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A2.05
015
Guia㻌㻌de㻌㻌Manutencao㻌㻌para
Transformadores㻌㻌de㻌 Potência
Novembro 2013
Guia de Manutenção para
Transformadores de Potência
1
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 7
1.1 Introdução...................................................................................................... 7
1.2 Fundamentos e Funcionamento Básico de Transformadores de Potência........................ 8
1.3 Fundamentos e Funcionamento Básicos de Reatores Shunt........................................... 11
1.4 Operação do Transformador e Ciclos de Vida............................................................... 12
1.5 Vida útil de Transformadores........................................................................................ 17
1.6 Terminologia.............................................................................................................. 22
2. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO................................................................................................ 26
2.1 A Importância da Manutenção...................................................................................... 26
2.2 Impactos da Indisponibilidade..................................................................................... 27
2.3 Avaliação da Condição do Equipamento....................................................................... 28
2.4 Manutenção Baseada no Tempo.................................................................................. 29
2.5 Manutenção Baseada na Condição............................................................................... 31
2.6 Manutenção Corretiva................................................................................................. 34
2.7 Monitoramento Online Contínuo.................................................................................. 36
3. PROCESSOS DE MANUTENÇÃO................................................................................................... 37
3.1 Planejamento.............................................................................................................. 37
3.2 Organização................................................................................................................ 38
3.3 Execução.................................................................................................................... 40
3.3.1 Segurança na Execução da Manutenção.............................................................. 40
3.3.1.1 Planejamento Executivo e Análise Preliminar de Riscos................................. 41
3.3.1.2 Recomendações de Segurança Adicionais.................................................... 42
3.4 Registro da Manutenção.............................................................................................. 43
3.5 Otimização.................................................................................................................. 44
3.6 Gestão do Conhecimento............................................................................................. 45
4. COMPONENTES DO TRANSFORMADOR...................................................................................... 47
4.1 Buchas....................................................................................................................... 47
4.1.1 Núcleo Condensivo............................................................................................ 47
4.1.2 Tap de Derivação.............................................................................................. 49
4.1.3 Isolador Externo................................................................................................ 50
4.1.4 Tipos de Conexões de Bucha.............................................................................. 51
4.2 Preservação do Sistema de Óleo................................................................................. 52
4.2.1 Sistema Externo ao Conservador........................................................................ 52
4.2.2 Sistemas Internos ao Conservador...................................................................... 53
4.2.3 Tanque Principal Selado..................................................................................... 53
4.2.4 Respiração Livre................................................................................................ 54
4.2.5 Característica dos Sistemas de Conservação........................................................ 55
4.3 Sistemas de Resfriamento............................................................................................ 56
4.3.1 Radiador........................................................................................................... 56
4.3.2 Trocador de Calor.............................................................................................. 58
4.3.3 Bombas para Circulação de Óleo......................................................................... 60
4.3.4 Ventiladores...................................................................................................... 61
3
4.4 Vedações.................................................................................................................... 63
4.4.1 Instalação das Vedações.................................................................................... 64
4.5 Medidores, Indicadores e Relés.................................................................................... 65
4.5.1 Indicadores de Temperatura do Óleo e Enrolamento............................................ 65
4.5.2 Indicadores de Nível de Óleo.............................................................................. 68
4.5.3 Relé Detector de Gás tipo Buchholz.................................................................... 69
4.5.4 Dispositivo de Alívio de Pressão.......................................................................... 71
4.5.5 Indicador de Fluxo............................................................................................. 71
4.6 Armário de Controle................................................................................................... 72
4.7 Transformadores de Corrente....................................................................................... 73
4.8 Comutadores de Derivação em Carga........................................................................... 74
4.8.1 Geral................................................................................................................ 74
4.8.2 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo............................................... 74
4.8.2.1 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo Externo.............................. 75
4.8.2.2 Comutador de Derivações em Carga tipo Resistivo Interno.............................. 78
4.8.3 Comutador de Derivações do tipo Reator............................................................. 80
4.8.4 Tipos de Conexão de Comutadores de Derivação em Carga.................................. 82
4.9 Comutadores de Derivações Desenergizado................................................................... 82
4.10 Líquido Isolante para Comutadores de Derivação......................................................... 82
4.11 Parte Ativa do Transformador..................................................................................... 84
4.11.1 Núcleo do Transformador................................................................................. 85
4.11.2 Enrolamentos.................................................................................................. 86
4.12 Óleo Isolante............................................................................................................. 89
5. AÇÕES DE MANUTENÇÃO............................................................................................................ 91
5.1 Métodos de Ensaios Elétricos Básicos e Avançados........................................................ 91
5.1.1 Testes Elétricos Básicos..................................................................................... 91
5.1.1.1 Resistência de Isolamento DC....................................................................... 91
5.1.1.2 Ensaio do Isolamento AC (Fator de Potência e Capacitância)........................... 93
5.1.1.3. Resistência Ôhmica dos Enrolamentos.......................................................... 95
5.1.1.4. Relação de Transformação (TTR)................................................................. 95
5.1.2 Testes Elétricos Avançados................................................................................. 96
5.1.2.1 Medição de Descarga Parcial (DP)................................................................. 96
5.1.2.2 Analise da Resposta em Frequência (FRA)...................................................... 101
5.1.2.3 Resposta em Freqüência de Perdas Dispersas (FRSL)...................................... 103
5.1.2.4 Espectroscopia no Domínio da Frequência (FDS)............................................. 105
5.1.2.5 Método da Tensão de Retorno (RVM)............................................................ 108
5.1.2.6 Tensão Induzida em Transformadores em Campo........................................... 112
5.2 Análise de Gás Dissolvido no Óleo Isolante (DGA).......................................................... 115
5.2.1 Formação de Gases........................................................................................... 115
5.2.2 Coleta de Óleo Isolante...................................................................................... 117
5.2.3 Ensaio de Cromatografia.................................................................................... 118
5.2.4 Interpretação dos Resultados............................................................................. 119
5.2.5 Periodicidade de Análise de Gases Dissolvidos em Óleo Isolante........................... 120
5.2.6 Importância como Técnica de Manutenção Preditiva............................................ 120
5.3 Ensaios no Óleo........................................................................................................... 122
4
5.3.1 Ensaios no Óleo Grupo 1.................................................................................... 124
5.3.2 Ensaios no Óleo Grupo 2.................................................................................... 127
5.3.3 Ensaios no Óleo Grupo 3.................................................................................... 131
5.3.4 Gestão dos Resultados dos Ensaios de Óleo........................................................ 132
5.4 Ensaios no Papel......................................................................................................... 135
5.5 Manutenção do Comutador de Derivação sob Carga....................................................... 135
5.5.1 Atividades de Manutenção x Problemas Possíveis................................................. 135
5.5.2 Manutenção Preventiva...................................................................................... 136
5.5.3 Análise Físico-Química e Cromatográfica.............................................................. 138
5.5.4 Técnicas Específicas de Manutenção................................................................... 138
5.6 Práticas de Manutenção e Inspeção.............................................................................. 141
5.6.1 Parte Ativa........................................................................................................ 142
5.6.2 Sistema de Preservação de Líquido Isolante e Conservador.................................. 143
5.6.3 Sistema de Resfriamento.................................................................................... 144
5.6.4 Sistema de Supervisão, Proteção e Controle........................................................ 146
5.6.5 Sistema de Conexão (Buchas)............................................................................ 149
5.7 Secagem da Isolação................................................................................................... 150
5.7.1 Secagem On-Line, com o Transformador em Operação........................................ 155
5.7.1.1 Tratamento Termovácuo............................................................................... 155
5.7.1.2 Filtros Absorvedores de Umidade................................................................... 156
5.7.1.3 Peneira Molecular......................................................................................... 156
5.7.2 Secagem Off-line, com o Transformador Fora de Serviço...................................... 159
5.7.2.1 Secagem por Alto Vácuo............................................................................... 159
5.7.2.2 Secagem por Circulação de Óleo Quente e Vácuo........................................... 160
5.7.2.3 Secagem por Aspersão de Óleo Quente (Hot Oil Spray)................................... 161
5.7.2.4 Secagem por Vapour-phase.......................................................................... 162
5.7.2.5 Secagem Criogênica..................................................................................... 163
5.7.2.6 Secagem por Circulação de Corrente a Baixa Frequência (LFH)........................ 164
5.8 Tratamento do Óleo Isolante........................................................................................ 165
5.9 Tratamento de Óleo Isolante com Enxofre Corrosivo...................................................... 169
5.9.1. Teor de Dibenzildisulfeto (DBDS)....................................................................... 169
5.9.2. Detecção de Compostos Corrosivos.................................................................... 169
5.9.3. Adição de Passivador........................................................................................ 170
5.9.4. Teor de Tolutriazol (TTA).................................................................................. 171
5.9.4. Remoção do Enxofre Corrosivo da Isolação Sólida............................................... 171
5.10 Eletrização Estática e Manutenção.............................................................................. 172
5.10.1 Eletrização Estática.......................................................................................... 172
5.10.2 Mitigação da Eletrização Estática....................................................................... 173
5.10.2.1 Fluxo do Óleo Isolante............................................................................... 173
5.10.2.2 Características do Óleo Mineral Isolante....................................................... 174
5.10.2.3 Aditivação do Óleo Mineral Isolante............................................................. 175
5.10.2.4 Monitoramento do Carregamento Eletrostático............................................. 175
5.11 Precauções para o Trabalho Invasivo.......................................................................... 175
5.12 Utilização de Tip e Alarmes........................................................................................ 177
5
6. REPARO DE TRANSFORMADORES.............................................................................................. 179
6.1 Grau de Complexidade de Reparos............................................................................... 179
6.2 Reparos de Baixa Complexidade (1 e 2)........................................................................ 179
6.3 Reparos de Média e Grande Complexidade (3 a 5)......................................................... 181
6.3.1 Reparos em Campo........................................................................................... 181
6.3.1.1 Etapas do Processo...................................................................................... 181
6.3.1.2 Riscos e Controle de Qualidade..................................................................... 182
6.3.1.3 Infraestrutura..............................................................................................
184
6.3.1.4 Segurança e Meio Ambiente.......................................................................... 184
6.3.1.5 Treinamento e Gestão do Conhecimento........................................................ 184
6.3.1.6 Garantia...................................................................................................... 185
6.3.2 Reparos em Oficina do Proprietário do Equipamento............................................ 186
6.3.3 Reparos em Oficina da Contratada...................................................................... 187
6.3.3.1 Etapas do Processo...................................................................................... 187
6.3.3.2 Transporte................................................................................................... 188
6.3.3.3 Infraestrutura.............................................................................................. 193
6.3.3.4 Riscos e Controle de Qualidade..................................................................... 193
6.3.3.5 Segurança e Meio Ambiente.......................................................................... 195
6.4 Avaliação Comparativa................................................................................................. 195
8. ANEXOS....................................................................................................................................... 209
8.1 Ábaco para Obtenção dos Valores de URSI.................................................................... 209
8.2 Registros de Ensaios.................................................................................................... 210
8.3 Árvore de Falha do Sistema de Monitoramento.............................................................. 232
8.4 Árvore de Falha do Comutador de Derivações em Carga................................................ 238
8.5 Padrões e Referências CIGRÉ....................................................................................... 245
6
1. INTRODUÇÃO
1.1 Introdução ao Guia de Manutenção
Neste contexto foi criado o subcomitê A2.05 para elaboração do “Guia de Manutenção de
Transformadores de Potência”, preparado para ajudar a definir e aplicar a melhor prática de
manutenção em transformadores imersos em óleo isolante com classe de tensão igual ou superior a
34,5kV.
Aspectos operativos;
Tipos de manutenção;
Estratégias de manutenção;
Processo de manutenção;
7
Seleção e manutenção dos componentes dos equipamentos;
Transporte e armazenagem;
Gestão do conhecimento.
8
que onde ao aplicarmos uma tensão U1 alternada ao primário, circulará por este enrolamento uma
corrente I1 alternada que por sua vez dará condições ao surgimento de um fluxo magnético também
alternado, ф1. A maior parte deste fluxo ficará confinado ao núcleo, uma vez que é este o caminho
de menor relutância. Este fluxo originará uma força eletromotriz (f.e.m.) E1 no primário e E2 no
secundário, proporcionais ao número de espiras dos respectivos enrolamentos, segundo a relação de
transformação:
Ou, considerando que a as tensões U1 e U2 são praticamente iguais as f.e.m. induzidas E1 e E2,
pode-se afirmar que:
De forma prática, um transformador de potência para cumprir sua função necessita de uma série de
acessórios e componentes que possibilitem sua operação sob condições controladas de temperatura,
estanqueidade e dentro de parâmetros especificados em projeto. Para se ter uma visão geral e
simplificada de um transformador de potência, a figura 1.2 mostra os seus componentes principais.
9
Podemos segmentar um transformador em “parte ativa”, acessórios e sistemas de preservação de
líquido isolante, isolação e refrigeração.
Podemos classificar de forma resumida os acessórios de um transformador como: As buchas [9] que
são responsáveis pela interligação e isolação entre os enrolamentos e o sistema elétrico em que o
equipamento está interligado, o comutador de derivação em carga (CDC) [10/14] responsável pelo
controle de tensão possibilitando a adequação do transformador às condições sistêmicas necessárias
para operação. A comutação também pode ser realizada sem tensão, através de comutadores de
derivação desenergizado (CDD), como por exemplo, no caso de transformadores elevadores, quando
este controle de tensão é realizado pelos geradores de usina.
Indicadores locais ou remotos de grandezas monitoráveis como, por exemplo, temperatura [16] e
nível de óleo [18], proteções intrínsecas que atuam para o desligamento da unidade quando ocorre
falhas internas como, por exemplo, o relé buchholz [19] que atua quando da formação de gases
internos ou ainda sistemas mais complexos de monitoramento que supervisionam grandezas elétricas
importantes para diagnósticos incipientes no processo de falha de um equipamento como fator de
dissipação da isolação, ponto quente de enrolamento ou formação de gases, são partes integrantes
dos acessórios de um transformador.
O sistema de preservação do líquido isolante é composto pelo tanque principal [6], tanque de
expansão do óleo [7], membrana / bolsa de borracha [8] e secador de ar [15], podendo haver
variações nas formas desta selagem, principalmente no que diz respeito a forma de contato com o
meio externo no processo inerente ao seu funcionamento de expansão / retração do meio isolante. A
principal função deste sistema é manter sob controle os menores níveis possíveis de umidade e
oxigênio interno ao mesmo, evitando assim a oxidação da isolação.
O sistema de refrigeração é realizado através de radiadores / trocadores de calor [11] por onde
circulam o líquido isolante através de moto-bombas quando projetados para refrigeração forçada. O
resfriamento normalmente é feito por moto-ventiladores [12], porém existem projetos com a
utilização de água na troca de calor aproveitando-se da proximidade de reservatórios, no caso de
transformadores elevadores de usinas hidrelétricas.
10
1.3 Fundamentos e Funcionamento Básicos de Reatores Shunt
De forma simplificada, o reator tem a função de minimizar o efeito capacitivo existente em linhas de
transmissão que possuem carregamento leve (condição sistêmica) ou linhas longas (condição física).
Este efeito conhecido como ferranti faz com que exista uma elevação na sua tensão de operação,
sendo necessária uma compensação reativa indutiva para possibilitar o controle desta tensão dentro
dos valores aceitáveis de operação e de especificação dos demais equipamentos do SEP. A figura 1.3
mostra a representação de uma linha de transmissão com reatores shunt, interligados em suas
extremidades.
Figura 1.3 – Linha de transmissão com compensação reativa através de reatores shunt.
A figura 1.4 mostra um gráfico que associa a relação entre a potência transmitida com a potência
reativa operativa da LT em diversos níveis de tensão. Observa-se que para potências transmitidas
inferiores a potência natural da LT se faz necessária a compensação reativa através de reatores shunt
e que, em níveis maiores de tensão, estes valores são mais significativos.
Figura 1.4 – Relação entre potência transmitida e potência reativa da LT em diversos níveis de tensão.
11
Os subsistemas de preservação de líquido isolante, isolação, refrigeração, acessórios, e componentes
como buchas, válvulas, secadores de ar, equipamentos de supervisão e outros, possuem as mesmas
funções e especificações utilizadas para transformadores. Ver item 1.2 deste guia de manutenção.
O sub-sistema parte ativa tem composição semelhante a de um transformador, diferindo nos tipos de
ligações realizadas nos enrolamentos e quanto a necessidade de entre-ferro no núcleo do reator.
Um transformador é geralmente um equipamento robusto com alta confiabilidade que exige uma
manutenção relativamente baixa. Durante a vida útil destes equipamentos é necessário estabelecer
uma estratégia de manutenção que assegure o nível apropriado de confiabilidade e de uma vida útil
operacional otimizada.
A vida útil operacional de um transformador começa com os testes prévios ao comissionamento. Uma
vez em operação, uma estratégia de manutenção proverá a disponibilidade e confiabilidade requeridas
durante a vida útil do equipamento com custo mínimo.
Uma vez que uma anormalidade é detectada, algumas ou todas as técnicas de diagnósticos
disponíveis neste guia podem ser aplicadas para avaliar a sua gravidade e determinar se o
equipamento pode retornar a operação, com ou sem restrições. Caso seja necessária, uma ação
corretiva pode ser executada, ou dependendo da condição do transformador, pode ser apropriado
recorrer a uma intervenção mais intensa. Finalmente, pode-se decidir que é hora de revitalizar ou
reparar o equipamento ou mesmo substituí-lo, dependendo dos resultados de uma avaliação que
incluirá considerações de segurança (tanto para a equipe de funcionários quanto para o público em
geral), as consequências ambientais e os aspectos de confiabilidade do sistema de operação.
12
Comissionamento
Checagem e
Operação do Equipamento
Teste
Sim
Sim
Condição de Avaliação
Condição Trabalho
Normal Secundário
Não
Interpretação
Aplique testes especiais e Manutenção
monitoração intensiva (se Preventiva
necessário)
Trabalho
Principal
Evolução
Trabalho Principal no
Sucata e Substituição Não Tecnológica e Sim
local ou na oficina
Econômica
Comissionamento
13
Operação do Transformador
Existem ações para avaliar a condição do equipamento (por exemplo, verificações visuais, medidas e
testes) que são realizadas em intervalos regulares e pré-planejados. Essas ações são frequentemente
realizadas em conjunto com a manutenção que exige o desligamento do equipamento. Os resultados
da MCBT são utilizados com freqüência para decidir a respeito da extensão da manutenção exigida
naquele momento ou no futuro. Mas a informação obtida é limitada a uma foto de um momento
particular.
14
Monitoramento de Condição Online (MCOL)
Esta é uma técnica, método ou medida que é, ou pode ser, executada ou feita com o transformador
em funcionamento e que fornece informações sobre a condição do transformador. Isto pode incluir a
amostragem do óleo para a análise de gás dissolvido, usando um laboratório, a execução de
termografia ou realização de observações simples, tais como, verificar o nível de óleo nas buchas e
nos conservadores de óleo.
Este é um refinamento da técnica de MCOL, onde uma medida ou medidas são continuamente
seguidas ou supervisionadas, normalmente por meio de um dispositivo eletrônico inteligente (IED).
Este dispositivo comunicará imediatamente, por meio de um alarme ou de uma mensagem, qualquer
deterioração significativa e alertará a equipe de funcionários para que os mesmos possam tomar as
providências apropriadas. Para ser eficaz, o monitoramento online contínuo deve anunciar a mudança
na condição do equipamento antecipando uma falha. O monitoramento online contínuo pode servir de
base para a Manutenção Baseada na Condição e pode eficazmente reduzir o risco de uma falha
catastrófica inesperada.
Estratégia de Manutenção
Identificação de modos de falhas principais que possam causar falhas nas funções operacionais;
Definição da aplicação de recursos baseando-se na análise dos modos de falhas principais das
funções prioritárias do sistema.
15
Seleção das atividades de manutenção que efetivamente reduzam a probabilidade de falha,
sendo que aspectos de segurança e ambientais devem ser priorizados.
A ferramenta de análise e efeito de falha conhecida como FMEA (Failure Modeand Effects Analysis) é
frequentemente utilizada para a definição dos modos de falha das funções do sistema quando da
aplicação da MCC.
A Manutenção Produtiva Total ou Total Productive Maintenance (TPM), é uma política que visa a
melhoria do desempenho e a da produtividade dos equipamentos de um sistema, levando em
consideração principalmente os seguintes aspectos:
Estabelecimento de condições de controle que possibilitem a busca por taxa ZERO de falhas e
defeito.
Esta política se baseia em 08 (oito) programas de trabalho para possibilitar a obtenção dos objetivos,
conforme descrito sinteticamente a seguir: Melhoria Específica, Manutenção Autônoma, Manutenção
Planejada, Educação e Treinamento, Administração e Apoio a Gestão Antecipada, Manutenção de
Qualidade e Segurança, Saúde e Meio-Ambiente.
Avaliação da Condição
16
avaliar se o equipamento poderia ser colocado em serviço novamente com ou sem ações corretivas. O
monitoramento online contínuo é geralmente útil para se obter uma compreensão profunda da má
condição e de suas dependências em condições de funcionamento tais como a carga, a posição do tap
e a temperatura.
Manutenção Corretiva
A Manutenção Corretiva é uma operação realizada para restaurar qualquer peça do equipamento que
falhou ou degradou até chegar a um ponto onde precisa de uma ação corretiva para assim, evitar
uma perda no desempenho ou uma falha maior. A necessidade de uma Manutenção Corretiva segue a
identificação de uma condição anormal e exclui a manutenção rotineira (MBT, MBC). Como exemplos
podem incluir o tratamento ou regeneração do óleo, substituição de ventilador do sistema de
refrigeração e reparos de vazamentos.
Reparo
Intervenção no equipamento, originada por defeito ou falha, com o objetivo de restabelecer o mesmo
as suas condições originais de projeto.
Repotencialização
O material usado na sua fabricação é o papel isolante, produzido a partir da madeira, usualmente,
pelo processo Kraft e, dessa forma, seu principal componente é a celulose.
17
Figura 1.6 – Esquema de uma bobina e núcleo de um transformador
@ Copyright A Guide to Transformer Maintenance" - Myers, S.D., Kelly, J.J., Parrish, R. H.
O papel Isolante
A celulose é um polímero formado por longas cadeias de glicose conectadas por ligações glicosídicas.
O tamanho dessas cadeias de glicose define a resistência à tração da fibra de celulose e é,
usualmente, caracterizado por uma grandeza denominada Grau de Polimerização (GP).
18
Mecanismo de Degradação do Papel Isolante
Existem três mecanismos principais de degradação do papel isolante:
Hidrólise;
Pirólise;
Oxidação.
A presença de água no papel é, usualmente, o principal fator de degradação por hidrólise da celulose.
O processo de decomposição é catalizado na presença de ácidos produzidos a partir da oxidação do
óleo isolante.
O processo de degradação por pirólise exige maior energia de ativação, cerca de 1,4 a 2 vezes a
energia de ativação por hidrólise que, dessa forma, é o mecanismo dominante.
Quaisquer dos mecanismos citados provoca cisões das ligações glicosídicas. Quanto maior o número
de cisões menor será o GP e mais representativa será a destruição das ligações inter-fibras de
celulose. Consequentemente, menor será sua resistência mecânica e mais quebradiço ficará o papel,
aumentando-se assim o risco de falhas internas. Esse processo não altera, significativamente, sua
rigidez dielétrica.
Diversas substâncias são produzidas, podendo-se destacar a produção de hidrogênio, metano, etileno,
água e, principalmente, o monóxido e o dióxido de carbono. São também produzidos compostos
furânicos, dos quais o 2-furfuraldeído (2FAL) é o de maior quantidade e o mais usado como indicador
indireto da degradação do papel. Sua análise no óleo pode ser facilmente realizada, sem desligamento
do equipamento, através de cromatografia líquida.
O Grau de Polimerização (GP) representa o número médio de anéis de glicose existentes na cadeia
celulósica e já foi demonstrada sua relação com a resistência à tração do papel isolante. À medida
que o GP decresce para valores entre 350 e 200, a resistência mecânica do papel é reduzida até cerca
de 50% do valor inicial. Para GP abaixo de 200, o papel torna-se quebradiço, desagregando-se em
pequenos fragmentos. Dessa forma, aceita-se como fim de vida útil da isolação sólida um GP entre
350 e 200.
19
Métodos de Medição do GP, Aplicações e Limitações.
Método direto: GP
É importante destacar que a depender do local de retirada da amostra de papel o valor de GP variará.
Um papel mais próximo do condutor de cobre tem um valor de GP inferior, porque a temperatura
nessa zona é mais alta. Também nos casos em que o óleo do equipamento se encontra muito
degradado, o valor de GP do papel da zona exterior do enrolamento, em contato com o óleo, é
inferior ao valor de GP do papel das camadas centrais do enrolamento.
No que diz respeito ao teor de água, pode-se dizer que, quanto mais elevado o teor de água do papel,
menor o valor de GP, o mesmo acontece com o teor de oxigênio.
Essa fórmula de correlação entre 2FAL e GP foi obtida a partir da análise de dados de milhares de
transformadores da Europa que, na grande maioria dos casos, não utilizavam papel
termoestabilizado. Estudos posteriores foram realizados com o intuito de avaliar essa correlação para
papel termoestabilizado.
Stebbins propôs uma modificação na equação proposta por Chendong para atender a equipamentos
que utilizam papel termoestabilizado chegando à formula:
A velocidade de formação do 2FAL depende de múltiplos fatores tais como: tipo core, ou Shell, razão
papel/óleo, tipo de papel kraft ou termoestabilizado, óleo inibido/não inibido, temperatura, eficácia do
sistema de arrefecimento, condições de carga, teor de umidade no óleo e no papel.
Para cada valor da concentração de 2FAL no óleo, não existe um único valor de GP, em todo o
isolamento sólido, mas sim uma distribuição de GP entre a zona superior e inferior dos enrolamentos,
20
e ainda uma distribuição radial. Tais distribuições de valores de GP dependem dos perfis de
temperatura, de umidade e de oxigênio dissolvido, no interior do equipamento. Por exemplo, uma vez
que a zona superior do enrolamento costuma apresentar uma temperatura superior, o valor de GP é
mais baixo nessa zona.
Não está ainda clarificada a influência, sobre a concentração de 2FAL, no óleo, provocada pela
ocorrência de certos fenômenos de natureza elétrica, tais como descargas elétricas e/ou descargas
parciais, no interior do equipamento.
O teor de furfuraldeído é obtido a partir de ensaio realizado no óleo isolante, sendo assim, sujeito às
variações decorrentes de intervenções de tratamentos no próprio óleo. Dessa forma, temos:
O teor de 2FAL em óleo submetido a tratamento não se altera a menos que sejam associados a um
processo de secagem da parte ativa que causará uma contribuição maior do envelhecimento devido
ao processo utilizado para secagem e consequente aumento do seu teor.
O teor de 2FAL em óleo submetido à regeneração se altera. Nesse caso, ao se adotar o 2FAL como
indicador de envelhecimento do equipamento, deve-se ter o cuidado de verificar a ocorrência desse
tratamento ao longo dos anos de operação e assim poder criar a correlação com o GP.
O teor de 2FAL em óleo substituído não leva a nenhuma conclusão. Nesse caso, a análise sob o teor
de 2FAL só deverá ter coerência após alguns anos de operação do equipamento.
Os mecanismos de degradação da celulose são complexos e nenhum dos estudos realizados fornece
um modelo preciso da vida útil do papel e, consequentemente, da vida útil do equipamento.
Há, contudo, acordo, em considerar a temperatura, o oxigênio e a umidade, como os três principais
fatores responsáveis pela degradação do papel, embora outros fatores sejam também importantes,
como o nível de degradação do óleo (principalmente a acidez deste), além da presença de campos
elétricos e de outros fenômenos de natureza elétrica, que podem ocorrer no interior do equipamento.
21
O critério baseado no valor de GP considera para o fim de vida útil do papel valores abaixo de 200.
Outros critérios de fim de vida têm sido definidos, em termos da perda de alguma propriedade
mecânica selecionada do papel, como, por exemplo, a sua resistência mecânica. Nesse caso, o fim de
vida do papel corresponde normalmente a uma redução de 50% na resistência mecânica inicial do
papel isolante. O critério baseado no grau de polimerização da celulose (GP) é o mais usado,
atualmente.
Uma vez que o tempo de vida útil restante de um equipamento depende do nível de degradação do
isolamento sólido e não é prático retirar amostras de papel do equipamento em serviço, torna-se
importante a utilização de um método que, mesmo de forma indireta, consiga dar informação sobre
tal degradação, sem interferência direta no equipamento.
Nesse contexto, avaliar os teores de furfuraldeído (2FAL) é útil para determinação do nível médio de
degradação do papel isolante.
É importante destacar que determinar, com exatidão, a vida residual ou ainda o fim de vida útil de
um equipamento, exclusivamente através da determinação da concentração de 2FAL dissolvido no
óleo, é tarefa complexa, pois há grande variedade de tipos de equipamentos, com diferentes
“designs”, materiais de construção, condições operativas (teores de umidade e de oxigênio no óleo,
perfis de temperaturas) e políticas de manutenção.
Finalmente, cabe lembrar que esse método possui a grande vantagem da sua aplicação não causar
qualquer perturbação no funcionamento do equipamento.
1.7 Terminologia
Os termos apresentados na sequencia são aqueles não definidos no Guia de Manutenção e cujo
entendimento auxilia a compreensão dos assuntos tratados no Guia de Manutenção.
Ação de Manutenção
É a sequência de atividades elementares de manutenção, efetuadas com uma dada finalidade, sendo:
Acompanhamento preditivo;
Aferição;
Ajuste;
Calibração.
Conservação;
Ensaio;
Inspeção;
Limpeza;
Lubrificação;
22
Modernização;
Monitoramento;
Reabilitação;
Substituição.
Acompanhamento Preditivo
Causa
Confiabilidade
Capacidade de um item desempenhar uma função especificada, sob condições e intervalos de tempo
pré-determinados.
Defeito
É qualquer desvio das funções de um item, em relação aos seus requisitos, que cause ou não a sua
indisponibilidade.
Disponibilidade
É a probabilidade de, em um dado momento, o item estar no estado disponível. Pode também ser
entendido como a parcela do tempo eficaz durante a qual se considera o item em condições de estar
ou entrar em funcionamento no mesmo instante em que for ativado.
Ensaio
É toda ação que determina valores que permitam comparações com os valores de funcionamento
considerados aceitáveis ou simulem condições de verificação de operacionalidade de um item.
Equipamento
Falha
23
Função Manutenção
É o conjunto de atividades que se realiza através de processos diretos ou indiretos em um item, com
finalidade de verificar, manter ou restabelecer suas condições operativas, econômicas e ambientais.
Função Requerida
Conjunto de condições de funcionamento para o qual o item foi projetado, fabricado ou instalado. O
item poderá exercer a função requerida com ou sem restrições.
Inspeção
É toda ação de observar as condições de um item por intermédio dos sentidos humanos.
Mantenabilidade
Facilidade de um item em ser mantido ou recolocado no estado no qual pode executar suas funções
requeridas, sob condições determinadas e mediante os procedimentos e meios prescritos.
Manutenção Corretiva
É toda intervenção no item que vise corrigir os efeitos e eliminar as causas dos defeitos ocorridos.
Manutenção Preventiva
Modernização
Evitar obsolescência;
24
Ocorrência
Origem
Reparo
Repotenciação
Revitalização
Taxa de Falha
TF = NF / HS
Técnicas Preditivas
É importante destacar que, dentre outros, os documentos abaixo citados apresentam glossários e
definições de diversos termos técnicos aplicáveis ao Guia.
25
2. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO
26
Muitos mecanismos da degradação e de falha do equipamento podem ser detectados, corrigidos,
evitados ou até mesmo retardados devido a uma manutenção apropriada. Uma estratégia de
manutenção deve ser definida para determinar o nível adequado de manutenção, as atividades
relacionadas e quando esses trabalhos serão executados.
A importância da manutenção na vida útil de um transformador pode ser exemplificada nas atividades
de comissionamento e análise de gases dissolvidos (DGA) no óleo isolante.
É fundamental para a análise do desempenho do equipamento ao longo de sua vida útil a realização
de um bom comissionamento que englobe, como por exemplo, a qualidade inicial do óleo,
funcionalidade plena dos equipamentos e sistemas auxiliares tais como sistema de refrigeração e
comutadores de tap, o ajuste apropriado dos dispositivos de proteção e de controle e o correto
funcionamento de comunicações de alarmes.
É importante para uma futura comparação e diagnóstico o correto registro dos dados obtidos durante
o comissionamento, assim como os dados de ensaios realizados em fábrica.
Idealmente, nos primeiros anos a manutenção deve exercer impacto mínimo na disponibilidade do
equipamento. Neste período, é essencial a verificação de que o equipamento se encontra em
operação dentro do especificado em projeto. Comumente esta verificação é realizada através de
amostras regulares de óleo isolante para DGA. Inicialmente é recomendado que essas amostras de
óleo sejam realizadas imediatamente antes e após a sua primeira energização e após esse período, as
amostragens devem ocorrer em intervalos curtos até que a confiabilidade no funcionamento correto
do equipamento esteja garantida, conforme manual do fabricante.
Os impactos da indisponibilidade de transformadores irão variar de acordo com a sua receita ou a sua
importância sistêmica. Existem legislações específicas para equipamentos de transmissão e geração,
com diferenças significativas entre as mesmas.
As indisponibilidades são penalizadas de acordo com os seguintes aspectos: o prazo de emissão das
solicitações quando comparado com a data da intervenção (sendo que os valores de descontos podem
variar cerca de 10 vezes entre manutenções programadas ou de urgência), duração e freqüência dos
desligamentos e o valor do pagamento base da FT.
27
As regras que as concessionárias de geração estão submetidas atualmente possuem uma maior
flexibilidade quando comparadas às concessionárias de transmissão, principalmente no que se diz
respeito ao período de apuração que no caso específico é referente aos últimos 60 meses. Na prática,
a maioria das atividades relacionadas a transformadores neste segmento contribuem minimamente
para a indisponibilidade do complexo de geração, visto que as manutenções realizadas em geradores
têm naturalmente seu tempo de intervenção períodos comparativamente mais extensos. A
indisponibilidade dos ativos de geração, juntamente com outros fatores como, por exemplo, o
histórico de vazões do reservatório da usina, podem afetar a energia assegurada do complexo, que é
o montante de energia disponível para negociação, submetidos as regras do mercado de energia.
Além dos mecanismos impostos pela ANEEL de penalização por indisponibilidade ou redução da
energia assegurada. A indisponibilidade de transformadores pode implicar em restrições de sistema,
com sobrecarga em outros pontos do sistema ou até mesmo a interrupção de fornecimento de
energia elétrica a consumidores, dependendo da configuração da rede onde estiver instalado.
De uma forma geral, o aspecto da indisponibilidade dos ativos de transmissão ou geração deve ser
ponto fundamental na definição das estratégias de manutenção a serem implantadas, devendo ser
consideradas as seguintes premissas visando minimizar este fator:
Avaliar a possibilidade de realizar intervenções de natureza preventiva e corretiva sem que seja
necessário o desligamento do ativo.
28
Analisando a figura 2.1, três aspectos importantes devem ser considerados:
Ter um intervalo de medida ou de inspeção que seja menor do que ∆T[YZ] e permita a
detecção de uma falha antes que ela ocorra;
Detectar uma mudança ocorrida na condição do equipamento que seja relativamente pequena
comparada às mudanças onde a falha ocorre, permitindo ter um período de tempo de ∆T[YZ]
suficientemente longo para que se possa agir preventivamente, evitando a falha do
equipamento e minimizando o tempo de indisponibilidade do transformador.
É importante realizar uma avaliação técnica e financeira de forma que possibilite a escolha de uma
filosofia de manutenção que reúna estratégias eficazes que aumentem a confiabilidade do
equipamento a custos compatíveis com o valor do ativo. Nesta decisão devem ser considerados os
seguintes pontos:
Avaliar entre a adoção de monitoramento “off-line” e “on-line” de uma forma geral ou para
alguns pontos específicos do equipamento;
Para os processos muito rápidos da deterioração, até mesmo o monitoramento online contínuo
pode não ser adequado para detectar o problema a tempo para que sejam tomadas as devidas
providências. Neste caso, é importante que os dispositivos de proteção possam limitar a
consequência da possível falha;
A avaliação da condição do equipamento será tão boa quanto a integridade dos dados obtidos
no monitoramento.
A manutenção baseada no tempo é uma política muito utilizada pelas empresas do setor elétrico
devido, principalmente, a baixa complexidade de implantação e a previsibilidade no planejamento das
atividades preventivas. As suas principais características são as seguintes:
29
Planos de manutenção definidos por níveis de complexidade;
A tabela 2.1 resume as práticas de manutenção típicas que foram relatadas na pesquisa. Caberá a
cada usuário determinar que nível de manutenção é apropriado dependendo da situação. Pode-se
igualmente notar que o nível de manutenção pode ser diferente para cada ação realizada no mesmo
grupo de transformadores, dependendo de cada situação particular. Já que há muitos fatores que
influenciam uma política da manutenção, a intensidade da manutenção foi dividida em três níveis
diferentes como descrito na tabela 2.2.
30
TABELA 2.1– Pesquisa do Cigré Internacional: Resultados entre manutenções adotadas.
Análise de gases dissolvidos 2 anos 1 ano 3 meses A periodicidade pode variar com a
instalação de sistema de
monitoramento on-line contínuo
Verificação de acessórios 12 anos ou 6-8 anos 1-2 anos Com desligamento do equipamento
condicional
Ensaios de isolamento (Fator de Condicional 6-8 anos 2-4 anos Com desligamento do equipamento
potencia)
Intervalos de
Características
Manutenção
Transformadores equipados com componentes que são conhecidos por serem muito
confiáveis;
31
Inspeção regular;
Os parâmetros medidos ou estados observados são avaliados de acordo com os critérios predefinidos
(valores limites) para uma condição aceitável. A manutenção é executada somente quando uma
mudança na condição do equipamento indica a necessidade de uma ação.
Esta seção descreve dois exemplos de Manutenção Baseada na Condição usando os ensaios no óleo,
físico-químico e análise de gases dissolvidos (DGA), onde os resultados com valores superiores aos
valores limites ou a tendência de elevação levam a identificação das causas e tomadas de decisão
para ações corretivas.
A figura a seguir mostra o fluxo de decisão a partir da verificação de valores anormais detectados na
analise físico-química do óleo isolante, valores limites excedidos (absolutos ou tendência):
Valores limites
Excedidos Teste de Óleo
Afetado Causas Possíveis
- Filtragem do
- Vazamento de
Queda da Rigidez óleo
Particulas
Dielétrica - Reparar
(Carbono CDC)
vazamentos
- Secagem do
- Entrada de Água equipamento
Quantidade de - Eliminação de
-Envelhecimento do
Água vazamentos
papel
(gaxetas, selagem
hermética de óleo)
- Recuperação do
óleo
Acidez, Fator de
- Envelhecimento do
Potência e Tensão
óleo
Interfacial
Qauntidade de
- Aditivo sendo Realizar aditivação
inibidor ou outro
consumido do óleo
Aditivo de Óleo
32
A figura a seguir mostra o fluxo de decisão a partir da verificação de valores anormais detectados na
analise de gases dissolvidos no óleo isolante (DGA), valores limites excedidos (absolutos ou
tendência):
33
Para se estabelecer os valores limites, consultar os seguintes documentos:
IEEE STD C57.104: “Guia para a interpretação dos gases gerados em Transformadores imersos
em óleo isolante;
O fabricante do transformador pode igualmente ser contatado a fim de se obter informações sobre o
projeto do transformador, os problemas possíveis ou considerações de segurança.
A figura 2.4 mostra o processo de decisão para uma manutenção corretiva típica em um
transformador.
34
Figura 2.4 – Processo de decisão em uma manutenção corretiva típica.
35
2.7 Monitoramento Online Contínuo
A utilização de sistema de monitoramento on line continuo altera o processo de decisão para uma
manutenção corretiva típica em um transformador conforme mostrado na figura 2.5:
Falha ou
Sim
defeito?
Não
Demais
Alerta de .....
Alarmes
Resultados Resultados
Sim
Satisfatórios? Satisfatórios?
Sim
Não
Sim
Não
Restabelecer
operacionalidade do
Equipamento
Nota: O DGA (Analise de Gses Dissolvidos no òleo) pode ser feito em labooratório ou com equipamento portátil em campo)
Figura 2.5 – Processo de decisão a partir de Alerta proveniente do Sistema de Monitoramento On-Line Contínuo.
36
3. PROCESSO DE MANUTENÇÃO
Como qualquer processo, a manutenção exige uma entrada de dados consistente para que durante o
ciclo de vida útil de um transformador de potência seja possível a tomada de decisões prudentes
sobre qualquer atividade a ser executada, incluindo os eventos operacionais e de manutenção a que o
equipamento foi submetido.
3.1 Planejamento
Geralmente, a resposta à última pergunta mencionada está disponível no manual do fabricante, pode
estar definida em um procedimento da empresa ou até mesmo ser prescrita em alguma
regulamentação, como por exemplo, a legislação ambiental.
37
Frequentemente as diretrizes gerais de uma empresa são traduzidas no estabelecimento de planos
de manutenção, que possuem uma estrutura que tipicamente deve incluir:
Níveis de manutenções e os critérios definidos para sua realização, como por exemplo, o
intervalo de tempo, o evento, a condição ou o resultado dos diagnósticos obtidos;
Formulários.
3.2 Organização
38
Nível 2: Atividades de média complexidade executadas a partir de procedimentos, sem exposição de
parte ativa ou tratamento do líquido isolante.
Nível 4: Atividades não rotineiras (em sua maioria sem procedimento estabelecido) com a
necessidade de especialista ou de apoio de processos industriais.
Substituição de radiador (com tratamento do 3 Análise de falha de equipamento com inspeção interna 4
líquido isolante)
39
3.3 Execução
A execução das atividades é a etapa do ciclo de manutenção que reproduz a qualidade das etapas de
planejamento e organização definida pela engenharia de manutenção.
O aspecto segurança do trabalho é tema fundamental nesta etapa e será amplamente abordado no
item 3.3.1.
As tarefas que necessitam de maior especialização ou que sua freqüência de realização não permite
uma capacitação adequada dos funcionários próprios podem ser realizadas por empresas
terceirizadas. Com relação as tarefas de maior complexidade, como por exemplo as atividades de
nível 4 sugeridas na tabela 3.1, existem duas visões adotadas pelas empresas:
Atividades são executadas pela equipe de funcionários internos para manter o conhecimento e
suas competências técnicas.
Para que haja segurança no trabalho, deve-se ter em mente os seguintes aspectos:
Com relação as tarefas de maior complexidade, como por exemplo as atividades de nível 4 sugeridas
na tabela 3.1, existem duas visões adotadas pelas empresas:
40
3.3.1.1 Planejamento Executivo e Análise Preliminar de Riscos
O planejamento executivo (PEX) e a análise preliminar de riscos (APR) são as principais ferramentas
utilizadas para a eliminação ou minimização dos riscos envolvidos na execução de uma atividade de
manutenção.
A seguir são descritas, divididas por etapas, recomendações para a elaboração de um PEX / APR.
Instalações e Equipamentos
Avaliação visual dos equipamentos envolvidos na atividade quanto ao risco para as pessoas
envolvidas.
No caso específico de materiais que tem contato com pontos energizados, verificar isolamento
(classe, conservação).
Condições Ambientais
41
Recursos Humanos
Execução da atividade
O PEX / APR elaborado de forma adequada resulta em uma atividade com recursos humanos e
materiais suficientes e riscos eliminados (ou minimizados) e mantidos sobre controle durante toda a
intervenção. Para isso seguem diversas recomendações visando este objetivo:
Além destas recomendações, cuidados adicionais e específicos devem ser considerados, conforme
descritos a seguir:
42
Dependendo do tempo de duração da medição e do enrolamento do equipamento, durante os
ensaios de medição de resistência ôhmica o enrolamento pode armazenar cargas estáticas
elevadas. Realizar sempre o procedimento de descarga dos enrolamentos após a realização das
medições, aterrando-os;
O tanque do equipamento deve ser aterrado à malha de terra por somente um ponto;
Registrar a manutenção permite obter o histórico do equipamento que possibilita avaliar o seu
desempenho, observar tendências, comparar resultados e traçar estratégias de manutenção baseadas
nos registros existentes.
A definição do momento de considerar o fim da vida útil do transformador é baseada nos registros de
manutenção, permitindo uma Gestão de Ativos adequada às necessidades operacionais do
empreendimento.
O engenheiro de manutenção utiliza as informações obtidas a partir das manutenções realizadas, dos
diagnósticos registrados, das condições ambientais e dos fenômenos elétricos ocorridos no sistema,
para elaborar um diagnóstico ou prognóstico e indicar as ações de manutenção adequadas ao
equipamento. Os registros das inspeções e ensaios realizados em fábrica e durante o
comissionamento também devem ser considerados no momento de avaliação da condição do
equipamento.
43
Os registros devem ser mantidos de forma a possibilitar seu acesso durante toda a vida útil do
equipamento visando preservar seu histórico.
Dados de identificação do transformador (dados de placa), como por exemplo, modelo, classe
de tensão, fabricante, ano de fabricação, número de série;
Ensaios de recepção/comissionamento;
Diagnósticos obtidos;
Reparos realizados;
Inspeções realizadas;
Sobressalentes;
Repotencialização.
3.5 Otimização
44
Para este processo de melhoria contínua, é necessária a implantação de uma sistemática de análise
dos dados relevantes a partir das atividades de manutenção realizadas e dos modelos de vida útil dos
equipamentos. Esta análise é a base para a tomada de decisão sobre a manutenção de qualquer
equipamento em particular, assim como a base de conhecimento para a avaliação das ações
adotadas. As melhorias de médio e longo prazo para o sistema implantado de manutenção dos
equipamentos devem ser produtos continuamente derivados de um padrão estabelecido.
Existem alguns fatores que possibilitam uma avaliação individual de um equipamento baseado em sua
condição que definem a probabilidade de uma falha e indicam a necessidade de manutenção:
Condição imediata: Resultado da manutenção atual baseado, por exemplo, em ensaios elétricos
ou análise do líquido isolante;
Número e natureza das falhas: Modalidade e tipo da falha do equipamento, Taxa de falhas da
curva da banheira e Modos de falhas comuns para acessórios;
Tempo de operação;
45
Manutenções nestes equipamentos envolvem tempos e custos consideráveis, que passam pelas
etapas de planejamento, contratação, fornecimento de materiais, reparo e testes.
Os conhecimentos envolvidos com a manutenção desses equipamentos podem ser considerados como
estratégicos, estando normalmente ligados à missão das empresas de energia. Esses conhecimentos,
devido ao seu alinhamento com os objetivos estratégicos, constituem fatores críticos de sucesso do
negócio, e devem ser preservados e gerenciados como ativos da empresa, sendo que o
gerenciamento do conhecimento consolidar-se-á como um sistema de apoio à decisão.
O conhecimento pode ser tácito ou explícito. O conhecimento tácito é aquele que se refere ao
conhecimento pessoal como experiências, habilidade pessoal, conhecimento implícito, conhecimento
não compartilhado, de maneira geral, podemos dizer que é o conhecimento que “está na cabeça das
pessoas”. Já o conhecimento explícito é aquele que está em manuais, instruções, planilhas, intranet,
apostilas, sequências de fotos, filmes.
Essa situação frequentemente tem a colaboração de pessoas que podem resistir a compartilhar seu
conhecimento. Converter conhecimento tácito em explicito, pode-se dizer que significa o trabalho
conjunto entre profissionais de diferentes maturidades, como por exemplo a convivência de um sênior
com um júnior.
46
4. COMPONENTES DE UM TRANSFORMADOR
4.1 Buchas
As buchas fazem parte do sistema de conexão entre o transformador e o sistema elétrico em que o
equipamento está conectado. Tem fundamental importância nas políticas de manutenção adotadas
pelas empresas para transformadores, pois falhas neste componente geralmente são seguidas de
consequências, como incêndio e explosão, que comprometem completamente a integridade do
transformador.
O núcleo condensivo das buchas fabricadas para operar em transformadores da rede básica de
operação é composto de camadas capacitivas compostas por uma série de camadas concêntricas feita
de material condutor e material isolante alternadamente, provocando a distribuição uniforme do
campo elétrico. Estas buchas são conhecidas como capacitivas ou condensivas, representadas na
figura 4.1, normalmente possuem uma derivação (tap capacitivo) para ensaios, instalada geralmente
na última camada condutora antes do flange de fixação.
Existem buchas antigas que não possuem camadas capacitivas, geralmente restritas a aplicação até
230kV.
Algumas buchas condensivas, geralmente com corpo condensivo denominado de “Resin Bonded
Paper” (RBP), não possuem tap capacitivo de medição, neste caso a última camada é conectada
diretamente ao flange metálico da bucha. Para a realização de ensaios neste tipo de bucha, é
necessária a instalação de um material isolante entre o flange de fixação da bucha e o tanque do
transformador, utilizando o próprio flange como eletrodo de medição. Em operação, ambos são
interligados.
47
Papel impregnado de óleo (OIP)
Este é o tipo o mais comum de isolamento de buchas. O núcleo da bucha é constituído de camadas
de papel, isolando camadas metálicas (capacitivas), e os espaços entre as camadas capacitivas e o
isolador externo à bucha, preenchidos com óleo mineral isolante.
Neste tipo de bucha, os espaços existentes entre as camadas metálicas, são preenchidos com papel e
posteriormente impregnados com resina e o espaço existente entre o corpo condensivo e o isolador
pode ser preenchido com óleo mineral isolante, ou outro material isolante como SF6, por exemplo.
A falha da bucha oferece menor risco de explosão por não conter o núcleo impregnado com
óleo isolante;
Em subestações isoladas a gás (GIS), são utilizadas buchas com isolamento a gás. Estas buchas usam
o gás SF6 como o meio principal de isolação.
48
As buchas de resina Epoxy já são aplicadas em tensões superiores a 160kV, onde tanto a isolação do
núcleo como a carcaça externa são feitas exclusivamente de resina Epoxy.
Buchas com características especiais são frequentemente usadas para conectar a saída do gerador
aos enrolamentos primários dos transformadores, já que normalmente operam com altas correntes,
na ordem de dezenas de kA e tensões inferiores a 30kV. Tais buchas devem suportar elevados
esforços dinâmicos resultantes das altas correntes de curto-circuito.
As buchas de neutro são usualmente de baixa tensão, tipo porcelana-haste, ou tipo seca. Em
condições normais de operação, não existe a expectativa de surgimento de tensões significativas.
O tap de derivação é constituído de um condutor, uma bucha auxiliar que tem como finalidade isolar o
condutor do flange metálico da bucha e juntas de vedação que garantem a isolação interna da bucha
com a atmosfera. A conexão do condutor à camada capacitiva da bucha pode ser soldada ou através
de pressão exercida por mola localizada internamente à bucha auxiliar do tap de derivação. Este tap
permite a medição da capacitância e do fator de potência do isolamento da bucha.
Quando o transformador está em operação, a bucha pode ter sua isolação monitorada pelo tap
através de um instrumento de medição (medida da tensão, medida da corrente de fuga ou medição
de descargas parciais). Se nenhum instrumento for usado, o tap deve ser aterrado, com esta
finalidade o fabricante das buchas fornece uma capa (tampa) metálica que liga eletricamente a última
ou penúltima camada capacitiva ao flange metálico da bucha.
Qualquer ação que comprometa a integridade do tap pode danificar a conexão do eletrodo à última
ou penúltima camada capacitiva da bucha, provocando falha catastrófica da bucha devido ao eletrodo
não estar aterrado.
49
Figura 4.2 – Conexão do Tap de Derivação a penúltima camada capacitiva
Isoladores da Porcelana
Historicamente, a porcelana foi o único material disponível para fornecer a resistência mecânica
necessária e as propriedades elétricas de isolador exigidas para a parte externa de uma bucha. Os
avanços na tecnologia de materiais forneceram isoladores alternativos à porcelana. Escolher entre as
buchas com isolador de porcelana e um material alternativo para utilização em uma aplicação
particular, requer comparações das características de cada material a utilizar.
Nenhum envelhecimento;
Normalmente pesados.
Nos casos onde as buchas instaladas não se adaptam a uma situação de poluição severa, as medidas
corretivas devem incluir a aplicação de revestimentos especiais na porcelana ou a lavagem regular da
mesma.
Isoladores Compostos
Os isoladores compostos são feitos com um tubo interno de resina de vidro cercado por um escudo de
silicone, ou com resina Epoxy, sendo aplicados tipicamente para buchas com corpo condensivo RIP.
Qualquer espaço entre o isolador e o corpo condensivo da bucha pode ser preenchido com óleo, gel,
espuma contínua ou gás.
50
Características de isoladores compostos:
Há tipos diferentes de conexões internas da bucha aos enrolamentos dos transformadores. O tipo de
conexão usado depende da corrente nominal da bucha e do isolamento do local em que a bucha está
instalada.
A conexão do tipo draw lead é utilizada tipicamente para buchas com capacidade de condução de
correntes de até 1200 A. Este tipo de conexão utiliza um cabo condutor que faz a interligação do
enrolamento do transformador passando através do tubo central da bucha até a conexão do topo da
bucha.
A conexão do tipo draw rod é utilizada tipicamente para buchas com capacidade de condução de
correntes de até 2000 A. Este tipo de conexão utiliza uma haste condutora removível que faz a
interligação do enrolamento do transformador passando através do tubo central da bucha até a
conexão do topo da bucha.
51
Bottom Connected
Buchas com conexão fixa no terminal inferior são normalmente aplicadas para condução de correntes
elevadas, acima de 2000 A, as buchas devem ter a seção do condutor central robusta, porque é no
condutor central que é realizada a conexão direta à parte inferior da bucha.
Alguns transformadores podem ter mais que um tanque de expansão, e ainda indicadores de nível de
óleo isolante de modo que exista controle sobre o nível mínimo e máximo do mesmo.
Com a grande evolução nas tecnologias surgiram diferentes sistemas de preservação do óleo, cada
um com suas exigências de manutenção específicas. Os tipos mais comuns são os detalhados a
seguir.
52
Óleo
Tanque
principal
Buchholz
Cilindro
Auxiliar
Figura 4.4 – Sistema de preservação do óleo utilizando um cilindro externo auxiliar com bolsa interna.
Estes sistemas contêm uma bolsa ou membrana internamente de modo que não haja contato direto
entre o ar atmosférico e o óleo, contribuindo assim para a preservação do óleo isolante da seguinte
forma: Permitindo que o ar entre na bolsa ou na parte superior da membrana, quando a temperatura
do equipamento está diminuindo e descarregando-o quando da elevação da temperatura. É parte
integrante deste sistema, um recipiente com material dessecante que tem a finalidade de secar o ar
que entra na citada bolsa ou na parte superior da membrana.
Ar
(acima do Diafragma)
Ar
Óleo Óleo
Secador Secador
de ar de ar
Tanque Tanque
principal principal
Buchholz Buchholz
Figura 4.4 – Sistema de preservação de óleo isolante utilizando Membrana (Diafragma) ou Bolsa (Bexiga)
interno ao conservador.
O sistema composto por um tanque principal selado tem por finalidade impedir o contato do líquido
isolante com a atmosfera. O uso deste sistema requer que o tanque seja grande o suficiente para
acomodar as variações de volume do líquido isolante decorrentes da operação normal do
equipamento.
53
Nos projetos atuais, este tipo de sistema de preservação é usado tipicamente para os transformadores
menores cujas exigências mínimas e máximas de nível de óleo podem ser previstas.
É usual em transformadores com tanque selado, o preenchimento com nitrogênio seco, possuindo
controlador de pressão e válvula de enchimento.
Nitrogênio
Óleo
Ar
Óleo
Secador
de ar
Tanque
principal
Buchholz
Figura 4.7 – Sistema de preservação utilizando respiração livre, através de material secante.
54
4.2.5 Características dos Sistemas de Conservação
Facilidade de manutenção;
Pode ser utilizado em conjunto com uma das outras opções apresentadas, no lugar do secador
de ar;
Ocorre a impregnação do óleo isolante com o gás utilizado no colchão, normalmente nitrogênio;
55
4.3 Sistemas de Resfriamento
Os sistemas de resfriamento são utilizados para realizar a troca térmica entre o líquido isolante do
transformador com um fluido de resfriamento externo. Conforme descrito na IEC 600076-2 existem
diferentes tipos de sistemas de resfriamento, conforme descritos a seguir:
4.3.1 Radiador
Os tipos mais comuns são constituídos por aletas compostas por duas chapas estampadas formando
os canais de resfriamento e unidas por solda, como mostra a figura 4.8. Existem também radiadores
formados por tubos, como mostra a figura 4.9.
Figura 4.8 – Radiador constituído por aletas compostas por duas chapas estampadas
formando os canais de resfriamento e unidas por solda.
O seu funcionamento baseia-se no princípio da convecção, onde o líquido isolante quente circula no
interior do radiador, onde será resfriado pelo ar ambiente e retornará ao tanque principal do
equipamento.
56
Figura 4.9 – Radiador constituído por tubos.
De acordo com a NBR 5356 a espessura, para chapas deve ser de, no mínimo, 1,2 mm, e para
os tubos de 1,5 mm;
Podem ser pintados internamente e, nesse caso, é necessária a preparação da superfície para
garantir a aderência da tinta, que deve ser compatível com o fluído isolante;
Existem normas que servem de orientação quanto ao sistema de pintura de radiadores (ex.
NBR 11388 - sistemas de pintura para equipamentos e instalações de subestações elétricas)
que tratam do tema desde o preparo de superfície para aplicação de pinturas até os tipos de
tintas, espessuras recomendadas, ensaios de resistência a corrosão dos diversos esquemas,
classificação de atmosferas, etc.
Inspeções visuais periódicas para detecção e eliminação de corrosão, danos, desgaste no sistema de
proteção de superfície e vazamentos, devem ser adotadas com o objetivo de conservar e prolongar a
vida útil dos radiadores.
57
4.3.2 Trocador de Calor
Principio de Funcionamento
Características Construtivas
Feixe Tubular: é composto de uma série de tubos de cobre ou aço inoxidável, fixados em espelhos
nas extremidades, dentro dos quais passa o fluído de arrefecimento (água). A fixação dos mesmos
aos furos dos espelhos pode ser através de mandrilhagem (expansão), solda ou combinação de
ambos. Entre os espelhos são montadas chicanas posicionadas através de espaçadores e tirantes, de
modo a permitir que o fluxo do fluido seja conduzido adequadamente através deste. As chicanas
possibilitam também um suporte adequado para o feixe como um todo.
Casco: é composto de um cilindro de aço carbono, por onde circula o fluído aquecido (líquido
isolante), sendo que em suas extremidades poderão estar soldados os flanges ou os próprios
espelhos, dependendo do tipo de construção.
Cabeçotes: destinam-se a receber e distribuir o fluido que passa pelo interior dos tubos. A
quantidade de passes (número de circulações) do fluído de arrefecimento no interior dos tubos pelo
casco é conseguida conforme a configuração dos cabeçotes. No caso de trocadores com número
impar de passes (figura 4.10), um cabeçote tem a função de entrada e outro tem a função de saída,
no caso de trocador de calor com número par de passes (figura 4.11) um dos cabeçotes opera como
cabeçote de retorno e o outro opera como cabeçote de entrada e saída. Ainda podem existir
equipamentos construídos com somente um cabeçote (figura 4.12) que tem a função de entrada e
saída do fluído.
58
Entrada
do Óleo
Espelhos
Saída
Entrada do Óleo Saída
do Fluído do Fluído
Entrada
Entrada do Fluído
do Óleo
Espelhos
Saída
do Óleo Saída
do Fluído
59
Figura 4.12 - Trocador de calor com um cabeçote.
Em transformadores, as bombas de óleo são utilizadas para a circulação do óleo isolante contido no
transformador, propiciando o aumento da eficiência de troca de calor no equipamento. Os materiais
utilizados para a construção da bomba devem ser similares aos utilizados no transformador. Cuidados
especiais são considerados na lubrificação do equipamento, que deve ser feita por materiais que não
agridam ou contaminem os materiais isolantes do transformador. Para a condição de operação da
bomba de óleo, a temperatura máxima permissível para o óleo que circule na bomba não deve
ultrapassar a temperatura limite do óleo isolante.
As bombas são construídas de forma a minimizar a perda de carga quando não estão em
funcionamento, para possibilitar a passagem do óleo isolante na condição de convecção natural e
também impedir que haja contato entre as partes rotativas e fixas do conjunto, evitando o
desprendimento de materiais metálicos que possam comprometer o funcionamento do transformador.
60
O tipo de bomba utilizado para a circulação de óleo no transformador é do tipo Hidrodinâmico
(Turbobombas), nas quais a movimentação do fluído ocorre pela ação de forças que se desenvolvem
em sua massa, em consequência da rotação de um eixo no qual é acoplado um disco (rotor, impulsor)
dotado de pás (palhetas, hélice), que recebe o fluído pelo seu centro e o expulsa pela periferia, pela
ação da força centrífuga (Rotor centrífugo) ou pela simples rotação das pás no interior do fluído (rotor
Helicoidal).
Construção mecânica
Corpo da Bomba ou Carcaça: envolve toda sua parte funcional, possibilitando acesso aos
terminais de ligação. Possui flanges nas extremidades de modo a possibilitar a conexão ao tubo
coletor de óleo do transformador e possuem pontos para desaeração (purga);
Invólucro Isolado: tem como finalidade enclausurar as partes do motor (e rotor quando for o
caso) de modo a diminuir as perdas mecânicas resultantes da circulação do fluído no interior da
bomba e proporcionar um perfil de fluxo mais uniforme. O invólucro possui pequenos canais ou
furações para permitir a refrigeração do estator e rotor do motor propulsor, de modo que o
calor gerado seja dissipado pelo próprio óleo do transformador.
A figura 4.14 mostra exemplos de bombas com rotor helicoidal e centrífugo nas quais há a utilização
de rolamentos.
Figura 4.14 – Bomba Axial de rotor helicoidal (esquerda) e rotor centrífugo (direita) com rolamentos
4.3.4 Ventiladores
Os ventiladores utilizados em transformadores são do tipo axial, uma vez que os radiadores oferecem
baixa resistência a passagem do ar.
São compostos de uma hélice acoplada diretamente ao eixo de um motor, montados em uma
estrutura cilíndrica que também servirá para sua fixação aos radiadores, conforme mostra a figura
4.15 juntamente com grades de proteção na entrada e saída do ar.
61
Figura 4.15 – Ventilador com grade de proteção.
Quanto a sua instalação podem ser fixados nas laterais dos radiadores, com fluxo de ar na horizontal,
ou sob os mesmos, com fluxo de ar na vertical. Nesse caso, é conveniente que os radiadores estejam
a uma distância do solo suficiente para que os ventiladores não aspirem materiais que possam
comprometer o funcionamento e a vida útil dos equipamentos.
As hélices podem ser fabricadas em alumínio, em plástico, aço carbono ou ainda com a
combinação desses materiais;
A estrutura de fixação de seus componentes pode ser de aço carbono ou aço inoxidável, bem
como as grades de proteção;
Medidas de manutenção preventiva para os ventiladores devem ser adotadas com o objetivo de
prolongar sua vida útil:
62
4.4 Vedações
As vedações têm como função prover a estanqueidade do equipamento em todas as aberturas (para
acesso de pessoas ou conexão de componentes), evitando contato do interior do equipamento com
umidade e oxigênio, prolongando sua vida útil.
Uma vedação ideal deve ser compatível com o equipamento considerando aspectos como o líquido
isolante adotado e as variações de temperatura operacional e ambiental.
Juntas Planas.
Elastômero
Borracha Nitrílica (NBR) - Possui grande utilização em equipamentos com isolação a base de
óleo naftênico devido sua adequada compatibilidade com este isolante. Utilização em
temperatura de operação entre -30°C à 120°C;
Papelão Hidráulico
Adequado do ponto de vista de resistência química para contato com óleo naftênico e
temperatura;
Exige um melhor nível de acabamento superficial (e com maior custo) quando comparado com
os elastômeros;
Composição utiliza fibra de amianto como base, material nocivo a saúde humana. Existe
composição de papelão que utiliza elastômero, substituindo o amianto.
63
PTFE (Politetrafluoretileno)
Material com alta resistência mecânica a deformação, estabilidade ao contato com óleo naftênico e
adequado a faixa de temperatura operacional dos transformadores, entre -210°C à 260°C.
Quanto a compreensão aplicada para vedações, recomendam-se os seguintes limites divididos por
tipo de vedação:
Superfícies usinadas
Superfícies rugosas
Vedações que utilizam Borracha Nitrílica ou Fluorosilicone devem ser fornecidas com Grau de Dureza
de 70 Shore A.
A avaliação quanto a substituição das vedações deve ser realizada sempre que houver constatação de
vazamentos ou quando da abertura da flange associada, não sendo recomendável o reaproveitamento
de vedações. O torque adequado nos parafusos é fundamental para a eficiência da vedação aplicada.
Uma vedação de elastômero adequada deve ser lisa, firme e maleável. Em algumas situações, as
vedações utilizadas necessitam de lubrificação nas superfícies em que serão aplicadas e estes
lubrificantes devem ser compatíveis com a vedação.
Os estoques das vedações devem ser mantidos sob condições controladas, conforme as seguintes
sugestões:
64
Figura 4.16 – Exemplos de procedimentos adequados à montagem de vedações
65
Figura 4.17 – Indicador eletromecânico de temperatura do óleo.
66
Características dos indicadores eletromecânicos:
Os indicadores eletrônicos de temperatura podem estar preparados para receberem mais de uma
entrada de temperatura a partir de PT100 e mais de uma medição de corrente. A medição de corrente
pode ser obtida diretamente dos TCs de bucha do transformador ou a partir de TCs auxiliares
instalados no circuito secundário dos TCs de bucha. Geralmente, possuem contatos auxiliares de
saída, além de saídas analógicas que possibilitam a leitura dos valores de temperatura por sistemas
supervisórios ou de monitoramento on-line contínuo.
67
Sonda de temperatura de fibra ótica
As sondas de temperatura de fibra ótica podem ser encaixadas diretamente no enrolamento enquanto
o transformador está sendo fabricado e possibilitam a medição direta do ponto mais quente do
transformador, de acordo com o projeto do equipamento. Estas fibras são conectadas a um indicador
eletrônico. Sondas de temperatura de fibra ótica podem ser usadas para validar o projeto térmico do
transformador durante o ensaio de aquecimento e sobrecarga.
Medida exata localizada no ponto mais quente de projeto, podendo ser acessíveis
eletronicamente e sem necessidade de calibração;
Geralmente os transformadores preenchidos com líquido isolante possuem algum tipo de indicador
que permite a visualização do seu nível que está relacionado com a temperatura do óleo e a do
ambiente.
O sistema é acionado mecanicamente por um flutuador (bóia ou prato) acoplado a uma haste que se
movimenta conforme a variação do nível do óleo, transferindo o movimento a um ponteiro do
mostrador externo.
O seu mostrador possui em sua escala uma referência de volume de óleo a 25 ºC, que tem como
função orientar o nível correto na temperatura ambiente. Desta forma também as marcações de
máximo e de mínimo corresponderão aos respectivos volumes nas temperaturas máximas e mínimas
admissíveis.
Um baixo nível do fluido pode provocar a atuação do relé Buchholz. Para evitar essa condição, o
indicador de nível pode ser dotado de contatos de alarme. A correção do nível de óleo deve considerar
as temperaturas do ambiente e do óleo.
Sempre que possível deve-se verificar o correto funcionamento do indicador de nível de óleo,
inspecionando-se a sua caixa de ligações, fiações, vedações, boia e atuação dos contatos de alarme.
68
Figura 4.20 – Indicador de nível de óleo
O Relé Detector de Gás tipo Buchholz é um dispositivo eletromecânico e tem por finalidade proteger
continuamente o equipamento, visando detectar situações de formação de gases e a presença de
fluxo anormal do liquido isolante. É constituído por sistemas de boias responsáveis pela atuação dos
contatos de alarme e desligamento, com as seguintes funções:
Reter gases gerados no interior do equipamento, produzindo um alarme (1º nível) quando o
gás retido na câmara alcança um volume pré-ajustado de acordo com o tamanho do rele (de
100 a 300 cm³);
O Relé Detector de Gás tipo Buchholz é instalado em série com a tubulação que interliga o tanque
principal com o tanque de expansão de óleo do equipamento. Uma seta gravada em alto relevo, na
carcaça e tampa do rele, indica o sentido correto para a sua instalação (do tanque para o
conservador). Pode ser instalado em outros locais que tenham expansão de óleo, tais como,
compartimentos separados do comutador e seletor de taps.
69
Não é projetado para atuação com a movimentação normal do óleo provocada por dilatações e
contrações térmicas, por efeito eletrodinâmico das bobinas e pelo fluxo reverso (deslocamento do
óleo do conservador para o tanque), porém em transformadores com bombas de circulação forçada
de óleo, que eventualmente possam provocar pico de velocidade no deslocamento do óleo, durante o
seu ciclo de partida ou parada, uma regulagem especial deve ser efetuada na fábrica, para que o relé
não atue indevidamente nestas situações.
Os Relés Buchholz que possuem contatos de mercúrio (substância tóxica e nociva ao meio ambiente)
são suscetíveis a alarmes e atuações indevidas causadas por vibrações. Existem relés com contatos do
tipo magnético (reed switch) acionados por imãs permanentes e resistentes a vibração, abalo sísmico
e choque.
O relé dispõe de um registro para desaeração e coleta de gás. Pode ser equipado com uma tubulação
fina do registro do Relé Detector de Gás tipo Buchholz até um receptor de gás ao nível do solo, sendo
possível tirar amostras sem a necessidade de desligamento do transformador. Possui um dispositivo
de teste manual para acionamento dos contatos de alarme e de desligamento, que também pode ser
usado para travar o mecanismo interno móvel do relé durante o transporte.
Para atendimento a norma brasileira ABNT NBR 12456, os relés podem ser fornecidos com uma
blindagem magnética que garante a sua imunidade contra efeitos externos de campos magnéticos.
No momento da especificação do Relé Detector de Gás tipo Buchholz deve ser considerado: Diâmetro
interno e externo das tubulações; furação dos flanges; distancia entre faces; tipo de vedação;
material da bóia, número e calibração dos contatos.
70
4.5.4 Dispositivo de Alívio de Pressão
O dispositivo de alivio de pressão tem como objetivo minimizar o dano causado por um aumento de
pressão interna, que pode ser súbito ou lento, decorrente de uma falha interna ou de um defeito no
sistema de preservação do líquido isolante.
Além da válvula mencionada, existem transformadores que possuem um tubo na forma de chaminé,
mais alta que o tanque de expansão e fechado por uma membrana metálica ou de vidro, concebido
para romper no caso de uma pressão elevada. Pode ainda ter uma lamina na extremidade com um
interruptor de posição para sinalização no caso de atuação.
Os indicadores do fluxo do óleo são utilizados em transformadores que utilizam bombas de circulação
forçada de líquido isolante para indicar a vazão nos circuitos de resfriamento. São instalados nas
tubulações do conjunto formado entre o radiador ou trocador de calor e a bomba, podendo ser
analógicos ou digitais.
71
4.6 Armário de Controle
Terminais dos enrolamentos dos transformadores de corrente (TC), de potencial (TP), sensores,
fusíveis, disjuntores, contatores e relés;
Filtro, resistência de aquecimento para evitar a condensação, exaustor para manter o armário
de controle em condições climáticas adequadas para o funcionamento dos dispositivos e
componentes instalados;
Em alguns casos, a modernização do armário de controle é exigida antes que o transformador alcance
o fim da sua vida útil. Em determinadas regiões mais frias do Brasil, é importante que as resistências
de aquecimento do armário de controle sejam mantidas ligadas sempre que o transformador
permanecer armazenado ou desenergizado por longo período.
72
4.7 Transformadores de Corrente
A instalação típica dos TCs é feita no interior do tanque do transformador em volta da parte inferior
da bucha e abaixo do flange.
73
4.8 Comutadores de Derivação em Carga
4.8.1 Geral
O comutador de derivações em carga pode ser empregado usando vários princípios de comutação,
sendo que os dois mais comuns são:
Os comutadores de derivações em carga tipo resistivo podem ser divididos em dois tipos distintos:
A figura 4.25 mostra a sequencia de operações de um seletor de derivações (a) e de uma chave
comutadora (b) de um comutador de derivação em carga do tipo resistivo.
74
(a)
(b)
No comutador de derivações em carga tipo resistivo, o número de operações por hora é limitado pela
dissipação de calor no óleo pela resistência de transição (tipicamente 150 operações por hora).
Estes comutadores de derivação estão contidos em seus próprios tanques e montados lateralmente ao
transformador. São considerados quatro tipos de arranjos de comutadores de derivação, todos
empregando o princípio de chaveamento de alta velocidade do resistor de transição, conforme
descritos a seguir:
Este tipo de comutador de derivações utiliza sistemas de contatos distintos para o seletor de
derivações e chave comutadora combinados em um único compartimento com líquido isolante, isolado
do tanque do transformador para impedir que haja contaminação do óleo do mesmo. As derivações
do transformador são levadas para os contatos do comutador através de uma barreira estanque ao
líquido isolante.
75
Compartimentos de seletor e comutador separados.
Este tipo de comutador de derivações possui dois compartimentos separados, um para a pré-seleção
das derivações do transformador, chamado de compartimento do seletor de derivações e o outro para
chaveamento em carga chamado de chave comutadora. Os dois compartimentos possuem líquidos
isolantes em câmaras, e ambos também são isolados do líquido isolante principal do transformador,
embora o compartimento do seletor de derivações e o tanque principal possam compartilhar o mesmo
conservador. As derivações do transformador são levadas para os contatos do seletor através de uma
barreira estanque ao líquido isolante. O compartimento do seletor de derivações contém líquido isento
de contaminações que lhe permita suportar as elevadas tensões entre os contatos. O compartimento
da chave comutadora isola o liquido carbonizado e gases.
1 3
2
IEC 1390/04
O comutador de derivações com chave seletora tem como principal característica a utilização de
contatos comuns aos processos de seleção e comutação. Utiliza um único compartimento, imerso em
líquido isolante e normalmente fixado lateralmente ao transformador. Novamente as derivações do
transformador são levadas para os contatos do comutador de derivações através de barreira
estanques ao líquido. A figura 4.27 representa este tipo de comutador de derivação.
76
5
2 3
1
IEC 1391/04
Figura 4.27 – Comutador de derivações com chave seletora
3 4 5 6
1 2 IEC 1392/04
77
Características da montagem externa do comutador de derivações em carga.
Como o seletor está sempre em uma câmara separada, a análise cromatográfica do líquido
isolante do transformador não é afetada pela passagem dos contatos do seletor;
Para algumas aplicações de transformadores trifásicos ligados em triângulo, podem ser utilizadas duas
colunas, sendo uma monofásica e uma bifásica.
78
1 2 3 4 5
IEC 1393/04
O Comutador de derivações com chave seletora interna realiza a seleção e o chaveamento no mesmo
compartimento utilizando os mesmos contatos e imerso no mesmo líquido isolante. Os contatos fixos
são montados radialmente, ao redor de um compartimento vertical isolado, com as suas fases (no
caso de mais de uma fase) montadas uma sobre a outra. O liquido carbonizado e os gases são
separados do liquido do tanque do transformador através de um compartimento estanque. Os
contatos móveis são fixados a um mecanismo de transmissão central isolado, como mostra a figura
4.30.
1 2 3 4 5
IEC 1394/04
79
Seletor de derivações e chave comutadora separados em compartimento único.
Comutadores de derivações do tipo reator normalmente são projetados para serem aplicados no
enrolamento de baixa tensão dos transformadores e podem ser divididos em dois diferentes tipos:
80
Estes comutadores de derivações são montados em seu próprio tanque e posicionados em qualquer
parede do transformador. As derivações do enrolamento de regulação do transformador são
conectadas ao seletor através de uma barreira estanque, isolando do tanque principal do
transformador e permitindo analisar a cromatografia do líquido isolante separadamente tanto do
comutador como do transformador. São considerados três tipos de arranjos de comutadores de
derivações.
Este tipo de comutador consiste de um pré-seletor e seletor de derivações, projetado para selecionar
a derivação, e chave comutadora, projetada para interromper ou estabelecer corrente, realizando a
comutação com formação de arcos. Estes dispositivos são normalmente localizados em um único
compartimento.
Este tipo de comutador de derivações irá incorporar uma chave seletora que realiza as funções de
interromper ou estabelecer corrente e selecionar a derivação, combinando as funções de um seletor
de derivações e uma chave comutadora. A chave seletora e o pré-seletor, se existentes, são
localizados no mesmo compartimento.
O projeto deste comutador de derivações consiste de um único compartimento com líquido isolante
contendo um pré-seletor, um seletor de derivações e um interruptor a vácuo instalado por fase.
Adicionalmente, eles podem ser equipados com contatos by-pass, geralmente projetados para operar
quando o comutador de derivações não está realizando uma operação. Devido à utilização do
interruptor a vácuo para realizar a interrupção de corrente no processo de comutação, a carbonização
do liquido isolante é minimizada.
Este tipo de comutador de derivações incorpora uma chave seletora de transferência de carga a qual
realiza a função de transferir corrente e selecionar a derivação. As derivações do transformador são
conectadas aos contatos do comutador que estão localizados em uma placa isolada.
81
4.8.4 Tipos de Conexão de Comutadores de Derivação em Carga
Os contatos fixos podem ser dispostos em uma configuração circular (para tipos rotativos) ou em
linha (para tipo linear). Normalmente o mecanismo de acionamento é manual, porém mecanismos
motorizados também são utilizados.
Estes comutadores podem operar em uma posição por longo período de tempo, eventualmente
formando nos contatos carbono pirolítico. Recomenda-se que quando da necessidade de mudança de
relação do transformador seja realizada alguns ciclos de comutação para limpeza dos contatos,
medição de relação e resistência ôhmica na derivação em que o equipamento será energizado.
Este tipo de comutador é geralmente montado dentro do tanque do transformador, com o mecanismo
de acionamento montado na sua tampa ou tanque principal.
Geral
Os comutadores de derivações descritos anteriormente neste capítulo requerem um liquido para uso
como isolante ou como extintor de arco durante uma comutação. Geralmente é utilizado o óleo
mineral isolante, porém outros tipos de líquidos isolantes podem ser utilizados, como por exemplo, o
óleo vegetal (Éster Natural), com os cuidados necessários para garantir a compatibilidade com o
comutador de derivações em consideração.
82
Aplicação em comutador de derivações em carga
O liquido utilizado para comutadores de derivações em carga, possui as funções de isolação elétrica e
extinção de arco, atuando também como lubrificante e refrigerante. O liquido isolante é essencial para
a operação mecânica do comutador de derivações devido a sua lubrificação requerida. É recomendado
que o fabricante do comutador de derivações seja consultado antes de operar mecanicamente o
comutador de derivações quando desenergizado e em um ambiente sem liquido isolante.
Outros líquidos que às vezes são utilizados em transformadores por motivos ambientais e de
segurança, podem não ser compatíveis com o comutador de derivações. Fluidos de silicone possuem
propriedades lubrificantes inadequadas, assim como não são capazes de extinguir arcos e, portanto
não são utilizados em comutador de derivações. Ésteres sintéticos e parafinas de alto peso molecular
(HMW) possuem adequadas propriedades lubrificantes e de extinção de arcos, podendo ser
compatíveis com alguns comutadores de derivações em carga. Quando outro líquido que não seja o
óleo mineral de transformadores é considerado, o fabricante do comutador de derivações deve ser
consultado para garantir a compatibilidade.
Quando outro liquido que não o óleo mineral é considerado, o fabricante do comutador de derivações
deve ser consultado para garantir a compatibilidade.
O filtro do óleo do comutador é utilizado durante a operação normal do transformador e tem a função
de remover partículas e umidade (em alguns casos) do líquido isolante da chave comutadora ou
seletora, devido a natural carbonização ocorrida através do processo de comutação.
Espera-se que os benefícios da utilização do filtro do óleo sejam mais evidentes para as seguintes
aplicações:
83
Número anual elevado de operações (transformadores de conversor HVDC e de forno).
84
4.11.1 Núcleo do Transformador
É constituído por material ferromagnético de alta permeabilidade, que contém em sua composição o
silício, que lhe proporciona características excelentes de magnetização e perdas. Porém, esse material
é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético alternado, dá condições de surgimento de
correntes parasitas. Para minimizar este problema, o núcleo, ao invés de ser uma estrutura maciça, é
construída pelo empilhamento de chapas finas e isoladas entre si por um verniz (carlite).
As peças metálicas da prensagem são isoladas do núcleo e entre si, para minimizar as correntes
parasitas, que aumentariam sensivelmente, as perdas em vazio, podendo ocasionar a falha do
equipamento. Estas chapas de aço, durante a sua fabricação, recebem um tratamento especial com a
finalidade de orientar seus grãos. É esse processo que torna o material adequado à utilização em
transformadores, devido à diminuição de perdas específicas. É também com a finalidade de diminuir
as perdas, que nessas chapas são feitos cortes a 45º nas junções entre o jugo e perna, ver figura
4.33.
Núcleo envolvido (shell type): Os enrolamentos são colocados sobre as colunas do núcleo e
envolvem o respectivo circuito magnético.
85
(a) (b)
Figura 4.34 – Núcleos do shell-type ou núcleo envolvido (a) e core-type ou núcleo envolvente (b).
4.11.2 Enrolamentos
Usualmente os enrolamentos são constituídos por condutores de cobre envolvidos por material
isolante, sendo que o material isolante mais utilizado é o papel kraft. Os enrolamentos normalmente
são apoiados em discos isolantes de papelão e separados entre si por cilindros do mesmo material. Os
enrolamentos são bobinados em cilindros concêntricos, que são montados em colunas do núcleo
durante a etapa de ligação da parte ativa. Há casos em que o isolamento é composto de verniz ou
outro material sintético.
Disposição do enrolamento
Os transformadores podem possuir vários enrolamentos, porém mais comumente possuem dois
(primário e secundário) ou três (primário, secundário e terciário), além destes, quando o
transformador for regulador, haverá o enrolamento de regulação. Cada enrolamento é caracterizado
pelos seguintes parâmetros: tipo construtivo, número de espiras, tamanho e formas dos condutores,
da isolação dos condutores, tubos de refrigeração, dos cilindros de isolamento e de barreiras de
isolamento. As bobinas concêntricas são enroladas tipicamente sobre os cilindros com os espaçadores
em sua superfície para formar dutos entre os condutores e o cilindro. O fluxo do líquido através dos
enrolamentos pode ser baseado apenas na convecção natural ou ser parcialmente direcionado através
do uso de guias de óleo estrategicamente localizadas no enrolamento.
86
Existem diversos tipos de enrolamentos, porém os tipos básicos são os três a seguir:
Disco - Composto por várias bobinas elementares, denominadas seções, em forma de disco
que são ligadas em serie e separadas entre si por espaçadores radiais. Possui grande faixa de
aplicação de tensão e corrente.
Além dos tipos básicos acima, existe grande variedade de enrolamentos derivados destes, exemplo:
disco entrelaçado, multicilindricos, duplo helicoidal, etc.
A seção da espira (um ou vários condutores paralelos) depende da corrente nominal do enrolamento
e o número de espiras do enrolamento depende da tensão.
87
Dispositivos de prensagem, calços e isolamento
Para que o núcleo se torne um conjunto rígido, é necessário que se utilize dispositivos de prensagem
das chapas. Normalmente esta prensagem é realizada por tirantes ou bandagens (cintas). Podem
ainda estar projetadas para suportar o comutador, os pés de apoio da parte ativa, suporte das
derivações e ainda o dispositivo de fixação da parte ativa no tanque.
O isolamento se faz necessário nos pontos da parte ativa onde a diferença de potencial seja
expressiva, ou seja, nos condutores, entre camadas dos enrolamentos, entre enrolamentos, entre
fases e entre enrolamentos e massa.
Além do óleo isolante, outros materiais isolantes também são utilizados em transformadores:
Madeira prensada (permawood): Usada geralmente como calços e em locais onde se requer
resistência a solicitações mecânicas;
88
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.36 – Materiais isolante utilizados na fabricação de transfomraodres: Presspan (a), Permawood
(b), Papel termoestabilizado (c) e Pastilhas de cerâmica (d).
A filosofia deste guia de manutenção é fornecer aos usuários uma base, tão ampla quanto disponível,
para a compreensão da deterioração da qualidade do óleo, de modo que decisões bem
fundamentadas possam ser tomadas com relação às práticas de inspeção e manutenção.
Há uma ampla variação de procedimentos e critérios, sendo possível, entretanto, comparar o valor e
significado dos ensaios padronizados para o óleo e recomendar critérios uniformes para avaliação dos
dados de ensaios.
Se um determinado grau de deterioração for ultrapassado, haverá inevitavelmente algum prejuízo das
margens de segurança e a questão do risco de falha prematura deve ser considerada. Enquanto a
quantificação do risco pode ser difícil, um primeiro estágio envolve a identificação dos efeitos
potenciais do aumento da deterioração. A compreensão do processo de deterioração da qualidade do
óleo é fundamental na tomada de decisões.
O óleo deve apresentar rigidez dielétrica adequada para suportar as solicitações elétricas impostas em
serviço, bem como características adequadas de condutividade térmica, calor específico e viscosidade,
para que sua capacidade de transferência de calor seja eficiente para o equipamento. Deve ter ponto
89
de fulgor e combustão suficientemente altos para atender aos requisitos de segurança.
Devemos ter consciência que os óleos minerais, são recursos limitados e devem ser manuseados com
critério. A maioria das legislações considera o óleo como rejeitos controlados. Se ocorrerem
derramamentos, isso poderá ter impacto negativo sobre o meio ambiente, especialmente se o óleo
estiver contaminado por poluentes orgânicos persistentes, tais como as bifenilaspolicloradas (PCB).
NOTAS:
Transformadores que contém óleo contaminado com PCB o impacto ambiental é um fator
crítico a ser considerado, assim como a legislação. Havendo suspeita de contaminação com PCB
devem ser realizadas análises específicas e a interpretação dos resultados devem ser utilizadas
na avaliação do risco para serem consideradas a prevenção e a mitigação dos danos potenciais
ao ambiente e para evitarem-se riscos desnecessários a equipe e ao público;
Transformadores com concentração de PCB superior a 50ppm deverão ser tratados e estas
concentrações deverão estar abaixo deste limite até dezembro de 2025, ver legislação vigente.
Os equipamentos elétricos utilizam basicamente o óleo mineral isolante, o qual este guia explora com
riqueza de informações relevantes para seu conhecimento e monitoramento da condição operativa,
todavia existe um interesse e uso cada vez maior de refrigerantes dielétricos à base de óleos vegetais
(ésteres naturais), e por se tratar de um produto com vantagens em alguns aspectos e desvantagens
em outros, e que pode, ao longo do tempo assumir uma parcela maior de aplicação, pesquisas são
desenvolvidas apresentando novas diretrizes e normas para auxiliar a engenharia de manutenção a
estabelecer condições adequadas para sua utilização segura.
90
5. AÇÕES DE MANUTENÇÃO
Os ensaios elétricos básicos ou avançados têm por finalidade garantir as condições das características
funcionais dos transformadores de tal forma que possam entrar em operação segura no sistema,
executando as funções as quais foram construídos.
Considerando o grau de complexidade, os ensaios básicos são os mais comuns, necessários e simples
a serem aplicados nos transformadores no caso de uma intervenção rotineira ou mesmo em um
comissionamento.
Os testes elétricos básicos a que são submetidos os transformadores tem a finalidade de verificar,
mesmo com tensões de ensaios inferiores as suas tensões nominais, a condição para sua operação
normal, principalmente quanto a sua isolação, condição de condução de corrente, e no caso específico
de transformadores, a relação de transformação. Os tipos de testes básicos comumente adotados são
os seguintes:
Este ensaio consiste em submeter o isolamento a uma tensão contínua DC, normalmente entre 0,5 e
10 kV, e com isso haverá a circulação de um “pequeno” fluxo de corrente, na ordem de
microamperes. Esta corrente depende da tensão DC aplicada, da capacitância do isolamento, da
resistência total, das perdas superficiais, da umidade e da temperatura do material. Podemos afirmar
que, para uma mesma tensão, quanto maior a corrente, menor a resistência. A resistência resultante
medida neste ensaio é a soma da resistência interna do condutor (valor pequeno) mais a resistência
de isolação, que é dividido em três componentes (sub-correntes) independentes:
91
Corrente de fuga condutiva (IL)
Devido ao efeito capacitivo existente entre condutores, ou entre condutor e a terra, uma
corrente de fuga flui através da isolação do condutor. Esta corrente tem curta duração
(somente alguns poucos segundos assim que a voltagem DC é aplicada) e some depois que a
isolação foi carregada eletricamente por completo. Importante ressaltar que em equipamentos
de baixa capacitância, a corrente capacitiva pode ser maior do que a corrente de fuga
condutiva, porém geralmente desaparece até o momento em que começamos a registrar os
dados. Por causa disto, é importante deixar a leitura se fixar antes de registrá-la. Por outro
lado, ao testar equipamentos de alta capacitância, a corrente de fuga de carga capacitiva pode
durar muito tempo antes da leitura se estabilizar.
92
irá determinar a condição da isolação. Portanto, um crescimento contínuo na resistência indica boa
isolação, em contrapartida, uma curva uniforme ou decrescente indica isolação degradada.
Além da interpretação das curvas, uma analise muito importante é obtida com a divisão do valor
encontrado com 10 minutos pelo valor obtido com 1 minuto de ensaio, conhecido com índice de
polarização (IA). Um índice de polarização “baixo” indica problemas com a isolação.
93
Figura 5.3 - Modelo elétrico do isolamento com a parcela capacitiva.
Um valor ruim no fator de potência do isolamento pode ocorrer devido ao envelhecimento natural da
isolação, que pode ser por efeito térmico ou por contaminações tais como umidade e partículas. Estes
fatores também influenciam na capacitância do isolamento do transformador.
94
5.1.1.3. Resistência Ôhmica dos Enrolamentos
Este teste mede a resistência ôhmica dos enrolamentos do transformador. Não existem valores de
referência, portanto os resultados devem ser comparados com os valores dos ensaios de fábrica, ou
anteriores, e podem dar indicações sobre a existência de espiras em curto-circuito, conexões e
contatos em más condições de condução elétrica.
A medição deve ser efetuada com corrente contínua e não deve ser a superior a 15% da corrente
nominal do enrolamento sob ensaio.
Quando aplicado este ensaio em conjunto com outros, em virtude da polarização do núcleo sugere-se
que este seja o último ensaio a ser realizado.
Existem vários métodos para execução do teste de relação de espiras, sendo que o método do
transformador de referencia de relação variável, conhecido como TTR, é o mais comum.
Para avaliar se um transformador está com sua relação de transformação normal, os valores lidos no
instrumento de medição devem ser comparados com os teóricos e a variação máxima admissível é +/-
0,5%, em todos os taps de comutação.
O erro percentual é calculado em função da relação lida e da relação teórica, usando a seguinte
formula:
E%: Rl – Rt . 100
Rt
Onde:
E% = erro percentual
Rl = relação lida
Rt = relação teórica
Referência Bibliográfica:
95
5.1.2 Testes Elétricos Avançados
Uma Descarga Parcial (DP) é caracterizada como uma descarga elétrica de pequena intensidade que
ocorre em uma região de imperfeição de um meio dielétrico sujeita a um campo elétrico, onde o
caminho formado pela descarga não une as duas extremidades dessa região de forma completa. A
ocorrência de descarga parcial depende da intensidade do campo aplicado nas extremidades desse
espaço, além do tipo de tensão de teste aplicada (tensão alternada, tensão contínua, sinal transitório
ou impulso).
Nos transformadores algumas fontes de DP incluem bolhas de gás no óleo, contaminações e vácuos
no material de isolação sólida ou partículas metálicas imersas em óleo isolante. O efeito a longo prazo
de DP é destrutivo para sistemas orgânicos da isolação, degradando as propriedades da isolação.
A norma IEC 60270 define Descarga Parcial como: “Descargas elétricas localizadas que simplesmente
fazem a ligação parcial entre dois condutores através do isolamento. Descarga Parcial é, em geral, a
consequência de uma concentração de tensão elétrica local no isolamento ou sobre uma superfície de
isolamento. Geralmente, tais descargas aparecem como pulsos com a duração menor que 1 µs”. O
método de teste esboçado nesta norma é uma ferramenta útil, porque é um método sensível e pode
ser calibrado.
As descargas parciais podem ser classificadas de acordo com a natureza da sua origem, tais como:
Descargas Superficiais
Descargas Externas
96
Descargas Internas
As descargas internas ocorrem nos espaços, geralmente vazios preenchidos com gás, presentes nos
materiais sólidos e líquidos usados em sistemas de isolamento. As descargas em isolamentos sólidos
podem ocorrer em cavidades capilares de gás em vazios ou trincas. Também podem se estabelecer
em defeitos da estrutura molecular. Nos isolantes líquidos, as descargas parciais podem ocorrer em
bolhas de gás devido a fenômenos térmicos e elétricos e em vapores de água criados em regiões de
alta intensidade de campo elétrico.
Um tipo particular de descargas internas são as descargas que ocorrem em arborescências elétricas. A
arborescência (treeing) elétrica é um fenômeno de pré-ruptura que ocorre no interior da isolação de
equipamentos elétricos, tais como cabos de potência isolados, tendo sua origem devido à ocorrência
contínua de descargas parciais internas em vazios ou a partir de uma falha no eletrodo. A figura 5.5
mostra fotografias de descargas parciais típicas.
(a) Streamer no ar; (b) Descarga guia no óleo; (c) Arborescência (treeing) elétrica.
Diferentes técnicas podem ser usadas para detectar estes fenômenos, tais como:
Referência Bibliográfica:
Lemke, Eberhard, “Guide for partial discharge measurements in compliance to IEC 60270”, WG
D1.33 – CIGRÉ, 2008.
97
Medição de descargas parciais utilizando-se sistemas digitais de medição
Efetua medidas em tempo real de DP contínuas e síncronas em canais múltiplos. A figura 5.6 mostra
um exemplo de um sistema digital de medição de descargas parciais.
PD
A figura 5.7 apresenta uma visão ilustrativa de um sinal de descargas parciais dentro da unidade do
sistema, desde a conversão Analógica/Digital do sinal até a extração dos parâmetros do pulso em um
sistema de 3 canais.
98
Cada um desses diagramas separa diferentes origens de tipos de pulsos em agrupamentos. Além
disso, cada agrupamento é selecionável para exibir de volta na configuração PRPD, apresentando uma
única origem de descargas parciais para observar.
Referência Bibliográfica:
Paulino, M. E. C., “Estado da Arte da Medição com Múltiplos Canais Sincronizados para
Avaliação de Descargas Parciais” in Proc. 2010 IEEE Power Engineering Society Transmission
and Distribution Conf., São Paulo, SP, Brazil, 2010.
A medida da descarga parcial através do método acústico associa o fato de que um sinal acústico é
emitido pela atividade de Descarga Parcial (DP) em consequência das flutuações de pressão causadas
pelas descargas elétricas. Por causa da curta duração dos impulsos de DP, as ondas de compressão
resultantes têm frequências que variam até a faixa de ultra-sons. O espectro da frequência encontra-
se na escala entre diversos Hz e centenas de kHz.
Este método tem uma sensibilidade limitada às falhas de DP nos enrolamentos internos, e sensível ao
ruído que não é gerado pela DP interna. Para melhorar a sensibilidade, este método pode ser
combinado com o método de Medição de Descargas Parciais utilizando-se Sistemas Digitais de
Medição ou com o método de Medição de Descargas Parciais utilizando-se Ultra Alta Frequência. Os
sinais elétricos podem ser usados para provocar o registro de sinais acústicos. A utilização de filtros
reduz a influência de ruídos indesejáveis.
Nos transformadores, as ondas mecânicas geradas pela DP se propagam através do óleo, atingindo as
paredes do tanque internamente. Do lado externo do tanque são instalados sensores piezoelétricos
para a detecção dos sinais acústicos gerados. Usando técnicas de trigonometria, a fonte da emissão
acústica pode ser localizada.
Os sensores possuem diversas características que necessitam de uma correta especificação, sendo
elas:
Pré-Amplificação: este item é de suma importância, pois apenas os sinais acústicos amplificados
são enviados ao hardware de aquisição, eliminando-se os ruídos;
99
máximo. Para um máximo desempenho é necessário que o sensor possua uma frequência de
ressonância em sintonia com o fenômeno que se deseja monitorar. Os sensores mais comuns
possuem frequência de ressonância de 150 kHz
Referência Bibliográfica:
Gonzales, Carlos Guilherme, Silva, Ivan Nunes da, “Sistema especialista inteligente para
diagnóstico de defeitos elétricos internos em transformadores de transmissão utilizando sinais
de emissão acústica e análise de gases” - XXI SNPTEE – Seminário Nacional de Produção e
Transmissão de Energia Elétrica, Florianópolis, SC, Brasil, 2011.
Este método de medição baseia-se no fato de que as Descargas Parciais no óleo são processos
elétricos muito rápidos e irradiam ondas eletromagnéticas com frequências de altíssimo alcance (300-
3000 MHz). Ondas eletromagnéticas são detectáveis com sensibilidade de sondas UHF (figura 5.8).
As sondas podem ser inseridas no transformador através de suas válvulas de enchimento ou janelas
de inspeção.
A dissociação dos sinais de Descargas Parciais utilizando-se o método UHF, a partir do interior do
tanque de um transformador de potência requer que os sensores sejam sensíveis aos sinais de UHF.
Os sinais de UHF têm muito menos sensibilidade do que os sinais acústicos, portanto pode ser
vantajoso combinar os dois métodos. Calculando a média dos sinais acústicos e sincronizando aos
impulsos de chegada de UHF, a influência do ruído acústico pode ser reduzida.
A dissociação dos sinais de UHF como medição alternativa de DP, pois no óleo são processos
elétricos muito rápidos e irradiam ondas eletromagnéticas com frequências de altíssimo alcance
(300-3000 MHz).
100
Em comparação com o método da IEC 60270 apresenta a vantagem de utilizar a faixa de frequência
UHF para a dissociação entre os sinais de DP, e possibilitar a aplicação do método em
transformadores com buchas sem tap capacitivo.
Referência Bibliográfica:
Este ensaio pode ser utilizado no estudo e avaliação de efeitos lineares no interior de um
transformador, ou seja, efeitos que mantém as características de linearidade do equipamento, como
por exemplo, mudanças mecânicas e elétricas que variam a distribuição interna de capacitâncias e
indutâncias, e, consequentemente, a resposta em frequência do transformador
No tocante à comparação entre medições de RF, a mesma é melhor realizada usando-se medições
efetuadas no enrolamento antes e depois da falta, ou seja, comparando a assinatura do
transformador com a medição após o evento no sistema que causou a possível falta. É apropriado que
ambas as medições sejam realizadas com a mesma posição de tap e mesmas condições de ensaio em
foi gerada a assinatura.
Caso as condições de ensaio em que foi gerada a assinatura não sejam possíveis de serem repetidas,
é aconselhável que sejam realizadas medições entre fases do mesmo transformador para uma
avaliação mais confiável, para complementar a comparação com as medições de referência. A
101
comparação entre fases é possível em transformadores trifásicos, desde que somente uma das três
fases do transformador esteja danificada. Devido a diferenças na indutância de magnetização entre as
fases, poderão existir diferenças entre diagramas de RF nas baixas frequências. Em médias e altas
frequências, os resultados geralmente são bastante coerentes.
A figura 5.9 ilustra uma medição real de RF para as três fases em um transformador trifásico de 41
MVA, 138-13.8 kV conexão Y/D.
Como pode ser observado, existem pequenas diferenças nas médias e altas frequências e diferenças
significativas nas baixas frequências, portanto, estas diferenças devem ser consideradas na análise da
resposta em frequência entre fases. Para alguns transformadores, análises realizadas entre fases
podem não fornecer resultados muito satisfatórios, devido ou a diferenças na configuração das
ligações no ensaio ou devido aos espaços externos ao enrolamento (RYDER, 2003).
Existem duas abordagens para injetar o sinal de excitação necessário para realizar a Análise da
Resposta em Frequência, o Método da Resposta ao Impulso (IRM) e o Método da Resposta de
Varredura em Frequências (SFRA) (RYDER, 2001; TENBOHLEN; RYDER, 2003).
Informações complementares são encontradas na brochura técnica CIGRÉ 342 – Mechanical Condition
Assessment of Transformer Windings Using Frequency Response Analysis (FRA), Working Group
A2.26
102
5.1.2.3 Resposta em Freqüência de Perdas Dispersas (FRSL)
A medição de resposta em freqüência de perdas dispersas (FRSL) é uma ferramenta para determinar
curto-circuitos de fios paralelos em Condutores Transpostos Contínuos (CTC). A parte resistiva da
impedância de curto-circuito é medida ao longo de um intervalo de frequência de 15Hz a 400Hz. As
curvas de resistência das três fases do transformador são comparadas entre si. Os valores de 15 Hz
são muito semelhantes aos valores da resistência de corrente contínua. Se a curva de uma fase é
mais do que 2-3% diferente das outras fases, uma falha de curto-circuito entre os condutores em
paralelo pode ser a razão para este comportamento, podendo causar sobreaquecimentos locais e
consequentes falhas, conforme mostra a figura 5.10.
Assim, com a medição da reatância de dispersão, podemos obter informações sobre mudanças
sofridas entre os canais de dispersões, devido às altas correntes de curto-circuito circulantes nos
enrolamentos. As medições da reatância de dispersão são realizadas durante o teste de curto circuito.
Durante este teste, a relutância encontrada pelo fluxo magnético é determinada pelas características
do meio de condução do fluxo magnético, pelo chamado canal de fuga ou canal de dispersão. O canal
de fuga ou de dispersão é o espaço confinado entre a superfície interior do enrolamento interior, a
superfície exterior do enrolamento exterior e o espaço entre o jugo inferior e superior.
Quando ocorre uma distorção dos enrolamentos por conta de uma falha, as perdas aumentam devido
às correntes induzidas. A relutância altera a trajetória do fluxo de dispersão. Isto resulta na mudança
do valor de impedância de dispersão medida.
Segundo a estrutura da disposição dos enrolamentos sem a transposição da fiação, ocorrerão perdas
devido às correntes induzidas. Para minimizar essas perdas, os fios são transpostos de forma a
compensá-las. Se esses condutores forem danificados ou sofrerem um curto-circuito, ocorrerá um
aumento nas perdas do enrolamento. A figura 5.11 ilustra o descrito.
103
Figura 5.11 – Indicação de curto circuito entre espiras
O diagrama equivalente da função de transferência pode ser visto na figura 5.12, em que Rac(f) é a
parcela resistiva dependente da frequência.
Com uma excitação por fase, a impedância de dispersão de uma unidade trifásica pode ser medida
por dois métodos: o método do equivalente trifásico e o método por fase. No método por fase
executa-se um teste por cada fase, conectando os terminais de teste do instrumento de medição aos
terminais de linha ou ao neutro e linha dos enrolamentos em estrela ou a um par dos terminais de
linha no enrolamento em delta. Os terminais do enrolamento oposto devem ser “curto-circuitados”. Os
terminais de linha dos outros enrolamentos devem ser deixados flutuantes.
A reatância de dispersão pode ser medida em uma faixa de frequência de 15 Hz a 400 Hz,
empregando uma fonte de Tensão Alternada ou Corrente Alternada.
Com as medidas realizadas, de posse dos valores das resistências segundo a variação de frequência,
são montados os gráficos conforme o exemplo mostrado na figura 5.13. Os gráficos para as três
fases devem ser coincidentes para que o transformador esteja em perfeitas condições.
104
Pw
R= 2
= Rdc + Rac
I max
Rac
Rdc
Frequência [Hz]
Figura 5.13 – Exemplo de medição
105
Figura 5.15 – Representação do isolamento de um transformador
O método FDS é feito através de medição de uma série de medidas de fator de potência em
frequências diferentes, tipicamente de 0,001 Hz a 1000 Hz como mostrado nas curvas a seguir:
106
Figura 5.16 – Espectroscopia do domínio de frequência
O fator de potência com variação da frequência mostra uma curva típica em formato de “S”, com o
aumento do teor de umidade, da temperatura ou com o envelhecimento, a curva aumenta para
frequências mais elevadas. A umidade influencia tanto em baixas quanto em altas frequências. A
parte central da curva com o gradiente elevado (grande variação de valores) reflete a condutividade
do óleo. Para a determinação do teor de umidade no isolamento a medida deve fornecer dados mais a
esquerda da elevação que registra as condições de geometria do isolamento.
Nota: A realização deste ensaio pode polarizar o núcleo do transformador devido a aplicação de
corrente contínua, devendo tomar as devidas precauções para despolarizá-lo, antes da realização de
outros ensaios elétricos ou energização.
Esta metodologia também pode ser aplicada para avaliação de buchas de alta tensão, onde a medida
do fator de potência em baixas frequências (alguns hertz) permite a detecção da umidade com
elevada sensibilidade. A figura 5.17 abaixo demonstra uma curva típica indicando a umidade medida
e a relação entre o fator de potência nas buchas de OIP entre 20 hertz e 400 hertz.
107
Figura 5.17 - Fator de Potência de Buchas em Frequências Diferentes
Como referência, os limites indicativos para a Fator de potência em buchas novas e antigas na
frequência de 15Hz, 50/60Hz e 400Hz são dadas na tabela seguinte.
15 Hz < 0,6% < 0,7 % < 0,5 % < 0,7 % < 0,7 % < 1,5 %
50/60 Hz < 0,5 % < 0,5 % < 0,4 % < 0,5 % < 0,6% < 1,0 %
400 Hz < 0,6% < 0,7 % < 0,5 % < 0,7 % < 0,7 % < 1,5 %
Referência Bibliográfica:
Para descrever o fenômeno pode-se considerar o alinhamento de dipolos em um campo elétrico, onde
a molécula de água (H2O) forma um dipolo com os íons carregados negativamente por 2 elétrons do
Hidrogênio, e os 2 íons H+ do outro lado que “cedeu” estes elétrons para o Oxigênio, e tem uma
108
carga positiva. Esta molécula com uma carga positiva de um lado, e negativa de outro é considerada
um dipolo.
Para um dipolo que é exposto a um campo elétrico constante, as cargas negativas serão atraídas pelo
eletrodo positivo e vice-versa, assim sobre condições elétricas e geométricas, o dipolo apresenta
tendência a orientar-se na direção do campo elétrico.
O processo de orientação requer algum tempo, que é influenciado por 2 fatores relacionados com o
nível de energia da própria molécula e a quantidade de energia que pode ser transportada em um
dado tempo.
O efeito de polarização segue uma função exponencial e apresenta saturação após todos os dipolos
terem completado a orientação no campo elétrico.
O processo de polarização papel-óleo não é composto por um único dipolo, mas por um grande
número, e com diferentes comportamentos de polarização.
O Método da Tensão de Retorno fornece um espectro obtido por ciclos, consistindo de 3 passos e por
um período de relaxação:
Curto circuito em um tempo de descarga (tD), na razão da metade do tempo de carga. Esta
etapa remove a polarização da isolação para que se possa obter a energia armazenada nos
dipolos;
109
Ui
Cg
Ti = Ri • Ci
Rg
UC
Ui
TC Td
Ui Ui
Ur
Cg Ti = Ri • Ci
Rg
Ui Ur
TC Td Tr max
tc( Norm.20o )
110
Podemos então relacionar o teor de umidade da isolação, com a constante de tempo tC, sendo que
quanto menor o teor de umidade da isolação, menor o tempo de aplicação de carga, para que se
atinja o valor máximo de tensão de retorno URmax.
A influência da temperatura da isolação é um parâmetro importante para o ensaio, assim o valor da
temperatura deve ser confiável.
Após o ensaio, os dados são inseridos no software de interpretação que normalizará a curva para
20ºC.
A obtenção do teor de umidade contida na isolação sólida a partir dos valores de URmax e da
temperatura da isolação requer a obtenção de um fator de correlação, obtido empiricamente.
A duração do ensaio pode chegar a 10 horas, no caso de equipamentos novos ou com valores
de umidade menor que 0,5%;
O teste demanda muito tempo de impedimento do equipamento, uma vez que o tempo médio
requerido para a estabilização da temperatura é de normalmente 6 a 8 horas após o
desligamento do transformador.
Referências Bibliográficas:
Jayme L. Nunes Jr. - O Óleo Isolante do Ponto de Vista Químico - IV SEMEL – Seminário de
Materiais do Setor Elétrico Curitiba, 1994;
111
5.1.2.6 Tensão Induzida em Transformadores em Campo
O ensaio de tensão induzida é indicado para verificar o isolamento entre espiras de um mesmo
enrolamento. Há possibilidade de também detectar problemas na isolação entre os enrolamentos e
entre ambos e a massa.
A Norma NBR 5356-3 recomenda a realização do ensaio para os transformadores novos devendo-se
aplicar nos terminais do lado de baixa tensão, um valor de até o dobro da sua tensão nominal, por um
tempo correspondente a 7.200 ciclos. Com isso, o gradiente de potencial entre espiras também
duplicará, de tal modo que, se houver, um defeito de isolação, este se revelará dentro do tempo
fixado de ciclos citado.
Deve ser observado um valor de corrente de excitação igual a até 30% da nominal do enrolamento
sob tensão, este limite a ser observado pois um alto valor de corrente aqueceria o enrolamento e
consequentemente teria influência sobre o isolante.
V ≈ k1.B.f
Onde:
f é a frequência aplicada.
Para dobrar o valor da tensão, uma possibilidade é dobrar a indução magnética B, porém assim tem-
se valores muito elevados da corrente de excitação, e consequentemente saturação do enrolamento,
então eleva-se o valor da frequência f.
Portanto a razão de se trabalhar com um valor superior de frequência é impedir a saturação do núcleo
magnético, e desta forma poder atingir até o dobro da tensão nominal do equipamento, e nesses
casos a indução magnética continua igual aquela de funcionamento nominal assim como a corrente a
vazio.
Para a obtenção de tensões com frequências múltiplas de 60 Hz, pode-se utilizar grupo motor-
gerador, onde se aumenta o número de pares de polos, com isso aumenta-se a frequência elétrica
sem alterar a frequência mecânica de giro do rotor. Nesse caso o volume de equipamentos a serem
utilizados e transportados para esse ensaio é significativo ocupando área considerável, sendo que
nem sempre existe espaço suficientemente disponível na subestação.
112
durante o tempo de energização do transformador é possível a medição de descargas parciais pelo
método elétrico e localização acústica.
Figura 5.23 – Exemplo de Sistema de ensaios de tensão induzida utilizando eletrônica de potencia,
e sistema de medição de DP com acoplamento no tap capacitivo da bucha.
Execução do ensaio
No caso de transformadores novos a norma ABNT NBR 5356-3, recomenda que uma tensão alternada
deve ser aplicada aos terminais de um enrolamento de menor tensão do transformador, sendo que a
forma de onda deve ser a mais senoidal possível e sua frequência conforme descrito anteriormente.
Deve ser medido o valor de crista da tensão induzida e este valor dividido por √2, devendo ser igual a
tensão de ensaio. Normalmente a medição da tensão é realizada através de voltímetro de pico.
A menos que de outra forma especificada, a duração do ensaio com a tensão especificada deve ser de
60 s para qualquer frequência até duas vezes a frequência nominal, inclusive.
Se a frequência de ensaio for maior do que duas vezes a frequência nominal, a duração do ensaio
deve ser:
Os transformadores novos devem suportar o ensaio de tensão induzida, sem que se produzam
descargas disruptivas e sem que haja evidência de falha.
Deve ser feita sempre a medição de descargas parciais durante toda a duração do ensaio, pois é uma
ferramenta valiosa, uma vez que seu aparecimento pode indicar uma deficiência no isolamento antes
que ocorra a ruptura, e caso não seja detectado, indica que o transformador está garantido para uma
operação livre de descargas parciais em condições normais de operação.
113
Para os transformadores usados, os valores de tensão deverão ser reduzidos, bem como o tempo de
energização deverá ser avaliado em função da anomalia detectada.
Transformadores usados que passaram por algum reparo de alta complexidade em campo;
Transformadores que por atuação de suas proteções, mesmo após os ensaios de rotina
convencionais, ainda são suspeitos e deverão ser avaliados para complementação e liberação
para operação ou intervenção interna.
Antes de realizar este ensaio o transformador deve ser submetido aos ensaios operacionais
rotineiros, tendo sido aprovado em todos.
Elevar a tensão para o valor de 110% da nominal durante 5 minutos, executando as medições de
descarga parciais. Os valores de descarga detectados devem ser menores que 100 pC.
Se o transformador não apresentar indícios de descarga, elevar a tensão para 150% da sua nominal
durante 5 minutos, e executar as medições de descargas parciais. Os valores detectados tem que ser
menores que 500 pC.
Caso o transformador não apresente indícios de descarga, deve-se elevar a tensão para 170% da
nominal durante 7200 ciclos, desde que represente mais de 15 segundos. Em seguida retornar a
150% da tensão nominal, e nessa tensão manter por 60 minutos, caso a tensão nominal do
transformador seja maior que 300 KV, caso seja menor, aplicar somente por 30 minutos.
Caso não apresente indícios de descarga, deve se reduzir a tensão para 110% da nominal do
transformador e manter por 5 minutos, executar as medições de descargas parciais. Não detectando
nenhuma anormalidade reduzir para 50% da tensão nominal encerrando assim o ensaio.
Recomenda-se elevar a tensão em degraus até o valor de 80% da nominal do transformador durante
5 minutos, executando-se as medições de descargas parciais elétricas em conjunto com a acústica,
durante esse período.
114
Caso não sejam detectados resultados anormais ou que comprometam a integridade do isolamento, a
tensão deverá ser elevada gradativamente até a 100% da nominal, mantendo-se as medições pelo
período de mais 5 minutos.
Decorrido esse tempo, a tensão poderá ser elevada até 0,75x(1,5xVn), dando continuidade às
medições, podendo permanecer nesse nível de tensão durante mais 01 hora.
Caso não haja indicio de defeito, a tensão deverá ser reduzida para a nominal, por pelo menos mais 1
hora, podendo chegar a até 24 horas, sempre monitorando as descargas parciais pelo método elétrico
e acústico, bem como a evolução de gases combustíveis.
Os níveis de tensão e o tempo de energização poderão ser alterados em função dos resultados
apresentados antes da elevação ao valor máximo.
A cromatografia gasosa é uma técnica utilizada para separar e quantificar substâncias dissolvidas em
uma fase líquida ou gasosa, podendo com isso realizar a análise de gases dissolvidos no óleo isolante,
capaz de processar pequenas amostras com grande sensibilidade e precisão, constituindo-se na
melhor ferramenta de diagnóstico da condição de operação do transformador.
Existem duas formas de execução deste ensaio, a primeira e mais usual, trata-se da análise
cromatográfica de gases dissolvidos em óleo isolante de maneira off-line, onde o óleo é extraído do
transformador e analisado em laboratório ou através de equipamento portátil, a segunda forma é
através de sensor de gases conectado preferencialmente em uma válvula próxima da circulação de
óleo do transformador, estando o sensor conectado a um sistema de monitoramento on-line contínuo.
Existem diversos modelos de sensores de gases on-line contínuo disponíveis no mercado, mostrando
diferenças desde o padrão de comunicação do sensor com o sistema de supervisão ou monitoramento
até a quantidade de gases monitorados.
Na escolha deve ser observado que o custo destes sensores é proporcional ao número de medições
discretizadas de gases, e que, a utilização deste tipo de sensor não substitui a necessidade de coleta
de amostra de óleo para analise em laboratório, para confirmação ou esclarecimento dos valores
obtidos pelos sensores.
Os Transformadores que utilizam o óleo mineral isolante como líquido isolante e refrigerante possuem
em sua constituição um conjunto de materiais, dentre os quais os dielétricos que em sua maioria são
compostos orgânicos.
O óleo mineral isolante e a celulose presente na isolação sólida de transformadores, quando expostos
a temperaturas normais de operação liberam gases como: monóxido de carbono (CO), dióxido de
carbono (CO2), hidrogênio (H2) e compostos gasosos de hidrocarbonetos.
115
Em situação anormal de operação, devido a falhas localizadas, ou condições de carregamento acima
da nominal, a geração de gases ocorre em níveis anormais e, dependendo da temperatura atingida,
ocorrerá o incremento de determinado gás dissolvido no óleo isolante.
Os gases formados são total ou parcialmente dissolvidos no óleo, diluídos e transportados através da
convecção natural de funcionamento do transformador, ou através da circulação forçada do óleo
isolante.
A velocidade de produção de gases é ligada a taxa de liberação de energia pelo defeito. Defeitos de
baixa taxa (descargas parciais, pontos quentes de baixa temperatura) produzem gases lentamente e
esses provavelmente se dissolverão no óleo. Taxas mais elevadas (altas temperaturas no núcleo, por
exemplo) produzirão gases mais rapidamente e parte deles provavelmente não será dissolvida no óleo
isolante (saturação da concentração).
O desenvolvimento de arco elétrico no óleo decompõe por pirólise o líquido dielétrico em seus
componentes químicos básicos, formando carbono coloidal que se dispersa em suspensão no
óleo, e liberando como gases típicos o hidrogênio (H2) e acetileno (C2H2);
116
Figura 5.24 – Geração de gases dependendo da temperatura do óleo
A análise destes gases permite identificar a ocorrência de defeitos ou falhas evolutivas associadas aos
materiais dielétricos utilizados na construção dos transformadores.
A coleta de óleo isolante consiste na obtenção de uma amostra representativa do óleo contido no
equipamento em estudo, tendo-se sobretudo cuidado em evitar contaminação ou contato com o ar.
Entende-se por situação especial, quando o equipamento está sendo investigado quanto a possíveis
danos decorridos de falhas, após ocorrência da operação da proteção intrínseca do transformador,
como confirmação de resultados duvidosos ou anormais, para acompanhamento mais criterioso de
unidades em garantia, ou que se encontrem em situação de operação sob risco.
Os transformadores possuem buchas de alta tensão cuja isolação é do tipo papel/óleo, onde também
pode ser retirada uma amostra de óleo isolante, dependendo da política de manutenção da empresa,
117
ressalva-se que alguns fabricantes usam óleo sintéticos, cuja analisa cromatográfica não é válida.
Segundo a NBR 7070:2006 que indica o método para amostragem de óleo isolante de um
equipamento elétrico. Para análise cromatográfica é recomendado a seringa de vidro de 20 a 50 ml
com torneira de 03 vias. A conexão entre a seringa e o registro de amostragem deve ser feita
utilizando um tubo impermeável resistente ao óleo, e ser o mais curto possível. A seringa limpa e seca
deve ser acondicionada em uma embalagem protetora para transporte, juntamente com etiqueta de
identificação detalhada da amostra e dados sobre o equipamento de origem.
É recomendado que o tempo entre a coleta da amostra e a sua análise não seja superior a duas
semanas, devido a baixa solubilidade do hidrogênio. Períodos mais dilatados poderão ocasionar erros
nos resultados das análises, pois apesar da seringa apresentar uma boa vedação com perdas menores
que 2,5% de Hidrogênio (H2) por semana, por este o gás ser menos solúvel, rapidamente se
difundirá.
A segunda etapa consiste na determinação qualitativa e quantitativa dos gases dissolvidos no óleo
isolante.
Além da concentração de cada gás, calcula-se também a concentração total dos gases dissolvidos e a
dos gases combustíveis.
118
10 % entre laboratórios diferentes. Esporadicamente deve ser realizada uma verificação entre
laboratórios das empresas que prestam este tipo de serviço, onde são trocadas amostras de óleo
entre estes laboratórios a fim de verificar a reprodutibilidade dos resultados obtidos para a mesma
amostra por laboratórios diferentes.
No Brasil, esta inter-comparação entre laboratórios é executada pelo Grupo de Trabalho GT D1.01 –
Líquidos Isolante, do Comitê de Estudos de Materiais e Tecnologias, do Cigré Brasil.
Os gases combustíveis analisados são os seguintes: monóxido de carbono (CO), hidrogênio (H2),
metano (CH4), etileno (C2H4), etano (C2H6) e acetileno (C2H2), e os gases não combustíveis: oxigênio
(O2), nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2 ).
Relações: utilizando relações de gases de acordo com critérios preestabelecidos (por exemplo,
Rogers, IEC 60599, Duval, Dörnemburg, Doble ou Pugh, e Laborelec), possibilita a identificação
da falha incipiente, bem como a sua gravidade.
Para um completo entendimento das reais condições operativas do transformador em estudo faz-se
necessário algumas observações.
Em defeitos evolutivos, além da velocidade de produção dos gases, a análise depende da velocidade
com que os gases se dissolvem no óleo. O excesso de gás gerado e não dissolvido no óleo acumula-
se no relé de gás (saturação da concentração do gás no óleo).
Nos transformadores selados com bolsa ou membrana de borracha, os gases dissolvidos permanecem
no óleo; nos transformadores selados com colchão de gás, os gases gerados se distribuem entre o
óleo isolante e o colchão de gás; nos transformadores não-selados, que "respiram" através de um
conservador equipado com secador de ar, parte dos gases gerados é perdida para a atmosfera.
Não existe consenso sobre os níveis máximos absolutos aceitáveis para cada gás, uma vez que a
geração dos gases é dependente do projeto, carga, tipo de óleo e até mesmo da qualidade dos
materiais empregados no transformador.
119
5.2.5 Periodicidade de Análise de Gases Dissolvidos em Óleo Isolante
Fatores como tipo de transformador, existência e tipo de sistema de selagem (sistema que evita o
contato do óleo isolante com o oxigênio contido na atmosfera), tensão, potência, importância do
transformador para o sistema elétrico ao qual está instalado, facilidade de acesso, existência ou não
de um sistema on-line para medição de gases, influenciam na decisão quanto a periodicidade de
amostragem do óleo isolante.
Amostras eventuais (situações especiais) são aquelas retiradas quando observadas taxas anormais de
desenvolvimento de gases combustíveis e anomalias na composição dos gases em evolução, que
indicam o desenvolvimento de defeitos incipientes ou em estágio mais avançado. Nestas condições, a
análise cromatográfica de gases dissolvidos no óleo é realizada em períodos relativamente curtos,
mediante um programa de amostragem aplicado especificamente ao equipamento em
acompanhamento.
Em sua grande maioria, os defeitos vão evoluindo paulatinamente, sendo possível a sua identificação
quanto ao tipo e gravidade, pela monitoração do desempenho dos equipamentos através da analise
cromatográfica dos gases dissolvidos no óleo.
Há falhas abruptas que não podem ser evitadas nem previstas através da analise cromatográfica.
Normas técnicas para interpretação dos valores obtidos nos ensaios de gás-cromatografia foram
elaboradas por laboratórios, fabricantes de transformadores, concessionárias de energia elétrica e
entidades responsáveis por elaboração de normas técnicas.
Entre os métodos ou normas existentes, este trabalho menciona as seguintes normas ou critérios:
Norma NBR 7274:2011, IEC 60599, Critério de Rogers, Critério desenvolvido pelo Laborelec, Critério
de Duval, Critério de Dörnemburg, Critério de Pugh e Gases Chaves.
Estes métodos usam as relações de determinadas concentrações de gás para combinar o perfil do gás
dissolvido às fontes típicas de geração, assim como o nível de energia envolvido nesse processo. Por
exemplo, as relações ajudam a distinguir se o perfil do gás é o resultado de: falha térmica da baixa
120
temperatura, Falha térmica da temperatura media, Falha térmica da alta temperatura, Descargas da
baixa energia, Descargas de alta energia, Descarga parcial, Centelhamento.
Esta norma descreve como a concentração de gases livres ou dissolvidos pode ser interpretada para
diagnosticar as condições de equipamentos elétricos em serviço e sugerir ações futuras.
NOTA 1 – As relações acima são significativas e convém que sejam calculadas se pelo menos um dos gases está presente em
concentração e taxa de evolução acima dos valores típicos de um mesmo projeto ou se apresentem acima das concentrações
de nível médio.
NOTA 2 – O padrão de decomposição de gases similar às descargas parciais tem sido reportada como um resultado de
decomposição de um fino filme d eóleo entre lâminas sobreaquecidas do núcleo na temperatura de 140ºC e acima.
NOTA 3 – Além da caracterização da falha convém que seja considerada a concentração total de gases combustíveis, bem
como as taxas de evolução de cada gás. Os valores e critérios destas concentrações, recomendados para uma melhor
avaliação da situação do equipamento são os seguintes:
0 – 400 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.
400 – 900 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.
900 – 1500 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.
1500 – 2500 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.
Acima de 2500 ppm Concentração de gases combustíveis baixo.
NOTA 4 – NO caso de obtenção de diagnósticos idênticos, considerar o de maior gravidade.
NS = O valor esperado de acetileno deve ser abaixo do limite de detecção do método utilizado.
* Um incremento do valor da quantidade de acetileno pode indicar que a temperatura do ponto quente é maior que 1000ºC.
Referências Bibliográficas:
Milton Binda e José Carlos de C. Brandão, Análise Cromatográfica de Gases Dissolvidos no Óleo
Isolante para Monitorar a Operação de Equipamentos, Furnas Centrais Elétricas S.A., artigo
publicado no 19o Encontro Técnico do GTMS (Grupo de Trabalho de Manutenção de
Subestações), Campinas, SP, Agosto de 1988;
121
5.3 Ensaios no Óleo
Esta seção é baseada principalmente no trabalho da TF D1.01.12, referência CIGRÉ Brochure #413.
Consulte este original para mais informações.
O óleo mineral isolante é usado como líquido de refrigeração e isolante em equipamentos elétricos
desde o começo do século XX. É altamente refinado a fim de atingir as características e a qualidade
exigidas nas especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Resistir a solicitações elétricas: para atender aos critérios de isolação, se exige que tenha uma
rigidez dielétrica elevada e um fator de dissipação/potência baixos;
Boa circulação mesmo em baixas temperaturas: para atender aos critérios de transferência
térmica e refrigeração se exige que o óleo tenha uma viscosidade e um ponto de fluidez
suficientemente baixo;
Isolação e refrigeração suficientes para assegurar a extinção de arcos: para atender aos
critérios de extinção de arcos se exige que o óleo tenha um ponto de fulgor e uma rigidez
dielétrica elevada, assim como uma baixa viscosidade.
O óleo deve também ter uma boa resistência à oxidação para assegurar uma longa vida útil, pois em
operação deteriora-se mesmo sob as condições normais de uso. O desempenho confiável do óleo no
sistema de isolação depende das características básicas do óleo, que por sua vez podem afetar o
desempenho do equipamento. Diversos processos podem causar a degradação do óleo e alguns são
inter-relacionados. Estes processos incluem a oxidação; contaminação por água, por partículas ou por
fibras da celulose; formação de arcos elétricos ou descarga; superaquecimento localizado e
superaquecimento geral.
Oxidação do óleo
A oxidação ocorrerá em todo o equipamento onde o óleo esteja em contato com o ar. Nesses
equipamentos, a oxidação ocorrerá gradualmente e é inevitável com o envelhecimento. A oxidação é
acelerada quando as temperaturas de operação aumentam. Pode também ser acelerada pela
presença de catalisadores tais como metais ou compostos metálicos. Os efeitos cumulativos da
oxidação do óleo são o seu escurecimento, formação de compostos ácidos e água e podem culminar
na produção de borra.
Se o óleo alcançar um estado avançado de oxidação, produtos insolúveis serão gerados, o que resulta
na formação de borra, que é solúvel dependendo do tipo de óleo, e uma vez que ela alcance o ponto
de saturação, ela se precipitará.
122
Geralmente, a borra é solúvel no óleo naftênico e relativamente insolúvel no óleo parafínico. Os
depósitos de borra tendem a aumentar de espessura devido à temperatura, e são especialmente
evidentes nas regiões mais frias do transformador, podendo reduzir o diâmetro dos dutos de óleo,
reduzindo assim a eficiência da refrigeração. A somatória do superaquecimento do óleo e a oxidação
aumentam a possibilidade de avaria grave do equipamento.
A característica da borra ser solúvel no óleo nafténico, se a temperatura do óleo no transformador for
elevada ao seu ponto de anilina (78°C), pode ser usada para atuar como um solvente para dissolver a
borra depositada. Isto pode ser explorado através da circulação de óleo quente a fim de dissolver a
borra. Esta etapa é seguida então pelo processo de regeneração do óleo, que a removerá.
O processo de oxidação do óleo deve ser monitorado pelos ensaios físico-químicos, como a cor,
aparência, acidez e teor de umidade. Uma inspeção visual pode observar sinais de depósitos de borra
em superfícies internas.
Os testes de tangente δ (fator de dissipação) e tensão interfacial (TIF) do óleo podem igualmente
ajudar na detecção precoce da formação de subprodutos polares devido à oxidação.
Contaminação do óleo
Como o óleo isolante está em contato com diversos materiais dentro do transformador, pode ser
contaminado e ter suas propriedades elétricas afetadas.
A contaminação por umidade pode ocorrer pela oxidação do óleo, pela degradação da celulose e
também por ingresso devido a não ser dotado de um sistema de selagem adequada, ou mesmo
durante uma falha da manutenção.
A água é solúvel no óleo até um determinado limite, que depende da temperatura e também da
acidez. Se este limite for excedido, o óleo torna-se saturado e a água aparecerá sob a forma de
opacidade ou de gotas visíveis. A água dissolvida afeta as propriedades elétricas do óleo.
A umidade está presente no óleo e no papel. Entretanto, o teor de água no papel predomina, uma vez
que dependendo da temperatura, cerca de 99% do teor de água total está no papel, e somente 1%
está no óleo, conforme item especifico do teor de água.
O alto teor de umidade do papel é um dos fatores que reduz sua vida útil, e, portanto também do
equipamento, assim manter a umidade baixa é importante. O monitoramento do teor de umidade
123
deve ser feito pela análise rotineira no laboratório e pela inspeção visual para sinais de água livre.
O monitoramento desse parâmetro é feito através do ensaio de rigidez dielétrica e pode ser analisado
também através de inspeção visual e do ensaio do conteúdo de partículas.
Uma falha elétrica ou a formação de arco no óleo produzem gases e produtos tais como carbono e
partículas metálicas. Nesse caso a degradação do óleo também leva a uma oxidação acelerada e
aumento da acidez. Este tipo de degradação ocorre no comutador sob carga (OLTC).
Ensaios do óleo
Grupo 1: Ensaios mínimos para monitorar a condição do óleo, visando assegurar que o
equipamento esteja apropriado para operação.
Grupo 2: Ensaios adicionais para obter informações específicas sobre a condição do óleo,
auxiliando na avaliação complementar para operação.
Os resultados das análises para o Grupo 1 não devem exceder os limites recomendados. Os
resultados do Grupo 2 indicam tendências que devem ser acompanhadas.
Observação: Os valores recomendados para os ensaios de Acidez, Teor de Água, Rigidez Dielétrica,
Fator de Potência/Dissipação, Tensão Interfacial, Ponto de Fulgor e Quantidade de Partículas constam
da norma ABNT NBR 10576 – “Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos – Diretrizes para
supervisão e manutenção”, que deve ser consultada para detalhes adicionais.
A oxidação do óleo forma produtos ácidos, que aumentam sua acidez. Os ácidos e outros produtos de
oxidação, conjuntamente com a água, afetam as propriedades dielétricas e propiciam a formação de
borra (sabões), também têm um impacto importante na degradação de materiais celulósicos e podem
contribuir para a corrosão das peças de metal em um transformador.
A taxa de aumento da acidez do óleo é um bom indicador de envelhecimento, uma vez que ocorre no
estágio avançado (acidez > 0,1 mg de KOH/g). A tensão Interfacial também é um indicador do
envelhecimento.
124
O nível da acidez é um indicador para determinar quando o óleo deve ser substituído ou regenerado.
Quando a acidez alcançar 0,1 mg de KOH/g de óleo há riscos de início de processo de geração de
Descargas Parciais na isolação, por isso o ensaio de tensão interfacial é um melhor indicador, pois
fornece um alerta mais antecipado. O valor de referência para óleo novo é <0,03 mgKOH/g óleo.
A mudança da cor pode ser uma indicação direta da contaminação do óleo isolante e é normalmente
atribuível à oxidação ou a contaminação por carbono, pois tende a escurecer o óleo.
O mecanismo que rege a oxidação dos hidrocarbonetos é a peroxidação que gera como produtos
hidro-peróxidos. Estes, de acordo com sua espécie irão formar alcoóis, aldeídos e cetonas, os quais
são chamados de produtos intermediários, pois na presença de oxigênio irão dar origem aos ácidos
carboxílicos. Estes produtos são moléculas polares que agridem o papel.
O OLTC pode ser uma das causas do escurecimento do óleo do equipamento, pois é naturalmente
contaminado devido aos arcos, e caso haja vazamento pode misturar-se ao do tanque principal.
O óleo serve como um meio de homogeneização de água dentro de um transformador. A massa total
de água está entre o papel e o óleo, sendo que a maior quantidade está no papel.
A água presente no óleo mineral do transformador tem como origem o meio externo e a degradação
do seu papel.
Para avaliar a tendências da elevação da umidade, deve-se medir a temperatura do óleo no ponto da
coleta, que será corrigida a 20ºC, que é a temperatura de referência para determinação do teor de
água equivalente, consultar a norma ABNT NBR 10576 – “Óleo mineral de equipamentos elétricos –
Diretrizes para supervisão e manutenção”.
TABELA 5.4 - Valor recomendado para transformadores (corrigido para 20º C):
125
Rigidez Dielétrica (ABNT NBR 6869)
O óleo com baixo teor de água e com baixo teor de partículas, apresenta uma alta rigidez dielétrica.
Água e partículas sólidas em níveis elevados tendem a migrar para regiões de tensão elétrica elevada
e reduzir dramaticamente a rigidez dielétrica.
A rigidez dielétrica indica a presença de contaminantes tais como a água ou partículas. Um baixo valor
da rigidez dielétrica pode indicar que uma ou ambas estão presentes. Entretanto, uma alta rigidez
dielétrica não indica necessariamente a ausência de todos os contaminantes.
TABELA 5.5- Valor recomendado para transformadores (método ABNT NBR IEC 60156)
TABELA 5.6 - Valor recomendado para comutadores (método ABNT NBR IEC 60156)
Comutador de neutro (para uso no neutro dos Comutador de linha (para uso em qualquer
enrolamentos) posição que não seja o neutro dos
enrolamentos)
> 25 kV > 40 kV
Resultados elevados podem indicar contaminação por subprodutos de oxidação, água ou partículas
condutoras. Os limites aceitáveis dependem muito do tipo de equipamento, entretanto valores
elevados de Fator de Potência/ Dissipação, ou baixos valores de Resistividade, podem afetar de forma
danosa a resistência de isolação do equipamento.
126
TABELA 5.7 - Valor recomendado para transformadores:
Tensão
Ensaio
< 72,5 kV > 72,5 / < 242 kV > 242 kV
Fator de Dissipação a 25º C <0,5 % <0,5 % -
Fator de Dissipação a 90º C <15 % <15 % <12 %
Fator de Potência a 25º C <0,5 % <0,5 % -
Fator de Potência a 100º C <20 % <20 % <15 %
A Tensão Interfacial (TIF) entre o óleo e a água fornece meios de detectar contaminantes e produtos
polares solúveis provenientes da degradação do óleo. Esta característica pode mudar rapidamente
durante os estágios iniciais de envelhecimento, mas tende a estabilizar quando o envelhecimento é
ainda moderado.
Este fenômeno faz da TIF o indicador preferido para detecção de tendência antecipada de
envelhecimento. Ao contrário, a acidez muda lentamente durante os estágios iniciais do
envelhecimento, mas muda rapidamente nos estágios terminais. Ao reconhecer esta sensibilidade
diferencial para a degradação do óleo, o “Índice de Oxidação” (tensão interfacial dividida pela acidez)
fornece um índice mais útil porque seu valor varia mais proporcionalmente com a degradação do óleo.
Uma diminuição rápida de TIF pode ser uma indicação de problemas de compatibilidade entre o óleo
e alguns materiais do transformador (vernizes, gaxetas), ou de uma contaminação acidental no
momento do enchimento com o óleo. Esta possibilidade pode ser verificada testando outros
parâmetros do óleo, particularmente os dielétricos.
Estabilidade a oxidação
127
Essa propriedade é definida como a resistência à formação de compostos ácidos, borra e compostos
diversos que exercem influência no Fator de Dissipação/Potência, sob dadas condições, e depende
principalmente do processo de refinação do óleo e de sua aplicação. Os óleos minerais refinados
contêm, em graus variados, os compostos naturais que atuam como inibidores da oxidação,
conhecidos como inibidores naturais. Os óleos que contêm somente inibidores naturais são
designados como óleos “não inibidos”.
Os inibidores de oxidação sintéticos podem ser adicionados para aumentar a estabilidade à oxidação.
Nos óleos isolantes, são usados os inibidores fenólicos. Os compostos de uso geral são o 2,6-
diterciário-butilparacresol (DBPC) e 2,6-diterciário-butil fenol (DBP).
A eficácia do inibidor varia com a composição química do óleo de base. Os óleos inibidos têm uma
tendência de oxidação que contrasta extremamente com os óleos não inibidos. No início da vida útil, o
inibidor sintético é consumido com pouca formação de produtos de oxidação, refere-se a esse
processo como o período de indução, depois que o inibidor é consumido, a taxa de oxidação é
determinada principalmente pela estabilidade a oxidação do óleo de base.
TABELA 5.9 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo não Inibido
TABELA 5.10 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo Inibido
Bomba rotativa
(RBOT) ≥ 220 minutos ABNT NBR 15362/ ASTM 2112
128
ou líquidos;
Partículas sólidas liberadas no óleo pelo transformador, como o carbono, o metal e óxidos
metálicos;
A borra é o produto polimerizado formado pela degradação do material de isolamento sólido e líquido.
A borra é solúvel no óleo até um determinado limite, dependendo das características e da
temperatura de solubilidade do óleo.
O sedimento ou borra pode mudar as propriedades elétricas do óleo e seu depósito pode impedir a
transferência térmica, agravando a degradação dos materiais de isolamento.
A tendência do óleo para a formação de sedimento e borra deve ser analisada de acordo com o Anexo
A da norma ABNT NBR 10576.
Valores recomendados para óleo mineral isolante de transformadores: Nenhum sedimento ou borra
precipitável deve ser detectado. Resultados inferiores a 0,02% em massa devem ser desprezados.
A presença de partículas no óleo isolante pode ter diversas fontes possíveis. O transformador pode
conter partículas da fabricação e o óleo pode conter partículas do armazenamento e da manipulação,
se não tiver sido filtrado corretamente.
O efeito de partículas suspensas no dielétrico depende da natureza das partículas (por exemplo,
metais, fibras e borra) e do teor de água. É muito importante seguir criteriosamente os procedimentos
de amostragem do óleo, pois as amostras podem ser contaminadas durante a coleta.
TABELA 5.11 - Valores máximos recomendados para contagem de partículas de óleo mineral
isolante em serviço, de transformadores
129
NOTAS:
Estes valores recomendados estão conforme a norma ABNT NBR 10576 – “Óleo mineral isolante
de equipamentos elétricos – Diretrizes para supervisão e manutenção”. Consultar esta norma
para maiores informações.
Ponto de fulgor é a menor temperatura em que ocorre a inflamação dos vapores da amostra, pela
passagem de uma chama piloto. Não deve ser confundido com um halo azulado, que às vezes
circunda a chama piloto.
Descargas elétricas no óleo ou exposição prolongada a temperaturas muito altas podem produzir
quantidades suficientes de hidrocarbonetos de baixa massa molecular, causando a diminuição do
Ponto de Fulgor do óleo.
≤ -39ºC ≤ -12 ºC
Obs.: Outros limites de ponto de fluidez poderão ser aceitos mediante acordo entre comprador e
fornecedor.
A densidade pode ser útil para identificação do tipo de óleo. Em climas frios, a densidade do óleo
pode ser importante para determinar sua conformidade para o uso. Por exemplo, os cristais de gelo
formados a partir da água livre podem flutuar no óleo de alta densidade, e conduzir a abertura de
arco elétrico.
Não há evidência que a densidade seja afetada pela deterioração normal do óleo. A densidade
específica dá uma indicação do tipo do óleo ou mostra se houve uma contaminação com outro líquido.
130
TABELA 5.13 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo (Massa específica a 20ºC)
TABELA 5.14 - Valores especificados para óleo mineral isolante novo (Viscosidade Cinemática)
São da família dos hidrocarbonetos aromáticos sintéticos que têm boas propriedades térmicas e
elétricas. Estas propriedades, combinadas com sua excelente estabilidade química, foram úteis em
numerosas aplicações, entretanto, em virtude de sua estabilidade e resistência química à
biodegradação, as Bifenilas Policloradas são caracterizadas como poluentes para o meio ambiente.
A preocupação crescente com o impacto ambiental dos PCBs restringiu progressivamente seu uso, de
tal forma que foi proibido por acordo internacional.
O teor de PCB do óleo no equipamento novo e usado deve ser medido para confirmar se é livre de
PCB, pois há risco potencial de contaminação (por exemplo no tratamento e manuseio do óleo). O
óleo deve ser analisado, e se o teor de PCB encontrado exceder os limites definidos na legislação,
devem ser tomadas ações para sua destinação final.
Devem ser tomados cuidados especiais quando na necessidade de manuseio de PCBs, devido a sua
nocividade as pessoas.
131
TABELA 5.15 - Valores limites para teores de PCB em óleo isolante conforme norma ABNT NBR 8371
O enxofre está presente nos petróleos refinados, dependendo do óleo cru utilizado e do seu grau de
refinamento. Alguns compostos de enxofre atuam como antioxidantes naturais e auxiliam na
estabilidade da oxidação do óleo. Em altas temperaturas, o enxofre se decompõe nas superfícies
metálicas e produz os sulfetos, que podem afetar a condutibilidade do isolamento sólido do
equipamento.
Embora seja incomum, a formação do sulfeto pode também ocorrer em temperaturas mais baixas,
especialmente em superfícies chapeadas de prata. A determinação do enxofre corrosivo no óleo em
serviço é raramente necessária. Os testes tais como o ABNT NBR 10505 (tira de cobre), ASTM D1275
(tira de cobre) e DIN 51353 (tira de prata) são usados para assegurar a não existência de ataque
corrosivo em superfícies de metal desencapadas, sob condições normais.
A experiência internacional (folheto técnico CIGRÉ 378) indica que em circunstâncias especiais, tais
como alta temperatura de funcionamento, carga elevada e baixo índice de oxigênio (equipamentos
selados/ enchidos com nitrogênio), sulfeto de cobre (Cu2S) tem sido formado na isolação sólida.
A presença deste composto condutivo na isolação pode levar a falhas, e para detectar esse fenômeno,
se aplica o método da norma ABNT NBR 10505 – “Óleo mineral isolante – Determinação de enxofre
corrosivo”.
O óleo isolante é sujeito ao calor, ao oxigênio, à água e aos outros catalisadores, que são prejudiciais
às suas propriedades. A fim de manter a qualidade do óleo, devem ser executadas análises regulares.
Um dos primeiros sinais da deterioração do óleo pode ser observado pela sua cor.
132
A interpretação dos resultados, para verificar a deterioração do óleo, deve ser feita por pessoal
experiente, baseada nos seguintes elementos de Gestão de Risco e Análise do Ciclo de Vida útil:
Avaliação das tendências e a taxa de variação dos valores para uma determinada propriedade
do óleo;
No caso de óleo contaminado com PCB, o impacto ambiental é um fator crítico a ser considerado,
assim como a legislação vigente. Se houver suspeita de que o óleo tenha sido contaminado com PCB,
devem ser realizadas análises específicas e a interpretação dos resultados deve ser utilizada na
avaliação dos riscos e elaboração da estratégia de prevenção e mitigação dos danos potenciais ao
meio ambiente, à equipe e a população.
É complexo estabelecer-se regras rigorosas e rápidas para a avaliação do óleo em serviço ou limites
recomendados de ensaios para todas as aplicações possíveis do óleo isolante em serviço. A
classificação e qualquer ação corretiva deve apenas ser adotada após a devida consideração dos
resultados de todos os ensaios.
A condição do óleo pode ser classificada como “satisfatória”, “razoável” ou “insatisfatória”, baseada na
avaliação de suas propriedades físico químicas.
A tabela 5.16 mostra a relação entre alguns exemplos de problemas do transformador e sua
influência correspondente sobre os parâmetros para o óleo
Tabela extraída do Guide for Transformer Maintenance 445 A2.34 CIGRÉ, item 5.3.5 – oil tests results
management.
133
TABELA 5.16 – Relação entre problemas no Transformador e parâmetros do óleo.
Acidez/TIF A A A B B B B B A
Cor A A A B B B B B B
Rigidez B M A A M A M M A
Fator de A A A B B B B B A
Dissipação 1,2 1,2 1,2 2 9
Teor de Gás A A A A A A A M B
LEGENDA
INFLUÊNCIA DO
PROBLEMA NO
PROBLEMA NO TRANSFORMADOR
PARAMETRO DO
ÓLEO
A - Alta 1 – Degradação do óleo 5 – Envelhecimento do papel 9 – Água, Sedimentos, Emulsões
Exemplo de utilização:
Alta:
134
Média: Nenhuma.
Baixa:
Alteração da cor;
Os ensaios realizados no papel isolante, mais comumente utilizados são: Grau de polimerização (ABNT
NBR IEC 60450) e teor de Furanos e outros produtos do envelhecimento (ABNT NBR 15349), os quais
estão descritos no item 1.5 deste guia de manutenção.
Existem diversas técnicas de manutenção para avaliação da condição dos Comutadores de Derivação
em Carga.
A tabela 5.18 dá uma visão geral das capacidades de detecção de cinco dos métodos diagnósticos e
depois os mesmos serão discutidos mais detalhadamente.
135
TABELA 5.18 – Capacidade de Testes de CDC Diferentes
Vácuo
Vibro Acústico Reator
Resistor
Torque do motor Todos
Monitoramento Vácuo
Preditivo por analise Reator
de óleo
Resistor
Resistência dinâmica Todos
PROBLEMAS
Conexão/Engrenagens G G G G
Cronometragem/Sequência G E E E
Controle/Relés E
Motor G
Freio E
Lubrificação E
Alinhamento contatos G G G G
Arco M G E E E E
Superaquecimento/Carbonização M E E L M L
Transição E E E E
É de relevada importância que hajam critérios de manutenção dos comutadores de derivação, que
pode ser de acordo com o manual do fabricante, ou ainda aplicar a engenharia de manutenção,
analisando o perfil de carga, numero de comutações totais e desde a ultima manutenção, histórico de
defeitos e vida remanescente.
É recomendado que as peças a serem utilizadas nas manutenções sejam originais. Para determinar
quais são devem ser substituídas, deve-se levantar os seus dados de fabricação, número de
operações desde a ultima intervenção, bem como total de operações, e aplicar a tabela com os
componentes a serem substituídos ou checados, sendo que o serviço deve ser realizados por pessoal
capacitado, pois é de alta complexidade.
Periodicidade de manutenção:
136
O número de operações previstas do comutador de derivações em carga, o intervalo de tempo de
manutenção e a avaliação (comparada à carga) devem ser levadas em consideração para
corretamente atender a programação de manutenção recomendada, conforme descrito nos exemplos
a seguir:
A tabela 5.19 indica os critérios típicos para cada um dos tipos de comutador de derivações em
carga, o efeito da disposição da bobina de regulação e a carga no comutador de derivações em carga.
TABELA 5.19: Recomendações típicas dos fabricantes de CDC para intervalos de manutenção
* Estes critérios são normalmente estabelecidos na vida estimada de um contato de arcos na carga cheia
(aproximadamente 20%), a exceção o interruptor de vácuo que é baseado na vida mecânica dos foles.
** Os critérios básicos do tempo são estabelecidos tipicamente em uma aplicação de rede.
137
5.5.3 Análise Físico-Química e Cromatográfica.
Pesquisas realizadas principalmente nos EUA sobre o uso da análise de gás dissolvido no óleo isolante
de comutadores como ferramenta de diagnóstico indicam sua utilidade na detecção de carbonização
do óleo e dos contatos do comutador.
A principal questão a ser contornada para a aplicação do monitoramento preditivo por análise
cromatográfica em Comutadores de Derivação em Carga é o fato de que a concentração de gases
gerados nestes equipamentos pode dificultar a interpretação dos resultados. No entanto, mesmo
nestes casos, é possível estabelecer uma correlação entre taxas de elevação de alguns gases
específicos e defeitos relacionados a desgastes e carbonização nos contatos, rompimento de
cordoalhas, entre outros. Ou seja, é possível estabelecer critérios de diagnóstico da condição
operativa de Comutadores de Derivação em Carga a partir do teor de gases dissolvidos no óleo
mineral isolante.
Maiores informações são encontradas na brochura do CIGRÉ: WG D1.32: DGA in Non-Mineral Oils and
Load Tap Changers and Improved DGA Diagnosis Criteria.
A tensão de ruptura e o índice de água são dois parâmetros que podem afetar a confiabilidade do
comutador de derivação em carga. Os seguintes critérios são sugeridos na tabela 5.20:
Para comutadores conectados em delta, alguns fabricantes de CDC estabelecem valores superiores a
40 kV (VDE 0370) para aplicações com óleo mineral em serviço, sendo recomendado consulta direta
ao fabricante do CDC
A Medida da Resistência Dinâmica pode ser considerada como uma evolução do teste de resistência
do enrolamento. Introduzindo um valor conhecido de resistência no circuito de teste, e então
inserindo o enrolamento de regulação com uma corrente contínua, os testes transitórios das
flutuações de correntes podem ser gravados durante o processo de chaveamento dos comutadores de
138
derivação em carga. A resposta é gravada em um osciloscópio, um registrador transitório ou um
instrumento especializado. Analisando a resposta, a sequência do sincronismo e o valor dos resistores
de transição podem ser calculados e comparados às especificações de comutadores de derivação em
carga.
Molas quebradas;
Pressão do contato;
A medição dinâmica pode também detectar problemas no contato do interruptor do seletor ou uma
questão de sincronismo com o movimento do interruptor de seletor, o último representado por um
circuito aberto momentâneo durante a sequência de comutação. Devido a Medição de Resistência
Dinâmica poder somente ser aplicada off-line e exigir que as linhas terminais sejam desconectadas,
ela é geralmente limitada ao controle da qualidade dos comutadores de derivação em carga no
comissionamento ou após uma revisão, ou ainda para verificar a condição do CDC após uma atuação
da sua proteção.
Referências Bibliográficas:
A Medição do Torque do Motor pode fornecer informações valiosas na condição de todo conjunto, por
exemplo; acionamento, engrenagens, chave de carga e seletora e eixos. A medida é relativamente
simples e utiliza parâmetros do motor (corrente e tensão) para calcular a potência durante o ciclo de
operação do CDC.
Através de comparações dos valores medidos com os valores de referencia é possível detectar
anormalidade durante o processo de comutação.
139
Um exemplo da detecção de um problema de lubrificação é mostrado na figura 5.26 abaixo:
Figura 5.26 – Problema de Lubrificação da Movimentação do CDC Detectado pela Medida da Corrente do Motor.
Assinatura Vibro-Acústica
A assinatura vibro-acústica é obtida por uma sonda de vibração ou mais precisamente por um
acelerômetro de faixa de frequência, aplicado à parede do transformador para coletar as ondas
acústicas emitidas pelo mecanismo, similar a um estetoscópio. O método não deve ser confundido com
as medidas (ultra-sônicas) acústicas para a detecção de descargas parciais que usam sensores
ressonantes. A assinatura Vibro-Acústica é complementada geralmente pela medida da corrente do
motor, para controlar o período de registro (para começar e terminar a operação) e para identificar as
etapas diferentes na operação de comutador de derivação em carga.
Cada operação de comutação de tap produz ondas características da pressão e da vibração que são
transmitidas através do óleo e da estrutura do tanque. Diversos estudos demonstraram que, qualquer
degradação na condição do comutador de tap envolverá uma mudança detectável da assinatura
acústica. Inversamente, observou-se que esta mesma assinatura varia ligeiramente no caso de um
instrumento estável. A figura 5.27 mostra a influência no desgaste do contato em uma assinatura da
vibração da chave de carga
Figura 5.27 – Evidência do Desgaste do Contato na Marca de Vibro-Acústica de uma Chave Desviadora
140
A dificuldade principal com esta metodologia é estabelecer para cada tipo de comutador de derivação
em carga, os respectivos critérios para uma condição de funcionamento normal ou anormal de
funcionamento. Todavia, o método provou eficácia na detecção de um largo espectro das anomalias.
O procedimento completo de teste é não invasivo e pode ser executado quando o transformador
estiver em serviço.
Referências Bibliográficas:
Termografia
As práticas de manutenção implementadas pelas empresas concessionárias tem como objetivo manter
o bom funcionamento dos transformadores durante o ciclo de vida útil para o qual o equipamento foi
projetado. Além das técnicas de diagnóstico como, por exemplo, os ensaios básicos e avançados ou
mesmo o DGA, uma série de tarefas de manutenção (incluindo inspeções visuais) são recomendadas
durante a manutenção preventiva.
Baseado na divisão por sistemas de um transformador (descrito no capítulo 1 deste guia), este
capítulo propõe um plano de manutenção preventiva típico para transformadores de potência focando
nos principais modos de falha comumente encontrados durante a sua fase de operação normal.
141
5.6.1 Parte Ativa
Tanque
A integridade do tanque é ditada primeiramente por suas características mecânicas. Por princípio, o
tanque deve suportar a pressão de líquido isolante sem perder a sua estanqueidade. Portanto, a
integridade do tanque depende da condição das gaxetas localizadas nas superfícies (tampa,
conservador, radiadores, janelas de inspeção, portas de caixas de controle, portas e tampas do
compartimento do comutador de derivações em carga) e a integridade da solda do tanque. A corrosão
do tanque deve ser um ponto de especial atenção. Quando localizado externamente, o compartimento
do comutador de derivações em carga pode igualmente ser incluído na avaliação da condição do
tanque.
A seguir são descritos os principais aspectos a serem observados em uma manutenção, relacionados
com o tanque de um transformador.
Condição de limpeza;
Aterramento
142
5.6.2 Sistema de Preservação de Líquido Isolante e Conservador
Considerando os distintos tipos de sistemas de preservação de líquido isolante, descritos no item 4.2,
as ações de manutenção adotadas devem contribuir para manter a integridade destes, visando
garantir a expectativa da vida útil do transformador no que se refere ao contato com umidade e
oxigênio, dois fatores de fundamental importância nesta avaliação. Devido à integração com este
sistema, as ações de manutenção do conservador também são abordadas neste item.
Em sistemas internos ao conservador, a detecção de ruptura de bolsa ou membrana pode ser também
efetuada através da existência de óleo interno as mesmas. Indícios do rompimento da bolsa ou
membrana também podem ser observados na marcação equivocada do indicador de nível de óleo, já
que com o rompimento da membrana pode existir um sobrepeso desta, alterando o funcionamento
correto do indicador.
Em transformadores, onde um material secante for usado como preservação do óleo isolante, a
mudança de sua cor indica que o mesmo está saturado com umidade e que o ar que passa através do
respirador permanecerá úmido. Recomenda-se que, a substituição do material secante deve ser
realizada quando 50% do material alterar sua cor. Outro fator importante de constatação, é que a
mudança da cor deve ser observada sempre a partir do lado da entrada do ar atmosférico, caso a
coloração não ocorra nesta orientação ou mesmo não haja na evolução nesta “descoloração” durante
vários meses, deve haver a existência de um vazamento de ar na tubulação da conexão do respirador.
Outro ponto importante relacionado com conservadores é a sua suportabilidade a realização de vácuo,
devendo-se sempre verificar a necessidade do fechamento de válvulas de interligação com o tanque
principal.
A seguir são descritos os principais aspectos a serem observados em uma manutenção, relacionados
com os sistemas de preservação de óleo isolante e conservador.
143
5.6.3 Sistema de Resfriamento.
Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada
de umidade e animais.
Ventiladores
144
Verificação do funcionamento manual e automático dos ventiladores;
Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada
de umidade e animais.
Radiadores
Vazamento de óleo no radiador, junção dos flanges de conexão com motobomba, tubulações e
válvulas associadas, bem como nos bujões de drenagem de ar;
O principal fator que influencia no rendimento de trocadores de calor óleo/água é a corrosão das
partes metálicas devido à ação da temperatura e da própria água. Esta corrosão pode resultar no
vazamento de óleo observado através da saída da água quando da existência de decomposição do
material das aletas. Caso o transformador opere com a pressão da água maior que a pressão de
circulação do óleo, esta corrosão pode ocasionar na falha do transformador devido a brusca entrada
de água no equipamento. Neste caso, é importante avaliar a instalação de um redutor de pressão na
tubulação de entrada de água a fim de evitar maiores danos quando de falhas na estanqueidade do
trocador. Obstrução de tubulações por vegetação ou moluscos existentes nos reservatórios de água
que suprem este sistema também comprometem a eficiência da troca de calor.
Outro fenômeno que pode causar corrosão é a ação galvânica de metais não similares que é função
dos tipos de metais usados na construção do trocador e das condições ambientais em que estes são
operados. A corrosão ocorre geralmente entre metais não similares na parte mais baixa do resfriador,
na articulação dos tubos e da folha do tubo, sendo notado rapidamente quando ocorrem os
vazamentos de óleo. Em ambientes agressivos, as aletas dentro nos tubos de resfriamento sofrer
corrosão e desintegração.
145
Funcionalidade das válvulas do circuito de alimentação de água;
Vazamento de óleo através da junção dos flanges de conexão com motobomba, tubulações e
válvulas associadas, bem como nos bujões de drenagem de ar;
Como qualquer dispositivo preenchido de óleo, o relé de gás está sujeito a vazamentos, sendo este
um dos defeitos mais comuns neste componente devido à quantidade de pontos de possíveis, como
os registros associados, as vedações existentes e as buchas de conexão com as bóias de
acionamento. Existe relato pelas empresas concessionárias de atuações indevidas devido a alguns
fatores como a penetração de umidade ou de animais peçonhentos, ou mesmo devido a defeitos
associados à bóia de acionamento, como por exemplo, a migração de óleo para o interior das bóias
(não maciças) resultando na atuação da mesma. A seguir, são listados os pontos que merecem
atenção durante a manutenção de relé de gás:
Verificação de vazamentos através das vedações e buchas de conexão com enfiação das
bóias;
Realizar, quando possível, atuações das bóias de alarme e desligamento para verificar
funcionalidade;
Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada
de umidade e animais.
146
A seguir são listadas possíveis causas para atuação, devida ou não, do relé de gás:
Baixo nível de óleo, sem indicação no visor de nível de óleo do conservador ou mesmo ação
corretiva da manutenção antes da atuação do relé de gás;
O funcionamento adequado da válvula de alívio de pressão está ligado a dois aspectos específicos: a
pressão definida para atuação da válvula e os componentes responsáveis pela sinalização de
anormalidade (ou mesmo desligamento do transformador). Para tanto, é importante que não haja
alteração na pressão definida pelo fabricante, sem consulta prévia ao mesmo, bem como o sistema de
molas existente nunca devem ser desmontados sem que sejam tomadas todas as precauções de
segurança apropriadas. A seguir, são listados os pontos que merecem atenção durante a manutenção
da válvula de alívio de pressão:
Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada
de umidade e animais.
Quando da ocorrência de uma indicação equivocada de nível de óleo, os problemas mais comuns
identificados pelas empresas concessionárias são: defeito no flutuador localizado internamente ao
conservador (ou transformador), falha nos contatos, baixa isolação da enfiação e falha na indicação
do ponteiro, através do sistema de imã magnético existente. A seguir, são listados os pontos que
147
merecem atenção durante a manutenção do indicador de nível de óleo:
Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada
de umidade e animais.
Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada
de umidade e animais;
Verificar, periodicamente, a existência de óleo isolante conforme indicado nas “cubas” dos
sensores de temperatura, bem como o estado de conservação dos próprios sensores;
148
Controle do Sistema de Resfriamento
A manutenção preventiva periódica associada aos componentes elétricos / eletrônicos existentes nos
armários de comando e controle dos transformadores é baseada principalmente na prevenção contra
aquecimento das conexões elétricas existentes. Para tanto, são adotadas ações periódicas de
verificação do torque adequado as conexões terminais dos componentes e réguas, bem como a
implementação de uma rotina de inspeção termovisiva para a verificação de aquecimentos. Além
destas ações a manutenção da vedação das portas, do material selante isolante e a limpeza dos
componentes contribui para minimização dos defeitos neste sistema.
Verificação do torque das conexões elétricas nos componentes elétricos / eletrônicos e nas
réguas terminais;
Aplicar se necessário selante de silicone (não acético) nas caixas terminais para evitar entrada
de umidade e animais;
Realizar medição de corrente com alicate amperímetro, comparando entre fases, para verificar
balanceamento, sobrecarga ou mau funcionamento de algum componente de resfriamento do
transformador;
149
ou análise DGA a intervalos planejados;
Sempre que possível, verificar a condição de aterramento do tap capacitivo através da tampa;
A figura 5.28 ilustra como a secagem de um transformador pode aumentar sua expectativa de vida
útil gerando assim benefícios financeiros. Apesar do fato de existirem vários motivos que podem levar
um transformador a falhar, o envelhecimento da isolação é o principal parâmetro para determinar o
fim de sua vida útil.
A umidade no óleo, especialmente quando associada com partículas, reduz significativamente a sua
rigidez dielétrica e aumenta o risco de descarga eletroestática, e descarga parcial entre as fibras do
papel “tracking”.
150
Figura 5.29: Influência umidade e partículas na rigidez dielétrica
151
Conhecendo a porcentagem (%) de água e a massa no papel do transformador, pode-se avaliar a sua
quantidade de água. Como referencia, estima-se que o peso de papel no transformador seja em torno
de 12% em massa da sua parte ativa.
0,5 0,5
SCM/GTMS 019 - -
(TR novo) (TR novo)
Figura 5.31 - Solubilidade de agua no óleo ver fonte, linha tracejada e aplicar exemplo.
A figura 5.31 relaciona a temperatura do óleo com o teor de água de saturação em óleo novo (linha
cheia) e óleo oxidado com acidez de 0,30 mg KOH/g (linha pontilhada). O teor de água de saturação,
a uma dada temperatura, é a concentração máxima em que a água permanece solubilizada no óleo,
ou seja, acima desta concentração, qualquer quantia de água adicionada, ficará na forma de água
livre, como uma gotícula em suspensão (o óleo começará a ficar turvo).
152
O ponto de saturação da água no óleo aumenta com o aumento da temperatura. Por exemplo, para
um óleo novo:
O ponto de saturação da água no óleo também aumenta à medida que o óleo torna-se mais oxidado,
como mostrado no gráfico:
teor de água de saturação a 40° C para óleo oxidado com acidez de 0,3 mg KOH/g = 200
mg/kg.
Referência Bibliográfica:
ABNT NBR 10576: 2012 – “Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos – Diretrizes para
supervisão e manutenção” (páginas 6 e 7).
Figura 5.33 – Relaciona o teor de agua no óleo e a porcentagem de umidade no papel, em função da
temperatura da amostra.
Exemplo: Para um transformador com 10.000 litros de óleo, estimando 1.000 kg de isolação sólida,
com a amostra de óleo sendo tirada a uma temperatura de 40ºC e apresentando 40 ppm de umidade,
estima-se que o teor de umidade seja em torno de 4 %, ou seja, 0,4 litros contidos no óleo e 40 litros
na isolação sólida.
153
Aplicar um processo de secagem a um transformador em campo, seja devido ao alto teor de umidade
do sistema de isolação papel/óleo detectados nos ensaios físico químicos, ou após um reparo que
exigiu a retirada do óleo e exposição da parte ativa, ou mesmo em um transformador novo recebido
com umidade acima dos limites exigidos, é uma decisão técnica importante que deve ser analisada
com critério para que seja escolhida o melhor método que garanta o melhor custo beneficio de tal
forma a garantir confiabilidade operativa e prolongar sua vida util.
Um fator importante que deve ser considerado para investir em manter o transformador sempre seco,
consiste no fato de que ele pode ser mais carregado que um com maior teor de umidade, e ainda que
a expectativa de vida de seu sistema da isolação sólida é maior.
Enchimento do transformador com óleo sem controle do teor de umidade e rigidez dielétrica.
Durante intervenções longas, onde há necessidade da retirada da parte ativa da sua caixa, é
importante que o trabalho seja realizado em ambiente controlado, com baixa umidade e partículas em
suspensão, bem como mantê-la coberta, deixando exposta somente a região que esteja sendo
trabalhada, como exemplo de melhor pratica pode-se citar:
Voltando ao final do expediente de trabalho a parte ativa em sua caixa, retornando a tampa,
aplicando vácuo, e pressurizando com ar seco;
Retornar a parte ativa a sua caixa, cobrindo-a com uma lona e mantendo insuflamento de ar
seco;
Se não for possível retornar a parte ativa em sua caixa, envolve-la com uma lona (envelopar) e
manter insuflamento de ar seco.
154
Durante as inspeções visuais na parte ativa, ou atividades da manutenção em que o óleo é
parcialmente ou completamente drenado, deve-se manter sempre uma pressão positiva ou um fluxo
continuo de ar seco.
Existem vários métodos de secagem, que serão explorados nos próximos tópicos, e todos são
dependentes do tempo, da temperatura e em muitos casos do nível de vácuo aplicado. Secar a parte
ativa de um transformador é um processo que pode ser lento e tentar acelera-lo pode ter um impacto
direto no custo e na qualidade.
Outro item também de muita importância para a decisão da melhor técnica e custo/beneficio a ser
aplicado na secagem da parte ativa, é a necessidade da retirada do transformador do sistema, uma
vez que pode permanecer durante semanas fora de operação e com isso afetar a saúde financeira das
concessionarias, e podendo também causar prejuízo à sociedade no caso de falha da unidade que
assumiu a carga.
Por essa razão, os principais processos de secagem estão separados em dois blocos:
Esse processo utiliza uma maquina de tratamento de óleo isolante, com sistema de retirada de
umidade por termovácuo, de funcionamento automático para secagem de transformadores em regime
energizado, a qual é projetada especificamente para desumidificação, desgaseificação e filtragem de
óleo com o transformador energizado.
Esse processo utiliza a propriedade de migração de umidade do papel para o óleo quando o
transformador está aquecido, ou seja, com carga elevada, pois como a maquina trabalha em regime
continuo, quando o transformador está aquecido boa parte da umidade contida no papel é transferida
para o óleo, e como o óleo passa por processo de secagem pela termovácuo, a umidade é retirada e
não mais retorna para o papel, em processo continuo.
Esse processo, além de desumidificar o óleo, próximo a 5 ppm, também possibilita a extração dos
gases dissolvidos, pois grande parte dos gases serão extraídos e após o termino do processo aos
poucos todos ou um parte deles voltarão até a estabilização. Durante o processo de desumidificação,
a analise de DGA pode ser mascarada pela desgaseificação. O conteúdo de partículas contidas no óleo
do transformador também é reduzido, o que também é uma excelente característica.
Esse equipamento opera normalmente com vazão variável, na ordem de 500 até 2.000 l/h, e possui
um sistema de controle de temperatura, de tal forma que o óleo que circula pela câmara de
desgaseificação e desumidificação não exceda aos 60ºC (+/- 5ºC), pois acima dessa temperatura
pode haver degradação do óleo isolante, assim caso o óleo esteja acima, a pressão de vácuo é
reduzida para proteção das características do óleo.
155
O custo beneficio desse processo é atrativo caso se tenha alguns transformadores a serem secos, pois
há o custo inicial da compra do equipamento porem o custo operacional é muito baixo. Caso não haja
muitos transformadores com necessidade de secagem energizada, podem ser aplicados outros
métodos com custo menor do equipamento, porem com custo operacional maior, portanto há de se
fazer o comparativo para cada realidade.
Esta técnica utiliza um sistema de filtragem por cartuchos que tem a capacidade de absorver a
umidade dissolvida no óleo isolante, garantindo baixo teor de umidade no óleo na saída da máquina,
a valores menores que 10 ppm, bem como elevação da rigidez dielétrica.
Este sistema não interfere no acompanhamento de gases dissolvidos e também não remove os
inibidores de oxidação do óleo e opera a uma baixa vazão constante e na ordem de 1.100 l/h. Possui
pressostato de desligamento automático e indicação de pressão alta no compartimento de filtro,
indicando sua saturação.
Para determinar quando os elementos devem ser trocados e a quantidade de água que está sendo
retirada, deve-se fazer o ensaio periódico do conteúdo de água na entrada e na saída da máquina. A
umidade na saída começará a aumentar à medida que o elemento aproxima-se de sua capacidade de
remoção de água. O processo não liberará a umidade de volta para o óleo, entretanto, se os
elementos não estiverem retirando umidade, o processo não será efetivo. A quantidade de elementos
necessários e o intervalo de troca variam de acordo com o conteúdo de água e a taxa de
transferência de umidade da parte ativa do transformador para o óleo.
Este sistema apresenta um custo inicial relativamente baixo frente a um custo operacional elevado,
devido ao número de filtros a utilizar durante o processo de secagem, pois a retenção de umidade é
reduzida.
As peneiras moleculares são zeólitas, que é um grupo numeroso de minerais que possuem uma
estrutura porosa. Esse nome provem da observação de que após o aquecimento rápido de um mineral
natural, as pedras começavam a saltitar à medida que a água se evaporava, em que do grego
significa "pedra que ferve".
São compostos de alumínio e silício (alumino-silicatos) altamente alcalinos e com alto grau de
ordenação microscópica. Existem zeólitas naturais e sintéticas; as sintéticas são as utilizadas,
comumente para a obtenção de álcool etílico anidro a partir de álcool hidratado.
A característica principal das zeólitas sintéticas é ter poros microscópicos de diâmetro preciso e
grande área superficial. Geralmente apresentam-se como partículas do tamanho de ervilhas.
Na indústria as zeólitas são usadas no processo de desidratação do álcool etílico com poros de
diâmetro de cerca de 3 angstroms. Esse diâmetro de poro é muito pequeno para moléculas de álcool,
que têm cerca de 4,4 angstroms de diâmetro, mas são suficientemente grandes para que moléculas
156
de água, que têm cerca de 2,8 angstroms de diâmetro. É este método seletivo das peneiras
moleculares o responsável pelo termo “peneira” em sua denominação.
São compostos de uma rede tridimensional de tetraedros ( e ) ligados entre si pelos átomos
de oxigênio, originando assim uma estrutura microporosa compensada eletronicamente por outros
cátions como por exemplo, , , , . A existência de cavidades e de canais regulares de
tamanho molecular na estrutura das zeólitas permite a captura de moléculas de agua em seu interior.
A agua nos canais é facilmente desprendida com o aquecimento. Esse processo de captura seletiva
depende da estrutura particular da zeólita, ou seja do tamanho do poro, e do tamanho das moléculas,
podendo assim ser usada como peneira molecular.
A sua estrutura cristalina complexa origina diversas variações de estruturas porosas tendo cada uma
diferentes capacidades de armazenamento de agua em seus poros.
A zeólita usada normalmente em óleo mineral isolante tem granulometria de 2,5 a 5 mm e com
diâmetro de poro de 4 Å, e com possibilidade de recuperação.
A maquina de secagem desse processo é construída por colunas que acondicionam o material
adsorvente, uma bomba mecânica para circular o óleo do transformador pelas colunas com o material
adsorvente, eletroválvulas, filtros coalescentes e sensores de temperatura, de pressão e de vácuo. A
forma de ligar se iguala as demais maquinas que se propõem a realizar a secagem com o
transformador em operação, equipada de todas as proteções necessárias para operação com
segurança.
Para recuperação da peneira molecular utiliza-se um forno de 350ºC, com controle de elevação de
temperatura, depois ela passa por lavagem com vapor d’agua a 100ºC, através de uma caldeira a
vapor em uma coluna de inox, em seguida é seca em um forno a 350ºC por 24 horas.
Possui excelente capacidade de extração de agua do óleo mineral isolante e não altera as
características físico químicas e os gases combustíveis do transformador, bem como pode ser
instalado filtro para retenção de partículas.
157
Figura 5.34 – Estrutura molecular da zeólita.
O óleo é succionado pelo registro inferior do transformador e retorna pelo registro do tanque
de expansão;
A vazão não deve ultrapassar a 10% do volume do transformador, a fim de evitar problemas de
turbulência de óleo na parte ativa, evitando o fenômeno de cargas estáticas;
Estes sistemas são projetados para operação continua totalmente desassistida, de forma segura
e sem necessidade de supervisão. As mangueiras são providas de válvulas solenoides e de
retenção em suas extremidades ligadas ao painel principal de controle, assim caso ocorra perda
de fluxo, com exemplo devido a vazamento nas mangueiras, a máquina é desligada e as
solenoides interrompem a circulação de óleo;
Deve-se tomar o cuidado de adicionar óleo na maquina antes do inicio do processo, para evitar
baixo nível de óleo no transformador;
158
5.7.2 Secagem Off-line, com o Transformador Fora de Serviço.
Este método é considerado muito eficiente, rápido e econômico, comparado a outros métodos, onde o
ar e os vapores são bombeados do transformador por um conjunto de alto vácuo, composto por uma
bomba mecânica e um Buster (Roots).
É recomendado para secagens onde o valor da umidade contida no transformador não esteja muito
elevada, ou seja, que a URSI esteja abaixo de 2,5% para transformadores usados e 1,5% para novos.
Verificar se o transformador e seus acessórios suportam vácuo pleno, bem como interligar o
comutador de derivação em carga (CDC)
O tempo de vácuo deve variar de acordo com o volume do transformador e o seu teor de umidade,
normalmente varia de 24 a 72 horas, depois do ciclo de vácuo, o transformador deve ser pressurizado
com gás inerte e seco, a pressão de 0,2 kg/cm², repousar por 24 horas, e fazer o ensaio de URSI
para avaliação, caso não se tenha obtido o valor adequado, deve ser analisado a viabilidade de se
repetir o ciclo, ou adotar outro método, se este não está sendo eficiente. Preferencialmente o tanque
de expansão e os radiadores não devem fazer parte do volume sob vácuo.
Esta técnica baseia-se na propriedade física da reduzir a temperatura de vaporização da água pela
diminuição da pressão.
Pelas leis da termodinamica a pressão de vapor é aquela exercida quando a pressão está em
equilíbrio com o líquido, ou seja, a quantidade de agua que evapora é a mesma que se condensa. A
pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um líquido. Quanto maior for a sua
pressão de vapor (vácuo), mais volátil será o líquido, e menor será sua temperatura de ebulição.
Um líquido entra em ebulição quando a pressão do sistema atinge a sua pressão de vapor, ou seja,
seu ponto ou temperatura de ebulição.
Em locais com maior altitude, onde a pressão atmosférica é menor, a temperatura de ebulição é mais
baixa já que sua pressão de vapor precisa se igualar a um valor menor, considerando que o sistema é
aberto.
Podemos então considerar que todo o líquido evapora, mesmo estando abaixo de sua temperatura de
ebulição, uma vez que ocorre naturalmente o equilíbrio entre a pressão que o líquido exerce sobre as
moléculas na superfície que se encontram na forma de vapor. Quando a pressão do vapor diminui, há
uma maior evaporação do líquido para que novas moléculas se tornem vapor e atinjam o equilíbrio.
A tabela 5.22 mostra como a variação da pressão altera a temperatura do vapor da agua, portanto
para que seja obtida uma secagem eficiente há necessidade de se controlar a pressão de vácuo do
transformador.
Outra propriedade importante do vácuo é que ele é um excelente isolante térmico, portanto a
159
temperatura ambiente e a inicial do processo são extremantente importantes para uma secagem
eficiente e devem ser consideradas para o nivel de vácuo que se deve atingir.
15 12,7
20 17,2
25 20,8
30 23,8
40 28,6
50 32,5
60 35,8
80 41,2
100 45,4
112 49,1
Nos processos de secagem da parte ativa de transformadores, alguns requisitos são importantes para
garantir a eficiencia do sistema, tais como:
Para transformadores acima de 10m³, a vazão do conjunto de alto vácuo não deve ser inferior
a 1.000 m³/h;
Deve-se medir a pressão de vácuo através de instrumento eletrônico de precisão aos níveis
requeridos para conseguir a evaporação da agua, ser instalado em ponto superior do tanque e
distante ao ponto de conexão do vácuo. Considerando a tabela 5.22, se a temperatura
ambiente for em torno de 24º C, deve atingir um vácuo menor que 30 mBar;
Deve ser verificado a estanqueidade do transformador, com pressão positiva antes de se iniciar
o processo;
Este método é considerado muito eficiente, e de simples aplicação para secagens onde o valor da
umidade contida na parte ativa esteja elevada, ou seja, que a URSI esteja superior a 2,5% para
transformadores usados e 1,5% para novos.
Aplicando os princípios da termodinâmica, o óleo é utilizado para aquecer a parte ativa (núcleo e
bobinas) e assim propiciar melhores condições de retirada de umidade pelo processo de alto vácuo,
uma vez que a parte a ativa estando aquecida, a baixa pressão gerada pelo vácuo irá facilitar a
160
extração da umidade, bem como funcionar como isolante térmico, portanto terá menor perda pela
dissipação do calor.
Deve-se verificar se o transformador e seus acessórios suportam vácuo pleno, bem como interligar o
comutador de derivação em carga (CDC)
Neste método, o transformador é cheio de óleo, até que a parte ativa esteja totalmente coberta, o
volume necessário normalmente atinge 70 a 80 % do total do transformador. Depois se inicia o
processo de circulação do óleo, extraindo do registro inferior circulando por uma máquina de
tratamento de óleo e retornando ao transformador através da válvula superior.
Para que se tenha maior rendimento do processo, as válvulas dos radiadores devem ser fechadas,
para reduzir a troca térmica. O transformador também deve ter sua pressão equalizada com a
atmosfera, pelo respiro de sílica-gel.
Depois de atingido a estabilização térmica, entre a entrada e saída da maquina de tratamento de óleo,
ou seja, a diferença de entrada e saída deve-se manter constante, deve-se manter a circulação por
mais de 24 horas.
A temperatura da maquina de tratamento a ser utilizada nesse processo, para que não haja
fracionamento ou oxidação do óleo, deve ser de 60ºC (+/- 5ºC) caso se aplique vácuo na câmara, ou
de até 80ºC (+/- 5ºC), caso não seja aplicado vácuo da câmara, uma vez que esse óleo deve ser
utilizado para enchimento definitivo do transformador.
Depois de atingida a estabilidade térmica e passadas 24 horas, o óleo deve ser retirado por bomba de
alta vazão e aplicado vácuo, imediatamente a seguir para que não haja perda térmica.
Preferencialmente o tanque de expansão e radiadores não devem fazer parte do volume sob vácuo. O
tempo de aplicação de vácuo recomendado é de 24 a 72 horas, dependendo do teor de umidade
inicial e do volume do transformador.
Depois o transformador deve ser pressurizado com gás inerte seco, a pressão de 0,2 kg/cm², e 24
horas após deve ser realizado ensaio de URSI, caso ainda não seja atingido o valor desejado, deve-se
reavaliar a viabilidade de se repetir esse método ou aplicar nova metodologia, considerando o ganho
de secagem adquirido.
Este método é de aplicação mais complexa, comparado com os anteriores. Indicado para secagens
onde o valor da umidade contida na parte ativa esteja elevada, ou seja, que a URSI esteja superior a
2,5% para transformadores usados e 1,5% para novos.
Consiste em aspergir óleo quente sobre as bobinas do transformador, utilizando volume reduzido de
óleo, ou seja, cerca de 10 a 15% do volume total do transformador, de forma a que as bobinas não
fiquem imersas no óleo, pois assim dificultaria a extração da umidade pelo vácuo, uma vez que o
transformador permanece sob vácuo durante a circulação do óleo.
161
Nesse processo são montados bicos aspersores direcionados nas bobinas do transformador, utilizando
as escotilhas superiores para fazer a montagem da tubulação.
A temperatura do óleo não deve ultrapassar a 60ºC (+/- 5ºC) sob risco de seu fracionamento ou
oxidação, visto que esse óleo poderá ser reutilizado no enchimento final. Todavia caso não haja
interesse de reutilização, bem como para melhorar a eficiência do processo, pode-se circular o óleo a
80ºC (+/- 5ºC). Recomenda-se utilizar uma bomba auxiliar para retirada do óleo, visto que o
transformador permanece sob vácuo durante o processo, o que dificulta a extração do óleo pelo
registro inferior.
O tanque de expansão e radiadores devem ser isolados para reduzir o volume sob vácuo, bem como
as perdas térmicas, em que recomenda-se revestir o transformador com mantas térmicas e lona a
prova de água. De maneira mais simples para controlar a temperatura do transformador, mede-se a
temperatura de entrada e saída do óleo, de tal forma a atingir um equilíbrio, que depois de atingido,
deve permanecer por 5 a 8 dias, dependendo do volume do transformador e do teor de umidade
inicial.
Depois de concluído o ciclo, o óleo do transformador deve ser drenado, e submetido a processo de
vácuo por no mínimo 24 horas, monitorando-se a pressão. Depois deve ser pressurizado com gás
inerte seco, a pressão de 0,2 kg/cm², e 24 horas após deve ser realizado ensaio de URSI, caso ainda
não seja atingido o valor desejado, deve-se reavaliar a viabilidade de se repetir esse método ou
aplicar nova metrologia, considerando o ganho de secagem adquirido.
A eficiência de secagem desse processo é excelente, bem como o tempo é o mais curto de todos os
métodos conhecidos.
No sistema vapour phase, vapores do solvente que possuem a característica de alto poder de
penetração, atingem até os pontos mais internos da isolação e são utilizados como transportador de
calor. Quando os vapores do solvente entram em contato com a parte ativa do transformador, o calor
latente do solvente é transmitido, e a distribuição do calor é mais uniforme e rápida.
Esse processo nas fabricas é empregado numa primeira etapa na fase de prensagem e impregnação
das bobinas. Após a montagem das bobinas no núcleo e ferragens, toda a parte ativa é submetida
novamente ao processo de secagem e depois é feita a prensagem final.
Devido aos valores elevados de temperatura que os enrolamentos são expostos, é reduzido o grau de
polimerização, que em um papel craft novo é na ordem de 1.200, ao final do processo pode atingir
cerca de 1.000.
162
microprocessado e possui curvas experimentais que indicam, em função do peso do papel utilizado na
construção, qual o tempo de se parar o processo. Ao final é medido em laboratório a umidade do
papel pelo método do karl fisher, através de um corpo de prova de sacrificio.
A imagem abaixo mostra o tempo de secagem para diferentes aplicações. Como se vê, a circulação de
óleo de secagem é um relativamente longo, comparado com o vapour phase
Como referencia o condensador de gelo seco possui uma área de resfriamento de aproximadamente
12.000 cm² e com capacidade de 70 kg de gelo seco. Na montagem do sistema, o transformador,
condensador e o conjunto de alto vácuo são ligados em série, sendo que o condensador deve ser
instalado o mais próximo possível do transformador e ligado a este por uma tubulação de 8” de
diâmetro.
O principio de operação baseia-se no gradiente de pressão do vapor d’agua que se estabelece entre a
superfície da isolação do transformador e a câmara fria do condensador. A pressão do vapor d’agua a
-80ºC, que é temperatura da câmara fria do condensador, é de 0,0004 mmHg e a pressão parcial de
equilíbrio do vapor d’agua á 18ºC é de aproximadamente 0,04 mmHg, para um teor de umidade de
0,5 % na isolação.
Essa relação 100:1 no gradiente da pressão de vapor faz com que se consiga uma grande eficácia da
migração da umidade da isolação para a câmara fria. A relação varia dependendo da temperatura na
isolação e da concentração de umidade. Sem esse condensador de vapor criogênico, a melhor relação
possível seria de 10:1.
163
Para avaliação do processo de secagem, diariamente deve-se retirar o reservatório de gelo/acetona
do condensador e efetuar a raspagem, medindo o volume de condensado, esse volume deve ser
reduzido diariamente até a estabilização, o que indica que o processo pode ser interrompido, podendo
então pressurizar o transformador para medição da URSI e decidir por interromper o processo ou dar
seguimento.
Esse processo é bastante eficiente para retirada de umidade interna dos enrolamentos, sendo que o
tempo de secagem é reduzido em relação ao alto vácuo, para transformadores com elevado teor de
umidade, acima de 2,5%, porem há dificuldade com a construção do dispositivo e tubulação, bem
como com a aquisição de gelo seco e acetona em grande quantidade e regiões de poucos pontos de
fornecimento.
O método LFH, baseia-se na aplicação progressiva de corrente nos enrolamentos a fim de aquecer o
transformador de forma mais eficaz a uma temperatura ideal e segura na faixa de 110ºC. O método
sugere aplicar uma corrente de frequencia na faixa de 1 a 50 mHz, e como referencia pratica, na faixa
de 0,05 a 0.0015 Hz. Suas principais vantagens são:
A tensão de impedância é muito reduzida com baixa frequência, ou seja, a tensão aplicada é
baixa. O LFH é aplicado após a retirada do óleo, e a aplicação tensão é baixa a fim de eliminar
qualquer risco de flashover entre as espiras, devido a alta conditividade do vácuo.
Devido a temperatura utilizada ser muito maior comparada aos tratamentos tradicionais de óleo
quente (110°C versus 60°C) a remoção da humidade com LFH é mais eficaz.
A corrente aplicada ao enrolamento de alta tensão é cerca de 20 a 50 por cento da corrente nominal
do transformador, sendo limitada pela temperatura do enrolamento induzido.
A frequência pode variar ligeiramente, a fim de controlar a corrente do enrolamento de baixa tensão,
que está em curto-circuitado durante a secagem. A temperatura do enrolamento deve ser limitada a
110°C e monitorada pela medição de resistência do enrolamento. Este limite de temperatura não
causa qualquer envelhecimento precoce no papel do transformador.
Para um melhor rendimento durante o aquecimento dos enrolamentos, deve-se aliar uma pulverização
164
de óleo quente (hot oil spray), através de bicos aspersores sobre as bobinas e núcleo. O spray de óleo
quente deve possibilitar temperaturas no isolamento externo proximo aos 90°C.
Retirada do óleo e aplicação de vácuo para remover a umidade, em conjunto com a aplicação
spray de óleo quente e corrente de baixa frequencia (LFH);
Aplicação de vácuo;
Depois o transformador deve ser pressurizado com gás inerte seco, a pressão de 0,2 kg/cm²,
após deve ser realizado ensaio de URSI, caso ainda não seja atingido o valor desejado, deve-se
reavaliar a viabilidade de se repetir esse método ou aplicar nova metrologia, considerando o
ganho de secagem adquirido.
Pode haver necessidade de aplicação de diversos ciclos para conseguir uma boa secagem.
É complexo estabelecer-se regras rigorosas e rápidas para a avaliação do óleo em serviço ou limites
recomendados de ensaios para todas as aplicações possíveis do óleo isolante em serviço. A
classificação e qualquer ação corretiva consequente devem apenas ser adotadas após a devida
consideração dos resultados de todos os ensaios. A tendência de tais resultados ao longo de um
intervalo de tempo é considerada informação essencial para se chegar a uma decisão final.
Os óleos em serviço podem ser classificados como "atendem os valores limites" ou "não atendem os
valores limites" com base na avaliação de suas propriedades.
Ação corretiva
Em geral, dois tipos de contaminação/deterioração do óleo podem ser consideradas: física e química.
Cada uma requer uma ação corretiva de acordo com a tabela 5.23.
Quando um resultado de ensaio estiver fora dos limites uma nova amostra deve ser retirada
para confirmação antes que qualquer outra ação seja adotada.
165
TABELA 5.23 – Ações Corretivas
Presença de sedimentos
Presença de borra
NOTA.- Em alguns casos, se a contaminação química for extremamente elevada, pode ser mais
econômica a substituição do óleo. A análise de viabilidade da regeneração deve ser realizada.
Tratamento Termovácuo
Durante o processo de desgaseificação o óleo isolante é aquecido antes de ser pulverizado na câmara
de vácuo e a temperatura máxima de 60°C (+/- 5°C) deve ser observada a fim de evitar a perda
parcial de inibidores de oxidação.
A figura 5.36 mostra o circuito básico de tratamento do óleo isolante em uma máquina de
termovácuo.
MULTIPLICADOR
DE VÁCUO
CONEXÃO DE
VÁCUO AUXILIAR
BOMBA DE
VÁCUO
BOMBA DE ÓLEO
ADMISSÃO
DE ÓLEO VISOR DE
NÍVEL DO
ÓLEO
FLUXÔMETRO BOMBA DE
DESCARGA
DE ÓLEO
166
A pressão hidrostática entre o óleo e a água pode ser vencida por meio da agitação, deslocando a
água até a superfície do óleo. A tensão superficial entre estes dois líquidos pode ser rompida,
reduzindo-se a pressão absoluta, até que se atinja a pressão de vapor da água, para que a mesma
seja liberada do óleo na forma de vapor.
Os sistemas termovácuos removem eficientemente a água e os gases dissolvidos no óleo, bem como
pequenas quantidades de água livre. Se o óleo apresenta material sólido ou borra, é aconselhável
passá-lo previamente por um filtro antes de processá-lo a vácuo.
A conclusão do tratamento por termovácuo é determinado pelos resultados obtidos nos ensaios físico-
químicos e cromatograficos.
Regeneração
Embora a principal aplicação do sistema seja para regeneração do óleo e consequente remoção de
borras, compostos ácidos, resíduos de oxidação e outros compostos solúveis, também é usada como
substituta dos processos convencionais de tratamento (desgaseificação, desumidificação e filtragem)
do óleo isolante.
As características físico-químicas originais que identificam o tipo de óleo mineral isolante não são
alteradas durante o processo de regeneração, ou seja, densidade, viscosidade, índice de refração,
ponto de anilina, composição carbônica e “stray gassing”.
167
Figura 5.37 – Alteração da coloração do óleo em virtude de seu envelhecimento.
O processo de regeneração normalmente utiliza 2 grupos de colunas de terra Fuller, de tal forma que
enquanto um grupo de colunas faz a regeneração, o outro grupo passa por processo de reativação,
onde os resíduos que foram retidos no processo são queimados, devolvendo a terra fuller as mesmas
propriedades, podendo ser reciclado por centenas de vezes, e quando chega ao final de sua vida útil,
ou seja, quando apresenta baixa eficiência, pode ser descartado em aterro comum, sendo portanto
amigável com o meio ambiente.
O processo de reativação das colunas é feito por colares de aquecimento instalados em sua parte
superior, onde é feita a ignição da queima e aquecendo a terra Fuller, iniciando o processo de
queima, esse processo de reativação pode durar até 16 horas e atingir temperaturas de até 500ºC.
Possui também um sistema de aditivo DBPC, composto de um tanque com agitador. A aditivação visa
restabelecer as características do óleo isolante durante o processo de regeneração.
168
5.9 Tratamento de Óleo Isolante com Enxofre Corrosivo
O enxofre corrosivo no óleo é um problema reconhecido por décadas, já que o enxofre presente no
óleo mineral isolante depende do seu grau de refino. Na produção de óleos isolantes, os compostos
de enxofre que apresentam potencial corrosivo são removidos durante o processo de refino.
No Brasil, segundo relatório da ANEEL 0040/2007, os primeiros casos de falhas, provocadas por este
problema em transformadores, ocorreram no final do ano de 2004. As falhas ocasionadas pelo
enxofre corrosivo ocorrem após a formação do sulfeto de cobre (Cu2S) na isolação do enrolamento.
Tal formação provoca a diminuição da resistência elétrica entre as espiras, o que provocará, em longo
prazo, descargas parciais e, por conseguinte, a falha do equipamento.
Após estudos investigativos realizados por diferentes laboratórios e centros de pesquisa, as falhas
relatadas no relatório supracitado foram atribuídas a contaminação do óleo mineral isolante com o
composto dibenzildisulfeto (DBDS).
Alguns tratamentos do óleo podem ser realizados para prevenir a formação do sulfeto de cobre na
isolação do enrolamento. É importante ressaltar que os tratamentos do óleo são descritos em resumo
nesta seção. O folheto técnico 378 (preparado pelo WG A2.32 da CIGRÉ) descreve mais
detalhadamente o problema, sua detecção e técnicas possíveis para a redução.
Estes tratamentos devem ser considerados após a indicação da presença do enxofre corrosivo no
óleo.
A seguir, são descritas as práticas utilizadas para identificar o DBDS e mitigar os efeitos da presença
do enxofre corrosivo no óleo isolante dos equipamentos.
Este ensaio tem por objetivo determinar a quantidade de DBDS dissolvido no óleo mineral isolante.
O método de ensaio para a detecção do enxofre corrosivo está descrito na norma ABNT NBR 10505,
onde é comparada a coloração do corpo-de-prova submetido ao ensaio com o gabarito da norma
ASTM D13 IP54, o qual indica o nível corrosivo do óleo mineral isolante em teste, conforme mostra a
figura 5.39.
169
Figura 5.39 - Padrão de cores para identificação da presença de
enxofre corrosivo conforme ASTM D130 IP 54
O seu decréscimo no óleo não indica, necessariamente, a formação do sulfeto de cobre, já que o
DBDS também pode atuar como antioxidante no óleo mineral isolante.
Esta é a técnica mais comumente utilizada, porém ela apenas inibe a formação de novos compostos,
não eliminando o sulfeto de cobre já formado e depositado na superfície da isolação sólida.
Tipicamente, o passivador adicionado ao óleo é o tolutriazol (TTA) e a sua concentração varia entre
dez e várias centenas de partes por milhão (ppm).
Com óleo em boas condições, esta é a ação necessária para impedir a progressão do problema.
Entretanto, observou-se que, em alguns casos, em função do óleo estar envelhecido, o passivador é
consumido rapidamente. Em casos extremos, mais da metade do passivador adicionado foi perdido
após alguns meses, conforme indicado na figura 5.40.
Por esse motivo é importante monitorar o índice residual do passivador no óleo, a partir da
determinação do teor de tolutriazol (TTA), a fim de detectar seu esgotamento.
170
Figura 5.40 - Taxa de decréscimo do passivador em uma unidade
Fonte: Culper Sulphide in transforme Insulation – Workin Group A2.31 – Cigré – Abril 2009
Este ensaio tem por objetivo determinar a quantidade de TTA dissolvido no óleo mineral isolante.
Não existe um método para eliminação completa do enxofre corrosivo da isolação na parte ativa do
equipamento, pois a retirada do Cu2S depositado na isolação, entre as espiras, é um processo ainda
desconhecido.
Substituição do Óleo
A opção é simplesmente substituir a carga de óleo mineral isolante com características corrosivas por
outra isenta de contaminantes. Esta prática foi usada com sucesso no Brasil em muitos equipamentos
com problemas. Entretanto, é importante assegurar-se que a maior parte possível do óleo
contaminado seja removido, já que pequenas quantidades de compostos de enxofre com potencial
corrosivo, não retirados do equipamento, podem contaminar a nova carga de óleo, tornando-o
corrosivo.
Embora a lavagem da parte ativa do equipamento com óleo isento de contaminantes seja um
processo que sirva para retirar parte do óleo contaminado contido na parte ativa, este processo
aplicado com a finalidade de remoção do enxofre corrosivo tem a sua eficácia limitada.
171
O processo sugerido é, a partir da retirada dos compostos corrosivos do óleo mineral isolante, os
compostos corrosivos da parte ativa tendem a migrar para o óleo e assim retirados no processo de
“purificação” do óleo e assim, por consequência, reduzir a quantidade destes compostos na parte
ativa.
O processo de lavagem da parte ativa combinado com a posterior substituição da carga de óleo é
recomendável, para que seja minimizada a quantidade de óleo contaminado presente no papel
isolante.
Além disso, também é recomendável testar de antemão uma mistura do óleo a ser substituído e o
novo. Se uma mistura com uma relação de 1:10 apresentar um bom desempenho nos testes de
laboratório, se supõe que a troca do óleo será adequada.
Para os transformadores com uma relação elevada de massa de isolação celulósica para o total de
massa do óleo, será necessário um cuidado maior, em função do volume de óleo residual impregnado
no papel isolante ser significativo.
Referência Bibliográfica:
ASTM D130 Standard Test Method for corrosiveness to cooper from petroleum products by
cooper strip test.
Este fenômeno ocorre devido ao atrito dinâmico do óleo do óleo mineral isolante com o isolamento
sólido, provocado pela circulação de óleo. O atrito provoca a separação de cargas elétricas na
interface dos materiais envolvidos e em algumas situações a eletrização atinge valores que poderão
causar falhas no equipamento. Para que este fenômeno físico ocorra, é necessária a existência de:
172
Conforme explica Baltar e Outros em seu trabalho “Eletrização estática em transformadores”, o
mecanismo da eletrização estática pode ser dividido em três fases, mutação de cargas, separação
de cargas e neutralização das cargas.
Ocorre quando o corpo sólido estiver em contato com um líquido, mesmo que esteja inerte. Cargas
elétricas são separadas e adsorvidas por um deles e as outras ficam distribuídas nas regiões vizinhas,
formando ao longo das superfícies em contato uma dupla camada eletrizada.
Ocorre quando o líquido entra em movimento assim carregando os íons formados na mutação, dando
origem à eletrização por atrito ocasionada pelo movimento do óleo.
Neutralização
É no momento da neutralização, que devido à descarga elétrica, podem ocorrer danos à isolação
provocando a falha do equipamento, ou mesmo a explosão se ocorrer em meio gasoso.
Para o óleo mineral isolante, são considerados críticos níveis de Tendência ao Carregamento
eletrostático (TCE) de mais de 1000 µC/m3, quando a velocidade de bombeamento do óleo em atrito
com o papel isolante atinge valores de mais de 1m/s.
Em equipamentos cujo óleo mineral isolante possua elevada tendência ao carregamento eletrostático,
recomenda-se cuidados, inclusive durante a manutenção, para que não sejam criadas as citadas
condições para a ocorrência deste fenômeno.
Conforme será descrito a seguir, algumas condicionantes para que ocorra o fenômeno podem ser
controladas para mitigar o aparecimento da eletrização estática.
Uma das condicionantes para a ampliação da eletrização estática é o fluxo de óleo dentro do
equipamento. A figura 5.41 demonstra o aumento da corrente de fuga provocada pelo carregamento
estático em função do aumento do número de bombas e, por conseguinte, aumento da vazão do
óleo. Para este equipamento o limite máximo aceitável para a corrente de eletrização estática era de 4
µA.
173
Figura 5.41 – Aumento da corrente de eletrização estática em função do
incremento do número de bombas no sistema.
Quando o fluxo do óleo isolante, feito por bombas, dentro do equipamento é muito elevado, há o
aumento considerável da eletrização estática pois, como a velocidade do óleo é maior, o processo de
troca de cargas elétricas é intensificado. Tal aumento de fluxo pode ocorrer durante manutenções
como por exemplo, em processos de recuperação do óleo mineral ou enchimento do equipamento. Há
relatos de que em alguns equipamentos, para reduzir a eletrização estática devido ao fluxo de óleo
em seu interior, a entrada em operação de estágios de bombas para circulação forçada de óleo foi
inibida.
Em casos mais críticos, a limitação do fluxo de óleo pode inclusive levar à redução da potência útil a
ser fornecida ao sistema pelo equipamento.
A Tendência de Carregamento Eletrostático do óleo aumenta enquanto ele oxida, em função disto é
importante evitar a exposição do óleo ao ar atmosférico em toda a manipulação e tratamento do óleo
mineral isolante.
Também devem ser monitorados, o índice de água, o índice de partículas e a resistividade do óleo
isolante em períodos definidos e controlados no decorrer da vida do equipamento, pois a água
também é uma fonte de oxigênio para o óleo.
174
5.10.2.3 Aditivação do Óleo Mineral Isolante
Para óleo de elevada TCE, o nível de concentração deste aditivo no óleo mineral deve ser monitorado
para garantir que não baixe dos valores mínimos especificados pelo fabricante e sempre que
necessário o BTA deve ser reposto.
Para as unidades diagnosticadas com risco, recomenda-se que sejam executados testes periódicos
para a verificação da tendência de carregamento eletrostático do óleo e, em casos mais críticos,
sejam instalados dispositivos capazes de monitorar em tempo real o equipamento quanto a este
fenômeno.
Referência Bibliográfica:
BALTAR, Mario Fernando Krebs; ZENKER, Richard; SCHMIDT, Flávio V. De Miranda – Eletrização
estática em transformadores – IV Congresso Brasileiro de Manutenção – ABRAMAN;
Cigré JWG 12/15.13 Folheto Técnico 170 “Eletrização Estática em Transformador de Potência”
O trabalho invasivo exige que determinadas precauções sejam tomadas porque a isolação do
transformador é muito sensível à umidade do ar atmosférico, às bolhas de gás e contaminantes. Os
contaminantes podem ser facilmente introduzidos pela poeira e umidade transportadas por via aérea
ou através de contato humano, pelas ferramentas e, materiais que entram no transformador. Esta
seção fornece uma lista de pontos que devem ser levados em consideração quando um trabalho
invasivo é realizado. Entretanto, o ajuste final das precauções detalhadas para um plano de trabalho
específico ou uma indicação de método, será sujeito à situação local e às recomendações do
fabricante para o transformador em particular, e às práticas do contratante da concessionária e da
equipe de manutenção local.
Planejando o trabalho
Deve ser analisada a intervenção para que seja retirada somente a quantidade de óleo
necessária para a realização do trabalho, tomando precauções para impedir acidente do
trabalhador, queda de materiais ou ferramentas dentro do óleo;
175
Caso haja necessidade de acesso ao interior do equipamento, todo o óleo deve ser drenado, a
atmosfera deve ser controlada e o trabalhador deverá possuir treinamento apropriado para
ambientes confinados, atendendo as normas vigentes que regulamentam a segurança do
trabalho, em especial, a NR 33 (Norma Regulamentadora para Trabalhos em Espaço
Confinado);
O trabalho deve ser planejado de modo que o tempo de exposição durante o qual o tanque
está aberto deva ser o menor possível, devendo nesse tempo sempre ser insuflado ar seco. O
tanque deve ser selado e pressurizado, sempre que possível, durante intervalos no trabalho;
Antes que seja aplicado vácuo no tanque do equipamento e ao conservador, deve-se verificar
se os mesmos possuem capacidade de resistir ao vácuo pleno. Caso haja perda de pressão
deve-se localizar e sanar os vazamentos que podem interferir na eficiência do vácuo e portanto
no processo de secagem.
Se o óleo for retirado, mesmo parcialmente, a fim de evitar contaminação do óleo e parte ativa
do equipamento recomenda-se pressurizar com ar sintético super seco ou ar medicinal. O ar
injetado no transformador durante a drenagem do óleo deve estar seco (ponto de orvalho < -
40,5°C ). O Nitrogênio não é recomendado devido a questões de segurança do trabalho;
Devem ser tomadas precauções para evitar o derramamento de óleo no ambiente. Uma boa
prática é usar “dique” provisório (barreiras de retenção do óleo), bandejas sob as válvulas e
acoplamentos de mangueira e possuir kits de retenção de derramamento de óleo.
Acesso ao transformador
Antes de abrir qualquer tampa de acesso, proceda à limpeza externa, remoção da tinta,
ferrugem e da gaxeta. Estes procedimentos visam evitar que qualquer tipo de contaminante
externo entre no tanque do equipamento;
Se o acesso de uma pessoa for necessário, um fluxo contínuo do ar seco deve insuflado para
impedir, que o ar ambiente contamine a parte ativa do equipamento;
As gaxetas que forem manuseadas sempre devem ser substituídas por novas;
Todas as roupas e panos de limpeza devem estar sem fiapos e a vestimenta impermeável,
incluindo macacão, bota de borracha e touca. Nenhum tipo de adereços pessoais são
permitidos, tais como, correntes, anéis, pulseiras, etc...;
Não utilizar solventes, tintas, colas e outros produtos químicos incompatíveis com o
transformador. Havendo dúvida sobre a compatibilidade destes produtos, contatar o fabricante
do transformador;
176
Enchimento do transformador
Se o transformador for aberto, antes de iniciar o enchimento de óleo deve ser realizado vácuo,
desde que o seu tanque suporte, com a finalidade de realizar a secagem e retirada de
eventuais bolhas, no caso de complementação de óleo. Deve ser realizado ensaio de URSI para
avaliar a eficiência desse processo;
Os vazamentos devem ser encontrados e eliminados de modo que o nível de vácuo possa ser
mantido. A taxa de vazamento deve ser medida no início do processo com a bomba de vácuo
desligada;
Todo o óleo isolante a ser introduzido no transformador, pode ser novo ou regenerado,
passando por filtragem, desgaseificação e secagem, para se obter uma melhor qualidade. Antes
do enchimento, o óleo deve ser certificado por um laboratório químico;
Depois do enchimento do óleo, para se certificar de que todo o ar ou gases foram eliminados,
devem-se purgar as possíveis bolhas de ar através dos bujões de purga e nas buchas. Além
disso, deve-se circular cerca de 3 vezes o volume de óleo do equipamento pela máquina termo
vácuo para homogeneização e retirada de partículas, devendo ao final do processo retirar
amostra e enviar ao laboratório químico para aprovação final;
Antes de energizar o transformador deve-se deixar o óleo isolante repousar por pelo menos 48
horas. Purgar novamente as bolhas que durante este tempo de repouso do óleo possam ter se
deslocado e não foram capturadas na purga anterior.
Neste mesmo submódulo, é definido que todo transformador deve dispor de três conjuntos de
proteção:
Proteção intrínseca.
177
Este guia de manutenção dedicará especial atenção à proteção intrínseca, visto ser esta proteção
desempenhada por acessórios montados no tanque do transformador e cujo desempenho está ligado
às atividades de manutenção.
O submódulo citado traz que a proteção intrínseca deve ter as seguintes funções e características:
Função para detecção de faltas internas que ocasionem formação de gás (63) ou aumento da
pressão interna do transformador e comutador (20);
Função de sobretemperatura do óleo (26) com dois níveis de atuação (advertência e urgência);
Os níveis de advertência e de urgência das funções de sobretemperatura devem ser utilizados para
indicação e alarme; e os níveis de urgência podem ser utilizados para comandar a abertura gradativa
de disjuntores que alimentam cargas por meio de temporizadores ou mesmo o próprio transformador.
A aplicação do transformador;
Referência Bibliográfica:
178
6. REPARO DE TRANSFORMADORES
Pode-se afirmar com muita precisão que a idade média atual do parque instalado de equipamentos se
aproxima dos 30 anos, e que aproximadamente 65% dos equipamentos encontram-se com mais de
25 anos de uso e, além disso, as condições do nosso sistema estão mais severas do que 10 anos
atrás. Todos estes fatores indicam que a necessidade de se manter o parque instalado em condições
confiáveis é hoje a questão principal, portanto a opção de se reparar em vez da compra de um
equipamento novo pode ser uma opção atraente e vantajosa principalmente se feita com
planejamento adequado.
Grau de Serviços
complexidade
1 Reparos sem necessidade de retirar a tampa principal do tanque. É possível realizar todo trabalho
externamente, ou através de janelas de inspeção ou internamente com entrada de pessoal de
manutenção no equipamento. Exemplo: Correção de contatos inadequados, falha envolvendo cabos para
massa, substituição de buchas, substituição de CDC, trincas em soldas no tanque, etc.
2 Reparos com necessidade de retirar a tampa principal do tanque do transformador, sem retirar a parte
ativa. Exemplo: Reparo de vazamentos na tampa principal, etc.
3 Reparos com necessidade de retirar a tampa principal do tanque do transformador, com necessidade de
retirar a parte ativa do tanque. Exemplo: Reparo em alguns tipos de comutadores, correção de
aterramentos na parte inferior do núcleo, cabos e conexões de difícil acesso, etc.
4 Reparos envolvendo bobinas com necessidade de desmontagem do jugo superior do núcleo e retirada /
substituição de uma ou mais bobinas. Exemplo: Falha envolvendo bobinas.
5 Reparos onde seja necessário posicionar o núcleo na horizontal para reparos / reaperto /
reembaralhamento de chapas de aço silício ou troca dos canais de refrigeração do núcleo. Exemplo:
Falha envolvendo bobinas e núcleo.
179
Um diagnóstico incompleto ou incorreto pode levar à descoberta de novos problemas ou da
verdadeira situação do equipamento somente no momento da execução de um reparo, com possível
necessidade de mudança no escopo do serviço, com consequente aditivação do contrato de reparo ou
até mesmo de uma nova contratação para reparo, no caso deste serviço ter sido contratado.
Para correção de pequenos reparos, a empresa proprietária do equipamento poderá realizar o serviço
com equipe própria, caso o equipamento não possua mais garantia, ou através de contrato. As
alternativas possíveis devem ser avaliadas técnica e economicamente para se chegar a uma melhor
solução. Como estes serviços não possuem elevado grau de complexidade e não demandam a
utilização de recursos mais avançados, normalmente são executados sem maiores problemas no
próprio local de instalação. Caso o serviço seja realizado com equipe própria, deve ser avaliada a
necessidade de supervisão pelo fabricante original do equipamento.
Uma grande quantidade de pequenos reparos se enquadram nos graus de complexidade 1 e 2. Como
exemplo de reparos que se enquadram no grau de complexidade 1 podem-se citar:
Substituição de buchas;
Alguns cuidados devem ser tomados antes da retirada do óleo do equipamento para
manutenção:
180
importante salientar que, se o equipamento estava pressurizado com Nitrogênio, é necessário ventilar
o interior do equipamento com gás seco ou através de insuflador ou máquina de ar seco por
determinado tempo para evitar a asfixia do profissional dentro do equipamento.
Antes do enchimento, é recomendável que se faça a secagem da parte ativa e se meça a URSI
(umidade relativa superficial do isolamento), quando o equipamento estiver pressurizado, como forma
de controle de qualidade da secagem.
O processo de reparo no campo envolve várias etapas onde é necessário todo um suporte de
especialistas, instalações, ferramentais e soluções; a seguir:
181
Instalação em local abrigado com meios de içamento.
A cabine ou tenda onde se executam os trabalhos deve ter abertura superior para o trabalho
de içamento e deve possuir meios para manter o ambiente em condições adequadas de
limpeza e com pressão positiva. Este ambiente pode ser obtido através de máquina de ar
seco e condicionadores de ar.
Nesta situação trabalha-se com uma cabine para ambiente abrigado protegida por uma
estrutura metálica tipo galpão ou uma estrutura tipo circo com altura adequada que permita
a instalação de guindaste ou pórtico provisório.
Desmontagem do equipamento;
Reparos e embaralhamento das chapas do núcleo. Cabe salientar que é necessária uma mesa
de montagem de núcleo para permitir o seu tombamento e levantamento;
Secagem da parte ativa através sistema de hot oil spray ou através de uma combinação de
ciclos sucessivos de vácuo e circulação de óleo quente, com verificação da eficiência através do
ensaio de URSI;
Montagem final;
Repouso;
Ensaios físico-químicos e análise cromatográfica do óleo isolante antes e depois dos ensaios
finais. Ensaios de partículas antes dos ensaios;
Dentre os diversos riscos envolvendo grandes reparos em equipamentos, pode-se considerar que um
dos principais é a contaminação do isolamento, seja por umidade, partículas ou outros contaminantes.
Para controle deste risco, dentre outros, recomendam-se observar as seguintes medidas preventivas:
182
A umidade ambiente no local onde se encontra o equipamento deve ser monitorada, não
devendo se executar nenhuma tarefa que exponha a parte ativa quando a umidade relativa do
ar for superior a 70%. Além disso, as condições climáticas devem ser observadas;
As ferramentas e materiais utilizados nos trabalhos internos devem listados e controlados para
conferência, evitando esquecimento no interior do equipamento quando encerrados os
trabalhos;
Quando se exigir retirada da parte ativa, será necessário ainda observar as seguintes medidas:
Na etapa de montagem do equipamento, deve ser observado se está sendo cumprido tudo o que foi
exigido no Plano de Inspeção e Testes.
Antes do enchimento com óleo, deve ser medida a URSI. A seguir há valores sugeridos para
referência:
Valor máximo de URSI 1,0% - Para equipamentos que não terão substituição
de enrolamentos ou somente substituição parcial.
No caso de retirada da parte ativa do tanque, é recomendável a execução dos seguintes ensaios:
Relação de tensões;
Resistência de isolamento;
Tensão induzida de longa duração com medição e localização acústica de descargas parciais;
Resposta em frequência;
183
Resistência de isolamento de núcleo e armadura/tirantes;
6.3.1.3 Infraestrutura
Para reparos em campo segue uma lista com os principais recursos necessários:
Bomba de vácuo;
Máquina de ar seco;
Guindaste / ponte rolante / dispositivo para levantamento da tampa e parte ativa – capacidade
– conforme projeto específico;
184
Sendo a intervenção executada pela primeira vez, é conveniente elaborar um projeto e para isso há
necessidade de planejamento, definição do escopo de serviço, avaliação de reforço de pessoal,
insumos e a necessidade de contratação de fabricante.
A gestão do conhecimento em grandes reparos é de grande valia para a empresa pois envolve todo o
processo de contratação, fornecimento, execução do reparo, remontagem e testes, tudo isso fará com
que a empresa tenha ganhos expressivos na transferência de conhecimentos. O resultado desse
projeto, que pode ser chamado de piloto, deve transformar-se em um processo a ser aplicado em
reparos similares.
Há outros ganhos com a gestão do conhecimento, tais como: durante o projeto piloto são levantadas
as falhas e as soluções adotadas para corrigir; Definição de alertas para evitar surpresas
desagradáveis; Elaboração de check-list a ser feito durante as etapas de execução e testes.
Todo o processo também pode ser filmado, fotografado e documentado, mostrando todos os detalhes
importantes, de tal forma que os registros, filmes e fotos possam ser editados com a participação dos
especialistas na atividade desenvolvida, e esse acervo será utilizado quando da necessidade de se
executar reparos semelhantes. Para registro das atividades (captura do conhecimento) deve ser
avaliada a necessidade de aquisição de meios físicos específicos ou contratação de empresa
especializada.
6.3.1.6 Garantia
No campo, do ponto de vista dielétrico podem ser realizados ensaios como os de tensão aplicada e
induzida. Os ensaios de impulso após reparos de campo apresentam elevada complexidade técnica de
realização devido a necessidades especiais de ambiente e equipamentos de ensaio.
Garantia comercial:
Considerando-se que em um reparo em campo não serão realizados ensaios de impulso atmosférico e
de manobra, deve ser observada a possibilidade de uma garantia superior a que seria praticada em
um reparo similar realizado em ambiente de fábrica.
185
Seguro:
Na negociação de prêmios e franquias de seguros, devem ser considerados que, em caso de sinistros
graves (principalmente que envolvam enrolamentos), os reparos devem ser realizados em ambiente
de fábrica.
A avaliação do investimento em uma oficina própria para reparos de equipamentos por uma empresa
deve ser bastante criteriosa e considerar vários aspectos, como:
186
Minimamente uma oficina deve possuir os seguintes recursos:
Guindaste / ponte rolante / dispositivo para içamento da tampa e parte ativa – capacidade –
conforme projeto específico;
Empilhadeiras;
Máquina de ar seco;
Bomba de vácuo;
Para o reparo em fábrica, é necessário realizar a desmontagem do transformador para envio à fábrica.
Quando o equipamento possuir óleo isolante, este deve ser drenado e acondicionado em recipiente
adequado. Todos os acessórios devem ser desmontados, identificados e embalados adequadamente
para transporte até as instalações da empresa contratada para realização do serviço.
Na oficina, a contratada deve proceder inicialmente com a inspeção de recebimento dos itens e
realizar ensaios iniciais no equipamento, quando solicitados, antes da retirada da parte ativa do
tanque. Devem ser realizados ensaios e medições da parte ativa para elaboração de diagnóstico da
falha e projeto de reparo. Os acessórios também devem ser testados para avaliação das condições e
decisão pelo reaproveitamento ou substituição por novos. No momento da retirada da parte ativa,
deve ser realizada inspeção criteriosa pela empresa contratada com supervisão do contratante para
187
verificação e análise dos problemas e eventual reavaliação do escopo de reparo.
A parte ativa passa normalmente pelo tratamento em Vapour Phase para remoção do óleo do núcleo
e do isolamento a fim de facilitar o processo de reparo. Removido o óleo, removem-se as chapas de
aço silício do jugo superior, as sustentações e ligações. Remove-se a coluna danificada, coloca-se a
nova coluna produzida na fábrica no núcleo (encolunamento) e em seguida, as chapas de aço silício
do jugo superior são remontadas. Para completar a parte ativa remontam-se as sustentações e
refazem-se as ligações.
Após os ensaios o óleo isolante da contratada deve ser drenado e o equipamento novamente
desmontado e preparado para o retorno (transporte) às instalações da contratante. Após o retorno do
equipamento, devem-se executar a remontagem de buchas, radiadores e acessórios e todos os
procedimentos de preparação e enchimento com o óleo isolante.
6.3.3.2 Transporte
Endereço do emitente;
Endereço do destinatário;
Itinerário de viagem;
188
Nome da pessoa responsável em receber no destino;
Nome do motorista.
Preferencialmente o transformador deve ser desmontado no próprio local da instalação para evitar
deslocamento, porem quando houver riscos de acidentes devido à posição de barramentos, estruturas
e equipamentos que dificultam a desmontagem, pode ser deslocado para um local onde se possa
efetuar a desmontagem com maior facilidade e segurança.
Providências:
Desligar toda a conexão elétrica quer seja do circuito de força, corrente, proteção, medição,
controle, corrente continua e alternada;
Antes de dar inicio a desmontagem deverão ser levantados e providenciados os flanges cegos,
vedações e caixas para armazenagem dos acessórios;
No caso do equipamento ser transportado sem óleo e pressurizado, e este for equipado com
comutador de derivação em carga, será necessário executar uma conexão do comutador ao
tanque do equipamento, evitando assim qualquer diferença de pressão entre as duas partes;
Alguns equipamentos possuem sistemas de travamento do núcleo para transporte, para esses
casos deve ser consultado o seu manual de instruções.
Retirar o óleo do transformador com admissão de ar seco, cuidando para que a pressão não
ultrapasse a 0,3 kgf/cm² (manter sempre um fluxo de ar seco no transformador para evitar
entrada de umidade e partículas);
Retirar as buchas;
Retirar os moto-ventiladores;
Desmontar os radiadores.
Em geral os transformadores de menor porte são transportados com óleo podendo assim entrar em
funcionamento completando o volume de óleo, todavia antes da entrada em operação, deverão ser
efetuados os ensaios de rotina.
189
Com a finalidade de permitir a dilatação do óleo devido às variações de temperatura, parte do óleo
deverá ser retirado.
A quantidade de óleo contida no tanque deverá ser suficiente para cobrir a parte ativa devendo o
nível do óleo ficar em torno de 150 mm abaixo da tampa.
O espaço vazio acima do óleo deverá ser preenchido com ar seco, com pressão positiva de 0,2
kgf/cm2.
A fim de reduzir o peso, os transformadores de grande porte são transportados sem óleo, e para
evitar a penetração de umidade é colocada uma pressão de ar seco no seu interior.
Nesse caso, o ideal é que possua sistema de compensação automática de pressão para compensar
perdas durante a viagem.
Caso não disponha de sistema automático, é necessário que se faça verificações periódicas, a fim de
manter a pressão interna, sendo necessária a reposição manual de pressão, para obter a pressão
desejada.
A pressão ideal que deve ser mantido o tanque, é de 0,2 kgf/cm² podendo ser admitida uma variação
entre 0,1 a 0,3 kgf/cm².
A pressão correta do transformador deverá ser medida por um manômetro de melhor precisão, de
escala de 0 a 0,5 kgf/cm², instalado em um registro da parte superior do tanque.
Retirada do óleo
No caso do transformador ser transportado sem óleo, este deverá ser retirado utilizando uma bomba
de óleo, colocando-o em tambores limpos, carretas ou tanques para transporte, que devem ser
certificados antes do uso, a fim de evitar contaminação por PCB ou outro produto químico.
À medida da retirada do óleo deverá ser injetado gás seco para preencher os espaços vazios deixados
pelo óleo. O gás seco pode ser nitrogênio ou ar sintético com teor de água inferior ou igual a 5 ppm
por volume à pressão atmosférica, sendo que para o nitrogênio o seu grau de pureza deve ser
superior a 99,995%.
190
Buchas
As buchas de 13,8 kV de porcelana, preferivelmente não devem ser retiradas, a não ser nos casos em
que a altura do equipamento sobre a carreta ultrapasse o limite da altura permitida para a estrada
que irá circular, caso permaneçam devem ser protegidas.
Para a retirada das buchas condensivas, soltar os parafusos do flange e retira-la com auxílio de
guincho, tomando o cuidado para se evitar choques mecânicos.
As buchas condensivas devem ter proteções contra absorção de umidade na parte inferior, bem como
serem colocadas em caixas resistentes, ou embalagens apropriadas para transporte seguro.
Quando da retirada da bucha, tomar o cuidado em amarrar a sua cordoalha (lead) a fim de evitar que
caia sobre a parte ativa, amarrando-a na parte interna do flange.
Após a retirada das buchas, as escotilhas devem ser flangeadas e vedadas para possibilitar
estanqueidade do transformador.
Para se retirar o conservador é necessário retirar antes o relé Buchholz, bem como soltar e identificar
a sua fiação, a do indicador de nível de óleo, como outras que possam haver. O rele deve ser
protegido com um saco plástico contra a entrada umidade e corretamente acondicionadas.
Estando solta a tubulação e o suporte de sustentação, prender a eslinga (estropo), e com o guindaste
remover o conservador.
Todas as aberturas das tubulações do conservador deverão ser protegidas contra absorção de
umidade, utilizando flanges cegos e vedação, ou mesmo plástico adequado.
Os eletrodutos deverão ter suas extremidades protegidas com plástico fixado por meio de fita adesiva.
Existem casos em que é necessária a desmontagem dos canecos das buchas, a fim de não ultrapassar
as dimensões máximas permitidas para transporte.
191
Radiadores
Antes da retirada dos radiadores devem ser fechadas as válvulas que o interligam ao tanque.
Soltar primeiramente o tubo inferior do radiador deixando o óleo escoar dentro de um tambor cortado
ao meio, e através de uma bomba drenar o óleo para os tambores ou carreta.
A retirada dos radiadores deve ser feita com o auxílio de um guincho e devem-se evitar choques
mecânicos entre eles. Para o empilhamento devem ser colocadas madeiras entre eles.
Deverá ser colocado um flange cego no tubo ou válvula do tanque, antes de se retirar o próximo
radiador.
Caso não haja flanges cegos para os radiadores, os mesmos poderão ser unidos flange com flange,
com vedação entre eles para evitar a entrada de umidade.
Rodas
As rodas do transformador deverão ser despachadas junto à carreta que levará o tanque. Os
parafusos das rodas devem ser acondicionados em saco plástico e enviados juntamente com as rodas.
Amarração na carreta
O transformador deverá ser fixado na carreta, por meio de esticadores, manilhas, cabos de aço e
grampos.
Na parte superior, o tanque deverá possuir uma armação de madeira denominada "limpa fio", para
evitar enrosco no trajeto com obstáculos tais como galhos de arvores cabos elétricos e telefônicos.
Verificar, pelo menos 2 vezes ao dia, a pressão do transformador, cujo o valor deve manter-se
entre 0,1 a 0,3 kgf/cm2;
Quando o manômetro de 0 a 300 kgf/cm2 indicar uma pressão igual ou inferior a 10 kgf/cm2,
trocar o cilindro;
Cuidados: Não dirigir o veículo em altas velocidades, com arranques rápidos, freadas bruscas,
solavancos ou mesmo parar em locais inclinados, curvas ou locais perigosos.
192
Verificações na recepção do transporte
Verificar o tacógrafo do caminhão para identificar se não foi excedida a velocidade máxima definida
para esse transporte.
Averiguar a eventual falta do material ou danos causados durante o transporte como quebra de
isoladores, vazamentos, deformações, sinais de choques, trincas e amassamentos.
Ao desfazer as embalagens verificar se não existe nenhuma anormalidade, como por exemplo,
exposição à umidade, caso isso ocorra deve ser contida para que não se transmita a componentes
que devam ser depois imersos no óleo.
Observar o registrador de impacto e, no caso de ser constatados valores acima dos limites máximos
previamente definidos, informar os responsáveis para tomada de providências necessárias.
Se apesar de valores normais obtidos no registrador de impacto, existir indícios externos que façam
supor a existência de dano interno, deverá ser feita inspeção por um especialista para examinar a
parte ativa e medir o isolamento do núcleo e culatras.
NOTA: O ensaio da analise de resposta em frequência (FRA), é um bom indicativo para diagnostico de
avaria por impacto, portanto é recomendado que seja executado antes e após o transporte do
equipamento.
6.3.3.3 Infraestrutura
A infraestrutura de uma oficina fornecedora de serviços de reparo deve ser adequada tecnicamente
para reparos em equipamentos de grande porte, pois deve possuir todos os recursos necessários para
o trabalho.
Uma oficina de reparo deve ter uma infraestrutura mínima de uma oficina própria de manutenção,
conforme item 7.3.1.3.
O controle da qualidade inclui a execução de inspeções e ensaios durante a fabricação e por ocasião
do recebimento.
Nas instalações da oficina contratada os riscos relativos aos processos de fabricação, montagem e de
contaminação da parte ativa durante as atividades de reparo devem ser controlados.
A empresa contratada deve comprovar sua capacitação para a realização do reparo de qualquer grau
de complexidade (conforme item 6.1 deste manual), por exemplo, através de certificados de
desempenho satisfatório de equipamentos reparados e em operação a mais de dois anos, emitidos
por empresas congêneres.
193
Adicionalmente, deve ser exigido da contratada todos os procedimentos escritos das diversas etapas
dos serviços a serem executados durante o reparo. É desejável que a contratada possua um sistema
da qualidade implementado ou desenvolva um plano da qualidade específico para os serviços a serem
realizados.
A empresa contratada deve possuir um laboratório de alta tensão com capacidade suficiente para
executar todos os ensaios especificados pela contratante. Os ensaios elétricos previstos na
especificação de reparo devem ser suficientes para comprovar a eficiência dos trabalhos realizados.
O inspetor designado pela contratante para acompanhamento e verificação do reparo deve ter pleno
conhecimento dos equipamentos a serem reparados, bem como os instrumentos e equipamentos a
serem utilizados durante todo o processo. Além disso, deverá estudar previamente as instruções,
desenhos, verificar as calibrações dos instrumentos, os certificados de procedência das matérias
primas e dos componentes e os relatórios internos de controle. Deve acompanhar os ensaios, conferir
e analisar resultados emitindo parecer. Em caso de não aprovação deve exigir correção de não
conformidades e a repetição de qualquer ensaio.
Relação de tensões;
Resistência de isolamento;
Tensão induzida de longa duração com medição e localização acústica de descargas parciais;
Resposta em frequência;
194
Nota: devem ser observadas as normas vigentes e procedimentos internos das empresas
contratantes.
A avaliação comparativa entre reparos em campo ou nas instalações da oficina da contratada deve
ter como base a definição do alcance do reparo, o tipo de estrutura a ser utilizada no campo, o tipo
de equipamento a ser reparado (dimensão e peso), a distância entre as instalações fabris e o local de
instalação do equipamento (campo), o tipo de transporte disponível (terrestre ou fluvial/marítimo),
comparação de tempo necessário para o reparo em campo ou nas instalações da oficina da
contratada e a urgência do reparo do transformador falhado.
Como referência para este trabalho, tomaremos o exemplo de um reparo que exija a substituição dos
enrolamentos e a consequente necessidade de infra-estrutura adequada, composta de ambiente
climatizado, dispositivo de elevação, e equipamentos para ensaios elétricos de alta tensão. Níveis de
intervenção 4 ou 5, conforme definido no item 6.1 deste trabalho: Graus de complexidade de
reparos.
Atendimento dos prazos contratados quando o reparo estiver sendo executado nas instalações
da contratada.
195
As oportunidades associadas ao reparo de transformador citamos:
Alterações no projeto do equipamento, que podem ser diferentes dependendo do local escolhido para
reparo.
196
7. MONITORAMENTO ON-LINE CONTÍNUO
Monitoramento online contínuo consiste nas duas noções prévias juntamente com a aplicação de
dispositivos eletrônicos inteligentes (IED - Intelligent Electronic Devices).
Dispositivo Eletrônico Inteligente aplicado ao monitoramento online contínuo é caracterizado por ser
um dispositivo microprocessado e apresentar características multifuncionais, tais como medida,
armazenamento, processamento de algoritmos, registro de eventos e controle, exercendo estas
funções distribuídas sobre uma rede de comunicação.
O atual cenário dos mercados de energia elétrica no mundo tem levado as empresas do setor a
operar num contexto de competitividade até então inédito, forçando a uma busca constante por maior
eficiência, melhor qualidade de fornecimento e menores custos.
Os sistemas de monitoramento on-line contínuo têm sido adotados como uma das principais
ferramentas para possibilitar essa mudança sem colocar em risco a segurança e confiabilidade da
operação dos transformadores, permitindo conhecer sua condição, gerando alertas, diagnosticando ou
prognosticando eventuais problemas.
Gerar alarmes antecipados em caso de defeitos incipientes, para reduzir o risco de falha
inesperada;
197
Geração de alertas automáticos se os valores limites ou de tendência forem ultrapassados;
Em caso de falha inesperada, ele desempenha a função de “caixa preta” (registrando dados
antes e depois da falha e então disponibilizando dados e evidências para análise futura).
Entre as topologias básicas do sistema de monitoramento on-line contínuo, ele pode se apresentar
conforme o diagrama de blocos da figura 7.1, onde se observam as seguintes partes constituintes
principais:
198
Disponibilização das Informações - Para que o sistema de monitoramento atinja seus
objetivos, as informações referentes ao estado dos equipamentos provenientes dos sistemas de
monitoramento online contínuo precisam ser disponibilizadas aos diversos setores interessados,
mantendo simultaneamente a integridade dos dados e a segurança do acesso.
De acordo com artigo publicado na revista Electra 261, abril de 2012, as causas para a saída de
serviço de transformadores de potência, forçadas ou programadas, se distribuem estatisticamente
entre os subsistemas dos transformadores como mostrado nos exemplos da figura 7.2.
(a) (b)
Figura 7. 2 – Estatística das causas para saída de serviço de transformadores de potência;
(a) transformadores de subestações (>100kV); (b) transformadores elevadores (>100kV)
As estatísticas apresentadas apontam de forma geral os subsistemas dos transformadores que devem
ser diagnosticados pelos sistemas de monitoramento. Em função disso, a tabela 7.1 detalha algumas
das possíveis funções de diagnóstico para os diversos subsistemas.
Caberá a cada empresa a análise dos subsistemas a monitorar considerando a estratégia própria de
gestão de ativos.
199
Tabela 7.1 – Subsistemas do transformador e exemplos de funções de monitoramento
Envelhecimento da isolação
Previsão de temperaturas
Simulações de carregamento
Supervisão térmica
Desgaste do contato
Comutador Sob Carga Assinatura do mecanismo
Umidade no óleo
Temperatura do óleo
Gás no óleo
Temperatura do comutador
Corrente de carga
Tensão de linha
Posição de tap
Comutador Sob Carga
Torque do acionamento
200
Nota: Informações complementares são encontradas na Brochura 343 Cigré - WG A2.27 -
Recommendations for Condition Monitoring And Condition Assessment Facilities For Transformers.
Como exemplo e, devido à relevância frente aos demais sistemas de monitoramento on-line contínuo,
este comenta os seguintes:
Há que se ater às indicações por tipo de gás desejado, à durabilidade (em anos) e ao certificado de
calibração do sensor antes da aquisição do equipamento de monitoramento online contínuo.
Outro fator crucial é o da confiabilidade das indicações que deve ser garantida através de uma rotina
de calibração do sensor de gás, de tal forma que as avaliações por parte da engenharia de
manutenção possam ser feitas com maior grau de certeza.
O monitoramento online contínuo de DGA não descarta a análise cromatográfica em laboratório, pois
alguns sistemas fornecem medições de apenas determinados gases ou uma combinação deles.
A análise em laboratório pode ser solicitada para confirmação de uma decisão, tal como o
desligamento de um equipamento, onde fatores, como por exemplo, a parcela variável, que incide
diretamente na receita das concessionárias de energia.
O principal objetivo do monitoramento online contínuo de DGA está em fornecer informação adicional
durante os intervalos de tempo entre as análises em laboratório e aumentar a confiabilidade,
possibilitando mudanças nos intervalos de coleta de óleo.
201
7.4.2 Sistema de Monitoramento On-line Contínuo de Buchas Condensivas
A metodologia conhecida por “somatório de correntes” consiste na medição da corrente de fuga das
buchas condensivas e suas componentes resistiva e capacitiva, em um sistema trifásico de
transformadores de potência para realizar a avaliação do isolamento das buchas monitoradas,
conforme mostra a figura 7.3.
O princípio básico deste método baseia-se no fato de que em um sistema trifásico balanceado,
utilizando buchas condensivas idênticas e em iguais condições de conservação, o vetor da somatória
de suas correntes de fuga será zero. Apesar desta correta afirmação, estas considerações não
correspondem fielmente a realidade, já que dificilmente um sistema é perfeitamente balanceado e as
202
buchas não são necessariamente idênticas, mesmo sendo de mesmo fabricante e tipo.
Portanto, é assumido como condição normal um valor inicial resultante do somatório de correntes,
sendo este considerado baixo, finito e exclusivo daquele conjunto trifásico de buchas. Quando uma
das buchas inicia algum processo de deterioração, sua capacitância e fator de potência são alterados,
e, consequentemente, a somatória das correntes de fuga será alterada do seu valor inicial. Então este
gradiente da diferença entre o valor inicial e o medido pode ser o indicativo de algum princípio de
falha. Esta sequência é ilustrada na figura 7.4.
(a) (b)
Figura 7.4: (a) Sistema equilibrado com corrente de fuga assumida como condição normal,
(b) Sistema com alteração na corrente de fuga inicial
Seu princípio baseia-se na comparação da somatória das tensões referentes ás três fases, com uma
tensão de referência do sistema em que o transformador está conectado através de um redutor de
tensão, como por exemplo um transformador de potencial capacitivo. Os componentes C0a, C0b, C0c
e Cg são capacitâncias de acoplamento inseridas no circuito para possibilitar a medição da somatória
das tensões, assim como a impedância de medição, Zg. Os valores destes são definidos de modo que
o módulo da tensão medida resultante da somatória da contribuição das três fases (Usum) e o
módulo da tensão de referência (Uref) sejam idênticos, ou com uma diferença padronizada
considerada como aceitável.
203
A figura 7.6 mostra um gráfico resultante de um ensaio realizado, utilizando este tipo de
monitoramento, sendo simulado um curto-circuito na capacitância C2 da bucha da fase (C2a).
Figura 7.6: Gráficos resultantes do ensaio realizado em um conjunto trifásico de buchas, utilizando o sistema de
monitoramento baseado na somatória das tensões,
simulando um curto-circuito na capacitância C2 da fase "a"(C2a).
É observado que quando da ocorrência da falta na capacitância C2a o módulo da tensão Usum
(somatória das três tensões) é alterado significativamente, mostrando claramente a influência do
curto-circuito no gráfico. Nota-se também que em ambas as situações, normal ou em falta, é
considerada normal uma defasagem existente entre a tensão de somatória (Usum) e de referência
(Uref), porém quando da ocorrência do curto-circuito, a defasagem entre o novo valor de Usum e o
valor de referência (Uref) é alterado, indicando defeito na bucha.
Figura 7.7: Circuito simplificado de uma bucha condensiva e sua distribuição de tensões baseado no
divisor capacitivo formado por suas capacitâncias.
204
O parâmetro medido, tensão U2, é resultante do paralelo entre as capacitâncias C2 e Cd. A
capacitância Cd é inserida no circuito para controlar a tensão de saída, dentro dos valores definidos
para o sistema de aquisição de dados.
A Equação a seguir mostra o divisor capacitivo formado pelas capacitâncias da bucha e de medição:
Estando a Equação anterior em função das capacitâncias C1, C2 e Cd, bem como da tensão U1, nota-
se que uma alteração no valor de qualquer uma destas variáveis, também varia o valor de U2.
Tensão de Carga;
Corrente de Carga;
Posição de TAP.
Alguns monitoramentos são mais completos, pois estes monitoram não somente o comutador em si,
mas também as hastes de acionamento e o acionamento motorizado. Para isso, o comutador é
equipado com uma série de dispositivos que registram todas as informações importantes da operação
do comutador, tais como:
Termômetro no Comutador
Termômetro no transformador
7.5 Arquiteturas
Para a medição das grandezas monitoradas no transformador, duas arquiteturas básicas são
utilizadas:
205
Centralizada – Utiliza um elemento centralizador (IED – Intelligent Electronic Device, CLP, IHM,
etc.) geralmente localizado próximo ao transformador ou na sala de controle da subestação,
para receber as medições dos diversos sensores, ou IEDs, digitalizá-las e retransmiti-las para o
servidor de monitoramento on-line;
Nota: Em ambas arquiteturas, os dados aquisitados podem ser transmitidos ao sistema SCADA.
7.7 Considerações
É desejável que o sistema seja expansível e permita a integração de novos sensores e funções de
monitoramento. Se o protocolo de comunicação for aberto, será possível integrar os diversos sensores
em uma rede de monitoramento, ou em uma central de monitoramento da empresa.
Cabe a cada empresa decidir qual será a abrangência e melhor arquitetura para o seu sistema de
monitoramento, que deverá ser adequado à sua estratégia de gestão de ativos.
206
7.8 Manutenção do Sistema de Monitoramento
Tempo de vida útil – Sensores e dispositivos de monitoramento possuem tempo de vida muito
inferior a dos equipamentos monitorados;
Modos de falha – Podem ser de várias origens: hardware, software e comunicação, que
requerem habilidades, ferramentas e suporte técnico específicos.
Para garantir a precisão nas medições realizadas, os sensores que exigirem calibração devem ser
calibrados periodicamente, conforme recomendação do fabricante.
Dependendo dos componentes utilizados, as três razões comuns para necessitar manutenção são:
Falha de um dos componentes do sistema: Estes dispositivos comumente possuem uma função
de autoteste, a qual é útil para detectar mau funcionamento. Além destes dispositivos, alguns
sistemas associados podem também falhar, como fonte de alimentação e comunicação.
A necessidade de substituir dispositivos obsoletos: este pode ser o caso quando o sistema, a
comunicação ou o meio de controle se tornar obsoleto durante a vida do transformador, como
207
exemplo após uma atualização do sistema de comunicação ou SCADA em uma subestação.
Tipicamente, as partes eletrônicas podem se tornar obsoletas em termos de ausência de
sobressalentes, mudanças na tecnologia de comunicação, ou limitação das interfaces fornecidas
para aceitar adições de módulos.
Deve haver preocupação com os bancos de dados onde são armazenados os históricos de
monitoramento e as práticas de administração associadas, bem como upgrade dos sistemas de TI,
além de segurança e preservação da informação ao longo da vida útil dos transformadores.
As empresas devem definir as suas políticas para gerir o necessário upgrade dos sistemas de
monitoramento ao longo do tempo.
O uso crescente de dispositivos eletrônicos de monitoramento requer que estes sejam adequados do
ponto de vista de compatibilidade eletromagnética, temperatura, vibração ou outras condições do
local.
Referências Bibliográficas:
Cigré WG A2.37, “Transformer Reliability Survey: Interim Report”, Electra, CIGRÉ, Ref. No. 261,
2012.
Cigré WG A2.27: Technical Brochure 343, "Recommendations for condition monitoring and
condition facilities for transformers"
IEEE Draft Guide PC57.143/20, "Guide for the Application for Monitoring Liquid Immersed
Transformers and Components"
208
8. ANEXOS
209
8.2 Registros de Ensaios
No anexo Registros de Ensaios é sugerido uma série de formulários para registro de ensaios
realizados nos transformadores. Estes formulários foram elaborados a partir da colaboração de
formulários utilizados pelas seguintes empresas:
CEEE;
COPEL;
CTEEP;
ELETROBRAS – CEAL;
ELETROBRAS – CHESF;
ELETROBRAS – ELETRONORTE;
ELETROBRAS – ELETRONUCLEAR;
ELETROBRAS – ELETROSUL;
ELETROBRAS - FURNAS;
ITAIPU BINACIONAL.
210
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA ACESSÓRIOS REVISÃO
REATOR E TRANSFORMADOR DATA:
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
INSPEÇÃO VISUAL
Nível do óleo do Acima Normal Abaixo Boa Ruim
vedação
transformador
Nível do óleo do Acima Normal Abaixo Estado da Bom Ruim
comutador sílica-gel
Aterramento Bom Ruim Não existe Estado das Bom Ruim
do tanque buchas
Aterramento Bom Ruim Não existe Válvulas dos Aberta ( s ) Fechada ( s )
do neutro radiadores
Estado das Bom Regular Ruim Existe Não existe
Corrosão
réguas e fiação
FUNCIONAMENTO
Identificação Função Sim Não Identificação Função Sim Não
Indicador de nível do alarme
Imagem térmica óleo do transformador
49 H Indicador de nível do alarme
óleo do comutador
Relé buchholz alarme
Imagem térmica do transformador desligamento
49 X Relé buchholz do comutador desligamento
Válvula de pressão desligamento
Comutador comando man.
Imagem térmica de comando elét.
49 Y Taps comando autom.
Ventilação forçada **********
Termômetro de alarme Cto. de aquecimento **********
topo de óleo Cto. de iluminação **********
RESISTÊNCIA DO ISOLAMENTO
Temperatura ambiente ºC Umidade relativa do ar % Nº do instrumento
*O ensaio poderá ser realizado incluído fiação + acessório; No caso de anormalidade, separá-los e registrar no campo 'observações'.
OBSERVAÇÕES
Executantes Hh
211
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA REVISÃO: 00
AFERIÇÃO DOS TERMÔMETROS
DATA:
TRANSFORMADORES, REATORES ETC
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO: ENCONTRADO:
OPERAÇÕES
TENSÃO FIXA: DEIXADO:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
Resist. p/ indicação
Óleo Enrol. AT Enrol. MT Enrol. BT remota de Atuação dos Contatos
temperatura (Obs. 3)
TP TE TP TE TP TE TP TE O AT MT BT
Term. Óleo Fech Aber
1º Est-ventil. ºC ºC
2º Est-ventil.
Aquecimento
ºC ºC
Alarme ºC ºC
Trip ºC ºC
Term. Enr. AT - -
1º Est-ventil. ºC ºC
2º Est-ventil. ºC ºC
Alarme ºC ºC
Trip ºC ºC
Term. Enr. MT - -
1º Est-ventil. ºC ºC
Resfriamento
2º Est-ventil. ºC ºC
Alarme ºC ºC
Trip ºC ºC
Term. Enr. BT - -
1º Est-ventil. ºC ºC
2º Est-ventil. ºC ºC
Alarme ºC ºC
Trip ºC ºC
OBSERVAÇÕES:
1. Efetuar aferição durante aquecimento e resfriamento
2. Preencher as cubas dos termômetros com os valores especificados pelo fabricante
3. Resist. p/ indicação remota de temp. do: O- óleo / AT- enrol. de alta tensão / BT- enrol. de baixa tensão / MT- enrol. de media tensão.
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
212
Nº
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS
EMPRESA REVISÃO: 00
AFERIÇÃO E AJUSTE - TRANSDUTORES DATA:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
AFERIÇÃO DE TRANSDUTORES
OBSERVAÇÕES:
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
213
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA CONTATOS AUXILIARES REVISÃO: 00
DISJUNTORES DE SAÍDA DE DATA:
QUADROS DE SERVIÇOS AUXILIARES
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO: ENCONTRADO:
OPERAÇÕES
TENSÃO FIXA: DEIXADO:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
Identificação Posição Contato Régua/borne Posição Identificação Posição Contato Régua/borne Posição
OBSERVAÇÕES:
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
214
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA REVISÃO: 00
FATOR DE POTÊNCIA – CAPACITÂNCIA
DATA:
BUCHAS
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: FABRICANTE / N° DE SÉRIE: N° OPERACIONAL:
TRANSFORMADOR
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
CONEXÕES DE ENSAIO/CÁLCULOS
E CÁLCULOS
N CONEXÕES
S NÚMERO FATOR POTÊNCIA CAPACITÂNCIA RESISTÊNCIA
FASE CHAVE
A DE SÉRIE CABO CABO 2,5 kV = mW x 100 2,5kV = 6250
I SELETORA 2,5kV = mVA x 0,425
H.V. L.V. mVA mW
O POSIÇÃO
1 10 kV = W x 10 = W x
1000 10kV = 100
mA
10 kV = mA x 265 W
2 µA
6
OBSERVAÇÕES:
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
215
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA REVISÃO: 00
TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA - TFS
DATA:
IMPEDÂNCIA DE SEQUENCIA ZERO
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
Ligação do transformador Yyd Yd Yy Dy Autotransformador
3
média :
1
. 2
3
média :
1
Z1No 2
3
média :
1
Z1Ns 2
3
1 média :
1
Z2No 2
3
Enrolamentos ou Autotransformador
média :
1
Z2Ns 2
3
média :
1
Z1No 2
3
média :
1
Três
Z1Ns 2
3
. média :
1
Z2No 2
3
média :
1
Z2Ns 2
3
média :
1
Aterramento
. 2
3
média :
OBSERVAÇÕES
216
N º O rde m
Relatório de Manutenção
EMPRESA
N º F ic ha
de Comutadores
DADOS GERAIS
R e gio na l S/ E P o s iç ã o D ata N º C o m ut . P ró x. M C C G D a t a P ró x. M C C G
PONTOS DE VERIFICAÇÃO
A c io na m e nt o E lé t ric o OK N A c io na m e nt o M e c â nic o OK N
Motor Engate p/ Acion.Manual
Relê Térmico do Motor Eixos acionadores
Fim de Curso Eixos acionadores
Chave Bloq. Acion. Manual Batentes Fim de Curso
Contatores Simetria de Operação
Chaves Indicador de Operações
Indicador de Posição Remota Acumulador de Energia
Placa Borne Correia
Resistência de Aquecimento Corrente
Outros Freio
C ha v e C o m ut a do ra - P a rt e I OK N C ha v e C o m ut a do ra - P a rt e II OK N
Acumulador de Energia Contatos de Transição
Eixo Isolante Placas Isolantes
Cilindro Cordoalhas
Engrenagens Fixação das Peças
Molas Terminais
Parafusos Outros
Contatos Principais D iv e rs o s OK N
S e le t o r e P ré S e le t o r OK N Tanque de expansão
Eixos acionadores Tub ulação
Contatos Fixos Registros
Contatos Moveis Vedações
Terminais de Saida Estanqueidade do cilindro
M e diç õ e s V a lo re s Respiro
Resist. Transição Ω Silicagel
Sob repressão / Fluxo Kgf/cm² Outros
OBSERVAÇÕES
RESPONSÁVEIS
E xe c ut a do po r E ngº S upe rv is o r
217
N º O rde m
Relatório de Inspeção/Aferição em
EMPRESA
D ata
Monitor de Temperatura TM1
DADOS GERAIS
D e pa rt a m e nt o S/ E P o s iç ã o F ase C ó digo
PONTOS DE VERIFICAÇÃO
ALM
RDO Retardo do desligamento por temperatura de óleo min
ALE Alarme por temperatura do enrolamento (1º Grau) °C
DSE Desligamento por temperatura do enrolamento (2º Grau) °C
RDE Retardo do desligamento por temperatura de enrolamento min
FSA Faixa de saída analógica nº
FE1 Fim de escala de saída analógica 1 °C
IE1 Inicio de escala da saída analógica 1 °C
FE2 Fim de escala de saída analógica 2 °C
IE2 Inicio de escala da saída analógica 2 °C
RTD Opção de conexão dos sensores de temperatura cod
CNF
DMT Diferença máxima de temperatura (opção RTD 2X3) °C
COM Porta de comunicação serial utilizada nº
BDR Baud-rate da comunicação serial kbps
END Endereço na comunicação serial nº
PRT( op ) Protocolo de comunicação cod
SUP Modo de supervisão cod
IDI Idioma da interface cod
NPW Nova senha para acesso aos menus nº
GEO Gradiente de temperatura nominal enrolamento/óleo °C
TE Constante de tempo térmica do enrolamento seg
HS+ Fator de hot-spot pelas normas ABNT e ANSI °C
TRF HS* Fator de hot-spot pela norma IEC nº
2*M Expoente definido pelo tipo de resfriamento nº
CNT Corrente nominal do enrolamento1 do transformador KA
CNS Corrente secundária TC c/ enrolamento1 carga nominal A
RF1 Temperatura de operação do resfriamento 1º estágio °C
RF2 Temperatura de operação do resfriamento 2º estágio °C
HIS Histerese de desacionamentodo resfriamento °C
CV1( op ) Carga para acionamentodo resfriamento 1º estágio %
RF CV2 ( op ) Carga para acionamentodo resfriamento 2º estágio %
HIC ( op ) Histerese de carga para desligamento do resfriamento %
EVH ( op ) Hora de acionamento do resfriamento hora
EVM ( op ) Minuto de acionamento do resfriamento min
TEV ( op ) Tempo de operação do resfriamento min
OBSERVAÇÕES
2*M - Expoente enrol.
1,6 Óleo natural/forçado
2 Óleo dirigido
RESPONSÁVEIS
E xe c ut a do po r E ngº S upe rv is o r
218
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA MOTOVENTILADORES REVISÃO: 00
REATOR E TRANSFORMADOR
DATA:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
MEGGER: OBSERVAÇÕES:
UR %:
TA (°C):
EXECUTANTE: DATA:
SUPERVISOR: DATA:
219
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA REVISÃO: 00
RIGIDEZ DIELÉTRICA E FATOR DE
DATA:
POTÊNCIA - ÓLEO ISOLANTE
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO: ENCONTRADO:
OPERAÇÕES
TENSÃO FIXA: DEIXADO:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
Média Final
Média Final
E
VOLT / AMPERES FATOR
N WATTS CAPACITÂNCIA TEMP. UMID.
AMPERES POTÊNCIA
S AMB. RELAT.
A mVA mA μA mW W % μF pF
I
LEIT. MULT. PROD. LEIT. MULT. PROD. MEDIDO A 20° C MEDIDA PLACA °C %
O
1
3
OBSERVAÇÕES: CÁLCULOS
FATOR POTÊNCIA CAPACITÂNCIA RESISTÊNCIA
2,5 kV = mW x 100 2,5kV = 6250
2,5kV = mVA x 0,425
mVA mW
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
220
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
EMPRESA REVISÃO: 00
E POLARIDADE
TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA DATA:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
1º
2º
3º
4º
5º
POLARIDADE
OBSERVAÇÕES:
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
221
Nº
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS
EMPRESA RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE ENROLAMENTO REVISÃO: 00
DATA:
222
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA REVISÃO: 00
RESISTÊNCIA ÔHMICA DE CONTATOS E DE ISOLAMENTO -
DATA:
DISJUNTOR DE BT > 100A
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO: ENCONTRADO:
OPERAÇÕES
TENSÃO FIXA: DEIXADO:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
OBSERVAÇÕES:
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
223
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA REVISÃO: 00
RESISTÊNCIA ÔHMICA E DE ISOLAMENTO
DATA:
MOTOR ELÉTRICO – UNIVERSAL, INDUÇÃO
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO: ENCONTRADO:
OPERAÇÕES
TENSÃO FIXA: DEIXADO:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
Tensão de Ensaio KV
ENSAIO DE FUNCIONAMENTO
Á VAZIO EM CARGA
OBSERVAÇÕES:
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
224
Nº
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS
EMPRESA RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE ENROLAMENTO REVISÃO: 00
DATA:
225
Nº
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS
EMPRESA RESISTÊNCIA ÔHMICA DE REATOR E TRANSFORMADORES REVISÃO: 00
( POTÊNCIA – TC’s – TP’s – DCP’s ) DATA:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
RESISTÊNCIA ÔHMICA
VALORES EM Ω MΩ μΩ CONDIÇÕES
F
EQUIPAMENTO A
CONEXÕES MÉTODO DE QUEDA DE
ENSAIADO S MÉTODO TEMPERATURA º C
TENSÃO
E DA A 75°C
VALOR
V A PONTE AMB. ÓLEO ENROL.
CALCUL.
OBSERVAÇÕES:
CORREÇÃO A 75ºC
Rc – Resistência a 75ºC
Rc = R1 309,5 Ω
R1 – Resistência medida
T + 234,5
T – Temperatura do ensaio (ºC)
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
226
Nº
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS
EMPRESA REVISÃO: 00
CARACTERÍSTICA DE SATURAÇÃO DO TC DATA:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
Leitura
Leitura
Corrente Variação Corrente Variação Corrente Variação
Tensão Tensão Tensão
mA mA mA
- ∆ - ∆ - ∆
01 01 01
02 02-01 02 02-01 02 02-01
03 03-02 03 03-02 03 03-02
04 04-03 04 04-03 04 04-03
05 05-04 05 05-04 05 05-04
06 06-05 06 06-05 06 06-05
07 07-06 07 07-06 07 07-06
08 08-07 08 08-07 08 08-07
09 09-08 09 09-08 09 09-08
10 10-09 10 10-09 10 10-09
11 11-10 11 11-10 11 11-10
12 12-11 12 12-11 12 12-11
13 13-12 13 13-12 13 13-12
14 14-13 14 14-13 14 14-13
15 15-14 15 15-14 15 15-14
16 16-15 16 16-15 16 16-15
17 17-16 17 17-16 17 17-16
18 18-17 18 18-17 18 18-17
19 19-18 19 19-18 19 19-18
20 20-19 20 20-19 20 20-19
OBSERVAÇÕES:
1. Tensão máxima de Ensaio:
≥ 200V – nº mínimo de leituras – 20
< 200V – nº mínimo de leituras – 10
2. Se a variação da medição for 2 vezes à variação anterior, interromper o ensaio.
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
227
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS Nº
EMPRESA RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO, REVISÃO: 00
RESISTÊNCIA ÔHMICA E DE ISOLAMENTO DATA:
TC´S DE BUCHA
SUBESTAÇÃO: EQUIPAMENTO: TRANSFORMADOR FABRICANTE / N° DE SÉRIE: ANO DE FABRICAÇÃO:
FASE : ( ) A ( )B ( )C ( ) MONOFÁSICO ( ) TRIFÁSICO POTÊNCIA:
MODELO DO COMUTADOR: FABRICANTE DO COMUTADOR: ANO DE FABRICAÇÃO: ENCONTRADO:
OPERAÇÕES
TENSÃO FIXA: DEIXADO:
INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
FABRICANTE N° SÉRIE TIPO N° PATRIMÔNIO
OBSERVAÇÕES:
EXECUTANTES:
HOMENS x HORAS
DATA: / /
1°: FUNÇÃO QUANT. INÍCIO FIM
2°:
3°:
4°: ENG. RESP./ASSINAR E CARIMBAR
228
N º O rde m
Relatório de Manutenção de
EMPRESA
D ata
Termômetros Mecânicos
DADOS GERAIS
D e pa rt a m e nt o S/ E P o s iç ã o F ase C ó digo
PONTOS DE VERIFICAÇÃO
T e rm ô m e t ro T e m pe ra t ura °C T e rm ô m e t ro T e m pe ra t ura °C T e rm ô m e t ro T e m pe ra t ura °C
de Ó le o E nc o nt ra da A jus t a da E nro la m e nt o E nc o nt ra da A jus t a da E nro la m e nt o 2 E nc o nt ra da A jus t a da
T e rm ô m e t ro de Ó le o OK N T e rm ô m e t ro de E nro la m e nt o OK N
Corrente (IA)
Relação Tc de Bucha
Corrente TC de Bucha (I1)
Relação Tc Auxiliar
Corrente TC Auxiliar (I2)
∆T 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
I3 0,71/0,72 0,78/0,79 0,85/0,86 0,91/0,92 0,97/0,99 1,03/1,04 1,08/1,10 1,14/1,15 1,19/1,21 1,24/1,26 1,29/1,31
OBSERVAÇÕES
RESPONSÁVEIS
E xe c ut a do po r E ngº S upe rv is o r
229
Nº
REGISTRO DE INSPEÇÃO E ENSAIOS
EMPRESA RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO TTR REVISÃO: 00
DATA:
230
N º O rde m
Medição da Umidade Relativa da
EMPRESA
D ata
Superfície de Isolação de Trafos - URSI
DADOS GERAIS
D iv is ã o R e gio na l S/ E E quipa m e nt o N o vo
R e la ç ã o de T e ns ã o ( KV ) P o s iç ã o F ase A no de F a bric a ç ã o
EXECUÇÃO DO ENSAIO
T e m pe ra t ura da Is o la ç ã o ( °C ) P o nt o de O rv a lho ( °C )
Le it ura 1 Le it ura 2 Le it ura 3 Le it ura 1 Le it ura 2 Le it ura 3
LIMITES DO ENSAIO
Recomenda-se que o valor de URSI seja menor ou igual a 0,5% para transformadores novos e 1,5% para
transformadores usados.
RESULTADO FINAL
O bs e rv a ç õ e s
RESPONSÁVEIS
E xe c ut a do po r E ngº S upe rv is o r
231
8.3 Árvore de Falha do Sistema de Monitoramento
232
CAUSA FALHA FUNCIONAL COMPONENTE SUBSISTEMA SISTEMA
233
Árvore de Falha de um Sistema de Monitoramento de Transformador
1
Falha sistema de monitoramento
1.2.B
1.2.A 1.2.C
Hardware de
Sensores Rede de comunicação
Aquisição
234
Árvore de Falha de um Sistema de Monitoramento de Transformador
SISTEMA
1
Falha sistema de monitoramento
SUBSISTEMA
1.3.B
1.3.A Banco de dados
Servidores histórico
FALHA FUNCIONAL
1.3.A.B.2
1.3.A.A.2 1.3.A.A.3 1.3.A.B.1 1.3.B.A.1 1.3.B.C.2
1.3.A.A.1 Perda de 1.3.B.B.1 1.3.B.B.3 1.3.B.C.1
Operação com Operação em Má 1.3.A.B.3Proble Dados 1.3.B.A.2 1.3.B.B.2 Não suporta o 1.3.B.D.2 1.3.B.D.3
Má qualidade de Conexão de Incompatibilidad Servidor Falta de backup 1.3.B.D.1
temperatura ambiente administração ma de Hardware corrompidos na Firmware Excesso de vol. de dados a Dados Servidor
fabricação rede e de tipo de subdimensionad periódico Excesso de dados
anormal inadequado do servidor aquisição/ incompatível dados
o ser armaz. incompativeis subdimensionado
dados
transm.
235
CAUSA FALHA FUNCIONAL COMPONENTE SUBSISTEMA SISTEMA
236
Árvore de Falha de um Sistema de Monitoramento de Transformador
SISTEMA
1
Falha sistema de monitoramento
SUBSISTEMA
1.6.A
COMPONENTE
Usuário
FALHA FUNCIONAL
1.6.A.C
Não utiliza a informação
1.6.A.A 1.6.A.B para intervir no momento
Não acessa a informação Não utiliza a informação apropriado
CAUSA
1.6.A.A.3 1.6.A.C.1
1.6.A.B.1 Falta de 1.6.A.C.3 1.6.A.C.4
1.6.A.A.1 1.6.A.A.2 Repetida 1.6.A.B.2 1.6.A.C.2
Informação Autorização para Falta de confiança Restrição
indisponibilidade
Falta de Interesse Falta Treinamento Falta Treinamento Falta Treinamento
Irrelevante desligamento do no resultado Operativa
do sistema equipamento
237
8.4 Árvore de Falha do Comutador de Derivação em Carga
238
Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga
SISTEMA
Chae de Derivação em Carga
SUBSISTEMA
1.4
1.1 1.2 1.3 1.5 1.6 1.7
Sistema de secagem,
Chave de carga Seletor Proteção Sistema de filtragem Mecanismo de Acionamento Transmissão
selagem estanqueidade
COMPONENTE
1.1.A.A
Não garantir o 1.1.D.A
1.1.B.A 1.1.C.A 1.1.E.A
isolamento da Não limitar o valor 1.1.F.A 1.1.G.A
Dificultar Dificultar Não proteger a
chave de carga da corrente nos Não equalizar o Não interligar os
passagem da passagem da chave
dentro dos contatos auxiliares potencial entre as contatosprincipais
corrente de corrente de comutadora
padrões físico- quando da partes da chave de e auxiliares ao
operação do operação do devido à
químicos mudança dos carga terminal de saída
Sistema Sistema sobretensões
especificado TAP’s
CAUSA
1.1.F.A.1
1.1.D.A.1 1.1.E.A.1 1.1.E.A.2
1.1.A.A.1 1.1.A.A.2 1.1.B.A.1 1.1.C.A.1 Romp. da 1.1.G.A.1
Rompimento Desajuste da Perda da
Perda de Degradação Desgaste dos Desgaste dos lâmina/ Rompimento
do resistor de distância do suportab. em
estanqueidade natural do óleo contatos contatos cordoalha dev. da cordoalha
transição GAP sobretensões
a vibração
239
Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga
SISTEMA
Chave de derivação em Carga
SUBSISTEMA
1.4
1.1 1.2 1.3 1.5 1.6 1.7
Sistema de secagem, selagem
Chave de carga Seletor Proteção Sistema de filtragem Mecanismo de Acionamento Transmissão
estanqueidade
COMPONENTE
1.1.L 1.1.M
1.1.A => 1.1.G 1.1.H 1.1.I 1.1.J 1.1.K
Molas do Lâminas de
Molas dos contatos Eixo de transmissão isolante Placa isolante Molas do gatilho
Acumulador amortecimento
FALHA FUNCIONAL
1.1.L.A
1.1.I.A 1.1.J.A
1.1.H.A Não garantir a total 1.1.M.A
Não transmitir o Não garantir a isolação 1.1.K.A
Não permitir o perfeito abertura ou fechamento Não absorver o impacto
movimento do sist. de entre resistores, contatos Não aciona o acumulador
fechamento dos contatos dos contatos principais e do acumulador de
transmissão p/ as chaves principais e contatos de energia
principais e auxiliares auxiliares no tempo energia
de carga e seletora auxiliares
adequado
CAUSA
240
Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga
SISTEMA
1.4
1.1 1.2 1.3 1.5 1.6 1.7
Sistema de secagem,
Chave de carga Seletor Proteção Sistema de filtragem Mecanismo de Acionamento Transmissão
selagem estanqueidade
COMPONENTE
1.2.D.A 1.3.A.A
1.2.B.A 1.3.B.A 1.3.C.A
1.2.C.A Não garantir o Não desligar a 1.3.D.A
1.2.A.A Não Não desligar o Não desligar o 1.3.D.B
Não garantir o perfeito alimentação do motor de 1.3.B.B 1.3.C.B Não aliviar a
Não selecionar e selecionar e transformador transformador Atuação
isolamento dos fechamento ou acionamento quando o Atuação indevida Atuação indevida pressão interna do
conectar o TAP conectar o quando há quando há indevida
contatos fixos pressão dos comutador estiver na comutador
TAP sobrefluxo sobrepressão
contatos móveis posição inicial ou final
CAUSA
241
Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga
SISTEMA
1.4
1.1 1.2 1.3 1.5 1.6 1.7
Sistema de secagem,
Chave de carga Seletor Proteção Sistema de filtragem Mecanismo de Acionamento Transmissão
selagem estanqueidade
COMPONENTE
1.4.A.A
1.4.E.A
Não retira a 1.4.C.A
1.4.D.A Não assegurar
umidade do ar 1.4.B.A 1.4.B.B Não indicar 1.4.F.A 1.4.G.A 1.4.H.A
Não isolar o ar do selagem do óleo
durante a Não abrir ou não Vazamento de corretamente o Não conduzir o fluxo Não assegurar Não assegurar
óleo mineral isolante no
respiração do fechar óleo nível de óleo do de óleo estanqueidade estanqueidade
isolante interior a chave
tanque de sistema
comutadora
expansão
CAUSA
1.4.E.A.1 1.4.E.A.2
1.4.C.A.1 1.4.C.A.2 Perda de
1.4.A.A.1 1.4.B.A.1 1.4.B.B.1 1.4.D.A.1 Perda de 1.4.F.A.1 1.4.G.A.1 1.4.H.A.1 1.4.H.A.2
Penetração de Travamento estanqueidade
Saturação da Travamento Perda de Perda de estanqueidade Tubulação Juntas de Solda trincada Vedação
umidade na do ponteiro ou por falha de
sílica gel da válvula Estanqueidade estanqueidade por trinca no avariada vedação ou avariada avariada
micro-switch haste
vedação cilindro
242
Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga
SISTEMA
Chave de derivação em Carga
SUBSISTEMA
1.4
1.1 1.2 1.3 1.5 1.6 1.7
Sistema de secagem, selagem e
Chave de carga Seletor Proteção Sistema de filtragem Mecanismo de Acionamento Transmissão
estanqueidade
COMPONENTE
1.5.F.A.1
1.5.A.A.1 1.5.B.A.1 1.5.C.A.2 1.5.C.A.3 1.5.C.A.4 1.5.D.A.1 1.5.D.B.1 1.5.E.A.1
1.5.C.A.1 Juntas de
Saturação do Vazamento da Atuação do relé Contatora Desarme do Travamento da Perda de Tubulação
Queima do motor vedação
elemento filtrante glicerina interna térmico danificada disjuntor válvula estanqueidade avariada
avariadas
243
Árvore de Falha de um Comutador de Derivação em Carga
SISTEMA
Chave de derivação em Carga
SUBSISTEMA
1.4
1.1 1.2 1.3 1.5 1.6 1.7
Sistema de secagem, selagem e
Chave de carga Seletor Proteção Sistema de filtragem Mecanismo de Acionamento Transmissão
estanqueidade
COMPONENTE
1.6.B.B
1.6.A.A 1.6.B.A Não indicar 1.7.A.A 1.7.B.A
Não acionar o 1.6.C.A
Não controlar e não remotamente o TAP Não transmitir o Não transmitir o
mecanismos de Não abrigar e proteger
proteger o ciclo de ou não efetuar a movimento entre as movimento
transmissão contra intempéries
comutação lógica de hastes
paralelismo
CAUSA
1.6.B.A.1
1.6.A.A.2 1.6.B.B.1 1.6.C.A.1
Falha nos 1.7.A.A.1 1.7.A.A.2 1.7.A.A.3
1.6.A.A.1 Quebra ou Falha na coroa Queima da 1.6.C.A.1 1.7.B.A.1
componentes dos
Falha no motor ou rompimento dos potenciométrica resistência de Perda de vedação
Quebra de Avaria no Avaria do
Quebra de haste
circuitos de
circuito de força componentes ou coroa de engrenagens acoplamento rolamento
comando e de aquecimento
mecânicos paralelismo
controle
244
8.5 Padrões e Referências CIGRÉ
CIGRÉ#170 2000 Static Electrification in Power Características da eletricidade estática de materiais usados
Transformers no caminho do fluxo magnético e adjacências, métodos
para mitigação, testes, limites recomendados.
CIGRÉ #227 2003 Life Management Techniques for Power Identificação de falhas (causas, relatórios), Metodologias
Transformers para gestão da vida útil (baseado em condição, baseado na
(WG A2.18) função), técnicas de diagnóstico e monitoramento,
recomendações de avaliação da condição, Operação de
Transformadores (processo)
CIGRÉ #296 2006 Recent developments in DGA Nível de gás em serviço, stray gassing do óleo, formação de
Interpretation gás.
(JTFD1.01/
CIGRÉ #298 2006 Transformer Life time Data Management Dados de transformadores em empresas da indústria de
energia elétrica, dados de categorias, quantidades,
(WG A2.23) qualidade, dinâmica, gestão dos dados de vida útil.
CIGRÉ #323 2007 Ageing of Cellulose in Mineral Oil Material, processo de envelhecimento, fatores de influência,
Insulated Transformers produtos de degradação, gestão de vida útil e diagnóstico.
(D1.01.10)
CIGRÉ #342 2008 Mechanical conditioning assessment of Recursos e vantages da Análise de Resposta em frequência,
transformer windings práticas; Guia de interpretação.
(WG A2.26)
CIGRÉ #343 2008 Recommendations for condition Revisão de sensores, dados e recomendações para
monitoring and condition facilities for monitoramento da condição; Sumário de recomendações
(WG A2.27) transformers para monitoramento da condições e testes de fábrica.
CIGRÉ #349 2008 Moisture Equilibrium and Moisture Entendimento da Mitigação da umidade durante
Migration within Transformer Insulation sobrecargas, processo de secagem e reparo em campo.
(WG A2.30) Systems
CIGRÉ #378 2009 Copper Sulphide in Transformer Descrição do fenômeno do enxofre corrosivo em
Insulation transformadores, diagnóstico e técnicas de mitigação.
(WG A2.32)
CIGRÉ #409 2010 Report on Gas Monitor for Oil-filled Descrição de monitores de gás para transformadores,
Electrical Equipment princípios de operação, aplicação e avaliação.
(D1.01.15)
CIGRÉ #413 2010 Insulating Oil Regeneration and Descrição do material isolante de transformadores,
Dehalogenation degradação e contaminação do óleo isolante, tratamento e
(TF D1.01.12) regeneração do óleo isolante, aspectos de segurança e
saúde.
CIGRÉ #414 Dielectric Response Diagnostic for Influência de tipos diferentes de isolamento sólido e
Transformer Windings produtos de envelhecimento na resposta dielétrica com
2010 exemplo de casos.
(D1.01.14)
CIGRÉ WG D2.28 # Comunication Architeture for IP-based Uma compilação das expectativas e solicitações dos
507 2012 Substatio Applications usuários do sistema operacional sobre os serviços
existentes no novo ambiente de rede de subestações.
Orientações sobre como escolher uma arquitetura de rede
otimizada.
IEC60422- 2005 Mineral insulating oil in electrical Descrição dos testes no óleo isolante e seu significado,
245
equipment – Supervision and intervalos de teste no óleo, critério dos resultados do teste
maintenance guide no óleo isolante (novos e em serviço), análise dos resultado
dos restes, ações recomendadas, tratamento do óleo
isolante.
IEC60599 – 1999 Mineral oil-impregnated electrical Mecanismo de formação dos gases, tipos de falhas,
am1-2007 equipment in service – Guide to the interpretação, valores típicos.
interpretation of dissolved and free gases
analysis
IEEE Std C57.93 IEEE Guide for Installation of Liquid- Comissionamento de transformadores, testes e tarefas de
2007 Immersed Power Transformers manutenção, intervalos de testes e tarefas.
IEEE Std C57.104- IEEE Guide for the Interpretation of Teoria geral da decomposição do óleo isolante, tipos de
2008 Gasses Generated in Oil-Immersed falhas, Orientações para gases e taxa de geração de gases
Transformers (ANSI) (normal, atenção e valores perigosos), interpretações.
IEEE Std C57.106- IEEE Guide for Acceptance and Significância e descrição dos testes no óleo isolante, valores
2006 Maintenance of Insulating Oil in limite para óleos novos e em serviço para diferentes classes
Equipment de tensão.
IEEE Std C57.140- Guide for the Evaluation and Extensão da vida útil de transformadores: manutenção e
2006 Reconditioning of Liquid Immersed Power diagnóstico do óleo isolante, regeneração do óleo, testes,
Transformer etc.
IEEE Draft Guide Guide for the Application for Monitoring Em desenvolvimento.
PC57.143/Draft 21 Liquid Immersed Transformers and
Components”
IEEE Std 62-1995 IEEE Guide for Diagnostic Field Testing of
Relação de testes de diagnóstico, técnicas de testes e
To become Electric Power Apparatus – Part 1: testes para enrolamentos, buchas, fluídos isolantes,
Guide PC57 .152/ Transformer, Regulators, and Reactors comutador de taps, núcleo, tanque e dispositivos
Draft 2 May 2008 associados, resultados típicos, sugestão de limites
(incluindo testes no óleo isolante), analise de resultado de
testes.
IEEE Std C57.637- Guide for the Reclamation of Insulating Tratamento de óleo mineral isolante usado por métodos
1995 (R2007) Oil and Criteria for its use físico e químico, classificação de óleo envelhecido, critérios
para reuso, processo de tratamento e regeneração.
246