SANTOS - 2014 - Influência Da Educação Financeira Nas Decisões de Consumo, Investimento e Poupança (TCC)
SANTOS - 2014 - Influência Da Educação Financeira Nas Decisões de Consumo, Investimento e Poupança (TCC)
SANTOS - 2014 - Influência Da Educação Financeira Nas Decisões de Consumo, Investimento e Poupança (TCC)
RESUMO
Uma boa educação financeira se faz cada vez mais necessária em tempos de moeda estável.
Organizações Internacionais como a ONU e OCDE recomendam a seus países membros que
desenvolvam boas práticas de educação financeira. O Brasil instituiu em 2010 o Plano Diretor
da ENEF que contempla em seu conteúdo, cenários e desafios para a educação financeira e
apresenta propostas de atuação nas escolas e para adultos. Face este panorama, este estudo
tem por objetivos, analisar o nível de educação financeira dos discentes dos cursos de
Ciências Contábeis e Administração da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da
Universidade Federal de Uberlândia, bem como verificar se há diferença nos resultados
obtidos por estes cursos. Tem ainda por objetivo, realizar uma comparação dos resultados
obtidos no presente estudo com os obtidos por Alves, Silva e Bressan (2012) em seu estudo
junto a discentes do curso de Ciências Contábeis de uma Instituição de Ensino Superior
privada na cidade do Rio de Janeiro, e, com o estudo realizado Chen e Volpe (1998) junto a
alunos de instituições de ensino superior norte-americanas, sendo que, para tanto fora
utilizado neste estudo um instrumento de pesquisa similar ao utilizado nos estudos citados. Os
resultados obtidos demonstram que os pesquisados responderam corretamente 44,94% das
questões a eles submetidas, o que demonstra um baixo nível de conhecimento financeiro.
Analisando-se a matriz curricular dos cursos pesquisados observou-se que há 14 disciplinas
relacionadas a finanças, porém, com base nos resultados obtidos, estas estão sendo
insuficientes à boa educação financeira dos discentes.
ABSTRACT
was observed that there are 14 disciplines related to finance, however, based on the results
obtained, these disciplines are been insufficient for a good financial literacy of the students.
1 INTRODUÇÃO
O Brasil até duas décadas atrás, conviveu com altíssimos índices de inflação,
chegando a acumular entre anos de 1965 a 1994, ano da entrada em vigor do plano real, uma
inflação de 1,1 quatrilhão por cento, exatos 16 dígitos, ou, mais precisamente, um Índice que
durante o período de crescimento Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de
1.142.332.741.811.850% segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fato disfarçado
por quatro reformas monetárias no período, onde, se excluiu três dígitos de moeda em cada
um deles. Fernandes (2006, p. 4) enfatiza tal mudança ao afirmar
Apesar do grande impacto na dívida pública, o objetivo principal do Plano
real acabou sendo atingido, com a inflação medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo reduzida, desde então, de cerca
de 2.477% em 1993 e 916% em 1994, para taxas anuais sempre abaixo de
um dígito, à exceção de 1995 (22,4%) e 2002 (12,5%).
Convivendo durante anos com uma realidade econômica tão desfavorável e sem
perspectiva de melhora em curto prazo, a população brasileira de um modo geral não recebeu
e tampouco buscou uma devida educação financeira que os preparasse para a mudança que
estaria por vir, aliás, não somente a falta de uma educação financeira, mas a falta de uma
educação de um modo geral no Brasil é ressaltada por Giambiagi et al (2005) onde o mesmo
afirma que o país herdou do período forte crescimento econômico ocorrido até fins da década
de 1970 dentre outras características que o distingue dos demais países do globo, a baixa
escolaridade média da força de trabalho, comparada a países em estágio de desenvolvimento
semelhante.
A estabilidade econômica vivenciada atualmente em tempos de moeda forte aumentou
exponencialmente o acesso ao crédito, tornou viável o ato de poupar dinheiro, e, aumentou o
interesse da população em investir como forma de aumentar seus ganhos e patrimônio. Um
estudo referente à inadimplência de trabalhadores da indústria metalúrgica de São Paulo
publicado no Programa de Finanças Sociais (Social Finance Programme, 2007) da
Organização Internacional do Trabalho (International Labour Organisation) aponta que o
crédito ao consumidor no Brasil cresceu drasticamente no período entre 1995 e 2006,
passando de R$ 31,4bi em 1995 para R$ 214,3bi em 2006, representando 10,5% do PIB, bem
como o Microcrédito referente a valores entre R$ 600 (de uso irrestrito) e R$ 1.500 (com fins
produtivos) também cresceu significativamente de R$ 93,7mi em janeiro de 2004 para R$
945,9mi em fevereiro de 2006. O estudo cita ainda que o acesso da população de baixa renda
aos serviços bancários também cresceu significativamente, de acordo com dados do Banco
Central, pois o número de contas simplificadas (que requerem somente documentos de
identidade e comprovantes de residências para sua abertura) cresceu de 1.9mi em janeiro de
2004 para 6.7mi em agosto de 2006.
Desta forma, o estudo de finanças, mais especificamente a educação financeira em
cursos de graduação voltados a formar gestores e empresários se faz importante, ao passo que,
cidadãos financeiramente educados em tese possuem maior capacidade de tomar decisões
financeiramente mais acertadas. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), organização internacional de países que aceitam os princípios da
democracia representativa e da livre economia de mercado e que procura fornecer uma
plataforma para comparar políticas econômicas, solucionar problemas comuns a seus
3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O assunto educação financeira, no Brasil, apesar de melhora nos últimos anos, ainda é
pouco difundido à população em geral. Tal fato é evidenciado em um artigo escrito por
Jappelli (2010) denominado Economic Literacy: An Internacional Comparison sobre
conhecimentos de economia publicado no The Economic Journal no Reino Unido e nos
Estados Unidos da América onde um estudo realizado entre 1995 e 2008 comparou dados de
55 países, dentre eles o Brasil, onde analisou o nível de conhecimento econômico da
população, podendo o resultado obtido ser demonstrado na figura 1 abaixo, onde nota-se a
baixa pontuação obtida pelo Brasil:
Figura 1 – Conhecimento econômico ao redor do mundo
0
Fonte: The Economic Journal, n. 120, p. 436, Nov. 2010
O estudo aponta ainda, além de outras variáveis, a relação entre o conhecimento
econômico dos habitantes dos países e os resultados obtidos por seus estudantes no Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Programme for International Student Assessment -
PISA), programa esse coordenado e desenvolvido pela OCDE e que faz uma avaliação
internacional comparada aplicada a estudantes na faixa dos 15 anos de idade, deste modo,
enfatiza as habilidades funcionais que os estudantes adquiriram ao passo em que se
aproximam do término do ensino básico obrigatório (NCES, 2014). Conforme se pode
verificar na figura 2 a seguir, o Brasil possui um dos menores índices obtidos de
conhecimento econômico, ficando muito abaixo de outros países latinos como Chile e
Argentina, e, obteve o mais baixo resultado dentre os países estudados em relação à
pontuação obtida por seus estudantes nos testes de matemática.
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2.2.1 Consumo
2.2.2 Poupança
2.2.3 Investimento
Estes dois fatores são, talvez, os mais importantes relativos à educação financeira a
serem trabalhados junto à população brasileira, haja vista que a inflação impacta diretamente
sobre o valor do dinheiro, diminuindo seu poder de compra.
É bem verdade que os índices atuais de inflação na casa de 1 dígito são muito menores
que os vivenciados há poucas décadas atrás, porém, ainda são merecedores de atenção quando
consideramos finanças. Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006, p. 116) afirmam que “o
Brasil, nas últimas duas décadas, enfrentou problemas bastante graves ligados à inflação e foi
apenas nos últimos anos que se conseguiu debelar o processo inflacionário”.
Já a correta compreensão dos juros se faz essencial a todos que queiram poupar e/ou
investir, além de influenciar diretamente no consumo, pois as taxas de juros sofrem grande
variação de acordo com o risco e capital investido. Ainda segundo Gremaud, Vasconcellos e
Toneto (2006) devido à sua grande importância enquanto variável econômica, justifica-se a
preocupação dos indivíduos com seu comportamento.
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2.3.1 Inflação
A inflação pode ser definida, segundo Hoji (2009, p. 51), “[...], como o aumento
generalizado de preços, que provoca a redução do poder aquisitivo da moeda, isto é, com a
mesma quantidade de unidade monetária (dinheiro), passa-se a comprar menos quantidade de
produtos e serviços”.
Definição esta que corrobora o preceituado por Braga (1998, p. 343) onde cita que “a
inflação caracteriza-se por um aumento persistente dos preços em geral, resultando na
contínua perda do poder aquisitivo da moeda”.
No período entre os anos de 1990 a 1994 a inflação chegou a absurdos 764% ao ano
(PORTALBRASIL, 2012). Fato este que tornava o ato de poupar dinheiro impraticável,
fazendo com que as pessoas gastassem tudo o que ganhavam o mais rápido possível, sob pena
de seu dinheiro valer muito pouco no futuro. Logo, não havia como planejar-se
financeiramente com segurança (HALLES; SOKOLOWSKI; HILGEMBERG, 2008).
Atualmente, convivemos com índices anuais de inflação de 1 dígito, em 2013 fechou o
ano com 5,91% (IBGE, 2014), fato que só pode ser possível com a entrada em vigor do plano
real. “A redução e consolidação da inflação em níveis administráveis no Brasil foram
promovidas pelo Plano Real” (FERNANDES, 2006, p. 3). Ainda sobre o assunto, Filgueiras
(2006, p.155) afirma “com relação à inflação, o sucesso do Plano Real foi incontestável, por
qualquer índice de preços que se queira considerar [...]”.
Apesar de permanecer com índices considerados moderados (abaixo de 10% ao ano), a
inflação é uma ameaça ao valor do dinheiro, impactando diretamente sobre seu poder de
compra, merecendo assim, constante atenção. Vale, contudo, ressaltar que “um aumento do
preço de algum bem ou serviço em particular não constitui inflação, que ocorre apenas
quando há um aumento generalizado dos preços” (GREMAUD; VASCONCELLOS;
TONETO, 2006).
2.3.2 Juros
Os juros são a peça-chave em relação às finanças. Eles definem se uma compra é mais
acertada à vista ou a prazo, se o ato de poupar é ou não interessante, e, se um investimento é
mais atrativo que outro. Sua correta compreensão, logo, se faz essencial para decisões
financeiras mais acertadas.
Juro é a remuneração do capital (HOJI, 2009), ou ainda, “a remuneração paga pela
imobilização do capital por um dado período de tempo” (SOUZA, 2009, p. 21). Segundo
Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006, p. 240), “é o que se ganha pela aplicação de recursos
durante determinado período de tempo, ou, alternativamente, aquilo que se paga pela
obtenção de recursos de terceiros”.
Ele compõe a política monetária, que é “a atuação do Banco Central para definir as
condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda, nível da taxa de juros
entre outros” (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO, 2006, p. 220), deste modo, é
utilizado pelo governo como ferramenta de controle econômico e monetário visando regular o
consumo e a poupança da população.
Fernandes (2006, p. 16) ressalta que as taxas de juros prefixadas oferecidas pelos
agentes do Sistema Financeiro Nacional normalmente trazem embutidas expectativas de
inflação.
Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006) citam ainda que as taxas de juros afetam as
decisões de consumo dos indivíduos, as decisões de investimento, a magnitude do déficit
público, o fluxo de recursos externos para a economia, o valor da taxa de câmbio que impacta
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diretamente na competitividade dos produtos nacionais frente aos estrangeiros, além de outras
variáveis.
As taxas de juros aplicadas no mercado são definidas pelo mercado financeiro com
base na demanda e oferta de capital, além do risco no retorno do capital ofertado, podendo
ainda ser fixas ou flutuantes. As diferentes taxas de juros entre os ativos diferenciam-se
devido ao risco, liquidez e prazo, segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2006).
Em suma, o juro é a forma de se convencer o possuidor de um capital a imobilizá-lo
por algum tempo, podendo variar de acordo com a certeza do seu recebimento futuro,
fazendo-se, deste modo, como dito anteriormente, item de compreensão obrigatória a um
correto planejamento financeiro.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Observa-se ainda que, dos respondentes que buscam conhecimento sobre finanças em
fontes externas à universidade, sua grande maioria, 59,35% o fazem através da internet, fato
este, talvez, motivado pela grande oferta de informações sobre o assunto disponíveis na rede.
Nota-se ainda que 16,91% dos pesquisados não buscam qualquer outra fonte de informação
externa, fazendo-se necessário um maior incentivo à busca por essas informações.
Tabela 1 - Caracterização da amostra.
Participantes Percentual
1. Faixa Etária
20 anos ou menos 81 34,32%
21-25 anos 116 49,15%
26-30 anos 19 8,05%
31-35 anos 14 5,93%
36 anos ou mais 6 2,54%
2. Sexo
Masculino 97 41,10%
Feminino 139 58,90%
3. Renda bruta mensal
Até 1 salário mínimo 82 34,75%
De 1 a 3 salários mínimos 105 44,49%
De 3 a 5 salários mínimos 30 12,71%
De 5 a 7 salários mínimos 12 5,08%
Mais de 7 salários mínimos 7 2,97%
4. Estágio no curso
1º ano (1º e 2º períodos) 51 21,61%
2º ano (3º e 4º períodos) 42 17,80%
3º ano (5º e 6º períodos) 57 24,15%
4º ano (7º e 8º períodos) 37 15,68%
5º ano (9º e 10º períodos) 49 20,76%
5. Experiência profissional
Nenhuma 44 18,64%
Inferior a 1 ano 41 17,37%
Entre 1 e 2 anos 45 19,07%
Entre 2 e 4 anos 48 20,34%
Acima de 4 anos 58 24,58%
6. Já possuía conhecimento em finanças
Sim 91 38,56%
Não 145 61,44%
7. Autoavaliação do nível de conhecimento financeiro
Não possui nenhum 14 5,93%
Básico 122 51,69%
Satisfatório 89 37,71%
Avançado 8 3,39%
Domina o assunto 3 1,27%
8. Considera relevante o conhecimento em finanças
Sim 209 88,56%
Não 27 11,44%
9. Busca fontes de conhecimento externas à universidade
Livros 26 9,35%
Internet 165 59,35%
Revistas 14 5,04%
Televisão 26 9,35%
Não busca outras fontes 47 16,91%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Os percentuais médios obtidos nas questões que tratam efetivamente sobre conceitos e
conhecimentos em finanças são apresentados nas tabelas 2, 3, 4 e 5, cada uma abrangendo um
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média de acertos alta naquele trabalho, sendo que, ambos diferem do levantado por Chen e
Volpe (1998) onde tal questão obteve média de acertos entre os estudantes americanos de
44,7%.
Nas demais questões deste grupo, as principais diferenças entre os três estudos se dão
nas questões relativas ao custo do cheque especial onde no presente estudo a média de
respostas corretas ficou em 39,83% (baixo resultado), no estudo de Alves, Silva e Bressan
(2012) ficou em 45,84% (baixo resultado), já no estudo de Chen e Volpe (1998) a média de
acertos ficou em 63,64% (médio resultado) e Seguro de Depósito onde o presente estudo
obteve média de 15,68% (baixo resultado), Alves, Silva e Bressan (2012) obtiveram um
percentual de respostas acertadas de 17,46% (baixo resultado), e, Chen e Volpe (1998)
obtiveram a média de 69,16% de acertos (médio resultado).
Tabela 3 - Percentuais de acerto por perguntas e total do grupo de questões III
Nível de conhecimento de Finanças Pessoais
Baixo Médio (60- Alto
(<60%) 80%) (>80%)
III. Economias, Empréstimos e Financiamentos
Consequências ao Fiador de Aluguel 88,56%
Fonte de Informação de Inadimplência / Risco de Crédito 68,64%
Como Melhorar Perfil de Crédito 61,86%
Retirada Antecipada de Recursos de Poupança 54,24%
Custo Efetivo de Empréstimo 52,12%
Capitalização de Juros Compostos 47,88%
Retirada Excessiva em Conta / Uso do Cheque Especial 39,83%
Uso do Cartão de Crédito 27,97%
Seguro de Depósito (Conta Poupança) 15,68%
Média de respostas corretas para o segmento 50,75%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Nas questões que exigiam conhecimento sobre seguros de um modo geral, no presente
estudo e naquele conduzido por Alves, Silva e Bressan (2012), nenhuma das questões sobre
este tema obteve média de acertos consideradas alta (>80%), sendo que, no estudo de Chen e
Volpe (1998) somente a questão relativa às características de determinação do valor do
prêmio de seguro automotivo obteve média alta (86,47%).
Nota-se ao observar a tabela 4 a seguir que o assunto seguro é pouco conhecido e/ou
compreendido pelos discentes pesquisados, onde metade das questões aplicadas obteve média
baixa, com médias inferiores inclusive a 40%. Resultado que acompanha o levantado por
Alves, Silva e Bressan (2012) e por Chen e Volpe (1998) onde também, em ambos os estudos,
a maioria das questões obteve média de acertos considerada baixa.
A questão menos conhecida dos pesquisados é a que trata da resolução de conflitos
sobre seguros, a qual abarcava vários órgãos governamentais responsáveis pela solução de
conflitos relacionados ao tema e que possuía somente uma opção inválida para tal resolução,
tendo sido obtida uma média de acertos no presente estudo de 28,81%. A mesma questão
também foi a menos acertada no tema seguros no estudo conduzido por Alves, Silva e
Bressan (2012) com média de acertos de 53,34%, percentual próximo do obtido por Chen e
Volpe (1998) com 48,70%.
Vale ressaltar que a média geral obtida no grupo de questões no presente estudo ficou
consideravelmente abaixo dos demais, pois, a média obtida foi de 48,59% contra 58,97% no
estudo de Alves, Silva e Bressan (2012) e 59,24% no estudo de Chen e Volpe (1998).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivos levantar a qualidade das decisões financeiras
tomadas por discentes dos cursos de Ciências Contábeis e Administração da Faculdade de
Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia, analisando seu grau de
educação financeira, além de avaliar se o nível das decisões tomadas por estes discente
melhora ao passo que os mesmos progridem em seus cursos. Além disso, buscou-se verificar
se há diferença considerável nos resultados finais obtidos por ambos os cursos. Ainda, foi
realizada uma comparação dos resultados obtidos no presente estudo com os obtidos por
Alves, Silva e Bressan (2012) em seu estudo junto a discentes do curso de Ciências Contábeis
de uma Instituição de Ensino Superior privada na cidade do Rio de Janeiro, e, com o estudo
realizado Chen e Volpe (1998) junto a alunos de instituições de ensino superior norte-
americanas, sendo que, para tanto fora utilizado neste estudo um instrumento de pesquisa
similar ao utilizado nos estudos citados.
Os resultados obtidos demonstraram que os pesquisados, de uma forma geral, possuem
conhecimento insatisfatório de finanças, vez que a pontuação média obtida nos itens
pesquisados limitou-se a pouco mais de 50%. Contudo, este resultado coaduna com o obtido
nos estudos de Alves, Silva e Bressan (2012) e Chen e Volpe (1998) onde os mesmos também
obtiveram médias semelhantes, ressaltando-se, que em todos os três estudos, o menor nível de
conhecimento dos pesquisados foi no assunto investimentos, onde, as médias nacionais
ficaram próximas a 30% e no estudo americano próxima a 40%.
Tal similaridade, no entanto, não ameniza o fato de que os discentes de ambos os
cursos demonstraram não dominar conceitos básicos de juros, inflação, poupança, seguros e
investimentos, os quais poderiam ser facilmente obtidos nos mais diversos meios de
comunicação atualmente existentes, amplamente divulgados.
Vale ressaltar que, apesar do nível de conhecimento apresentado pelos respondentes
ser inadequado, ficou demonstrado que este evolui ao passo que os mesmos têm maior
contato com matérias ligadas a finanças ao longo de seus cursos, demonstrado assim, a
importância do ensino destas disciplinas.
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REFERÊNCIAS
ALTFEST, L. Personal Financial Planning: Origins, developments and a plan for future
directions. The American Economist. New York, v. 48, n. 2, p. 53-60, fall. 2004. Disponível
em:
<http://www.jstor.org/discover/10.2307/25604301?uid=3737664&uid=2129&uid=2134&uid
=2&uid=70&uid=4&sid=21103665977833>. Acesso em: 15 jan. 2014.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
CHEN, H.; VOLPE, R. P. An analysis of personal financial literacy among college students.
Financial Services Review. Deland: v. 7, n. 2, p. 107-128, Fall 1998. Disponível em:
<http://maagblog.ysu.edu/financialliteracy/files/2009/03/volpe3.pdf>. Acesso em: 15 jan.
2013.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-
inpc_201312comentarios.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2014.