Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Formação Do Território Pernambucano

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

EREM REGINA PACIS

GEOGRAFIA – 3° ANO
Formação do território Pernambucano
Situação e localização
Para se conhecer um pouco Pernambuco, é necessário, primeiramente, localizá-Io no Brasil e na região
Nordeste, onde o mesmo se encontra inserido.

O Nordeste é uma das cinco regiões geográficas brasileiras, ao lado do Norte, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Nele,
o Estado ocupa a porção Oriental, sendo banhado pelo oceano Atlântico.

De configuração geográfica longitudinal, estreito no sentido norte/sul e, alongado na direção leste/oeste,


encontra-se Pernambuco inteiramente situado dentro dos limites da zona tropical, visto que seus pontos extremos
Norte e Sul se encontram, respectivamente, entre os paralelos de 7° e 15’ e 9° e 27’ de latitude sul. Na direção
leste/oeste seus pontos se Iocalizam entre os meridianos de 34° e 48’ e 41° e 19’ de longitude Oeste de Greenwich. É
muito mais longa uma viagem que você faça do Recife a Petrolina, realizada inteiramente no território pernambucano
(770 km), do que uma viagem Recife – Natal, em que se cortam terras de três Estados brasileiros: Pernambuco, Paraíba
e Rio Grande do Norte (295 km).

Observa-se que Pernambuco faz divisa com quase todos os Estados nordestinos, exceção de Sergipe, Maranhão
e Rio Grande do Norte. Assim, ao Norte, limita-se com Ceará e a Paraíba; ao Leste com o oceano Atlântico; ao Sul com
Alagoas e Bahia e, finalmente, ao Oeste, com o Estado do Piauí.

Em consequência da configuração espacial que apresenta e do processo de povoamento que ocorreu, o espaço
pernambucano oferece, do litoral para o interior, uma sucessão de paisagens diferentes, marcadas por uma intensa
diversificação de formas de uso do solo. Assim, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou no
espaço pernambucano, em 1989, a existência de cinco mesorregiões e 19 microrregiões geográficas.

Cada microrregião é constituída por municípios, perfazendo o Estado, atualmente, cerca de 184 unidades
político-administrativas. A esses 184 municípios soma-se, o arquipélago de Fernando de Noronha, distrito estadual,
considerado como um dos Parques Nacionais Marinhos do País e que também faz parte de Pernambuco.

Fernando de Noronha, face às belezas naturais que apresenta, associadas à existência de áreas de grande
interesse ecológico, apresentando uma fauna terrestre e marinha bastante diversificada e, muitas vezes, só encontrada
no Arquipélago, é considerado como uma unidade de conservação do território brasileiro.

Os municípios possuem áreas rurais e urbanas e estão divididos em distritos. A sede do município é uma cidade
e a do distrito, uma vila. Todo município possui uma sede administrativa, a cidade, onde estão localizados os
representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O município e a sua sede tem sempre o mesmo nome.
Assim, Município do Recife/cidade do Recife; Município de Caruaru/cidade de Caruaru.

Por sua vez o Estado de Pernambuco possui uma capital que é a cidade do Recife, localizada na porção Oriental
do Estado.

Formação do território
A capitania de Pernambuco, inicialmente chamada de Nova Lusitânia, foi criada pelo Rei D. João III em setembro
de 1534, por carta de doação que a conferiu a Duarte Coelho Pereira. Ela compreendia a porção litorânea que ia da foz
do rio Santa Cruz, ao Sul da ilha de Itamaracá, até a foz do rio São Francisco, com sessenta léguas de terra no litoral, a
Leste. Estendia-se para o interior até o meridiano de Tordesilhas, através de linhas que acompanhavam os paralelos que
passavam por este ponto do litoral. Porém, na carta de doação foi especificado que o limite Meridional que a separava
da capitania da Bahia de Todos os Santos era o rio São Francisco cujas águas pertenciam a Pernambuco. Daí o seu limite
Sul não ser uma reta, pois acompanhava o leito do grande rio.

Ao Norte de Pernambuco, situava-se um dos três lotes concedidos a Pero Lopes de Souza, o de Itamaracá, que
se estendia por trinta léguas de terras, da foz do rio Santa Cruz até a baia da Traição, onde confrontava com a capitania
do Rio Grande.
Ocorre, que a delimitação da capitania antecedeu ao povoamento e este veio modificar as delimitações
determinadas pelo Rei. O fato do povoamento na foz do rio Capibaribe, Olinda e Recife ter-se iniciado logo após a
doação das capitanias, fez com que se formasse, neste local, um polo de onde se irradiou a conquista e o povoamento,
para o norte e noroeste, até o Pará, e para o sul até o rio São Francisco, gerando vilas, povoações, cidades e capitanias.

Assim, o povoamento se iniciou logo após a chegada do donatário, que se limitou a estabelecer pontos
povoados por brancos no litoral e a dominar os índios até as margens do São Francisco, onde foi fundada a vila de
Penedo, de vez que o povoamento baiano logo atingiria o território de Sergipe e se instalaria com a cidade de São
Cristóvão.

Para o norte, porém, os donatários não conseguiram efetivar o povoamento, salvo em Itamaracá, onde antes da
capitania já existiam feitorias, uma delas, a de Conceição, atual Vila Velha, que se tomou capital do território de Pero
Lopes. Seu desenvolvimento foi pouco expressivo e ela logo caiu na área de influencia de Olinda. Para a conquista do
próprio território, ameaçado pelos ataques indígenas, o Governo Geral necessitou custear expedições consecutivas a
área, hoje paraibana, consolidando a conquista em 1585, quando foi fundada Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual
João Pessoa, capital da Paraíba.

O avanço para o norte continuou e, em 1598, era ocupada à foz do rio Potengi, implantado o forte dos Reis
Magos e dado inicio assim, a fundação da cidade de Natal. Filipéia e Natal foram inauguradas como cidades, enquanto
Olinda continuava a ser uma vila, porque elas foram edificadas em capitanias da Coroa, enquanto Olinda estava em
capitania de donatário. A capitania da Paraíba foi formada com o desmembramento da porção Norte de Itamaracá e da
porção Sul da capitania do Rio Grande.

Mas o avanço partindo de Pernambuco continuou pelo Litoral Norte e, em 1603, era tentada a implantação da
capitania do Ceará e, em 1614, forças partidas de Olinda eram enviadas ao Maranhão para destruir a França Equinocial,
fundada pelos franceses, e conquistar a cidade de São Luís. Em seguida, as forças vitoriosas no Maranhão foram
enviadas a foz do rio Tocantins, no delta do Amazonas, e lá fundaram o forte do Presépio e a cidade de Santa Maria de
Belém do Pará. A área era disputada, então, por portugueses, franceses, holandeses e espanhóis.

O Piauí teria sua formação realizada por um movimento que, partindo da Bahia, subira os rios da vertente
Atlântica, e em seguida, o São Francisco e seus afluentes da margem esquerda, para atravessar as chapadas ligadas a
serra Geral e a das Mangabeiras e descer o leito do rio Parnaíba, em direção ao norte. Daí ele apresentar uma forma
diferente dos demais estados do Nordeste, largo no interior, na parte Meridional, e estreito no litoral. E esta porção
litorânea foi conseguida através de um acordo de limites com o Ceará, que cedeu a mesma em toca dos sertões de
Crateús.

A hegemonia Pernambucana
No século XVI houve a formação da capitania de Pernambuco ou Nova Lusitânia e a expansão em direção ao
norte, conquistando terras aos indígenas e aos franceses; nos meados do século XVII, observou-se uma supremacia
pernambucana sobre as capitanias do Norte.

Assim, foi de Olinda que partiram as expedições que conquistaram a porção Setentrional do País,
transformando-se no grande centro de onde se fazia a administração e se estimulava a expansão da conquista. Isto
levou os holandeses, ao conquistarem Pernambuco, a partir de 1630, a implantar o seu governo no Recife, povoação
situada nas imediações de Olinda, que eles haviam conquistado e incendiado, estabelecendo assim um domínio que, em
seu período áureo, ia desde o Maranhão até as margens do São Francisco. Apesar das tentativas, não conseguiram
conquistar a Bahia.

Visando uma concentração do poder em mãos do Rei e de seus Ministros foi o Brasil dividido, em 1621, em dois
Estados: o do Brasil com capital em Salvador e o do Maranhão, inicialmente com a capital em São Luís e, em seguida, em
Belém. No caso de Pernambuco somente após a expulsão dos holandeses é que esta Unidade deixou de ser uma
Capitania Hereditária para se tomar uma Capitania diretamente administrada pela Coroa. No século XVIII, porém,
algumas capitanias foram absorvidas por outras ou desmembradas de outras e o território, hoje brasileiro, passou a ser
dividido em capitanias gerais e capitanias subalternas. Em relação ao Governo Geral, as capitanias gerais tinham maior
autonomia que as subalternas.
Neste período, Pernambuco, sendo um território muito maior do que o atual, era uma Capitania Geral,
enquanto as do Piauí, do Ceará, do Rio Grande, da Paraíba e Itamaracá eram subalternas. A do Piauí ficou na
dependência de Pernambuco até 1745, quando foi desmembrada e colocada sob a jurisdição do Maranhão. A de
Itamaracá foi anexada a Pernambuco, em 1763, tornando-se uma simples comarca da mesma, a de Guiana. O Ceará e a
Paraíba permaneceram sob a tutela de Pernambuco ate 1799 e o Rio Grande só obteve autonomia em 1808.

O Desmembramento de Pernambuco
Desse modo, pode-se observar que, enquanto Pernambuco perdeu sua hegemonia sobre quatro capitanias
subalternas e absorveu apenas uma, a Bahia, que era sede do Governo Geral, consolidou a sua influência nas capitanias
a ela subalternas - Ilhéus e Porto Seguro - e as absolveu. Só em 1820 é que ela perderia a comarca de Sergipe,
transformada em capitania.

Pernambuco, desde a época da Guerra Holandesa, demonstrava um espírito rebelde, autônomo, e as suas
lideranças admitiam que, tendo os brasileiros expulsado os holandeses em 1654, não deviam obediência total ao Rei.
Este pensamento foi se sedimentando e sendo transferido de pai para filho, dando margem a uma série de rebeliões,
como a chamada Guerra dos Mascates, 1710/14; a Conspiração dos Suassuna, 1801; a Revolução Republicana de 1817;
a Revolta da Junta de Goiana, 1821 e a Confederação do Equador, 1824. Em 1817, Pernambuco contou com grande
apoio na Paraíba e no Rio Grande do Norte, não acontecendo o mesmo com relação à Comarca de Alagoas que recebeu
por isso, autonomia do Governo. Resultado este que significou uma punição para Pernambuco. Iniciava-se o
desmembramento do território pernambucano. Castigo maior ocorreu em 1824, quando, derrotada a Confederação do
Equador, Pernambuco perdeu mais da metade do seu território para Minas Gerais, e três anos depois foi o mesmo
transferido para a Bahia (1827). Pernambuco, desse modo, for punido por ser republicano e mesmo com a Proclamação
da República, em 1889, ele não foi ressarcido das perdas espaciais.

Na década de Quarenta, Pernambuco ainda perderia o arquipélago de Fernando de Noronha, que seria
transformado, por razões de ordem estratégica, em Território Federal. A Constituição de 1988 fez com que ele voltasse
ao território pernambucano.

Consolidação da Conquista
A conquista do território pernambucano foi feita por determinações régias e por interesse econômico pelos
produtos tropicais. Inicialmente, o espaço pernambucano era habitado por indígenas de nações diferentes, Tupis no
Litoral e Cariris e Gês no interior, no Sertão. Os indígenas viviam da caca, da pesca e da coleta de produtos florestais ou
de uma incipiente agricultura.

Com a chegada dos europeus, iniciou-se um comércio feito a base do escambo, onde eram adquiridos os
produtos da terra, pau-brasil, sobretudo, em troca de produtos que os índios ambicionavam, como armas, facões,
enfeites etc. Para estabelecer este comércio, fundavam feitorias em portos naturais, como ocorreu, em 1515, em
Itamaracá; para garantir a conquista, os portugueses aliaram-se aos Tabajaras e lutaram contra os Caetés.

Iniciado o povoamento, passaram os portugueses a fundar vilas e engenhos de açúcar, tornando este o principal
produto da Colônia, na região úmida e próxima ao Litoral. As condições climáticas e a posição geográfica impediam a
penetração desta cultura para o interior e este foi sendo, gradativamente, conquistado pela pecuária. O gado era usado
tanto para o abastecimento da área canavieira e o fornecimento de animais de tração, como também, em menor escala,
para a produção do couro.

A penetração pernambucana para o interior foi feita seguindo a margem esquerda do São Francisco,
contornando o maciço da Borborema e, logo após para o norte, subindo os afluentes pernambucanos deste rio. A
penetração se fez primeiro para o interior, para o Sertão e, em seguida, para o Agreste, apesar deste ser mais próximo
do Litoral.

No século XVIII, quando se iniciou o desenvolvimento da cultura do algodão, o governo pernambucano já


distribuíra sesmarias no Agreste, sobre a Borborema, e já abrira dois caminhos que ascendiam este maciço, utilizando os
vales do Capibaribe e do Ipojuca. Ambos demandavam o Sertão e atingiam o São Francisco, em Cabrobó.
O povoamento do Sertão era reforçado, na altura do submédio São Francisco, pelo encontro das duas correntes,
a pernambucana e a baiana, quando fazendeiros baianos obtiveram também sesmarias no Sertão pernambucano. No
inicio do século XIX, já existia uma comarca na área São franciscana, sediada na cidade da Barra.

As condições naturais, a posição geográfica e a formação econômico-social que modelaram o território


pernambucano determinaram a sua divisão em três grandes regiões geográficas, aceitas pelo consenso — o Litoral-
Mata, o Agreste e o Sertão — que, por sua vez, se subdividem em mesa e microrregiões geográficas.

Em linhas gerais, a Mata é a área situada nas proximidades do Litoral, de clima tropical úmido, onde se encontra
a Região Metropolitana e uma área sob o domínio da monocultura canavieira, hoje em decadência, necessitando de
uma reformulação de base em suas estruturas.

O Agreste compreende a porção sobre a Borborema e, em alguns pontos na encosta da mesma, onde há uma
variação do clima quente e subúmido, ora mais seco nos vales e ora mais úmido nos brejos, onde dominam culturas
diversificadas e uma pecuária semi-intensiva. Nele se encontram algumas cidades de porte médio, como Caruaru e
Garanhuns.

O Sertão compreende mais de sessenta por cento do território do Estado e se encontra em uma área de clima
quente e semi-árido. Há uma grande diferença entre a porção Norte, ocupada em grande parte por um pediplano
inclinado em forma de concha do Araripe e da Baixa Verde, em direção ao São Francisco, e a porção Meridional, cortada
por este rio onde hoje se desenvolve intensa cultura irrigada. Trata-se da porção mais promissora do Estado, sendo
chamada de "Califórnia Nordestina", onde se situa a cidade de Petrolina.

Atividade

1. Quais são os Estados que não fazem fronteira com o Estado de Pernambuco?
2. Por que Olinda continuava a ser uma vila no período em que Natal e Filipéia, sendo mais novas, foram
inauguradas como cidades?
3. Em qual Estado brasileiro a França Equinocial é reprimido posteriormente por força partidas de Olinda?
4. Qual foi a importância de Olinda para a hegemonia pernambucana?
5. Por que o Brasil foi dividido em dois Estado em 1621?
6. Qual foi o fator determinante para o desmembramento de Alagoas de Pernambuco?
7. O Estado de Pernambuco é dividido em três grandes regiões geográficas, quais são elas?
8. Qual região pernambucana é chamada de Califórnia Nordestina?

Você também pode gostar