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Curso de Capelania

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CURSO  DE  
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CAPELANIA  
HOSPITALAR  

 
 
 
DIC  DO  BRASIL  –  WWW.DICDOBRASIL.ORG  
INTRODUÇÃO  /  APRESENTAÇÃO  
 

  3  
DIC CHAPLINCY preocupa-se com o crescimento de cada líder e obreiro.
Por isso, através desse material, nosso objetivo é investir em homens e
mulheres que tenham uma chamada específica para atuar na área de
Capelania.

Para você que irá participar deste estudo, desejamos que Deus possa
desenvolver em seu coração de maneira muito forte o amor por todos os que
sofrem; e que a chama do Espírito Santo possa encher seu coração para que
você possa sair desse curso com muita disposição para desenvolver este
ministério.

Esse estudo mostra a importância da capelania e do capelão em várias áreas


de trabalho, desenvolvendo seu serviço de apoio e assistência espiritual
centrado nas verdades bíblicas, comprometida com a formação integral do
ser humano no resgate dos valores construtivos, transmitindo palavra de
orientação e encorajamento às pessoas em momentos especiais ou de crise, e
incentivar a leitura da Palavra, buscando reavivar e fortalecer a esperança e
a fé, mediante o conhecimento do Deus Criador e do Salvador Jesus Cristo.

E ensinará também que a capelania não é apenas para aqueles que


compartilham as mesmas convicções de fé e definitivamente não é sobre a
imposição de crenças do capelão sobre os outros, mas sim demonstra a
integridade, o trabalho do profissional capelão, o cuidado em manter a
confidencialidade. Todos esses atributos estão apoiados com o desejo de
servir e cuidar daqueles a quem são atribuídos.
Que Deus abençoe grandemente a sua vida.

 
Para  o  curso  GRATUITO  ACESSE>>  
https://diccapelania.wixsite.com/capelaniahospitalar  
 
 
 
 
 
SUMÁRIO

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1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 6
2. ORIGEM DA CAPELANIA.................................................................................... 7
3. CONCEITOS............................................................................................................ 8
3.1 CAPELANIA.......................................................................................................... 8
3.2 CAPELÃO...............................................................................................................8
3.2.1 Perfil do Capelão.................................................................................................. 9
3.3 NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA.........................................................................9
4. ÁREAS DE ATUAÇÃO......................................................................................... 11
4.1 HOSPITALAR...................................................................................................... 11
4.1.1 Por onde começar?............................................................................................. 12
4.1.2 Capelão Hospitalar............................................................................................ .13
4.1.3 Visitando pessoas.............................................................................................. .14
4.1.4 Visita à crianças e adolescentes......................................................................... 15

1. INTRODUÇÃO
A espiritualidade traduz-se em sermos seres espirituais e possuirmos
transitoriamente, um corpo físico, onde o mesmo é apenas um reflexo do
espírito.

Mesmo que o elemento religioso esteja presente no modo como os pacientes


elaboram suas crises, muitos não têm preparo para discutir e como lidar com
a religiosidade e lançam mão de suas convicções religiosas pessoais de
forma acrítica. Existe um aumento de interesse em compreender o efeito da
fé na saúde. Por isso a capelania é praticada de modo a organizar e
desenvolver um trabalho integrado no sentido de oferecer ajuda espiritual
sincronizada ao paciente. Um fator que dificulta o cuidado espiritual é a
influência do materialismo por valorizar sobremaneira a beleza, o poder, o
material, desse modo, esvaziando o ser humano do valor que ele tem em si,
como ser único, inteligente, livre, responsável e digno. A capelania pode
ajudar o paciente estando atento às suas emoções e sentimentos, sendo isso
uma importante terapia para o bem estar da pessoa, pois o capelão lida com
necessidades espirituais diferenciadas, buscando sempre o cuidado espiritual
adequado e contínuo do paciente, preservando sempre sua privacidade. A
idéia central é ressaltar a importancia da capelania hospitalar, prisional,
social, militar, entre outras, dedicando a alma com competência. Nosso
Deus é incomparável em tudo e por Sua Soberania, Oniciência, Onipotência
e Onipresença, é Senhor de tudo e Senhor de todos. Queira os homens ou
não o Criador domina soberanamente, em qualquer situação, lugar e época
da história. Percebemos a constante busca das pessoas, em todos os lugares,
por autoajuda, o que pode contribuir significativamente, mas a verdadeira,
poderosa e perfeita solução está na ajuda do alto. Quantos no mundo inteiro
e na história são provas incontestáveis de tendo clamado ao Deus Altíssimo,
encontraram Salvação, Segurança e Solução. Objetivaram não apenas
respostas, mas também propostas para um novo viver; provaram o
arrependimento, o novo nascimento, o perdão e a reconciliação com Deus e
com outras pessoas. Há, no entanto, um número considerável de pessoas que

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não estão convencidas da eficácia de clamar ao Deus Altíssimo, não
experimentaram a alegria oriunda do Senhor Deus, que responde às orações.
Temos então, na Capelania, a missão, entre outras, de levar a paz e a alegria
do Espírito Santo a todos os lugares e a todos os pequeninos e adultos,
sábios e incultos, civis e militares, não importando a cor, raça ou confissão
ideológica ou religiosa e, através da Capelania, apresentar este Deus, que é
sem igual.

2. ORIGEM DA CAPELANIA
Existem duas versões para o surgimento da capelania:
A primeira versão diz que, o termo Capelania vem da França, desde 1700,
em tempos de guerra, o Rei costumava mandar para os acampamentos
militares, uma relíquia dentro de um oratório que recebia o nome de Capela,
esta Capela ficava sob a responsabilidade do sacerdote, conselheiro dos
militares. Em tempos de paz, a Capela voltava para o reino, sob a
responsabilidade do sacerdote, que continuava como líder espiritual do Rei,
e conhecido por Capelão e o serviço Capelania, já se estendia aos
parlamentos, colégios, cemitérios e prisões.

Já a segunda versão acredita que, Capelania não é um termo moderno. É


nome dado aos serviços religiosos prestados por oficiais treinados e teve
origem nas Forças Armadas do Exército em 1776. Conta-se que na França,
um oficial Sgt. Martinho ao encontrar um homem abandonado na rua
debaixo de chuva e frio, cortou sua Capa e o cobriu num ato de
solidariedade, humanismo, caridade, ajuda e amor ao próximo. Ao morrer,
esta capa foi levada como uma relíquia para a Igreja para ser venerada. Esta
igreja recebeu o nome de “Igreja da Capa”. Daí as derivações Capela,
Capelão e Capelania.

3. CONCEITOS

3.1 CAPELANIA
É a assistência de carater espiritual, exercida por um capelão, podendo atuar
em diversas áreas. É o exercício da função extra pastoral que visa enfocar o
Senhor Jesus Cristo no contexto do Reino de Deus e não apenas de um
grupo religioso. A capelania leva a fé, a esperança e o amor (I Co. 13:13); é
aperfeiçoar sua fé com as obras (Tg. 2:22); é ser ovelha de Jesus (Mt. 25:35-
36); é uma visão Bíblica. Tem como missão atuar através de voluntários
capacitados, entendimento espiritual, emocional, social, recreativo e
educacional, sem distinção de credo, raça, sexo ou classe social, em busca
contínua da excelência no ensino e no ministério de consolo e esperança
eternos.

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A capelania é uma reunião de ensinamentos bíblicos, técnicos e espirituais
voltados a ajudar pessoas necessitadas, que pode ser uma necessidade física,
espiritual ou social.

3.2 CAPELÃO
É o agente de Deus que presta assistencia religiosa, onde tem como área de
atuação: prédios, hospitais, creches, asilos, comunidades carentes, guerras,
local assolado por calamidades, entre outros. O capelão deve agir com
sabedoria e ética, manejando bem a palavra da verdade (Bíblia) e ser
preparado psicologicamente e espiritualmente.

Assim diz a Palavra do Senhor:


“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o
primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes”.
(Mc. 12: 30 -31)

3.2.1 Perfil do Capelão


• Compartilhar o Amor de Deus através dos aconselhamentos.
• Ser conselheiro de consciência e de vocação, amigo e, acima de tudo,
exemplo do que aconselha.
• Esclarecer a importância da comunhão com Deus e com o próximo.
• Exortar com amor dando orientação e levando a pessoa para uma reflexão
bíblica sobre os seus atos.
• Encorajar o indivíduo a se fortalecer nos momentos de crise.
• Mostrar o Amor de Deus através das atividades e palavras do Capelão.

3.3 NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA


Lei Federal da Capelania no Brasil - Lei 6.923 art 5º inciso VII, é a
assegurada nos termos da lei a pretação de assistência religiosa nos
entidades de internação coletiva, civis, militares – cb 1988.

Lei Estadual – RJ - 4.622 – 18/10/2005, art 1º fica o poder executivo


autorizado a criar nos hospitais públicos do estado do Rio de Janeiro, o
serviço voluntário de capelania hospitalar, com vistas ao atendimento
espiritual fraterno dos pacientes internados e seus familiares.

Lei 4.1154 – 11/03/2003 altera a Lei 2.994 30/06/1998 art 1º fica autorizado
o ingresso de capelaes nos hospitais e demais casas de saúde da rede
estadual e privada de todos os credos.
Lei Municipal – RJ- 775 12/1985 autoriza o ingresso de ministros religiosos
solicitados para prestarem assistência religiosa aos enfermos.

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4. ÁREAS DE ATUAÇÃO

4.1 HOSPITALAR
A visita hospitalar e o cuidado espiritual oferecem benefícios distintos para
os pacientes e seus familiares, com o pessoal de cuidado médico profissional
e ao próprio hospital. Muitas pessoas ajudadas com envolvimentos
religiosos frequentimente foram significativamente provadas viver mais
tempo comparado a pessoas que eram não frequentimente envolvidas. Isto
quer dizer que a fé traz impacto de bem estar prático emocional e físico. Os
capelães fazem um papel integrante de apoio e fortalecimento destes
recursos religiosos e espirituais. Estar bem espiritualmente ajuda as pessoas
a moderar os sentimentos dolorosos que acompanham a doença. Mas
também há uma necessidade de cuidar do emocional da família do paciente,
que sofre angústia semelhante ou mais intensa às dos que estão
hospitalizados.

A capelania hospitalar está diretamente relacionada às doenças que afetam o


ser humano. E doença é qualquer pertubação das funções normais do
organismo. São agentes patogênicos, hereditários ou não, que afetam o
indivíduo e quebra o equilíbrio físico, social e psicológico. Podemos
classificar os estados dos seguintes modos:

Estado permanente – são portadores de doenças crônicas ou incuráveis.


Estar doente – situação transitória ou passageira.
Sentir-se doente – sintomalogia de origem emocional psicológica
(hipocondria).
Parecer doente – pessoas que dão parecer de estarem doentes.

Em qualquer estágio a doença ameaça a integridade do homem, tornando a


vida mais dificil, sem significado ou proposito, gerando na pessoa
sentimentos de ira, desânimo, solidão, amargura, revolta, medo, angustia e
ansiedade, levando-a a sofrer. A fé é uma terapia que pode curar doenças
que, muitas vezes, não tem cura pela medicina. Na capelania hospitalar
você encontrará situações onde a doença é de natureza espiritual e, sendo
assim, ao orar em nome de Jesus, o enfermo ficará curado. Se não for o
caso, a oração em nome de Jesus confortará e dará força para suportar a
situação e encarar de forma mais tranquila. Existem estágios aos quais os
pacientes costumam se comportar ao descobrir a doença:

• Negação – a pessoa fica chocada com a notícia, fica imaginando que não
deve ser verdade, deve ser engano no diagnóstico. A família é desafiada a
investigar mais sobre o problema.
• Revolta – Depois de convencer-se que é verdade. Por que eu? Por que
Deus me abandonou? Situação de desespero e revolta.

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• Barganha – Depois de descarregar sua revolta, passa a desejar pelo menos
um tempinho mais para realizar alguns desejos. Este estágio é chamado de
pequena trégua.
• Depressão – Neste patamar, se desinteressa por tudo e praticamente se
entrega à situação, evita até mesmo visita.

4.1.1 Por onde começar?
O capelão poderá começar visitando diretores de equipes, falar sobre a
capelania para eles, distribuindo literatura e projetos. Cada hospital abre
portas diferentes, umas mais fáceis outras mais difíceis. Tudo vai depender
da sua formação, personalidade, maneira de apresentar-se e de sua
autoridade como capelão. Algumas dicas para desenvolver o trabalho:

• Trabalhar com a direção e com os profissionais de saúde, conscientizando-


os sobre o valor do trabalho;

• Tendo sido convidado ou autorizado, o capelão poderá promover uma


reunião com todo o pessoal e expor, de maneira sábia e “profissional”, a
natureza e as vantagens da capelania;

• Expor o planejamento de atividades que focalize a sua metodologia para


cada área e cada contexto dentro do hospital, inclusive para os
funcionários.

Uma capelania oficial que tem permissão da direção deve fixar os seguintes
objetivos e metas:
1. Assistência espiritual leito a leito (individual);
2. Realização de cultos numa sala apropriada;
3. Atendimento a pacientes em fase terminal;
4. Atendimento a pacientes, antes de cirurgias;
5. Assistência a familiares;
6. Assistencia a funcionários em seus diversos departamentos, com breves
cultos e atendimento individual, mediante interesse e necessidade de cada
um.
7.
4.1.2 Capelão Hospitalar

O Capelão Hospitalar é o religioso devidamente qualificado que cuida da


assistência religiosa e espiritual dentro do hospital. Atende não só os
pacientes internados, como também acompanhantes e toda a equipe de
colaboradores da Instituição. Ao Capelão Hospitalar cabe o cuidado com o
bem-estar do ser humano. É ele quem oferece conforto e calor espiritual,
estimulando aos pacientes/acompanhantes a confiança no hospital, na equipe

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de saúde e, sobretudo, em Deus. A postura otimista do capelão também é
importante, deve manter uma fisionomia alegre, simpática e comunicativa;
fará com seriedade e compenetração, mas o seu interior deve revelar-se
numa fase de otimismo e esperança, pois o que vai proporcionar uma
postura otimista diante do paciente é a vida espiritual do visitador. Se há
vida com Deus, comunhão constante com o Espírito Santo, vai haver rosto
alegre e cheio de esperança. O autocontrole deve ser total sobre suas
emoções, pois situações chocantes surgirão inesperadamente e com
frequência. Conhecer bem a sua Bíblia é ideal para ter uma noção do todo.
Existirão pessoas que serão contrárias às suas opiniões religiosas, por isso,
também se faz necessário ter capacidade para conviver com esse tipo de
situação contrário as suas. A paciência é que tem que vigorar nesse
momento, respeitando a idéia dos outros.

4.1.3 Visitando pessoas

A visita ao enfermo deve minorar o sofrimento, consolar o espírito e ajudar


o estado geral da pessoa. Por isso, se o capelão estiver gripado, por
exemplo, vai contagiar ainda mais a pessoa enferma. Se não estiver se
sentindo bem, vai passar um ar desânimo e de certo modo, será tentado a
falar mais da doença do que confortar o seu visitado. Além disso, o capelão
deve se manter asseado, isto é, limpo, com roupas simples e sem exageros.
Não usar perfumes que poderão provocar espirros e reações alérgicas nos
pacientes, unhas bem aparadas e limpas, cabelos bem penteados e cuidar
bem do seu hálito bucal. Para conseguir melhor limpeza, retire relógio de
pulso, anéis, lavando as mãos entre todos os dedos e até o pulso e não
esquecer de fazer o mesmo ao sair, pois as contaminações contraídas no
hospítal podem ser mais perigosas do que aquelas que pode-se trazer de
fora. Tudo isso para evitar mais problemas de saúde aos pacientes.
O capelão estará sempre orando à volta da cama ou da maca de algum
paciente, mas antes disso, ele deve estar a sós com Deus muito tempo no seu
viver diário. Evite também tocar em remédios sobre a mesa de cabeceira,
nem nos tubos e instrumentos médicos ligados à pessoa, nem mesmo tente
consertar posições do paciente. Se for necessário chame um enfermeiro. E
para não transformar uma enfermaria coletiva em uma congregação, procure
visitar cada paciente individualmente. Evite também levar qualquer tipo de
alimento para dentro do hospital. E se em algum momento chegar algum
enfermeiro, dê-lhe preferência, e se necessário retire-se da sala por um
momento. Devemos lembrar que a visita não pode ser demorada, pois o
paciente, dependendo da sua situação clínica e física, pode sentir-se
cansado.

4.1.4 Visita a crianças e adolescentes

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A Capelania com crianças hospitalizadas tem aspectos que não se podem
prever. As situações surgem, fora de padrão, porque estamos trabalhando
não somente com crianças que, em si, já apresentam variações muito
grandes de comportamento, mas também com o efeito das enfermidades
sobre elas. Assim, o capelão de crianças deve estar sempre se atualizando
com o conhecimento da criança, com a sua vida espiritual, e, sobretudo,
desenvolver se constantemente na palavra de Deus.

Atualmente já encontramos em hospitais, voluntários atuando no setor


infantil, levando através de brincadeiras, peça teatral, músicas, desenhos;
para incentivar as crianças. Esse tipo de trabalho voluntário evangeliza o
paciente, que recebe atenção, amor, amizade em um momento dificil de sua
vida. Não é um trabalho para visitar apenas algumas vezes, mas sim de
continuidade no acompanhamento da vida dessas pessoas. Nas visitações há
louvores, orações, pregam a Palavra de Deus contando histórias de forma
bem objetiva para as crianças. Este trabalho requer doação, dedicação,
compromisso, amor e preparo. É preciso haver uma vocação, uma chamada
especial de Deus, pois não é uma profissão que se aprende na escola. Tem
que gostar de criança de verdade para ter habilidade em lidar com os
questionamentos. Ser sincero e transparente, sem se esquivar de nada.

CAPELANIA HOSPITALAR I

I-O PAPEL DO CAPELÃO NA PASTORAL DA SAÚDE

INTRODUÇÃO
Uma das maiores necessidades do ser humano é ser compreendido. Os
representantes dos hospitais ressaltam a importante contribuição da
capelania hospitalar na cura terapêutica, como uma ação em que
complementa o trabalho dos profissionais da saúde.
Os capelães (Pastores, Missionários, Evangelistas, Padres, Teólogos),
devem ter diante dos olhos que o direito e o dever de exercer o apostolado é
comum a todos os membros do corpo de Cristo, sejam pastores ou membro
e que na edificação da Igreja, os capelães da saúde têm uma função própria.
Essas funções deverão ser desenvolvidas em união com todas as equipes
eclesiástico-hospitalares. Falar de capelania hospitalar é falar de Jesus Cristo
e sua igreja, na qual Ele continua sua obra de cura e salvação integral.
Curando fisicamente o enfermo. Jesus o devolve também á vida social,
restaurando as relações com os demais e sua comunhão com Deus. Portanto,
os capelães se colocam a disposição da comunidade e são indicados pelos
seus pastores a serviço dos enfermos, quer em domicílio (saúde
comunitária) quer nos hospitais ou ainda atuando a movimentos na
dimensão político-institucional.

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1-QUEM É O CAPELÃO DA SAÚDE
O Capelão da saúde é aquele que, a exemplo de Jesus, expressa o amor
misericordioso de Cristo, a solidariedade e a gratuidade com os mais
necessitados. Com o seu testemunho anuncia o Deus da vida e o Cristo que
salva e se compromete na construção de um mundo mais humano, solidário
e fraterno.
Primeiramente é muito importante que o capelão tenha uma personalidade
madura e equilibrada, tornando-se sensível e ao mesmo tempo solidário ao
problema do outro. Um capelão bem formado usará menos “receitas
prontas” e mais compreensão, menos repetição e mais liberdade com a
palavra de Deus. Suas características são muito importantes pois sempre
transparecerá para os outros a identidade de Cristo e sempre estará aberto
para a compreensão do próximo.Sua identidade manifesta da seguinte
maneira: pelo sentimento de Cristo na existência humana, pela fé
amadurecida na piedade e na experiência, encarnando o ato da visita ao
doente como ação terapêutica de saúde e salvação. Sendo testemunha dos
valores espirituais, evangelizando e confortando os enfermos, orando e
pregando o Evangelho de Cristo com eles, ajudando-os a descobrir o
verdadeiro sentido da vida, sendo disponível e paciente, sabendo escuta-los
com discrição e humildade, sofrendo com os que sofrem e alegrando-se com
os que se alegram, compreendendo as reações de quem padece, respeitando
a religiosidade do enfermo sem lhe impor o próprio estilo de fé, aceitando o
ritimo do amadurecimento humano e espiritual de cada pessoa, sabendo
passar da discussão á experiência de Deus, aliviando a solidão de alguns, a
angústia de muitos e abrindo a esperança de todos, incutindo confiança em
Deus e dando paz e amor a todos sobretudo aos mais fracos. E, no amor de
Cristo, ser fiel a sua missão (visitação aos enfermos).

2-A PREPARAÇÃO DO CAPELÃO


O capelão necessita para desenvolver sua missão, de formação específica e
permanente. Formação não é o luxo que alguns podem permitir-se, é uma
condição indispensável para enfrentar hoje as situações adversas e prestar
uma assistência eficaz na direção da palavra de Cristo.
Estamos vivendo num mundo em que todos os setores da sociedade exigem
pessoas capacitadas. Desde os trabalhos profissionais mais simples até os
mais complicados, sem distinção.
No hospital, mesmo para fazer limpeza, existe técnica e preparo. Hoje, o
espaço é cada vez menor para as improvisações. Por isso, o capelão da
saúde precisa estar aberto e disposto para este ensinamento. Como não se
admite alguém que queira trabalhar como conselheiro ou médico,
simplesmente por ele ser muito religioso ou ter muita fé, não é admissível
que alguém que queira ser agente de pastoral se dê ao luxo de ser
incompetente.

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É necessário que a capelania da saúde seja assumida como uma ciência
acompanhando outras ciências, os novos modelos culturais, o progresso da
técnica e o abandono de velhos esquemas de interpretação mais adequados.
Além de amor, carinho e compaixão para com o doente, é preciso ter
competência. É importante unir técnicas e práticas. Como dizia Kurt
Lewin: “Nada pode ser prático como uma teoria.”
A finalidade dessa formação reside na aquisição de um estilo específico de
relação e acompanhamento pastoral aos doentes, familiares e profissionais,
instituindo tanto na dimensão espiritual como nas habilidades humanas,
seguindo assim a recomendação das igrejas cristãs.

3-A MISSÃO DO VERDADEIRO CAPELÃO


Jesus confiou a sua igreja a missão de assistir e cuidar dos enfermos,
perpetuando assim a mensagem de misericórdia. Se a igreja não se ocupasse
dos enfermos, não seria a igreja de Jesus, pois faltaria uma de suas metas
essenciais,
Todos os membros da igreja devem participar de sua missão, na qual cada
um realiza sua função de acordo com os dons do Espírito Santo. O capelão
tem uma missão especial e qualificada para atender ao doente. Porém, deve
sempre agir com corresponsabilidade junto a todos os demais membros,
para assim transparecer o verdadeiro sentido cristão ao enfermo em que está
servindo.

Essa missão qualificada deve ser bem entendida, pois sempre que usamos a
palavra missão, surgem em nossa mente alguns conceitos:

Ø Poder para fazer algo;


Ø Encargo;
Ø Obrigação;
Ø Compromisso.

Todos esses conceitos implicam duas conotações:


Ø Superioridade (alguém capaz, superior, preparado, escolhido)
Ø Inferioridade (fazer somente o que lhe pedem).
No entanto, participar efetivamente de uma missão implica, além de
equilíbrio, tomar iniciativas, exercer a criatividade, agir com flexibilidade,
coerência e autenticidade.
No trabalho missionário da capelania da saúde, não é anormal o capelão
sentir-se estranho, mesmo dentro da própria equipe de capelania, nas
atividades pastorais da igreja, casa e principalmente junto ao leito do doente
do hospital. Num mundo em que as maiores preocupações estão voltadas
para as necessidades materiais do homem, parece sobrar pouco ou quase
nenhum espaço para a evangelização. Mas é importante lembrar que “nem

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só de pão viverá o homem”. Portanto o complemento do capelão se torna
importante na assistência adequada e completa ao doente.

4-A ESPIRITUALIDADE DE CAPELÃO


Uma vez que Cristo, enviado por Deus Pai, é fonte e origem de todo o
apostolado da igreja, torna-se evidente que a fecundidade do apostolado
leigo depende de uma união vital com Cristo. “Quem permanecer em mim e
Eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer”. JO 15.5.
Essa vida íntima com Cristo na igreja alimenta-se por meios espirituais,
comuns a todos os cristãos, principalmente na participação na igreja.”O que
fizerdes por palavras ou por ação, fazei-o sempre em nome do Senhor Jesus
Cristo, dando a graças a Deus Pai por Ele.” CL 6.17.
O capelão é chamado a aceitar e integrar suas próprias feridas, os aspectos
negativos da vida e transformá-las em fonte de saúde para os outros. Isso
ajudará na aproximação dos enfermos com um coração acolhedor, pleno de
compreensão, respeito e amor.
O serviço aos enfermos é um autêntico encontro com o amor
misericordioso. Não se pode realizar sem o sacrifício e sem renúncia, pois
num mundo marcado pela propaganda e por informações de toda espécie,
percorrida por discursos e apelos religiosos variados, dos mais
contraditórios onde existem tantos mestres, o evangelizador deve
testemunhar a espiritualidade própria, seguindo os exemplos do grande
mestre Jesus Cristo.
Deve abandonar-se e entregar-se nas mãos de Deus, doando-se sem esperar
recompensas, superando as contradições, sabendo compreender todas as
situações, estando aberto e disponível a todos, sacrificando-se e sendo
sensível ás necessidades de cada um.
Os capelães da saúde expressam o amor que o Senhor tem para como os
mais necessitados. Com seu testemunho anunciam o Deus da vida e se
comprometem na construção de um mundo mais solidário.
“Estive enfermo e me visitaste” Mt 25.36. A presença de Deus junto aos
enfermos, faz de nosso serviço aos doentes um ato de culto. Isso, porque
Deus não vai perguntar a quantos cultos você foi. Não podemos ignorar a
importância da participação nas celebrações, porém que seja o resultado da
manifestação de amor e solidariedade para com o outro. Por isso, o
elemento essencial de espiritualidade que todo cristão deve assumir é a
oração. Pois a oração o levará aos poucos, a ver a realidade com um olhar
contemplativo, que lhe permitirá reconhecer Deus em cada instante e em
todas as coisas; contempla-lo em cada pessoa, procurar cumprir sua vontade
nos acontecimentos. Na avaliação do trabalho, o capelão da saúde não deve
guiar-se unicamente por critérios de eficácia e de êxito. Purificará
constantemente suas motivações e, nos momentos difíceis, em que se sente
desanimado e impotente, reforçará sua confiança no Senhor, o único que

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pode salvar. O capelão da saúde terá Cristo Jesus como modelo de serviço,
realizando-o com disponibilidade e fidelidade.

II-A ORGANIZAÇÃO DA CAPELANIA HOSPITALAR

1-A COORDENADORIA ADMINISTRATIVA


Os serviços da capelania hospitalares levaram a atualização de propostas à
superintendência para a criação de canais atualizados e ágeis de
comunicação para assuntos administrativos e operacionais. O hospital das
clínicas, sob controle de líderes religiosos (capelães, pastores, padres), exige
entrosamento com a administração superior da autarquia para assuntos
administrativos e disciplinares, sem prejuízos de liberdade para desenvolver
atividades religiosas. Consta do artigo 632 do regulamento desse hospital
(Dec. 9.720/77): “os assistentes religiosos subordinam-se diretamente ao
superintendente. Para agilizar as atividades da capelania, a superintendência
criou a Coordenadoria Administrativa da Capelania, composta por dois
padres e dois pastores. É o serviço religioso mais antigo do hospital”.
É importante deixar claro que não deve existir nenhuma submissão por
parte do capelão titular, responsável pela coordenaria do hospital, a
capelães e visitantes religiosos. Ele é autoridade local e cabe a ele a direção
e coordenação dos trabalhos de capelania hospitalar.

2-FINALIDADES DA CAPELANIA
A capelania tem por finalidade oferecer assistência espiritual e religiosa aos
pacientes, familiares e funcionários, por meio de ações religiosas
específicas. Para atender a essa necessidade, o serviço religioso possui uma
sala, e as celebrações são realizadas num anfiteatro.

3-ATRIBUIÇÕES DA CAPELANIA
Ø Manter presença junto aos doentes, procurando oferecer toda
solidariedade, conforto humano e espiritual, respeitando a individualidade e
as convicções religiosas de cada um;
Ø Ajudar os pacientes para que a passagem pelo hospital sirva para uma
revisão e/ou descoberta e aprofundamento do sentido da vida;
Ø Servir de apoio aos familiares em situações críticas de sofrimento;
Ø Garantir a presença da religião junto aos profissionais da saúde ajudando-
os a descobrir o valor humano e espiritual do seu trabalho;
Ø Desenvolver uma ação de ajuda espiritual, fazendo que os profissionais de
saúde, independente de seu credo religioso, reconheçam os valores
espirituais dos pacientes;
Ø Ser um agente facilitador para criar um clima de amizade, fraternidade,
compreensão e colaboração entre os profissionais dos diversos setores;

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Ø Celebrar cultos e missas junto com pacientes, familiares e profissionais da
saúde;
Ø Estar presentes nos eventos festivos e celebrativos promovidos pelo
hospital.

4-O CAPELÃO NO HOSPITAL


A capelania hospitalar hoje, por ser uma exigência da igreja, tornou-se
integrantes das diversas capelanias competentes. Porém, não devemos
querer transportar para o hospital os mesmos métodos empregados em
nossas igrejas. Lá, enquanto as pessoas vão ali em busca de Deus, no
hospital, elas vão buscar de saúde.
O hospital moderno é uma instituição complexa que desenvolve diversas
funções:
Ø assistência aos enfermos;
Ø Promoção de saúde;
Ø Prevenção das enfermidades;
Ø Investigação de doenças
Ao mesmo tempo, se torna uma instituição comunitária, pois conta com um
número cada vez maior de profissionais assegurando um serviço permanente
todos os dias do ano, e dispõe de instalações e aparatos de tecnologia
sofisticados.

Portanto, aquele que se prontifica a fazer esse trabalho, além de prestar um


serviço de caráter voluntário, que em geral começa como curiosidade, com o
tempo passa a compreender seu apostolado, dando sentido ás suas próprias
vidas.

III-O HOSPITAL
È um campo todo especial de apostolado, no qual se entra em contato com
os mais diferentes tipos de pessoas em situações especiais, e onde se
apresentam os casos mais complicados e avançados de doenças que exigem
intervenção e solução em regime de urgência. Por isso, embora a capelania
hospitalar esteja intimamente ligada a capelania geral e dela dependa, no
ambiente hospitalar ela deve assumir uma autonomia própria e ter muito
bom-senso.
O hospital é a instituição mais tradicional destinada ao serviço da saúde e
dos cuidados destinados ao outro. É um vivo reflexo da sociedade, de seus
conflitos e contradições. Ali se concentram os mais diferentes tipos de
pessoas:

Ø Doentes
Ø Familiares
Ø Profissionais (médicos e enfermeiros)

  16  
É um lugar de trabalho para os sãos e de esperança e saúde para os doentes.
Ali há uma realidade em que situações conflitantes e opostas se aproximam:
Ø vida – morte;
Ø cuidado – descaso;
Ø sorriso – lágrimas;
Ø calma – tensão;
Ø tristeza – alegria;
Ø dor – alívio;
Ø esperança – desespero;
Ø culpa – perdão.
Estes opostos se tocam e por vezes, se unem perigosamente e
frequentemente. Tudo isso faz com que o hospital, que deveria ser um local
de repouso e descanso, acabe se tornando um local onde agitações,
expectativas e angústias se fazem presentes. Daí a razão de até o número de
visitantes ser limitados, mesmo por familiares.

Assim sendo, as pessoas que trabalham como capelães hospitalares de saúde


que necessitam conhecer em profundidade o mundo hospitalar, podem
encontrar alguma dificuldade para adaptação. Nesse sentido, é importante
lembrar que a primeira finalidade do paciente no hospital não é atendimento
espiritual ou de conversão e sim de recuperação da saúde. Isso não significa
que o hospital exclua quaisquer atividades religiosas ou proíba que o doente
tenha assistência religiosa. Inúmeros hospitais reconhecem e dão
importância a essa assistência, a própria Constituição Federal Brasileira
garante o direito do paciente de receber visita de seu representante religioso.
O que não garante é que o hospital deva ter um capelão interno
constantemente.

É assegurado, nos termos da lei a prestação de assistência religiosa nas


entidades civis, militares e de internação coletiva”. Art. 5º p.VII.

No entanto, não fica clara a possibilidade de igrejas desenvolverem


trabalhos dentro de hospitais, mas somente atendimento a quem solicita. O
Diário Oficial do Estado de São Paulo, de 13 de Abril de 2000 reza o
seguinte em seu Art.3º.

“Cabe a cada dirigente das Unidades de Saúde de internação coletiva de


natureza autárquica e/ou privada sob sua responsabilidade, realizar o
cadastramento das denominações religiosas e o credenciamento de seus
representantes (capelães), bem como estabelecer as normas internas relativas
ao acesso e permanência dos representantes credenciados das denominações
religiosas cadastradas, em consonância com suas pessoalidades”.

  17  
Um hospital de uma congregação religiosa por exemplo, pode
tranquilamente admitir somente o serviço religioso da sua denominação.
Nesse caso, as visitas de outras denominações religiosas, somente serão
permitidas em caso de solicitação de algum paciente, pois os hospitais em
geral, não aceitam um serviço religioso que não esteja de acordo com a
realidade ou regimento interno. Não admitem os chamados proselitismos
religiosos, ou seja, tentar convencer o doente de que a única religião certa é
aquela em que eu acredito e sirvo. Não aceitam propagandas de credos e
muitas menos manifestações religiosas que perturbem a tranquilidade do
ambiente e desrespeitem outras crenças.
Além dos aspectos referentes aos diversos credos, o capelão precisa atentar
para alguns detalhes muito comuns que interferem no trabalho juntos aos
doentes, tais como: trazer alimentos ao paciente e assentar-se na cama do
doente ou outra cama que esteja desocupada.
Esses, dentre outros procedimentos devem ser evitados. Caso você queira
fazer algo assim é bom antes entrar em contato com a equipe de
enfermagem. É importante lembrar que nós ficamos pouco tempo com o
paciente, e por isso, é difícil saber sua real situação e do que ela está
precisando.

1-O CAPELÃO
Primeiramente, é importante ressaltar que a atividade de um capelão no
hospital em geral, é totalmente diferente da equipe médica. O primeiro passo
é abrir espaço para o trabalho e a inserção da equipe de saúde, pois o
capelão procura cuidar dos casos mais urgentes e atuar como um “supervisor
espiritual”, e proporcionando momentos formativos para com quem ele
trabalha ou pretende trabalhar.
Deve ser presença visível nas unidades de internação e setor administrativo
e ter sempre disponibilidade para o atendimento, não só dos pacientes, mas
também dos familiares e dos profissionais.
Portanto, o capelão deve atuar como um verdadeiro facilitador, ou seja,
facilitar o relacionamento do doente com seu próprio mundo, com Deus,
com seus familiares, com os profissionais da saúde e, por fim, com sua
convicção religiosa.

2-OS DIFERENTES PAPÉIS DO CAPELÃO NO HOSPITAL


Um primeiro papel representado pelo capelão é o “simbólico”, ou seja,
nossa identidade como capelão despertará nos doentes dois tipos de
emoções:
Ø positiva
Ø negativa
Observação: Tudo isso depende das experiências do doente vividas no dia-a-
dia hospitalar.

  18  
Positiva: Caso o doente já tenha vivido experiências boas de igrejas, é
lógico que a presença do capelão despertará nele emoções positivas, tais
como:

1-Que bom que você veio;


2-Você me faz lembrar-se de Deus;
3-Sinto que Deus está ao meu lado;
4-Tenho muita fé, etc.

Negativa: Caso o doente seja acético, materialista adepto de seitas místicas,


mentais ou de sociedades que não tenha a bíblia, ou nenhum tipo de deus, ou
ainda, que tenha se decepcionado com alguma igreja cristã. A presença do
capelão despertará nele emoções negativas tais como:

1-Olha, se Deus existe, estou com muita raiva Dele e de igreja;


2-Acho que é melhor não perder seu tempo comigo;
3-Eu até acredito em Deus, mas não acredito nem participo de igreja;
4-Deus deve estar ocupado com o universo e se esqueceu da terra.

Conversando com a pessoa, pode-se descobrir quais são as emoções


presentes neste contexto. Caso a reação seja positiva, a tarefa do capelão
será facilitada. Porém, se as emoções forem negativas, o que deve fazer?
Dizer até amanhã, virar as costas e sair? Ignorar suas emoções ou ficar na
defensiva e omissa?
Nenhuma coisa nem outra, a melhor coisa é dar ouvido as suas queixas. Só
depois tentar colocar algo novo. Por exemplo, fazendo-o entender que talvez
tenha tido uma experiência ruim, porém isso não significa que com todos
sejam assim. Não é porque alguém construiu um prédio torto, que todos os
engenheiros não prestam. Não é porque você teve uma experiência ruim de
igreja no passado que todos os outros membros são ruins. Nossa presença
poderá fazer o doente mudar sua maneira de pensar. Portanto, ao defrontar
com situações semelhante, você não deve se aborrecer. Não é você o
culpado por tais relações.

O segundo papel representado pelo capelão é de “confrontar”. Neste


papel três habilidades são muito importantes:
1-Habilidade de escutar:
Escutar não somente o que o doente fala, mas também o que ele não diz,
com palavras, ouvir os medos, as angústias, dores, sofrimentos, esperança,
desapontamentos e também as alegrias. Isso porque, ser ouvido por alguém
é sentir-se importante. Ninguém ouve de fato aquilo que não interessa.

2-Habilidade de tornar-se irmão do doente:

  19  
Relacionar-se com as pessoas na situação em que elas se encontram sem se
preocupar em fixar as necessidades delas. Por isso, muitas vezes não
devemos fixar as necessidades religiosas. Talvez seja oportuno partilhar
primeiramente as necessidades humanas do doente.

3-Habilidade de ser orientador espiritual:


O capelão deverá ter habilidades para perceber como a pessoa está
encarando a própria doença. Como seu modo de relacionar-se com a doença
de certa maneira, refletirá sua maneira de relacionar-se com Deus.

O terceiro papel é ser “observador”. O capelão deve observar as reações do


doente para com Deus, de acordo com a doença. A visão que ele tem de
Deus poderá ser passageira. Por isso, como orientador espiritual, o capelão
não deverá se comportar como um “advogado” de Deus e não deverá se
preocupar em dar apenas soluções ou orientações espirituais para o doente.
O quarto papel é o de facilitador. Nos dias atuais, talvez, este seja o
papel mais importante a ser desenvolvido pelo capelão. Nos hospitais
encontramos pessoas nos momentos difíceis da vida. Costuma-se dizer que
no hospital temos de cuidar exatamente aquilo que não deu certo na vida:

A - acidentes que aconteceram durante os passeios;


B - Exageros na bebida que acabaram provocando acidentes;
C - Atacado por alguém ou por algum animal;
D - Doenças que tiram as pessoas do trabalho;
E - Queda grave;
F - Machucou-se praticando esporte;
G -Tentou suicídio;
H - Acidentou-se (no trabalho, em casa, na rua, em viagem, etc.);
I - Envenenado;
J - Queimaduras.

3-NORMAS DO CAPELÃO NO HOSPITAL


Antes de entrarmos neste assunto, é bom lembrar que: o doente não está no
hospital porque quer. Por mais pessimista que se manifeste, este nutre uma
esperança de receber alta e voltar logo para casa.
Apresentamos aqui algumas possibilidades referentes aos diversos tipos de
pessoas que o capelão se deparará:
Ø Pode ter adoecido de uma hora para a outra e é recém-chegado ali;
Ø Está para fazer ou se recuperando de uma cirurgia;
Ø Sob observação médica;
Ø Estar em estado terminal;
Ø Desenganado pela medicina;
Ø Ser o acompanhante de algum doente;
Ø Com doença incurável, mas sob controle;

  20  
Ø Momentaneamente no hospital, porque tem que fazer exames ou outros
procedimentos periodicamente.

Como afirmamos anteriormente, embora seja um trabalho voluntário, o


capelão deve possuir uma filosofia de ação. Por isso, antes de iniciar
qualquer atividade pastoral é preciso ter claros os objetivos que requer
atingir. A partir desses objetivos, elaborar normas que devem ser
observadas. As normas devem ser elaboradas de acordo com as diferentes
realidades de cada hospital. Aqui apresentamos um modelo usado no
hospital das clínicas.

Ao visitar o doente:
Ø Permaneça no apartamento, quarto ou enfermaria e não nos corredores;
Ø Converse em voz baixa, assuntos agradáveis e de interesse do doente;
Ø Procure não agir como visitador repórter, que só faz perguntas para matar
a sua curiosidade pessoal. Levar notícias alegres e agradáveis ao doente;
Ø Seja um bom ouvinte, portador de vida e esperança ao doente, ouça
atentamente o que ele tem a dizer, e não fique somente falando. Aliás, fale
menos e ouça mais.
Ø Respeite o silêncio que deve haver dentro do hospital, porque o hospital e
a igreja têm muita semelhança. No hospital, Cristo se faz presente na pessoa
do capelão (visitante).
Ø Não sente na cama do doente. Utilize cadeiras ou sofás.
Ø O fumo é causador de doenças. Não fume dentro do hospital e não leve
cigarro para o paciente.
Ø Não leve criança para visitar doente. Preserve a saúde delas e a
tranquilidade do enfermo.
Ø Não sirva alimentos ao doente sem permissão da enfermagem. Para
crianças da pediatria não se deve levar guloseimas.
Ø Respeite os profissionais que trabalham no hospital.
Ø O visitador deve retira-se do quarto caso coincida com a visita do médico
da enfermagem.
Ø Ao visitar o doente, não demonstre medo ou repugnância pela
enfermidade.
Ø Evite relatos de casos ou doenças semelhantes.
Ø Saiba escutar, estender-lhe a mão e sorria para ele.
Ø Tenha caridade em demonstrar o amor que tem por ele. Evite mentiras,
diálogos sobre e a fé e a esperança.
Ø Tenha empatia com o doente. Coloque-se em seu lugar para entende-lo.
Ø Guarde sigilo do que o doente lhe confiar.
Ø Ore com ele, por ele e pela sua família.
Ø Não interfira no tratamento indicado. Não dê qualquer medicamento ou
suspenda os receitados pelo médico.

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Ø Tenha a sensibilidade de perceber quando o doente está cansado e
necessitado de repouso.
Ø Procure conhecer a família do doente.
Ø Mostre que a igreja está interessada em sua saúde.
Ø Descubra os valores do doente, seus interesses, suas aspirações.
Ø Mostre bondade e mansidão com doentes e sua família.
Ø Em tudo tenha discrição e bom-senso. Transmita alegria e confiança, seja
breve sem ser afobado ou apressado. Lembre-se por estar fazendo um
serviço aprovado por Deus, é sinal de que ele está no controle de tudo.
Ø Não faça gritaria, festa ou barulho junto ao doente, mantenha um
ambiente de paz, harmonia e silêncio.
Ø Respeite a dor do paciente e não a negue.
Ø Evite frases como:
“É da vontade de Deus”
“Deus quer assim”
“Aceite esta enfermidade”
“Você deve é estar pagando algum pecado”.
Ø Melhor mesmo é deixar o doente falar, pois provavelmente, ele passa a
maior parte do tempo sozinho.
Ø Converse com o enfermo somente sobre temas agradáveis.
Ø Não fale sobre doenças
Ø Use um tom de voz moderado.
Ø Abstenha-se de beijar o doente, bem como utilizar copos ou xícaras de
seu uso. Você poderá estar levando outros germes perigosos até ele.

4- O QUE NÃO DE DEVE DIZER AO DOENTE


Ø Não fale do aspecto exterior do doente, que piorou desde a última vez ou
que ele está com aparência péssima ou de defunto. Lembre-se: o enfermo é
susceptível a tudo e comentários assim só pioram sua situação.
Ø Não faça perguntas incômodas, principalmente sobre os sintomas da
doença.
Ø Não dê conselhos médicos nem dê uma de psicólogo. Às vezes dizer
“tenha paciência” é o mesmo que dizer “seja masoquista”
Ø Não conte suas experiências com enfermidades.
Ø Não leve comida ou doces para o doente. (A maioria dos hospitais indica
o que se pode levar ou deixam levar frutas).
Ø Não diga ao enfermo que não se importa com sua ausência no trabalho ou
na igreja.
Ø Não diga ao enfermo que seu substituto da empresa é ótimo funcionário.
O capelão hospitalar seve em o nome de Cristo Jesus, o Salvador, e coloca-
se á disposição dos enfermos para conforta-los na fé e atende-los em suas
necessidades não o contrário.

  22  
IV-PSICOLOGIA DO ENFERMO

COMO O PACIENTE DEVE SE COMPORTAR DIANTE DAS SUAS


DOENÇAS?

1-O DOENTE E SUAS CRISES


Todo doente é um ser único, especial, com reações próprias, conforme sua
formação e personalidade. Ao vermos uma pessoa que sofre de um mal
físico, costumamos nos deter apenas no corpo, esquecendo-nos de que o
doente deve ser visto como um todo, no sentido psicológico e espiritual. Às
vezes, o interior está mais machucado do que o corpo.
O doente não é uma maquina a ser consertada, mas uma pessoa que foi
atingida por doença. Apesar de continuar a amar, a odiar e a pensar, não está
a mesma de sempre. O ritmo de vida é violentamente cortado e passa a ter as
atenções voltadas para si, buscando todas as formas de reequilibrar sua
saúde e vida normal.
De um lado, o corpo doente, com suas fraquezas e limitações, percebe sua
fragilidade; de outro, seu espírito está com toda vitalidade, mas é incapaz de
fazer algo por si. Essas duas forças incompatíveis o atormentam, gerando
crises de comunicação consigo mesmo, com o espaço e o mundo, com a
família, com os amigos e até mesmo com Deus.

2-CRISE CONSIGO MESMO


Com saúde, a pessoa é um todo inabalável, que reage e supera obstáculos.
Quando doente, o corpo passa a ser um empecilho para se viver à vida em
liberdade. O diálogo entre o corpo e espírito se rompe e fica difícil de reatar,
pois as forças opostas que agem (espírito são / corpo doente), fazem com
que o doente, muitas vezes, não entenda a si mesmo e não saiba como reagir
na doença.
Para o doente, o mundo se fecha repentinamente e ele vê sua integridade
ameaçada. Para tentar manter ou recuperar seu equilíbrio, lança mão
racional ou instintiva de mecanismos de defesa ou ajustamento. Ex:
sublimação, alienação, fuga, literaturas espirituais, etc.
No lugar de uma vida cheia de ocupações com a família, os amigos, o
trabalho, sem limites de horizontes, o doente se vê agora fechado em um
quarto, sem saber por quanto tempo e se sairá dele vivo.
Quando o doente não tem reservas espirituais ou alguém que o ajude, ou
quando seus mecanismos de autodefesa falham, dificilmente sairá sem
marcas dessa crise que poderá afeta-lo profundamente pelo resto de sua
vida, de acordo com a gravidade do tratamento.
Torna-se um mero espectador de tudo o que se desenrola e não mais ator.
Não tem condições de realizar nada sem ajuda de outros, ás vezes nem
mesmo suas necessidades íntimas. Olha tudo de longe e não tem certeza se
voltará às suas ocupações normais.

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3–CRISE COM OS AMIGOS
O relacionamento com os amigos sofre uma quebra, pois poucos são os que
continuam juntos na hora da doença. Mesmo assim, aqueles com quem
costumava conversar de forma alegre e descontraída, mudam para uma fala
pausada, medida, tensa e preocupada. Isso às vezes, pode deixar o doente
ainda mais triste e desanimado.
Muitas vezes não conseguimos passar ao doente o otimismo que
pretendemos, não conseguimos fazer com que ele se sinta o mesmo de antes.
Em casos de internamento, podem surgir novas amizades, mas estas nem
sempre satisfazem. Pois são marcadas pelo sofrimento.

4–CRISE COM A FAMÍLIA


Não são poucas as vezes em que ocorrem problemas de ordem familiar
quando há uma pessoa adoentada. Se for jovem ou adolescente, geralmente
“senhor” de si mesmo, vai sentir-se mal, recebendo tantas atenções. Sente-se
como que fosse um peso.
Sendo adulto, chefe de família, rompe-se a normalidade do lar. Não há
quem mande, quem pague as contas, acerte compromissos assumido ou faça
as outras coisas que deveriam ser feitas por adultos e estão paradas.
Sente-se humilhado, pois precisa receber cuidados de pessoas que estão
deixando seus afazeres para atende-lo.

5-CRISE COM DEUS


É fácil crermos em Deus quando gozamos de boa saúde; difícil é mostrar fé
quando estamos doentes. Nos momentos de provação o doente se pergunta o
porquê daquilo acontecer com ele. Acha que Deus o abandonou e que não
está presente. Não consegue ver que Deus está, de certa forma, em todas os
que cuidam dele e que vivem o seu sofrimento. Na Bíblia, a história do
patriarca Jó reflete bem essa situação. Ele se entristece, é acusado por
amigos, perde todas as suas posses e 10 filhos, se questiona, mas não abre a
boca contra Deus. A crise com Deus costuma ser a reação inicial de todos os
doentes. Até que consigam voltar ao equilíbrio, esta crise será tanto mais
grave, quanto mais grave for a doença e, portanto, podendo acarretar maior
afastamento de Deus.

6–PACIENTES EM FASE FINAL DE VIDA


Como você reagiria se um medico chegasse para você e lhe disse-se:
Aquelas dores que você está sentindo de uns tempos para cá, infelizmente
são graves. Nós vamos fazer exames, tentar todos os tipos de tratamento,
mas nada posso garantir.
Você levaria um choque, com certeza, principalmente sendo jovem, uma
jovem mãe de família, um homem no auge de sua vida e de sua carreira

  24  
profissional, um jovem que aspira um diploma de curso superior e está
prestes a consegui-lo.
Vejamos as fases pelas quais passa um doente, desde que sabe que tem um
mal incurável até o desligamento final que precede à morte. Estas fases
podem seguir está ordem ou não. Não há regras.
As fases que o doente, em fase final de vida atravessa, são mais ou menos
estas:
a) Repulsa – Negação:
É uma autodefesa instintiva da pessoa repelir e negar a doença. Com isso
suspende-se o impacto brutal e a pessoa vai se adaptando, se conformando
ao fato tão cruel. Devagar, também, o doente vai conseguir a coragem, a
força, e o ânimo que precisa para aceitar a realidade.
b) Cólera
O aborrecimento e a raiva explodem às vezes com blasfêmias, que devem
ser vistas mais como perturbação interior do que real revolta contra Deus. É
comum a reclamação: Porque eu, que tenho família para cuidar, filhos para
criar e não aquele velhinho que está doente a tanto tempo? Se a doença é
mortal e altamente infecciosa, dizem: Vou levar muitos comigo também!
c) Depressão
Quando a cólera e a repulsa se esgotam, vem a depressão. A pessoa toma
consciência mesmo da doença e vê que não há como manter à morte a
distância.
Quando o paciente enfrenta sérios problemas pessoais e com a família, fala
compulsivamente e com preocupação. Se, no entanto, sente sua
personalidade se desmoronando, fecha-se em si mesmo em longos períodos
de silêncio, mergulhando em pensamentos tenebrosos e tristeza profunda.
Dizer-lhe que não fique triste é prejudicial, pois todos ficamos tristes
quando perdemos um amigo. Imaginem, então, um doente que está prestes a
perder todas as coisas e as pessoas que ama. Se ele expressa sua dor, fica
mais fácil aceitar a situação. Devemos manifestar solidariedade de diversas
formas como carinho, atenção, compreensão ou simplesmente silêncio.

7-O CAPELÃO E O PACIENTE TERMINAL


Um dos problemas mais comuns encontrados na prestação de ajuda a quem
está perto da morte é que parentes e amigos não sabem por onde começar.
Dificuldades semelhantes encontra também o capelão hospitalar, pois a
assistência aos moribundos é uma arte que se aprende mediante uma longa
preparação que visa tanto um modo de ser quanto à aquisição de
capacidades bem determinadas.
O capelão procurará, portanto, criar um clima de confiança por meio de
contatos contínuos com os doentes, sobretudo num ambiente não muito
religioso. Franzoni afirma que: “O caminho proposto no acompanhamento
do moribundo pode se resumidamente descrever da seguinte maneira:

  25  
O sofrimento sem amor é desespero, mas se estiver unido a uma experiência
de amor, adquire em si mesmo e ajuda a abrir-se aos outros e, portanto, ao
outro Cristo-Amor de oblação, em que se deve fundamentar a própria
esperança autêntica.
Dentro dessa perspectiva, a condição preliminar para ajudar o paciente é a
compreensão de seu mundo e o testemunho do capelão, a escura atenta da
canção doce e tristes que ele entoa. Essa escuta não se limita à compreensão
de suas palavras. Os gestos exprimem de modo mais profundo.”
É fundamental também que o capelão entenda sua condição de mortal.
Ninguém pode pretender ser um verdadeiro mensageiro de valores de vida,
um verdadeiro companheiro de um moribundo, se não é capaz de enfrentar
sua própria condição de mortal, tendo em si, a verdadeira palavra de Cristo
para transmitir e confortar o paciente.

8-COMO AJUDAR UM PACIENTE EM FASE TERMINAL

O primeiro ponto a ser destacado no acompanhamento ao paciente terminal


é, sem dúvida a solidariedade da presença, pois aquele que está para morrer
sente a necessidade da proximidade tranquilizante de alguém. O que mais
importa na assistência ao moribundo é provavelmente uma presença
percebida como amiga, fraterna e compreensível, de apoio e disponibilidade,
acompanhada pela aptidão de ouvir, atender, interpretar corretamente o que
o doente pode eventualmente desejar exprimir, direta ou simbolicamente. É
importante saber se o paciente quer ou não ser ajudado. Saber também se
não existem outras pessoas que estejam ajudando ou propensas a ajudar.
Talvez o doente, por uma questão de empatia ou simpatia, tenha mais
afinidade com determinadas pessoas.
O capelão deverá obter algumas informações sobre o doente e sua situação
clínica, não para trata-lo de maneira diferente e sim para trata-lo com maior
naturalidade e sem excesso de compaixão. Por meio de diálogo com a
família do doente deve se procurar saber o que ele gostaria de fazer. Escutar
é sempre importante. Esse é um presente valioso nessas horas e que sempre
se pode oferecer, porém, saiba que é importante dosar o tempo de escuta.
Não é oportuno visitar um dia e depois passar muito tempo ou mesmo não
retornar mais. Talvez seja oportuno fazer visitas mais curtas e mais
frequentes. O bom-senso e o grau de amizade com o enfermo marcarão os
tipos de conversa e o tempo adequado para cada uma.

9-TERMOS TÉCNICOS
Moribundo ou paciente terminal deve ser entendido como a expressão
anglo-saxônica “terminal” que indica uma situação de morte não tão
próxima quanto o vocabulário português dá a entender. Na realidade, o
paciente terminal deve ser entendido como enfermo acometido de uma
doença crônica, cujo prognóstico é ruim com lento declínio progressivo das

  26  
funções fisiológicas normais. Mas as estatísticas confirmam que certa
porcentagem de doentes considerados terminais ou desenganados pelos
médicos conseguem se recuperar totalmente e retornar ás suas atividades
normais e nunca mais têm sequelas e morre muitos anos depois por outro
motivo qualquer.

V- A MORTE E O MORRER
Nenhum subterfúgio pode evitar a dureza de um caso sério e a morte é um
caso sério. Apesar disso, os vivos registram radical aspiração para viver e
radical aversão á morte. Há uma música que traduz isso corretamente:
“Ninguém quer a morte, só saúde e sorte”.
A ciência, que procura a todo custo prolongar a vida, muitas vezes
prolonga é o processo do morrer, ou seja, prolonga o sofrimento da pessoa.
Acrescenta-se a isso que a vida, muitas vezes, agride a própria vida para
sobreviver. Sem contar as aplicações de remédios e produtos químicos.
Enquanto houver esperança...
No mundo moderno são acentuados os valores do êxito, da produtividade e
da vida. Isso faz que esqueçamos quase completamente de pensar na morte e
naquele que está morrendo. Parece que a morte é colocada fora da vida
social. Semelhante ao que acontecia em relação ao sexo, que era
considerado tabu antes de Freud, acontece com a morte nos dias atuais.
Apesar de a idéia da morte estar presente em todos, ela é assunto proibido
em quase todos os ambientes.
Um dos motivos do afastamento da morte é, sem dúvida, a mudança
do local em que ela se dá, hoje 70% das pessoas morrem nos hospitais. Isso
fez que ela não fosse mais um evento da existência familiar e cotidiana,
relegando-a para ambientes externos nos quais se cuida da saúde. Para a
medicina a morte é considerada como uma falência das terapias usadas e um
resultado completamente negativo. A exclusão da família, dos amigos, e
com frequência do sacerdote (pastor, padre ou capelão) acentua a solidão.
Por isso, tanto para o cristão, como para o judeu ou ateu, testemunha de
Jeová, espírita, seguidor de candomblé, ou mesmo para aqueles que têm
outras filosofias de vida, a morte é sempre difícil. Seria um equívoco
afirmar que o cristão encara a morte tranquilamente. Ela é uma realidade, e
nós temos dificuldades para lidar com o desconhecido.
A morte é o mais terrível caminho de separação. É um perder os próprios
objetos de amor e romper as ligações afetivas mais importantes. Os apegos
aos objetos de amor sobre os quais se apoia a própria identidade são:
a-A família;
b-O trabalho;
c-A relações afetivas;
d-Os projetos;
e-A casa;
f-Os hábitos;

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g-Os pontos de referências;
h-O próprio corpo;
i-A imagem de si;
j-Autonomia;
l-As raízes;
m-Os estudos;
n-Dinheiros a receber;
o-O passado;
p-A vida.

1-COMO ENCARAR O LUTO


É importante lembrar que o deslocamento do lugar da morte (da casa, do
hospital) provocou um distanciamento da morte, sem contar que a
tecnologia moderna nos dá “esperança” de livrar-nos de morrer.
Esquecemos que, biologicamente, se por um lado a morte destrói a vida, por
outro a favorece. Se ela não existisse, teríamos de estancar os nascimentos, e
o gosto pelo viver acabaria trazendo um desgosto por não poder morrer.
A morte é também geradora de vida eterna para os que acreditam numa vida
do além. Alguns a chamam de “passagem” outros dizem “ir dessa para
melhor”, outros dizem que “foi uma pessoa boa e que vai reencarnar numa
vida melhor” e há quem acredita até que vai para outro planeta. A cura que a
tecnologia tem prometido é limitada no tempo, apenas paliativa e age na
tentativa apenas de adiar a morte. De qualquer forma, a curiosidade será
plenamente satisfeita e cremos que, quando morrermos começará a vida
prometida por Cristo, que é eterna: “Esta é a vontade do meu pai que todo
homem que nEle acredita tenha vida eterna, e eu o ressuscitarei no último
dia”. JO 6.40.

2-O QUE DIZER E FAZER NO VELÓRIO


Um dos primeiros passos é enfrentar o choque que a morte provoca. Por
mais que os familiares esperem, a morte acaba sempre trazendo um choque
violento. Portanto respeite reações sentimentais tais como:
a-Choro;
b-Grito;
c-Angústia;
d-Revolta.
Essas reações são dirigidas aos profissionais, instituição e até mesmo contra
Deus. Nesse momento, antes de qualquer julgamento, o mais importante é
ser presença acolhedora. Não diga nada, só ouça.
O segundo passo é reconhecer que não conseguiremos, num primeiro
momento, preencher o vazio que provoca a perda. O que podemos fazer é
colocar-se á disposição das pessoas e tentar visualizar quais são as
necessidades mais urgentes do momento. Quando a situação estiver
aparentemente sob controle, o capelão poderá deixa-los sozinhos, pois é

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muito importante estar no velório ou mesmo fazer uma visita, assim que
puder. Porém, tenha certeza de que o mais importante você já fez, que é
levar a palavra de Deus para confortar os familiares.

Estava nu, e me vestiste; estive enfermo, e me visitaste; preso e


Fostes ver-me” MT 25.36.

QUESTIONÁRIO

CAPELANIA HOSPITALAR
1) Quais os significados de ministrar ao enfermos?
2) Quais as prioridades da visitação?
3) Cite os níveis de relacionamento
4) Cite 7 normas na visitação e comente cada uma
5) Quais as qualidades do visitador? Comente 3 qualidades.
6) Qual o papel do ministro no hospital no tocante aos pacientes e a equipe
terapêutica?
7) Qual a importância do culto devocional no hospital?
8) Qual o objetivo do ministro na visitação?
9) Quais as orientação prática para treinamento de visitadores?
10) Que tipos de evangelismo pode-se usar no hospital

AGRADECEMOS A DEUS POR SUA VIDA E MINISTÉRIO

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