Orientações Didáticas
do Currículo da Cidade
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Ciências Naturais
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Naturais. – 2.ed. – São Paulo : SME / COPED, 2019.
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Bibliografia alterações tão logo seja possível.
Alexandre Schneider
Secretário Municipal de Educação
Matriz de
Saberes
Saber mais
Com a
palavra
Ciências Naturais
Sumário
7 Apresentação
125 Referências
Ciências Naturais
Apresentação
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Foto: Daniel Cunha - Núcleo de Foto e Vídeo Educação / CM / COPED / SME
Gerenciar a sala de aula é uma ação que não ocorre apenas nesse espaço:
ela demanda outras atividades que antecedem e que sucedem o trabalho com a
turma. Significa dizer que a gestão não é apenas da sala de aula, mas também do
espaço escolar, pois é necessário identificar locais, materiais, pessoas e entornos
da escola que permitam o trabalho com temas das Ciências Naturais.
Assim considerada, a gestão da sala de aula relaciona-se ao planejamento,
à implementação e à avaliação das atividades didático-pedagógicas. Relaciona-se,
também, ao trabalho mais direto entre professor e estudantes, às interações esta-
belecidas entre eles com foco em conhecimentos e por meio de materiais didáticos.
Tendo por base o documento curricular da Secretaria Municipal de Educa-
ção de São Paulo, é preciso considerar alguns aspectos do ensino de ciências para
melhor apresentar como organizar a gestão da sala de aula.
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DISCUSSÃO
ORIENTAÇÃO
Orientação
CONCEITUALIZAÇÃO
Exploração Experimentação
Reflexão
Interpretação
dos dados
CONCLUSÃO
Conclusão
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Carvalho (2010) estabelece algumas etapas que podem ser encontradas nas
atividades práticas experimentais e relaciona o papel que estudantes e professor de-
sempenham no trabalho com elas, de modo a definir o grau de liberdade intelectual
conferido aos estudantes. As etapas são: a proposição do problema, o plano de
trabalho, o levantamento de hipóteses, a coleta de dados e as conclusões.
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Ainda que o nome possa induzir à percepção de que o ensino por investiga-
ção se paute na constituição e implementação de atividades de laboratório, ele não
se restringe apenas a esse modo de ação. As atividades que se vinculam ao ensino
por investigação envolvem resolução de problemas para a qual os estudantes, com
apoio do professor, constroem seus planos de trabalho, considerando hipóteses e
colocando-as em teste, organizam as informações que já possuem, relacionando-
-as às novas, e analisam as variáveis que implicam um fenômeno, para construir
explicações e modelos explicativos.
Nesta perspectiva, qualquer atividade didática pode se tornar uma ativida-
de investigativa, pois é caracterizada pelos modos de interação que ocorrem entre
professor, estudantes e materiais, sendo a promoção de liberdade intelectual entre
os estudantes um dos principais aspectos a se considerar (CARVALHO, 2010). Essa
liberdade intelectual representa a possibilidade conferida aos estudantes para que
eles participem, efetivamente, das diferentes discussões em sala de aula, avaliando
ideias e analisando contextos; processo no qual informações são trabalhadas e o
entendimento sobre elas torna-se mais completo.
O trabalho do professor, para que o ensino por investigação ocorra de
modo bem-sucedido em sala de aula, fundamenta-se em alguns elementos que
podem ser compreendidos como: o problema proposto, a tomada de decisão para
constituição de planos de trabalho, as interações ocorridas em aula e o questiona-
mento das ideias em discussão.
O problema proposto deve advir do reconhecimento de informações, ex-
periências e saberes que os estudantes já possuem sobre um dado tema. Assim,
é imprescindível que o professor analise o que sua turma já conhece em relação
ao fenômeno ou situação em estudo. Isso permite que o problema apresentado
se torne significativo aos estudantes e proposto como desdobramento de outros
conhecimentos sistematizados já trabalhados anteriormente (MACHADO, 2012;
SOUZA, 2015; SOLINO, 2017).
A tomada de decisão para constituição de planos de trabalho para resolu-
ção do problema proposto implica considerar hipóteses construídas, os testes que
se quer fazer, a viabilidade e a necessidade deles, o modo de coleta de informações
e a abordagem que se pretende utilizar para analisá-las (SILVA, 2009; FREIBERG,
2015; SOUZA, 2015). Nas aulas em que não se tem compromisso com o desenvol-
vimento de investigação pelos estudantes, o plano de trabalho costuma ser apre-
sentado pelos materiais didáticos ou enunciado pelo professor. Costuma-se usar
a expressão “receita de bolo” para se referir a este tipo de atividade em que, aos
estudantes, confere-se apenas o papel de registrar os dados obtidos. No ensino por
investigação, o professor oferece suporte, para discussão dos estudantes, que irão
propor modos de agir para que o problema seja resolvido.
A constituição de interações em sala de aula também é uma marca central do
ensino por investigação e ela pode ocorrer pelas interações discursivas entre professor e
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Interações discursivas
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Abordagens temáticas
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Quadro 2: Progressão das práticas científicas ao longo dos ciclos do Ensino Fundamental
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Os eixos temáticos são amplos espectros conceituais que devem ser abor-
dados nas aulas de Ciências Naturais do Ensino Fundamental da SME-SP. Eles
apresentam fenômenos e objetos de conhecimento das diferentes áreas das ciên-
cias. Os eixos temáticos não variam ao longo de todo o Ensino Fundamental, pois
a cada ano dos ciclos de aprendizagem novos conhecimentos ou suas nuances são
apresentados aos estudantes. É importante deixar claro a eles que o entendimento
sobre um fenômeno ou uma situação pode ser ampliado ao considerar mais ele-
mentos e informações, que o tornam mais completo e aproxima do conhecimento
aceito pela comunidade científica.
Nas aulas de Ciências Naturais, os eixos temáticos a serem tratados são:
Matéria, energia e suas transformações; Cosmos, espaço e tempo; Vida, ambien-
te e saúde.
Por sua característica ampla e também por serem perenes, os eixos te-
máticos assumem facetas, nos ciclos de aprendizagem e em cada ano escolar,
que permitem o trabalho mais direto com conceitos, fenômenos e situações
que envolvam as Ciências Naturais.
Essas facetas são os objetos de conhecimento que dão concretude aos prin-
cipais temas sobre cada eixo temático que deve ser apresentado aos estudantes.
Ciclo de Alfabetização
Eixo Temático
1º Ano 2º Ano 3ºAno
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Ciclo Interdisciplinar
Eixo Temático
4º Ano 5º Ano 6º Ano
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Ciclo Autoral
Eixo Temático
7º Ano 8º Ano 9º Ano
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as práticas que devem ser realizadas, bem como os modos de fazer, ações para a
avaliação e indicadores do tempo necessários para alcançar esses objetivos face às
ações descritas.
Importante considerar que as atividades de aula e as ações para sua im-
plementação precisam estar em concordância com o que se propôs, evidenciando
condições e possibilidades para que o trabalho realizado possa alcançar os obje-
tivos almejados.
Muitas podem ser as estratégias utilizadas para alcançar o objetivo da Al-
fabetização Científica. Contudo, por estar associada à necessidade de desenvol-
vimento de conhecimentos sobre aspectos do fazer científico e da relação entre
ciências e sociedade, é importante que o trabalho com os estudantes traga, como
elemento central, práticas que se assemelham às práticas das ciências. Neste sen-
tido, o ensino por investigação ganha destaque, pois parte da premissa de que os
estudantes devem se envolver com ações científicas e epistêmicas para a resolução
de problemas.
Ainda que em sala de aula seja difícil e mesmo desnecessário colocar de
maneira separada, é preciso que o professor considere dois principais pontos de
atuação para a implementação de aulas investigativas: ações diretamente ligadas
ao trabalho de resolução de um problema e ações vinculadas ao estabelecimento
de uma comunidade de práticas. Logicamente, o estabelecimento de um tipo de
ação impacta e é impactado diretamente pelo estabelecimento do outro ponto,
mas aqui é possível fazer o esforço de entendê-los em separado.
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manipulação direta, o problema pode ser resolvido. Essas condições devem ser
reconsideradas no momento da implementação e os devidos cuidados devem ser
tomados para que o trabalho dos estudantes possa ser o de realizar as ações que
foram planejadas para resolver o problema.
Além disso, ao apresentar o problema aos estudantes, o enunciado deve
estar claro, evitando entendimento parcial ou ambíguo, mas, ao mesmo tempo,
o enunciado deve ser aberto, oportunizando que diferentes formas de busca pela
resolução sejam trabalhadas. Isso implica ter um enunciado que explicite um pro-
blema, mas que não descreva os passos e as etapas a serem realizados.
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respostas dos estudantes trarão elementos como “vai apodrecer”, “vai continuar
igual”, “vai decompor” e variações desse tipo.
Em situações que têm caráter mais investigativo, ao solicitar o levantamen-
to de hipóteses, o professor também direciona suas perguntas para a construção
de ações ou de planos de ação para testar a ideia. Assim, no exemplo citado ante-
riormente sobre a decomposição, o pedido para a explicitação de hipóteses pode
surgir como: “o que vocês acham que acontece com uma casca de banana depois
de um certo tempo?”. Uma pergunta como esta pode gerar as mesmas respostas
anteriormente mencionadas, mas, então, o professor, por não ter um arranjo expe-
rimental montado, deve fazer perguntas aos estudantes para que a observação e a
análise possam ser feitas. Assim, provavelmente, surgirão perguntas do tipo “como
podemos saber se a casca de banana vai ou não apodrecer?”, “será que todos os
materiais apodrecem?”, “será que todos os materiais apodrecem ao mesmo tem-
po?”, “como analisar o apodrecimento de diferentes materiais?”
O mesmo trabalho com hipóteses pode acontecer em atividades em que a
investigação não é experimental. Nestes casos, o teste das hipóteses ocorre com
base em organização de informações e de experiências já vividas pelos estudantes
em situações escolares ou cotidianas. De mesmo modo, as perguntas que buscam
as hipóteses que os estudantes construam podem ser questionadas de modo que
surjam ideias e informações que resultem em modos de avaliar a legitimidade da
ideia para resolver o problema em investigação.
Ao longo do processo para a resolução do problema, caso ele seja expe-
rimental, é preciso considerar e avaliar se o trabalho realizado pelos estudantes
permite a observação do fenômeno e a coleta de dados necessários para a análise.
Sendo um problema teórico, as condições para a coleta de dados também preci-
sam ser garantidas e isso pode estar diretamente ligado às informações que são
disponibilizadas aos estudantes no material a eles oferecido e em aulas anteriores.
Importante observar que, em quaisquer destes casos, a resolução do pro-
blema implica oferecimento de condições para a coleta de informações, seja pelo
agrupamento e registro de dados observados, seja por pesquisas em diferentes
fontes, por anotações realizadas de modo livre ou por meio de tabelas e formulá-
rios oferecidos aos estudantes. Todo esse processo envolve a fase de investigação
do ciclo investigativo.
As ações do professor para solicitar e incentivar a participação dos estu-
dantes na construção de modos de resolução do problema proposto impactam
diretamente no papel ativo dos estudantes e também representam aspecto fun-
damental para o desenvolvimento da liberdade intelectual e da criatividade dos
estudantes. A fase de investigação é um rico momento para evidenciar as possibi-
lidades de integração com diferentes áreas, assim como estimular os estudantes
a registrarem de modo que seja possível para o professor analisar o processo de
aprendizagem deles.
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A implementação de atividades
investigativas para a constituição
de uma comunidade de práticas
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Avaliação no Ensino
de Ciências Naturais
A avaliação
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A avaliação escolar
Como qualquer outra avaliação, a escolar deve construir critérios que per-
mitam o julgamento de uma situação com base e em coerência com os objetivos
que se tem com o ensino e a educação. Assim, é esperado que a avaliação escolar
possa escalonar a apreciação em termos de conceitos ou de notas médias a partir
do diagnóstico de circunstâncias e a tomada de decisões para este cenário.
Podendo ser realizada de muitas maneiras e com muitos focos, uma vez os
contextos e as esferas que compõem a educação formal, assim como as personagens
que se encontram na sala de aula, são diversos, a avaliação escolar deve estar atenta
aos progressos que são feitos pelo grupo, e também pelos indivíduos.
A avaliação assim trazida é uma atividade complexa, que não acontece em
um único momento e não deve contar com um único instrumento como a apli-
cação de uma prova. É preciso considerar que a avaliação está associada, tam-
bém, ao acompanhamento contínuo que se faz das situações escolares. São esses
aspectos que permitem encontrar informações e dados para orientar a descrição
do ocorrido e, portanto, cumprem o papel de diagnóstico para o julgamento e a
tomada de decisões associados ao processo avaliativo.
É importante planejar a avaliação na concordância com os objetivos edu-
cacionais, de modo que a escola não se torne um espaço de ensino para o teste,
focalizando sua atenção apenas para a tarefa de realização de provas, sem se preo-
cupar com as construções de sentido que são feitas pelos estudantes, com o modo
como esses conhecimentos podem ser utilizados por eles em outras situações que
não as escolares e em como o ensino impacta na atuação do indivíduo em socie-
dade. Para tanto, é preciso que as avaliações considerem não apenas os conteúdos
curriculares avaliáveis em provas e testes, mas também os conteúdos relacionados
a procedimentos e atitudes que são colocadas em pauta e na sua execução. No
caso do ensino de Ciências Naturais, com base no Currículo da Cidade, as avalia-
ções permitem analisar como está ocorrendo o desenvolvimento da Alfabetização
Científica entre os estudantes.
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Cada sala de aula funciona com sua dinâmica própria. Tendo contextos es-
pecíficos, as ações realizadas em diferentes salas de aula refletem normas e práticas
construídas por esta comunidade e, por este motivo, é difícil traçar atividades de
avaliação genéricas. No entanto, é possível descrever parâmetros e diretrizes que
auxiliem nesta tarefa.
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Não se espera que todos esses pontos possam ser avaliados em uma única
atividade, até mesmo porque eles podem estar presentes ou ausentes a depender do
modo como o professor organiza as atividades e propõe o trabalho em sala, mas é
necessário que o professor esteja atento às ações dos estudantes, analisando o tra-
balho em grupo e o trabalho de cada estudante frente à turma, procurando observar
e analisar seus comportamentos e a sua evolução.
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É importante reforçar que essas questões não são listas que devem ser utili-
zadas como itens a serem conferidos. São apenas exemplares de ideias que podem
auxiliar o professor a avaliar o processo de aprendizagem, de construção de enten-
dimento e explicitação de ideias de um estudante ao longo de aulas. São diretrizes,
mas não normas, uma vez que é preciso adaptá-las e avaliá-las à luz dos objetivos
que o próprio professor planejou para suas intervenções de ensino.
A escola é lugar de formação. Como tal, é espaço de avaliação. Mas a es-
cola faz mais do que avaliar: ela forma; e, portanto, há de oferecer condições para
que os processos de desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral dos estudantes
sejam favorecidos.
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Percursos formativos
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Ciclo de Alfabetização
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Ciclo de Alfabetização
2º ano
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3º ano
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envolvidos ciclo da água, sensações térmicas, tratamento de água e esgoto e
causas da poluição da água (EF03C01, EF03C04, EF03C05 e EF03C06 do eixo
temático Matéria, energia e suas transformações e EF03C15 do eixo temático
Vida, ambiente e saúde). Por meio do grande tema alimentação, também é possí-
vel tratar das questões relacionadas à saúde e à doença, assim como caracterizar
a diversidade de hábitos alimentares dos habitantes de uma determinada região
(EF03C01 do eixo temático Matéria, energia e suas transformações e EF03C11,
EF03C12 e EF03C14 do eixo temático Vida, ambiente e saúde).
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Ciclo Interdisciplinar
4º ano
As relações entre seres vivos e ambiente são um tema potencial para tra-
balhar aspectos interdisciplinares de diferentes áreas de conhecimento. A com-
preensão de cadeias alimentares e o papel do ser humano nelas podem ajudar a
construir um raciocínio mais ampliado sobre os fatores complexos que interfe-
rem na composição das redes de relações e nos equilíbrios e desequilíbrios envol-
vidos (EF04C16, EF04C17 e EF04C18 do eixo temático Vida, ambiente e saúde).
A partir daí, podemos nos perguntar onde vivem esses seres vivos e como isso se
relaciona com a estrutura do Planeta Terra, além de situá-lo frente a outros pla-
netas do Sistema Solar (EF04C07, EF04C08 e EF04C09 do eixo Cosmos, espaço
e tempo).
Do macro ao micro, podemos agora desenvolver os processos envolvidos
com a alimentação no nível do organismo, abordando o papel dos nutrientes
no corpo humano e as funções dos sistemas respiratório e cardiovascular na
saúde do organismo. As transformações envolvidas na produção de energia para
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Ciclo Interdisciplinar
6º ano
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EF07C08 do eixo temático Cosmos, espaço e tempo). Os ciclos dia e noite geram
padrões de funcionamento nos seres vivos, levando à construção de noções sobre
regularidades e respostas adaptativas nele que, por sua vez, ajudam a entender a
biodiversidade e as interações entre seres vivos e ambiente (EF07C11, EF07C12,
EF07C15, EF07C17, EF07C18 e EF07C19 do eixo temático Vida, ambiente e saú-
de). A compreensão dos conceitos de velocidade, posição e interações físicas são
importantes para o entendimento das adaptações relacionadas com a locomoção
dos seres vivos (EF07C04 do eixo temático Matéria, energia e suas transformações,
EF07C09 e EF07C10 do eixo temático Cosmos, espaço e tempo).
Uma vez que o tempo e as transformações do e no meio se dão, podemos
pensar no corpo humano e suas mudanças e descobertas, como a sexualidade e as
questões de gênero (EF07C20 e EF07C23 do eixo temático Vida, ambiente e saú-
de). Essas mudanças dos corpos dos seres vivos conectam-se com a possibilidade
de reprodução, conceito que representa mecanismos de manutenção de regulari-
dades e de geração de biodiversidade (EF07C13, EF07C14 do eixo temático Vida,
ambiente e saúde). Na espécie humana, a possibilidade de reprodução também
pode levar a discussões sobre métodos contraceptivos, relacionando-os com a pre-
venção de DSTs e gravidez precoce (EF07C21 e EF07C22 do eixo temático Vida,
ambiente e saúde).
Algumas interferências do ser humano nos ecossistemas geram problemas
ambientais que podem ser tratados por meio de conceitos como o de separação
de misturas (EF07C01, EF07C02 e EF07C03 do eixo temático Matéria, energia e
suas transformações e EF07C19 do eixo temático Vida, ambiente e saúde). Por fim,
ciente dessas ações humanas e suas consequências, é possível ampliar conhecimen-
tos acerca da biodiversidade e elaborar propostas de intervenção para o respeito e
o convívio do ser humano com o meio e as outras espécies (EF07C15, EF07C16 e
EF07C19 do eixo temático Vida, ambiente e saúde).
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8º ano
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ainda, o papel do clima na disseminação de doenças e o papel da vacinação para o
controle de epidemias (objetivos EF08C20, EF08C21 e EF08C22 do eixo temático
Vida, ambiente e saúde).
Para incrementar a compreensão de fenômenos relacionados ao efeito es-
tufa, camada de ozônio e outros fenômenos biológicos, podemos formalizar o
conceito de transformação química como formação de novos materiais e subs-
tâncias (EF08C01 e EF08C02 do eixo temático Matéria, energia e suas transfor-
mações e EF08C13 do eixo temático Cosmos, espaço e tempo). Neste momento,
podemos também relacionar conceitos trabalhados anteriormente no tema clima,
como temperatura, calor e propagação de calor, para investigar o funcionamento
de alguns equipamentos e máquinas térmicas (objetivos EF08C04 a EF08C07 do
eixo temático Matéria, energia e suas transformações).
A percepção do mundo pelos seres vivos, inclusive dos aspectos relacio-
nados ao clima, está envolvida com os sistemas sensoriais. O trabalho com esses
sistemas envolve a compreensão tanto dos aspectos biológicos relacionados aos
organismos vivos e ao corpo humano, quanto dos aspectos físicos relacionados
com o comportamento de ondas e transformações associadas com a luz, cores,
imagens e sons (EF08C08, EF08C09 e EF08C10 do eixo temático Matéria, energia
e suas transformações; EF08C17, EF08C18, EF08C19 e EF08C22 do eixo temático
Vida, ambiente e saúde).
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9º ano
Um percurso formativo para o nono ano pode ser feito com a integração
entre os temas origens e transformações. Eles possibilitam o trabalho por meio
da construção e avaliação de diferentes modelos explicativos, aspecto impor-
tante envolvido na construção do conhecimento científico e que pode dar opor-
tunidades relevantes para a consolidação do Trabalho Colaborativo de Autoria
(TCA) no fechamento do Ciclo Autoral.
Conhecimentos relacionados com a eletricidade e matriz energética tra-
zem relações entre aspectos biológicos, físicos e sociais, possibilitando a ava-
liação de diferentes soluções para problemas atuais, a argumentação e o po-
sicionamento (EF09C01 a EF09C07 do eixo temático Matéria, energia e suas
transformações). A partir da elaboração de modelos sobre a constituição da
matéria, pode-se também discutir modelos explicativos sobre a origem do Uni-
verso, do Planeta Terra e da vida, considerando-se a relevância histórica e social
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de diferentes explicações construídas ao longo do tempo, por diferentes culturas
e civilizações (EF09C13, EF09C14 e EF09C15 do eixo temático Cosmos, espaço e
tempo, EF09C17, EF09C18 e EF09C19 do eixo temático Vida, ambiente e saúde).
Compreensões sobre a origem da vida geram questões sobre os fatores que
permitiram a sobrevivência dos seres vivos no planeta sob a perspectiva evolucio-
nista (que, por sua vez, também envolve diferentes modelos explicativos sobre a
origem e manutenção dos seres vivos no planeta). A manutenção e a diversidade
da vida na Terra também podem ser explicadas pelos conhecimentos dos fósseis,
de genética e de hereditariedade, que trazem questionamentos sobre os riscos e be-
nefícios desse conhecimento na escolha de características desejáveis nos organis-
mos, seja na agricultura ou na medicina (EF09C20, EF09C21, EF09C22, EF09C23
e EF09C24 do eixo temático Vida, ambiente e saúde).
Modelos sobre a constituição da matéria participam também da elabora-
ção de conhecimentos sobre eletromagnetismo que resultaram, por sua vez, em
aplicações tecnológicas tanto na medicina, na utilização de instrumentos para
diagnóstico de doenças, quanto na área de comunicação humana (satélites, celu-
lares, etc.). Compreender essas aplicações se torna importante para a construção
de posicionamento crítico perante o uso de tecnologias atuais (EF09C01, EF09C08
a EF09C12 do eixo temático Matéria, energia e suas transformações e EF09C16 do
eixo temático Cosmos, espaço e tempo).
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O Ensino por
Investigação na
Construção de Percursos
Formativos na Prática de
Sala de Aula
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Ciências Naturais
Interpretar
Exemplificar
Compreender: determinar o significado das Classificar
mensagens instrucionais, incluindo registros Sumarizar
orais e escritos, imagens, gráficos etc. Inferir
Comparar
Explicar
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1 Esse exemplo é baseado na Unidade 1 do Caderno da Cidade - Ciências Naturais 7º ano material dos estudantes
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EF07C05
Utilizar dados e representações para determinar propriedades de escalas dos corpos
no sistema solar.
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EF07C06
Desenvolver e usar modelos sobre o Sistema Sol, Terra e Lua para explicar padrões
cíclicos e regularidades sobre os eclipses, as marés e as estações do ano.
EF07C07
Conhecer explicações formuladas em diferentes épocas, culturas e civiliza-
ções sobre regularidades do Sistema Sol, Terra e Lua, valorizando sua rele-
vância histórica e social.
EF07C08
Relacionar os movimentos do Sistema Sol, Terra e Lua com as medidas de
tempo no planeta Terra.
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(como calendário, agricultura, pesca, parto, entre outros). Com isso, conhecimen-
tos prévios são trazidos para a sala de aula, possibilitando a discussão sobre essas
relações (por exemplo, se, em Lua Cheia, há mais parto normal, concepção que
pode aparecer em entrevistas realizadas pelos estudantes e pode ser testada por
meio da análise de dados coletados e fornecidos a eles). Nesse momento, vale
refletir sobre o que os dados coletados das entrevistas e fornecidos pelo professor
significam, quais são suas limitações, e mostrar o que outras pesquisas concluíram
sobre o assunto. Aqui, o importante não é chegar a respostas afirmativas ou nega-
tivas com relação à influência do ciclo lunar nos partos, mas trazer a problemática
de que os astros, em especial a Lua e o Sol, estão ligados profundamente com o
tempo, na história da humanidade, oferecendo sentido para a apresentação da
pergunta de investigação da sequência didática.
Analisando a descrição acima sobre a fase de orientação do ciclo investiga-
tivo, percebemos que ela pode envolver diversas estratégias didáticas e atividades,
que é importante para dar o contexto e envolver os estudantes na pergunta de
investigação. Além disso, o fato de as atividades ocorrerem em grupo, em que há
a possibilidade de interação entre os estudantes e entre eles e o professor, tam-
bém torna a fase de comunicação presente. A fase de reflexão é explicitada na
medida em que se inicia a avaliação sobre o processo de investigação. Além das
fases do ciclo investigativo, podemos imaginar que várias abordagens temáticas
podem ser exercitadas com as atividades propostas, contemplando os diversos
eixos da Alfabetização Científica: a contextualização social, cultural e histórica é
abordada quando se relaciona conhecimento cotidiano e de outras culturas; prá-
ticas e processos investigativos se manifestam na consideração dos conhecimentos
prévios; linguagem, representação e comunicação estão presentes ao se trabalhar
com leitura de texto, leitura e construção de tabela (para se registrar os resultados
de entrevistas, por exemplo), leitura de calendários e elaboração e sistematização
de explicações, modelos e argumentos, ao terem a oportunidade de refletir sobre
o processo de investigação científica.
Apresentada a questão de investigação, temos a fase de conceitualização
do ciclo investigativo, que envolve tanto o conceito de medição do tempo quanto
o conceito de procedimento de investigação, materializado pela pergunta “como”.
Afinal, para entender o “como”, o estudante terá que descrever outras formas de
medir o tempo (sem o relógio) baseado nos dados e informações discutidos ao
longo da sequência didática. Para complementar essa fase, pode-se solicitar que os
estudantes, em grupos, primeiramente inventem uma forma de medir o tempo sem
relógio de maneira livre. Aqui, há a oportunidade de se discutir formas de registro,
a quantidade de medidas e as unidades de medida escolhidas pelos diferentes gru-
pos. Essa primeira atividade pode servir para trazer as hipóteses e conhecimentos
prévios dos estudantes e trabalhar também as abordagens temáticas, linguagem,
representação e comunicação, além de Práticas e processos investigativos.
Para responder à questão, adentra-se na fase de investigação do ciclo in-
vestigativo, com a proposição de diversas atividades que terão o papel de fornecer
dados e evidências para a elaboração das respostas possíveis. Para que esses ele-
mentos se articulem com os conteúdos explicitados nos objetivos de aprendizagem
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Foto: Daniel Cunha - Núcleo de Foto e Vídeo Educação / CM / COPED / SME
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EF04C16
Analisar e construir cadeias alimentares por meio de diferentes registros, verificando a
posição do homem e a importância do ambiente para o seu equilíbrio.
EF04C17
Formular hipóteses e explicações sobre as relações entre os seres vivos em diferen-
tes ambientes.
EF04C18
Reconhecer fungos e bactérias como seres microscópicos e sua importância no contex-
to ambiental como decompositores.
Para atingir esses objetivos, a sequência didática poderia ser planejada com
base em um problema real, ocorrido no início de 2017, em um bairro do municí-
pio de Campinas, no qual muitas serpentes foram encontradas nas ruas e casas,
causando preocupação na população. As atividades da sequência didática podem
ser elaboradas de modo a oferecer elementos para que o estudante construa expli-
cações sobre o fenômeno e proponha soluções para o problema.
Uma primeira atividade, com o objetivo de levantar e registrar as ideias ini-
ciais dos estudantes, seria apresentar o problema, indicando o contexto de manei-
ra bem geral e as espécies encontradas na região afetada. Poderia ser perguntado
aos estudantes o motivo pelo qual isso ocorreu e o que os moradores deveriam
fazer com as serpentes encontradas. Essa primeira atividade constitui as fases de
orientação e de conceitualização do ciclo investigativo.
Para construir os conceitos básicos de Ecologia relacionados ao tema (ca-
deia alimentar, herbívoros, carnívoros, onívoros, produtores), os conceitos relacio-
nados ao processo de produção de conhecimento científico (observações e hipóte-
ses, representação na forma de esquemas) e ainda as noções de escala, a segunda
atividade da SD pode usar o exemplo de dinossauros, tema de grande interesse das
2 Exemplo baseado na Unidade 1 do Caderno da Cidade - Ciências Naturais 4º ano, elaborada por Rodrigo Venturoso Mendes da
Silveira, com coordenação de Maíra Batistoni e Silva e Daniela Lopes Scarpa.
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3 Esse exemplo é baseado na Unidade 1 do Caderno da Cidade - Ciências Naturais - 2º ano, elaborada por Felipe Bandoni de Olivei-
ra, com coordenação de Maíra Batistoni e Silva e Daniela Lopes Scarpa.
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Foto: Jovino Soares - Núcleo de Foto e Vídeo Educação / CM / COPED / SME
EF02C02
Planejar a observação de transformações que materiais podem sofrer, distinguindo
mudanças reversíveis e irreversíveis.
EF02C03
Comparar as mudanças sofridas por materiais em diferentes temperaturas.
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Para atingir esses objetivos, a sequência didática poderia ser planejada com
base em uma questão de investigação bastante relacionada ao cotidiano dos estu-
dantes: de onde vêm as gotas de água que vemos por aí? Em garrafas, no espelho
do banheiro, no vidro da janela etc.? As atividades da sequência didática podem ser
elaboradas de modo a oferecer elementos para que o estudante construa explica-
ções sobre o fenômeno. Imagens de situações que revelem esse fenômeno podem ser
utilizadas para motivar e contextualizar a questão de investigação, caracterizando a
fase de orientação do ciclo investigativo. A apresentação da questão configura a fase
de conceitualização e envolve o estabelecimento do recorte com que o tema será
tratado. Ao enunciar a questão na forma “de onde vem a água?” significa que se
intenciona desenvolver, com o estudante, o caminho e as transformações envolvidas
com a água para ela chegar a formar gotas em superfícies.
Essas duas fases também podem ser trabalhadas por meio de uma ativida-
de de registro a partir da observação detalhada de uma situação na qual o pro-
fessor solicita que os estudantes desenhem uma garrafa de plástico cheia de água
(que ficou por pelo menos meia hora no congelador); primeiro, logo após retirá-la
do congelador e, em seguida, dez minutos depois. Além de contextualizar, apresen-
tar a pergunta de investigação e trazer as concepções prévias dos estudantes, essa
atividade possibilita que algumas práticas científicas sejam desenvolvidas, como
a observação detalhada, o registro na forma de desenho e a comparação de um
fenômeno em duas situações diferentes (abordagens temáticas Linguagem, repre-
sentação e comunicação e Práticas e processos de investigação).
Também pode ser estimulado que os estudantes mostrem e expliquem os
seus desenhos para os colegas, vejam e ouçam as explicações deles. Com isso, a
proposta é que as ideias circulem com espontaneidade em sala de aula e os estu-
dantes tenham a oportunidade de refletir sobre diferentes maneiras de se registrar
o mesmo fenômeno, sobre as formas de organização do desenho no espaço, sobre
a clareza e coerência das explicações, sobre a importância do detalhamento dos
relatos. Caracteriza-se assim a fase de reflexão do ciclo investigativo e da aborda-
gem temática Práticas e processos investigativos (especialmente o item e: Analisar
e comparar diferentes formas de resolução de um mesmo problema, reconhecendo
as diferentes estratégias e hipóteses que foram propostas).
As próximas atividades da SD, caracterizando a fase de investigação do ci-
clo investigativo, fornecerão diferentes tipos de informações para que os conceitos
de vapor de água e vaporização sejam utilizados pelos estudantes para associar a
ideia de vapor à de calor. Assim, podem ser analisadas situações práticas (como
o aquecimento da água em uma panela de pressão), pequenos textos ou imagens
descrevendo o que acontece com uma poça de água, com a louça molhada na pia
e com a roupa molhada no varal depois de um tempo, com o espelho do banheiro
após um banho quente etc. A interpretação dessas situações permitirá que os con-
ceitos sejam construídos na interação em sala de aula para explicar de onde vêm
as gotas de água que aparecem em superfícies. Essas investigações evidenciam, na
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Ciências Naturais
O Ensino de Ciências
como Cultura para Todos
4 Conforme o disposto no Decreto nº 6949/11, consideram-se barreiras, dentre outras, quaisquer entraves, obstáculos, atitudes ou
comportamentos que limitem ou impeçam o exercício dos direitos dos educandos e educandas à participação educacional, gozo,
fruição, acessibilidade, liberdade de movimento e expressão, comunicação, acesso à informação, compreensão e circulação.
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Foto: Paula Let[icia - Núcleo de Foto e Vídeo Educação / CM / COPED / SME
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Foto: Paula Let[icia - Núcleo de Foto e Vídeo Educação / CM / COPED / SME
Explorando os sentidos
ao ensinar Ciências5
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Atividade 1:
O Disco de Newton Multissensorial6
Materiais
yy EVA: anil, azul, lilás, vermelho, laranja, verde e amarelo;
yy Cola quente;
yy CD ou DVD usados;
yy Papel cartão;
yy Barbante;
yy Sete essências diferentes;
yy Cola branca.
Procedimentos
Os estudantes poderão ser organizados em grupos para o desenvolvi-
mento da atividade e os modelos são sugestões que poderão ser adaptados de
acordo com o perfil e a necessidade de cada estudante.
6 Atividade proposta por Kátia Sayuri Endo – DIPED da DRE Pirituba/Jaraguá (PJ) na formação de professores “Alfabetização
Científica, tecnologia e inclusão no ensino de Ciências”, 2017.
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Modelo visual:
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Modelo olfativo:
Modelo tátil:
a) Neste modelo, cada cor foi diferenciada por meio de diferentes textu-
ras, utilizando cola quente ou materiais colados em cada parte do disco
para diferenciá-las;
b) Discutir com os estudantes o fenômeno que ocorreu ao girar o disco.
A sugestão de Camargo et al(2009) é promover momentos de discussão,
abordando as múltiplas observações da elaboração e utilização do material,
explorando as diferentes percepções sensoriais, envolvendo estudantes com
ou sem visão.
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. Atividade 2:
Temperando os sentidos7
1) Objetivos da atividade
yy Estimular o uso dos sentidos olfativo, gustativo e tátil com vistas a ex-
plorar os repertórios pessoais, assim como proporcionar aos estudantes o
uso destes sentidos no processo de aprendizagem;
yy Proporcionar a interação e a troca das experiências pessoais;
y y Utilizar a atividade como instrumento de abordagem de temas do
currículo.
2) Preparo da oficina
7 Texto produzido por Marcelo Nastari, utilizado como proposta para os professores da DRE PJ no curso Alfabetização Científica,
tecnologia e inclusão no ensino de Ciências.em 2017
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havendo certo ou errado, mas a compreensão de que cada pessoa tem seu
repertório, e a experiência pessoal é única. Ou seja, a partir do mesmo ele-
mento, muitas são as percepções e reações.
2. Explorar as associações feitas entre sentidos (aroma/sabor/textura) e
a culinária para cada estudante ou para o grupo e, a partir das falas, fa-
zer associações pessoais (exemplo: “lembra o tempero de casa, da avó, de
determinada região/estado do país”), possibilitando contextualizá-las com
outros componentes de Geografia e História. Com isso, surgem as pergun-
tas/respostas: Qual a semelhança entre a posição geográfica e alimentação?
Qual a razão histórica do uso de determinados temperos? O uso mais corri-
queiro de pimentas em terras de clima equatorial tem algum motivo? Quais
são? Estes links ajudam a compreender que regiões de climas semelhantes
podem ter o uso de temperos semelhantes. Uma mistura de especiarias moí-
das (como, canela, cravo, cardamomo, cominho, coentro, pimenta do reino
e noz moscada) pode remeter, para alguns, à culinária baiana, mas também
é típica da Índia (neste caso, mistura de temperos descritas acima leva o
nome de Garam Masala).
3. Incentivar o uso dos sentidos olfativo, gustativo e tátil. Isto é, ao trazer
para a sala de aula aromas e sabores “novos” para aquele público, permi-
te-se ir além da visão e audição como principais sentidos na aprendizagem,
estimulando os outros sentidos deixados de lado no dia a dia.
3) Materiais necessários
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4) Dinâmica da oficina
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Foto: Enzo Boffa - Núcleo de Foto e Vídeo Educação / CM / COPED / SME
Referências
CORALINA, Cora. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. 11. ed. São Paulo:
Global, 1985. 246 p.
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Ciências Naturais
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 6.ed. São Paulo: Cortez, 1997.
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Ciências Naturais
PEDASTE, Margus; MÄEOTS, Mario; SIIMAN, Leo A.; JONG, Ton de. Phases of inquiry-
based learning: definitions and the inquiry cycle. Educational Research Review, v.14, p.
47-61, 2015.
SACA, L.Y. Discurso e aspectos epistêmicos: análise de aulas de ensino por investigação.
2017. 157 f. Dissertação (Mestrado em Educação)-Faculdade de Educação, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2017.
SCARPA, Daniela Lopes; GERALDI, Aline Mendes. Metodologias ativas: ensino por
investigação. São Paulo: FTD, 2016. v.1. 160p.
SILVA, J.F., Apropriação da linguagem científica por parte dos estudantes em uma
sequência de ensino de Física Moderna. 2009. 342 f. Dissertação (Mestrado em Ensino
de Ciências)-Instituto de Química, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2009.
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Ciências Naturais
YOUNG, M. Para que servem as escolas? Educação & Sociedade, v.28, n.101, p.1287-
1302, 2007.
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Orientações Didáticas do Currículo da Cidade