Cerâmica Marajoara
Cerâmica Marajoara
Cerâmica Marajoara
Arte milenar
Fonte: http://www.icoaraci.com.br/
Icoaraci, pólo de artesanato da Amazônia.
A Cerâmica Marajoara é fruto do trabalho dos índios da Ilha de Marajó. A fase mais
estudada e conhecida se refere ao período de 400/1400 dC.
Marajó é a maior ilha fluvial do mundo, cercada pelos rios Amazonas e Tocantins, e
pelo Oceano Atlântico. Localiza-se no estado do Pará-PA, região norte do Brasil.
Um dos maiores responsáveis, atualmente, pela memória e resgate da civilização
indígena da ilha de Marajó é Giovanni Gallo, que criou em 1972 e administra o Museu
do Marajó , localizado em Cachoeira do Arari. O museu reúne objetos representativos
da cultura da região - usos e costumes.
Para se chegar à ilha leva-se 3 horas de barco, ou 30 minutos, de avião, partindo-se
de Belém, capital paraense. Visando manter a tradição regional, o museólogo criou um
ateliê de cerâmica onde são reproduzidas e comercializadas peças copiadas do acervo.
O barro é modelado manualmente com a técnica das cobrinhas (roletes), sem o uso do
torno de oleiro.
Os índios de Marajó faziam peças utilitárias e decorativas. Confeccionavam vasilhas,
potes, urnas funerárias, apitos, chocalhos machados, bonecas de criança, cachimbos,
estatuetas, porta-veneno para as flechas, tangas (tapa-sexo usado para cobrir as
genitália das moças) – talvez as únicas, não só na América mas em todo o mundo, feitas
de cerâmica.
Os objetos eram zoomorfizados (representação de animais) ou antropomorfizados
(forma semelhante ao homem ou parte dele), mas também poderiam misturar as duas
formas-zooantropomorfos.
Visando aumentar a resistência do barro eram agregadas outras substâncias-minerais
ou vegetais: cinzas de cascas de árvores e de ossos, pó de pedra e concha e o cauixi-
uma esponja silicosa que recobre a raiz de árvores, permanentemente submersas.
As peças eram acromáticas (sem uso de cor na decoração, só a tonalidade do barro
queimado) e cromáticas. A coloração era obtida com o uso de engobes (barro em estado
líquido) e com pigmentos de origem vegetal. Para o tom vermelho usavam o urucum, para
o branco o caulim, para o preto o jenipapo, além do carvão e da fuligem.
Depois de queimada, em forno de buraco ou em fogueira a céu aberto, a peça
recebia uma espécie de verniz obtido do breu do jutaí, material que propiciava um
acabamento lustroso.
Através do Liceu de Artes e Ofícios do local, fundado em 1996, são formados novos
artistas do barro voltados para a preservação e a renovação desta cultura. Estes artesãos
redesenham a cerâmica marajoara com novas formas, não deixando, entretanto, de fazer
réplicas.
O Liceu leva o nome do Mestre Cardoso-Raimundo Saraiva Cardoso figura de
destaque nos trabalhos de resgate da cerâmica marajoara. O Mestre e sua mulher Inês
Cardoso trabalham para o Museu Emílio Goeldi fazendo réplicas de peças Marajoaras.
Outros nomes importantes, do passado e do presente, no que se refere à cerâmica
em Icoaraci são: Seu Cabeludo (Antonio Farias de Vieira), Seu Anísio , Amiraldo, Mestre
Rosemiro, Dona Ana, Dona Zuíla, Elias, Cauby, Antonio, Levi, Ademar, Wilson, Júlio,
Manuel, Guilherme Santana e Hildelmar.
Fonte: http://www.ceramicanorio.com/
Norte: Cerâmica Marajoara
A arqueóloga estadunidense Anna Roosevelt, maior especialista mundial em
pré-história amazônica, incluiu entre as grandes civilizações do mundo
antigo os marajoaras, que habitavam a Ilha de Marajó entre os anos 400 e
1300 da Era Cristã. As escavações feitas por ela indicam que a sociedade
marajoara tinha quase tudo o que caracteriza as grandes civilizações. Havia
classes sociais. A agricultura, com base na mandioca e no arroz-bravo, era
desenvolvida, o que favoreceu a vida sedentária. E as aldeias eram
populosas. Algumas chegavam a 10 000 moradores - verdadeiras cidades,
tão grandes quanto muitas das que hoje há na Amazônia.
Fonte: http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/2artes/n-marajo.html