólares, a preços atuais. Nunca
foi vencido. O respeito que ganhou dos
adversários foi tanto que o seu maior oponente
e amigo, o general Smuts, fez questão de
garantir que os alemães recebessem sempre o
seu correio da Europa, enquanto os combatia.

29
Recepção para o General Paul von Lettow-Vorbeck, comandante das forças da
África Oriental Alemã de 1914 a 1918. Lettow-Vorbeck, a cavalo, esta com a sua
Pour Le Merite, a Blue Max.

30
O casal Paul e Martha von Lettow-Vorbeck

31
Um pai carinhoso. Lettow-
Vorbeck com seu filho mais
novo Arnd na casa de Bremen,
1933.

O General fala em 1938 na mudança de nome da escola de gramática Kaiser-


Friedrich-Strasse em Lettow-Vorbeck-Schule.

32
Paul von Lettow-Vorbeck como deputado do povo alemão, Berlim, 1930.

33
Da esquerda para a direita: Marechal de Campo Albert Kesselring, General von
Lettow-Vorbeck e Paul Lucie Rommel, a viúva de Erwin Rommel, durante a noite
de camaradagem Afrika Korps em Dusseldorf em 29/09/1956.

Lettow-Vorbeck e Smuts.

34
4- NOTAS DE RODAPÉ

1. O governador baseava a sua posição na letra do Tratado de Berlim, o


Kongoakte de 1885, pelo qual as potências coloniais europeias prometiam
mutuamente manter as suas possessões ultramarinas neutras em caso de
guerra no território europeu
2. Tom von Prince tinha pai Inglês e mãe alemã e fora camarada de curso de von
Lettow-Vorbeck quando frequentaram a Escola Militar de Kassel. Tom von
Prince estava na reserva e visitava a África Oriental Alemã quando rebentou a
guerra, sendo de imediato convocado para o serviço activo como Hauptmann
(capitão). Assumiu então o comando da 13.ª Companhia de Campo, dos
askaris, e das 7.ª e 8.ª Schützenkompagnies (destacamentos de franco-
atiradores; sendo a 8.ª um destacamento montado), unidades compostas
principalmente por filhos de colonos alemães. Os feitos de Prince granjearam-
lhe junto dos askari que com ele serviam a alcunha de bwana Sakarani (“o
senhor selvagem”).
3. Hoyt, Guerilla, p. 28
4. "The Evacuation of Kasama in 1918". The Northern Rhodesia Journal. IV (5)
(1961). Páginas 440-442.
5. Gore-Browne, Sir Stewart (1954). "The Chambeshi Memorial". The Northern
Rhodesia Journal, 2 (5) pp 81-84 (1954).
6. Haupt, Deutschlands Schutzgebiete in Übersee 1884-1918, p. 154
7. A viagem foi financiada pela revista alemã Stern.
8. Miller, Battle for the Bundu, p. ix
9. Hoyt, p. 229
10. LeFevre, Brandenburg Division, pp. 17-29.

5- BIBLIOGRAFIA

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Tempus Publishing, 2004. ISBN 0-7524-2344-4.
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General Paul Emil von Lettow-Vorbeck in the East African Theatre of the Great
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1989, ISBN 0-393-30564-3.
Werner Haupt. Deutschlands Schutzgebiete in Übersee 1884-1918 (Germany’s
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ISBN 3-7909-0204-7
Hoyt, Edwin, The Germans who never lost, Frewin, 1969, ISBN 0-09-096400-4.
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Charles Miller: Battle for the Bundu: The First World War in German East Africa.
London: Macdonald & Jane's, 1974; and New York: MacMillan Publishing Co.,
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35
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Uwe Schulte-Varendorff: Kolonialheld für Kaiser und Führer. General Lettow-
Vorbeck - Eine Biographie (Colonial Hero for Kaiser and Führer. General
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6.
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https://pt.wikipedia.org/

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Paul Emil von Lettow-Vorbeck,
apelidado afectuosamente de
Leão da África (em alemão
Löwe von Afrika), foi general
comandante das forças alemãs
na campanha da África Oriental
Alemã . Durante quatro anos,
com uma força que nunca
excedeu cerca de 14.000 (3.000
alemães e 11.000 africanos),
ele lutou contra uma força
muito maior de 300.000
soldados britânicos, belgas e
portugueses. Invicto no campo,
Lettow-Vorbeck foi o único
comandante alemão a invadir
com sucesso o solo imperial
britânico durante a Primeira
Guerra Mundial. Suas façanhas
na campanha foram descritas
por Edwin Palmer Hoyt "como
a maior operação de guerrilha
na história, e uma das mais
bem sucedidas."

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