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6-Aula 06 - Água Quente

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Universidade de Brasília

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental

Projeto de Instalações Prediais 1

Água Quente

Profa. Dra. Cláudia Marcia Coutinho Gurjão


NORMAS
NBR 5626/98 – Instalação predial de água fria.
•  Estabelece exigências e recomendações relativas ao projeto, execução e
manutenção da instalação predial de água fria.

NBR 7198/93 – Instalação predial de água quente.


•  Fixa exigências técnicas mínimas quant à higiene, à segurança, à economia e ao
conforto os usuários, pelas quais devem ser projetadas e executadas as instalações
prediais de água quente.

NBR 8160/89 – Insta


NBR 13714/00- Sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a
incêndios.
•  Estabelecer condições mínimas exigíveis para dimensionamento, instalação,
manutenção, aceitação e manuseio, bem como características dos componentes de
sistema de hidrantes e mangotinho para combate a incêndio.
ÁGUA QUENTE

O Abastecimento por água quente é hoje não somente uma


necessidade, mas uma exigência do usuário, que se torna cada
vez maior, à medida que aumenta o padrão de vida da
coletividade. Exige-se não somente água quente em quantidade
suficiente, mas também com rapidez.
As instalações de água quente destinam-se a :

a) Garantir o fornecimento de água suficiente, sem ruído, com


temperatura adequada e sob pressão necessária ao perfeito
funcionamento das peças de utilização;
b) Preservar rigorosamente a qualidade da água.
ÁGUA QUENTE
•  Conceito: conjunto de equipamentos, fontes de energia e materiais
que permitem aos usuários a obtenção de água aquecida
artificialmente, chegando a temperaturas de uso próximas aos 50º,
às vezes até mesmo 70º e 80º.

•  EQUIPAMENTOS:
Aquecedores: tem a função de elevar a temperatura da água. Para testes
esta temperatura deve chegar a 80º. Existem dois tipos:
-  Aquecedores de passagem: onde não se estoca a água quente;
-  Aquecedores com estocagem (acumulação): também chamados de
“boiler”. Podem ser elétricos ou por queima de gás.
Classificação dos sistemas prediais

1) Geração/reservação: processo de transferência de calor a


partir de uma fonte energética para obtenção de água
com uma determinada temperatura.
Direto: fonte energética atua no reservatório ou
serpentina que contém água
Indireto: aquece um determinado volume

2) Distribuição: compreende o conjunto de tubulações que


conduzem a água aquecida aos diversos pontos de
utilização.
GERAÇÃO DE ÁGUA QUENTE

Os geradores de água quente funcionam, basicamente, sob dois


princípios: o de passagem contínua de água (aquecedores
instantâneos) e os de acumulação.
•  AQUECEDORES INSTATÂNEOS: São dispositivos de aquecimento
imediato para o próprio fluxo de água, que está sendo utilizado. Casos
típicos são os utilizados para chuveiros, torneiras e os embutidos na
parede para lavatórios e bidês. Podem ser:
a)  ELÉTRICOS – Em que o elemento de aquecimento é uma
resistência elétrica, que é ligada automaticamente pela pressão
do fluxo de água;
GERAÇÃO DE ÁGUA QUENTE

AQUECEDORES INSTATÂNEOS:

b) GÁS - Em que o aquecimento é feito por um maçarico a gás,


que fornece calor a uma serpentina dentro da qual deverá ser
aquecida. Estes aquecedores vêm equipados com um “piloto”, de
pequeno consumo de gás, que é aceso inicialmente e, somente após a
passagem do fluxo de água, se faz a ignição do maçarico. É
importante, nestas instalações, um adequado sistema de ventilação, de
acordo com a orientação dos fabricantes.
Instalação de Água Quente
É usada como conforto em banhos, cozinhas, lavanderias etc.
Devem prevalecer as condições básicas da instalação de água fria

•  Temperatura da água

A temperatura com que a água deve ser fornecida depende do uso a que se
destina.
Para diferentes temperaturas, utiliza-se um aparelho misturador de água fria no local
da utilização.
•  Lavanderias: entre 75° e 80°C.
•  Cozinhas: entre 65° e 75°C.
•  Banhos, lavagem de mãos e limpeza: entre 40° e 50°C.

• Em regiões de clima muito frio, a água quente é também usada em


radiadores para o aquecimento dos ambientes.
•  FONTES DE ENERGIA
-  Energia elétrica: mais simples e mais usado, porém muito
oneroso;
-  Aquecimento por uso de aquecimento de gás (GLP): tende a ser o
método mais barato porém deve-se ter especial atenção quanto a
queima do gás;
-  Aquecimento por combustão de óleo diesel em caldeiras: geram
vapor e aquecem a água;
-  Aquecimento solar: em épocas de pouca insolação exigem o uso
associado a um outro sistema de aquecimento;
-  Queima de madeira ou carvão: água fria passa por serpentinas de
cobre colocadas dentro das fornalhas que aquecem a água.
Classificação dos sistemas prediais

1)Tipos
a)  Individual ou local: quando a água é aquecida no próprio ponto de consumo.
(Ex: chuveiros e torneiras).

b)  Central: quando se processa o aquecimento num aparelho e o consumo se dá


em pontos diferentes
•  Privado: Aquece apenas as diversas peças de uma mesma unidade (ex:
apartamento).
Gás, combustível, eletricidade, lenha, energia solar
•  Coletivo: Aquece diversas peças de várias unidades (ex: edifício)
Gás, eletricidade
Sistema individual de aquecimento

Aquecedor elétrico

Fonte de energia elétrica e gás

Ex: Chuveiro e torneiras elétricas


Sistema Central Privado (direto)

Aquecedor instantâneo a gás combustível


Sistema Central Privado

Por acumulação

Aquecedor

Aquecedor de acumulação com gerador e reservatório separados


Sistema Central Coletivo

por acumulação

Em geral no térreo, para facilitar o


armazenamento e reposição
Geradora de água quente
Recirculação de água quente
Ø Conjunto de tubulações integrando os pontos mais distantes da rede ao
equipamento de aquecimento;
• Natural: carga gerada pela diferença de temperatura da água nas redes de
distribuição e retorno
• Forçada: a carga necessária é obtida de uma bomba, adequada à
temperatura de serviço do sistema

Ø  Sistema Individual


• Não é possível introduzir sistema de recirculação

Ø  Sistema Central Privado


• Raramente utilizam-se sistema de recirculação

Ø  Sistema Central Coletivo


• Tubulações de retorno são conectados nas extremidades das colunas de
distribuição ou próximas delas
Aquecimento solar
Ø Em expansão;
• alternativa energética e
• importância da sustentabilidade nas edificações

Ø Depende de vários fatores, entre eles a geografia;

Ø  Devido a variação (verão / inverno; dia / noite)


• Quantidade de energia disponível entre 0 a 950Kcal/m2

Ø  Deve-se preconizar a:


• Captação, conversão do calor, transferência armazenamento do
calor

Ø  O investimento ainda é alto


Coletor básico de
energia solar
MATERIAIS
• O mercado oferece vários tipos de tubos para instalações hidráulicas.
Há os específicos para água quente: PPR, Cobre, CPVC, PEX e
PERT. Os mesmos materiais podem ser usados para água fria, além
do PVC.
PPR – (Polipropileno copolímero Randon). Com uniões através da
termofusão, garante uma união contínua e absoluta potabilidade da
água, pois não utiliza cola ou outros produtos para união entre tubo e
conexão. É resistente a altas pressões, temperaturas e impactos; tem
baixa condutividade térmica; não sofre corrosão; e não necessita de
juntas de dilatação para instalações em água quente. Tem diâmetros
de 1/2” a 4”. Desvantagens: comparado com o cobre utiliza mais
abraçadeiras quando instalado de forma aparente e necessita de
ferramenta para instalação.
PPR
Cobre  - Com uniões através da solda, trabalha
com temperaturas superiores a 100˚C e utiliza
poucas abraçadeiras, quando instalado de forma
aparente. Tem diâmetros de 1/2”
a  4”.Desvantagens: sofre a ação da corrosão,
necessita de ferramenta para instalação, e exige o
uso de isolamento térmico e juntas de dilatações
para instalações em água quente. 
CPVC - Resistente a altas pressões e temperaturas, tem baixa
condutividade térmica. Não sofre corrosão e não necessita de
ferramentas para instalação. Tem diâmetros de 1/2”
a 4”. Desvantagens: as juntas de dilatações para instalações em
água quente utilizam cola para união entre tubo e conexão.

PVC - (Policloreto de vinila). Dispensa ferramentas para instalação


e tem diâmetros de 1/2” a 4”. Desvantagens: baixa resistência a
altas pressões e utiliza cola para união entre tubo e conexão.
CPVC e PVC
PEX - (Polietileno Reticulado). Com uniões através
de conexões metálicas, é resistente a altas
pressões e temperaturas. Apresenta baixa
condutividade térmica e resistência ao impacto.
Não sofre corrosão, não necessita de juntas de
dilatação para instalações em água quente e a
tubulação é flexível. Tem diâmetros de 1/2” a 1
1/4” (flexível). Desvantagens: comparado com o
cobre, utiliza mais abraçadeiras quando instalado
de forma aparente. Alguns necessitam de
ferramenta para instalação.
PERT  - Com uniões através de conexões metálicas ou de
termofusão, condição que garante uma união contínua e
absoluta potabilidade da água, pois não utiliza cola ou outros
produtos para união entre tubo e conexão. É resistente a altas
pressões e temperaturas, e a impactos; tem baixa condutividade
térmica; não sofre corrosão; não necessita de juntas de dilatação
para instalações em água quente; e tubulação flexível. Tem
diâmetros de 1/2” a 1 1/4”.Desvantagens: comparado com o
cobre utiliza mais abraçadeiras quando instalado de forma
aparente e necessita de ferramenta para instalação.
Tubos e conexões de cobre
• Mais usuais
• Maior durabilidade e melhor funcionamento
• Em alguns casos, o seu uso é obrigatório por ser o único material
resistente
Ex: instalação a vapor de hospitais e lavanderias

Tubo Classe E

Classe E -
Indicado para
instalações
prediais
Tubos e conexões de CPVC (cloreto
polivinila
pós-clorado)
• Tubo plástico
• Possui as mesmas propriedades inerentes do PVC
• Mais recente no mercado
• Temperatura máx. de 80OC e pressão de 6 kgf/cm2
Materiais

Ø Tanto os aquecedores quanto os encanamentos


devem ser termicamente isolados para evitar
perda de calor;

Ø Isolantes mais comuns:

• Lã de vidro, sob forma de calha


• Massa de amianto
Tubulação de cobre revestida com polietileno expandido
Simbologias

Conforme NBR 7198/93


•  CRITÉRIOS DE PROJETO
-  Quais os pontos devem ser de água quente;
-  Estimar o consumo, considerando se o projeto é
para residências, hotéis, hospital, etc.
-  Valores clássicos de consumo: antiga norma
PNB-128.
-  Não serve para o dimensionamento pois leva em
consideração o uso simultâneo dos aparelhos,
gerando diâmetros muito grandes. O critério
utilizado deve ser o do peso das peças.
- Pressões de serviço:
Torneiras : 1 m.c.a.
Chuveiros: 0,5 m.c.a.
Válvulas de descarga: pelo menos 5 m.c.a.
- Pressões máximas: 40 m.c.a. Em caso de edifícios altos
utilizar válvulas redutoras de pressão.
•  Devem ser atendidos:
-  Diâmetros mínimos de sub-ramais;
-  diâmetros de sub-ramais sempre iguais ou superiores aos
diâmetros de peças indicados pelo fabricante;
-  se o tipo de tubulação não tem o diâmetro indicado pelo
fabricante, use o diâmetro superior na tubulação de alimentação;
-  dotar a tubulação de respiro, em geral no mínimo de 80cm;
-  Para hotéis, hospitais e indústrias utiliza-se o critério dos pesos.
DIMENSIONAMENTO
O projeto de dimensionamento das instalações de água
quente é análogo ao de água fria, apenas com as adequações,
vazões e diâmetros mínimos.

Ø  Estimativa de consumo

Cd = Cp x n

Onde:
Cd = consumo diário (L/dia)
Cp = consumo per capta
n = número de ocupantes
Ø  Vazões dos aparelhos
Ø  Vazões máximas prováveis

Q = C √ΣP
Onde:
Q = vazão em l/s
C = coeficiente de descarga = 0,30 l/s
ΣP = soma dos pesos de todas as peças de utilização alimentadas através do
trecho considerado

CONHECIDAS AS VAZÕES PODEMOS UTILIZAR O ÁBACO. (vazões e diâmetros em


função dos pesos
Ø  Ábaco
Ø  Pressões
Devem ser consideradas as pressões mínimas e
máximas admitidas nas peças de utilização e, as
recomendadas pelos fabricantes para aquecedores e
peças especiais.
•  PERDAS DE CARGA
- Perda de carga distribuída: calculada por meio da fórmula de
Darcy-Weisbach (equação universal da perda de carga)
L V2
J=f
D 2g
- Perda de carga localizada: são ocasionadas pelas conexões,
válvulas, medidores, etc., que, pela forma e disposição, elevam a
turbulência, provocando atrito e choque das partículas
-  Perda de carga total: Onde:
J t = J tubos + J conexões Jt= perda de carga total em (m);
J tubos = Lt J Lt= comprimento total em (m);
V2 J = perda de carga unitária em (m);
J conexões = SR
2g SR = somatória do coeficiente de
V2 resistência para conexões PPR;
J total = Lt J + SR
2g V = velocidade média do fluido.
TABELA PARA COEFICIENTE RESISTÊNCIA LOCALIZADA (perda de
carga localizada)
TABELAS DE PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA
Ø  Diâmetros das canalizações
Recomenda-se a utilização da fórmula de Fair-Whipple-Hsiao (F-
W-H) para o dimensionamento das canalizações e avaliações de
perdas de carga.

Ø  Aquecedores
Para aquecedores elétricos de
acumulação, sugere-se que se
especifique a capacidade do aquecedor.
CUSTO DA OPERAÇÃO DE UM SISTEMA DE AQUECIMENTO

Ex: Consideremos o caso de uma residência que utilize, em


média, 500 litros de água quente por dia e a temperatura
da água deva ser elevada de 20º C a 70º C.
Tem-se:
Equação Fundamental da Calorimetria - Quantidade
de Calor Sensível (Qs);

Q = m. c. Δt = 500 x 1,00 x 50
Q = 25 000 kcal
CUSTO DA OPERAÇÃO DE UM SISTEMA DE AQUECIMENTO
Considerando-se que:
´ Potência calorífica (eletricidade ) = 860 kcal/kw
´ Poder calorífico (gás encanado) = 4200 kcal/kw
´ Poder calorífico (GPL) = 11000 kcal/kw

Para se obter 25000 kcal haverá necessidade de:


´ Eletricidade: 25000/860 = 29,07 kw
´ Gás encanado: 25000/4200 = 5,95 m3
´ GPL (gás engarrafado): 25000/11000 = 2,27 kg

´ Multiplica-se pelo valor comercial de cada produto, para se ter ideia


dos custos.
•  EXEMPLO:
- Dimensione os ramais principais e colunas, já que os sub-ramais devem seguir os
diâmetros mínimos
•  RESOLUÇÃO:
•  Problema 1
Seja um conjunto de 4 equipamentos iguais
a abastecer, cada aparelho com demanda
de 0,4L/s de água quente a 60º C. Admita:
-  Que o comprimento da tubulação de
alimentação seja de 320m com 12 joelhos
de 90º e 14 joelhos de 45º ;
-  Se a tubulação de alimentação possui
320m de extensão e como cada tubo possui
4m de extensão, haverá o uso de 320/4=80
luvas ligando tubo a tubo;
-  A cota de entrada de água em cada
aparelho é de 781,40m;
PERGUNTA: EM QUE ALTURA DEVE-SE FIXAR A
COTA D‘ÁGUA DO RESERVATÓRIO QUE ALIMENTA O
SISTEMA?
•  Problema 2
Seja o esquema a seguir, calcule a vazão Q a escoar:

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