As 07 Palavras Da Cruz
As 07 Palavras Da Cruz
As 07 Palavras Da Cruz
Sabemos que as últimas palavras de alguém, antes da morte, são aquelas que expressam
as suas maiores preocupações e recomendações.
A Igreja sempre guardou essas “Sete Palavras” com profundo amor, respeito e devoção,
procurando tirar delas todo o seu riquíssimo significado.
1 – “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34)
Com essas palavras Jesus selava todo o seu ensinamento sobre a necessidade de “perdoar
até os inimigos” ( Mt 5,44).
Na Cruz o Senhor confirmava para todos nós que é possível, sim, viver “a maior exigência
da fé cristã”: o perdão incondicional a todos.
Certa vez Pedro perguntou-Lhe: “Senhor, quantas vezes devo perdoar meu irmão, quando
ele pecar contra mim? Até sete vezes?” “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes
sete” (Mt 18, 21-22).
Com essas palavras de perdão e amor ao ladrão, Jesus nos mostra de maneira inequívoca
o oceano ilimitado de sua misericórdia. No momento que ele confiou na misericórdia do
Senhor, as portas do Céu abriram-se para ele.
Não é à toa que a Igreja ensina que o pior pecado é o da desesperança, o de não confiar no
perdão de Deus, por achar que o próprio pecado possa ser maior do que a infinita
misericórdia do Senhor.
Uma grande tentação sempre será, para todos nós, não confiar na misericórdia de Deus. S
Estas palavras, que também estão no Salmo 22.1, mostram todo o aniquilamento do Senhor.
É aquilo que São Paulo exprimiu muito bem aos filipenses: “aniquilou-
se a si mesmo, assumindo a condição de escravo” (Fil 2,8). Jesus sofreu todo o
aniquilamento possível de se imaginar: moral, psicológico, afetivo, físico, espiritual, enfim,
como disse o profeta: “foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas
iniquidades…” (Is 53,5).
E em Is 59.2...
Depois de tudo isto “ninguém tem mais o direito de duvidar do amor de Deus”. Será uma
grande blasfêmia alguém dizer que Deus não lhe ama, depois que Jesus sofreu tanto para
assumir em si o pecado de todos os homens e de cada homem. Paulo disse aos Gálatas:
“Ele morreu por mim”(Gal 5,22).
E 2 Co 5.14,15;
Mc 3.31-35:
Dizem os Padres da Igreja que esta “sede” do Senhor mais do que sede de água, é sede de
almas a serem salvas, com o seu próprio Sacrifício que se consumava naquela hora. E esta
“sede” de Jesus continua hoje, mais forte do que nunca. Muitos ainda, pelos quais ele
derramou o seu sangue preciosíssimo, continuam vivendo uma vida de pecado, afastados
do amor de Deus e da Igreja. Quantos e quantos batizados, talvez a maioria, nem sequer
vai à Missa aos domingos, não sabe o que é uma Confissão há anos, não comunga, não
reza, enfim, vive como se Deus não existisse…
Nos diz São João: “sabendo Jesus que tudo estava consumado…”, isto é, Jesus tinha plena
consciência que tinha cumprido “toda” a sua missão salvífica, conforme o desígnio santo de
Deus. Enquanto tudo não estava cumprido, Ele não “entregou” o seu espírito ao Pai. Assim,
fica bem claro que a nossa salvação depende agora de nós, porque a parte de Deus já foi
perfeitamente cumprida até às últimas conseqüências.
Confiando plenamente no Pai, que Ele fizera também nosso Pai ao assumir a nossa
humanidade, Jesus volta para Aquele que tanto amava. É o seu destino, o coração do Pai;
e é o nosso destino também. Ao voltar para o Pai, Jesus indica o nosso fim; o seio do Pai,
o Céu.
“Vós sois cidadãos do Céu” (Fil 3,20), grita o Apóstolo; por isso, como diz a Liturgia, é preciso
“caminhar entre as coisas que passam, abraçando somente as que não passam”.