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APOSTILA DE ÉTICA

PROFISSIONAL

Prof. Ms. José Pancotti Jr.

2018
11º edição
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 1
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 2

1.0 - HISTÓRIA DA ADVOCACIA


A advocacia é uma das mais antigas profissões da história
da humanidade. Sendo considerada muitas vezes polêmica pela
própria liberdade em antinomia com o livre arbítrio. Mesmo sendo
polêmica a profissão advocatícia é considerada muito nobre.
Os primeiros advogados existentes foram conhecidos pela
história, Moises, no Êxodo, quando assumiu a liderança da defesa
de seu povo, e ainda o próprio Jesus Cristo que ao ver Maria
Madalena, adúltera, prestes a ser apedrejada, impediu que o
fizessem, invocando a Lei Mosaica.
A advocacia, como defesa de pessoas, direitos, bens e
interesses, teria nascido no terceiro milênio antes de Cristo, na
Suméria, se forem considerados apenas dados históricos mais
remotos, conhecidos e comprovados.
Assim se tem conhecimento que a prática da advocacia era
efetiva.
Embasado no Código de Manu: “sábios em lei poderiam
ministrar argumentos e fundamentos para quem necessitasse
defender-se perante autoridades e tribunais.”
A Grécia é considerada o berço da advocacia. Foi na
Grécia que surgiram grandes oradores como Demóstenes, Péricles,
Isócrates, Aristides, Temístocles, entre outros, estes foram
considerados grandes advogados por sua persuasão e retórica. Sólon
foi o primeiro, que se tem notícia, a regulamentar a profissão;
entretanto, excluía desta as mulheres, os escravos e os infames.
Conta-se que Tucídides, embora notável erudito e
historiador, era desprovido de conhecimentos jurídicos.
Envolvido em complexa e vultosa questão forense,
pretendeu advoga em causa própria, desdenhando o concurso de um
profissional qualificado, e confiando, ingenuamente, em seu
próprio cabedal perdeu quase todo seu patrimônio.
Então surgiu uma nova corrente pensante, denominada
sofista que contrários aos filósofos, se valiam da retórica para
iludir e enganar. Eram considerados “manipuladores de qualquer
princípio de verdade e justiça, hábeis produtores de advogados
ardilosos e políticos matreiros“.
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Sócrates e Platão eram opositores dos sofistas, pois eles


como filósofos prezavam pela verdade. E os sofistas eram
utilitaristas e relativistas da forma que lhes convinha. Dentre
eles recebe destaque Protágoras, pois fundou sua escola de
retórica sofista e ainda cobrava importâncias altíssimas por suas
aulas.
Conta-se que Protágoras acordou com um aluno Evatlo que
este quitaria o débito de suas aulas se ganhasse sua primeira
causa. Mas o aluno não o pagou então o mestre cobrou-o
judicialmente. Evatlo alegou aos juizes que nada devia, face que
se perdesse a causa nada teria de pagar ao seu mestre e se a causa
fosse ganha, não poderia fazer o pagamento por que a própria
justiça quis assim. Os juizes então não decidiram a causa.
Em Roma a advocacia foi restrita até as Leis das XII
Tábuas, onde os plebeus foram vitoriosos na reivindicação de seus
direitos.
Mas foi com o Imperador Justiniano, imperador do então
Império Bizantino, que foi constituída a primeira Ordem de
Advogados no Império Romanos do Oriente, exigindo de todo advogado
um registro no foro.
Com os seguintes requisitos:
a)ter aprovação em exame de jurisprudência;
b)ter boa reputação;
c)não ter mancha de infâmia;
d)comprometer-se a defender quem o pretor em caso de
necessidade designasse;
e)advogar sem falsidade;
f) não pactuar quota litis;
g)não abandonar a defesa, uma vez aceita.
Na França, com o Rei São Luiz, surgiu a primeira
regulamentação legal da advocacia.
No Brasil a advocacia se apresentou com as Ordenações
Filipinas, que foram criadas em Portugal e determinavam que para a
formação advocatícia eram necessários oito anos de curso jurídico,
e então a aprovação para atuar na Casa de Suplicação. Para isso
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era necessário o cumprimento de varias normas entre elas as ético-


profissionais.
O respeito do início da advocacia no Brasil, os
historiadores da nossa profissão costumam apresentar como primeiro
advogado, no Brasil, Duarte Peres, o bacharel de Cananéia,
degredado deixado em Cananéia no ano de 1501.
Durante a Colônia, o quadro geral do foro brasileiro era
desolador: magistratura ignorante e corrompida de um lado e de
outro, rabulice analfabeta e trapaceira.
A advocacia brasileira no período colonial era feita de
uma forma mais ou menos livre, pois as pessoas aprendiam e então
exerciam a advocacia.
Com o advento das Ordenações Filipinas no Brasil, a
advocacia se tornou regrada, tornando este conhecimento restrito à
Corte devido à necessidade de que o pretendente a advocacia
deveria cursar oito anos de direito na Universidade de Coimbra,
escolhendo áreas de direito civil ou canônico, ou as duas. Essa
dificuldade se dava ao deslocamento até Portugal, assim o titulo
de bacharel acabou sendo apenas forma de alcançar postos da alta
burguesia.
Com o Alvará régio de 24 de julho de 1713, os que não
fossem da Corte poderiam, desde que pessoa idônea, tirando
Provisão, exercer a profissão advocatícia.
A Lei Imperial de 11 de agosto de 1827 instituiu os
cursos jurídicos de São Paulo e Olinda, e posteriormente com o
Aviso Imperial de 07 de agosto de 1843 foi criado o Instituto dos
Advogados Brasileiros.
O Decreto 19.408 de 18 de novembro de 1930 criou a Ordem
dos Advogados do Brasil, consolidando a profissão no Brasil.
A lei 4.215 de 27 de abril de 1963 instituiu o primeiro
Estatuto da Ordem do Brasil, que foi substituída em 4 de julho de
1994 pela lei 8.906.

2.0 - FINALIDADE INSTITUCIONAL DA OAB


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A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, serviço público,


dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por
finalidade:
I – defender:
a)a Constituição;
b)a ordem jurídica do Estado democrático de direito;
c)os direitos humanos;
d)a justiça social.
II – Pugnar:
a)pela boa aplicação das leis;
b)pela rápida administração da justiça;
c)pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições
jurídicas;
As finalidades da OAB são cumpridas pelos Conselhos
Federal e Seccionais e pelas Subseções, de modo integrado,
observadas suas competências específicas.
A OAB não mantém com órgão da Administração Pública
qualquer vínculo funcional ou hierárquico.
O uso da sigla “OAB” é privativo da Ordem dos Advogados
do Brasil.

SÍMBOLOS PRIVATIVOS DA ADVOCACIA – DISTINTIVO DE ADVOGADO –


IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO – VEDAÇÃO LEGAL E
ÉTICA - ORIENTAÇÃO QUANTO AO USO DOS SÍMBOLOS DO ADVOGADO – PRINCÍPIOS
ÉTICOS DA DISCRIÇÃO, MODERAÇÃO E SOBRIEDADE.
O advogado não pode, no exercício da profissão, fazer uso do “distintivo de advogado”, em razão
de vedações éticas e até legais, porque o documento obrigatório para essa finalidade é a carteira da
OAB, e, também, porque o material contém, sem autorização, em violação a direitos, a sigla OAB,
de uso privativo da Ordem dos Advogados do Brasil, e o brasão da República, símbolo oficial, de
utilização restrita dos Poderes e dos Órgãos Públicos. O uso dos símbolos privativos da profissão
de advogado está sempre orientado pelos preceitos éticos da discrição, moderação e sobriedade,
insculpidos nos arts. 28 e segs. do CED, e também assentado no dever do advogado de proceder de
forma que o torne merecedor. Os símbolos do advogado, de uso assegurado pelo inciso XVIII do
artigo 7º da Lei nº 8.906/94 e regrado pelo Provimento nº 08/64 do CFOAB (influenciado pelo
I.A.B.), são representados, especialmente, (I) pela figura mitológica de Têmis; (II) pela balança; e
(III) pela beca. Precedentes: E-1.476/97; E-1.194/98 e E-3.048/04. Proc. E-4.485/2015 - v.u., em
19/03/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. SÉRGIO KEHDI FAGUNDES - Rev. Dr. CLÁUDIO
FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

ENTIDADE QUE PRESTA SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE


MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM – TRIBUNAL ARBITRAL – DENOMINAÇÃO INADEQUADA QUE
INDUZ A ERRO – SUBSECCIONAL DA OAB – VINCULAÇÃO COM CÂMARA DE MEDIAÇÃO E
ARBITRAGEM - VEDAÇÃO – QUESTÃO DE COMPETÊNCIA DA SECCIONAL DA ORDEM –
INTERPRETAÇÃO DO §1º DO ARTIGO 44 DA LEI 8.906/94 – APURAÇÃO DE INFRAÇÃO
ÉTICA – ART. 48 DO CED.
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Deve a Subseccional da OAB fiscalizar e coibir a utilização da expressão “Tribunal” por entidades
que prestam serviços de administração de procedimentos de mediação e arbitragem, pois tal
denominação induz a erro os que buscam a prestação desses serviços, conforme recente deliberação
do Conselho Nacional de Justiça. Não pode a Subseccional da OAB firmar acordos com Câmaras
de Mediação e Arbitragem que denotem qualquer vínculo societário, hierárquico, administrativo ou
funcional, por contrariar as finalidades da OAB, previstas expressamente no artigo 44 e seu §1º do
EAOAB, que dispõe: “A OAB não mantém com órgão da Administração Pública qualquer vínculo
funcional ou hierárquico”, extensivo também à vinculação com entidades civis ou não
governamentais. A participação da Ordem há de ser no âmbito de uma política geral, decidida pela
direção e pelo Egrégio Conselho Seccional, não comportando, outrossim, acordos individuais
efetivados pela subseção. Determinada apuração de infração ética com base no artigo 48 do Código
de Ética e Disciplina. Precedente: Proc. E-3.415/2007. Proc. E-3.845/2010 – v.u., em 25/03/2010,
do parecer e ementa do Rel. Dr. GILBERTO GIUSTI – Rev. Dra. BEATRIZ M. A. CAMARGO
KESTENER – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

2.1 - Órgãos da OAB


São órgãos da OAB:
I – o Conselho Federal;
II – os Conselhos Seccionais;
III – as Subseções;
IV – as Caixas de Assistência dos Advogados.
O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica
própria, com sede na capital da República, é o órgão supremo da
OAB.
Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade
jurídica própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios
dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios.
As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional,
na forma da Lei e de seu ato constitutivo.
As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de
personalidade jurídica própria, são criadas pelos Conselhos
Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos
inscritos.
A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade
tributária total em relação a seus bens, rendas e serviços.
Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando
reservados ou de administração interna, devem ser publicados na
imprensa oficial ou afixados no fórum, na íntegra ou em resumo.
A elaboração das listas constitucionalmente previstas,
para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, é
disciplinada em Provimento do Conselho Federal.
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A OAB participa dos concursos públicos, previstos na


Constituição e nas leis, em todas as suas fases, por meio de
representante do Conselho competente, designado pelo Presidente,
incumbindo-lhe apresentar relatório sucinto de suas atividades.
Incumbe ao representante da OAB velar pela garantia da isonomia e
da integridade do certame, retirando-se quando constatar
irregularidades ou favorecimentos e comunicando os motivos ao
Conselho.

2.2 - As normas gerais das Diretorias


Compete à Diretoria dos Conselhos Federal e Seccionais,
da Subseção ou da Caixa de Assistência declarar extinto o mandato,
ocorrendo uma das hipóteses do Estatuto, encaminhando ofício ao
Presidente do Conselho Seccional.
A Diretoria, antes de declarar extinto o mandato, salvo
no caso de morte ou renúncia, ouve o interessado no prazo de
quinze dias, notificando-o mediante ofício com aviso de
recebimento.
Havendo suplentes de Conselheiros, a ordem de
substituição é definida no Regimento Interno do Conselho
Seccional.
Inexistindo suplentes, o Conselho Seccional elege, na
sessão seguinte à data do recebimento do ofício, o Conselheiro
Federal, o diretor do Conselho Seccional, o Conselheiro Seccional,
o diretor da Subseção ou o diretor da Caixa de Assistência dos
Advogados, onde se deu a vaga. Na Subseção onde houver conselho,
este escolhe o substituto.
O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão
da OAB é de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço
público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e
aposentadoria.
Ocorrendo vaga de cargo de diretoria do Conselho Federal
ou do Conselho Seccional, inclusive do Presidente, em virtude de
perda do mandato, morte ou renúncia, o substituto é eleito pelo
Conselho a que se vincule, dentre os seus membros.
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3.0 - CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL


O Conselho Federal, órgão supremo da OAB, com sede na
Capital da República, compõe-se de um Presidente, dos Conselheiros
Federais integrantes das delegações de cada unidade federativa e
de seus ex-presidentes.
O Conselho Federal atua mediante os seguintes órgãos:
I – Conselho Pleno;
II – Órgão Especial do Conselho Pleno;
III – Primeira, Segunda e Terceira Câmaras;
IV – Diretoria;
V – Presidente.
Para o desempenho de suas atividades, o Conselho conta
também com comissões permanentes, definidas em Provimento, e com
comissões temporárias, todas designadas pelo Presidente,
integradas ou não por Conselheiros Federais, submetidas a um
regimento interno único, aprovado pela Diretoria do Conselho
Federal, que o levará ao conhecimento do Conselho Pleno.

3.1 - Competência Privativa do CFOAB


Compete ao Conselho Federal:
I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses
coletivos ou individuais dos advogados;
III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas
e valorização da advocacia;
IV - representar, com exclusividade, os advogados
brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da advocacia;
A OAB pode participar e colaborar em eventos
internacionais, de interesse da advocacia, mas somente se associa
a organismos internacionais que congreguem entidades congêneres.
V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de
Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários;
VI - adotar medidas para assegurar o regular
funcionamento dos Conselhos Seccionais;
VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando
constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral;
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Constatando grave violação do Estatuto ou deste


Regulamento Geral, a Diretoria do Conselho Federal notifica o
Conselho Seccional para apresentar defesa e, havendo necessidade,
designa representantes para promover verificação ou sindicância,
submetendo o relatório ao Conselho Pleno.
Se o relatório concluir pela intervenção, notifica-se o
Conselho Seccional para apresentar defesa por escrito e oral
perante o Conselho Pleno, no prazo e tempo fixados pelo
Presidente.
Se o Conselho Pleno decidir pela intervenção, fixa prazo
determinado, que pode ser prorrogado, cabendo à Diretoria designar
diretoria provisória.
Ocorrendo obstáculo imputável à Diretoria do Conselho
Seccional para a sindicância, ou no caso de irreparabilidade do
perigo pela demora, o Conselho Pleno pode aprovar liminarmente a
intervenção provisória.
VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante
representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB,
contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e
Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em
causa;
IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas
pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e
no regulamento geral;
X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e
sobre os respectivos símbolos privativos;
XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o
balanço e as contas de sua diretoria;
XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o
balanço e as contas dos Conselhos Seccionais;
XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas,
para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de
âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em
pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro
do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;
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XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de


normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de
segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja
legitimação lhe seja outorgada por lei;
As indicações de ajuizamento de ação direta de
inconstitucionalidade submetem-se ao juízo prévio de
admissibilidade da Diretoria para aferição da relevância da defesa
dos princípios e normas constitucionais e, sendo admitidas,
observam o seguinte procedimento:
a)o relator, designado pelo Presidente, independentemente
da decisão da Diretoria, pode levantar preliminar de
inadmissibilidade perante o Conselho Pleno, quando não encontrar
norma ou princípio constitucional violados pelo ato normativo;
b)aprovado o ajuizamento da ação, esta será proposta pelo
Presidente do Conselho Federal;
c)cabe à assessoria do Conselho acompanhar o andamento da
ação.
Em caso de urgência que não possa aguardar a sessão
ordinária do Conselho Pleno, ou durante o recesso do Conselho
Federal, a Diretoria decide quanto ao mérito, ad referendum
daquele.
Quando a indicação for subscrita por Conselho Seccional
da OAB, por entidade de caráter nacional ou por delegação do
Conselho Federal, a matéria não se sujeita ao juízo de
admissibilidade da Diretoria.
XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos
jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos
órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento
desses cursos;
Compete à Comissão Nacional de Educação Jurídica do
Conselho Federal opinar previamente nos pedidos para criação,
reconhecimento e credenciamento dos cursos jurídicos.
O Conselho Seccional em cuja área de atuação situar-se a
instituição de ensino superior interessada será ouvido,
preliminarmente, nos processos que tratem das matérias referidas
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neste artigo, devendo a seu respeito manifestar-se no prazo de 30


(trinta) dias.
A manifestação do Conselho Seccional terá em vista,
especialmente, os seguintes aspectos:
a) a verossimilhança do projeto pedagógico do curso, em
face da realidade local;
b) a necessidade social da criação do curso, aferida em
função dos critérios estabelecidos pela Comissão de Ensino
Jurídico do Conselho Federal;
c) a situação geográfica do município sede do curso, com
indicação de sua população e das condições de desenvolvimento
cultural e econômico que apresente, bem como da distância em
relação ao município mais próximo onde haja curso jurídico;
d) as condições atuais das instalações físicas destinadas
ao funcionamento do curso;
e) a existência de biblioteca com acervo adequado, a que
tenham acesso direto os estudantes.
A manifestação do Conselho Seccional deverá informar
sobre cada um dos itens mencionados no parágrafo anterior,
abstendo-se, porém, de opinar, conclusivamente, sobre a
conveniência ou não da criação do curso.
O Conselho Seccional encaminhará sua manifestação
diretamente à Comissão de Ensino Jurídico do Conselho Federal,
dela não devendo fornecer cópia à instituição interessada ou a
terceiro antes do pronunciamento final do Conselho Federal.
XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a
oneração ou alienação de seus bens imóveis;
XVII - participar de concursos públicos, nos casos
previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando
tiverem abrangência nacional ou interestadual;
XVIII - resolver os casos omissos no estatuto.

3.2 – O Conselheiro Federal


No exercício do mandato, o Conselheiro Federal atua no
interesse da advocacia nacional e não apenas no de seus
representados diretos.
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O cargo de Conselheiro Federal é incompatível com o de


membro de outros órgãos da OAB, exceto quando se tratar de ex-
presidente do Conselho Federal e do Conselho Seccional, ficando
impedido de debater e votar as matérias quando houver participado
da deliberação local.
Considera-se ausente das sessões ordinárias mensais dos
órgãos deliberativos do Conselho Federal o Conselheiro que, sem
motivo justificado, faltar a qualquer uma.
O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão
da OAB é de exercício gratuito e obrigatório, considerado serviço
público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e
aposentadoria.

3.3 - Delegações dos Conselheiros Federais


O voto em qualquer órgão colegiado do Conselho Federal é
tomado por delegação, em ordem alfabética, seguido dos ex-
presidentes presentes, com direito a voto.
Os Conselheiros Federais, integrantes de cada delegação,
após a posse, são distribuídos pelas três Câmaras especializadas,
mediante deliberação da própria delegação, comunicada ao
Secretário-Geral, ou, na falta desta, por decisão do Presidente,
dando-se preferência ao mais antigo no Conselho e, havendo
coincidência, ao de inscrição mais antiga.
O Conselheiro, na sua delegação, é substituto dos demais,
em qualquer órgão do Conselho, nas faltas ou impedimentos
ocasionais ou no caso de licença.
Quando estiverem presentes dois substitutos,
concomitantemente, a preferência é do mais antigo no Conselho e,
em caso de coincidência, do que tiver inscrição mais antiga.
A delegação indica seu representante ao Órgão Especial do
Conselho Pleno.
Os membros da Diretoria votam como integrantes de suas
delegações.
O Conselheiro Federal opina mas não participa da votação
de matéria de interesse específico da unidade que representa.
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Na eleição dos membros da Diretoria do Conselho Federal,


somente votam os Conselheiros Federais, individualmente.
O Presidente do Conselho Seccional tem lugar reservado
junto à delegação respectiva e direito a voz em todas as sessões
do Conselho e de suas Câmaras.
Compete ao Conselho Federal fornecer ajuda de transporte
e hospedagem aos Conselheiros Federais integrantes das bancadas
dos Conselhos Seccionais que não tenham capacidade financeira para
suportar a despesa correspondente.

3.4 – Diretoria do Conselho Federal


O Vice-Presidente, o Secretário-Geral, o Secretário-Geral
Adjunto e o Tesoureiro substituem-se nessa ordem, em suas faltas e
impedimentos ocasionais, sendo o último substituído pelo
Conselheiro Federal mais antigo e, havendo coincidência de
mandatos, pelo de inscrição mais antiga.
No caso de licença temporária, o Diretor é substituído
pelo Conselheiro designado pelo Presidente.
No caso de vacância de cargo da Diretoria, em virtude de
perda do mandato, morte ou renúncia, o sucessor é eleito pelo
Conselho Pleno.
Para o desempenho de suas atividades, a Diretoria
contará, também, com dois representantes institucionais
permanentes, cujas funções serão exercidas por Conselheiros
Federais por ela designados, ad referendum do Conselho Pleno,
destinadas ao acompanhamento dos interesses da Advocacia no
Conselho Nacional de Justiça e no Conselho Nacional do Ministério
Público.
Compete à Diretoria, coletivamente:
I – dar execução às deliberações dos órgãos deliberativos
do Conselho;
II – elaborar e submeter à Terceira Câmara, na forma e
prazo estabelecidos neste Regulamento Geral, o orçamento anual da
receita e da despesa, o relatório anual, o balanço e as contas;
III – elaborar estatística anual dos trabalhos e julgados
do Conselho;
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IV – distribuir e redistribuir as atribuições e


competências entre os seus membros;
V – elaborar e aprovar o plano de cargos e salários e a
política de administração de pessoal do Conselho, propostos pelo
Secretário-Geral;
VI – promover assistência financeira aos órgãos da OAB,
em caso de necessidade comprovada e de acordo com previsão
orçamentária;
VII – definir critérios para despesas com transporte e
hospedagem dos Conselheiros, membros das comissões e convidados;
VIII – alienar ou onerar bens móveis;
IX – resolver os casos omissos no Estatuto e no
Regulamento Geral, ad referendum do Conselho Pleno.

Presidente do CFOAB
O Presidente é substituído em suas faltas, licenças e
impedimentos pelo Vice-Presidente, pelo Secretário-Geral, pelo
Secretário-Geral Adjunto e pelo Tesoureiro, sucessivamente.
Os ex-presidentes têm direito a voz nas sessões do
Conselho, sendo assegurado o direito de voto aos que exerceram
mandato antes de 05 de julho de 1994 ou em seu exercício se
encontravam naquela data.
O Presidente, nas suas relações externas, apresenta-se
como Presidente Nacional da OAB.
Compete ao Presidente:
I – representar a OAB em geral e os advogados
brasileiros, no país e no exterior, em juízo ou fora dele;
II – representar o Conselho Federal, em juízo ou fora
dele;
III – convocar e presidir o Conselho Federal e executar
suas decisões;
IV – adquirir, onerar e alienar bens imóveis, quando
autorizado, e administrar o patrimônio do Conselho Federal,
juntamente com o Tesoureiro;
V – aplicar penas disciplinares, no caso de infração
cometida no âmbito do Conselho Federal;
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VI – assinar, com o Tesoureiro, cheques e ordens de


pagamento;
VII – executar e fazer executar o Estatuto e a legislação
complementar.

Vice-Presidente
Compete ao Vice-Presidente:
I – presidir o órgão Especial e executar suas decisões;
II – executar as atribuições que lhe forem cometidas pela
Diretoria ou delegadas, por portaria, pelo Presidente.

Secretário-Geral
Compete ao Secretário-Geral:
I – presidir a Primeira Câmara e executar suas decisões;
II – dirigir todos os trabalhos de Secretaria do Conselho
Federal;
III – secretariar as sessões do Conselho Pleno;
IV – manter sob sua guarda e inspeção todos os documentos
do Conselho Federal;
V – controlar a presença e declarar a perda de mandato
dos Conselheiros Federais;
VI – executar a administração do pessoal do Conselho
Federal;
VII – emitir certidões e declarações do Conselho Federal.

Secretário-Geral Adjunto
Compete ao Secretário-Geral Adjunto:
I – presidir a Segunda Câmara e executar suas decisões;
II – organizar e manter o cadastro nacional dos advogados
e estagiários, requisitando os dados e informações necessários aos
Conselhos Seccionais e promovendo as medidas necessárias;
III – executar as atribuições que lhe forem cometidas
pela Diretoria ou delegadas pelo Secretário-Geral;
IV – secretariar o Órgão Especial.

Tesoureiro
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Compete ao Tesoureiro:
I – presidir a Terceira Câmara e executar suas decisões;
II – manter sob sua guarda os bens e valores e o
almoxarifado do Conselho;
III – administrar a Tesouraria, controlar e pagar todas
as despesas autorizadas e assinar cheques e ordens de pagamento
com o Presidente;
IV – elaborar a proposta de orçamento anual, o relatório,
os balanços e as contas mensais e anuais da Diretoria;
V – propor à Diretoria a tabela de custas do Conselho
Federal;
VI – fiscalizar e cobrar as transferências devidas pelos
Conselhos Seccionais ao Conselho Federal, propondo à Diretoria a
intervenção nas Tesourarias dos inadimplentes;
VII – manter inventário dos bens móveis e imóveis do
Conselho Federal, atualizado anualmente;
VIII – receber e dar quitação dos valores recebidos pelo
Conselho Federal.
Em casos imprevistos, o Tesoureiro pode realizar despesas
não constantes do orçamento anual, quando autorizadas pela
Diretoria.
Cabe ao Tesoureiro propor à Diretoria o regulamento para
aquisições de material de consumo e permanente.

Compromisso da Diretoria e dos Conselheiros


Os conselheiros e dirigentes dos órgãos da OAB tomam
posse firmando, juntamente com o Presidente, o termo específico,
após prestar o seguinte compromisso:
“Prometo manter, defender e cumprir os princípios e
finalidades da OAB, exercer com dedicação e ética as
atribuições que me são delegadas e pugnar pela dignidade,
independência, prerrogativas e valorização da advocacia.”

3.5 – Conselho Pleno


O Conselho Pleno é integrado pelos Conselheiros Federais
de cada delegação e pelos ex-presidentes, sendo presidido pelo
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Presidente do Conselho Federal e secretariado pelo Secretário-


Geral.
Compete ao Conselho Pleno deliberar, em caráter nacional,
sobre propostas e indicações relacionadas às finalidades
institucionais da OAB, respeitadas as competências privativas dos
demais órgãos deliberativos do Conselho Federal, e ainda:
I – eleger o sucessor dos membros da Diretoria do
Conselho Federal, em caso de vacância;
II – regular, mediante resolução, matérias de sua
competência que não exijam edição de Provimento;
III – instituir, mediante Provimento, comissões
permanentes para assessorar o Conselho Federal e a Diretoria.
O Conselho Pleno pode decidir sobre todas as matérias
privativas de seu órgão Especial, quando o Presidente atribuir-
lhes caráter de urgência e grande relevância.
As proposições e os requerimentos deverão ser oferecidos
por escrito, cabendo ao relator apresentar relatório e voto na
sessão seguinte, acompanhados de ementa do acórdão.
No Conselho Pleno, o Presidente, em caso de urgência e
relevância, pode designar relator para apresentar relatório e voto
orais na mesma sessão.
Quando a proposta importar despesas não previstas no
orçamento, pode ser apreciada apenas depois de ouvido o Diretor
Tesoureiro quanto às disponibilidades financeiras para sua
execução.
O voto da delegação é o de sua maioria, havendo
divergência entre seus membros, considerando-se invalidado em caso
de empate.
O Presidente não integra a delegação de sua unidade
federativa de origem e não vota, salvo em caso de empate.
Os ex-Presidentes empossados antes de 5 de julho de 1994
têm direito de voto equivalente ao de uma delegação, em todas as
matérias, exceto na eleição dos membros da Diretoria do Conselho
Federal.
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O Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros e os


agraciados com a “Medalha Rui Barbosa” podem participar das
sessões do Conselho Pleno, com direito a voz.

Quórum do Conselho Pleno


Para editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de
Ética e Disciplina e os Provimentos e para intervir nos Conselhos
Seccionais é indispensável o quorum de dois terços das delegações.
Para as demais matérias prevalece o quorum de instalação
e de votação estabelecido neste Regulamento Geral.
A proposta que implique baixar normas gerais de
competência do Conselho Pleno ou encaminhar projeto legislativo ou
emendas aos Poderes competentes somente pode ser deliberada se o
relator ou a comissão designada elaborar o texto normativo, a ser
remetido aos Conselheiros juntamente com a convocação da sessão.
Antes de apreciar proposta de texto normativo, o Conselho
Pleno delibera sobre a admissibilidade da relevância da matéria.
Admitida a relevância, o Conselho passa a decidir sobre o
conteúdo da proposta do texto normativo, observados os seguintes
critérios:
a) procede-se à leitura de cada dispositivo,
considerando-o aprovado se não houver destaque levantado por
qualquer membro ou encaminhado por Conselho Seccional;
b) havendo destaque, sobre ele manifesta-se apenas aquele
que o levantou e a comissão relatora ou o relator, seguindo-se a
votação.
Se vários membros levantarem destaque sobre o mesmo ponto
controvertido, um, dentre eles, é eleito como porta-voz.
Se o texto for totalmente rejeitado ou prejudicado pela
rejeição, o Presidente designa novo relator ou comissão revisora
para redigir outro.

3.6 - ÓRGÃO ESPECIAL DO CONSELHO PLENO


O Órgão Especial é composto por um Conselheiro Federal
integrante de cada delegação, sem prejuízo de sua participação no
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Conselho Pleno, e pelos ex-Presidentes, sendo presidido pelo Vice-


Presidente e secretariado pelo Secretário-Geral Adjunto.
O Presidente do Órgão Especial, além de votar por sua
delegação, tem o voto de qualidade, no caso de empate.
Compete ao Órgão Especial deliberar, privativamente e em
caráter irrecorrível, sobre:
I – recurso contra decisões das Câmaras, quando não
tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem a
Constituição, as leis, o Estatuto, decisões do Conselho Federal,
este Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina ou os
Provimentos;
II – recurso contra decisões unânimes das Turmas, quando
estas contrariarem a Constituição, as leis, o Estatuto, decisões
do Conselho Federal, este Regulamento Geral, o Código de Ética e
Disciplina ou os Provimentos;
III – recurso contra decisões do Presidente ou da
Diretoria do Conselho Federal e do Presidente do Órgão Especial;
IV – consultas escritas, formuladas em tese, relativas às
matérias de competência das Câmaras especializadas ou à
interpretação do Estatuto, deste Regulamento Geral, do Código de
Ética e Disciplina e dos Provimentos, devendo todos os Conselhos
Seccionais ser cientificados do conteúdo das respostas;
V – conflitos ou divergências entre órgãos da OAB;
VI – determinação ao Conselho Seccional competente para
instaurar processo, quando, em autos ou peças submetidos ao
conhecimento do Conselho Federal, encontrar fato que constitua
infração disciplinar.
Os recursos ao Órgão Especial podem ser manifestados pelo
Presidente do Conselho Federal, pelas partes ou pelos recorrentes
originários.
O relator pode propor ao Presidente do Órgão Especial o
arquivamento da consulta, quando não se revestir de caráter geral
ou não tiver pertinência com as finalidades da OAB, ou o seu
encaminhamento ao Conselho Seccional, quando a matéria for de
interesse local.
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A decisão do Órgão Especial constitui orientação


dominante da OAB sobre a matéria, quando consolidada em súmula
publicada na imprensa oficial.

3.7 - AS CÂMARAS
Os Secretários das Câmaras são designados, dentre seus
integrantes, por seus Presidentes.
Nas suas faltas e impedimentos, os Presidentes e
Secretários das Câmaras são substituídos pelos Conselheiros mais
antigos e, havendo coincidência, pelos de inscrição mais antiga.
O Presidente da Câmara, além de votar por sua delegação,
tem o voto de qualidade, no caso de empate.

Primeira Câmara
Presidida pelo Secretário Geral, compete:
I – decidir os recursos sobre:
a) atividade de advocacia e direitos e prerrogativas dos
advogados e estagiários;
b) inscrição nos quadros da OAB;
c) incompatibilidades e impedimentos.
II – expedir resoluções regulamentando o Exame de Ordem,
para garantir sua eficiência e padronização nacional, ouvida a
Comissão Nacional de Exame de Ordem;
III – julgar as representações sobre as matérias de sua
competência;
IV – propor, instruir e julgar os incidentes de
uniformização de decisões de sua competência.
V – determinar ao Conselho Seccional competente a
instauração de processo quando, em autos ou peças submetidas ao
seu julgamento, tomar conhecimento de fato que constitua infração
disciplinar;
VI – julgar os recursos interpostos contra decisões de
seu Presidente.

Segunda Câmara
Presidida pelo Secretário-Geral Adjunto, compete:
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I – decidir os recursos sobre ética e deveres do


advogado, infrações e sanções disciplinares;
II – promover em âmbito nacional a ética do advogado,
juntamente com os Tribunais de Ética e Disciplina, editando
resoluções regulamentares ao Código de Ética e Disciplina.
III – julgar as representações sobre as matérias de sua
competência;
IV – propor, instruir e julgar os incidentes de
uniformização de decisões de sua competência;
V – determinar ao Conselho Seccional competente a
instauração de processo quando, em autos ou peças submetidas ao
seu julgamento, tomar conhecimento de fato que constitua infração
disciplinar;
VI – julgar os recursos interpostos contra decisões de
seu Presidente;
VII – eleger, dentre seus integrantes, os membros da
Corregedoria do Processo Disciplinar, em número máximo de três,
com atribuição, em caráter nacional, de orientar e fiscalizar a
tramitação dos processos disciplinares de competência da OAB,
podendo, para tanto, requerer informações e realizar diligências,
elaborando relatório anual dos processos em trâmite no Conselho
Federal e nos Conselhos Seccionais e Subseções.

Turmas da Segunda Câmara


A Segunda Câmara será dividida em três Turmas, entre elas
repartindo-se, com igualdade, os processos recebidos pela
Secretaria.
Na composição das Turmas, que se dará por ato do
Presidente da Segunda Câmara, será observado o critério de
representatividade regional, de sorte a nelas estarem presentes
todas as Regiões do País.
As Turmas serão presididas pelo Conselheiro presente de
maior antigüidade no Conselho Federal, admitindo-se o revezamento,
a critério dos seus membros, salvo a Turma integrada pelo
Presidente da Segunda Câmara, que será por ele presidida.
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Das decisões não unânimes das Turmas caberá recurso para


o Pleno da Segunda Câmara.
No julgamento do recurso, o relator ou qualquer membro da
Turma poderá propor que esta o afete ao Pleno da Câmara, em vista
da relevância ou especial complexidade da matéria versada, podendo
proceder do mesmo modo quando suscitar questões de ordem que
impliquem a adoção de procedimentos comuns pelas Turmas.

Terceira Câmara
Presidida pelo Tesoureiro, compete:
I – decidir os recursos relativos à estrutura, aos órgãos
e ao processo eleitoral da OAB;
II – decidir os recursos sobre sociedades de advogados,
advogados associados e advogados empregados;
III – apreciar os relatórios anuais e deliberar sobre o
balanço e as contas da Diretoria do Conselho Federal e dos
Conselhos Seccionais;
IV – suprir as omissões ou regulamentar as normas
aplicáveis às Caixas de Assistência dos Advogados, inclusive
mediante resoluções;
V – modificar ou cancelar, de ofício ou a pedido de
qualquer pessoa, dispositivo do Regimento Interno do Conselho
Seccional que contrarie o Estatuto ou este Regulamento Geral;
VI – julgar as representações sobre as matérias de sua
competência;
VII – propor, instruir e julgar os incidentes de
uniformização de decisões de sua competência;
VIII – determinar ao Conselho Seccional competente a
instauração de processo quando, em autos ou peças submetidas ao
seu julgamento, tomar conhecimento de fato que constitua infração
disciplinar;
IX – julgar os recursos interpostos contra decisões de
seu Presidente.

3.8 – Rito Procedimental perante o Conselho Federal


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Os órgãos deliberativos do Conselho Federal podem cassar


ou modificar atos ou deliberações de órgãos ou autoridades da OAB,
ouvidos estes e os interessados previamente, no prazo de quinze
dias, contado do recebimento da notificação, sempre que contrariem
o Estatuto, este Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina
e os Provimentos.
Toda matéria pertinente às finalidades e às competências
do Conselho Federal da OAB será distribuída automaticamente no
órgão colegiado competente a um relator, mediante sorteio
eletrônico, com inclusão na pauta da sessão seguinte, organizada
segundo critério de antiguidade.
Se o relator determinar alguma diligência, o processo é
retirado da ordem do dia, figurando em anexo da pauta com
indicação da data do despacho.
Incumbe ao relator apresentar na sessão seguinte, por
escrito, o relatório, o voto e a proposta de ementa.
O relator pode determinar diligências, requisitar
informações, instaurar representação incidental, propor ao
Presidente a redistribuição da matéria e o arquivamento, quando
for irrelevante ou impertinente às finalidades da OAB, ou o
encaminhamento do processo ao Conselho Seccional competente,
quando for de interesse local.
Em caso de inevitável perigo de demora da decisão, pode o
relator conceder provimento cautelar, com recurso de ofício ao
órgão colegiado, para apreciação preferencial na sessão posterior.
O relator notifica o Conselho Seccional e os
interessados, quando forem necessárias suas manifestações.
Compete ao relator manifestar-se sobre as desistências,
prescrições, decadências e intempestividades dos recursos, para
decisão do Presidente do órgão colegiado.
O processo será redistribuído automaticamente caso o
relator, após a inclusão em pauta, não o apresente para julgamento
na sessão seguinte ou quando, fundamentadamente e no prazo de 05
(cinco) dias, a contar do recebimento dos autos, declinar da
relatoria.
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O presidente do colegiado competente poderá deferir a


prorrogação do prazo de apresentação do processo para julgamento
estipulado no caput, por 01 (uma) sessão, mediante requerimento
por escrito e fundamentado do relator.
Redistribuído o processo, caso os autos encontrem-se com
o relator, o presidente do órgão colegiado determinará sua
devolução à secretaria, em até 05 (cinco) dias.
Em caso de matéria complexa, o Presidente designa uma
comissão em vez de relator individual.
A comissão escolhe um relator e delibera coletivamente,
não sendo considerados os votos minoritários para fins de
relatório e voto.

3.9 - Sessões de julgamento do CFOAB


Os órgãos colegiados do Conselho Federal reúnem-se
ordinariamente nos meses de fevereiro a dezembro de cada ano, em
sua sede no Distrito Federal, nas datas fixadas pela Diretoria.
Em caso de urgência ou no período de recesso (janeiro), o
Presidente ou um terço das delegações do Conselho Federal pode
convocar sessão extraordinária.
A sessão extraordinária, em caráter excepcional e de
grande relevância, pode ser convocada para local diferente da sede
do Conselho Federal.
As convocações para as sessões ordinárias são
acompanhadas de minuta da ata da sessão anterior e dos demais
documentos necessários.
Mediante prévia deliberação do Conselho Pleno, poderá ser
dispensada a realização da sessão ordinária do mês de julho, sem
prejuízo da regular fruição dos prazos processuais e
regulamentares.
Para instalação e deliberação dos órgãos colegiados do
Conselho Federal da OAB exige-se a presença de metade das
delegações, salvo nos casos de quorum qualificado, previsto neste
Regulamento Geral.
A deliberação é tomada pela maioria de votos dos
presentes.
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Comprova-se a presença pela assinatura no documento


próprio, sob controle do Secretário da sessão.
Qualquer membro presente pode requerer a verificação do
quorum, por chamada.
A ausência à sessão, depois da assinatura de presença,
não justificada ao Presidente, é contada para efeito de perda do
mandato.
Nas sessões observa-se a seguinte ordem:
I – verificação do quorum e abertura;
II – leitura, discussão e aprovação da ata da sessão
anterior;
III – comunicações do Presidente;
IV – ordem do dia;
V – expediente e comunicações dos presentes.
A ordem dos trabalhos ou da pauta pode ser alterada pelo
Presidente, em caso de urgência ou de pedido de preferência.
O julgamento de qualquer processo ocorre do seguinte
modo:
I – leitura do relatório, do voto e da proposta de ementa
do acórdão, todos escritos, pelo relator;
II – sustentação oral pelo interessado ou seu advogado,
no prazo de quinze minutos, tendo o respectivo processo
preferência no julgamento;
III – discussão da matéria, dentro do prazo máximo fixado
pelo Presidente, não podendo cada Conselheiro fazer uso da palavra
mais de uma vez nem por mais de três minutos, salvo se lhe for
concedida prorrogação;
IV – votação da matéria, não sendo permitidas questões de
ordem ou justificativa oral de voto, precedendo as questões
prejudiciais e preliminares às de mérito;
V - a votação da matéria será realizada mediante chamada
em ordem alfabética das bancadas, iniciando-se com a delegação
integrada pelo relator do processo em julgamento;
VI – proclamação do resultado pelo Presidente, com
leitura da súmula da decisão.
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Os apartes só serão admitidos quando concedidos pelo


orador. Não será admitido aparte:
a) à palavra do Presidente;
b) ao Conselheiro que estiver suscitando questão de
ordem.
Se durante a discussão o Presidente julgar que a matéria
é complexa e não se encontra suficientemente esclarecida, suspende
o julgamento, designando revisor para sessão seguinte.
A justificação escrita do voto pode ser encaminhada à
Secretaria até quinze dias após a votação da matéria.
O Conselheiro pode pedir preferência para antecipar seu
voto se necessitar ausentar-se justificadamente da sessão.
O Conselheiro pode eximir-se de votar se não tiver
assistido à leitura do relatório.
O relatório e o voto do relator, na ausência deste, são
lidos pelo Secretário.
Vencido o relator, o autor do voto vencedor lavra o
acórdão.
O pedido justificado de vista por qualquer Conselheiro,
quando não for em mesa, não adia a discussão, sendo deliberado
como preliminar antes da votação da matéria.
A vista concedida é coletiva, permanecendo os autos do
processo na Secretaria, com envio de cópias aos que as
solicitarem, devendo a matéria ser julgada na sessão ordinária
seguinte, com preferência sobre as demais, ainda que ausentes o
relator ou o Conselheiro requerente.
As decisões coletivas são formalizadas em acórdãos,
assinados pelo Presidente e pelo relator, e publicadas.
As manifestações gerais do Conselho Pleno podem dispensar
a forma de acórdão.
As ementas têm numeração sucessiva e anual, relacionada
ao órgão deliberativo.
As pautas e decisões são publicadas na Imprensa Oficial,
ou comunicadas pessoalmente aos interessados, e afixadas em local
de fácil acesso na sede do Conselho Federal.
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3.9 - CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS


As Conferências Nacionais da OAB representaram um novo
ciclo na história das relações sociais de classe. Aproximando as
Seções e o Conselho Federal numa assembléia sem distinções nem
graus de jurisdição ou hierarquia, proporcionaram à Ordem, como
federação, um sentido de comunicação e solidariedade capaz de
revitalizar a compreensão recíproca e de manter a unidade
orgânica, sem prejuízo das distinções específicas impostas pela
natureza dos problemas e peculiaridades regionais.
As Conferências foram idealizadas por Nehemias Gueiros
com o intuito de criar um espaço de reflexão relativo às questões
que envolvem a profissão de advogado, proporcionando o
acompanhamento da evolução do Direito brasileiro e sua relação com
os problemas que se destacam no cenário político-social do País.
Representam um dos principais instrumentos que viabilizam a
participação da Ordem no processo de democratização nacional. A
primeira ocorreu em 1958.
A Conferência Nacional dos Advogados é órgão consultivo
máximo do Conselho Federal, reunindo-se trienalmente, no segundo
ano do mandato, tendo por objetivo o estudo e o debate das
questões e problemas que digam respeito às finalidades da OAB e ao
congraçamento dos advogados.
As Conferências dos Advogados dos Estados e do Distrito
Federal são órgãos consultivos dos Conselhos Seccionais, reunindo-
se trienalmente, no segundo ano do mandato.
No primeiro ano do mandato do Conselho Federal ou do
Conselho Seccional, decidem-se a data, o local e o tema central da
Conferência.
As conclusões das Conferências têm caráter de
recomendação aos Conselhos correspondentes.
São membros das Conferências:
I – efetivos: os Conselheiros e Presidentes dos órgãos da
OAB presentes, os advogados e estagiários inscritos na
Conferência, todos com direito a voto;
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II – convidados: as pessoas a quem a Comissão


Organizadora conceder tal qualidade, sem direito a voto, salvo se
for advogado.
Os convidados, expositores e membros dos órgãos da OAB
têm identificação especial durante a Conferência.
Os estudantes de direito, mesmo inscritos como
estagiários na OAB, são membros ouvintes, escolhendo um porta-voz
entre os presentes em cada sessão da Conferência.
A Conferência é dirigida por uma Comissão Organizadora,
designada pelo Presidente do Conselho, por ele presidida e
integrada pelos membros da Diretoria e outros convidados.
O Presidente pode desdobrar a Comissão Organizadora em
comissões específicas, definindo suas composições e atribuições.
Cabe à Comissão Organizadora definir a distribuição do
temário, os nomes dos expositores, a programação dos trabalhos, os
serviços de apoio e infra-estrutura e o regimento interno da
Conferência.
Durante o funcionamento da Conferência, a Comissão
Organizadora é representada pelo Presidente, com poderes para
cumprir a programação estabelecida e decidir as questões
ocorrentes e os casos omissos.
Os trabalhos da Conferência desenvolvem-se em sessões
plenárias, painéis ou outros modos de exposição ou atuação dos
participantes.
As sessões são dirigidas por um Presidente e um Relator,
escolhidos pela Comissão Organizadora.
Quando as sessões se desenvolvem em forma de painéis, os
expositores ocupam a metade do tempo total e a outra metade é
destinada aos debates e votação de propostas ou conclusões pelos
participantes.
É facultado aos expositores submeter as suas conclusões à
aprovação dos participantes.
Foram as seguintes conferencias:
I Conferência – Rio de Janeiro, agosto de 1958
II Conferência – São Paulo, agosto de 1960
III Conferência – Recife, dezembro de 1968
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IV Conferência – São Paulo, outubro de 1970


V Conferência – Rio de Janeiro, agosto de 1974
VI Conferência – Salvador, outubro de 1976
VII Conferência – Curitiba, maio de 1978
VIII Conferência – Manaus, maio de 1980
IX Conferência – Florianópolis, maio de 1982
X Conferência – Recife, set/out de 1984
XI Conferência – Belém, agosto de 1986
XII Conferência – Porto Alegre, outubro de 1988
XIII Conferência – Belo Horizonte, setembro de 1990
XIV Conferência – Vitória, setembro de 1992
XV Conferência – Foz do Iguaçu, setembro de 1994
XVI Conferência – Fortaleza, setembro de 1996
XVII Conferência – Rio de Janeiro, ago/set de 1999
XVIII Conferência – Salvador, novembro de 2002
XIX Conferência – Florianópolis, setembro de 2005
XX Conferência – Natal, novembro de 2008
XXI Conferência – Curitiba, 20 a 24 de novembro de 2011
XXII Conferência – Rio de Janeiro, outubro de 2014

4.0 - CONSELHO SECCIONAL


O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo
território, as competências, vedações e funções atribuídas ao
Conselho Federal, no que couber e no âmbito de sua competência
material e territorial, e as normas gerais estabelecidas no EOAB,
no regulamento geral, no Código de Ética e Disciplina, e nos
Provimentos.
Os novos Conselhos Seccionais serão criados mediante
Resolução do Conselho Federal.

4.1 - Competência Privativa


Compete privativamente ao Conselho Seccional:
I - editar seu regimento interno e resoluções;
II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos
Advogados;
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III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas


por seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e
Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de
Assistência dos Advogados;
IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o
relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua
diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência
dos Advogados;
V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o
território estadual;
VI - realizar o Exame de Ordem;
VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de
advogados e estagiários;
VIII - manter cadastro de seus inscritos;
IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias,
preços de serviços e multas;
X - participar da elaboração dos concursos públicos, em
todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas
leis, no âmbito do seu território;
XI - determinar, com exclusividade, critérios para o
traje dos advogados, no exercício profissional;
XII - aprovar e modificar seu orçamento anual;
XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal
de Ética e Disciplina, e escolher seus membros;
XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas,
para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito
de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal,
vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer
órgão da OAB;
XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos
Advogados, onde e quando constatar grave violação do Estatuto,
deste Regulamento Geral e do Regimento Interno do Conselho
Seccional;
XVI - desempenhar outras atribuições previstas no
regulamento geral.
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XVII – cassar ou modificar, de ofício ou mediante


representação, qualquer ato de sua diretoria e dos demais órgãos
executivos e deliberativos, da diretoria ou do conselho da
Subseção e da diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados,
contrários ao Estatuto, ao Regulamento Geral, aos Provimentos, ao
Código de Ética e Disciplina, ao seu Regimento Interno e às suas
Resoluções;
XVIII – ajuizar, após deliberação:
a) ação direta de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais e municipais, em face da Constituição
Estadual ou da Lei Orgânica do Distrito Federal;
b) ação civil pública, para defesa de interesses difusos
de caráter geral e coletivos e individuais homogêneos;
c) mandado de segurança coletivo, em defesa de seus
inscritos, independentemente de autorização pessoal dos
interessados;
d) mandado de injunção, em face da Constituição Estadual
ou da Lei Orgânica do Distrito Federal.
XIX - O Presidente do Conselho Seccional da OAB têm
legitimidade para:
a)agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer
pessoa que infringir as disposições ou os fins;
b)intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e
processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os
inscritos na OAB.
c)requisitar cópias de peças de autos e documentos a
qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração
Pública direta, indireta e fundacional.
O ajuizamento é decidido pela Diretoria, no caso de
urgência ou recesso do Conselho Seccional.
Os Conselhos Seccionais podem representar a OAB em geral
ou os advogados brasileiros em eventos internacionais ou no
exterior, quando autorizados pelo Presidente Nacional.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – VALORES DE CONSULTAS FIXADOS PELA SUBSEÇÃO DE


MODO ESCALONADO – IMPOSSIBILIDADE LEGAL, SEJA ESCALONADO OU NÃO –
ELABORAÇÃO DA TABELA DE REFERÊNCIA DE VALORES DE HONORÁRIOS É ATO
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PRIVATIVO DAS SECCIONAIS ESTADUAIS DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –


INTELIGÊNCIA DO ART. 18, ITEM XI DO REGIMENTO INTERNO, DO ART. 111 E 117 DO
REGULAMENTO GERAL E ART. 58 DO ESTATUTO DA ADVOCACIA – REFOGE À
COMPETÊNCIA DE QUALQUER SUBSECÇÃO A REFERÊNCIA PARCIAL OU TOTAL DE
VALORES ADVOCATÍCIOS DE CONSULTAS FEITAS POR ADVOGADOS.
A competência para a elaboração de tabela de valores de consultas de advogados não pode ser
determinada pelas subseccionais da OAB, seja de modo escalonado ou não, vez que a competência
para esta missão é do Conselho Estadual de cada Seccional da OAB, sem direito concedido para
esta ou aquela subsecção estipular valores nas prestações de serviços profissionais, sejam
consultivos ou operacionais. O fundamento legal desta competência está contemplado nos art. 117 e
111 do Regulamento Geral, art. 58 do Estatuto da Advocacia e art. 18, item X, do Regimento Interno
da Seccional da OAB do Estado de São Paulo, que tem, como sua, a competência para fixar a tabela
de honorários dos advogados neste Estado.Proc. E-4.652/2016 - v.m., em 16/06/2016, do parecer e
ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. EDUARDO AUGUSTO ALCKMIN
JACOB - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

TRAJE DO ADVOGADO NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO – REGRAS – COMPETÊNCIA DOS


CONSELHOS SECCIONAIS – AUSÊNCIA DE DIRETRIZES DO CONSELHO SECCIONAL –
REGRA BÁSICA – BOM SENSO, CONSIDERANDO-SE O FORMALISMO DA PROFISSÃO.
Segundo o inciso XI, do art. 58, do EAOAB, compete aos Conselhos Seccionais “determinar, com
exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional”. Inexistindo essa
determinação, cabe aos advogados, no exercício de sua profissão, trajar-se com sobriedade, de
modo que sua vestimenta não chame a atenção das demais pessoas. Roupas formais e clássicas são
as recomendadas. Proc. E-4.695/2016 - v.u., em 25/08/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr.
ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI - Presidente Dr.
PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

4.2 - Competência concorrente


Compete à Secção, junto com o Conselho Federal:
I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;
II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses
coletivos ou individuais dos advogados;
III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas
e valorização da advocacia;

4.3 - Composição
Os cargos da Diretoria do Conselho Seccional têm as
mesmas denominações atribuídas aos da Diretoria do Conselho
Federal. Os cargos da Diretoria da Subseção e da Caixa de
Assistência dos Advogados têm as seguintes denominações:
Presidente, Vice-Presidente, Secretário, Secretário Adjunto e
Tesoureiro.
Os Conselhos Seccionais são compostos de conselheiros
eleitos, incluindo os membros da Diretoria, proporcionalmente ao
número de advogados com inscrição concedida, observados os
seguintes critérios:
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I – abaixo de 3.000 (três mil) inscritos, até 30 (trinta)


membros;
II – a partir de 3.000 (três mil) inscritos, mais um
membro por grupo completo de 3.000 (três mil) inscritos, até o
total de 80 (oitenta) membros.
Cabe ao Conselho Seccional, observado o número da última
inscrição concedida, fixar o número de seus membros, mediante
resolução, sujeita a referendo do Conselho Federal, que aprecia a
base de cálculo e reduz o excesso, se houver.
O Conselho Seccional, a delegação do Conselho Federal, a
diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados, a diretoria e o
conselho da Subseção podem ter suplentes, eleitos na chapa
vencedora, em número fixado entre a metade e o total de
conselheiros titulares.
Não se incluem no cálculo da composição dos elegíveis ao
Conselho seus ex-Presidentes e o Presidente do Instituto dos
Advogados.

4.4 - Sessões do Conselho


Todos os órgãos vinculados ao Conselho Seccional reúnem-
se, ordinariamente, nos meses de fevereiro a dezembro, em suas
sedes, e para a sessão de posse no mês de janeiro do primeiro ano
do mandato.
Em caso de urgência ou nos períodos de recesso (janeiro),
os Presidentes dos órgãos ou um terço de seus membros podem
convocar sessão extraordinária.
As convocações para as sessões ordinárias são
acompanhadas de minuta da ata da sessão anterior e dos demais
documentos necessários.
Para aprovação ou alteração do Regimento Interno do
Conselho, de criação e intervenção em Caixa de Assistência dos
Advogados e Subseções e para aplicação da pena de exclusão de
inscrito é necessário quorum de presença de dois terços dos
conselheiros.
Para as demais matérias exige-se quorum de instalação e
deliberação de metade dos membros de cada órgão deliberativo, não
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 34

se computando no cálculo os ex-Presidentes presentes, com direito


a voto.
A deliberação é tomada pela maioria dos votos dos
presentes, incluindo os ex-Presidentes com direito a voto.
Comprova-se a presença pela assinatura no documento
próprio, sob controle do Secretário da sessão.
Qualquer membro presente pode requerer a verificação do
quorum, por chamada.
A ausência à sessão depois da assinatura de presença, não
justificada ao Presidente, é contada para efeito de perda do
mandato.

4.5 - Órgãos e Comissões


O Conselho Seccional pode dividir-se em órgãos
deliberativos e instituir comissões especializadas, para melhor
desempenho de suas atividades.
Os órgãos do Conselho podem receber a colaboração
gratuita de advogados não conselheiros, inclusive para instrução
processual, considerando-se função relevante em benefício da
advocacia.
No Conselho Seccional e na Subseção que disponha de
conselho é obrigatória a instalação e o funcionamento da Comissão
de Direitos Humanos, da Comissão de Orçamento e Contas e da
Comissão de Estágio e Exame de Ordem.
Os suplentes podem desempenhar atividades permanentes e
temporárias, na forma do Regimento Interno.
As Câmaras e os órgãos julgadores em que se dividirem os
Conselhos Seccionais para o exercício das respectivas competências
serão integradas exclusivamente por Conselheiros eleitos,
titulares ou suplentes.
Às Comissões de Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos
Seccionais compete fiscalizar a aplicação da prova e verificar o
preenchimento dos requisitos exigidos dos examinandos quando dos
pedidos de inscrição, assim como difundir as diretrizes e defender
a necessidade do Exame de Ordem.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 35

4.6 – Conselho Seccional de São Paulo – OAB/SP


Criada em 22 de janeiro de 1932, a Seção de São Paulo da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB SP) vem contribuindo, ao longo
de sua história, para consolidar as instituições democráticas e a
cidadania no País, dando fiel cumprimento ao artigo 44 do Estatuto
da Advocacia e a OAB – Lei Federal 8.906/94: “defender a
Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito,
os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação
das leis, pela rápida administração da justiça e pelo
aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”.
No desempenho de sua função institucional, a OAB
promove, com exclusividade, a representação, defesa, seleção e
disciplina dos advogados.
A trajetória da entidade na defesa das liberdades
democráticas começa no seu nascimento às vésperas da Revolução de
1932, sendo seu primeiro presidente, Plínio Barreto, um dos mais
ativos militantes da Revolução Constitucionalista.
Durante a ditadura militar, a Entidade empunhou a
bandeira da volta do Estado Democrático de Direito; empenhou-se na
luta contra todos os abusos praticados naquele período difícil da
vida nacional, promovendo a defesa de presos políticos e da
liberdade de expressão em todos os níveis. Trabalhou pelo
Movimento da Anistia e pelas Diretas-Já, juntamente com outras
entidades da sociedade civil.
A Secional paulista da OAB é a maior do País, com um
contingente que ultrapassa 350 mil advogados e 15 mil sociedades
inscritos. Mantém mais de 100 comissões atuantes, entre
permanentes e especiais, que desenvolvem importante trabalho de
estudo e aperfeiçoamento da legislação, além de zelar pelo bom
desempenho da profissão. Conta com 800 postos de atendimento
espalhados por todo o Estado, incluindo as 229 Subseções e, ainda,
107 pontos de Certificação Digital que, desde a sua implantação
(setembro/2010), ultrapassaram a emissão de 102.000 certificados
digitais.
A Comissão de Direitos e Prerrogativas, apenas na atual
gestão, movimentou número superior a 600 processos e o Tribunal de
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Ética e Disciplina é composto de 24 turmas, que apuram e punem as


faltas éticas praticadas pelos inscritos. Com o empenho de muitos
colaboradores, todas as Subseções da OAB SP, que muito colaboram
para advocacia em todo o Estado, obtiveram a certificação de
qualidade ISO 9001, tendo como foco a busca de excelência dos
serviços prestados à classe.
A OAB SP está voltada para a ampliação e consolidação da
cidadania, nunca descuidando da luta por uma Justiça mais ágil e
eficiente para todos os jurisdicionados.

Órgãos da Secional São Paulo:


1. Conselho Secional;
2. Diretoria;
3. Comissões Permanentes e Especiais;
4. Subseções e suas Diretorias;
5. Colégio de Presidentes das Subseções;
6. Tribunal de Ética;
7. CAASP
8. ESA

Conselheiros Estaduais da OAB/SP


Membros Efetivos da gestão 2016/2018
ADRIANA GALVÃO MOURA ABILIO
AILTON JOSE GIMENEZ
ALCEU BATISTA DE ALMEIDA JUNIOR
ALDIMAR DE ASSIS
ALEKSANDER MENDES ZAKIMI
ALEXANDRE LUIS MENDONCA ROLLO
ANDREA LUPO
ANNA CARLA AGAZZI
ANTONIO CARLOS DELGADO LOPES
CARLOS ALBERTO EXPEDITO DE BRITTO NETO
CARLOS ALBERTO MALUF SANSEVERINO
CARLOS SIMAO NIMER
CID VIEIRA DE SOUZA FILHO
CLARICE ZIAUBER VAITEKUNAS DE JESUS ARQUELY
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CLAUDIO PERON FERRAZ


CLEMENCIA BEATRIZ WOLTHERS
DENIS DOMINGUES HERMIDA
DIJALMA LACERDA
EDER LUIZ DE ALMEIDA
EDMILSON WAGNER GALLINARI
EDSON ROBERTO REIS
ELI ALVES DA SILVA
FABIO DE SOUZA SANTOS
FABIO GUEDES GARCIA DA SILVEIRA
FABIO GUIMARAES CORREA MEYER
FABIO PICARELLI
FABIOLA MARQUES
FERNANDO CALZA DE SALLES FREIRE
FERNANDO OSCAR CASTELO BRANCO
FLAVIA CRISTINA PIOVESAN
GILDA FIGUEIREDO FERRAZ DE ANDRADE
HELENA MARIA DINIZ
IVAN DA CUNHA SOUSA
JARBAS ANDRADE MACHIONI
JOAO CARLOS RIZOLLI
JOAO EMILIO ZOLA JUNIOR
JOAO MARCOS LUCAS
JOSÉ EDUARDO DE MELLO FILHO
JOSE FABIANO DE QUEIROZ WAGNER
JOSE MARIA DIAS NETO
JOSE ROBERTO MANESCO
JOSE TARCISIO OLIVEIRA ROSA
JULIO CESAR FIORINO VICENTE
KATIA BOULOS
LAERTE SOARES
LIVIO ENESCU
LUIZ AUGUSTO ROCHA DE MORAES
LUIZ FLAVIO FILIZZOLA D URSO
LUIZ SILVIO MOREIRA SALATA
MARCELO KNOEPFELMACHER
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MARCIO CAMMAROSANO
MARCO ANTONIO PINTO SOARES JUNIOR
MARIO DE OLIVEIRA FILHO
MARISTELA BASSO
MARTIM DE ALMEIDA SAMPAIO
MAURICIO JANUZZI SANTOS
MAURICIO SILVA LEITE
MOIRA VIRGINIA HUGGARD-CAINE
OSCAR ALVES DE AZEVEDO
PAULO JOSE IASZ DE MORAIS
RENATA DE CARLIS PEREIRA
RENATA SOLTANOVITCH
RICARDO RUI GIUNTINI
ROBERTO DELMANTO JUNIOR
ROSANGELA MARIA NEGRAO
RUI AUGUSTO MARTINS
SIDNEI ALZIDIO PINTO
SILVIA REGINA DIAS
SONIA MARIA PINTO CATARINO
TALLULAH KOBAYASHI DE A.CARVALHO
TAYON SOFFENER BERLANGA
UMBERTO LUIZ BORGES D´URSO
URIEL CARLOS ALEIXO
WILZA APARECIDA LOPES SILVA
WUDSON MENEZES RIBEIRO

Membros Suplentes da gestão 2016/2018


ADERBAL DA CUNHA BERGO
ADRIANA ZAMITH NICOLINI
ALESSANDRO DE OLIVEIRA BRECAILO
ALINE SILVA FÁVERO
ANA MARIA FRANCO SANTOS CANALLE
ANDRE APARECIDO BARBOSA
ANDRÉA REGINA GOMES
ANTONIO CARLOS ROSELLI
ANTONIO ELIAS SEQUINI
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ARLES GONÇALVES JUNIOR


AUDREY LISS GIORGETTI
BENEDITO ALVES DE LIMA NETO
CARLOS FIGUEIREDO MOURAO
CELSO CALDAS MARTINS XAVIER
CESAR MARCOS KLOURI
CIBELE MIRIAM MALVONE TOLDO
CORIOLANO AURELIO DE A CAMARGO SANTOS
DANIEL DA SILVA OLIVEIRA
DAVE LIMA PRADA
EDIVALDO MENDES DA SILVA
ELIANA MALINOSK CASARINI
EUGENIA ZARENCZANSKI
EURO BENTO MACIEL FILHO
FABIANA FAGUNDES
FABRÍCIO DE OLIVEIRA KLÉBIS
FLAVIA FILHORINI LEPIQUE
FLAVIO PERBONI
FREDERICO CRISSIÚMA DE FIGUEIREDO
GERSON LUIZ ALVES DE LIMA
GLAUCIA MARIA LAULETTA FRASCINO
GLAUCO POLACHINI GONÇALVES
GLAUDECIR JOSE PASSADOR
JANAINA CONCEICAO PASCHOAL
JOSE HELIO MARINS GALVAO NUNES
JOSE MEIRELLES FILHO
JOSE PABLO CORTES
JOSE VASCONCELOS
LEANDRO CALDEIRA NAVA
LEANDRO SARCEDO
LUCIA HELENA SAMPATARO H CIRILO
LUCIMAR VIEIRA DE FARO MELO
LUIS AUGUSTO BRAGA RAMOS
LUIS HENRIQUE FERRAZ
LUIZ EUGENIO MARQUES DE SOUZA
LUIZ GONZAGA LISBOA ROLIM
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MAIRTON LOURENCO CANDIDO


MARCELO GATTI REIS LOBO
MARCIO GONCALVES
MARCO ANTONIO ARAUJO JUNIOR
MARCOS ANTONIO DAVID
MARGARETE DE CASSIA LOPES
MARIA CLAUDIA SANTANA LIMA DE OLIVEIRA
MARIA DAS GRACAS PERERA DE MELLO
MARIA MARLENE MACHADO
MARIA PAULA ROSSI QUINONES
MARIA SILVIA LEITE SILVA DE LIMA
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO
MARISA APARECIDA MIGLI
MAURICIO GUIMARAES CURY
NELSON SUSSUMU SHIKICIMA
ORLANDO CESAR MUZEL MARTHO
OTAVIO PINTO E SILVA
PATRICK PAVAN
PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI
RAQUEL TAMASSIA MARQUES
REGINA APARECIDA MIGUEL
REGINA MARIA SABIA DARINI LEAL
RENE PASCHOAL LIBERATORE
RICARDO GALANTE ANDREETTA
RICARDO HIROSHI BOTELHO YOSHINO
ROBERTO CERQUEIRA DE OLIVEIRA ROSA
ROBERTO DE SOUZA ARAUJO
ROSA LUZIA CATTUZZO
ROSANA MARIA PETRILLI
ROSEMARY APARECIDA DIAS OGGIANO
SANDRA NEDER THOME DE FREITAS
SANDRA VALERIA VADALA MULLER
SIMONE MIZUMOTO RIBEIRO SOARES
VERA SILVIA FERREIRA TEIXEIRA RAMOS
VIVIAN DE ALMEIDA GREGORI TORRES
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Membros Natos:
ANTONIO CLAUDIO MARIZ DE OLIVEIRA
CARLOS MIGUEL CASTEX AIDAR
JOSÉ ROBERTO BATOCHIO
JOÃO ROBERTO EGYDIO DE PIZA FONTES
MARIO SERGIO DUARTE GARCIA
RUBENS APPROBATO MACHADO
LUIZ FLÁVIO BORGES D’URSO

Conselheiros Federais da OAB/SP


Membros Efetivos:
GUILHERME OCTAVIO BATOCHIO
LUIZ FLAVIO BORGES D´URSO
MARCIA REGINA APPROBATO MACHADO MELARÉ

Membros Suplentes:
ALOISIO LACERDA MEDEIROS
ARNOLDO WALD FILHO
CARLOS JOSE SANTOS DA SILVA

Comissões Permanentes
ADVOCACIA PÚBLICA
Advogado Assalariado
DEFESA DO CONSUMIDOR
DIREITOS E PRERROGATIVAS
DIREITOS HUMANOS
ESTÁGIO
EXAME DE ORDEM
MEIO AMBIENTE
MULHER ADVOGADA
OBRAS E PATRIMÔNIO
ORÇAMENTO E CONTAS
RESGATE DA MEMÓRIA DA OAB
SELEÇÃO E INSCRIÇÃO
SOCIEDADES DE ADVOGADOS
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Comissões Especiais
ACADÊMICO DE DIREITO
Acompanhamento das Investigações da Chacina ocorrida em
13.08.2015, na cidade de Osasco
ACOMPANHAMENTO DE INQUÉRITOS
Acompanhamento do Novo Código Comercial para o Brasil,
Projeto de Lei nº 1572/2011
Advocacia em Empresas Estatais
AGRONEGÓCIOS E DE RELAÇÕES AGRÁRIAS
Antropologia do Direito
Análise do Anteprojeto de Lei da Lei Orgânica da
Magistratura Nacional (LOMAN)
Análise do Projeto de Lei do Senado nº 280/2016
Apoio a Departamentos Jurídicos
Apoio ao Advogado Professor
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
BIOTECNOLOGIA E BIODIREITO
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Colaboração Institucional entre a OAB SP e o ROTARY CLUB
Combate à Corrupção e Improbidade Administrativa
Combate à Pirataria
Como participar das Comissões
CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Contra Caixa Dois nas Campanhas Eleitorais
Contra o Trote Universitário
Controle Social dos Gastos Públicos
COOPERATIVISMO
COORDENADORIA DE AÇÃO SOCIAL
Correições e Inspeções nos Tribunais
Criminologia e Vitimologia
CULTURA E EVENTOS
Defesa das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos
DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADUANEIRO
DIREITO AERONÁUTICO
DIREITO AGRÁRIO
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Direito Anti Bullying


Direito Autoral e de Entretenimento
Direito Bancário
DIREITO CIVIL
Direito Condominial
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO DA ENERGIA
Direito das Telecomunicações
DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES
DIREITO DESPORTIVO
Direito Digital e Compliance
Direito do Refugiado, do Asilado e da Proteção
Internacional
DIREITO DO TERCEIRO SETOR
DIREITO E LIBERDADE RELIGIOSA
Direito e Negócios Internacionais
Direito Educacional e Políticas
Públicas em Educação
Direito Eleitoral
DIREITO EMPRESARIAL
Direito Empresarial do Trabalho
Direito Marítimo e Portuário
Direito Material do Trabalho
Direito Médico
Direito Notarial e Registros Públicos
Direito Penal
Direito Penal Econômico
Direito Penal Tributário
Direito Previdenciário
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Direito Processual do Trabalho
DIREITO SANITÁRIO
DIREITO SECURITÁRIO
DIREITO SINDICAL
DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO URBANÍSTICO
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DIREITO VIÁRIO
DIREITO À ADOÇÃO
DIREITO ÀS ARTES
Direito à Saúde
Direitos Conexos nas Relações de Shopping Centers
DIREITOS DA PESSOA IDOSA
DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Direitos dos Estrangeiros Presos e Egressos
DIREITOS INFANTOJUVENIS
Direitos à Educação e Informação
DIVERSIDADE SEXUAL
Educação Digital
ELEITORAL OAB-SP
Emendas ao Projeto de Lei nº 4254/2015
ENSINO JURÍDICO
Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravo
Estudo do Projeto de Lei 4850/2016
ESTUDO DO PROJETO DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
ESTUDOS DA CONCORRÊNCIA E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Estudos da Oratória Forense
Estudos de Comunicações e Radioamadorismo
Estudos de Planos Econômicos
ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA
Estudos de Relações do Trabalho do Setor da Saúde
Estudos do Anteprojeto de Lei Orgânica Nacional da
Advocacia Pública
Estudos do Direito da Mineração
Estudos em Direito da Moda
Estudos sobre Acidente do Trabalho
Estudos sobre Criminal Compliance
ESTUDOS SOBRE EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DE DROGAS E AFINS
ESTUDOS SOBRE MONITORAMENTO ELETRÔNICO DE DETENTOS
ESTUDOS SOBRE PERÍCIAS FORENSES
ESTUDOS SOBRE PLANOS DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA MÉDICA
Etica Empresarial
Etica Pública
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FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO ILEGAL DA ADVOCACIA


Franchising
Fórum Permanente do Processo Judicial Eletrônico
Honorários Advocatícios
IGUALDADE RACIAL
INFORMÁTICA JURÍDICA
Infraestrutura, Logística e Desenvolvimento Sustentável
Inscrição e Arguição de Candidatos ao Quinto
Constitucional
JOVEM ADVOCACIA
Liberdade de Imprensa
Licitações e Contratos
MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
MERCADO DE CAPITAIS E GOVERNANÇA CORPORATIVA
OAB Concilia
OAB VAI À ESCOLA
OAB VAI À FACULDADE
Observatório do Novo CPC
Pesquisa e Pós-Graduação em Direito
POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA
PRECATÓRIOS
Previdência Privada
PROCESSANTE
Propostas de Parcerias e Convênios Públicos
PROTEÇÃO E DEFESA ANIMAL
Reforma Política
Regime Próprio da Previdência Social - Servidor Público
RELACIONAMENTO COM O TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª
REGIÃO
Relacionamento com o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª
Região
Relacionamento com o Tribunal Regional Federal da 3ª
Região
RELAÇÕES COM O PODER JUDICIÁRIO ESTADUAL
RELAÇÕES COM O PODER LEGISLATIVO
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS
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RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Representação junto a Área Contábil
Revisão da Tabela de Honorários Advocatícios
SEGURANÇA PÚBLICA
Segurança Privada
VISITAS E RECEPÇÃO DA OAB

5.0 - CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS


A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade
jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos
no Conselho Seccional a que se vincule.
A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a
aprovação e registro de seu Estatuto pelo respectivo Conselho
Seccional da OAB, na forma do Regulamento Geral.
Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição
obrigatória devida por seus inscritos, destinada à manutenção dos
serviços, incidente sobre atos decorrentes do efetivo exercício da
advocacia.
A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com
atribuições definidas no seu Regimento Interno.
Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas
pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as
deduções regulamentares obrigatórias.
Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu
patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo.
O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de
seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados,
no caso de descumprimento de suas finalidades, designando
diretoria provisória, enquanto durar a intervenção.
As Caixas de Assistência dos Advogados são criadas
mediante aprovação e registro de seus estatutos pelo Conselho
Seccional.
O estatuto da Caixa define as atividades da Diretoria e a
sua estrutura organizacional.
A Caixa pode contar com departamentos específicos,
integrados por profissionais designados por sua Diretoria.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 47

O plano de empregos e salários do pessoal da Caixa é


aprovado por sua Diretoria e homologado pelo Conselho Seccional.
A assistência aos inscritos na OAB é definida no estatuto
da Caixa e está condicionada à:
I – regularidade do pagamento, pelo inscrito, da anuidade
à OAB;
II – carência de um ano, após o deferimento da inscrição;
III – disponibilidade de recursos da Caixa.
O estatuto da Caixa pode prever a dispensa dos requisitos
de que cuidam os incisos I e II, em casos especiais.
A seguridade complementar pode ser implementada pela
Caixa, segundo dispuser seu estatuto.
As Caixas promovem entre si convênios de colaboração e
execução de suas finalidades.
A Coordenação Nacional das Caixas, por elas mantida,
composta de seus presidentes, é órgão de assessoramento do
Conselho Federal da OAB para a política nacional de assistência e
seguridade dos advogados, tendo seu Coordenador direito a voz nas
sessões, em matéria a elas pertinente.
O Conselho Federal pode constituir fundos nacionais de
seguridade e assistência dos advogados, coordenados pelas Caixas,
ouvidos os Conselhos Seccionais.

5.1 - CAASP – Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo


A CAASP é um órgão da Ordem dos Advogados do Brasil –
Secção de São Paulo, tendo sido instituída por deliberação do seu
Conselho Seccional em sessão de 3 de fevereiro de 1936. Constitui
serviço público federal, nos termos do parágrafo 5º do artigo 45 e
do artigo 62 da Lei nº. 8.906 de 4 de julho de 1994, e do Estatuto
da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil.
A CAASP é uma entidade beneficente, sem fins lucrativos,
com personalidade jurídica e patrimônio próprios, autonomia
financeira e administrativa, com sede na Capital de São Paulo, na
Rua Benjamin Constant, nº 75 - Centro, e atuação em todo o Estado
de São Paulo. Tem como finalidade estatutária prestar assistência
social aos advogados e estagiários regularmente inscritos na OAB
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 48

SP e seus respectivos dependentes, assim definidos no seu


Estatuto.
A CAASP é mantida por parte das contribuições
estatutárias recolhidas pelos advogados (as) e estagiários (as) à
OAB/SP.
A CAASP é dirigida por advogados eleitos pelo voto
direto, por ocasião da eleição do Conselho Seccional da OAB SP.

Diretoria
A CAASP é administrada por uma Diretoria composta por
presidente, vice-presidente, secretário-geral, tesoureiro,
secretário-geral adjunto, diretor da Área Médica, diretor da Área
Odontológica, diretor de Serviços ao Advogado e diretores
executivos, eleita na segunda quinzena do mês de novembro do
último ano de mandato, juntamente com os membros do Conselho
Seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil, por
cédula única e votação direta dos advogados regularmente inscritos

Beneficiários
Quem pode utilizar os serviços da CAASP:
Todos os advogados e estagiários regularmente inscritos
na OAB/SP podem, automaticamente, utilizar os serviços e
benefícios da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo, bem
como seus dependentes diretos, a seguir indicados e definidos no
Estatuto da entidade.
Para usufruir dos serviços e benefícios da CAASP o
advogado ou estagiário deverá cumprir os seguintes requisitos:
a)Estar quite com as Tesourarias da Ordem dos Advogados
do Brasil e da CAASP;
b)Comprovar o exercício regular e habitual da advocacia;
c)Exclusivamente para solicitação de Benefícios
Pecuniários: Estar inscrito, por pelo menos um ano, como advogado,
ou estagiário, somando-se os tempos de um e outro, se o caso, para
atingir o período mínimo de inscrição previsto neste inciso.
São considerados dependentes do advogado ou estagiário:
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 49

a)Cônjuges ou companheiros(as) (inclusões


automáticas/SAC);
b)Os filhos de até 18 anos incompletos ou 24 anos
incompletos, estes se estudantes universitários (inclusões
automáticas/SAC);
c)Os filhos maiores de 18 anos, até 24 anos incompletos,
estes se estudantes, pelo período de 1 ano (inclusões não-
automáticas/BNF);
d)Os incapazes, cuja guarda lhes for atribuída por
decisão judicial; adoção, tutela ou guarda, com apresentação de
documento comprobatório (inclusões automáticas/SAC).

Pedidos de Benefícios:
Para pleitear os benefícios disponibilizados pela
Entidade, o(a) requerente deverá preencher os seguintes requisitos
estatutários, além de outras exigências previstas no presente
Manual de Benefícios:
a)Estar inscrito, por pelo menos 1 (um) ano, como
advogado, ou estagiário; somando-se os tempos de um e outro, se
for o caso, para atingir o período mínimo de inscrição previsto;
b)Estar quite com as Tesourarias da Ordem dos Advogados
do Brasil e da CAASP;
c)Comprovar o exercício regular e habitual da advocacia.
Aos inscritos na Secção de São Paulo da Ordem dos
Advogados do Brasil, cumpridos os requisitos anteriores, a CAASP
poderá conceder, de acordo com sua disponibilidade financeira e
orçamentária, benefícios pecuniários, na forma e limites fixados
por sua Diretoria.
Os benefícios, na forma de Auxílios Pecuniários, são de
prestação única ou contínua, destinados aos advogados (as) e
estagiários (as) comprovadamente carentes, com incapacidade
laborativa e ou que enfrentem situação emergencial e imprevisível
correlata.
De acordo com o Art. 22 do Estatuto da CAASP entende-se
por advogados (as) e estagiários (as) carentes aqueles (as) que
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 50

não dispõem de recursos suficientes para sua subsistência ou de


sua família.
Todos os auxílios deverão ser requeridos pelo próprio
interessado ou por terceiros, em nome dele próprio, ou ainda
instaurados de ofício por Diretor da CAASP, destinando-se
exclusivamente aos advogados e estagiários carentes ou seus
dependentes.

Análise do pedido de beneficio:


A análise dos benefícios é processual; sendo realizada
por Câmaras de Julgamento de Processos de Benefícios, com
embasamento na documentação apresentada e laudo social, este
emitido por assistente social credenciado, através de entrevista
domiciliar.
Caberá ao Relator, juntamente com o Setor de Benefícios,
a instrução do processo; podendo, para tanto, requerer:
informações, documentos, diligências, exames, vistorias e
quaisquer outras providências que entender necessárias,
independentemente daquelas eventualmente determinadas pelo
Presidente.
Concluída a instrução e lançado seu voto, que será sempre
escrito e fundamentado, o mesmo será apresentado para julgamento
em reunião da câmara programada.
Das decisões das Câmaras ou da Diretoria, ainda que
unânime, poderão os interessados recorrer ao Conselho Seccional,
dentro do prazo de 15 (quinze dias), contado da ciência das
mesmas, dada preferencialmente por meio eletrônico, com
comprovante de recebimento; pessoalmente, ou por carta registrada
com AR, enviada ao endereço constante do processo ou dos arquivos
da CAASP.
Qualquer Diretor poderá recorrer ao Conselho Seccional,
manifestando seu propósito em 48 (quarenta e oito) horas após a
decisão, ficando-lhe facultado apresentar, no prazo suplementar de
5 (cinco) dias, as razões do recurso.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 51

Interposto do recurso, o Presidente, verificada a sua


tempestividade, nomeará Diretor para que, no prazo de 15 (quinze)
dias, ofereça parecer e voto.
Com parecer ou sem ele, o processo irá à mesa para que a
Diretoria mantenha ou reforme a decisão. Mantida a decisão, no
todo ou em parte, o processo será remetido ao Conselho Seccional,
no prazo de 15 (quinze) dias.
Na sessão de julgamento do recurso perante o órgão
próprio do Conselho Seccional, o Presidente ou o Diretor por ele
designado, ou ainda o Diretor recorrente poderá sustentar
oralmente suas razões e recorrer para quem de direito da decisão
respectiva.
Os recursos serão recebidos nos efeitos devolutivo e
suspensivo.

Benefícios e auxílios pecuniários


Mensal:R$ 1.035,00 (um mil e trinta e cinco reais)
Família Mensal: R$ 518,00 (quinhentos e dezoito reais)
Educação: R$ 795,00 (setecentos e noventa e cinco reais)
Extraordinário: R$ 3.970,00 (três mil, novecentos e
setenta reais)
Hospitalar:R$ 7.145,00 (sete mil, cento e quarenta e
cinco reais)
Maternidade: R$ 1.035,00 (um mil e trinta e cinco reais)
Medicamento: R$ 2.385,00 (dois mil, trezentos e oitenta e
cinco reais)
Natalidade: R$ 795,00 (setecentos e noventa e cinco
reais)
Odontológico: R$ 3.176,00 (três mil, cento e setenta e
seis reais)
Creche: limitado a 25% do valor da mensalidade escolar,
com valor teto fixado em R$ 160,00 (cento e sessenta
reais)

6.0 - SUBSEÇÕES
Compete à Subseção, no âmbito de seu território:
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I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;


II - velar pela dignidade, independência e valorização da
advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado;
III - representar a OAB perante os poderes constituídos;
IV - desempenhar as atribuições previstas no regulamento
geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional.
V - O Presidente da subseção da OAB têm legitimidade
para:
a)agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer
pessoa que infringir as disposições ou os fins;
b)intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e
processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os
inscritos na OAB.
c)requisitar cópias de peças de autos e documentos a
qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração
Pública direta, indireta e fundacional.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – VALORES DE CONSULTAS FIXADOS PELA SUBSEÇÃO DE


MODO ESCALONADO – IMPOSSIBILIDADE LEGAL, SEJA ESCALONADO OU NÃO –
ELABORAÇÃO DA TABELA DE REFERÊNCIA DE VALORES DE HONORÁRIOS É ATO
PRIVATIVO DAS SECCIONAIS ESTADUAIS DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –
INTELIGÊNCIA DO ART. 18, ITEM XI DO REGIMENTO INTERNO, DO ART. 111 E 117 DO
REGULAMENTO GERAL E ART. 58 DO ESTATUTO DA ADVOCACIA – REFOGE À
COMPETÊNCIA DE QUALQUER SUBSECÇÃO A REFERÊNCIA PARCIAL OU TOTAL DE
VALORES ADVOCATÍCIOS DE CONSULTAS FEITAS POR ADVOGADOS.
A competência para a elaboração de tabela de valores de consultas de advogados não pode ser
determinada pelas subseccionais da OAB, seja de modo escalonado ou não, vez que a competência
para esta missão é do Conselho Estadual de cada Seccional da OAB, sem direito concedido para
esta ou aquela subsecção estipular valores nas prestações de serviços profissionais, sejam
consultivos ou operacionais. O fundamento legal desta competência está contemplado nos art. 117 e
111 do Regulamento Geral, art. 58 do Estatuto da Advocacia e art. 18, item X, do Regimento Interno
da Seccional da OAB do Estado de São Paulo, que tem, como sua, a competência para fixar a tabela
de honorários dos advogados neste Estado. Proc. E-4.652/2016 - v.m., em 16/06/2016, do parecer e
ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. EDUARDO AUGUSTO ALCKMIN
JACOB - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

ADVOCACIA NOS TRIBUNAIS E COMISSÕES DE ÉTICA E DISCIPLINA POR DIRETORES DA


SUBSEÇÃO – MEMBROS DAS PRÓPRIAS COMISSÕES DISCIPLINARES – MEMBROS DE
COMISSÃO DE ÉTICA E DISCIPLINA DAS SUBSEÇÕES – IMPOSSIBILIDADE.
Constitui infração ética e por essa razão devem abster-se de advogar e dar pareceres para quem
esteja respondendo processo disciplinar perante essas Comissões Disciplinares ou Tribunais de
Ética, uma vez que essa prática induz conclusão de influência indevida, vedação prevista no artigo
2º, inciso VIII letra (a) do CED e, consoante determinação contida no Provimento Nº 138/2009 –
Conselho Federal da Ordem Dos Advogados do Brasil e Recomendação da Corregedoria Geral do
Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional de São Paulo. E-4.682/2016 - v.u, em 22/09/2016, do
parecer e ementa do Rel. Dr. JOÃO LUIZ LOPES - Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA
MEYER - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 53

SUBSEÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS


PÚBLICOS DE ATENDIMENTO À POPULAÇÃO CARENTE – ATIVIDADE PRO BONO –
FILANTROPIA JURÍDICA – ATUAÇÃO POR MEIO DE ADVOGADOS VOLUNTÁRIOS –
POSSIBILIDADE – DIRETRIZES ÉTICAS E ESTATUTÁRIAS.
É possível às Subseções da OAB poder participar, através de advogados voluntários, em
atendimento à população carente, de forma eventual e gratuita, em projetos sociais, sendo estas o
órgão mais próximo da população e dos advogados. Nas palavras de Dr. Carlos Roberto Faleiros
Diniz, a Subsecção não deve ser uma ilha, isolada do todo social, mas uma espécie de rede de
pescador, em que cada malha da rede representa a relação com o setor da sociedade, numa
integração harmônica e completa. Se hoje as sociedades de advogados e aqueles individualmente
estabelecidos podem praticar o Pro Bono, por razão maior a própria Ordem também não deve ficar
alijada. Caberá à Subseção da OAB assumir em sua inteireza papel de protagonista, exercendo o
Poder de Polícia, neste tipo de atividade esporádica e gratuita, de atendimento à população carente,
através de projetos e iniciativas sociais, o fazendo por intermédio de advogados voluntários
previamente selecionados, os quais deverão ser alertados quanto as limitações éticas e estatutárias,
sendo explicitado aos mesmos a vedação do fornecimento de seus endereços e telefones, cartões de
visita, etc., aos orientados que atenderem, procurando assim evitar captação de causas e clientes.
Deverão ainda estes encaminhar ao Convênio DPE/OAB ou à Defensoria, se instalada, os casos
pertinentes, sempre conscientes de que, mesmo neste tipo de atividade voluntária, o advogado
sujeita-se à responsabilidade ética, estatutária, civil, entre outras, se provada culpa ou dolo do
mesmo, portanto, nosso dever é imenso, descabendo falhas. Violações deverão ser apuradas e
punidas, se o caso. Com este agir a Ordem cumpre seu papel institucional e também o advogado,
atendendo o artigo 2º, caput, X, XI e XII no novel Código de Ética. Exegese dos Provimentos
166/2015 e 94/2000 do Conselho Federal da OAB, artigos 2º, caput, X, XI e XII, 7º, 30º e 43º do
Código de Ética, art. 34, IV e 44, I, do Estatuto, e precedentes processos E-2.392/2001, 4.534/2015,
4.656/2016, 4.685/2016, deste Tribunal de Ética. Proc. E-4.719/2016 - v.u, em 27/10/2016, do
parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO KALIL VILELA LEITE, Rev. Dr. GUILHERME MARTINS
MALUFE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

ENTIDADE QUE PRESTA SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE


MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM – TRIBUNAL ARBITRAL – DENOMINAÇÃO INADEQUADA QUE
INDUZ A ERRO – SUBSECCIONAL DA OAB – VINCULAÇÃO COM CÂMARA DE MEDIAÇÃO E
ARBITRAGEM - VEDAÇÃO – QUESTÃO DE COMPETÊNCIA DA SECCIONAL DA ORDEM –
INTERPRETAÇÃO DO §1º DO ARTIGO 44 DA LEI 8.906/94 – APURAÇÃO DE INFRAÇÃO
ÉTICA – ART. 48 DO CED.
Deve a Subseccional da OAB fiscalizar e coibir a utilização da expressão “Tribunal” por entidades
que prestam serviços de administração de procedimentos de mediação e arbitragem, pois tal
denominação induz a erro os que buscam a prestação desses serviços, conforme recente deliberação
do Conselho Nacional de Justiça. Não pode a Subseccional da OAB firmar acordos com Câmaras
de Mediação e Arbitragem que denotem qualquer vínculo societário, hierárquico, administrativo ou
funcional, por contrariar as finalidades da OAB, previstas expressamente no artigo 44 e seu §1º do
EAOAB, que dispõe: “A OAB não mantém com órgão da Administração Pública qualquer vínculo
funcional ou hierárquico”, extensivo também à vinculação com entidades civis ou não
governamentais. A participação da Ordem há de ser no âmbito de uma política geral, decidida pela
direção e pelo Egrégio Conselho Seccional, não comportando, outrossim, acordos individuais
efetivados pela subseção. Determinada apuração de infração ética com base no artigo 48 do Código
de Ética e Disciplina. Precedente: Proc. E-3.415/2007. Proc. E-3.845/2010 – v.u., em 25/03/2010,
do parecer e ementa do Rel. Dr. GILBERTO GIUSTI – Rev. Dra. BEATRIZ M. A. CAMARGO
KESTENER – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

6.1 - Conselho da Subseção


Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer
as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do
regimento interno deste, e ainda:
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a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo


Conselho Seccional;
b) editar resoluções, no âmbito de sua competência;
c) instaurar e instruir processos disciplinares, para
julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;
d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e
estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do
Conselho Seccional.
O Conselho Seccional fixa, em seu orçamento anual,
dotações específicas para as subseções, e as repassa segundo
programação financeira aprovada ou em duodécimos.

6.2 - Criação da Subseção


A criação de Subseção depende, além da observância dos
requisitos estabelecidos no Regimento Interno do Conselho
Seccional, de estudo preliminar de viabilidade realizado por
comissão especial designada pelo Presidente do Conselho Seccional,
incluindo o número de advogados efetivamente residentes na base
territorial, a existência de comarca judiciária, o levantamento e
a perspectiva do mercado de trabalho, o custo de instalação e de
manutenção.
A resolução do Conselho Seccional que criar a Subseção
deve:
I – fixar sua base territorial;
II – definir os limites de suas competências e autonomia;
III – fixar a data da eleição da diretoria e do conselho,
quando for o caso, e o início do mandato com encerramento
coincidente com o do Conselho Seccional;
IV – definir a composição do conselho da Subseção e suas
atribuições, quando for o caso.
Cabe à Diretoria do Conselho Seccional encaminhar cópia
da resolução ao Conselho Federal, comunicando a composição da
diretoria e do conselho.
Os membros da diretoria da Subseção integram seu
conselho, que tem o mesmo Presidente.
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Os conflitos de competência entre subseções e entre estas


e o Conselho Seccional são por este decididos, com recurso
voluntário ao Conselho Federal.

7.0 - EXERCÍCIO DE CARGOS E FUNÇÕES NA OAB E NA REPRESENTAÇÃO DA


CLASSE
O advogado, no exercício de cargos ou funções em órgãos
da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe
junto a quaisquer instituições, órgãos ou comissões, públicos ou
privados, manterá conduta consentânea com as disposições deste
Código e que revele plena lealdade aos interesses, direitos e
prerrogativas da classe dos advogados que representa.
Não poderá o advogado, enquanto exercer cargos ou funções
em órgãos da OAB ou representar a classe junto a quaisquer
instituições, órgãos ou comissões, públicos ou privados, firmar
contrato oneroso de prestação de serviços ou fornecimento de
produtos com tais entidades nem adquirir bens postos à venda por
quaisquer órgãos da OAB.
Salvo em causa própria, não poderá o advogado, enquanto
exercer cargos ou funções em órgãos da OAB ou tiver assento, em
qualquer condição, nos seus Conselhos, atuar em processos que
tramitem perante a entidade nem oferecer pareceres destinados a
instruí-los.
A vedação não se aplica aos dirigentes de Seccionais
quando atuem, nessa qualidade, como legitimados a recorrer nos
processos em trâmite perante os órgãos da OAB.
Ao submeter seu nome à apreciação do Conselho Federal ou
dos Conselhos Seccionais com vistas à inclusão em listas
destinadas ao provimento de vagas reservadas à classe nos
tribunais, no Conselho Nacional de Justiça, no Conselho Nacional
do Ministério Público e em outros colegiados, o candidato assumirá
o compromisso de respeitar os direitos e prerrogativas do
advogado, não praticar nepotismo nem agir em desacordo com a
moralidade administrativa e com os princípios deste Código, no
exercício de seu mister.
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8.0 - RECEITA
Aos inscritos na OAB incumbe o pagamento das anuidades,
contribuições, multas e preços de serviços fixados pelo Conselho
Seccional.
As anuidades, contribuições, multas e preços de serviços
previstos serão fixados pelo Conselho Seccional, devendo seus
valores ser comunicados ao Conselho Federal até o dia 30 de
novembro do ano anterior, salvo em ano eleitoral, quando serão
determinadas e comunicadas ao Conselho Federal até o dia 31 de
janeiro do ano da posse, podendo ser estabelecidos pagamentos em
cotas periódicas.
As receitas brutas mensais das anuidades, incluídas as
eventuais atualizações monetárias, serão deduzidas em 60%
(sessenta por cento), para seguinte destinação:
I – 12% para o Conselho Federal;
II – 3% para o Fundo Cultural;
III - 20% para a Caixa de Assistência
IV - 62,2% para as despesas administrativas e manutenção
do Conselho Seccional.
V - 2,8 de custo de cobrança.
Os repasses das receitas previstas efetuam-se em
instituição financeira, indicada pelo Conselho Federal em comum
acordo com o Conselho Seccional, através de compartilhamento
obrigatório, automático e imediato, com destinação em conta
corrente específica deste, do Fundo Cultural, do Fundo de
Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados - FIDA e
da Caixa de Assistência dos Advogados, vedado o recebimento na
Tesouraria do Conselho Seccional, exceto quanto às receitas de
preços e serviços, e observados os termos do modelo aprovado pelo
Diretor-Tesoureiro do Conselho Federal. O Fundo Cultural será
administrado pela Escola Superior de Advocacia, mediante
deliberação da Diretoria do Conselho Seccional.
O Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos
Advogados - FIDA será administrado por um Conselho Gestor
designado pela Diretoria do Conselho Federal.
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Os Conselhos Seccionais elaborarão seus orçamentos anuais


considerando o limite disposto no inciso IV para manutenção da sua
estrutura administrativa e das subseções, utilizando a margem
resultante para suplementação orçamentária do exercício, caso se
faça necessária.
Qualquer transferência de bens ou recursos de um Conselho
Seccional a outro depende de autorização do Conselho Federal.
Cabe à Caixa de Assistência dos Advogados a metade da
receita das anuidades, incluídas as atualizações monetárias
eventuais, recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor
resultante após as deduções obrigatórias. Poderão ser deduzidas
despesas nas receitas destinadas à Caixa Assistência, desde que
previamente pactuadas. A aplicação dos recursos da Caixa de
Assistência deverá estar devidamente demonstrada nas prestações de
contas periódicas do Conselho Seccional.
Compete privativamente ao Conselho Seccional, na primeira
sessão ordinária do ano, apreciar o relatório anual e deliberar
sobre o balanço e as contas da Diretoria do Conselho Seccional, da
Caixa de Assistência dos Advogados e das Subseções, referentes ao
exercício anterior, na forma de seu Regimento Interno.
O Conselho Seccional elege, dentre seus membros, uma
comissão de orçamento e contas para fiscalizar a aplicação da
receita e opinar previamente sobre a proposta de orçamento anual e
as contas.
O Conselho Seccional pode utilizar os serviços de
auditoria independente para auxiliar a comissão de orçamento e
contas.
O exercício financeiro dos Conselhos Federal e Seccionais
encerra-se no dia 31 de dezembro de cada ano.
Deixando o cargo, por qualquer motivo, no curso do
mandato, os Presidentes do Conselho Federal, do Conselho
Seccional, da Caixa de Assistência e da Subseção apresentam, de
forma sucinta, relatório e contas ao seu sucessor.
Os Conselhos Seccionais aprovarão seus orçamentos anuais,
para o exercício seguinte, até o mês de outubro e o Conselho
Federal até a última sessão do ano, permitida a alteração dos
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mesmos no curso do exercício, mediante justificada necessidade,


devidamente aprovada pelos respectivos colegiados.
O orçamento do Conselho Seccional, incluindo as
Subseções, estima a receita, fixa a despesa e prevê as deduções
destinadas ao Conselho Federal, ao Fundo Cultural, ao Fundo de
Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados - FIDA e à
Caixa de Assistência, e deverá ser encaminhado, mediante cópia,
até o dia 10 do mês subseqüente, ao Conselho Federal, podendo o
seu Diretor-Tesoureiro, após análise prévia, devolvê-lo à
Seccional, para os devidos ajustes. Aprovado o orçamento e,
igualmente, as eventuais suplementações orçamentárias, encaminhar-
se-á cópia ao Conselho Federal, até o dia 10 do mês subseqüente,
para os fins regulamentares.
O Conselho Seccional recém empossado deverá promover, se
necessário, preferencialmente nos dois primeiros meses de gestão,
a reformulação do orçamento anual, encaminhando cópia do
instrumento respectivo ao Conselho Federal, até o dia 10 do mês de
março do ano em curso. A Caixa de Assistência dos Advogados
aprovará seu orçamento para o exercício seguinte, até a última
sessão do ano. O Conselho Seccional fixa o modelo e os requisitos
formais e materiais para o orçamento, o relatório e as contas da
Caixa de Assistência e das Subseções.
O relatório, o balanço e as contas dos Conselhos
Seccionais e da Diretoria do Conselho Federal, são julgados pela
Terceira Câmara do Conselho Federal, com recurso para o Órgão
Especial. Cabe à Terceira Câmara fixar os modelos dos orçamentos,
balanços e contas da Diretoria do Conselho Federal e dos Conselhos
Seccionais. A Terceira Câmara pode determinar a realização de
auditoria independente nas contas do Conselho Seccional, com ônus
para este, sempre que constatar a existência de graves
irregularidades. O relatório, o balanço e as contas dos Conselhos
Seccionais do ano anterior serão remetidos à Terceira Câmara até o
final do quarto mês do ano seguinte. O relatório, o balanço e as
contas da Diretoria do Conselho Federal são apreciados pela
Terceira Câmara a partir da primeira sessão ordinária do ano
seguinte ao do exercício.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 59

Os Conselhos Seccionais só podem pleitear recursos


materiais e financeiros ao Conselho Federal se comprovadas as
seguintes condições:
a) remessa de cópia do orçamento e das eventuais
suplementações orçamentárias no prazo;
b) prestação de contas aprovada na forma regulamentar; e
c) repasse atualizado da receita devida ao Conselho
Federal, suspendendo-se o pedido, em caso de controvérsia, até
decisão definitiva sobre a liquidez dos valores correspondentes.

9.0 - MEDALHA RUI BARBOSA


Rui Barbosa (1849-1923), um dos mais importantes
personagens da História do Brasil, deixou marcas profundas no
jornalismo, na diplomacia (representou o Brasil com brilhantismo
na Segunda Conferência Internacional da Paz, em Haia e, já no
final de sua vida, foi eleito Juiz da Corte Internacional de
Haia), na política e, especialmente, no campo do Direito, como
advogado e como jurista.
Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e seu 16.º
presidente, sempre defendeu as liberdades individuais e a
Constituição, a ponto de ser caracterizado como um Charge de Rui
Barbosa par inseparável do habeas corpus. De sólidos princípios
éticos e grande independência política, participou de todas as
grandes questões de sua época, entre as quais as campanhas
abolicionista e civilista.
Lutou em defesa da Federação e pela fundação da
República. Como liberal e grande conhecedor do pensamento
político-constitucional anglo-americano, influenciou,
sobremaneira, a primeira Constituição republicana do Brasil.
Pelo exemplo de caráter, sua memória é fonte de
inspiração para um grande número de brasileiros e para a classe de
advogados em geral, tanto que, em 1948, foi eleito o "Patrono dos
Advogados Brasileiros".
O presidente da OAB, Nehemias Gueiros, para homenagear o
exemplo de cidadão que foi Rui Barbosa, apresentou indicação ao
Conselho Federal, em maio de 1957, para a instituição do prêmio
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 60

"Medalha Rui Barbosa", por serviços notáveis à causa do Direito e


da advocacia.
Aprovada por unanimemente pelo Conselho, a partir do
parecer do relator José Maria Mac-Dowell da Costa, a instituição
da medalha, já com o regulamento elaborado, foi impugnada pelo
Conselho quatro anos mais tarde. Por indicação do Conselheiro
Carlos de Araújo Lima, o prêmio foi restaurado e efetivamente
regulamentado em 1970, sendo o primeiro agraciado o advogado
Heráclito Fontoura Sobral Pinto, em 5 de novembro de 1971, data do
seu aniversário e do aniversário de Rui Barbosa.
Os agraciados com a “Medalha Rui Barbosa” podem
participar das sessões do Conselho Pleno do Conselho Federal da
OAB, com direito a voz.
Os agraciados com a "Medalha Rui Barbosa" foram:
1. Heráclito Fontoura Sobral Pinto (1971)
2. Dario de Almeida Magalhães (1975)
3. Miguel Seabra Fagundes (1977)
4. Nehemias Gueiros (post mortem – 1980)
5. José Cavalcanti Neves (1981)
6. José Ribeiro de Castro Filho (1982)
7. Augusto Sussekind de Moraes Rego (1985)
8. Evandro Lins e Silva (1991)
9. Barbosa Lima Sobrinho (1995)
10. Paulo Bonavides (1996)
11. Hermann Assis Baeta (1999)
12. Raymundo Faoro (2002)
13. Fábio Konder Comparato (2005)
14. Agesandro da Costa Pereira (2008)
15. José Afonso da Silva (2011)
16. Paulo Roberto de Gouveia Medina (2014)

10.0 - ELEIÇÕES

10.1 - O edital
O Conselho Seccional, até 45 (quarenta e cinco) dias
antes da data da votação, no último ano do mandato, convocará os
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advogados inscritos para a votação obrigatória, mediante edital


resumido, publicado na imprensa oficial, do qual constarão, dentre
outros, os seguintes itens:
I – dia da eleição, na segunda quinzena de novembro,
dentro do prazo contínuo de oito horas, com início fixado pelo
Conselho Seccional;
II – prazo para o registro das chapas, na Secretaria do
Conselho, até trinta dias antes da votação;
III – modo de composição da chapa, incluindo o número de
membros do Conselho Seccional;
IV – prazo de três dias úteis, tanto para a impugnação
das chapas quanto para a defesa, após o encerramento do prazo do
pedido de registro (item II), e de cinco dias úteis para a decisão
da Comissão Eleitoral;
V – nominata dos membros da Comissão Eleitoral escolhida
pela Diretoria;
VI – locais de votação;
O edital define se as chapas concorrentes às Subseções
são registradas nestas ou na Secretaria do próprio Conselho.
Cabe aos Conselhos Seccionais promover ampla divulgação
das eleições, em seus meios de comunicação, não podendo recusar a
publicação, em condições de absoluta igualdade, do programa de
todas as chapas.
Mediante requerimento escrito formulado pela chapa e
assinado por seu representante legal, dirigido ao Presidente da
Comissão Eleitoral, esta fornecerá, em 72 (setenta e duas) horas,
listagem atualizada com nome e endereço postal dos advogados, que
será fornecida mediante o pagamento das taxas fixadas pelo
Conselho Seccional, não se admitindo mais de um requerimento por
chapa concorrente.

10.2 - A comissão eleitoral


A Diretoria do Conselho Federal, no mês de fevereiro do
ano das eleições, designará Comissão Eleitoral Nacional, composta
por 05 (cinco) advogados e presidida preferencialmente por
Conselheiro Federal que não seja candidato, como órgão
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deliberativo encarregado de supervisionar, com função correcional


e consultiva, as eleições seccionais e a eleição para a Diretoria
do Conselho Federal.
A Comissão Eleitoral é composta de cinco advogados, sendo
um Presidente, que não integrem qualquer das chapas concorrentes.
A Comissão Eleitoral utiliza os serviços das Secretarias
do Conselho Seccional e das subseções, com o apoio necessário de
suas Diretorias, convocando ou atribuindo tarefas aos respectivos
servidores.
No prazo de cinco dias úteis, após a publicação do edital
de convocação das eleições, qualquer advogado pode argüir a
suspeição de membro da Comissão Eleitoral, a ser julgada pelo
Conselho Seccional.
A Comissão Eleitoral pode designar Subcomissões para
auxiliar suas atividades nas subseções.
As mesas eleitorais são designadas pela Comissão
Eleitoral.
A Diretoria do Conselho Seccional pode substituir os
membros da Comissão Eleitoral quando, comprovadamente, não estejam
cumprindo suas atividades, em prejuízo da organização e da
execução das eleições.
Contra decisão da Comissão Eleitoral cabe recurso ao
Conselho Seccional, no prazo de quinze dias, e deste para o
Conselho Federal, no mesmo prazo, ambos sem efeito suspensivo.
Quando a maioria dos membros do Conselho Seccional
estiver concorrendo às eleições, o recurso contra decisão da
Comissão Eleitoral será encaminhado diretamente ao Conselho
Federal.

10.3 - As inscrições de candidatos


São admitidas a registro apenas chapas completas, que
deverão atender ao mínimo de 30% (trinta por cento) e ao máximo de
70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo, com
indicação dos candidatos aos cargos de diretoria do Conselho
Seccional, de conselheiros seccionais, de conselheiros federais,
de diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados e de suplentes,
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se houver, sendo vedadas candidaturas isoladas ou que integrem


mais de uma chapa.
Tal percentual mínimo poderá ser alcançado levando-se em
consideração a chapa completa, compreendendo os cargos de titular
e de suplência, não sendo obrigatória a observância em cargos
específicos ou de diretoria, incluindo a do Conselho Federal.
Para o alcance do percentual mínimo observar-se-á o
arredondamento de fração para cima, considerando-se o número
inteiro de vagas subsequente.
É facultativa a observação do percentual mínimo nas
Subseções que não possuam Conselho.
O requerimento de inscrição, dirigido ao Presidente da
Comissão Eleitoral, é subscrito pelo candidato a Presidente e por
02 (dois) outros candidatos à Diretoria, contendo nome completo,
nº de inscrição na OAB e endereço profissional de cada candidato,
com indicação do cargo a que concorre, acompanhado das
autorizações escritas dos integrantes da chapa.
Somente integra chapa o candidato que, cumulativamente:
a) seja advogado regularmente inscrito na respectiva
Seccional da OAB, com inscrição principal ou suplementar;
b) esteja em dia com as anuidades;
c) não ocupe cargos ou funções incompatíveis com a
advocacia em caráter permanente ou temporário;
d) não ocupe cargos ou funções dos quais possa ser
exonerável ad nutum, mesmo que compatíveis com a advocacia;
e) não tenha sido condenado em definitivo por qualquer
infração disciplinar, salvo se reabilitado pela OAB, ou não tenha
representação disciplinar em curso, já julgada procedente por
órgão do Conselho Federal;
f) exerça efetivamente a profissão, há mais de cinco
anos, excluído o período de estagiário, sendo facultado à Comissão
Eleitoral exigir a devida comprovação;
g) não esteja em débito com a prestação de contas ao
Conselho Federal, na condição de dirigente do Conselho Seccional
ou da Caixa de Assistência dos Advogados, responsável pelas
referidas contas, ou não tenha tido prestação de contas rejeitada,
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após apreciação do Conselho Federal, com trânsito em julgado, nos


08 (oito) anos seguintes;
h) não integre listas, com processo em tramitação, para
provimento de cargos nos tribunais judiciais ou administrativos.

10.4 - As chapas
A Comissão Eleitoral publica no quadro de avisos das
Secretarias do Conselho Seccional e das subseções a composição das
chapas com registro requerido, para fins de impugnação por
qualquer advogado inscrito.
A Comissão Eleitoral suspende o registro da chapa
incompleta ou que inclua candidato inelegível concedendo ao
candidato a Presidente do Conselho Seccional prazo improrrogável
de cinco dias úteis para sanar a irregularidade, devendo a
Secretaria e a Tesouraria do Conselho ou da Subseção prestar as
informações necessárias.
A chapa é registrada com denominação própria, observada a
preferência pela ordem de apresentação dos requerimentos, não
podendo as seguintes utilizar termos, símbolos ou expressões
iguais ou assemelhados.
Em caso de desistência, morte ou inelegibilidade de
qualquer integrante da chapa, a substituição pode ser requerida,
sem alteração da cédula única já composta, considerando-se votado
o substituído.

10.5 - As condições de elegibilidade


Os membros dos órgãos da OAB, no desempenho de seus
mandatos, podem neles permanecer se concorrerem às eleições.
São condições de elegibilidade:
a)ser o candidato advogado inscrito na Seccional, com
inscrição principal ou suplementar;
b)em efetivo exercício há mais de 05 (cinco) anos;
c)e estar em dia com as anuidades na data de protocolo do
pedido de registro de candidatura, considerando-se regulares
aqueles que parcelaram seus débitos e estão adimplentes com a
quitação das parcelas.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 65

O candidato deverá comprovar sua adimplência junto à OAB


por meio da apresentação de certidão da Seccional onde é
candidato.
Sendo o candidato inscrito em várias Seccionais, deverá,
ainda, quando da inscrição da chapa na qual concorrer, declarar,
sob a sua responsabilidade e sob as penas legais, que se encontra
adimplente com todas elas.
Desde o pedido de registro da chapa, poderá ser efetuada
doação para a campanha por advogados, inclusive candidatos, sendo
vedada a doação por pessoas físicas que não sejam advogados e por
qualquer empresa ou pessoa jurídica, sob pena de indeferimento de
registro ou cassação do mandato.
Será obrigatória a prestação de contas de campanha por
parte das chapas concorrentes, devendo ser fixado pelo Conselho
Federal o limite máximo de gastos.
Também será fixado pelo Conselho Federal o limite máximo
de doações para as campanhas eleitorais por parte de quem não é
candidato.

10.6 - A votação
A votação será realizada através de urna eletrônica,
salvo comprovada impossibilidade, devendo ser feita no número
atribuído a cada chapa, por ordem de inscrição.
Caso não seja adotada a votação eletrônica, a cédula
eleitoral será única, contendo as chapas concorrentes na ordem em
que foram registradas, com uma só quadrícula ao lado de cada
denominação, e agrupadas em colunas, observada a seguinte ordem:
I - denominação da chapa e nome do candidato a
Presidente, em destaque;
II - Diretoria do Conselho Seccional;
III - Conselheiros Seccionais;
IV - Conselheiros Federais;
V - Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados;
VI - Suplentes.
Nas Subseções, não sendo adotado o voto eletrônico, além
da cédula referida neste Capítulo, haverá outra cédula para as
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 66

chapas concorrentes à Diretoria da Subseção e do respectivo


Conselho, se houver, observando-se idêntica forma.
O Conselho Seccional, ao criar o Conselho da Subseção,
fixará, na resolução, a data da eleição suplementar,
regulamentando-a segundo as regras deste Capítulo.
Os eleitos ao primeiro Conselho da Subseção complementam
o prazo do mandato da Diretoria.

10.7 - A perda do registro


Perderá o registro a chapa que praticar ato de abuso de
poder econômico, político e dos meios de comunicação, ou for
diretamente beneficiada, ato esse que se configura por:
I - propaganda transmitida por meio de emissora de
televisão ou rádio, permitindo-se entrevistas e debates com os
candidatos;
II - propaganda por meio de outdoors ou com emprego de
carros de som ou assemelhados;
III - propaganda na imprensa, a qualquer título, ainda
que gratuita, que exceda, por edição, a um oitavo de página de
jornal padrão e a um quarto de página de revista ou tabloide, não
podendo exceder, ainda, a 10 (dez) edições;
IV - uso de bens imóveis e móveis pertencentes à OAB, à
Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, ou de serviços por estes
custeados, em benefício de chapa ou de candidato, ressalvados os
espaços da Ordem que devam ser utilizados, indistintamente, pelas
chapas concorrentes;
V - pagamento, por candidato ou chapa, de anuidades de
advogados ou fornecimento de quaisquer outros tipos de recursos
financeiros ou materiais que possam desvirtuar a liberdade do
voto;
VI - utilização de servidores da OAB em atividades de
campanha eleitoral.

10.7 - A propaganda e das vedações


Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 67

A propaganda eleitoral, que só poderá ter início após o


pedido de registro da chapa, tem como finalidade apresentar e
debater propostas e ideias relacionadas às finalidades da OAB e
aos interesses da Advocacia, sendo vedada a prática de atos que
visem a exclusiva promoção pessoal de candidatos e, ainda, a
abordagem de temas de modo a comprometer a dignidade da profissão
e da Ordem dos Advogados do Brasil ou ofender a honra e imagem de
candidatos.
A propaganda antecipada ou proibida importará em
notificação de advertência a ser expedida pela Comissão Eleitoral
competente para que, em 24 (vinte e quatro horas), seja suspensa,
sob pena de aplicação de multa correspondente ao valor de 01(uma)
até 10 (dez) anuidades.
Havendo recalcitrância ou reincidência, a Comissão
Eleitoral procederá à abertura de procedimento de indeferimento ou
cassação de registro da chapa ou do mandato, se já tiver sido
eleita.
Se a Comissão Eleitoral entender que qualquer ato
configure infração disciplinar, deverá notificar os órgãos
correcionais competentes da OAB.
É vedada:
I - no período de 15 (quinze) dias antes da data das
eleições, a divulgação de pesquisa eleitoral;
II – no período de 30 (trinta) dias antes da data das
eleições, a regularização da situação financeira de advogado
perante a OAB para torná-lo apto a votar;
III - no período de 60 (sessenta) dias antes das
eleições, a promoção pessoal de candidatos na inauguração de obras
e serviços da OAB;
IV - no período de 90 (noventa) dias antes da data das
eleições, a concessão ou distribuição, às Seccionais e Subseções,
por dirigente, candidato ou chapa, de recursos financeiros, salvo
os destinados ao pagamento de despesas de pessoal e de custeio ou
decorrentes de obrigações e de projetos pré-existentes, bem como
de máquinas, equipamentos, móveis e utensílios, ressalvados os
casos de reposição, e a convolação de débitos em auxílios
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 68

financeiros, salvo quanto a obrigações e a projetos pré-


existentes.

10.8 - O processo de cassação de chapa


Qualquer chapa pode representar, à Comissão Eleitoral,
relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias,
para que se promova a apuração de abuso.
Cabe ao Presidente da Comissão Eleitoral, de ofício ou
mediante representação, até a proclamação do resultado do pleito,
instaurar processo e determinar a notificação da chapa
representada, por intermédio de qualquer dos candidatos à
Diretoria do Conselho ou, se for o caso, da Subseção, para que
apresente defesa no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de
documentos e rol de testemunhas.
Pode o Presidente da Comissão Eleitoral determinar à
representada que suspenda o ato impugnado, se entender relevante o
fundamento e necessária a medida para preservar a normalidade e
legitimidade do pleito, cabendo recurso, à Comissão Eleitoral, no
prazo de 3 (três) dias.
Apresentada ou não a defesa, a Comissão Eleitoral
procede, se for o caso, a instrução do processo, pela requisição
de documentos e a oitiva de testemunhas, no prazo de 3 (três)
dias.
Encerrada a dilação probatória, as partes terão prazo
comum de 2 (dois) dias para apresentação das alegações finais.
Findo o prazo de alegações finais, a Comissão Eleitoral
decidirá, em no máximo 2 (dois) dias, notificando as partes da
decisão, podendo, para isso, valer-se do uso de fax.
A decisão que julgar procedente a representação implica
no cancelamento de registro da chapa representada e, se for o
caso, na anulação dos votos, com a perda do mandato de seus
componentes.
Se a nulidade atingir mais da metade dos votos a eleição
estará prejudicada, convocando-se outra no prazo de 30 (trinta)
dias.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 69

Os candidatos da chapa que tiverem dado causa à anulação


da eleição não podem concorrer no pleito que se realizar em
complemento.
Os prazos correm em Secretaria, publicando-se, no quadro
de avisos do Conselho Seccional ou da Subseção, se for o caso, os
editais relativos aos atos do processo eleitoral.

10.9 - O voto
O voto é obrigatório para todos os advogados inscritos da
OAB, sob pena de multa equivalente a 20% (vinte por cento) do
valor da anuidade, salvo ausência justificada por escrito, a ser
apreciada pela Diretoria do Conselho Seccional.
O eleitor faz prova de sua legitimação apresentando seu
Cartão ou a Carteira de Identidade de Advogado, a Cédula de
Identidade - RG, a Carteira Nacional de Habilitação - CNH, a
Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS ou o Passaporte,
e o comprovante de quitação com a OAB, suprível por listagem
atualizada da Tesouraria do Conselho ou da Subseção.
O eleitor, na cabine indevassável, deverá optar pela
chapa de sua escolha, na urna eletrônica ou na cédula fornecida e
rubricada pelo presidente da mesa eleitoral.
Não pode o eleitor suprir ou acrescentar nomes ou rasurar
a cédula, sob pena de nulidade do voto.
O advogado com inscrição suplementar pode exercer opção
de voto, comunicando ao Conselho onde tenha inscrição principal.
O eleitor somente pode votar no local que lhe for
designado, sendo vedada a votação em trânsito.
Na hipótese de voto eletrônico, adotar-se-ão, no que
couber, as regras estabelecidas na legislação eleitoral.
A transferência do domicílio eleitoral para exercício do
voto somente poderá ser requerida até as 18 (dezoito) horas do dia
anterior à publicação do edital de abertura do período eleitoral
da respectiva Seccional, ressalvados os casos dos novos inscritos.

10.10 - A apuração
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 70

Encerrada a votação, as mesas receptoras apuram os votos


das respectivas urnas, nos mesmos locais ou em outros designados
pela Comissão Eleitoral, preenchendo e assinando os documentos dos
resultados e entregando todo o material à Comissão Eleitoral ou à
Subcomissão.
As chapas concorrentes podem credenciar até dois fiscais
para atuar alternadamente junto a cada mesa eleitoral e assinar os
documentos dos resultados.
As impugnações promovidas pelos fiscais são registradas
nos documentos dos resultados, pela mesa, para decisão da Comissão
Eleitoral ou de sua Subcomissão, mas não prejudicam a contagem de
cada urna.
As impugnações devem ser formuladas às mesas eleitorais,
sob pena de preclusão.
Concluída a totalização da apuração pela Comissão
Eleitoral, esta proclamará o resultado, lavrando ata encaminhada
ao Conselho Seccional.
São considerados eleitos os integrantes da chapa que
obtiver a maioria dos votos válidos, proclamada vencedora pela
Comissão Eleitoral, sendo empossados no primeiro dia do início de
seus mandatos.
A totalização dos votos relativos às eleições para
diretoria da Subseção e do conselho, quando houver, é promovida
pela Subcomissão Eleitoral, que proclama o resultado, lavrando ata
encaminhada à Subseção e ao Conselho Seccional.

10.11 – A eleição para o Conselho Federal


O requerimento de registro das candidaturas, a ser
apreciado pela Diretoria do Conselho Federal, deve ser protocolado
ou postado com endereçamento ao Presidente da entidade:
I - de 31 de julho a 31 de dezembro do ano anterior à
eleição, para registro de candidatura à Presidência, acompanhado
das declarações de apoio de, no mínimo, seis Conselhos Seccionais;
II - até 31 de dezembro do ano anterior à eleição, para
registro de chapa completa, com assinaturas, nomes, números de
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 71

inscrição na OAB e comprovantes de eleição para o Conselho


Federal, dos candidatos aos demais cargos da Diretoria.
Os recursos interpostos nos processos de registro de
chapas serão decididos pelo Conselho Pleno do Conselho Federal.
A Diretoria do Conselho Federal concederá o prazo de
cinco dias úteis para a correção de eventuais irregularidades
sanáveis.
O Conselho Federal confecciona as cédulas únicas, com
indicação dos nomes das chapas, dos respectivos integrantes e dos
cargos a que concorrem, na ordem em que forem registradas.
O eleitor indica seu voto assinalando a quadrícula ao
lado da chapa escolhida.
Não pode o eleitor suprimir ou acrescentar nomes ou
rasurar a cédula, sob pena de nulidade do voto.

A votação
A eleição dos membros da Diretoria do Conselho Federal
será realizada às 19 horas do dia 31 de janeiro do ano seguinte ao
da eleição nas Seccionais.
Comporão o colégio eleitoral os Conselheiros Federais
eleitos no ano anterior, nas respectivas Seccionais.
O colégio eleitoral será presidido pelo mais antigo dos
Conselheiros Federais eleitos, e, em caso de empate, o de
inscrição mais antiga, o qual designará um dos membros como
Secretário.
O colégio eleitoral reunir-se-á no Plenário do Conselho
Federal, devendo os seus membros ocupar as bancadas das
respectivas Unidades federadas.
Instalada a sessão, com a presença da maioria absoluta
dos Conselheiros Federais eleitos, será feita a distribuição da
cédula de votação a todos os eleitores, incluído o Presidente.
As cédulas serão rubricadas pelo Presidente e pelo
Secretário-Geral e distribuídas entre todos os membros presentes.
O colégio eleitoral contará com serviços de apoio de
servidores do Conselho Federal, especificamente designados pela
Diretoria.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 72

As cédulas deverão ser recolhidas mediante o chamamento


dos representantes de cada uma das Unidades federadas, observada a
ordem alfabética, devendo ser depositadas em urna colocada na
parte central e à frente da mesa, após o que o eleitor deverá
assinar lista de freqüência, sob guarda do Secretário-Geral.
Imediatamente após a votação, será feita a apuração dos
votos por comissão de três membros, designada pelo Presidente,
dela não podendo fazer parte eleitor da mesma Unidade federada dos
integrantes das chapas.
Será proclamada eleita a chapa que obtiver a maioria
simples do colegiado, presente metade mais um dos eleitores.
No caso de nenhuma das chapas atingir a maioria, haverá
outra votação, na qual concorrerão as duas chapas mais votadas,
repetindo-se a votação até que a maioria seja atingida.
Proclamada a chapa eleita, será suspensa a reunião para a
elaboração da ata, que deverá ser lida, discutida e votada,
considerada aprovada se obtiver a maioria de votos dos presentes.
As impugnações serão apreciadas imediatamente pelo colégio
eleitoral.
Os membros do colegiado tomarão posse para o exercício do
mandato trienal de Conselheiro Federal, em reunião realizada no
Plenário, presidida pelo Presidente do Conselho Federal, após
prestarem o respectivo compromisso.

10.12 - A legislação supletiva


Na ausência de normas expressas no Estatuto e neste
Regulamento, ou em Provimento, aplica-se, supletivamente, no que
couber, a legislação eleitoral.

11.0 - ATIVIDADE DE ADVOCACIA


A atividade de advocacia é exercida com observância da
Lei nº 8.906/94 (Estatuto), do Regulamento Geral, do Código de
Ética e Disciplina e dos Provimentos.

São atividades privativas de advocacia


Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 73

I – a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e


aos “juizados especiais” (ADIN 1.227);
II – as atividades de consultoria, assessoria e direção
jurídicas.
Mesmo que se trate de consultoria extrajudicial, é
privativo do advogado.

DIRETORIA JURÍDICA – SINDICATO – FUNÇÃO PRIVATIVA DE ADVOGADO.


As funções de direção e assessoramento jurídico em qualquer entidade são privativas de advogado
obviamente devidamente inscrito na OAB. Quem exerce as funções de Diretor Jurídico,
independentemente da denominação que se lhe dê, deve obrigatoriamente estar inscrito na OAB
como advogado, sob pena de, não tendo a inscrição, estar exercendo ilicitamente função privativa
de advogado, nos termos do art. 1º, inciso II, da Lei 8.906/94. E-4.697/2016 - v.u, em 22/09/2016, do
parecer e ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. EDUARDO PEREZ
SALUSSE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

SÍMBOLOS DA ADVOCACIA - A IMAGEM DA JUSTIÇA (TÊMIS), A BALANÇA, A BECA E AS


INSÍGNIAS PRIVATIVAS DO ADVOGADO - RAZÕES ESTATUTÁRIAS, ÉTICAS E HISTÓRICAS
DITADAS PELA NOBREZA DA ADVOCACIA - INFLUÊNCIA DO INSTITUTO DOS
ADVOGADOS BRASILEIROS.
Os símbolos do advogado, cujo direito de uso é assegurado pelo inciso XVIII do artigo 7o da Lei nº
8.906/94 e regrado pelo Provimento nº 08/64 do C.F.O.A.B. (influenciado pelo I.A.B.), são
representados
(i) pela figura mitológica de Têmis - deusa grega que personifica a Justiça -, equilibrada pela
balança e imposta pela força da espada;
(ii) pela Balança, que representa o mencionado equilíbrio das partes; e
(iii) pela Beca, usada pelo profissional do direito como lembrança do seu sacerdócio e respeito ao
Judiciário. A presença do crucifixo nas salas de júri e dos advogados é um alerta para o
cometimento de um erro judiciário que não deve ser esquecido, enquanto que a figura de Santo Ivo
justifica o título de padroeiro dos advogados, pelo conhecimento de Direito que detinha e por sua
luta em defesa dos necessitados. O uso de desenhos, logotipos, fotos, ícones, frases bíblicas, orações
ou citações célebres, ainda que eventualmente de boa estética, é vedado pelo artigo 31, caput, do
Código de Ética, letras "c" e "k" do artigo 4o do Provimento nº 94/00 do CFOAB e artigo 4o da
Resolução nº 02/92 do T.E.P. "Mas as insígnias que lhe são privativas devem ser ostentadas com
orgulho pelo advogado". V.U., em 21/10/04, do parecer e ementa do Rel. Dr. BENEDITO ÉDISON
TRAMA - Rev. Dr. GUILHERME FLORINDO FIGUEIREDO - Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA
GRANDE.

Não se inclui na atividade privativa de advocacia


I - a impetração de habeas corpus em qualquer instância
ou tribunal;
Contudo exige-se advogado para mandado de segurança,
mandado de injunção, habeas data ou ação popular.
II – postulação da Justiça do Trabalho;
Contudo, necessita de advogado para recurso no TST e STF
e a propositura de ações de competência originária de tribunais,
com ação rescisória e cautelares.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 74

III – Juizados Especiais Civeis, no âmbito estadual até


20 salarios mínimos e no âmbito federal até 60 salarios mínimos.
Contudo, necessita de advogado, em ambos os casos, para a
postulação em segundo grau dos juizados especiais.
IV – Ação de alimentos;
V – Propositura de revisão criminal;
VI – Medidas protetivas de urgência em favor da mulher
vitima violência domestica (lei 11.340/06, art. 19.)
EXERCÍCIO DA PROFISSÃO - CONSULTORIA JURÍDICA PRESTADA POR BACHAREL EM
DIREITO - IMPOSSIBILIDADE.
Não basta cursar a faculdade de direito, obter aprovação e ter expedido seu diploma ou certificado
de conclusão do curso, para ser advogado. Para ser advogado é preciso estar inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil. São atividades privativas de advocacia a postulação em juízo e as atividades
de consultoria, assessoria e direção jurídica. São nulos os atos privativos de advogado praticados
por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas (artigos 1o
e 4o do EOAB). O bacharel em direito não pode sob qualquer hipótese prestar consultoria jurídica,
que é atividade privativa da advocacia, sob pena de cometer crime de exercício ilegal da profissão
(Regulamento Geral - artigo 4º). V.U., em 16/02/2006, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ
ANTÔNIO GAMBELLI - Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA
GRANDE.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL E ATIVIDADE ESTRANHA À ADVOCACIA - AS ATIVIDADES


PRIVATIVAS DA ADVOCACIA ESTÃO PREVISTAS NO ARTIGO 1º DO ESTATUTO DA OAB -
PROFERIR PALESTRAS É ATIVIDADE ESTRANHA À ADVOCACIA - O ADVOGADO, COMO
QUALQUER OUTRO CIDADÃO, PODE EXERCER A FUNÇÃO DE PRELETOR, CONTUDO, A
PROPAGANDA DAS PALESTRAS A SEREM PROFERIDAS JAMAIS PODERÀ SER FEITA EM
CONJUNTO COM SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL, SOB PENA DE INFRAÇÃO AO § 3º DO
ARTIGO 1º DO ESTATUTO DA OAB.
Não poderá ser divulgado o exercício da advocacia em conjunto com a atividade de "preletor". Se a
condição de "preletor" admite propaganda, o exercício da advocacia não a admite. O advogado na
divulgação de sua profissão (publicidade, e não propaganda) deverá restringir-se aos ditames dos
artigos 28 a 34 do Código de Ética e Disciplina, da Resolução nº 2/92 do Tribunal de Ética e
Disciplina da OAB/SP - Turma Deontológica e do Provimento 94/2000 do Conselho Federal da
OAB. V.U., em 17/11/2005, da ementa e parecer da Relatora Dr.ª MARIA DO CARMO WHITAKER
- Revisor Dr. BENEDITO ÉDISON TRAMA - Presidente "ad hoc" Dr. FABIO KALIL VILELA
LEITE.

MONOGRAFIA - ADVOGADO REMUNERADO PARA FAZÊ-LA PARA CURSOS DE


GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO - PRETENSÃO DE PRESTAR ESSE TIPO DE ATIVIDADE
EM FACULDADES - INTENÇÃO DE AFIXAR A OFERTA NOS QUADROS DE AVISO -
INFRAÇÕES ÉTICAS, CIVIS , CRIMINAIS E DISCIPLINARES.
"Advogada que , remunerada ou não, pretende ser contratada por alunos de cursos de graduação
ou pós graduação para elaborar Monografia, eiva toda a sua classe. Afasta-se do eixo insculpido
nos princípios da moral individual, social e profissional traçados pelo art. 1º , do Código de Ética.
Contamina o dever de preservar a honra, a dignidade e a nobreza da profissão ( Inciso I, do par. ún.
, do art. 2 º do C. E.). Enodoa a sociedade porque empresta concurso aos que atentam contra a
ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa e, portanto, infringe a letra "d" do inciso VIII,
do par. único, do art. 2 º do Código de Ética. Torna-se indigno e desprestigia toda a classe ( art. 31,
da Lei 8.906/94). Pratica ato contrário à lei , fraudando-a, motivo por que o inciso XVII, do art. 34,
da mesma lei o alcança. Torna-se moralmente inidôneo e mantém conduta incompatível com a
advocacia (art.34, incisos XXV e XXVII da Lei 8.906/94). Conduz-se ao ato ilícito ( art. 927, do C.
Civil). Abraça o art. 171, do Código Penal . Enfim, faz soar as palavras de Francis Bacon de que
"Não há devassidão mais vergonhosa para o homem do que a falsidade e a perfídia". V.U., em
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 75

16/06/2005, do parecer e ementa do Rel. Dr. JOSÉ ROBERTO BOTTINO - Rev. Dra. MARIA DO
CARMO WHITAKER - Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE.

Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas,


sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos
órgãos competentes, quando visados por advogados, salvo
microempresas e empresas de pequeno porte, conforme LC 123/06.
É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra
atividade.
O advogado é indispensável à administração da justiça.
No seu ministério privado, o advogado presta serviço
público e exerce função social.
No processo judicial, o advogado contribui, na postulação
de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do
julgador, e seus atos constituem múnus público.
No exercício da profissão, o advogado é inviolável por
seus atos e manifestações, nos limites desta Lei.
O exercício da atividade de advocacia no território
brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos
inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.
São nulos os atos privativos de advogado praticados por
pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais
e administrativas. São também nulos os atos praticados por
advogado impedido – no âmbito do impedimento – suspenso,
licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a
advocacia.
O visto do advogado em atos constitutivos de pessoas
jurídicas, indispensável ao registro e arquivamento nos órgãos
competentes, deve resultar da efetiva constatação, pelo
profissional que os examinar, de que os respectivos instrumentos
preenchem as exigências legais pertinentes.
A função de diretoria e gerência jurídicas em qualquer
empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive em instituições
financeiras, é privativa de advogado, não podendo ser exercida por
quem não se encontre inscrito regularmente na OAB.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 76

A indicação dos representantes dos advogados nos juizados


especiais deverá ser promovida pela Subseção ou, na sua ausência,
pelo Conselho Seccional.

11.1 - Exercício efetivo da advocacia


Considera-se efetivo exercício da atividade de advocacia
a participação anual mínima em cinco atos privativos previstos no
Estatuto, em causas ou questões distintas.
A comprovação do efetivo exercício faz-se mediante:
a) certidão expedida por cartórios ou secretarias
judiciais;
b) cópia autenticada de atos privativos;
c) certidão expedida pelo órgão público no qual o
advogado exerça função privativa do seu ofício, indicando os atos
praticados.
A prática de atos privativos de advocacia, por
profissionais e sociedades não inscritos na OAB, constitui
exercício ilegal da profissão.

11.2 - Postulação em causa própria


Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o
endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil
e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o
recebimento de intimações;
Se o advogado descumprir, o juiz ordenará que se supra a
omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação
do réu, sob pena de indeferimento da petição.
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
Se o advogado infringir, serão consideradas válidas as
intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao
endereço constante dos autos.

SUSPENSÃO DISCIPLINAR - EFEITOS - OBRIGAÇÃO DE SUBSTABELECIMENTO SEM


RESERVAS - POSSIBILIDADE DE SUBSTABELECIMENTO POR PRAZO DETERMINADO -
OBRIGATÓRIA CONCORDÂNCIA DO CONSTITUINTE - ADVOCACIA EM CAUSA PRÓPRIA -
OBRIGATORIEDADE DE OUTORGA DE PROCURAÇÃO A COLEGA.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 77

O advogado suspenso por uma das turmas disciplinares do Tribunal de Ética da OAB/SP está
inabilitado para o exercício da advocacia pelo período em que perdurar a suspensão, de forma que
deverá substabelecer os poderes que lhe foram outorgados por mandato judicial pelos seus clientes,
sendo que tais substabelecimentos devem ser sem reservas. O substabelecimento sem reservas pode
ser por prazo determinado, nunca inferior ao prazo da suspensão. A concordância do constituinte
do mandato judicial com o respectivo substabelecimento é obrigatória, nos termos do artigo 24 do
Estatuto da Advocacia. Da mesma forma, não poderá o advogado suspenso advogar em causa
própria, sendo que, no tocante aos processos em curso, deverá outorgar procuração a colega.
Inteligência dos artigos 4º, § único, 24, 35, II, 37, § único, do Estatuto da Advocacia e artigo 36 do
Código de Processo Civil. Proc. E-4.100/2012 - v.u., em 16/02/2012, do parecer e ementa do Rel.
Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

ADVOGADO APOSENTADO POR INVALIDEZ – EXERCÍCIO DA ADVOCACIA EM CAUSA


PRÓPRIA E GRACIOSAMENTE PARA TERCEIROS – IMPOSSIBILIDADE.
A advocacia em causa própria não é vedada pelo Código de Ética e Disciplina e pelo Estatuto da
Advocacia, porém, se o advogado for aposentado por invalidez, em razão do disposto no artigo 46
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (legislação previdenciária), não deve exercitá-la, sob pena
de cancelamento de sua aposentadoria, na medida em que poderia ser entendido tal exercício, pelo
Órgão Previdenciário, como um retorno à atividade. A prestação de serviços gratuitos é vedada
pelo nosso Código de Ética e Disciplina. A advocacia gratuita para pessoas físicas carentes deve ser
feita através da Assistência Judiciária ou da Defensoria Pública e não particularmente pelos
advogados. As pessoas jurídicas serão assistidas, através das normas estabelecidas na Resolução
Pró Bono de 19.08.2002, da Seccional da OAB-SP. Proc. E-3.962/2010 - v.u., em 17/02/2011, do
parecer e ementa do Rel. Dr. GUILHERME FLORINDO FIGUEIREDO - Rev. Dr. CLÁUDIO
FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

11.3 - Local da prestação de serviços

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – CASA COM SALAS COMERCIAIS COM ENTRADA COMUM –


POSSIBILIDADE.
O exercício da advocacia não pode desenvolver-se no mesmo local e em conjunto com qualquer
profissão não advocatícia. Exemplo clássico do exercício da advocacia no mesmo local e em
conjunto com outra atividade é o do advogado contador, administrador, corretor de imóveis ou
agente da propriedade industrial, que monta o seu escritório de advocacia no mesmo local e junto
com o seu escritório de contabilidade, seu escritório de administração de bens e condomínios, sua
imobiliária ou seu escritório de registro de marcas e patentes. No caso há vedação ética por
inúmeros motivos: captação de causas e clientes, concorrência desleal, possibilidade de violação de
arquivos. Quando as salas, a recepção e os telefones são independentes, é irrelevante a entrada
comum. É necessário absoluta independência de acesso ao escritório; a sala de espera e os telefones
não poderão ser de uso comum, para se evitar captação de causas ou clientes e os arquivos devem
ficar na sala do advogado para manter o sigilo e a inviolabilidade dos arquivos e dos documentos
do advogado e dos clientes. (Precedentes E-2336/01, E-2389/01, E-2.609/02, Parágrafo 3º do EOAB
e Resolução n. 13/97, deste Sodalício). Proc. E-4.036/2011 - v.u., em 15/07/2011, do parecer e
ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI – Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI,
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOCACIA, IMOBILIÁRIA E ADMINISTRAÇÃO


PATRIMONIAL - EXERCÍCIO SIMULTÂNEO E NO MESMO LOCAL - VEDAÇÃO ÉTICA -
IMPOSSIBILIDADE - DESRESPEITO AO SIGILO PROFISSIONAL - CAPTAÇÃO DE CLIENTELA
E CONCORRÊNCIA DESLEAL.
Não há proibição legal do advogado exercer mais de uma atividade ou profissão lícita. A permissão
decorre de dispositivo constitucional. O que o advogado não pode é exercer a advocacia no mesmo
local ou em conjunto com outra profissão. Não é permitido ao advogado o exercicio simultâneo da
advocacia com imobiliária e administração patrimonial, e nem no mesmo local, por ser uma forma
desrespeitosa e escancarada de captação de causas e de clientes, concorrência desleal e colocar em
risco o sigilo profissional. Não é permitida a publicidade conjunta de ambas as profissões e o uso da
denominação do escritório como sendo de advocacia, imobiliária e administração patrimonial.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 78

Proc. E-4.617/2016 - v.u., em 17/03/2016, do parecer e ementa do Rel. Dra. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI - Rev. Dr. EDUARDO PEREZ SALUSSE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOCACIA ITINERANTE – PRETENSÃO DE VIABILIZAR A


ATIVIDADES DE PROMOÇÃO E ACESSO À JUSTIÇA MEDIANTE ESCRITÓRIO ITINERANTE –
INVOCAÇÃO DE PRINCÍPIO SOCIAL – IMPOSSIBILIDADE – ATENTA CONTRA OS
PRINCÍPIOS ÉTICOS DA LEI Nº 8.906/94 E PROVIMENTO Nº 94/2000 DO CONSELHO
FEDERAL - PRINCÍPIOS SOCIAIS E HUMANITÁRIOS NÃO AUTORIZAM PRÁTICA ANTIÉTICA
E DE CONCORRÊNCIA DESLEAL - PRECEDENTES E-3.394/2006 e E-3.994/2011.
. A prática da advocacia itinerante por advogado não é permitida, eticamente, por ferir os
princípios do Estatuto da Advocacia e do Provimento nº 94/2000 do Conselho Federal da OAB, pois
atinge o exercício da advocacia na dignidade, decoro, nobreza e boa-fé que constituem requisitos
indispensáveis e essenciais para aqueles que buscam, em nossa sociedade, a aplicação da Justiça e
o alcance da igualdade social.
Proc. E-4.636/2016 - v.u., em 16/06/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. RENATA MANGUEIRA
DE SOUZA - Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

EXERCICO PROFISSIONAL – ADVOCACIA ITINERANTE – OFFICE TRUCK –


IMPOSSIBILIDADE – ATENTA CONTRA OS PRINCIPIOS ÉTICOS DA LEI 8.906/94 E
PROVIMENTO 94/2000 DO CONSELHO FEDERAL – CONCORRÊNCIA DESLEAL –
PRESCEDENTES: E-3.394/2006, E-3.994/2011 e E-4.636/2016.
A adaptação de escritório em caminhão, motor home, micro-ônibus (“Office Truck”) para a pratica
da advocacia itinerante por advogado não é permitida eticamente por ferir os princípios do Estatuto
da Advocacia e do Provimento 94/2000 do Conselho Federal da OAB, pois atinge o exercício da
advocacia na dignidade, decoro, nobreza e boa fé que constituem requisitos indispensáveis e
essenciais para aqueles que buscam em nossa sociedade a aplicação da justiça e o alcance da
igualdade social. Proc. E-4.709/2016 - v.u, em 27/10/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO
GUIMARÃES CORRÊA MEYER, Rev. Dr. EDUARDO AUGUSTO ALCKIMIN JACOB - Presidente
Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA – INSTALAÇÃO EM SHOPPING CENTER – VEDAÇÃO ÉTICA.


O exercício da advocacia tem por princípios básicos a não mercantilização da profissão, a não
captação indevida de clientela, a discrição, o sigilo profissional, a publicidade moderada, a
confiança entre advogado e cliente e a inviolabilidade de seu escritório. Tais princípios estão
insculpidos nos arts. 7º e 31 do Estatuto da OAB, incisos III e VIII, § único do art. 2º, e art. 5º do
CED, arts. 28, 30, 31, § 1º c/c § 2º do mesmo Codex e Resoluções 13/97 e 02/92, art. 3º, ambas deste
Sodalício. O respeito a esses princípios é que deve nortear a escolha do local de atuação do
advogado. Diante de tais princípios a instalação de escritório de advocacia em Shopping Centers ou
Malls não é possível, vez que, é clara e indiscutível a captação indevida e direta de clientela e a
concorrência desleal em razão do grande fluxo de pessoas, atraídas pelas lojas de grifes, pela praça
de alimentação, pelos entretenimentos próprios do local, tais como cinemas. A mercantilização da
advocacia estaria caracterizada, vez que todas as unidades do Shopping tem por objetivo único e
exclusivo a alta vendagem de mercadorias e prestação de serviços diversos, com forte apelo
propagandístico. O princípio do sigilo profissional seria desrespeitado, assim como a
inviolabilidade do escritório, uma vez que o locador, além de receber uma porcentagem sobre o
faturamento, tem o direito de acesso à contabilidade dos lojistas, apondo em risco a segurança dos
dados e das informações confidenciais dos clientes. A discrição e a publicidade moderada não
seriam cumpridas considerando a obrigação de participar de campanhas publicitárias e diversas
outras interferências na autonomia de vontade do locatário. Precedentes: Proc. E-4.051/2011-
VOTO CONVERGENTE do ilustre Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI, Proc. E-4.449/2014, Proc. E-
1.682/98 e Proc. E-4.346/2014.
Proc. E-4.489/2015 - v.m., em 16/04/2015, do parecer e ementa da Rel. Dra. CÉLIA MARIA
NICOLAU RODRIGUES - Rev. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 79

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – CONJUNTO COMERCIAL COM VÁRIOS PAVIMENTOS – SALAS


COMERCIAIS COM ENTRADAS E TELEFONES INDEPENDENTES – POSSIBILIDADE.
O exercício da advocacia não pode desenvolver-se no mesmo local e em conjunto com qualquer
outra profissão, sob pena de infração ética tais como: captação de clientela, concorrência desleal e
possibilidade de violação de arquivos. Os espaços devem ser separados e sem nenhuma
comunicação, as entradas e telefones devem ser independentes. O exercício da advocacia não pode
ser anunciado, privada ou publicamente, em conjunto com outra atividade profissional. Proc. E-
4.537/2015 - v.u., em 20/08/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Rev. Dr.
FÁBIO TEIXEIRA OZI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA
.
EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA – INSTALAÇÃO EM IMÓVEL
COMERCIAL EM CONJUNTO COM OUTRAS ATIVIDADES – LIMITES ÉTICOS – SEPARAÇÃO
ABSOLUTA DAS DEMAIS ATIVIDADES –INVIOLABILIDADE DA SEDE PROFISSIONAL E
PRESERVAÇÃO DO SIGILO PROFISSIONAL – INSTALAÇÃO DE ESCRITÓRIO DE
ADVOCACIA AO LADO DE AGÊNCIA DO INSS – POSSIBILIDADE – HOMOLOGAÇÃO DA
PLANTA EDILÍCIA E SUGESTÕES DE MODIFICAÇÃO – INCOMPETÊNCIA DA TURMA
DEONTOLOGICA.
A Turma Deontológica do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP não serve como órgão
homologador de modelos de plantas de edificação onde será instalado escritório de advocacia.
Orientações que são dadas apenas em tese. Não há vedação ética para instalação de escritório de
advocacia em prédio comercial onde sejam exercidas outras atividades profissionais, desde que haja
separação absoluta destas, incluindo-se as salas, a recepção, telefones e computadores e demais
instrumentos de atuação profissional do advogado visando proteger a sede profissional, o sigilo dos
arquivos, registros e meios de comunicação com os clientes, a preservação da independência e
liberdade do advogado em sua atuação, e a discrição no atendimento de seus clientes. A utilização
de dependências comuns pelos funcionários do escritório não viola a regra maior da separação
absoluta, desde que não seja freqüentada por clientes do escritório. Não se verifica qualquer óbice
ético na instalação de escritório em local próximo a agência do INSS, proximidade que, por si só,
não supõe captação ilícita de clientela ou concorrência desleal. Proc. E-4.551/2015 - v.u., em
17/09/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. JOSÉ EDUARDO HADDAD - Rev. Dr. CLÁUDIO
FELIPPE ZALAF – Presidente em exercício Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA – EXERCÍCIO DE ATIVIDADE PARALELA – POSSIBILIDADE –


RESTRIÇÕES DO ARTIGO 28 DO EAOAB – ATIVIDADE QUE DEVE SER COMPATÍVEL COM A
NOBREZA E A DIGINIDADE DA PROFISSÃO – IMPOSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO NO
MESMO LOCAL EM QUE É EXERCIDA A ADVOCACIA.
Em consonância com o princípio constitucional do livre exercício profissional, pode o advogado
exercer outra profissão concomitantemente com a advocacia, desde que respeitadas as restrições do
artigo 28 de nosso Estatuto. Necessidade, ainda, que o exercício se dê em local distinto, sob pena de
se comprometer o sigilo profissional, bem como da possibilidade de se incorrer em captação de
clientela e concorrência desleal. Há, ainda, que se respeitar o inciso I, do parágrafo único do artigo
2º do nosso Código de Ética, devendo a profissão paralela ser compatível com a nobreza e a
dignidade da advocacia. Proc. E-4.569/2015 - v.u., em 15/10/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr.
FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. ZANON DE PAULA BARROS – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA NO MESMO LOCAL DE OUTRAS ATIVIDADES – CORRETAGEM


– IMOBILIÁRIA – CONTÁBIL – LOCAÇÃO DE SALA – IMPOSSIBILIDADE.
Desrespeito ao sigilo profissional, com captação de clientela e concorrência desleal. Conduta de
terceiro ainda que advogado, não conhecimento. Ressalvado o direito de representação do
consulente à Turma Disciplinar competente para apuração. Precedentes da Turma. Proc. E-
4.585/2015 - v.u., em 10/12/2015, do parecer e ementa da Rel. Dra. RENATA MANGUEIRA DE
SOUZA - Rev. Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA – INSTALAÇÃO EM ÁREAS EXISTENTES EM ESTAÇÕES DO


METRÔ – IMPOSSIBILIDADE – VEDAÇÃO ÉTICA.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 80

Por mais nobre que seja a motivação do advogado, chega a ser até intuitiva a percepção de que a
instalação de escritório nas dependências do METRÔ tem como finalidade primeira potencializar,
ao grau máximo, a exposição, mediante aproveitamento do enorme fluxo diário de pessoas que
circulam nas estações, o que implica, direta ou indiretamente, inculca ou captação de clientela ou
causas (art. 34, IV, do Estatuto da OAB; art. 7º, CED), justamente por conta de acesso privilegiado
a clientela cativa, com interferência na distribuição natural dos serviços, em prejuízo a outros
advogados da mesma localidade. As áreas em estações de METRÔ, assim como acontece com
shopping centers, supermercados, farmácias, aeroportos, são locais de convivência física
incompatível com escritórios de advocacia, porque se prestam à prática do comércio e atividades
afins, de natureza mercantil. Além disso, não se mostram ambiente adequado para guardar
convenientemente a discrição na publicidade (art. 28, CED) e o resguardo da privacidade
profissional, mas são propícios à banalização da profissão e o desprestigio da classe (arts. 31,
EOAB e art. 2º, par. Único, inciso I, CED). ). Proc. E-4.346/2014 - v.u., em 20/02/2014, do parecer
e ementa do Rel. Dr. SÉRGIO KEHDI FAGUNDES - Rev. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI –
Presidente em exercício Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF.

PUBLICIDADE – ADVOCACIA ITINERANTE – USO DE VEÍCULO COM A INDICAÇÃO


EXPRESSA DE “ADVOCACIA ITINERANTE” ESTACIONADO EM FRENTE DE
ESTABELECIMENTOS PENAIS - CAPTAÇÃO DE CAUSAS E DE CLIENTES – CONCORRÊNCIA
DESLEAL – PUBLICIDADE IMODERADA – VEDAÇÃO ÉTICA.
O uso de veículo estacionado em frente de estabelecimento penal com os dizeres “Advocacia
Itinertante” destinado a atrair familiares de internos para consultas jurídicas é uma forma
indesejável de mercantiliação da advocacia. Constitui inculca, captação de cauas e cliente e
concorrência desleal. A mercantilização consiste em tratar a advocacia como se fosse mercadoria
de balcão e de banca de rua. O cliente deve procurar o advogado e não o advogado correr atrás do
cliente. O prestígio do advogado não se edifica pela divulgação do nome do advogado em praças
públicas ou em locais onde transitam muitas pessoas, mas decorre da competência e dos
conhecimentos jurídicos do advogado, de sua atuação perante seus clientes, de sua capacidade de
inspirar confiança e segurança ao aplicar a ciência do direito, para fazer valer os justos interesses
dos patrocinados. Não bastasse o aspecto mercantilista da proposta, a forma de divulgação fere os
principios da discrição e da moderação. A publicidade do advogado é permitida de acordo com os
dispositivos contidos no Estatuto da OAB, arts. 33, § único e 34, IV, no Código de Ética, art. 5º, 28 a
34, na Resolução n. 02/92 do Tribunal de Ética e Disciplina–I, Turma Deontológica, da Ordem dos
Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, e no Provimento n. 94/2000, do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil. Precedentes E-1.538/97, E-1.668/98, E-2.331/01 e E-3.730/09.
Proc. E-3.995/2011 - v.u., em 14/04/2011, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA – ADVOGADOS – MESMO ESCRITÓRIO – DEFESA DE


CLIENTES EM POLOS OPOSTOS DE UMA MESMA DEMANDA – ATENTADO AO SIGILO
PROFISSIONAL – IMPOSSIBILIDADE.
A convivência de dois advogados, que, embora não sejam sócios, dividem o mesmo escritório,
implica naturalmente troca de informações condizente com a cooperação recíproca em caráter
permanente que há nesse caso. Assim, é inegável a afronta ao sigilo profissional e à inviolabilidade
do escritório que tal situação ensejaria, não sendo, por conseguinte, possível que tais advogados
defendam clientes com interesses manifestamente antagônicos.
Proc. E-4.460/2014 - v.u., em 11/12/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. ALUISIO CABIANCA
BEREZOWSKI - Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ATIVIDADE DIVERSA DA ADVOCACIA – POSSIBILIDADE


DESDE QUE EM LOCAL DISTINTO DO ESCRITÓRIO – VEDAÇÃO A DIVULGAÇÃO
CONJUNTA DAS ATIVIDADES – AFRONTA A INSUPERÁVEIS DISPOSITIVOS ÉTICOS E
ESTATUTÁRIOS – CAPTAÇÃO DE CLIENTELA E CONCORRÊNCIA DESLEAL E DESRESPEITO
AO SIGILO PROFISSIONAL – RESOLUÇÃO 13/97 DESTE TRIBUNAL.
Não é vedado a advogados exercerem outras profissões, desde que não ocupem o mesmo espaço
físico do escritório de advocacia, não divulguem as atividades em conjunto com a advocacia e não
exerçam a advocacia para clientes da outra atividade, nos assuntos a ela relacionados, seja de
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 81

natureza contenciosa ou consultiva. Observância à Resolução 13/97 deste Tribunal, ao Art. 34,
inciso IV, do Estatuto da OAB, e aos Arts. 5º e 7º do Código de Ética e Disciplina da OAB.
Precedentes E – 3.963/2008 e E – 3.418/2007.Proc. E-4.024/2011 - v.u., em 15/07/2011, do parecer
e ementa do Rel. Dr. EDUARDO TEIXEIRA DA SILVEIRA – Rev. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU
RODRIGUES, Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

12.0 - A INSCRIÇÃO NA OAB


Para inscrição como advogado é necessário:
I - capacidade civil;

II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em


instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada;
O requerente à inscrição no quadro de advogados, na falta
de diploma regularmente registrado, apresenta certidão de
graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do
respectivo histórico escolar.
O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em
direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido
em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de
atender aos demais requisitos previstos.

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se


brasileiro;

IV - aprovação em Exame de Ordem;


O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do
Conselho Federal da OAB.

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;


A conduta incompatível com a advocacia, comprovadamente
imputável ao requerente, impede a inscrição no quadro de
advogados.

VI - idoneidade moral;
A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve
ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços
dos votos de todos os membros do conselho competente, em
procedimento que observe os termos do processo disciplinar.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 82

Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que


tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação
judicial.

VII - prestar compromisso perante o conselho.


O requerente à inscrição principal no quadro de advogados
presta o seguinte compromisso perante o Conselho Seccional, a
Diretoria ou o Conselho da Subseção:
“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência,
observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e
defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os
direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a
rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e
das instituições jurídicas.”
É indelegável, por sua natureza solene e personalíssima,
o compromisso.

TURMA DEONTOLÓGICA - QUESTÃO ALUSIVA INSCRIÇÃO E CANCELAMENTO DESTA NOS


QUADROS DA OAB - INCOMPETÊNCIA - TEMA QUE CABE À COMISSÃO DE SELEÇÃO E
INSCRIÇÃO.
Compete ao TED I o esclarecimento de dúvidas acerca de questões de ética profissional. Consulta
que traz tema alusivo à inscrição e seu cancelamento nos quadros da OAB, bem como à necessidade
de novo exame, sem repercussões de ordem ética, insere-se na competência da douta Comissão de
Seleção e Inscrição. Consulta da qual não se conhece. Inteligência do art. 63, letras "a" e "c" do
Regimento Interno da Seccional Paulista da OAB. Proc. E-4.115/2012 - v.m., em 19/04/2012, do
parecer e ementa do Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI, vencido o Rel. Dr. CLÁUDIO
FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

12.1 - Domicilio profissional


A inscrição principal do advogado deve ser feita no
Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu
domicílio profissional.
Considera-se domicílio profissional a sede principal da
atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da
pessoa física do advogado.
Além da principal, o advogado deve promover a inscrição
suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a
exercer habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a
intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 83

No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para


outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência
de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente.
O Conselho Seccional deve suspender o pedido de
transferência ou de inscrição suplementar, ao verificar a
existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra
ela representando ao Conselho Federal.
O advogado fica dispensado de comunicar o exercício
eventual da profissão, até o total de cinco causas por ano, acima
do qual obriga-se à inscrição suplementar.

12.2 - Exibição da inscrição


É obrigatória a indicação do nome e do número de
inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado, no
exercício de sua atividade.
É vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade
relacionada com o exercício da advocacia ou o uso da expressão
escritório de advocacia, sem indicação expressa do nome e do
número de inscrição dos advogados que o integrem ou o número de
registro da sociedade de advogados na OAB.

12.3 - Cancelamento de inscrição


Cancela-se a inscrição do profissional que:
I - assim o requerer;
II - sofrer penalidade de exclusão;
III - falecer;
IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade
incompatível com a advocacia;
V - perder qualquer um dos requisitos necessários para
inscrição.
Cancela-se a inscrição quando ocorrer a terceira
suspensão, relativa ao não pagamento de anuidades distintas.
No caso do advogado sofrer exclusão, falecer ou passar a
exercer atividade incompatível, o cancelamento deve ser promovido,
de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação
por qualquer pessoa.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 84

Na hipótese de novo pedido de inscrição, que não restaura


o número de inscrição anterior, deve o interessado fazer prova:
I - capacidade civil;
II - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
III - idoneidade moral;
IV- prestar compromisso perante o conselho.
No caso do advogado sofrer a pena de exclusão e
posteriormente pedir nova inscrição, o novo pedido também deve ser
acompanhado de provas de reabilitação.

INSCRIÇÃO NA OAB - CANCELAMENTO - PERDA DA CONDIÇÃO DE ADVOGADO -


INSCRIÇÃO NA OAB CANCELADA - USO DO ANTIGO NÚMERO DE INSCRIÇÃO EM
DOCUMENTOS OU APRESENTAÇÃO DA CARTEIRA A TERCEIROS - IMPOSSIBILIDADE - EX-
CLIENTES - INFORMAÇÃO A ELES SOBRE ANDAMENTO DE PROCESSOS QUE FICARAM
SOB COMANDO DE OUTRO PATRONO - CONDUTA NÃO RECOMENDADA POR RISCO DE
CONFLITO ÉTICO.
O advogado que, por passar a exercer função incompatível com a advocacia, teve sua inscrição
cancelada, perdeu a condição de advogado. Assim sendo, não pode usar mais seu antigo número de
inscrição, nem apresentar sua antiga carteira da OAB a terceiros. Fazendo-o, corre o risco da
aplicação do art. 307 do Código Penal (falsa identidade), por estar identificando-se como
advogado, condição que perdeu com o cancelamento da inscrição na OAB. O advogado que
cancelou sua inscrição na OAB, tendo transferido seus processos a outro colega, deve abster-se de
prestar informações sobre o andamento desses processos a seus ex-clientes para evitar o risco de
conflito ético. Eventuais informações que possam ser entendidas por aqueles como divergentes das
que têm recebido, poderão gerar neles desconfianças em relação a seu atual patrono. Proc. E-
4.300/2013 - v.u., em 19/09/2013, do parecer e ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS -
Rev. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

12.4 - Licenciamento profissional


Licencia-se o profissional que:
I - assim o requerer, por motivo justificado;
II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade
incompatível com o exercício da advocacia;
III - sofrer doença mental considerada curável.

12.5 - O Cadastro Nacional de Advogados - CNA


Aos Conselhos Seccionais da OAB incumbe alimentar,
automaticamente e em tempo real, por via eletrônica, o Cadastro
Nacional dos Advogados - CNA, mantendo as informações
correspondentes constantemente atualizadas.
O CNA deve conter o nome completo de cada advogado, o
número da inscrição, o Conselho Seccional e a Subseção a que está
vinculado, o número de inscrição no CPF, a filiação, o sexo, a
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 85

data de inscrição na OAB e sua modalidade, a existência de


penalidades eventualmente aplicadas, estas em campo reservado, a
fotografia, o endereço completo e o número de telefone
profissional, o endereço do correio eletrônico e o nome da
sociedade de advogados de que eventualmente faça parte, ou esteja
associado, e, opcionalmente, o nome profissional, a existência de
deficiência de que seja portador, opção para doação de órgãos,
Registro Geral, data e órgão emissor, número do título de eleitor,
zona, seção, UF eleitoral, certificado militar e passaporte.
No cadastro são incluídas, igualmente, informações sobre
o cancelamento das inscrições.

13.0 - O ESTÁGIO PROFISSIONAL


Para inscrição como estagiário é necessário:
I - capacidade civil;
II - título de eleitor e quitação do serviço militar, se
brasileiro;
III - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
IV - idoneidade moral;
V - prestar compromisso perante o conselho.
VI - ter sido admitido em estágio profissional de
advocacia.
O estágio profissional de advocacia, com duração de dois
anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser
mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos
Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios
de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo
deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.
A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional
em cujo território se localize seu curso jurídico.
O aluno de curso jurídico que exerça atividade
incompatível com a advocacia pode freqüentar o estágio ministrado
pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de
aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.
O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel
em Direito que queira se inscrever na Ordem.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 86

O estágio profissional de advocacia, inclusive para


graduados, é requisito necessário à inscrição no quadro de
estagiários da OAB e meio adequado de aprendizagem prática.
O estágio profissional de advocacia pode ser oferecido
pela instituição de ensino superior autorizada e credenciada, em
convênio com a OAB, complementando-se a carga horária do estágio
curricular supervisionado com atividades práticas típicas de
advogado e de estudo do Estatuto e do Código de Ética e
Disciplina, observado o tempo conjunto mínimo de 300 (trezentas)
horas, distribuído em dois ou mais anos.
A complementação da carga horária, no total estabelecido
no convênio, pode ser efetivada na forma de atividades jurídicas
no núcleo de prática jurídica da instituição de ensino, na
Defensoria Pública, em escritórios de advocacia ou em setores
jurídicos públicos ou privados, credenciados e fiscalizados pela
OAB.
As atividades de estágio ministrado por instituição de
ensino, para fins de convênio com a OAB, são exclusivamente
práticas, incluindo a redação de atos processuais e profissionais,
as rotinas processuais, a assistência e a atuação em audiências e
sessões, as visitas a órgãos judiciários, a prestação de serviços
jurídicos e as técnicas de negociação coletiva, de arbitragem e de
conciliação.
O estágio realizado na Defensoria Pública da União, do
Distrito Federal ou dos Estados é considerado válido para fins de
inscrição no quadro de estagiários da OAB.
Os atos privativos de advocacia, podem ser subscritos por
estagiário inscrito na OAB, em conjunto com o advogado ou o
defensor público.
O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente
os seguintes atos, sob a responsabilidade do advogado:
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a
respectiva carga;
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias
certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 87

III – assinar petições de juntada de documentos a


processos judiciais ou administrativos.
Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário
pode comparecer isoladamente, quando receber autorização ou
substabelecimento do advogado.
O estágio profissional de advocacia, realizado
integralmente fora da instituição de ensino, compreende as
atividades fixadas em convênio entre o escritório de advocacia ou
entidade que receba o estagiário e a OAB.
Cada Conselho Seccional mantém uma Comissão de Estágio e
Exame de Ordem, a quem incumbe coordenar, fiscalizar e executar as
atividades decorrentes do estágio profissional da advocacia.
Os convênios de estágio profissional e suas alterações,
firmados pelo Presidente do Conselho ou da Subseção, quando esta
receber delegação de competência, são previamente elaborados pela
Comissão, que tem poderes para negociá-los com as instituições
interessadas.
A Comissão pode instituir subcomissões nas Subseções.
Compete ao Presidente do Conselho Seccional designar a
Comissão de Estágio, que pode ser composta por advogados não
integrantes do Conselho.

DEFENSORIA PÚBLICA – ESTAGIÁRIO – INSCRIÇÃO NA OAB COMO TAL – VEDAÇÃO DE


PRÁTICA DE ATOS DA ADVOCACIA DE FORMA AUTÔNOMA – IMPERATIVO DE SUA
ATUAÇÃO, COMO APRENDIZ QUE É, ESTAR SOB RESPONSABILIDADE E EM CONJUNTO
COM DEFENSOR PÚBLICO – PERTENCENDO O ESTAGIÁRIO AO QUADRO DA
DEFENSORIA PÚBLICA, SUBMETE-SE AO NORMATIVO INTERNO DESTA E, DE IGUAL
FORMA, AO ESTATUTO DA ORDEM, CÓDIGO DE ÉTICA E LEGISLAÇÃO CORRELATA, SEM
DISTINÇÃO – DEVER E DIREITO DA OAB, ATRAVÉS DA COMISSÃO DE ESTÁGIO E EXAME
DE ORDEM, DE FISCALIZAR E, SE CONSTATADAS IRREGULARIDADES, REMETER OS
AUTOS PARA AS TURMAS DISCIPLINARES.
A prática de atos de advocacia por estagiário está elencada no Estatuto da OAB, Regulamento
Geral e, se pertencente ao quadro da Defensoria Pública, também à normatização interna desta.
Distingue-se o Estágio Profissional, que implica estar inscrito na OAB, contemplado com uma gama
de direitos e deveres previstos no Estatuto, Regulamento Geral da OAB e Código de Ética, daqueles
ofertados pelas instituições de ensino, de natureza curricular e obrigatório. Inexiste uma espécie
distinta de estagiário profissional pois todos são igualmente vinculados à OAB e sujeitos à nossa
normatização interna, sendo certo que alguns, vinculados a órgãos públicos, entre estes a
Defensoria Pública, entes privados, sociedade de advogados, entre outras possibilidades, devam, em
acréscimo, também atender às especificidades de cada qual. Não existem exceções. Praticando os
estagiários atos sem efetiva supervisão e presença de Advogado ou, com “in casu”, Defensor
Público, após fiscalização pela Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB, se comprovado o
desvio de função, o caso deverá submeter-se às Turmas Disciplinares para apuração de
responsabilidades e punição, se for o caso. A alegação de falta de recursos financeiros para
disponibilizar à população hipossuficiente, advogados do Convênio D.P.E. e OAB/SP, substituindo-
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 88

os por estagiários, é inadmissível merecendo repúdio e providências no sentido de obstar a prática,


posto que ilegal. Exegese dos artigos 1º, 9º e 16º do atual Código de Ética, (artigos 1º, 12º e 18º do
novo CED), artigos 1º, 3º, § 2º e 33º do Estatuto da Advocacia, artigos 27 e 29 do Regulamento
Geral do Estatuto da Advocacia, Cartilha do Estagiário de Direito D.P.E.S.P., artigos 79, 83 e 84
da Lei Complementar 988/06, artigo 12 da Deliberação nº 26 de 21/12/2006 do Conselho Superior
da Defensoria Pública e Consultor Jurídico de 09 de janeiro de 2016. Proc. E-4.601/2016 - v.u., em
25/02/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Rev. Dr. FÁBIO DE
SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS – DESTINAÇÃO AO ADVOGADO – COMPENSAÇÃO EM


ACORDO – PARTICIPAÇÃO DE ESTAGIÁRIO.
I.- É posicionamento unânime deste Tribunal, que os honorários de sucumbência pertencem
integralmente ao advogado, que não deve abrir mão deste direito, na medida em que foi fruto de
intensa luta da classe, que se arrastou por muitos e muitos anos, só sendo coroada de êxito com o
advento da Lei n. 8.906/94 - Estatuto da Advocacia.
II.- É, porém, permitido ao advogado na montagem de acordo, transigir em seus honorários. Em
caso de acordo, quando a parte paga os honorários do advogado ex-adverso, os honorários assim
recebidos compensam os contratuais quando houver estipulação neste sentido expressamente
acertada com o cliente (E-3758/2009).
III.- O estagiário durante o período de estágio, não faz jus aos honorários sucumbenciais. Segundo
ensina Paulo Luiz Netto Lôbo: "A atuação do estagiário não constitui atividade profissional; integra
sua aprendizagem prática e tem função pedagógica". Portanto, tal atuação, que tem suas atividades
isoladas restritas àquelas estabelecidas no artigo 29 do Regulamento Geral, e todas as demais, sob
a responsabilidade expressa de um advogado, nos termos do artigo 3º, § 2º, da EAOAB, por se
tratar de aprendizagem prática e com finalidade pedagógica, não se constituindo em atividade
profissional, não gera participação nos honorários de sucumbência. Se, porventura, após inscrito na
OAB como advogado, permanecer no escritório em que estagiou e atuando no processo, terá direito
aos honorários sucumbenciais, na proporção do trabalho executado, no período e na estrita
condição de advogado. Por outro lado, se houve algum acordo com o advogado que se retirou em
relação aos honorários de sucumbência, este tem que ser respeitado pelos três, como exige a ética.
Proc. E-4.045/2011 - v.m., em 15/09/2011, do parecer e ementa do Rel. Dr. GUILHERME
FLORINDO FIGUEIREDO, com declaração de voto divergente do Julgador Dr. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI - Rev. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA
SILVA.

PREPOSTO NA JUSTIÇA DO TRABALHO - EX-EMPREGADO COMO ESTAGIÁRIO E


ASSISTENTE JURIDICO REPRESENTANTE DE SUA EX-EMPREGADORA COMO PREPOSTO
EM AUDIÊNCIAS TRABALHISTAS - IMPEDIMENTO DE ATUAR COMO ADVOGADO EM
AÇÕES TRABALHISTAS CONTRA SUA EX-EMPREGADORA NAS CAUSAS EM QUE ATUOU
COMO PREPOSTO, NAS QUE NAQUELA ÉPOCA TRAMITAVAM E NAS QUE, EMBORA
AJUIZADAS POSTERIORMENTE, REIVINDIQUEM DIREITOS ADQUIRIDOS NO PERÍODO
ANTERIOR AO DESLIGAMENTO DO ADVOGADO DA EMPRESA - POSSIBILIDADE DE
REPRESENTAÇÃO DE EX-EMPREGADOS QUE REIVINDIQUEM DIREITOS ADQUIRIDOS
POSTERIORMENTE À SAÍDA DO ADVOGADO DOS QUADROS DA SUA EX-EMPREGADORA E
EM OUTRAS ÁREAS DO DIREITO RESPEITANDO-SE O LAPSO TEMPORAL DE 2 (DOIS) ANOS
DA CESSAÇÃO DA RELAÇÃO EMPREGATÍCIA, DEVENDO, EM QUALQUER HIPÓTESE DE
ATUAÇÃO, ABSTER-SE PERENEMENTE DE UTILIZAR INFORMAÇÕES E DADOS SIGILOSOS
OU PRIVILEGIADOS QUE TENHA TOMADO CONHECIMENTO EM DECORRÊNCIA DA SUA
RELAÇÃO LABORAL, O QUE CARACTERIZARIA GRAVE INFRAÇÃO ETICA.
Nas reclamações trabalhistas nas quais o advogado Consulente tenha atuado na condição de
preposto ou que tramitavam quando ainda era empregado da empresa, o impedimento deve ser
perenizado, restando inviável a sua atuação, em qualquer tempo, nas ações ainda pendentes ou
naquelas que com ela guardem liames diretos ou indiretos, tais como ações rescisórias, querela ,
execuções de sentença, dentre outras. Nas reclamações trabalhistas ajuizadas após o prazo de
desligamento do advogado Consulente dos quadros funcionais da sua ex-empregadora, mas que
contenha reivindicação de direitos adquiridos pelo reclamante em período anterior ao desligamento
do advogado Consulente, entendo persistir o impedimento perene, na medida em que restará
presente o risco de utilização de informações sigilosas ou privilegiadas obtidas durante a relação
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 89

empregatícia. Nas reclamações trabalhistas ajuizadas por ex-empregados da empresa que foram
admitidos posteriormente à saída do advogado dos seus quadros funcionais ou que, ainda que
admitidos anteriormente, foram posteriormente ajuizadas e digam respeito a direitos supostamente
adquiridos em período laboral posterior à saída do advogado, entendo inexistir impedimento para a
atuação. Deve-se apenas, nesta hipótese, respeitar o lapso temporal de 2 (dois) anos a contar da
cessação da relação laborativa, por interpretação analógica dos artigos 19, 20, 25, 26 e 27 do
Código de Ética e Disciplina e segundo orientação geral estampada no precedente do processo E-
4.402/2014. Em qualquer hipótese de atuação, inclusive que tenha qualquer relação a ato jurídico
do qual tenha participado, deve o advogado abster-se perenemente de utilizar de informações e
dados sigilosos ou privilegiados que tenha tomado conhecimento em decorrência da sua relação
laboral, o que caracterizaria grave infração ética. Proc. E-4.616/2016 – v.m., em 26/04/2016, do
parecer e ementa do julgador Dr. EDUARDO PEREZ SALUSSE, vencido o Rel. Dr. CLÁUDIO
FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

ESTAGIÁRIO QUE PRETENDE PRESTAR SERVIÇOS DE APOIO A ADVOGADOS, INCLUSIVE


DIVULGANDO-OS POR CARTÃO CONTENDO O NÚMERO DE INSCRIÇÃO NA OAB -
IMPOSSIBILIDADE POR VIOLAÇÃO DA LEI n.º 11.788/2008 E, CONSEQUENTEMENTE, DA
ÉTICA.
O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, somente poderá praticar os atos previstos no
artigo 1º do EAOAB em conjunto com advogado e sob sua responsabilidade, não conferindo ao
estagiário, o dispositivo legal em referência, a prerrogativa de atuar sozinho, ou em conjunto com
outros estagiários, utilizando a inscrição na OAB como meio de promoção e desvirtuamento da
finalidade educativa do estágio, transmudando-a em atividade meramente econômica. Proc. E-
3.914/2010 - v.u., em 18/11/2010, do parecer e ementa do Rel. Dr. DIÓGENES MADEU, Rev. Dr.
PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

14.0 - A SOCIEDADE DE ADVOGADOS


Os advogados podem constituir sociedade simples,
unipessoal ou pluripessoal, de prestação de serviços de advocacia,
a qual deve ser regularmente registrada no Conselho Seccional da
OAB em cuja base territorial tiver sede.
As sociedades de advogados podem adotar qualquer forma de
administração social, permitida a existência de sócios gerentes,
com indicação dos poderes atribuídos.
ESCRITÓRIO – INEXISTÊNCIA DE INFRAÇÃO ÉTICA – PARA SE APRESENTAR COMO
SOCIEDADE DE ADVOGADOS È NECESSÁRIA A INSCRIÇÃO NA OAB.
Advogados podem se reunir em caráter permanente com intuito de cooperação recíproca sem a
necessidade de constituir sociedade de advogados. Nessa hipótese, não podem se apresentar como
tal, sob pena de infração ética. A contrário senso, caso queiram se apresentar como uma sociedade
de advogados, devem se inscrever como tal na OAB, sob pena de infração ética. A utilização do
nome completo de ambos advogados no papel timbrado, com número da inscrição da OAB, não
transmite a falsa ideia de sociedade de advogado, não se constituindo, assim, em infração ética.
Inteligência do artigo 15 do EAOAB. Proc. E-4.287/2013 - v.u., em 22/08/2013, do parecer e ementa
Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Presidente Dr. CARLOS
JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA, SEM REGISTRO NA OAB,


CONTRATADO POR ASSOCIAÇÃO PARA ATENDER ASSOCIADOS – EXERCÍCIO ILEGAL DA
PROFISSÃO - VISÍVEL CAPTAÇÃO DE CLIENTELA E CONCORRÊNCIA DESLEAL –
INADMISSIBILIDADE.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 90

A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica com o registro dos seus atos constitutivos
no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede, conforme artigo 15 do Estatuto
da OAB. Uma vez constituído, não pode escritório de advocacia firmar contrato com uma
associação para atendimento ao seu associado, mas atender unicamente os interesses da associação
em beneficio dos associados. Visível captação de clientela e concorrência desleal com os demais
pares da comunidade jurídica. Proc. E-4.348/2014 - v.u., em 20/03/2014, do parecer e ementa da
Rel. Dra. MARCIA DUTRA LOPES MATRONE - Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE –
Presidente em exercício Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS – CONSULTOR JURÍDICO INTEGRANTE DE OUTRA


SOCIEDADE DE ADVOGADOS COM FILIAL NA MESMA SECCIONAL – POSSIBILIDADE.
Não há vedação ou impedimento ético a que um sócio de sociedade de advogados preste consultoria
a outra sociedade de advogados, com filial na mesma Seccional, desde que não mantenha vínculo
societário ou de associação com esta. Necessário, porém, que não haja vedação no contrato social,
nos termos do inciso VIII, do artigo 2º do Provimento 112/2006, do Conselho Federal. Ademais, não
sendo sócio, não pode o advogado consultor receber lucros da sociedade contratante, e não pode ter
direito a voto; enfim, não pode ter nenhum dos direitos, nem dos deveres, inerentes à condição de
sócio. Precedente: Proc. E-4.145/2012. Proc. E-4.455/2014 - v.u., em 11/12/2014, do parecer e
ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

SOCIEDADE – ADVOGADO SÓCIO DE ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE –


IMPOSSIBILIDADE DE ATOS PRIVATIVOS DA ADVOCACIA – CAPTAÇÃO DE CLIENTELA E
CONCORRÊNCIA DESLEAL – VEDAÇÃO ÉTICA E LEGAL.
O advogado pode ser sócio de outra sociedade comercial que explore outro ramo de atividade,
desde que não exerça atos privativos da advocacia para os clientes dessa nova sociedade. Não há
possibilidade do exercício da advocacia em conjunto com outras profissões. E-4.270/2013 - v.u., em
20/06/2013, do parecer e ementa da Rel. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Rev. Dr. ZANON DE PAULA
BARROS - Presidente em exercício Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS - SÓCIO CONSULTOR JURÍDICO DE OUTRA SOCIEDADE DE


ADVOGADOS - ADMISSIBILIDADE
Não há impedimento legal ou ético a que um sócio de sociedade de advogados preste consultoria a
outra sociedade de advogados, desde que não mantenha vínculo societário ou de associação e não
haja vedação no contrato social. Precedente E-3.761/2009. Proc. E-4.145/2012 - v.u., em
16/08/2012, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO TEIXEIRA DA SILVEIRA - Rev. Dr. JOÃO
LUIZ LOPES - Presidente em exercício Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS - ATUAÇÃO DE SEUS SÓCIOS OU ASSOCIADOS EM


TERRITÓRIO DE SECCIONAL DISTINTA DAQUELE EM QUE REGISTRADA - ABERTURA DE
FILIAL EM OUTRA SECCIONAL - VEDAÇÃO À PUBLICIDADE QUE INDUZA A ERRO -
LIMITES DA PUBLICIDADE.
Os atos privativos da advocacia são praticados pelos advogados integrantes da sociedade, e não por
esta. A atuação em mais de cinco causas distintas por ano em território de outra Seccional obriga à
inscrição suplementar do advogado. Vedação à divulgação de números de telefones situados em
outros Estados ou Países sem que exista a filial correspondente. A publicidade dos advogados ou
das sociedades de advogados deve seguir o estabelecido nos artigos 28, 30 e 31 do CED e no
Provimento 94/2000 do CFOAB. Precedentes diversos. Proc. E-4.178/2012 - v.u., em 18/10/2012,
do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO TEIXEIRA DA SILVEIRA - Rev. Dr. ZANON DE
PAULA BARROS - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

14.1 - Personalidade Jurídica e o Registro


Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 91

A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica


com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede.
O ato de constituição de filial deve ser averbado no
registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se
instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade
unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar.
Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as
espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou
características de sociedade empresária, que adotem denominação de
fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que
incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia
pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de
advogar.
O licenciamento do sócio para exercer atividade
incompatível com a advocacia em caráter temporário deve ser
averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição.
É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de
pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que
inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
ADVOGADO - DESLIGAMENTO DE ESCRITÓRIO OU SOCIEDADE DE ADVOGADOS
PASSANDO A ATUAR COMO ADVOGADO INTERNO DO CLIENTE DO EX-EMPREGADOR -
RESOLUÇÃO 16/98 DO TED I - NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CONCORRÊNCIA DESLEAL E
CAPTAÇÃO INDEVIDA DE CLIENTES - INEXISTÊNCIA DE INFRAÇÃO À ÉTICA.
Com a aceitação da proposta da empresa, ex-cliente ou mesmo cliente do escritório de advocacia,
no qual teria prestado serviços, seja como autônomo, seja como empregado, o advogado, em tese,
não estaria angariando a clientela da sociedade de advogados pelo simples motivo de que ele não
estaria concorrendo deslealmente com o seu ex-empregador, nem dele teria captado ilegalmente o
cliente, mas apenas integrado o quadro de seus funcionários, passando a fazer parte de seu
departamento jurídico interno, não infringindo preceito ético, vez que não caracterizada a
concorrência desleal e a captação indevida de cliente. Proc. E-4.112/2012 - v.u., em 19/04/2012, do
parecer e ementa da Rel. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES - Rev. Dra. BEATRIZ M. A.
CAMARGO KESTENER - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

14.2 - Exercício da advocacia


As atividades profissionais privativas dos advogados são
exercidas individualmente, ainda que revertam à sociedade os
honorários respectivos.
Podem ser praticados pela sociedade de advogados, com uso
da razão social, os atos indispensáveis às suas finalidades, que
não sejam privativos de advogado.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 92

As procurações devem ser outorgadas individualmente aos


advogados e indicar a sociedade de que façam parte.
Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de
advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de
advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de
advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou
filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional.
Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional
não podem representar em juízo clientes de interesses opostos.
A sociedade de advogados pode associar-se com advogados,
sem vínculo de emprego, para participação nos resultados, cujos
contratos são averbados no registro da sociedade de advogados.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS – PARTICIPAÇÃO EM MAIS DE UMA SOCIEDADE –


IMPOSSIBILIDADE – ATUAÇÃO EM PARCEIRA OU CONSÓRCIO – ADMISSIBILIDADE –
ADVOGADO SÓCIO DE DETERMINADA BANCA E AUTUAÇÃO COMO AUTÔNOMO EM
PARCERIA COM OUTRA SOCIEDADE – AUSÊNCIA DE VEDAÇÃO NO CONTRATO SOCIAL –
PARTICIPAÇÃO SIMULADA EM MAIS DE UMA SOCIEDADE DE ADVOGADOS – VEDAÇÃO.
Segundo o § 4º do art. 15 da Lei Federal nº 8.906, de 04 de julho de 1994 (Estatuto da Advocacia e
da Ordem dos Advogados do Brasil) “nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de
advogados, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional”. Nada
impede, porém, que duas ou mais sociedades de advogado atuem em parceria ou mesmo consórcio.
Advogado integrante de uma determinada sociedade de advogados pode atuar, como autônomo, em
determinadas causas, em conjunto com outros colegas ou sociedades de advogados, desde que o
contrato social não vede esta prática. Não pode o advogado, mesmo que livre para atuar, associar-
se de fato a outra sociedade de advogados com o intento de fugir à proibição do § 4º do art. 15 do
EAOAB, emitindo declaração de vontade e/ou ostentando comportamento concludente diversos da
vontade real e fazendo com que os clientes creiam que seja sócio de duas sociedades de advogados
simultaneamente. Inteligência do § 4º do art. 15 do EAOAB e do art. 34, II, do EAOAB. Precedente
do TED I: Proc. E-4.574/2015. Proc. E-4.607/2016 - v.u., em 17/03/2016, do parecer e ementa do
Rel. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Rev. Dra. MÁRCIA DUTRA LOPES MATRONE -
Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA – ADVOGADOS – MESMO ESCRITÓRIO – DEFESA DE


CLIENTES EM POLOS OPOSTOS DE UMA MESMA DEMANDA – ATENTADO AO SIGILO
PROFISSIONAL – IMPOSSIBILIDADE.
A convivência de dois advogados, que, embora não sejam sócios, dividem o mesmo escritório,
implica naturalmente troca de informações condizente com a cooperação recíproca em caráter
permanente que há nesse caso. Assim, é inegável a afronta ao sigilo profissional e à inviolabilidade
do escritório que tal situação ensejaria, não sendo, por conseguinte, possível que tais advogados
defendam clientes com interesses manifestamente antagônicos Proc. E-4.460/2014 - v.u., em
11/12/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI - Rev. Dr.
FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – PRETENSÃO DE ADVOGADOS EM CONSTITUIR UMA


SOCIEDADE DE ADVOGADOS SENDO EMPREGADOS DEVIDAMENTE REGISTRADOS COM
JORNADA DEFINIDA, SALÁRIO E SUBORDINAÇÃO, CONCOMITANTEMENTE – PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS A MESMA PESSOA JURÍDICA – INTENÇÃO INDIRETA DE PAGAR VALORES
MENORES DE IMPOSTO DE RENDA INCIDENTE SOBRE A PESSOA JURÍDICA E NÃO A
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 93

PESSOA FÍSICA – IMPOSSIBILIDADE LEGAL E ÉTICA – PRETENSÃO DE COBRAR 50%


(CINQUENTA POR CENTO) SOBRE O RESULTADO DE AÇÕES DE EXECUÇÕES –
PRETENSÃO EXCESSIVA QUE REFOGE AOS PADRÕES LEGAIS E ÉTICOS.
Advogados empregados devidamente registrados, com horário, salário e subordinação não podem
constituir uma sociedade de advogados ao mesmo tempo, para prestar serviços profissionais seja ao
mesmo ou outra pessoa jurídica que os emprega, além de outros pretextos, inclusive para pagar
tributação a menor de imposto de Renda. Esta atitude, além de ilegal, por contemplar dois institutos
diversos, adentra no campo ético e o afronta diretamente. A pretensão ao exercício desta atividade
profissional para cobrança de valores em âmbito federal em nome de terceiros, na porcentagem de
50% (cinquenta por cento), afronta os limites da razoabilidade. Proc. E-4.263/2013 - v.u., em
20/06/2013, do parecer e ementa da Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. LUIZ
ANTONIO GAMBELLI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL - CONCOMITÂNCIA - SÓCIO DE SOCIEDADE DE ADVOGADOS


E ADVOCACIA PARTICULAR - ADMISSIBILIDADE.
Não há impedimento legal ou ético a que um sócio de sociedade de advogados advogue
particularmente, desde que não haja vedação no contrato social. Precedentes E-3.761/2009 e E-
4.145/2012. Proc. E-4.210/2012 - v.u., em 13/12/2012, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO
TEIXEIRA DA SILVEIRA - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS
DA SILVA.

14.3 - Nome da sociedade


O nome completo ou abreviado de, no mínimo, um advogado
responsável pela sociedade consta obrigatoriamente da razão
social, podendo permanecer o nome de sócio falecido se, no ato
constitutivo ou na alteração contratual em vigor, essa
possibilidade tiver sido prevista.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS – CONSTITUIÇÃO DE NOVA SOCIEDADE - UTILIZAÇÃO DO


NOME DO PAI FALECIDO – IMPOSSIBILIDADE – PUBLICIDADE – UTILIZAÇÃO DO NOME
DO PAI FALECIDO, ACOMPANHADO DA EXPRESSÃO ´IN MEMORIAM´ - IMPOSSIBILIDADE
– INFRAÇÃO ÉTICA.
A utilização do nome de advogado falecido só é possível mediante prévia autorização do contrato
social vigente quando do evento. Na hipótese de constituição de nova sociedade, impossível,
portanto, tal utilização. Inteligência do artigo, 16, § 2º do Estatuto da Advocacia, Provimento
112/00 do Conselho Federal da OAB e Deliberações 10/00 e 19/07 da Comissão das Sociedades de
Advogados da OAB/SP. Utilização do nome do pai, acompanhado da expressão ´in memoriam’, no
material de divulgação do escritório. Impossibilidade pelas mesmas razões acima e por infringência
às regras de publicidade previstas nos artigos 28 e seguintes do CED. Proc. E-4.398/2014 - v.u., em
25/06/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dra. GUILHERME
FLORINDO FIGUEIREDO - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

NOME FANTASIA - SOCIEDADE DE ADVOGADOS - USO DA EXPRESSÃO "& COMPLIANCE"


- IMPOSSIBILIDADE.
O nome fantasia difere da razão social, pois esta é a com que se registra a sociedade, sendo aquele
o nome pelo qual a sociedade é conhecida. Na hipótese da sociedade de advogados, o nome fantasia
tem uso restrito, face ao disposto no artigo 29 do CED, não podendo ser utilizado em anúncios e
publicidade. Não há necessidade de seguir os ditames do Provimento 112/2006 da Comissão das
Sociedades de Advogados da OAB/SP, mas necessita respeitar o Estatuto da Advocacia e o Código
de Ética. A expressão "& Compliance" infringe o artigo 7º do CED, que veda a captação de
clientela, bem como, para o grande público, mais confunde do que esclarece, ao utilizar palavra na
língua inglesa, o que dá um enfoque mercantilista. Proc. E-4.305/2013 - v.u., em 19/09/2013, do
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 94

parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. FÁBIO KALIL VILELA LEITE -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS - POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃO FINAL


"...ADVOGADOS" SEGUIDA DO SOBRENOME OU SOBRENOMES DOS PROFISSIONAIS -
OBRIGATORIEDADE DE CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADE COM REGISTRO NA OAB.
A utilização da expressão "Advogados" em seguida ao sobrenome ou sobrenomes dos profissionais é
permitida desde que: (i) os profissionais estejam reunidos em forma de sociedade e (ii) a sociedade
de advogados apresente registro na OAB. Portanto, a expressão "Advogados" ao invés de
"Sociedade de Advogados" é suficiente para identificar uma sociedade de advogados, desde que
registrada na OAB, nos termos do § 1º, do art. 16, do EAOAB, art. 38 e Art.43 do Regulamento
Geral do Estatuto da Advocacia e Ordem dos Advogados do Brasil e art. 2º, § único, do Provimento
do Conselho Federal nº 112/2006. Precedente: Proc. E-3.541/2007, desse Tribunal. Proc. E-
4.107/2012 - v.m., em 19/07/2012, do parecer e ementa da Rel. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU
RODRIGUES com declaração de voto divergente do julgador Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE -
Rev. Dr. JOÃO LUIZ LOPES - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS - DENOMINAÇÃO SOCIAL - REGISTRO DE "MARCA


NOMINATIVA" NO INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL -
IMPOSSIBILIDADE - COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA OAB - INTELIGÊNCIA DO § 1º DO ART.
15 E DO § 3º DO ART. 16, AMBOS DO EOAB - MARCA NÃO REGISTRÁVEL - ART. 124, XV, DA
LEI Nº 9.279/96 - GARANTIA DE ORIGINALIDADE JÁ PREVISTA NO ART. 7º DO
PROVIMENTO Nº 112 DO CONSELHO FEDERAL DA OAB.
O Registro das sociedades de advogados é de competência exclusiva da Ordem dos Advogados do
Brasil, nos termos do disposto pelo § 1º, do art. 15, do Estatuto da Advocacia. Dentre os requisitos
para o registro, o Provimento nº 112 do Conselho Federal, em seu 2º, inciso I, exige a denominação
ou razão social da sociedade de advogados. Assim, pertence exclusivamente à OAB a competência
para registro e controle das denominações sociais das sociedades de advogados, sendo vedado seu
registro em qualquer outro órgão. Inteligência do § 3º, do art. 16, do EOAB. Ademais, uma vez que
a razão social das sociedades de advogados deve ser composto, obrigatoriamente, pelo nome do
advogado responsável, no mínimo, impossível seu registro no INPI, uma vez que a Lei nº 9.279/96
impede o registro, como marca, do nome civil, nome de família ou patronímico. Por fim, a garantia
de originalidade do nome das sociedades de advogados já encontra guarida no art. 7º do
Provimento nº 112 do CFOAB, sendo desnecessário que se recorra ao seu registro em outro órgão,
que não a OAB. Proc. E - 4.147/2012 - v.u., em 19/07/2012, do parecer e ementa do Rel. Dr. JOSÉ
EDUARDO HADDAD - Rev. Dr. GUILHERME FLORINDO FIGUEIREDO - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

14.4 - Responsabilidade
Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade
individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente
pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício
da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que
possam incorrer.
Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade
unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que
couber.
MANDATO – ADVOGADO QUE SE RETIRA DE ESCRITÓRIO OU DE SOCIEDADE DE
ADVOGADOS – RENÚNCIA – DEVER DE COMUNICAR AO CLIENTE E JUNTAR AOS AUTOS
O RESPECTIVO DOCUMENTO – COMUNICAÇÃO DA RENÚNCIA APENAS À SOCIEDADE DE
ADVOGADOS – INSUFICIÊNCIA – RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 95

Advogado que ser retira de escritório ou de sociedade de advogados, por questões de


responsabilidade profissional, não deve ficar discutindo se é dele ou do titular do escritório a
obrigação de renunciar, mas avisar ao juiz e ao cliente que não mais peticiona ou pratica atos
privativos da profissão nos processos onde tem mandato. Pouco importa se o mandato foi outorgado
a inúmeros advogados ou se é originário de substabelecimento com reserva de poderes. O que
importa é que seu nome está nos autos com poderes para praticar atos privativos de advogado.
Existe a possibilidade de notificar a sociedade para que esta proceda ao encaminhamento e juntada
dos instrumentos de renúncia. Medida que é insuficiente, pois se a sociedade de advogados não
efetiva esta notificação, a obrigação do renunciante de comunicar ao cliente sua renúncia não é
elidida. Recomenda-se às sociedades de advogados e aos seus integrantes a adoção de medidas
práticas que visem a minimizar as dificuldades da renúncia às procurações outorgadas para um
grande número de processos. O mais lógico e mais simples, seria que o escritório ou a sociedade de
advogados, colocassem nos mandatos ou nos substabelecimentos a condição de que os poderes
serão válidos enquanto o advogado fizer parte do escritório ou da sociedade de advogado, e no
desligamento de um profissional, assumisse perante este advogado a responsabilidade de comunicar
ao juízo e ao cliente o seu desligamento e a extinção dos poderes. No que diz respeito aos
audiencistas e aos correspondentes, o mais lógico e mais simples seria que os poderes fossem
conferidos apenas para o ato a ser realizado, situação em que o mandato se exaure com seu
cumprimento. Inteligência do artigo 682, I, do Código Civil, do art. 45 do Código de Processo Civil
e dos artigos 5º, § 3º e 15, § 1º, do EOAB. Precedentes do TED I: Processos E-1.837/99 e E-
3.860/2010. Proc. E-4.336/2013 - v.m., em 20/02/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ
ANTONIO GAMBELLI - Rev. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

14.5 - Sociedade Unipessoal


A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da
concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de
advogados, independentemente das razões que motivaram tal
concentração.
A sociedade de advogados poderá ser convertida em
sociedade unipessoal de advocacia, bem como esta ser transformada
em sociedade de advogados.

Constituição da sociedade unipessoal


O ato constitutivo da sociedade unipessoal de advocacia
deve conter os elementos e atender aos requisitos e diretrizes
indicados a seguir:
I - a razão social, obrigatoriamente formada pelo nome do
seu titular, completo ou parcial, com a expressão "Sociedade
Individual de Advocacia", vedada a utilização de sigla ou
expressão de fantasia;
II - o objeto social, que consistirá, exclusivamente, na
prestação de serviços de advocacia, podendo especificar o ramo do
Direito a que se dedicará;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 96

III – o prazo de duração, sendo que suas atividades terão


início a partir da data de registro do ato constitutivo;
IV - o endereço em que irá atuar;
V - o valor do capital social e a forma de sua
integralização;
VI - não são admitidas a registro, nem podem funcionar,
sociedades unipessoais de advocacia que apresentem forma ou
características de sociedade empresária, que adotem denominação de
fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, ou que
incluam como titular pessoa não inscrita como advogado ou sujeita
à proibição total de advogar;
VII – é imprescindível declarar expressamente que, além
da sociedade, o titular responderá subsidiária e ilimitadamente
pelos danos causados aos clientes, por ação ou omissão, no
exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade
disciplinar em que possa incorrer;
VIII - não se admitirá o registro e o arquivamento de
ato constitutivo ou de suas alterações com cláusulas que
estabeleçam a admissão de qualquer outro sócio, ainda que de
serviço;
IX - o mesmo advogado não poderá integrar mais de uma
sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade
unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma
sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia,
com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo
Conselho Seccional;
X – o ato constitutivo pode determinar a apresentação de
balanços mensais, com a efetiva distribuição dos resultados ao
titular a cada mês.

Responsabilidade da sociedade unipessoal


Compete ao titular da sociedade unipessoal de advocacia:
I – responder pelos atos da sociedade, não podendo esta
responsabilidade profissional ser confiada a outra pessoa, ainda
que se trate de advogado associado ou empregado;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 97

II - responder pelos atos de gestão, podendo, no entanto,


delegar a execução de funções próprias da administração
operacional a profissionais contratados para esse fim.

Extinção da sociedade unipessoal


A sociedade extinguir-se-á pelo falecimento de seu
titular, pela sua exclusão dos quadros da OAB ou diante da sua
incompatibilidade definitiva. Quando ocorrer a incompatibilidade
temporária ou o impedimento do titular, inclusive por motivo de
suspensão do exercício profissional, tal fato deve ser objeto de
averbação no registro perante a OAB.

Atividade da advocacia na sociedade unipessoal


As sociedades unipessoais de advocacia, no exercício de
suas atividades, somente podem praticar os atos indispensáveis às
suas finalidades, assim compreendidos, dentre outros, os de sua
administração regular, a celebração de contratos em geral para
representação, consultoria, assessoria e defesa de clientes por
intermédio do titular ou de advogados empregados ou associados.
Os atos privativos de advogado devem ser exercidos pelo
titular, ou por advogados vinculados à sociedade, como associados
ou como empregados, mesmo que os resultados revertam para o
patrimônio social.

SOCIEDADE UNIPESSOAL – COMPRA DE IMÓVEL EM LEILÃO – POSSIBILIDADE.


Pode a sociedade unipessoal adquirir imóvel em leilão judicial ou extrajudicial desde que o sócio
único desta não tenha participado no referido processo representando nenhuma das partes.
Observar os termos do artigo 890, inciso VI do Código de Processo Civil. Caso tenha participado
do processo, não poderá adquirir o imóvel, sob pena de infração ética. Obrigam-se todas as
sociedades de advogados a observar os termos do Código de Ética e Disciplina da OAB. Proc. E-
4.664/2016 - v.u., em 16/06/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. MARCIA DUTRA LOPES
MATRONE - Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Presidente Dr. PEDRO PAULO
WENDEL GASPARINI.

O registro da sociedade unipessoal


O registro do ato constitutivo das sociedades unipessoais
de advocacia e o arquivamento de suas alterações devem ser feitos
perante o Conselho Seccional da OAB em que for inscrito seu
integrante, mediante prévia deliberação do próprio Conselho ou de
órgão a que delegar tais atribuições, devendo o Conselho Seccional
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 98

evitar o registro de sociedades com denominações sociais


semelhantes ou idênticas ou provocar a correção dos que tiverem
sido efetuados em duplicidade, observado o critério da
precedência.
O ato constitutivo que preveja a criação de filial, bem
assim o instrumento de alteração contratual para essa finalidade,
deve ser registrado também no Conselho Seccional da OAB em cujo
território deva funcionar a filial, ficando o titular obrigado a
inscrição suplementar.
O número do registro das sociedades unipessoais de
advocacia deve ser indicado em todos os contratos que esta
celebrar.
Serão averbados à margem do registro da sociedade e, a
juízo de cada Conselho Seccional, em livro próprio ou ficha de
controle mantidos para tal fim:
I – os ajustes de sua associação com advogados, sem
vínculo de emprego, para atuação profissional e participação nos
resultados;
II - os ajustes de associação ou de colaboração com
outras sociedades unipessoais de advocacia ou sociedades de
advogados;
III - o requerimento de registro e autenticação de livros
e documentos da sociedade;
IV - a abertura de filial em outra unidade da Federação;
V - os demais atos que a sociedade julgar convenientes ou
que possam envolver interesses de terceiros.
O setor de registro das espécies de sociedades de
advogados de cada Conselho Seccional da OAB deve manter um sistema
de anotação de todos os atos relativos às sociedades unipessoais
de advocacia que lhe incumba registrar, arquivar ou averbar,
controlado por meio de livros, fichas ou outras modalidades
análogas, que lhe permitam assegurar a veracidade dos lançamentos
que efetuar, bem como a eficiência na prestação de informações e
sua publicidade.
O cancelamento de qualquer registro, averbação ou
arquivamento dos atos de que trata este Provimento deve ocorrer em
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 99

virtude de decisão do Conselho Seccional ou do órgão respectivo a


que sejam delegadas as atribuições de registro, de ofício ou por
provocação de quem demonstre interesse.
O Conselho Seccional é obrigado a fornecer, a qualquer
pessoa, com presteza e independentemente de despacho ou
autorização, certidões contendo as informações que lhe forem
solicitadas, com a indicação do nome do advogado que figurar, por
qualquer modo, nesses livros ou fichas de registro.
Os pedidos de registro de qualquer ato serão instruídos
com as certidões de quitação das obrigações legais junto à OAB,
ficando dispensados de comprovação da quitação de tributos e
contribuições sociais federais.
Ficam dispensados da comprovação de quitação junto ao
Fisco os pedidos de registro de encerramento de filiais, sucursais
e outras dependências e os pedidos de registro de extinção de
sociedades unipessoais de advocacia que nunca obtiveram sua
inscrição junto à Secretaria da Receita Federal.

Contrato sem vinculo empregatício da sociedade unipessoal


Os contratos de associação com advogados sem vínculo
empregatício devem ser apresentados para averbação em 03 (três)
vias, mediante requerimento dirigido ao Presidente da Comissão de
Sociedades de Advogados, observado o seguinte:
I - 01(uma) via ficará arquivada no Conselho Seccional e
as outras 02 (duas) serão devolvidas para as partes, com a
anotação da averbação realizada;
II - para cada advogado associado deverá ser apresentado
um contrato em separado, contendo todas as cláusulas que irão
reger as relações e condições da associação estabelecida pelas
partes.

Associações da sociedade unipessoal


As associações entre sociedades unipessoais de advocacia
ou entre estas e sociedades de advogados não podem conduzir a que
uma passe a ser sócia de outra, cumprindo-lhes respeitar a regra
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 100

de que somente advogados, pessoas naturais, podem constituir


sociedades unipessoais de advocacia ou sociedade de advogados.
O contrato de associação firmado entre sociedades
unipessoais de advocacia ou entre estas e sociedades de advogados
de unidades da Federação diferentes tem a sua eficácia vinculada à
respectiva averbação nos Conselhos Seccionais envolvidos, com a
apresentação, em cada um deles, de certidões de breve relato,
comprovando sua regularidade.

Livros contábeis da sociedade unipessoal


Os documentos e livros contábeis que venham a ser
adotados pelas sociedades unipessoais de advocacia, para conferir,
em face de terceiros, eficácia ao respectivo conteúdo ou aos
lançamentos neles realizados, podem ser registrados e autenticados
no Conselho Seccional competente.

14.6 - Cadastro Nacional das Sociedades de Advogados


Aos Conselhos Seccionais da OAB incumbe alimentar,
automaticamente e em tempo real, por via eletrônica, o Cadastro
Nacional das Sociedades de Advogados - CNSA, mantendo as
informações correspondentes constantemente atualizadas.
O CNSA deve conter a razão social, o número de registro
perante a seccional, a data do pedido de registro e a do efetivo
registro, o prazo de duração, o endereço completo, inclusive
telefone e correio eletrônico, nome e qualificação de todos os
sócios e as modificações ocorridas em seu quadro social.
Mantendo a sociedade filiais, os dados destas, bem como
os números de inscrição suplementar de seus sócios, após averbados
no Conselho Seccional no qual se localiza o escritório sede, serão
averbados no CNSA.
São igualmente averbados no CNSA os ajustes de associação
ou de colaboração.
São proibidas razões sociais iguais ou semelhantes,
prevalecendo a razão social da sociedade com inscrição mais
antiga.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 101

Constatando-se semelhança ou identidade de razões


sociais, o Conselho Federal da OAB solicitará, de ofício, a
alteração da razão social mais recente, caso a sociedade com
registro mais recente não requeira a alteração da sua razão
social, acrescentando ou excluindo dados que a distinga da
sociedade precedentemente registrada.
Verificado conflito de interesses envolvendo sociedades
em razão de identidade ou semelhança de razões sociais, em Estados
diversos, a questão será apreciada pelo Conselho Federal da OAB,
garantindo-se o devido processo legal.

15.0 - IDENTIDADE PROFISSIONAL


O documento de identidade profissional é de uso
obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de estagiário
e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais.
São documentos de identidade profissional a carteira e o
cartão emitidos pela OAB, de uso obrigatório pelos advogados e
estagiários inscritos, para o exercício de suas atividades.
O uso do cartão dispensa o da carteira.
A carteira de identidade do advogado, relativa à
inscrição originária, tem as dimensões de 7,00 (sete) x 11,00
(onze) centímetros e observa os seguintes critérios:
I – a capa, em fundo vermelho, contém as armas da
República e as expressões “Ordem dos Advogados do Brasil” e
“Carteira de Identidade de Advogado”;
II – a primeira página repete o conteúdo da capa,
acrescentado da expressão “Conselho Seccional de (...)” e a
expressão “O documento de identidade profissional, na forma
prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício
da atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de
identidade civil para todos os fins legais.”;
III – a segunda página destina-se aos dados de
identificação do advogado, na seguinte ordem: número da inscrição,
nome, filiação, naturalidade, data do nascimento, nacionalidade,
data da colação de grau, data do compromisso e data da expedição,
e à assinatura do Presidente do Conselho Seccional;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 102

IV – a terceira página é dividida para os espaços de uma


foto 3 (três) x 4 (quatro) centímetros, da impressão digital e da
assinatura do portador;
V – as demais páginas, em branco e numeradas, destinam-se
ao reconhecimento de firma dos signatários e às anotações da OAB,
firmadas pelo Secretário-Geral ou Adjunto, incluindo as
incompatibilidades e os impedimentos, o exercício de mandatos, as
designações para comissões, as funções na OAB, os serviços
relevantes à profissão e os dados da inscrição suplementar, pelo
Conselho que a deferir;
VI – a última página destina-se à transcrição do Art. 7º
do Estatuto, ou seja, os direitos dos advogados.
O Conselho Seccional pode delegar a competência do
Secretário-Geral ao Presidente da Subseção.
O cartão de identidade tem o mesmo modelo e conteúdo do
cartão de identificação pessoal (registro geral), com as seguintes
adaptações, segundo o modelo aprovado pela Diretoria do Conselho
Federal:
I – o fundo é de cor branca e a impressão dos caracteres
e armas da República, de cor vermelha;
II – O anverso contém os seguintes dados, nesta
seqüência: Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Seccional de
(...), Identidade de Advogado (em destaque), nº da inscrição,
nome, filiação, naturalidade, data do nascimento e data da
expedição, e a assinatura do Presidente, podendo ser acrescentados
os dados de identificação de registro geral, de CPF, eleitoral e
outros;
III - o verso destina-se à fotografia, observações e
assinatura do portador.
No caso de inscrição suplementar o cartão é específico,
indicando-se: “Nº da Inscrição Suplementar:” (em negrito ou
sublinhado).
Os Conselhos Federal e Seccionais podem emitir cartão de
identidade para os seus membros e para os membros das Subseções,
acrescentando, abaixo do termo “Identidade de Advogado”, sua
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 103

qualificação de conselheiro ou dirigente da OAB e, no verso, o


prazo de validade, coincidente com o mandato.
O cartão de identidade do estagiário tem o mesmo modelo e
conteúdo do cartão de identidade do advogado, com a indicação de
“Identidade de Estagiário”, em destaque, e do prazo de validade,
que não pode ultrapassar três anos nem ser prorrogado.
O cartão de identidade do estagiário perde sua validade
imediatamente após a prestação do compromisso como advogado.
O suporte material do cartão de identidade é resistente,
devendo conter dispositivo para armazenamento de certificado
digital.

16.0 - MANDATO JUDICIAL


A parte será representada em juízo por advogado
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
É lícito à parte postular em causa própria quando tiver
habilitação legal.
O advogado não será admitido a postular em juízo sem
procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição,
ou para praticar ato considerado urgente, contudo deverá exibir a
procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual
período por despacho do juiz.
O ato não ratificado será considerado ineficaz
relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o
advogado pelas despesas e por perdas e danos.
A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento
público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a
praticar todos os atos do processo, exceto:
a)receber citação;
b)confessar;
c)reconhecer a procedência do pedido;
d)transigir;
e)desistir;
f)renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação;
g)receber;
h)dar quitação;
i)firmar compromisso;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 104

j)assinar declaração de hipossuficiência econômica, que


devem constar de cláusula específica.
A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da
lei.
A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a
procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de
registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
Salvo disposição expressa em sentido contrário constante
do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de
conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive
para o cumprimento de sentença.

MANDATO JUDICIAL – PODERES PARA TRANSAÇÃO – CLIENTE NÃO LOCALIZADO PELO


ADVOGADO – ACORDO COM A PARTE CONTRÁRIA – VEDAÇÃO ÉTICA –
IMPOSSIBILIDADE DE CELEBRAÇÃO DE ACORDO SEM EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DO
CLIENTE SOBRE SEUS TERMOS – IMPOSSIBILIDADE DE RECEBER VALORES SEM
AUTORIZAÇÃO DO CLIENTE.
O advogado, mesmo com poderes em procuração para celebrar acordo, não pode fazê-lo sem
autorização expressa de seu cliente sobre os termos desse. O advogado deve agir com boa-fé e não
pode trair a confiança a ele depositada. Ademais, nos termos do inciso XIX, do artigo 34 do Estatuto
da Advocacia, o advogado não pode receber valores da parte contrária sem expressa autorização do
constituinte. Por último, necessário consignar que o advogado não poderia, caso possível fosse o
acordo, descontar do valor devido ao cliente a sua parcela de honorários, ao menos que haja
expressa previsão nesse sentido no contrato escrito de honorários. Inteligência do artigo 35, § 2º, do
Código de Ética e Disciplina.Proc. E-4.428/2014 - v.u., em 18/09/2014, do parecer e ementa do Rel.
Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ATOS PRIVATIVOS DE ADVOGADO – SERVIÇOS


EXTRAJUDICIAIS – NECESSIDADE DE CONTRATO COM CLAUSULA EXPRESSA E DE
PODERES ESPECIAIS.
São atividades privativas da advocacia a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e as
atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. O advogado postula em juizo ou fora dele,
fazendo prova do mandato. A procuração geral para o foro habilita o advogado a praticar todos os
atos judiciais, em qualquer juizo ou instancia, salvo os que exigem poderes especiais. Para que o
advogado possa ser compelido a cumprir atos extrajudiciais, sob pena de responsabilidade, é
necessário que exista disposição contratual expressa, e mesmo assim, para que possa aceitar
encargo de fiel depositário de bens penhorados em favor do cliente, deverá ter poderes especiais.
Salvo disposição contratual expressa e outorga de poderes especiais, o advogado não está obrigado
a acompanhar diligências do oficial de justiça, fazer a remoção de bens penhorados em processo de
execução e aceitar encargo de fiel depositário, por não serem atos de postulação em juizo privativos
do advogado. Exegese dos artigos 1º e 5º do EOAB.
Proc. E-4.157/2012 - v.u., em 20/09/2012, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI - Rev. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 105

PATROCÍNIO SIMULTÂNEO – IMPOSSIBILIDADE – VEDAÇÃO ÉTICA AINDA QUE NÃO


CARACTERIZE ILÍCITO PENAL – QUESTÕES EM QUE NÃO HÁ DÚVIDA ÉTICA – NÃO
CONHECIMENTO.
É vedado ao advogado em ação de cobrança ou qualquer outra, obter procuração da parte
contrária, mesmo que esta ainda não tenha advogado, para praticar qualquer ato, seja processual
ou não, relativo à demanda em que é patrono do autor, ou que tenha correlação com ela (art. 15, §
6º, do EAOAB e art. 17, do CED). O exame de questões que não contenham dúvida ética não é de
competência da Turma Deontológica. Proc. E-4.040/2011 - v.u., em 18/08/2011, do parecer e
ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF,
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

16.1- Renuncia ao mandado judicial


A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado
constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15
(quinze) dias, o juiz suspenderá o processo e designará prazo
razoável para que seja sanado o vício.
O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo,
provando, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este
nomeie sucessor.
Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará
a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar
prejuízo
Dispensa-se a comunicação quando a procuração tiver sido
outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por
outro, apesar da renúncia.
MANDATO – REVOGAÇÃO DE PODERES – ADVOGADO EM LUGAR INCERTO E NÃO
SABIDO.
O novo patrono, antes de aceitar a causa já em andamento aos cuidados de advogado constituído,
deve certificar-se que o cliente tentou, comprovadamente, encontrar o antigo patrono para
comunicar a revogação dos poderes. A princípio, não deve aceitar procuração de quem já tenha
patrono constituído nos termos do que dispõe o artigo 11 do CED (art. 14 do Novo CED que entrará
em vigor em 1º de setembro de 2016). Exceção nos casos de necessidade de adoção de medidas
judiciais urgentes e inadiáveis. Obriga-se o advogado a manter o seu cliente atualizado pelos meios
de comunicação, sob pena de ser considerada omissão profissional. A impossibilidade do cliente de
encontrar o patrono para comunicar a revogação dos poderes pessoalmente poderá ser comprovada
pela certidão do oficial do Cartório de Registro de Títulos e Documentos, demonstrando a
circunstância do paradeiro desconhecido. Precedentes: E-1.329/1996, E-1.428/1996, E-3.271/2005,
E-4.119/2012 e E-4.165/2012.
Proc. E-4.674/2016 - v.u., em 25/08/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. MARCIA DUTRA
LOPES MATRONE - Rev. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

MANDATO – NOVO PATRONO – PROCESSO ARQUIVADO – CAUTELAS A SEREM


OBSERVADAS
Em princípio, o advogado poderá ter vista em cartório ou requerer, mesmo sem procuração, o
desarquivamento dos autos de processo findo, com amparo no permissivo legal do art. 7º, XV e XVI,
do EAOAB, para exame dos respectivos autos ou carga pelo prazo de 10 dias. Não deve, entretanto,
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 106

aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído nos autos, sem prévio conhecimento deste,
nos expressos termos do disposto nos arts. 10 e 11 do CED. Cumprido ou extinto o mandato do
anterior patrono por conclusão do negócio, e, por conseqüência, deu-se a cessação dos poderes que
lhe foram conferidos pelo cliente, o advogado poderá então aceitar o mandado sem a infração ao
artigo 11 do CED. Caso contrário a infração à ética estará caracterizada. Precedentes E-2.060/99 e
E-3.585/2008.
Proc. E-3.963/2010 - v.u., em 17/02/2011, do parecer e ementa da Rel. Dra. CÉLIA MARIA
NICOLAU RODRIGUES - Rev. Dr. LUIZ FRANCISCO TORQUATO AVOLIO - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

16.2 - O Substabelecimento de procuração


O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é
ato pessoal do advogado da causa.
O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes
exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.
O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar
antecipadamente seus honorários com o substabelecente.

MANDATO – REVOGAÇÃO DE PODERES PELO CLIENTE – PEDIDO DE


SUBSTABELECIMENTO PELO CLIENTE DO ADVOGADO CONSTITUIDO RESTA
INFRUTIFERO – NOTICIA AO JUÍZO DA REVOGAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO PELO NOVO
PROCURADOR – POSSIBILIDADE – INEXISTENCIA DE INFRAÇÃO ÉTICA.
A revogação de poderes é ato do mandante e depende de sua vontade para se dar a qualquer tempo.
A revogação do mandato e da procuração deve ser notificada pelo mandante ao mandatário e
procurador, e a todos os demais interessados, posto que continuam válidos os atos ajustados entre o
mandatário e terceiros de boa-fé que não forem devidamente informados da revogação. Na
ocorrência de revogação de mandato, após tentativa frustrada de pedido de substabelecimento, o
novo procurador constituído poderá informar ao Juízo a revogação destes poderes, anexando o
documento da revogação, via eletrônica, sem que adentre no campo da infração ética.
Proc. E-4.566/2015 - v.u., em 05/11/2015, do parecer e ementa do julgador Dr. CLÁUDIO
FELIPPE ZALAF, vencida a Relatora Dra. BEATRIZ M. A. CAMARGO KESTENER- Rev. Dra.
CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES, com voto de desempate do Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – MANDATO JUDICIAL – OBRIGATORIEDADE OU NÃO NA


TRANSMISSÃO DE SUBSTABELECIMENTO – INEXISTÊNCIA DE ATITUDE ANTIÉTICA EM
CASO DE RECUSA – INFORMAÇÃO AO JUÍZO NOS AUTOS EM CASO DE RENUNCIA OU
SUBSTABELECIMENTO – MEDIDA PRUDENTE – OCORRENDO O SUBSTABELECIMENTO
VOLUNTÁRIO, NECESSÁRIA A ACEITAÇÃO DO SUBSTABELECIDO – PRUDENTE INFORMAR
AO JUÍZO EM CASO DE RENUNCIA OU SUBSTABELECIMENTO.
No caso em que o cliente solicite ao advogado que proceda ao substabelecimento a outro advogado,
seria de bom alvitre conceder tal consentimento, mas, com a aceitação do advogado substabelecido,
inexistindo obrigação ética de fazê-lo. Todavia, se por outras razões pessoais, este
substabelecimento causar constrangimento ao advogado, a renuncia dos poderes concedidos será a
atitude correta e, neste caso continuará, durante dez dias seguintes à notificação da renúncia, a
representar o mandante com a finalidade de evitar-lhe prejuízo. Tal medida não se faz por meio do
Juízo e sim diretamente ao cliente, o qual poderá ser informado nos autos judicial em caso de uma
ou outra decisão tomada. Prudente que o Juízo da causa seja informado em caso de renuncia,
revogação ou substabelecimento. Proc. E-4.358/2014 - v.u., em 24/04/2014, do parecer e ementa do
Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 107

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – MANDATO JUDICIAL – OBRIGATORIEDADE OU NÃO NA


TRANSMISSÃO DE SUBSTABELECIMENTO – INEXISTÊNCIA DE ATITUDE ANTIÉTICA EM
CASO DE RECUSA – INFORMAÇÃO AO JUÍZO NOS AUTOS EM CASO DE RENUNCIA OU
SUBSTABELECIMENTO – MEDIDA PRUDENTE – OCORRENDO O SUBSTABELECIMENTO
VOLUNTÁRIO, NECESSÁRIA A ACEITAÇÃO DO SUBSTABELECIDO – PRUDENTE INFORMAR
AO JUÍZO EM CASO DE RENUNCIA OU SUBSTABELECIMENTO.
No caso em que o cliente solicite ao advogado que proceda ao substabelecimento a outro advogado,
seria de bom alvitre conceder tal consentimento, mas, com a aceitação do advogado substabelecido,
inexistindo obrigação ética de fazê-lo. Todavia, se por outras razões pessoais, este
substabelecimento causar constrangimento ao advogado, a renuncia dos poderes concedidos será a
atitude correta e, neste caso continuará, durante dez dias seguintes à notificação da renúncia, a
representar o mandante com a finalidade de evitar-lhe prejuízo. Tal medida não se faz por meio do
Juízo e sim diretamente ao cliente, o qual poderá ser informado nos autos judicial em caso de uma
ou outra decisão tomada. Prudente que o Juízo da causa seja informado em caso de renuncia,
revogação ou substabelecimento. Proc. E-4.358/2014 - v.u., em 24/04/2014, do parecer e ementa do
Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

17.0 -O ADVOGADO EMPREGADO


A relação de emprego, na qualidade de advogado, não
retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional
inerentes à advocacia.
O advogado empregado não está obrigado à prestação de
serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora
da relação de emprego.
Compete a sindicato de advogados e, na sua falta, a
federação ou confederação de advogados, a representação destes nas
convenções coletivas celebradas com as entidades sindicais
representativas dos empregadores, nos acordos coletivos celebrados
com a empresa empregadora e nos dissídios coletivos perante a
Justiça do Trabalho, aplicáveis às relações de trabalho.
O salário mínimo profissional do advogado será fixado em
sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção
coletiva de trabalho.
A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício
da profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas
contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção
coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.
Para os fins do Estatuto da Ordem, considera-se de
dedicação exclusiva o regime de trabalho que for expressamente
previsto em contrato individual de trabalho.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 108

Em caso de dedicação exclusiva, serão remuneradas como


extraordinárias as horas trabalhadas que excederem a jornada
normal de oito horas diárias.
Considera-se como período de trabalho o tempo em que o
advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou
executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas,
sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte,
hospedagem e alimentação.
As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são
remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o
valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.
As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia
até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas,
acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
A exclusividade da representação dos advogados pela OAB
não afasta a competência própria dos sindicatos e associações
sindicais de advogados, quanto à defesa dos direitos peculiares da
relação de trabalho do profissional empregado.
Os honorários de sucumbência dos advogados empregados
constituem fundo comum, cuja destinação é decidida pelos
profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por
seus representantes.
Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por
este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos
advogados empregados.
Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado
empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a
empregadora, na forma estabelecida em acordo.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOCACIA EM FAVOR DE EX FUNCIONÁRIOS –


DESNECESSÁRIA JUBILAÇÃO DE DOIS ANOS – MANUTENÇÃO DO SIGILO – CAPTAÇÃO DE
CAUSAS E CLIENTES.
A jubilação de dois anos, recomendada por este sodalício, é para a advocacia contra o ex
empregador e não para a advocacia em favor de ex colega de trabalho contra terceiros. O
advogado, que exerceu o cargo comissionado de Secretário Municipal, não pode se valer do
prestigio do cargo ocupado para angariar causas de ex funcionários da municipalidade, e deve
manter perpétuo sigilo sobre todas as informações privilegiadas que tenha tido acesso. Proc. E-
4.431/2014 - v.m., em 12/02/2015, do parecer e ementa do julgador Dr. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI, vencido o voto vista do julgador Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF, Rel. Dra. CÉLIA
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 109

MARIA NICOLAU RODRIGUES que aderiu ao voto vencedor, Rev. Dr. LEPOLDO UBIRATAN C.
PAGOTTO - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

IMPEDIMENTO ÉTICO – EXERCÍCIO DE ATIVIDADE NÃO ADVOCATÍCIA POR ADVOGADO


– POSSIBILIDADE DE ADVOGAR CONTRA EX-EMPREGADOR, POIS LÁ NÃO ATUOU COMO
TAL – DISPENSA DO LAPSO TEMPORAL DE DOIS ANOS – PARÂMETROS ÉTICOS A SEREM
OBSERVADOS.
A restrição do impedimento ético exsurgi quando o advogado atua como tal e não quando está a
exercer outra atividade profissional que não se confunde com a primeira. O exercício por advogado
de atividade não advocatícia é permitido, salvo as exceções elencadas no artigo 28 do Estatuto. Não
atuou como advogado da empregadora e nem estava lá a procura de captar causas e/ou clientes.
Seu labor era lecionar. Cabe ponderar dever o advogado, mesmo não atuando como tal para seu
antigo empregador, preservar sua conduta ética, resguardando de forma perene, o sigilo, caso tenha
tido acesso a informações privilegiadas. O conhecimento deste quanto ao funcionamento interno da
empregadora e suas relações de amizade com os demais professores, sejam eles da área jurídica ou
não, não caracterizam qualquer impedimento, seja legal ou ético eis que não viola sigilo a que
tivesse conhecimento por dever do oficio de advogar. Afinal, a clientela do advogado, regra geral,
advém do próprio ambiente que freqüenta, de seu círculo de conhecidos e amigos, dos parentes, não
sendo crível impedir que advogue para tais. O princípio a ser seguido é simples, básico e natural: o
cliente que procura o advogado e não este àquele! Proc. E-4.466/2015 - v.u., em 02/02/2015, do
parecer e ementa do Rel. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Rev. Dra. BEATRIZ M. A. CAMARGO
KESTENER - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PREPOSTO – EX-EMPREGADO QUE TRABALHAVA NO DEPARTAMENTO JURÍDICO –


IMPEDIMENTO PERENE DE ADVOGAR CONTRA EX-EMPREGADORA NA ESFERA
TRABALHISTA – MANUTENÇÃO DO SIGILO DOS ASSUNTOS QUE CONHEÇA EM RAZÃO DE
CARGO NAS DEMAIS ÁREAS.
O ex-empregado que atua no departamento jurídico, ainda que não exercendo a função de
advogado, mas como tarefas administrativas/jurídicas, tais como escolher testemunhas, documentos
para instruir defesas, análise e alterações de teses de defesas preparadas por escritórios
terceirizados e, em especial, exercendo com regularidade a função de preposto na Justiça do
Trabalho, tem conhecimento de todos os fatos, sujeito à pena de confissão. Nestas condições, fica
impedido de advogar contra a ex-empregadora na Justiça do Trabalho e este impedimento passa a
ser perpétuo. Nas demais áreas, obriga-se ao sigilo e jamais poderá utilizar qualquer informação
obtida em razão da relação empregatícia mantida com a ex-empregadora, na defesa dos interesses
desta, nos termos do que dispõe o artigo 19, 20, 25,26,27 do CED, e sujeito à infração disciplinar
nos termos do artigo 34, inciso VII. Precedentes: E-3.982/11; E-3.930/10; E- 4.117/12; E-4.042/11;
E-3.262/05. Proc. E-4.512/2015 - v.u., em 21/05/2015, do parecer e ementa da Rel. Dra. MARCIA
DUTRA LOPES MATRONE - Rev. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Presidente Dr. CARLOS
JOSÉ SANTOS DA SILVA

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOGADO EMPREGADO EM REGIME DE “DEDICAÇÃO


EXCLUSIVA” – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FORMA AUTÔNOMA FORA DA JORNADA DE
TRABALHO – POSSIBILIDADE – ADVOGADO ASSOCIADO – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
FORMA PARTICULAR QUE DEPENDE DO QUANTO PACTUADO NO CONTRATO DE
ASSOCIAÇÃO – LIVRE VONTADE DAS PARTES – ADVOGADO INSCRITO NA OAB RESIDENTE
NO EXTERIOR – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS A CLIENTES BRASILEIROS –
POSSIBILIDADE.
A expressão “dedicação exclusiva” está relacionada à jornada de trabalho do advogado, qual seja,
oito horas por dia, nos termos do artigo 20 do Estatuto da Advocacia e artigo 12 do Regulamento
Geral. Dessa forma, é permitido ao advogado empregado prestar serviços de forma autônoma a
outros clientes, desde que respeitados a confidencialidade, o sigilo profissional, bem como evitado o
conflito de interesses e desde que não pratique a captação de clientela e concorrência desleal. Em
relação ao advogado associado, prevalecem os termos do contrato de associação, que podem tanto
vedar quanto permitir a advocacia autônoma. Advogado com inscrição regular perante a OAB e que
resida no exterior não está impedido de prestar serviços jurídicos a clientes brasileiros. Deve,
apenas, restringir tais serviços a seus clientes, ou seja, aqueles com que tenha uma relação
contratual e de confiança, sendo essa a essência da advocacia. E-4.518/2015 - v.u., em 18/06/2015,
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 110

do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOGADA DOCENTE EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO –


ADVOCACIA EM FAVOR DE EX FUNCIONÁRIOS – DESNECESSÁRIA JUBILAÇÃO DE DOIS
ANOS – MANUTENÇÃO DO SIGILO – CAPTAÇÃO DE CAUSAS E CLIENTES.
Não se aplica a jubilação de dois anos prevista na Resolução nº 16/98 desta Turma Deontológica
para atuação de advogada em favor de seus colegas de trabalho contra instituição de ensino com a
qual manteve contrato de emprego. A Resolução trata de advogado empregado de escritório de
advocacia ou sociedade de advogados, bem como refere-se à atuação para clientes ou ex-clientes
destes, o que não é o caso da consulta. Não se pode dar à Resolução em questão interpretação
ampliativa, sob pena de criar restrição indevida ao exercício profissional. No entanto, não deve se
valer a Consulente de sua condição de ex-empregada para angariar causas e clientes, sob pena de
incorrer em captação ilícita de clientela e concorrência desleal. Também deve observar o sigilo
acerca das informações privilegiadas que obteve enquanto empregada, que é perene. Precedente E-
4.431/2014 desta Turma. Proc. E-4.532/2015 - v.u., em 20/08/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr.
JOSÉ EDUARDO HADDAD - Rev. Dr. LEOPOLDO UBIRATAN C. PAGOTTO - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

ADVOGADO E PREPOSTO DO EMPREGADOR NA JUSTIÇA DO TRABALHO


SIMULTANEAMENTE – ANTIETICIDADE – DIREITO DO ADVOGADO DE SER ADVOGADO
OU PREPOSTO DE SUA EMPREGADORA.
Como regra, na audiência trabalhista (art. 848 da CLT e art. 452, II do CPC), em primeiro lugar é
interrogado o reclamante e, na seqüência, o reclamado, não se permitindo, a quem não depôs
assistir ao interrogatório da outra parte (art. 344, parágrafo único do CPC, aplicável
subsidiariamente ao processo do trabalho). É defeso ao advogado representar como preposto a sua
empregadora na Justiça do Trabalho e exercer a função de advogado ao mesmo tempo, qualquer
que seja a natureza da empresa que o contrata. Nada impede que o preposto seja advogado
exercendo somente a preposição e não atuando como advogado e preposto, ao mesmo tempo, pois
caso exerça as duas funções possibilitará que o reclamado assista o depoimento do reclamante,
evitando sua confissão quando for seu momento processual para depoimento pessoal, dando ensejo
a retratação confessional. Precedentes: E-3.268/2005; E-1.240/95; E-1.414/96; E-1.604/97; E-
2.467/2001; E-3.268/2005; E-3.644/2008; E-3.735/2009. Proc. E-4.433/2014 - v.u., em 16/10/2014,
do parecer e ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF- Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES
CORRÊA MEYER - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

ADVOGADO EMPREGADO – PROCESSOS ADMINISTRATIVOS – HONORÁRIOS AD EXITUM –


POSSIBILIDADE SOMENTE SE PREVISTOS NO CONTRATO DE TRABALHO – SUBSTITUIÇÃO
DO ADVOGADO – DIREITO AOS HONORÁRIOS CONTRATADOS PROPORCIONALMENTE AO
TRABALHO REALIZADO.
Honorários ad exitum só podem ser exigidos se devidamente contratados. Isto se aplica inclusive
aos advogados que trabalham em regime celetista, vez que a lei não obriga nem impede tal
pagamento. Havendo a substituição do advogado no processo, os honorários contratados serão
devidos na proporção do trabalho realizado.Proc. E-4.246/2013 - v.u., em 16/05/2013, do parecer e
ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

18.0 - A ADVOCACIA PÚBLICA


Exercem a advocacia pública os integrantes da Advocacia-
Geral da União, da Defensoria Pública e das Procuradorias e
Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, das autarquias e das fundações públicas, estando
obrigados à inscrição na OAB, para o exercício de suas atividades.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 111

As disposições na legislação obrigam igualmente os órgãos


de advocacia pública e os advogados públicos, incluindo aqueles
que ocupem posição de chefia e direção jurídica.
O advogado público exercerá suas funções com
independência técnica, contribuindo para a solução ou redução de
litigiosidade, sempre que possível.
Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e
promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em
todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito
público que integram a administração direta e indireta.
A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão
de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais,
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
O membro da Advocacia Pública será civil e
regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no
exercício de suas funções
O advogado público, inclusive o que exerce cargo de
chefia ou direção jurídica, observará nas relações com os colegas,
autoridades, servidores e o público em geral, o dever de
urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo
tempo em que preservará suas prerrogativas e o direito de receber
igual tratamento das pessoas com as quais se relacione.
Os integrantes da advocacia pública, no exercício de
atividade privativa de advogado, sujeitam-se ao regime do
Estatuto, do Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina,
inclusive quanto às infrações e sanções disciplinares.
Os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem
integrar qualquer órgão da OAB.
Os advogados públicos perceberão honorários de
sucumbência.
O Provimento nº 167/2015 dispensa os advogados públicos
de Exame de Ordem se tiverem sido aprovados em concurso publico de
provas e títulos com a efetiva participação da OAB.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 112

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA – ADVOGADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL,


ESTADUAL OU MUNICIPAL
Com base no disposto no art. 4º, da Lei n. 9.527/97, bem como no § 19, do artigo 85 do Código de
Processo Civil a entrar brevemente em vigor, os advogados da Administração Pública, Direta e
Indireta, Federal, Estadual ou Municipal, só terão direito ao recebimento de honorários de
sucumbência se houver lei específica do ente público ao qual estejam vinculados. Proc. E-
4.604/2016 - v.m., em 17/03/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS -
Rev. Dr. GUILHERME MARTINS MALUFE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA – ADVOGADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


MUNICIPAL.
Com base no disposto no art. 4º, da Lei n. 9.527/97, bem como no § 19, do artigo 85 do Código de
Processo Civil em vigor, os advogados, concursados ou exercendo cargos em comissão na
Administração Pública, Direta e Indireta, Federal, Estadual ou Municipal, só terão direito ao
recebimento de honorários de sucumbência se houver lei específica do ente público ao qual estejam
vinculados. Na ausência de lei estabelecendo esse direito, o recebimento de honorários de
sucumbência por advogado público é antiético por ser ilícito. Proc. E-4.623/2016 - v.u., em
26/04/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dra. MARCIA
DUTRA LOPES MATRONE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI. Suspensos os
efeitos em decorrência da interposição de Embargos de Declaração Ex Oficio, pelo Presidente da
Turma Deontológica.

19.0 - HONORÁRIOS ADVOCATICIOS


Honorário é adjetivo a indicar honra, com origem latina
em honorarius,
Honorários é substantivo, provindo do latim honorarius.
Honorários era o dinheiro que o magistrado municipal, na
Roma antiga, devia pagar por ter tido a honra de receber a
nomeação.
Hodiernamente, honorários é a recompensa ao profissional
pelos serviços prestados ao cliente.
Em Roma era vedado receber por serviços advocatícios.
Nas Ordenações, a remuneração era taxada no regimento de
custas.
O Decreto 5.737 de 02/09/1874, foi permitido ao advogado
estabelecer honorários quota litis.
O CPC/39 estabeleceu os honorários sucumbenciais, tendo o
juiz por norte a moderação e fundamentação na fixação.
O CPC/73 aumentaram os requisitos para estipulação dos
sucumbenciais, como zelo, natureza, importância da causa e tempo
de trabalho.
A prestação de serviço profissional assegura aos
inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos
fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 113

Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em


causa própria.
Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto
ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma
para sua definição e cobrança.
Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos
por quem deu causa ao processo.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – COBRANÇA SOBRE SERVIÇOS NÃO PRESTADOS –
IMPOSSIBILIDADE – CASO CONCRETO – RESPOSTA EM TESE.
O objeto do contrato de honorários é a prestação de serviços pelo advogado ou sociedade de
advogados contratada, mediante o pagamento de determinado valor ou como vier a ser estipulado
entre as partes. Não tendo o cliente comparecido na data estipulada para efetuar o pagamento e
tampouco entregar a documentação necessária para elaboração da petição inicial, não houve a
prestação do serviço contratado, não havendo que se falar em cobrança de honorários.
Caraterização de infração ao Código de Ética e Disciplina. Proc. E-4.645/2016 - v.u., em
19/05/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. GUILHERME MARTINS MALUFE - Rev. Dr. FABIO
KALIL VILELA LEITE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS AD EXITUM – AÇÃO E RECONVENÇÃO – CONTRATAÇÃO CONJUNTA –


LIMITES.
Contratadas conjuntamente ação e reconvenção, com estabelecimento de honorários globais ad
exitum, em se tratando de matéria cível sujeita à condenação em honorários de sucumbência,
admite-se como moderado o percentual de até 20 % do benefício total obtido pelo cliente no
conjunto das ações. Proc. E-4.646/2016 - v.u., em 19/05/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr.
ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. GUILHERME MARTINS MALUFE - Presidente Dr.
PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

19.1 - Advocacia dos hipossuficientes juridicos


O advogado, quando indicado para patrocinar causa de
juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da
Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito
aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo
Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

19.2 - Critérios de fixação dos honorários


Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são
fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o
trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser
inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho
Seccional da OAB.
Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é
devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira
instância e o restante no final.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 114

Os honorários profissionais devem ser fixados com


moderação, atendidos os elementos seguintes:
I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade
das questões versadas;
II - o trabalho e o tempo a ser empregados;
III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de
intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou
terceiros;
IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e
o proveito para este resultante do serviço profissional;
V - o caráter da intervenção, conforme se trate de
serviço a cliente eventual, frequente ou constante;
VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate
do domicílio do advogado ou de outro;
VII - a competência do profissional;
VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o
juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa.
Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o
percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações
vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.
O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários
fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional
realizado em grau recursal, sendo vedado ao tribunal, no cômputo
geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor.
Os honorários referidos são cumuláveis com multas e
outras sanções processuais.
As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à
execução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de
cumprimento de sentença serão acrescidas no valor do débito
principal, para todos os efeitos legais.

HONORÁRIOS ADVOCATICIOS – CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS FIXOS –


POSSIBILIDADE DE SEREM FIXADOS EM VALORES SUPERIORES À VANTAGEM OBTIDA
PELO CLIENTE – POSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS NA HIPÓTESE DE
LEVANTAMENTO PELO ADVOGADO DE IMPORTÂNCIA DEPOSITADA A FAVOR DO
CLIENTE – LIMITES ÉTICOS.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 115

Não há óbice legal e nem ético para o advogado contratar honorários fixos por caso, desde que o
cliente aceite e que haja prova da contratação. A melhor e a mais recomendada prova é o contrato
escrito. Os honorários fixos não estão atrelados ao valor da causa e nem à vantagem auferida pelo
cliente, mas sim a um critério subjetivo e aceito por ambas as partes, levando em conta o tempo, a
experiência e o renome do profissional. Basta, portanto, que o cliente aceite pagar o valor pedido
pelo advogado e firme contrato neste sentido. Os princípios da moderação e da proporcionalidade
são aplicáveis apenas na contratação feita “ad exitum” e dizem respeito à fixação do percentual
máximo de 30%, permitido apenas para ações trabalhistas e previdenciárias, para evitar que o
advogado seja sócio ou venha a ganhar mais que o cliente. A compensação de créditos, nas
hipóteses de levantamento pelo advogado, de importâncias depositadas em favor do cliente, somente
será admissível quando o contrato de prestação de serviços a autorizar, ou quando houver
autorização especial para esse fim, firmada pelo cliente. Artigos 35, § 2º e 36 do atual CED (artigos
48, § 2º e 49 do novo CED). Proc. E-4.602/2016 - v.u., em 25/02/2016, do parecer e ementa do Rel.
Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

19.3 - Honorários convencionados


A prestação de serviços profissionais por advogado,
individualmente ou integrado em sociedades, será contratada,
preferentemente, por escrito.
O contrato de prestação de serviços de advocacia não
exige forma especial, devendo estabelecer, porém, com clareza e
precisão, o seu objeto, os honorários ajustados, a forma de
pagamento, a extensão do patrocínio, esclarecendo se este
abrangerá todos os atos do processo ou limitar-se-á a determinado
grau de jurisdição, além de dispor sobre a hipótese de a causa
encerrar-se mediante transação ou acordo.
A compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias
devidas ao cliente, somente será admissível quando o contrato de
prestação de serviços a autorizar ou quando houver autorização
especial do cliente para esse fim, por este firmada.
O contrato de prestação de serviços poderá dispor sobre a
forma de contratação de profissionais para serviços auxiliares,
bem como sobre o pagamento de custas e emolumentos, os quais, na
ausência de disposição em contrário, presumem-se devam ser
atendidos pelo cliente. Caso o contrato preveja que o advogado
antecipe tais despesas, ser-lhe-á lícito reter o respectivo valor
atualizado, no ato de prestação de contas, mediante comprovação
documental.
Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os
honorários devem ser necessariamente representados por pecúnia e,
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 116

quando acrescidos dos honorários da sucumbência, não podem ser


superiores às vantagens advindas a favor do cliente.
A participação do advogado em bens particulares do
cliente só é admitida em caráter excepcional, quando esse,
comprovadamente, não tiver condições pecuniárias de satisfazer o
débito de honorários e ajustar com o seu patrono, em instrumento
contratual, tal forma de pagamento.
Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre
prestações vencidas e vincendas, os honorários advocatícios
poderão incidir sobre o valor de umas e outras, atendidos os
requisitos da moderação e da razoabilidade.
Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de
honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou
precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos
diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo
constituinte, salvo se este provar que já os pagou. Não se aplica
quando se tratar de mandato outorgado por advogado para defesa em
processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da
profissão.
É vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos
honorários contratados em decorrência da solução do litígio por
qualquer mecanismo adequado de solução extrajudicial.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – LIMITES ÉTICOS PARA


FIXAÇÃO DOS PERCENTUAIS - BASE DE CÁLCULO SOBRE AS PARCELAS VINCENDAS E DE
PRESTAÇÃO CONTINUADA E QUANDO HOUVER CONCESSÃO DE LIMINAR OU TUTELA
ANTECIPADA - ACUMULAÇÃO DE HONORÁRIOS AD EXITUM COM DETERMINADO
NÚMERO DE PRESTAÇÕES MENSAIS - PRINCÍPIO DA MODERAÇÃO E DA
PROPORCIONALIDADE.
A vigente tabela de honorários da Seccional, ao tratar da advocacia previdenciária, permite a
fixação do percentual dos honorários ad exitum de 30%, em razão de não haver o benefício da
sucumbência e, quando se tratar de prestação continuada, os princípios da moderação e da
proporcionalidade mandam que a base de cálculo para a incidência dos honorários, deva limitar-se
a doze parcelas vincendas. Na hipótese do contrato previr o recebimento dos honorários, só quando
da sentença definitiva transitada em julgado, a conta se fará pelas vencidas e mais doze vincendas,
mesmo que o processo tenha demorado três anos ou mais. Quando existir liminar ou tutela
antecipada deferindo pagamento do benefício de imediato, o principio da moderação e da
proporcionalidade e o conceito de proveito econômico advindo ao cliente mandam que as doze
parcelas vincendas devam ser contadas a partir do momento em que o benefício pecuniário passa a
integrar o patrimônio do cliente, que é a concessão da liminar ou tutela antecipada, e não a partir
da sentença definitiva transitada em julgado. Neste caso, é antiético estender a base de cálculo até a
sentença definitiva transitada em julgado, por ferir o princípio da moderação e da
proporcionalidade, e tornar o advogado sócio do cliente (artigos 36 e 38 do CED). Quando a
liminar, ou tutela antecipada, for alterada ou revertida em sua totalidade pela sentença definitiva, e
o contrato previr o recebimento dos honorários de imediato com base na liminar, deverá o
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 117

advogado a ela se adaptar, devolvendo o que recebeu se a ação for improcedente, ou parte do valor
em caso de procedência parcial, ou então cobrar eventual diferença, se a liminar ou tutela
antecipada for ampliada. O advogado pode fixar o valor do percentual ad exitum, no valor mínimo
de quatro meses do beneficio mensal obtido, tendo em vista que o valor mínimo de quatro prestações
mensais, foi fixado e aceito pelas partes como sendo o valor mínimo a ser cobrado pelo advogado
para a prestação do serviço. O que o advogado não pode fazer, é acumular honorários de êxito com
honorários fixos de determinado número de prestações mensais obtidas pelo cliente, ou fixar o valor
mínimo em mais de 05 prestações mensais, por ferir os limites da moderação e da
proporcionalidade. Precedentes E-3.696/2008, E-3.683/2008, E-3.699/2008, E-3.769/2009, E-
3.858/2010, E-3.990/2011 E-4.007/2011, E-4.216/2013 e E-4.482/2015. Proc. E-4.606/2016 - v.u.,
em 17/03/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI- Rev. Dr. SYLAS
KOK RIBEIRO - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM AÇÕES TRABALHISTAS – HONORÁRIOS DE 30% - BASE


DE CÁLCULO SOBRE AS PARCELAS VENCIDAS E SOBRE DOZE PARCELAS VINCENDAS.
Cláusula contratual prevendo honorários de 30% sobre o valor recebido pelo cliente. Contratação
que deve respeitar os princípios da moderação e da proporcionalidade. Limite de cobrança que
deverá ater-se aos valores atrasados e a doze parcelas vincendas, compensando-se eventuais
honorários sucumbenciais. Proc. E-4.608/2016 - v.u., em 17/03/2016, do parecer e ementa do Rel.
Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr.
PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS ADVOCATICIOS – BASE DE CÁLCULO – LIMITAÇÃO PERCENTUAL – 20% A


30% - POSSIBILIDADE DE INCIDÊNCIA SOBRE PROVEITO ECONÔMICO INTEGRAL -
PENSÃO MENSAL À TÍTULO DE DANOS MATERIAIS – LIMITAÇÃO A VALORES VENCIDOS
ATÉ A PROLAÇÃO DA SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO ACRESCIDOS DO MONTANTE
CORRESPONDENTE A MAIS DOZE PARCELAS A VENCER – PRINCÍPIOS DA MODERAÇÃO E
PROPORCIONALIDADE – EXEGESE DOS ARTIGOS 950 DO CÓDIGO CIVIL – ARTIGO 36
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA – ITENS 78 E 86 DA TABELA DE HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS DA SECCIONAL SP.
A base de cálculo para o pagamento dos honorários contratados “ad exitum” é o proveito
econômico efetivo e imediato que veio a ingressar no patrimônio do cliente, correspondente ao valor
recebido pelo cliente no final do processo. Quando houver prestações vincendas, os princípios da
moderação e da proporcionalidade mandam que a base de cálculo, para a incidência de honorários
sobre as parcelas de prestação continuada e sequencial, determinadas pelo comando sentencial,
deva ser sobre os valores vencidos até a prolação da sentença transitada em julgado com mais 12
parcelas a vencer. Precedentes E-3.694/2008, E-3.990/2011, E–4.350/2014 e E-4.445/2014. Proc.
E-4.619/2016 - v.u., em 26/04/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. CRISTIANA CORREA
CONDE FALDINI - Rev. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Presidente Dr. PEDRO PAULO
WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – FIXAÇÃO EM PERCENTUAL DE 100% DOS VALORES


ATRASADOS DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS – IMODERAÇÃO – PRECEDENTES.
Os honorários devem ser cobrados dentro dos princípios da moderação, razoabilidade e
proporcionalidade. Em momento algum o advogado pode ganhar mais do que o cliente. Nos casos
de ações previdenciárias não haverá antieticidade caso seja cobrado o percentual de até 30% do
valor percebido pelo cliente, por se tratar de advocacia de risco e não haver sucumbência, devendo
o cálculo limitar-se ao total das prestações vencidas acrescidas de até doze parcelas vincendas. No
caso das ações previdenciárias, o valor dos honorários poderá ser cobrado em até 30% das
parcelas atrasadas e a mesma porcentagem nas 12 parcelas vincendas. Precedentes: E-2.990/2004
– E-3.025/2004 – E-3.317/2006 – E-3.312/2006 – E-3.694/2008 – E-3.696/2008 – E-3.813/2009.
Proc. E-4.679/2016 - v.u, em 22/09/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO -
Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS COM PRESTAÇÃO


CONTINUADA – LIMITES ÉTICOS PARA FIXAÇÃO DO PERCENTUAL COM BASE NA TABELA
DA OAB-SP – COBRANÇA DE CONSULTA E DESPESAS – PRINCÍPIOS DA MODERAÇÃO E
PROPORCIONALIDADE.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 118

1.- Nas ações previdenciárias com prestação continuada, poderá o advogado cobrar os honorários
advocatícios até o limite de 30% (Tabela de Honorários da OAB-SP), sobre os valores vencidos até
a prolação da sentença mais doze parcelas a vencer, sem o ferimento dos princípios éticos da
moderação e proporcionalidade.
2.- A cobrança de consulta é um direito do advogado, estando seus valores mínimos fixados na
Tabela de Honorários da OAB-SP. Porém, sua cobrança ao final de ação previdenciária, na qual
foram acordados honorários contratuais de 30%, como pretendido, incorre em desvio ético, por
contrariar os princípios da moderação e proporcionalidade.
3.- A pretensão do advogado ao recebimento de honorários fixos (três parcelas da pensão), além dos
contratados (30%), encontra resistência nos princípios éticos da moderação e proporcionalidade.
4.- Os honorários sucumbenciais não incidem nas reclamações trabalhistas e nas ações
previdenciárias, por se tratar de advocacia de risco, razão pela qual é autorizada a cobrança de até
30% para os honorários contratuais. Porém, nos casos em que houver sucumbência, a soma dos
dois honorários, não poderá ultrapassar a vantagem obtida pelo cliente, face à vedação contida no
artigo 38 do CED.
5.- Finalmente, em caso de necessidade de serem realizadas viagens, extração de cópias,
autenticações ou outras diligência, poderá o advogado cobrá-las no final da ação, quando da
prestação de contas, desde que, constem especificamente do contrato de honorários e sejam
efetivamente comprovados. Proc. E-4.469/2015 - v.u., em 02/02/2015, do parecer e ementa do Rel.
Dr. GUILHERME FLORINDO FIGUEIREDO - Rev. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Presidente
Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – NA JUSTIÇA DO TRABALHO – POSSIBILIDADE DE


COBRANÇA SOBRE O VALOR BRUTO – SEM DESCONTOS DAS CONTRIBUIÇÕES FISCAIS E
PREVIDENCIÁRIAS – RESPEITANDO A PARTE DEVIDA PELO EMPREGADOR CUJO VALOR
DEVE SER EXCLUIDO - RECOMENDAÇÃO DE CONTRATO ESCRITO – CLÁUSULA
EXPRESSA DE AUTORIZAÇÃO DO CLIENTE.
Esta possibilidade em relação aos honorários advocatícios contratados para propositura de ação
trabalhista, nos percentuais previstos no item 78 da Tabela de Honorários da OAB/SP, incide sobre
o valor bruto da condenação, sem o desconto das contribuições previdenciárias e encargos fiscais;
assim, o percentual recomendado é de 20% a 30% sobre valor econômico da questão ou eventual
acordo. Recomenda-se que, na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios devam ser
contratados por escrito, com previsão expressa de seu percentual, permitido até 30%, com
incidência sobre o valor bruto da questão ou eventual acordo, sem a dedução dos encargos fiscais e
previdenciários e com a expressa autorização do cliente para o desconto dos honorários quando da
prestação de contas. Precedentes: E-3.699/2008, E-3.808/2009, E-3.910/2010, E-4.342/2014 e E-
4.418/2014. Proc. E-4.497/2015 - v.u., em 16/04/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. JOÃO LUIZ
LOPES - Rev. Dra. BEATRIZ M. A. CAMARGO KESTENER - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

19.4 - Honorários de sucumbência


A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
advogado do vencedor.
São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no
cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução,
resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido,
serão proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o
outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 119

Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os


vencidos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos
honorários.
A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de
forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento dos
honorários. Se a distribuição não for feita, os vencidos
responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários.
Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas
serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados.
Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os
interessados pagarão as despesas proporcionalmente a seus
quinhões.
Proferida sentença com fundamento em desistência, em
renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os
honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou
reconheceu.
Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o
reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos
honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se
renunciou ou da qual se desistiu.
Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto
às despesas, estas serão divididas igualmente.
Se o réu reconhecer a procedência do pedido e,
simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os
honorários serão reduzidos pela metade.
Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença
sem resolver o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação
sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a
que foi condenado.
Os honorários serão fixados pelo juiz entre o mínimo de
dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre
o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 120

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido


para o seu serviço.
Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação
dos honorários observará os seguintes percentuais:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o
valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200
(duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o
valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200
(duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o
valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000
(dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-
mínimos;
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o
valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de
20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil)
salários-mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor
da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000
(cem mil) salários-mínimos.
Não havendo condenação principal ou não sendo possível
mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários
dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
Será considerado o salário-mínimo vigente quando
prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da
decisão de liquidação.
Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença
contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde
que não tenha sido impugnada.
Os advogados públicos perceberão honorários de
sucumbência.
Os honorários incluídos na condenação, por sucumbência,
pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a
sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando
necessário, seja expedido em seu favor.
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É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou


convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito
ao recebimento dos honorários de sucumbência.
O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte
contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica
os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por
sentença
Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do
advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho
realizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes
legais.
Os honorários de sucumbência, por decorrerem
precipuamente do exercício da advocacia e só acidentalmente da
relação de emprego, não integram o salário ou a remuneração, não
podendo, assim, ser considerados para efeitos trabalhistas ou
previdenciários.
Os honorários de sucumbência dos advogados empregados
constituem fundo comum, cuja destinação é decidida pelos
profissionais integrantes do serviço jurídico da empresa ou por
seus representantes.
Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por
este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos
advogados empregados.
Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado
empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a
empregadora, na forma estabelecida em acordo.

19.5 - Ação de execução dos honorários


A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o
contrato escrito que os estipular são títulos executivos e
constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso
de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos
autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe
convier.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 122

O advogado promoverá, preferentemente, de forma destacada


a execução dos honorários contratuais ou sucumbenciais.
Havendo necessidade de promover arbitramento ou cobrança
judicial de honorários, deve o advogado renunciar previamente ao
mandato que recebera do cliente em débito.
Os honorários constituem direito do advogado e têm
natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos
oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em
caso de sucumbência parcial.
Os honorários da sucumbência e os honorários contratuais,
pertencendo ao advogado que houver atuado na causa, poderão ser
por ele executados, assistindo-lhe direito autônomo para promover
a execução do capítulo da sentença que os estabelecer ou para
postular, quando for o caso, a expedição de precatório ou
requisição de pequeno valor em seu favor.
No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos
honorários da sucumbência será repartida entre o substabelecente e
o substabelecido, proporcionalmente à atuação de cada um no
processo ou conforme haja sido entre eles ajustado.
O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não
pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu
o substabelecimento.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – HONORÁRIOS CONTRATUAIS E DE SUCUMBÊNCIA –
LIMITES ÉTICOS PARA FIXAÇÃO.
Honorários de sucumbência não excluem os contratados, porém devem ser levados em conta no
acerto final com o cliente. É dever do advogado prestar contas dos valores recebidos em nome de
seu cliente. No caso da sucumbência, a soma dos dois não deve ultrapassar a vantagem obtida pelo
cliente – artigo 38 de CED. Na hipótese de o juiz não fixar honorários de sucumbência, entende-se
que o profissional deverá se socorrer do direito material na tentativa de judicialmente estabelecer o
valor que lhe é devido, não devendo cobrar tais valores do contratante, à exceção de acordo
específico formulado no contrato de prestação de serviços. Os honorários advocatícios são devidos
mesmo que a parte firme um acordo extrajudicial, sem a participação de seu advogado, conforme
previsto no artigo 24, parágrafo 4º, do nosso Estatuto: Precedentes E-3.207/2005 e E-3.758/2009.
E-4.514/2015 - v.u., em 18/06/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Rev.
Dr. ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PATROCÍNIO CONTRA COLEGA EM REPRESENTAÇÃO PERANTE A ORDEM - COBRANÇA


DE HONORÁRIOS - VEDAÇÃO ÉTICA. A representação de cliente contra advogado pode ser feita
pelo próprio interessado que tem o jus postulandi para tanto (artigos 72 do EAOAB e 51 do CED).
O patrocínio por advogado em favor do interessado, com cobrança de honorários, ainda que tenha
amparo no texto constitucional (art.5o, inc. XIII) e na Lei nº 8.906/94 (arts. 22 e seguintes), sofre
forte vedação ética pelo princípio de que "non omne quod licet honestum est" (Paulus). Tal conduta
abriria caminho para a prática de uma atividade mercantilista, em detrimento dos colegas e da
própria Ordem, agravada essa conduta pela pretensão antijurídica de impor sucumbência ao
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 123

advogado representado disciplinarmente. V.U., em 16/02/2006, do parecer e ementa do Rel. Dr.


BENEDITO ÉDISON TRAMA - Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. JOÃO
TEIXEIRA GRANDE.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - PAGAMENTO ATRAVÉS DE CARTÃO DE CRÉDITO -


POSSIBILIDADE, COM ESTRITA OBSERVÂNCIA DAS RAZÕES DE DECIDIR INSCULPIDAS
NO PROCESSO E- 3.819/2009 - CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE COBRANÇA -
IMPOSSIBILIDADE - PESSOA ESTRANHA NA RELAÇÃO JURÍDICA A DESCARACTERIZAR E
VIOLAR O PERMISSIVO ÉTICO DA DELEGAÇÃO IMPERFEITA ÀS OPERADORAS DE
CARTÃO, DEFINIDA EM LEI E REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICAS.
Viola o Código de Ética e Disciplina da OAB, artigos 5º e 16, a contratação de empresa de
cobrança para que esta, com seus meios e equipamentos contratados junto a operadora de cartão,
lance mão da cobrança de honorários. O advogado ou a sociedade de advogados devem ser os
outorgantes da delegação inerente à contratação com operadora de cartão. Circularidade do título
e mercantilização na espécie, incompatíveis com os preceitos éticos.
Proc. E-4.111/2012 - v.u., em 22/11/2012, do parecer e ementa do Rel. Dr. PEDRO PAULO
WENDEL GASPARINI - Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

19.6 - Prescrição
Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários
de advogado, contado o prazo:
I - do vencimento do contrato, se houver;
II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III - da ultimação do serviço extrajudicial;
IV - da desistência ou transação;
V - da renúncia ou revogação do mandato.
Prescreve em cinco anos a ação de exigir contas pelas
quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros
por conta dele.

19.7 - Tabela de honorários


Deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de
Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for
realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências,
sob pena de caracterizar-se aviltamento de honorários.

HONORÁRIOS – CORRESPONDENTES JURÍDICOS - SITE PARA CADASTRO –


CONTRATAÇÃO DIRETA ENTRE ADVOGADOS – NÃO HÁ PREVISÃO DE VALORES NA
TABELA DE HONORÁRIOS DA OAB – NÃO HÁ INFRAÇÃO ÉTICA.
Atualmente, os serviços profissionais de correspondentes jurídicos têm se mostrado imprescindíveis
ao exercício da advocacia, gerando benefícios nas duas pontas da contratação; auxilia tanto o
advogado contratante, como se mostra meio de melhorar os ganhos dos profissionais contratados.
Os honorários são convencionados diretamente entre advogados, não havendo a figura do cliente
nesta relação. Não existe qualquer tipo de indicação mínima de preço na tabela de honorários para
as atividades do colega correspondente. Importante ressaltar que a tabela de honorários da OAB é
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 124

utilizada como referência e especialmente para a relação cliente x advogado. Foi constatado que o
referido site de correspondentes alerta a respeito da importância da valorização, bem como da
necessidade de se coibir o aviltamento dos honorários. Também ficou claro que não há leilão entre
os advogados ou qualquer distinção entre este ou aquele profissional; apenas são disponibilizados
os dados cadastrais para contato. Ademais, constatei que a ordem em que os nomes aparecem é
aleatória, impedindo assim qualquer favorecimento. No que se diz respeito a eventual aviltamento
dos honorários, entendo que a questão do quanto a ser cobrado é muito subjetiva e específica, sendo
difícil a análise dos valores de maneira fria.
Proc. E-4.603/2016 - v.u., em 17/03/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO -
Rev. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – VALORES DE CONSULTAS FIXADOS PELA SUBSEÇÃO DE


MODO ESCALONADO – IMPOSSIBILIDADE LEGAL, SEJA ESCALONADO OU NÃO –
ELABORAÇÃO DA TABELA DE REFERÊNCIA DE VALORES DE HONORÁRIOS É ATO
PRIVATIVO DAS SECCIONAIS ESTADUAIS DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –
INTELIGÊNCIA DO ART. 18, ITEM XI DO REGIMENTO INTERNO, DO ART. 111 E 117 DO
REGULAMENTO GERAL E ART. 58 DO ESTATUTO DA ADVOCACIA – REFOGE À
COMPETÊNCIA DE QUALQUER SUBSECÇÃO A REFERÊNCIA PARCIAL OU TOTAL DE
VALORES ADVOCATÍCIOS DE CONSULTAS FEITAS POR ADVOGADOS.
A competência para a elaboração de tabela de valores de consultas de advogados não pode ser
determinada pelas subseccionais da OAB, seja de modo escalonado ou não, vez que a competência
para esta missão é do Conselho Estadual de cada Seccional da OAB, sem direito concedido para
esta ou aquela subsecção estipular valores nas prestações de serviços profissionais, sejam
consultivos ou operacionais. O fundamento legal desta competência está contemplado nos art. 117 e
111 do Regulamento Geral, art. 58 do Estatuto da Advocacia e art. 18, item X, do Regimento Interno
da Seccional da OAB do Estado de São Paulo, que tem, como sua, a competência para fixar a tabela
de honorários dos advogados neste Estado. Proc. E-4.652/2016 - v.m., em 16/06/2016, do parecer e
ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. EDUARDO AUGUSTO ALCKMIN
JACOB - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

HONORÁRIOS – TABELA DA SECCIONAL – VALORES DE REFERÊNCIA – ADEQUAÇÃO À


REALIDADE ECONÔMICA DA SUBSECÇÃO QUANDO INDICADOS EM REAIS –
POSSIBILIDADE.
Como já decidido em votação unânime nesta Turma Deontológica, no processo E- 4.069/2011, a
Tabela de Honorários é referencial. Assim os valores ali indicados podem ser flexibilizados ante a
realidade econômica da Subsecção. Proc. E-4.502/2015 - v.u., em 16/04/2015, do parecer e ementa
do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dra. MARCIA DUTRA LOPES MATRONE -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – CONSULTAS JURÍDICAS – PARÂMETROS PREVISTOS NA


TABELA DE HONORÁRIOS DA SECCIONAL DE SÃO PAULO – OBRIGATORIEDADE.
A cobrança de consulta jurídica, verbal ou por escrito, deve observar as regras e condições
estabelecidas na Tabela de Honorários da Seccional de São Paulo. Deixar de efetuar a cobrança
dessa consulta configura prática de mercantilização da profissão, inculca, captação de causas e
angariação de clientela, além de desprestigiar o exercício da advocacia, conduta essa que ofende o
prescrito nos arts. 5º, 7º e 41 do Código de Ética e Disciplina e o inciso IV do art. 34 do EAOAB.
Proc. E-4.523/2015 - v.u., em 18/06/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. JOÃO LUIZ LOPES -
Rev. Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA
SILVA.

19.8 - Conflito de partilha de honorários


Quando for o caso, a Ordem dos Advogados do Brasil ou os
seus Tribunais de Ética e Disciplina poderão ser solicitados a
indicar mediador que contribua no sentido de que a distribuição
dos honorários da sucumbência, entre advogados.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 125

Nos processos disciplinares que envolverem divergência


sobre a percepção de honorários da sucumbência, entre advogados,
deverá ser tentada a conciliação destes, preliminarmente, pelo
relator.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – PARTILHA DE HONORÁRIOS PREVIAMENTE AJUSTADA –
AUSÊNCIA DE PAGAMENTO OU REPASSE DA PARTE CABÍVEL AO COLEGA –
PROCEDIMENTO DE CONCILIAÇÃO – INFRAÇÃO CONTRATUAL E ÉTICA SANÁVEIS PELO
PAGAMENTO.
O recebimento de honorários por advogado, sem o repasse ao colega, da parte que lhe cabe, além
de ilícito contratual, pode caracterizar infração ética, ante a deslealdade que encerra, sendo
possível e até recomendável a instauração de procedimento de conciliação perante a Primeira
Turma, nos termos do art. 136, § 3º, II, do Regimento Interno da Seccional Paulista da OAB. O
pagamento ou repasse, com os acréscimos legais, dos honorários devidos, antes da instauração do
processo disciplinar, ou mesmo antes de seu julgamento, pode elidir a aplicação da penalidade
ético-disciplinar, dependendo das circunstâncias fáticas a serem apreciadas pelas Turmas
Disciplinares e desde que não haja, por exemplo, abusos e reincidência. Proc. E-4.607/2016 - v.u.,
em 17/03/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Rev. Dra.
MÁRCIA DUTRA LOPES MATRONE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

19.9 - Pagamento de honorários


O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado
autônomo, seja de sociedade de advogados, não autoriza o saque de
duplicatas ou qualquer outro título de crédito de natureza
mercantil, podendo, apenas, ser emitida fatura, quando o cliente
assim pretender, com fundamento no contrato de prestação de
serviços, a qual, porém, não poderá ser levada a protesto.
Pode, todavia, ser levado a protesto o cheque ou a nota
promissória emitido pelo cliente em favor do advogado, depois de
frustrada a tentativa de recebimento amigável.
É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados
empregar, para o recebimento de honorários, sistema de cartão de
crédito, mediante credenciamento junto a empresa operadora do
ramo.
Eventuais ajustes com a empresa operadora que impliquem
pagamento antecipado não afetarão a responsabilidade do advogado
perante o cliente, em caso de rescisão do contrato de prestação de
serviços, devendo ser observadas as disposições deste quanto à
hipótese.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – CONTRATO ESCRITO – PROTESTO – POSSIBILIDADE –
POSICIONAMENTO DO CONSELHO FEDERAL – INTELIGÊNCIA DO ART. 42 DO CED –
PRECEDENTES.
O art. 42 do atual CED (art. 52 do novo) veda o saque e protesto de duplicatas ou eventuais outros
títulos, de natureza mercantil, unilateralmente sacados pelo advogado. Não veda, porém, o protesto
de notas promissórias e cheques, cuja emissão cabe ao cliente. Admite-se, ainda, o protesto da
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 126

própria sentença de procedência da ação de cobrança. Via de consequência e considerando o


posicionamento nesse sentido do Conselho Federal da OAB, não se veda o protesto, embora não
obrigatório, do próprio contrato de honorários, na forma do art. 1º da Lei nº 9.492/97. Noutras
palavras, não tendo o contrato de honorários características mercantis e nem sendo, evidentemente,
título emitido unilateralmente pelo credor, não há óbice ético ao seu protesto, que tem amparo legal
no art. 1º da Lei nº 9.492/97, embora não seja ele necessário, dada a natureza de título executivo
extrajudicial que ostenta. Precedentes da Primeira Turma: E-3.851/2010, E-4.102/2012, E-
3.543/2007 e E-4.009/2011. Precedente do Conselho Federal: CONSULTA 49.0000.2011.001955-
3/OEP.
Proc. E-4.597/2016 - v.u., em 25/02/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO DE SOUZA
RAMACCIOTTI - Rev. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

CARTÃO DE CRÉDITO - FORMA DE PAGAMENTO DE HONORÁRIOS POR MEIO DE CARTÃO


DE CRÉDITO - VEDADA QUALQUER DISPOSIÇÃO CONTRATUAL QUE VIOLE DEVERES DO
ADVOGADO TAL COMO QUEBRA DE SIGILO, CONFIDENCIALIDADE E CONFIANÇA -
IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR O MECANISMO COMO FORMA DE DIVULGAR SERVIÇOS
OU ANGARIAR CLIENTELA - OBEDIÊNCIA AOS PRECEITOS CONTIDOS NO CÓDIGO DE
ÉTICA E DISCIPLINA.
Configura-se possível, do ponto de vista ético, a utilização de cartões de crédito como meio de
pagamento de honorários advocatícios, desde que não comprometa a confiança e a
confidencialidade que devem instruir a relação entre o cliente e seu advogado. A intervenção de
terceiro, no caso a administradora do cartão, deve se dar por força de delegação prevista em lei e
regulamentação e ter caráter meramente financeiro, não adentrando a análise dos serviços
prestados. Veda-se, do ponto de vista ético, que o contrato firmado entre o prestador dos serviços
advocatícios e a administradora do cartão de crédito contenha qualquer previsão que comprometa
os deveres de lealdade, confiança e confidencialidade que o advogado tem para com seus clientes. É
vedado se valer da aceitação do pagamento através de cartão de crédito como forma de propaganda
ou de publicidade, coibida a utilização dessa facilidade de pagamento para divulgar serviços ou
angariar clientela. Do mesmo modo, deve o advogado que contratar com administradora de cartão
de crédito alertá-la da impossibilidade de divulgação dessa informação pela administradora em
suas peças de publicidade. Precedentes: E-3.819/2009, E-3.842/2009, E-4.111/2012. Proc. E-
4.304/2013 - v.m., em 19/09/2013, do parecer e ementa da Rel. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU
RODRIGUES - com declaração de voto divergente do julgador Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI -
Rev. Dr. JOÃO LUIZ LOPES - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - RECEBIMENTO DE HONORÁRIOS POR BOLETO BANCÁRIO


- POSSIBILIDADE ATENDIDAS AS DISPOSIÇÕES DO ART. 42 DO CED - BOLETO BANCÁRIO
PODE SER LEVADO AO BANCO RECEBEDOR DESDE QUE EXPRESSAMENTE AUTORIZADO
PELO CLIENTE E EM CASO DE INADIMPLEMENTO VEDADO O SEU PROTESTO -
RECEBIMENTO PELO ADVOGADO DE VALORES DEVIDOS AO CLIENTE ATRAVÉS DE
EMISSÃO DE BOLETO - POSSIBILIDADE - VEDADA A EMISSÃO DE BOLETO PELO
ADVOGADO PARA PRÁTICA ESTRANHA AOS SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS.
Não há vedação ética na utilização de boletos bancários por advogado para cobrança
exclusivamente de serviços advocatícios prestados, sob condição de que essa forma de cobrança
seja expressamente prevista no contrato de honorários ou autorizada pelo cliente e sem a
discriminação do serviço prestado. Não há vedação ética à emissão de boleto pelo advogado contra
terceiro - devedor inadimplente - para recebimento de crédito do cliente ou constituinte, na
qualidade de mandatário, desde que devida e expressamente autorizada pelo cliente a prática de tais
atos, com a apresentação do respectivo mandato ao devedor, prestando ao cliente contas
imediatamente. Vedada, neste caso, a emissão de boleto para prática estranha à advocacia. Em
ambos os casos, é vedada, ainda, qualquer instrução ao banco recebedor de aplicação de
penalidades em caso de inadimplemento contra o devedor, e previsto expressamente no documento a
vedação do protesto, sob pena de caracterizar infração á ética. Precedentes: E-3.542/2007; E-
3.662/2008 e E-1.794/98. . Proc. E-3.960/2010 - v.m., em 17/03/2011, do parecer e ementa da Rel.
Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES, com declaração de voto parcialmente divergente do
julgador Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.
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19.10 - Tabela de honorários da OAB/SP

Parte Geral
1 – AÇÕES DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA OU QUE ASSUMAM ESTE CARÁTER:
Salvo outra disposição na presente, 20% sobre o valor econômico da questão. Mínimo, haja ou não
benefício patrimonial, R$ 3.991,07.
2 – RECURSOS:
Mandatário expressamente constituído ou substabelecido:
a) interposição de qualquer recurso, mínimo R$ 1.995,55;
b) contra-razões de qualquer recurso, mínimo R$ 1.995,55;
c) elaboração de memoriais, mínimo R$ 1.995,55;
d) sustentação oral, mínimo R$ 3.991,07;
e) simples acompanhamento de recurso, mínimo R$ 1.197,33.
NOTA: No caso de sustentação oral perante Tribunal sediado em outra cidade, mínimo R$ 7.982,15,
mais despesas de viagem.
3 – EXAME DE PROCESSOS EM GERAL:
Mínimo R$ 581,23.
4 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM AUDIÊNCIA:
Mínimo R$ 798,21.
5 – PRECATÓRIAS:
a) citação, intimação, notificação ou interpelação, mínimo R$ 968,71;
b) outros fins, mínimo R$ 1.356,19;
6 – ADVOCACIA DE PARTIDO:
Sem vínculo empregatício, valor mensal, mínimo R$ 1.995,55;
Advocacia Cível. Procedimentos Especiais
7 – MEDIDAS CAUTELARES:
Mínimo R$ 2.324,91.
8 – ORDINÁRIA DE DESPEJO:
Como advogado do autor ou do réu, 20% sobre o valor do aluguel correspondente a um ano de
locação, mínimo R$ 3.991,07;
9 – DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO DE ALUGUÉIS:
a) com purgação de mora – como advogado do autor 10% sobre o valor do débito;
b) como advogado do réu – 5% sobre o valor do débito;
c) em qualquer das hipóteses supra, mínimo R$ 1.396,88;
d) em se tratando de despejo por falta de pagamento (decretado), o mesmo valor previsto para a
ação ordinária de despejo;
e) ação de despejo por falta de pagamento, cumulada com cobrança de aluguéis – 15% sobre o
valor da causa, mínimo R$ 1.995,55;
10 – REVISÃO E ARBITRAMENTO DE ALUGUEL:
a) como advogado do locador – 20% sobre a vantagem anual obtida com o aluguel revisto;
b) como advogado do locatário – 20% sobre a diferença entre o valor locativo anual pedido e o
decorrente da sentença;
c) em qualquer hipótese, mínimo R$ 3.991,07;
11 – RENOVATÓRIA DE CONTRATO DE LOCAÇÃO:
a) procedente – 20% sobre o valor anual do novo aluguel;
b) improcedente, sem indenização – 20% sobre o último valor anual do aluguel;
c) improcedente com retomada, como advogado do locador – 10% sobre o valor total do último
contrato;
d) procedente, como advogado do locador – 20% sobre o valor anual da locação (novo aluguel);
e) mínimo, em qualquer das hipóteses, R$ 3.991,07;
12 – POSSESSÓRIAS:
a) manutenção e reintegração de posse – 20% sobre o valor da coisa litigiosa, mínimo R$ 3.991,07;
b) interdito proibitório – 10% sobre o valor da coisa litigiosa, mínimo R$ 3.991,07;
13 – DIVISÃO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES:
a) não contestada – 5% sobre o valor do quinhão, que couber ao cliente;
b) contestada – 10% sobre o mesmo valor;
c) em ambas as hipóteses, mínimo R$ 3.991,07;
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14 – RETIFICAÇÃO DE ÁREA:
Aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela. Mínimo R$ 3.991,07;
15 – USUCAPIÃO:
20% do valor do bem. Mínimo R$ 3.991,07;
16 – NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA:
Aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela. Mínimo R$ 3.991,07;
17 – EMBARGOS DE TERCEIRO, OPOSIÇÃO E ASSISTÊNCIA:
Observar item 1 da PARTE GERAL desta Tabela. Mínimo, em qualquer hipótese, R$ 3.991,07;
18 – DESAPROPRIAÇÃO:
a) direta – 10% sobre a diferença entre a oferta e a indenização final, mínimo R$ 4.843,54;
b) indireta – aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela, mínimo R$ 4.843,54;
19 – CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, DEPÓSITO, ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE
TÍTULO AO PORTADOR, PRESTAÇÃO DE CONTAS:
a) consignação extrajudicial, mínimo R$ 968,71;
b) consignação judicial, depósito, anulação e substituição de título ao portador, prestação de contas
– aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela. Mínimo R$ 3.991,07;
20 – AÇÃO MONITÓRIA:
Aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela, mínimo R$ 1.937,42;
21 – CONCORDATA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA:
a) advogado do devedor – 2% a 6% do passivo privilegiado e quirografário, excluída defesa na
esfera criminal, mínimo R$ 6.780,95;
b) representação do comissário, administrador ou síndico – comissão prevista em lei ou fixada
judicialmente, sem prejuízo do estipulado para habilitação do crédito do cliente, mínimo R$
1.995,55;
c) habilitação de crédito e seu acompanhamento – 10% do valor do crédito, mínimo R$ 968,71;
d) pedido de restituição – 10% do valor da coisa reclamada, mínimo R$ 1.995,55;
e) extinção de obrigações – 1% a 3% sobre o valor do passivo, inclusive tributário, mínimo R$
5.986,62;
22 – INSOLVÊNCIA CIVIL:
a) advogado do requerente – 10% sobre o valor do crédito, mínimo R$ 2.906,12.
b) representação do devedor – 1% a 3% do valor total do passivo, mínimo R$ 1.995,55;
23 – DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADE:
a) 10% a 20% sobre os haveres recebidos pelo cliente;
b) como advogado dos demais sócios ou da sociedade – 10% sobre a quantia efetivamente paga ao
sócio retirante;
c) em qualquer hipótese, mínimo R$ 3.991,07.
d) como advogado do liquidante – 10% sobre o valor efetivamente apurado, mínimo R$ 3.991,07.
24 – EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO:
10% a 20% sobre o valor do quinhão, mínimo R$ 3.991,07.
25 – MANDADO DE SEGURANÇA:
10% a 20% sobre o valor econômico da questão. Como advogado do impetrante e/ ou do impetrado,
mínimo R$ 3.991,07.
26 – HABEAS DATA:
Mínimo R$ 1.995,55.
27 – AÇÃO CIVIL PÚBLICA:
Mínimo R$ 3.991,07.
28 – MANDADO DE INJUNÇÃO:
Mínimo R$ 1.995,55.
29 – JUÍZO ARBITRAL:
Aplica-se o disposto no item 1 da PARTE GERAL desta Tabela, mínimo R$ 3.991,07.
30 – SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL:
Aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela, mínimo R$ 1.937,42.
31 – RETIFICAÇÃO DE REGISTRO E AVERBAÇÃO:
Mínimo R$ 1.995,55.
32 – REGISTRO TORRENS:
a) como advogado do registrante, sem oposição – metade do item 1 da PARTE GERAL desta
Tabela;
b) com oposição – aplica-se item 1 da PARTE GERAL desta Tabela. Mínimo R$ 1.995,55.
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33 – ORGANIZAÇÃO DE FUNDAÇÕES:
3% a 6% sobre o valor do bem destinado à instituição, mínimo R$ 3.991,07.
34 – JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E PREVIDENCIÁRIOS:
Ações Cíveis e Previdenciárias – aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela, mínimo R$
1.197,33.
Juízo de Família e Sucessões
35 – INVENTÁRIOS E ARROLAMENTOS:
Como advogado do cônjuge supérstite, inventariante e todos os herdeiros, 6% sobre o valor real do
monte-mor inclusive dos bens alienados durante o processo, mínimo R$ 3.991,07. No caso do
advogado representar apenas o meeiro, herdeiro ou legatário, 6% sobre o valor real da meação, do
quinhão hereditário ou do legado, mínimo R$ 1.995,55. Como advogado do usufrutuário, 3% sobre
o valor real dos bens objeto do usufruto, mínimo R$ 1.995,55. Como advogado do inventariante
dativo ou do testamenteiro, 20% da remuneração que for atribuída ao cliente, mínimo R$ 1.995,55.
36 – HABILITAÇÃO DE CRÉDITO EM INVENTÁRIO OU ARROLAMENTO:
20% sobre o valor do crédito, mínimo: R$ 1.995,55.
37 – TESTAMENTOS E CODICILOS:
Apresentação e registro, mínimo R$ 1.995,55.
38 – ANULAÇÃO DE TESTAMENTO:
Aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela, mínimo R$ 3.991,07.
39 – SEPARAÇÃO CONSENSUAL:
a) se houver bens a partilhar e sendo advogado de ambos os requerentes, o previsto para
inventários e arrolamentos;
b) em se tratando de advogado de apenas um dos cônjuges, o mesmo percentual previsto para
inventários e arrolamentos, calculado sobre a parte cabente ao cliente;
c) se não houver bens sujeitos à partilha, caberá ao advogado de ambas as partes ou, isoladamente,
de uma delas, o mínimo de R$ 1.995,55.
40 – SEPARAÇÃO JUDICIAL:
Havendo bens a partilhar, o percentual previsto para inventários e arrolamentos (item 35). Mínimo,
em qualquer hipótese, R$ 3.991,07.
41 – CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO EM DIVÓRCIO:
a) pedido feito por ambos os cônjuges, mínimo R$ 1.995,55;
b) pedido litigioso, feito por um dos cônjuges, mínimo R$ 3.991,07. Havendo bens a partilhar, o
mesmo critério estabelecido para inventários e arrolamentos.
42 – DIVÓRCIO FUNDADO EM SEPARAÇÃO DE FATO:
Havendo bens a partilhar, o percentual para inventários e arrolamentos, mínimo R$ 3.991,07.
43 – ANULAÇÃO DE CASAMENTO:
Havendo bens a partilhar, o percentual para inventários e arrolamentos, mínimo R$ 3.991,07.
44 – INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE:
Aplica-se o item 1 da PARTE GERAL desta Tabela, mínimo R$ 3.991,07.
45 – AÇÃO DE ALIMENTOS:
Como advogado do autor ou do réu, em ação de alimentos, revisão ou exoneração de pensão
alimentícia, valor de três meses da pensão fixada ou exonerada. Em caso de revisão, valor
equivalente à diferença entre a pensão anterior e a revista, para o período de 12 meses, mínimo R$
1.995,55.
46 – REGULAMENTAÇÃO DE VISITA:
Mínimo R$ 2.906,12.
47 – INTERDIÇÃO, TUTELA OU CURATELA:
Mínimo R$ 2.906,12.
48 – SUB-ROGAÇÃO DE VÍNCULO OU LEVANTAMENTO DE CLÁUSULA RESTRITIVA:
Metade do percentual relativo ao inventário, calculado sobre o valor do bem, mínimo R$ 3.991,07.
49 – ADOÇÃO:
Mínimo R$ 2.906,12.
50 – EMANCIPAÇÃO OU SUPRIMENTO:
Mínimo R$ 1.995,55.
51 – OUTORGA JUDICIAL DE CONSENTIMENTO:
Mínimo R$ 2.906,12.
52 – EXTINÇÃO DE USUFRUTO OU FIDEICOMISSO:
Mínimo R$ 2.906,12.
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53 – ALIENAÇÃO, ARRENDAMENTO OU ONERAÇÃO DE BENS:


Mínimo R$ 2.906,12.
54 – PEDIDO DE ALVARÁ, OFÍCIOS OU EXPEDIÇÃO DE MANDADO:
Mínimo R$ 1.995,55.
Advocacia Criminal
55 – INQUÉRITO POLICIAL:
a) diligência perante órgãos policiais, em horário comercial (das 8 às 18 horas), mínimo R$
1.596,43 – fora desse horário, acréscimo de 20 a 30%;
b) acompanhamento de inquérito policial, mínimo R$ 2.906,12.
c) requerimento para instauração de inquérito policial e seu acompanhamento, mínimo R$ 3.991,07.
56 – AÇÃO PENAL:
Defesa em processo de rito ordinário, sumário ou especial, mínimo de R$ 3.991,07;
57 – PROCESSO DE COMPETÊNCIA DO JÚRI:
a) defesa até sentença de pronúncia, mínimo R$ 3.991,07;
b) defesa em plenário, mínimo R$ 5.986,62;
c) defesa até final julgamento, mínimo R$ 9.977,69;
d) recursos: aplica-se o item 61 da PARTE GERAL desta Tabela.
58 – JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL:
a) conciliação, transação e/ ou suspensão do processo, mínimo R$ 1.596,43;
b) em caso de denúncia, aplica-se o item 56 da PARTE GERAL desta Tabela.
59 – JUSTIÇA MILITAR:
Defesa em processo, mínimo R$ 3.991,07. Quanto a Inquérito Policial Militar e Tribunal do Júri,
aplicar, respectivamente, os itens 55 e 57.
60 – HABEAS CORPUS:
Mínimo R$ 3.991,07.
61 – RECURSOS EM GERAL:
Mínimo R$ 1.995,55.
62 – REQUERIMENTO PARA REVOGAÇÃO OU RELAXAMENTO DE PRISÃO:
Mínimo R$ 1.995,55.
63 – PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA:
Mínimo R$ 2.793,76.
64 – QUEIXA-CRIME:
Como advogado do querelante ou do querelado, mínimo R$ 3.991,07.
65 – EXECUÇÃO PENAL:
Requerimento para concessão de graça, indulto, anistia, comutação de penas, livramento
condicional, unificação de penas, revogação de medida de segurança, prisão albergue, prisão
domiciliar e progressão de regime, mínimo R$ 2.793,76.
66 – PROCESSOS INCIDENTES:
Exceções, Restituição de Coisas Apreendidas, Medidas Assecuratórias e Incidente de Insanidade,
mínimo R$ 1.995,55.
67 – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO:
Mínimo R$ 3.991,07. Em caso de assistência no Tribunal do Júri, aplica-se o item 57.
68 – PEDIDO DE EXPLICAÇÕES (INTERPELAÇÃO JUDICIAL):
Mínimo R$ 1.995,55.
69 – JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL:
Mínimo R$ 1.995,55.
70 – REVISÃO CRIMINAL:
Mínimo R$ 3.991,07.
71 – PEDIDO DE REABILITAÇÃO:
Mínimo R$ 1.995,55.
72 – REQUERIMENTO DE CONCESSÃO DE FIANÇA OU SUSPENSÃO CONDICIONAL DA
PENA:
Mínimo R$ 1.596,43.
73 – DEFESA EM INQUÉRITO JUDICIAL:
Mínimo R$ 3.991,07.
74 – CARTA PRECATÓRIA:
Mínimo R$ 1.197,33.
75 – AÇÕES CAUTELARES:
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 131

Mínimo R$ 2.906,12.
76 – CRIMES ELEITORAIS:
Mínimo R$ 3.991,07.
77 – INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO:
Mínimo R$ 2.906,12.
Advocacia Trabalhista
78 – RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS:
a) patrocínio do reclamante: 20% a 30% sobre o valor econômico da questão ou eventual acordo,
sem a dedução dos encargos fiscais e previdenciários, mínimo: R$ 798,21;
b) patrocínio do reclamado: 20% a 30% sobre o valor econômico da questão, mínimo R$ 2.906,12.
79 – PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL DE DEMISSÃO DE EMPREGADO:
Mínimo R$ 1.995,55.
80 – INQUÉRITO PARA DEMISSÃO DE EMPREGADO:
Mínimo R$ 1.995,55.
81 – FORMULAÇÃO DE ACORDOS, CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO E DISSÍDIOS:
Mínimo R$ 3.991,07, como advogado de qualquer das partes.
Advocacia Previdenciária
82 – POSTULAÇÃO ADMINISTRATIVA:
20% a 30% sobre o valor econômico da questão, mínimo R$ 3.991,07.
83 – JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Mínimo R$ 1.995,55 .
84 – JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL:
Mínimo R$ 1.995,55.
85 – AÇÃO DE COGNIÇÃO: CONDENATÓRIA, CONSTITUTIVA E DECLARATÓRIA:
20% a 30% sobre o valor econômico da questão ou eventual acordo, sem a dedução dos encargos
fiscais e previdenciários.
Acidente de Trabalho
86 – INDENIZAÇÃO:
20% a 30% sobre o valor econômico da questão, mínimo R$ 3.991,07.
Advocacia Eleitoral
87 – POSTULAÇÃO EM GERAL:
Impugnações, queixa ou representação, sustentações, mínimo R$ 3.991,07.
Vara da Infância e Juventude
88 – INTERVENÇÃO:
Em qualquer processo, mínimo R$ 2.324,91.
Advocacia Extrajudicial
89 – INTERVENÇÃO:
Do advogado para solução de qualquer assunto no terreno amigável. Havendo interesse econômico,
10% desse valor. Mínimo R$ 1.995,55, mesmo quando for de valor inestimável.
90 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
Intervenção perante a administração pública: 10% a 20% sobre o valor econômico da questão,
mínimo R$ 1.995,55,
91 – DEFESA ADMINISTRATIVA:
Em sindicância ou processo administrativo disciplinar, mínimo R$ 3.991,07.
92 – PROCESSO ADMINISTRATIVO:
Em geral, 10% a 20% sobre o valor econômico da questão, mínimo R$ 3.991,07.
93 – CONTRATOS EM GERAL:
Minuta de contrato ou de qualquer documento: 2% do seu valor, mínimo R$ 1.197,33.
94 – TESTAMENTO:
Minuta de testamento e/ ou assistência ao ato, mínimo R$ 1.995,55.
95 – DOCUMENTAÇÃO IMOBILIÁRIA (excluídas as hipóteses dos artigos 212 e 213 da Lei no
6.015, de 31 de dezembro de 1973 – nesse caso, vide item 91 ou 14 desta Tabela, conforme o caso):
a) estudo ou organização de documentação imobiliária, mínimo R$ 1.596,43(o estudo e a
organização não compreendem a extração da respectiva documentação);
b) elaboração de contrato: 2% do seu valor, mínimo R$ 1.596,43;
c) quando o trabalho envolver as duas tarefas, mínimo de 3%.
96 – ASSEMBLÉIAS:
Participação em assembléias, mínimo R$ 1.596,43.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 132

97 – CONSULTA:
Verbal, em horário comercial (das 8 às 18 horas), mínimo R$ 290,61 (fora desse horário, acréscimo
de 20 a 30%).
98 – PARECER:
Escrito, mínimo R$ 1.995,55.
99 – HORA TÉCNICA DE TRABALHO:
Nos contratos onde sejam fixados honorários em função do tempo trabalhado, mínimo R$
290,61/hora.
100 – INVENTÁRIO, SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO CONSENSUAL (Lei no 11.441, de 4 de janeiro de
2007)
I - INVENTÁRIO:
a) como Advogado do cônjuge supérstite, companheiro(a), inventariante e todos(as) os(as)
herdeiros(as) ou na hipótese de herdeiro(a) único(a) universal ou por adjudicação (cessionário ou
não), 6% (seis) sobre o valor real do monte-mor, mínimo R$ 1.995,55;
b) no caso do(a) Advogado(a) representar apenas o(a) meeiro(a) ou somente um dos herdeiros, 6%
(seis) sobre o valor real da meação ou do quinhão hereditário, mínimo R$ 1.995,55.
II – SEPARAÇÃO CONSENSUAL:
a) se houver bens a partilhar e sendo Advogado de ambos os requerentes, o previsto para
inventário, constante na alínea “a” do item I anterior;
b) em se tratando de Advogado de apenas um dos cônjuges, o mesmo percentual previsto para
inventário nessa hipótese (alínea “b” do item I anterior), calculado sobre a parte cabente ao
cliente;
c) se não houver bens sujeitos à partilha, caberá ao Advogado de ambas as partes ou, isoladamente,
de uma delas, o mínimo de R$ 1.995,55.
III – DIVÓRCIO CONSENSUAL:
Havendo bens a partilhar ou não, conforme o caso, o mesmo critério estabelecido para separação
(alíneas “a”, “b” e “c” do item II anterior). Mínimo R$ 1.995,55.

20.0 - ADVOCACIA PRO BONO


Pro Bono é uma expressão latina que significa “para o bem
do povo”.

20.1 - Histórico
Luis Gama, nascido em 1830, filho de um fidalgo português
e de uma escrava liberta, deu inicio a oferta de serviços de
caráter gratuito no Brasil.
Vendido ilegalmente como escravo pelo próprio pai e
alfabetizado por um amigo em uma fazenda, foi aluno ouvinte do
curso de Direito da USP.
Anunciava seus serviços em jornais, oferecendo-se para
gratuitamente defender causas de libertação de escravos.
Morreu em 1882, sendo que outorgaram-lhe a libertação de
aproximadamente mil escravos.
Ruy Barbosa também gratuitamente advogou pela causa
abolicionista.
Também lutou contra a restrição de direitos civis quando
pro bono defendeu os marinheiros na Revolta da Chibata. Ruy fez um
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 133

habeas corpus oral perante o presidente Marechal Hermes da Fonseca


e conseguiu a libertação de todos os marinheiros.
Sobral Pinto, em 1936, defensor dos direitos humanos,
gratuitamente advogou pela libertação dos lideres comunistas Luiz
Carlos Prestes e Harry Berger. Nesse caso, Sobral usou a Lei de
Proteção aos Animais para evitar a tortura e as condições
desumanas da prisão dos comunistas.
No período da ditadura, Dom Paulo Evaristo Arns fundou a
Comissão de Justiça e Paz e reuniu jovens advogados de matiz
católica progressista, que defenderam centenas de presos
políticos, como José Carlos Dias, José Gregori, Dalmo de Abreu
Dallari e Fabio Konder Comparato.

20.2 - Conceito
Conforme o CED/2016, considera-se advocacia pro bono a
prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em
favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus
assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos
para a contratação de profissional.
A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de
pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem de recursos para,
sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado.
A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins
político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições
que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade
para captação de clientela.
No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como
defensor nomeado, conveniado ou dativo, o advogado empregará o
zelo e a dedicação habituais, de forma que a parte por ele
assistida se sinta amparada e confie no seu patrocínio.

ASSISTÊNCIA JURÍDICA – PESSOAS CARENTES – ENTIDADES FILANTRÓPICAS – PRO


BONO OU MEDIANTE COBRANÇA DE HONORÁRIOS – IMPOSSIBILIDADE.
O art. 16 do EAOAB impede a prestação de serviços jurídicos por Fundações, ONGs, OSCIPs e
outras entidades não registráveis na Ordem dos Advogados do Brasil, motivo pelo qual o advogado
não pode, por meio dessas entidades, oferecer assistência jurídica a pessoas carentes, seja na
condição de pro bono, seja mediante a cobrança de honorários. Proc. E-4.640/2016 - v.u., em
16/06/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI - Rev. Dr.
FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 134

ADVOCACIA PRO BONO – PRESTAÇÃO DE ORIENTAÇÃO JURÍDICA DE FORMA GRATUITA


À POPULAÇÃO DE BAIRRO CARENTE E PRELEÇÃO VOLUNTÁRIA EM PALESTRAS –
POSSIBILIDADE – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DAS LIMITAÇÕES DA ATIVIDADE
PREVISTAS NO CED, NO PROVIMENTO Nº 166/2015 E NO PROVIMENTO 94/2000 –
DIVULGAÇÃO POR MEIO DE PANFLETOS – IMPOSSIBILIDADE.
Não existe óbice ético a que o advogado realize consultas pro bono para moradores de determinada
associação de moradores de bairros carentes, observados os impedimentos impostos pelo
Provimento 166/15, especialmente de atuação remunerada, em qualquer esfera, aos destinatários do
pro bono, em período inferior a 3 anos. Da mesma forma, possível a realização de palestras, desde
que respeitadas as disposições éticas sobre publicidade da advocacia. Pode ser considerada
infração ética a distribuição de panfletos informativos das consultas gratuitas de advogado
voluntário, pois vedada a captação de clientela. Precedente: E-4.534/2015. Proc. E-4.656/2016 -
v.u., em 16/06/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. SÉRGIO KEHDI FAGUNDES - Rev. Dr.
FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Presidente em exercício Dr. ZANON DE PAULA
BARROS.

ADVOCACIA PRO BONO – PRESTAÇÃO DE ORIENTAÇÃO JURÍDICA A ASSOCIAÇÃO DE


DEFESA DA MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA – POSSIBILIDADE – OBSERVÂNCIA DOS
LIMITES PREVISTOS NO PROVIMENTO Nº 166/2015 – CARÁTER EVENTUAL –
CARACTERIZAÇÃO – COMPATIBILIZAÇÃO COM ATIVIDADE HABITUAL DE ADVOCACIA
REMUNERADA – VEDAÇÃO DE PROPAGANDA PARA CAPTAÇÃO DE CLIENTELA E
UTILIZAÇÃO PARA FINS ELEITORAIS E PARTIDÁRIOS.
Inexiste óbice ético a que o advogado exerça advocacia pro bono para mulheres atendidas por
associação cujo escopo é a defesa daquelas em vítimas de violência, desde que sejam observados os
requisitos de hipossuficiência, eventualidade e vedação de captação de clientela e destinação para
fins eleitorais ou partidários, na forma disciplinada no Provimento 166/15, bem como no novo
Código de Ética. Precedentes: E-4.534/2015; E-4.656/2016. Proc. E-4.685/2016 - v.u., em
25/08/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. CRISTIANA CORREA CONDE FALDINI - Rev. Dr.
FÁBIO TEIXEIRA OZI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

SUBSEÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS


PÚBLICOS DE ATENDIMENTO À POPULAÇÃO CARENTE – ATIVIDADE PRO BONO –
FILANTROPIA JURÍDICA – ATUAÇÃO POR MEIO DE ADVOGADOS VOLUNTÁRIOS –
POSSIBILIDADE – DIRETRIZES ÉTICAS E ESTATUTÁRIAS.
É possível às Subseções da OAB poder participar, através de advogados voluntários, em
atendimento à população carente, de forma eventual e gratuita, em projetos sociais, sendo estas o
órgão mais próximo da população e dos advogados. Nas palavras de Dr. Carlos Roberto Faleiros
Diniz, a Subsecção não deve ser uma ilha, isolada do todo social, mas uma espécie de rede de
pescador, em que cada malha da rede representa a relação com o setor da sociedade, numa
integração harmônica e completa. Se hoje as sociedades de advogados e aqueles individualmente
estabelecidos podem praticar o Pro Bono, por razão maior a própria Ordem também não deve ficar
alijada. Caberá à Subseção da OAB assumir em sua inteireza papel de protagonista, exercendo o
Poder de Polícia, neste tipo de atividade esporádica e gratuita, de atendimento à população carente,
através de projetos e iniciativas sociais, o fazendo por intermédio de advogados voluntários
previamente selecionados, os quais deverão ser alertados quanto as limitações éticas e estatutárias,
sendo explicitado aos mesmos a vedação do fornecimento de seus endereços e telefones, cartões de
visita, etc., aos orientados que atenderem, procurando assim evitar captação de causas e clientes.
Deverão ainda estes encaminhar ao Convênio DPE/OAB ou à Defensoria, se instalada, os casos
pertinentes, sempre conscientes de que, mesmo neste tipo de atividade voluntária, o advogado
sujeita-se à responsabilidade ética, estatutária, civil, entre outras, se provada culpa ou dolo do
mesmo, portanto, nosso dever é imenso, descabendo falhas. Violações deverão ser apuradas e
punidas, se o caso. Com este agir a Ordem cumpre seu papel institucional e também o advogado,
atendendo o artigo 2º, caput, X, XI e XII no novel Código de Ética. Exegese dos Provimentos
166/2015 e 94/2000 do Conselho Federal da OAB, artigos 2º, caput, X, XI e XII, 7º, 30º e 43º do
Código de Ética, art. 34, IV e 44, I, do Estatuto, e precedentes processos E-2.392/2001, 4.534/2015,
4.656/2016, 4.685/2016, deste Tribunal de Ética. Proc. E-4.719/2016 - v.u, em 27/10/2016, do
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 135

parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO KALIL VILELA LEITE, Rev. Dr. GUILHERME MARTINS
MALUFE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

21.0 - A ÉTICA DO ADVOGADO


21.1 - A Ética
Ética tem diferentes conotações e em varias épocas e
culturas tem sido extremamente banalizadas.
O Direito, como ciência de comportamento humano voltado
para a coexistência social harmoniosa e para a busca do justo, se
inspira e se fundamenta na ética.
Eneo Domitius Ulpianis mitou quando disse: Juris
Praecepta: Honesta Vivere, Alterum Non Laedere, Suum Cuique
Tribuere.
O jurista romano Ulpiano definiu como preceito do
Direito, bem como de Ética: viver honestamente; não ofender
ninguém; dar a cada um o que lhe pertence.
A ética é o sentimento da necessidade de buscar o justo.
O Direito é o conjunto de conceitos e normas
desenvolvidos e organizados para dar efetividade à realização do
justo.
A ética se situa em uma ordem anterior ao Direito, que a
pressupõe.
Direito sem ética é um paradoxo.
Ética sem Direito é um incompletude.
Ética profissional, aplicada a advocacia, é a parte da
moral que trata das regras de condutado advogado.
Deontologia é a moral do dever. É a ciência dos deveres.
Código de ética profissional é um conjunto de princípios
que regem a conduta de determinada profissão.

21.2 - Os princípios fundamentais


O exercício da advocacia exige conduta compatível com os
preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos
Provimentos e com os princípios da moral.
O advogado, indispensável à administração da Justiça, é
defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e
garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 136

da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em


consonância com a sua elevada função pública e com os valores que
lhe são inerentes.
O advogado deve ter consciência de que o Direito é um
meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções
justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de
todos.
O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou
constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de
prestação permanente de serviços, ou como integrante de
departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público
ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência.

21.3 - São deveres do advogado:


I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a
dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e
indispensabilidade da advocacia;
II - atuar com destemor, independência, honestidade,
decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;
III - velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento
pessoal e profissional;
V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do
Direito e das leis;
VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a
mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a
instauração de litígios;
VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um
juízo preliminar de viabilidade jurídica;
VIII - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e
pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos;
IX - adotar conduta consentânea com o papel de elemento
indispensável à administração da Justiça;
X - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos
Advogados do Brasil ou na representação da classe;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 137

XI - zelar pelos valores institucionais da OAB e da


advocacia;
XII - ater-se, quando no exercício da função de defensor
público, à defesa dos necessitados.
XIII – é direito da advogada:
1 – gestante:
a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de
metais e aparelhos de raios X;
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;
2 – lactante, adotante ou que der à luz, no prazo de 120
dias, acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao
atendimento das necessidades do bebê;
3 – gestante, lactante, adotante ou que der à luz, no
prazo de 120 dias, preferência na ordem das sustentações orais e
das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação
de sua condição;
4 – adotante ou que der à luz, suspensão de prazos
processuais por 30 dias quando for a única patrona da causa, desde
que haja notificação por escrito ao cliente.
Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante
aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico
ou o período de amamentação.

21.4 - As vedações no exercício da advocacia


O advogado deve abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou
do cliente;
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente
escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a
moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha
patrono constituído, sem o assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou
judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos
negociais ou familiares;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 138

f) contratar honorários advocatícios em valores


aviltantes.
É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de
causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão
concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie
orientação que tenha manifestado anteriormente.
O exercício da advocacia é incompatível com qualquer
procedimento de mercantilização.
É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via
administrativa falseando deliberadamente a verdade e utilizando de
má-fé.
É vedado o oferecimento de serviços profissionais que
implique, direta ou indiretamente, angariar ou captar clientela.
É defeso ao advogado prestar serviços de assessoria e
consultoria jurídicas para terceiros, em sociedades que não possam
ser registradas na OAB.
É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo,
simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente.

21.5 - Os Direitos do Advogado


I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o
território nacional;
II - comunicar-se com seus clientes, pessoal e
reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem
presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou
militares, ainda que considerados incomunicáveis;
III - ter a presença de representante da OAB, quando
preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia,
para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos
demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
IV - não ser recolhido preso, antes de sentença
transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com
instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB,
e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)
V - ingressar livremente:
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 139

a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos


cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias,
cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro,
e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de
expediente e independentemente da presença de seus titulares;
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione
repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva
praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da
atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser
atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou
empregado;
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou
possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva
comparecer, desde que munido de poderes especiais;
VI - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de
quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente
de licença;
VII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e
gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente
marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;
VIII - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso
ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em
instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze
minutos, salvo se prazo maior for concedido; (Vide ADIN
1.127-8) (Vide ADIN 1.105-7);
IX - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou
tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco
ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que
influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura
que lhe forem feitas;
X - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante
qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de
preceito de lei, regulamento ou regimento;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 140

XI - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão


de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder
Legislativo;
XII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no
exercício da profissão ou em razão dela;
XIII - usar os símbolos privativos da profissão de
advogado;
XIV - recusar-se a depor como testemunha em processo no
qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com
pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou
solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua
sigilo profissional;
XV - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando
pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado
e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva
presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo.
XVI - assistir a seus clientes investigados durante a
apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou
derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso
da respectiva apuração apresentar razões e quesitos;

21.6 - Os exames de autos


I - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e
Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de
processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não
estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias,
podendo tomar apontamentos;
II - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças
e tomar apontamentos;
III - examinar, em qualquer instituição responsável por
conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e
de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento,
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 141

ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar


apontamentos, em meio físico ou digital;
Neste caso, a autoridade competente poderá delimitar o
acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a
diligências em andamento e ainda não documentados nos autos,
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia
ou da finalidade das diligências.
Na inobservância aos direitos do advogado, o fornecimento
incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a
retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará
responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do
responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de
prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito
subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz
competente.
IV - ter vista dos processos judiciais ou
administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição
competente, ou retirá-los pelos prazos legais;
V - retirar autos de processos findos, mesmo sem
procuração, pelo prazo de dez dias;
Não se aplica:
1) aos processos sob regime de segredo de justiça;
2) quando existirem nos autos documentos originais de
difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que
justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou
repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado,
proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da
parte interessada;
3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver
deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o
fizer depois de intimado.
Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar
procuração para o exercício dos direitos de examinar autos.

21.7 - Inviolabilidade e imunidade da advocacia


Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 142

O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por


motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável.
O advogado tem imunidade profissional, não constituindo
injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de
sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele,
sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos
excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8)
O advogado deve ter respeitada, em nome da liberdade de
defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu
escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua
correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou
afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por magistrado
e acompanhada de representante da OAB;
A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho,
bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência
escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas
ao exercício da advocacia.
Presentes indícios de autoria e materialidade da prática
de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente
poderá decretar a quebra da inviolabilidade, em decisão motivada,
expedindo mandado de busca e apreensão, específico e
pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB,
sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos,
das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado
averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que
contenham informações sobre clientes.
Tal ressalva não se estende a clientes do advogado
averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus
partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa
à quebra da inviolabilidade.

21.7 - A Defesa Judicial das Prerrogativas


Compete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho
Seccional ou da Subseção, ao tomar conhecimento de fato que possa
causar, ou que já causou, violação de direitos ou prerrogativas da
profissão, adotar as providências judiciais e extrajudiciais
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 143

cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua


plenitude, inclusive mediante representação administrativa.
O Presidente pode designar advogado, investido de poderes
bastantes, para a defesa das prerrogativas
Sem prejuízo da atuação de seu defensor, contará o
advogado com a assistência de representante da OAB nos inquéritos
policiais ou nas ações penais em que figurar como indiciado,
acusado ou ofendido, sempre que o fato a ele imputado decorrer do
exercício da profissão ou a este vincular-se.
Compete ao Presidente do Conselho ou da Subseção
representar contra o responsável por abuso de autoridade, quando
configurada hipótese de atentado à garantia legal de exercício
profissional.

21.8 – Desagravo Publico


O inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente em
razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem
direito ao desagravo público promovido pelo Conselho competente,
de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa.
Compete ao relator, convencendo-se da existência de prova
ou indício de ofensa relacionada ao exercício da profissão ou de
cargo da OAB, propor ao Presidente do Conselho que solicite
informações da pessoa ou autoridade ofensora, no prazo de quinze
dias, salvo em caso de urgência e notoriedade do fato.
O relator pode propor o arquivamento do pedido se a
ofensa for pessoal, se não estiver relacionada com o exercício
profissional ou com as prerrogativas gerais do advogado ou se
configurar crítica de caráter doutrinário, político ou religioso.
Recebidas ou não as informações e convencendo-se da
procedência da ofensa, o relator emite parecer que é submetido ao
Conselho.
Em caso de acolhimento do parecer, é designada a sessão
de desagravo, amplamente divulgada.
Na sessão de desagravo o Presidente lê a nota a ser
publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades e
registrada nos assentamentos do inscrito.
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Ocorrendo a ofensa no território da Subseção a que se


vincule o inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida pela
diretoria ou conselho da Subseção, com representação do Conselho
Seccional.
O desagravo público, como instrumento de defesa dos
direitos e prerrogativas da advocacia, não depende de concordância
do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a
critério do Conselho.
Compete ao Conselho Federal promover o desagravo público
de Conselheiro Federal ou de Presidente de Conselho Seccional,
quando ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos e
ainda quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave
violação às prerrogativas profissionais, com repercussão nacional.
O Conselho Federal indica seus representantes para a
sessão pública de desagravo, na sede do Conselho Seccional, salvo
no caso de ofensa à Conselheiro Federal.

DEFENSORIA PÚBLICA – CABIMENTO DE DESAGRAVO CONTRA DEFENSOR PÚBLICO –


TEMA QUE REFOGE À COM PETÊNCIA DO TED I – QUESTÃO QUE CABE À COMISSÃO DE
PRERROGATIVAS – EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ADVOCACIA POR DEFENSORES
PÚBLICOS NO ÂMBITO DE SUAS ATRIBUIÇÕES INSTITUCIONAIS – SUJEIÇÃO AO EAOAB E
AO CED – INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS
SOBRE O TEMA.
A Defensoria Pública está inserida no mesmo tópico que a CF reservou à advocacia e o dispositivo
legal que a regula, o art. 134, § 1º, da CF, estatui, “a contrário sensu”, que o Defensor Público
exerce profissionalmente a advocacia destinada aos hipossuficientes. A legislação complementar
infraconstitucional, seja no plano federal, do Distrito Federal e dos territórios (LC 80/1994) seja no
plano estadual (LCE/SP 988/2006), não apenas traz previsão idêntica à CF, como alude à atividade
do Defensor Público como advocacia. A legislação supra mencionada, em conformidade com o
comando constitucional, exige, para inscrição no concurso e posse no cargo de Defensor Público, a
inscrição na OAB, razão pela qual, sob pena de irremediável contradição, que a lógica e o bom
senso repugnam, o Defensor Público está sujeito ao EAOAB e ao CED. A reserva constitucional à
lei complementar e a referência à independência funcional e administrativa, previstas no art. 134,
§§ 1º e 2º, da CF, dizem respeito à organização da Defensoria Pública do ponto de vista
administrativo e não ao exercício profissional da advocacia, o que é reforçado pelo fato das leis
complementares federal e estadual não tratarem das questões ético-profissionais, que são reguladas
pelo EAOAB e pelo CED. Não há, assim, antinomia entre as leis complementares acima referidas e
o EAOAB/CED. Pode-se afirmar, assim, com toda a segurança e com todo o rigor, que o Defensor
Público, no exercício profissional da advocacia vinculada à função que exerce, está sujeito ao
EAOAB e ao CED. Inteligência dos arts. 134, §§ 1º e 2º da CF, dos arts. 26, 26-A, 46, 71, 91, 105,
130, I, da LC 80/1994, dos arts. 97 e 165, II, da LCE/SP nº 988/2006, e dos arts. 3º, 29 e 33 do
EAOAB. Proc. E-3.861/2010 – v.u., em 15/04/2010, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO DE
SOUZA RAMACCIOTTI – Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS
DA SILVA.

22.0 - AS RELAÇÕES COM O CLIENTE


Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 145

O advogado deve informar o cliente, de modo claro e


inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das
consequências que poderão advir da demanda. Deve, igualmente,
denunciar, desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio,
qualquer circunstância que possa influir na resolução de submeter-
lhe a consulta ou confiar-lhe a causa.
As relações entre advogado e cliente baseiam-se na
confiança recíproca. Sentindo o advogado que essa confiança lhe
falta, é recomendável que externe ao cliente sua impressão e, não
se dissipando as dúvidas existentes, promova, em seguida, o
substabelecimento do mandato ou a ele renuncie.
O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da
parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que
lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias
do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à
estratégia traçada.
A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou
não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente
bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda
estejam em seu poder, bem como a prestar-lhe contas,
pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares
que se mostrem pertinentes e necessários.
Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se
cumprido e extinto o mandato.
O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as
causas sob seu patrocínio, sendo recomendável que, em face de
dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a
providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.
A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do
motivo que a determinou, fazendo cessar a responsabilidade
profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o
prazo previsto em lei.
A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por
danos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 146

O advogado não será responsabilizado por omissão do


cliente quanto a documento ou informação que lhe devesse fornecer
para a prática oportuna de ato processual do seu interesse.
Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional,
ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não
podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses
opostos.
Sobrevindo conflitos de interesse entre seus
constituintes e não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-
lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos,
renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional.
O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-
cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve
resguardar o sigilo profissional.
Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa
contrária à validade ou legitimidade de ato jurídico em cuja
formação haja colaborado ou intervindo de qualquer maneira; da
mesma forma, deve declinar seu impedimento ou o da sociedade que
integre quando houver conflito de interesses motivado por
intervenção anterior no trato de assunto que se prenda ao
patrocínio solicitado.
É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal,
sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado.
Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao
advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja
concedido tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana,
sob a égide das garantias constitucionais.
O advogado não se sujeita à imposição do cliente que
pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem fica na
contingência de aceitar a indicação de outro profissional para com
ele trabalhar no processo.
É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo,
simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente.

23.0 - RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS, AUTORIDADES,


SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 147

Não há hierarquia nem subordinação entre advogados,


magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-
se com consideração e respeito recíprocos.
As autoridades, os servidores públicos e os serventuários
da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão,
tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições
adequadas a seu desempenho.
O advogado observará, nas suas relações com os colegas de
profissão, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e
terceiros em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com
respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará seus
direitos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento de todos
com quem se relacione.
O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma
forma, nos atos e manifestações relacionados aos pleitos
eleitorais no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil.
No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da
instituição, adotar-se-ão as medidas cabíveis, instaurando-se
processo ético-disciplinar e dando-se ciência às autoridades
competentes para apuração de eventual ilícito penal.
Consideram-se imperativos de uma correta atuação
profissional o emprego de linguagem escorreita e polida, bem como
a observância da boa técnica jurídica.
O advogado que se valer do concurso de colegas na
prestação de serviços advocatícios, seja em caráter individual,
seja no âmbito de sociedade de advogados ou de empresa ou entidade
em que trabalhe, dispensar-lhes-á tratamento condigno, que não os
torne subalternos seus nem lhes avilte os serviços prestados
mediante remuneração incompatível com a natureza do trabalho
profissional ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de
Honorários que for aplicável.
Quando o aviltamento de honorários for praticado por
empresas ou entidades públicas ou privadas, os advogados
responsáveis pelo respectivo departamento ou gerência jurídica
serão instados a corrigir o abuso, inclusive intervindo junto aos
demais órgãos competentes e com poder de decisão da pessoa
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 148

jurídica de que se trate, sem prejuízo das providências que a


Ordem dos Advogados do Brasil possa adotar com o mesmo objetivo.

24.0 - SIGILO PROFISSIONAL


O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que
tome conhecimento no exercício da profissão.
O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado
tenha tido conhecimento em virtude de funções desempenhadas na
Ordem dos Advogados do Brasil.
O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de
solicitação de reserva que lhe seja feita pelo cliente.
Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer
natureza entre advogado e cliente.
O advogado, quando no exercício das funções de mediador,
conciliador e árbitro, se submete às regras de sigilo
profissional.
O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias
excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave
ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.
O advogado não é obrigado a depor, em processo ou
procedimento judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a
cujo respeito deva guardar sigilo profissional.

SIGILO PROFISSIONAL – TESTEMUNHO EM AÇÃO TRABALHISTA ENVOLVENDO CLIENTE –


INVOCAÇÃO DE SIGILO PROFISSIONAL – PRECEDENTES.
Qualquer processo relacionado com cliente ou ex-cliente. Somente poderá quebrar o sigilo em
situações excepcionais, sempre restritos ao interesse da causa. Não há qualquer óbice em
depoimento por advogado no processo em que figure como parte cliente ou ex-cliente, desde que
não guarde relação com as causas que foram patrocinadas pelo profissional. Também é previsto,
ainda, que o advogado possa depor a respeito das confidências trazidas pelo seu constituinte,
exclusivamente nos limites da necessidade da defesa, desde que autorizado por este (artigo 27 do
atual Código de Ética e Disciplina da OAB). Precedentes: E-2.846; E-2.969; E-3.846, E-4.037 e E-
4.452/2014. Proc. E-4.592/2016 - v.u., em 25/02/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. SYLAS KOK
RIBEIRO - Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

SIGILO PROFISSIONAL – PATROCÍNIO DE AÇÃO PARA ALTERAÇÃO DE


REGULAMENTAÇÃO DE VISITA PARA EX-CLIENTE – ADVOGADO QUE ATUOU PARA O
CASAL EM SEPARAÇÃO ENCERRADA HÁ APROXIMADAMENTE TRÊS ANOS –
POSSIBILIDADE, SE MANTIDO O SIGILO – CASO CONCRETO – RESPOSTA EM TESE.
Nos termos do art. 20 do Código de Ética e Disciplina de 1995, o advogado deverá manter sigilo
das informações confidenciais que tomou conhecimento ao atuar para o casal em ação de
separação, guarda de menor e alimentos. Procurado pela ex-cliente (mãe do menor) para que
proceda à revisão das visitas contra o ex-companheiro e ex-cliente, poderá atuar desde que mantido
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 149

o sigilo das informações confidenciais a que teve acesso por intermédio da outra parte. Havendo
necessidade de se revelar fatos sigilosos para uma defesa eficiente e rigorosa dos interesses de sua
cliente, deverá o advogado recusar o patrocínio da ação. Proc. E-4.6702016 - v.m., em 16/06/2016,
do parecer e ementa do Rel. Dr. GUILHERME MARTINS MALUFE - Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES
CORRÊA MEYER - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

PREPOSTO – EX-EMPREGADO QUE TRABALHAVA NO DEPARTAMENTO JURÍDICO –


IMPEDIMENTO PERENE DE ADVOGAR CONTRA EX-EMPREGADORA NA ESFERA
TRABALHISTA – MANUTENÇÃO DO SIGILO DOS ASSUNTOS QUE CONHEÇA EM RAZÃO DE
CARGO NAS DEMAIS ÁREAS.
O ex-empregado que atua no departamento jurídico, ainda que não exercendo a função de
advogado, mas como tarefas administrativas/jurídicas, tais como escolher testemunhas, documentos
para instruir defesas, análise e alterações de teses de defesas preparadas por escritórios
terceirizados e, em especial, exercendo com regularidade a função de preposto na Justiça do
Trabalho, tem conhecimento de todos os fatos, sujeito à pena de confissão. Nestas condições, fica
impedido de advogar contra a ex-empregadora na Justiça do Trabalho e este impedimento passa a
ser perpétuo. Nas demais áreas, obriga-se ao sigilo e jamais poderá utilizar qualquer informação
obtida em razão da relação empregatícia mantida com a ex-empregadora, na defesa dos interesses
desta, nos termos do que dispõe o artigo 19, 20, 25,26,27 do CED, e sujeito à infração disciplinar
nos termos do artigo 34, inciso VII. Precedentes: E-3.982/11; E-3.930/10; E- 4.117/12; E-4.042/11;
E-3.262/05. Proc. E-4.512/2015 - v.u., em 21/05/2015, do parecer e ementa da Rel. Dra. MARCIA
DUTRA LOPES MATRONE - Rev. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Presidente Dr. CARLOS
JOSÉ SANTOS DA SILVA.

CONFLITO DE INTERESSES – PATROCÍNIO SIMULTÂNEO – NÃO OCORRÊNCIA –


NECESSIDADE DE RENÚNCIA DO MANDATO – RESGUARDO DE INFORMAÇÕES
SIGILOSAS.
. Não comete infração ética o advogado que passa a atuar em favor de empresa contra a qual já
tenha ajuizado demanda anteriormente, em outras causas que não guardam relação com esta,
envolvendo terceiros, desde que renuncie ao mandato outorgado pelo cliente para quem atuou
naquela ação, resguardando, eternamente, o sigilo profissional e abstendo-se de utilizar
informações confidenciais ou privilegiadas a que tenha tido acesso, relativamente a ambos os
clientes. Proc. E-4.492/2015 - v.u., em 18/06/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO
TEIXEIRA OZI - Rev. Dr. JOÃO LUIZ LOPES - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

SIGILO PROFISSIONAL DO ADVOGADO – POSSIBILIDADE DE QUEBRA EM FACE DE


DIREITO PESSOAL VIOLADO – DIREITO A VIDA, A HONRA OU MEDIANTE AFRONTA DE
SEU CLIENTE – INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 25 A 27 DO CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
DA OAB – ADVOGADO QUE PROMOVE AÇAO CONTRA ADVOGADO NÃO COMETE
INFRAÇÃO ÉTICA SALVO SE TIVER CIÊNCIA DE FATOS INVERIDICOS EM QUE A AÇÃO
FUNDAMENTOU.
O Código de Ética e Disciplina da OAB, em seu capítulo III, do art. 25 a 27, regula o sigilo
profissional do Advogado. Reza o art. 25 que este sigilo é inerente à profissão e deve ser cumprido,
salvo sob grave ameaça a direitos a vida, a honra, ou sob afronta de seu constituinte, onde deva
revelar segredo profissional, ainda assim restringindo-se ao interesse da causa. O advogado pode
quebrar o sigilo quando se vê afrontado por fatos inverídicos alegados por seu ex- cliente em
medida judicial contra o advogado proposta. Comete infração ética o advogado que sabe destes
fatos narrados em face de ter intermediado a relação entre ambos e se encontra revestido dos
segredos a ele confiados. Advogado que promove medida judicial contra colega em face da
representação outorgada por seu cliente, e diante dos fatos a ele narrados e confiados, age dentro
dos limites de seu oficio e não comete infração ética, salvo se ciência tiver da não veracidade dos
fatos narrados. Precedentes: E-1.797; E- 2.345; E-1.169; E- 1.431; E-1.965; 2.070; E- 2.499; E-
2.531; E- 2.846; E- 2.969; E- 3.846; E- 4.037/2011.
Proc. E-4.542/2015 - v.m., em 20/08/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE
ZALAF - Rev. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA
SILVA.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 150

25.0 - A PUBLICIDADE PROFISSIONAL


A publicidade profissional do advogado tem caráter
meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade,
não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da
profissão.
São vedados como meios para a publicidade profissional:
I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema
e televisão;
II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas
assemelhadas de publicidade;
III - as inscrições em muros, paredes, veículos,
elevadores ou em qualquer espaço público;
IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com
a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e
outras;
V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e
telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos
ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual
participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação
de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail;
VI - a utilização de mala direta, a distribuição de
panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de
captação de clientela.
VII - referência, direta ou indireta, a qualquer cargo,
função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha
exercido;
VIII - emprego de orações ou expressões persuasivas, de
auto engrandecimento ou de comparação;
IX - divulgação de valores dos serviços, sua gratuidade
ou forma de pagamento;
X - oferta de serviços em relação a casos concretos e
qualquer convocação para postulação de interesses nas vias
judiciais ou administrativas;
XI - veiculação do exercício da advocacia em conjunto com
outra atividade;
XII - informações sobre as dimensões, qualidades ou
estrutura do escritório;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 151

XIII - informações errôneas ou enganosas;


XIV - promessa de resultados ou indução do resultado com
dispensa de pagamento de honorários;
XV - menção a título acadêmico não reconhecido;
XVI - emprego de fotografias e ilustrações, marcas ou
símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia;
XVII - utilização de meios promocionais típicos de
atividade mercantil.
Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios
de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis
luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que discretos e
sóbrios.

PUBLICIDADE – IMODERAÇÃO.
Advogado que pretende ligar para empresas e dar publicidade a causas patrocinadas vitoriosas.
Finalidade que aberra do conteúdo informativo das comunicações profissionais. Violação dos
artigos 33, parágrafo único e 34, inciso IV do Estatuto; artigos 5º da Resolução 94/2000.
Precedente – E-2.946/2004.Proc. E- 4.054/2011 - v.u., em 24/11/2011, do parecer e ementa do Rel.
Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI - Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF, Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE. CORRESPONDÊNCIA ENCAMINHADA POR MALA DIRETA À COLEGAS


ADVOGADOS. OFERTA DE SERVIÇOS PROCESSUAIS. COLOCAÇÃO DE CARTAZ
OFERECENDO TAIS SERVIÇOS NAS CASAS E SALAS DE ADVOGADOS.
1. Não infringe a ética profissional, o encaminhamento de correspondência através de mala-direta à
colegas advogados, oferecendo serviços de acompanhamento de processos e outros correlatos, a
teor do disposto no artigo 3º, letra 'd' e parágrafos 1º e 2º do Provimento nº 94/2000, do Conselho
Federal da OAB. Precedentes E-2231/2000, E-2475/2001 e E-2852/2003.
2.- Não poderá, porém, o advogado solicitar a afixação de cartaz, ofertando os mesmos serviços, em
locais visíveis das Salas ou Casa dos Advogados, por infringir normas de natureza ética e o
posicionamento deste Tribunal, no sentido de que sua utilização, além de abrir exceção para que
todos os advogados possam faze-lo, ainda ser entendida como referendada pela Presidência e
Diretoria das Subseções. Precedentes E-1663/1998, E-2446/2001 e 2923/2004. V.U., em
16/06/2005, do parecer e ementa do Rel. Dr. GUILHERME FLORINDO FIGUEIREDO - Rev. Dr.
MARIA DO CARMO WHITAKER - Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE.

PUBLICIDADE – CARGOS E FUNÇÕES DE ADVOGADO PERANTE A ORDEM DOS


ADVOGADOS DO BRASIL – MENÇÃO A ESTES NA PUBLICIDADE DO ESCRITÓRIO –
“MUNUS” CORPORATIVO HONROSO – POSSIBILIDADE DESDE QUE DE FORMA
OBJETIVA, DISCRETA E SOBRIA – CARTÃO DE VISITA INSTITUCIONAL E PRIVATIVO –
DISTINÇÕES E LIMITES ÉTICOS A SEREM OBSERVADOS.
O novo Código de Ética não veda ao advogado em sua publicidade mencionar cargos e funções que
tenha exercido ou exerça perante a OAB, desde que destituído de informações errôneas ou
enganosas. Este componente publicitário – divulgação das informações objetivas do advogado, aí
incluído seu currículo – desde que discreto e sóbrio, não configura captação de clientela ou
mercantilização da profissão, mas espelha o que o profissional grampeou ao longo de sua vida
privada e profissional, sendo justo apresentar os frutos de seu labor , nos limites previstos na
normatização interna. Os cartões ditos institucionais são utilizados quando o advogado exercente de
cargo perante a OAB apresenta-se oficialmente, quer no âmbito interno, perante seus pares, quer no
externo, perante autoridades públicas e privadas mas sempre no exercício da função institucional,
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 152

descabendo sua utilização fora deste universo, devendo ser emitido pela própria Ordem ou com
autorização desta. Exegese dos artigos 39, VIII c.c. art. 44 no novo Código de Ética, artigo 3º, “f”
do Provimento 94/2000 do Conselho Federal da OAB e no Direito Comparado, artigos 25, 94,
tópico 2, g, tópico 3 b, e, i do Estatuto da Ordem dos Advogados de Portugal. Proc. E-4.630/2016 -
v.m., em 26/04/2016, do parecer e ementa do julgador Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE, vencido o
Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente
Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

PUBLICIDADE – PATROCÍNIO DE TIME DE FUTEBOL MEDIANTE ESTAMPA DE


LOGOMARCA NA CAMISA DA EQUIPE – INADMISSIBILIDADE.
O patrocínio de time de futebol por sociedade de advogados, mediante estampa de logomarca em
camisa da equipe, transparece imodicidade. É meio equivalente a anúncio público em local de
evento esportivo, muitas vezes reproduzido em televisão, com o fim precípuo de captação de
clientela. É meio promocional típico de atividade mercantil, expressamente vedado pelo art. 4º, “l”
do Provimento 94/2000 e do art. 5º do CED. A conduta não é mera publicidade, mas estratégia de
marketing de patrocínio esportivo, sem a discrição e sobriedade próprias da atividade advocatícia,
com elevado potencial de angariar clientela por motivos eminentemente passionais. Vedação ética.
Proc. E-4.621/2016 - v.u., em 26/04/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO PEREZ
SALUSSE - Rev. Dr. GUILHERME MARTINS MALUFE - Presidente Dr. PEDRO PAULO
WENDEL GASPARINI

SÍMBOLOS DA ADVOCACIA – IDENTIDADE VISUAL DOS ADVOGADOS E DAS SOCIEDADES


DE ADVOGADO – DISTINÇÕES – VEDAÇÃO DE USO DAQUELES PRIVATIVOS DA ORDEM
DOS ADVOGADOS DO BRASIL E DOS OFICIAIS DOS ENTES PÚBLICOS – FIXAÇÃO DE
PARÂMETROS ÉTICOS.
Perdeu-se excelente oportunidade, no novo Código de Ética, para regular explicitamente a
identidade visual dos advogados, conquanto o legislador, ao contrário, não apenas ficou silente,
como excluiu a parte final do artigo 31 do “Codex” anterior que veda ao advogado o uso dos
símbolos oficiais e dos que sejam utilizados pela Ordem. Como o próprio Estatuto, Regulamento
Geral e Provimento nº 94/2000 também não abordam diretamente a questão da “identidade visual”,
apenas considerando como lícitos os meios publicitários compatíveis com a sobriedade da
advocacia e que tenham caráter informativo, não mercantilista, os advogados irão encontrar
balizamento ético através dos pareceres elaborados pelo Tribunal Deontológico da OAB/SP.
Sumulando, pode o advogado, individualmente ou em sociedade, criar sua identidade visual,
utilizando, isoladamente ou em conjunto, símbolo (figura gráfica) e logotipo (letras), formando
assim sua “assinatura institucional”, desde que de forma discreta, sóbria e com finalidade
meramente informativa, não mercantilista, em seus impressos, cartões, placas e demais formas de
publicidade permitidos. É vedado o uso dos símbolos e identidade visual exclusivos da OAB, bem
como os da União e demais entes públicos, como brasões, bandeiras e congêneres. Os símbolos
privativos do advogado, que não se confundem com sua identidade visual, consagrados em nossa
jurisprudência interna e na escassa normatização, são apenas a beca, as insígnias que a
acompanham, e a balança, ainda que não de uso exclusivo. Exegese dos artigos 7º, XVIII, 31º, 44º -
§2º, 54º, X, 89º - XXIII do Estatuto, artigo 25, IX do Regulamento da Ordem dos Advogados do
Brasil, Resolução 02/92 art. 4º do TED, Código de Ética e Disciplina art. 31, Provimento nº 8/1964,
Provimento 94/2000 art. 4º, K. Precedentes: E–1.148/1994, E–4.485/2015 e E–3.048/2004. Proc. E-
4.649/2016 - v.u., em 16/06/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE -
Rev. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

VEICULAÇÃO DE PUBLICIDADE – TV LOTÉRICA – IMPOSSIBILIDADE – CAPTAÇÃO DE


CLIENTELA.
A veiculação pela TV Lotérica, de publicidade informativa ofertada ao público em geral, no que
toca à legislação de natureza ética vigente, além de expressamente proibida, caracteriza-se mais
como publicidade visando alcançar maior renda, do que ofertar a cultura do conhecimento às
populações desinformadas, como pretende fazer crer o consulente. Proc. E-4.666/2016 - v.u., em
16/06/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Rev. Dr.
CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 153

PUBLICIDADE – FACEBOOK – PÁGINA DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA – POSSIBILIDADE


– DISCRIÇÃO E MODERAÇÃO – MESMOS PARÂMETROS ÉTICOS APLICÁVEIS À MÍDIA
IMPRESSA – NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA INICIATIVA DE CONSULTA DO CLIENTE
– VEDAÇÃO DE PROMOÇÃO PESSOAL – CONTEÚDO INFORMATIVO E CIENTÍFICO.
Todas as diretrizes postas para disciplinar o uso da propaganda e anúncios do exercício da
advocacia se aplicam a qualquer meio de comunicação, a todos os tipos de mídia informativa, seja
ela impressa ou digital. As redes sociais disponibilizam o conteúdo antes acessível pela mídia
impressa ou nos sites depositados nas plataformas da internet. As mídias sociais também se utilizam
de ferramenta que depende que o usuário escolha se conectar ao profissional ou a sociedade de
advogados, na qualidade de seguidor, condição essa que pode ser revertida também por iniciativa
unilateral do usuário. Viabilidade de utilização dessa mídia de acordo com os princípios éticos já
aplicáveis à advocacia. Precedente: E-4.176/2012. Proc. E-4.685/2016 - v.u., em 25/08/2016, do
parecer e ementa da Rel. Dra. CRISTIANA CORREA CONDE FALDINI - Rev. Dr. FÁBIO
TEIXEIRA OZI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

FACEBOOK – CRIAÇÃO DE PÁGINA COM OFERECIMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS SEM


IDENTIFICAÇÃO DE ADVOGADO OU SOCIEDADE DE ADVOGADOS – NOME DA PÁGINA
QUE VISA A CAPTAÇÃO DE CLIENTELA – CARÁTER NITIDAMENTE MERCANTILISTA –
INFRAÇÃO ÉTICA – DISPONIBILIZAÇÃO DO VALOR DOS SERVIÇOS JURÍDICOS –
IMPOSSIBILIDADE – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DOS PARÂMETROS ÉTICOS
ESTABELECIDOS NO PROVIMENTO 94/2000 E NO CED.
Possível a criação de página no Facebook por advogado ou sociedade de advogados, mas desde que
com identificação do profissional e respeitados os ditames do Provimento 94/2000 e artigos 39 a 47
do Novo CED. A publicidade, em qualquer meio de veiculação, não pode visar a captação de
clientela, não deve ter viés mercantilista. Deve ser sóbria, moderada, meramente informativa,
preservando a dignidade da profissão, com a identificação do advogado ou escritório de advocacia,
sendo expressamente vedada a disponibilização do valor dos serviços jurídicos. Precedentes: E-
4.176/2012 e E-4.278/2013. E-4.691/2016 - v.u, em 22/09/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr.
FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. EDUARDO AUGUSTO ALCKMIN JACOB - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

PUBLICIDADE – USO DE PLACA NA FACHADA DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA –


POSSIBILIDADE – INEXISTÊNCIA DE OBRIGATORIEDADE.
O uso da placa identificativa das atividades de advogado na fachada de escritório de advocacia é
meramente facultativo, em razão da ausência de norma que exija sua utilização obrigatória.
Inteligência dos artigos 39 e 40 do CED, do Provimento 94/00 e da Resolução 2/92. A ausência de
placa identificativa na sede do escritório, no entanto, não pode servir para violação, pelo advogado,
do quanto disposto na Resolução 13/1997 do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP, segundo a
qual é vedado o exercício da advocacia no mesmo local ou em conjunto com outra atividade.
Proc. E-4.722/2016 - v.u, em 27/10/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI,
Rev. Dr. EDUARDO PEREZ SALUSSE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

PUBLICIDADE – ADVOGADO – MEMBRO DE COMISSÃO DA OAB – MENCIONAR TAL


CARGO EM SUAS PETIÇÕES – IMPOSSIBILIDADE – VEDAÇÃO ÉTICA – PRECEDENTES.
O advogado não pode mencionar em suas petições o cargo que ocupa perante a OAB. Somente
poderá identificar-se como tal quando estiver atuando em nome da entidade. Tal condição
temporária não pode servir de captação indevida de clientela nem mesmo como autopromoção. A
utilização do título “Doutor” antes do nome do advogado não é considerada infração ética, mas é
desaconselhável quando o profissional não possuir tal título. Precedentes: E-110; E-3.900/2010; E-
4.383/2014 e E-3.652/2008. Proc. E-4.464/2015 - v.u., em 12/02/2015, do parecer e ementa do Rel.
Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Rev. Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – ANÚNCIO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS – OFERECIMENTO DE SERVIÇOS


– GRATUIDADE – NÃO IDENTIFICAÇÃO DO ADVOGADO E SEU NÚMERO DE INSCRIÇÃO
NA OAB – VEDAÇÃO ÉTICA.
É possível o anúncio publicitário pelos advogados, desde que respeitados os artigos 28 a 31 do CED
e o Provimento nº 94/2000 do Conselho Federal. O anúncio deve ser meramente informativo,
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 154

contendo obrigatoriamente o nome e inscrição do advogado. Vedado o emprego de expressões


persuasivas e menção à gratuidade ou forma de pagamento. Captação de clientela e
mercantilização vedadas expressamente pelo art. 7º do CED. A moderação e a discrição são
essências para que se zele pela nobreza da profissão. Proc. E-4.468/2015 - v.u., em 02/02/2015, do
parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. JOÃO LUIZ LOPES - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – ANÚNCIOS EM SACOS DE PÃES, SACOLAS DE SUPERMERCADO –


VEDAÇÃO ÉTICA – ANÚNCIOS EM JORNAL LOCAL – POSSIBILIDADE DESDE QUE
RESPEITADOS OS REGRAMENTOS DOS CED, RESOLUÇÃO 02/2000 DA PRIMEIRA TURMA E
PROVIMENTO 94/2000 DO CONSELHO FEDERAL DA OAB.
Não há duvida que o Código de Ética e Disciplina permite a publicidade dos serviços profissionais
do advogado, desde que respeitados rigidamente os limites impostos pelos Código de Ética e
Disciplina (artigo 5º., 7º. e artigos 28 a 34), Resolução no. 02/92 do Tribunal de Ética e Disciplina e
Provimento 94/2000 do Conselho Federal da OAB. O anúncio deve, portanto, obedecer aos critérios
de moderação, discrição e sobriedade da profissão e ter caráter meramente informativo, sem
qualquer tipo de conotação mercantilista. No entanto, a propaganda em saco de pães e sacolas de
supermercado, por evidência, tem cunho exclusivamente mercantilista para captação indevida de
clientela da padaria e do supermercado e, principalmente, denigre a dignidade da advocacia que é
incompatível com a mercantilização, sendo absolutamente vedada. Proc. E-4.474/2015 - v.u., em
19/03/2015, do parecer e ementa da Rel. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES - Rev. Dr.
FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PATROCINIO – CÃOMINHADA – POSSIBILIDADE – CONTRAPARTIDA PUBLICITÁRIA COM


INSERÇÃO DE LOGOTIPO EM CAMISETA – IMODERAÇÃO E ANTIETICIDADE.
A inserção de logotipo na camiseta se caracteriza por imoderada, atingindo público irrestrito,
levando a presumida captação de clientela ainda que este não fosse o objetivo da ação,
caracterizando antieticidade na conduta, já que as camisetas serão distribuídas a público irrestrito
e são bens com certa durabilidade que levariam aqueles que participaram do evento e, portanto,
presumidamente “amantes dos animais” a desenvolver maior apreço aos patrocinadores da
“Cãominhada”, o que de “per si” já poderia ser entendido como captação indevida, vez que a
atividade advocatícia deve ser reconhecida pela competência e conhecimento jurídico do
advogado/sociedade de advogados, sua capacidade de inspirar confiança e assegurar segurança
aos clientes na aplicação do direito e, não, decorrente de publicidade ou patrocínio de eventos.
. Proc. E-4.459/2014 - v.u., em 16/04/2015, do parecer e ementa da Rel. Dra. RENATA
MANGUEIRA DE SOUZA - Rev. Dr. SÉRGIO KEHDI FAGUNDES - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – CONSULTA SOBRE PRODUÇÃO DE LIVRO DE COMEMORAÇÃO DE


ANIVERSÁRIO DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA – POSSIBILIDADE – MENÇÃO, NO LIVRO, A
NOMES, DEPOIMENTOS E HISTÓRIAS DE CLIENTES E EX-CLIENTES, COM PRÉVIA
ANUÊNCIA – VEDAÇÃO ÉTICA – UTILIZAÇÃO DE FOTOGRAFIAS DE CLIENTES E EX-
CLIENTES NO LIVRO E ENTREGA DO LIVRO A CLIENTES E EX-CLIENTES – NECESSIDADE
DE ADEQUAÇÃO.
Não há óbice ético a que um escritório de advocacia produza livro de comemoração ao seu
aniversário, desde que seu conteúdo tenha finalidade informativa sobre dados objetivos e
verdadeiros a respeito dos serviços de advocacia que se propõe, sempre com discrição e moderação,
respeitados os limites estabelecidos no Código de Ética. No livro a ser produzido, não poderá haver
a utilização de depoimentos e histórias, tampouco citação de nome de cliente ou ex-cliente, ainda
que exista prévia anuência, eis que existe expressa vedação legal a tanto, dado que a iniciativa
potencializa a possibilidade de captação indevida de clientes e causas e concorrência desleal.
Quanto à utilização de fotografias, o Código de Ética determina sejam compatíveis com a
sobriedade da advocacia. Dada a impossibilidade de menção a nomes de clientes e ex-clientes,
parece sem sentido fazer constar do livro a fotografia dos mesmos, ainda que, a priori, a prática não
possa ser tida como incompatível com a sobriedade da advocacia. Desde que o livro esteja de
acordo com o regramento e os limites éticos para a publicidade do advogado, não haverá
impedimento a que seja distribuído a clientes e ex-clientes. Inteligência dos artigos 28 e seguintes do
CED, do Provimento 94/00 e da Resolução 2/92. Proc. E-4.516/2015 - v.u., em 20/08/2015, do
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 155

parecer e ementa do Rel. Dr. SÉRGIO KEHDI FAGUNDES - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI –
Presidente em exercício Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF.

PUBLICIDADE – USO DE SITE – ADVOGADO AUTÔNOMO QUE ATUA DE FORMA


INDIVIDUAL – UTILIZAÇÃO DA PALAVRA “ADVOGADO” NO SITE E E-MAIL –
POSSIBILIDADE – USO DE LOGOTIPO – POSSIBILIDADE, DESDE QUE RESPEITADOS OS
DITAMES ÉTICOS – DISCRIÇÃO E MODERAÇÃO.
O advogado que atua individualmente pode utilizar-se, em seu site e correio eletrônico, de seu
sobrenome seguido da palavra “advogado”, no singular, uma vez que assim não transmite a idéia
de se tratar de uma sociedade de advogados. Quanto ao logotipo, pode ser usado no site, e-mail,
canetas e bloco de anotações, desde que respeitada a discrição e moderação. O advogado deve zelar
pela nobreza da profissão, sua sobriedade, evitando sua mercantilização. Deve, ainda, obedecer aos
artigos 28 a 31 do CED e Provimento nº 94/2000 do Conselho Federal. Proc. E-4.539/2015 - v.u.,
em 20/08/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. JOÃO LUIZ LOPES
- Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

QUESTIONAMENTOS ACERCA DE FOLHETO PARA DIVULGAÇÃO E PUBLICIDADE COM A


INDICAÇÃO DE WEBSITE, TELEFONES E ENDEREÇO – LIMITES ÉTICOS.
O Tribunal de Ética e Discplina da OAB responde em tese ao consulente orientando-o que é
permitido aos advogados anunciarem seu nome e suas especialidades em folheto onde pode
aparecer o nome do advogado com as respectivas especialidades e endereços, sem, contudo,
aprovar o folheto apresentado, sendo as informações presentes no parecer indicadas apenas para
que seja feita uma análise a título exemplificativo. Referida orientação teve como respaldo a
jurisprudência desta colenda Turma Deontológica que apresentou o mesmo entendimento quanto a
assunto semelhante ao abordado pelo consulente. Proc. E-4.521/2015 - v.m., em 20/08/2015, do
parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA
RAMACCIOTTI – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

SÍTIO ELETRÔNICO – CONSULTAS JURÍDICAS – INDICAÇÃO DE ADVOGADOS


CADASTRADOS COMO DECORRÊNCIA DE CONSULTAS NO SÍTIO – IMPOSSIBILIDADE.
Não há óbice na criação ou desenvolvimento de “sites”, “portais” ou “blogs” por advogados. Já é
tema, pacificado nesta Turma, que quando ditos meios eletrônicos são destinados a informações e
contenham cunho social, devem respeitar e observar as normas estabelecidas no Provimento
94/2000 do Conselho Federal da OAB e nos artigos. 28 a 31 do Código de Ética e Disciplina. Sítios
eletrônicos, portais e “blogs” não se prestam a responder consultas jurídicas. Constitui-se captação
de causas e clientela, como também concorrência desleal. Não é possível, ademais, que tais
perguntas sejam respondidas sem identificação do profissional do direito, sob pena de violação dos
artigos 1º e 14 do Estatuto da Advocacia. Destinar ou dirigir a advogados cadastrados consultas
veiculadas em sítios eletrônicos configura, a um só tempo, inculca, captação indevida de causas e
clientela, concorrência desleal e mercantilização da profissão: artigos 32, 33 e 39 do CED, art. 36, I
DO EOAB e artigos 7º e 8º do Provimento nº 94/2000. Proc. E-4.571/2015 - v.u., em 05/11/2015, do
parecer e ementa do Rel. Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI - Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA
RAMACCIOTTI – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – LAUDÊMIO – DIVULGAÇÃO DE TEXTO NA FORMA DE “MANCHETE”.


Presumida inculcação aos leitores a tirarem suas dúvidas – texto com dados do advogado para
contato – não especificação do meio de divulgação / veiculação do texto – presumido chamariz que
visa captação de clientela constituindo infração ética.
Proc. E-4.573/2015 - v.u., em 05/11/2015, do parecer e ementa da Rel. Dra. RENATA MANGUEIRA
DE SOUZA - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI – Presidente em exercício Dr. CLÁUDIO FELIPPE
ZALAF.

PUBLICIDADE – GOOGLE ADWORDS – EXPRESSÕES DE BUSCA – DIRETRIZES –


PROVIMENTO 94/2000.
Não é necessário que nas expressões de busca no GOOGLE ADWORDS conste o nome do advogado
ou da sociedade de advogados anunciante, desde que estes estejam expressos, juntamente com os
respectivos números de inscrição na OAB, no site do advogado a que as referidas expressões de
busca remetam quem as consulte. A publicidade na advocacia está minuciosamente regulada no
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 156

Provimento 94/2000 do Conselho Federal da OAB, cabendo ao advogado verificar ali se as


expressões de busca que pretende adotar no GOGLE ADWORDS encontram-se entre o que é ou não
permitido em termos de publicidade na advocacia. Proc. E-4.579/2015 - v.u., em 10/12/2015, do
parecer e ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – AFIXAÇÃO DE ADESIVOS NOS VEÍCULOS DE PROPRIEDADE DO


ADVOGADO OU DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS – VEDAÇÃO ÉTICA – PERMISSÃO
APENAS PARA IDENTIFICAÇÃO EM ESTACIONAMENTOS OFICIAIS SEGUNDO MODELO A
SER APROVADO A CRITÉRIO DO CONSELHO SECCIONAL.
A colocação de um logotipo identificando um advogado ou uma sociedade de advogados em um
veículo automotor não tem a finalidade de mostrar que o mesmo pertence ao advogado ou à
sociedade de advogados, mas servir como meio de divulgação do nome do advogado ou da
sociedade de advogados. Em outras palavras, é um meio de publicidade. De acordo com o vigente
Código de Ética e Disciplina da OAB e com o Provimento 94/200 do Conselho Federal, é vedada a
publicidade em veículos automotores por ser um meio de divulgação da atividade em vias públicas.
Após a vigência do novo Código de Ética e Disciplina da OAB, será vedada a publicidade do
advogado por meio de inscrições nos veículos, ficando a critério do Conselho Seccional e segundo
modelo por este aprovado, a afixação de adesivos nos veículos utilizados por advogados ou
sociedades de advogados com a finalidade de facilitar-lhes a identificação em estacionamentos
oficiais. Proc. E-4.583/2015 - v.u., em 10/12/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI - Rev. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – AFIXAÇÃO DE ANÚNCIO DE ADVOGADOS E ESCRITÓRIOS DE


ADVOCACIA EM BANCOS DE PRAÇA PÚBLICA CONTENDO O NOME E AS RESPECTIVAS
ÁREAS DE ESPECIALIDADE – IMPOSSIBILIDADE.
Proibição de veiculação de publicidade em vias públicas. Inteligência do artigo 6º, letra “b”, do
Provimento 94/2000 do Conselho Federal da OAB. Proc. E-4.002/2011 - v.u., em 14/04/2011, do
parecer e ementa do Rel. Dr. FLÁVIO PEREIRA LIMA - Rev. Dr. ZANON DE PAULA BARROS -
Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

25.1 - O advogado perante as mídias


As colunas que o advogado mantiver nos meios de
comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não
deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma,
captação de clientela.
É vedado ao advogado:
I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria
jurídica, nos meios de comunicação social;
II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob
o patrocínio de outro advogado;
III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da
profissão e da instituição que o congrega;
IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de
clientes e demandas;
V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 157

O advogado que eventualmente participar de programa de


televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem
televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para
manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente
ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de
promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre
métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão.
Quando convidado para manifestação pública, por qualquer
modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de
interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido
de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter
sensacionalista.
São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio
de eventos ou publicações de caráter científico ou cultural, assim
como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico,
sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua
circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio
jurídico.
A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios
eletrônicos deverá observar estas diretrizes.
A telefonia e a internet podem ser utilizadas como
veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a
destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento
de serviços ou representem forma de captação de clientela.
As normas sobre publicidade profissional poderão ser
complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar,
observadas as diretrizes do Código De Ética e Disciplina.

PUBLICIDADE E PROPAGANDA IMODERADA. FOTOS EM REVISTA. IMODERAÇÃO E


EXIBICIONISMO.
Advogado que de modo constante e periódico leva noticias aos jornais e revistas publicando notas e
estampando fotografias de modo repetitivo artigos onde ressalta qualidades pessoais e profissionais
adentra no campo da imoderação, merecendo censura. Imoderada conduta de casal que aparece
fotografado em frente ao símbolo as Justiça e enviando aos leitores mensagens de final de ano em
que pese a ausência de menção de suas profissões. Não incorre em infração ética, sociedade de
advogados que publica informes publicitários em jornais e revistas declinando seu registro perante
a entidade de classe, os nomes e registros dos advogados na OAB dentro dos limites estabelecidos
pelo Provimento 94/2.000 do Conselho Federal da OAB. Ocorre imoderação sociedade de
advogados ou escritório de advocacia que aparece am fotos de revistas com a estampa em destaque
"Advocacia", com os nomes e registros da OAB de advogados e estagiários, com mensagens de final
de ano, num sentido de inculca e captação, merecendo censura. Recomenda-se a aplicação do art.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 158

48 do CED. V.M., em 19/05/2005, do parecer e ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF -
Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE.

PUBLICIDADE – MÍDIA DIGITAL – VEÍCULOS DE DIVULGAÇÃO – REDES SOCIAIS E


INTERNET – POSSIBILIDADE – MATERIAL INSTITUCIONAL E JURÍDICO-CIENTÍFICO –
LIMITES ÉTICOS APLICÁVEIS AO CONTEÚDO JÁ CONSOLIDADOS PARA A MÍDIA
IMPRESSA – APROVEITABILIDADE DAS DIRETRIZES JÁ POSTAS NO CÓDIGO DE ÉTICA EM
VIGOR – ESCLARECIMENTOS SOBRE VEÍCULOS DE DIVULGAÇÃO – FACEBOOK, TWITTER,
YOUTUBE – BOM SENSO E SOBRIEDADE ÍNSITOS À PROFISSÃO – PROIBIÇÃO A
CAPTAÇÃO DE CLIENTELA – DISTINÇÃO DE PROPAGANDA E PUBLICIDADE –
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DAS NORMAS – CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOVO
CÓDIGO DE ÉTICA.
Qualquer forma de publicidade que envolva a atividade advocatícia deverá obedecer aos
parâmetros dos artigos 28 a 33 do Código de Ética e Disciplina, do Provimento 94/2000, do
Conselho Federal da OAB, conforme precedentes deste Tribunal. Veiculação de mídia digital em
redes sociais como Facebook e Youtube, quiça twitter, impõe que o acesso e o envio de informações
dependem da iniciativa do próprio usuário e não do advogado. Necessidade de discrição e
moderação. O Provimento n. 94/2000 considera a internet meio lícito para a divulgação publicitária
da advocacia, desde que obedecidos os princípios éticos que regem a publicidade de advogados. A
forma de divulgação não é, por si só, o elemento que predica conduta antiética, mas sim seu
conteúdo. Deve haver moderação do e no local de divulgação, aderentes a sobriedade da profissão.
Youtube é site de compartilhamento de vídeos pelos usuários. Sua utilização submete-se aos mesmos
princípios éticos já balizados e reconhecidos pela Turma Deontológica. Páginas e sites que atingem
grupo indiscriminado violam conduta ética. Precedentes: E-4.484/2015, E–4.343/2014, E-
4.176/2012, E-4.278/2013, E-4.424/2014, E-4.317/2013, E-4.373/2014, E-4.430/2014, E-4.282/2013
e E-4.296/2013. Proc. E-4.644/2016 - v.u, em 27/10/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra.
CRISTIANA CORRÊA CONDE FALDINI, com apresentação de voto convergente do Julgador Dr.
LUIZ ANTONIO GAMBELLI – Rev. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI - Presidente Dr. PEDRO PAULO
WENDEL GASPARINI.

PUBLICIDADE – DIVULGAÇÃO DE DECISÕES JUDICIAIS FAVORÁVEIS E ELABORAÇÃO DE


PARECERES E OPINIÕES PARA PÚBLICO DEFINIDO COM CONTROVÉRSIAS
SEMELHANTES – INFRINGÊNCIA AO PROVIMENTO 94/2000 DO CONSELHO FEDERAL E AO
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA – PARECER EM TESE.
O advogado deve se abster de divulgar, em qualquer veículo de comunicação, causa sob seu
patrocínio ou sob patrocínio de colega e deve comportar-se de modo a evitar a promoção pessoal. A
advocacia não se coaduna com a mercantilização, sendo que tais condutas, se tiverem fim de
captação de clientela, tornam-se ainda mais desaconselháveis. Inteligência dos artigos 7º e 33 do
CED e artigos 4º e 8º do Provimento 94/2000 do Conselho Federal. Proc. E-4.347/2014 - v.u., em
20/02/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLNATULLI - Rev. Dr. FÁBIO KALIL VILELA
LEITE - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – USO DE LOGOTIPO PELO ADVOGADO EM SUA PUBLICIDADE


MERAMENTE INFORMATIVA – DISCRIÇÃO E MODERAÇÃO.
É permitido o uso de logotipo, como tal entendido um símbolo representado apenas por uma ou
várias letras, para servir apenas como identificação do advogado, desde que utilizado de forma
discreta e moderada. O uso de logotipo na publicidade do advogado ou da sociedade de advogados
não dispensa a indicação do respectivo número de inscrição na seccional da OAB. Artigos 28, 30 e
31 do CED e artigos 4º,“k”, e 5º, “c”, ambos do Provimento 94/2000 do CF. Proc. E-4.339/2014 -
v.u., em 20/03/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI - Rev.
Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – FOLHETOS – DISTRIBUIÇÃO – GENERALIZADA A PUBLICO


INDISCRIMINADO – IMPOSSIBILIDADE – REDES SOCIAIS – INTERNET – POSSIBILIDADE –
USO DO TÍTULO DE DR. POR ADVOGADO – DESACONSELHAMENTO – AVAL DA OAB PELA
TURMA DEONTOLÓGICA NA PEÇA PUBLICITÁRIA – INCOMPETÊNCIA.
Descabe à Turma Deontológica do Tribunal de Ética dar aval a peças publicitárias, mas sim
orientar sobre ética profissional, não sendo livre nas suas manifestações exteriorizadas nas sessões
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 159

de julgamento, seus pareceres e demais despachos, mas, ao contrario, deve caminhar rigorosamente
através dos dispositivos éticos e estatutários existentes, honrando a nobre missão que a Ordem dos
Advogados do Brasil lhe confiou. A distribuição de folhetos, panfletos, de folders, boletins
informativos, circulares, cartas como a mala direta e congêneres, são tipificadas como Publicidade
Direta e podem ser utilizados de forma moderada e direcionada aos colegas, clientes, pessoas que
os solicitem ou autorizem previamente, mas nunca de forma generalizada a uma coletividade
indiscriminada, por ser este agir típico de mercantilização do procedimento, com objetivo de
captação de causas e clientes, o que é vedado, pois avilta a nobreza e sobriedade de nossa
profissão. Apesar de não constituir infração ética, até mesmo porque trata-se de centenária
tradição, a falta de titulação acadêmica inibe o uso Doutor, tratamento este ao qual não devemos
recusar se partir de nossos clientes e demais pessoas. Tal tratamento, por consideração e respeito,
advirá com os anos e a própria postura do Advogado no decorrer de sua vida profissional e pessoal
na sociedade onde se insere. Quanto ao uso das chamadas redes sociais para publicidade, nada a
obstar desde que cumprido o Provimento 94/2000 do Conselho Federal e legislação correlata.
Proc. E-4.424/2014 - v.u., em 18/09/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. FABIO KALIL VILELA
LEITE - Rev. Dra. MARCIA DUTRA LOPES MATRONE - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS
DA SILVA.

PROGRAMA DE PERGUNTAS E RESPOSTAS – PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES-


ADVOGADOS – PERGUNTAS E DÚVIDAS FORMULADAS PELA POPULAÇÃO LOCAL –
IMPEDIMENTO – ARTIGOS 32 E 33 DO CED – ARTIGOS 7º E 8º DO PROVIMENTO 94/2000
DO CONSELHO FEDERAL DA OAB – OMISSÃO DO NOME DO ADVOGADO QUE
RESPONDER AS CONSULTAS – VEDAÇÃO – ARTIGOS 1º E 14º DO ESTATUTO DA
ADVOCACIA.
A participação de advogado em programa de “perguntas e respostas” é vedada pelos artigos 32 e
33 do CED e artigos 7º e 8º do Provimento nº 94/2000. É evidente que o advogado acabará por se
manifestar sobre caso concreto e muitas vezes sobre casos que se encontram sob patrocínio de outro
profissional. Ademais, tal programa, de periodicidade semanal, constitui-se captação de clientela e
concorrência desleal. Por outro lado, não é possível que tais perguntas sejam respondidas sem
identificação do profissional do direito, sob pena de violação aos artigos 1º e 14 do Estatuto da
Advocacia. Proc. E-4.033/2011 - v.u., em 15/07/2011, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO
PLANTULLI – Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF, Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA
SILVA.

25.2 - O cartão do advogado


Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e
material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar
seu nome ou o da sociedade de advogados, o número ou os números de
inscrição na OAB.
Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do
advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida
profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça
parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail,
site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do
escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente
poderá ser atendido.
É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de
terceiros nos cartões de visitas do advogado, bem como menção a
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 160

qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em


qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.
CARTÃO DE VISITAS – CONTEÚDO.
Consulta formulada por subsecção. O advogado não pode inserir em seus anúncios, ainda que sob a
forma de simples cartão de visitas, o Brasão da República, o nome da entidade (OAB), a menção de
ser professor universitário e a condição de ter sido ex-presidente de subseccional. Vedação contida
no art. 31 do Código de Ética Profissional e na Resolução n. 94/2000 do CFOAB. Os dirigentes do
órgão poderão portar cartão de visitas que indique sua condição, mediante prévia aprovação da
Presidência da Seccional, quando devidamente justificado. Mesmo assim, o advogado não pode
coadjuvar as duas situações: de dirigente e de advogado, nem pode o cartão da instituição servir de
captação indevida de clientela, pela exploração da condição (temporária) de compor a direção da
entidade de classe. Assim, o cartão de visitas do membro da seccional não se confunde, e não pode
confundir-se, com o cartão de visitas que o apresente como profissional do direito e dirigente, e não
pode ser usado um no lugar do outro, nem pode o advogado valer-se dessa condição no futuro,
quando deixar de participar da direção da entidade. Precedentes: Proc. E-1.110.
Proc. E-4.383/2014 - v.u., em 22/05/2014, do parecer e ementa do Rel. Dra. BEATRIZ M. A.
CAMARGO KESTENER - Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

PUBLICIDADE – ENTREGA DE CARTÃO DE VISITA – POSSIBILIDADE – LIMITES ÉTICOS –


USO DE PLACA NA FACHADA DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA – MERA FACULDADE –
INEXISTÊNCIA DE OBRIGATORIEDADE.
Não existe impedimento ético a que o advogado entregue seu cartão de visita pessoalmente aos
moradores da pequena cidade, desde que o agir do profissional na interação com a comunidade seja
restrito à publicidade informativa discreta e moderada, e sem conotação mercantilista, para
eliminar qualquer implicação direta ou indireta de captação de causas ou clientes. O uso da placa
indicativa das atividades de advogado na fachada de escritório de advocacia é meramente
facultativo, à míngua de regra própria que exija sua utilização obrigatória ou compulsória.
Inteligência dos artigos 28 e seguintes do CED, do Provimento 94/00 e da Resolução 2/92.
Proc. E-4.260/2013 - v.u., em 20/06/2013, do parecer e ementa da Rel. Dr. SÉRGIO KEHDI
FAGUNDES - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente em exercício Dr. CLÁUDIO FELIPPE
ZALAF.

26.0 – INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO

A incompatibilidade determina a proibição total, e o


impedimento, a proibição parcial do exercício da advocacia.

26.1 - As incompatibilidades
A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do
cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente.
Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores
Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública
direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados para
o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o
período da investidura.
A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com
as seguintes atividades:
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 161

I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder


Legislativo e seus substitutos legais;
II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério
Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados
especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos
os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação
coletiva da administração pública direta e indireta; (Vide
ADIN 1127-8)
Esta incompatibilidade não se aplica aos advogados que
participam dos órgãos nele referidos, na qualidade de titulares ou
suplentes, como representantes dos advogados Ficam, entretanto,
impedidos de exercer a advocacia perante os órgãos em que atuam,
enquanto durar a investidura.
III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos
da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e
em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço
público.
Não se incluem os que não detenham poder de decisão
relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho
competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente
relacionada ao magistério jurídico.
IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que
exercem serviços notariais e de registro;
V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;
VI - militares de qualquer natureza, na ativa;
VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham
competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos
e contribuições parafiscais;
VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em
instituições financeiras, inclusive privadas.

DIRIGENTE DE AUTARQUIA MUNICIPAL - PROIBIÇÃO DE ADVOGAR, SALVO QUANTO AO


EXERCÍCIO DA ADVOCACIA VINCULADA À RESPECTIVA FUNÇÃO - NULIDADE ABSOLUTA
DOS ATOS PARTICADOS -DIREITO DE REPRESENTAÇÃO.
O advogado que tomar ciência de infração, por colega, do art. 29 do EAOAB tem o direito de
promover a respectiva representação, que não pode ser anônima. No entanto, o advogado, na
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 162

representação, deve agir com redobrada cautela, fundando-se em segura convicção, a ser exposta
em peça fundamentada. Nos termos do art. 4º e parágrafo único do EAOB, são nulos os atos
praticados por advogado que exerça atividade incompatível com a advocacia. Sobre a conduta, em
processo judicial, que deve ser tomada por advogado que toma conhecimento de ato praticado em
infração aos arts. 4º e 29 do EAOAB, não cabe manifestação do TED-I. Não conhecimento, nesta
parte. V.U., em 14/04/2005, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI -
Rev.ª. Dr.ª. MARIA DO CARMO WHITAKER - Presidente Dr. JOÃO TEIXEIRA GRANDE.

INCOMPATIBILIDADE – VICE-PREFEITO ELEITO – PROIBIÇÃO DE ADVOGAR MESMO SEM


EXERCÍCIO DO CARGO – IRRELEVANTE SE O EXERCÍCIO FUNCIONAL SEJA OU NÃO
TEMPORÁRIO – CESSAÇÃO DA PROIBIÇÃO QUANDO DEIXAR O CARGO A QUE FOI
ELEITO E DIPLOMADO – INTELIGÊNCIA DO ART. 28, I, DO EAOAB.
Vice-prefeito eleito e diplomado incide na incompatibilidade para o exercício da advocacia, pois
sua atividade política exercerá grande influência no campo da captação de clientela e desta forma
concorrendo deslealmente com os demais pares de sua profissão. O vice-prefeito, eleito pelo voto
popular, se advogado, estará proibido de advogar enquanto durar esta condição, esteja ou não
exercendo o mandato eletivo, temporária ou definitivamente, seja qual for sua razão, proibição esta
que deverá constar no assento de seu registro na ordem de classe. Precedentes Éticos: E.
3.448/2007; E- 3.195/05. Proc. E-4.620/2016 - v.u., em 26/04/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr.
CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Presidente Dr.
PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

OCUPANTES DE FUNÇÕES DE DIREÇÃO E GERÊNCIA EM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS –


INCOMPATIBILIDADE PARA EXERCER A ADVOCACIA, A TEOR DO ARTIGO 28, VIII, DO
ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB – O RÓTULO DE “GERENTE” A QUEM EXERCE
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS SEM PODER DECISÓRIO NÃO DEVE TER A FORÇA
PROIBITIVA PREVISTA NO ART. 28, VIII, DO EOAB – O “TÍTULO DO CARGO” QUE OCUPA
NÃO DEVE SER O FATOR DETERMINANTE PARA DEFINIR A INCOMPATIBILIDADE, MAS
SIM A FUNÇÃO QUE EFETIVAMENTE EXERCE – NÃO EXERCENDO FUNÇÕES GERENCIAIS
NO SENTIDO ESTRITO, NÃO HAVERÁ INCOMPATIBILIDADE AO EXERCÍCIO DA
ADVOCACIA.
Os ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas estão
incompatibilizados para o exercício da advocacia, a teor do artigo 28, VIII, do Estatuto da
Advocacia e da OAB. Os dispositivos que versam sobre hipóteses de incompatibilidade devem ser
interpretados de forma restritiva, eis que não podem impedir, além do necessário, o exercício de
outros direitos fundamentais do advogado, mormente aquele que lhe assegura o livre exercício da
profissão. O “título do cargo” que ocupa não deve ser o fator determinante para definir a
incompatibilidade, mas sim a função que efetivamente exerce. O rótulo de “gerente” a quem exerce
funções administrativas sem poder decisório não deve ter a força proibitiva prevista no art. 28, VIII,
do EOAB. A norma orienta no sentido de restringir a atividade da advocacia àqueles que podem
colocar em risco a preservação de outros valores inerentes ao sigilo bancário, acesso a documentos,
informações financeiras e patrimoniais, influências indevidas, captação de clientela e poder de
decisão relevante em relação a direitos e obrigações de terceiros. Proc. E-4.667/2016 - v.u., em
25/08/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO PEREZ SALUSSE - Rev. Dr. ZANON DE
PAULA BARROS - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO – OCUPANTE DO


CARGO DE SECRETÁRIO DE NEGÓCIOS JURÍDICOS – INCOMPATIBILIDADE.
O art. 27 do EOAB define impedimento e incompatibilidade. Impedimento é a proibição parcial do
exercício da advocacia e incompatibilidade é a proibição total. Os artigos 28 e 29 do EOAB cuidam
dos casos de incompatibilidade e o artigo 30 do EOAB cuida dos casos de impedimento. O exercício
da advocacia é incompatível para os ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da
administração publica direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou
concessionárias de serviço publico. Nas atribuições do cargo de Secretário de Negócios Jurídicos é
presumida a função diretiva, tornando-o seu titular incompatível ao exercício da advocacia. Diante
de possibilidade de captação de clientela, recomenda-se que os servidores municipais não usem o
exercício do cargo para encaminhar causas ao seu escritório. Proc. E-4.677/2016 - v.u, em
22/09/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. RENATA MANGUEIRA DE SOUZA com declaração
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de voto convergente do revisor Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

INCOMPATIBILIDADE – PROCURADOR MUNICIPAL – NOMEADO CORREGEDOR DA


COORDENADORIA DE SEGURANÇA MUNICIPAL - EXERCÍCIO DA ADVOCACIA –
CUMULAÇÃO DE CARGOS – PROIBIÇÃO TOTAL PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA –
POSSIBILIDADE DESDE QUE HAJA RENÚNCIA AO CARGO DE CORREGEDOR.
A incompatibilidade do Corregedor da Coordenadoria de Segurança Municipal, nos expressos
termos do art. 28, III, do EAOAB, é para o exercício da advocacia enquanto estiver ocupando o
cargo, na medida em que detém poder de decisão em assuntos que se referem a interesse de
terceiros. Cargo que denota influência e com isso pode ser afetado o princípio da igualdade de
oportunidades profissionais, gerando conflito ético e de interesses que repercutem negativamente na
reputação profissional, podendo haver concorrência desleal e eventual captação de clientes. Proc.
E-4.473/2015 - v.m., em 19/03/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. JOÃO LUIZ LOPES - Rev. Dr.
LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

INCOMPATIBILIDADE – PROCON – FUNÇÃO DE ATENDIMENTO – PARTICIPAÇÃO EM


AUDIÊNCIAS E FISCALIZAÇÃO – ADVOGADO MILIANTE – PARTICIPAÇÃO DIRETA NA
ORIENTAÇÃO E SOLUÇÃO DE INTERESSES DE DIREITO DO CONSUMIDOR E TERCEIROS –
IMPOSSIBILIDADE DO EXERCÍCIO CONCOMITANTE COM A ADVOCACIA JUDICIAL OU
EXTRAJUDICIAL, ENQUANTO ESTIVER NA FUNÇÃO.
As funções exercidas por advogado no PROCON, tanto em relação a atendimento, participação em
audiência ou como fiscal do órgão, faz com que haja eventual tráfico de influência a ensejar
possibilidade de captação de causas e clientes. Embora possam tais funções dar conotação de serem
apenas burocráticas, esse conceito é de ordem acadêmica; na pratica não o é, razão pela qual traz
como conseqüência a incompatibilidade para exercer a advocacia (art. 28, inciso III do Estatuto),
enquanto permanecer nas funções junto ao PROCON. Precedentes - Processos E- 3.799/2009 - E-
2.982/2004 e E-3.033/2004. Proc. E-3.848/2010 – v.u., em 25/03/2010, do parecer e ementa do Rel.
Dr. JOÃO LUIZ LOPES – Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

INCOMPATIBILIDADE PERMANENTE – OFICIAIS DE PROMOTORIA EFETIVOS – ARTIGO


28, II, DO ESTATUTO DA ADVOCACIA – CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO – PRECEDENTE
DESTE TRIBUNAL – DECISÃO DO CONSELHO FEDERAL.
De acordo com entendimento do Órgão Especial do Conselho Pleno do Conselho Federal e de
precedente deste Tribunal, os oficiais de promotoria, servidores do Ministério Público, enquadram-
se na hipótese de incompatibilidade prevista no artigo 28, inciso II do Estatuto da Advocacia, sendo
tal incompatibilidade, na hipótese dos servidores efetivos, permanente. Desta forma, deve-se
proceder ao cancelamento da inscrição, podendo requerer-se nova, nos termos do § 2º do artigo 11,
quando cessar a incompatibilidade.Proc. E- 4.081/2011 - v.u., em 24/11/2011, do parecer e ementa
do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. GUILHERME FLORINDO FIGUEREDO, Presidente
Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

26.2 - Dos impedimentos


São impedidos de exercer a advocacia:
I - os servidores da administração direta, indireta e
fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual
seja vinculada a entidade empregadora, não se incluem os docentes
dos cursos jurídicos;
II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes
níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito
público, empresas públicas, sociedades de economia mista,
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fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas


concessionárias ou permissionárias de serviço público.
III - os advogados que prestem serviços a órgãos ou
entidades da Administração Pública direta ou indireta, da unidade
federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer
repartições administrativas competentes para o mencionado registro
em contrato social.

PREPOSTA – IMPEDIMENTO PERENE DE ADVOGAR CONTRA EX-EMPREGADORA NA


ESFERA TRABALHISTA – MANTER SIGILO DOS ASSUNTOS QUE CONHEÇA EM RAZÃO DO
CARGO NAS DEMAIS ÁREAS.
O advogado que atua com regularidade como preposto na Justiça do Trabalho, em razão do
encargo, tem conhecimento de todos os fatos, porque está sujeito à pena de confissão. Nesta
condição, fica impedido de advogar contra a ex-empregadora na Justiça do Trabalho e este
impedimento passa a ser perpétuo. Nas demais áreas, obriga-se ao sigilo e jamais poderá utilizar
qualquer informação obtida em razão da relação empregatícia mantida com a ex-empregadora, na
defesa dos interesses desta, nos termos do que dispõe o artigo 19, 20, 25,26,27 do CED, e sujeito à
infração disciplinar nos termos do artigo 34, inciso VII, recomendando-se guardar o período de 2
(dois) anos para advogar contra a ex-empregadora. Precedentes: E-3.982/11; E-3.930/10; E-
4.117/12; E-4.042/11; E-3.262/05. Proc. E-4.495/2015 - v.u., em 16/04/2015, do parecer e ementa
da Rel. Dra. MARCIA DUTRA LOPES MATRONE - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO – OCUPANTE DO


CARGO DE CONTROLADOR-I EM PREFEITURA MUNICIPAL – IMPEDIMENTO.
O artigo 27 do EOAB define impedimento e incompatibilidade. Impedimento é a proibição parcial
do exercício da advocacia e incompatibilidade é a proibição total. O artigo 28 do EOAB cuida dos
casos de incompatibilidade e o artigo 30 do EOAB cuida dos casos de impedimentos. O exercício da
advocacia é incompatível para os ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da
Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou
concessionárias de serviço público. Nas atribuições do cargo e na descrição detalhada das funções
relativas ao cargo de Controlador-I, percebe-se que não se trata de cargo de direção. Para o
exercente do cargo de Controlador-I não existe incompatibilidade para o exercício da advocacia. O
que existe é apenas o impedimento de advogar contra a entidade que o remunera. Diante de
possibilidade de captação de clientela recomenda-se que os servidores municipais não usem o
exercício do cargo para encaminhar causas ao seu escritório. E-4.690/2016 - v.m, em 22/09/2016,
do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI - Rev. Dra. RENATA MANGUEIRA
DE SOUZA - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

CONSULTA FORMULADA POR NÃO INSCRITO NA ORDEM – IMPEDIMENTO OU


INCOMPATIBILIDADE ENTRE PROFISSÃO NÃO REGULAMENTADA E EXERCÍCIO DA
ADVOCACIA – NÃO CONHECIMENTO.
Nos termos do art. 136, parágrafo 3º, do Regimento Interno da OAB/SP, cabe à seção Deontológica
do Tribunal de Ética e Disciplina responder consultas formuladas por advogados regularmente
inscritos da Ordem. Uma vez que o consulente não é advogado regularmente inscrito, tal fato afasta
a competência desta Turma Deontológica. Ademais, para que seja possível a análise de eventual
impedimento ou incompatibilidade entre o exercício da advocacia e outra profissão, é necessário
que esta seja regulamentada, com a descrição das funções desempenhadas pelo profissional, seus
deveres e direitos. Precedente: E-4.483/2015. E-4.706/2016 - v.u, em 22/09/2016, do parecer e
ementa do Rel. Dr. GUILHERME MARTINS MALUFE - Rev. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI -
Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 165

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA APÓS APOSENTADORIA – JUÍZES DE DIREITO E MEMBROS


DO MINISTÉRIO PÚBLICO – IMPEDIMENTO – QUARENTENA – PRAZO DE TRÊS ANOS –
JUÍZO OU TRIBUNAL ONDE EXERCIAM SUAS FUNÇÕES – EXEGESE.
A vedação a que alude o inciso V, do artigo 95, aplicável aos promotores de justiça por força do
artigo 128, parágrafo único, incide pelo prazo de 3 (três) anos E se estende ao juízo ou Tribunal
onde as funções eram exercidas até a aposentadoria. Exegese da norma constitucional que conclui
pela extensão do impedimento aos juízos de mesma competência do foro onde o d. operador do
direito exercia suas funções. Na Comarca da Capital, impedimento adstrito aos juízos (varas)
especializadas, central e distritais (regionais), organizadas em Foros. Nas Comarcas do interior,
havendo repartição de competências entre determinadas varas (juízos) no Foro (criminal, cível,
p.ex.), com equivalente classificação de atuação entre os membros do Ministério Público, o
impedimento ficará circunscrito às respectivas varas (juízos) de atuação por ocasião do
afastamento, Em se tratando de vara (juízo) único, o impedimento se estenderá ao Foro. Incidência
do Código de Ética e Disciplina, artigo 2º, VIII, “a”, que veda a utilização de influência indevida e
evidente concorrência desleal. Infração disciplinar tipificada no artigo 34, inciso I, do Estatuto da
Advocacia. Proc. E-4.672/2016 - v.u, em 27/10/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. CRISTIANA
CORRÊA CONDE FALDINI, Rev. Dr. FÁBIO KALIL VILELA LEITE - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA CONCOMITANTEMENTE AO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES


COMO CONSELHEIRA TUTELAR – IMPEDIMENTO E INCOMPATIBILIDADE.
O exercício da advocacia não é incompatível com exercício de atividades como Conselheira Tutelar.
O advogado que, preservando o seu ministério, passar a exercer tais atividades, deve cuidar,
apenas, para que tais atividades não sirvam para a captação injusta e desleal de clientela, vedada
pelos art. 5 e 7 do CED. Deverá evitar as causas de família, notadamente aquelas sobre as quais
pesa o seu conselho, eis que a intervenção na esfera de direitos da família, que o exercício no
Conselho impõe, não permite, ao depois, que a Conselheira atue como advogada dessa mesma
família.
Proc. E-4.594/2016 - v.u., em 19/05/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. BEATRIZ M. A.
CAMARGO KESTENER - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ADVOGADO QUE ATUA COMO CONCILIADOR E/OU


MEDIADOR – IMPEDIMENTO ÉTICO DE ADVOGAR NA VARA EM QUE ATUA – CAPTAÇÃO
DE CLIENTELA E CONCORRÊNCIA DESLEAL – PROIBIÇÃO DE ADVOGAR PARA AS PARTES
DOS CASOS EM QUE ATUOU, PELO PRAZO DE UM ANO - SIGILO PROFISISONAL PERENE.
O advogado fica impedido de atuar na Vara em que atua como conciliador/mediador, uma vez que
deve respeitar os ditames éticos do Estatuto da Advocacia e do Código de Ética e Disciplina, tais
como a vedação à captação de clientela e concorrência desleal. Ademais, mesmo que deixe de atuar
como conciliador/mediador, só poderá advogar contra as partes dos casos em que atuou após
decorrido o prazo estabelecido no artigo 6º da Lei 13.140/2015, sendo, entretanto, perene o sigilo
profissional. Precedentes: Proc. E-4.536/2015 e Proc. E-4.577/2016. Proc. E-4.613/2016 - v.u., em
17/03/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dra. CRISTIANA CORRÊA
CONDE FALDINI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

SECRETÁRIO JURÍDICO – DIRETOR JURÍDICO – ÓRGÃO PÚBLICO – CÔNJUGE


ADVOGADO E SÓCIO DO ESCRITÓRIO – IMPEDIMENTO REVERSO – LIMITES ÉTICOS E
ESTATUTÁRIOS.
Não importa a denominação que se dê, Secretário, Diretor, Chefe, Coordenador, etc., pois se o
detentor do cargo for a autoridade máxima, como responsável final no plano jurídico,
representando judicialmente o órgão público, incide a incompatibilidade relativa ou impedimento
genérico, significando que o detentor do honroso cargo somente poderá advogar para aquele órgão
público, renunciando ao patrocínio de sua clientela particular. A rigor haveria sim impedimento
reverso, pelo menos em tese, sendo aplicável ao seu sócio de escritório e marido, face a possível
conflito de interesses, sem contar com o aspecto da captação de causas e clientes, pela imagem
projetada à população de uma cidade de porte pequeno ou médio. O Estatuto da Ordem, visando
assegurar igualdade entre os advogados, eliminando possíveis vantagens oriundas de posição
ocupada por eles, especialmente em órgãos públicos e em algumas funções na esfera privada,
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 166

posições estas que poderiam, em tese, frisamos, estabelecer imagem relacionada com tráfico de
influência, situação de temor, represália ou a esperança de tratamento privilegiado nas suas
relações, implicando, via de conseqüência, em captação de clientes e causas, estabeleceu restrições,
exteriorizadas naquele, em três institutos: no impedimento, onde existe vedação parcial do exercício
da advocacia; na incompatibilidade, advindo a proibição total daquela e a incompatibilidade
relativa ou impedimento genérico, previsto no artigo 29 do Estatuto. Proc. E-4.589/2016 - v.u., em
17/03/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Rev. Dr. FÁBIO DE
SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

IMPEDIMENTO E INCOMPATIBILIDADE - CHEFE DE DIVISÃO DE SUPRIMENTOS –


EMISSÃO DE PARECERES SOBRE MATÉRIA DE LICITAÇÃO, APROVAÇÃO DE EDITAIS E
CONTRATOS – SUBORDINAÇÃO ÀS SECRETARIAS DE FINANÇAS E JURÍDICA – AUSÊNCIA
DE FUNÇÃO DE JULGAMENTO E PODER DE DECISÃO – INCIDÊNCIA DO INSTITUTO DO
IMPEDIMENTO – RESPOSTA EM TESE CABENDO APRESENTAR PORTARIA DE NOMEAÇÃO
À COMISSÃO DE SELEÇÃO PARA DELIBERAÇÃO FINAL.
Em sendo a Chefe da Divisão de Suprimentos advogada, cargo de natureza burocrática ou interna,
ainda que tenha grau de influência e/ou destaque, mas sem poder de decisão, incidirá na hipótese de
impedimento vedação parcial à prática da advocacia, restrita á Fazenda Pública que a remunera,
abrangendo todos os órgãos da administração direta e indireta, vinculados à mesma, na espécie,
executivo municipal. Cautelarmente, cabe lembrar à Consulente que mesmo na condição de chefe ou
assessora ou qualquer outra denominação que tenha sua função, independentemente das restrições
decorrentes de incompatibilidade ou impedimento, deverá abster-se de utilização de influência
indevida (tráfico de influência), captação de causas e clientes, em benefício do próprio ou de
terceiros, sejam estes advogados ou clientes, em decorrência de seu labor perante o ente público,
sob pena de vir a sofrer as conseqüências de eventual processo disciplinar. Por derradeiro à
interessada cabe comunicar à OAB, através da Comissão de Seleção e Inscrição, quanto sua
nomeação se tal for efetivamente ocorrer, apresentando a Portaria respectiva para deliberação e
anotações pertinentes já que este parecer analisa em tese o apresentado, cabendo àquela a palavra
final. Proc. E-4.625/2016 - v.u., em 26/04/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FABIO KALIL
VILELA LEITE - Rev. Dra. CRISTIANA CORREA CONDE FALDINI - Presidente Dr. PEDRO
PAULO WENDEL GASPARINI.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – IMPEDIMENTO – ASSESSOR LEGISLATIVO CRIADO POR LEI


MUNICIPAL – DURAÇÃO DA JORNADA LIMITADA A QUATRO HORAS – FUNÇÕES DE
ELABORAR PARECERES, DOCUMENTOS, FORMULAR PROJETOS DE LEI,
ACOMPANHAMENTO DE PROPOSITURAS LEGISLATIVAS, PROPOSITURA DE MEDIDAS AO
MANDATÁRIO MUNICIPAL DE INTERESSE DA SECRETARIA DA JUSTIÇA E DIREITOS
HUMANOS E DEMAIS ATOS DE SUA COMPETÊNCIA – IMPEDIMENTO DE ADVOGAR
SOMENTE CONTRA A ENTIDADE QUE O REMUNERA – DEVER DE RESGUARDO DE SIGILO
PROFISSIONAL SOBRE AS INFORMAÇÕES RECEBIDAS, SOB A PENA DE RESPONDER POR
INFRAÇÃO ÉTICA – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 30, ITEM I DA LEI 8.906/94.
Advogado nomeado para assumir cargo de assessor legislativo municipal, cujas atividades se
resumem a elaboração de documentos, pareceres, acompanhamentos de proposituras de interesse
do município na Câmara Municipal, formular projetos para o município e outras decorrentes de
suas funções consubstanciadas na lei que criou tal cargo, tem somente o impedimento de advogar
contra o poder que o remunera. Todavia, não poderá jamais se utilizar do cargo exercido para
influenciar terceiros, captando clientes, além do dever ético de resguardar o sigilo profissional dos
dados, fatos e documentos que tiver ciência, sob a pena de responder pela infração ética decorrente.
Havendo jornada de trabalho limitada poderá advogar no restante de seu tempo fora da entidade
que o remunera, mas dentro dos limites éticos estabelecidos em lei, respondendo pelo uso indevido
desta função. Precedentes: E-4.138/2012; E-3.927/2010; E-3.551/2007; E-2.229/2000; E- 2.982/04;
E-2.542/02; E-3.927/2010; E-1.076, E-1.080, E-1.113, E-2.153/00 e 2.160/00. Proc. E-4.624/2016 -
v.u., em 19/05/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr.
EDUARDO AUGUSTO ALCKMIN JACOB - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – EXERCÍCIO DA ADVOCACIA POR FUNCIONÁRIO DA OAB –


INEXISTÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS – DEVER ÉTICO DE NÃO
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 167

ADVOGAR EM CAUSAS QUE SE RELACIONEM COM A OAB – PROIBIÇÃO DE ATUAR EM


PROCESSOS CONTRA A ORDEM E DE ADVOGAR EM PROCESSOS QUE NELA TRAMITAM
OU DE OFERECER PARECERES PARA INSTRUÍ-LOS – CARTÃO DE VISITAS E PLACA
INDICATIVA DE ESCRITÓRIO – POSSIBILIDADE – OBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NOS
ARTIGOS 28 A 34 DO CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA E RESOLUÇÃO Nº 94/200 DO
CONSELHO FEDERAL – IMPOSSIBILIDADE DE MENÇÃO A CARGOS OU FUNÇÕES NA OAB.
A Ordem dos Advogados do Brasil não é órgão da administração pública direta ou indireta,
possuindo natureza jurídica sui generis, de forma que os advogados que nela exercem cargos ou
funções não estão incompatibilizados e nem impedidos de advogar fora do horário de expediente,
em causas particulares, que nada digam respeito à OAB. Ademais, os advogados que prestam
serviço à OAB e às entidades a ela vinculadas, a qualquer título, estão impedidos de patrocinar
causas contra as mesmas e também de advogar em processos que nelas tramitam ou oferecer
parecer para instruí-los, em razão da proximidade do poder e do tráfico de influências, conforme
inclusive preceitua o artigo 33 do Novo Código de Ética e Disciplina. Por outro lado, pode o
advogado utilizar-se de cartões de visitas e placas indicativas, desde que respeitada a moderação e
discrição, nos termos dos artigos 28 a 34 do Código de Ética e Disciplina e Resolução nº 94/200 do
Conselho Federal. Não pode haver qualquer característica mercantilista ou que vise a captação de
clientela, ficando, nesse sentido, vedada a menção a cargos ou funções na OAB. Proc. E-4.647/2016
- v.u., em 19/05/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dra. MARCIA
DUTRA LOPES MATRONE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO MUNICIPAL CONCURSADO –


IMPEDIMENTO EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA QUE O REMUNERA – ARTIGO 30, I, LEI
8906/94 – VEDAÇÃO.
O funcionário público municipal concursado está sujeito ao impedimento previsto no inciso I, do
art. 30, não podendo advogar contra o ente da Administração Pública (direta, indireta ou
fundacional) que o remunera. São agentes públicos os que se vinculam à Administração Pública,
direta ou indireta, do Estado, sob o regime jurídico (a) estatutário regular, geral ou peculiar, ou (b)
administrativo especial, ou (c) celetista (regido pela Consolidação das leis do Trabalho – CLT, de
natureza profissional e empregatícia). Restrição que assegura a total independência e isenção do
profissional, impedindo a captação indevida de clientela em decorrência do cargo ou função pública
que exerça e assegurando, ainda, a preservação da integridade moral e a dignidade da profissão.
Proc. E-4.658/2016 - v.u., em 25/08/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO PEREZ
SALUSSE - Rev. Dr. SÉRGIO KEHDI FAGUNDES - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

IMPEDIMENTO – SERVIDOR PÚBLICO – LOTAÇÃO EM ÓRGÃO DO PODER LEGISLATIVO


MUNICIPAL – ADVOCACIA CONTRA O MUNICÍPIO – IMPEDIMENTO CARACTERIZADO.
O inciso I, do art. 30, do EAOAB impõe aos servidores públicos o impedimento para advogar contra
a Fazenda Pública que os remunere. Fazenda Pública, como definida no Glossário da Câmara dos
Deputados, é o conjunto de órgãos da administração pública destinado à arrecadação e à
fiscalização de tributos, bem como à guarda dos recursos financeiros e títulos representativos de
ativo e de direitos do Estado. Essa definição não discrepa do entendimento doutrinário, resultando
que, para cada nível político da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), a
Fazenda Pública é única, englobando todos os poderes: executivo, legislativo e judiciário. Assim,
por ter a lei se referido à Fazenda Pública e não a órgãos ou poderes, o servidor público está
impedido de advogar contra a pessoa jurídica de direito público onde é funcionário e contra
qualquer de seus órgãos ou poderes, pois a Fazenda pública que o remunera é a mesma para todos
eles. Proc. E-4.661/2016 - v.u, em 22/09/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA
BARROS, com voto convergente do julgador Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACIOTTI - Rev. Dra.
CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

IMPEDIMENTO ÉTICO – EXERCÍCIO DE ATIVIDADE NÃO ADVOCATÍCIA POR ADVOGADO


– POSSIBILIDADE DE ADVOGAR CONTRA EX-EMPREGADOR, POIS LÁ NÃO ATUOU COMO
TAL – DISPENSA DO LAPSO TEMPORAL DE DOIS ANOS – PARÂMETROS ÉTICOS A SEREM
OBSERVADOS.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 168

A restrição do impedimento ético exsurgi quando o advogado atua como tal e não quando está a
exercer outra atividade profissional que não se confunde com a primeira. O exercício por advogado
de atividade não advocatícia é permitido, salvo as exceções elencadas no artigo 28 do Estatuto. Não
atuou como advogado da empregadora e nem estava lá a procura de captar causas e/ou clientes.
Seu labor era lecionar. Cabe ponderar dever o advogado, mesmo não atuando como tal para seu
antigo empregador, preservar sua conduta ética, resguardando de forma perene, o sigilo, caso tenha
tido acesso a informações privilegiadas. O conhecimento deste quanto ao funcionamento interno da
empregadora e suas relações de amizade com os demais professores, sejam eles da área jurídica ou
não, não caracterizam qualquer impedimento, seja legal ou ético eis que não viola sigilo a que
tivesse conhecimento por dever do oficio de advogar. Afinal, a clientela do advogado, regra geral,
advém do próprio ambiente que freqüenta, de seu círculo de conhecidos e amigos, dos parentes, não
sendo crível impedir que advogue para tais. O princípio a ser seguido é simples, básico e natural: o
cliente que procura o advogado e não este àquele! Proc. E-4.466/2015 - v.u., em 02/02/2015, do
parecer e ementa do Rel. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Rev. Dra. BEATRIZ M. A. CAMARGO
KESTENER - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – PROCURADOR MUNICIPAL – DEMANDA CONTRA O


MUNICÍPIO NA QUALIDADE DE PARTE – IMPOSSIBILIDADE DE DEFENDER O MUNICÍPIO
EM DEMANDA ENVOLVENDO IDÊNTICA MATÉRIA, AJUIZADA POR OUTROS SERVIDORES
MUNICIPAIS – MANIFESTO CONFLITO DE INTERESSES – IMPEDIMENTO ÉTICO.
O procurador municipal que, na qualidade de parte, demanda o Município para pleitear
determinado bem da vida, não pode defendê-lo em demandas movidas por outros funcionários
municipais voltadas à mesma prestação jurisdicional ou administrativa. Cuida-se de evidente
conflito de interesses que, impreterivelmente, prejudicaria o exercício da advocacia, caracterizando,
assim, evidente impedimento ético. Nessa situação, deve o procurador municipal recusar a
representação. Proc. E-4.509/2015 - v.u., em 21/05/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. ALUISIO
CABIANCA BEREZOWSKI - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

ADVOGADO – ATUAÇÃO, COMO ADVOGADO OU NÃO, NO SETOR DE RECURSOS


HUMANOS DE EMPRESA E POSTERIOR DESLIGAMENTO DELA – POSSIBILIDADE DE
PATROCINAR, APÓS SEU DESLIGAMENTO, RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS CONTRA A
EMPRESA, SUJEITA À QUARENTENA DE 5 (CINCO) ANOS CONTADOS DO SEU
DESLIGAMENTO –CONDUTA ANTIÉTICA NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA – PUNIBILIDADE
– COMPETENCIA EXCLUSIVA DA OAB.
Advogado que tendo trabalhado no setor de recursos humanos de determinada empresa, como
advogado ou não, ao desligar-se dela continua impedido de patrocinar reclamações trabalhistas
contra essa mesma empresa pelo prazo de cinco anos, contados da data de seu desligamento. Os
cinco anos se impõem para resguardar o prazo prescricional de eventuais ações, de modo que o
advogado não possa usar informações que obteve no período em que trabalhou na empresa.
Resguarda-se, assim, a violação aos artigos 2º, parágrafo único, inciso I e 25 a 27, todos do Código
de Ética e Disciplina da OAB. Nos termos do art. 70, da Lei 8.906/94, é competência exclusiva da
OAB processar e, se for o caso, punir disciplinarmente advogados, na hipótese de conduta antiética
no exercício da advocacia. Proc. E-4.560/2015 – v.m., em 15/10/2015, do parecer e ementa do Rel.
Dr. ZANON DE PAULA BARROS, com declaração de voto divergente dos Drs. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI e CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI – Presidente Dr.
CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

27.0 – INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES


São sanções às condutas de um advogado:

27.1- Advertência
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 169

Quando o advogado é penalizado com a pena de censura, mas


se verificar os seguintes atenuantes, a pena será reduzida para
mera advertência:
I - falta cometida na defesa de prerrogativa
profissional;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo
em qualquer órgão da OAB;
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à
causa pública.
A pena de advertência não é registrada nos assentos do
advogado perante a Ordem

27.2 - Censura
Aplicada as penas menos graves.
Embora fique registrada no assentamento dos inscritos, a
pena de censura não é objeto de publicidade. Ou seja, somente o
advogado e a Ordem tem conhecimento da censura.
São as seguintes infrações puníveis com a censura:
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou
facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos,
proibidos ou impedidos;
II - manter sociedade profissional fora das normas e
preceitos estabelecidos nesta lei;
III - valer-se de agenciador de causas, mediante
participação nos honorários a receber;
IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção
de terceiros;
V - assinar qualquer escrito destinado a processo
judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que
não tenha colaborado;
VI - advogar contra literal disposição de lei,
presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento
judicial anterior;
VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 170

VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem


autorização do cliente ou ciência do advogado contrário;
IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao
seu patrocínio;
X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a
anulação ou a nulidade do processo em que funcione;
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de
decorridos dez dias da comunicação da renúncia;
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência
jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da
Defensoria Pública;
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e
habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes;
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação
doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e
alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir
o juiz da causa;
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização
escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime;
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido,
determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria
da competência desta, depois de regularmente notificado;
XVII - praticar, o estagiário, ato excedente de sua
habilitação.
XVIII - violação a preceito do Código de Ética e
Disciplina;
XIX - violação a preceito do Estatuto da Ordem, quando
para a infração não se tenha estabelecido sanção mais grave.

27.3 - Suspensão
A suspensão acarreta ao infrator a interdição do
exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo
de trinta dias a doze meses, de acordo com os critérios de
individualização da pena.
Deve haver a publicidade, e registro no assento, no
cumprimento da sanção.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 171

São as seguintes infrações puníveis com a suspensão:


I - reincidência em infração disciplinar.
II - prestar concurso a clientes ou a terceiros para
realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;
III - solicitar ou receber de constituinte qualquer
importância para aplicação ilícita ou desonesta;
IV - receber valores, da parte contrária ou de terceiro,
relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do
constituinte;
V - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente
ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;
VI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao
cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;
A suspensão perdura até que satisfaça integralmente a
dívida, inclusive com correção monetária.
VII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços
de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a
fazê-lo;
A suspensão perdura até que satisfaça integralmente a
dívida, inclusive com correção monetária.
VIII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos
com vista ou em confiança;
IX - manter conduta incompatível com a advocacia;
Considera-se, também, como conduta incompatível:
a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por
lei;
b) incontinência pública e escandalosa;
c) embriaguez ou toxicomania habituais.
X - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia
profissional;
Nesse caso, o advogado ficará suspenso até que preste
novas provas de habilitação, ou seja, deverá prestar novamente o
Exame da Ordem.

SUSPENSÃO DISCIPLINAR – CONSEQUÊNCIAS – IMPEDIMENTO DE FREQUENTAR SALAS


DE ADVOGADOS NOS FÓRUNS E NAS SUBSEÇÕES ALÉM DE OUTRAS.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 172

Advogado que cumpre pena de suspensão não pode, durante o prazo de cumprimento da pena,
exercer qualquer direito ou prerrogativa de advogado. Inclui-se nesse impedimento o direito de
frequentar as salas de advogados nos fóruns e nas subsecções, bem como usufruir de quaisquer
benefícios que elas propiciam aos advogados. Proc. E-4.335/2013 - v.u., em 12/12/2013, do parecer
e ementa do Rel. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Rev. Dr. GUILHERME FLORINDO
FIGUEIREDO - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

SUSPENSÃO DISCIPLINAR - EFEITOS - OBRIGAÇÃO DE SUBSTABELECIMENTO SEM


RESERVAS - POSSIBILIDADE DE SUBSTABELECIMENTO POR PRAZO DETERMINADO -
OBRIGATÓRIA CONCORDÂNCIA DO CONSTITUINTE - ADVOCACIA EM CAUSA PRÓPRIA -
OBRIGATORIEDADE DE OUTORGA DE PROCURAÇÃO A COLEGA.
O advogado suspenso por uma das turmas disciplinares do Tribunal de Ética da OAB/SP está
inabilitado para o exercício da advocacia pelo período em que perdurar a suspensão, de forma que
deverá substabelecer os poderes que lhe foram outorgados por mandato judicial pelos seus clientes,
sendo que tais substabelecimentos devem ser sem reservas. O substabelecimento sem reservas pode
ser por prazo determinado, nunca inferior ao prazo da suspensão. A concordância do constituinte
do mandato judicial com o respectivo substabelecimento é obrigatória, nos termos do artigo 24 do
Estatuto da Advocacia. Da mesma forma, não poderá o advogado suspenso advogar em causa
própria, sendo que, no tocante aos processos em curso, deverá outorgar procuração a colega.
Inteligência dos artigos 4º, § único, 24, 35, II, 37, § único, do Estatuto da Advocacia e artigo 36 do
Código de Processo Civil. Proc. E-4.100/2012 - v.u., em 16/02/2012, do parecer e ementa do Rel.
Dr. FÁBIO PLANTULLI - Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ
SANTOS DA SILVA.

ADVOGADO SUSPENSO – ATOS PRIVATIVOS DE ADVOGADO – LEVANTAMENTO POR


ALVARÁ JUDICIAL DE VALORES PERTENCENTES AO CLIENTE – POSSIBILIDADE.
São atividades privativas de advocacia: I – a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e
aos juizados especiais; e lI – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. (Artigo 1º
do EOAB). O advogado suspenso não pode praticar atos privativos de advogado, enquanto durar a
suspensão, e para não prejudicar o cliente deve substabelecer os poderes a outro colega,
resguardando, se quiser, a duração do substabelecimento, pelo prazo da suspensão que lhe foi
imposta. A concordância do constituinte do mandato judicial com o respectivo substabelecimento é
obrigatória, nos termos do artigo 24 do Estatuto da Advocacia. O simples levantamento de valores
pertencentes ao cliente junto ao Banco do Brasil ou a CEF, não é um ato privativo de advogado. Ato
privativo de advogado é o pedido ou a retirada em juízo de alvará judicial de valores devidos ao
cliente. Proc. E-4.650/2016 - v.m, em 27/10/2016, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO
GAMBELLI, com apresentação do voto divergente do Julgador Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF,
Rev. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL
GASPARINI.

ADVOGADO COM SUSPENSÃO POR INFRAÇÃO DISCIPLINAR/ÉTICA – PEDIDO DE


CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO DURANTE O PRAZO DA SUSPENSÃO – IMPOSSIBILIDADE
ENQUANTO PERDURAR A SUSPENSÃO – APÓS CUMPRIMENTO DO PRAZO DA SUSPENSÃO
O CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO É POSSÍVEL E SEUS DIREITOS REATIVADOS.
Advogado que sofre penalidade de suspensão pela OAB tem a obrigatoriedade de esperar o lapso de
tempo determinado pela suspensão para ter de volta o direito ao exercício profissional concedido
por lei. Esta suspensão lhe acarreta a estagnação em seus direitos de advogado e neste período
nenhum ato, fato ou pedido do advogado suspenso pode alterá-lo. Neste sentido não há que deferir
pedido de cancelamento da inscrição do advogado suspenso, enquanto pendente a pena aplicada
disciplinarmente. Após o cumprimento do lapso temporal da suspensão, seus direitos são reativados
e poderão ser exercidos, inclusive o pedido de cancelamento de sua inscrição nos quadros da OAB.
Proc. E-4.486/2015 - v.u., em 19/03/2015, do parecer e ementa do Rel. Dr. CLÁUDIO FELIPPE
ZALAF - Rev. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

27.4 - Exclusão
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É a mais grave, sendo necessária a manifestação favorável


de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente.
Deve haver a publicidade no cumprimento da sanção.
São as seguintes infrações puníveis com a expulsão:
I - aplicação, por três vezes, da pena de suspensão;
II - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para
inscrição na OAB;
III - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da
advocacia;
IV - praticar crime infamante;

27.5 - Multa
Possui natureza acessória, ou seja, jamais é imposta de
forma isolada.
É aplicada cumulativamente com a censura ou com a
suspensão.
Cabível no caso de reincidência na pratica já
anteriormente condenada pela OAB.
O valor é de uma a dez unidades

27.6 - Circunstancias atenuantes


Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas,
para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras:
I - falta cometida na defesa de prerrogativa
profissional;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo
em qualquer órgão da OAB;
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à
causa pública.

27.7 - Circunstancias agravadores


Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes,
o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as
conseqüências da infração são considerados para o fim de decidir:
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a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa


e de outra sanção disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa
aplicáveis.

28.0 - OS TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA


Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho
Seccional competente, julgar os processos disciplinares,
instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio conselho.
O Tribunal de Ética e Disciplina poderá funcionar
dividido em órgãos fracionários, de acordo com seu regimento
interno.
Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina:
I - julgar, em primeiro grau, os processos ético-
disciplinares;
II - responder a consultas formuladas, em tese, sobre
matéria ético-disciplinar;
III - exercer as competências que lhe sejam conferidas
pelo Regimento Interno da Seccional ou por este Código para a
instauração, instrução e julgamento de processos ético-
disciplinares;
IV - suspender, preventivamente, o acusado, em caso de
conduta suscetível de acarretar repercussão prejudicial à
advocacia, nos termos do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil;
V - organizar, promover e ministrar cursos, palestras,
seminários e outros eventos da mesma natureza acerca da ética
profissional do advogado ou estabelecer parcerias com as Escolas
de Advocacia, com o mesmo objetivo;
VI - atuar como órgão mediador ou conciliador nas
questões que envolvam:
a) dúvidas e pendências entre advogados;
b) partilha de honorários contratados em conjunto ou
decorrentes de substabelecimento, bem como os que resultem de
sucumbência, nas mesmas hipóteses;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 175

c) controvérsias surgidas quando da dissolução de


sociedade de advogados.
Os membros dos Tribunais de Ética e Disciplina, inclusive
seus Presidentes, são eleitos na primeira sessão ordinária após a
posse dos Conselhos Seccionais, dentre os seus integrantes ou
advogados de notável reputação ético-profissional, observados os
mesmos requisitos para a eleição do Conselho Seccional.
O mandato dos membros dos Tribunais de Ética e Disciplina
tem a duração de três anos.
Ocorrendo extinção automatica de mandato antes do
termino, o membro do Tribunal de Ética e Disciplina perde o
mandato antes do seu término, cabendo ao Conselho Seccional eleger
o substituto.
São as seguintes Turmas do TED da OAB/SP
PRIMEIRA TURMA DE ÉTICA PROFISSIONAL
SEGUNDA TURMA DISCIPLINAR - SÃO PAULO - SP
TERCEIRA TURMA DISCIPLINAR – SÃO PAULO – SP
QUARTA TURMA DISCIPLINAR – SÃO PAULO - SP
QUINTA TURMA DISCIPLINAR – SÃO PAULO - SP
SEXTA TURMA DISCIPLINAR - SÃO PAULO - SP
SÉTIMA TURMA DISCIPLINAR – SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP
OITAVA TURMA DISCIPLINAR – ARARAQUARA - SP
NONA TURMA DISCIPLINAR – SOROCABA - SP
DÉCIMA TURMA DISCIPLINAR – BAURU - SP
DÉCIMA PRIMEIRA TURMA DISCIPLINAR – SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
- SP
DÉCIMA SEGUNDA TURMA DISCIPLINAR – PRESIDENTE PRUDENTE -
SP
DÉCIMA TERCEIRA TURMA DISCIPLINAR – RIBEIRÃO PRETO - SP
DÉCIMA QUARTA TURMA DISCIPLINAR – SANTOS - SP
DÉCIMA QUINTA TURMA DISCIPLINAR – PIRACICABA - SP
DÉCIMA SEXTA TURMA DISCIPLINAR – SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP
DÉCIMA SÉTIMA TURMA DISCIPLINAR – CAMPINAS – SP
DÉCIMA OITAVA TURMA DISCIPLINAR - GUARULHOS - SP
DÉCIMA NONA TURMA DISCIPLINAR - OSASCO - SP
VIGÉSIMA TURMA DISCIPLINAR - SÃO PAULO
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 176

VIGÉSIMA PRIMEIRA TURMA DISCIPLINAR - ARAÇATUBA


VIGÉSIMA SEGUNDA TURMA DISCIPLINAR - MARÍLIA - SP
VIGÉSIMA TERCEIRA TURMA DISCIPLINAR - SÃO PAULO - SP
VIGÉSIMA QUARTA TURMA DISCIPLINAR - SANTO AMARO - SP
VIGÉSIMA QUINTA TURMA DISCIPLINAR - FERNANDÓPOLIS - SP
VIGÉSIMA SEXTA TURMA DISCIPLINAR- FRANCA-SP

CASO CONCRETO – INCOMPETÊNCIA DESTA TURMA – NÃO CONHECIMENTO –


PRECEDENTES.
Esta Turma Deontológica não responde consultas sobre casos concretos, de acordo com a
inteligência dos artigos 49 do CED e 136, § 3º, I, do Regimento Interno da Seccional, bem como da
Resolução nº 7/95 desta Primeira Turma. Proc. E-4.687/2016 - v.u., em 25/08/2016, do parecer e
ementa do Rel. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO - Rev. Dr. EDUARDO AUGUSTO ALCKMIN JACOB -
Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

CASO CONCRETO ENVOLVENDO CONDUTA DE TERCEIRO – NÃO CONHECIMENTO.


Consulta de caso concreto envolvendo conduta de terceiro não pode ser conhecida por este
Sodalício, conforme ditado pela Resolução 07/95 do TED I, em consonância com o art. 136, § 3º,
incisos I, II e III do Regimento Interno desta Seccional da OAB, que está adstrito ao exame de
consultas em tese relativa a atos, fatos ou conduta que digam respeito diretamente ao Consulente,
não sendo este o caso sob exame, que se apresenta concreto e diz respeito à conduta de terceiro.
Proc. E-3.647/2008, Proc. E-3.905/2010 e Proc. E-4.535/2015. Proc. E-4.694/2016 - v.u., em
25/08/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. CÉLIA MARIA NICOLAU RODRIGUES - Rev. Dr.
ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

PUBLICIDADE – HOMOLOGAÇÃO DE TEXTO DE ANÚNCIO CONTENDO AS INFORMAÇÕES


PROFISSIONAIS DO ADVOGADO PARA POSTERIOR PUBLICAÇÃO EM JORNAIS E DEMAIS
MEIOS DE COMUNICAÇÃO – INCOMPETÊNCIA DA PRIMEIRA TURMA – ANÚNCIO –
PUBLICAÇÃO CONTENDO AS INFORMAÇÕES PROFISSIONAIS DO ADVOGADO EM JORNAL
E DEMAIS MEIOS DE COMUNICAÇÃO – IMPLICAÇÕES ÉTICAS – CONHECIMENTO
PARCIAL DA CONSULTA.
O Código de Ética e Disciplina preceitua, no artigo 49, a competência do Tribunal de Ética e
Disciplina, prevendo que tal órgão é competente para “orientar e aconselhar sobre ética
profissional, respondendo às consultas em tese, e julgar os processos disciplinares". Sendo assim, a
Turma de Ética e Disciplina não tem competência para, de modo concreto, homologar anúncios.
Conhece-se parcialmente da consulta, apenas para orientar que, em tese, é permitida a publicidade
informativa do advogado e da sociedade de advogados, contanto que se limite a levar ao
conhecimento do público em geral, ou da clientela, em particular, dados objetivos e verdadeiros a
respeito dos serviços de advocacia que se propõe a prestar, observadas as normas do Código de
Ética e Disciplina. A Primeira Turma de Deontologia do Tribunal de Ética e Disciplina da
Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil conhece da consulta apresentada em relação
ao questionamento do consulente quanto à implicação ética de publicar anúncio contendo suas
informações profissionais em jornais e demais meios de comunicação, orientando-o a proceder com
cautela, moderação e discrição ao publicar anúncios a seu respeito. Proc. E-4.359/2014 - v.u., em
24/04/2014, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO GUIMARÃES CORRÊA MEYER - Rev. Dr.
FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO – CARGO PÚBLICO COMISSIONADO –


VERIFICAÇÃO DE IMPEDIMENTO E INCOMPATIBILIDADE – INCOMPETÊNCIA DA TURMA
DEONTOLÓGICA – COMPETÊNCIA DA COMISSÃO DE SELEÇÃO E INSCRIÇÃO.
A Turma Deontológica tem como finalidade orientar e aconselhar sobre ética profissional,
respondendo às consultas em tese. Portanto, não é competente para decidir ou emitir orientação
sobre impedimentos, incompatibilidades, licenciamento ou cancelamento da inscrição no exercício
da advocacia. Referida matéria, conforme dispõe o artigo 63, letra ‘c’, do Regimento Interno da
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 177

Seccional, é de exclusiva competência da Comissão de Seleção e Inscrição. A incompatibilidade


determina a proibição total, e o impedimento, a proibição parcial de exercício da advocacia. As
hipóteses de incompatibilidade encontram-se descritas no artigo 28, seus incisos e parágrafos, do
Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil e as de impedimento no artigo 30, seus
incisos e parágrafo único do mesmo estatuto. No caso de incompatibilidade deverá a advogada
renunciar ou substabelecer sem reservas e no caso de impedimento, este estaria restrito à Fazenda
Pública que a remunera ou à qual esteja vinculada a entidade empregadora, nos termos do artigo
30, I, do Estatuto da OAB, podendo atuar fora do horário de expediente nos outros casos. Proc. E-
4.451/2014 - v.u., em 13/11/2014, do parecer e ementa do relator Rel. Dr. SYLAS KOK RIBEIRO -
Rev. Dra. MARCIA DUTRA LOPES MATRONE – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA
SILVA.

INCOMPETÊNCIA - TEMA QUE CABE À COMISSÃO DE SELEÇÃO E INSCRIÇÃO.


Compete ao TED I o esclarecimento de dúvidas acerca de questões de ética profissional. Consulta
que traz tema alusivo à inscrição e seu cancelamento nos quadros da OAB, bem como à necessidade
de novo exame, sem repercussões de ordem ética, insere-se na competência da douta Comissão de
Seleção e Inscrição. Consulta da qual não se conhece. Inteligência do art. 63, letras "a" e "c" do
Regimento Interno da Seccional Paulista da OAB. Proc. E-4.115/2012 - v.m., em 19/04/2012, do
parecer e ementa do Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI, vencido o Rel. Dr. CLÁUDIO
FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

PROCURADOR DE ÓRGÃO PÚBLICO – ADVOCACIA EM FAVOR DE PRESIDENTE DA


ENTIDADE A RESPEITO DE ATO PRATICADO NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO – CONSULTA
FORMULADA POR PESSOA NÃO INSCRITA NA OAB A RESPEITO DA CONDUTA DE
TERCEIROS – NÃO CONHECIMENTO.
A Turma Deontológica não conhece consulta formulada por não inscritos na OAB. Além disso, não
é da competência do TED I responder a consultas a que envolvam o proceder de terceiros, que dela
não são parte, pois restariam violados os princípios do contraditório, ampla defesa e produção de
provas. Inteligência do art. 136, § 3º, inciso I, do Regimento Interno da Seccional de São Paulo da
Ordem dos Advogados do Brasil e da Resolução nº 07/95, da Turma Deontológica. Precedentes do
TED I: Proc. E-3.420/2007; E-3.409/2007; E-3.057/2004, E-3.206/2005 e E-3.234/2005; E-
3.600/2008.
Proc. E-4.143/2012 - v.m., em 20/09/2012, do parecer e ementa do julgador Dr. FLÁVIO PEREIRA
LIMA, vencido o Rel. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Rev. Dr. GUILHERME FLORINDO
FIGUEIREDO - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

CONSULTA ACERCA DE QUESTÃO JURÍDICA - INCOMPETÊNCIA DO TED.


Não cabe ao TED elucidar questões de natureza jurídica ou orientar o advogado na condução de
seus casos ou mesmo dirimir dúvida sobre sua responsabilidade civil pela prática de atos
profissionais.Proc. E-4.190/2012 - v.u., em 22/11/2012, do parecer e ementa do Rel. Dr. RICARDO
CHOLBI TEPEDINO - Rev. Dr. EDUARDO TEIXEIRA DA SILVEIRA - Presidente Dr. CARLOS
JOSÉ SANTOS DA SILVA.

29.0 - AS CORREGEDORIAS-GERAIS
As Corregedorias-Gerais integram o sistema disciplinar da
Ordem dos Advogados do Brasil.
O Secretário-Geral Adjunto exerce, no âmbito do Conselho
Federal, as funções de Corregedor-Geral, cuja competência é
definida em Provimento.
Nos Conselhos Seccionais, as Corregedorias-Gerais terão
atribuições da mesma natureza, observando, no que couber,
Provimento do Conselho Federal sobre a matéria.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 178

Ao Corregedor compete:
I - exercer funções de inspeção e correição permanentes
sobre o funcionamento de todas as Turmas do TED;
II - decidir reclamações contra os atos atentatórios da
boa e normal ordem processual praticados pelas Turmas e/ou seus
Presidentes, quando inexistir recurso específico, cabendo recurso
de suas decisões para o Conselho Secional;
III - cuidar para que todas as Turmas tenham o mesmo
padrão de funcionamento e serviço, além de orientar no sentido de
se estabelecer critério único de prestação jurisdicional
administrativa, sem regionalizações;
IV - propor ao Conselho e decretação de intervenção em
qualquer das Turmas que não observar as recomendações da
Corregedoria.

30.0 - O PROCESSO DISCIPLINAR


A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o
fato constituir crime ou contravenção, deve ser comunicado às
autoridades competentes.
O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu
término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus
defensores e a autoridade judiciária competente.

30.1 - Competência
O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB
compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base
territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for
cometida perante o Conselho Federal.
A representação contra membros do Conselho Federal e
Presidentes de Conselhos Seccionais é processada e julgada pelo
Conselho Federal, sendo competente a Segunda Câmara reunida em
sessão plenária.
A representação contra membros da diretoria do Conselho
Federal, Membros Honorários Vitalícios e detentores da Medalha Rui
Barbosa será processada e julgada pelo Conselho Federal, sendo
competente o Conselho Pleno.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 179

A representação contra dirigente de Subseção é processada


e julgada pelo Conselho Seccional.

30.2 - Prazos no procedimento disciplinar


Prazo é o lapso de tempo para a prática de ato
processual.
Os prazos serão contados a partir da notificação da
parte, ou da publicação do despacho ou decisão, salvo no caso da
defesa prévia, quando fluirá a partir da juntada do AR (Aviso de
Recebimento) da convocação à defesa.

30.3 - Instauração
O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante
representação do interessado.
A instauração, de ofício, do processo disciplinar dar-se-
á em função do conhecimento do fato, quando obtido por meio de
fonte idônea ou em virtude de comunicação da autoridade
competente.
Não se considera fonte idônea a que consistir em denúncia
anônima.
A representação será formulada ao Presidente do Conselho
Seccional ou ao Presidente da Subseção, por escrito ou
verbalmente, devendo, neste último caso, ser reduzida a termo.
Nas Seccionais cujos Regimentos Internos atribuírem
competência ao Tribunal de Ética e Disciplina para instaurar o
processo ético disciplinar, a representação poderá ser dirigida ao
seu Presidente ou será a este encaminhada pelo Presidente da
Secção ou Subseção oque a houver recebido.
A representação deverá conter:
I - a identificação do representante, com a sua
qualificação civil e endereço;
II - a narração dos fatos que a motivam, de forma que
permita verificar a existência, em tese, de infração disciplinar;
III - os documentos que eventualmente a instruam e a
indicação de outras provas a ser produzidas, bem como, se for o
caso, o rol de testemunhas, até o máximo de cinco;
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 180

IV - a assinatura do representante ou a certificação de


quem a tomou por termo, na impossibilidade de obtê-la.
Na hipótese de suspensão preventiva, em caso de
repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, em sessão
especial designada pelo Presidente do Tribunal, serão facultadas
ao representado ou ao seu defensor a apresentação de defesa, a
produção de prova e a sustentação oral.

30.4 - Distribuição
Recebida a representação, o Presidente do Conselho
Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser de Conselho,
designa relator, por sorteio, um de seus integrantes, para
presidir a instrução processual.
Os atos de instrução processual podem ser delegados ao
Tribunal de Ética e Disciplina, conforme dispuser o regimento
interno do Conselho Seccional, caso em que caberá ao seu
Presidente, por sorteio, designar relator.
Antes do encaminhamento dos autos ao relator, serão
juntadas a ficha cadastral do representado e certidão negativa ou
positiva sobre a existência de punições anteriores, com menção das
faltas atribuídas. Será providenciada, ainda, certidão sobre a
existência ou não de representações em andamento, a qual, se
positiva, será acompanhada da informação sobre as faltas
imputadas.
O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade,
emitirá parecer propondo:
a) propondo a instauração de processo disciplinar;
b) o arquivamento liminar da representação.
Arquivamento liminar é a extinção, sem qualquer instrução
procedimental ou apreciação de mérito, do processo ético-
disciplinar despido dos pressupostos legais de admissibilidade.
O prazo será de 30 (trinta) dias, sob pena de
redistribuição do feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou
da Subseção para outro relator, observando-se o mesmo prazo.
O Presidente do Conselho competente ou, conforme o caso,
o do Tribunal de Ética e Disciplina, proferirá despacho declarando
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 181

instaurado o processo disciplinar ou determinando o arquivamento


da representação, nos termos do parecer do relator ou segundo os
fundamentos que adotar.

30.5 - Da notificação
Compete ao relator do processo disciplinar determinar a
notificação dos interessados para prestar esclarecimentos ou a do
representado para apresentar defesa prévia, no prazo de 15
(quinze) dias, em qualquer caso.
A notificação inicial para a apresentação de defesa
prévia ou manifestação em processo administrativo perante a OAB
deverá ser feita através de correspondência, com aviso de
recebimento, enviada para o endereço profissional ou residencial
constante do cadastro do Conselho Seccional.
Incumbe ao advogado manter sempre atualizado o seu
endereço residencial e profissional no cadastro do Conselho
Seccional, presumindo-se recebida a correspondência enviada para o
endereço nele constante.
Frustrada a entrega da notificação, será a mesma
realizada através de edital, a ser publicado na imprensa oficial
do Estado, dele não podendo constar qualquer referência de que se
trate de matéria disciplinar, constando apenas o nome completo do
advogado, o seu número de inscrição e a observação de que ele
deverá comparecer à sede do Conselho Seccional ou da Subseção para
tratar de assunto de seu interesse.
As demais notificações no curso do processo disciplinar
serão feitas através de correspondência ou através de publicação
na imprensa oficial do Estado ou da União, quando se tratar de
processo em trâmite perante o Conselho Federal, devendo, as
publicações, observarem que o nome do representado deverá ser
substituído pelas suas respectivas iniciais, indicando-se o nome
completo do seu procurador ou o seu, na condição de advogado,
quando postular em causa própria.
Se o representado não for encontrado ou ficar revel, o
Presidente do Conselho competente ou, conforme o caso, o do
Tribunal de Ética e Disciplina designar-lhe-á defensor dativo.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 182

Defensor dativo é advogado designado pelo Relator para


patrocinar o requerido revel. O Defensor Dativo não poderá ser
Conselheiro ou membro do Tribunal de Etica e Disciplina.

30.6 - Da defesa previa e instrução


Defesa prévia é a alegação escrita, apresentada pelo
representado, na qual, ainda antes da fase probatória, se defende
das acusações que lhe são dirigidas.
Oferecida a defesa prévia, que deve ser acompanhada dos
documentos que possam instruí-la e do rol de testemunhas, até o
limite de 5 (cinco), será proferido despacho saneador e,
ressalvada a hipótese de indeferimento liminar da representação,
será designada, se for o caso, audiência para oitiva do
representante, do representado e das testemunhas.
Indeferimento liminar é ato do Presidente da Seccional,
pelo qual, sopesando os termos e elementos da representação e da
defesa prévia, põe fim ao processo, por considerar, da
contraposição das peças referidas, inexistente qualquer infração
disciplinar. Trata-se de extinção do processo com julgamento do
mérito.
O representante e o representado incumbir-se-ão do
comparecimento de suas testemunhas, salvo se, ao apresentarem o
respectivo rol, requererem, por motivo justificado, sejam elas
notificadas a comparecer à audiência de instrução do processo.
O relator pode determinar a realização de diligências que
julgar convenientes, cumprindo-lhe dar andamento ao processo, de
modo que este se desenvolva por impulso oficial.
O relator somente indeferirá a produção de determinado
meio de prova quando esse for ilícito, impertinente, desnecessário
ou protelatório, devendo fazê-lo fundamentadamente.
Concluída a instrução, o relator profere parecer
preliminar, a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina,
descrevendo os fatos e dando enquadramento legal aos fatos
imputados ao representado.
Abre-se, em seguida, prazo comum de 15 (quinze) dias para
apresentação de razões finais.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 183

3.7 - Do processo no TED


O Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina, após o
recebimento do processo, devidamente instruído, designa, por
sorteio, relator para proferir voto.
Se o processo já estiver tramitando perante o Tribunal de
Ética e Disciplina ou perante o Conselho competente, o relator não
será o mesmo designado na fase de instrução.
O processo será incluído em pauta na primeira sessão de
julgamento após a distribuição ao relator, da qual serão as partes
notificadas com 15 (quinze) dias de antecedência.
O representante e o representado são notificados pela
Secretaria do Tribunal, com 15 (quinze) dias de antecedência, para
comparecerem à sessão de julgamento.
Na sessão de julgamento, após o voto do relator, é
facultada a sustentação oral pelo tempo de 15 (quinze) minutos,
primeiro pelo representante e, em seguida, pelo representado.
Do julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á
acórdão, do qual constarão, quando procedente a representação:
a)o enquadramento legal da infração;
b)a sanção aplicada;
c)o quórum de instalação e o de deliberação;
d)a indicação de haver sido a pena adotada com base no
voto do relator ou em voto divergente, bem como as circunstâncias
agravantes ou atenuantes consideradas e as razões determinantes de
eventual conversão da censura aplicada em advertência sem registro
nos assentamentos do inscrito.
Nos acórdãos serão observadas, ainda, as seguintes
regras:
a)O acórdão trará sempre a ementa, contendo a essência da
decisão.
b)O autor do voto divergente que tenha prevalecido
figurará como redator para o acórdão.
c)O voto condutor da decisão deverá ser lançado nos
autos, com os seus fundamentos.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 184

d)O voto divergente, ainda que vencido, deverá ter seus


fundamentos lançados nos autos, em voto escrito ou em transcrição
na ata de julgamento do voto oral proferido, com seus fundamentos.
e)Será atualizado nos autos o relatório de antecedentes
do representado, sempre que o relator o determinar.
A decisão condenatória irrecorrível deve ser
imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o representado
tenha inscrição principal, para constar dos respectivos
assentamentos.

30.8 - As Consultas
As consultas submetidas ao Tribunal de Ética e Disciplina
receberão autuação própria, sendo designado relator, por sorteio,
para o seu exame, podendo o Presidente, em face da complexidade da
questão, designar, subsequentemente, revisor.
O relator e o revisor têm prazo de 10 (dez) dias cada um
para elaboração de seus pareceres, apresentando-os na primeira
sessão seguinte, para deliberação.

30.9 - Recurso
A conduta dos interessados, no processo disciplinar, que
se revele temerária ou caracterize a intenção de alterar a verdade
dos fatos, assim como a interposição de recursos com intuito
manifestamente protelatório, contrariam os princípios deste
Código, sujeitando os responsáveis à correspondente sanção.
Os recursos contra decisões do Tribunal de Ética e
Disciplina, ao Conselho Seccional, regem-se pelas disposições do
Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, do
Regulamento Geral e do Regimento Interno do Conselho Seccional.
Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões
definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham
sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão do
Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o
regulamento geral, o Código de Ética e Disciplina e os
Provimentos.
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À exceção dos embargos de declaração, os recursos são


dirigidos ao órgão julgador superior competente, embora
interpostos perante a autoridade ou órgão que proferiu a decisão
recorrida.
O juízo de admissibilidade é do relator do órgão julgador
a que se dirige o recurso, não podendo a autoridade ou órgão
recorrido rejeitar o encaminhamento.
O recurso tem efeito suspensivo, exceto nas hipóteses
previstas no Estatuto.
Os embargos de declaração são dirigidos ao relator da
decisão recorrida, que lhes pode negar seguimento,
fundamentadamente, se os tiver por manifestamente protelatórios,
intempestivos ou carentes dos pressupostos legais para
interposição.
Admitindo os embargos de declaração, o relator os
colocará em mesa para julgamento, independentemente de inclusão em
pauta ou publicação, na primeira sessão seguinte, salvo
justificado impedimento.
O prazo para qualquer recurso é de quinze dias, contados
do primeiro dia útil seguinte, seja da publicação da decisão na
imprensa oficial, seja da data do recebimento da notificação,
anotada pela Secretaria do órgão da OAB ou pelo agente dos
Correios.
O recurso poderá ser interposto via fac-simile ou
similar, devendo o original ser entregue até 10 (dez) dias da data
da interposição.
Os recursos poderão ser protocolados nos Conselhos
Seccionais ou nas Subseções nos quais se originaram os processos
correspondentes, devendo o interessado indicar a quem recorre e
remeter cópia integral da peça, no prazo de 10 (dez) dias, ao
órgão julgador superior competente, via sistema postal rápido,
fac-símile ou correio eletrônico.
Durante o período de recesso do Conselho da OAB que
proferiu a decisão recorrida, os prazos são suspensos,
reiniciando-se no primeiro dia útil após o seu término.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 186

O relator, ao constatar intempestividade ou ausência dos


pressupostos legais para interposição do recurso, profere despacho
indicando ao Presidente do órgão julgador o indeferimento liminar,
devolvendo-se o processo ao órgão recorrido para executar a
decisão. Contra a decisão do Presidente, cabe recurso voluntário
ao órgão julgador.
Se o relator da decisão recorrida também integrar o órgão
julgador superior, fica neste impedido de relatar o recurso.
Quando a decisão, inclusive dos Conselhos Seccionais,
conflitar com orientação de órgão colegiado superior, fica sujeita
ao duplo grau de jurisdição.
Contra decisão do Presidente ou da Diretoria da Subseção
cabe recurso ao Conselho Seccional, mesmo quando houver conselho
na Subseção.
Contra a decisão do Tribunal de Ética e Disciplina cabe
recurso ao plenário ou órgão especial equivalente do Conselho
Seccional.
O Regimento Interno do Conselho Seccional disciplina o
cabimento dos recursos no âmbito de cada órgão julgador.
Para a formação do recurso interposto contra decisão de
suspensão preventiva de advogado, dever-se-á juntar cópia integral
dos autos da representação disciplinar, permanecendo o processo na
origem para cumprimento da pena preventiva e tramitação final.
Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional
é legitimado a interpor o recurso.
O Tribunal dará conhecimento de todas as suas decisões ao
Conselho Seccional, para que determine periodicamente a publicação
de seus julgados.
Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto:
a)quando tratarem de eleições;
b)de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética
e Disciplina;
c)cancelamento da inscrição obtida com falsa prova.

30.10 - Revisão
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 187

Cabe revisão do processo disciplinar, quando o advogado


for condenado por erro de julgamento ou baseada em falsa prova.
Tem legitimidade para requerer a revisão o advogado
punido com a sanção disciplinar.
A competência para processar e julgar o processo de
revisão é do órgão de que emanou a condenação final.
Quando o órgão competente for o Conselho Federal, a
revisão processar-se-á perante a Segunda Câmara, reunida em sessão
plenária.
Observar-se-á, na revisão, o procedimento do processo
disciplinar, no que couber.
O pedido de revisão terá autuação própria, devendo os
autos respectivos ser apensados aos do processo disciplinar a que
se refira.

30.11 - Reabilitação profissional


Trata-se de processo ético-disciplinar, originário,
requerido pelo punido, perante a Seccional, após o cumprimento da
pena, pelo qual, em face de provas efetivas de bom comportamento
(e, se for o caso, de ter conseguido a reabilitação criminal),
requer a extinção, de seus assenta-mentos, do respectivo registro
disciplinar.
É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção
disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação,
em face de provas efetivas de bom comportamento.
Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime,
o pedido de reabilitação depende também da correspondente
reabilitação criminal.
A competência para processar e julgar o pedido de
reabilitação é do Conselho Seccional em que tenha sido aplicada a
sanção disciplinar. Nos casos de competência originária do
Conselho Federal, perante este tramitará o pedido de reabilitação.
Observar-se-á, no pedido de reabilitação, o procedimento
do processo disciplinar, no que couber.
Unisalesiano –Apostila de Ética 2017 – Prof. Ms. José Pancotti Jr. 188

O pedido de reabilitação terá autuação própria, devendo


os autos respectivos ser apensados aos do processo disciplinar a
que se refira.
O pedido de reabilitação será instruído com provas de bom
comportamento, no exercício da advocacia e na vida social,
cumprindo à Secretaria do Conselho competente certificar, nos
autos, o efetivo cumprimento da sanção disciplinar pelo
requerente.
Quando o pedido não estiver suficientemente instruído, o
relator assinará prazo ao requerente para que complemente a
documentação; não cumprida a determinação, o pedido será
liminarmente arquivado.

30.12 - Prescrição
Prescrição é o perecimento da pretensão punitiva (ou
seja, perda do poder punitivo da OAB), em razão da paralisação do
processo por mais de três anos pendente de despacho ou julgamento
(prescrição intercorrente) ou do decurso do período de cinco anos,
contados da data da constatação oficial do fato punível em tese.

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