Manual Contabilidade PDF
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Manual de Contabilidade
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Sumário
A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante registro, demonstração
e interpretação dos fatos nele ocorridos.
A Contabilidade surgiu da necessidade de controlar o patrimônio, pois seria difícil controlar o patrimônio, que
se constitui no conjunto de bens, direitos e obrigações das empresas, se não houvessem registros padronizados
sobre todas as mutações ocorridas. Assim sendo, o objeto da Contabilidade é o patrimônio.
A finalidade da Contabilidade é gerar informações e avaliações visando prover seus usuários com
demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, que possibilitem:
b) Planejamento: que é o processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado para o
futuro, pela organização.
- Escrituração;
- Demonstrações Financeiras;
- Auditoria;
- Análise de Balanços.
Conceitua-se como usuário toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do
progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo
patrimônio familiar.
Para as finalidades deste trabalho, escolhemos como usuário preferencial o externo à entidade, constituído,
basicamente, por:
- acionistas;
Ainda dentro do objetivo deste trabalho, consideramos como usuários secundários os administradores (de
todos os níveis) da entidade, bem como o Fisco. Aqueles obterão muita utilidade dos conceitos que trataremos a
seguir, mas precisarão ir além e utilizar-se dos conceitos de Contabilidade Gerencial, fora do escopo deste
trabalho; este, o Fisco, terá necessidade sempre dos ajustes vários a serem realizados em livros auxiliares.
Informação de natureza econômica deve ser sempre entendida dentro da visão que a Contabilidade tem do
que seja econômico e não, necessariamente, do tratamento que a Economia daria ao mesmo fenômeno; em largos
traços, podemos afirmar que os fluxos de receitas e despesas (demonstração de resultado, por exemplo), bem
como o capital e o patrimônio, em geral, são dimensões econômicas da Contabilidade, ao passo que os fluxos de
caixa, de capital de giro, por exemplo, caracterizam a dimensão financeira. Não estamos, portanto, utilizando,
neste trabalho, o termo financeiro no sentido de avaliado em moeda, como a própria Lei das Sociedades por Ações
e a tradição anglo-americana consagram.
Informação de natureza física constitui um importante desdobramento dentro da evolução da teoria dos
sistemas contábeis, pois as mais recentes pesquisas sobre evolução de empreendimentos têm revelado que um
bom sistema de informação e avaliação não pode repousar apenas em valores monetários, mas deverá incluir, na
medida do possível, mensurações de natureza física, tais como: quantidades geradas de produto ou de serviços,
número de depositantes em estabelecimentos bancários, e outras que possam permitir melhor inferência da
evolução do empreendimento por parte do usuário.
Informação de natureza de produtividade compreende a utilização mista de conceitos valorativos (financeiros
no sentido restrito) e quantitativos (físicos no sentido restrito) como, por exemplo: receita bruta "per capita",
depósitos por cliente, etc.
As informações de natureza econômica e financeira, ainda assim, constituem o núcleo central da
Contabilidade. O sistema de informação, todavia, deveria ser capaz de, com mínimo custo, suprir as dimensões
físicas e de produtividade. Na evidenciação principal (demonstrações contábeis publicadas), todavia, as dimensões
físicas e de produtividade consideram-se acessórias.
O objetivo principal da Contabilidade, portanto, é o de permitir, a cada grupo principal de usuários, a avaliação
da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas
tendências futuras. Em ambas as avaliações, todavia, as demonstrações contábeis constituirão elemento
necessário, mas não suficiente. Sob o ponto de vista do usuário externo, quanto mais a utilização das
demonstrações contábeis se referir à exploração de tendências futuras, mais tenderá a diminuir o grau de
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segurança das estimativas envolvidas. Quanto mais a análise se detiver na constatação do passado e do presente,
mais acrescerá e avolumará a importância da demonstração contábil.
Isto não quer dizer que as demonstrações contábeis não se adaptam às finalidades previsionais, mas apenas
que avaliar tendências pode implicar divisar ou admitir configurações econômicas, sociais e institucionais novas,
para o futuro, em que não se permite estimar com razoável acurácia os resultados das operações, pois a previsão
das próprias operações é insegura. A Contabilidade pode, sim, ajudar a avaliação de tendências se:
b) o agente (usuário) conseguir transformar o modelo informativo contábil num modelo preditivo, o que
somente será possível dentro do esquema mental de conhecimento e da sensibilidade do previsor. O
modelo informativo-contábil e o modelo preditivo são duas peças componentes, não mutuamente
exclusivas, do processo decisório.
Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita ou implícita, àquilo que o
usuário considera como elementos importantes para seu processo decisório. Não tem sentido ou razão de ser a
Contabilidade como uma disciplina "neutra", que se contenta em perseguir esterilmente uma "sua" verdade ou
beleza. A verdade da Contabilidade reside em ser instrumento útil para a tomada de decisões pelo usuário, tendo
em vista a entidade.
Para a consecução desse objetivo da Contabilidade, e dentro principalmente do contexto companhia
aberta/usuário externo, dois pontos importantíssimos se destacam:
1º) As empresas precisam dar ênfase à evidenciação de todas as informações que permitam a avaliação da
sua situação patrimonial e das mutações desse seu patrimônio e, além disso, que possibilitem a realização de
inferências perante o futuro.
As informações não passíveis de apresentação explícita nas demonstrações propriamente ditas devem, ao
lado das que representam detalhamentos de valores sintetizados nessas mesmas demonstrações, estar contidas
em notas explicativas ou em quadros complementares.
Essa evidenciação é vital para se alcançar os objetivos da Contabilidade, havendo hoje exigências no sentido
de se detalharem mais ainda as informações (por segmento econômico, região geográfica, etc.). Também
informações de natureza social passam cada vez mais a ser requisitadas e supridas.
2º) A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurídicos que cercam o patrimônio,
mas, não raro, a forma jurídica pode deixar de retratar a essência econômica. Nessas situações, deve a
Contabilidade guiar-se pelos seus objetivos de bem informar, seguindo, se for necessário, para tanto, a essência
ao invés da forma.
Por exemplo, a empresa efetua a cessão de créditos a terceiros, mas fica contratado que a cedente poderá vir
a ressarcir a cessionária pelas perdas decorrentes de eventuais não-pagamentos por parte dos devedores. Ora,
juridicamente, não há ainda dívida alguma na cedente, mas ela deverá atentar para a essência do fato e registrar a
provisão para atender a tais possíveis desembolsos.
Ou, ainda, uma empresa vende um ativo, mas assume o compromisso de recomprá-lo por um valor já
determinado em certa data. Essa formalidade deve ensejar a contabilização de uma operação de financiamento
(essência) e não de compra e venda (forma).
Noutro exemplo, um contrato pode, juridicamente, estar dando a forma de arrendamento a uma transação, mas
a análise da realidade evidencia tratar-se, na prática, de uma operação de compra e venda financiada. Assim,
consciente do conflito essência/forma, a Contabilidade fica com a primeira.
Essas características de evidenciação ou de divulgação ("disclosure") e de prevalência da essência sobre a
forma cada vez mais se firmam como próprias da Contabilidade, dados seus objetivos específicos.
Uma forma prática de verificar se a Contabilidade está alcançando seus objetivos, conforme enunciado, é
pesquisar, periodicamente, qual o grau de utilização de demonstrações contábeis por parte de grupos de usuários
para os quais, de antemão, se acredita que as demonstrações contábeis devessem ser de grande utilidade. Por
exemplo: analistas de investimentos, para aconselhamentos sobre compras ou não de ações de determinadas
companhias. O fato de determinado grupo, todavia, estar utilizando-se, num menor grau de intensidade do que
imaginaríamos, de informação contábil pode ter vários significados, a saber:
- contabilidade;
- sistema de informação;
- informação econômica e financeira;
- usuário da informação contábil;
- modelo informativo;
- modelo decisório;
- objetivos;
- evidenciação; e
- essência sobre a forma.
ATIVO = PASSIVO
ou, expandindo:
Tais equações, por serem sempre satisfeitas, assumem o caráter de identidades contábeis. O mecanismo de
débito e crédito nas contas (partidas dobradas) deságua, necessariamente, nas identidades supramencionadas.
Não é de se estranhar, portanto, o retumbante sucesso da nova disciplina, se imaginarmos que, basicamente,
sobretudo em sua parte formal quantitativa, nada ou quase nada mudou na Contabilidade desde o Século XV.
O primeiro choque da Contabilidade diante de um cenário diferenciado ocorreu por ocasião da Revolução
Industrial e, evidentemente, a partir do Século XX verifica-se o maior desafio da disciplina em face dos novos
cenários, que ainda estamos tentando enfrentar.
• nem sempre conseguem uma boa alavancagem entre recursos próprios e de terceiros;
• por uma série de fatores estruturais e conjunturais, o custo do dinheiro emprestado, no Brasil, nos últimos
anos, tem sido, em geral, maior do que a taxa de retorno proporcionada pelo emprego do ativo adquirido por tais
recursos, provocando progressiva deterioração da situação de rentabilidade e financeira;
• basicamente, uma desproporcionada infusão de capitais por empréstimo, sobre recursos de patrimônio
líquido, mesmo que a uma alavancagem favorável, traduz uma situação de insegurança, inibidora, às vezes, dos
planos de expansão, pois os encargos derivantes do endividamento têm efeitos a curto prazo, ao passo que o
aumento do capital, embora também tenha um alto custo, dá à administração mais flexibilidade.
Evidentemente, os investidores, mesmo que as empresas se disponham a abrir cada vez mais seu capital,
somente irão investir nessas companhias se elas prometerem, em sentido de avaliação, retornos compensadores
sobre outras aplicações.
Para se ter essa avaliação consciente é fundamental a presença da informação contábil precisa, ágil e
baseada em princípios sadios.
Claramente, por isso, o modelo contábil e de evidenciação exerce um papel importante no fortalecimento de
nosso mercado de ações. Demonstrações contábeis levantadas segundo os melhores postulados da relevância e
evidenciação, com o máximo possível de objetividade e consistência, bem como clareza, somente podem contribuir
positivamente para irmos ao encontro do que mais nos interessa: o fortalecimento e a expansão das empresas
nacionais.
O desenvolvimento deste trabalho parte desse princípio e nele apóia-se fortemente. Na verdade, a própria
razão de ser da Contabilidade, em nível de usuário externo, conforme a ênfase preconcebida deste estudo,
consiste em funcionar como elemento "catalisador" do mercado de ações.
Teremos sempre em mente tais premissas nos capítulos que se seguirão.
Os conceitos e frases-chave deste capítulo são:
• cenário;
• hierarquização;
• estrutura;
• postulados ambientais;
• princípios;
• restrições (Convenções).
a) jurídica;
b) econômica;
c) organizacional; e
d) social.
A Entidade, em sua dimensão jurídica, é perfeitamente distinta dos sócios, o que acabamos de analisar.
A Entidade, em sua dimensão econômica, caracteriza-se como massa patrimonial, cujo evoluir, quantitativo e
qualitativo, a Contabilidade precisa acompanhar.
A Entidade, em sua dimensão organizacional, pode ser encarada como um grupo de pessoas ou pessoa
exercendo controle sobre receitas e despesas, sobre investimentos e distribuições.
A Entidade, em seu sentido social, pode ser examinada em suas transfigurações sociais, no sentido de que a
entidade pode ser avaliada não só pela utilidade que a si acresce, mas também pelo que contribui no campo do
social, em termos de benefícios sociais.
A Contabilidade, todavia, engloba todos os aspectos e dimensões numa abordagem só: a visão contábil. Para
a Contabilidade nenhuma das quatro dimensões é suficiente para caracterizar, contabilmente, uma entidade. De
fato, quando separamos, cuidadosamente, o que é dos sócios do que é da entidade, estamos contemplando o tipo
"a"; quando, denotadamente, comparamos a situação patrimonial de uma mesma entidade, como um todo, ao
longo de vários períodos, estamos conotando a dimensão "b"; entretanto, quando nos preocupamos em abrir
centros de custo, de lucro ou de investimento, vislumbramos a dimensão "c"; e, finalmente, ao tecer comentários
em notas explicativas sobre programas de fundos de pensão e complementação de aposentadoria, talvez, sem o
saber, estejamos também envolvidos com a dimensão social, ou seja, a "d".
• empresas;
• órgãos governamentais;
• os governos federal, estadual e municipal;
• autarquias;
• sociedades de economia mista e companhias estatais;
• sociedades de finalidades não lucrativas;
• patrimônios familiares ou individuais;
• fundos de investimento;
• entidades financeiras bancárias e não bancárias;
• entidades cooperativas, etc.
Entretanto, da mesma forma que, para certas finalidades informativas de usuários especiais, são válidas as
consolidações de entidades, representando a resultante outra entidade, também são vislumbradas, dentro de uma
entidade maior, digamos uma grande empresa multidivisional, atomizações da visão da entidade em
microentidades, segmentos de interesse e de controle, que merecem, a juízo da administração, reporte separado
de receitas e despesas, de investimentos e retornos, de metas e realizações.
Aqui também vale a máxima: a soma das partes (divisões) não é , necessariamente, igual ao todo (empresa-
entidade/macro, no caso). É principalmente por isso que cada entidade contábil é digna da atenção toda especial
da Contabilidade, pois sua individualidade é marcante e suas realizações são peculiares em termos de contribuição
para adicionar valor e utilidade aos recursos que manipula.
Para entender a Contabilidade e como ela atua é preciso entender o pano de fundo de sua atuação, isto é, as
Entidades, de toda natureza e fins.
Por outro lado, para captar a essência operacional das entidades, é preciso, além do estudo cuidadoso de seu
processo interno de produção, o entendimento do ambiente dentro do qual as entidades atuam. Fatores externos à
entidade podem ser tão ou mais importantes para o sucesso ou insucesso final do que mecanismos internos.
Podemos, assim, caracterizar melhor o Cenário ou Cenários dentro dos quais as Entidades operam. Na
verdade, agora podemos afirmar que, quem, destramente ou não, procura nadar dentro do rio, às vezes,
tempestuoso, que é o cenário, são as entidades e não, propriamente, a Contabilidade. Todavia, esta vive para
aquelas, eis que não podemos desligar a visão contábil e a construção de uma técnica toda peculiar das
vicissitudes e dificuldades de cada cenário.
Particularmente, as companhias abertas representam um tipo de entidade que merece um tratamento especial
por parte da Contabilidade. Abertura significa responsabilidade e oportunidade. Oportunidade de garantir um
crescimento sustentado e firme com o auxílio do aporte de capital de risco, muito mais maleável do que o de
empréstimo; responsabilidade operacional, por outro lado, e de evidenciação plena, pois os investidores atuais ou
potenciais precisam ter as melhores condições possíveis para avaliar a tendência do empreendimento.
A entidade contábil consubstanciada, portanto, por uma sociedade aberta representa a sublimação máxima e o
maior desafio para a Contabilidade.
Conceitos-chave deste item:
• entidade contábil;
• abstração contábil;
• dimensão jurídica;
• dimensão econômica;
• dimensão organizacional;
• dimensão social;
• consolidado;
• macroentidade;
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• microentidade;
• a soma das partes não é necessariamente igual ao todo.
• vida e morte;
• ventura;
• valores de saída;
• valores de entrada;
• sacrifícios;
• realizações.
d) mudanças tecnológicas; e
e) obsolescência.
Usualmente, há uma perda de valor real, no sentido da diminuição da potencialidade de benefícios para a
entidade. Isto não quer dizer, todavia, que esta perda real seja acompanhada por quedas do preço ou do valor
nominal do ativo, mormente em regimes inflacionários.
As hipóteses de avaliação, somente para nos atermos aos valores de entrada, são várias e deveremos ter o
discernimento de escolher aquela que conseguir maximizar a função contábil composta pelas três famosas
variáveis: relevância, praticabilidade e objetividade. Maximizar apenas uma das variáveis não vai resultar no maior
valor para a função, como um todo. Já se escreveu que a Contabilidade é um árduo exercício na tarefa de chegar-
se a um equilíbrio entre as três variáveis supracitadas.
A escolha também precisa levar em conta o conjunto dos Postulados, Princípios e Convenções.
Pressupor que o custo de aquisição pode ser considerado uma razoável aproximação do valor econômico de
um ativo para a entidade que o adquire, e somente na hora da aquisição, significa que o comprador supõe que o
valor descontado dos fluxos de caixa a serem gerados pelo uso do ativo, isolada ou juntamente com outros ativos,
organização e trabalho, seja superior ou pelo menos igual ao valor gasto para obtê-lo. Nem sempre é possível
delinear a contribuição individualizada de cada ativo, mas presume-se que ninguém vá adquirir um ativo por um
preço superior ao valor esperado dos benefícios futuros a serem gerados pelo mesmo.
O valor de troca (de transação) pode, assim, ser considerado uma razoável aproximação do valor econômico
de um ativo na ocasião da transação. Com o decurso do tempo, todavia, devido à ação de um ou vários dos fatores
acima delineados, esse valor de registro original perde grande parte de sua validade, como estimador do valor
econômico e como elemento de inferência para o usuário dos relatórios contábeis.
Mormente no Cenário Brasileiro, palco de oscilações continuadas nos níveis de preços dos bens e serviços,
por fatores estruturais e mesmo conjunturais, a manutenção, por longo período de tempo, do registro inicial subtrai
significativo poder informativo e preditivo das demonstrações contábeis.
O Princípio, portanto, não pode ficar entendido em sua interpretação original, restrita, de valor inicial, mas (com
a utilização conjunta do Princípio do Denominador Comum Monetário) "atualizado" seu entendimento, corrigindo-se
custos incorridos no passado em termos de poder aquisitivo de certa data-base, presumivelmente próxima do
momento decisório, a fim de que todos os dados estejam expressos ao mesmo poder aquisitivo da moeda. Daí
nosso enunciado. No Brasil, portanto, já pode ser tranqüilamente admitida uma mudança da denominação, que
poderia ser "O Princípio do Custo Histórico Corrigido Como Base de Valor".
A atual legislação societária reconhece esse princípio. Sua menção explícita à correção apenas de
determinados elementos se deve basicamente à baixa taxa de inflação da época. Todavia, é fácil notar que o
objetivo era exatamente o da aplicação do princípio na sua plenitude quando afirma: "Nas demonstrações
financeiras deverão ser considerados os efeitos da modificação do poder de compra da moeda nacional sobre o
valor dos elementos do patrimônio e os resultados do exercício". (art. 185, caput) (grifo nosso).
Logicamente, pode-se admitir a não-correção em casos de valores irrelevantes por razões de materialidade,
dadas por baixa taxa de inflação, altas rotações ou valores pequenos dos elementos do ativo.
Entretanto, o custo histórico corrigido por algum tipo de índice geral de preços não é o único tipo de valor de
entrada modificado do custo histórico. Poderíamos ter, pelo menos, mais dois principais: Custo Corrente e Custo
Corrente Corrigido. Para os que diferenciam custo corrente de custo de reposição, ainda poderíamos ter as
variantes: Custo de Reposição e Custo de Reposição Corrigido. Ainda mais, poderíamos ter vários tipos de
Reposição: corrente (na data), futura... Todas estas variantes de avaliação têm sido amplamente discutidas em
trabalhos acadêmicos e merecem, mesmo, aplicação, principalmente para finalidades gerenciais. Numa próxima
etapa de desenvolvimento da disciplina no Brasil, alguns itens do balanço e da demonstração de resultados talvez
pudessem ser evidenciados (em notas explicativas) pelos seus valores de Reposição. Entretanto, para uso por
parte das Entidades, em seus relatórios financeiros para finalidades externas, julgamos que o custo histórico
corrigido pelas variações do poder aquisitivo médio da moeda apresenta as seguintes vantagens:
a) é sem dúvida, mais objetivo, no sentido de que se trata de aplicar aos valores rigorosamente
registrados pela Contabilidade apenas um "fator de atualização" em termos de poder aquisitivo. Na
verdade, não estamos corrigindo o valor dos bens, mas apenas corrigindo o que, teoricamente, não
deveria ter variado, que é o poder aquisitivo da moeda. Daí a correção dever basear-se na modificação da
capacidade geral de compra da moeda e não na variação específica do preço de determinado bem;
A compra financiada também não tem muito que ver com a reposição, principalmente quando se refere a bem
destinado à venda, cujo recebimento se dá antes do pagamento ao financiador;
d) a mensagem dada pelo custo histórico corrigido é clara e, embora limitada, apresenta a vantagem
da relativa simplicidade e da melhor margem de objetividade. Não pretende avaliar ativos e passivos a
valores de mercado, mas meramente restaurar os valores originariamente incorridos em termos de um
denominador comum monetário;
e) por outro lado, seria bastante mais complexo, até dentro de um mesmo setor industrial, tentar
imaginar formas padronizadas de se avaliarem balanços a custos de reposição, em vez de apenas pela
correção monetária (embora para esta não sejam irrelevantes as dificuldades). Cada empresa tenderia a
utilizar padrões próprios, de difícil uniformização, considerando as dificuldades envolvidas na pesquisa de
valores de mercado.
O princípio do custo histórico corrigido já é aceito, há algum tempo, no Brasil, dadas as várias legislações
sobre correção monetária.
O que se coloca, agora, é a necessidade da disciplina e da profissão darem mais um passo à frente,
incorporando em suas práticas usuais a correção integral das demonstrações contábeis pelas variações do poder
aquisitivo da moeda.
Os analistas necessitam de todos os grupos do Balanço Patrimonial e das demais demonstrações principais
expressos ao mesmo poder aquisitivo, para que suas análises sejam facilitadas.
A forma atualmente utilizada para correção do resultado, embora meritória, deixa muito a desejar e dificulta
sobremaneira a correta avaliação de tendências. É preciso ter-se como meta a correção integral das
demonstrações contábeis.
O fato de aceitarmos, como base de valor, o custo histórico corrigido não significa que não possamos admitir
algumas exceções, em casos especiais. Todavia, a avaliação do ativo não pode traduzir-se na excessiva mistura
de critérios hoje utilizados. O custo histórico corrigido é a base de valor, e nós a utilizaríamos inclusive para a
avaliação de produtos em estoque, destinados à venda. Se, por decorrência de ramos de negócios especiais
algum outro critério de avaliação tiver que ser utilizado, é importante que fique bem claro, entre parênteses, ou em
nota explicativa, qual critério de avaliação foi utilizado, e por quê. Exceções ao critério geral poderiam ser
constituídas pelas carteiras de títulos de algumas entidades, mantidas para proporcionar rendimento ou como
respaldo para aplicações, as quais poderiam ser avaliadas pelo valor de mercado (pelo qual poderiam ser
resgatadas) nas datas dos balanços. Em raras circunstâncias, como no caso de entidades que manipulam com
ramos de atividades cujo produto principal está sujeito ao que se convencionou denominar "crescimento vegetativo
ou natural", tais como produtores de vinho, entidades agropecuárias e poucas outras, poderia ser admitida a
avaliação a valor de mercado de seus estoques de produtos, mesmo antes de a venda ter ocorrido. Entretanto,
teremos de estudar outros princípios e restrições, antes de delinearmos um quadro geral de critérios de avaliação e
das circunstâncias e cuidados que deveremos utilizar, principalmente nas exceções.
A excessiva liberalidade de critérios de avaliação tem-se infelizmente, constituído em fonte de não poucas
manipulações, dificultando sobremaneira aquilo que mais interessa ao usuário, principalmente externo, da
informação contábil, precipuamente às entidades de capital aberto, a saber: admitindo-se um critério tecnicamente
razoável, talvez até não o melhor em todas as situações, poder realizar comparações, pelo menos ao nível do
mesmo ramo de atividade. A multiplicidade de critérios comerciais, legais e fiscais tem convulsionado os vários
setores, gerando dificuldades acentuadas para os analistas.
Assim, o custo histórico corrigido é a base de valor para relatórios financeiros e contábeis de divulgação para o
mercado. Deve-se ressaltar, todavia, que na impossibilidade de recuperação de parte ou do todo desse custo, a
devida baixa por provisionamento deverá ser procedida. Nenhum ativo pode ficar registrado por valor superior ao
de sua recuperação por alienação ou utilização.
b) nesse ponto configura-se com mais objetividade e exatidão o valor de mercado (de transação) para
a transferência;
c) nesse ponto já se conhecem todos os custos de produção do produto ou serviço transferido e outras
despesas ou deduções da receita diretamente associáveis ao produto ou serviço, tais como: comissões
sobre vendas, despesas com consertos ou reformas parciais decorrentes de garantias concedidas, etc.
Os desembolsos com tais despesas podem ocorrer e até ocorrem, após a transferência, mas o montante é
conhecido ou razoavelmente estimável já no ato da transferência.
É importante notar que muito dificilmente será possível observar as três condições acima em pontos outros que
não o da transferência efetiva do produto ou serviço. De qualquer forma, é a satisfação dessas três condições que
deverá determinar quando uma receita pode ser reconhecida nos livros da entidade, e não os interesses outros de
natureza fiscal ou, o que é pior, a mudança do critério conforme o interesse de cada configuração. A tentação de
reconhecer receita valorando os estoques de produtos ou serviços a valores de mercado, antes da transferência ao
cliente, é muito grande e parece, até, que os que assim afoitamente agem, estão na vanguarda do pensamento
contábil, mas, na verdade:
a) em geral, o mercado, objetivamente, só pode considerar que "deu seu veredito" sobre o valor da
transação quando esta se completa;
Não podemos esquecer que, como conseqüência do Postulado da Continuidade, o ativo fica nos registros
pelos seus valores de entrada (custo corrigido) até o "sacrifício" de tais ativos no esforço de obtenção da receita. O
valor de "saída" é dado pela receita; o confronto tem que ser, necessariamente, com valores de entrada.
Nesses casos, ambas as formas têm justificativas. A de reconhecer a receita proporcionalmente aos fatores
acima (a) e (b) apresenta justificativas de ordem pragmática e até teórica, segundo Hendriksen. Alguns acionistas
de tal tipo de entidade poderiam tecer objeções à publicação de demonstrações contábeis que não evidenciassem
lucro algum em um exercício em que a entidade empregou muito esforço e gastou muitos recursos para obter uma
parte do acabamento do contrato total que lhe permitirá um lucro final, com adequado grau de probabilidade.
Na situação particular de um acionista que decidisse retirar-se da entidade num desses exercícios, poderia
configurar-se uma injustiça, pois o valor patrimonial da ação estaria subavaliado pelo não-reconhecimento de
receita, apenas porque o produto total ainda não foi completado dentro daquele exercício. Mas suponha que faltem
apenas alguns dias para tal...
É evidente que esse tipo de consideração atenua-se, por motivos pragmáticos e não conceituais, quando uma
entidade empreende a fabricação de vários produtos desse tipo, em meses distintos do exercício financeiro i ; no
exercício i + j, n produtos podem completar-se, e m em outros posteriores. Nesse caso haveria, no exercício i + j,
reconhecimento de receita (e provavelmente de lucro) invalidando, pragmaticamente, os argumentos apresentados
em favor do reconhecimento proporcional.
Também, a escolha do critério de reconhecimento vai depender muito das características de propriedade da
entidade. Se a entidade é caracteristicamente de natureza familiar ou fechada, e há ausência de usuários externos,
provavelmente, na continuidade, os sócios não se incomodarão de esperar até que os produtos sejam completados
para reconhecer a receita. Até aquele momento, os custos incorridos especificamente com o produto serão
ativados.
Numa sociedade anônima aberta, entretanto, e mesmo em outras sociedades com outros usuários da
informação contábil que não apenas os controladores, a escolha do critério de reconhecimento tem que ser
norteada, sempre, por conceitos teoricamente sustentáveis, mormente à luz da comparabilidade de várias
entidades que operam no mesmo ramo de negócios, por parte do usuário externo.
Assim, é até lícito, em tais tipos de entidades, diminuir a aparente relevância intrínseca (para uma entidade) de
um princípio ou procedimento contábil em favor de procedimentos que favoreçam a comparabilidade entre
entidades. É o caso típico de nossa preferência pelo custo histórico corrigido por um índice geral de preços sobre o
custo corrente de reposição na data, embora se reconheçam muitas vantagens intrínsecas neste último conceito.
No caso das entidades que produzem produtos de longo período de maturação ou acabamento, é razoável,
teórica e praticamente, o reconhecimento proporcional da receita pelos fatores acima considerados, observadas as
seguintes condições:
c) os custos a serem incorridos para completar a produção são razoavelmente bem estimados.
Para apurar a receita a ser reconhecida em determinado exercício dividem-se os custos incorridos no exercício
pelos custos estimados totais do produto. O resultado assim obtido é multiplicado pela receita de venda do produto
completado, obtendo-se, assim, a receita a ser apropriada. É claro que, nesse caso, os custos incorridos no
período passam a ser despesa do exercício.
a) os estoques, no final do período de apuração contábil, são avaliados pelo valor de realização
naquele momento, desde que objetivamente determinável, através de amplo consenso do mercado sobre o
valor desse estoque, desde que seja possível deduzir, estimativamente, o necessário para o acabamento e
o suporte de todos os custos e despesas a serem incorridos para, efetivamente, vender o produto. Se
estiver totalmente maturado ou acabado, deverão ser deduzidas as despesas para vendê-lo como produto
final;
b) a atividade é primária e seu custo de produção é muito difícil de ser mensurado ou, por não conter
ele o custo de oportunidade do capital aplicado na obtenção do produto, revela-se muito pequeno em face
do valor líquido de realização caracterizado em a;
c) o processo de obtenção de lucro nessa atividade caracteriza-se muito mais (podendo-se dizer quase
que unicamente) pela atividade física de crescimento, nascimento, envelhecimento ou outra qualquer do
que pela operação de venda e entrega do bem.
a) no caso de um ativo não monetário ser recebido em troca de uma venda efetuada, se esse ativo não
tiver um valor reconhecido de mercado. Nesse caso, o custo do ativo vendido é transferido para o ativo
recebido em troca e somente quando esse último for vendido é que reconheceremos um resultado;
b) no caso de entidades que praticam a venda a prazo (comumente a prestação), quando a operação
for de natureza tal que não seja possível estimar, mesmo que por experiência estatística do passado, a
porcentagem de recebimentos duvidosos, passando o recebimento a ser a etapa mais difícil no processo
de ganho da receita;
Os casos b e c são raros na prática e não caracterizam uma indústria ou setor econômico, e sim alguma
operação em particular de uma empresa.
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 23
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3.5.4 - O Princípio do Confronto Das Despesas Com as Receitas e Com os Períodos Contábeis
Enunciado: "Toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período, com
as mesmas deverá ser confrontada; os consumos ou sacrifícios de ativos (atuais ou futuros), realizados em
determinado período e que não puderam ser associados à receita do período nem às dos períodos futuros,
deverão ser descarregados como despesa do período em que ocorrerem..."
É importante notar que a base do confronto não está relacionada ao montante dos recursos efetivamente
recebido em dinheiro ou pago, no período, mas às receitas reconhecidas (ganhas), nas bases já mencionadas, e
às despesas incorridas (consumidas) no período.
Assim, podemos consumir ativos pagos no mesmo período ou adquiridos em períodos anteriores. Pode ocorrer
o caso de sacrifícios de ativos, no esforço de propiciar receita, cujos desembolsos efetivos somente irão ocorrer em
outro exercício, ou de se incorrer em despesa a serem desembolsadas posteriormente (sacrifício de ativo no futuro,
ativo esse que pode nem existir hoje).
Todas as despesas e perdas ocorridas em determinado período deverão ser confrontadas com as receitas
reconhecidas nesse mesmo período ou a ele atribuídas, havendo alguns casos especiais:
b) a parcela dos gastos dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento que superar o montante
necessário para manter o setor em funcionamento, independentemente do número de projetos em
execução (esses últimos gastos incluem os salários fixos dos pesquisadores e as depreciações dos
equipamentos permanentes). Todo o gasto incremental necessário para determinado projeto poderá ser
ativado e, quando o projeto iniciar a geração de receitas, amortizado contra as receitas.
Os gastos diferidos que não vierem a gerar receitas deverão ter seus valores específicos descarregados como
perda no período em que se caracterizar a impossibilidade da geração de receitas ou o fracasso ou desmobilização
do projeto.
Os gastos com propaganda e promoção de venda, mesmo institucional, deverão ser considerados como
despesas dos períodos em que ocorrerem.
Somente um motivo muito forte e preponderante pode fazer com que um gasto deixe de ser considerado como
despesa do período, ou através do confronto direto com a receita ou com o período. Se somos conservadores no
reconhecimento da receita, devemos sê-lo, em sentido oposto, com a atribuição de despesas.
Os juros e encargos financeiros decorrentes da obtenção de recursos para construção ou financiamento de
ativos de longo prazo de maturação ou construção somente poderão ser ativados durante o período pré-
operacional. Entretanto, seu montante deverá ser contabilizado em conta específica de ativo a ser amortizada a
partir do exercício em que o ativo entrar em operação. As demais despesas financeiras serão apropriadas aos
períodos em que foram incorridas.
Observações:
1. É importante esclarecer que os princípios da realização da receita e de confrontação das despesas são, em
conjunto, também conhecidos por Regime de Competência.
2. Há situações em que se tem valores, quer de receita, quer de despesa, que competem a exercício anterior,
mas que deixaram de nele ser considerados. Duas diferentes e extremadas posições têm sido discutidas. Na
primeira, defende-se que tais ajustes devem ser feitos ao resultado do exercício em que se descobre o erro. Na
segunda, defende-se que o ajuste deve ser feito à conta de reserva.
Nossa legislação (Lei nº 6.404/76) preferiu uma versão próxima à primeira, só admitindo como ajuste de
exercício anterior aquele relativo a erro ou mudança de critério contábil que não se deva a fatos subseqüentes.
A atual tendência é de se evitarem esses ajustes a contas que não a do resultado do exercício, preferindo-se
sua discriminação dentro da demonstração do resultado.
Os conceitos-chave deste capítulo são:
2. as cifras relativas a receitas e despesas operacionais, via de regra, são mais materiais, para avaliação de
tendência, do que os ganhos e perdas ou efeitos de exercícios anteriores;
3. as cifras derivantes de mudanças de critérios utilizados no passado são materiais com relação à avaliação
do usuário. Na verdade, tal evidenciação se torna crítica em alguns casos;
4. do ponto de vista interno, os extremos de detalhes contábeis usualmente são imateriais para a qualidade da
informação, como subcontas até o quinto grau ou o famoso exemplo de Anthony de se calcular o custo do uso
diário dos lápis dentro da empresa, realizando mensurações entre as diferenças de comprimento do lápis no dia
anterior e no atual. Entretanto, materialidade não significa desprezo pelo detalhe em si, se esse estiver encobrindo
problemas maiores.
Conquanto a mensuração da materialidade seja objeto de estudos mais recentes, tal conceito reservará,
sempre, uma alta dose de julgamento e de bom senso por parte de cada contador, em cada situação.
3.6.3 - A Convenção do Conservadorismo
Enunciado: "Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos segundo os
Princípios Fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior
para as obrigações..."
• consenso de experts;
• qualidade do atributo mensurado;
• eventos que refletem tendências;
• materialidade e relevância;
• vocação conservadora da Contabilidade;
• avaliação de tendências por parte do usuário.
- projetar seu futuro nos marcos políticos, sociais e econômicos em que se insere.
E tudo isso para que o usuário possa planejar suas próprias operações.
Os requisitos referidos levam à conclusão de que deve haver consistência nos procedimentos que a Entidade
utiliza em diferentes períodos e, tanto quanto possível, também entre Entidades distintas que pertençam a um
mesmo mercado, de forma que o usuário possa extrair tendências quanto à vida de uma Entidade e à sua posição
em face das demais Entidades ou mesmo do mercado como um todo. Tal desiderato é extremamente incentivado
pelo sistema formal de normas, cuja coerência estrutural é garantida pela observância dos Princípios
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Fundamentais de Contabilidade, estabelecendo-se, pois, o necessário elo de ligação entre a Ciência da
Contabilidade e seus ordenamentos aplicados. Evidentemente o preceito em análise, conhecido por "consistência",
não constitui princípio da Contabilidade, mas regra técnico-comportamental. Tanto isso é verdade que
procedimentos aplicados, mesmo fixados como norma, podem ser alterados em função das necessidades dos
usuários ou mesmo da qualidade dos resultados da sua aplicação, enquanto que os princípios que os
fundamentam permanecem inalterados.
V - Usuários da Contabilidade
Os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais ainda, com interesses diversificados, razão pela
qual as informações geradas pela Entidade devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a
avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de
interferências sobre o seu futuro.
Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que usualmente se valem de informações
mais aprofundadas e especificadas acerca da Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional.
Já os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos, expressos nas
demonstrações contábeis.
Em países com um ativo mercado de capitais, assume importância ímpar a existência de informações corretas,
oportunas, suficientes e inteligíveis sobre o patrimônio das Entidades e suas mutações, com vista à adequada
avaliação de riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados na segurança dos seus
investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações. A qualidade dessas informações
deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos Princípios Fundamentais, o que torna a Contabilidade
um verdadeiro catalisador do mercado de ações.
O tema é vital e, por conseqüência, deve-se manter vigilância sobre o grau em que os objetivos gerais da
Contabilidade aplicada a uma atividade particularizada estão sendo alcançados. O entendimento das informações
pelos próprios usuários pode levá-los à conclusão da necessidade de valer-se dos trabalhos de profissionais da
Contabilidade.
- famílias;
- empresas;
- sociedades cooperativas;
No caso de sociedades, não importa que sejam sociedades de fato ou que estejam revestidas de forma
jurídica, embora esta última circunstância seja a mais usual.
O patrimônio, na sua condição de objeto da Contabilidade, é, no mínimo, aquele juridicamente formalizado
como pertencente à Entidade, com ajustes quantitativos e qualitativos realizados em consonância com os
princípios da própria Contabilidade. A garantia jurídica da propriedade, embora por vezes suscite interrogações de
parte daqueles que não situam a autonomia patrimonial no cerne do Princípio da Entidade, é indissociável desse
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princípio, pois é a única forma de caracterização do direito ao exercício de poder sobre o mesmo Patrimônio, válida
perante terceiros. Cumpre ressaltar que, sem autonomia patrimonial fundada na propriedade, os demais Princípios
Fundamentais perdem o seu sentido, pois passariam a referir-se a um universo de limites imprecisos.
A autonomia patrimonial apresenta sentido unívoco. Por conseqüência, o patrimônio pode ser decomposto em
partes segundo os mais variados critérios, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Mas nenhuma
classificação, mesmo que dirigida sob ótica setorial, resultará em novas Entidades. Carece, pois, de sentido, a
idéia de que as divisões ou departamentos de uma Entidade possam constituir novas Entidades, ou
"microentidades", precisamente porque sempre lhes faltará o atributo da autonomia. A única circunstância em que
poderá surgir nova entidade, será aquela em que a propriedade de parte do patrimônio de uma Entidade for
transferida para outra unidade, eventualmente até criada naquele momento. Mas, no caso, teremos um novo
patrimônio autônomo, pertencente a outra Entidade. Na contabilidade aplicada, especialmente nas áreas de custos
e de orçamento, trabalha-se, muitas vezes, com controles divisionais, que podem ser extraordinariamente úteis,
porém não significam a criação de novas Entidades, precisamente pela ausência de autonomia patrimonial.
b) Soma ou da agregação de Patrimônios
O Princípio da Entidade apresenta corolário de notável importância, notadamente pelas suas repercussões de
natureza prática: as somas e agregações de patrimônios de diferentes Entidades não resultam em nova Entidade.
Tal fato assume especial relevo por abranger as demonstrações contábeis consolidadas de Entidades
pertencentes a um mesmo grupo econômico, isto é, de um conjunto de Entidades sob controle único.
A razão básica é a de que as Entidades cujas demonstrações contábeis são consolidadas mantêm sua
autonomia patrimonial, pois seus Patrimônios permanecem de sua propriedade. Como não há transferência de
propriedade, não pode haver formação de novo patrimônio, condição primeira da existência jurídica de uma
entidade. O segundo ponto a ser considerado é o de que a consolidação se refere às demonstrações contábeis,
mantendo-se a observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade no âmbito das Entidades consolidadas,
resultando em uma unidade de natureza econômico-contábil, em que os qualificativos ressaltam os dois aspectos
de maior relevo: o atributo de controle econômico e a fundamentação contábil da sua estruturação.
As demonstrações contábeis consolidadas, apresentando a posição patrimonial e financeira, resultado das
operações, as origens e aplicações de recursos ou os fluxos financeiros de um conjunto de Entidades sob controle
único, são peças contábeis de grande valor informativo para determinados usuários, embora isso não elimine o fato
de que outras informações possam ser obtidas nas demonstrações que foram consolidadas.
II - O Princípio da Continuidade
A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas
quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos
passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.
A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da
COMPETÊNCIA por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à
formação do resultado, e de se constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado".
a) Aspectos Conceituais
O Princípio da CONTINUIDADE afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição qualitativa e
quantitativa, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A
suspensão das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até
mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupação pode também provocar efeitos semelhantes.
A modificação no estado de coisas citado pode ocorrer por diversas causas, entre as quais ressaltam as
seguintes:
- mudanças de política governamental, como, por exemplo, na área cambial, influenciando diretamente
o volume das exportações de determinados ramos econômicos, com efeito direto nos níveis de produção
de determinadas Entidades;
- causas naturais ou fortuitas que afetem a manutenção da Entidade no mercado, tais como
inundações, incêndios, ausência de materiais primários por quebras de safras.
- desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na
hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
a) Aspectos conceituais
O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo
patrimônio de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo
máximo de dados primários sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises posteriores,
ou seja, o Princípio da Oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da
Entidade, relativas a um determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. É o
fundamento daquilo que muitos sistemas de normas denominam de "representação fiel" pela informação, ou seja,
que esta espelhe com precisão e objetividade as transações e eventos a que concerne. Tal atributo é, outrossim,
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exigível em qualquer circunstância, a começar sempre nos registros contábeis, embora as normas tendam a
enfatizá-lo nas demonstrações contábeis.
O Princípio da Oportunidade deve ser observado, como já foi dito, sempre que haja variação patrimonial, cujas
origens principais são, de forma geral, as seguintes:
- eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade da administração, mas com efeitos sobre
o Patrimônio, com modificações nas taxas de câmbio, quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais,
etc;
- a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada,
considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;
- uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus
valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação,
parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
- o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive
quando da saída deste;
- o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de
homogeneização quantitativa dos mesmos".
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a) Os elementos essenciais do Princípio
O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que os componentes do patrimônio tenham seu
registro inicial pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à Entidade,
estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliação patrimonial: a determinação do valor monetário de um
componente do patrimônio.
Ao adotar a idéia de que a avaliação deva ser realizada com fundamento no valor de entrada, o Princípio
consagra o uso dos valores monetários decorrentes do consenso entre os agentes econômicos externos e a
Entidade - contabilmente, outras Entidades - ou da imposição destes. Não importa, pois, se o preço resultou de
livre negociação em condições de razoável igualdade entre as partes, ou de imposição de uma delas, em vista da
sua posição de superioridade. Generalizando, o nível dos preços pode derivar de quaisquer das situações
estudadas na análise microeconômica.
Pressupõe-se que o valor de troca, aquele decorrente da transação, configure o valor econômico dos ativos no
momento da sua ocorrência. Naturalmente se, com o passar do tempo, houver a modificação do valor em causa,
seja por que razão for, os ajustes serão realizados, mas ao abrigo do Princípio da Competência. Os Ajustes
somente serão para menos, em razão da essência do próprio Princípio.
A rigorosa observância do princípio em comentário é do mais alto interesse da sociedade como um todo e,
especificamente, do mercado de capitais, por resultar na unificação da metodologia de avaliação, fator essencial na
comparabilidade dos dados, relatos e demonstrações contábeis e, conseqüentemente, na qualidade da informação
gerada, impossibilitando critérios alternativos de avaliação.
No caso de doações recebidas pela Entidade, também existe a transação com o mundo exterior e, mais ainda,
com efeito quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio. Como a doação resulta em inegável aumento do
Patrimônio Líquido, cabe o registro pelo valor efetivo da coisa recebida, no momento do recebimento, segundo o
valor de mercado. Mantém-se, no caso, intocado o princípio em exame, com a única diferença em relação às
situações usuais: uma das partes envolvidas - caso daquela representativa do mundo externo - abre mão da
contraprestação, que se transforma em aumento do Patrimônio Líquido da Entidade recebedora da doação.
Acessoriamente, pode-se lembrar que o fato de o ativo ter-se originado de doação, não repercute na sua
capacidade futura de contribuir à realização dos objetivos da Entidade.
b) A expressão em moeda nacional
A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de
homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das mutações, a fim de se obter a necessária
comparabilidade e se possibilitarem agrupamentos de valores. Ademais, este aspecto particular, no âmbito do
Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, visa a afirmar a prevalência da moeda do País e,
conseqüentemente, o registro somente nela. O corolário é o de que quaisquer transações em moeda estrangeira
devem ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro.
c) A manutenção dos valores originais nas variações internas
O Princípio em análise, como não poderia ser diferente, em termos lógicos, mantém-se plenamente nas
variações patrimoniais que ocorrem no interior da Entidade, quando acontece a agregação ou a decomposição de
valores. Os agregados de valores - cuja expressão mais usual são os estoques de produtos semifabricados e
prontos, os serviços em andamento ou terminados, as culturas em formação, etc. - representam,
quantitativamente, o somatório de inúmeras variações patrimoniais qualitativas, formando conjuntos de valores
constituídos com base em valores atinentes a insumos de materiais, depreciações, mão-de-obra, encargos sociais,
energia, serviços de terceiros, tributos, e outros, classes de insumos que, em verdade, configuram a consumpção
de ativos, como estoques, equipamentos ou, diretamente, recursos pecuniários. Os agregados são, pois, ativos
resultantes da transformação de outros ativos, e, em alguns casos, deixam logo tal condição, como aqueles
referentes a funções como as de administração geral, comercialização no País, exportação e outras.
A formação dos agregados implica o uso de decomposições, como acontece no caso das depreciações
geradas por uma máquina em particular: a transação com o mundo exterior resultou na ativação da máquina, mas
a consumpção desta dar-se-á gradativamente, ao longo do tempo, mediante as depreciações. Todavia estas,
mesmo quando relativas a um espaço curto de tempo - um mês, por hipótese -, normalmente são alocadas a
diversos componentes do patrimônio, como, por exemplo, aos diferentes produtos em elaboração.
Os fatos mencionados comprovam a importância do princípio em exame na Contabilidade aplicada à área de
custos, por constituir-se na diretiva principal de avaliação das variações que ocorrem no ciclo operacional interno
das Entidades, em que não existe a criação de valores, mas a simples redistribuição daqueles originais.
Finalmente, cabe ressaltar que os valores originais devem ser ajustados, segundo a sua perda de valor
econômico. Porém, mesmo tal ajuste não implica, em essência, modificação do valor original.
V - O Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:
Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis
através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.
São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:
- a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante
em termos do poder aquisitivo;
- a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos
valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos
a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.".
a) - Aspectos conceituais
O Princípio da Atualização Monetária existe em função do fato de que a moeda - embora universalmente aceita
como medida de valor - não representa unidade constante de poder aquisitivo. Por conseqüência, sua expressão
formal deve ser ajustada, a fim de que permaneçam substantivamente corretos - isto é, segundo as transações
originais - os valores dos componentes patrimoniais e, via de decorrência, o Patrimônio Líquido. Como se observa,
o Princípio em causa constitui seguimento lógico daquele do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, pois preceitua
o ajuste formal dos valores fixados segundo este, buscando a manutenção da substância original, sem que isso
implique qualquer modalidade de reavaliação.
Em diversas oportunidades no passado, o princípio foi denominado de "correção monetária", expressão
inadequada, pois ele não estabelece qualquer "correção" de valor, mas apenas atualiza o que, em tese, não
deveria ter variado: o poder aquisitivo da moeda. Esta é, aliás, a razão pela qual o princípio, quando aplicado à
prática, se manifesta por meio de índice que expressa a modificação da capacidade geral de compra da moeda, e
não da variação particular do preço de um bem determinado.
O princípio diz respeito, dada sua condição de universalidade, a todos os componentes patrimoniais e suas
mutações, e não somente às demonstrações contábeis, que representam apenas uma das modalidades de
expressão concreta da Contabilidade, aplicada a uma Entidade em particular. Mas, como as demonstrações
contábeis são, em geral, a forma mais usual de comunicação entre a Entidade e o usuário, as normas contábeis
alicerçadas no princípio em exame contêm sempre ordenamentos sobre como deve ser realizado o ajuste, o
indexador utilizado e a periodicidade de aplicação.
b) Indexadores da atualização
A atualização monetária deve ser realizada mediante o emprego de meios - indexadores, moedas referenciais,
reais ou não - que reflitam a variação apontada por índice geral de preços da economia brasileira. A utilização de
um único parâmetro de caráter geral e de forma uniforme por todas as Entidades é indispensável, a fim de que
sejam possíveis comparações válidas entre elas.
O uso de indexador único, embora indispensável, não resolve inteiramente o problema da atualização
monetária, pois não alcança a questão da fidedignidade de que se reveste o dito indexador, na expressão do poder
aquisitivo da moeda. Todavia, no caso, não se trata de questão atinente aos Princípios Contábeis, mas de
problema pertencente à Ciência Econômica, no campo teórico-doutrinário, e à política, em termos aplicados.
VI - O Princípio da COMPETÊNCIA
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem,
sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.
O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento
ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais,
resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.
O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito
ao período em que ocorrer sua geração.
As receitas consideram-se realizadas:
- nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso
firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade,
quer pela fruição de serviços por esta prestados;
- quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o
desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
- o preço do produto é estabelecido mediante contrato, inclusive quanto à correção dos preços, quando
houver;
Assim, no caso de obras de engenharia, em que usualmente estão presentes os três requisitos nos contratos
de fornecimento, o reconhecimento da receita não deve ser postergado até o momento da entrega da obra, pois o
procedimento redundaria num quadro irreal da formação do resultado, em termos cronológicos. O caminho correto
está na proporcionalização da receita aos esforços despendidos, usualmente expressos por custos - reais ou
estimados - ou etapas vencidas.
VII - O Princípio da PRUDÊNCIA
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.
O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se
apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações
patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável".
a) Aspectos conceituais
A aplicação do Princípio da Prudência - de forma a obter-se o menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles
possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação - está restrita às variações patrimoniais posteriores às
transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes
econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do Princípio da Prudência
ocorrerá concomitantemente com a do Princípio da Competência, conforme assinalado no parágrafo 2º, quando
resultará, sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido.
A PRUDÊNCIA deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturados por
determinados valores, segundo os Princípios do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL e da ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA surge dúvida sobre a ainda correção deles. Havendo formas alternativas de se calcularem os novos
valores, deve-se optar sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso de ativos, e maior, no caso de
componentes patrimoniais integrantes do passivo. Naturalmente, é necessário que as alternativas mencionadas
configurem, pelo menos à primeira vista, hipóteses igualmente razoáveis. A provisão para créditos de liquidação
duvidosa constitui exemplo da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA, pois sua constituição determina o ajuste,
para menos, de valor decorrente de transações com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A
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escolha não está no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houver risco de não-
recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante.
Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no exemplo referido no parágrafo anterior, está presente,
com grande freqüência, nas situações concretas que demandam a observância do Princípio da Prudência. Em
procedimentos institucionalizados, por exemplo, em relação aos "métodos" de avaliação de estoques, o Princípio
da PRUDÊNCIA, raramente, encontra aplicação.
No reconhecimento de exigibilidades, o Princípio da PRUDÊNCIA envolve sempre o elemento incerteza em
algum grau, pois, havendo certeza, cabe, simplesmente, o reconhecimento delas, segundo o Princípio da
OPORTUNIDADE.
Para melhor entendimento da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA cumpre lembrar que:
- os custos ativados devem ser considerados como despesa no período em que ficar caracterizada a
impossibilidade de eles contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da Entidade;
- todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo que institucional,
devem ser classificados como despesas;
Pelo Princípio Contábil da Entidade, é a partir da aquisição da personalidade jurídica que se pode ter início a
escrituração contábil da sociedade.
O empresário e a sociedade empresária, entre as quais as sociedades limitadas, são obrigados a seguir um
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em
correspondência com a documentação respectiva (art. 1179 do Novo Código Civil).
Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso
de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o
lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico (art. 1180 do Novo Código Civil).
Ressalvada a obrigatoriedade do Livro Diário, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados.
O empresário rural e o pequeno empresário são dispensados das exigências de manutenção de sistema de
contabilidade, mas não ficam desobrigados, para registro de suas operações, do uso do Livro Diário ou fichas, no
caso de escrituração mecanizada ou eletrônica (§ 2º do art. 1179 do Novo Código Civil).
A escrituração será completa, em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil, com individuação e
clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borraduras, rasuras,
emendas e transportes para as margens (art. 269 do RIR/99).
Os registros contábeis devem ser lastreados em documentos hábeis segundo a sua natureza ou assim
definidos em preceitos legais, os quais devem permanecer à disposição da fiscalização enquanto não prescritas
eventuais ações que lhes sejam pertinentes.
De acordo com a Resolução CFC nº 563/83, a pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme de
escrituração, mecanizada ou não, utilizando os livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu
critério.
A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de
dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as
margens.
É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente
autenticado (art. 1183 do Novo Código Civil).
No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por
escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa, observado o seguinte (art.
1184 do Novo Código Civil):
I - admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias,
relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde
que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os
documentos que permitam a sua perfeita verificação;
II - serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados
por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.
A pessoa jurídica tributada com base no real deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis
recomendadas, livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar por conta ou subconta, os lançamentos
efetuados no Diário, devendo sua escrituração ser individualizada, obedecendo a ordem cronológica das
operações.
O livro Razão ou as fichas estão dispensados de registro e autenticação no Órgão de Registro do Comércio.
Por força da Lei nº 5.474/68, o livro Registro de Duplicatas é de escrituração obrigatória perante a legislação
comercial. Para os efeitos do Imposto de Renda, pode ser utilizado como livro auxiliar da escrituração comercial,
desde que devidamente registrado e autenticado no Órgão de Registro do Comércio (PN CST nº 127/75).
O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o
Livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas
para aquele.
O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que registre (art. 1186 do Novo Código Civil):
I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balancetes
diários;
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real, além dos livros de contabilidade previstos em leis e
regulamentos, deverá possuir os seguintes livros, para efeitos do Imposto de Renda (arts. 260 a 262 do RIR/99):
Observe-se, ainda, que os bens devem ser discriminados individualmente, com especificações que indiquem a
sua natureza, unidade, quantidade, valor unitário e o valor total de cada um, bem como o valor global por
agrupamento.
O livro Registro de Inventário ou as fichas que o substituem, devem ser autenticados pelo Órgão de Registro
do Comércio.
Não tendo a legislação do Imposto de Renda estabelecido modelo próprio para o Registro de Inventário, as
pessoas jurídicas poderão utilizar o livro Registro de Inventário, modelo 7, aprovado pelo Convênio Sinief/70. No
entanto, para que seja viável manter escrituração que satisfaça as legislações do Imposto de Renda e do IPI/ICMS,
é indispensável que se façam neste livro as adaptações necessárias capazes de torná-lo apto a atender aos
ditames de cada legislação específica.
Este livro destina-se ao registro das notas fiscais correspondentes às aquisições de matérias-primas, materiais
auxiliares e mercadorias para revenda.
A pessoa jurídica, em substituição ao livro Registro de Compras, poderá utilizar o livro Registro de Entradas
adotado para atendimento da legislação do ICMS/IPI.
III - manter os registros de valores que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos-base
futuros e não constem da escrituração comercial (prejuízos fiscais, lucro inflacionário, etc.);
IV - manter os registros de controle dos valores excedentes a serem utilizados no cálculo das deduções nos
períodos-base subseqüentes, (dispêndios com Programa de Alimentação do Trabalhador, etc.).
O Lalur poderá ser escriturado mediante utilização de sistema eletrônico de processamento de dados,
observadas as normas baixadas pela Secretaria da Receita Federal (art. 18 da Lei nº 8.218/91).
As pessoas jurídicas, ou pessoas físicas a elas equiparadas, dedicadas às atividades imobiliárias, deverão
manter registro permanente de estoque para efeito de determinação do custo dos imóveis vendidos. Esse registro
poderá ser feito em livro, fichas, mapas ou formulários contínuos emitidos por sistema de processamento de dados.
O livro ou conjunto de fichas, mapas ou formulários contínuos não precisam ser registrados nem autenticados
em repartições da Secretaria da Receita Federal ou em qualquer outro órgão.
Ressalte-se que a exigência do registro permanente de estoque não dispensa a pessoa jurídica que exerce
atividade imobiliária de possuir e escriturar o livro Registro de Inventário.
Este livro é dispensado de autenticação no Registro do Comércio ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
não ficando dispensado da autenticação na repartição fiscal estadual, conforme a legislação pertinente.
A pessoa jurídica contribuinte do IPI, além dos livros comerciais mencionados, deverá escriturar os seguintes
livros para efeitos da legislação do IPI (Decreto nº 87.981/82, art. 265):
A pessoa jurídica contribuinte do ICMS, além dos livros comerciais mencionados, deverá registrar os seguintes
livros para efeitos da legislação do ICMS (Convênio Sinief/70):
De acordo com o art. 255 do RIR/99, os livros comerciais e fiscais poderão ser escriturados por sistema de
processamento eletrônico de dados, em formulários contínuos, observado o seguinte:
As empresas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte (Simples), de que trata a Lei nº 9.317/96, ficam dispensadas do cumprimento dessa
obrigação.
As pessoas jurídicas obrigadas à apresentação dos arquivos, quando intimadas pelos Auditores-Fiscais da Receita
Federal, apresentarão, no prazo de vinte dias, os arquivos digitais e sistemas contendo informações relativas aos
seus negócios e atividades econômicas ou financeiras.
Por meio do Ato Declaratório Executivo Cofis nº 15, de 23.10.01 (DOU de 26.10.01), foram estabelecidas a forma
de apresentação, a documentação de acompanhamento e as especificações técnicas dos arquivos digitais e
sistemas de que trata a Instrução Normativa SRF nº 86/01.
As pessoas jurídicas pessoas jurídicas que utilizarem sistemas de processamento eletrônico de dados para
registrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza
contábil ou fiscal (exceto as optantes pelo Simples Federal) quando intimadas por Auditor-Fiscal da Receita
Federal (AFRF), deverão apresentar, a partir de 1º de janeiro de 2002, os arquivos digitais e sistemas contendo
informações relativas aos seus negócios e atividades econômicas ou financeiras, observadas as orientações
contidas no Anexo único do Ato Declaratório Executivo Cofis nº 15, de 23.10.01.
I - registros contábeis;
II - fornecedores e clientes;
III - documentos fiscais;
IV - comércio exterior;
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Fls. 45/362
V - controle de estoque e registro de inventário;
VI - relação insumo/produto;
VII - controle patrimonial;
VIII - folha de pagamento.
A critério da autoridade requisitante, os arquivos digitais poderão ser apresentados em forma diferente da
estabelecida, inclusive em decorrência de exigência de outros órgãos públicos.
c) Livro Razão;
Este livro contém ....... folhas numeradas (mecânica ou tipograficamente) de 1 a ......, e servirá
de Diário nº ......da firma individual ou sociedade mercantil ................... (nome empresarial),
sediada na Rua .......... nº ..... , na cidade ........ Estado ............, NIRE ............. atos constitutivos
arquivados em ....../...../....., inscrita no CGC sob nº .................
......................
........................
Este livro contém ...... folhas numeradas (mecânica ou tipograficamente de 1 a ......, e serviu de
Diário nº ...... da firma individual ou sociedade mercantil.................. (nome empresarial), sediada na
Rua .............. nº ......, na cidade de ........................, Estado de .............., NIRE ............, atos
constitutivos arquivados em ...../...../....., inscrita no CGC sob nº ...........................
.....................
........................
.....................
...............................
7.1 - Introdução
A companhia deve ter, além dos livros contábeis e fiscais obrigatórios para as pessoas jurídicas em geral, os
livros sociais previstos no art. 100 da Lei nº 6.404/76, com as alterações promovidas pela Lei nº 9.457/97.
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas", para lançamento dos termos de transferência, que
deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes;
III - o livro de "Atas das Assembléias Gerais";
IV - o livro de "Presença dos Acionistas";
V - o livro de "Atas das Reuniões da Diretoria",
VI - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Além dos livros mencionados, a companhia precisará ter, também, se for o caso, os seguintes livros:
VII - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de "Transferência de Partes Beneficiárias
Nominativas", se tiverem sido emitidas;
VIII - os livros de "Atas das Reuniões do Conselho de Administração", se houver esse órgão na companhia.
c) o livro poderá ser substituído por qualquer sistema mecanizado, mediante utilização de
conjunto de fichas, folhas soltas ou conjunto de folhas contínuas, desde que atendidos os
requisitos exigidos;
11.1 - Contas
A conta é a representação gráfica dos débitos e dos créditos que qualifica os componentes patrimoniais.
I - Elementos de uma conta
Os elementos fundamentais de uma conta são:
II - Representação gráfica
Para estudos, explicações e resoluções de problemas usa-se o gráfico simplificado, denominado Conta T,
razonete ou razonete em T, conforme demonstramos a seguir:
TÍTULO DA CONTA
COLUNA DO DÉBITO COLUNA DO CRÉDITO
As contas possuem duas colunas: a do débito e a do crédito, e dessa forma, os aumentos podem ser
registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da conta é que irá determinar a coluna a ser
utilizada para os aumentos e a coluna para as diminuições.
Não se pode perder de vista que o Plano a ser elaborado precisa conter os detalhes mínimos exigidos para
efeito da legislação do Imposto de Renda, para os seus acionistas ou para terceiros. Mas, prioritariamente, o Plano
de Contas deve atender às necessidades de informação da administração da empresa.
12.2 - Codificação
A codificação deve ser feita de acordo com a estrutura do Plano de Contas e que permita que se identifique,
sem permeio, as contas patrimonial e de resultado.
A atribuição de códigos às contas deve levar em conta o tamanho da empresa e o tipo de equipamento
utilizado para a contabilização. Desta forma, as grandes empresas costumam ter até 18 dígitos para cada conta.
Para as pequenas empresas, por sua vez, 4 digítos são suficientes para a elaboração de um bom plano.
Quando da codificação das contas, a estrutura adotada deve deixar condições - espaço - para inúmeros
acréscimos, levando-se em consideração a possibilidade futura de inserção de novas contas.
2. PASSIVO
2.1 PASSIVO CIRCULANTE
2.1.1. Empréstimos e Financiamentos
2.1.1.1. Empréstimos Bancários
2.1.1.2. Empréstimos do Exterior
2.1.1.3. Financiamentos Bancários
2.1.1.4. Financiamentos do Exterior
2.1.1.5. Títulos a Pagar
2.1.2. Fornecedores
2.1.2.1. Fornecedores Nacionais
2.1.2.2. Fornecedores do Exterior
2.1.3. Impostos e Contribuições a Recolher
2.1.3.1. ICMS
2.1.3.2. IRPJ
2.1.3.3. Contribuição Social s/ Lucro Líquido
2.1.3.4. PIS
2.1.3.5. COFINS
2.1.3.6. IRRF
2.1.3.7. ISS
2.1.3.8. INSS
2.1.3.9. FGTS
2.1.3.10. Contribuição Sindical
2.1.4. Contas a Pagar
2.1.4.1. Salários
2.1.4.2. Honorários
2.1.4.3. Fretes e Carretos
2.1.4.4. Gratificações
2.1.4.5. Aluguéis
2.1.4.6. Energia Elétrica
2.1.4.7. Telefone
2.1.4.8. Água e Esgoto
2.1.4.9. Comissões
2.1.4.10. Seguros
2.1.5. Obrigações c/ Terceiros
2.1.5.1. Obrigações por Incorporações de Imóveis
2.1.5.2. Obrigações por Compra de Terrenos
2.1.5.3. Arrendamento Mercantil a Pagar
2.1.5.4. Empresas Ligadas
2.1.6. Dividendos e Lucros a Pagar
2.1.7. Provisões p/ Tributos e Contribuições
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2.1.7.1. Provisão para Imposto de Renda
2.1.7.2. Provisão para Contribuição Social s/ Lucro Líquido
2.1.8. Outras Provisões
2.1.8.1. Provisão p/ Férias
2.1.8.2. Provisão p/ 13º Salário
2.1.9. Controle do Custo Orçado
2.1.10. Controle de Custos Contratados
2.2. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
2.2.1. Empréstimos e Financiamentos
2.2.1.1. Empréstimos Bancários
2.2.1.2. Empréstimos do Exterior
2.2.1.3. Financiamentos Bancários
2.2.1.4. Financiamentos do Exterior
2.2.1.5. Títulos a Pagar
2.2.1.6. Adiantamento s/ Contrato de Câmbio
2.2.2. Obrigações com Terceiros
2.2.2.1. Arrendamento Mercantil a Pagar
2.2.2.2. Créditos de Acionistas e Quotistas
2.2.2.3. Créditos de Empresas Ligadas
2.2.3. Tributos e Contribuições a Pagar
2.2.4. Controle de Custos Orçados
2.2.5. Controle dos Custos Contratados
2.3. RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
2.3.1. Resultados Diferidos de Obras por Empreitada
2.3.2.1. Receita Diferida de Obras por Empreitada
2.3.2.2. (-) Custos Diferidos de Obras por Empreitada
2.3.2. Resultados Diferidos de Incorporação de Imóveis
2.3.2.1. Receita Diferida de Incorporação de Imóveis
2.3.2.1. (-) Custos Diferidos de Incorporação de Imóveis
2.3.3. Resultado Diferido de Imóveis Vendidos
2.3.3.1. Receita Diferida de Imóveis Vendidos
2.3.3.2. (-) Custos Diferidos de Imóveis Vendidos
2.3.4. Resultado Diferido de Vendas de Loteamentos
2.3.4.1. Receita Diferida de Vendas de Lotes
2.3.4.2. (-) Custos Diferidos de Lotes Vendidos
2.3.5. Outras Receitas de Exercícios Futuros
2.4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.4.1. Capital Social
2.4.1.1. Capital Social Subscrito
2.4.1.2. (-) Capital Social a Integralizar
2.4.1.3. (-) Ações em Tesouraria e/ou Quotas Liberadas
2.4.2. Reservas de Capital
2.4.2.1. Ágio na Emissão de Ações
2.4.2.2. Incentivos Fiscais
2.4.3. Reservas de Reavaliação - Ativos Próprios
2.4.3.1. Reavaliação de Imóveis
2.4.3.2. Reavaliação de Edifícios
2.4.3.3. Reavaliação de Máquinas e Equipamentos
2.4.4. Reservas de Reavaliação - Empresas Ligadas
2.4.4.1. Reavaliação de Imóveis
2.4.4.2. Reavaliação de Edifícios
2.4.4.3. Reavaliação de Máquinas e Equipamentos
2.4.5. Reserva de Lucros
2.4.5.1. Reserva Legal
2.4.5.2. Reserva Estatutária
2.4.5.3. Reserva p/ Contingências
2.4.5.4. Reserva de Lucros a Realizar
2.4.5.5. Reserva de Lucros p/ Expansão
2.4.6. Lucros ou Prejuízos Acumulados
2.4.6.1. Lucros Acumulados
2.4.6.2. (-) Prejuízos Acumulados
2.4.6.3. Ajustes Credores de Exercícios Anteriores
2.4.6.4. Ajustes Devedores de Exercícios Anteriores
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3. RECEITAS
3.1. Receita Bruta de Vendas
3.1.1. Receita de Obras Por Empreitada
3.1.2. Receitas de Administração de Obras
3.1.3. Receita de Incorporações de Imóveis
3.1.4. Receitas de Vendas de Imóveis
3.1.5. Receitas de Vendas de Loteamentos
3.2. Deduções da Receita Bruta
3.2.1. Vendas Canceladas
3.2.2. Abatimentos
3.2.3. Impostos e Contribuições s/ Vendas
3.3. Receitas Financeiras
3.3.1. Variações Monetárias Ativas
3.3.1.1. Depósitos a Prazo Fixo
3.3.1.2. Juros Ativos
3.3.1.3. Títulos de Estatais
3.3.1.4. Aplicações Financeiras
3.3.1.5. Impostos e Contribuições
3.3.1.6. Empréstimos
3.3.1.7. Depósitos Judiciais
3.3.1.8. Empréstimos Compulsórios
3.3.2. Variações Cambiais Ativas
3.3.2.1. Empréstimos
3.3.3. Outras Receitas Financeiras
3.3.3.1. Juros de Aplicações Financeiras
3.3.3.2. Juros de Depósitos Judiciais
3.3.3.3. Juros de Empréstimos
3.3.3.4. Juros s/ Duplicatas a Receber
3.3.3.5. Juros s/ Empréstimos Compulsórios
3.3.3.6. Descontos Obtidos
3.3.3.7. Receita c/ Renegociação de Créditos
3.4. Receitas c/ Investimentos
3.4.1. Receita de Equivalência Patrimonial
3.4.1.1. Empresas Controladas
3.4.1.2. Empresas Coligadas
3.4.2. Receita de Dividendos e Lucros
3.4.2.1. Dividendos e Lucros de Empresas Controladas
3.4.2.2. Dividendos e Lucros de Empresas Coligadas
3.4.2.3. Dividendos e Lucros de Outras Empresas
3.5. Outras Receitas
3.5.1. Receitas Operacionais Diversas
3.5.1.1. Amortização de Deságio
3.5.1.2. Aluguéis e Arrendamentos
3.6. Reversões
3.6.1. Reversão de Provisões
3.6.1.1. Reversão de Provisão p/ Férias
3.6.1.2. Reversão de Provisão p/ Imposto de Renda
3.6.1.3. Provisão p/ Perdas
3.6.1.4. Provisão p/ Ajuste ao Valor de Mercado
3.7. Receitas Não Operacionais
3.7.1. Ganhos de Capital
3.7.1.1. Ganhos de Capital c/ Investimentos
3.7.1.2. Ganhos de Capital c/ Imobilizado
3.8. Contas de Apuração
3.8.1. Apuração do Resultado
3.8.1.1. Lucro do Exercício
4. CUSTOS E DESPESAS
4.1. Custos
4.1.1. Custos de Incorporações de Imóveis
4.1.2. Custos de Administração de Obras
4.1.3. Custos de Obras por Empreitada
4.1.4. Custos de Imóveis Vendidos
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4.1.5. Custos de Lotes Vendidos
4.1.6. Custos Adicionais de Vendas
4.1.7. Custo do Período Anterior
4.2. Despesas
4.2.1. Despesas com Vendas
4.2.2.1. Despesas de Pessoal
4.2.2.2. Propaganda e Publicidade
4.2.5. Despesas Administrativas
4.2.5.1. Honorários de Diretores
4.2.5.2. Salários e Ordenados
4.2.5.3. Prêmios e Gratificações
4.2.5.4. Férias
4.2.5.5. 13º Salário
4.2.5.6. INSS
4.2.5.7. FGTS
4.2.5.8. Indenizações e Aviso Prévio
4.2.5.9. Assistência Médica
4.2.5.10.Transporte de Empregados
4.2.5.11. Aluguéis de Bens Imóveis
4.2.5.12. Aluguéis de Bens Móveis
4.2.5.13. Depreciações e Amortizações
4.2.5.14. Assinaturas de Jornais e Revistas
4.2.5.15. Despesas Legais e Judiciais
4.2.5.16. Despesas de Auditoria e Consultoria
4.2.5.17. Serviços de Terceiros
4.2.5.18. Programa de Alimentação do Trabalhador
4.2.5.19. (-) Recuperações
4.2.6. Despesas Tributárias
4.2.6.1. IPTU
4.2.6.2. IPVA
4.2.6.3. Contribuição Sindical
4.2.6.4. Tributos e Contribuições Federais
4.2.6.5. Tributos e Contribuições Estaduais
4.2.6.6. Tributos e Contribuições Municipais
4.2.6.7. Multas Fiscais
4.2.6.8. Juros s/ Tributos e Contribuições
4.2.6.9. Variações Monetárias s/ Tributos e Contribuições
4.2.7. Utilidades e Serviços
4.2.7.1. Força e Luz
4.2.7.2. Água e Esgoto
4.2.7.3. Telefone
4.2.7.4. Seguros
4.2.8. Materiais e Suprimentos
4.2.8.1. Material de Escritório
4.2.8.2. Material de Higiene e Limpeza
4.2.8.3. Bens de Natureza Permanente
4.2.9. Despesas Financeiras
4.2.9.1. Variações Monetárias Passivas
4.2.9.2. Juros Passivos
4.2.9.3. Despesas Bancárias
4.2.9.4. Descontos Concedidos
4.2.9.5. Despesas c/ Desconto de Duplicatas
4.2.10. Despesas de Equivalência Patrimonial
4.2.10.1. Empresas Controladas
4.2.10.2. Empresas Coligadas
4.2.10.3. Amortização de Ágio
4.2.11. Provisões p/ Perdas e Ajustes de Ativos
4.2.11.1. Ajuste de Estoque ao Valor de Mercado
4.2.11.2. Perdas c/ Investimentos
4.2.12. Despesas Não Operacionais
4.2.12.1. Perdas de Capital c/ Investimentos
4.2.12.2. Perdas de Capital c/ Imobilizado
4.2.13. Imposto de Renda e Participações nos Lucros
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4.2.13.1. Provisão p/ Contribuição Social s/ Lucro
4.2.13.2. Provisão p/ Imposto de Renda
4.2.13.3. Participações de Empregados
4.2.13.4. Participações de Administradores
4.3. Contas de Apuração
4.3.1. Apuração do Resultado
4.3.1.1. Prejuízo do Exercício
1.1.1. Disponibilidades
1.1.1.1. Caixa
1.1.1.2. Bancos c/ Movimento
1.1.1.3. Aplicações Financeiras
1.1.2. Créditos de atividades sociais/lazer
1.1.2.1. Mensalidades
1.1.2.2. Promoções
1.1.2.3. Bingos
1.1.3. Almoxarifado
1.1.3.1. Material de escritório
1.1.3.2. Material de limpeza
1.1.3.3. Material esportivo
1.1.3.4. Medicamentos
1.1.4. Adiantamentos a Funcionários
1.1.4.1. Adiantamento p/ Viagens
1.1.4.2. Adiantamento p/ Despesas
1.1.4.3. Adiantamento de Salários
1.1.4.4. Adiantamento de 13º Salário
1.1.4.5. Adiantamento de Férias
1.1.5. Adiantamentos a Terceiros
1.1.6. Impostos e Contribuições a Recuperar
1.1.6.1. COFINS a Recuperar
1.1.6.2. PIS a Recuperar
1.1.6.2. CSLL a Recuperar
1.1.7. Despesas a Apropriar
1.1.7.1. Prêmios de Seguros
1.1.7.2. Encargos Financeiros
1.1.7.3. Assinaturas de Publicações
1.1.7.4. Aluguéis e Arrendamentos
1.4.1. Imóveis
1.4.2. Móveis e Utensílios
1.4.3. Veículos
1.4.4. Máquinas e Equipamentos
1.4.5. Recursos Naturais
1.4.5.1. Florestas
1.4.6. Marcas, Direitos e Patentes
3.3. Promoções
4. CUSTOS E DESPESAS
4.1. Custos
4.1.1. Organização de cursos e palestras
4.1.2. Assistência social
4.1.3. Anúncios e publicações
4.1.4. Outros custos
4. CUSTOS E DESPESAS
4.1. Custos
4.1.1. Aluguéis de passe de atletas
4.1.2. Torcidas organizadas
4.1.3. Aluguéis de estádios
4.1.4. Arbitragens e autoridades
4.1.5. Exames antidoping
4.1.6. Taxas federações e confederações
4.1.7. Transportes
4.1.8. Premiações
4.1.9. Promoções e eventos
4.4. Materiais
4.4.1. Combustíveis e lubrificantes
4.4.2. Materiais de jardinagem
4.4.3. Materiais esportivos
4.4.4. Materiais de limpeza e higiene
4.4.5. Materiais médico e cirúrgicos
4.4.6. Materiais para piscinas e saunas
4.4.7. Materiais para vestiários
4.4.8. Peças e acessórios para manutenção
4.4.9. Uniformes
4.4.10. Utensílios de copa e cozinha
4.4.11. Material publicitário
4.4.12. Outros materiais
14. DISPONIBILIDADES
Esse grupo de contas são as primeiras a serem apresentadas no balanço, dentro do Ativo Circulante, pois
representam direitos que podem ser convertidos, instantaneamente em moeda corrente nacional.
14.1 - Caixa
Nesta conta registram-se os valores em dinheiro e cheques recebidos e ainda não depositados pagáveis
imediatamente.
A empresa poderá utilizar-se de uma ou diversas contas, tendo em vista as suas necessidades operacionais
de funcionamento.
14.1.1 - Constituição do Fundo Fixo de Caixa
O sistema de fundo fixo ou caixa pequena tem por objetivo facilitar o atendimento das necessidades de
pagamentos de pequenas despesas da empresa.
Neste sistema define-se uma quantia fixa que é colocada à disposição do responsável pelo caixa, devendo ser
suficiente para fazer face aos pagamentos das pequenas despesas, tais como: condução, refeições, correios,
cópias, etc., por um determinado período de tempo, que pode ser semanal ou quinzenal, conforme as
conveniências verificadas na empresa, e, periodicamente, efetua-se a prestação de contas do valor total
desembolsado, repondo-se o valor do fundo fixo, através de cheque nominal, ao seu responsável.
Por ocasião do levantamento de balanço, no fundo fixo deve permanecer somente o dinheiro, e os
comprovantes das despesas devem ser contabilizados.
a) os juros são auferidos à medida que decorre o tempo, devendo seu reconhecimento contábil
obedecer ao regime de competência, ou seja, reconhece-se a receita à medida do tempo
transcorrido;
b) a correção monetária é também auferida à medida que decorre o tempo e representa uma
simples atualização do custo da aplicação.
Ressalte-se que, em função de variação das taxas de juros, poderá haver casos de títulos que tenham valor de
mercado inferior ao de custo, atualizado ou não, e nesse caso deverá ser reduzido ao preço de mercado mediante
constituição de uma provisão para redução ao valor de mercado. Essa provisão não precisa ser feita aplicação por
aplicação, mas sim, no global de todas as aplicações, devendo figurar como conta redutora do investimento ou
subgrupo correspondente.
Considera-se valor de mercado para essas aplicações, o valor líquido pelo qual possam os investimentos ser
resgatados, isto é, valor bruto de venda no mercado menos despesas necessárias à venda, tais como comissões e
taxas bancárias.
b) efetuar uma análise individual do saldo de cada cliente, especialmente aqueles com contas
atrasadas;
A partir da análise desses dados a provisão pode ser constituída com base no valor das perdas já conhecidas
com base nos clientes atrasados, em concordata, falência ou com dificuldades financeiras, estabelecendo-se um
valor adicional de provisão para cobrir as perdas prováveis, ainda não conhecidas por se referirem a contas a
vencer, mas que podem ocorrer.
O registro da provisão é efetuado contra o resultado do exercício, em conta específica do grupo das despesas
operacionais, tendo como contrapartida a conta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, que figura como
redutora da conta que registra os créditos sobre o qual a provisão foi constituída no grupo Ativo Circulante ou
Realizável a Longo Prazo.
Quando um crédito se torna efetivamente incobrável, a sua baixa da conta de clientes deve ser feita tendo
como contrapartida a própria conta de provisão.
Para ajustar o valor da provisão pode-se efetuar um lançamento complementando o saldo já registrado até o
limite necessário ou ainda efetuar a reversão do saldo anterior e a constituição do novo saldo. Quando a provisão
necessária for inferior ao saldo atual da conta, efetua-se a reversão do excesso como receita operacional no
resultado do exercício.
17. ESTOQUES
Os estoques representam um dos ativos mais importantes da empresa e, por isso, a sua correta determinação
no início e no fim do período contábil é essencial para apuração do lucro líquido do exercício.
b) os itens adquiridos mas que estão em trânsito, (compras em trânsito) para as instalações da
empresa, com cláusula FOB no ponto de embarque, na data do balanço;
Por outro lado, não devem ser incluídos na conta estoque, na data do balanço:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos,
mediante compra no mercado; e
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no
mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de
lucro.
Para fins fiscais, esta provisão passou a ser indedutível para efeito de apuração do lucro real a partir de
01.01.96 (Lei nº 9.249/95, art. 13, I).
17.2.10 - Provisão Para Perdas em Estoques
As quebras e perdas conhecidas em estoques ou calculados por estimativa, relativas a estoques obsoletos ou
que se perdem ou evaporam no processo produtivo, podem ser ajustadas mediante a constituição da provisão para
perdas em estoques, classificada com redutora do subgrupo estoques, tendo como contrapartida uma conta de
despesa no resultado, não dedutível para efeitos fiscais.
b) pelo custo dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS - primeiro a entrar,
primeiro a sair);
d) pelo custo da última mercadoria que entrou - UEPS - último a entrar, primeiro a sair.
Observe-se que não é permitida, pela legislação do Imposto de Renda, a avaliação dos estoques pelo método
UEPS - último a entrar, primeiro a sair.
I - Custo Médio Ponderado
Este sistema consiste em avaliar o estoque pelo custo médio de aquisição, apurado em cada entrada de
mercadorias ou matéria-prima, ponderado pelas quantidades adicionadas e pelas anteriormente existentes.
Demonstramos, na ficha de estoque, abaixo, o método de avaliação pelo custo médio:
CUSTO MÉDIO
SAÍDAS REGISTRADAS SAÍDAS REGISTRADAS NO PEPS
DIARIAMENTE FINAL DO MÊS
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 10.000,00 10.000,00 10.000,00
(-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 2.670,00 2.733,60 2.100,00
(=) LUCRO BRUTO 7.330,00 7.266,40 7.900,00
ESTOQUE FINAL 1.430,00 1.366,40 2.000,00
a) Devoluções
Ocorrendo devoluções, tanto de compras como de vendas efetuadas, deverão ser adotados os
seguintes procedimentos:
Observe-se que o lançamento da devolução implica em ajuste do custo médio, uma vez que este fato altera o
saldo físico e monetário do estoque.
Os gastos relativos às devoluções de compras ou vendas, tais como fretes, seguro, etc., serão tratados como
despesas operacionais, não sendo agregados ao custo.
b) Contagem Física para Ajuste dos Saldos
A empresa que possuir registro permanente de estoques só estará obrigada a ajustar os saldos contábeis, pelo
confronto com a contagem física, ao final do exercício.
17.5.3 - Empresa Que Não Mantém Registro Permanente de Estoques
A pessoa jurídica que não possuir registro permanente de estoques deverá promover, ao final de cada
exercício, o levantamento físico dos seus estoques, sendo que os estoques encontrados serão avaliados pelo
preço praticado nas compras mais recentes, constantes das notas fiscais de aquisição, excluídos os impostos
quando recuperáveis (IPI/ICMS).
I - Custo das Mercadorias Vendidas - CMV
A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois
representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período.
Quando o controle de estoques é feito mediante contagem física, o custo das mercadorias vendidas ou das
matérias-primas utilizadas no processo de produção é obtido através da seguinte operação:
CMV = EI + C - EF (custo das mercadorias vendidas = estoque inicial mais compras do período, menos
estoque final)
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)
II - Resultado Com Mercadorias - RCM
O resultado com mercadorias surge do confronto entre as vendas efetuadas e o custo das mercadorias
vendidas.
Se o valor das vendas for maior do que o CMV, pode-se dizer que houve um lucro bruto.
Se o valor das vendas for menor do que o CMV, pode-se dizer que houve um prejuízo com mercadorias.
O resultado com mercadorias pode ser apurado através da equação:
RCM = V - CMV
Onde:
RCM = Resultado Com Mercadorias
V = Vendas
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
III - Caso Prático
Consideraremos os seguintes dados para calcular o resultado com mercadorias no período de 01.04.99 a
30.06.99.
- Estoque em 01.04.99 R$ 1.600,00
- Compras para revenda R$ 1.300,00
- Vendas de mercadorias R$ 3.840,00
- Compras devolvidas R$ 300,00
- PIS/COFINS R$ 930,00
- Fretes R$ 250,00
- Vendas canceladas R$ 100,00
- Estoque inventariado (30.06.99) R$ 1.270,00
ICMS sobre compras e vendas - alíquota de 17%.
Assim temos:
Compras totais R$ 1.300,00
(-) ICMS sobre compras R$ 170,00
(-) Compras devolvidas R$ 300,00
(+) Fretes R$ 250,00
(=) Compras Líquidas R$ 1.080,00
Nota: ICMS sobre compras: 17% de R$ 1.300,00 = R$ 221,00
(-) ICMS compras devolvidas: 17% de R$ 300,00 = R$ 51,00
(=) Valor líquido da conta ICMS sobre compras R$ 170,00
Vendas totais R$ 3.840,00
(-) ICMS sobre vendas R$ 635,80
(-) Vendas canceladas R$ 100,00
a) os custos relativos à matéria-prima e materiais diretos, serão apropriados com base nos
custos apurados da forma mencionada no tópico 17.5.1.
c) os gastos gerais de fabricação correspondem aos demais custos incorridos na produção tais
como: energia, seguros, depreciação, almoxarifado, supervisão, etc.).
- custo do material;
b) as variações de custos (negativas e positivas) sejam distribuídas aos produtos de modo que
a avaliação final dos estoques não discrepe da que seria obtida com o emprego do custo real;
b.2) por certificado de autoridade competente, nos casos de incêndios, inundações ou outros
eventos semelhantes;
b.3) mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a destruição de bens obsoletos,
invendáveis ou danificados, quando não houver valor residual apurável.
b) que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de matérias-
primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
a) por uma vez e meia (150%) o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-base
(sem ICMS/IPI quando recuperáveis);
b) 80% (oitenta por cento) do valor dos produtos acabados, determinado segundo o critério do
item II;
II - Produtos Acabados:
70% (setenta por cento) do maior preço de venda do período-base, sem inclusão do IPI, mas com ICMS
incluso (PN CST nº 14/81).
A utilização desse critério apresenta grandes distorções na apuração do resultado, uma vez que a
percentagem de 70% é bastante elevada e, nesse caso, supervaloriza o estoque de materiais em processamento e
de produtos acabados no encerramento do período-base. Essa supervalorização, em algumas situações, poderá
fazer com que o custo dos produtos vendidos apresente-se negativo. É comum o custo dos produtos vendidos
apresentar valor negativo quando existir grande quantidade de estoque de produtos acabados em decorrência de
vendas reduzidas. Neste caso, o custo dos produtos vendidos deverá ser considerado igual a zero.
III - Avaliação de Estoque Por Arbitramento - Produtos Acabados - Maior Preço de Venda
No caso de avaliação do estoque de produtos acabados pelo critério do arbitramento, a determinação do maior
preço de venda, em algumas situações, tem causado algumas dúvidas para valorização do estoque.
Note-se que o inciso II do artigo 296 do RIR/99 faz referência à expressão "maior preço de venda no período-
base". Pode ocorrer, por exemplo, que determinado produto não tenha sido vendido no período-base.
Neste caso, embora a legislação do Imposto de Renda seja omissa, entendemos que poderá ser utilizado
como parâmetro o maior preço de venda praticado no período-base imediatamente anterior.
A situação adquire maior grau de complexidade no caso de produto novo que ainda não foi vendido. Em
princípio, poderíamos afirmar que o produto novo seria avaliado a custo zero, uma vez que não existe parâmetro
para aplicarmos a regra do arbitramento. Entretanto, entendemos que, no caso vertente, deve existir um
procedimento lógico, buscando-se, inclusive, o preço do referido produto no mercado. Aliás, a nosso ver, esse
referencial estaria correto.
A questão apresenta-se, ainda, mais complexa, quando se tratar de produto novo e inédito, ou seja, sem
referencial no mercado. Neste caso, a nosso ver, a valorização desse produto poderia ser feita com base nos
custos das matérias-primas utilizadas na sua fabricação. De qualquer modo, e diante da omissão da legislação do
Imposto de Renda, recomendamos que seja formulada consulta ao Fisco.
Os critérios impostos pela legislação são arbitrários, visando penalizar as empresas que não mantêm uma
contabilidade adequada de custos, não sendo no entanto, aceitáveis para fins contábeis, pelas distorções que
provocam no resultado da empresa.
a) quando o imposto de renda for calculado com base no lucro real apurado trimestralmente, o livro
Registro de Inventário deve ser escriturado até a data prevista para o pagamento do imposto
devido no trimestre a que se referir o inventário, ou seja, até o último dia útil do mês seguinte;
b) quando o imposto mensal for calculado por estimativa (presunção de lucros), o livro Registro de
Inventário deverá ser escriturado até a data fixada para a entrega tempestiva da Declaração de
Rendimentos que tiver por base o balanço a que se referir o inventário.
a) quando se tratar de fascículos obsoletos, assim considerados aqueles que tenham sido
rejeitados pelo mercado e, em decorrência, não mais figurem nas vendas normais de empresa,
poderão ser computados no livro Registro de Inventário com valor zero, desde que, no prazo de
trinta dias, contado da data do balanço, a empresa comunique a ocorrência à repartição da
Secretaria da Receita Federal de sua jurisdição;
b) a empresa deve manter o estoque em condições de ser verificado e, caso pretenda, antes
da auditoria fiscal inutilizar, destruir ou vender os fascículos como matéria-prima para
reaproveitamento industrial, deve fazer nova comunicação à Secretaria da Receita Federal, até
dez dias antes de se desfazer, total ou parcialmente o estoque.
Ressalte-se, ainda, que de acordo com a IN SRF nº 84/79, a exigência do registro permanente de estoque não
dispensa o contribuinte da obrigação de possuir e escriturar o livro Registro de Inventário, sendo função daquele
subsidiar este, principalmente no que se refere à determinação do custo e discriminação dos imóveis em estoque
por ocasião do balanço.
IV - Procedimentos na Escrituração do Livro Modelo 7
No caso da pessoa jurídica utilizar unicamente o livro Registro de Inventário, modelo 7, do Sinief, deverá fazer
as adaptações necessárias capazes de torná-lo apto a atender às exigências do IPI/ICMS e do Imposto de Renda,
observando o seguinte (PN CST nº 5/86):
a) deverão ser acrescentados os bens cujo arrolamento não é exigido pela legislação do
IPI/ICMS, (bens em almoxarifado) mas o é perante a legislação do Imposto de Renda;
c) o valor do ICMS recuperável, a ser excluído do valor dos estoques, para efeito do Imposto
de Renda, poderá ser destacado, item por item, na coluna "observações" do livro modelo 7, uma
vez que as legislações do IPI/ICMS não contemplam essa exclusão.
a) termo de abertura:
- nome empresarial;
b) termo de encerramento:
- nome empresarial;
Os termos de abertura e encerramento serão datados e assinados pelo titular de firma mercantil individual,
administrador de sociedade mercantil ou representante legal e por contabilista legalmente habilitado, com
indicação do número de sua inscrição no Conselho Regional de Contabilidade - CRC.
Não havendo contabilista habilitado na localidade onde se situa a sede da empresa, os termos de abertura e
de encerramento serão assinados, apenas, pelo titular de firma individual, administrador de sociedade mercantil ou
representante legal.
17.9.7 - Guarda e Conservação do Livro
A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem o livro Registro de Inventário, enquanto não prescritas
eventuais ações que lhes sejam pertinentes.
Caso ocorra extravio, deterioração ou destruição do livro ou fichas do Registro de Inventário, a pessoa jurídica
fará publicar em jornal de grande circulação do local de seu estabelecimento, aviso concernente ao fato e deste
18.1 - Conceito
De acordo com o conceito de liquidez, este é o último subgrupo a ser apresentado no ativo circulante e
normalmente inclui as seguintes contas:
- Prêmios de seguro;
- Assinaturas e anuidades;
Ressalte-se que os pagamentos antecipados que se converterão em despesa após o exercício seguinte à data
do balanço, devem ser classificados no realizável a longo prazo, como é o caso do prêmio de seguro com validade
por vários anos.
20.1 - Conceito
Os investimentos permanentes são as aplicações de recursos em participação em outras sociedades e em direitos
de qualquer natureza, não classificáveis no realizável, não destinados à realização por venda e que não se
destinam a manutenção da atividade da empresa.
O que os distingue dos investimentos temporários é a intenção de permanência que é manifestada no momento da
aquisição do direito, mas que pode também ocorrer posteriormente, mediante o seu registro no ativo permanente.
O artigo 248 da Lei nº 6.404/76 - Lei das Sociedades por Ações - determina que no balanço patrimonial da
companhia, os investimentos relevantes em sociedades coligadas sobre cuja administração tenha influência, ou de
que participe 20% (vinte por cento) ou mais do capital social, e em sociedades controladas, serão avaliados pelo
valor de patrimônio líquido.
Para a avaliação de investimentos societários temos, atualmente, dois métodos, a saber:
Desta forma, o método de custo é adotado para os investimentos menores, e o método da equivalência patrimonial
para os mais significativos, em termos do nível de participação acionária na investida e de sua relevância na
investidora.
b) outros investimentos permanentes caracterizados pelos direitos de qualquer natureza, não destinados à
negociação, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa.
a) sociedades controladas;
c) sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe com 20% (vinte por cento) ou mais do
capital social.
De acordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 243 da Lei das S/A, consideram-se coligadas as
sociedades quando uma participa, com 10% ou mais, do capital da outra, sem controlá-la e controlada a sociedade
na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe
Coligação e controle Empresa "B" Empresa "C" Empresa "D" Empresa "E"
Participação da empresa "A" 15.000,00 5.000,00 4.000,00 10.000,00
Participação da empresa "C" 1.800,00 4.000,00 1.800,00 500,00
Participação direta da empresa - - 600,00 500,00
"A"
Participação direta da empresa 12% 80% 45% 5%
"C"
Participação indireta de "A" na - - 15% -
"D" e "C"
Totais 12% 80% 60% 5%
Assim temos:
- a empresa "A" é coligada da empresa "B";
- a empresa "A" é controladora da empresa "C";
- a empresa "A" é controladora da "D", visto que possui uma participação direta de 45% e uma participação indireta
de 15% através da controlada "C", totalizando 60%;
- a empresa "A" não é coligada nem controladora da empresa "E";
I - Conceito de Investimento Relevante
O investimento em sociedades coligadas e controladas é considerado relevante quando (§ 3º do art. 384 do
RIR/99):
a) o valor contábil do investimento em cada sociedade coligada ou controlada for igual ou superior
a 10% (dez por cento), do patrimônio líquido da sociedade investidora;
Exemplo:
Utilizando-se dos exemplos fornecidos no quadro acima, excluídos os da empresa "E", por não ser nem coligada
nem controlada de "A", e considerando que o patrimônio líquido da investidora "A" fosse de R$ 20.000,00, teremos:
a) a empresa investidora tem só 15% do capital, mas é ela quem fornece a tecnologia de produção e
designa o diretor industrial ou o responsável pela área de produção;
b) a investidora tem só 15% de participação, mas é a responsável pela administração e finanças, sendo
a área de produção de responsabilidade dos outros acionistas.
Exemplo:
Considerando-se que a empresa "A" tenha adquirido 100.000 ações representativas de 30% do capital social da
empresa "B" por R$ 500.000,00.
A empresa "B", com base em balanço patrimonial levantado em 30.06.00, apresentou o seguinte patrimônio
líquido:
Patrimônio líquido
Capital R$ 800.000,00
Reservas R$ 400.000,00
Soma R$ 1.200.000,00
No exemplo proposto, vimos que a empresa "A" adquiriu 30% do capital da empresa "B", desembolsando a quantia
de R$ 500.000,00. Se o patrimônio líquido da empresa "B" é de R$ 1.200.000,00 e a participação da empresa "A"
corresponde a 30% (trinta por cento), o valor contábil do investimento é de R$ 360.000,00, ou seja, 30% (trinta por
cento) de R$ 1.200.000,00. A diferença, neste caso, corresponde ao ágio pago na aquisição do investimento.
Com base nos dados do exemplo, o lançamento contábil poderá ser feito da seguinte forma:
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 114
Manual de Contabilidade
Fls. 115/362
D - PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
(Investimentos) R$ 140.000,00
C - CAIXA
(Investimentos) R$ 360.000,00
C - DESÁGIO NA AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTOS
(Investimentos) R$ 60.000,00
C - CAIXA
a) diferença para mais (ágio) ou para menos (deságio) entre o valor de mercado de bens do ativo e
o valor contábil desses mesmos bens na sociedade investida;
b) diferença para mais (ágio) ou para menos (deságio) pela expectativa de rentabilidade baseada
em projeção do resultado de exercícios futuros;
a) o patrimônio líquido da sociedade investida será determinado com base em balanço patrimonial
ou balancete de verificação levantado na mesma data do balanço do contribuinte ou até dois
meses, no máximo, antes dessa data com observância da lei comercial, inclusive quanto à
dedução das participações nos resultados e da provisão para o Imposto de Renda;
b) se os critérios contábeis adotados pela investida (coligada e controlada) e pela investidora não
forem uniformes, o contribuinte deverá fazer no balanço ou balancete da coligada ou controlada os
ajustes necessários para eliminar as diferenças relevantes decorrentes da diversidade de critérios;
d) o prazo de dois meses, mencionado acima, aplica-se aos balanços ou balancetes de verificação
das sociedades de que a coligada ou controlada participe, direta ou indiretamente, com
investimentos relevantes que devam ser avaliados pelo valor de patrimônio líquido para registrar
os efeitos relevantes de fatos extraordinários ocorridos no período;
Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes de negócios que tenham gerado
simultânea e integralmente efeitos opostos nas contas de resultado das sociedades coligadas ou controladas, não
serão excluídos do valor do patrimônio líquido.
Empresa "A":
Valor contábil do investimento R$ 600.000,00
Ágio na aquisição do investimento R$ 200.000,00
Nota: Fundamento econômico do ágio - fundo de comércio
Empresa "B":
Capital social R$ 500.000,00
Reservas de capital R$ 600.000,00
Reservas de lucros R$ 900.000,00
A empresa "A" detém participação de 30% (trinta por cento) no capital social da empresa "B".
Considerando-se que empresa "B" teve, em 31 de dezembro de 1999, lucros de R$ 700.000,00, o valor do
patrimônio líquido passará a ser o seguinte:
Capital social R$ 500.000,00
Reservas de capital R$ 600.000,00
Reservas de lucros R$ 900.000,00
Lucro do exercício R$ 700.000,00
Soma R$ 2.700.000,00
O valor contábil do investimento da empresa "A", por sua vez, em 31 de dezembro de 1999, passará a ser o
seguinte:
Participação societária na empresa "B" R$ 600.000,00
Ajuste ao valor de patrimônio líquido R$ 210.000,00
Soma R$ 810.000,00
O acréscimo ao patrimônio líquido da empresa "B" refere-se ao lucro apurado em 31 de dezembro de 1999 no
valor de Cr$ 700.000,00. Como a empresa "A" detém 30% (trinta por cento) do capital social da empresa "B", o
ajuste da conta de investimento foi de R$ 210.000,00, ou seja, 30% (trinta por cento) de Cr$ 700.000,00.
(Investimento)
(Resultado) R$ 210.000,00
a) quando o custo de aquisição for superior ao valor do patrimônio líquido, a diferença deverá
ser contabilizada como ágio no investimento;
b) quando o custo de aquisição for inferior ao valor do patrimônio líquido, a diferença deverá
ser contabilizada como deságio no investimento.
O ágio ou deságio, a que se referem as letras "a" e "b", deverão ser enquadrados conforme o fundamento
econômico, devendo ser registrado de modo idêntico a um investimento inicial que seja avaliado pelo método de
equivalência patrimonial.
Exemplo:
Considerando-se as seguintes situações na empresa "A" (investidora) e na empresa "B" (investida), cujo
investimento é avaliado pelo método do custo de aquisição:
Empresa "A" (investidora):
valor contábil do investimento R$ 1.800,00
número de ações possuídas 1.800
valor nominal de cada ação R$ 1,00
porcentagem de participação no capital social da Empresa "B" 5%
Empresa "B" (investida):
capital social R$ 36.000,00
reservas R$ 50.000,00
número de ações do capital social 36.000
valor nominal de cada ação R$ 1,00
A empresa "A" adquire de um dos acionistas da empresa "B" 16.200 ações por R$ 30.000,00.
O lançamento contábil referente à aquisição das 16.200 ações por R$ 30.000,00 poderá ser feito da seguinte
forma:
D - PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
(Investimentos)
Empresa "B"
(Investimentos)
Empresa "A"
(Investimentos) R$ 11.200,00
20.4.8. Capital a Integralizar
O artigo 182 da Lei nº 6.404/76 - Lei das Sociedades por Ações - dispõe que a parcela do capital a integralizar
não compõe o patrimônio líquido das sociedades. Assim sendo, por ocasião da aplicação do método de
equivalência patrimonial, essa parcela do capital ainda não integralizada não deve ser computada.
Exemplo:
Imaginemos as seguintes situações da sociedade investida e da sociedade investidora:
- Investida "A" (composição de seu patrimônio líquido):
capital subscrito R$ 500.000,00
(-) capital a integralizar R$ 100.000,00
(=) capital integralizado R$ 400.000,00
lucros R$ 200.000,00
soma R$ 600.000,00
- Investidora "B" (participação de 60%):
Investimento em "A", realizado R$ 240.000,00
Investimento em "A", a realizar R$ 60.000,00
aplicação da porcentagem de 60% sobre o patrimônio líquido de "A", sem R$ 420.000,00
dedução do capital a integralizar de R$ 100.000,00
(-) parcela do capital a integralizar pela empresa "B" R$ 60.000,00
(=) valor patrimonial do investimento da empresa "B" na empresa "A" R$ 360.000,00
Considerando-se, agora, que a empresa "B" faça um aumento de capital mediante subscrição de 9.120 ações, sem
ágio, no valor de R$ 9.120,00, totalmente subscrito pela empresa "A".
Na forma do exemplo proposto, a participação da empresa "A" no capital da empresa "B" passará a ser de:
O valor do ganho também poderá ser obtido mediante aplicação do acréscimo percentual sobre o valor das
reservas da empresa "B", ou seja:
R$ 17.400,00 x 15,20% = R$ 2.644,80
O ajuste do valor de patrimônio líquido correspondente à reavaliação de bens diferentes dos que serviram de
fundamento ao ágio, ou a reavaliação por valor superior ao que justificou o ágio, deverá ser computado no lucro
real da sociedade investidora, salvo se a contrapartida do ajuste for registrada como reserva de reavaliação.
O artigo 4º da Lei nº 9.959/00 determina que a contrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica
somente poderá ser computada em conta de resultado ou na determinação do lucro real e da base da CSLL
quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado.
O valor da reserva de reavaliação na sociedade investidora será baixado nas seguintes situações:
Exemplo:
Considerando-se que a empresa "B" (investida) apresente os seguintes dados:
Capital social R$ 500.000,00
Reserva de reavaliação R$ 300.000,00
Soma R$ 800.000,00
Considerando-se que a empresa "A" (investidora) tenha participação de 60% (sessenta por cento) no capital da
empresa "B" (investida), a sua situação, após a reavaliação efetuada pela sociedade investida, será a seguinte:
Investimentos R$ 480.000,00
Reserva de Reavaliação R$ 180.000,00
Caso a empresa "B" tenha realizado a reserva de reavaliação mediante depreciação dos bens que a originaram, a
empresa "A" adotará os seguintes procedimentos:
a) valor de patrimônio líquido pelo qual o investimento está registrado na escrituração contábil;
b) ágio ou deságio na aquisição do investimento, ainda que tenha sido amortizado na escrituração
comercial da sociedade investidora;
c) saldo da provisão para a cobertura de perdas que tiver sido computada na determinação do
lucro real.
O valor de R$ 80.000,00 foi excluído da conta de investimentos porque esse mesmo valor foi incluído nessa conta
através de anterior débito de equivalência patrimonial.
A sociedade coligada ou controlada, por sua vez, poderá fazer o lançamento contábil do seguinte modo:
D - LUCROS ACUMULADOS
(Patrimônio Líquido)
C - DIVIDENDOS PROPOSTOS
(Passivo Circulante) R$ 80.000,00
a) diferença entre o valor de mercado e o valor contábil dos bens do ativo da sociedade investida -
a amortização será feita na proporção em que a realização dos bens for ocorrendo na sociedade
coligada ou controlada através de depreciação, amortização ou exaustão, ou por baixa em
decorrência de alienação ou de perecimento;
c) fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas - a amortização será feita no prazo
estimado de utilização, de vigência ou de perda de substância ou quando houver baixa em
decorrência de alienação ou de perecimento do investimento antes de haver terminado o prazo
para amortização.
Exemplo:
Considerando-se que a empresa "A" (investidora) tenha a seguinte participação societária na empresa "B"
(investida):
Participação Societária R$ 800.000,00
Ágio na Aquisição do Investimento R$ 180.000,00
Caso a empresa "A" (investidora) resolva efetuar o registro da amortização do ágio, com base no fundamento
econômico referido na letra "a", retro, proporcionalmente ao valor da depreciação, equivalente à taxa de 10%,
contabilizado pela empresa "B" (investida) em relação ao bem que originou o pagamento do ágio, o lançamento
contábil poderá ser feito do seguinte modo:
D - AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO
(Resultado)
C - AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO ACUMULADA
(Investimentos) R$ 18.000,00
Por exemplo:
- Investimento influente e relevante adquirido por R$ 500.000,00;
- Patrimônio líquido da coligada negativo em R$ 800.000,00.
Neste caso teremos:
D - PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS
(Investimentos)
Valor do patrimônio líquido R$ 0,00
D - ÁGIO
(Investimentos) R$ 500.000,00
C - CAIXA/BANCO
(Ativo Circulante) R$ 500.000,00
Quando o patrimônio líquido da sociedade coligada ou controlada se tornar negativo, o valor desse patrimônio a
ser considerado pela sociedade investidora, para fins de aplicação do método de equivalência patrimonial, será
igual a zero.
Por exemplo:
- Patrimônio líquido da investida: R$ 100.000,00
- Valor do investimento na investidora (40%): R$ 40.000,00
- Ágio por diferença de mercado: R$ 30.000,00
20.4.16. Contrapartida do Ajuste do Valor do Investimento em Sociedade Coligada ou Controlada Com Sede
no Exterior
Os resultados da avaliação dos investimentos em sociedade coligada ou controlada com sede no Exterior, pelo
método da equivalência patrimonial deverão ser computados na determinação do lucro real (art. 25 da Lei nº
9.249/95).
O mesmo tratamento se aplica, à contrapartida da amortização do ágio ou deságio na aquisição e os ganhos de
capital derivados de investimentos, em sociedades coligadas ou controladas com sede no Exterior.
Os prejuízos e perdas decorrentes dessas operações não poderão ser compensados com os lucros auferidos no
Brasil (§ 4º do art. 25 da Lei nº 9.249/95).
20.4.17. Utilização Indevida do Método de Equivalência Patrimonial
A utilização indevida do método da equivalência patrimonial na avaliação de investimento não relevante significa,
do ponto de vista fiscal, a reavaliação do investimento, devendo a esses resultados ser aplicadas as normas que
regem a matéria.
20.4.18. Provisão Para Cobertura De Perdas
Quando a investidora verificar ser impossível ou muitíssimo pouco provável conseguir recuperar o valor investido,
poderá constituir a provisão para perdas podendo abranger os investimentos avaliados pela equivalência
patrimonial ou avaliados pelo custo.
De acordo com a Instrução Normativa CVM nº 247/96, a investidora deverá constituir provisão para cobertura de:
I - Perdas efetivas, em virtude de:
a) eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas coligadas e controladas em suas
demonstrações contábeis; ou
b) responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo a descoberto;
O valor da provisão para perdas deverá constar como despesa não operacional, na demonstração do resultado do
exercício a que se referir, sendo representado no balanço patrimonial, em conta própria redutora do valor do
investimento, indedutível fiscalmente, devendo ser adicionada ao lucro líquido no Lalur para determinação do lucro
real (art. 13, I da Lei nº 9.249/95).
20.4.19. Não-Incidência das Contribuições ao Pis e Cofins
Estão excluídos da incidência das contribuições ao PIS e a Cofins, o resultado positivo da avaliação de
investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo
custo de aquisição, que tenham sido computados como receita (Lei nº 9.718/98, art. 3º, § 2º).
20.4.20 - Patrimônio Líquido Negativo da Sociedade Investida
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 123
Manual de Contabilidade
Fls. 124/362
Se, por ocasião da primeira avaliação do investimento pelo método de equivalência patrimonial, o patrimônio
líquido da sociedade coligada ou controlada fosse negativo, o valor de aquisição do investimento seria
contabilizado como ágio.
Por exemplo:
Quando o patrimônio líquido da sociedade coligada ou controlada se tornar negativo, o valor desse patrimônio a
ser considerado pela sociedade investidora, para fins de aplicação do método de equivalência patrimonial, será
igual a zero.
Por exemplo:
Neste caso será registrado o valor da perda, até o montante do valor da participação, e não 40% de 150.000,00 =
60.000,00, uma vez que a conta participação societária não pode passar a ser negativa ou credora.
Na hipótese de haver o risco de a investidora não recuperar sua parcela de R$ 20.000,00, essa parcela será
considerada como amortização de ágio. Assim temos:
O valor da provisão para perdas deverá constar como despesa não operacional, na demonstração do resultado do
exercício a que se referir, sendo representado no balanço patrimonial, em conta própria redutora do valor do
investimento, indedutível fiscalmente, devendo ser adicionada ao lucro líquido no Lalur para determinação do lucro
real (art. 13, I da Lei nº 9.249/95).
21.1 - Conceito
O ativo imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da
empresa, podendo apresentar-se tanto na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.), como na forma intangível
(marcas, patentes, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em bens locados
ou arrendados.
São classificados ainda, no imobilizado, os recursos aplicados ou já destinados à aquisição de bens de natureza
tangível ou intangível, mesmo que ainda não em operação, tais como construções em andamento, importações em
andamento, etc.
Ressalte-se que as inversões realizadas em bens de caráter permanente, mas não destinadas ao uso nas
operações, deverão ser classificadas no grupo de investimentos, enquanto não definida sua destinação.
Quando a empresa tiver filiais ou diversas fábricas e mesmo que a contabilidade seja centralizada, deverá
segregar as contas por estabelecimentos, para efeitos de controle e apropriação da depreciação, amortização ou
exaustão para fins de custeio.
b) os custos da benfeitoria serão depreciados às taxas normais aplicáveis, até o final do contrato
se este for firmado por prazo determinado, ou no prazo restante de vida útil quando o contrato for
firmado por prazo indeterminado, quando o locador indenizar as benfeitorias realizadas pelo
locatário (PN CST nº 210/73);
c) os custos das benfeitorias em imóvel locado por prazo indeterminado, quando não indenizáveis,
somente poderão ser depreciados na forma da legislação (PN CST nº 104/75);
d) quando a indenização for paga pelo locador, a eventual diferença entre o valor residual
contabilmente apurado e o valor recebido constituirá, para a locatária, ganho ou perda de capital.
21.8 - Depreciação
21.8.1 - Considerações
Com exceção de terrenos e de alguns outros itens, os elementos que integram o ativo imobilizado têm um período
limitado de vida útil econômica. Dessa forma, o custo de tais ativos deve ser alocado aos exercícios beneficiados
pelo seu uso no decorrer de sua vida útil econômica, mediante apropriação das quotas mensais ou anuais de
depreciação, amortização ou exaustão que devem representar o efetivo desgaste do bem, sua perda de utilidade
ou a perda de sua capacidade produtiva, independentemente do que estabelece a legislação fiscal.
Nesse sentido o artigo 183, § 2º, da Lei nº 6.404/76, estabelece que:
"A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de:
a) depreciação - quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos
sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
VEÍCULOS TERRESTRES, ,
9018.41 -Aparelhos dentários de brocar, mesmo combinados numa base comum com outros 10 10 %
equipamentos dentários,
9018.49 -Outros instrumentos e aparelhos para odontologia 10 10 %
9018.50 -Outros instrumentos e aparelhos para oftalmologia 10 10 %
9018.90 -Outros instrumentos e aparelhos 10 10 %
9019 APARELHOS DE MECANOTERAPIA; APARELHOS DE MASSAGEM; APARELHOS 10 10 %
DE PSICOTÉCNICA; APARELHOS DE OZONOTERAPIA, DE OXIGENOTERAPIA,
DE AEROSSOLTERAPIA, APARELHOS RESPIRATÓRIOS DE REANIMAÇÃO E
OUTROS APARELHOS DE TERAPIA RESPIRATÓRIA
9020 OUTROS APARELHOS RESPIRATÓRIOS E MÁSCARAS CONTRA GASES, 10 10 %
EXCETO AS MÁSCARAS DE PROTEÇÃO DESPROVIDAS DE MECANISMO E DE
ELEMENTO FILTRANTE AMOVÍVEL
9022 APARELHOS DE RAIOS X E APARELHOS QUE UTILIZEM RADIAÇÕES ALFA, 10 10 %
BETA OU GAMA, MESMO PARA USOS MÉDICOS, CIRÚRGICOS,
ODONTOLÓGICOS OU VETERINÁRIOS, INCLUÍDOS OS APARELHOS DE
RADIOFOTOGRAFIA OU DE RADIOTERAPIA, OS TUBOS DE RAIOS X E OUTROS
DISPOSITIVOS GERADORES DE RAIOS X, OS GERADORES DE TENSÃO, AS
MESAS DE COMANDO, AS TELAS DE VISUALIZAÇÃO, AS MESAS, POLTRONAS
E SUPORTES SEMELHANTES PARA EXAME OU TRATAMENTO
9024 MÁQUINAS E APARELHOS PARA ENSAIOS DE DUREZA, TRAÇÃO, 10 10 %
COMPRESSÃO, ELASTICIDADE OU DE OUTRAS PROPRIEDADES MECÂNICAS
DE MATERIAIS (POR EXEMPLO: METAIS, MADEIRA, TÊXTEIS, PAPEL,
PLÁSTICOS)
9025 DENSÍMETROS, AREÔMETROS, PESA-LÍQUIDOS E INSTRUMENTOS 10 10 %
FLUTUANTES SEMELHANTES, TERMÔMETROS, PIRÔMETROS, BARÔMETROS,
HIGRÔMETROS E PSICRÔMETROS, REGISTRADORES OU NÃO, MESMO
COMBINADOS ENTRE SI
9026 INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA MEDIDA OU CONTROLE DA VAZÃO 10 10 %
(CAUDAL), DO NÍVEL, DA PRESSÃO OU DE OUTRAS CARACTERÍSTICAS
VARIÁVEIS DOS LÍQUIDOS OU GASES [POR EXEMPLO: MEDIDORES DE VAZÃO
(CAUDAL), INDICADORES DE NÍVEL, MANÔMETROS, CONTADORES DE
CALOR], EXCETO OS INSTRUMENTOS E APARELHOS DAS POSIÇÕES 9014,
9015, 9028 OU 9032
(1) Os fornos para a indústria de vidro, classificados na posição 8417, serão depreciados em 3
anos à taxa de 33,3 %;
(3) Os acessórios e as partes dos aparelhos, equipamentos e máquinas constantes deste anexo:
ANEXO II
Bens Prazo de vida útil (anos) Taxa anual de depreciação
Instalações 10 10 %
Edificações 25 4%
A quota de depreciação a ser registrada na escrituração contábil da pessoa jurídica, como custo ou despesa
operacional, será determinada mediante aplicação da taxa de depreciação sobre o valor do bem em reais.
Existem várias formas de calcular a depreciação, destacamos neste tópico aquelas mais utilizadas.
Este método é o mais utilizado, por sua facilidade de cálculo e por ser permitido pela legislação fiscal.
O cálculo das quotas de depreciação de bens do ativo imobilizado será efetuado da seguinte forma:
As quotas de depreciação de bens existentes no Ativo Imobilizado em 31.12.98, a ser apropriada no ano-
calendário 1999, serão determinadas da seguinte forma:
a) aplicar a taxa anual sobre o valor dos bens em reais, constante do saldo de abertura da conta,
para obtenção da quota anual de depreciação;
b) dividir a quota anual em reais por 12, para determinar os duodécimos mensais a serem
registrados na escrituração em cada mês;
R$ 100,00 X 6 (número de meses de janeiro/99 a junho/99) = R$ 600,00 (valor a ser apropriado contabilmente até
o mês de junho/99).
II - Bens Acrescidos no Ativo Imobilizado no Ano-Calendário
A quota de depreciação em reais, das aquisições ou dos valores acrescidos aos bens existentes, será calculada da
seguinte forma:
a) aplicar a taxa anual de depreciação sobre o valor do custo de aquisição ou acréscimo, obtendo
a quota anual em reais;
b) A depreciação de cada ano é uma fração em que o denominador é a soma dos algarismos,
conforme obtido em (a), e o numerador é, para o primeiro ano, (n), para o segundo, (n-1), para o
terceiro, (n-2) e assim por diante, onde n = número de anos de vida útil.
Totais -0- -0- -0- -0- -0- -0- -0- -0- -0- 1.000,00 1.000,00 1.200,00 3.200,00
21.8.5 - Controle Físico de Bens do Ativo Imobilizado
I - Introdução
Uma das principais atribuições da contabilidade é o controle do patrimônio da entidade. Para tanto, além dos
registros contábeis, torna-se necessária a criação de alguns controles extracontábeis, de modo a possibilitar a
execução de tais controles.
Salientamos que o controle físico de bens não se confunde com as fichas de controle de bens do ativo imobilizado
para cálculo da respectiva depreciação, na forma examinada no tópico 21.8.4., deste Capítulo.
II - Codificação dos Bens
Em algumas empresas, o controle dos bens do Ativo Imobilizado é feito mediante a afixação de plaquetas de
identificação, às quais são atribuídos números que obedecem, tão-somente, à ordem cronológica de aquisição.
a) Procedimentos:
Na codificação dos grupos e espécies de bens pode ser utilizado o critério abaixo, adaptando-o de
acordo com as necessidades da empresa:
b) Exemplo:
De acordo com os procedimentos acima, a codificação de uma fresa marca "Alfa" modelo XPTO,
nº 1.234, ficaria assim composta:
1.01.01.01 - Fresa automática marca "Alfa" modelo XPTO nº 1.234 - número atribuído ao bem.
- Discriminação:
Fornecedor:
Data de aquisição: Documento:
Localização:
Data da baixa: Motivo: Documento:
- Discriminação:
Fornecedor:
Data de aquisição: Documento:
Localização:
Data da baixa: Motivo: Documento:
- Discriminação:
Fornecedor:
Data de aquisição: Documento:
Localização:
Data da baixa: Motivo: Documento:
- Discriminação:
Fornecedor:
c) Exemplo de preenchimento.
II - A quota de depreciação será dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em
condições de produzir.
III - Em qualquer hipótese, o montante acumulado das quotas de depreciação não poderá ultrapassar o custo de
aquisição do bem (corrigido monetariamente, até 31.12.95, quando o bem for adquirido até essa data).
É importante observar que, com o advento da Lei nº 9.249/95, o encargo de depreciação relativo a bens móveis ou
imóveis que não estejam relacionados intrinsecamente com a produção ou a comercialização de bens e serviços
não é dedutível na determinação do lucro real. A mesma regra se estende para a Contribuição Social Sobre o
Lucro.
2. BENS QUE PODEM SER DEPRECIADOS
O artigo 307 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000/99, estabelece as diretrizes
para a utilização do encargo de depreciação em relação aos bens depreciáveis.
2.1 - Regra Geral
Podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso ou por causas naturais ou
obsolescência normal, tais como móveis, máquinas, equipamentos, instalações, veículos, benfeitorias, projetos
florestais destinados à exploração dos respectivos frutos, edifícios e construções.
2.2 - Edifícios e Construções
No tocante à depreciação de edifícios e construções, deve-se observar que (art. 307 do RIR/99):
b) o valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do terreno,
admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial.
b) os prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção dos seus
rendimentos ou destinados à revenda;
c) os bens que aumentam de valor com o tempo, como obras de arte e antigüidades;
a) uma máquina, cuja vida útil é de 10 anos, que foi adquirida após 7 (sete) anos de uso, poderá
ser depreciada em 5 (cinco) anos, aplicando-se a taxa de 20% ao ano. Neste caso, prevalece o
critério do item I, porque o prazo da vida útil é maior que o previsto no item II;
b) um veículo, cuja vida útil é de 5 anos, que foi adquirido após 1 (um) um ano de uso, poderá ser
depreciado pelo restante da vida útil do bem (4 anos). Nesta hipótese, a depreciação será feita de
acordo com o item II, porque pelo critério do item I o prazo de depreciação seria de 2,5 (dois anos
e meio).
21.9 - Exaustão
A exaustão objetiva distribuir o custo dos recursos naturais durante o período em que tais recursos são extraído ou
exauridos.
A legislação do Imposto de Renda estabelece que, em cada período de apuração, pode ser computada como custo
ou encargo, a diminuição do valor de recursos minerais e de recursos florestais, resultante de sua exploração.
a) com base na relação existente entre a extração efetuada no respectivo período de apuração
com a possança conhecida da mina (quantidade estimada de minérios da jazida);
O critério a ser observado pela pessoa jurídica será aquele que proporcionar maior percentual de exaustão no
período.
Para exemplificar, imaginemos a seguinte situação:
possança conhecida da mina 10.000 toneladas
extração efetuada no ano 2.000 toneladas
prazo para término da concessão 8 anos
No exemplo acima, a produção corresponde a 20% (vinte por cento) da possança conhecida e isso significa que a
jazida estará exaurida no prazo de 5 (cinco) anos, inferior, portanto, ao prazo para término da concessão, que
corresponde a 8 (oito) anos. Neste caso, a quota de exaustão será calculada em função da possança conhecida da
jazida.
3. CÁLCULO DA EXAUSTÃO REAL
O critério adotado na determinação da quota anual de exaustão, conforme comentamos anteriormente, é o mesmo
aplicado no cálculo da quota de depreciação. Assim, a medida que os recursos minerais vão se exaurindo, registra-
se, na contabilidade, simetricamente à possança conhecida da jazida, a quota de exaustão.
Exemplo:
Vejamos como se calcula a quota anual de exaustão considerando-se os seguintes dados:
valor contábil da jazida R$ 30.000,00
exaustão acumulada R$ 6.000,00
possança conhecida da jazida 5.000 toneladas
produção do período 750 toneladas
prazo para término da concessão 8 anos
O encargo de exaustão a ser apropriado como custo do período será calculado do seguinte modo:
100 = 12,5%
8
No exemplo, o prazo para término da concessão é de 8 (oito) anos e, assim sendo, o encargo a ser contabilizado
será no valor de R$ 4.500,00, uma vez que a jazida estará exaurida antes do término do prazo de concessão.
Se, por outro lado, o volume de produção do período fosse de 500 toneladas, o cálculo da quota de exaustão seria
efetuado em função do prazo de concessão para exploração da jazida.
4. RECURSOS MINERAIS INESGOTÁVEIS
De acordo com o § 3º do artigo 330 do RIR/99, fica inviabilizado o cálculo e apropriação de quotas de exaustão
real em relação aos recursos minerais inesgotáveis ou de exaurimento interminável, como as de água mineral, não
se admitindo, assim, que as empresas mineradoras que exploram tais recursos minerais possam contabilizar, em
relação a essa atividade, parcelas de exaustão a qualquer título.
Exemplo:
Suponhamos que no início do ano-calendário de 1999 a empresa possuía 80 hectares de florestas naturais e a
quantidade extraída no mês de janeiro de 1999 correspondeu a uma área de 5 hectares. O percentual de exaustão
será calculado do seguinte modo:
5 ha x 100 = 6,25%
80 ha
Exemplo:
Suponhamos que o número de árvores cortadas no mês de janeiro de 1999 tenha atingido 10.000 unidades e que
a quantidade existente no início desse mesmo período era de 80.000 árvores. O percentual de exaustão será
calculado do seguinte modo:
10.000 x 100 = 12,5%
80.000
Considerando-se que o valor contábil da floresta em 31.12.98 era de R$ 250.000,00, o valor do encargo de
exaustão corresponderá a:
250.000,00 x 12,5% = 31.250,00
O lançamento contábil no mês de janeiro de 1998 poderá ser feito do seguinte modo:
22.7 - Amortização
De acordo com a Lei nº 6.404/76, a amortização dos valores registrados no Ativo Diferido deverá ser feita em prazo
não superior a dez anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser usufruídos os
benefícios delas decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital aplicado quando abandonados os
empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas atividades não poderão produzir
resultados suficientes para amortizá-los.
A contrapartida da amortização do Ativo Diferido deve ser lançada em Despesas ou Custos Operacionais, devendo
esse valor estar destacado na Demonstração do Resultado do Exercício, e o critério de amortização adotado pela
empresa, mencionado em Notas Explicativas.
a) Passivo Circulante;
23.5 - Debêntures
23.5.1 - Conceito
As debêntures são títulos emitidos pelas companhias abertas para captação de recursos diretamente junto ao
público, normalmente para resgate em longo prazo, que conferem aos seus titulares de direito de crédito contra a
companhia, nas condições constantes da escritura de emissão e do certificado.
23.5.2 - Gastos Com a Colocação Das Debêntures no Mercado
As despesas incorridas na emissão de debêntures, tais como comissões, custo de distribuição, deságio, devem ser
registradas contabilmente como despesas antecipadas, as quais serão apropriadas ao resultado
proporcionalmente ao prazo de vencimento das debêntures.
23.5.3 - Juros e Participações Das Debêntures
Se as debêntures concederem juros que serão pagos periodicamente e/ou participação no lucro da companhia,
deve ser efetuada a provisão para pagamento desses valores que serão registrados pelo tempo transcorrido na
conta "juros e participações" tendo como contrapartida a conta de despesas financeiras e Participações e
Contribuições, no resultado.
23.5.4 - Possibilidade da Conversão em Ações
Na aquisição de debêntures, muitas vezes ocorre a possibilidade de sua conversão em ações. Nesse caso, a
empresa, deve segregar contabilmente, as debêntures que prevêem essa possibilidade utilizando as contas:
"Debêntures conversíveis em ações" e "Debêntures não conversíveis em ações".
23.6 - Fornecedores
Neste grupo são registradas as obrigações, junto a fornecedores, pela compra de matérias-primas, mercadorias e
outros materiais. A empresa deve efetuar a separação em fornecedores "nacionais" e "estrangeiros" conforme o
credor esteja sediado no país ou no exterior.
O registro contábil das compras e da obrigação será efetuado quando ocorrer a transmissão do direito de
propriedade, o que normalmente corresponde à data do recebimento da mercadoria.
Caso a empresa tenha adquirido o direito sobre as mercadorias, mas ainda não as recebeu, deverá registrar
obrigação correspondente no Passivo e como contrapartida a conta estoques em trânsito no Ativo Circulante.
Tratando-se de compras de mercadorias do exterior, o valor a ser registrado no estoque e no Passivo deve ser o
valor da fatura, em moeda estrangeira convertido para moeda nacional pela taxa de câmbio da data em que houve
transmissão da propriedade das mercadorias, de acordo com o previsto no contrato de compra e venda.
Ressalte-se que as obrigações que devem ser pagas em moeda estrangeira, estas devem ser atualizadas com
base na taxa de câmbio na data do balanço, tendo como contrapartida a conta de variação cambial no resultado.
24.1 - ICMS
Nesta conta é registrado o saldo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços apurado, cujo valor a
empresa deve recolher à Fazenda Estadual.
O valor do ICMS a recolher, a ser registrado nessa conta, corresponde ao saldo devedor que é controlado e
apurado em livros fiscais mediante confronto entre o valor dos débitos pelas saídas de mercadorias e serviços e o
valor dos créditos pelas entradas de mercadorias e serviços, cuja contrapartida é uma conta de resultado, redutora
da conta vendas.
Caso o saldo apurado seja credor, este deve ser registrado na conta Impostos a Recuperar no Ativo Circulante
para compensação futura.
24.2 - IPI
Nesta conta é registrado o saldo do Imposto Sobre Produtos Industrializados apurado, cujo valor a empresa deve
recolher à Fazenda Federal.
O valor do IPI a recolher, a ser registrado nessa conta, corresponde ao saldo devedor que é controlado e apurado
em livros fiscais mediante confronto entre o valor dos débitos pelas saídas dos produtos e o valor dos créditos
pelas entradas de matéria-primas, embalagens, etc., cuja contrapartida é uma conta de resultado, redutora da
conta vendas.
Caso o saldo apurado seja credor, este deve ser registrado na conta Impostos a Recuperar no Ativo Circulante
para compensação futura.
b) reversões de provisões operacionais e recuperação de créditos baixados como perda, que não
representem ingresso de novas receitas;
d) receita decorrente da venda de bens do ativo permanente (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º);
e) recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista (MP
nº 1.858-6, de 1999, art. 14, § 1º);
g) receita relativa à exportação de mercadorias para o Exterior (MP nº 1.858-6, de 1999, art. 14, §
1º);
j) receita de transporte internacional, de carga ou passageiros (MP nº 1.858-6, de 1999, art. 14, §
1º);
k) receitas auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação,
modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas no Registro Especial Brasileiro
- REB, instituído pela Lei nº 9.432, de 1997 (MP nº 1.858-6, de 1999, art. 14, § 1º);
o) receitas relativas às atividades próprias das entidades sem fins lucrativos, imunes ou isentas,
referidas no art. 13 da Medida Provisória nº 1.858-6, de 1999 e suas reedições. Entende-se por
receitas próprias as receitas típicas dessas entidades tais como contribuições, donativos,
anuidades ou mensalidades pagas para a manutenção da instituição, mas que não tenham cunho
prestacional.
d) para fins do disposto na letra c, o valor da receita a ser computado é a diferença entre o valor de
aquisição e o valor de face do título ou direito creditório adquirido.
4. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
4.1 Veículos Automotores e Pneus
Por meio da Lei nº 10.485, de 03 de julho de 2002 (DOU de 04.07.02), foram introduzidas novas normas, que
passam a produzir efeitos a partir de novembro/2002.
I - Produtos sujeitos ao novo regime
As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nos códigos relacionados abaixo, da
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto no 4.070/01,
relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento das contribuições
para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às alíquotas de 1,47% (um inteiro e quarenta e
sete centésimos por cento) e 6,79% (seis inteiros e setenta e nove centésimos por cento), respec-tivamente:
84.29 - "bulldozers", "angledozers", niveladores, raspo-transportadores ("scrapers"), pás mecânicas, escavadores,
carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados;
8432.40.00 - espalhadores de estrume e distribuidores de adubos ou fertilizantes;
84.32.80.00 - outras máquinas e aparelhos;
8433.20 - ceifeiras, incluídas as barras de corte para montagem em tratores;
8433.30.00 - outras máquinas e aparelhos para colher e dispor o feno;
8433.40.00 - enfardadeiras de palha ou de forragem, incluídas as enfardadeiras-apanhadeiras;
8433.5 - outras máquinas e aparelhos para colheita, máquinas e aparelhos para debulha;
87.01 - tratores - exceto os carros tratores da posição 87.09;
87.02 - veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista;
87.03 - automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de
pessoas (exceto os da posição 87.02) - incluídos os veículos de uso misto ("station wagons") e os automóveis de
corrida;
87.04 - veículos automóveis para transporte de mercadorias;
87.05 - veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de
combate a incêncios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas,
veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias;
87.06 - chassis com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05.
Observe-se que o tratamento acima, relativamente aos produtos classificados no Capítulo 84 da Tipi, aplica-se,
exclusivamente, aos produtos autopropulsados.
II - Base de Cálculo
A base de cálculo das contribuições ao Pis/Pasep e à Cofins fica reduzida:
I - em 30,2% (trinta inteiros e dois décimos por cento), no caso da venda de caminhões chassi com carga útil igual
ou superior a 1.800 kg e caminhão monobloco com carga útil igual ou superior a 1.500 kg, classificados na posição
87.04 da Tipi, observadas as especificações estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal;
II - em 48,1% (quarenta e oito inteiros e um décimo por cento), no caso de venda de produtos classificados nos
seguintes códigos da Tipi: 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01,
8702.10.00 Ex 02, 8702.90.90 Ex 02, 8704.10.00, 87.05 e 8706.00.10 Ex 01 (somente os destinados aos produtos
classificados nos Ex 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90);
III - o tratamento acima aplica-se, inclusive, à empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da
industrialização por encomenda, a que se refere o art. 17, § 5o da Medida Provisória no 2.189-49/01.
III - Exclusões da Base de Cálculo
b) Tubos de borracha vulcanizada não endurecida da posição 40.09, com acessórios, próprias
para máquinas e veículos autopropulsados das posições 84.29, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00,
8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06;
Motores do código 8408.90.90, próprios para máquinas dos códigos 84.29, 8433.20, 8433.30.00,
8433.40.00 e 8433.5;
d) Cilindros hidráulicos do código 8412.21.10, próprios para máquinas dos códigos 84.29, 8433.20,
8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
f) Cilindros pneumáticos do código 8412.31.10, próprios para produtos dos códigos 8701.20.00,
87.02 e 87.04;
g) Bombas volumétricas rotativas do código 8413.60.19, próprias para produtos dos códigos 84.29,
8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 8701.20.00, 87.02 e 87.04;
n) Embreagens de fricção do código 8483.60.1, próprias para máquinas dos códigos 84.29,
8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
o) Outros motores de corrente contínua do código 8501.10.19, próprios para acionamento elétrico
de vidros de veículos autopropulsados;
p) - dos produtos referidos no subitem 2.1, deste trabalho, auferida por comerciantes atacadistas e
varejistas, exceto empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da
industrialização por encomenda, a que se refere o art. 17, § 5o da Medida Provisória no 2.189-
49/01.
4.2 - Combustíveis
a) 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) incidentes sobre a receita bruta decorrente da
venda de gasolinas, exceto gasolina de aviação;
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b) 2,23% (dois inteiros e vinte e três centésimos por cento) incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda de óleo diesel;
c) 2,56% (dois inteiros e cinqüenta e seis centésimos por cento) incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP;
d) 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente das
demais atividades.
a) 1,46% (um inteiro e quarenta seis centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda de álcool para fins carburantes, exceto quando adicionado à gasolina;
b) 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente das
demais atividades.
a) gasolina, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e GLP, auferida por distribuidores e
comerciantes varejistas;
c) álcool para fins carburantes, quando adicionado à gasolina, auferida por distribuidores.
4.3 - Cigarros
A contribuição ao Pis/Pasep devida pelos fabricantes e importadores de cigarros na condição de contribuintes e de
substitutos dos comerciantes varejistas será calculada sobre o preço fixado para venda dos produtos no varejo
multiplicado por 1,38. Assim, se o preço de venda no varejo for de R$ 2,00, a contribuição ao PIS/Pasep devida
pelo fabricante será de R$ 2,00 X 1,38 X 0,65% = R$ 0,017. Por sua vez, o comerciante varejista excluirá da base
de cálculo da contribuição ao PIS/Pasep as receitas das vendas de cigarros, uma vez que a contribuição devida já
foi paga pelo fabricante (art. 5º da Lei nº 9.715/98).
O importador de cigarros sujeita-se, na condição de contribuinte e de contribuinte substituto dos comerciantes
varejistas, ao pagamento da contribuição calculada segundo as mesmas normas aplicáveis aos fabricantes de
cigarros nacionais, a qual deverá ser paga na data do registro da Declaração de Imposto no Siscomex (arts. 53 e
54 da Lei nº 9.532/97).
4.4 - Medicamentos e Produtos de higiene - Alíquota Incidente Nas Operações de Venda - Substituição Tributária
Por meio da Lei nº 10.147, de 21.12.00 (DOU de 22.12.00), foram introduzidas novas normas, que entram em vigor
a partir de 1º de maio de 2001, no tocante à incidência da contribuição para os Programas de Integração Social e
de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/Pasep, e da Contribuição para o da Seguridade Social -
Confis, nas operações de venda dos medicamentos e produtos de higiene especificados abaixo.
I. CONTRIBUINTES
A contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas
que procedam à industrialização ou à importação dos produtos classificados nas posições da Tabela de Incidência
do Imposto sobre Produtos Industrializados - Tipi, aprovada pelo Decreto nº 2.092/96:
• 3003 - medicamentos constituídos por produtos misturados entre si, preparados para fins terapêuticos ou
profiláticos, mas não apresentados em doses nem acondicionados para venda a retalho;
• 3004 - medicamentos constituídos por produtos misturados ou não misturados, preparados para fins
terapêuticos ou profiláticos, apresentados em doses ou acondicionados para venda a retalho;
• 3303 - perfumes e águas de colônia;
II. CÁLCULO
As contribuições serão calculadas pelas pessoas jurídicas que industrializem ou importem os produtos
relacionados, com base nas seguintes alíquotas:
I - dois inteiros e dois décimos por cento e dez inteiros e três décimos por cento, incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda dos produtos mencionados no item anterior;
II - sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais
atividades.
Para esse efeito, aplica-se o conceito de industrialização estabelecido na legislação do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI.
A pessoa jurídica que adquirir para industrialização produto classificado na posição 3003, tributado na forma do
número I acima, poderá excluir das bases de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins o respectivo
valor de aquisição.
III. ALÍQUOTA ZERO
São reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda dos produtos tributados na forma do número I do item anterior, pelas pessoas jurídicas não
enquadradas na condição de industrial ou de importador.
Esse tratamento não se aplica às pessoas jurídicas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples.
5. SOCIEDADES COOPERATIVAS
As sociedades cooperativas ficam sujeitas à contribuição ao PIS/Pasep na modalidade faturamento, cuja base de
cálculo será determinada com observância das regras comuns aplicáveis às demais pessoas jurídicas, mas
excluindo-se também (art. 15 da MP nº 1.991-14/00 e Ato Declaratório SRF nº 70/99):
I - os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por eles entregue à
cooperativa;
II - as receitas de venda de bens e mercadorias a associados, que sejam vinculados diretamente à atividade
econômica desenvolvida pelo associado e que seja objeto da cooperativa; ou seja, relativamente às receitas
decorrentes de operações praticadas com não associados é devido o pagamento do PIS/Pasep, pelas
cooperativas;
III - as receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados, aplicáveis na atividade rural,
relativos à assistência técnica, extensão rural, formação profissional e assemelhadas;
IV - as receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização da produção do associado;
V - as receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto a instituições financeiras,
até o limite dos encargos a estas devidos;
VI - as sobras líquidas apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício após a destinação para constituição
da Reserva de Assistência Técnica Educacional e Social (Rates) e para o Fundo de Assistência Técnica
Educacional e Social (Fates),efetivamente distribuídas (art. 2º, IX da IN SRF nº 145/99).
As sociedades cooperativas, tenham ou não operações com não associados, sujeitam-se à contribuição na base
de 1% sobre a folha de pagamento mensal.
As operações relacionadas acima devem ser contabilizadas destacadamente, pela cooperativa, e comprovadas
mediante documentação hábil e idônea, com identificação do adquirente, do valor da operação, da espécie de bem
ou mercadoria e quantidades vendidas.
5.1 - Cooperativas Que se Dedicam a Vendas em Comum
As cooperativas que se dedicam a vendas em comum, que recebam para comercialização a produção de suas
associadas (art. 82 da Lei nº 5.764, de 1971), deverão reter e recolher o valor correspondente à contribuição para o
PIS/Pasep, devida pelo associado pessoa jurídica, sobre o faturamento dessa produção (art. 66 da Lei nº 9.430/96,
AD SRF nº 088/99 e IN SRF nº 145/99). O valor das contribuições pagas pela cooperativa deverá ser por ela
informado, individualizadamente, às suas filiadas, com o montante do faturamento relativo às vendas dos produtos
de cada uma delas, com vistas a atender aos procedimentos contábeis exigidos pela legislação.
5.2 - Cooperativas de Consumo
As cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e fornecimento de bens aos consumidores,
sujeitam-se às normas de incidência da contribuição ao PIS/Pasep sobre o faturamento, aplicáveis às demais
pessoas jurídicas, ainda que não pratiquem operações com não associados (art. 69 da Lei nº 9.532/97).
b) caso seja mantida escrituração somente do livro caixa, neste deverá ser indicada, em registro
individual, a Nota Fiscal a que corresponder cada recebimento;
c) caso seja mantida escrituração contábil, na forma da legislação comercial, os recebimentos das
receitas deverão ser controlados em conta específica, na qual, em cada lançamento, deverá ser
indicada a Nota Fiscal a que corresponder o recebimento.
a) serão incluídas nas receitas correntes quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas no
todo ou em parte por outra entidade da Administração Pública, e deduzidas as transferências
efetuadas a outras entidades públicas (inclusive fundações públicas);
b) não poderão ser deduzidas as transferências orçamentárias efetuadas para empresas públicas,
sociedades de economia mista ou outras entidades estatais que explorem atividade econômica
sob regime jurídico de empresa privada;
c) para determinação da base de cálculo, não se incluem entre as receitas das autarquias os
recursos classificados como receitas do Tesouro Nacional nos orçamentos fiscais e da Seguridade
Social.
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4. PRAZO DE RECOLHIMENTO
A contribuição para o PIS-Folha de Pagamento deverá ser recolhida até o último dia útil da primeira quinzena do
mês seguinte, ou seja, dia quinze ou último dia útil imediatamente anterior, se o dia quinze não for útil.
4.1 - Local do Recolhimento e Código do Darf
A contribuição para o PIS-Folha de Pagamento deve ser recolhida em qualquer agência bancária da rede
arrecadadora de receitas federais do domicílio do contribuinte, através do Documento de Arrecadação de Receitas
Federais - Darf, preenchido em duas vias.
O código a constar do campo 04 do Darf é:
- 8301 - PIS/Pasep - folha de salários;
- 3703 - PIS/Pasep - pessoa jurídica de direito público.
5. RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO - ACRÉSCIMOS LEGAIS
Se o recolhimento for efetuado após o prazo mencionado no item 4 acima, o contribuinte ficará sujeito aos
acréscimos legais previstos no art. 61 da Lei nº 9.430/96, que constam da nossa Agenda Tributária e Tabelas
Práticas, página 12.
6. EMPRESA COM FILIAL - APURAÇÃO E RECOLHIMENTO CENTRALIZADO
Nas empresas que tenham filiais, a apuração e o pagamento das contribuições serão efetuados, obrigatoriamente,
de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz (art. 15 da Lei nº 9.779/99).
7. DISPENSA DE RECOLHIMENTO
Quando a apuração do valor da contribuição ao PIS-Folha de Pagamento resultar em valor a recolher inferior a R$
10,00, este deverá ser adicionado ao valor apurado referente ao período de apuração subseqüente, até que o valor
seja igual ou superior a R$ 10,00, quando então será pago ou recolhido no prazo estabelecido na legislação para
este último período de apuração (art. 68 da Lei nº 9.430/96 e IN SRF nº 82/96).
8. INFORMAÇÃO NA DCTF
O valor da contribuição devida a título de PIS-Folha de Pagamento deve ser informado na DCTF, caso o
contribuinte esteja obrigado a apresentá-la, nos prazos previstos na IN SRF nº 126/98.
9. ISENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO
A isenção somente poderá ocorrer quando a entidade não possuir nenhum empregado, nem se utilizar de
trabalhadores avulsos.
25.1.3 - PIS/PASEP - NÃO-CUMULATIVIDADE
1. INTRODUÇÃO
Por meio da Instrução Normativa srf nº 209, de 27 de setembro de 2002 (DOU de 01.10.02), foi regulamentada a
incidência não-cumulativa da contribuição para o PIS/Pasep, a partir de 1º de dezembro de 2002, em confor-
midade com as disposições dos arts. 1º a 10 da Medida Provisória nº 66, de 2002.
2. CONTRIBUINTES
São contribuintes do PIS/Pasep, na modalidade não cumulativa, as pessoas jurídicas de direito privado e as que
lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, tributadas com base no lucro real.
2.1 - Contribuintes Não Alcançados Pela Modalidade
Não são tributados pelo PIS/Pasep na modalidade não cumulativa:
I - as cooperativas;
II - os bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades
de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito, entidades de previdência
complementar abertas e fechadas e associações de poupança e empréstimo;
III - as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários e financeiros; e
IV - as operadoras de planos de assistência à saúde.
2.2 - Receitas Não Abrangidas
Não estão abrangidas pelas regras do PIS/Pasep na modalidade não cumulativa, permanecendo sujeitas às
normas da legislação da contribuição para o PIS/Pasep, vigentes anteriormente à edição da Medida Provisória nº
66/02:
I - as receitas sujeitas à substituição tributária da contribuição para o PIS/Pasep:
II - as receitas de venda dos produtos: gasolina, álcool, óleo diesel e GLP (Lei nº 9.990/00), medicamentos,
produtos de higiene e perfumaria (Lei nº 10.147/00), veículos automotores e pneus (Lei nº 10.485/02), quaisquer
outras submetidas à incidência monofásica da contribuição.
3. FATO GERADOR
A contribuição tem como fato gerador o auferimento de receitas pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que
lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, tributadas com base no lucro real.
4. BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é o faturamento mensal, que compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas
operações em conta própria e alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.
4.1 - Valores Que Não Integram a Base de Cálculo
I - isentos ou decorrentes de vendas de produtos sujeitos à alíquota zero;
II - decorrentes da venda de bens do ativo imobilizado;
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III - auferidos pela pessoa jurídica substituída, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja
exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; e
IV - de venda dos produtos: gasolina, álcool, óleo diesel e GLP (Lei nº 9.990/00), medicamentos, produtos de
higiene e perfumaria (Lei nº 10.147/00), veículos automotores e pneus (Lei nº 10.485/02), quaisquer outras
submetidas à incidência monofásica da contribuição.
4.2 - Exclusões da Base de Cálculo
Excluem-se da base de cálculo:
I - as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos; e
II - as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de
novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e
dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como
receita.
4.3 - Não-Incidência
A contribuição não incide sobre as receitas decorrentes das operações de:
I - exportação de mercadorias para o Exterior;
II - prestação de serviços para pessoa física ou jurídica domiciliada no Exterior com pagamento em moeda
conversível; e
III - vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação.
5. ALÍQUOTAS
Sobre a base de cálculo apurada da forma exposta acima, aplicar-se-á a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta
e cinco centésimos por cento).
5.1 - Créditos a Descontar
Do valor da contribuição apurada, a pessoa jurídica pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação
da mesma alíquota, sobre os valores:
I - das aquisições efetuadas no mês:
a) de bens para revenda, exceto em relação às merca-dorias e aos produtos sujeitos à substituição
tributária da contribuição para o PIS/Pasep e de venda dos produtos: gasolina, álcool, óleo diesel e
GLP (Lei nº 9.990/00), medicamentos, produtos de higiene e perfumaria (Lei nº 10.147/00),
veículos automotores e pneus (Lei nº 10.485/02), quaisquer outras submetidas à incidência
monofásica da contribuição;
IV - relativos aos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita de venda tenha integrado o faturamento do
mês ou de mês anterior, e tenha sido tributada pelas normas da não cumulatividade.
Observe-se que não gera direito ao crédito o valor da mão-de-obra paga a pessoa física.
O crédito não aproveitado em determinado mês pode ser utilizado nos meses subseqüentes.
5.1.1 - Valores Que Permitem o Crédito
O direito ao crédito aplica-se, exclusivamente, em relação:
a) aplicar-se-á, sobre o valor das mencionadas aquisições, a alíquota de 1,15% (um inteiro e
quinze centésimos por cento); e
b) enquanto a Secretaria da Receita Federal (SRF) não fixar os valores máximos das aquisições, o
valor a ser considerado será o constante do documento fiscal.
Para esse efeito, a pessoa jurídica deve contabilizar o valor dos bens e serviços, utilizados como insumos,
adquiridos de pessoa física residente no País separadamente das aquisições efetuadas de pessoas físicas
residentes no Exterior.
5.3 - Receitas de Exportação de Bens e Serviços
Na hipótese das operações de vendas de bens e serviços ao Exterior (citadas no subitem 4.3), a pessoa jurídica
vendedora pode utilizar os créditos, apurados na forma mencionada no subitem 4.1, para fins de:
I - dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; e
II - compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições adminis-trados
pela SRF, observada a legislação específica aplicável à matéria.
A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano-calendário, não conseguir utilizar o crédito por quaisquer
das formas mencionadas acima poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação
específica aplicável à matéria.
6. SEGREGAÇÀO DE CUSTOS E DESPESAS POR MODALIDADE DE INCIDÊNCIA
Na hipótese de a pessoa jurídica auferir, concomitan-temente, receitas sujeitas à incidência da contribuição na
modalidade não cumulativa, e na forma da legislação anterior, deverá alocar, a cada mês, para cada modalidade
de incidência, as parcelas:
I - dos custos, das despesas e dos encargos relacionados nos incisos I a IV do subitem 5.1, pagos ou creditados a
pessoa jurídica domiciliada no País, a partir de 1º de dezembro de 2002; e
II - do custo de aquisição dos bens e serviços utilizados como insumos na fabricação de produtos destinados à
venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, adquiridos de pessoas físicas, pelas
pessoas jurídicas que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal classificadas nos capítulos 2 a 4, 8 a 11,
e nos códigos 0504.00, 07.10, 07.12 a 07.14, 15.07 a 15.13, 15.17 e 2209.00.00, todos da Nomenclatura Comum
do Mercosul, destinados à alimentação humana ou animal.
Para esse efeito, a pessoa jurídica deverá adotar o sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com
o restante da escrituração ou, proporcionalmente à receita bruta de cada atividade, observado o seguinte:
b) os créditos previstos nos subitens 5.1 e 5.2 alcançam somente as parcelas dos custos,
despesas e encargos vinculados às receitas tributadas pelo PIS na modalidade não-cumulativa.
7. PAGAMENTO
A contribuição deve ser paga até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente ao da ocorrência do
fato gerador.
a) bancos comerciais;
b) bancos de investimentos e de desenvolvimento;
c) caixas econômicas;
d) sociedades de crédito, financiamento e investimento;
e) sociedades de crédito imobiliário;
f) sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
g) empresas de arrendamento mercantil;
h) cooperativas de crédito;
i) empresas de seguros privados e de capitalização;
j) agentes autônomos de seguros privados e de crédito;
2. BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é o faturamento do mês, assim entendido a receita bruta total, auferida pela pessoa jurídica,
sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas (art. 3º, e
seus §§ 1º, 3º e 4º da Lei nº 9.718/98), deduzidos os valores correspondentes às exclusões e isenções a seguir:
2.1 - Exclusões da Base de Cálculo
Poderão ser excluídos da base de cálculo, os seguintes valores:
b) IPI e o ICMS quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de
substituto tributário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º);
c) reversões de provisões operacionais e recuperação de créditos baixados como perda, que não
representem ingresso de novas receitas;
d) receita decorrente da venda de bens do ativo permanente (Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º);
e) recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista (MP
nº 1.858-6, de 1999, art. 14, § 1º);
f) receitas relativas ao fornecimento de bens e serviços à Itaipu Binacional (AD SRF nº 74, de 10
de agosto de 1999);
g) receita relativa à exportação de mercadorias para o Exterior (MP nº 1.858-6, de 1999, art. 14, §
1º);
j) receita de transporte internacional, de carga ou passageiros (MP nº 1.858-6, de 1999, art. 14, §
1º);
k) receitas auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação,
modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas no Registro Especial Brasileiro
- REB, instituído pela Lei nº 9.432, de 1997 (MP nº 1.858-6, de 1999, art. 14, § 1º);
l) receita de frete das mercadorias transportadas entre o País e o Exterior pelas embarcações
registradas no REB (art. 11, § 3º da Lei nº 9.432, de 1997);
Nota: De acordo com o artigo 12 da Lei nº 9.532/97, considera-se imune a instituição de educação ou de
assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da
população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos.
IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da
Lei nº 9.532/97;
Nota: De acordo com o artigo 15 da Lei nº 9.532/97, consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico,
recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido
instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.
V - sindicatos, federações e confederações;
VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
VII - conselho de fiscalização de profissões regulamentadas;
VIII - fundações de direito privado e fundações públicas instituídas e mantidas pelo Poder Público;
IX - condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais;
X - a Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no
art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764/71.
Podem ser entendidas por receitas próprias, as receitas típicas dessas entidades tais como contribuições,
donativos, anuidades ou mensalidades pagas para a manutenção da instituição, mas que não tenham cunho
prestacional; ou ainda as receitas decorrentes das atividades previstas no estatuto social da entidade.
a) ser reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou Municipal;
d) para fins do disposto na letra c, o valor da receita a ser computado é a diferença entre o valor de
aquisição e o valor de face do título ou direito creditório adquirido.
c) as empresas de seguros privados, além das exclusões e deduções normais permitidas, poderão
deduzir, em relação aos fatos geradores que ocorrerem a partir de julho/2000, o valor referente às
indenizações correspondentes aos sinistros ocorridos, efetivamente pago, deduzido das
importâncias recebidas a título de cosseguro e resseguro, salvados e outros ressarcimentos.
3. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
3.1 Veículos Automotores e Pneus
Por meio da Lei nº 10.485, de 03 de julho de 2002 (DOU de 04.07.02), foram introduzidas novas normas, que
passam a produzir efeitos a partir de novembro/2002.
I - Produtos sujeitos ao novo regime
As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nos códigos relacionados abaixo, da
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto no 4.070/01,
relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento das contribuições
para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às alíquotas de 1,47% (um inteiro e quarenta e
sete centésimos por cento) e 6,79% (seis inteiros e setenta e nove centésimos por cento), respec-tivamente:
84.29 - "bulldozers", "angledozers", niveladores, raspo-transportadores ("scrapers"), pás mecânicas, escavadores,
carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados;
8432.40.00 - espalhadores de estrume e distribuidores de adubos ou fertilizantes;
84.32.80.00 - outras máquinas e aparelhos;
8433.20 - ceifeiras, incluídas as barras de corte para montagem em tratores;
8433.30.00 - outras máquinas e aparelhos para colher e dispor o feno;
8433.40.00 - enfardadeiras de palha ou de forragem, incluídas as enfardadeiras-apanhadeiras;
8433.5 - outras máquinas e aparelhos para colheita, máquinas e aparelhos para debulha;
87.01 - tratores - exceto os carros tratores da posição 87.09;
87.02 - veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista;
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 170
Manual de Contabilidade
Fls. 171/362
87.03 - automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de
pessoas (exceto os da posição 87.02) - incluídos os veículos de uso misto ("station wagons") e os automóveis de
corrida;
87.04 - veículos automóveis para transporte de mercadorias;
87.05 - veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de
combate a incêncios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas,
veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias;
87.06 - chassis com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05.
Observe-se que o tratamento acima, relativamente aos produtos classificados no Capítulo 84 da Tipi, aplica-se,
exclusivamente, aos produtos autopropulsados.
II - Base de Cálculo
A base de cálculo das contribuições ao Pis/Pasep e à Cofins fica reduzida:
I - em 30,2% (trinta inteiros e dois décimos por cento), no caso da venda de caminhões chassi com carga útil igual
ou superior a 1.800 kg e caminhão monobloco com carga útil igual ou superior a 1.500 kg, classificados na posição
87.04 da Tipi, observadas as especificações estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal;
II - em 48,1% (quarenta e oito inteiros e um décimo por cento), no caso de venda de produtos classificados nos
seguintes códigos da Tipi: 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01,
8702.10.00 Ex 02, 8702.90.90 Ex 02, 8704.10.00, 87.05 e 8706.00.10 Ex 01 (somente os destinados aos produtos
classificados nos Ex 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90);
III - o tratamento acima aplica-se, inclusive, à empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da
industrialização por encomenda, a que se refere o art. 17, § 5o da Medida Provisória no 2.189-49/01.
III - Exclusões da Base de Cálculo
Poderão ser excluídos da base de cálculo das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins os valores recebidos
pelo fabricante ou importador nas vendas diretas ao consumidor final dos veículos classificados nas posições 87.03
e 87.04 da Tipi, por conta e ordem dos concessionários de que trata a Lei no 6.729/79, a estes devidos pela
intermediação ou entrega dos veículos, nos termos estabelecidos nos respectivos contratos de concessão,
observado o seguinte:
I - os valores mencionados não poderão exceder a 9% (nove por cento) do valor total da operação;
II - serão tributados, para fins de incidência das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins, à alíquota de 0% (zero
por cento) pelos referidos concessionários;
III - não serão objeto da exclusão prevista os valores relativos às vendas de produtos que gozam da redução da
base de cálculo na forma referida nos números I e II do subitem anterior.
Nota: A Lei nº 6.279/79 estabelece as normas sobre a concessão comercial entre produtores e distribuidores de
veículos automotores de via terrestre.
III - PNEUS - TRIBUTAÇÃO PELO FABRICANTE E IMPORTADOR
As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de
borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da Tipi, relativamente às vendas que fizerem, ficam sujeitas ao
pagamento:
I - da contribuições para o PIS/Pasep à alíquota de 1,43% (um inteiro e quarenta e três centésimos por cento); e
II - da Cofins à alíquota de 6,6% (seis inteiros e seis décimos por cento).
Fica reduzida a 0% (zero por cento) a alíquota das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins, relativamente à
receita bruta da venda dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13
(câmaras-de-ar de borracha), da Tipi, auferida por comerciantes atacadistas e varejistas.
Fica reduzida a 0% (zero por cento) a alíquota das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins relativamente à
receita bruta da venda:
CÓDIGO CÓDIGO
4016.10.10 8483.20.00
4016.99.90 Ex 03 e 05 8483.30
68.13 8483.40
7007.11.00 8483.50
7007.21.00 8505.20
7009.10.00 8507.10.00
7320.10.00 Ex 01 85.11
b) Tubos de borracha vulcanizada não endurecida da posição 40.09, com acessórios, próprias
para máquinas e veículos autopropulsados das posições 84.29, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00,
8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06;
Motores do código 8408.90.90, próprios para máquinas dos códigos 84.29, 8433.20, 8433.30.00,
8433.40.00 e 8433.5;
d) Cilindros hidráulicos do código 8412.21.10, próprios para máquinas dos códigos 84.29, 8433.20,
8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
f) Cilindros pneumáticos do código 8412.31.10, próprios para produtos dos códigos 8701.20.00,
87.02 e 87.04;
g) Bombas volumétricas rotativas do código 8413.60.19, próprias para produtos dos códigos 84.29,
8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 8701.20.00, 87.02 e 87.04;
n) Embreagens de fricção do código 8483.60.1, próprias para máquinas dos códigos 84.29,
8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
o) Outros motores de corrente contínua do código 8501.10.19, próprios para acionamento elétrico
de vidros de veículos autopropulsados;
p) - dos produtos referidos no subitem 2.1, deste trabalho, auferida por comerciantes atacadistas e
varejistas, exceto empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da
industrialização por encomenda, a que se refere o art. 17, § 5o da Medida Provisória no 2.189-
49/01.
3.2 - Combustíveis
I - Refinarias de petróleo, unidades de processamento de condensado e de gás natural e os importadores de
combustíveis derivados de petróleo
As refinarias de petróleo, unidades de processamento de condensado e de gás natural e os importadores de
combustíveis derivados de petróleo, relativamente às vendas de gasolina automotiva, óleo diesel e GLP, ficam
obrigados a cobrar e recolher, na condição de contribuintes substitutos, da Cofins que será calculada, com base
nas seguintes alíquotas (arts. 2º e 5º da MP nº 1.991-18/00):
a) 12,45% (doze inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento) incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda de gasolinas, exceto gasolina de aviação;
b) 10,29% (dez inteiros e vinte e nove centésimos por cento) incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda de óleo diesel;
c) 11,84% (onze inteiros e oitenta e quatro centésimos por cento) incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP;
d) 3% (três por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades.
a) 6,74% (seis inteiros e setenta e quatro centésimos por cento) incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda de álcool para fins carburantes, exceto quando adicionado à gasolina;
b) 3% (três por cento) incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades.
Na hipótese de importação de álcool carburante, a incidência da Cofins dar-se-á: na forma prevista na letra "a",
quando realizada por distribuidora do produto ou na forma da letra "b", nos demais casos.
IV - Comerciantes Varejistas - Tratamento
Fica reduzida a zero a alíquota da Cofins incidente sobre a receita bruta decorrente da venda de:
a) gasolina, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e GLP, auferida por distribuidores e
comerciantes varejistas;
c) álcool para fins carburantes, quando adicionado à gasolina, auferida por distribuidores.
3.3 - Cigarros
A Cofins devida pelos fabricantes e importadores de cigarros na condição de contribuintes e de substitutos dos
comerciantes varejistas será calculada sobre o preço fixado para venda dos produtos no varejo multiplicado por
• 3003 - medicamentos constituídos por produtos misturados entre si, preparados para fins terapêuticos ou
profiláticos, mas não apresentados em doses nem acondicionados para venda a retalho;
• 3004 - medicamentos constituídos por produtos misturados ou não misturados, preparados para fins
terapêuticos ou profiláticos, apresentados em doses ou acondicionados para venda a retalho;
• 3303 - perfumes e águas de colônia;
• 3307 - preparações para barbear (antes, durante ou após) desodorantes corporais, preparações para
banhos, depilatórios, outros produtos de perfumaria ou de toucador preparados e outras preparações
cosméticas, não especificados nem compreendidos em outras posições; desodorantes de ambientes,
preparados, mesmo não perfumados, com ou sem propriedade desinfetantes;
• 3401.11.90 - sabões, produtos e preparações orgânicos tensoativos utilizados como sabão, em barras,
pães, pedaços ou figuras moldados, mesmo contendo sabão; papel, pastas, feltros e falsos tecidos,
impregnados, revestidos ou recobertos de sabão ou de detergentes - outros;
• 3401.20.10 - sabões de toucador;
• 96.03.21.00 - escovas de dentes, incluídas as escovas para dentaduras.
II. CÁLCULO
As contribuições serão calculadas pelas pessoas jurídicas que industrializem ou importem os produtos
relacionados, com base nas seguintes alíquotas:
I - dois inteiros e dois décimos por cento e dez inteiros e três décimos por cento, incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda dos produtos mencionados no item anterior;
II - sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais
atividades.
Para esse efeito, aplica-se o conceito de industrialização estabelecido na legislação do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI.
A pessoa jurídica que adquirir para industrialização produto classificado na posição 3003, tributado na forma do
número I acima, poderá excluir das bases de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins o respectivo
valor de aquisição.
III. ALÍQUOTA ZERO
São reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta
decorrente da venda dos produtos tributados na forma do número I do item anterior, pelas pessoas jurídicas não
enquadradas na condição de industrial ou de importador.
Esse tratamento não se aplica às pessoas jurídicas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples.
4. SOCIEDADES COOPERATIVAS
As sociedades cooperativas ficam sujeitas à Cofins, cuja base de cálculo será determinada com observância das
regras comuns aplicáveis às demais pessoas jurídicas, mas excluindo-se também (art. 15 da MP nº 1.991-14/00 e
Ato Declaratório SRF nº 70/99):
I - os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por eles entregue à
cooperativa;
II - as receitas de venda de bens e mercadorias a associados, que sejam vinculados diretamente à atividade
econômica desenvolvida pelo associado e que seja objeto da cooperativa;
b) caso seja mantida escrituração somente do livro caixa, neste deverá ser indicada, em registro
individual, a Nota Fiscal a que corresponder cada recebimento;
c) caso seja mantida escrituração contábil, na forma da legislação comercial, os recebimentos das
receitas deverão ser controlados em conta específica, na qual, em cada lançamento, deverá ser
indicada a Nota Fiscal a que corresponder o recebimento.
d) Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica e aos
rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, bem assim
relativo aos ganhos de capital obtidos na alienação de ativos;
Este documento deverá ser assinado, com firma reconhecida em cartório, pela pessoa física responsável pela
empresa perante o CNPJ ou seu preposto anteriormente indicado. Apenas a via que ficará arquivada na SRF
deverá ter firma reconhecida. A 2ª via poderá ser apresentada em cópia simples e servirá como recibo de entrega
da FCPJ;
Nota: A vedação para empresas de propaganda e publicidade alcança apenas as empresas encarregadas da
"criação", não se aplicando às pessoas jurídicas que veiculam propaganda/publicidade por meio de jornal, rádio,
outdoor, etc., que poderão optar pelo Simples.
d) factoring;
XIII - que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor
ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro,
arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista
de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra
profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida;
Nota:
1) A Receita Federal esclareceu que na expressão "serviços assemelhados" estão compreendidos:
a) As pessoas jurídicas que prestem serviços profissionais relativos a qualquer profissão cujo
exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, ainda que não expressamente
listados no inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317/96, tais como:
2) As farmácias, inclusive de manipulação, podem enquadrar-se no Simples, uma vez que não vendam ou prestem
serviços, mas sim dediquem-se à venda de medicamentos.
XIV - participe do capital de outra pessoa jurídica, ressalvados os investimentos provenientes de incentivos fiscais
efetuados antes de 28.11.84, quando se tratar de microempresa, ou antes de 06.12.96, quando se tratar de
empresa de pequeno porte;
XV - que tenha débito inscrito em Dívida Ativa da União ou no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, cuja
exigibilidade não esteja suspensa;
XVI - cujo titular, ou sócio que participe de seu capital com mais de 10%, esteja inscrito em Dívida Ativa da União
ou no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, cuja exigibilidade não esteja suspensa;
XVII - que seja resultante de cisão ou de qualquer outra forma de desmembramento da pessoa jurídica, salvo em
relação aos eventos ocorridos antes de 06.12.96;
XVIII - cujo titular, ou sócio com participação em seu capital superior a 10%, adquira bens ou realize gastos em
valor incompatível com os rendimentos por ele declarados.
4.1 - Empresas de Representação Comercial
II - caso o município em que esteja estabelecida a microempresa ou a empresa de pequeno porte tenha celebrado
convênio com a União e observado o disposto no respectivo convênio, os percentuais serão acrescidos, a título de
pagamento do ISS:
A receita de vendas de mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária, como é o caso, por exemplo, de
medicamentos, cigarros, combustíveis, deverá compor a base de cálculo para efeito de recolhimento do Simples,
integralmente, inexistindo previsão legal para qualquer exclusão a esse título.
A receita de vendas de mercadorias ou serviços ao Exterior pela pessoa jurídica optante pelo Simples compõe a
base de cálculo para efeito de apuração do valor devido ao Simples.
O Imposto de Renda devido sobre os ganhos de capital percebidos na alienação de bens do ativo permanente não
está incluso entre os tributos e contribuições unificados no regime do Simples, devendo ser observadas as normas
de cálculo aplicáveis às demais pessoas jurídicas (art. 3º, § 2º da Lei nº 9.317/96 e IN SRF nº 93/97).
A Secretaria da Receita Federal não se pronunciou sobre como compatibilizar essas normas aplicáveis às demais
pessoas jurídicas ao cálculo do ganho de capital percebido pelas empresas enquadradas no regime do Simples, no
entanto, tem-se procedido da seguinte forma:
c) o Imposto de Renda, assim apurado, deverá ser recolhido até o último dia útil do mês
subseqüente ao da sua percepção, por meio de Darf comum, utilizando-se no campo 04 o código
6297 (IN SRF nº 78/97 e Ato Declaratório Cosar nº 7/97);
d) o imposto pago será considerado como definitivo, não podendo ser compensado ou restituído.
Os rendimentos de aplicação financeira de renda fixa e de renda variável serão tributados pelo Imposto de Renda
na Fonte, de forma definitiva, ou seja, o imposto não poderá ser compensado ou restituído.
8. DATA E FORMA DE PAGAMENTO
O pagamento dos impostos e contribuições no regime do Simples, devido pelas microempresas e pelas empresas
de pequeno porte, será feito de forma centralizada sob o CGC/CNPJ do estabelecimento-sede, até o décimo dia do
mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a receita bruta, utilizando-se o Darf-Simples.
Em caso de recolhimento fora de prazo, o valor total devido no regime do Simples ficará sujeito à multa e juros de
mora, de acordo com as normas previstas para o Imposto de Renda, inclusive se o valor a recolher englobar o
ICMS e o ISS.
9. PAGAMENTOS FEITOS A MAIOR OU INDEVIDAMENTE
Se a pessoa jurídica efetuar em algum mês pagamentos a maior ou indevidamente relativos ao Simples, poderá
compensar esses pagamentos com créditos vincendos do próprio Simples (Majur/SRF 2001).
10. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
10.1 - Prazo Para Escrituração do Livro Caixa
As microempresas e as empresas de pequeno porte inscritas no Simples ficam dispensadas de escrituração
comercial perante a legislação do Imposto de Renda, desde que mantenham em boa ordem e guarda e enquanto
não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhe sejam pertinentes:
a) o livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive
bancária, ou seja, na mesma forma exigida atualmente para as empresas tributadas com base no
lucro presumido, o qual deverá ser escriturado até o dia 10 do mês subseqüente;
b) o livro Registro de Inventário, no qual deverão ser registrados os estoques existentes no término
do ano-calendário;
c) todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração dos referidos
livros.
a) a pessoa jurídica incorrer em qualquer das situações excludentes mencionadas no item 4 (parte
I deste trabalho);
Ressalte-se que a microempresa que ultrapassar, no ano-calendário imediatamente anterior, o limite de receita
bruta correspondente a R$ 120.000,00, estará excluída do Simples nessa condição, podendo, no entanto,
mediante alteração cadastral, inscrever-se na condição de empresa de pequeno porte.
15.1.1 - Prazo Para Comunicação da Exclusão
A alteração cadastral para comunicar a exclusão obrigatória deverá ser efetuada:
a) até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subseqüente àquele em que se deu o
excesso de receita bruta;
b) até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que houver ocorrido o fato que deu ensejo à
exclusão, nas hipóteses mencionadas nos números III a XVIII do item 4 (parte I deste trabalho).
a) 01.01 do ano-calendário subseqüente, nos casos de exclusão por opção ou por excesso ao
limite de receita bruta para enquadramento como microempresa e empresa de pequeno porte;
b) a partir do mês seguinte àquele em que se proceder a exclusão, ainda que de ofício, em virtude
de ocorrer a situação excludente, nas hipóteses mencionadas nos números III a XVIII do item 4
(parte I deste trabalho);
Nota: A exclusão de ofício dar-se-á mediante ato declaratório da autoridade fiscal da SRF que jurisdicione o
contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário
administrativo.
c) a partir do início de atividade da pessoa jurídica no caso da letra "b" do número II do subitem
14.1, ficando a pessoa jurídica sujeita ao pagamento da totalidade ou diferença dos respectivos
impostos e contribuições, devidos de conformidade com as normas gerais de incidência,
acrescidos, apenas, de juros de mora quando efetuado antes do início de procedimento de ofício;
d) a partir do mês de ocorrência de qualquer das hipóteses relacionadas nos números I a VII do
subitem 14.2.
a) no passivo circulante - referente ao Imposto de Renda incidente sobre a parcela de lucros que
se tornar exigível até o final do período-base seguinte;
b) no passivo exigível a longo prazo - referente ao Imposto de Renda incidente sobre a parcela do
lucro diferido que se tornar exigível após o final do período-base seguinte.
- cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha excedido o limite de R$ 24.000.000,00 (vinte e
quatro milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze
meses;
- que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à
isenção ou redução do Imposto de Renda;
2 - BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do Imposto de Renda é o valor do resultado (lucro ou prejuízo) apurado nos períodos trimestrais
encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, com observância da legislação
comercial antes da provisão para o Imposto de Renda, ajustado extracontabilmente, pelas adições e exclusões
examinadas a seguir (art. 13 da Lei nº 9.249/95 e Majur/SRF):
a) Adições:
- a parcela dos lucros decorrentes de contratos com entidades governamentais, que hajam sido
excluídos na determinação do lucro real em período anterior, proporcional ao valor das receitas
recebidas no período de apuração;
- os juros remuneratórios do capital próprio, que excederem aos limites de dedutibilidade ou que
houverem sido contabilizados sem observância dos limites e condições previstos na legislação;
- as perdas incorridas em operações no mercado de renda variável, na parte que exceder aos
ganhos líquidos auferidos em operações dessa natureza, bem como as perdas incorridas em
operações iniciadas e encerradas no mesmo dia - day-trade;
- demais resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração
do resultado e que, de acordo com a legislação vigente, devam ser computados na determinação
do lucro real.
b) Exclusões
- os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham
sido computados como receita;
- o valor das provisões não dedutíveis que tenham sido adicionadas na determinação da base de
cálculo de período de apuração anterior e que tenham sido baixadas no período de apuração por
utilização ou reversão;
- a diferença entre o valor de mercado e o valor contábil de bens e direitos recebidos a título de
devolução de participação no capital social de outra sociedade, que tenha sido creditada ao
resultado (art. 22 § 4º da Lei nº 9.249/95);
- as perdas em operações de renda variável que tenham sido adicionadas ao lucro líquido de
período anterior, por terem excedido aos ganhos auferidos em operações da mesma natureza, até
o limite da diferença positiva entre ganhos e perdas decorrentes de operações no mesmo
mercado, computados no resultado do período;
- os encargos financeiros registrados como receita, incidentes sobre créditos vencidos e não
recebidos, após decorridos dois meses do vencimento do crédito;
b) que os prejuízos não operacionais apurados, só podem ser compensados com os lucros da
mesma natureza, observado o limite de 30%.
Ressalte-se que o valor dos prejuízos fiscais deve ser controlado na parte B do Lalur.
4 - PREJUÍZO FISCAL APURADO NO DECORRER DO ANO-CALENDÁRIO
O prejuízo fiscal apurado em um determinado trimestre do ano-calendário poderá ser compensado nos períodos de
apuração trimestral subseqüentes, desde que observado o limite máximo de 30% do lucro real.
5 - ALÍQUOTA DO IMPOSTO DE RENDA E ADICIONAL
Sobre o lucro real apurado de acordo com as normas mencionadas anteriormente, aplica-se a alíquota de 15%,
mais o adicional à alíquota de 10% sobre a parcela do lucro real que ultrapassar o limite trimestral de R$
60.000,00.
6 - DEDUÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS
Do imposto normal devido (sem o adicional), calculado à alíquota de 15%, diminuído do imposto incidente sobre
lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no Exterior, poderão ser deduzidos os seguintes incentivos
fiscais, desde que observados os limites e as condições previstas na legislação pertinente:
Nota: a soma das deduções dos incentivos mencionados nas letras a e b, fica limitada a 4% do imposto normal
devido, respeitado o limite específico de cada espécie de incentivo.
Nota: a soma das deduções dos incentivos mencionados nos letras c e d, fica limitada a 4% do imposto normal
devido, observado o limite específico para Atividade Audiovisual.
e) Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente: até 1% do imposto devido;
- o saldo de Imposto de Renda pago a maior apurado em declaração de rendimentos que não
tenha sido compensado em ano-calendário ou trimestres anteriores;
Quanto ao valor do imposto pago a maior ou indevidamente, a ser compensado, relativo a períodos anteriores,
deve ser observado o seguinte:
- se foram pagos até 1995, poderão ser atualizados pela variação da UFIR até 1º de janeiro de
1996 (R$ 0,8287) e acrescidos dos juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente, a
partir de 1º de janeiro de 1996 até o mês anterior ao da compensação e de 1% relativamente ao
mês em que a compensação for efetuada;
- se pagos a partir de 1º de janeiro de 1996, serão acrescidos dos juros equivalentes à taxa Selic,
acumulada mensalmente, a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao
da compensação e de 1% relativamente ao mês em que a compensação for efetuada.
- Imposto pago ou retido na fonte pela própria empresa, incidente sobre receitas computadas na
apuração do lucro real, inclusive:
- IRRF sobre juros remuneratórios do capital próprio pagos ou creditados por outra sociedade da
qual a empresa seja sócia ou acionista;
- IRRF sobre pagamentos feitos por entidades da administração pública federal, decorrentes do
fornecimento de bens e serviços;
- O Imposto de Renda pago no Exterior sobre lucros disponibilizados no país de domicílio da filial,
sucursal, controlada ou coligada da pessoa jurídica, bem como sobre rendimentos ou ganhos de
capital poderá ser compensado com o imposto devido sobre o lucro real, observado o seguinte
(art. 13 da IN SRF nº 38/96):
• para efeito de compensação, considera-se Imposto de Renda pago no país de domicílio da filial, sucursal,
controlada ou coligada, ou o relativo a rendimentos e ganhos de capital, o tributo que incida sobre lucros,
independentemente da denominação oficial adotada e do fato de ele ser de competência de unidade da
Federação do país de origem;
• o tributo pago no Exterior, a ser compensado, será convertido em reais tomando-se por base a taxa de
câmbio da moeda do país de origem, fixada para venda, pelo Banco Central do Brasil, correspondente à
data de seu efetivo pagamento. Caso a moeda do país de origem do tributo não tenha cotação no Brasil, o
seu valor será convertido em dólares dos Estados Unidos da América e, em seguida, em reais;
• para efeito de compensação, o tributo será considerado pelo valor efetivamente pago, não sendo permitido
o aproveitamento de crédito de tributo decorrente de qualquer benefício fiscal;
• o valor do tributo pago no Exterior, a ser compensado, não poderá exceder o montante do imposto e
adicional, devidos no Brasil, sobre o valor dos lucros, rendimentos e ganhos de capital incluídos no lucro
real;
• o tributo pago no Exterior, passível de compensação, será sempre proporcional ao montante dos lucros,
rendimentos ou ganhos de capital que houverem sido computados na determinação do lucro real;
8. EXEMPLO
Admitindo-se que uma pessoa jurídica, tributada pelo lucro real trimestral, tenha apresentado os seguintes dados
em determinado trimestre:
a) Resultado do período R$1.500.000,00
b) Provisões não dedutíveis R$ 250.000,00
c) Lucros derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição R$ 55.000,00
contabilizados como receitas
d) Resultados positivos em participações societárias R$ 330.000,00
e) Resultado negativo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial R$ 160.000,00
f) Prejuízo fiscal apurado em períodos anteriores R$ 500.000,00
g) Contribuição Social Sobre o Lucro R$ 23.000,00
h) IRRF sobre aplicações financeiras R$ 13.500,00
i) Incentivo fiscal ao PAT R$ 5.500,00
l) IRRF sobre juros remuneratórios do capital próprio recebidos de coligada R$ 30.000,00
a) Apuração da base de cálculo:
Resultado antes do IR R$1.500.000,00
(+) Resultado negativo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial R$ 160.000,00
(+) Contribuição Social Sobre o Lucro R$ 23.000,00
(+) Provisões não dedutíveis R$ 250.000,00
(-) Resultados positivos em participações societárias R$ 330.000,00
(-) Lucros derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição R$ 55.000,00
contabilizados como receita
(=) Lucro real antes da compensação de prejuízos R$1.548.000,00
(-) Compensação de prejuízos fiscais períodos anteriores (valor do limite de R$ 464.400,00
compensação: 30% de R$ 1.548.000,00)
(=) Lucro real após a compensação de prejuízos R$1.083.600,00
b) Determinação do Imposto de Renda devido:
Lucro real R$ 1.083.600,00
(X) Alíquota do imposto normal 15%
O Imposto de Renda, apurado ao final de cada trimestre, será pago em quota única até o último dia útil do mês
subseqüente ao do encerramento do período de apuração (art. 6º da Lei nº 9.430/96).
b) Pagamento Parcelado
À opção da pessoa jurídica, o Imposto de Renda devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e
sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao do encerramento do período de apuração
a que corresponder, observado o seguinte:
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Manual de Contabilidade
Fls. 201/362
- nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais);
- o Imposto de Renda de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até
o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração;
- as quotas do Imposto de Renda serão acrescidas de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada
mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do
encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um
por cento no mês do pagamento;
- a primeira quota ou quota única, quando paga no vencimento, não sofrerá acréscimos.
b) Empresas não obrigadas mas optantes pela tributação pelo lucro real: 3373
- no Darf deverá ser indicado o código de receita relativo ao fundo pelo qual a empresa optar;
A base de cálculo da opção para a aplicação nesses fundos é o imposto calculado à alíquota normal de 15%, sem
inclusão do adicional, com os seguintes ajustes (arts. 599 e 600 do RIR/99 e 16, § 4º, da Lei nº 9.430/96 e
Majur/98):
Imposto de Renda a pagar sobre o lucro de sociedade em conta de participação da qual a empresa seja sócia
ostensiva;
Imposto de Renda, vencido e pago no período-base, relativo à opção pela realização antecipada com redução da
alíquota, sobre o lucro inflacionário;
- subtração do valor das deduções do imposto relativas aos seguintes incentivos fiscais:
- Subtração do valor do Imposto de Renda normal (15%), que serviu de base de cálculo, dos
seguintes incentivos fiscais:
- Subtração do valor do Imposto de Renda calculado sobre a diferença entre custo orçado e custo
efetivo de unidade imobiliária vendida antes do término da obra (nas empresas imobiliárias),
quando o custo efetivo for inferior, em mais de 15%, ao custo orçado;
- subtração do valor do imposto normal (15%) incidente sobre a parcela do lucro real
correspondente a lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior.
Exemplo:
Considerando-se os dados do exemplo desenvolvido no item 8, temos:
Imposto Normal devido R$ 162.540,00
(-)Incentivo Fiscal do PAT R$ 5.500,00
(=)Base de cálculo do incentivo R$ 157.040,00
(x)Valor da opção 18% sobre R$ 157.040,00 R$ 28.267,20
Se o valores destinados para os fundos excederem ao total que a pessoa jurídica tiver direito, apurado na
Declaração de Rendimentos, a parcela excedente será considerada (§ do art. 4º da Lei nº 9.532/97):
- para as empresas que tenham direito de aplicação em projeto próprio, como recursos próprios
aplicados nesse projeto;
- para as demais empresas, como subscrição voluntária para o fundo destinário da opção
manifestada no Darf.
No caso de pagamento a menor de imposto em virtude de excesso de valor destinado para os fundos, a diferença
deverá ser paga com acréscimo de multa e juros, calculados de acordo com a legislação do Imposto de Renda.
1. INTRODUÇÃO
A Lei nº 6.404/76 - Lei das Sociedades por Ações - dispõe em seu artigo 177 que a escrituração da companhia
deve ser mantida em registros permanentes, obedecendo os preceitos da legislação comercial, da própria LSA e
aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo, ainda, a companhia observar em sua escrituração
métodos e critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais de acordo com o regime de
competência dos exercícios.
O parágrafo 2º do dispositivo retrocitado determina que a companhia observará em registros auxiliares, sem
modificação da escrituração mercantil e das demonstrações financeiras, as disposições da lei tributária, ou de
legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam métodos ou critérios diferentes ou
determinem a elaboração de outras demonstrações financeiras.
Por decorrência da norma estabelecida no artigo 177 da Lei nº 6.404/76, a legislação do Imposto de Renda, via
Decreto-lei nº 1.598/77, instituiu o livro de apuração do lucro real, que passou a ser conhecido pela sigla de Lalur.
Posteriormente, a Secretaria da Receita Federal, através da Instrução Normativa nº 028, de 13.06.78, aprovou o
modelo e estabeleceu as normas de escrituração do livro de Apuração do Lucro Real.
2. OBRIGATORIEDADE
d) as sociedades cooperativas que realizarem as operações referidas nos incisos I, II e III do artigo
168 do Regulamento do Imposto de Renda.
3. MODELO DO LIVRO
O livro de apuração do lucro real, cujas folhas serão numeradas tipograficamente, se compõe de duas partes,
reunidas em um só volume encadernado, a saber:
a) Parte A, que se destina aos lançamentos de ajuste do lucro líquido do período de apuração e à
transcrição da demonstração do lucro real;
b) Parte B, que se destina ao controle dos valores que devam influenciar a determinação do lucro
real de períodos de apuração futuros e não constem da escrituração comercial.
Quando se completar a utilização das páginas destinadas a uma das partes do livro de Apuração do Lucro Real a
outra parte, será encerrada mediante cancelamento das páginas não utilizadas, prosseguindo a escrituração,
integralmente, no livro subseqüente.
É importante observar que o livro de Apuração do Lucro Real não poderá ser substituído por fichas.
O artigo 18 da Lei nº 8.218/91 facultou a escrituração do Lalur mediante a utilização de sistema eletrônico de
processamento de dados.
MODELO
PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕES
4. AUTENTICAÇÃO E REGISTRO
O livro de Apuração do Lucro Real deverá conter, respectivamente, na primeira e na última página, os termos de
abertura e de encerramento, que identificarão o contribuinte (firma ou razão social, número e data do arquivamento
dos atos constitutivos no órgão de registro do comércio e o número de inscrição no CNPJ/MF) e serão datados e
assinados por diretor, gerente ou titular e por contabilista legalmente habilitado, não sendo necessário o seu
registro ou autenticação por qualquer órgão oficial.
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 203
Manual de Contabilidade
Fls. 204/362
A escrituração de cada período de apuração se completa com a assinatura, após a demonstração do lucro real, de
responsável pela pessoa jurídica e de contabilista legalmente habilitado.
Sublinhe-se que se considera não apoiada em escrituração a declaração de rendimentos entregue sem que
estejam lançados no livro de Apuração do Lucro Real os ajustes ao lucro líquido, a demonstração do lucro real e os
registros correspondentes nas contas de controle.
5. ÉPOCA DA ESCRITURAÇÃO
O Lalur será escriturado por ocasião do encerramento de cada período de apuração do lucro real, ou seja, o Lalur
será escriturado trimestralmente, se a empresa efetuar os recolhimentos trimestrais do Imposto de Renda, ou em
31 de dezembro, se a empresa , sujeita à tributação pelo lucro real, optar pelo pagamento do imposto mensal por
estimativa.
Nota: Para fins de suspender ou reduzir o recolhimento mensal do imposto estimado, a empresa poderá levantar
um ou mais balancetes ou balanços intermediários, com apuração completa do lucro líquido e do lucro real.
A demonstração do lucro real daí decorrente deverá ser transcrita na parte "A" do Lalur, observando-se
que nenhum registro desses valores será feito na Parte "B", a qual só receberá os valores resultantes dos balanços
trimestrais e do balanço de 31.12.97, para os casos de estimativa.
6. CONCEITO DE LUCRO REAL
Lucro real é o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela
legislação tributária, na forma focalizada no tópico 28.2.
A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período na escrituração
mercantil, com observância das leis comerciais, inclusive no que se refere à constituição da provisão para o
Imposto de Renda.
7. ESCRITURAÇÃO DA PARTE "A" DO LALUR
Os lançamentos correspondentes aos ajustes do lucro líquido do período de apuração, para a determinação do
lucro real, deverão ser feitos com individualização e clareza, na Parte A do livro de Apuração do Lucro Real, no
curso do ano-calendário ou data do encerramento deste, observando-se o seguinte:
a) o histórico deverá indicar com clareza as características dos ajustes do lucro líquido;
b) em se tratando de valores objeto de escrituração contábil, deverá ser feita também a indicação
da conta ou subconta usada, o número de ordem do Livro Diário em que consta o lançamento e
data deste, ou elementos que, com idêntica validade, vinculem o ajuste à contabilidade;
d) o lançamento feito indevidamente no livro de Apuração do Lucro Real será estornado mediante
lançamento subtrativo na própria coluna em que foi lançado, com o valor indicado entre
parênteses, de tal forma que a soma das colunas adições e exclusões coincida com o total
registrado nos itens adições e exclusões mais compensações da demonstração do lucro real.
Observe-se que todo estorno de lançamento deve ser devidamente justificado.
b) as adições ao lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de acordo com
sua natureza, e a soma das adições;
c) as exclusões do lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de acordo com
sua natureza, e a soma das exclusões;
d) subtotal, obtido pela soma algébrica do lucro ou prejuízo líquido do período com as adições e
exclusões;
Ressalte-se que a demonstração do lucro real deve ser iniciada com o resultado do período antes de formada a
provisão para o Imposto de Renda, não constituindo essa provisão, portanto, item de adição (PN CST nº 102/78).
2.1 - XXX
2.2 - XXX
2.3 - XXX
XXX
3. MENOS: EXCLUSÕES
3.1 - XXX
3.2 - XXX
3.3 - XXX
4. SUBTOTAL XXX OU
(XXX)
5. MENOS: COMPENSAÇÕES
Os valores que devam influenciar a determinação do lucro real de período de apuração futuro e que não são
controlados na escrituração comercial devem ser agrupados em contas distintas, segundo a sua natureza, tais
como:
Os incentivos fiscais aproveitáveis em períodos subseqüentes, passíveis de dedução do Imposto de Renda devido
na Declaração de Ajuste, embora não constituam valores a serem excluídos do lucro líquido, deverão ser
controlados na Parte B do Lalur.
b) Exemplo de Escrituração da Parte "B" do Lalur. Tendo em vista os dados apresentados no item
8.1, a empresa em questão deverá controlar na Parte B do Lalur os seguintes valores:
Assim sendo a Parte B do Lalur da empresa mencionada está escriturado da seguinte forma:
PARTE B - CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO LUCRO LÍQUIDO EM
PERÍODOS FUTUROS
CONTA: SALDO DEVEDOR CORREÇÃO COMPLEMENTAR IPC/BTNF DE 1990
Data Históric Para efeitos de correção Controle de valores
monetária
mês de Valor a Coeficiente Débito Crédito Saldo
referência corrigir R$ D/C
31.12.97 Saldo da correção 50.000,00 50.000,00 C
complementar
IPC/BTNF de 1990
31.12.98 15% do saldo da 7.500,00 42.500,00 C
correção
complementar
IPC/BTNF
compensado nesta
data
28.3 - Cálculo do Imposto de Renda Com Base no Pagamento Mensal Por Estimativa
1. INTRODUÇÃO
As pessoas jurídicas obrigadas ou optantes pela tributação com base no lucro real poderão alternativamente à
apuração trimestral, optar pelo pagamento mensal do imposto calculado por estimativa com base nos
procedimentos focalizados neste trabalho.
2. OPÇÃO PELO PAGAMENTO POR ESTIMATIVA
O exercício da opção pelo pagamento mensal por estimativa, será formalizada em qualquer um dos meses do ano-
calendário, uma única vez, e implica a obrigatoriedade de apuração anual do lucro real, ficando a pessoa jurídica
impedida de optar pela tributação com base no lucro presumido, mesmo que não esteja enquadrada em nenhuma
das hipóteses que obrigam a apuração pelo lucro real (Lei nº 9.430/96, arts. 2º e 3º alterada pela Lei nº 9.718/98).
3. FORMA DE APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO
I - Percentuais Aplicáveis Sobre a Receita Bruta
A base de cálculo do imposto devido mensalmente será determinada mediante aplicação, sobre a receita bruta
auferida na(s) atividade(s) explorada(s) pela empresa, conforme o quadro abaixo (Lei nº 9.249/95, art. 15 e IN SRF
nº 93/97 e ADN COSIT nº 6/97):
ATIVIDADE PERCENTUAL APLICÁVEL SOBRE A
RECEITA BRUTA
- Revenda para consumo, de combustível derivado de petróleo, 1,6%
álcool etílico carburante e gás natural-
Venda de mercadoria ou produtos (exceto revenda de combustíveis 8%
para consumo)
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 209
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Fls. 210/362
- Serviços hospitalares
- Transporte de cargas
- Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante
- Atividade rural
- Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais
próprios, em qualquer quantidade
- Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de
imóvel construídos ou adquiridos para revenda
- Outras atividades para as quais não estejam fixados percentuais
específicos (exceto prestação de serviços),
- Serviços de transporte (exceto de cargas) 16%
- Instituições financeiras e entidades a ela equiparadas
- Intermediação de negócios (*) 32%
- Serviços prestados pelas sociedades civis de profissão legalmente
regulamentada
- Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e
direitos de qualquer natureza (*)
- Construção por administração ou por empreitada, quando houver
emprego unicamente de mão-de-obra (*)
- factoring (*)
- Serviços em geral para os quais não esteja previsto percentual
específico (*)
Ressalte-se que a pessoa jurídica que explorar atividades diversificadas, deverá aplicar o percentual
correspondente sobre a receita bruta de cada atividade.
(*) As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços mencionadas nesses itens, poderão utilizar o
percentual de 16% enquanto a sua receita bruta acumulada do ano em curso não ultrapassar a R$ 120.000,00,
devendo-se observar o seguinte (Lei nº 9.250/95, art. 40 e IN SRF nº 93/97, §§ 3º a 6º):
- se a receita bruta anual ultrapassar esse limite, a pessoa jurídica ficará sujeita ao percentual de
32%, retroativamente ao mês de janeiro, devendo efetuar o recolhimento das diferenças do
imposto apuradas, até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que ocorrer o excesso, sem
nenhum acréscimo;
a) a receita será computada na base de cálculo pelo regime de competência, ou seja, tomando por
base a receita auferida, ainda que não recebida;
b) da receita bruta serão excluídos os valores relativos (Lei nº 8.981/95, art. 31):
• as vendas canceladas;
• aos descontos incondicionais concedidos;
• ao IPI incidente sobre as vendas e ao ICMS devido pelo contribuinte substituto, no regime de substituição
tributária;
• às doações e patrocínios realizados sob a forma de prestação de serviços ou fornecimento de material de
consumo para projetos culturais amparados pela Lei nº 8.313/91 (ADN COSIT nº 23/97);
a) Poderão ser deduzidos da receita bruta no caso das instituições financeiras, sociedades
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, e sociedades distribuidoras de títulos e valores
mobiliários:
b) Poderão ser deduzidos da receita bruta no caso de empresas de seguros privados, o cosseguro
e resseguros cedidos, os valores referentes a cancelamentos e restituições de prêmios que
houverem sido computados em conta de receita, assim como a parcela dos prêmios destinada à
constituição de provisões ou reservas técnicas;
- a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, deduzida
dos encargos necessários à sua percepção;
- os juros de mora equivalentes a taxa Selic de que trata o § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250/95,
relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;
b) participações societárias avaliadas pelo valor de patrimônio líquido, a soma algébrica dos
seguintes valores:
b.3) provisão para perdas, constituída até 31 de dezembro de 1995, quando dedutível.
II - no caso das aplicações em ouro, não considerado ativo financeiro, o valor de aquisição;
III - no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o custo de aquisição, diminuído dos encargos de
depreciação, amortização ou exaustão acumulada;
IV - no caso de outros bens e direitos não classificados no ativo permanente, considera-se valor contábil o custo de
aquisição.
Nota: o custo dos bens adquiridos e os valores registrados contabilmente antes de 01.01.96, serão considerados
pelo valor corrigido até 31.12.95.
Ressalte-se que a não comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará adição integral da receita à base de
cálculo do Imposto de Renda devido mensalmente.
- da alíquota normal de 15% sobre a base de cálculo apurada de acordo com as normas
examinadas anteriormente;
- da alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo apurada que exceder a R$
20.000,00.
Para efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir, do imposto apurado no mês, sem a inclusão do
adicional (art. 9º da IN SRF nº 93/97):
I - os valores dos incentivos fiscais de dedução do imposto relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador,
às Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, às Atividades Audiovisuais, observados os
seguintes limites:
II - o Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integraram a base de cálculo do imposto devido;
III - o Imposto de Renda pago a maior ou indevidamente em períodos anteriores.
Cabe lembrar que do imposto mensal calculado por estimativa, não poderão ser deduzidos o Imposto de Renda
retido na fonte sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável ou pago sobre os
ganhos líquidos (§ 1º do art. 9º da IN SRF nº 93/97).
Nota:
b) a parcela excedente, em cada mês, dos incentivos mencionados no item I, acima, poderá ser
utilizada nos meses subseqüentes no mesmo ano-calendário, observados os limites legais
específicos.
- no Darf deverá ser indicado o código de receita relativo ao fundo pelo qual a empresa optar;
- Imposto de Renda, vencido e pago no período-base, relativo à opção pela realização antecipada
com redução da alíquota, sobre o lucro inflacionário;
b) subtração do valor das deduções do imposto relativas aos seguintes incentivos fiscais:
- Atividade Audiovisual
c) Subtração do valor do Imposto de Renda normal (15%), que serviu de base de cálculo, dos
seguintes incentivos fiscais:
- redução do imposto para reinvestimento, no caso de empresas instaladas nas regiões da Sudene
ou da Sudam;
d) Subtração do valor do Imposto de Renda calculado sobre a diferença entre custo orçado e custo
efetivo de unidade imobiliária vendida antes do término da obra (nas empresas imobiliárias),
quando o custo efetivo for inferior, em mais de 15%, ao custo orçado;
e) subtração do valor do imposto normal (15%) incidente sobre a parcela do lucro real
correspondente a lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior.
a) para as empresas que tenham direito de aplicação em projeto próprio, como recursos próprios
aplicados nesse projeto;
b) para as demais empresas, como subscrição voluntária para o fundo destinário da opção
manifestada no Darf.
III - Imposto Pago a Menor em Virtude de Excesso de Valor Destinado aos Fundos
No caso de pagamento a menor de imposto em virtude de excesso de valor destinado para os fundos, a diferença
deverá ser paga com acréscimo de multa e juros, calculados de acordo com a legislação do Imposto de Renda.
IV - Códigos Para Recolhimento do Finor, Finam e do Funres
Caso a pessoa jurídica opte pela aplicação de parte do imposto mensal, ou por ocasião do ajuste anual nos fundos,
na forma mencionada acima, deverá utilizar, no campo 04 do Darf, para recolhimento das parcelas destinadas aos
incentivos fiscais, os seguintes códigos:
FINOR - imposto calculado por estimativa: 6677
FINAM - imposto calculado por estimativa: 6692
FUNRES - imposto calculado por estimativa: 6704
FINOR - parcela relativa ao ajuste anual: 7920
FINAM - parcela relativa ao ajuste anual: 7933
FUNRES - parcela relativa ao ajuste anual: 7946
10. EXEMPLO
Considerando-se que no mês de fevereiro a empresa auferiu os seguintes valores apurados de acordo com as
normas mencionadas neste trabalho:
Receita de venda de mercadorias R$ 800.000,00
Receita de prestação de serviços R$ 200.000,00
Receita bruta do mês R$ 1.000.000,00
b) Pessoas jurídicas não obrigadas, mas optantes pela apuração do lucro real: 5993.
13. REDUÇÃO OU SUSPENSÃO DOS PAGAMENTOS MENSAIS COM BASE EM BALANÇO OU BALANCETE
A pessoa jurídica que optar pelo recolhimento mensal do imposto por estimativa poderá (art. 10 da IN SRF nº
93/97):
I - Suspender o pagamento do imposto, desde que demonstre, por meio de balanço ou balancete levantado com
observância da legislação comercial e fiscal e transcrito no livro diário, que o valor do imposto devido, calculado
com base no lucro real do período em curso, é igual ou inferior à soma do Imposto de Renda pago, correspondente
aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado;
II - Reduzir o valor do imposto a pagar ao montante correspondente à diferença positiva entre o imposto devido no
período em curso, e a soma do Imposto de Renda pago, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário,
anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete;
III - Suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido no mês de janeiro se, com base em balanço ou
balancete levantado nesse mês, com observância dos requisitos mencionados no item I, apurar prejuízo fiscal ou o
imposto calculado sobre o lucro real for inferior ao calculado por estimativa;
IV - Suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido, em qualquer outro mês do mesmo ano-calendário
desde que levante novo balanço ou balancete.
14. AJUSTE DA DIFERENÇA DO IMPOSTO - APURAÇÃO DO LUCRO REAL ANUAL
O saldo do imposto apurado (diferença entre o imposto apurado sobre o lucro real anual e a soma do imposto pago
mensalmente), em 31 de dezembro, por ocasião da apuração do lucro real anual terá o seguinte tratamento (art. 6º
da Lei nº 9.430/96):
a) se o saldo apurado for positivo, deverá ser pago em quota única, até o último dia útil do mês de
março do subseqüente, acrescido de juros calculados à taxa Selic acumulada mensalmente a
partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do
pagamento;
b) se o saldo apurado for negativo, o valor pago a maior poderá ser compensado com o imposto a
ser pago a partir do mês de janeiro do ano subseqüente, assegurada a alternativa de requerer a
sua restituição, após a entrega da Declaração de Rendimentos; (AD SRF nº 03/00)
c) o prazo mencionado na letra "a" não se aplica ao imposto relativo ao mês de dezembro que
deverá ser pago até o último dia útil do mês de janeiro do ano subseqüente.
a) a pessoa jurídica, obrigada à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na
forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas
pela legislação fiscal;
b) a escrituração mantida pelo contribuinte contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem
imprestável para determinar o lucro real ou, ainda, revelar evidentes indícios de fraude;
d) o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido, estando
obrigada a tributação com base no lucro real;
e) a pessoa jurídica não mantiver em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas,
Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar por conta ou subconta, os lançamentos
efetuados no Diário;
f) o comissário ou representante de pessoa jurídica estrangeira não apurar o lucro da sua atividade
separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior.
Nota: O contribuinte que utilizar o sistema de processamento eletrônico de dados para escrituração contábil e
fiscal, não terá o seu lucro arbitrado, se não apresentar os arquivos magnéticos no prazo fixado pela fiscalização,
conforme estava previsto na legislação anterior (MP nº1.724/98)
2. PERÍODO DE APURAÇÃO
A partir do ano-calendário de 1997, o Imposto de Renda das pessoas jurídicas passou a ser apurado
trimestralmente, inclusive quando apurado com base no lucro arbitrado, ressalvados os casos em que a pessoa
jurídica opta pelo recolhimento por estimativa e nos casos de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de
atividades, nos quais a base de cálculo e o imposto devido deverão ser apurados na data do evento.
A apuração do Imposto de Renda com base no lucro arbitrado abrangerá todo o ano-calendário, ficando
assegurada, nos trimestres não submetidos ao arbitramento, a tributação com base no lucro real ou lucro
presumido, desde que atendidos os requisitos de cada regime de tributação.
3. ARBITRAMENTO DO LUCRO QUANDO CONHECIDA A RECEITA BRUTA
I - Determinação da Base de Cálculo
O lucro arbitrado será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas:
- As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviço em geral, mencionadas nas letras "j"
a "o", da tabela acima, cuja receita bruta anual seja de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais)
poderão utilizar, para determinação do lucro arbitrado trimestral, o percentual de 19,2% (dezenove
inteiros e dois décimos por cento).
- A pessoa jurídica que houver utilizado este percentual para o pagamento trimestral do imposto,
cuja receita bruta acumulada até um determinado trimestre do ano-calendário exceder o limite de
R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto
postergado, apurada em relação a cada trimestre transcorrido.
- No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada
atividade o respectivo percentual constante da tabela acima.
II - demais receitas, ganhos de capital e resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas no item
anterior, auferidas no período, tais como:
c) juros sobre o capital próprio que houverem sido pagos ou creditados por outra pessoa jurídica
da qual a empresa seja sócia ou acionista, bem como os rendimentos de ganhos líquidos
decorrentes de quaisquer operações financeiras;
f) juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, relativos a impostos e contribuições a serem
restituídos ou compensados;
g) outros rendimentos e/ou ganhos auferidos (variações monetárias ativas, descontos financeiros
obtidos, aluguéis provenientes de locação de bens que não façam parte do objeto da empresa);
h) multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título de
indenização, em virtude de rescisão de contrato;
- à parcela das receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com
tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa;
- ao valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder ao limite calculado com base na
taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses,
acrescidos de três por cento anuais a título de Spread, proporcionalizados em função do período a
que se referirem os juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato
não for registrado no Banco Central do Brasil:
- à diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculado com base na
taxa Libor e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco
Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no
exterior.
- às vendas canceladas;
- ao IPI incidente sobre as vendas e ao ICMS devido pelo contribuinte substituto, no regime de
substituição tributária;
- o custo do financiamento, nas vendas a prazo, contido no valor dos bens ou serviços ou
destacado na Nota Fiscal (ADN COSIT nº 7/93).
• Recebimentos:
30.03.98 R$ 20.000,00
30.06.98 R$ 20.000,00
30.09.98 R$ 20.000,00
30.12.98 R$ 20.000,00
a) as recuperações de créditos que não representem ingresso de novas receitas e cujas perdas
não tenham sido deduzidas na apuração do lucro real em períodos de apuração anteriores;
V - Pessoa Jurídica Que no Ano-Calendário Anterior Foi Tributada Pelo Lucro Real
A pessoa jurídica que no ano-calendário anterior houver sido tributada com base no lucro real deverá adicionar,
também, à base de cálculo do imposto correspondente ao primeiro período de apuração no qual for tributada pelo
lucro arbitrado, os saldos dos valores cuja tributação havia sido diferida, controlados na parte B do Lalur, tais como
(art. 54 da Lei nº 9.430/96):
b) lucro não realizado relativo a vendas de bens do ativo permanente com recebimento do preço
em prazo que ultrapasse o ano-calendário seguinte ao da contratação.
b) da alíquota adicional sobre a parcela do lucro arbitrado que exceder o valor resultante da
multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de
apuração.
c) Cofins;
d) PIS/Pasep.
A parcela excedente a esse valor poderá ser distribuída sem a incidência de Imposto de Renda, desde que a
empresa demonstre por meio de escrituração contábil que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as
regras de apuração da base de cálculo do imposto (art. 51, § 2º, da IN SRF nº 11/96).
O valor dos lucros ou dividendos que não tenham sido apurados em balanço, superior ao valor passível de
distribuição sem apuração de resultado contábil, sujeita-se à incidência do Imposto de Renda na forma prevista na
legislação específica, caso ultrapasse o montante de lucros acumulados ou reserva de lucros.
8. RENDIMENTOS PAGOS AOS SÓCIOS OU TITULAR
Os rendimentos efetivamente pagos a sócios ou titular de empresa individual, a título de remuneração pela
prestação de serviços ou quaisquer outros pagamentos que não se refiram à distribuição de lucros, tais como pró-
a) Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o imposto de valor inferior a
R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao
do encerramento do período de apuração;
a) 1,5 (um inteiro e cinco décimos) do lucro real referente ao último período em que a pessoa
jurídica manteve escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais, atualizado
monetariamente até 31 de dezembro de 1995;
b) 0,004 (quatro centésimos) da soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e
permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente até
31 de dezembro de 1995;
c) 0,007 (sete centésimos) do valor do capital, inclusive sua correção monetária contabilizada
como reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos
de constituição ou alteração da sociedade, atualizado monetariamente até 31 de dezembro de
1995;
d) 0,05 (cinco centésimos) do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial
conhecido, atualizado monetariamente até 31 de dezembro de 1995;
Nota: A atualização monetária a que se referem as letras "a" a "d", deste item, deve ser efetuada até 31 de
dezembro de 1995, tomando-se por base o valor da UFIR de R$ 0,8287 (§ 3º do art. 51 da Lei nº 8.981/95 e § 3º
do art. 45 da IN SRF nº 11/96)
f) 0,4 (quatro décimos) da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos
empregados e das compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de
embalagem;
Nota: na hipótese de utilização das alternativas previstas nas letras "e", "f" e "g", a critério da autoridade lançadora,
poderão ter sua aplicação limitada, respectivamente, às atividades comerciais, industriais e de prestação de
serviços e, no caso de empresas com atividade mista, ser adotados isoladamente em cada atividade (§ 1º do art.
51 da Lei nº 8.981/95).
Nota: No arbitramento de períodos de apuração iniciados a partir de 1997, será observado o seguinte (§§ 1º e 2º
do art. 27 da Lei nº 9.430/96):
a) os coeficientes mencionados nas alternativas "b" a "d" serão multiplicados pelo número de
meses do período de apuração;
b) no caso de utilização das alternativas "e" a "h", o lucro arbitrado será o valor resultante da soma
dos valores apurados para cada mês do período de apuração.
Nota: A IN SRF nº 11/96 determina que o valor do incentivo deve ser registrado em conta do ativo permanente,
subgrupo investimentos, no entanto perante a boa técnica contábil, a empresa só deve registrá-los diretamente
nessa conta, se tiver a intenção de mantê-los como investimentos permanentes.
b) o valor do incentivo registrado no ativo tem, como contrapartida, crédito a uma conta de reserva
de capital, classificada no Patrimônio Líquido, que poderá intitular-se Reserva de Incentivos
Fiscais.
a) a baixa na conta do Realizável a Longo Prazo onde foram registrados os valores depositados;
ou
b) o registro em conta de reserva de capital, do Patrimônio Líquido, caso a empresa não tenha
efetuado a contabilização dos depósitos.
a) o lucro inflacionário não realizado, ou seja, o saldo credor da conta de correção monetária
ajustado de acordo com a legislação fiscal, já registrado contabilmente como receita, mas que
pode ser diferido para efeito de Imposto de Renda;
c) o ganho de capital na venda a prazo de bens do ativo permanente, cujo preço deva ser
recebido, no todo ou em parte, após o término do ano-calendário subseqüente.
Nesses casos, a receita ou o lucro já foram registrados contabilmente, pelo regime de competência, e a despesa
de Imposto de Renda, também deve ser reconhecida no mesmo período, mediante crédito na conta de Provisão
para Imposto de Renda Diferido, classificada no Passivo Circulante ou Exigível a Longo Prazo e débito na conta de
despesa de Imposto de Renda no Resultado. Quando a receita ou o lucro se tornarem tributáveis, o valor constante
da conta de Provisão para Imposto de Renda Diferido será transferida para a conta de Provisão para Imposto de
Renda no Passivo Circulante, não alterando o resultado desse período.
a) no passivo circulante - referente a CSLL incidente sobre a parcela de lucros que se tornar
exigível até o final do período-base seguinte;
b) no passivo exigível a longo prazo - referente a CSLL incidente sobre a parcela do lucro diferido
que se tornar exigível após o final do período-base seguinte.
Os valores recolhidos no decorrer do exercício, por estimativa ou com base no lucro real trimestral, antes da
entrega da Declaração de Rendimentos, podem ser registrados em uma conta redutora daquela que registra a
provisão, intitulada como CSLL Recolhida, cujo valor será revertido para a conta de provisão por ocasião da
formalização da Declaração de Rendimentos. Caso o valor recolhido seja superior ao valor da provisão constituída,
o valor excedente deve ser transferido para o Ativo, como Impostos/Contribuições a Recuperar.
Se a empresa não tiver constituído a provisão para a Contribuição Social Sobre o Lucro no encerramento do
Período-base, ou a tiver contabilizado por um valor inferior a CSLL devida, deve regularizar tal situação no período-
base. Se a empresa apurar o lucro real mensalmente, esse ajuste deve ser feito no mês seguinte àquele a que se
referir a provisão que está sendo regularizada.
Neste caso, a provisão contabilizada intempestivamente ou o seu complemento, se for o caso, tem como
contrapartida um débito à conta de lucros ou prejuízos acumulados no Patrimônio Líquido.
29.2 - Cálculo da CSLL a Pagar - Pessoa Jurídica Tributada Com Base no Lucro Real Trimestral
As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real trimestral deverão apurar trimestralmente a contribuição social sobre
o lucro líquido, cuja base de cálculo será o lucro líquido ajustado pelas adições prescritas e pelas exclusões
permitidas pela legislação.
1. BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo da contribuição social é o valor do resultado (lucro ou prejuízo) apurado nos períodos trimestrais
encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, com observância da legislação
comercial antes da provisão para o Imposto de Renda, ajustado extracontabilmente, pelas adições e exclusões
examinadas a seguir (art. 13 da Lei nº 9.249/95 e Majur/SRF):
I - Adições:
Devem ser adicionados ao resultado:
b) valor da reserva de reavaliação, baixada durante o período, cuja contrapartida não tenha sido
computada no resultado desse mesmo período, nas hipóteses em que deva ser adicionada ao
lucro líquido, para fins de determinação do lucro real;
c) valor das provisões não dedutíveis na determinação do lucro real, exceto as seguintes:
- provisões técnicas das companhias de seguro e capitalização, bem como das entidades de
previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável;
e) a parcela dos lucros decorrentes de contratos com entidades governamentais, que hajam sido
excluídos na determinação da base de cálculo da contribuição em período anterior, proporcional ao
valor das receitas recebidas no período de apuração, inclusive mediante resgate ou alienação sob
qualquer forma de títulos públicos ou Certificados de Securitização, emitidos especificamente para
quitação desses créditos (art. 3º da Lei nº 8.003/90 e art. 18 da Lei nº 9.711/98);
i) os juros remuneratórios do capital próprio, que hajam sido produzidos na apuração do resultado
na forma do art. 9º da Lei nº 9.249/95, bem como o Imposto de Renda incidente na Fonte sobre
esses juros, assumido pela empresa, no caso de sua capitalização ou manutenção em conta de
reserva para esse fim.
II - Exclusões
Devem ser excluídos do resultado:
c) o valor das provisões não dedutíveis que tenham sido adicionadas na determinação da base de
cálculo de período de apuração anterior e que tenham sido baixadas no período de apuração por
utilização ou reversão;
f) a diferença entre o valor de mercado e o valor contábil de bens e direitos recebidos a título de
devolução de participação no capital social de outra sociedade, que tenha sido creditada ao
resultado (art. 22 § 4º da Lei nº 9.249/95);
a) a pessoa jurídica não poderá compensar a base de cálculo negativa da CSLL, se entre a data
da apuração e da compensação houver ocorrido, cumulativamente, modificação de seu controle
societário e do ramo de atividade;
b) a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar a base de
cálculo negativa da CSLL da sucedida;
c) no caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar o valor da base de cálculo
negativa da CSLL, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido.
Ressalte-se que o valor da base de cálculo negativa deve ser controlada extracontabilmente, de forma similar ao
controle dos prejuízos fiscais controlados na parte B do Lalur, não podendo, para este controle, ser utilizado o
Lalur.
a) A pessoa jurídica que optar pela forma mencionada acima não poderá computar os valores que
serviram de base de cálculo do referido crédito na determinação da base de cálculo da CSLL
correspondente a qualquer período de apuração posterior a 31 de dezembro de 1998.
b) A compensação do crédito somente poderá ser efetuada com até trinta por cento do saldo da
CSLL remanescente, em cada período de apuração, após a compensação de até um terço da
Cofins efetivamente paga, não sendo admitida, em qualquer hipótese, a restituição de seu valor ou
sua compensação com outros tributos ou contribuições, observadas as normas expedidas pela
Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
c) O direito à compensação de que trata a letra "b" acima limita-se, exclusivamente, ao valor
original do crédito, não sendo admitido o acréscimo de qualquer valor a título de atualização
monetária ou de juros.
A pessoa jurídica que houver optado pelo pagamento do Imposto de Renda calculado por estimativa, fica obrigada
também, ao pagamento mensal da contribuição social sobre o lucro líquido (art. 30 da Lei nº 9.430/96).
2. BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que optarem pelo
recolhimento por estimativa, corresponderá a soma dos seguintes valores apurados em cada mês (art. 29 da Lei nº
9.430/96):
- 12% da receita bruta auferida no período, proveniente das atividades que constituam o objeto da
empresa;
- despesas de câmbio;
- os juros de mora equivalentes a taxa Selic de que trata o § 4º do art. 39 da Lei nº9.250/95,
relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;
- participações societárias avaliadas pelo valor de patrimônio líquido, a soma algébrica dos
seguintes valores:
b) no caso das aplicações em ouro, não considerado ativo financeiro, o valor de aquisição;
c) no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o custo de aquisição, diminuído dos
encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada;
d) no caso de outros bens e direitos não classificados no ativo permanente, considera-se valor
contábil o custo de aquisição.
Nota: o custo dos bens adquiridos e os valores registrados contabilmente antes de 01.01.96, serão considerados
pelo valor corrigido até 31.12.95.
Ressalte-se que a não comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará adição integral da receita à base de
cálculo do Imposto de Renda devido mensalmente.
4. VALORES NÃO INTEGRANTES DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO
Não integram a base de cálculo do Imposto de Renda mensal calculado por estimativa (art. 7º da IN SRF nº 93/97):
I - os rendimentos produzidos por aplicação financeira de renda fixa;
II - os ganhos líquidos auferidos no mercado de renda variável, submetidos a tributação mensal separadamente;
III - a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas;
IV - as recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas;
V - os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição e a
contrapartida do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
VI - os juros sobre o capital próprio auferidos.
5. ALÍQUOTA
Para determinação do valor da contribuição aplicam-se as seguintes alíquotas:
a) a partir de 01.01.99, sobre a base de cálculo apurada de acordo com as normas mencionadas
anteriormente, aplica-se a alíquota de 8% para todas as pessoas jurídicas, inclusive as entidades
financeiras e equiparadas (art. 19 da Lei nº 9.249/95, Emenda Constitucional de Revisão nº 10/96
e art. 7º da MP nº 1.807/99);
b) a partir de 01.05.99 até 30.01.2000, a alíquota passa a ser de 12% para todas as pessoas
jurídicas,inclusive as entidades financeiras e equiparadas.
As pessoas jurídicas, tributadas pelo lucro real, que estiverem efetuando o pagamento da CSLL por estimativa,
com base no art. 30 da Lei nº 9.430/96, deverão apurar a CSLL devida mensalmente a partir de 1º de maio até 31
de dezembro de 1999 mediante a utilização da alíquota de 12% (doze por cento).
6. REDUÇÃO OU SUSPENSÃO DOS PAGAMENTOS COM BASE EM BALANÇO OU BALANCETE
A forma de cálculo e pagamento da contribuição social deve seguir a forma adotada para cálculo e pagamento do
Imposto de Renda, ou seja (art. 28 da Lei nº 9.430/96):
a) no mês em que o Imposto de Renda for apurado e pago por estimativa, a contribuição social
também será apurada e paga com base no cálculo estimado;
7. PRAZO DE RECOLHIMENTO
A contribuição social devida em cada mês, deverá ser recolhida no mesmo prazo do Imposto de Renda, ou seja,
até o último dia útil do mês subseqüente ao de sua apuração.
I - Contribuição Social de Valor Inferior a R$ 10,00
Se o valor da contribuição social mensal a pagar resultar em valor inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionado ao
valor da contribuição social devida em período(s) subseqüente(s), até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00,
quando então, será pago no prazo previsto para o pagamento da contribuição devida no mês em que esse limite
for atingido (art. 68 da Lei nº 9.430/96).
8. EXEMPLO DE CÁLCULO DA CSLL
Admitindo-se que uma pessoa jurídica, tributada pelo lucro real anual, sujeita a contribuição social à alíquota de
9%, tenha apresentado a seguinte situação, em determinado mês:
a) Receita de vendas de mercadorias R$ 400.000,00
b) Receita de prestação de serviços R$ 200.000,00
c) Rendimentos de aplicações financeiras R$ 50.000,00
d) Receita de aluguéis R$ 50.000,00
I – Apuração da base de cálculo:
12% sobre R$ 600.000,00 R$ 72.000,00
(+) Rendimentos de aplicações financeiras R$ 50.000,00
(+) Receita de aluguéis R$ 50.000,00
(=) Base de cálculo da CSLL R$ 172.000,00
II – Determinação da CSLL:
9% sobre R$ 172.000 R$ 15.480
a) o saldo de contribuição social pago a maior apurado em declaração de rendimentos que não
tenha sido compensado em ano-calendário ou meses anteriores;
a) se o saldo apurado for positivo, deverá ser pago em quota única, até o último dia útil do mês de
março do ano subseqüente, acrescido de juros calculados à taxa Selic acumulada mensalmente a
partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do
pagamento;
b) se o saldo apurado for negativo, o valor pago a maior poderá ser compensado com o imposto a
ser pago a partir do mês de abril do ano subseqüente, assegurada a alternativa de requerer a sua
restituição, após a entrega da Declaração de Rendimentos;
c) o prazo mencionado na letra "a" não se aplica ao imposto relativo ao mês de dezembro, que
deverá ser pago até o último dia útil do mês de janeiro do ano subseqüente.
a) 12% da receita bruta auferida no período, proveniente das atividades que constituam o objeto da
empresa;
c) 12% da parcela das receitas auferidas nas exportações a pessoas vinculadas ou para países
com tributação favorecida, apurada durante o ano-calendário;
Nota:
Os rendimentos e ganhos líquidos serão acrescidos à base de cálculo do lucro presumido por ocasião da
alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação.
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 243
Manual de Contabilidade
Fls. 244/362
b) rendimentos auferidos nas operações de mútuo, realizadas entre pessoas jurídicas
controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;
e) receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica;
j) multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título de
indenização, em virtude de rescisão de contrato;
Nota: Para efeitos de apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de reavaliação somente
poderão ser computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens ou direitos se a empresa
comprovar que os valores acrescidos foram computados na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda
e da CSLL;
- tratando-se de bens e direitos cuja aquisição tenha ocorrido até o final de 1995, o custo de
aquisição poderá ser atualizado monetariamente até 31 de dezembro desse ano, não se lhe
aplicando qualquer atualização monetária a partir dessa data;
III - Valores de Operações Praticadas Com Pessoas Vinculadas Residentes ou Domiciliadas no Exterior
Deve ser adicionada à base de cálculo da CSLL no quarto trimestre do ano-calendário (art. 36, VII a IX e § 10 da IN
SRF nº 93/97):
a) o valor resultante da aplicação do percentual de que 12%, sobre a parcela das receitas
auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que
exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa;
b) o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder ao limite calculado com base na
taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses,
acrescido de três por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a
que se referirem os juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no Exterior e o contrato
não for registrado no Banco Central do Brasil;
3. ALÍQUOTA
Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 2000, a alíquota da CSLL, passa a ser
de 9% (MP nº 1.858-10/99)
3.1. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCAL
1. PESSOAS JURÍDICAS BENEFICIADAS
A partir do ano-calendário de 2003, as pessoas jurídicas adimplentes com os tributos e contribuições administrados
pela Secretaria da Receita Federal (SRF) nos últimos cinco anos-calendário, submetidas ao regime de tributação
com base no lucro real ou presumido, poderão se beneficiar do bônus de adimplência fiscal de que trata o art. 41
da Medida Provisória nº 66, de 2002, na forma disciplinada na Instrução Normativa SRF nº 231, de 25 de outubro
de 2002 (DOU de 29.10.02).
Observe-se que o período de cinco anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em
relação ao qual dar-se-á o aproveitamento do bônus.
2. PESSOAS JURÍDICAS IMPEDIDAS
Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos cinco anos-calendário, se enquadre em qualquer das
seguintes hipóteses, em relação aos tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal:
I - lançamento de ofício;
II - débitos com exigibilidade suspensa;
III - inscrição em dívida ativa;
IV - recolhimentos ou pagamentos em atraso;
Nota: Essa restrição não se aplica na hipótese de a pessoa jurídica promover espontaneamente o pagamento ou
recolhimento da totalidade dos débitos em atraso, juntamente com os acréscimos relativos aos juros e à multa de
mora, até a data da utilização do bônus.
V - falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.
2.1 - Desoneração da Pessoa Jurídica - Permissão Para Utilização do Bônus
Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou judicial, que implique desoneração integral da pessoa
jurídica, as restrições referidas nos números I e II acima serão desconsideradas desde a origem.
Ocorrendo a desoneração, a pessoa jurídica poderá calcular, a partir do ano-calendário em que obteve a decisão
definitiva, o bônus em relação aos anos-calendário em que estava impedida de deduzi-lo. Nesse caso a pessoa
jurídica deverá efetuar recolhimento da totalidade dos débitos em atraso, juntamente com os acréscimos relativos
aos juros e à multa de mora, até a data da utilização do bônus.
3. FORMA DE CÁLCULO
O bônus de adimplência fiscal será calculado aplicando-se o percentual de um por cento sobre a base de cálculo
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), determinada segundo as normas estabelecidas para as
pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração com base no lucro presumido, observado o seguinte:
I - o bônus será calculado em relação à base de cálculo relativamente ao ano-calendário em que for permitido seu
aproveitamento;
II - na hipótese de período de apuração trimestral, o bônus será calculado em relação aos quatro trimestres do ano-
calendário e poderá ser deduzido da CSLL devida correspondente ao último trimestre.
4. UTILIZAÇÃO DO BÔNUS
O bônus, calculado na forma mencionada acima, será utilizado deduzindo-se da CSLL devida:
I - no último trimestre do ano-calendário, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real trimestral ou
lucro presumido;
II - no ajuste anual, na hipótese da pessoa jurídica tributada com base no lucro real anual.
A parcela do bônus que não puder ser aproveitada no período de apuração poderá ser deduzida nos anos-
calendário subseqüentes, da seguinte forma:
I - em cada trimestre, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real trimestral ou presumido;
II - no ajuste anual, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real anual.
É vedado o ressarcimento ou a compensação de forma diferente da mencionada acima.
5. MULTA PELA UTILIZAÇÃO INDEVIDA
A utilização indevida do bônus implica a imposição das seguintes multas, calculadas sobre o valor da contribuição
que deixar de ser recolhida em razão da dedução indevida do bônus:
I - 150%;
II - 225%, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar
esclarecimentos.
5.1 - Redução da Multa
As multas serão reduzidas em:
a) 12% da receita bruta auferida no período, proveniente das atividades que constituam o objeto da
empresa ;
a.1) no caso das instituições financeiras, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e
câmbio e distribuidoras de títulos e valores mobiliários:
- despesas de câmbio;
a.2) no caso das empresas de seguros privados: o cosseguro e resseguro cedidos, os valores
referentes a cancelamento e restituições de prêmios que houverem sido computados como
receitas, a parcela dos prêmios destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas;
3. ALÍQUOTA
Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 2000, a alíquota da CSLL, passa a ser de 9% (MP nº
1.858-10/99)
3.1. BÔNUS DE ADIMPLÊNCIA FISCAL
1. PESSOAS JURÍDICAS BENEFICIADAS
A partir do ano-calendário de 2003, as pessoas jurídicas adimplentes com os tributos e contribuições administrados
pela Secretaria da Receita Federal (SRF) nos últimos cinco anos-calendário, submetidas ao regime de tributação
com base no lucro real ou presumido, poderão se beneficiar do bônus de adimplência fiscal de que trata o art. 41
da Medida Provisória nº 66, de 2002, na forma disciplinada na Instrução Normativa SRF nº 231, de 25 de outubro
de 2002 (DOU de 29.10.02).
Observe-se que o período de cinco anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em
relação ao qual dar-se-á o aproveitamento do bônus.
2. PESSOAS JURÍDICAS IMPEDIDAS
Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos cinco anos-calendário, se enquadre em qualquer das
seguintes hipóteses, em relação aos tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal:
I - lançamento de ofício;
II - débitos com exigibilidade suspensa;
III - inscrição em dívida ativa;
IV - recolhimentos ou pagamentos em atraso;
Nota: Essa restrição não se aplica na hipótese de a pessoa jurídica promover espontaneamente o pagamento ou
recolhimento da totalidade dos débitos em atraso, juntamente com os acréscimos relativos aos juros e à multa de
mora, até a data da utilização do bônus.
V - falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.
2.1 - Desoneração da Pessoa Jurídica - Permissão Para Utilização do Bônus
Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou judicial, que implique desoneração integral da pessoa
jurídica, as restrições referidas nos números I e II acima serão desconsideradas desde a origem.
Ocorrendo a desoneração, a pessoa jurídica poderá calcular, a partir do ano-calendário em que obteve a decisão
definitiva, o bônus em relação aos anos-calendário em que estava impedida de deduzi-lo. Nesse caso a pessoa
jurídica deverá efetuar recolhimento da totalidade dos débitos em atraso, juntamente com os acréscimos relativos
aos juros e à multa de mora, até a data da utilização do bônus.
3. FORMA DE CÁLCULO
O bônus de adimplência fiscal será calculado aplicando-se o percentual de um por cento sobre a base de cálculo
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), determinada segundo as normas estabelecidas para as
pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração com base no lucro presumido, observado o seguinte:
I - o bônus será calculado em relação à base de cálculo relativamente ao ano-calendário em que for permitido seu
aproveitamento;
II - na hipótese de período de apuração trimestral, o bônus será calculado em relação aos quatro trimestres do ano-
calendário e poderá ser deduzido da CSLL devida correspondente ao último trimestre.
4. UTILIZAÇÃO DO BÔNUS
O bônus, calculado na forma mencionada acima, será utilizado deduzindo-se da CSLL devida:
I - no último trimestre do ano-calendário, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real trimestral ou
lucro presumido;
II - no ajuste anual, na hipótese da pessoa jurídica tributada com base no lucro real anual.
A parcela do bônus que não puder ser aproveitada no período de apuração poderá ser deduzida nos anos-
calendário subseqüentes, da seguinte forma:
I - em cada trimestre, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real trimestral ou presumido;
II - no ajuste anual, no caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro real anual.
É vedado o ressarcimento ou a compensação de forma diferente da mencionada acima.
5. MULTA PELA UTILIZAÇÃO INDEVIDA
A utilização indevida do bônus implica a imposição das seguintes multas, calculadas sobre o valor da contribuição
que deixar de ser recolhida em razão da dedução indevida do bônus:
I - 150%;
II - 225%, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar
esclarecimentos.
5.1 - Redução da Multa
As multas serão reduzidas em:
I - 50%, se o contribuinte notificado, efetuar o pagamento do débito no prazo legal de impugnação (art. 6º da Lei nº
8.218/91);
c) o preço para o exercício da opção de compra é livremente pactuado, podendo ser, inclusive, o
valor de mercado do bem arrendado.
b) o prazo contratual seja inferior a 75% do prazo de vida útil econômica do bem;
c) o preço para o exercício da opção de compra seja o valor do mercado do bem arrendado:
3. PRAZOS LEGAIS
Os prazos mínimos estabelecidos para as operações de arrendamento mercantil são os seguintes:
a.1) 2 (dois) anos, compreendidos entre a data de entrega dos bens à arrendatária,
consubstanciada em termo de aceitação e recebimento dos bens, e a data de vencimento da
última contratação, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil igual ou inferior a 5
(cinco) anos;
a.2) 3 (três) anos, observada a definição do prazo constante acima, para o arrendamento de outros
bens;
4. CARACTERÍSTICAS DA ARRENDATÁRIA
As operações de arrendamento mercantil a que se refere a Lei nº 6.099/74, com as alterações introduzidas pela Lei
nº 7.132/83, somente podem ser realizadas por pessoas jurídicas que tenham como objeto principal de sua
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atividade a prática de operações de arrendamento mercantil, pelos bancos múltiplos com carteira de arrendamento
mercantil e pelas instituições financeiras que, na forma do tópico 5 deste trabalho, estejam autorizadas a contratar
operações de arrendamento com o próprio vendedor do bem ou com pessoas jurídicas a ele coligadas ou
interdependentes.
5. OPERAÇÕES CONTRATADAS COM O PRÓPRIO VENDEDOR "LEASE BACK"
As operações de arrendamento mercantil contratadas com o próprio vendedor do bem ou com pessoas a ele
ligadas, conhecida pela expressão "lease back", somente podem ser realizadas se a arrendatária for pessoa
jurídica. A modalidade terá que ser a de arrendamento mercantil financeiro, sendo que os bancos múltiplos com
carteira de investimento, de desenvolvimento e/ou de crédito imobiliário, os bancos de investimento, os bancos de
desenvolvimento, as caixas econômicas e as sociedades de crédito imobiliário também podem realizar este tipo de
operação.
Se houver prejuízo na venda do bem a ser arrendado ao próprio vendedor ou a pessoa a ele vinculada (operação
de "lease back"), o mesmo será indedutível na determinação do lucro real da pessoa jurídica alienante, conforme
esclareceu o Parecer Normativo nº 22/82. Assim, se a empresa "A", na condição de arrendatária, efetua a venda
de um bem para a empresa "B", na condição de arrendadora e, em ato subseqüente, realiza uma operação de
arrendamento mercantil com esse mesmo bem, estamos diante da figura do "lease back". Se referido bem estava
registrado na contabilidade da empresa "A" pelo valor de R$ 260.000,00 e a transferência para a empresa "B" foi
realizada pelo valor de R$ 200.000,00, a empresa "A" apurou uma perda de capital de R$ 60.000,00. Essa perda,
segundo o ato normativo acima citado, não será dedutível na apuração do lucro real da empresa "A".
6. DEDUTIBILIDADE DAS CONTRAPRESTAÇÕES DE ARRENDAMENTO
De acordo com o artigo 295 do RIR/94, os valores relativos às contraprestações pagas ou creditadas por força de
contratos de arrendamento mercantil, são considerados como custo ou despesa operacional dedutíveis na
apuração do lucro real da arrendatária. A partir de 01.01.96, para efeito de apuração do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social sobre o lucro, as contraprestações de arrendamento mercantil somente são
dedutíveis quando se tratar de bens relacionados diretamente com a produção ou comercialização dos bens e
serviços (artigo 13, inciso II da Lei nº 9.249/95).
7. OUTROS CUSTOS E DESPESAS ASSUMIDOS PELA ARRENDATÁRIA
Observadas as condições para dedutibilidade mencionadas no item anterior deste trabalho, serão igualmente
dedutíveis quaisquer outras despesas assumidas contratualmente pela arrendatária.
I - Manutenção ou Reforma
Admitindo-se que o bem arrendado seja essencial na atividade da pessoa jurídica, os gastos necessários para
mantê-lo em condições de uso e funcionamento, desde que não se refiram a benfeitorias com prazo de vida útil
superior a um ano, poderão ser deduzidos como custo ou despesa operacional para efeito de determinação do
lucro real.
II - Amortização de Benfeitorias
O Parecer Normativo nº 18, de 31.03.87, esclareceu que é vedado à arrendatária apropriar, no prazo do contrato, a
totalidade dos gastos com benfeitorias em bem arrendado, mesmo que não tenha sido prevista indenização por
parte da arrendatária. Entretanto, pode-se efetuar amortização de tais gastos, no decurso do prazo de vida útil do
bem, contado da data em que foram realizadas as benfeitorias. Assim, se for realizada uma benfeitoria num bem
arrendado cuja vida útil restante seja de 7 (sete) anos, a amortização será considerada no referido período.
III - Seguros
Na hipótese de o bem arrendado, o pagamento de prêmio de seguro deve ser tratado como "despesa antecipada",
cuja classificação será no Ativo Circulante. O valor registrado no Ativo Circulante será apropriado como custo ou
despesa operacional durante o prazo de vigência da respectiva apólice de seguro (artigo 13, inciso II da Lei nº
9.249/95).
8. PAGAMENTO ANTECIPADO DO VALOR RESIDUAL
Dependendo da modalidade do arrendamento mercantil, o contrato pode prever o pagamento antecipado, pela
arrendatária, do valor residual garantido em qualquer momento de sua vigência, sem que isso caracterize a opção
de compra.
Neste caso, as parcelas do valor residual pagas antes do término do contrato devem compor o ativo da
arrendatária, consoante determina a Portaria MF nº 140, de 27.07.84.
9. TRANSFERÊNCIA DE CONTRATOS
Havendo anuência expressa da arrendadora, a arrendatária poderá transferir a terceiros, no País, seus direitos e
obrigações decorrentes do contrato de arrendamento mercantil, com ou sem co-responsabilidade solidária.
No caso vertente, a segunda arrendatária deverá ativar o valor pago ou devido à primeira arrendatária. A primeira
arrendatária, por sua vez, deverá reconhecer, conforme o caso, um ganho ou uma perda de capital decorrente
dessa operação.
10. OPÇÃO DE COMPRA
No final do contrato de arrendamento mercantil, a arrendatária poderá ficar com o bem objeto do arrendamento.
Neste caso, o bem deverá ser registrado no Ativo Imobilizado da arrendatária pelo valor pago, à arrendadora, pela
opção de compra.
I - Depreciação
b) restante do prazo de vida útil do bem, considerando este em relação à primeira utilização.
•Para determinação da taxa de depreciação deverá ser considerado o maior prazo de vida útil do bem.
Ressaltamos que, na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, a
dedutibilidade da depreciação do bem está condicionada à observância do disposto no artigo 13, inciso III da Lei nº
9.249/95, ou seja, somente será dedutível a depreciação de bens relacionados intrinsecamente com a produção ou
a comercialização de bens e serviços.
11. OPERAÇÃO DE COMPRA E VENDA À PRESTAÇÃO
As operações de arrendamento mercantil contratadas, pela arrendatária, em desacordo com a Lei nº 6.099/74,
serão consideradas como de compra e venda a prestação.
Neste caso, as contraprestações pagas durante a vigência do contrato de arrendamento mercantil passariam a
compor o custo de aquisição do bem. Para fins de apuração do lucro real da arrendatária, tais contraprestações,
caso já tenham sido lançadas como despesas, deveriam ser adicionadas na parte "A" do Lalur.
Além da adição na parte "A" do Lalur, a arrendatária deveria proceder a um ajuste contábil para fins de ativação
das contraprestações de arrendamento mercantil.
12. DIVERGÊNCIA FISCO X CONTRIBUINTE
Tem-se tornado prática bastante comum a fiscalização glosar custos e despesas operacionais lastreados em
contratos de arrendamento mercantil efetuados por arrendatária pessoa jurídica, principalmente quando:
b) as prestações são desproporcionais, com valor elevado no início do contrato (sistema tobogã).
Atualmente tanto o 1º Conselho de Contribuintes quanto a Câmara Superior de Recursos Fiscais vêm decidindo
que o valor residual ínfimo, por si só, não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, desde que
obedecidas as demais regras da legislação vigente. Quanto a desproporcionalidade das prestações, a
jurisprudência tem convalidado o entendimento fiscal, considerando que as prestações elevadas no início do
contrato descaracterizam o "leasing", tornando-o uma simples operação de compra e venda a prazo.
b) parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos, determinada
mediante aplicação, sobre esse preço total, da percentagem do contrato ou da produção
executada no período.
2. PREÇO PRÉ-DETERMINADO
Preço pré-determinado é aquele fixado no contrato de construção por empreitada ou de fornecimento de bens e
serviços. Esse preço, dependendo do contrato, poderá ser reajustado ou não para execução global.
Tratando-se de construções, bens ou serviços divisíveis, o preço pré-determinado é o fixado contratualmente para
cada unidade.
3. DETERMINAÇÃO DA PERCENTAGEM DO CONTRATO OU DA PRODUÇÃO
Na forma da letra "b" do tópico 1, a receita deverá transitar pelo balanço de resultados influenciando na apuração
do lucro real mediante aplicação de determinado percentual sobre o preço total do contrato.
Esse percentual, a critério da pessoa jurídica, poderá ser determinado por uma das seguintes formas:
a) com base na relação entre os custos incorridos no período e o custo total estimado da execução da empreitada
ou da produção do bem; ou
b) com base em laudo técnico de profissional habilitado, segundo a natureza da empreitada ou dos bens ou
serviços, que certifique a percentagem de execução em função do progresso físico da empreitada ou produção.
É importante assinalar que a opção por um dos critérios de avaliação de andamento - letra "a" ou "b" - deverá ser
exercida em relação a cada contrato. Feita a opção, essa deverá ser exercida durante toda a execução do
contrato. Isso significa que a pessoa jurídica, em relação a um mesmo contrato, não poderá alterar a forma de
apuração do resultado. Assim, se a opção para apuração do resultado foi feita com base no laudo de medição, a
pessoa jurídica não poderá alterar para custos incorridos.
I - Avaliação do Andamento por Medição
No caso em que o andamento da execução for avaliado com base em laudo técnico de medição, o resultado do
contrato, que deve ser computado no lucro líquido do período-base, será determinado pela aplicação das seguintes
fórmulas:
Custo total orçado ou x % da execução acumulada, = Custo incorrido proporcional,
estimado, reajustado demonstrada nos laudos técnicos acumulado até o período-base
até o período-base
Custo incorrido proporcional, - Custo incorrido proporcional, = Custo incorrido
acumulado até o período- acumulado até o período-base correspondente ao período-
base anterior base
Preço total, reajustado x % da execução acumulada, = Receita proporcional,
demonstrada nos laudos técnicos acumulada até o período-base
até o período-base
Receita proporcional, - Receita proporcional, acumulada = Receita correspondente ao
acumulada até o período- até o período-base anterior período-base
base
A apuração do resultado com base em laudo técnico de medição é um procedimento pouco utilizado pelas
empresas.
3.2 - Avaliação do Andamento com Base nos Custos Incorridos
No caso em que o andamento da execução for avaliado com base na relação existente entre o custo incorrido no
período-base e o custo total orçado ou estimado, o resultado do contrato, que deve ser computado no lucro líquido
do período de apuração do imposto, será determinado mediante aplicação das seguintes fórmulas:
Preço total reajustado X Custos incorridos acumulados até o = Receita proporcional,
período-base: Custo total orçado ou acumulada até o período-
estimado, reajustado base
Receita proporcional, - Receita proporcional, acumulada até o = Receita correspondente ao
acumulada até o período- período-base anterior período-base
base
Receita correspondente ao - Custos incorridos no período-base = Resultado computável na
período-base determinação do lucro
líquido
Os custos diretos compreendem, entre outros, a matéria-prima, mão-de-obra direta e os gastos gerais de
fabricação. Como custo indireto podemos citar, por exemplo, o salário do engenheiro.
I - Reajuste do Custo Orçado ou Estimado
O custo orçado ou estimado será reajustado em decorrência de:
b) variações de preços.
O custo total orçado ou estimado reajustado será igual à soma do custo incorrido acumulado com o custo previsto,
a preços do tempo da apuração parcial, para complemento da execução do contrato de construção por empreitada,
ou de fornecimento de bens ou serviços.
Exemplo:
a) custo incorrido acumulado R$ 120.000,00
b) custo previsto para conclusão R$ 130.000,00
c) custo orçado (a+b) R$ 250.000,00
No período-base em que se completar a execução, na apuração do resultado será tomado, como custo total
orçado ou estimado reajustado, o custo total efetivo.
5. CÔMPUTO DA RECEITA NA APURAÇÃO DO RESULTADO
O preço total, ou receita, deverá ser computado na apuração do resultado pelo valor fixado no contrato. Além do
valor fixado no contrato, deverão ser incluídos os reajustamentos na forma pré-determinada no próprio contrato ou
em aditamento.
A receita a ser computada na apuração do resultado corresponderá à receita bruta de vendas e serviços, não se
incluindo os impostos não-cumulativos cobrados, do comprador ou contratante (Imposto sobre Produtos
Industrializados) e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário.
6. CONTROLES ESPECÍFICOS NO CONTRATO DE PRODUÇÃO EM LONGO PRAZO
A pessoa jurídica deverá manter registro individualizado por contrato de produção em longo prazo. Desse registro
individualizado deverão constar, necessariamente, os seguintes itens:
Já, em relação a cada período-base, o registro individualizado deverá ser feito em relação aos seguintes itens:
a) custos incorridos;
c) resultado apurado.
b) a parcela transferida na forma da letra "a" deverá ser computada no resultado do período-base
em que a receita for recebida;
Exemplo:
a) receita do período-base R$ 100.000,00
b) custo do período-base R$ 60.000,00
c) receita não recebida R$ 50.000,00
d) resultado computado na determinação do lucro líquido R$ 40.000,00
A parcela do lucro a ser transferida para resultados de exercícios futuros corresponderá:
R$ 40.000,00 x 100% = 40%
R$ 100.000,00
R$ 100.000,00 - R$ 50.000,00 = R$ 50.000,00
R$ 50.000,00 x 40% = R$ 20.000,00
I - Conceito de Subsidiária de Sociedade de Economia Mista
Para fins de diferimento da tributação do lucro não realizado de que trata o item 7, retro, considera-se subsidiária
de sociedade de economia mista a empresa cujo capital com direito a voto pertença, em sua maioria, direta ou
indiretamente, a uma única sociedade de economia mista e com esta tenha atividade integrada ou complementar.
II - Controle em REFA parcela a ser excluída do lucro líquido do período-base, conforme exemplo demonstrado no
item 7, será transferida para a conta de resultados de exercícios futuros, no Passivo.
Considerando-se o exemplo constante do tópico 7, o registro contábil poderá ser feito do seguinte modo:
D - RECEITA DE EMPREITADA (Resultado)
em 01.03.1999 R$ 120.000,00
em 01.10.2000 R$ 240.000,00
em 01.10.2001 R$ 240.000,00
d) reajuste do contrato até 31.12.1999 R$ 60.000,00
e) reajuste do custo estimado até 31.12.1999 R$ 36.000,00
f) Receita faturada no ano-calendário 1999 R$ 250.000,00
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Os lançamentos contábeis, no caso do exemplo proposto, poderão ser efetuados do seguinte modo:
c) Pelo registro contábil da diferença entre a receita faturada e a receita a apropriar para resultados
de exercícios futuros:
g) Registro contábil referente ao recebimento da terceira parcela previsto para 01.10.2001, no valor
de R$ 240.000,00
a) 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
b) 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
c) 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
d) 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
Relativamente aos períodos inferiores a 12 (doze) meses de serviço na data de encerramento do balanço, tomar-
se-á por base para contagem de dias de férias 1/12 (um doze avos) de 30 (trinta) dias por mês de serviço ou fração
superior a 14 (quatorze) dias.
3. CÁLCULO DA PROVISÃO
O número de dias de férias, por empregado, será multiplicado por 1/30 (um trinta avos) da sua remuneração
mensal na época do encerramento do balanço, sendo referido valor acrescido de 1/3 (um terço), a título de
adicional de férias, e mais os encargos sociais, cujo ônus couber à empresa.
4. ENCARGOS SOCIAIS INCIDENTES SOBRE FÉRIAS
Além da provisão do valor correspondente à remuneração de férias, a empresa pode provisionar os valores
relativos às contribuições ao INSS e ao FGTS que incidirão sobre as férias, que constituem encargo da empresa.
5. PROVISÃO EXCEDENTE AO VALOR DO LIMITE DEDUTÍVEL
Caso o valor provisionado exceda o limite dedutível para efeitos fiscais, o valor excedente deverá ser adicionado
ao lucro líquido na determinação do lucro real. Esse valor poderá ser excluído na determinação do lucro real do
período em que preencher os requisitos para se dedutível ou em que for revertido a crédito de conta de resultado.
6. NÃO CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO
Caso a empresa não tenha efetuado a provisão para pagamento de férias, a totalidade do valor pago ou creditado
a esse título será deduzida, como custo ou despesa operacional, no próprio mês em que ocorrer o pagamento,
ainda que o período de gozo das férias pelo empregado avance o período subseqüente (PN CST nº 8/85).
1. CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO
De acordo com o artigo 338 do RIR/99, as pessoas jurídicas poderão deduzir, como custo ou despesa operacional,
em cada período de apuração do imposto (trimestral ou balanço de suspensão ou redução), a importância
destinada a constituir provisão para pagamento de remuneração correspondente ao 13º salário de empregados.
A provisão é calculada na base de 1/12 da remuneração dos empregados que tiverem trabalhado no mínimo
quinze dias no mês, cabendo ajuste do valor provisionado nos meses anteriores em virtude de reajustes salariais,
acrescidos dos encargos sociais cujo ônus cabe à empresa.
As gratificações, de qualquer espécie, pagas aos diretores ou administradores não são dedutíveis para fins de
apuração do lucro real, ainda que pagas a título de 13º salário (art. 303 do RIR/99).
A empresa que não provisionar o valor do 13º salário, em obediência ao princípio contábil da competência, irá
contabilizar essa gratificação diretamente em conta de despesa ou custo, conforme o caso, no mês em que se der
a quitação da gratificação em folha de pagamento.Os adiantamentos serão considerados como tal e registrados
em conta própria do ativo circulante, sendo baixados por ocasião da quitação da gratificação.
A empresa poderá provisionar os encargos sociais (20% do INSS, FGTS, percentuais devidos ao SAT e a
terceiros) sobre o valor da provisão determinada, cujo ônus cabe à empresa e que incidirão por ocasião do
pagamento do 13º salário.
Caso ocorram alterações salariais, cabe ajustar o valor da provisão para pagamento do 13º salário e dos encargos
sociais, constituída em meses anteriores, de modo que o valor registrado reflita o montante da gratificação já
incorrida e dos encargos sociais que sobre ela incidirão, quando do seu pagamento. Os ajustes serão registrados
na conta de provisão, tendo como contrapartida uma conta de resultado, sendo dedutível como despesa
operacional.
I - Adiantamento
Normalmente as empresas adiantam metade do 13º salário por ocasião da concessão das férias a partir do mês de
fevereiro, quando solicitada pelo funcionário, ou até 30 de novembro.O valor do adiantamento será registrado em
conta de adiantamento no Ativo Circulante, até a data da quitação da gratificação, ou seja, até o pagamento do
saldo do 13º salário.
II - Quitação
A empresa deve efetuar o pagamento do saldo do 13º salário até o dia 20 de dezembro ou por ocasião da
dispensa sem justa causa ou pedido de dispensa do funcionário.
O valor do saldo do 13º salário pago poderá ser registrado contabilmente à debito da respectiva conta de provisão
no Passivo Circulante, até o limite do valor provisionado.
Nesta ocasião, o valor do adiantamento registrado no Ativo Circulante, será transferido para a conta que registra a
provisão para pagamento da gratificação no Passivo Circulante.
Essa conta registra o valor dos dividendos propostos pela administração da empresa na data do balanço, como
parte da destinação proposta para os lucros, destinação essa que deve ser contabilizada na data do balanço
mediante débito à conta do resultado do exercício.
Após a aprovação pelos acionistas na assembléia os dividendos propostos serão transferidos para a conta
dividendos a pagar.
O grupo Resultado de Exercícios Futuros é apresentado no Balanço Patrimonial entre o Passivo Exigível e o
Patrimônio Líquido, sendo composto das receitas já recebidas pela empresa, deduzidas dos custos e despesas
correspondentes incorridos ou a incorrer, que efetivamente serão reconhecidas em períodos futuros por estarem
associadas a algum evento futuro ou à fluência do tempo e sobre as quais não haja qualquer tipo de obrigação de
devolução por parte da empresa (art. 181 da Lei nº 6.404/76), da seguinte forma:
32.2 - Conteúdo
Nesse grupo somente deverão constar os valores recebidos que referem-se a transações que afetarão o
patrimônio no exercício seguinte, que não serão em hipótese alguma devolvidos pela empresa e nem representem
obrigação qualquer de sua parte de entregar bens ou serviços.
O grupo Resultados de Exercícios Futuros é de utilização muito restrita, podendo a empresa optar pela sua
eliminação do plano de contas, tendo em vista que as operações registradas nesse grupo não representam valores
expressivos para efeitos de análise e na maioria das vezes podem ser classificados no passivo.
A definição de "Resultados de Exercícios Futuros" dada pela Lei nº 6.404/76 é pouco esclarecedora. No entanto,
de acordo com a doutrina predominante, uma receita é considerada como de exercício futuro quando:
b) o valor assim recebido não for passível de devolução pela empresa, nem estiver vinculado a
futuro fornecimento de bens ou prestação de serviços (pois, nesse caso, representaria um
adiantamento de clientes, classificável no Passivo Circulante ou exigível a longo prazo, conforme o
caso).
a) o lucro bruto será registrado com conta específica de "Resultados de Exercícios Futuros", para a
qual serão transferidos a receita de venda e o custo do imóvel, inclusive o orçado, se for o caso;
b) por ocasião da venda, será determinada a relação entre o lucro bruto e a receita bruta de venda,
e em cada período-base será transferida para as contas de resultado parte do lucro bruto
proporcional à receita recebida no mesmo período.
A forma de apuração do resultado contábil e do lucro real dessa atividade está disciplinada nos arts. 410 a 414 do
RIR/99 e na IN SRF nº 84, de 20.12.79, alterada pela IN SRF nº 23, de 25.03.83.
32.3.3 - Instituições Financeiras - Encargos Sobre Contratos de Abertura de Crédito
A instituição financeira que cobra comissão, por ocasião da concessão de um empréstimo, pode apropriá-la
também proporcionalmente aos resultados de acordo com o prazo do empréstimo (art. 373 do RIR/99). Pelo
recebimento do valor na abertura do crédito, efetuará a contabilização a crédito como Receitas de Exercícios
Futuros, bem como os eventuais custos correspondentes, em conta redutora da respectiva receita.
Ressalte-se que esse procedimento somente será válido quando não existir cláusula no contrato que obrigue a
instituição financeira a devolver a comissão, parcial ou totalmente, no caso de pagamento antecipado do
empréstimo.
32.3.4 - Venda Com Lucro, da Controladora Para Controladas
Nas operações de venda, com lucro, da controladora para as suas controladas, é bastante útil o uso do grupo
Resultados de Exercícios Futuros.
Quando uma controladora vende uma mercadoria com lucro para a sua controlada e esta mantém tal mercadoria
em estoque, tem-se uma superavaliação do resultado e do patrimônio líquido da controladora que somente é
expurgado na consolidação dos balanços de ambas. Na realidade, enquanto o produto não é vendido a terceiros
pela controlada, existe a figura de um lucro não realizado, ou seja, passou-se a mercadoria de um bolso para outro,
mas do mesmo dono. Nesse caso, o mais correto é o seu diferimento no grupo Resultados de Exercícios Futuros,
até que o lucro efetivamente se realize à medida que os ativos são baixados no balanço da controlada por venda a
terceiros não controlados pelo mesmo grupo.
32.4 - Exemplo
Considerando-se que determinada empresa industrial "A" alugue uma máquina para a empresa "B", nas seguintes
condições:
- o valor recebido pela locadora não será devolvido, total ou parcialmente, mesmo no caso de
devolução antecipada do equipamento
33.1 - Conceito
No balanço patrimonial da empresa, a diferença entre o valor dos ativos e o dos passivos e o resultado de
exercícios futuros representa o patrimônio líquido, que é o valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios,
distribuído nas seguintes contas:
I - Capital Social;
II- Reservas de Capital;
III - Reservas de Reavaliação;
IV - Reservas de Lucros;
V - Lucros ou Prejuízos Acumulados.
b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a assembléia geral ou o
conselho de administração;
De acordo com a Lei das S/A, os bens devem ser avaliados por três peritos ou por empresa especializada,
nomeados em Assembléia Geral, convocada pela imprensa, podendo ser instalada em primeira convocação com a
presença de subscritores que representem metade, pelo menos do capital social e em segunda convocação, com
qualquer número. Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fundamentado, com a indicação
dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados e instruídos com os documentos relativos aos
bens avaliados.
Apresentado o laudo de avaliação pelos peritos ou pela empresa, será realizada outra Assembléia Geral para
conhecimento e deliberação sobre o laudo, à qual deverão estar presentes os avaliadores, a fim de prestarem
informações que lhes forem solicitadas.
Ressalte-se que nessa deliberação, não poderá votar o acionista que esteja concorrendo para a formação do
capital em bens, exceto se todos os subscritores forem condôminos na propriedade do bem (art. 115, §§ 1º e 2º da
Lei nº 6.404/76). Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens se incorporarão ao patrimônio
da sociedade, competindo aos diretores providenciar a respectiva transmissão da propriedade.
No caso da assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não a aceitar, fica sem efeito as deliberações para
a incorporação de bens ao capital.
A conferência de bens móveis ao capital se completa pela simples tradição, ou seja, entrega do bem. No caso da
transferência de bens imóveis, deve ser efetuada a transcrição do título no Registro de Imóveis, sendo documento
O avaliador e o subscritor responderão perante a companhia pelos danos que causarem por culpa ou dolo na
avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido. No caso de bens em
condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.
Quando a entrada de capital consistir-se em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência do
devedor.
A lei atribui responsabilidade civil idêntica à do vendedor, aos subscritores ou acionistas que contribuírem para a
formação ou aumento do capital em bens, ou seja, eles ficam responsáveis por vícios ocultos existentes nos bens
e garantem a sociedade pela evicção.
Nota: Evicção é a perda pela sociedade, da posse ou propriedade dos bens que o subscritor lhe entregou como se
fossem seus, em favor de terceiros que comprovam em juízo serem titulares da propriedade dos bens ou dos
direitos de posse sobre eles.
Ressalte-se que de acordo com a nova redação do § 1º do art. 117 da Lei das S/A, dada pela Lei nº 9.457/97,
caracteriza modalidade de exercício abusivo de poder, para efeito de responsabilização do acionista controlador
pelos danos causados pela sua prática, a subscrição de ações com a realização em bens estranhos ao objeto
social da companhia.
IV - PROCEDIMENTOS NA SOCIEDADE LIMITADA
A lei não exige, expressamente, a avaliação pericial de bens entregues pelos sócios para realização de capital
subscrito nessas sociedades.
Dessa forma, nas sociedades limitadas, o valor dos bens incorporados ao capital social é convencionado entre os
sócios, só cabendo recorrer à avaliação pericial em caso de haver divergência entre eles quanto ao valor a ser
atribuído aos bens.
De acordo com a Lei nº 8.934/94, será procedido o arquivamento de contrato social ou de alteração posterior com
incorporação de imóvel à sociedade, independentemente de lavratura do instrumento por escritura pública, desde
que dele constem:
- a descrição e a identificação do imóvel, sua área, dados relativos à sua titulação, bem como o
número da matrícula no Registro Imobiliário;
- a outorga uxória, ou seja, a anuência do cônjuge, caso o sócio que estiver entregando o imóvel
seja casado.
D - CAIXA/BANCO
a) Conceito
Os adiantamentos para aumento de capital são recursos recebidos pela empresa de seus acionistas ou quotistas
destinados a serem utilizados como aporte de capital.
O problema dos adiantamentos para aumento de capital reside na classificação contábil como passivo exigível ou
como patrimônio líquido, uma vez que existe a possibilidade da não-incorporação ao capital e de sua devolução ao
investidor.
b) Classificação Contábil
A Lei nº 6.404/76 é omissa no tratamento dos valores recebidos por conta de futuros aumentos de capital.
O Fisco firmou entendimento através dos Pareceres Normativos CST nº 23 de 26.06.81, e CST nº 28 de 21.12.84,
que, em suma, estabelecem o seguinte:
- Ocorrendo a eventualidade de adiantamento para futuro aumento de capital, qualquer que seja a
forma pela qual os recursos tenham sido recebidos, mesmo que sob a condição para utilização
exclusiva em aumento de capital, esses ingressos deverão ser mantidos fora do patrimônio líquido,
por serem esses adiantamentos considerados obrigação para com terceiros, podendo ser exigidos
pelos titulares enquanto o aumento de capital não se concretizar.
Quando os adiantamentos para aumento de capital são recebidos com cláusula de absoluta condição de
permanência na sociedade, não há porque considerá-los como exigíveis, admitindo-se que esses adiantamentos
sejam classificados como parte integrante do patrimônio líquido.
Por outro lado, se os recursos entregues pelos sócios a título de adiantamentos para aumento de capital vierem a
ser devolvidos ao investidor ou não incorporados ao capital, não se deve, na existência de tal dúvida, classificá-los
no patrimônio líquido, devendo, então, figurar no passivo exigível.
Da mesma forma, os recursos recebidos de acionistas ou quotistas que estejam destinados e vinculados a
aumento de capital, por força de disposições contratuais irrevogáveis ou legais, não devem ser tratados como
exigibilidades, mas como conta integrante do patrimônio líquido. A destinação dos adiantamentos recebidos com a
intenção de capitalização deve estar documentada por instrumentos formais irrevogáveis dos acionistas, quotistas
e órgãos diretivos da empresa e não somente por intenções declaradas verbalmente.
c) Conclusão
Diante do exposto, os adiantamentos para aumento de capital devem ser classificados como parte integrante do
patrimônio liquido, em conta distinta, com a devida evidenciação de sua origem, montante e finalidade. Caso
pairem dúvidas de que os valores irão se incorporar ao capital, tais valores serão classificados como passivo
exigível.
Contabilmente, no recebimento de tais recursos, a empresa poderá fazer o seguinte registro:
D - DISPONIBILIDADES (Ativo Circulante)
C - ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL (Patrimônio Líquido)
Quando formalizar o aumento de capital, o registro contábil será:
D - ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL (Patrimônio Líquido)
C - CAPITAL SOCIAL (Patrimônio Líquido)
34.1 - Conceito
As reservas de capital são constituídas com valores recebidos pela empresa e que não transitam pelo Resultado,
por não se referirem a contraprestação à entrega de bens ou serviços pela empresa.
De acordo com o parágrafo 1º do artigo 182 da Lei nº 6.404/76, serão classificadas como reservas de capital as
contas que registrarem:
Nos itens seguintes serão analisados individualmente alguns aspectos das contas descritas acima.
e) Pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.
e) em cada período de apuraçào, em montante igual à parte dos lucros e dividendos, juros ou
participações recebidos pelo contribuinte, que corresponder à participaçào ou aos valores
mobiliários adquiridos com o aumento do valor dos bens do ativo; ou
b) a sociedade investidora utilizar a reserva de reavaliação para aumento do seu capital social.
III - O valor da reserva de reavaliação na sociedade investidora será baixado mediante compensação com o ajuste
do valor do investimento e não será computado na determinação do lucro real:
Exemplo:
Imaginemos que a Empresa "Beta" (investida) apresente os seguintes dados:
capital social R$ 500.000,00
reserva de reavaliação R$ 300.000,00
soma R$ 800.000,00
Considerando-se que a Empresa "Alfa" (investidora) tenha participação de 60% (sessenta por cento) no capital da
Empresa "Beta" (investida), a sua situação, após a reavaliação efetuada pela sociedade investida, será a seguinte:
Investimentos R$ 480.000,00
Reserva de Reavaliação R$ 180.000,00
Caso a Empresa "Beta" (investida) incorpore o valor da reserva de reavaliação ao capital social, a Empresa "Alfa"
(investidora) adotará os seguintes procedimentos:
O lançamento contábil referente ao procedimento da letra "a" poderá ser feito pela sociedade investidora do
seguinte modo:
D - RESERVA DE REAVALIAÇÃO (Patrimônio Líquido)
C - PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA (Investimentos)
Empresa "Beta" 180.000,00
Em relação ao procedimento da letra "b", a sociedade investidora poderá fazer o seguinte lançamento contábil:
D - PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA (Investimentos)
- Empresa "Beta"
C - RESULTADO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL(Resultado) R$ 180.000,00
9. ESTORNO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO
A Receita Federal vem externando entendimento de que a empresa não pode estornar a reserva de reavaliação, e
que se houver o estorno, o montante será tributado. Tal entendimento é fundamentado com base no artigo 177 da
Lei nº 6.404/76 que manda observar o princípio da consistência das demonstrações financeiras, estabelecendo
que a escrituração será mantida em registro permanente, com obediência aos preceitos da legislação comercial e
da lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos,devendo observar método ou critérios uniformes no
tempo, registrando as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.
36.1 - Conceito
As reservas de lucros são as contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia, conforme
previsto no § 4º do art. 182 da Lei nº 6.404/76, para atender a várias finalidades, sendo sua constituição efetivada
por disposição da lei ou por proposta dos órgãos da administração.
36.2 - Classificação
Tendo em vista o seu conceito e as definições da Lei das S/A, classificam-se como reservas de lucros:
a) Reserva legal
b) Reserva estatutária
a) os prejuízos somente poderão ser compensados desde que a pessoa jurídica mantenha a
escrituração e os documentos comprobatórios do montante do prejuízo fiscal a compensar;
Exemplo:
a) lucro líquido do período R$ 20.000,00
a) pelas pessoas jurídicas que tenham por objeto a exploração de atividades rurais;
a) se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não operacional negativo será considerado
prejuízo fiscal não operacional e a parcela excedente será considerada prejuízo fiscal das demais
atividades;
b) se todo o resultado, não operacional negativo, for maior ou igual ao prejuízo fiscal, todo o
prejuízo fiscal será considerado não operacional.
Exemplo:
Total do prejuízo fiscal apurado no Lalur R$ 5.000,00
(+) Prejuízo fiscal não operacional R$ 19.000,00
(=) Prejuízo fiscal não operacional R$ 24.000,00
5.1 - Controle no Lalur
Os prejuízos não operacionais e os decorrentes das atividades operacionais da pessoa jurídica deverão ser
controlados em folha específica, individualizadas por espécie, na parte B do Lalur, para compensação com lucros
de mesma natureza apurados nos períodos subseqüentes, na parte A do Lalur.
Cabe lembrar que, em conseqüência da extinção da correção monetária do balanço, a partir de 01.01.96 os valores
controlados na parte B do Lalur não são acrescidos de correção monetária.
6. COMPENSAÇÃO DO PREJUÍZO FISCAL NÃO OPERACIONAL
Na compensação dos prejuízos não operacionais, nos períodos-base subseqüentes, deverá ser observado o
seguinte:
b) a soma dos prejuízos fiscais não operacionais com os prejuízos decorrentes de outras
atividades da pessoa jurídica, a ser compensada, não poderá exceder ao limite de 30% do lucro
real;
c) no período-base em que for apurado resultado não operacional positivo, todo o seu valor poderá
ser utilizado para compensar os prejuízos fiscais não operacionais de períodos-base anteriores,
ainda que a parcela do lucro real admitida para compensação não seja suficiente ou que tenha
sido apurado prejuízo fiscal;
Exemplo:
a) ganho de capital na alienação de bens ou direitos R$ 4.000,00
b) lucro líquido do período R$ 12.000,00
c) ajustes fiscais no resultado:
Assim, de acordo com o exemplo desenvolvido na letra "c", o saldo de prejuízo fiscal não operacional a compensar
de R$ 1.500,00 será transferido para a conta "prejuízo fiscal das demais atividades", controlada em folha distinta
da parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real.
Assim, o prejuízo fiscal das demais atividades passará a ser de:
a) prejuízo fiscal das demais atividades R$ 18.000,00
b) saldo de prejuízo fiscal não operacional a compensar R$ 1.500,00
c) soma R$ 19.500,00
7. EMPRESA OPTANTE PELO PAGAMENTO MENSAL POR ESTIMATIVA
No cálculo do Imposto de Renda mensal por estimativa não poderão ser compensados prejuízos fiscais de
períodos-base anteriores.
No entanto, se a empresa optar por levantar balanços ou balancetes no decorrer do ano, para efeito de suspender
ou reduzir os pagamentos mensais, poderá compensar prejuízos fiscais de períodos-base anteriores, encerrados
até 31 de dezembro do ano anterior, na determinação do lucro real, na forma examinada nesse trabalho.
Cabe lembrar que nos balanços de suspensão ou redução do imposto apura-se o resultado acumulado desde o
mês de janeiro do ano em curso, e assim os prejuízos de um mês são automaticamente absorvidos pelos lucros de
outro.
8. EMPRESA OPTANTE PELO LUCRO REAL TRIMESTRAL
No caso da empresa apurar o lucro real de forma trimestral, o prejuízo fiscal apurado em um trimestre somente
poderá ser compensado, com o lucro real apurado nos trimestres subseqüentes ainda que dentro do próprio ano-
calendário, na forma examinada nesse trabalho.
9. ATIVIDADE RURAL
A compensação de prejuízos fiscais decorrentes da atividade rural com o lucro real da mesma atividade não está
sujeita ao limite de 30%, ou seja, pode ser integralmente compensado em um único período-base, desde que o
lucro real apurado na atividade rural comporte a compensação observando-se que (IN SRF nº 39/96):
I - o prejuízo da atividade rural a ser compensado é o apurado no Lalur;
II - se a empresa explorar atividades mistas:
a) o prejuízo fiscal da atividade rural apurado no período-base poderá ser compensado com o lucro
real das demais atividades, apurado no mesmo período-base, sem limite;
b) a compensação de prejuízos fiscais das demais atividades, assim como da atividade rural com
lucro real de outra, apurado em período-base subseqüente, fica sujeita ao limite de 30% e demais
condições previstas nos arts. 35 e 36 da IN SRF nº 11/96.
37.2 - Dividendos
37.2.1 - Conceito
O dividendo é a parcela de lucro que corresponde a cada ação. É o rendimento que cabe aos acionistas de uma
sociedade anônima em proporção ao capital que possuem na sociedade.
A companhia somente pode pagar dividendos se houver valores disponíveis nas contas de lucro líquido do
exercício, de lucros acumulados ou de reservas de lucros, jamais em prejuízo do capital social.
Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório em cada exercício, a parcela dos lucros
estabelecida no estatuto (art. 202, caput, da Lei nº 6.404/76).
O estatuto poderá estabelecer o dividendo como percentagem do lucro ou do capital social, ou ainda, fixar outros
critérios para determiná-lo, desde que referidos critérios sejam regulados com precisão e minúcia e não exponham
os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria (§ 1º do art. 202 da Lei nº
6.404/76).
A lei deixa ao estatuto da companhia margem para fixar a política de dividendos que melhor se ajuste às suas
peculiaridades, desde que o faça de modo preciso. Não há limite mínimo a ser observado quanto à fixação de
dividendos por ocasião da constituição da companhia, ficando a critério dos subscritores das ações deliberarem
acerca dos valores, com base na rentabilidade que poderão esperar do seu investimento.
Na hipótese de alteração estatutária para modificar o dividendo obrigatório, é necessária a aprovação de acionistas
que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto
da companhia (art. 1º da Lei nº 9.457/97).
Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros
estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes
normas(art. 2º da Lei nº 10.303/01):
II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido
do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art.
197);
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por
prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização.
Quando o estatuto for omisso e a assembléia geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o
dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado na forma descrita acima (§ 2º, do art.
202 da Lei nº 6.404/76 com as alterações da Lei nº 10.303/01).
A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de
dividendo inferior ao obrigatório, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades(art. 2º da Lei nº
10.303/01):
a) companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações;
b) companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condição
prevista na letra "a".
Os lucros não destinados à constituição das reservas previstas nos arts. 193 a 197 (reservas de lucros) deverão
ser distribuídos como dividendos(art. 2º da Lei nº 10.303/01).
A companhia, que por força de lei, como as instituições financeiras, ou por disposição estatutária, levantar balanço
semestral, poderá distribuir dividendos intermediários à conta do lucro nele apurado, se assim deliberarem os
órgãos da administração. Independente disso, o estatuto poderá autorizar os órgãos da administração a declarar
dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço
anual ou semestral.
Com exceção da constituição da reserva legal, a constituição de outras reservas de lucros (reserva estatutária,
reserva para contingências e reservas de lucros a realizar), ou a retenção de lucros previstas em orçamento de
capital não podem prejudicar o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos fixos ou mínimos a que
tenham prioridade, inclusive os atrasados, se cumulativos (art. 203 da Lei nº 6.404/76).
Isto quer dizer que a constituição das reservas mencionadas (excetuada a legal) somente poderá ser efetuada
depois de atribuídos aos acionistas preferenciais os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade
garantida no estatuto.
A companhia pagará o dividendo de ações à pessoa que, na data do ato de declaração do dividendo, estiver
inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação.
Os dividendos das ações em custódia bancária ou em depósito bancário serão pagos pela companhia à instituição
financeira depositária, que ficará responsável pela sua entrega aos titulares das ações depositadas.
O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembléia geral, no prazo de sessenta dias da
data em que for declarado e, em qualquer caso, dentro do exercício social (§ 3º do art. 205 da Lei nº 6.404/76).
A assembléia geral deverá declarar a partir de quando poderão os acionistas exigir os dividendos, sendo que esse
prazo não poderá ultrapassar o próprio exercício social.
Se a assembléia silenciar a respeito, os dividendos poderão ser exigidos pelos acionistas a partir do dia seguinte
àquele em que referida assembléia houver deliberado a distribuição.
37.2.7 - Dedução de Juros Pagos Sobre o Capital Próprio do Valor do Dividendo Obrigatório
O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica, a título de remuneração do capital próprio poderá ser
imputado ao valor do dividendo obrigatório (§ 7º do art. 9º da Lei nº 9.249/97). Neste caso, os juros sobre o capital
próprio, que são sempre opcionais e não obrigatórios, quando pagos ou creditados poderão ser computados como
se dividendos fossem, para efeito de cálculo do dividendo mínimo obrigatório, ou seja, o valor dos juros sobre o
capital próprio pagos ou creditados poderá ser deduzido do valor do dividendo mínimo obrigatório.
Ressalte-se, no entanto, que a imputação ao dividendo mínimo obrigatório não dispensa a incidência do Imposto
de Renda na Fonte, à alíquota de 15% sobre os valores pagos ou creditados sobre o capital próprio.
37.3 - Lucros e Dividendos Distribuídos Por Pessoa Jurídica Tributada Pelo Lucro Real - Tributação
1. NORMAS APLICÁVEIS
O Ato Declaratório (Normativo) CGST nº 49, de 23.09.94, esclareceu que a distribuição de dividendos, bonificações
em dinheiro, lucros e outros interesses, oriundos de lucros apurados, até 31.12.93, por pessoas jurídicas tributadas
com base no lucro real submetem-se às normas de incidência aplicáveis à época da formação dos lucros,
observando-se o seguinte:
I - esse tratamento aplica-se também aos lucros e dividendos redistribuídos por pessoas jurídicas, auferidos em
decorrência de participação societária em outra pessoa jurídica, que os tenha apurado até 31 de dezembro de
1993;
II - em qualquer hipótese, será considerada época de formação dos lucros aquela constante dos registros da
primeira pessoa jurídica que os tenha apurado.
Desta forma, poderá ocorrer ou não a tributação sobre os lucros ou dividendos distribuídos a beneficiários
residentes ou domiciliados no País por pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, em virtude das
diversas alterações ocorridas na legislação nos últimos anos.
Relativamente aos lucros apurados de 01.01.94 a 31.12.95 deverá ser observado o seguinte regime de tributação:
I - Forma de Tributação
II - Recolhimento
O IRRF deverá ser pago até o terceiro dia útil da semana subseqüente à de ocorrência do fato gerador,
caracterizado como pagamento ou crédito dos rendimentos.
O imposto descontado na fonte poderá, por opção do contribuinte (Lei nº 8.849/94, art. 2º,
parágrafos 1º e 2º, e Lei nº 9.064/95, art. 2º):
- ser deduzido do imposto devido na declaração de ajuste anual, desde que o lucro ou dividendo
recebido seja computado na base de cálculo do imposto anual;
Neste caso, o imposto descontado na fonte será considerado como antecipação, compensável com o Imposto de
Renda que a pessoa jurídica beneficiária, tributada com base no lucro real, tiver de recolher relativo à distribuição
de dividendos, bonificações em dinheiro, lucros e outros interesses, inclusive a beneficiário residente ou
domiciliado no exterior.
Quando o beneficiário não for pessoa física nem pessoa jurídica tributada com base no lucro real, o IRRF será
considerado como de tributação definitiva (art. 2º, § 1º, alínea "c" da Lei nº 8.849/94).
5. LUCROS APURADOS A PARTIR 01/01/96
I - Não-incidência
Os lucros ou dividendos apurados com base nos resultados auferidos a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou
creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, não estão sujeitos à incidência do Imposto de
Renda na Fonte, nem integrarão a base de cálculo do Imposto de Renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica,
domiciliado no País ou no exterior (Lei nº 9.249/95, art. 10 e IN SRF Nº 11/96, art. 51).
II - Distribuição de Lucros Excedentes ao Valor Apurado na Escrituração
A parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titular da pessoa jurídica submetida ao
regime de tributação com base no lucro real, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que por conta de
período-base não encerrado, que exceder ao valor apurado com base na escrituração, será imputada aos lucros
acumulados ou reserva de lucros de exercícios anteriores, ficando sujeita à incidência do Imposto de Renda
calculado segundo o disposto na legislação específica, com acréscimos legais (IN SRF nº 11/96, art. 51, § 3º).
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 280
Manual de Contabilidade
Fls. 281/362
Inexistindo lucros acumulados ou reserva de lucros em montante suficiente, a parcela excedente será submetida à
tributação mediante aplicação da tabela progressiva mensal (IN SRF nº 11/96, art. 51, § 4º).
Caso seja efetuada a distribuição de rendimentos a título de lucros ou dividendos, que não tenham sido apurados
em balanço, estes valores sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte mediante aplicação da tabela
progressiva mensal (IN SRF nº 11/96, art. 51, § 7º).
6. PROIBIÇÃO DE DISTRIBUIR LUCROS
De acordo com o artigo 889 do RIR/99, as pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito não garantido por falta
de recolhimento de imposto no prazo legal, não poderão:
I - distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas;
II - dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais membros
de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos.
Ressalte-se que a não observação ao dispositivo legal retromencionado, importa em multa que será imposta pela
fiscalização (art. 975 do RIR/99):
I - às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remunerações, em montante igual a
cinqüenta por cento das quantias que houverem pago indevidamente;
II - aos diretores e demais membros da administração superior que houverem recebido as importâncias indevidas,
em montante igual a cinqüenta por cento destas importâncias.
37.4 - Pessoa Jurídica Tributada Com Base no Lucro Presumido - Distribuição de Lucros ou Dividendos
1. ISENÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO DISTRIBUÍDO
Nas empresas submetidas à tributação com base no lucro presumido, a distribuição de lucros ou dividendos aos
sócios ou acionistas ou ao titular fica isenta do Imposto de Renda na Fonte e na declaração de rendimentos dos
beneficiários, independentemente de apuração contábil, até o valor da base de cálculo do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ), deduzido do IRPJ, adicional do IRPJ quando devido, da Contribuição Social Sobre o Lucro,
do PIS e da Cofins devidos, desde que a distribuição ocorra após o encerramento do trimestre de apuração, não
sendo mais necessário aguardar a entrega da Declaração de Rendimentos da empresa para, só depois, distribuir o
lucro presumido sem incidência do imposto (art. 10 da Lei nº 9.249/95, art. 48 da IN SRF nº 93/97 e ADN Cosit nº
4/96).
Admitindo-se que determinada empresa tenha apurado os seguintes valores (hipotéticos) no primeiro trimestre/98,
o valor do lucro distribuível com isenção do imposto será o seguinte:
b) aquisição para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de
lucros ou reservas, exceto a legal, sem diminuição do capital social ou por doação;
c) alienação das ações adquiridas nos termos da letra "b" e mantidas em tesouraria;
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 281
Manual de Contabilidade
Fls. 282/362
d) compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição em dinheiro de parte do
valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída.
De acordo com o referido art. 30 da Lei das S/A, deve ser observado ainda que:
I - a aquisição das próprias ações pela companhia aberta deve obedecer, sob pena de nulidade, às normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada
caso;
II - a companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo para assegurar a gestão dos seus
administradores;
III - as ações adquiridas para permanência em tesouraria ou cancelamento, enquanto mantidas em tesouraria, não
terão direito a dividendo nem a voto;
IV - na hipótese de deliberação da redução do capital mediante restituição do valor das ações (letra "d"), as ações
adquiridas definitivamente de circulação.
37.5.2 - Aquisição de Quotas Próprias Pela Sociedade Limitada
De acordo com o artigo 8º do Decreto nº 3.708/19, poderá a sociedade limitada adquirir suas próprias quotas
desde que:
b) a aquisição se faça com fundos disponíveis e sem ofensa ao capital estipulado no contrato;
c) a aquisição se dê por acordo dos sócios ou verificada a exclusão de algum sócio remisso,
mantendo-se intacto o capital durante o prazo da sociedade.
a) capital social;
b) reservas de capital;
c) reservas de reavaliação;
d) reservas de lucros; e
e) lucros ou prejuízos acumulados.
a) o capital social compreende o montante subscrito pelos acionistas e, por dedução, a parcela
ainda não realizada ou não integralizada;
d) como reservas de lucros são classificadas as contas constituídas pela apropriação de lucros da
companhia.
b) da reserva especial das contas do ativo permanente apurada na forma do artigo 2º da Lei nº
8.200/91, regulamentada pelo Decreto nº 332/91 (art. 460 do RIR/99);
c) da reserva de reavaliação capitalizada nos termos dos artigos 434 e 435 do RIR/99, em relação
às parcelas não realizadas.
Observe-se que a exclusão da base de cálculo da remuneração de juros atinge apenas as contas classificadas
como reservas de reavaliação ainda não realizadas na forma do artigo 435 do RIR/99, uma vez que, à medida em
que a reserva for sendo realizada, o valor correspondente, na mesma proporção, será transferido para resultado ou
para a conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados". Assim sendo, para fins de exclusão da base de cálculo, deverá
ser considerado o saldo da conta de "Reserva de Reavaliação" controlado na parte B do livro de Apuração do
Lucro Real.
3. TAXA DE JUROS
A aplicação da taxa de juros fica a critério da pessoa jurídica, desde que seja observado o limite da variação, pro
rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo, conhecida pela sigla de TJLP.
A divulgação da TJLP é feita trimestralmente pelo Banco Central do Brasil, e tem expressão anual, cujos valores
para o ano calendário 2000 divulgamos abaixo:
4. DEDUTIBILIDADE
Para efeito de apuração do lucro real, observado o regime de competência, poderão ser deduzidos os juros pagos
ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio,
calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo
Prazo - TJLP.
A dedutibilidade dos juros remuneratórios, para efeito de apuração do lucro real, deve atender determinadas
condições. A primeira delas manda observar o regime de competência. A segunda condição obriga o registro
contábil individualizado da remuneração de juros paga ou creditada. A individualização, no caso de crédito, poderá
ser feita em conta própria do passivo. Tratando-se de juros pagos, a individualização poderá ser feita na
correspondente conta de resultado. A terceira e última condição limita a dedutibilidade da remuneração de juros
sobre o capital próprio à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. A empresa poderá adotar
taxas inferiores ou superiores à TJLP. No segundo caso - taxas superiores - a diferença correspondente deverá ser
adicionada ao lucro líquido do período para efeito de apuração do lucro real.
4.1 - Limite de Dedutibilidade
O valor dos juros pagos ou creditados não poderá exceder, para fins de dedução para efeitos de determinação do
lucro real e da base de cálculo da contribuição social, ao maior dos seguintes valores (art. 29 da IN SRF nº 93/97):
Para a determinação do limite mencionado na letra "a", o valor do lucro líquido do exercício será aquele após a
dedução da Contribuição Social Sobre o Lucro e antes da dedução da provisão para o Imposto de Renda.
Alertamos aos nossos assinantes que a Superintendência da Receita Federal da 10ª Região Fiscal externou
entendimento por meio da Decisão nº 95, de 30.08.00 (DOU de 25.09.00), que para efeito de cálculo dos juros
sobre o capital próprio não deve ser computado como integrante do patrimônio líquido o lucro do próprio período-
base.
Assim, a pessoa jurídica deverá recompor o lucro líquido do período conforme demonstrado:
receita bruta R$ 100.000,00
deduções da receita bruta R$ 20.000,00
receita líquida R$ 80.000,00
custo produto vendido R$ 45.000,00
lucro bruto R$ 35.000,00
despesas operacionais R$ 15.000,00
juros s/capital próprio R$ 2.000,00
lucro antes da CSSL e do IRPJ R$ 18.000,00
CSSL R$ 2.000,00
IRPJ R$ 3.000,00
lucro líquido do exercício R$ 13.000,00
De acordo com o exemplo demonstrado, o lucro líquido ajustado para fins de dedutibilidade da remuneração de
juros corresponderá a:
lucro antes da CSSL R$ 18.000,00
(-) CSLL R$ 2.000,00
(+) Juros sobre o capital próprio R$ 2.000,00
(=) lucro líquido ajustado R$ 18.000,00
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 284
Manual de Contabilidade
Fls. 285/362
O limite em função do lucro líquido do exercício ajustado comporta uma dedução de R$ 9.000,00, ou seja, R$
18.000,00 x 50%.
O segundo limite leva em consideração os saldos das contas de "Lucros Acumulados e Reserva de Lucros". A
exemplo do limite anterior, a remuneração de juros não poderá exceder a 50% (cinqüenta por cento) do saldo das
contas de "Lucros Acumulados e Reserva de Lucros".
Vejamos o seguinte exemplo:
Patrimônio Líquido:
capital social R$ 200.000,00
reserva C.M. capital R$ 120.000,00
reservas de lucros R$ 150.000,00
reservas de reavaliação R$ 180.000,00
lucros acumulados R$ 100.000,00
O saldo da reserva de reavaliação, controlada na parte B do livro de Apuração do Lucro Real, corresponde,
também, a R$ 180.000,00.
O segundo limite, de acordo com o exemplo proposto, corresponderá a:
capital social R$ 200.000,00
reserva C.M. capital R$ 120.000,00
reservas de lucros R$ 150.000,00
lucros acumulados R$ 100.000,00
Soma R$ 570.000,00
Limite: R$ 250.000,00 x 50% = R$ 125.000,00
Considerando-se a TJLP para o período de julho a setembro/00 de 10,25%, a remuneração de juros sobre o capital
próprio será calculada do seguinte modo:
R$ 570.000,00 x 10,25% = R$ 58.425,00
Neste caso, a pessoa jurídica poderá creditar ou pagar, a título de remuneração de juros, aos sócios ou acionistas
a importância de R$ 58.425,00, uma vez que a legislação permite o pagamento em função do maior limite apurado
que é de R$ 125.000,00.
4.2 - Dedutibilidade na Base de Cálculo da Contribuição Social
Os juros remuneratórios do capital próprio que forem dedutíveis na apuração do lucro real, nas condições
examinadas neste trabalho, são dedutíveis na determinação da base de cálculo da Contribuição Social Sobre o
Lucro (art. 88, XXVI da Lei nº 9.430/96).
4.3 - Indedutibilidade Dos Juros Capitalizados
De acordo com o artigo 88, item XXVI da Lei nº 9.430/96, dispõe que o valor dos juros, que forem incorporados ao
capital social ou mantidos em conta de reserva destinada a aumento de capital, em vez de pagos ou creditados
aos beneficiários, não são dedutíveis na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição
Social Sobre o Lucro.
5. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA
Os juros remuneratórios ficarão sujeitos à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de quinze por cento,
na data do pagamento ou crédito ao respectivo beneficiário.
O Imposto de Renda na Fonte deverá ser pago até o terceiro dia útil da semana subseqüente a do pagamento ou
crédito dos juros, utilizando-se, para preenchimento do Darf, o código 5706 (AD Cosar nº 08/96).
5.1 - Juros e Encargos Calculados Sobre os Juros Remuneratórios do Capital Próprio
De acordo com o artigo 1º da Instrução Normativa SRF nº 12/99, os juros e outros encargos pagos ou creditados
pela pessoa jurídica a seus sócios ou acionistas, calculados sobre os juros remuneratórios do capital próprio e
sobre os lucros e dividendos por ela distribuídos, sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à
alíquota de 20%.
A esses juros e encargos aplicam-se as normas referentes aos rendimentos de aplicações financeiras de renda
fixa, inclusive quanto ao informe a ser fornecido pela pessoa jurídica.
6. TRATAMENTO A SER OBSERVADO NAS PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS BENEFICIÁRIAS
6.1 - Beneficiária Tributada Pelo Lucro Real
Quando a pessoa jurídica beneficiária for tributada com base no lucro real, os juros obtidos serão registrados em
conta de receita financeira e integrarão o lucro real e a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro.
O Imposto de Renda Incidente na Fonte terá o seguinte tratamento tributário:
a) no caso de recebimento efetivo ou crédito dos juros, será considerado antecipação do devido na
declaração de rendimentos ou compensado com o que a empresa houver retido por ocasião do
pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração do capital próprio, a seu titular, sócios ou
acionistas;
a) registrar, como receita financeira, o valor dos juros capitalizados que lhe couber e o do Imposto
de Renda na Fonte a compensar;
b) o valor do imposto registrado como receita poderá ser excluído do lucro líquido para
determinação do lucro real.
a) Arrendamento mercantil:
Ao receber o equipamento, a empresa arrendatária nada registra em seu balanço patrimonial, podendo, para
controle, apenas efetuar o registro nas contas de compensação:
D - BENS RECEBIDOS EM ARRENDAMENTO (Conta de Compensação Ativa)
C - CONTRATOS DE ARRENDAMENTO (Conta de Compensação Passiva)
b) Hipotecas:
A responsabilidade por hipoteca de imóveis pode ser registrada em conta de compensação da seguinte forma:
D - IMÓVEIS HIPOTECADOS (Conta de Compensação Ativa)
C - HIPOTECAS (Conta de Compensação Passiva)
h) Contratos de seguros:
a) distribuição de lucros;
i) provar, a sócios que se retiram da sociedade, a situação patrimonial da empresa, para fins de
restituição de capital ou venda de participação societária;
a) a companhia aberta que tiver mais de 30% do valor do seu Patrimônio Líquido representado por
investimentos em sociedades controladas; e
40.1 - Conceito
O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), instituiu a
Demonstração do Resultado do Exercício.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida, o
resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de
doze meses.
De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração do Resultado do Exercício,
discriminar "a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, dos abatimentos e dos impostos" e a
receita líquida das vendas e serviços".
- mercado nacional
- exportação
2. Vendas de Mercadorias
- mercado nacional
- exportação
3. Prestação de Serviços
- mercado nacional
- exportação
2. Despesas Administrativas
1. Receitas Financeiras
3. Despesas financeiras
4.
Nesta conta registra-se a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em operações realizadas pela
empresa.
Na legislação do Imposto de Renda, o conceito de receita líquida é o mesmo da Lei nº 6.404/76, no entanto, em
relação ao conceito de receita bruta, o artigo 279 do RIR/99 define que, "na receita bruta não se incluem os
impostos não cumulativos, cobrados do comprador ou contratante (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do
qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário. Dessa forma para fins de Imposto de
Renda, o ICMS faz parte da receita bruta, mas o IPI não.
Assim sendo, em função do problema apresentado, pode-se adaptar a demonstração do resultado do exercício da
seguinte forma:
I - Faturamento bruto
I - Vendas Canceladas
Nesta conta, de natureza devedora, são registradas as devoluções de vendas relativas a anulação de valores
registrados como receita bruta de vendas e serviços. Assim sendo, as devoluções não devem ser deduzidas
diretamente da conta de vendas, mas registradas nessa conta devedora.
Nessa conta serão registrados os descontos concedidos aos clientes relativos às vendas e serviços que devem ser
excluídos da Receita Bruta.
A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela incidentes (exceto IPI), que
são registrados em contas devedoras. Desta forma os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como:
ISS, ICMS, ISS, PIS, Cofins, serão diminuídos da receita bruta.
Estas contas registram os custos de produção de bens ou serviços vendidos, compreendendo o seguinte:
A apuração dos custos dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois
representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. Nas empresas comerciais
a apuração dos custos pode ser feita através da seguinte fórmula:
CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = custo das mercadorias vendidas
EI = estoque de mercadorias no início do período
C = compras ou entradas do período
EF = estoque de mercadorias n final do período
No caso das empresas industriais, é necessário um sistema de contabilidade de custos, cuja complexidade vai
depender da estrutura do sistema de produção e suas necessidades internas de controle.
Fazem parte deste grupo as receitas e despesas operacionais, as despesas com as vendas, as despesas
financeiras, deduzidas das receitas financeiras, as despesas administrativas e outras despesas enquadradas como
operacionais.
a) despesas com o pessoal da área de vendas: salários, gratificações, férias, 13º salário, encargos
sociais, assistência médica, comissões sobre vendas;
b) propaganda e publicidade;
II - Despesas administrativas
As despesas administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou gestão da empresa, tais
como:
- juros recebidos referente aos juros cobrados pela empresa de seus clientes, por atraso de
pagamento e outras operações similares;
- variação cambial incorrida pela atualização periódica de obrigações ou créditos a serem pagos ou
recebidos em moeda estrangeira;
c) ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência
de bens do ativo permanente.
a) No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos
nelas registrados, nos seguintes grupos:
- ativo circulante;
- passivo circulante;
XIV - Após ter efetuado todos os lançamentos de encerramento do exercício, no livro diário, devem ser transcritos
também o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, com a data e assinatura dos
administradores e do responsável pela contabilidade.
41.1.1 - Modelo de Balanço Patrimonial
De acordo com os artigos 178 a 182 da Lei das Sociedades por Ações, sugerimos o seguinte modelo de balanço
patrimonial:
EMPRESA: DELTA S/A
BALANÇO PATRIMONIAL
EXERCÍCIO FINANCEIRO FINDO EM 31.12.X1
ATIVO EXERCÍCIO EXERCÍCIO
ANTERIOR ATUAL
CIRCULANTE
Disponibilidades
Caixa
Banco-conta corrente
Aplicações financeiras
CRÉDITOS
Clientes
(-) Duplicatas descontadas
(-) Provisão para créditos de liquidação duvidosa
Títulos a receber
Banco conta vinculada
Adiantamentos a terceiros
Adiantamentos a funcionários
Impostos a recuperar
Investimentos temporários
ESTOQUES
DESPESAS ANTECIPADAS
Prêmio de seguros a apropriar
Encargos financeiros a apropriar
OUTROS VALORES E BENS
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
DIREITOS REALIZÁVEIS APÓS O EXERCÍCIO
SEGUINTE
Adiantamentos a terceiros
Impostos a recuperar
Empréstimos compulsórios
PERMANENTE
INVESTIMENTOS
Participações societárias
Obras de arte
IMOBILIZADO
Terrenos
Instalações
Móveis/utensílios
Veículos
a) em relação aos bens e valores sujeitos à correção monetária, partir dos valores corrigidos
constantes do último balanço levantado antes de optar pela tributação com base no lucro
presumido;
e) a diferença apurada entre o Ativo e o Passivo será classificada como Lucros ou Prejuízos
Acumulados.
Observe-se que a correção monetária das demonstrações financeiras foi revogada pelo artigo 4º da Lei nº 9.249,
de 26/12/95.
41.2.4 - Pessoa Jurídica Que, Embora Desobrigada, Manteve Escrituração Regular
Se a empresa houver mantido escrituração regular durante o período que tenha optado pela tributação com base
no lucro presumido (entendendo-se que procedeu normalmente nas épocas próprias, à correção monetária de
balanço, ao registro das aquisições e baixas), o balanço de abertura será a simples transposição dos valores
expressos no último balanço levantado, correspondente a 31 de dezembro do ano findo, conforme esclareceu a
questão 441 do livreto Plantão Fiscal - Perguntas e Respostas - IRPJ 1990.
41.2.5 - Pessoa Jurídica Que Nunca Manteve Escrituração Contábil
Se a pessoa jurídica nunca efetuou registros contábeis nas condições exigidas pela legislação fiscal deverá, por
ocasião do levantamento do balanço de abertura, proceder da seguinte forma:
a) tomar como base, para determinar o valor a ser registrado, o custo dos bens do ativo
imobilizado, dos investimentos permanentes e outros valores sujeitos à correção monetária do
balanço, bem como o valor do capital social, corrigidos monetariamente desde a data da aquisição
e da integralização do capital até 31.12.95;
d.3) debitar conta transitória "Balanço de Abertura" e creditar conta "Lucros Acumulados" quando o
resultado for positivo;
Ressalte-se que o valor registrado como Prejuízos Acumulados (diferença apurada entre o Ativo e o Passivo), não
poderá ser compensado na determinação do lucro real, tendo em vista tratar-se de prejuízo meramente contábil.
c) verificar a inclusão dos lançamentos que movimentam grande número de contas (por exemplo,
os lançamentos da folha de pagamento);
As empresas que não possuem sistema de custos integrado com a contabilidade devem avaliar os seus estoques
de acordo com as regras estabelecidas na legislação do Imposto de Renda.
5.4 - Variações Monetárias Ativas e Passivas
As variações monetárias têm a função de reconhecer no resultado as alterações nos valores das obrigações por
disposição legal, por regra contratual ou por terem sido contratados em moeda estrangeira.
A conferência de todos os contratos de financiamento, de aplicações financeiras, de dívidas e créditos diversos
(especialmente os de natureza tributária) deve ser efetuada em conjunto com a conciliação dos saldos contábeis.
Embora a legislação tributária (MP nº 2.037/00) permita o reconhecimento das variações cambiais pelo regime de
caixa, este procedimento não está de acordo com os princípios contábeis.
5.5 - Receitas e Despesas Financeiras - Apropriação Pro Rata
O Princípio Contábil da Competência exige que se reconheça no resultado todas as receitas e despesas
financeiras que são geradas pela simples fluência de tempo, independentemente do efetivo recebimento ou
pagamento. Assim, existindo créditos e obrigações sujeitos a encargos financeiros, as receitas e as despesas
geradas devem ser apropriadas proporcionalmente ao período transcorrido desde a data da sua contratação ou do
último balanço.
6. VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DOS SALDOS E DA CONSTITUIÇÃO DAS PROVISÕES
Na constituição de provisões deve-se observar os Princípios Contábeis e cercar-se do máximo de elementos que
possibilitem a melhor avaliação do fato no momento do lançamento contábil, levando-se em conta, também, as
implicações fiscais pertinentes.
6.1 - Provisões de Férias e 13º Salário
As provisões para férias de empregados constituídas devem estar suportadas pelos cálculos efetuados no
departamento responsável pela folha de pagamento.
A provisão para o 13º salário, normalmente, não deverá apresentar saldo no balanço de 31 de dezembro, exceto
no tocante a complementações devidas a funcionários que percebam salário variável.
6.2 - Provisões Para Contingências Fiscais
Essas provisões não têm a sua dedutibilidade admitida pela legislação fiscal, mas, tecnicamente, poderá ser
necessária a sua constituição sempre que a empresa possua uma informação razoável sobre a possibilidade de
não ter os argumentos que motivaram a contestação de exigências fiscais reconhecidos no processo administrativo
ou judicial.
6.3 - Provisão Para Perdas Prováveis em Investimentos
O reconhecimento de prováveis perdas em investimentos deve ser criteriosamente efetuado pelas empresas,
qualquer que seja o método de avaliação utilizado para registrá-los na contabilidade.
Essa provisão deixou de ser dedutível para efeitos fiscais desde 01.01.96 (Lei nº 9.249/95).
6.4 - Provisão Para a Redução de Ativos ao Valor de Mercado
A modificação de métodos ou critérios contábeis poderão ter ou não efeitos relevantes e, também, poderão
influenciar ou não a apuração do lucro líquido do exercício.
Observe-se que quando a modificação de métodos ou critérios contábeis afetar a apuração do lucro líquido do
exercício, o efeito correspondente deverá ser lançado, conforme o caso, a débito ou a crédito da conta de "Lucros
ou Prejuízos Acumulados".
O Manual de Contabilidade da Fipecafi cita os seguintes exemplos de alterações de critérios contábeis:
- alteração do método de avaliação dos estoques (do custeio direto para o custeio por absorção ou
do FIFO para o médio etc.);
- mudança no método de avaliação dos investimentos (do método do custo para o da equivalência
patrimonial).
A retificação de erros de exercícios anteriores poderá afetar, também, o lucro líquido do exercício. Nesse caso, o
valor correspondente a retificação será lançado, conforme o caso, a débito ou a crédito da conta de "Lucros ou
Prejuízos Acumulados". Note-se que os ajustes são aqueles resultantes de efeitos na retificação de erro imputável
a determinado exercício anterior e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.
O Manual de Contabilidade da Fipecafi adverte que se deve ter bastante cautela e prudência para registrar ajustes
por erros de exercícios anteriores diretamente na conta de Lucros Acumulados, e não se deve dar esse tratamento
a pequenos valores.
III - ERROS COM CONTAS PATRIMONIAIS
Regra geral, os erros cometidos com contas patrimoniais, tais como inversão de lançamento, contrapartida a débito
em conta indevida ou contrapartida a crédito em conta indevida, não provocam influência na determinação do lucro
e, por inferência, no resultado tributável do exercício.
b) receita lançada a maior ou manutenção na contabilidade de valor de receita, cuja nota fiscal já
foi objeto de cancelamento;
Fora os casos retro descritos, é óbvio, existem outros que podem causar distorções na determinação do resultado.
V - PROCEDIMENTO CONTÁBIL PARA REGULARIZAÇÃO DO ERRO
Supondo-se que os erros que provocam aumento indevido do resultado tenham sido detectados após o
encerramento do período, o procedimento contábil a ser seguido pela empresa será o seguinte:
b) transferência do valor do ajuste da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores" para a conta "Lucros
ou Prejuízos Acumulados";
Exemplo:
Imaginemos que no ano-calendário de 1997 a empresa, inadvertidamente, não efetuou o registro contábil referente
ao cancelamento de uma nota fiscal no valor de R$ 60.000,00, ocorrendo a sua regularização no período
subseqüente.
Os ajustes contábeis, no exemplo proposto, serão efetuados da seguinte forma:
D - AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (Patrimônio Líquido)
d) registro a débito em conta de resultado referente conserto de bens do ativo imobilizado, que
resulte em aumento da vida útil superior a um ano em relação a sua (s) data (s) de aquisição;
b) transferência do valor do ajuste da conta "Ajustes de Exercícios Anteriores" para a conta "Lucros
ou Prejuízos Acumulados";
Exemplo:
Imaginemos que determinada empresa tenha desembolsado a importância de R$ 10.000,00 na reforma de um
veículo e, em decorrência dessa reforma, houve um aumento de vida útil superior a um ano.
O registro contábil foi feito erroneamente, da seguinte forma:
D - DESPESAS DE CONSERVAÇÃO DE VEÍCULOS (Resultado)
a) dividendos distribuídos;
III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou
redução do capital circulante líquido.
IV - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido
e o seu aumento ou redução durante o exercício.
a) Das próprias operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido)
do exercício são maiores que as despesas, ou seja, resultam do lucro líquido apurado
exclusivamente das operações regulares da empresa.
Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos.
b) Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais
recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital circulante
líquido.<P255%0>
c) De terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos
recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformação de
Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.
Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo, não são considerados como origem de recursos para fins dessa
demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido. Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao
mesmo tempo, do Passivo Circulante.
Enfatize-se que a depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de fundos, devem
ser adicionadas ao lucro líquido apurado no exercício, para efeito de elaboração da demonstração das origens e
aplicações de recursos.
a) Imobilizações
Ocorrendo a aquisição de bens para o Ativo Imobilizado, investimentos permanentes ou aplicação de recursos no
Ativo Diferido, tais fatos representam aplicação de recursos e, conseqüentemente, refletem numa variação líquida
negativa do Capital Circulante Líquido.
c) Remuneração de dividendos
A remuneração de acionistas, decorrente de dividendos, representa uma aplicação de recursos, refletindo numa
variação negativa do Capital Circulante Líquido.
b) Conversão de empréstimos de longo prazo em capital, caso em que há uma origem pelo
aumento do capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do Exigível a Longo Prazo,
como se houvesse ingresso de recurso de capital aplicado na liquidação da dívida.
c) Integralização de Capital em bens do Ativo Permanente, situação também sem efeito sobre o
Capital Circulante Líquido, mas representada na origem (aumento de capital) e na aplicação (bens
do Ativo Permanente recebidos), como se houvesse essa circulação do recurso.
d) Venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo, operação que também deve ser
demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda e, na aplicação, como se
houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a longo prazo.
f) Variação nos resultados de exercícios futuros, representa lucros que, pelo regime de
competência, pertencem a exercícios futuros, porém, já afetaram o capital circulante líquido, ou
seja, se o saldo de Resultados de Exercícios Futuros tem um aumento no exercício, significa que a
empresa já o recebeu, aumentando o Capital Circulante Líquido, mas sem que o tenha registrado
como receita, não fazendo parte do lucro do ano. Assim, como se trata de recebimento originário
pelas operações da empresa, deve ser agregado ao resultado do exercício. Se houver redução do
saldo desse grupo, deve ser diminuído do lucro líquido.
i) Variações monetárias de dívidas de longo prazo: essas despesas afetam o lucro mas, por
reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo Prazo, não alteram o capital
circulante líquido. Devem, por isso, também ser adicionadas ao lucro líquido do exercício.
Conforme o livro Razão da empresa é composto pelas contas abaixo e teve a seguinte movimentação no período:
CONTAS SALDO EM 31.12.X1 ADIÇÕES BAIXAS SALDO EM 31.12.X2
Empréstimos compulsórios 2.500 1.000 - 3.500
Impostos a recuperar 1.500 - - 1.500
Títulos a receber 6.000 - (6.000)
b) Investimentos
- a venda de investimentos (feita pelo mesmo valor de baixa) por R$ 2.000,00, representa uma
origem;
c) Imobilizado
Nas fichas Razão da empresa foi constatada a seguinte movimentação do imobilizado da empresa em 19X2:
CONTA SALDOS EM ADIÇÕES BAIXAS TRANSFE- SALDOS EM
31.12.X1 RÊNCIAS 31.12.X2
Terrenos 30.000 9.000 - - 39.000
Edifícios 60.000 18.000 - 12.000 90.000
Máquinas e 170.000 110.000 (29.400) 10.000 260.600
equipamentos
Veículos 20.000 11.700 (4.000) - 27.700
Obras em andamento 30.000 55.000 - (22.000) 63.000
TOTAL 310.000 203.700 33.400 -0- 480.300
Depreciação
Acumulada
Edifícios (15.000) (7.700) - - (22.700)
Máquinas e (90.000) (50.000) 10.700 - (129.300)
equipamentos
Veículos (5.000) (5.300) 2.000 - (8.300)
(110.000) (63.000) 12.700 -0- (160.300)
Total líquido 200.000 320.000
d) Venda de Imobilizado
Considerando-se que as vendas do imobilizado foram efetuadas pelo valor de R$ 50.000,00, temos:
Preço de venda: R$ 50.000,00
Valor líquido dos bens baixados: R$ 20.700,00
Lucro apurado: R$ 29.300,00
Neste caso, o valor de venda de R$ 50.000,00 entra como origem e o lucro de R$ 29.300,00 como redução do
lucro líquido para determinar o ingresso efetivo de recursos das operações.
e) Ativo Diferido
g) Patrimônio Líquido
As variações no Patrimônio Líquido são facilmente identificadas se a empresa tiver a Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido, pois tais variações são tão-somente as transações que aumentaram ou diminuíram o
patrimônio total do exercício; transações essas que são extraídas da coluna total daquela demonstração.
Se a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresentasse os seguintes dados:
Saldo em 31.12.X1 R$ 168.000
Ajuste de exercícios anteriores - mudança de critério de avaliação de estoques R$ (4.000)
Integralização de capital R$ 91.000
Lucro líquido do exercício R$ 50.000
Dividendos R$ (10.000)
Saldo em 31.12.X2 R$ 295.000
Neste caso, o ajuste de exercícios anteriores no valor de R$ 4.000, que foi creditada em Estoques, sendo uma
aplicação de recursos, mas a ser ajustada contra a variação no capital circulante líquido, como se corrigisse o
saldo inicial.
A integralização de capital no valor de R$ 91.000 e o lucro líquido do exercício no valor de R$ 50.000 representam
uma origem de recursos.
Os dividendos no valor de R$ 10.000 representam uma aplicação de recursos.
Temos, assim, a composição líquida de todas as contas não circulantes, bastando agora dispor cada valor, já de
forma ordenada, na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, como segue:
EMPRESA DELTA S/A DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO FINDO EM
31.12.97 EM MILHARES DE R$
RESERVAS DE CAPITAL RESERVAS DE LUCROS Lucros Total
Capital Ágio na Subvenções Reserva Para Reserva Reserva Acumulados
Componentes
Realizado Emissão Para Contingência Estatutária Legal
de Ações Investimentos
Saldo Em 31.12.x1
AJUSTES DE
EXERCÍCIOS
ANTERIORES:
efeitos de mudança de
critérios contábeis
retificação de erros de
exercícios anteriores
AUMENTO DE
CAPITAL:
com lucros e reservas
por subscrição realizada
REVERSÕES DE
RESERVAS
de contingências
de lucros a realizar
LUCRO LÍQUIDO DO
EXERCÍCIO:
PROPOSTA DA
ADMINISTRAÇÃO DE
DESTINAÇÃO DO
LUCRO:
Transferências para
reservas
Reserva legal
Reserva estatutária
Reserva de lucros para
expansão
Reserva de lucros a
realizar
Dividendos a distribuir
(R$ ... por ação)
SALDO EM 31.12.X2
"a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos
cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou
riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo;
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
responsabilidades eventuais ou contingentes;
i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter,
efeitos relevantes sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia."Como se
verifica, a Lei das S/A estabeleceu os casos que deverão ser mencionados em notas explicativas;
no entanto, essa menção representa o conceito básico a ser seguido pelas empresas, podendo
haver situações em que sejam necessárias notas explicativas adicionais, além das já previstas
pela Lei das S/A.
- ações em tesouraria;
- arrendamento mercantil;
- capital realizado atualizado;
- demonstrações em moeda de capacidade constante;
- demonstrações financeiras consolidadas;
- lucro/prejuízo por ação;
- Ativo Diferido;
- investimentos societários no Exterior;
- mudança de critério contábil;
- remuneração dos administradores;
- reservas - detalhamento;
- retenção de lucros;
- transações entre partes relacionadas;
- - dividendos - cálculo;
- ágio/deságio;
- equivalência patrimonial;
- destinação do resultado do exercício;
- empreendimentos em fase de implantação;
- debêntures;
- ajustes de exercícios anteriores;
- reavaliação de bens;
- planos de aposentadoria e pensões;
- provisões para créditos de liquidação duvidosa;
- ônus, garantias e contingentes;
- obrigações de longo prazo;
- programa de desestatização;
45.5 - Conclusão
Diante do exposto, verifica-se que existe uma extensa gama de informações que devem constar de Notas
Explicativas e que precisam, portanto, ser cuidadosamente analisadas por ocasião da elaboração das
demonstrações financeiras; é necessário verificar que tipos de informações devem constar dessas notas, não se
restringindo apenas aos requisitos mínimos da Lei das S/A, mas considerando ainda informações complementares
necessárias a um melhor esclarecimento da posição patrimonial e financeiras e dos resultados das operações da
empresa, particularmente no que se refere a práticas contábeis específicas no ramo de atividades da empresa.
O índice é uma relação entre as contas do mesmo grupo ou entre as contas de grupos diferentes que compõem as
Demonstrações Financeiras. Através da utilização dos índices, o analista tem uma visão mais detalhada da
situação econômica ou financeira da empresa.
No entanto, é bom lembrar que não é só a análise através de alguns índices que se tem um resultado final sobre o
desempenho da empresa. Para que se possa fornecer um laudo final, o profissional precisa utilizar-se de vários
componentes de análise específicos sobre a estrutura financeira e econômica da empresa, bem como estabelecer
comparações com os índices apurados em outras empresas que exploram a mesma atividade econômica da
empresa analisada.
Para análise das Demonstrações Financeiras, pode-se utilizar os seguintes grupos de índices:
b) índices de estrutura - indicam a segurança oferecida pela empresa aos seus credores que
representam o capital alheio, bem como revelam a sua política de obtenção de outros recursos e
suas respectivas alocações.
a) liquidez corrente;
b) liquidez imediata;
c) liquidez seca;
d) liquidez geral.
a) Endividamento geral;
b) Composição do endividamento;
Esse índice procura mostrar a relação entre o capital de terceiros (Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo)
com o capital próprio (Patrimônio Líquido).
O objetivo é levantar a proporção entre o capital próprio e o capital de terceiros, que visa aquilatar a política de
obtenção e aplicação de recursos adotada pela empresa.
Quanto maior este índice, melhor para a empresa, pois demonstra que o capital próprio supera o capital de
terceiros.
Obtém-se a garantia de capital de terceiros (GCT) através da seguinte fórmula:
GCT = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PASSIVO EXIGÍVEL
Obs.: Passivo Exigível = Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo.
Este índice indica a dependência de recursos de terceiros (Passivo Exigível) no financiamento do ativo.
O grau de endividamento ou endividamento geral é encontrado através da seguinte fórmula:
a) giro do ativo;
b) margem líquida;
c) margem bruta;
d) margem operacional;
e) rentabilidade do ativo;
f) rentabilidade do patrimônio líquido.
Os índices de rentabilidade são de interesse dos sócios que, através deles, verificam a remuneração do capital
aplicado. Também os bancos e fornecedores têm interesse na rentabilidade da empresa, uma vez que medem a
capacidade de pagamentos de dívidas assumidas.
Exemplo:
Considerando-se que determinada empresa apresente os seguintes índices, apurados em seu último balanço:
I - Dados:
LL = (0,20)
PL
LG = 0,50
LS = 0,10
LC = 2,60
ET = 2,60
PL
c) o modelo não deve ser considerado de maneira isolada, mas outros indicadores também
deverão ser tomados para que haja maior eficiência da análise.
47.1 - Conceito
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em
todos os direitos e obrigações (art. 227 da Lei nº 6.404/76). Na incorporação, a sociedade incorporada deixa de
existir, mas a empresa incorporadora continuará com a sua personalidade jurídica.
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá
em todos os direitos e obrigações (art. 228 da Lei nº 6.404/76). Note-se que, na fusão, todas as sociedades
fusionadas se extinguem para dar lugar à formação de nova sociedade com personalidade jurídica distinta
daquelas.
A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades,
constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a cisão (art. 229 da Lei nº 6.404/76).
Ressalte-se que não descaracteriza a cisão o fato da divisão do patrimônio da pessoa jurídica resultar em
composição societária diferente daquela anterior ao evento (PN CST nº 21/87).
a) no período-base em que a reserva for utilizada para aumento de capital social, no montante
capitalizado;
b) em cada período-base, no montante do aumento do valor dos bens reavaliados que tenha sido
realizado no período, inclusive mediante:
a) será considerado custo de aquisição, para efeito de apuração de ganho ou perda de capital na
alienação do direito que lhe deu causa ou na sua transferência para sócio ou acionista, na hipótese
devolução de capital;
b) poderá ser deduzido como perda, no encerramento das atividades da empresa, se comprovada,
nessa data, a inexistência de fundo de comércio ou do intangível que lhe deu causa.
III - o valor do ágio, cujo fundamento seja o valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em
previsão dos resultados nos exercícios futuros, poderá ser amortizado nos balanços correspondentes à apuração
do lucro real, levantados nos cinco anos-calendário subseqüentes à incorporação ou fusão, à razão de 1/60, no
máximo, em cada mês do período de apuração;
IV - o valor do deságio, cujo fundamento seja o valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em
previsão dos resultados nos exercícios futuros, deverá ser amortizado nos balanços correspondentes à apuração
do lucro real, levantados nos cinco anos-calendário subseqüentes à incorporação ou fusão, à razão de 1/160, no
mínimo, para cada mês do período de apuração.
Se o bem que deu causa ao ágio ou deságio não houver sido transferido na hipótese de cisão, para o patrimônio
da sucessora esta deverá registrar:
b) o deságio, em conta de receita diferida, para amortização na forma mencionada no item IV.
a) incluir, em sua declaração de bens, as ações ou quotas pelo valor pelo qual houverem sido
recebidos, tributando como ganho de capital a diferença entre este e o valor declarado da
participação extinta;
b) incluir, em sua declaração de bens, os bens e direitos pelo mesmo valor da participação extinta.
Tratando-se de lucros distribuídos aos sócios, sobre a parcela considerada distribuída, aplicar-se-á a tributação ou
isenção prevista pela legislação da época de formação dos lucros.
A DIRPJ deverá ser preenchida em nome da pessoa jurídica incorporada, fusionada ou cindida e entregue até o
último dia útil do mês subseqüente ao do evento (art. 21, § 4º da Lei n.º 9.249, de 1995 e art. 6º da Lei n.º 9.648,
de 1998).
b) Encerramento de Atividades
No caso de encerramento de atividades, a declaração de rendimentos deverá ser entregue até o último dia útil do
mês subseqüente ao da extinção (art. 56, § 2º, da Lei n.º 8.981, de 1995).
47.10.3 - Pagamento
I - Prazo de Pagamento em Virtude de Incorporação, Fusão ou Cisão
O pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro correspondente ao período-base
encerrado em virtude de incorporação, fusão ou cisão deverá ser efetuado até o último dia útil do mês subseqüente
ao do evento (Lei n.º 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 5º, § 4º), observado o seguinte:
b) no caso de cisão parcial, o imposto sobre a renda e a contribuição social sobre o lucro
correspondentes ao período-base anterior ao do evento serão pagos nos mesmos prazos
originalmente previstos.
c) os DARF para pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro
devidos pela sucedida, na data do evento, serão preenchidos com o CNPJ da sucedida.
48.1. INTRODUÇÃO
Por meio da INSTRUÇÃO NORMATIVA DNRC Nº 88, de 02.08.01
(DOU de 14.08.01) foram estabelecidos os procedimentos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão
de sociedades mercantis, os quais examinamos a seguir.
48.2. TRANSFORMAÇÃO
48.2.1 - Conceito
A transformação é a operação pela qual a sociedade muda de tipo jurídico, sem sofrer dissolução e liquidação,
obedecidas as normas reguladoras da constituição e do registro da nova forma a ser adotada.
48.2.2 - Obrigações dos sócios e acionistas
Os sócios ou acionistas da sociedade a ser transformada deverão deliberar sobre:
I - a transformação da sociedade, podendo fazê-la por instrumento público ou particular;
II - a aprovação do estatuto ou contrato social;
III - a eleição dos administradores, dos membros do conselho fiscal, se permanente, e fixação das respectivas
remunerações quando se tratar de sociedade anônima.
48.2.3 - Aprovação pelos sócios ou acionistas
A transformação de um tipo jurídico societário para qualquer outro deverá ser aprovada pela totalidade dos sócios
ou acionistas, salvo se prevista em disposição contratual ou estatutária.
Em caso de transformação por deliberação majoritária, do instrumento resultante não constará o nome de
dissidentes.
A deliberação de transformação da sociedade anônima em outro tipo de sociedade deverá ser formalizada por
assembléia geral extraordinária, na qual será aprovado o contrato social, transcrito na própria ata da assembléia ou
em instrumento separado.
48.2.4 - Formalização
A transformação de sociedades contratuais em qualquer outro tipo jurídico de sociedade deverá ser formalizada
por meio de alteração contratual, na qual será aprovado o estatuto ou contrato social, transcrito na própria
alteração ou em instrumento separado.
Para o arquivamento do ato de transformação, além dos demais documentos formalmente exigidos, são
necessários:
I - o instrumento de transformação;
II - o estatuto ou contrato social, se não transcrito no instrumento de transformação;
III - a relação completa dos acionistas ou sócios, com a indicação da quantidade de ações ou cotas resultantes da
conversão.
Para efeito de arquivamento perante a Junta Comercial, a transformação poderá ser formalizada em instrumento
único ou em separado.
48.3. INCORPORAÇÃO
48.3.1 - Conceito
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades, de tipos iguais ou diferentes, são absorvidas por
outra que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo ser deliberada na forma prevista para alteração
do respectivo estatuto ou contrato social.
48.3.2 - Procedimentos
A incorporação de sociedade mercantil, de qualquer tipo jurídico, deverá obedecer aos seguintes procedimentos:
I - a assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual da sociedade incorporadora deverá aprovar o
protocolo, a justificação e o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade incorporada, elaborado por três
peritos ou empresa especializada, e autorizar, quando for o caso, o aumento do capital com o valor do patrimônio
líquido incorporado;
II - a assembléia geral extraordinária ou o instrumento de alteração contratual da sociedade incorporada, que
aprovar o protocolo e a justificação, autorizará os seus administradores a praticarem os atos necessários à
incorporação;
III - aprovados em assembléia geral extraordinária ou por alteração contratual da sociedade incorporadora o laudo
de avaliação e a incorporação, extingue-se a incorporada, devendo os administradores da incorporadora
providenciar o arquivamento dos atos e sua publicação, quando couber.
48.3.3 - Documentos Necessários
Para o arquivamento dos atos de incorporação, além dos demais documentos formalmente exigidos, são
necessários:
I - ata da assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual da sociedade incorporadora com a aprovação
do protocolo, da justificação, a nomeação de três peritos ou de empresa especializada, do laudo de avaliação, a
versão do patrimônio líquido, o aumento do capital social, se for o caso, extinguindo-se a incorporada;
II - ata da assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual da incorporada com a aprovação do protocolo,
da justificação, e autorização aos administradores para praticarem os atos necessários à incorporação.
O protocolo, a justificação e o laudo de avaliação, quando não transcritos na ata ou na alteração contratual, serão
apresentados como anexo.
48.3.4 - Sociedades Que Tenham Sede em Outra Unidade da Federação
48.4. FUSÃO
48.4.1 - Conceito
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades, de tipos jurídicos iguais ou diferentes,
constituindo nova sociedade que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, deliberada na forma prevista
para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
48.4.2 - Procedimentos
A fusão de sociedades de qualquer tipo jurídico deverá obedecer aos seguintes procedimentos:
I - a assembléia geral extraordinária ou instrumento de alteração contratual de cada sociedade deverá aprovar o
protocolo, a justificação e nomear três peritos ou empresa especializada para a avaliação do patrimônio líquido das
demais sociedades envolvidas;
II - os acionistas ou sócios das sociedades a serem fusionadas aprovam, em assembléia geral conjunta, o laudo de
avaliação de seus patrimônios líquidos, e a constituição da nova empresa, vedado-lhes votarem o laudo da própria
sociedade;
III - constituída a nova sociedade, e extintas as sociedades fusionadas, os primeiros administradores promoverão o
arquivamento dos atos da fusão e sua publicação, quando couber.
48.4.3 - Documentos necessários
Para o arquivamento dos atos de fusão, além dos demais documentos formalmente exigidos, são necessários:
I - ata da assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual de cada sociedade envolvida, com a aprovação
do protocolo, da justificação e da nomeação dos três peritos ou de empresa especializada;
II - ata da assembléia geral de constituição ou o contrato social.
O protocolo, a justificação, e o laudo de avaliação, quando não transcritos no instrumento de fusão, serão
apresentados como anexo.
48.4.4 - Sociedades Que Tenham Sede em Outra Unidade da Federação
As sociedades envolvidas na operação de fusão que tenham sede em outra unidade da federação, deverão
arquivar a requerimento dos administradores da nova sociedade na Junta Comercial da respectiva jurisdição os
seguintes atos:
I - na sede das fusionadas:
b) após legalização da nova sociedade, deverá ser arquivada certidão ou instrumento de sua
constituição;
II - na sede da nova sociedade: a ata de constituição e o estatuto social, se nela não transcrito, ou contrato social.
48.5. CISÃO
48.5.1 - Conceito
A cisão é o processo pelo qual a sociedade, por deliberação tomada na forma prevista para alteração do estatuto
ou contrato social, transfere todo ou parcela do seu patrimônio para sociedades existentes ou constituídas para
este fim, com a extinção da sociedade cindida, se a versão for total, ou redução do capital, se parcial.
48.5.2 - Procedimentos
A cisão de sociedade mercantil, de qualquer tipo jurídico, deverá obedecer aos seguintes procedimentos:
I - Cisão Parcial para sociedade existente:
a) a sociedade, por sua assembléia geral extraordinária ou por alteração contratual, que absorver
parcela do patrimônio de outra, deverá aprovar o protocolo e a justificação, nomear três peritos ou
empresa especializada e autorizar o aumento do capital, se for o caso;
b) a sociedade que estiver sendo cindida, por sua assembléia geral extraordinária ou por alteração
contratual, deverá aprovar o protocolo, a justificação, bem como autorizar seus administradores a
praticarem os demais atos da cisão;
a) as sociedades que, por assembléia geral ou por alteração contratual, absorverem o total do
patrimônio líquido da sociedade cindida, deverão aprovar o protocolo, a justificação e o laudo de
avaliação, elaborado por três peritos ou empresa especializada e autorizar o aumento do capital,
quando for o caso;
b) a sociedade cindida, por assembléia geral ou por alteração contratual, deverá aprovar o
protocolo, a justificação, bem como autorizar seus administradores a praticarem os demais atos da
cisão;
c) aprovado o laudo de avaliação pelas sociedades receptoras, efetivar-se-á a cisão, cabendo aos
seus administradores o arquivamento dos atos de cisão e a sua publicação, quando couber.
a) a sociedade cindida, por assembléia geral ou alteração contratual, cuja ata ou instrumento de
alteração contratual servirá de ato de constituição, aprovará a justificação com os elementos de
protocolo e o laudo de avaliação elaborado por três peritos ou empresa especializada,
relativamente ao patrimônio líquido que irá ser vertido para as novas sociedades;
a) Cisão Total
1. a ata da assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual da sociedade cindida que aprovou a operação,
com a justificação e o protocolo;
2. a ata de assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual de cada sociedade que absorver o patrimônio
da cindida, com a justificação, o protocolo, o laudo de avaliação e o aumento de capital.
b) Cisão Parcial
1. a ata da assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual da sociedade cindida que aprovou a operação,
com a justificação e o protocolo;
2. a ata de assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual de cada sociedade que absorver parcela do
patrimônio da cindida, com a justificação, o protocolo, o laudo de avaliação e o aumento de capital.
II - Cisão para Constituição de Nova(s) Sociedade(s):
a) Cisão Total
b) Cisão Parcial
1. a ata da assembléia geral extraordinária ou a alteração contratual da sociedade cindida que aprovou a operação
com a justificação, o protocolo e o laudo de avaliação;
2. os atos constitutivos da nova sociedade.
48.5.4 - Sociedade Envolvidas Que Tenham Sede em Outra Unidade da Federação
As sociedades envolvidas na operação de cisão que tenham sede em outras unidades da federação, deverão
arquivar nas respectivas Juntas Comerciais os seguintes atos:
I - Cisão parcial para sociedade existente:
a) a sociedade cindida deverá arquivar, na Junta Comercial da respectiva jurisdição, o ato que
aprovou o protocolo da operação e a justificação;
b) a sociedade existente, que absorver parte do patrimônio vertido, arquiva, na Junta Comercial da
respectiva jurisdição, o ato que aprovou a operação, a justificação, o protocolo, a nomeação dos
três peritos ou empresa especializada e o laudo de avaliação.
a) a sociedade cindida deverá arquivar, na Junta Comercial da respectiva jurisdição, o ato que
aprovou a justificação com os dados do protocolo e a nomeação dos três peritos ou da empresa
especializada e o laudo de avaliação;
b) a sociedade nova deverá arquivar, na Junta Comercial de sua jurisdição, o ato de constituição,
com o estatuto ou contrato social, acompanhado da justificação com os dados do protocolo.
a) a sociedade cindida deverá arquivar, na Junta Comercial da respectiva jurisdição, o ato que
aprovou a justificação com os dados do protocolo, a nomeação dos três peritos ou de empresa
especializada e o laudo de avaliação;
a) a sociedade cindida deverá arquivar, na Junta Comercial da respectiva jurisdição, o ato que
aprovou o protocolo da cisão e a justificação;
a) o número, espécie e classe de ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de
sócios que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição;
b) os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio a ser vertido;
d) a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas de capital de uma das sociedades
possuídas por outra(s);
e)o valor do capital das sociedades a serem constituídas ou do aumento ou redução do capital das
sociedades que fizerem parte da operação;
f) o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para
efetivar a operação;
b) as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para modificação dos seus
direitos, se previstas;
d) o valor de reembolso das ações ou quotas a que terão direito os sócios ou acionistas
dissidentes.
I - A avaliação dos dois patrimônios será feita por 3 (três) peritos ou empresa especializada e, no caso de
companhias abertas, por empresa especializada.
II - Para efeito da comparação, as ações do capital da controlada de propriedade da controladora serão avaliadas,
no patrimônio desta;
III -Se as relações de substituição das ações dos acionistas não controladores, previstas no protocolo da
incorporação, forem menos vantajosas que as resultantes da comparação mencionada acima, os acionistas
dissidentes da deliberação da assembléia-geral da controlada que aprovar a operação, poderão optar, entre o valor
de reembolso o valor apurado em conformidade com o disposto acima.
Aplicam-se as normas mencionadas à incorporação de controladora por sua controlada, à fusão de companhia
controladora com a controlada, à incorporação de ações de companhia controlada ou controladora, à incorporação,
fusão e incorporação de ações de sociedades sob controle comum.
49.1 - Conceito
A dissolução da sociedade caracteriza-se como sendo o momento em que é decidida a extinção da pessoa
jurídica, passando-se então a sua liquidação.
A liquidação, por sua vez, é o conjunto dos atos destinados a realizar o ativo, pagar o passivo e destinar o saldo
que houver, mediante partilha aos sócios.
Concluída a liquidação, a pessoa jurídica se extingue, ou seja, a extinção é o término de sua existência mediante a
baixa dos respectivo registros, inscrições e matrículas nos órgãos competentes (PN CST nº 191/72).
b) o imposto retido na fonte ou pago separadamente sobre as receitas computadas no lucro real do
período.
Se a pessoa jurídica apurar um saldo de imposto positivo, esse valor deverá ser recolhido no prazo
mencionado no item 4.9.2.7.
Caso a pessoa jurídica tenha pago imposto a maior, a diferença apurada poderá ser objeto de pedido de restituição
ou compensação com débito relativo a outro tributo/contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal,
uma vez que em virtude da sua extinção, a empresa não terá meios de compensar o saldo do imposto.
49.2.2 - Pessoa Jurídica Tributada Com Base no Lucro Presumido
Se a pessoa jurídica não estiver obrigada à apuração do lucro real, poderá optar, na Declaração de Rendimentos
de encerramento de atividades, pela tributação com base no lucro presumido.
Neste caso a empresa deverá determinar o lucro presumido do trimestre em curso, até a data da extinção,
calculando o imposto devido mediante a aplicação das alíquotas de 15% sobre o lucro presumido apurado e o
Se a pessoa jurídica apurar um saldo de imposto positivo, esse valor deverá ser recolhido no prazo mencionado no
item 49.2.7. Caso a pessoa jurídica tenha pago imposto a maior, a diferença apurada poderá ser objeto de pedido
de restituição ou compensação com débito relativo a outro tributo/contribuição administrado pela Secretaria da
Receita Federal, uma vez que em virtude da sua extinção, a empresa não terá meios de compensar o saldo do
imposto.
49.2.3 - Pessoa Jurídica Tributada Com Base no Lucro Arbitrado
A pessoa jurídica que estiver obrigada a tributação com base no lucro real e não mantiver escrituração em
conformidade com a legislação fiscal e comercial, ficará sujeita ao cálculo do Imposto de Renda trimestral, com
base no lucro arbitrado de acordo com as regras previstas nos artigos 40 a 43 da Instrução Normativa SRF nº
93/97.
Neste caso a empresa deverá determinar o lucro arbitrado do trimestre em curso, até a data da extinção,
calculando o imposto devido mediante a aplicação das alíquotas de 15% sobre o lucro arbitrado apurado e o
adicional de 10% sobre a parcela do lucro arbitrado, que exceder ao limite correspondente ao resultado da
multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração, observando-se que do imposto
devido apurado poderá ser deduzido:
Se a pessoa jurídica apurar um saldo de imposto positivo, esse valor deverá ser recolhido no prazo mencionado no
item 49.2.7. Caso a pessoa jurídica tenha pago imposto a maior, a diferença apurada poderá ser objeto de pedido
de restituição ou compensação com débito relativo a outro tributo/contribuição administrado pela Secretaria da
Receita Federal, uma vez que em virtude da sua extinção, a empresa não terá meios de compensar o saldo do
imposto.
49. 2.4 - Contribuição Social Sobre o Lucro
No encerramento de atividades, além do Imposto de Renda, a empresa deverá calcular a Contribuição Social
Sobre o Lucro, para a qual se aplicam as mesmas normas de apuração e de pagamento previstas para o
pagamento do Imposto de Renda.
49.2.5 - Realização Integral do Lucro Inflacionário
No caso de encerramento de atividades, a pessoa jurídica extinta deverá considerar integralmente realizado o
saldo de lucro inflacionário a tributar, inclusive o saldo credor da correção complementar IPC/90 (art. 7º da Lei nº
9.065/95).
49.2.6 - Lucros, Rendimentos e Ganhos de Capital Auferidos no Exterior
Os lucros, os rendimentos e os ganhos de capital auferidos no Exterior, por pessoas jurídicas domiciliadas no
Brasil, deverão ser computados na determinação do lucro real apurado no balanço levantado por ocasião do
encerramento de atividades, inclusive lucros auferidos, até a data do balanço de encerramento, por filiais,
sucursais ou controladas no Exterior, observados os procedimentos estabelecidos na IN SRF nº 38/97.
49.2.7 - Pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro
O Imposto de Renda e a Contribuição Social Sobre o Lucro a pagar, apurados no encerramento de atividades,
deverão ser pagos integralmente, até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento, não sendo permitido o
parcelamento em quotas, qualquer que seja o seu valor (art. 5º,§ 4º da Lei nº 9.430/96).
Ressalte-se que, deverá ser observado esse mesmo prazo, para pagamento do imposto e da contribuição social
devidos em períodos anteriores, se o prazo normal para o seu pagamento não vencer antes (art. 861 do RIR/99).
49.2.8 - Entrega da Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ
As pessoas jurídicas que encerrarem atividades deverão apresentar, até o último dia útil do mês subseqüente ao
da sua extinção, a DIPJ correspondente ao ano-calendário em curso, abrangendo o período de 1º de janeiro até a
data da extinção (art.811 do RIR/99).
Se por ocasião da extinção da pessoa jurídica, ainda não houver sido entregue a DIPJ relativa ao ano-calendário
anterior, esta deverá ser entregue juntamente com a declaração de encerramento de atividades.
a) no caso de sócio ou acionista pessoa jurídica, os bens e os direitos recebidos deverão ser
registrados, contabilmente, pelo valor contábil ou de mercado, conforme tenham sido avaliados
pela pessoa jurídica extinta;
b) no caso de sócio ou acionista pessoa física, o valor a ser informado na declaração de bens do
ano em que se efetivar a devolução dos bens, será o valor contábil ou de mercado, conforme
tenham sido avaliados pela pessoa jurídica extinta.
50.1 - Introdução
A Lei das Sociedades por Ações trata da dissolução das companhias em seus artigos 206 e 207; o primeiro
cuidando das formas de desfazimento, e o segundo dos seus efeitos.
A sociedade poderá dissolver-se de pleno direito, por decisão judicial e por decisão de autoridade administrativa
competente, nos casos e na forma previstos em lei especial.
50.2 - Conceito
A dissolução de sociedade mercantil é o ato pelo qual se manifesta a vontade no caso da dissolução voluntária ou
a obrigação no caso da dissolução forçada de encerrar a existência da pessoa jurídica.
A sociedade tão logo dissolvida, entra em liquidação, que é o conjunto de atos destinados a realização do ativo,
pagamento do passivo e destinação do saldo que houver, mediante partilha, aos sócios.
Concluída a fase de liquidação, a pessoa jurídica extingue-se.
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que
representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social; e
IV - fecho.
50.5.2 - Modelo
a) O sócio Paulo Fernandes recebe a quantia de R$........... (valor por extenso) correspondente a
sua quota de capital e R$.............. (valor por extenso), correspondente a lucros;
b) o sócio Pedro Machado recebe a quantia de R$ ...........(valor por extenso) correspondente a sua
quota de capital e R$ ..............(valor por extenso) correspondente a lucros.
IV - Os sócios dão reciprocamente plena, geral e irrevogável quitação, em relação à sociedade extinta, nada tendo
mais a reclamar.
V - O sócio Pedro Machado tomará as providências necessárias para a dissolução formal da sociedade, ficando
sob sua responsabilidade a regularização da extinção perante as repartições públicas, ficando sob sua guarda os
livros da sociedade extinta, no seu endereço na Rua....... nº.... nesta capital.
E, assim, justos e convencionados, assinam o presente instrumento em três vias de igual teor e forma, na presença
das duas testemunhas abaixo, arquivando-se a primeira via na junta Comercial do Estado do Paraná.
Curitiba, ....., de......... de 19....
--------------------------
Paulo Fernandes
--------------------------
Pedro Machado
Testemunhas
---------------------------
---------------------------
50.5.3 - Arquivamento na Junta Comercial
O distrato social marca o fim das atividades normais da empresa e, portanto, deverá ser providenciada o seu
arquivamento na Junta Comercial dentro de trinta dias seguintes à sua lavratura (art. 33 do Decreto nº 1.800/96).
50.5.3.1 - Documentos a Serem Apresentados
Os documentos a serem apresentados para arquivamento do distrato social na Junta Comercial são os seguintes:
I - requerimento-padrão;
II - distrato social em 3 vias assinadas pelos sócios ou seus procuradores e de duas testemunhas;
III - Ficha Cadastro Nacional (2 vias);
IV - Os pedidos de arquivamento de atos de extinção serão instruídos com as seguintes certidões:
d) Certidão Negativa de Débito inscrito em dívida ativa junto à Fazenda Estadual, fornecida pela
Secretaria da Fazenda.
a) formar inventário e balanço do ativo e passivo nos quinze dias imediatos à sua nomeação,
levando-os ao conhecimento dos demais sócios;
Nota: se o liquidante não tomar essa providência, poderá ser nomeado judicialmente uma administração
liquidadora às custas do liquidante, se for sócio; e não o sendo, não terá direito a retribuição alguma pelo trabalho
que houver feito.
Se da liquidação não resultarem valores bastante para o pagamento das dívidas exigíveis, devem pedir aos sócios
fundos necessários nos casos em que eles forem obrigados a prestá-los (art. 346 do Código Comercial).
50.6.3 - Responsabilidade do(s) Liquidante(s)
O liquidante responde perante os sócios pelos prejuízos que causar à massa em liquidação, por negligência no
desempenho de suas funções, ou por qualquer abuso dos efeitos da sociedade.
No caso de omissão ou negligência culpável, poderá ser destituído judicialmente, não tendo direito a paga alguma.
Ocorrendo abuso ou fraude, responderá criminalmente pelo delito.
Acabada a liquidação e aprovada a divisão e partilha pelos sócios liquidados, cessa a responsabilidade do(s)
liquidante(s).
50.6.4 - Sócio Discordante - Prazo Para Reclamação
O sócio que não aprovar a liquidação ou a partilha é obrigado a reclamar dentro de dez dias depois desta lhe ser
comunicada, sob pena de não poder mais ser admitido a reclamar, e de se julgar por boa a atividade do liquidante.
50.6.5 - Relatório Final da Liquidação
Conforme aconselha o mestre Rubens Requião (Curso de Direito Comercial, Ed. Saraiva, 2º volume, pág. 279), é
prudente que "terminada a liquidação, o liquidante elabore relatório final do resultado desta e o leve ao
arquivamento na Junta Comercial, para que conste do registro do Comércio o ponto final da atividade da sociedade
extinta. Só então é que se terá a extinção efetiva da pessoa jurídica, pois, como já se anotou, a personalidade
jurídica não se extingue pelo só fato da declaração da dissolução social".
50.6.6 - Guarda da Documentação
Após a liquidação e partilha definitiva, os livros de escrituração e os respectivos documentos sociais ficarão sob a
responsabilidade de um dos sócios escolhido por votação, devendo constar o nome e endereço desse sócio no
distrato social.
4.2 - Modelo
BALANÇO SOCIAL
Empresa __________________________
1999 1998
(valores em reais) (valores em reais)
1. Base de Cálculo
2.1 – Alimentação
2.2 - Encargos sociais compulsórios __________ __________ __________ __________ __________ __________
2.3 - Previdência Privada __________ __________ __________ __________ __________ __________
2.4 – Saúde __________ __________ __________ __________ __________ __________
2.5 – Educação __________ __________ __________ __________ __________ __________
2.6 - Creches/auxílio creche __________ __________ __________ __________ __________ __________
2.7 - Participação nos lucros/resultados __________ __________ __________ __________ __________ __________
2.8 - Outros benefícios __________ __________ __________ __________ __________ __________
Total - indicadores laboriais (2.1 a 2.8) __________ __________ __________ __________ __________ __________
__________ __________ __________ __________ __________ __________
3. Indicadores Sociais Valores % % Valores % %
R$ sobre 1.2 sobre 1.1 (R$) sobre 1.2 sobre 1.1
Vale observar que a elaboração e a publicação do Balanço Social têm finalidades específicas, conforme
examinado neste trabalho, não suprindo a obrigatoriedade da elaboração e publicação das demostrações
financeiras exigidas pela legislação pertinente.
3. REGRAS APLICÁVEIS
Aplicam-se às entidades sem finalidade de lucros os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como as
Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo
Conselho Federal de Contabilidade.
Por se tratar de entidades sujeitas aos mesmos procedimentos contábeis, devem ser aplicadas, no que couber, as
diretrizes da NBC T 10.4 - Fundações e NBC T 10.18 - Entidades Sindicais e Associações de Classe.
4. REGISTRO CONTÁBIL
As receitas e despesas devem ser reconhecidas, mensalmente, respeitando os Princípios Fundamentais de
Contabilidade, em especial os Princípios da Oportunidade e da Competência, observando-se o seguinte:
I - As entidades sem finalidade de lucros devem constituir provisão em montante suficiente para cobrir as perdas
esperadas, com base em estimativas de seus prováveis valores de realização, e baixar os valores prescritos,
incobráveis e anistiados.
II - As doações, subvenções e contribuições para custeio são contabilizadas em contas de receita. As doações,
subvenções e contribuições patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da entidade, são contabilizadas
no patrimônio social.
III - As receitas de doações, subvenções e contribuições para custeio ou investimento devem ser registradas
mediante documento hábil.
IV - Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit ou déficit, de forma
segregada, quando identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social, técnico-
científica e outras, bem como, comercial, industrial ou de prestação de serviços.
V - As receitas de doações, subvenções e contribuições recebidas para aplicação específica, mediante constituição
ou não de fundos, devem ser registradas em contas próprias segregadas das demais contas da entidade.
VI - O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser registrado na conta Superávit ou Déficit do Exercício
enquanto não aprovado pela assembléia dos associados e após a sua aprovação, deve ser transferido para a
conta Patrimônio Social.
A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), que não é um relatório obrigatório pela contabilidade, torna-se um
importante relatório para a tomada de decisão gerencial. De forma condensada, esta demonstração indica a origem
de todo o dinheiro que entrou no caixa em determinado período e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro.
Assim como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e também está
contida no balanço patrimonial.
Dentre as transações realizadas pela empresa, algumas não afetam o caixa, isto é, não há encaixe e nem
desencaixe de dinheiro.
Exemplo:
- Acréscimo ou diminuições de investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, sem significar que
houve vendas ou novas aquisições.
Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis tradi-
cionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três
grandes áreas:
I - Atividades Operacionais;
II - Atividades de Investimento;
3.1 - Métodos
A DFC poderá ser elaborada por 2 métodos:
a) Método Direto;
b) Método Indireto.
Pelo Método Direto a empresa fará o confronto direto entre as contas da Demonstração de Resultado e as contas
do Balanço Patrimonial, detalhando as entradas e saídas de caixa.
O Método Indireto é aquele no qual os recursos provenientes das atividades operacionais são demons-trados a
partir do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados na contas de resultado, porém sem afetar o caixa da
empresa.
4. DADOS Para ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
A seguir, apresentaremos as Demonstrações Financeiras da Cia. Transporte Rápido. Para fins de simplificação,
não está sendo considerado correção monetária, admitindo-se uma economia com inflação zero.
CIA. TRANSPORTE RÁPIDO
BALANÇOS PATRIMONIAIS ENCERRADOS 31.12.X0 31.12.X1
ATIVO
PERMANENTE
PASSIVO
Passivo Circulante
B) APLICAÇÕES
Aquisição de imobilizado 600.000 52,1
Redução do Exigível L. Prazo 300.000 26,1
Dividendos 200.000 17,4
Sub – total 1.100.000 95,6
Demonstração por:
X0 X1 Variação
b) Se o custo dos serviços prestados foi de 3.600.000,00 e dívida com fornecedores aumentou
100.000,00, isso significa que a empresa pagou a fornecedores 3.500.000,00;
c) Quanto às despesas operacionais, já que não há saldos iniciais e finais em contas a pagar por
conta desses gastos, isso significa que elas foram pagas. Logo, o desembolso foi de 900.000,00;
e) Quanto aos dividendos não há saldo inicial e final da dívida, logo a empresa efetuou o
pagamento de 200.000,00;
f) O imobilizado aumentou em 600.000,00 e não há dívidas para esta aquisição, significa que a
empresa desembolsou esse valor.
APLICAÇÕES
Pagamento Exigível L. Prazo $- 300.000 300.000
Pagamento de Dividendos $- 200.000 200.000
Pagamento de Imobilizado $- 600.000 600.000
Aplicações $- 1.100.000 1.100.000
Variação Final $ 50.000 50.000
(50.000)
7. CONCLUSÃO
A demonstração é uma ferramenta que permite ao administrador financeiro melhorar o planejamento financeiro da
empresa, conseguindo, com isso, que o Caixa fique livre de excessos e que a empresa conheça antecipadamente
as suas necessidades de dinheiro.
Dessa maneira, deverá sempre ser comparada com o efetivo desempenho de Caixa da empresa para poder
alcançar toda a sua utilidade nas previsões orçamentárias e de investimentos, assim como ser aperfeiçoada para
tornar-se cada vez mais objetiva e próxima da realidade.
Observamos que neste trabalho efetuamos apenas algumas considerações sobre o assunto, sem a intenção de
esgotá-lo.
a) companhias abertas (art. 249) que tiverem mais de 30% do seu patrimônio líquido representado por
investimentos em controladas;
Os Investimentos em controladas são representados pela soma algébrica dos seguintes valores contábeis na
controladora: valor da equivalência patrimonial no balanço, ágios não amortizados, saldos líquidos também dos
deságios e provisões para perdas permanentes.
b) a utilização de balanços com datas de encerramento diferentes deve ser esclarecida por meio de
notas explicativas;
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 356
Manual de Contabilidade
Fls. 357/362
c) os eventos significativos que ocorrerem entre a data de encerramento do balanço da controlada e da
controladora devem ser refletidos na consolidação e esclarecidos nas notas explicativas.
Eventos significativos são aqueles que irão produzir grandes alterações no patrimônio refletido nas
demonstrações financeiras da controlada.
a) Duplicatas a Receber - quando as empresas do grupo realizam vendas umas para as outras. No
balanço os valores não pagos aparecerão no saldo de Duplicatas a Receber das empresas que venderam
e no saldo de Fornecedores das empresas que compraram.
Os investimentos relevantes devem ser contabilizados pelo método da equivalência patrimonial. Portanto, o
saldo da conta de investimento na empresa controladora corresponde a um valor proporcional ao valor do
patrimônio líquido da coligada ou controlada.
A eliminação dos investimentos deve ser feita contra as contas do patrimônio da controlada na mesma
proporção da participação que a controladora possuir no capital de cada controlada.
D - Capital (Empresa B)
C - Investimentos (Empresa A)
É como se a conta de investimentos no ativo da controladora representasse um valor a receber da controlada,
e uma parte das contas do patrimônio líquido da controlada representasse um valor a pagar à controladora.
- Vendas - de uma empresa para outra empresa do grupo devem ser eliminadas juntamente com o custo dos
produtos vendidos.
D - Vendas (Empresa A)
C - Custo dos Produtos Vendidos (Empresa B)
- Comissões sobre vendas, juros e outros - cobrados de outras empresas do grupo.
D - Receitas (Empresa A)
C - Despesas (Empresa B)
O resultado não realizado que deverá ser eliminado na consolidação é o valor correspondente ao lucro obtido
nas operações entre as empresas controladas e a controladora.
O eventual prejuízo existente nessas operações não deverá ser eliminado e portanto será reconhecido na
consolidação.
Nas de vendas de bens de uma empresa para outra, em que o preço de venda é igual ao preço de custo, não
existe lucro não realizado a eliminar do patrimônio da coligada ou controlada.
Os resultados não realizados aparecem geralmente nas operações destinadas aos estoques ou ao ativo
permanente da empresa compradora.
No caso de vendas de mercadorias destinadas ao estoque podem ocorrer duas situações:
Quando as mercadorias foram totalmente vendidas a terceiros não haverá eliminação de resultado não
realizado.
No caso em que há saldo de mercadorias compradas da controlada ainda em estoque na data do balanço,
deve ser eliminado o lucro nos estoques, pois não representa um lucro efetivamente realizado de operações com
terceiros.
Para apurar o valor do lucro a eliminar podemos aplicar sobre o saldo existente de estoque dessas
mercadorias, na data do balanço, na investidora, o percentual de margem de lucro na coligada ou controlada que o
vendeu.
Quando a identificação das mercadorias compradas de empresas do grupo for difícil poderemos fazer a
separação entre as compradas de coligada ou controlada e as compradas de terceiros, com base nas últimas
compras de ambas as empresas, até chegar ao saldo total de estoques, utilizando o critério de que o saldo do
estoque é composto pelas compras mais recentes.
• 1. Introdução
• 2. Cooperativa - Conceito
• 3. Normas Contábeis Aplicáveis
• 3.2 - Receitas e Despesas
• 3.3 - Custo Dos Produtos ou Mercadorias Vendidos
• 3.4 - Exercício Social
• 3.5 - Capital Social
• 3.6 - Sobras do Exercício
• 3.7 - Atualização do Patrimônio
• 4. Registro Contábil
• 4.1 - Investimentos
• 4.2 - Resultados - Apropriação
• 4.3 - Perdas Apuradas
• 4.4 - Despesas de Assistência Técnica Educacional e Social
• 4.5 - Ajuste de Exercícios Anteriores
• 4.6 - Provisões
• 5. Balanço Patrimonial
• 6. Demonstração de Sobras ou Perdas
• 7. Demonstração Das Mutações do Patrimônio Líquido
• 8. Demonstração Das Origens e Aplicações de Recursos
• 9. Divulgação Das Demonstrações Contábeis
• 9.1 - Notas Explicativas
1. INTRODUÇÃO
Por meio da Resolução CFC nº 920/01 (DOU de 09.01.02) foi aprovada a NBC T 10 - Dos Aspectos Contábeis
Específicos em Entidades Diversas, o item: NBC T 10.8 - Entidades Cooperativas, cujos aspectos examinamos
neste trabalho.
Prof. Enio Gehlen - Set 2004 359
Manual de Contabilidade
Fls. 360/362
Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registro das variações patrimoniais e
de estrutura das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem incluídas em notas explicativas
para as Entidades Cooperativas, exceto às que operam Plano Privado de Assistência à Saúde, conforme definido
em Lei.
2. COOPERATIVA - CONCEITO
Entidades Cooperativas são aquelas que exercem as atividades na forma de lei específica, por meio de atos
cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, para
obterem em comum melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto
ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados.
3. NORMAS CONTÁBEIS APLICÁVEIS
Aplicam-se às Entidades Cooperativas os Princípios Fundamentais de Contabilidade, as Normas Brasileiras de
Contabilidade, especialmente a NBC T 2 - Formalidades da Escrituração Contábil (Resolução CFC nº 563/83) e a
NBC T 4 - Avaliação Patrimonial (Resolução CFC nº 732/92), com as alterações mencionadas neste trabalho, bem
como todas as suas Interpretações e os Comunicados Técnicos editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.
3.2 - Receitas e Despesas
A movimentação econômico-financeira decorrente do ato cooperativo, na forma disposta no estatuto social, é
definida contabilmente como ingressos e dispêndios (conforme definido em lei). Aquela originada do ato não-
cooperativo é definida como receitas, custos e despesas.
As receitas e os ganhos, bem como as demais rendas e rendimentos, nas sociedades cooperativas, ficam
denominados de ingressos.
3.3 - Custo Dos Produtos ou Mercadorias Vendidos
Os custos dos produtos ou mercadorias fornecidos (vendidos) e dos serviços prestados, as despesas, os encargos
e as perdas, pagos ou incorridos, nas sociedades cooperativas, ficam denominados dispêndios.
3.4 - Exercício Social
O exercício social das Entidades Cooperativas é fixado em seus estatutos sociais.
3.5 - Capital Social
O capital social das Entidades Cooperativas é formado por quotas-partes, que devem ser registradas de forma
individualizada por se tratar de sociedade de pessoas, segregando o capital subscrito e o capital a integralizar,
podendo, para tanto, ser utilizados registros auxiliares.
Nas Entidades Cooperativas, a conta Capital Social é movimentada por:
a) livre adesão do associado, quando de sua admissão, pelo valor das quotas-partes fixado no
estatuto social;
b) pela subscrição de novas quotas-partes, pela retenção estatutária sobre a produção ou serviço,
pela capitalização de sobras e pela incorporação de reservas, exceto as indivisíveis previstas em
lei e a reserva para incentivos fiscais e de reavaliação;
e) apresentação analítica dos principais grupos de contas, quando não apresentados no balanço
patrimonial;
g) saldos (ativos e passivos) e transações (receitas e despesas) com partes relacionadas que não
sejam associados, com desdobramento conforme a natureza das operações;
i) composição dos tipos de empréstimos, financiamentos, montantes a vencer a longo prazo, taxas,
garantias e principais cláusulas contratuais restritivas;
o) eventos subseqüentes.