EC-40h Apostila 2012 Rev01
EC-40h Apostila 2012 Rev01
EC-40h Apostila 2012 Rev01
Autoria:
1
Prezado aluno,
A Sampling considera a vida como o bem mais precioso. É por isso que escolhemos como
nossa missão valorizá-la!
No trabalho você desempenha suas tarefas e tem a oportunidade de transformar a sua vida e
a de outras pessoas, para isso, conhecimento é fundamental.
Este treinamento foi desenvolvido, com todo cuidado, para contribuir na construção do
conhecimento, habilidade e atitude necessária para que você adquira competências
essenciais para a preservação da vida.
Esperamos que você desfrute de todos os momentos deste treinamento: as aulas teóricas,
onde importantes informações serão apresentadas ou relembradas; as aulas práticas, que
vão colocá-lo, de forma controlada, em situações semelhantes as que você poderá encontrar
em situações de emergência e os intervalos das aulas, que devem ser aproveitados para
solucionar dúvidas e desenvolver os temas aprendidos.
Queremos melhorar sempre, pois assim exige a dinâmica da qualidade e para isso
precisamos que você registre na avaliação de reação, ao final do curso, qual a sua impressão
sobre a nossa atuação.
Valorize a vida!
2
SUMÁRIO
2. RESPONSABILIDADES ..................................................................................................................7
2.1. Responsabilidade Civil e Criminal Aplicada em Decorrência dos Acidentes de Trabalho ......8
2.2. Responsabilidade Civil .............................................................................................................8
2.3. Responsabilidade Criminal .....................................................................................................10
2.4. Responsabilidades dos Envolvidos na Execução de Trabalhos em Espaço Confinado .......11
3
11. RESGATE.....................................................................................................................................59
4
1. DEFINIÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ESPAÇOS CONFINADOS
Apesar de não existirem dados confiáveis no Brasil, é reconhecido o número expressivo de acidentes
nos trabalhos em espaços confinados, que ocorrem pelo desconhecimento dos riscos e das barreiras
de segurança necessários.
Estima-se que 90% dos acidentes em espaços confinados são graves, não raramente envolvendo
mais de um trabalhador. No passado os mineiros costumavam levar pássaros para o trabalho, era
uma precaução fundamental para perceber a deficiência de oxigênio* e gases tóxicos nos ambientes.
Caso o pássaro apresentasse algum sintoma ou morresse, era sinal de alguma coisa estava errada e
todos deveriam abandonar o local de trabalho imediatamente.
Em geral, somente as grandes empresas têm acesso ao conhecimento porque possuem um corpo
técnico. As médias e pequenas empresas não sabem o mínimo necessário, somente quando ocorre
uma fatalidade tomam conhecimento do problema através de jornais, revistas ou noticiários.
Atualmente o National Institute Occupational Safety and Heath (NIOSH) apresenta como causas de
acidentes os seguintes dados:
29% - pessoas que sofreram acidentes graves ou perderam a vida em espaço confinado eram
supervisores ou chefes de equipe.
Nenhum espaço confinado é totalmente seguro, por se tratar de um local perigoso onde podem ser
encontrados inúmeros riscos, principalmente atmosférico. Alguns perigos que possivelmente são
encontrados num espaço confinado são: concentrações anormais de oxigênio, gases tóxicos,
vapores inflamáveis, poeiras, calor, escadas danificadas, iluminação deficiente, equipamentos
móveis, piso escorregadio, equipamentos elétricos, inundação, entre outros. Daí a necessidade de o
5
Supervisor de entrada ser capaz de reconhecer, avaliar e controlar os riscos antes da emissão da
Permissão de Entrada e Trabalho (PET).
Apesar de se conhecer o resultado das estatísticas, os trabalhadores não se dão conta da preciosa
informação que têm e que pode ajudar a manter uma postura prevencionista, na percepção de risco
para preservação de suas vidas ao executar tarefas nestes locais. Ainda continuam a acontecer:
Falhas no conhecimento dos procedimentos para realizar o trabalho de forma segura, seja entrada
ou resgate.
6
2. RESPONSABILIDADES
A Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho criou as Normas Regulamentadoras com efeito legal, as
quais devem ter cumprimento obrigatório por todas as empresas privadas e públicas desde que
tenham empregados celetistas.
Segundo a NR-33:
Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
Nos estabelecimentos onde houver ambientes considerados espaços confinados, devem ser
observados, de forma complementar à NR-33, os seguintes atos normativos:
Outros documentos que podem dar apoio à prevenção de acidentes em espaços confinados:
Outras NRs:
Normas Internacionais:
Occupational Safety and Health Administration (OSHA) - 1910/146 (indústria geral), 1915 (indústria
marítima) e 1926/21 (indústria de construção);
NFPA - National Fire Protection Association 1670/99, 1983/01 é padrões das grandes empresas.
7
2.1. Responsabilidade Civil e Criminal Aplicada em Decorrência dos
Acidentes de Trabalho
A Constituição Federal de 1988 visando à melhoria na condição social dos trabalhadores trouxe em
seu artigo 7º a previsão de alguns direitos, entre eles, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança.
Para garantir o cumprimento desse dispositivo legal e sua efetividade, normas como a CLT, as
Normas Regulamentadoras, entre outras, estabelecem disposições complementares e de acordo
com as peculiaridades de cada atividade.
A CLT dedica o Título II, capítulo V e seções à Segurança e Medicina do Trabalho, trazendo as
disposições sobre esta matéria.
A portaria 3214 de 08/06/1978 criou as Normas Regulamentadoras que têm por objetivo principal
tornar prática a implantação das determinações dos artigos da CLT (154 a 201), servindo de
balizamento para atendimento dos aspectos legais.
O Artigo 19 da Lei 8213/91, traz a previsão do acidente de trabalho. O parágrafo segundo prevê a
figura da contravenção penal caso a empresa deixe de cumprir as normas de segurança e higiene do
trabalho.
Responsabilidades do Empregador
Por força do dispositivo constitucional previsto no art. 7º, inciso XXVIII, temos duas indenizações por
acidente de trabalho, que são autônomas e cumuláveis.
A Ação Acidentária, é fundada no risco integral e coberta pelo seguro social, deve ser exigida do
INSS. Em caso de acidente de trabalho, não se exigirá a demonstração de culpa do empregador,
seus prepostos ou da própria vítima. Neste caso, a responsabilidade é objetiva.
A outra ação será a de natureza contratual pela incidência de dolo ou culpa do empregador por
inobservância do art. 157 da CLT.
8
responsabilidade subjetiva a culpa é o elemento indispensável para que haja a obrigação de reparar
o prejuízo experimentado.
Todavia, fato é que a responsabilidade subjetiva há muito tempo já não vinha sendo uma forma
satisfatória de se proceder à entrega da tutela jurisdicional, dado que em muitos casos era impossível
à vítima fazer prova da conduta faltosa do autor do dano, como nos casos de acidente de trabalho,
em que ao empregado era praticamente impossível demonstrar a negligência do patrão, seja pela
dificuldade na colheita de provas documentais, seja ainda pela ausência de testemunhas.
Art. 927 – Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 927 § único – Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano, implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Comentário: Da análise do art. 927 do CC e do art. 157 da CLT fica clara a responsabilidade direta da
empresa e de seus gestores e prepostos pelo ressarcimento do dano.
Comentário: Os tribunais entendem, via de regra, que para se buscar o ressarcimento do dano na
esfera cível, basta que o acidente de trabalho ocorra, uma vez que a técnica e o cumprimento das
normas legais e administrativas impediriam a sua ocorrência.
O empregador que realiza serviços em ambientes sujeitos a perigos, sem observância das condições
de seguranças e normas pertinentes, responde civil e criminalmente em caso de acidente de
trabalho.
9
Para a responsabilização civil do empregador, o entendimento majoritário nos tribunais é de que
ainda prevalece a responsabilidade subjetiva, com base no artigo 7º, XXVIII da Constituição Federal,
com o argumento de que não pode a Lei Federal (Código Civil) se sobrepor à Constituição Federal.
O artigo 121 §3º do CP trata do homicídio culposo que resulta na morte da vítima, seja por
imprudência, negligência ou imperícia do agente.
Nesses casos, ocorrendo o óbito do trabalhador ou lesões corporais, ainda que de modo culposo,
responderá àquele que contribuiu para tal.
O artigo 132 do CP trata da exposição ao perigo e pode ser argüido por empregado, sindicato e
autoridades sempre que as medidas previstas na legislação de segurança e saúde ocupacional não
estiverem sendo cumpridas, colocando em risco a vida ou a saúde de qualquer trabalhador ou
prestador de serviço, constituindo-se numa verdadeira medida prática na prevenção de acidentes,
incluindo-se aí os acidentes de trabalho.
10
2.4. Responsabilidades dos Envolvidos na Execução de Trabalhos em
Espaço Confinado
Cada função envolvida na sistemática da execução de trabalhos em espaços confinados, desde o
empregador até o vigia têm responsabilidades inerentes, a saber:
Item NR 33.3.4.1 – Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados, deve ser
submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar conforme
estabelecem as NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão do
respectivo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.
Item NR 7.4.4.3 (e) – No ASO deve ter definição de apto ou inapto para a função específica
(trabalho em Espaço Confinado) que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu.
Item NR 31.5.1.3.1 (d) – Exame médico de mudança de função, que deve ser realizado antes da
data do início do exercício na nova função, desde que haja exposição do trabalhador a risco
específico diferente daquele a que estava exposto.
Garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da
Permissão de Entrada* e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II da NR-33;
Informar as empresas contratadas sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades
e exigir a capacitação de seus trabalhadores;
11
Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das
empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar em
conformidade com a NR-33;
Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeita de risco grave e iminente,
procedendo ao imediato abandono do local e
Garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos
espaços confinados.
Assegurar que os serviços de Emergência e Salvamento estejam disponíveis e que os meios para
acioná-los estejam operantes;
Encerrar a PET logo após o término do serviço ou saída de todos os trabalhadores do local de
trabalho.
Receber capacitação para trabalho em espaço confinado com carga horária de 16 horas e
renovação a cada 12 meses;
12
Manter continuamente a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no espaço
confinado e assegurar que todos saiam ao término da atividade;
O vigia não poderá realizar outras tarefas que possam comprometer o dever
principal que é o de monitorar e proteger os trabalhadores autorizados.
Ainda que a NR-33 não defina a carga horária para a capacitação da equipe de Salvamento em
Emergência e Resgate, estes profissionais devem participar do curso de 40 h previsto para
supervisores. Neste treinamento conhecerão todo o conteúdo técnico teórico, prática de exercícios
simulados de salvamento e regate, simulando várias situações que poderão ser encontradas nos
espaços confinados, análise de risco, avaliação de risco, planejamento, inspeção e indicação dos
equipamentos necessários tanto para execução de uma tarefa, quando para atuação em caso de
resgate. A participação nesse treinamento faz-se necessário já que desenvolverão suas atividades
em ambientes IPVS (imediatamente perigoso para vida e à saúde) e precisarão usar recursos que
exigem esforço físico, conhecimento técnico e equipamentos utilizados em rappel, medição da
atmosfera etc.
13
3. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS CONFINADOS
Segundo a NR-33.1.2: espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação
humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída cuja ventilação existente é
insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de
oxigênio.
Segundo a OSHA (Ocupational Safety and Health Administration): espaço confinado é grande o
suficiente e configurado de tal forma que o trabalhador possa entrar e realizar o seu trabalho; não
tenha sido desenhado para ocupação humana; que contém riscos atmosféricos; possui uma
configuração interna capaz de causar claustrofobia, asfixia ou contem agentes contaminantes
agressivos à saúde e a segurança.
Identificar e avaliar os riscos dos espaços confinados antes da entrada dos trabalhadores.
estabilidade da estrutura
14
visibilidade e iluminação
vazamentos;
fontes de ignição;
fogo e explosão;
tanques de água;
fundo duplo;
caminhão tanque;
poço de elevadores;
colunas de suportes;
pernas;
espaços vazios;
porões de carga;
tanques de lastro;
silos de cimento;
contêineres;
espaços localizados abaixo do solo como fossa de dreno, esgoto, túneis, dutos, trincheiras,
sistema d´água.
15
Para que esta atividade seja desenvolvida com pouca possibilidade de falha é importante que as
faces do triângulo eqüilátero que representa trabalho seguro em espaço
confiando seja respeitado e colocado em prática e com envolvimento de toda
a equipe. Só assim teremos certeza de que a equipe tem informações sobre
características e particularidades do Espaço Confinado, conhecimento das
principais barreiras de prevenção a serem adotadas para mente o trabalho
seguro durante toda a jornada de trabalho.
16
4. RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE DE
RISCOS/PERIGO
A análise de riscos consiste na identificação dos perigos e avaliação dos riscos aos quais podem
estar expostos os trabalhadores durante a execução de trabalhos em espaços confinados. Esta
avaliação deve levar em consideração o Limite de Tolerância (LT), que é a concentração ou
intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, de
forma não causar dano a saúde do trabalhador durante a sua vida laboral (conforme NR-15).
Perigo – é a propriedade ou condição inerente a uma substância ou atividade capaz de causar danos
às pessoas, à propriedade ou ao meio ambiente.
Risco – é a exposição ao perigo. A graduação do risco é definida pela previsão entre a freqüência e
a conseqüência de uma ocorrência acidental.
Podemos dizer que Risco = Perigo/Prevenção, neste caso a prevenção é representada pelas
barreiras montadas para oferecer condições para a execução da tarefa pelo trabalhador.
Os níveis de oxigênio do ambiente devem ser verificados visto que a inflamabilidade é diretamente
relacionada com a concentração do oxigênio presente no espaço confinado. É importante que,
simultaneamente, sejam verificados outros gases como CO (monóxido de Carbono), H2S (gás
sulfídrico), gás metano (mistura explosiva) os quais podem exercer ações diretas sobre a equipe que
executa serviços. O monitoramente no interior do espaço confinado deve ser constante a fim de que
sejam detectadas possíveis alterações dos resultados obtidos na liberação do trabalho.
De acordo com a NR 33, item 33.3.2, Medidas Técnicas de Prevenção, na letra C, é importante
proceder à avaliação e controle dos riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos.
17
4.2. Agentes Químicos
São todas as substâncias orgânicas ou inorgânica, naturais ou sintéticas que durante a fabricação,
manipulação, transporte, armazenamento ou uso podem incorporar-se ao ar ambiente em forma de
pó, fumos, gases ou vapores com efeitos irritantes, corrosivos, asfixiantes ou tóxicos, e em
quantidade que tenha probabilidade de lesionar a saúde das pessoas que entram em contato com
elas. É importante atentar aos limites de tolerância impostos pela NR-15.
Dentre as fontes mais comuns que levam a deficiência de oxigênio* em espaços confinados, estão as
bactérias aeróbicas, oxidação de metais, combustão e de deslocamento de gases.
Quando o ambiente apresentar explosividade, o acesso ao local não deve ser permitido.
Nos casos em que a atmosfera do espaço confinado seja potencialmente capaz de atingir níveis
IPVS, os trabalhadores devem ser devidamente informados dessa condição e utilizar ar mandado
acoplado ao equipamento autônomo de ar para fuga.
Atmosfera Tóxica
Os gases tóxicos podem causar vários efeitos prejudiciais à saúde humana. Os gases mais comuns
são o monóxido de carbono (CO) e o gás sulfídrico (H2S)
O limite de tolerância (LT) é dado pela NR 15. Estudos recentes da NIOSH sugerem LT 25 ppm para
CO.
18
A toxicidade da atmosfera varia em função da substância, concentração e tempo de exposição.
Valor máximo = LT x FD
LT (ppm ou mg/m3) FD
0a1 3
1 a 10 2
10 a 100 1,5
100 a 1000 1,35
Acima de 1.000 1,1
Obs.: Segundo a NR-15, o valor máximo encontrado não pode ser ultrapassado em nenhum
momento da jornada normal de trabalho, sob pena de ser considerada situação de risco grave e
iminente. Por exemplo:
LT do CO = 39 ppm
VM = 39 ppm x 1,5 = 58 ppm. A exposição acima deste valor é uma situação de risco grave e
iminente.
VM = 0,8 ppm x 3 = 2,4 ppm. A exposição acima deste valor é uma situação de risco grave e
iminente.
LT do H2S = 8 PPM
VM = 8 ppm x 2 = 16 ppm. A exposição acima deste valor é uma situação de risco grave e iminente.
3
A conversão de uma grandeza em ppm para mg/m utiliza-se a fórmula constante do anexo 11 da
NR-15:
3 =
PPM = 24,45 X mg/m ppm x
3
mg/m PM
ou
PM 24,45
19
3 3
1 ppm = 1 cm de poluente/ 1.000.000 cm de ar respirável (1% = 10.000 ppm)
Monóxido de Carbono
Características: gás inodoro (sem cheiro), sem cor e é absorvido pelo pulmão até 200 vezes mais
rápido que o O2.
Gás Sulfídrico
Atmosferas Inflamáveis
20
ruído vibração pressão
e não-ionizante
A avaliação destes agentes, segundo a NR-15, é puramente quantitativa. Na inspeção para emissão
da PET, esses agentes devem ser identificados avaliados e eliminados.
Os sistemas de esgoto produzem gases tóxicos e inflamáveis. Para a execução de trabalho nesses
locais são necessários cuidados especiais, tais como monitoramento da atmosfera e proteção
respiratória. O mult gás não detecta vírus, fungos, bactérias, por isso é fundamental cuidar da higiene
e pequenos ferimentos, por mais simples que pareça.
21
levantamento e transporte manual de peso;
postura inadequada;
risco de lesões com posição inadequada trabalho seguro com utilização do EPI
para execução do trabalho. adequado para uma melhor posição.
eletricidade.
piso escorregadio
22
a formulação de hipóteses sobre as possíveis seqüências de eventos, propondo medidas para seu
controle, evitando agressões ao homem, meio ambiente e à propriedade.
identificar perigos;
Exemplificando: a gasolina é um perigo, porém o risco vai depender da forma como este produto
inflamável pode afetar as pessoas. A probabilidade de causar danos às pessoas estando
armazenada em recipiente hermeticamente fechado, é pequena. Mas se o mesmo produto for
armazenado em um recipiente aberto para a atmosfera, a probabilidade de os vapores saírem do
recipiente e encontrarem uma fonte de ignição é alta e seu risco aumenta.
RESUMINDO:
Risco = Perigos/Salvaguardas
A Análise de Risco, num sentido amplo, tem por objetivo responder às seguintes perguntas relativas
à instalação:
Procedimento geral adotado para as indagações pode ser visualizado através do fluxograma a
seguir:
23
Para simplificar a realização da análise, as instalações estudadas são dividas em “módulo de
análise”, os quais podem ser:
A análise preliminar de perigo ou risco é uma técnica qualitativa cujo objetivo consiste na
identificação dos riscos/perigos potenciais decorrentes de novas instalações ou das operações já
existentes, que lidam com produtos perigosos.
Em uma dada instalação, para cada evento perigoso identificado juntamente com as respectivas
conseqüências, um conjunto de causas é levantado, possibilitando a classificação qualitativa do risco
associado, de acordo com a categoria pré-estabelecida de freqüência de ocorrência do cenário de
acidente e de severidade das conseqüências. A APP permite uma ordenação qualitativa dos cenários
de acidentes encontrados, facilitando a proposição e a priorização de medidas para redução dos
riscos da instalação, quando julgadas necessárias, além da avaliação da necessidade de aplicação
de técnicas complementares de análise.
24
coleta de informações sobre a região, as instalações, as substâncias perigosas envolvidas e os
processos;
elaboração das estatísticas dos cenários identificados por categorias de freqüência e de severidade.
Sistema
Modos de
Perigo Dano Efeito Freqüência Severidade Risco Recomendações
Detecção
25
A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de uma planilha de APP
para cada módulo de análise da instalação. A planilha utilizada nessa APP mostrada no exemplo
acima contém 8 colunas, as quais devem ser preenchidas conforme a descrição apresentada abaixo:
Esta coluna deve conter os perigos identificados para o módulo de análise em estudo. De uma forma
geral, os perigos são eventos acidentais que tem potencial para causar danos às instalações, aos
trabalhadores, às pessoas ou ao meio ambiente.
São eventos simples ou combinados que levam à consumação dos perigos previamente
identificados, tais como ruptura de tubulações, falha de instrumentos, erros humanos, falha de
sistema de proteção, etc.
Os modos disponíveis na instalação para a detecção do perigo identificado na primeira coluna devem
ser relacionados nesta coluna. A detecção da ocorrência do perigo tanto pode ser realizada através
da instrumentação (alarmes de pressão, temperatura, diferença de nível, etc.), como através da
percepção humana (visual, odor)
Os possíveis efeitos danosos de cada perigo identificado devem ser listados nessa coluna.
No contexto de uma APP um cenário de acidente é definido como o conjunto formado pelo perigo
identificado, suas causas e cada um de seus efeitos.
Com uso desta metodologia, os cenários de acidentes devem ser classificados em categorias de
severidade os quais fornecem uma indicação qualitativa do grau de severidade das conseqüências
de cada cenário acidental identificado.
26
SEVERIDADE DENOMINAÇÃO CARACTERISTICA
27
RISCO
Freqüência 1. desprezível
Se A B C D E
ve 2. menor
IV
III 3. moderado
II 4. sério
I 5. crítico
Esta coluna deve conter as recomendações relacionadas as cenário acidental analisado, como
medidas mitigadoras de risco proposta pela equipe de realização da APP ou quaisquer observações
pertinentes aos cenários de acidentes em estudo.
28
5. CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA
CONTROLE DE RISCOS
A NR-33 assim como NBR 14787 quando descrevem sobre Prevenção de Acidentes, Procedimentos
e Medidas de Proteção, tratam sobre os equipamentos que são essenciais para a segurança do
trabalho, sem considerar aqueles que serão usados como ferramentas para execução da tarefa
objeto da entrada; define os equipamentos de iluminação, de atendimento pré-hospitalar, de proteção
individual, de comunicação, de ventilação; mas o grande destaque é para o equipamento, de
sondagem atmosférica inicial, mais conhecido como detector ou monitor de gases.
O detector de gases possui especificações de acordo com a NBR 60529 e só pode ser utilizado se
for aprovado como Ex i, por um Organismo de Certificação de Produto (OCP) do INMETRO, pois um
espaço confinado que teve ou pode conter produto inflamável deve ser considerado como Zona 0, no
momento de sua abertura e o detector de gases tem que possuir o Tipo de Proteção apropriado para
tal (no mínimo BR Ex ia IIC T4). Esse detector informará se a classificação será mantida ou reduzida
a outras de menor risco, através da análise do valor do Limite Inferior de Explosividade, lido no visor.
A norma prevê, também, que tais detectores tenham proteção contra interferência eletromagnética,
para que não sejam prejudicados, em seu funcionamento normal, por campos eletromagnéticos
advindos de linhas de transmissão e subestações de energia elétrica, rádios e telefones sem fio,
torres de telecomunicações, máquinas industriais, etc.
Contra explosão não existe EPI. Portanto, qualquer indicação positiva do detector deve ser
considerada com seriedade e, a partir desse momento, proíba a entrada de pessoas. Inicie o
processo de diluição e eliminação da condição de risco, por meio de ventilação. Após a constatação
de que o risco foi eliminado a entrada pode ser liberada e, durante todo o trabalho, as condições
atmosféricas devem ser monitoradas continuamente.
Nos espaços confinados pode-se encontrar atmosfera com teor de oxigênio diferente da condição
normal para o ser humano e sua concentração deve ser verificada assim como a presença de gases
tóxicos.
29
Em termos ideais a eliminação desse tipo de risco é recomendada por meio de um sistema de
ventilação, mas em casos de maior emergência a utilização de EPI especiais, que mantenham o
sistema respiratório alheio à mistura gasosa confinada podem ser adotados e o trabalho se
desenrolar, daí por diante, sem a necessidade do detector de gases, que se no ambiente confinado
permanecer, sob aquelas condições, sofrerá deterioração prematura dos seus sensores.
A operação dos equipamentos deve ser precedida por uma leitura detalhada do manual de
operação fornecido pelo fabricante/distribuidor, dando-se a devida importância e atenção às
advertências e limitações do equipamento.
Existem várias marcas e modelos disponíveis no mercado, mas, em geral, para a aplicação de
monitoração de atmosferas em espaços confinados, a base tecnológica é a mesma. Via de regra os
sensores para detectar gases inflamáveis são do tipo catalítico, que possuem uma câmara que
permite a entrada de misturas inflamáveis através de um sinterizado e lá se processa a queima, que
desestabiliza a corrente elétrica nos eletrodos, que é comparada à corrente medida e registrada na
calibração, dando-se, assim, o resultado em L.I.E.
Os sensores de oxigênio e gases tóxicos são do tipo eletroquímico. Possuem uma base ácida que
reage com a presença do gás de referência diminuindo a resistência elétrica e aumentando a
corrente nos eletrodos, que também é comparada à corrente do valor de calibração dando o
resultado em percentagem de volume, para o oxigênio, e em partes por milhão (ppm), para gases
tóxicos.
A citada NBR, ainda, prevê que se faça um teste de resposta antes de cada utilização; isto porque os
sensores trabalham com ínfimas correntes elétricas em ma (mili-ampère) ou µA (micro-ampère). Tais
correntes são susceptíveis às variações de temperatura, umidade, pressão, instabilidades de cargas
das baterias/pilhas. Por exemplo: se um detector de gás for ligado num ambiente com ar
condicionado operando em baixa temperatura (± 17ºC), ao fazer o auto-zero, assumirá a corrente do
momento em função das condições como o ponto referencial de início de medição; depois, se levado
para um ambiente externo, com temperatura sensivelmente superior, haverá, devido a elasticidade
térmica dos materiais, uma diminuição da resistência elétrica e o ponto zero será perdido. Isso pode
fazer diferença nos valores medidos e determinar as decisões que devam ser tomadas com falsas
medidas.
No momento da abertura do espaço confinado, o detector de gases deverá estar ligado e ter
verificada sua resposta; se esta não foi condizente, o monitor deve ser calibrado novamente e
tomados os seguintes passos:
30
Investigue, antes, ao redor da escotilha ou tampa, se não há traços de gases, que porventura
estejam vazando do interior;
Posicione-se de forma que a abertura não o exponha diretamente à emanação dos gases vindos
do interior;
Em não havendo risco, fixe o monitor, através das alças, no colo e cintura do funcionário que fará
a entrada; ele, ali, deve permanecer até sua saída;
Explique a este portador que, se em algum momento o monitor alarmar, todos devem sair
imediatamente e procurar o responsável pelo trabalho;
Se houver: parada para descanso, para reavaliação de trabalho, preparação de material, almoço
etc.; investigue novamente, antes da reentrada, realizando, antes, o teste de resposta.
Aqui em nossos treinamentos usaremos os detectores multgás GX-2009, que possuem certificação
de conformidade.
31
Este monitor de gás pessoal, modelo GX-2009 é dotado para proporcionar a monitoração contínua da
exposição a gases combustíveis (HC), oxigênio, gases tóxicos em ambientes perigosos.
Peso: 130g
O ambiente pode ficar extremamente perigoso por ter sido local de processamento ou
armazenamento de produtos químicos ou apenas pode tornar-se fatal por ter estado um longo
período fechado sem troca gasosa com a atmosfera livre. O certo é que a possibilidade de se
encontrar mistura gasosa inadequada à permanência humana em um espaço confinado é grande.
O item 33.3 (Gestão de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinado), da NR 33,
determina que a atmosfera seja monitorada continuamente nas áreas onde os trabalhadores
autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas. É obrigatório:
32
Garantir que o equipamento de leitura direta sejam intrinsecamente seguro provido de alarme,
calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de rádio freqüência e;
A NR-33 também determina que nos estabelecimentos onde hajam espaços confinados, devem ser
observados, de forma complementar, os atos normativos NBR 14787 e NBR 14606.
33
6. FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS
Após ser considerado seguro para entrar no espaço confinado continue com a ventilação enquanto
houver alguém dentro do espaço, evitando concentrações atmosféricas nocivas no local de trabalho.
Caso o ambiente se torne inseguro durante o trabalho ou o alarme do detector multigás seja
acionado, paralise os serviços e saia do ambiente, mantenha a ventilação, informe a
segurança/supervisão e só retorne após nova medição para verificação da atmosfera.
Quando ventilar? Sempre que a atmosfera interna se tornar perigosa em qualquer dos seguintes
casos:
a atmosfera é inflamável.
o ar é tóxico.
Caso exista qualquer uma destas condições, inicie a ventilação com bastante antecedência, de modo
que a atmosfera já esteja em condições seguras antes da entrada de pessoas.
34
Antes de liberar a entrada, teste a atmosfera com detector multigás apropriado, para estar certo que
a ventilação foi suficiente para tornar o ambiente compatível, para que seja executado o trabalho.
Existem diferentes dispositivos de ventilação sendo usados em espaço confinado. Devem ser
observados alguns dados importantes:
Os fatores abaixo relacionados devem ser considerados na aquisição destes equipamentos e quando
forem utilizados em serviços em espaços confinados.
O volume de ar necessário para remover o contaminante do ambiente pode ser feito através da
3
seguinte fórmula: L x h x C = V(m ), onde:
Quando este cálculo estiver concluído você perceberá que sempre dará números decimais;
arredonde sempre para cima o volume e o CFM para baixo, assim você terá uma margem de
segurança conhecida como zona amortecida.
35
Entrada em poços com formas irregulares.
T = 7,5 V onde:
CFM = Efective Blower Capacity (Capacidade efetiva do Ventilador) em pés cúbico por minuto.
Ventilação
Vazão do Equipamento Dimensão do Troca de ar
3 necessária
(m /h) compartimento Volume volume EC
3 (minutos)
(m )
Al La Com
A B 7,5 X A B
t. do p
960 1720 3 1 2 6 45 3’ 2’
- - 2 2 2 8 60 4’ 2’
- - 3 3 5 45 338 21’ 12’
- - 4 2 4 32 240 15’ 8’
- - 3 5 8 120 900 56’ 31’
Cálculo exemplo 1 letra A:
3
960 m t = 7,5 V
h C
3
ambiente confinado 3 x 1 x 2 = 6m (volume Eq)
3 3
ambiente confinado 6m x 7,5 (volume (C/CTE BEL) = 45 m
36
A ventilação deve garantir constante circulação de ar fresco por todas as áreas de um espaço
confinado. Estes são dois problemas principais a serem observados:
O equipamento tem que ter potência suficiente para empurrar o ar na distância necessária para
ventilar toda a área. Deve ser capaz de capturar e eliminar todos os contaminantes. Uma série de
ventiladores pode ser necessária para deslocar o ar em longas distâncias ou para ventilar uma
grande área.
Posicione os dutos onde eles não possam ser danificados pelo seu trabalho.
Mantenha os dutos tão curtos e retos quanto possível para atingir as áreas aonde eles devem
chegar.
37
Certifique-se de que nenhum ventilador ou duto restrinja fisicamente as rotas
de fuga
Em função dos riscos existentes nos espaços confinados é obrigatório o uso de EPIs de acordo com
o analise de risco realizado antes da emissão da PET. A NR-6 estabelece que os EPIs devem ser
fornecidos obrigatoriamente pela empresa aos empregados, quando as condições de trabalhos
exigirem.
A NBR 14787 determina que o detector de gases só pode ser utilizado se for
aprovado por um Organismo de Certificação de Produto – OCP do INMETRO
Como Ex i, ou seja, se ostentar legalmente a certificação. O espaço confinado, que teve ou pode
conter produto inflamável, deve ser considerada como Zona zero “0” no momento de sua abertura e o
detector de gases tem que possuir o tipo de proteção apropriado para tal (no mínimo BR Ex ia IIC
T4).
38
Esse detector informará se a classificação será mantida ou reduzida a outras de menor risco, através
da análise do valor do Limite Inferior de Explosividade indicado no visor.
A norma também prevê que tais detectores tenham proteção contra interferência eletromagnética.
Assim o funcionamento normal não será prejudicado por campos eletromagnéticos, provenientes de
linhas de transmissão e subestações de energia elétrica, rádios e telefones sem fio, torres de
telecomunicações etc.
BR Ex i a d II C T4 –20ºC a +55ºC
Este equipamento deve fazer leitura direta do percentual de oxigênio (O2) presente no local, gases e
vapores inflamáveis (LIE/LSE), contaminantes tóxicos, principalmente monóxido de carbono (CO) e
gás sulfídrico (H2S).
39
Limites de Alarmes
O limite dos alarmes do detector de gases, segundo a NR 15, estabelece verificação do limite ACGIH
e comparar valores restritivos.
Devem ser testados para detectar vazamentos (os que possuem bombas);
Identifica vazamentos;
Em intervalos representativos;
40
Procedimentos de teste:
Teste desde o topo até o fundo - em volta dos dutos de trabalho e sob as superfícies;
Você pode não ver ou sentir muitos gases tóxicos ou vapores, nem
determinar o nível de oxigênio.
41
7. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
A Instrução Normativa nº 01 de 11/04/94, estabelece regulamento técnico sobre o uso de
equipamentos para proteção respiratória (EPR).
O empregador deve adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a utilização dos
equipamentos de proteção respiratória, quando necessário, para complementar as medidas de
proteção coletiva ou enquanto as mesmas estiverem sendo implementadas com a finalidade de
garantir uma completa proteção ao trabalhador contra os riscos existentes no ambiente de trabalho.
A NR 33, no item 3.4.10 diz que em caso de atmosfera IPVS o espaço confinado somente pode ser
adentrado com a utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou com
respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape.
Outros gases, como o nitrogênio, por exemplo, reduzem a pressão parcial do oxigênio. A atmosfera
terrestre, excluindo o vapor de água é composta basicamente por:
100
O percentual volumétrico de O2 na atmosfera não varia com a altitude. A pressão parcial é que
diminui com o aumento da altitude devido à redução da pressão atmosférica. Qualquer que seja a
causa, a redução da pressão parcial resulta no mesmo efeito para o organismo humano, pois a PPO2
alveolar é quem determina o transporte de O2 pela hemoglobina.
Pessoas que vivem em grande altitude não apresentam efeitos fisiológicos negativos devido às
alterações que ocorrem nos sistemas respiratório, cardiovascular e hematopoiético. Essas alterações
se completam, em média, após 4 semanas de permanência no ambiente com PPO2 diferente daquela
ao nível do mar.
Segundo a Portaria 3214/78 do MTE, NR-15, anexo 11, a exposição à concentração inferior a 18%
de oxigênio no ar caracteriza risco grave e iminente, ou seja, a exposição não pode ser permitida
42
para o desenvolvimento do trabalho. Neste caso as NRs 6 e 15 proíbem a utilização de respiradores
purificadores de ar. Já nos Estados Unidos a proibição de respiradores purificadores de ar é de
19,5%, mesmo valor adotado pela NR-33. Já a NBR/ABNT 12542 traz novidades ao classificar as
atmosferas com deficiência de oxigênio em:
Imediatamente Perigosa a Vida e a Saúde (IPVS): quando o teor de oxigênio (em volume) no
ambiente está abaixo de 12,5% ao nível do mar (760 mm hg), ou seja, quando a pressão parcial de
oxigênio (PPO2 ) é inferior a 95 mm Hg.
Não IPVS: quando o teor de oxigênio (em volume) está entre 12,5% e 21% ao nível do mar, ou
quando a (PPO2) é superior a 95 mm Hg. Portanto, 18% segundo a NR-6 e NR-15 corresponde a
uma deficiência de oxigênio e não IPVS.
A asfixia está relacionada à pressão parcial de oxigênio. Existe consenso entre os fisiologistas de que
se os sintomas de asfixia se tornam evidentes quando o PPPO2 atinge 60mm Hg. Situação que
ocorre quando, ao nível do mar, a concentração de oxigênio no ar atinge 14,5%. Na situação limite
IPVS, isto é 12,5% de oxigênio ao nível do mar, ou 95mm Hg, a PPO2 é de 48 mm Hg circunstância
em que a hemoglobina apresenta 82% de saturação. Neste caso o auto resgate é impossível e o
indivíduo fica dependendo da equipe de resgate, que precisa agir rapidamente, pois valores abaixo
de 12,5% de O2 caracterizam situação IPVS que pode causar a morte dependendo do tempo de
exposição.
A tabela abaixo mostra variação da pressão atmosférica com a altitude porcentagem de oxigênio
equivalente ao nível do mar.
Porcentagem de oxigênio no ar que ao nível do mar, apresenta a mesma PPO2 que na altitude
considerada. Por Exemplo, os sintomas de uma pessoa a 3.000 metros de altitude, respirando ar com
20,9% de O2 e os de outra pessoa respirando o ar, ao nível do mar com 14,5% oxigênio seriam
iguais.
43
diminuição da atenção e raciocínio
fadiga anormal
perturbação emocional
respiração prejudicada
A NR-33 determina como valores normais, a taxa de oxigênio entre 19,5% a 23% de volume de
oxigênio. Para trabalhos fora destes valores exige-se a adoção de medidas de controle e utilização
de equipamentos de proteção respiratória.
Como os riscos em um espaço confinado, muitas vezes, não são percebidos somente pelos sentidos.
Por isso é importante que seja feita a análise preliminar de perigo para identificar a proteção
respiratória adequada, bem como informações e treinamento, sobre o uso correto dos equipamentos.
Você também desempenha um importante papel. Depois de selecionar o respirador apropriado deve
utilizá-lo durante todo o tempo em que estiver executando a tarefa, até sair do espaço confinado.
Para sua própria segurança, verifique se o seu respirador está se ajustando bem ao rosto e se é
necessário algum reparo.
Também deve comunicar à sua supervisão se houver problemas com o equipamento ou se você tem
alguma enfermidade como asma, alergias ou pressão arterial elevada, que o impeça de usar um
respirador.
Você e sua empresa podem trabalhar juntos para proteger a saúde dos trabalhadores em situação
perigosa.
7.1. Supridores de Ar
São respiradores independentes. Essa classe de respirador supre ao usuário ar ou outro gás
respirável vindo de uma atmosfera independente do ar ambiente. Pertencem a esta categoria as
máscaras autônomas, os respiradores de linha de ar mandado e cilindros auxiliares para fuga.
44
7.1.1. Conjunto Autônomo
Equipamento composto por um cilindro de ar respirável, suporte com alças e cintos e é transportado
nas costas como se fosse uma mochila. Utilizado em situações de emergência, busca salvamento e
combate a incêndio, onde a atmosfera não se encontra em níveis aceitáveis.
Cálculo de Autonomia:
45
Composite Fibra de Carbono 2040 ÷ 40 = 51 min (tempo total)
Reserva de Cilindro:
Margem de segurança: tempo de início do apito até não mais haver ar no cilindro
(aproximadamente 5 min).
Esses tempos variam de acordo com o tamanho, as condições físicas do usuário e o tempo de
deslocamento para fora do espaço confinado.
OBS: O máximo que o ser humano pode consumir é em torno de 132 l /min.
O equipamento sempre deverá ser utilizado quando o usuário estiver em área IPVS.
Sair do local sempre que ouvir o sinal sonoro (alarme) ou determinar o valor
aproximado para sua saída segura.
46
7.1.2. Arcofil
Equipamento projetado para fuga que deve ser utilizado sempre que for necessária a utilização de ar,
enviado independente de qual for o sistema de alimentação (arcofil ou sistema de cascata PAR
4000), pois caso o ar apresente falhas, a pessoa utilizará o ar do CARLA para sair do local.
47
48
8. ÁREA CLASSIFICADA
Os espaços confinados concentram seu maior potencial de risco na atmosfera.
Quando se tem o risco de asfixia e a urgência do trabalho não permite que se faça a troca
atmosférica, existe a opção de que a entrada e trabalho sejam realizados com o uso de
Equipamentos de Proteção Individual – EPI; essa solução também é permitida para quando se
identificar atmosfera com presença de gases tóxicos. Porém, em se tratando de risco de explosão,
nada pode substituir a tarefa de substituição da mistura inflamável por ar em condições de respirar,
pois não existe EPI contra explosão.
Quando se tem ou pode ter uma atmosfera explosiva, é necessário que se faça um minucioso
controle das fontes de calor e centelha que podem inflamar os gases e vapores misturados com o ar,
gerando uma reação em cadeia, com velocidade de queima tão rápida que projete grande energia
em todas as direções.
As soluções encontradas oferecem segurança adequada, desde que as normas que as regem sejam
estritamente observadas, desde o projeto até a manutenção das instalações e equipamentos.
Um tipo de proteção aplicada a uma instalação ou equipamento elétrico é eficaz se forem observadas
as restrições de entrada e operação em determinadas classes de ambientes, segundo a
probabilidade, da presença de inflamáveis na atmosfera. Para guiar a seleção dos tipos de proteções
adequadas, foram criados, a partir da possibilidade de contaminação atmosférica por inflamáveis,
códigos de classificação de áreas.
O Brasil, na década de 1980, optou por elaborar as normas com base nas da International
Electrotechnical Commission, - IEC, que é o órgão internacional de normalização para o setor
elétrico, abandonando, então, a tradicional orientação americana, com normas baseadas nos
documentos da National Electrical Code - NEC e as publicações da American Petroleum Institute -
API.
Grupo IIA: operam com produtos que necessitam de energia 180 µJ (micro joule) para serem
inflamados, tendo como referência o Propano.
Grupo IIB: operam com produtos que necessitam de energia 60 µJ para serem inflamados,
tendo como referência o Etileno.
49
Grupo IIC: operam com produtos que necessitam de energia igual ou superior a 20 µJ para serem
inflamados, tendo como referência o Acetileno.
Zona 1 = Provável – Local onde a presença da substância inflamável pode ocorrer em condições
normais de operação do equipamento ou processo.
Zona 2 = Pouco Provável – Local onde a presença da substância inflamável é pouco provável de
ocorrer, estando associada à operação anormal ou falha do equipamento ou processo.
Para dimensionar a extensão da área de risco, é necessário que se conheça alguns parâmetros:
densidade do gás ou vapor – se o gás ou vapor é mais leve ou mais pesado que o ar.
condições de ventilação.
Agora, com todos esses dados obtidos, podemos, classificar a área adequadamente e, depois de
classificá-la, saber que tipo de equipamento elétrico, nela, pode ser usado.
Classificação de Área
Grupo I – Mineração
A = 180 J - Propano
B = 60 J – Etileno
C = 20 J – Acetileno e Hidrogênio
50
O tipo de proteção que trata como o equipamento deve dificultar o contato da mistura inflamável com
seus circuitos energizados, ou a dificuldade de inflamar tal atmosfera, quando é realizado o contato.
A expressão à prova de explosão foi, por muito tempo, tida como a representação máxima da
segurança elétrica para atmosferas explosivas, isso porque os padrões americanos, que já não são
mais adotados no Brasil, são fundamentados principalmente nesse tipo de proteção, que produzem
instalações e equipamentos robustos, mas pesados e caros. O tempo mostrou que apesar disso a
segurança ainda era falha e tornou-se necessário pesquisar mais e procurar alternativas que
viabilizassem maior segurança, com menor custo e mais praticidade, dando origem a uma família de
tipos de proteção, como segue:
Tipos de Proteção
à prova de explosão Ex d
pressurizado Ex p
imerso em óleo Ex o
imerso em areia Ex q
imerso em resina Ex m
segurança aumentada Ex e
não acendível Ex n
segurança intrínseca Ex i
especial Ex s
Nos dias de hoje, novamente, o modismo abarca a expressão intrinsecamente seguro, e todos
querem todos os tipos de equipamentos, para atmosferas explosivas, com essa característica, que só
é possível em instalações e equipamentos que operam com baixa energia.
51
Ex q (imerso em areia), apresenta configuração semelhante ao anterior.
Ex n (não acendível), que em condições normais e em “certas” condições anormais, não é capaz de
causar a ignição de uma atmosfera explosiva, bem como não é provável que ocorra uma falha capaz
de causar a ignição dessa atmosfera.
Ex h (hermético), invólucro com fechamento que impede, totalmente, troca com atmosfera externa. –
Sua eficácia não foi comprovada e está, atualmente, fora das normas e uso.
ia, capazes de manter as condições de segurança, mesmo que, em operação normal, duas falhas
contáveis e falhas não contáveis o levem às condições mais desfavoráveis.
ib, capazes de manter as condições de segurança, mesmo que, em operação normal, uma falha
contável e falhas não contáveis o levem às condições mais desfavoráveis.
Em função da segurança eficaz e confiabilidade, que cada tipo de proteção proporciona, a NBR IEC
60079 estipula quais tipos são permissíveis para cada ZONA de classificação de área.
Zona 1 – Ex d - Ex p - Ex q - Ex o – Ex e – Ex ia – Ex ib – Ex m – Ex s
Zona 2 - Ex d - Ex p - Ex q - Ex o – Ex e – Ex ia – Ex ib – Ex m – Ex s – Ex n
O curto-circuito pode ser causado por fatores como: fadiga dos condutores e partes do sistema;
conexões inadequadas; penetração de objeto, poeiras e/ou umidade, que comprometam a
estabilidade das partes energizadas.
Para prevenir tais ocorrências, deve-se realizar uma montagem com pessoal habilitado para tal, com
ferramental apropriado, realizar inspeções e testes periódicos e usar grau de proteção adequado à
presença de particulados e umidade no local do uso e/ou instalação.
52
O grau de proteção dos equipamentos é, no Brasil, especificado pela NBR IEC 60529 e é conhecido
como Grau de Proteção IP (XY) – Index of Protection, expressão em inglês, mantida pela sua ampla
compreensão internacional, que quer dizer Índice de Proteção.
DÍGITO X
Protegido contra objeto sólido maior Dedos de adultos e objetos maiores que 80
2
que 12 mm. mm e com a menor dimensão > 12 mm.
Protegido contra objeto sólido maior Ferramentas, fios etc cuja menor dimensão
3
que 2,5 mm seja 2,5 mm.
Protegido contra objeto sólido maior Fios, fitas, grânulos e objetos cuja menor
4
que 1 mm. dimensão seja 1 mm.
Protegido contra objeto sólido maior Nenhuma poeira deve ser admitida no interior
5
que 0,5 mm. do equipamento.
DÍGITO Y
53
Não deve ter o funcionamento prejudicado por
3 Protegido contra água aspergida. água aspergida com 60º graus de inclinação,
em relação à vertical.
Outra característica importante é a temperatura de superfície, que é a mais alta temperatura, que
pode ser atingida, em serviço e sob as mais adversas condições, por qualquer parte ou superfície de
um equipamento elétrico que seja capaz de provocar a ignição de uma atmosfera inflamável ao seu
redor.
Para selecionar-se o equipamento é necessário ter a informação das temperaturas de ignição dos
gases e vapores inflamáveis, que estão ou poderão estar presentes e compará-las com a classe de
temperatura dos equipamentos, que porventura se pretenda usar.
T1 > 450º C
T2 > 300º C
T3 > 200º C
T4 > 135º C
T5 > 100º C
T6 > 85º C
A seriedade com que devem ser tratados os equipamentos elétricos, que podem operar em
atmosferas potencialmente explosivas, levou os governos a regulamentarem o assunto e permitirem
que, apenas, sejam colocados nos mercados, aqueles que atendam aos requisitos normatizados,
54
confirmados em ensaios laboratoriais representativos das mais severas condições normais e
anormais dando origem aos sistemas de Certificação de Conformidade.
No Brasil, a Portaria INMETRO nº. 83, de 03 de abril de 2006, artigo 2, determina a obrigatoriedade
de que todos os equipamentos elétricos, acessórios e componentes para atmosferas potencialmente
explosivas, sejam certificados de acordo com o Sistema Brasileiro d Avaliação da Conformidade –
SBAC, e que a não observância dessa obrigatoriedade seja passível de punição, de acordo com
regra específica.
Assim, sempre que for necessário usar um equipamento, em área classificada, deve-se em primeiro
lugar saber qual a classificação, ou seja, em qual zona ela se enquadra; saber que tipo de proteção é
permitido naquela classificação; buscar, nos arquivos ou solicitar aos fornecedores cópia do
certificado de conformidade; analisar na linha marcação, dos certificados, se os equipamentos
atendem aos requisitos para operarem na classe em que a área foi incluída; selecionar ou adquirir
equipamentos entre os que atendem aos requisitos.
O Tipo de Proteção
Classe de temperatura
Significa que esse produto está certificado no Brasil, e que pode operar em atmosferas explosivas
mesmo em ZONA 0, pois é intrinsecamente seguro com grau a, mantendo a segurança mesmo que
ocorram duas falhas simultaneamente e que, como segurança adicional possui d invólucro à prova
de explosão e que pode operar em atmosfera que contenha acetileno ou hidrogênio IIC e que sua
temperatura de superfície, mesmo em condições adversas, não ultrapassa 135ºC (T4) e que seus
circuitos suportam variações de temperatura que podem variar de -20ºC a +55ºC.
55
9. PERMISSÃO DE ENTRDA E TRABALHO
Antes da emissão do formulário de Permissão de Entrada* e Trabalho – PET – (vide ANEXO B como
exemplo), o Supervisor de Entrada*, em conjunto com o Supervisor dos executantes e o Técnico de
Segurança, preenche o procedimento constante no anexo II da NR-33, que servirá de parâmetro para
o preenchimento do PET específico de cada empresa.
É importante que os executantes, sejam eles empregados e/ou contratados habilitados, conheçam os
procedimentos internos da empresa para entrada e resgate. Esses procedimentos têm a função de
informar sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades.
Os equipamentos de medição da atmosfera têm que ser testados antes de cada utilização. Estes
equipamentos devem ser de leitura direta, intrinsecamente seguro*, provido de alarme, calibrado e
protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofreqüência.
Para trabalhos a quente é muito importante a adoção de medidas para eliminar ou controlar os riscos
de incêndio ou explosão.
É proibido deixar cilindros de oxiacetileno ou mangueiras pressurizadas com esses gases no interior
de espaços confinados mesmo em períodos em que não haja pessoas trabalhando.
A PET só serve para uma única entrada (conforme manda o item 33.3.3.1 da NR-33). É atribuição de
o Supervisor preencher e datar a PET em três vias antes do ingresso dos trabalhadores. Uma cópia
permanece com o vigia para controle das pessoas autorizadas e conhecimento dos trabalhos a
serem realizados. Após o término do serviço ou saída de todos os trabalhadores, a PET deve ser
encerrada e arquivada por cinco anos conforme orienta a NR-33, no item 33.3.3, letra i e j.
A entrada não pode ser permitida se algum campo não for preenchido ou
contiver a marca na opção “Não”.
56
57
10. PRÁTICAS SEGURAS EM ESPAÇOS CONFINADOS
A experiência e conhecimento dos profissionais envolvidos na liberação e execução dos serviços a
serem realizados dentro dos espaços confinados e a utilização de equipamentos essenciais, tanto de
monitoração continua como EPIs, EPRs de boa qualidade, é fator importantíssimo para que o
trabalho seja realizado com o menor potencial de risco possível, tornando a atividade segura e
possivelmente sem acidente.
Para que está atividade seja desenvolvida com pouca possibilidade de falha é importante que as
faces do triângulo equilátero que representam trabalho seguro em espaços confinados sejam
respeitadas e praticadas por toda a equipe durante toda jornada de trabalho
58
11. RESGATE
O resgate em espaço confinado envolve técnicas específicas com o
objetivo de retirar o acidentado com vida daquele ambiente. O resgate
só pode ser realizado por pessoas treinadas e capacitadas.
Lembre-se de que durante a operação de resgate você está se expondo ao risco, portanto evite
atitudes precipitadas, pois há a necessidade de cuidados especiais.
Um bom planejamento começa pela liderança da equipe que deve ser capaz de ordenar as idéias e
ações checando as informações antes de iniciar a operação de resgate.
Você terá condições de executar um resgate rápido e eficiente através de informações colhidas com
o observador do espaço confinado e analisando as informações contidas nas Permissões (PT de
entrada e PT para execução do serviço).
Para o resgate em altura ou em espaço confinado é importante que se use equipamento de boa
qualidade bem como ter uma equipe de resgate treinada e avisada do serviço que está sendo
desenvolvido para que se possa atender imediatamente no caso de ocorrência de emergência.
59
a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da Análise de Riscos;
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela execução das medidas de resgate e
primeiros socorros para cada serviço a ser realizado; e
33.4.2 O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve possuir aptidão física
e mental compatível com a atividade a desempenhar.
O item 13 da NBR 14787 define os seguintes requisitos que devem ser aplicados pelos
empregadores que tenham trabalhadores que entrem em espaços confinados para executar os
serviços de resgate:
a) O empregador, ou seu representante com habilitação legal, deverá assegurar que cada membro
do serviço de resgate tenha equipamento de Proteção Individual, Respiratória e de Resgate
necessários para operar em espaços confinados e que sejam treinados para seu uso adequado.
b) Cada membro do serviço de resgate e salvamento deverá receber o mesmo treinamento para
desempenhar as tarefas de resgate designadas.
c) Cada membro do serviço de resgate deverá receber o mesmo treinamento requerido para os
trabalhadores autorizados.
d) Cada membro do serviço de resgate deverá ser capacitado, fazendo resgate em espaços
confinados, ao menos uma vez a cada 12 meses, por meio de treinamentos simulados, nos quais
eles removam manequins ou pessoas dos atuais espaços confinados ou módulos de treinamentos.
f) Para facilitar a retirada de pessoas do interior de espaços confinados sem que a equipe de resgate
precise adentrar nestes, poderão ser utilizados movimentadores individuais de pessoas, atendendo
aos princípios dos primeiros socorros, desde que não prejudiquem a vítima.
60
EPI (Equipamento de Proteção Individual) é todo dispositivo ou meio de uso pessoal destinado a
preservar e proteger a integridade física do empregado durante o exercício de suas funções contra as
conseqüências resultantes de acidente de trabalho.
A NR-6 estabelece que os EPIs devem ser fornecidos obrigatoriamente pela empresa aos
empregados, quando as condições de trabalho exigirem.
OBRIGAÇÕES
Empregador Empregado
O capacete para operações de resgate em alturas deve preencher os requisitos conforto, proteção,
qualidade.
São equipamentos fabricados com fibras de poliamida ou poliéster, em vários tipos e modelos, cada
um apresentando características exclusivas para atender as mais variadas atividades.
Este EPI deve combinar conforto, liberdade de movimento e facilidade de uso, sem sacrificar a
segurança. Os cintos utilizados em resgate são projetados para suportar quedas e grandes impactos,
e são desenhados para a pessoa ficar suspensa pelo cinto por muito tempo. Apesar disso, não são
recomendadas operações com mais de uma hora. Dessa forma, os cintos são construídos com fitas
largas, acolchoadas, com vários pontos de ancoragem, sendo no mínimo um frontal, um traseiro e
61
dois pontos de fixações laterais. Os pontos de ancoragens são feitos por anéis “D” com ou sem volta
de segurança os quais devem suportar uma carga mínima de 22KN.
Todos os cintos pára-quedistas são projetados para reter uma pessoa com segurança em caso de
queda livre, distribuindo as forças de impacto através das pernas, quadris, tórax e ombro. É
importante que se utilize o modelo indicado à atividade específica, respeitando suas limitações de
capacidade de peso e tamanho conforme especificação do fabricante. No caso de resgate sugerimos
usar cinto que tenha pelo menos 5 argolas como ponto de sustentação.
Inspeção: Antes da utilização, realizar uma inspeção minuciosa em todas as costuras, cintos, fivelas,
anéis de sustentação, cabos e suportes de um modo geral. Caso apresente defeito não use. Alguns
fabricantes sugerem inspeções trimestrais mesmo que o equipamento não esteja em uso.
Lavagem: Lavar com água corrente e sabão neutro, secar a sombra, no caso de conter graxa alguns
fabricantes sugerem a retirada com tricloretileno.
Armazenagem: Guardar o cinto em local seco e ventilado, não expor ao calor ou agentes químicos,
materiais corrosivos e solventes.
O ideal é que haja um cinto exclusivo para cada usuário, o que possibilita maior controle e melhor
histórico do mesmo. Alguns fabricantes disponibilizam cintos com etiquetas para inspeção e registro,
além de conter informações rápidas sobre características do equipamento.
62
Cintos que se ajustam em torno da cintura, em torno das coxas
Classe I ou abaixo das nádegas. São desenhados para fuga de
emergência e tem carga para apenas uma pessoa.
Obs.: Para resgate usar somente cintos classes II ou III, segundo recomendações da NFPA 1983.
Corda/Cabo
Principais cuidados
Evite:
63
Guardar as cordas com nó atado.
Rappel ou descida muito rápida. O atrito danifica a corda podendo haver ruptura
Fita
Os anéis de fitas de segurança são fabricados com fibras de poliamida ou poliéster, com diâmetros
2
variados, possuindo resistência mínima de tração de 2.200 Kgf/cm . Este equipamento é utilizado
para trabalhar em alturas e escaladas esportivas.
Se há fios soltos;
Fitas desgastadas;
Fitas descoladas;
Lavagem: o fabricante recomenda lavar com água corrente, sabão neutro e secar a sombra.
64
Guincho
São dispositivos utilizados em resgate. Oferecem desempenho com tecnologia, mantendo sempre
segurança e facilidade de manuseio.
Grigri
Colocação: seguir esquema, gravado no equipamento. Após colocação da corda, bloquear a haste
metálica com mosquetão de segurança, garantindo o fechamento.
Verificação de funcionamento: antes de cada utilização, deve-se efetuar uma prova para assegurar
que a colocação do cabo está correta e comprovar o bom funcionamento do equipamento. Não se
esqueça de verificar primeiro a condição em que foi fixado o cabo no mínimo de dois pontos de
sustentação e se ele possui comprimento suficiente para atingir o objetivo.
Ao efetuar a descida, uma das mãos aciona a alavanca para liberar o cabo e a outra mão segura
firme o cabo abaixo da coxa (quadril), controlando a velocidade de descida através da alavanca.
65
facilmente, cuja ação de bloqueio é feita através de excêntrico munido de dentes.
São utilizados pelas equipes de resgate como recurso para deslocamentos verticais ou horizontais.
Existe puxador para mão esquerda e direita.
Polia e Roldana
Consta de um disco que pode girar em torno de um eixo que passa por
seu centro. Além disso, na periferia desse disco existe um sulco,
denominado gola, dentro da qual trabalha uma correia de transmissão
de movimento.
Mosquetão
66
Estes mosquetões devem ter resistência mínima de tração de 2.200 Kgf/cm2. Em atividades mais
agressivas, é aconselhável utilizar mosquetões em aço carbono por serem mais resistentes.
Todo mosquetão deve ter gravada a capacidade de trabalho. Quando abertos ou destravados, a
capacidade de trabalho é reduzida em aproximadamente 1/3 da carga nominal.
Não use caso verifique alguma deformação (amassamento profundo, trincas, rachaduras) ou se o
sistema de travamento não estiver funcionando.
Placa Multiplicadora
Tripé/Mono Pé
67
São fabricados em material resistente à corrosão, com vários modelos disponíveis no mercado de
forma a atender às várias condições de trabalho.
Talabarte
Construído com fita em poliéster com força de tensão entre 2.608 a 4.445 Kgf.
Atua como um dos componentes vitais de um sistema completo de proteção contra quedas, já que
limita as forças de impacto a no máximo 408 Kgf.
Possui de 5 a 7 pontos por polegada. São costurados com força para resistir a trabalhos pesados.
Tem gancho com travamento automático no centro, gancho de alumínio nas extremidades (abertura
2 ¼).
68
Trava-Quedas
Antes de usá-lo, faça uma inspeção minuciosa de todo o conjunto, inclusive no cabo de sustentação
e posicionamento correto de travamento.
Evite pancadas fortes, contato com produtos químicos e/ou com areia.
Rádios
Tipos de Nós
têm baixíssima tendência de se soltar, mesmo sob tensão ou flexão, quando feitos corretamente;
Os nós podem ser: de ponta de corda, de meio de corda, de união entre cordas, de voltas.
69
Nó oito simples ou oito duplo – utilizado para evitar o desfiamento da ponta de
uma corda, utilizado também por montanhistas para unir duas cordas.
Nó direito alceado – como o nó direito simples é utilizado para unir dois cabos
da mesma espessura, porém possui uma alça que desata o nó quando o nó
direito não é permanente e precisa ser desfeito mais tarde.
Nó de frade ou final de linha – usado para criar um tensor na corda; pode servir
para parar uma roldana ou auxiliar na subida ou descida de uma corda como
nó de apoio.
70
Prusik
São técnicas desenvolvidas, desenvolvidas pelo Dr. Karl Prusic, para dar nós em fitas ou cordas
utilizados por escaladores. Essa técnica de “Prusik” trás grande vantagem durante a escalada porque
deslizam antes de falhar mostrando escaladas quando estão sobrecarregados.
Prusik duplos devem ser usados apenas para uso pessoal de escalada.
Prusik triplos devem ser usados para quase todas as outras aplicações, podendo ser usado com
segurança adicional em um nó de corda conectado à ancoragem.
Princípios da ancoragem
Todas as manobras de resgate e trabalhos em altura se iniciam pela escolha dos pontos de
ancoragem seguida das amarrações. A habilidade de escolher pontos de ancoragem é um dos
fundamentos do grupo de resgate de técnicos de altura.
71
12. ATENDIMENTO BÁSICO À VÍTIMA
Primeiros Socorros são os cuidados iniciais prestados à vítima e devem ser executados por pessoa
treinada, até que a chegada da assistência especializada para atender a vítima.
O principal objetivo do resgatista é manter a vida e evitar que lesões já existentes se agravem.
Mantenha-se calmo.
Evite pânico
Respirar para manter a calma. Planejar as ações a serem executadas antes de abordar a vítima.
Observar o local para identificar possíveis riscos. O local deve oferecer total segurança
Acionar apoio especializado (equipe de resgate, profissional de saúde de bordo, sala de controle),
outros resgatistas.
Isolar a área para facilitar a atuação dos resgatistas e expor desnecessariamente outras pessoas
que não estejam envolvidas no socorro.
Providenciar proteção individual para evitar contaminação do resgatista (luva, óculos etc).
Todas as precauções devem ser tomadas durante o exame e manipulação da vítima. Isto evita
lesões corporais ao resgatista, contaminação por agentes biológicos (microorganismos) ou
substâncias tóxicas presentes na superfície do corpo, sangue e secreções da vítima.
72
É obrigatório proteger as mãos durante a manipulação da vítima
com o uso de luvas impermeáveis (quando existir presença de
sangue ou secreções), devido aos riscos de contaminação, por
vírus da hepatite ou HIV, entre outros.
gaze lanterna
esparadrapo ambu
A pocket mask deve ser usada para sua segurança no ato da ventilação.
Quando houver suspeita de presença de gás tóxico no ar, não se aproxime sem uso de equipamento
específico (EPR).
Se no local houver uma ou mais vítimas dever haver um líder entre os resgatistas, que deve ser o
indivíduo com maior nível de treinamento e conhecimento dos procedimentos.
Previna-se contra riscos, desabamento, incêndio, explosão, contaminação com produtos tóxicos (gás,
produto líquido tóxico), choque elétrico etc.
Em vítimas de trauma por queda, a informação sobre a altura da queda é muito importante.
A equipe de trabalhadores que se encontra dentro do espaço confinado deve informar rapidamente ao
vigia/observador a ocorrência de mal súbito ou acidentes. Imediatamente o vigia/observador aciona a
equipe de resgate e salvamento, que providenciará a retirada dos trabalhadores, através de técnicas e
equipamentos apropriados. Uma vez retirados, os trabalhadores são transportados para uma área
segura onde receberão atendimento especializado.
Enquanto a vítima aguarda a chegada da equipe de resgate e salvamento, cabe ao resgatista que está
no local, auxiliar na prestação de primeiros socorros básicos, desde que tome os cuidados necessários
para não agravar o estado das vítimas. O ambiente tem que estar seguro e não oferecer risco de
morte.
73
O mult gás deve ser utilizado para verificar se o ambiente está inseguro ou IPVS (imediatamente
perigoso à vida e à saúde). Em caso positivo, a equipe de trabalhadores deve sair imediatamente do
local utilizando técnicas de auto-resgate, enquanto a equipe de resgate e salvamento se prepara para
entrar ao local para efetuar o resgate das vítimas.
É o exemplo mais importante de uma emergência. As manobras devem ser iniciadas dentro de um
período máximo de 4 minutos a partir da ocorrência, pois é o tempo médio que o cérebro resiste sem
oxigenação, sem que haja comprometimento.
Sinais observados:
Ausência de respiração: pode preceder a parada cardíaca ou ocorrer após seu estabelecimento.
Inconsciência: pode ocorrer antes ou suceder a parada cardíaca, mas é um sinal inespecífico. A
perda da consciência ocorre por causa da diminuição de oxigênio do cérebro.
Dilatação da pupila (midríase): é relativamente tardia ocorrendo até 45 segundos após a Parada
Cardíaca, mas pode aparecer em outras situações sem que haja PCR (uso de drogas ilícitas).
Aspecto de morte: com cianose (pele azulada) nas extremidades superiores e inferiores e palidez.
Também não é específico de PCR.
Após ter assegurado a sua própria proteção, o socorrista passa à etapa de socorro, propriamente dita
e dois procedimentos são de fundamental importância:
74
12.3.2. Algoritmo de Suporte Básico de Vida Simplificado
75
12.4. Reanimação Cardiopulmonar (RCP)
É um conjunto de medidas que têm o objetivo de oferecer oxigênio à vítima e manter o sangue
circulando pelos vasos sanguíneos.
Compressão:
Boa ventilação:
76
Manobra de Reanimação Cardiorrespiratória
Trata-se de um conjunto de medidas que têm por objetivo oferecer oxigênio à vítima e manter o sangue
circulando pelos vasos sanguíneos.
Principais manobras: compressão torácica (suporte circulatório), desobstrução de vias aéreas, suporte
respiratório, respiração máscara-boca (sempre que o socorrista tenha condições para fazê-lo e sinta-se
seguro).
A manobra de reanimação cardiopulmonar deve ser iniciada dentro de um período máximo de 4 minutos
a partir da ocorrência, pois é o tempo médio que o cérebro resiste sem oxigenação sem que haja
comprometimento.
Ajoelhe-se ao lado da vítima, colocando a região hipotênar (calcanhar das mãos) de uma das mãos
em cima do osso esterno, situado no centro da linha média intermamilar, mantendo esta mão aberta e
inclinada para que só a parte detrás comprima o osso e a outra mão em cima da primeira, sendo esta
com os dedos entrelaçados, a fim de lhe oferecer maior apoio.
77
Com a nova sequência “compressões torácicas primeiro”, a RCP será executada se o adulto não
estiver respondendo e nem respirando ou não respirando normalmente (como já mencionado, os
socorristas leigos serão instruídos a aplicar a RCP se a vítima que não responde “não estiver respirando
ou estiver apenas com gasping”). A sequência da RCP começa com compressões (sequência C-A-B).
Logo, a respiração é verificada rapidamente como parte da verificação quanto PCR; após a primeira
série de compressões torácicas, a via aérea é aberta e o socorrista aplica duas ventilações.
Obs.: Todos os socorristas leigos treinados devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas
em vítimas de PCR (Parada Cardiorrespiratória). Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar
ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na relação de 30
compressões para cada 2 ventilações. O socorrista deve continuar a RCP (Reanimação Cardiopulmonar)
até que o profissional de saúde assuma os cuidados com a vítima. (American Heart Association –
diretrizes 2010 para RCP).
78
12.4.1. Avaliação Secundária
Descubra o paciente para observar a presença de lesões graves tais como traumatismos penetrantes, e
verifique a presença de fraturas em áreas cobertas pelas roupas.
Avaliação da cabeça:
Avaliação do pescoço:
Avaliação do Tórax
Observe as clavículas;
Avaliação do Abdômen
79
Palpar as superfícies ósseas procurando determinar a presença de fraturas. Testar a sensibilidade dos
membros ao toque, comparando ambos os lados.
12.5.1. Hemorragia
Arterial: perda de sangue de uma artéria. Sangramento de coloração é vermelho-clara (rico em O2) e
em jato (a pressão é maior nas artérias). Quando ocorre em grandes artérias é mais difícil controlar.
Venosa: perda de sangue de uma veia. Ocorre um sangramento, geralmente de coloração vermelho-
escura (rico em CO2) e contínuo, que escorre pelas bordas da ferida.
Capilar: perda de sangue causada pelo rompimento dos capilares sanguíneos, são vasos sanguíneos
muito pequenos.
Externa: visível porque extravasa para fora do corpo. Geralmente pode ser controlada utilizando
técnicas básicas de primeiros socorros, (quando ocorre em ferimentos em geral, hemorragias de
fraturas abertas.)
Interna: o sangue extravasa para o interior do próprio corpo. Geralmente não é visível, a não ser numa
situação de sangramento no estômago, em que a vítima vomita sangue. Os traumas contusos são as
80
principais causas de hemorragia interna (acidentes de trânsito, quedas, chutes e explosões). As
medidas pré-hospitalares básicas geralmente não funcionam.
Eleve se possível, o local do sangramento acima do nível do coração. Não elevar os membros que
tiverem com sinais de fratura ou luxação;
Coloque compressa sobre o ferimento, pressionando com firmeza durante alguns minutos. Use uma
compressa limpa e seca (gaze). Caso a compressa fique encharcada de sangue, coloque outra
compressa sem retirar a primeira. Se não dispuser de compressa, pressione o vaso (artéria ou veia)
lesionado com as mãos firmemente;
Fixe a compressa sobre o ferimento com bandagem (tira de pano, gravata, cinto);
Não limpe ou lave o ferimento, pois o coágulo formado poderá soltar-se, provocando nova perda de
sangue;
Se suspeitar de lesão interna, apenas umedeça os lábios da vítima com água, pois ela não pode
ingerir nada;
Nos ferimentos de pouca gravidade, pode-se lavar bem com água e sabão.
Torniquete
Procedimento utilizado para contenção de sangramentos vultosos. É indicado somente quando todas as
outras técnicas para contenção de hemorragia forem ineficazes. Muito cuidado ao realizar este
procedimento.
Procedimento
O torniquete deve ser realizado com uma bandagem resistente com pelo menos 3 cm de largura
envolvendo o membro com a mesma;
Meça cinco centímetros (aproximadamente) acima do ferimento;
Aperte com uma haste rígida rosqueando até que o sangramento cesse;
Mantenha apertado por no máximo 5 minutos e afrouxe por alguns segundos apertando em
seguida por mais 5 min. E assim sucessivamente até a chegada do socorro especializado.
81
IMPORTANTE
Para a retirada do torniquete, faça-o de forma lenta e gradual.
Nunca use arame, corda, barbante ou outros materiais muito finos para evitar a
lesionamento da pele.
O paciente tem náuseas e o sangue é eliminado com o vômito. O sangramento pode ser vermelho vivo
ou cor em “borra de café”. Em alguns casos, o sangue pode ser eliminado pelas fezes, que saem
pastosas e com a cor preta como o piche.
82
12.5.2. Queimaduras
São lesões em determinada parte do organismo desencadeada por um agente físico, químico ou
biológico.
Primeiro grau
Segundo grau
Terceiro grau
A pele é maior órgão do corpo humano e funciona como barreira contra a perda de água e calor, tendo
também papel importante na proteção contra infecções.
As queimaduras podem ser causadas pelo calor, frio, corrente elétrica, produtos químicos ou pela
radiação (exposição à luz solar ou fontes nucleares).
Dependendo da localização, extensão ou grau de profundidade, podem significar perigo para a vida.
83
Queimadura Caracteriza-se pelo aparecimento da
de 2º grau bolha. Tem uma profundidade
intermediária.
Avaliação que calcula a porcentagem da superfície do corporal queimada (SCQ). O método mais
usado é a regra dos nove.
região genital: 1%
região anterior do tórax: 9%, região posterior do tórax: 9%, abdômen: 9%, região lombar: 9%
84
Membro superior: 9% (cada) sendo: braço: 4.5% e antebraço: 4.5%
Não utilizar pó de café, pasta de dente, óleo, manteiga, vinagre, terra etc.
85
12.5.3. Fraturas
Como reconhecer:
• Crepitação;
• Ferimentos;
• Dor á manipulação delicada (solicite que o paciente movimente, não force o movimento);
• Inchaço;
Algumas fraturas de extremidade podem oferecer risco imediato, por causa de complicações
associadas, como por exemplo:
Fratura aberta nos cotovelos e joelhos pode resultar em trauma vascular grave;
Conduta
Fratura fechada
86
Fratura aberta
Imobilização
Princípios básicos:
Fratura no crânio
Dores;
Vômito;
Inconsciência.
Conduta
87
Levar imediatamente para assistência especializada com a cabeça ligeiramente mais alta que o
restante do corpo.
Fratura de coluna
Traumatismos violentos podem levar a fratura de coluna, com possibilidade de lesão na medula
espinhal e comprometimento neurológico irreversível. Em casos de acidentes por desaceleração ou
choque violento, previna sempre esta possibilidade.
Conduta
Transporte o vítima sobre superfície plana e rígida, fixado de maneira a permanecer imóvel. Evite
qualquer situação que possa movimentar a vítima e o deslocamento da coluna (freadas, balanços)
Sinais e sintomas:
Respiração difícil;
Conduta
Fazer a vítima expirar e imobilizar o tórax com ataduras, sem apertar muito para não impedir o
movimento respiratório;
O tratamento mal conduzido em lesões de coluna vertebral pode ocasionar a morte ou incapacidade
permanente. Aproximadamente l0% das lesões medulares são causadas por manipulação incorreta
das vítimas de trauma.
88
Cuidados imediatos
Cuide para não agravar a lesão em caso de necessidade de aplicar respiração máscara-boca;
Improvise com papelão, ou enrolando uma toalha, camisa, imobilizando com um cinto sem apertar,
para não sufocar a vítima, se a lesão for na região cervical (pescoço) e não houver um colar
disponível;
Para transportar uma vítima com lesão na coluna vértebra utilize uma superfície plana e rígida, evite
trancos e balanços bruscos, imobilize a região fraturada e levante a vítima uniformemente.
Luxações: são lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma articulação é
deslocada de seu lugar. O dano aos tecidos pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos, nervos
e a cápsula articular.
Conduta: Manter a região afetada imóvel para não agravar a lesão. Imobilizar
com talas e ataduras de crepom, caso não tenha recurso improvisar a
imobilização.
89
Bandagens: são a única opção pré-hospitalar para imobilização de fraturas de clavícula, de cabeça do
úmero e da escápula. São utilizadas bandagens triangulares e em gravata que oferecem a
possibilidade de confecção de tipóias e de auto-imobilização.
Imobilizadores Rígidos (Talas): são adaptados ao corpo para manter a estabilidade. Podem ser de
madeira, papelão, alumínio. A fixação do imobilizador é feita através de
bandagens. Podem ser usadas tiras de pano, ataduras, fitas ou qualquer outro
material disponível. Não apertar muito para não prejudicar a circulação
sangüínea. Para acolchoar as talas, use panos ou ataduras. São úteis
especialmente em lesões de mãos, pés, punhos, tornozelos, antebraços e
pernas.
Coloque as extremidades da vítima em posição anatômicas e alinhadas quando possível, caso haja
resistência, imobilize o membro afetado na posição encontrada;
Não tente reduzir (colocar osso no lugar) fratura, isto é trabalho do especialista;
A imobilização deve incluir uma articulação acima e uma abaixo do ponto da fratura. assim o
comprimento da tala utilizada deve ultrapassar estas duas articulações;
Na ausência de talas próprias para imobilização, o resgatista deverá utilizar materiais de improviso
como papelão, pedaço de madeira, travesseiro etc.
90
O transporte de vítimas de traumatismos é atividade especializada, que deve ser conhecida e praticada
por todos os resgatistas. O transporte de vítimas é um determinante da boa prestação de primeiros
socorros.
O transporte realizado com a técnica incorreta, não só é arriscado para a vítima, mas também para o
próprio resgatista, que pode desenvolver uma lesão muscular ou de coluna. Antes de iniciar qualquer
atividade de remoção e transporte de vítimas, o resgatista tem por obrigação:
Feito em superfície rígida: o decúbito dorsal (deitado de costas) é a posição ideal, pois permite a
estabilização da coluna e início das medidas de suporte de vida. A vítima deve permanecer
estabilizada manualmente até estar fixada no imobilizador. O colar cervical, isoladamente, não é um
bom imobilizador, pois não impede totalmente os movimentos da coluna cervical.
O princípio básico consiste em um dos resgatistas estabilizar manualmente a cabeça e coluna cervical
da vítima, enquanto outros dois resgatistas (se possível, três) movimentam a vítima em bloco, de
maneira sincronizada. Deve-se sempre respeitar a estabilização da coluna vertebral como um todo,
movimentando a vítima em bloco.
Rolamento de 90º: Utilizado para vítimas em decúbito dorsal (barriga para cima).
Técnica
91
Um dos resgatistas posiciona a prancha paralelamente à vítima, do lado oposto ao do rolamento;
Dois auxiliares se ajoelham, lado a lado, ao nível dos ombros e joelhos da vítima;
Rola-se a vítima em bloco ao comando do líder, até a posição de decúbito lateral, para o lado onde
estão os resgatistas auxiliares;
Após o comando do resgatista líder, a vítima é devolvida, em bloco ao decúbito dorsal sobre a
prancha;
Ajustar a vítima sobre a prancha na posição a cavaleiro, com movimentos únicos para baixo e para
cima da prancha até o alinhamento perfeito da vítima;
Rolamento de 180º
Utilizado para vítimas encontradas em decúbito ventral (deitado de barriga para baixo)
A prancha longa é um recurso para resgate vertical e horizontal. Geralmente é construída em madeira,
mas também pode ser feita de plástico injetado. Necessita-se de três cintos ou fitas de segurança para
fixação de tronco e membro e de um imobilizador lateral para cabeça, visando evitar a movimentação
desta durante o transporte.
92
Técnica
Posicione a prancha paralelamente ao corpo da vítima, para o lado que o rolamento será feito.
Os dois auxiliares se colocam ajoelhados sobre a prancha, ao nível de seus ombros e quadris;
Após o comando do líder, role a vítima 90º, em bloco, para o lado da prancha, deixando-a em decúbito
lateral;
93
Glossário
Abertura de linha: abertura intencional de um duto, tubo, linha, tubulação que está sendo utilizada ou
foi utilizada para transportar materiais tóxicos, inflamáveis, corrosivos, gás, ou qualquer fluido em
pressões ou temperaturas capazes de causar danos materiais ou pessoais visando a eliminar energias
perigosas para o trabalho seguro em espaços confinados.
Análise de Risco: processo ou conjunto de técnicas, cujo objetivo consiste na execução de uma
análise de segurança da instalação, de forma ampla, como também de seus possíveis riscos, incluindo
os seguintes aspectos:
Medidas para controle das conseqüências de acidentes para os trabalhadores e para pessoas que
vivem ou trabalham fora da instalação ou para o meio ambiente.
Análise Preliminar de Perigo (APP): avaliação inicial dos perigos potenciais, suas causas,
conseqüências e medidas de controle.
Área classificada: área na qual uma atmosfera explosiva de gás está presente ou na qual é provável
sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para construção, instalação e utilização de
equipamento elétrico.
Área de Segurança: área em torno do acesso ao equipamento, sinalizada de forma que proíba a
produção de chama ou centelhas e acesso de pessoas não autorizadas ao equipamento confinado.
Atmosfera de risco: Condição em que a atmosfera, em um espaço confinado, ofereça riscos ao local
e exponha os trabalhadores ao perigo de morte, incapacitação, restrição da habilidade para auto-
resgate, lesão ou doença aguda causada por uma ou mais das seguintes causas:
Notas:
Misturas de pós combustíveis com ar somente podem sofrer ignição dentro de suas faixas explosivas,
as quais são definidas pelo limite inferior de explosividade (LIE) e o limite superior de explosividade
(LSE). O LIE está geralmente situado entre 20 g/m³ e 60 g/m³ (em condições ambientais de pressão
e temperatura) ao passo que o LSE situa-se entre 2 e 6 kg/m³ (nas mesmas condições ambientais de
94
pressão e temperatura); se as concentrações de pó puderem ser mantidas fora dos seus limites de
explosividade, as explosões de pó serão evitadas.
As camadas de poeiras, diferentemente dos gases e vapores, não são diluídas por ventilação ou
difusão após o vazamento ter cessado.
A ventilação pode aumentar o risco, criando nuvens de poeira, resultando em aumento da extensão.
As camadas de poeira depositadas podem criar um risco cumulativo, enquanto gases ou vapores não.
Camadas de poeira podem ser objeto de turbulência inadvertida e se espalharem, pelo movimento de
veículos, pessoas, etc.
Concentração atmosférica de qualquer substância cujo limite de tolerância seja publicado na NR-15 do
Ministério do Trabalho e Emprego ou em recomendação mais restritiva (ACIGIH), e que possa resultar
na exposição do trabalhador acima desse limite de tolerância;
Nota: IPVS – também é conhecido com IDLH – Immediately dangerous to health and life.
Auto-resgate: capacidade desenvolvida pelo trabalhador através de treinamento que possibilita seu
escape com segurança do ambiente confinado em que entrou em IPVS.
Base técnica: conjunto de normas, artigos, livros, procedimentos de segurança de trabalho, e demais
documentos técnicos utilizados para implementar o Sistema de Permissão de Entrada e Trabalho em
espaços confinados.
Boca de visita: abertura localizada na geratriz superior do tanque, que permite o acesso ao seu
interior.
Bloqueios: dispositivos que impedem a liberação de energias perigosas tais como: pressão, vapor,
fluidos, combustíveis, água, esgotos e outros.
Chama aberta: mistura de gases incandescentes emitindo energia, que é também denominada chama
ou fogo.
Condições de entrada: condições ambientais que permitem a entrada em um espaço confinado onde
haja critérios técnicos de proteção para riscos atmosféricos, físicos, químicos, biológicos e/ou
mecânicos que garantam a segurança dos trabalhadores.
95
Condição IPVS: Qualquer condição que coloque um risco imediato de morte ou que possa resultar em
efeitos à saúde irreversíveis ou imediatamente severos ou que possa resultar em dano ocular, irritação
ou outras condições que possam impedir a saída de um espaço confinado.
Condição proibitiva de entrada: Qualquer condição de risco que não permita a entrada em um
espaço confinado.
Contaminantes: referem-se aos gases, vapores, névoas, fumos e poeiras presentes na atmosfera do
espaço confinado.
Engolfamento: é a captura de uma pessoa por líquidos ou sólidos finamente divididos que possam ser
aspirados, causando a morte por enchimento ou obstrução do sistema respiratório. Pode ainda exercer
força suficiente no corpo para causar morte por estrangulamento, constrição ou esmagamento.
Equipamentos de resgate: Materiais necessários para a equipe de resgate utilizar nas operações de
salvamento em espaços confinados.
Equipamento intrinsecamente seguro (Ex-i): Situação em que um equipamento não libere energia
elétrica (faísca) ou térmica suficiente para, em condições normais (isto é, abrindo ou fechando o
circuito) ou anormais (curto-circuito ou falta à terra), causar a ignição de uma dada atmosfera
explosiva, conforme expresso no certificado de conformidade do equipamento.
Diagrama de Fluxo: representação gráfica do fluxo do processo de produção e/ou armazenagem e/ou
transferência de líquidos combustíveis, líquidos inflamáveis e gases inflamáveis.
Etiquetagem: colocação de rótulo num dispositivo isolador de energia para indicar que o dispositivo e
o equipamento a ser controlado não podem ser utilizados até a sua remoção.
Inertização: deslocamento da atmosfera por um gás inerte, resultando numa atmosfera não
combustível.
Intrinsecamente Seguro: situação em que o equipamento não é capaz de liberar energia elétrica ou
térmica suficientes, para em condições normais ou anormais, causar a ignição de uma dada atmosfera
96
explosiva, conforme expresso em situações peculiares, tais como trabalhos a quente, atmosferas IPVS
ou outras.
Incidente: qualquer evento não programado que possa indicar a possibilidade de ocorrência de
acidente.
Lacre: braçadeira ou outro dispositivo que precise ser rompido para abrir um equipamento.
Leitura direta: dispositivo ou equipamento que permite realizar leituras de contaminantes em tempo
real.
Isolamento: Separação física de uma área ou espaço considerado próprio e permitido para o
adentramento de uma área ou espaço considerado impróprio (perigoso) e não preparado para o
adentramento.
Permissão de Trabalho: é um documento emitido por pessoa qualificada e credenciada para tanto
pela empresa e deve identificar de forma objetiva e sucinta o serviço a ser executado. Trabalhadores
responsáveis pela execução, os riscos existentes, as medidas de controle dos mesmos e também as
restrições de uso de equipamentos geradores de fontes de ignição.
Purga: método pelo qual gases, vapores e impurezas são retirados dos espaços confinados.
Quase-acidente: qualquer evento não programado que possa indicar a possibilidade de ocorrência de
acidente.
97
Responsável Técnico: profissional habilitado e qualificado para identificar os espaços confinados
existentes na empresa e elaborar as medidas de engenharia, administrativas, pessoais e de
emergência e resgate.
Risco Grave e Iminente: Qualquer condição que possa causar acidente de trabalho ou doença
profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador.
Riscos psicossociais: influência na saúde mental dos trabalhadores, provocada pelas tensões da
vida diária, pressão do trabalho e outros fatores adversos.
Salvamento: procedimento operacional padronizado, realizado por equipe com conhecimento técnico
especializado, para resgatar e prestar os primeiros socorros a trabalhadores em caso de emergência.
Travas: dispositivo que utiliza um meio tal como chave ou cadeado para garantir isolamento de
dispositivos que liberem energia elétrica ou mecânica.
Profissional Legalmente Habilitado: aquele que tem competência legal e habilitação exigida por lei.
Trabalhador Autorizado: é aquele designado pela empresa para assegurar o comprimento de uma ou
mais tarefas especificas e que possua conhecimento e experiência suficientes para o desempenho de
tais tarefas.
Trabalho a Frio: todo trabalho que não requer o uso de chama, nem operação de que resulte
temperatura elevada ou centelha.
Trabalho Quente: todo trabalho que requer o uso de chama a descoberto ou operação capaz de
produzir temperatura elevada ou centelha.
Vigia: trabalhador designado para permanecer fora do espaço confinado e que é responsável pelo
acompanhamento, comunicação e ordem de abandono para os trabalhadores.
98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Manual sobre Nós e Amarras – União dos Escoteiros do Brasil (Região de São Paulo)
SANTOS, Raimundo Rodrigues et al, Manual de Socorro de Emergência. Editora Atheneu, 2000.
99
Rua 01, 101 – Jardim Guanabara - Macaé - RJ - Cep: 27925-490
E-mail: sac@sptac.com.br
Site: www.sptac.com.br
Fone/Fax: (22)2791-9005
Todos os direitos reservados. Essa obra, ou parte dela, não pode ser
reproduzida por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo
fotocópia e gravação) sem autorização expressa da empresa.
100