07 Cândido Mendes de Almeida - Direito Civil Eclesiástica - Cap X
07 Cândido Mendes de Almeida - Direito Civil Eclesiástica - Cap X
07 Cândido Mendes de Almeida - Direito Civil Eclesiástica - Cap X
EITO CIVIL
ECCLESIASTICO
BRAZILEIRO
ANTIGO .; lUO DE RI\" O
EM SUAS RELAÇÕES COM O DIREITO CArlONICO
o·
COLLECÇÃO CmIPLETA
CHROi'íOLOGlCA~fE TE DISPO 'TA
x
(J Padroado.-PlIlldaciio da fgreja do Rrasil.-Exisle no lmpcrio o di-
reito de Padroado ?'- O que S';g11 ifica c; le direilo.- Tolel'altcia POIUi-
fieia. quanto 0.5 apresenlaçõe das Igrejas e dos Beneficias com ou sem
cam.-Os Conoursos.-Sua !Li. toricb desde os tempos rolOI1.iaes ale
hnje.-O Ecclesiaslrico que gere wna Igreja ou Beneficio será empre-
gado Giúl?-O Di imos.-A . CongnUls e Benesses.
 historia do Padroado da Igreja do Brazil prende-se por
mais de um laço a elo Padroado da Igreja Lusitana, de quem
a primeira descende. A Igreja de Portugal he mãi não só da
Bra ileira, como da Fllllchalen e a mais velha da" Igrejas
Itramarinas (Ceuta exceptuada), e bem a im da Açorita, da
Guinesina, da Marroquina e Oriental ou Goe.n e.
Da fundação de tas Igrejas obteve oPoder Real da Lujtania
oous importantes re ultados na epocha em que o Poller
Ecclesia tico tomava, bem que indirectamente, parle na gOl'er-
nança dos E tados. A BulIa do Papa Alexandre VI de 23 de
\go,to de HD5, authorisou o Rei D. ~Janoel a apre entar os
BISpos das Dioce es que funda e (lo); Ia uldade que foi pos-
terIOrmente confirmada pelo Papa Leão X quando as egurou
ao lDevIDO Rei o Padroado das Igreja ltramarina (0").
Estas conce sões firmando o grande Parlroado Ultramarino da
Corôa Portugue a (0'0), encaminharão a Realesa a obter,
ecoo olicl ar outro Padroado nas sua Pos~essõe elo Continente
'Europêo,queantes de sa epo hanãopo ,uia (*Hlo).
De ele o alvorecer do E tado ]1ortuguez até meiados do
seeulo X\ I, ou antes ate a u urpação Ca telhana, não existia
oPac1l'Oaelo Regio tla Igreja. Ellas e tavão sujeitas as Reser-
"as PontiflCias.
Os seus Prelado erão ele onlinario eleitos pelo Cabidos e
l') 0. primeiro aulhor que cita esta Bulia he Leilão no eu Tmfado
anfl~ttco e. apologel'ico prop.. 2 demo 6, e i. to dep~i da: Re~oluç!1o de
i 6:10 I e por I o não temos mUlta confianca na sua eXlslenCla.. 1< el'l'elra.-
no seu TrataL10 de ovorntn Operuln li : 1. di cur 03 n. 20 referindo- e
ao me mo Leitão tambem cj(-a-a.
l' (") Blllla de 7 de Junho de 15H1 que comeca- Dum Fidei constan-
lUl!~, que se acha a pago 379 desta obra.. •
t \ ) Toda. a historia. portuguesa attesta e confirma no a propo ição. Ell-
re anlo para o que quiserem ter mais largo conhecimenlo de te factos
~e.~om~len.damos a leitm'a, de Fel'l'eira-Traclat11 denOV01'1./IIl1 operum~ ce-
~/lCatlOntblls Li\'. 1. di cm'so 3,-e T. Bllssierre-I1isloi?'e du Scili 1M
lorhlgaúl duns les lndeg.
p l:;") Veja-se Capo di f lTo-lntl'ucções a.Lui::: Lippomano. ?b1lcio em
1'?1 ugtlal em 15'~~ ou 43 (tratluccão Por111g11 sal, ]13". 46. Edicão de
<lrt' c 1. 29. • .
confirOlado" relu Papa. l'elu que rc'p iLa ao PadroaLlo dos
JJc;lelicios, e CUllYCllLo', n 'ha\'t\-se dividido el Lre muito'.
O Rei, a Rainha, o~ Bi po~, os Abbarle" os Conventos, a
Ordens Militares, a ~oLre::;a, e a Burguesia l'orlll. vão por a' im
riiser um Corpo de Padroeiro'. Ainda e a influen 'ia ou li
forca se nJO uaria cenlralisado, para se tornar na mão dos
t;ovemo menos uma garantia ou deren [o para a Igreja, que
uma ameaça ou servid,lo (*).
A Igreja fnndoll o l)aüroado no interesse do seu serviço,
e em prejuiso de ,ua liberdade. Ench LI ele privileJio. e de
graças atJuelle' a quem ItOmava com o titulo de Padroeiro.
não julgando que cus arlvogallo' e pillallinos se qui.es 'em
'00 tituil' não ó .eus dominadores, como per eguiclore ,
muitas ve 'es impondo-ce tae encargo::> ~omo re;ralias por
crIeito do propri arLitrio, em con ultnrelll a protegida, e á
despeito ele na vontade e protestos. -'las o propo, ito era, e
empre tem :'ido, arrancar á Igreja 'ua liberdade, para
modela-la em instrumento de gO\ cm e [le dominio, reali-
sando-se a sim o wande pensamento lo C sari:-:mo.
O fim <la Igreja foi desYÍrtuado ou intelramen.e esquecido.
Seus desejo' el'5:o encaminhar a força material para o bem,
mas esta entelltlêo qne lhe cabia a missão de dominar a rOl'~n
e piritual, e de dirigi-Ia no interes,e do sen pre:IOlllinio, e
de luae::;(luer proje"toi:i (lue' concebci:i'-:c, fo::;selll ou não "llteis
l~is sn:u; C'\.}1re5. üc, :
« Item os anhl'o e grandes Bispados dr Porlugal não ..ão rIo Padroado
Reat, como algun pen 50 todo o ,\10 leiros s50 jJl'oyiuos pelo Papa,
bem como a maior parle do outro bens, e .~omen(e süo do Pad.roado do
Rei alguns Bispados per/ue7lus, novam nle crigido no parle' da Inala, r
cm algllmas ilhas, como l?uucbal, Goa, ,. Thomé, S. Thiacro, c outro.
semelhanles; c os wbredilos ~rc 'lTados, louo o onlros Bellcficios, são
por nova graç..'1. da é po tal ica (referia-se n B1111a do Papa Adriano 1:1);
e bem que a maior parl da veses os PontiJ-i s co. tumão Llar os ditos
13j pado por snpplica do Rei, ou anles por sua mera }jh ralidade, COI11
tudo quando lem querido proceder d oulm fúrma, alem feilo, ('01110
vcrdadeiros Padrotliros de toua a Igreja daquelle Reino. ))
(') L( Desta maneir:t diz o DI'. Velez ar field, na obra-Relacio?1 PS drl
Es(ado fon la 19lesict en la a.nligll(f, Amcrica Espallõl1t, -aqllolles po'
deres que o governo lempoTa.Ds se atlribuirào por uma nece. sidauc, oU
que lhes concedeu a Santa Sé para mai facilmente propagar a dou'
.tl·lna do "EvangelJlO, lemdauo o rc'ullado d· ,1I1.Jordjnar a r"reja ao E lado,
d sll'uindo inteiramente a independencia nece. saria para mn e antro p~'
der. Os Govel'n 8 'onycrtem em s n proprio inll'resses loda . as fnsI J',
tllições TI~clesia8lica8, e ;t "I [(rrja não tem encontrado senão UIIl prolcctol.
in[irl no braço po 1er080 CJII pro mou on aeccitou para prop'lg;lJ' su.1S
uOlllrin:ls. ))
ccxu
ã sociedade, fos em ou não coutradictorios 30m o grande
alvo á que tende a Religião do Crucificado, de quem a Igreja
he o fiel e legitimo representante e orgão ne te mundo.
O Soberanos de Portugal, como já vimos, não tinbão ainda
no seculo XVI o direito de apresentar todo o Prelados das
Dioce e do seu Reino tI'); pode- e diser com muito funda-
mento que ó depois da usurpação Castelhana, esse direito
se manteve e con olidou. Ante desse podero,o colo so que
tantos direitos fez calar em Portugal, havia entre o Re,í's e o '
antigos Prelado" quanlo ao Padroados dos Beneficio, e
outros direitos certa rivalidade, de modo que aquelJe cons-
tantemente olicitavão da Santa Sé pri vi1egios e j enções em
seu favor e de eu Capellãe, prejl1diciaes e onero os aos
Bispos ("*).
, Se se consultão os e critares Reinicolas da Escola Rega-
11 ta nota-se que elles procurão firmar a legitimidade de seme-
lhante preteoç-o em facto bem contestaveis da epocha da
!'!onarcbia Wisigoda, e da de Carlos Magno, e em casos raris-
lIDas ve e' veril:icado depois da fundação do Reino até o
reinado de D. AJJon o em que começarão a chover para
~oma supplicas dos Rey solicitando a eleição de tal e tal
lOdividuo para determinada Dioce e, e parD as melhores
AbbadiDs e Beneficias. A Corôa pelo expediente ela supplica,
al,ltl?luva ab orver ne ta parle toda as Reservas Pontificias, o
direito dos Bi~pos, dos Cabido ,e dos pequeno Padroeiros. n
com que cada conce são do Pontificado por minima que 1'osse,
des e ensanchas ás mais ab urdas pretenções ; fonte de eter-
nas lutas com a ~anta Sé, que firmada no eu direito defen-
dia-o com tenacidade, e outras veses cedia por amor da paz,
e da concordia Cllri ·l:ãs.
Ora e o direito dos Monarchas Hespanbóes não el'a bem
definido, o elos Re)'s de Portugal, achava-ve de tituido de todo
ofundamento, quanto as antiga Sés ('''). Esse direito só lhe
foi garantido nas Dioce es novamente creada , como teiria,
l\iiranda, Porto Aleóre, Elva ,Bragança, e Penafiel, depois
do reinado de D. ManoeI. .
Osorio, Leitão·e outros Regalistas sectarios de CaMdo, o
creador das theoria f aYoraveis ao Padroado Regia da Igrejas,
desde que uItrapa são certas epocba , vo1tão-.e para o In-
dulto da Papa S. Adriano I e para os e ty10s da l\lonarchia
Wisigoda (H), recurso tão fragil que o Regalismo Castelhano
desdenhou.
Na ausencia de provas o Regalismo, fertil na chicana, in-
yoca para Portugal os privilegias oncedidos á Hespanba,
por motivo de uma pretencüda Bulia, que n~mca vi1'ão os pro-
prios Regali ta Lu itanos ("I'H), emuitas ye. es do i1encio dos
Papas, pelos seus antagonistas apreciado einterpretado arvora-
vão singulares privilegias para os Monarchas de Portugal- ex
prcesumpto p1'ivilegio I Tal era a formula do titulo com que se
110s <.Ious Padl'oallos, por que isto consta das Bullas Papae~.
He comtudo certo que foi este Tribunal um poderoso auxi-
liar que teve o Gallicanismo em Portugal, e cujas praticas
nas lutas em fim que mauteve com os Bispos radicarão
ainda mai aquella heresia (*). .
Foi uma boa fortuna para e'te Paiz a extincção de seme-
lhante Tribunal, que em Portugal e no Brazil repre entava o
mesmo papel que os antigos Parlamento de l~rança, em
relação á ql1estões com a Santa Sé, e com os Bi poso
Portanto antes da fundação da primeira Dioce'e na America
Portuguesa, já vivião juxtapo tos o dou' Padroados, Regio,
e da Ordem de Christo, e com elle a nos a Igreja urgio
e cresceu.
Para ainda confirmar esta asserção ternos a Bulia - S'LbpB'l'
Specula lIfilitantis Ecclesice do Papa Julio III, de 25 de Feve-
reiro de -1550, que organisou a Igreja cio Brazil, eparando-a
~a .Diocese de Funchal, em todo o "entido; poi quanto á
J~rJsdicção Metropolitana subordinou a nova Igreja ao Arce-
bIspado de Lisboa (H). Mas em rela~ão ao l)adroaclo tanto da
Igreja, como dos Beneficios, o regimen que pre idia á Igreja
de ~unchal, continuou a praticar- e na re~ente cre:1ç:-o.
Opnmeiro Bi po foi apresentado pelo nei, e o Beneficiados
tambem deverião ser por ene como Me'tre da Ordem de Chri to
(tamquam lJfagiste1' Ol'dinis Jes'Lb-C/wisti).
ms como o :Pontifice s'expre_sa na Bulia de HH'i..
. (( Et nihilominu ju Patronatus, et pr::e 'entancli pcrsonam
Idone~m ad Ecclesiam Fnnchalen em erectam hl1ju modi,
dum 11lam pro tempore vacare ontigerit, eidem Emmantteli.
et P?'O tempo?'e existenti PO?'tugallice et Alga?'bio1'um Regi, et
~ollla~i Pontifici pro tem pore exislenti acl e[ectmll, ut cicIem
~cbleSlm de persona I er pr::efatum Regem nominat::c proYidet'j
e at j et non alias aL1 Dignitatés vero, ac Canonicatus, ct
l)~ffibe~das pro tempore exi ·ten ti Magist?,o dictce lIúlitire acl
duem JU Patronatus, seu pr::e entanLli ad dicla Beneficia,
um pro tempore vacabant pe1,tinebat. ln titutio vel'o Epi -
CUlo-Copia da Analyse dCL Butla do PapcL htlio fIl-Clu dilTerenlc
Iugares.
dc·\l!i. se .~10stm (Iua.I a origem (~O Tribun~l da C?n cicnci,a c Onlcll.
UNi~lS.do ~ell1ado de D. J030 III, e a ImportanCHt dos EslaLutos das Ordens
. , ai es, IIlcorporadas á Corõa. etc.
IlrV. O que era. a i\Icza da COTlsciencia tanto em P 1'l11{{al como no
dll ~~I ~odell1 <lar lcsLemun110-oCnnlcal Pacca. n;) sllaobra- f\'o?lciat~trrl
(.. )o~!I~ga/. c o aulhor do - IJireilo do I'adroac!o ?IO I1m;:;i/'
rJil·"e a Bulia a [1a~. 521.
17
CCLfm
l~el'aJ' remedio para suas 19l'eja', que tem por eerlo que o Summo lonll-
11CC de Roma be Cabeça da Igreja, e Vigario de.1 us Chrislo, cm guaro se
acha a ~onLe e origem de toc1'o o poder e jurisclicção EccleslastLca, que
recebeu lmmediatam nte de Clu'isto, pa.ra que dell se derivas e pa.ra tou~
os ~relados inferiores, com tal stibordinação qu pode a SClb al'blll'W
restrmgl-Ia, augmenLa-la, dimInui-Ia e revoO'a-la; e alél11 disto pode cOI1I~r
e refJ:ear os P.ri.ncipe Seculares, se se atl'Cverem a perturbar ou des(l'lur
o ):e~l1nen e pll'llual, por que a elles não pertence cou a algwna do pod;r
e:pll'ltllal, porem só podem e devem protege-lo e cons 1'\'a-lo, Nem 1.10
p ueo LJe pos-ivel duyjuaJ', bCln que nas hi~lo)'i((s Ecclc~iaslica' ~e CIICOI/-
CCLXXIll
~
.) Veja- o mesmo Opusr.ulo pago 30 e 31-
") Excellcnte fonte para deri ar semelhante cUr iro.
''') i.J a 131111:1 q11e cOllcl'd00 os privilegias do Mestrullo til' Chri lo n~o
cL :Xllt
de "Eyora, nem por isso a que tão mudava ue figura, por que
outro tanto acontecia com os de Lisboa, em cuja Provincia as
Ordens todas tambem tinhão estabelecimentos, como bem
reconhece a Consulta, tornando- e por tanto ainda inexpli-
'ayel o incommodo dado á e~ es Letrados, somente por causa
da Ordem de Aviz.
Por ontro laclo, como appellar para o Breve do Papa
S. Pio V, de '1567, concedido ás Ordens Militares da Hes-
panha ('1-), e Breve somente relativo á Juises criminae ' das
mesma Orden", qnando ha\'ia a Bulia do mesmo Papa do
anno de uno, fa endo-se o me"mo Rei, que tão intelligencia-
do estava com a Santa Sé, ignorante d que havia acontecido
anteriormente, como Governador do )IIe trado, na Provisão
de 3 de Novembro de Hí73? E se, como se diz na Consulta e
Provisão, as Oruens de Portugal tinMo em seu fa\'or asBuUa
de Julio II e Paulo UI, que permittião a communicação da
Bullas conceida á Hespanlla ao Ueino "isinho, para que
solicitar-se o Breve do I'apa Gregorio XIII de 8 de Junho
ue 1575?
Ora nós duvidamos da authenti idade de emelhante
Breve, que segundo Carvalho (EnucleationlJs) foi solicitado
por D. Seba Lião em Hj72 e'-I'-), por que nes e anno publicou
D. Seba tião os Estat'Lbtos das Ordens, aLlthorisado tão am-
plamente pelo Papa S. Pio V, como já foi dito, e se quize se
os privilegias de Hespanlla, o Papa Gregorio xur, os teria
approvado, e não deix,ava'para 1575; notando-se que o que
se pe(le no Breve HeSjlllnuol já existia na Bulia chamada das
T1'es Instancias (-I'-H) do Papa 11io n elo aono de Uí63, que
poder-se-ia fa er vigorar nos noyo' Estatuto , suppondo- se
ella revogada pelo Concilio, e a Bulla do mesmo Papa que
começa - ln p?"incipio Apostolorum Sede (HH) de 20 de Fere-
reiro de 1565, abolindo todos os priYilegios de quaesquer
Orclens UegLllares, e Militares em opposiçJ.o ao Decretos do
Sagrado Concilio de Trento (statutis et decretis Concilii con·
tmriantur) . _
E nem se pode pre UlDir que o Papa Gregorio UlI,yo
rigoroso em exeentar os decretos do Concilio TridenlI!lO,
(') Veja-se Carvatho-Enucleationes t. 1 pago 27.
(") C:U'valho-Obl'a cilada t. 1 pago 29.
(...) 'Veja-se o roe mo Carvalho - E'111.tCleationes t. 1 pago 769. Adata
clcsta Bulia hc de 5 de Outubro de 1563.
(....) Y~i:l.-se Ago linho Barbo a- De Offieio Episcopi l. 3 paS· 68
(appendJce).
CCClII
')
l
Veja- e o mesmo. viso a pau. 1189 desta bra.
") Veja- e o me mo Decreto a pago 1191 de ta Obra.
. ''') lla muito ex mplos dl]Sle abuso, no. archil'o lh .\Ipla ela. ru -
?~cncJa, e um d,~ Yigal'io EncOOlrnendado YJmos no m DloS arclm'o , I~
Ja ~~~~,lam.o _na nola (") a P.1g. 12i6 desta Obra. . _
( ) \ eJa- e o Axi o de 7de Ma.rço de 18~6 que copiamo a pag_ l!OO
desta Ohra,
,(.....) Pf:reil'a de Caslro. como já nol~mo , não diz po. ili"amenlc ([11~ (I
Padroado da:' Ordell" ~[iJihre era fIle<.l , mas d pr hr'nú . ,do II I '-
foI' 'o elll lomar lil'I'e de cO/lCILI'_OS o Parlroado COI lat rirCUlJl-lánrL
CCCXXIV,
a: não e~~ moda, hem que para t!lla se ma~c~asse à bandeiras _despre-
,SenLJao-se os efteitos , mas nem as vlclirnas nem os dommadores
g:O~a~'
Pod Va? proferu' o nome. Precisava-se de mais dons seculos para que o
.er In.vasot podesse o tentar suas aspirações então secretas.
Ch() VeJa- e o que a este respeito lê-se nos Estatutos da Ordem dp,
da\~Slo p. 3 til. 17, a pago 440 desta obra. Avaliem-se os abusos que se
~o em tal epochal
) Temo ainda:l Resolu~ão de 23 de Sctrrnbro do me-mo anno, em
cr.c.nv 111
Em pre:;ença destes facto~, crarol! como a luz meridiana, ht
o novo Estado secularisado, como se diz, que levanta-se
contra a Igreja, e ja não enrubece de sustentar que lIe alie
quem paga os seús fUllcctonarios, 8' per essa circumstancia
os metamorphosêa em dVl&! E ha Ministros e Professores
que não hesitão em defender semeihantes proposições I
Ousa-se ainda mais. Além de inverter-se' o estipulado, o
Estado aproveita-se da melhor parte' do rendimento, e atird
á Igreja bem magros reMuos.~ os venaimentos dos funceio-
narios Ecclesiasticos forão sujeitos ao im,posto civil come os
dos Empregado! da mesma jurisdie'ção' (\<) I,
Pagão por ~erem conados, por serem Ell'Commendados,
por serem Coadjutores. Se' dãa licença para outros Sacerdo-
tes administrarem Sacramentos, he' mister qne taes con-
cessões levem o carimbo civil, o inevita"el sello. He mister
sellos para exhumar~se um cadaver, para í'aser-se um baptis-
mo, um casamento, para eelebrar missa:s, e' ministrar Sacra-
mentos em casas particulares, por tante até a euchavistia dada
ao moribundo por Sacerdote que não ha' paroche, tambem
paga seBo I - E tudo isto se pratica n'um Paiz Catholico e~
estranhesa dos Le'gisladores, e Executores de taes prece:
tos, e nem excitar da partI} do Clero e dos :Fieis a mal
16\'e reclamação (n).
que SP. patentêa o estado mise1'llvrl lla'S Matrises de Goyaz,·e dos paroMos,
notando-se entre outras confissões a seguinte que reprodusimos:
« Que he necr.slJario que os Parochos tenhão CoadjufoFes com COf\'
gruas, na forma da Carta Regia de 23.de Novembro de 1608; que.he taro'
bem de muita consideração que se- mande dar ás FaDrícas os guisamenl~
para a celebração da Missa, cujo supprimento não tem os Parochos obn·
gacão de faser, '}Ior c,'mpetir a quem cobra o~ Dizimos, que deve' sustenbr
as 'Igrej35 com todo o neeessario, mormente nas ProvmCl:lS remotas, ondt
o 'Vi'llho e a cera sào de grande custo,e excedem ás limíladas' quanlias dI!
C0"!'DT'l1(1$. I)
(') A imposição nas congruas dos Dispus, f! Parochos e Beneliciadlli
sem cura pode-se diser que data de 183~ ou 34. Anter:iormente pagavão
uma pequena taxa na Chanc.ellaria das Ordens, e depois de 1802 tlutra do
sello, por yirtqde do art. t8 da Lei de 27 de Abril desse anno, em conse:
quenCla das extraordinarias deswsas do Estado ntlSsa epocha, e ~ Ret
assim procedia como Mestre das Ordens. Esta: lei' era uma consequeDCla:
systema firmado no Alvará de lO de Março de 1797:- era lUD começo
secularisação.
Tendo acabada o MestraM das Ordens no BraZÍ1, co~ que fund~et~
se impunha e lmpoz sobre as Gong},1las '1 Veja-se o Aviso. de 10 de di'"
de 1834., e as Ordens do Thesouro n. t-9 --de 21 de FevereÍl'o de 1M2, t
n. ~"'O-de 2 de Novembro de 184.9. r
lU) Os attestados de frequencia para que os Parochos possão.recebe
Sll38 Congruas furào postos ~ cargo das Camaras Municipaes, sobrefll!~
CCCXLlX
depois do Aviso tle 2 de Agosto tle 1831. em quI" a pos~e dc,tr Iuncciu·
narios e o respectivo juramento deverião . er dados perante essas Corpora·
t.ões. Outr'ora bastava simplesmente a tlcclara~ào do Ordinario, como
atlestão as Resoluções da Meza da Consciencia de 6 de Junho, e de 4: do
Desembro de i8~7.
Em 1850 pelas Ordens de Thesouro n. 36 e 43 - de 8 tle Abril e 3 de
Maio, forão essas atlribuições conferidas aCamaras Municipaes em falta
'dos Ordinarios, que só poderião fase-lo no lugares de sua residencia.
Mas em 'l85~ pela Ordem n. ~~3 -de ~j de Untubro forão explicadas
aquellas decisões no sentido de poderem os Bispos e seus Vigarios Gerae
passarem esses altestados, independente do logar da residencia, enten·
dendo-se que as Camaras e Delegados de Policia tambem os podião dar
tão somente no interesse de facilitar-se o pagalllento das congruas, e não
como um direito daquellas Corporações.
Essa Ordem foi expedida em consequencia de uma representação do
Arcebispo ~Jetropolitano, que o Governo achou fundada em ríl8õesj1ldi-
ciosas. reconhecendo que não podia prelerir os t1ireitos dos Bispos. Este
facto he uma prova de que se os Bispos fos em menos affClçoados ao
'Silencio, conterião mais o Poder invasor em 'uas desmesuradas pre·
tencões. '
, tira essas rasões j11diciosas do Arcebispo fundavão-se no direito que
bnha o Dero aos Dizimos, que a Coroa cobrava, e não em vencimentos
pagos em rendas do Estado.
,Transcrevemos aqui algwls trechos dessas rasõcs para demonstrar (JUe
atnda ha poucos annos o Governo reconhecia a obrigação em que esta\'a
quanto aos Dizimo, bem que o Metropolitano rdira-se aos Ecclesiastieos,
c não aos R4laes, no que houve á nosso-ver, engano; engano tanle mais pal-
pav~l_quallto á respeito dos DiZImas Reaes não apparecerào essasrepehdas
decl~ocs da Scmla Sé, á que se refere o douto Prelado.
EIS suas expressôes :
« Por muito que se tenha estendido o systema da .~ccularÍJIação das
«lusas. religiosas, {ll'rsuado-me, que ainda nào prescreverão nos P:üses
Cath.ollcos os prinCipias de Direito Publico Eccleslasbco, acerca da subsis-
tC~~la dos Parochos, que he quanto á substancia, de Direito Natural,
Dl\'1n?, Positivo e Ecclesiasl1co, e por r.onsequencia inherente á mesma
eonshtuiçào da 19reja, e quanto á sua forma, isto he, á consignação de
certos creditas com quantias pagas pelo Estado, fundada em solemnes
~onvcnções ou Concordata , pelos quaes os Dizimas, que constituião a
otação do Clero, incorporados na Corôa, farão substituidos pelas Con-
~ruas, com que o Estacfo se obrigou a mante.r o Culto e seus Ministros;
?nd~ resulta que elles não perderão a índole ou lIaturesa de be7l8 Ecele-
'Ia /teos. e estão ~ujeilos aos mes~os encargos e condiÇÕ:CS. .
« Tal he a oplDlão corrente all1da dos menos SUSpeitos Canomstas e
TS,heologos, sancciunada por BuHas Pontificias e repetidas decisões da
anta Sé.
lã « Sá vê pois I) Sr. Procurador Fiscal, que o Poder Espiritual não lle
o estranbo como cHe pensa, ao pagamento de taes Cougruas, cuja
~rcep,ÇàO he um dos requi itos essenciaes e constitutivos ao BenefiCIO
les~lico, e que os Bispos tem o inquestionavel direito de punir, na
conformulade dos Canones 7'ccebidos no Imperio (:m!Julctr expressão na
bob~ de .um~ Prelado). e particularmente do Concilio Trid~lIlino, com_a
~u racçao tios fruelos, i Lo he, das Congruas, os Bencficlados que nao
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