Miranda Magnoli - Espaços Livres Urbanos
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All content following this page was uploaded by Fany Cutcher Galender on 15 June 2015.
Fany Galender
Arquiteta, pesquisadora do LABQUAPÁ (Laboratório
da Paisagem/Projeto Quadro do Paisagismo
Brasileiro) e LABPARC (Laboratório Paisagem,
Arte e Cultura) da FAUUSP.
E-mail:fgalender@uol.com.br
DOCUMENTOS
Fany Galender
Resumo
Este texto é um registro dos trabalhos produzidos e/ou orientados pela Profa. Dra. Miranda Martinelli
Magnoli ao longo de seus anos de docência junto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universi-
dade de São Paulo, destacando sua contribuição pioneira para o desenvolvimento da área de Paisagem
e Ambiente no país. Foi organizado a partir de artigo publicado na Revista Paisagem Ambiente – Ensaios,
n. 17, em 2003, com complementações e retificações.
Palavras-chave: Pesquisa, ensino, paisagem, ambiente.
Abstract
This work is a register of Miranda Martinelli Magnoli´s works during her period as professor of Landscape
Architecture at Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, showing her contribu-
tion in the development of the Landscape Archuitecture and Design in Brazil.
Key words: Research, teaching, landscape, environment.
258
Texto preparado a partir de artigo publicado na Revista Paisagem e Ambiente – ensaios, n. 17,
em 2003, com complementações e retificações.
PRODUÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO
Magnoli, Miranda M. E. Martinelli
Contribuição ao estudo dos espaços livres de uso público nos grandes aglomerados urbanos.
1973.
70 p. e dois volumes, em apêndice, compostos de 20 anteprojetos de paisagismo, um projeto
completo e um levantamento de situação para instruir programa de projeto.
Tese (Doutorado).
É tese, para a época, imbuída de forte grau de questionamento; tem como pano de fundo o
conjunto de experiências da prática profissional com a intensa agitação e crises (décadas de
1960/70), resultantes de extensas transformações sociais, políticas e econômicas em nível mundial
e violentas mudanças institucionais do país; ao fundo a questão: como se daria a inserção da
produção arquitetônica para uma sociedade de massas?
Na prática de participação de projetos e planos estavam: o primeiro levantamento e cadastra-
mento de espaços livres municipais destinados a praças e parques em São Paulo, elaborado
com Rosa Kliass em 1967/68; curso Town and Country Planning Course na Grã-Bretanha e
Dinamarca, em 1968, na condição de bolsista da OEA e do British Council; participação no
Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado para São Paulo em 1969/70.
Na prática do ensino: a docência na FAU, como membro de equipes existentes – instrutora de
Composição de Arquitetura em cátedra regida pelo professor arquiteto Abelardo Reidy de Souza
(de 1960 a 1969); como auxiliar de ensino na disciplina Planejamento Urbano, na seqüência
Planejamento Urbano e Territorial (de 1970 a 1972); nesse último ano, ainda com a condução
do professor arquiteto Antonio Augusto de Azevedo Antunes, o programa previa conteúdos de
Paisagismo, especialmente relacionados com os aspectos visuais, cromáticos e de vegetação,
analisados a partir de exercícios de pequenos espaços urbanos. Um novo enquadramento teórico 259
era questionado: inserir-se na abrangência do programa de planejamento territorial e urbano,
compreender as questões contemporâneas em país de Terceiro Mundo e esclarecer-se do real
papel em nosso país, dos movimentos ecológicos que emergiam nos países mais avançados.
Orientações
elementos tipicamente rurais como campos, matas, etc. Formação, organização e parcelamento.
Exemplos significativos; 1895-1940 – paisagem caracterizada pelo predomínio dos volumes
baixos, casas em meio a jardins e quintais, implantados entre ruas largas e arborizadas.
Os diversos tipos de loteamento, os empreendimentos imobiliários – o moderno e o tradicional.
O Boulevard Bouchard – a exploração dos valores cênicos da paisagem, as áreas vizinhas sur-
gidas como extensão a ele. Características gerais da paisagem, sua consolidação. Conjuntos
paisagisticamente importantes e referenciais urbanos. O papel de sua principal via – a avenida
Higienópolis, na cidade e no bairro – características; 1940 – paisagem caracterizada pelo
predomínio de volumes altos, os edifícios de apartamentos implantados sobre a antiga malha
urbana. As diversas fases de sua evolução, suas características em cada etapa. O arranha-céu
como marco referencial e como elemento estruturador da paisagem. A perda de seus valores
cênicos, o novo uso do solo, suas normas e influências na paisagem da área, o desaparecimento
dos referenciais visuais e o surgimento de marcos preponderantemente funcionais – avenidas de
muito trânsito, pontos comerciais, etc. Os elementos significativos antigos ainda existentes na
paisagem – escolas, igrejas, etc.
Espaços livres de uso público – implicações do processo de mutação em sua configuração; espaços
privados. As chácaras, seus parques e estrutura básica, tipologias de espaços e volumes do novo
bairro – as residências de grande porte, sua forma de implantação. Os volumes construídos e
seu papel na organização dos espaços; jardins de estilo, a paisagem composta, os quintais, seu
uso e forma, os espaços resultantes da implantação dos arranha-céus nos antigos lotes. Tipo-
logia básica dos volumes construídos, sua relação com os novos padrões de jardim a pátios. A
implantação do edifício e o sítio.
Espaços públicos-ruas, características espaciais e de uso, arborização. Introdução a alguns tipos
básicos de vias, estudo de casos, seus espaços e articulações com o meio; vilas e vielas – como
casos especiais, sua formação, tipificação e implantação; praças – localização, evolução e or-
ganização básica, tipologias encontradas formas, de uso, seu papel na área de estudo.
Nishikawa, Ayako
Espaços livres junto às habitações em São Paulo: Estudo de casos de apropriação do espaço da
rua articulado ao seu entorno habitacional.
1984.
215 p.
Dissertação (Mestrado).
O objetivo deste trabalho é o estudo da dinâmica de uso dos espaços livres de grande potencia-
lidade por sua própria natureza – a contigüidade habitacional. Tratam-se de espaços complexos,
imbuídos de significação conferida pela própria dialética da vida, em seu contínuo deslocar e
permanecer, tendo como ponto de partida e chegada a habitação.
Portanto, fica explícito o fato de as relações espaciais decorrentes extrapolarem o âmbito da
localidade de nosso estudo, que para efeito deste trabalho ficou limitado ao espaço livre da rua,
articulado aos espaços de seu entorno residencial imediato.
Este estudo foi conduzido a partir do estabelecimento de uma perspectiva teórica, com base nos
262 conceitos correntes de autores conhecidos e permitindo-nos elaborar as definições taxionômicas
dos tipos de espaços que comparecem neste trabalho, adequando-as à finalidade do mesmo.
O referencial teórico consiste em que o desempenho de um espaço depende das inter-relações
entre as configurações dinâmicas do suporte e das formas de seu uso. Este, por sua vez, está
Sun, Alex
Água e paisagem: Questões de paisagismo em torno de um reservatório de abastecimento na
Grande São Paulo.
1985
97 p.
Dissertação (Mestrado).
A água sintetiza na paisagem a idéia de dinâmica, continuidade e unidade. Bacias hidrográficas,
unidades territoriais naturais da água, delimitam paisagens circunscritas a um sistema hídrico.
Intervenções antrópicas como reversão e adução de rios alteram os limites da água e da paisa-
gem. Um projeto de paisagismo relacionado à água deve reconhecer três unidades de atuação
caracterizadas por bacias hidrográficas, o espaço envolvente e o conjunto terra-água.
O estudo adota o reservatório de Juqueri em Mairiporã para discutir as múltiplas escalas ne-
cessárias para se compreeender aquela água represada e as paisagens envolventes. Parte da
água do Juqueri vem de outras bacias fora da região metropolitana de São Paulo, e, no entanto,
o reservatório e seu espaço envolvente formam uma unidade coesa e marcante na paisagem.
Para assegurar a qualidade da água para o abastecimento, exige-se, na escala voltada para o
projeto, um desenho voltado a um monitoramento constante.
Abbud, Benedito
Vegetação e projeto: Estudos de caso em São Paulo, com as reflexões de um arquiteto.
1987.
359 p.
Dissertação (Mestrado).
Este trabalho é uma introdução ao processo de uso e escolha da vegetação em projetos de
paisagismo de escala local. Aborda a vegetação do ponto de vista do arquiteto como um dos
elementos organizadores do espaço, da paisagem urbana.
Considera o vegetal em todo o processo do projeto, procurando tirar partido de suas potencia-
lidades plásticas e arquitetônicas.
Examina as várias fases deste processo, tendo com referência estudos de caso em que a orga-
nização dos espaços e subespaços pela vegetação é questão central. São três os estudos de
caso, de dimensões e condicionantes variadas, de uso público e particular, relacionados com
espaços internos ou não, para mostrar as diferenças no processo do projeto, que vão desde o
levantamento dos dados iniciais até a escolha das espécies e sua manutenção. 263
O desenho da paisagem pela organização dos espaços é parte da formação do arquiteto; assim
este trabalho se destina principalmente a alunos de escolas de arquitetura. Procura utilizar uma
redação sem jargões, compatível com o “mundo dos estudantes”, privilegiando a linguagem
gráfica sempre que possível.
269 p.
Dissertação (Mestrado).
O trabalho visa pôr em discussão a finalidade e o desempenho dos espaços livres públicos nas
estações do metrô de São Paulo.
Parte de considerações gerais sobre os espaços livres públicos centrais e subcentrais para, em
seguida, deter-se na análise dos 15 casos que, até o momento, compõem o conjunto das “praças”
criadas ou transformadas pela implantação das estações.
O estudo procura cobrir os diversos fatores que intervêm no projeto e no uso dos espaços livres,
agrupando-os em categorias designadas como enredo, produção, cenário e atores.
A partir da avaliação dos casos visa contribuir para o aperfeiçoamento das atividades profissionais
e de ensino voltadas aos espaços livres públicos.
de enchentes, reportando-se a todos os planos elaborados desde meados do século XIX. O de-
senho dos parques é situado em um quadro sobre os antecedentes históricos quanto à paisagem
e flora brasileiras.
Chermann, Davi
Jogos de linguagem: Recortes analógicos e digitais.
1998.
1 v., p. 186. + CD-ROM.
Dissertação (Mestrado). 267
Estudam-se as tecnologias da informação aplicadas à arquitetura no aspecto referente aos pro-
cedimentos e técnicas da representação da linguagem digital e do meio digital utilizadas para o
projeto em arquitetura e urbanismo. A fundamentação teórica recorta as últimas décadas desse
268
Chiesa, Paulo
O desenho como desígnio: Por uma ética do risco.
2001.
500 p.
Tese (Doutorado).
A partir de uma experiência didática coordenada pelo autor em sua escola – o Ateliê UIA 1996,
o ensino do projeto em arquitetura começou a ser discutido. Isso aconteceu na Universidade
Federal do Paraná, no curso de Arquitetura e Urbanismo, entre 1995 e 1996. Partiu-se da idéia
que arquitetura é a arte e a técnica de projetar e construir espaços úteis à sociedade, e ainda, é
capaz de articular e integrar os conhecimentos sobre edifícios, cidades e paisagens em um todo
complexo e interdependente, subentendido no conceito de ambiente. A proposta também esta-
belece que se aprende arquitetura desenhando-a, e, portanto, o processo de desenho sintetiza
o método específico da disciplina. Por outro lado, defende-se a particular visão que a escola
estrutura e planeja o processo de ensino e aprendizagem a partir da realidade física e social do
ambiente no qual ele se insere. Nesse caso, a problemática da região metropolitana de Curiti-
ba é tomada como referência para o exercício de projeto, tanto alimentando as estratégias de
ensino e aprendizagem como desenhando o perfil do profissional formado nessa escola. O foco
central da análise dirige-se ao processo de transmissão cultural feito pela escola e pelo professor
– destacando o papel original e criativo de ambos na construção das disciplinas acadêmicas.
As noções de cultura – cultura da escola e de saber docente e discente – são utilizadas para
refletir sobre a tradição brasileira no ensino de projeto e para sistematizar o Ateliê UIA 96. A
investigação se concentra nas últimas cinco décadas do século XX, período marcado por intensas
transformações no modo de vida dos brasileiros e do ambiente em geral. Uma fase expressiva
da moderna arquitetura brasileira, na qual foram desenvolvidos os modelos de escola e ensino
de arquitetura de nosso país, incluindo o do CAUUFPR. O estudo desse panorama histórico
objetivou investigar a existência ou não de uma doutrina de projeto, gerada no entrelaçamento
da trajetória do CAUUFPR e da arquitetura na cidade de Curitiba. Essa tese sustenta que o ensi-
no superior de arquitetura deve ser considerado como um trabalho social específico e exigente,
tanto do ponto de vista ético quanto profissional. As suas conclusões incluem a discussão da
proposta de ensino de projeto integrado em arquitetura, assim como a do programa de ensino
desenvolvido na disciplina de Estudos da Forma, ministrada no primeiro ano da CAUUFPR. O
resultado final é, portanto, a argüição e defesa de uma disciplina acadêmica orientada pelos
pressupostos defendidos nessa tese e pelas atuais diretrizes curriculares do curso de Arquitetura
e Urbanismo da UFPR.
para a obtenção de um meio urbano mais equilibrado, mais justo, mais diversificado no uso
dos recursos da natureza dos/nos espaços, com paisagens mais integradas e integradoras e de
maior qualidade de desenho dos espaços, especialmente aqueles de uso público. As populações
de menor poder aquisitivo são aquelas que mais ficam prejudicadas em face dos problemas de-
correntes da falta de integração entre os processos naturais e os processos urbanos; é sobre elas
que também recai o ônus maior da carência e desqualificação dos espaços livres públicos.
Pretende-se, à luz de uma experiência concreta na elaboração de plano diretor, expor uma reflexão
sobre os processos de elaboração de planos e proposições de planejamento. Entende-se que os
processos de mudança no planejamento e intervenção se dão a partir da realidade presente na
sociedade; esta, atualmente, já inclui a questão ambiental; sua problemática é parte das alter-
nativas do projeto de mudança. O enfoque e, conseqüentemente, a abordagem, visa contribuir
na busca das alternativas, ao incorporar, de fato, a paisagem na prática do planejamento.
Sun, Alex
Convívio e exclusão no espaço público: Questões de projeto da praça.
2004.
271 p.
Tese (Doutorado).
O foco desse trabalho é projeto de praças como lugares de convívio social cotidiano e elemen-
tos essenciais de articulação do tecido urbano. Desenvolvido predominantemente nos Estados
Unidos, o paisagismo moderno enfatizou, ao longo do século XX, o uso do espaço livre público
para recreação, esportes, melhoria do ambiente urbano e preservação de recursos naturais,
sempre como antídotos da vida urbana densa e diversificada e em favor dos domínios privado,
vicinal ou semipúblico sobre o público. Radicalmente oposta, a praça, urbana por definição, é
um espaço público da prática da vida pública. Praça, uma instituição latina por excelência, faz
parte da formação de nossas cidades e de nossa cultura popular. Seis praças da área central
de São Paulo, representativas de projetos realizados nas últimas seis décadas, foram analisadas
e comparadas sob os aspectos de uso e de inserção no tecido urbano. As praças mostraram
variações de tamanho, delimitação, layout, mobiliário urbano, tratamento de borda e acessos.
Os resultados permitiram concluir: a) desvinculação entre as praças e os entornos; b) ausência
de manutenção e adaptação sistemáticas; c) domínio do “urbanismo” viário e da engenharia
de tráfego; d) ênfase no design ou jardinagem em detrimento do convívio.