Eletronica - Curso Tecnico PDF
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2
Manutenção de Circuitos
Elétricos
Módulo II
Material didático desenvolvido para o curso
Técnico em Eletrônica
Fábio de Castro Peña, Gabriel de Abreu Fernandes Rosa
CONSELHO REGIONAL
Presidente Nato
Heitor José Müller – Presidente do Sistema FIERGS
Titulares Suplentes
Titular Suplente
Antônio Carlos Barum Brod Renato Louzada Meireles
Titular Suplente
Leonor da Costa Flávio Pércio Zacher
Titular Suplente
Jurandir Damin Enio Klein
DIRETORIA SENAI-RS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 6
CAPÍTULO I .......................................................................................................................................................... 7
1.3.2 Principais características operacionais ................................................................................... 12
1.4.2 Principais características operacionais ..................................................................... 14
2.1 SEMICONDUTOR INTRÍNSECO ........................................................................................................... 23
1.1 SEMICONDUTOR EXTRÍNSECO ............................................................................................. 26
1.1.1 Semicondutor tipo N ..................................................................................................... 26
1.1.2 Semicondutor tipo P ..................................................................................................... 27
1.2 JUNÇÃO PN.......................................................................................................................... 28
1.2.1 Junção PN com polarização reversa ......................................................................... 28
1.2.2 Junção PN com polarização direta ............................................................................ 29
1.3 DIODO DE JUNÇÃO ............................................................................................................... 30
1.3.1 Curva característica do diodo ..................................................................................... 30
1.3.2 Diodo polarizado diretamente ..................................................................................... 32
1.3.3 Diodo polarizado reversamente.................................................................................. 32
1.3.4 Modelos (circuitos equivalentes) para diodo ............................................................ 33
1.3.5 Teste de diodos ............................................................................................................ 36
2 APLICAÇÕES DE DIODOS SEMICONDUTORES ............................................................................. 37
2.1 RETIFICADOR DE MEIA ONDA ............................................................................................... 38
2.2 RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM FILTRO CAPACITIVO ....................................................... 40
2.3 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA...................................................................................... 41
2.3.1 Retificador de onda completa com center tap .......................................................... 42
2.3.2 Retificador de onda completa em ponte ................................................................... 44
2.4 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM FILTRO CAPACITIVO ............................................. 46
2.5 PONTE RETIFICADORA COMO COMPONENTE ....................................................................... 47
2.6 DOBRADOR DE MEIA ONDA................................................................................................... 47
2.7 DIODO ZENER ...................................................................................................................... 48
3 TRANSISTORES BIPOLARES .............................................................................................................. 51
3.1 CONSTRUÇÃO BÁSICA E PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ................................................... 51
3.1.1 Funcionamento ............................................................................................................. 52
3.2 OPERAÇÃO DO TRANSISTOR ................................................................................................ 52
3.3 CURVAS CARACTERÍSTICAS DE COLETOR ........................................................................... 55
3.4 REGIÕES DE OPERAÇÃO: RETA DE CARGA .......................................................................... 56
3.5 POTÊNCIA DISSIPADA: DISSIPADORES ................................................................................. 60
3.6 CONEXÃO DARLINGTON ....................................................................................................... 61
3.7 CIRCUITOS DE POLARIZAÇÃO............................................................................................... 61
3.7.1 Polarização por corrente de base constante ............................................................ 62
3.7.2 Polarização por divisor de tensão na base ............................................................... 62
3.8 REGULADORES DE TENSÃO ................................................................................................. 65
3.8.1 Regulador de tensão em série ................................................................................... 65
3.8.2 Reguladores de tensão integrados de três terminais .............................................. 66
4 TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO ............................................................................................... 70
4.1 TRANSISTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO ................................................................ 70
4.1.1 Curvas características de dreno ................................................................................. 72
4.1.2 Curva característica de transferência ........................................................................ 73
4.1.3 Exemplo de JFET comercial ....................................................................................... 74
4.2 TRANSISTOR MOSFET ....................................................................................................... 75
4.2.1 Funcionamento do MOSFET tipo crescimento ........................................................ 76
4.2.2 Funcionamento do MOSFET tipo depleção ............................................................. 79
4.2.3 MOSFET de potência................................................................................................... 81
5 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS .................................................................................................. 82
5.1 TERMINAIS DE ENTRADA E RESPOSTA ASSOCIADA .............................................................. 84
5.2 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS APLIFICADORES OPERACIONAIS ................................ 85
Introdução
CAPÍTULO I
1 Medidas elétricas e instrumentos de medição
1.1 Conceitos básicos
Medir é estabelecer uma relação numérica entre uma grandeza e outra, de
mesma espécie, tomada como unidade. Medidas elétricas só podem ser realizadas
com a utilização de instrumentos medidores, que permitem a quantificação de
grandezas cujo valor não poderia ser determinado através dos sentidos humanos.
Padrão é a grandeza que serve de base ou referência para a avaliação da
quantidade ou da qualidade da medida; deve ser estabelecido de tal forma que
apresente as seguintes características:
• permanência, significando que o padrão pode se alterar com o passar do
tempo nem com a modificação das condições atmosféricas;
• reprodutibilidade, que é a capacidade de obter uma cópia fiel do padrão.
Erros são inerentes a todo o tipo de medidas e podem ser minimizados, porém
nunca completamente eliminados. Em medidas elétricas, costuma-se considerar três
categorias de erros:
a) Grosseiros
b) Sistemáticos
c) Aleatórios
• bobina móvel;
• ferro móvel;
• ferrodinâmico;
• bobinas cruzadas;
• indutivo;
• ressonante;
• eletrostático.
f) Quanto à portabilidade:
• de painel, fixos;
• de bancada, portáteis.
determinadas situações.
1.5.1 Amperímetro
com elemento cuja corrente quer-se medir; isto significa que um condutor deverá ser
“aberto” no ponto de inserção do instrumento, como mostra a Figura 1.9a. O símbolo
do amperímetro está mostrado no diagrama esquemático da Figura 1.9b.
1.5.2 Voltímetro
1.6 Multímetro
1.7 Osciloscópio
determinado sinal elétrico varia no tempo. Neste caso, o eixo vertical (YY)
representa a amplitude do sinal (tensão) e o eixo horizontal (XX) representa o tempo.
A intensidade (ou brilho) do traço é por vezes chamada de eixo dos ZZ (figura 1.15).
Observe que a figura 1.21a permite melhor visualização para efetuar medidas
de tempo e tensão.
2. Semicondutores
A figura 2.4 representa a mesma estrutura da figura 2.3, mas com algumas das
ligações covalentes rompidas. A quantidade de energia necessária para quebrar
uma ligação depende do tipo do semicondutor; no caso do Ge, e 0,72 eV e, no do Si,
1,1 eV.
por um ponto branco. O sentido do campo elétrico é tal que o elétron se movimenta
para a esquerda, onde esta o polo positivo da bateria que fornece a ddp.
Esse fenômeno se repete para outro elétron de valência, como ilustra a figura
2.7. Assim, existe no semicondutor uma corrente de elétrons livres da direita para a
esquerda e uma corrente de lacunas da esquerda para a direita, e essas correntes
se somam. E importante notar que os elétrons de valência que se deslocam para a
esquerda eventualmente encontrarão a borda do cristal e, portanto, o polo positivo
da bateria, transformando-se em elétrons livres. A corrente total no cristal será a
soma do fluxo de elétrons com o fluxo de lacunas:
1.2 Junção PN
Quando a tensão aplicada tem polaridade como a indicada na figura 2.11, isto
é, o lado P negativo em relação ao lado N, a largura da região de depleção
aumentará, elevando a altura da barreira de potencial e dificultando a passagem dos
portadores majoritários de um lado da junção para o outro.
Através da junção existirá uma corrente constituída de portadores minoritários,
em que:
• IS é a corrente reversa de saturação;
• VD é tensão aplicada na junção;
• η é uma constante que vale aproximadamente 1 para Ge e 2 para Si;
• VT é uma constante que depende da temperatura, valendo 26mV à
temperatura ambiente (T = 300K).
Com a junção polarizada diretamente (VD > 0), I é positiva; com a junção
polarizada reversamente (VD < 0), I é negativa.
em que:
• IS é a corrente reversa de saturação;
• VD é a tensão aplicada no diodo;
• η é uma constante que depende da forma como o diodo foi construído;
• VT é uma constante que depende da temperatura, valendo aproximadamente
26mV a 20 °C.
Portanto, para VD > 0 e VD >> 26mV, o termo negativo dentro dos parênteses é
desprezado:
Para VD < 0 e em modulo muito maior que 26mV, a expressão da corrente será
aproximadamente igual –IS.
Existe um valor de tensão que provoca a ruptura da junção, destruindo o diodo
por efeito Joule (aumento excessivo de calor). Essa tensão de ruptura (breakdown) é
representada por VD < VBK, que na literatura costuma aparecer como VBR e no
manual dos fabricantes como VRRM (máxima tensão reversa de pico repetitiva). Em
alguns casos, o diodo é construído especialmente para operar nessa região, como o
diodo Zener.
A figura 2.15 apresenta os dados de diodos de uso geral, para 1A (I F(AV)) e de
diferentes tensões reversas.
A figura 2.19a representa um circuito com um diodo real (1N4001) ligado a uma
bateria de 100V e a figura 2.19b mostra o mesmo circuito, porém com o diodo
substituído por uma chave fechada. No primeiro caso, a corrente vale 99,2mA e, no
segundo, 100mA, mas na prática essa diferença de valores é desprezada, o que
significa que o modelo pode ser usado.
MODELO 2 – BATERIA
O modelo com bateria deve ser usado quando a tensão de polarização for
maior que 0,6V e da mesma ordem de grandeza.
A figura 2.25 reproduz a mesma análise, porém com uma resistência de carga
menor, 100Ω.
Podemos observar que, nos dois casos (1kΩ e 100Ω), os valores das correntes
são muito próximos; no primeiro (1kΩ), a diferença se deve ao fato de que o trecho
linearizado não coincide com a curva. Assim, quanto maior o valor da corrente, mais
ocorre coincidência da curva com a reta.
Obs.: A tensão média (Vcc) deve ser medida a partir de um voltímetro CC.
Para essa mesma forma de onda, o valor da tensão eficaz é dado por:
É importante lembrar que o diodo deve ser dimensionado de acordo com seus
valores de corrente e tensão.
DIMENSIONAMENTO DO DIODO
Pode-se observar que esses valores estão bem abaixo dos limites.
Para uma tensão retificada de meia onda, se o valor de pico for muito maior
que o ripple, este pode ser estimado aproximadamente por:
em que:
• VP é o valor da tensão de pico alternada (em Volt);
• C é o valor da capacitância do capacitor (em Farad);
• f é a frequência (em Hertz) do ripple (meia onda = 60 Hz e onda completa =
120 Hz);
• R é o valor da carga (em Ohm).
A figura 3.4 mostra o circuito e as formas de onda da tensão na carga (R L) e na
entrada do retificador, para uma tensão senoidal de alimentação.
Para essa mesma forma de onda, o valor eficaz (tensão medida por um
voltímetro RMS) é calculado por:
DIMENSIONAMENTO DO DIODO
√
• Máxima tensão contínua reversa:
Para essa mesma forma de onda, o valor eficaz (tensão medida por um
voltímetro RMS) é obtido por:
DIMENSIONAMENTO DO DIODO
√
• Máxima tensão contínua reversa:
2.13 - Ponte
retificadora.
Os valores de potência mais conhecidos são: 0,25W, 0,5W, 1W, 5W, 10W e
50W.
Os valores de tensão Zener estão compreendidos entre 3,3 V e 75 V.
Exemplos de diodos Zener comerciais: 1N4729A para 3,6V, 1N4730A para
3,9V e 1N4735A para 6,2V.
Se escolhermos o 1N4735A de 1W, a máxima corrente que ele pode conduzir
é:
EXEMPLO
Considere o diodo Zener 1N4735 de 0,5W (VZ = 6,2V, I Zmáx = 80mA e IZmín =
8mA) instalado no circuito da figura 3.17. Determine os limites que pode ter RL para
que o Zener opere na região de regulação.
Solução:
Considerando que o Zener está operando normalmente (VL = VZ = 6,2V), a
corrente IS valerá sempre:
3 Transistores bipolares
O transistor foi desenvolvido nos laboratórios da Bell em Murray Hill, New
Jersey, Estados Unidos em 1947, pelos cientistas John Bardeen, Walter Brattain e
William Shockley. O desenvolvimento desse componente semicondutor foi de grande
relevância para a história da eletrônica e da informática, pois ele está presente em
inúmeras invenções eletroeletrônicas, modificando vertiginosamente nossa
sociedade.
3.1.1 Funcionamento
Define-se:
Nesse caso, o valor do parâmetro é muito maior do que 1 e também não tem
unidade (ex.: = 300).
A relação entre os dois parâmetros é dada por:
A tabela 4.1 mostra parte da folha de dados dos transistores BC546, BC547 e
BC548 (NPN) com os principais limites.
São gráficos que relacionam a corrente de coletor com a tensão entre coletor e
emissor, considerando como parâmetro a corrente de base. Essas representações
são chamadas também de curvas características de saída. No circuito representado
no gráfico da figura 4.7a, a corrente de base é fixada em determinado valor – por
exemplo, 1mA. A tensão entre coletor e emissor é variável e, para cada valor de V CE,
é atribuída uma medida de corrente de coletor. Em seguida, esses valores são
colocados em um gráfico (IC · VCE), como mostra a figura 4.7b.
Como é possível observar na figura 4.9, o ganho de corrente β (hFE) varia com
a corrente de coletor, temperatura e tensão coletor-emissor. O gráfico do ganho de
corrente é normalizado, isto é, para a corrente de 4mA, o ganho é 100%. Para
correntes menores ou maiores que 4mA, o ganho apresenta outros valores: para
0,4mA, por exemplo, o ganho será 70% do ganho a 4mA.
Com base nessa análise, podemos concluir que o ponto de operação (Q) deve
ser bem localizado para que seja possível obter a máxima saída de pico a pico sem
distorção. A melhor localização é no meio da reta de carga ( , pois permite
um valor VCC de máxima saída. Observe os três casos representados na figura
4.15. No primeiro (figura 4.15a), a máxima saída de pico a pico possível é de 10V,
antes que ocorra o ceifamento (distorção) por saturação ou corte; nos outros dois
(figuras 4.15b e 4.15c), é de 4V – em ambos os casos, se a entrada aumentar, o
sinal de saída distorcerá.
3.19 - Circuito de
polarização por corrente de
base constante.
de temperatura.
É possível, porém, polarizar o transistor de maneira que não fique vulnerável à
variação de β. Na configuração da figura 4.20, chamada de circuito de polarização
por divisor de tensão na base, a realimentação negativa em CC estabiliza o ponto Q,
isto é, quando a temperatura aumenta, a corrente de emissor e a tensão V E também
aumentam. No entanto, como a tensão na base (VB) é constante, obrigatoriamente
VBE diminui, despolarizando a base e reduzindo as correntes que tinham aumentado
com a temperatura. Claramente, o circuito possui um controle interno por causa
dessa realimentação.
e, como e :
resultando:
Exemplo
Projete um circuito de polarização por divisor de tensão na base, considerando
os valores da tensão de alimentação, o tipo de transistor e o valor da corrente de
coletor.
Solução:
VRE = 0,1 · VCC = 0,1 · 12V = 1,2V
Então:
Na maioria dos casos, a tensão senoidal deve ser retificada e filtrada antes de
alimentar um circuito com componentes eletrônicos. Hoje, as fontes retificadoras
fornecem tensão de saída com baixos valores de ripple, porém alguns componentes
eletrônicos não suportam nenhum valor mínimo de ripple. Nesses casos,
recomenda-se a utilização de reguladores de tensão para amenizar a variação da
tensão contínua que alimenta o circuito eletrônico. Os circuitos reguladores de
tensão podem ser construídos utilizando-se transistores e circuitos integrados
específicos.
Sabe-se que o diodo Zener é um regulador de tensão que pode ser instalado
em paralelo com a carga. Nessas condições, enquanto a corrente no Zener estiver
dentro da faixa de regulação, a tensão de saída na carga se mantêm praticamente
constante.
O regulador de tensão em série consiste basicamente no regulador Zener da
figura 4.21a, acrescido de um seguidor de emissor (amplificador coletor comum).
As figuras 4.21b e 4.21c ilustram o circuito desse regulador. Observe que o
circuito da figura 4.21c é essencialmente o mesmo da figura 4.21b.
Exemplo
A figura 4.22 apresenta um circuito com regulador de tensão em série.
Considerando os dados a seguir, calcule VL, VCE, IZ, PZ, PTR, PRs e IC.
Dados: VBE = 0,7V e β = 100.
3.22 - Regulador de
tensão em série com
transistor.
Solução:
A tensão em RS é 15V – 6V = 9V; portanto, o valor da corrente sobre RS será:
em que VXX é a tensão regulada – para o circuito integrado 7805, por exemplo,
VXX = 5V – e IQ a corrente de polarização, normalmente da ordem de μA.
(figura 5.3a). À medida que VDS aumenta (figura 5.3b), a corrente de dreno se eleva,
causando queda de tensão ao longo do canal e seu afunilamento. A corrente de
dreno provoca entre o ponto A e a fonte uma tensão VA e entre o ponto B e a fonte
uma tensão VB, ou seja, VA > VB. Essas tensões são aplicadas na junção de maneira
reversa, e no ponto onde a tensão reversa é maior a região de carga espacial
avança mais no canal, isto é, o estreitamento é maior próximo ao dreno.
4.8 - Aspecto
físico do JFET BF245A,
com encapsulamento TO-
92.
Na maior parte das aplicações, o substrato é ligado à fonte (S), o que não
altera o funcionamento do circuito. Existem casos em que o substrato pode funcionar
como uma segunda porta, fazendo com que uma tensão aplicada no substrato altere
a corrente de dreno. Em nossas análises, consideraremos o substrato sempre ligado
à fonte.
A figura 5.15 mostra a curva de dreno para um valor de VGS e as três regiões
de operação (triodo, saturação e corte).
4.19 - MOSFET tipo depleção canal N operando com: a) VGS = 0, b) VGS >
0 e c) VGS < 0.
5 Amplificadores Operacionais
Os amplificadores operacionais, também denominados AO’s ou AMPOP’s são
circuitos eletrônicos com características que se aproximam às de um amplificador de
sinais ideal. O amplificador operacional (AO) foi desenvolvido na década de 1960.
De início montado em uma placa com componentes discretos (transistores,
resistores e capacitores), hoje, com o avanço da indústria eletrônica e o
desenvolvimento de dispositivos minúsculos, é construido em circuitos integrados,
conhecidos por chips (pastilhas de silício), com dezenas de transistores e outros
componentes de pequenas dimensões.
5.4 - Geração de 0V
internamente ao Amplificador
Operacional.
IMPEDÂNCIA DE ENTRADA
O Conceito de impedância nos traz que essa é a carga resistiva total de um
circuito em corrente alternada.
A impedância de entrada de um Amplificador Operacional é a impedância que
existe entre os terminais de entrada do dispositivo, à que se denomina Z i:
Como :
IMPEDÂNCIA DE SAÍDA
Pode ser representada como um resistor em série com a saída do Amplificador
Operacional, à que é denominada Zo:
5.9 - Representação da
impedância de saída de um
Amplificador Operacional.
Se não existe diferença entre as tensões, a saída deve ser igual a zero.
→
Logo:
Exemplos
Supondo-se um Amplificador Operacional ideal, com ganho Ad = 100:
Diz-se que nos dois casos, o Amplificador Operacional rejeitou o valor comum
às duas entradas, e amplificou apenas a diferença. Este Amplificador Operacional
tem .
Um Amplificador Operacional real amplifica também as tensões comuns aos
dois terminais de entrada, mas com ganho muito menor, o que por exemplo pode
resultar em valores de Vo maiores do que 10V no caso acima (V O = 10,01V; VO =
10,06V; etc).
Diz-se nesse caso que o Amplificador Operacional não rejeitou completamente
os valores de tensão comuns às duas entradas.
O valor de CMRR para os Amplificadores Operacionais reais é dado em
decibéis (dB).
BANDA DE PASSAGEM
Os Amplificadores Operacionais podem apresentar ganhos diferenciais em
malha aberta (Ad) da ordem 100.000 a 200.000.
Contudo, esse ganho diferencial não é constante ao longo de toda a faixa de
frequências. O gráfico da figura 6.16 apresenta a resposta em frequência genérica
dos Amplificadores Operacionais:
5.17 - Amplificador
Operacional alimentado com
fonte simétrica +/-15V.
Isso caracteriza uma operação linear nessa região, que por consequência é
denominada região linear de operação.
Um Amplificador Operacional operando como amplificador de sinais, deve
trabalhar na região linear.
5.19 - Amplificador
Operacional realimentado
negativamente.
Supondo-se agora uma redução ainda maior de ganho, para A d = 100, têm-se
um aumento da região linear de operação:
5.22 - Topologia do
amplificador inversor.
5.23 - Representação
da impedância de entrada do
Amplificador Operacional.
Verifica-se que tanto a entrada não inversora (+) (ligada ao terra) quanto a
entrada inversora (-) têm potencial de 0V, embora a entrada inversora não esteja
conectada fisicamente ao terra.
FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO
Ao aplicar-se uma tensão à entrada do amplificador inversor, circula sobre R 1
uma corrente dada por , já que o terra virtual tem potencial de 0V:
O sinal negativo “-“ que antecede a equação acima indica a inversão de fase do
sinal de saída em relação à entrada.
Simplificando-se a equação acima, temos:
Por essa equação pode-se perceber que o ganho do circuito depende apenas
dos componentes que compõem a malha de realimentação.
Exemplo
Calcule o ganho do circuito:
5.26 - Amplificador
inversor exemplo.
5.27 - Impedância de
entrada do amplificador
inversor.
Como , então:
Finalmente:
Pode-se perceber que neste caso não há sinal negativo, o que indica que a
saída está em fase com a entrada.
5.30 - Topologia do
Amplificador Somador.
Ou ainda:
Assim,
Exemplo de aplicação
Sensor de nível de tanque com bomba de enchimento.
Considerando que o Sensor de nível da figura 6.37 conta com uma boia que é
fixada mecanicamente ao cursor da resistência variável (deslizante), de modo que a
tensão na entrada inversora do Amplificador Operacional (Vin) seja diretamente
proporcional ao nível de combustível contido no tanque.
Enquanto o nível de líquido no tanque é alto, V in se mantém próximo ao valor
de +VCC. Nessas condições, a tensão na entrada inversora é maior do que a tensão
de referência na entrada não inversora, e o Amplificador Operacional está em
saturação negativa, no caso em 0V.
Quando o nível de líquido no tanque decresce, a tensão V in também decresce
proporcionalmente até o momento em que a tensão na entrada inversora seja menor
do que a tensão de referência na entrada não inversora, e o Amplificador
Operacional passará à saturação positiva, em +VCC.
Percebe-se que quanto mais rápida a atuação do motor, mais rápido o nível do
tanque aumenta e maior é a frequência de chaveamento da saída, podendo então
ocorrer o problema de chaveamento infinito. Nesse contexto se insere a idéia da
topologia do comparador com histerese.
Essa topologia é muito comum para produzir sinais de Clock para circuitos
digitais.
5.46 - CI 555 em
topologia monoestável:
circuito básico.
A figura 6.47, apresenta a mesma topologia, porém de forma que seja
mostrada juntamente com o diagrama de blocos interno do circuito integrado 555, o
que torna a análise de funcionamento mais fácil.
Observações
1. O fabricante recomenda que o valor do resistor de temporização (R) não seja
baixo R ≥ 1KΩ, por questões de segurança), para evitar a saturação do transistor,
pois quando o TR está saturado, a corrente que circula por ele é determinada por:
2. A duração do pulso de disparo (tempo que o pino 2 fica em zero) deve ser
menor do que a duração da temporização T.
Com isso, a saída (pino 3) vai a zero e o transistor TR satura, fazendo com que
o capacitor se descarregue por meio de RB e do transistor interno (figura 6.50b).
Quando a tensão em C fica abaixo de , então R = 0 e S = 1, o que impõe:
Q = 1 e Q = 0. Desse modo, o transistor interno é levado à condição de corte e o
capacitor volta a se carregar (a partir de ), e o ciclo se repete.
Observação
Se , os tempos alto e baixo serão aproximadamente iguais. Lembre
que a resistência RA deve ser maior que 1KΩ para proteger o transistor interno.
Também conhecida por PWM, do inglês Pulse Width Modulation, este tipo de
modulação mantém a amplitude dos pulsos constantes e varia-se a sua largura, a
fim de variar o valor médio de amplitude do sinal.
6 Sensores
Existem diversos tipos de sensores utilizados em equipamentos eletrônicos.
Podemos usar simples chaves ou dispositivos de acionamento momentâneo do tipo
mecânico, até transdutores especiais que convertem alguma grandeza física numa
grandeza elétrica como, por exemplo, uma tensão. Esses sensores servem para
informar um circuito eletrônico a respeito um evento que ocorra externamente, sobre
o qual ele deva atuar, ou a partir do qual ele deva comandar uma determinada ação.
Equipamentos mais simples podem usar apenas um sensor, mas um robô, uma
máquina industrial ou um equipamento médico complexo podem empregar muitos
sensores e de tipos diferentes.
Nos tópicos seguintes, serão relacionados os principais tipos de sensores que
encontramos nas aplicações eletrônicas, com suas respectivas características.
6.1.1 Reedswitch
6.1.2 Microchaves
São chaves bastante robustas que exigem baixo esforço mecânico para
acionamento, e por isso muito utilizadas como dispositivos sensores. A figura 7.2
apresenta um exemplo desse tipo de sensor.
6.2 - Exemplo de
microchave.
Os sensores indutivos são robustos e têm resposta muito rápida, contudo, eles
detectam apenas a presença de materiais metálicos, que são os que modificam o
fluxo magnético entre as bobinas do sensor. Têm também a vantagem de não
necessitar contato mecânico para acionamento. A alimentação desses sensores em
geral é realizada com 24Vdc, e eles podem ser encontrados nas versões NPN e
complementar PNP. Os diagramas de ligação e o aspecto físico real dos sensores
indutivos podem ser vistos a seguir na figura 7.4.
6.7 - Exemplo de
aplicação do sensor
capacitivo.
6.2.1 Termorresistências
Onde:
6.2.2 Termopares
6.20 - Capacitor
genérico.
6.21 - Sensor de
pressão capacitivo.
As vantagens dos sensores capacitivos de pressão incluem a sua alta
sensibilidade, resposta rápida, boa resistência a atmosferas adversas, ausência de
aquecimento por efeito Joule e largas faixas de operação. As desvantagens incluem
respostas não-lineares, erros de medição devidos a ruídos de capacitância e a
necessidade de circuitos sofisticados.
6.22 - Esquema
simplificado do sensor de
pressão indutivo.
6.4.1 LDR
6.23 -
Simbologia do
LDR.
REFERÊNCIAS
Malvino, Albert Paul. Eletrônica: Volume 1. São Paulo: Persona Makran Books,
1997.
Malvino, Albert Paul. Eletrônica: Volume 2. São Paulo: Persona Makran Books,
1997.