Teste 8º Março 2018 - Correção
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GRUPO I - Parte A
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. (4pts)
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1. As afirmações apresentadas de (A) a (F) referem-se a uma história de vida, muito resumidamente
apresentada no texto.
Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem cronológica dessa história, começando pelo
passado.
(A) A rapariga não suporta as saudades do mar.
35 (B) A rapariga não se conforma com a mudança.
(C) O sonho de futuro da rapariga já está definido: casar com um pescador e retomar a tradição
familiar.
(D) A geração mais recente deixou a zona marítima e veio trabalhar a terra.
(E) Os homens da família eram pescadores, as mulheres ajudavam na faina marítima.
40 (F) Várias gerações da família de uma rapariga fizeram a sua vida junto ao mar.
R: F, E, D, B, A, C
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2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1 a 2.3), a única opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto. (3x3pts)
Parte B
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Lê o texto e consulta as notas, se necessário.
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15 de julho de 1993
À entrada do auditório, umas mocinhas da Universidade encarregam-se da venda dos livros de
Torrente1. Escolho uma meia dúzia deles e fico à espera de que me façam as contas e digam quanto
75tenho de pagar. Seis livros, seis parcelas de uma soma simples, nenhuma delas com mais de quatro
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dígitos. A primeira tentativa falhou, a segunda não foi melhor. Eu olhava, assombrado, o modo como a
rapariga ia somando, dizia sete mais seis, treze, e vai um, escrevia 3 na soma, 1 ao lado, e
prosseguia, adicionando por escrito os que iam aos que estavam, como, nos velhos tempos, um
estudante da primeira classe antes de aprender a usar a memória. Uma colega explicou-me com um
80sorriso meio envergonhado: «É que falta a máquina.» Diante daquela florida e ignorante juventude,
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senti-me de súbito, infinitamente sábio em aritméticas: pedi o papel e o lápis, e, com um ar de triunfo
condescendente, rematei a soma num instante, mentalmente. As pobres pequenas ficaram
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esmagadas, confusas, como se, tendo-lhes faltado os fósforos no meio da selva, lhes tivesse
aparecido um selvagem com dois pauzinhos secos e a arte de fazer lume sem calculadora.
85 José Saramago, Cadernos de Lanzarote, Diário I
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Gonçalo Torrente Ballester, escritor espanhol (1910-1999).
R: O autor do texto comprou seis livros de Gonçalo Torrente Ballester, à entrada do auditório de uma
universidade, e ficou à espera de que as moças universitárias encarregues da venda lhe dissessem
quanto tinha de pagar. Sem máquina de calcular, as raparigas não conseguiram fazer uma soma de
seis parcelas, tendo o autor tido necessidade de ser ele a fazer a conta, o que deixou as raparigas
95envergonhadas, mas, ao mesmo tempo, maravilhadas com as capacidades aritméticas do autor.
5. Situa as seguintes frases transcritas no contexto. Explica o que sentem os respetivos sujeitos e
porquê.
R: «Eu olhava, assombrado» – refere-se ao autor do texto que fica espantado com a forma infantil
como a rapariga está a raciocinar para fazer a soma.
105 R: «Uma colega explicou-me com um sorriso meio envergonhado» – refere-se à colega da rapariga
que estava a tentar fazer a conta que se sente um pouco envergonhada pelo facto de a colega estar
a demorar tanto a fazer a conta.
110 R: «senti-me de súbito, infinitamente sábio em aritméticas» – refere-se ao autor do texto que
acabou por ter de ser ele a fazer a conta, perante a incapacidade da rapariga. Este facto deu-lhe um
sentimento de sabedoria.
115 R: «As pobres pequenas ficaram esmagadas, confusas» – refere-se às raparigas que estavam a
vender os livros que se sentem envergonhadas e confusas, perante a capacidade do autor de fazer
contas de somar sem máquina de calcular.
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6. Que facto impressionou tanto o autor que o levou a registar este episódio no seu diário? (4+2pts)
R: O que impressionou o autor e o levou a registar o episódio no seu diário foi a ignorância das duas
universitárias perante uma tarefa tão simples como fazer uma conta de somar sem máquina de
calcular.
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7. Segundo as últimas linhas do texto, fazer contas sem calculadora era, para as jovens, comparável a
que situação? (4+2 pts)
R: Para as duas jovens, fazer contas sem calculadora é comparável à arte de fazer lume com dois
pauzinhos secos.
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8. Que intenção crítica está implícita no texto? (4+2 pts)
R: Com este texto, o autor critica implicitamente a falta de rigor e de qualidade do sistema de ensino
moderno, face à exigência que existia nos seus tempos de estudante.
135 GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. Uma soma simples, uma conta fácil que se tornou complicada por falta da preciosa máquina de
140 calcular.
1.1 Regista os adjetivos presentes nesta frase e indica a respetiva subclasse. (2 pts)
1.2 Reescreve a frase substituindo o grau normal dos adjetivos utilizados pelo superlativo absoluto
145 sintético de todos os que têm variação em grau. (2 pts)
R: Uma soma simplicíssima, uma conta facílima que se tornou complicadíssima por falta da
preciosíssima máquina de calcular.
R: O adjetivo, neste caso, não pode ser colocado depois do nome que qualifica porque alteraria o
significado da expressão. «Pobres pequenas» tem o significado de «pequenas sem grande valor
intelectual»; «pequenas pobres» significa «pequenas com poucas posses, necessitadas».
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3. Uma soma simples, uma conta fácil que se tornou complicada por falta da preciosa máquina
calculadora.
160Partindo da frase transcrita, identifica a função sintática desempenhada por cada palavra ou
expressão sublinhada.
(3x2 pts)
4.1 Quando a mandei entrar, nem por sombras calculei o desfecho da consulta.
4.2 Nunca tal me havia sucedido, mas hoje aconteceu.
170 4.3 A minha imaginação falhou miseravelmente diante do azul intenso e profundo que trazia nos
olhos.
Resposta
4.1 Quando a mandei entrar: Oração subordinada (adverbial) causal
175 4.3 que trazia nos olhos: oração subordinada (adjetiva) relativa ou oração subordinada (adjetiva)
relativa restritiva
180Tenhas ou não um diário, registes ou não episódios, emoções, vivências num diário, sabes que este
pode ser um fiel e silencioso «amigo». Sabes que para algumas pessoas é um hábito ou mesmo uma
necessidade de comunicação.
Seja qual for a tua perspetiva, redige uma página de diário em que exponhas o que significa para ti ter
um diário e fazer o registo das tuas vivências.
185O importante não é que sejas, ou não, adepto deste tipo de registo de caráter autobiográfico, mas que
exponhas as tuas opiniões sobre o assunto com clareza, coerência e argumentos pertinentes.
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