Verbos
Verbos
Verbos
Belo Horizonte - MG
2016
MISLENE BARBOSA REIS
Belo Horizonte - MG
2016
Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Letras – Curso de Especialização em Gramática da Língua Portuguesa: Reflexão e Ensino
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Prof. Dr. Lorenzo Teixeira Vitral
_______________________________________________________
Prof.ª. Dra. Márcia Cristina de Brito Rumeu - UFMG
O trabalho tem por objetivo colaborar para o ensino do verbo quanto ao emprego gramatical
aliado às situações comunicativas, isto é, o estudo da gramática e seu uso. Assim, a fim de que
o discente tenha seu aprendizado facilitado, o plano foi dividido em seis unidades e o tema
proposto de modo crescente, desenvolvendo o assunto, em diferentes aulas, contemplando o
conteúdo, objetivos específicos e exercícios. Ao final de cada unidade propomos uma
avaliação, a qual tem por finalidade, acompanhar o avanço dos alunos no processo
ensino/aprendizagem, assim como, dar a este a oportunidade de discutir o tema estudado e
refletir sobre o emprego desse conhecimento na prática comunicativa. Ao concluir o plano
ressaltamos que não apenas a temática do trabalho, mas também, a elaboração de um plano de
ensino, é de extrema importância dentro do processo de ensino e aperfeiçoamento dos
conhecimentos do educador em constante formação.
INTRODUÇÃO
OBJETIVO GERAL
Ao elaborar um plano de curso sob o tema verbo, temos como objetivo principal que o projeto
como um todo seja construído de modo a colaborar com um aprendizado gramatical, mas
também, complementado pela observação da situação comunicativa.
Dessa maneira, esperamos que o aluno, por meio das aulas aqui planejadas, não tenha apenas
acesso ao conhecimento rijo da gramática, mas em par com este, possa também perceber o
uso do verbo quanto à intensão comunicativa e a adequação deste quanto ao interlocutor,
proporcionando assim, um estudo do verbo sob o aspecto da gramática e do uso.
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UNIDADE 1
Iniciar os estudos do verbo a partir de sua definição, isto é, o que é um verbo, como
identificá-lo, sua estrutura interna, os tipos de verbos e, por fim, suas flexões.
Exercícios: A fim de que o aluno habitue-se ao verbo expressando ação, estado, mudança de
estado, fenômeno da natureza e sendo responsável por ligar o ser a uma característica
acreditamos ser positivo propor exercício em que aluno possa identificar o verbo
demonstrando como ele pode assumir diferentes funções dentro de um contexto.
Exercícios:
Leia a sinopse do filme Batmam Vs Superman- A origem da Justiça, em seguida explique
o que cada um dos verbos, em destaque no texto expressam.
(ação, fato, fenômeno da natureza, mudança de estado ou ligação de um ser e uma
característica).
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O início de Batman Vs Superman - A Origem da Justiça é promissor. Por mais que a morte
do casal Wayne já seja figurinha mais que carimbada nas telas de cinema, a abertura
associando a tragédia com a descoberta da futura batcaverna dá um tom de fábula sombria à
história do pequeno Bruce. Um salto no tempo e, décadas mais tarde, lá está o agora grisalho
Bruce em Metrópolis, cenário da épica batalha entre Superman e Zod em O Homem de Aço.
Observar a luta entre os superseres sob o olhar de um humano, impotente e de certa forma
maravilhado/assustado com tal descoberta, remete a uma série famosa dos quadrinhos:
"Marvels". Há neste trecho uma certa poesia no contraste entre homens e deuses, mortais e
imortais, que será trabalhada ao longo de boa parte do filme.
Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-219262/. Acesso em: 05/04/16.
Verbo é no texto tem como finalidade ligar um ser (o filme) a uma característica (promissor).
Seja- faz a ligação entre o casal Wayne (ser) a figurinha mais que carimbada (característica).
Dá – mudança de estado, ou seja, transforma o que era uma história conhecida em uma fábula
sombria.____________________________________________________________________
Será trabalhada – dá ideia de ação.______________________________________________
O cântico de Dorva
Dorva é moça de sítio.
A mãe de Dorva morreu.
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Fechamento: Após correção dos exercícios, salientar que para localizar o verbo devemos
procurar pela palavra responsável por indicar uma ação, um fato, um estado ou mudança de
estado ou fenômeno da natureza, isto é, o verbo é a palavra que tem a função de denotar um
processo, inserido no tempo.
Procedimento: Apresentar aos alunos os três elementos que constituem a estrutura do verbo,
a começar pelo radical, logo após, a vogal temática e, por fim, as desinências.
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I. Radical
Segundo Ferrarezi Junior (2014, p.29) chamamos de radical do verbo “a parte básica
da palavra, aquela que guarda seu sentido mais próprio e essencial”, ou seja, se trata da parte
da palavra na qual acrescentamos a vogal temática e a desinência de infinitivo, isto é, as
terminações ar, er, ir. Assim, nos verbos abaixo podemos determinar o radical do verbo ao
retirar as terminações -ar, -er, -ir:
O radical do verbo pode ainda ser considerado uma espécie de esqueleto, ao qual,
adicionando as desinências ou vogal temática, podemos fazer com que o verbo apresente
diferentes formas (FERRAREZI JUNIOR, 2014, p. 30).
III. Desinências
As desinências são elementos acrescentados ao radical ou ao tema (resultado da
junção do radical e vogal temática) que apontam as categorias de pessoa, número, tempo e
modo, sendo estas classificadas de desinência modo-temporal quando informam tempo e
modo. As desinências são classificadas de desinência modo-temporal quando informam
tempo e modo, e desinência número-pessoal quando denotam pessoa e número (TERRA,
1995, p. 144).
Desinência número-
Radical Vogal temática Desinência modo-temporal
pessoal
Cant- a va -
Cant- á va mos
Cant- á sse mos
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para o pret mais-que-perf do ind para as 3 conjugações. Essas são algumas das coincidências
relacionadas à flexão.
2- Destaque o radical, a vogal temática e a desinências dos verbos a seguir. Indique a que
conjugação o verbo pertence.
Falavam- vendemos-dirigiam- acabava-caminhamos- corrigira- comeram
3- Atividade de pesquisa: Sabemos que a tecnologia está cada dia mais presente na vida
das pessoas, e com ela vimos o surgimento de palavras, inclusive de verbos, que fazem
parte deste universo tecnológico. Tendo como base estas informações:
a) Faça uma lista com verbos surgidos nesta àrea.
Acessar, deletar, pausar, postar scanear, linkar, logar, zipar. Todas as palavras
listadas expressam ações próprias do universo tecnológico. __________________
b) Diga qual conjugação verbal eles pertencem?
Elas pertencem a primeira conjugação – ar.
c) Encontre um texto no qual apareça um dos verbos citados acima, em seguida explique
o sentido deste verbo, no contexto em que é apresentado.
Fechamento: Fazer a correção dos exercícios, sanar dúvidas e fechar a aula ilustrando que
trabalhar com o verbo nada mais é do que pegar o radical, sua base ou esqueleto, adicionar a
vogal temática para ligar as desinências quando for necessário e, assim, fazer ajustes de
acordo com o modo, tempo, número e pessoa. (FERRAREZI JUNIOR, 2014, p. 30).
1.3.1 Regulares: Os verbos regulares são aqueles que não apresentam modificações nos seus
radicais ou desinências quando conjugados, isto é, “seguem as regras de conjugação a que
pertencem”, por isso, após fazer a conjugação do verbo vender, por exemplo, no presente do
indicativo, é possível fazer a substituição do radical vend- (vender) por com- (comer)
“perfeitamente, sem nenhuma modificação, com todas as desinências” (FERRAREZI
JUNIOR, 2014, p. 30-31).
1.3.2. Irregulares: Enquanto os verbos regulares parecem seguir uma espécie de padrão, os
verbos irregulares irão apresentar modificação ora no radical, ora nas desinências (TERRA,
1995, p. 162). Assim, o verbo irregular pode apresentar pequenas irregularidades como ocorre
com o verbo ouvir que ao ser conjugado com a primeira pessoa temos Eu ouço e não ouvo
(como ficaria se o radical fosse preservado) como ocorre com partir em Eu parto em que o
radical não sofre modificação. Outro exemplo é o que ocorre como verbo ir em que o verbo é
totalmente modificado, pois não conjugamos Eu ir e sim Eu vou, porém o verbo continua
sendo ir (FERRAREZI JUNIOR, 2014, p. 30-32).
O radical do verbo é ouv-, entretanto ocorre essa O radical part- do verbo partir permanece na
irregularidade na 1ª pessoa. conjugação.
1.3.3. Defectivos: são chamados de defectivos os verbos que tem uma irregularidade mais
forte uma vez que não apresentam conjugação completa, ou seja, não são utilizados em todas
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as pessoas como ocorre com os verbos regulares. São exemplos de verbos defectivos verbos
impessoais como ventar, chover, trovejar e latir os quais apresentam apenas a terceira pessoa
do singular e, também, os verbos falir e abolir que têm, no presente do indicativo as formas
abaixo (FERRAREZI JUNIOR, 2014, p. 32).
Pessoa Verbo falir Verbo abolir
Eu - -
Tu - aboles
Ele (a) - abole
Nós falimos abolimos
Vós falis abolis
Eles (as) - abolem
1.3.4. Abundantes: São chamados de abundantes os verbos que possuem mais de uma forma,
idênticas. A quase totalidade dos casos de abundância destes verbos ocorre apenas no
particípio. Temos ainda, na formação dos tempos compostos os verbos auxiliares ter e haver
(na forma regular) e ser e estar na forma irregular (Cunha, 1979, p. 255).
Exercício: Promover em classe exercícios de fixação nos quais o aluno busque identificar a
classificação dos verbos em destaque, procurando, porém destacar verbos regulares em
contraste com os irregulares já que os verbos defectivos e abundantes fazem parte dos verbos
irregulares por não seguirem um padrão durante a conjugação.
b)Verbos como ter, fazer, ser, haver são classificados como sendo __________, porque
sofrem modificações em seus ________________.
Respostas:
a) regulares, radicais.
b) irregulares, radicais.
4- Em relação aos verbos defectivos, sabemos que tratam-se de verbos que não
apresentam todas as formas, não se conjugam em todas as pessoas. Sendo assim,
reescreva as orações a seguir, adequando as pessoas ao verbo.
a) Eu colori meu quarto com cores claras.
Meu quarto foi colorido com cores claras.
b) Hoje comunicarei aos meus funcionários que fali.
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O Pavão
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se fragmenta, como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo
de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende
e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glórias e me faz magnífico.
BRAGA, Rubem. As Melhores 200 Crônicas Escolhidas de Rubem Braga. Rio de Janeiro:
Record, 1977.
6- Indique qual opção apresenta a sequência correta dos radical, vogal temática e
desinências numero- pessoal e modo- temporal do verbo considerei
a) ( ) – Cons (radical), - e (vogal temática), - re (desinência modo- temporal ), -i (desinência
número-pessoal).
b) ( X) –Consid (radical), - e (vogal temática), - re (desinência modo- temporal ), -i
(desinência número- pessoal).
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UNIDADE 2
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Uma vez iniciados os estudos acerca do verbo, principiando por sua definição,
estrutura e tipos, daremos continuidade ao tema abordando o verbo e suas flexões, isto é, a
flexão do verbo quanto a pessoa, número, tempo, modo e voz.
2.1.1. Pessoa: Quando falamos em pessoa gramatical, estamos falando das pessoas do
discurso: a) a 1ª pessoa – quem fala; b) a 2ª – com quem se fala; c) a 3ª pessoa – de quem ou
sobre o que se fala (TERRA, 1995, p. 145). Observe os exemplos:
3ª pessoa (de quem ou sobre o que se fala) – Ele não vai ao cinema./ Os carros estão sujos.
2.1.2. Número: Como verificamos nos exemplos anteriores a 1ª, 2ª e 3ª pessoas podem “estar
na forma singular ou na forma plural”, sem, entretanto, deixar de expressar quem fala, com
quem se fala, de quem ou sobre o que se fala. Assim, ao falar de número, nos referimos a
ideia que singular e plural marcam, ou seja, “um” é singular e “mais de um” é plural
“(FERRAREZI JUNIOR, 2014, p. 34-35). Exemplos da marca de número:
a) Marina gosta de ler – O sujeito é Marina (está no singular (um)), o verbo gosta também no
singular.
b) As crianças gostam de brincar – O sujeito As crianças (está no plural (mais de um), o verbo
acompanha estando também no plural.
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CONJ.:
PESSOA CONJ.: Trabalhar PESSOA CONJ.: Ler CONJ.: Ler
Trabalhar
Eu Trabalhar trabalho Eu Ler Leio
Tu Trabalhar trabalhas Tu Ler Lês
Ele Trabalhar trabalha Ele Ler Lê
Nós Trabalhar trabalhamos Nós Ler lemos
Vós Trabalhar trabalhais Vós Ler ledes
Eles Trabalhar trabalham Eles Ler leem
Conjugação INCORRETA CORRETA Conjugação INCORRETA CORRETA
Exemplo 2:
Questionamentos:
Fechamento: Após correção dos exercícios enfatizar essa dependência entre número e
pessoa, deixando claro que o “verbo sempre concorda com pessoa e número com o sujeito da
oração” (TERRA, 1995, p. 145).
Objetivos específicos: Que ao final da aula o aluno compreenda que por meio do verbo
podemos fazer a localização no tempo, isto é, o verbo, o tempo verbal, indica “quando o
evento a que nos referimos foi ou será concretizado” (FERRAREZI JUNIOR, 2014, p. 40).
Procedimento: Iniciar a aula com as situações básicas do tempo (passado, presente e futuro),
para em seguida, apresentar as subdivisões do tempo passado e futuro, juntando às definições
uma ilustração da linha do tempo. Apresentar o tempo como algo que podemos dividir,
inicialmente, em três: o presente, o passado e o futuro, em que, cada um deles aponta o
momento da fala.
2.2.1. Presente: Podemos dizer que se a ação ocorre no momento da fala, a ação está
ocorrendo no tempo presente. Assim, se tomarmos uma linha do tempo para representar o
tempo presente, este será representado no momento em que uma situação ou processo está
ocorrendo no mesmo momento da fala, como vemos a seguir:
Presente
O indivíduo revela o seu gosto por chocolate no exato momento da
fala, ou seja, naquele momento, agora, ele gosta muito de chocolate.
2.2.2. Passado ou pretérito: O tempo passado ou pretérito situa um evento que já ocorreu,
isto é, foi iniciado e também finalizado. Assim, na linha do tempo pretérito é posicionado
antes do presente, portanto, em algum momento antes do agora:
Eu gostei muito de chocolate.
Pretérito/Passado
Em algum momento antes de
agora, o indivíduo gostou Presente (agora)
muito de chocolate.
2.2.3. Futuro: O futuro abarca eventos que ainda não ocorreram, o processo ainda vai
ocorrer. Dessa forma, se o evento não ocorreu, não pode fazer parte do tempo passado. Se não
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está ocorrendo no momento da fala, não pode ser do tempo presente e, portanto, como se trata
de um evento que ainda vai ocorrer, sua posição será depois de agora na linha do tempo.
Pretérito/Passado Futuro
Em algum momento depois de
agora o evento vai ocorrer. O
Presente (agora) evento se dará depois do
momento da fala.
Pretérito/Passado Futuro
Presente
2.2.4. Subdivisões do tempo pretérito e futuro: Embora o tempo presente seja único, os
tempos pretérito e futuro contém subdivisões. O pretérito se subdivide em pretérito perfeito,
imperfeito e mais que perfeito e o tempo futuro em futuro do presente e futuro do pretérito,
assim:
a) pretérito perfeito: Dizemos que o pretérito é perfeito quando a ação ou evento começou e
foi totalmente concluído.
b) pretérito imperfeito: Quando um evento ou ação ocorre antes de agora, isto é, o presente,
porém ainda não foi concluído chamamos de pretérito imperfeito.
c) pretérito mais- que- perfeito: Para que o pretérito seja mais que perfeito é necessário que
um evento concluído seja seguido de outro evento também já concluído.
d) futuro do presente: Podemos dizer que o futuro do presente se refere a fatos futuros em
relação ao presente.
a) Explique: A última fala de Mafalda confirma o que foi dito no primeiro quadrinho?
“...Que a tv é um veículo de cultura.”
A última fala de Mafalda evidencia que a personagem não acredita ser a tv um ambiente
propicio de veiculação da cultura, pois ela disse que se ela estivesse no lugar da cultura
saltaria da televisão e seguiria a pé, ou seja, melhor estar desvinculada de algo que não a
represente bem.
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2- Complete as frases com os verbos e tempos solicitados entre parêntese, de acordo com
a pessoa verbal.
Temos aqui: Estou pensando (uma referência ao que faz agora), Estou na
apresentação e me dá (intervalo no presente do indicativo, mas que ainda não ocorreu, pois
será amanhã, ou seja, ocorrerá no futuro). Note que se expressa uma possibilidade futura
estando no presente.
Embora não nos atenhamos em aprofundar nas diferenças entre o agora e o presente,
consideramos de grande valia desconstruir a ideia de presente atrelado ao momento da fala,
para que o aluno entenda que o presente não necessariamente ocorre no momento da fala, ou
seja, no agora.
Recursos: Gramática, linha do tempo incompleta impressa para que o aluno a complete
durante a explicação e faça suas próprias anotações e os exercícios impressos/ livro.
Objetivos específicos: Que o aluno conheça a flexão de voz e ao final da lição seja capaz de
fazer inferência em relação as formas que indicam as vozes.
Procedimento: Começar a aula esclarecendo que temos três formas que indicam a flexão de
voz e que, o que determina cada tipo é a relação do verbo com o seu sujeito:
2.3.1. Voz ativa: quando o sujeito de uma oração é quem pratica a ação expressa pelo verbo.
Carmem é quem pratica a ação de cantar, por isso dizemos que o verbo está na voz
ativa, pois o sujeito participa ativamente.
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2.3.2. Voz passiva: ao contrário do que ocorre na voz ativa, quando o sujeito é aquele que
sofre/recebe a ação, dizemos que o verbo está na voz passiva, podendo ser analítica ou
sintética como vemos nos exemplos abaixo.
Como sujeito, a música sofre a ação de ser tocada (voz passiva) e temos o verbo
auxiliar foi (o verbo principal é o que indica a ação, aqui é tocada), nesse chamamos de voz
passiva analítica.
Para que a voz passiva seja do tipo sintética ou pronominal precisa apresentar uma
estrutura como a que vimos no exemplo: o verbo deve estar na 3ª pessoa (Ele (a)) e vir
seguido da partícula se.
2.3.3. Voz reflexiva: na voz reflexiva temos o sujeito agindo e recebendo a ação, ou seja, o
sujeito é quem pratica a ação e, ao mesmo tempo, sofre a ação.
Exemplo: O açougueiro cortou-se.
A oração de voz reflexiva tem uma estrutura bem específica: temos o sujeito (O
açougueiro), o verbo em voz ativa (cortou, pratica a ação de cortar) acompanhado do pronome
reflexivo se.
Exercício: Aplicar exercícios de fixação para que o aluno identifique os tipos de voz verbal e
suas estruturas.
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1- Na oração “A propaganda faz a realidade ficar mais suculenta!”, qual termo assume
a posição de sujeito?
A propaganda ocupa a posição de sujeito.
2- O sujeito da oração pratica a ação expressa pelo verbo fazer? Em qual voz encontra-
se o verbo?
O sujeito é quem pratica a ação, portanto, o verbo está na voz ativa.
3- Qual sentido assumido pelo verbo fazer no texto da propaganda? O verbo contribui
para a mensagem enunciativa?
O verbo no contexto da propaganda assume o sentido de criar, por vezes, fabricar uma
realidade, no caso torna um produto mais atraente aos olhos do leitor/consumidor, dos
produtos anunciados. O verbo fazer contribui para a mensagem do texto, pois enfatiza a
função de uma propaganda, fazer com que os produtos tornem-se mais atrativos para o
público, no caso, mais suculento.
Leia a tirinha e responda às questões.
Leia.
Objetivos específicos: Trazer para o aluno os modos verbais com definições breves como
forma de introduzir a conjugação dos verbos regulares que veremos nas unidades seguintes.
2.4.2. Modo subjuntivo: a incerteza e dúvida são, comumente, o que o falante no modo
subjuntivo procura expressar.
TEXTO I
Se essa rua fosse minha,
eu mandava ladrilhar,
não para automóvel matar gente,
mas para criança brincar.
PAES, José Paulo. Poemas Para Brincar. São Paulo: Ática, 2002.
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TEXTO II
TEXTO III
Fechamento: corrigir as atividades, ouvir as frases criadas por alguns dos alunos, corrigir
quando necessário e, para cada frase citada, questionar em que modo está.
4- Retire do texto uma oração que esteja flexionada no tempo presente do indicativo. O
que este modo expressa?
“O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma
enfermeira do seu lado”. O modo indicativo expressa certeza em relação ao fato, neste caso,
ao que estar sendo narrado.
5- Releia.
“Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não
fazia.
Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.”
a) Identifique, neste trecho, uma oração cujo verbo esteja na voz passiva.
“Fora preso por engano”.
6- Em sua opinião, em algum dos enganos que a personagem sofrera, ele poderia ter
esclarecido o equívoco e modificado o resultado final, ou seja, não ser vítima do acaso?
Comprove sua resposta com um trecho do texto.
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Sim, por exemplo, quando ele conhecera a esposa, ele poderia ter esclarecido que se tratava
de um engano, sendo assim não teriam se casado e logo ter uma relação fracassada.
Exemplo: “Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram
felizes.”
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UNIDADE 3
Objetivos específicos: Temos por objetivo que o aluno compreenda que a conjugação é a
expressão do verbo nas “formas que ele possui” (TERRA, 1995, p. 149), de maneira que,
começaremos a ver modelos dos verbos nos tempos de cada modo.
Procedimento: Apresentar o modo indicativo e os tempos verbais dentro dele por meio da
exposição de quadros com a conjugação em cada tempo verbal, introduzindo o tempo e o que
este procurar exprimir.
Como visto nas flexões do verbo quanto ao modo, o modo indicativo é aquele em que o
falante busca expressar ou transmitir uma certeza ou precisão sobre o que fala, assim, no
presente do indicativo é possível expressar algo que ocorre no exato momento da fala, uma
máxima ou verdade científica, uma ação que é habitual, dar atualidade a fatos do passado ou
fatos que ocorrerão em um futuro próximo (TERRA, 1995, p. 166-167) como em:
c) A reta é infinita.
Exprimi uma máxima (axioma) da Geometria.
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Eu tenho um sonho
ter amigos de todas raças
Eu tenho um sonho
que o mundo viva em paz
e em parte alguma haja guerra
Eu tenho um sonho
Acabar com a pobreza na Terra
Eu tenho um sonho
Eu tenho um monte de sonhos...
Quero que todos se realizem
Mas como?
Marchemos de mãos dadas
e ombro a ombro
Para que os sonhos de todos
se realizem!
Urjana. Shrestha.
a)- São apresentados, no poema alguns sonhos do eu poético. Em sua opinião, estes
sonhos podem ser realizados? Que ações podem ser feitas para que eles se concretizem
ainda na atualidade?
Acredito que estes sonhos podem tornar-se realidade, a partir do momento que cada um fizer
algo que vá de encontro a estes sonhos. Pequenas ações podem ser realizadas, por exemplo, se
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evitarmos jogar lixo nas ruas, estaremos contribuindo para a limpeza do espaço onde vivemos,
e ainda impedindo que causa-se em tantas enchentes. Sendo assim, percebe-se que estes
sonhos, podem tornar-se realidade, ao colocá-los em prática imediatamente.
b)Podemos dizer que a forma verbal utilizada no poema exprime fatos atemporais,
universais que atingem a todos? Justifique sua resposta através de um verso(s) do
poema.
A forma verbal presente do indicativo, empregada no poema expressa fatos que dizem
respeito a todos. Algo que sempre será considerado como verdadeiro, legítimo, por essa razão,
não é apenas um sonho do eu lírico, mas algo que atinge todos os seres humanos.
Vejamos: “Eu tenho um sonho
que o mundo viva em paz
e em parte alguma haja guerra”
os versos acima comprovam o quanto os sonhos do eu lírico seriam benéficos a todos.
Enquanto o passado perfeito simples exprime uma ação que iniciou e foi finalizada
antes do momento da fala, o pretérito perfeito composto exprime a repetição ou
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No pretérito imperfeito, temos uma ação que iniciou e não foi encerrada no passado,
interrompida por outra. Empregamo-lo, para:
A menina corria apressadamente, quando ouviu um barulho e recuou.
Indicar ações interrompidas, não concluídas no passado.
Ela frequentava o hotel em meados de 70.
Para denotar uma ação passada habitual ou repetida.
Já seguíamos distante, quando de repente a poeira encobria a estrada.
Para indicar fatos simultâneos, que ocorriam no momento que acontecia outro fato
(CUNHA, 1979, p. 258-259).
Pretérito Imperfeito
Pessoas Verbo andar
Eu andava
Tu andavas
Ele andava
Nós andávamos
Vós andáveis
Eles andavam
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Memória de livros II
[...] Morávamos sempre em casarões enormes, de grandes portas, varandas e tetos altíssimos,
e meu pai, que sempre gostou das últimas novidades tecnológicas, trazia para casa tudo
quanto era tipo de geringonça moderna que aparecia. Fomos a primeira família da vizinhança
a ter uma geladeira e recebemos visitas para examinar o impressionante armário branco que
esfriava tudo. Quando surgiram os primeiros discos long play, já tínhamos a vitrola
apropriada e meu pai comprava montanhas de gravações dos clássicos, que ele próprio se
recusava a ouvir, mas nos obrigava a escutar e comentar.
O pretérito ou passado mais que perfeito simples denota uma ação anterior a outra já
passada. (BECHARA, 2009, p. 279).
Quando Jorge comprou o livro, eu já o comprara.
Note que em ele comprou o verbo está no pretérito perfeito do indicativo indicando
um evento que iniciou e foi terminado e em já o comprara temos o verbo indicando o
mesmo evento de comprar, iniciado e finalizado, entretanto, antes de Jorge comprar
seu livro. Portanto, temos dois eventos iniciados e finalizados no passado, mas um
anterior ao outro.
O pretérito mais que perfeito composto exprime a repetição de algo ou a sua
continuidade até o presente em que falamos (BECHARA, 2009, p. 278).
Quando eu cheguei ao cinema, o filme já tinha acabado.
Na primeira oração temos cheguei que está no pretérito mais que perfeito, sendo
assim, o passado iniciado e concluído que serve de referência para o outro evento como
vemos em tinha acabado formado por um verbo auxiliar no passado imperfeito com o
verbo principal no particípio.
Pretérito Mais que Perfeito Simples Pretérito Mais que Perfeito Composto
Pessoas Verbo andar Pessoas Verbo andar
Eu Andara Eu tinha andado
Tu Andaras Tu tinhas andado
Ele Andara Ele tinha andado
Nós Andáramos Nós tínhamos andado
Vós Andáreis Vós tínheis andado
Eles Andaram Eles
tinham andado
c) ( ) A primeira oração está conjugada no pretérito perfeito, porque indica uma ação
concluída no passado e a segunda está conjugada no pretérito imperfeito, pois a ação não foi
concluída no passado.
d) ( ) As duas orações estão conjugadas no pretérito imperfeito, uma vez que trata-se de ações
habituais no passado.
Leia um trecho do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis observando as formas
verbais destacadas, em seguida responda às questões.
“Capitu não parecia crer nem descrer, não parecia sequer ouvir; era uma figura de pau.
Quis chamá-la, sacudi-la, mas faltou-me ânimo. Essa criatura que brincara comigo,
que pulara, dançara, creio até que dormira comigo, deixava-me agora com os brações
atados e medrosos.” (Machado de Assis, in Dom Casmurro)
Exercício: Releia este trecho do texto de memórias literárias de João Ubaldo Ribeiro,
observando as formas verbais destacadas.
“...meu pai comprava montanhas de gravações dos clássicos, que ele próprio se recusava a
ouvir, mas nos obrigava a escutar e comentar.”
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Agora compare-o com este outro trecho, em que o tempo verbal foi trocado pelo
pretérito perfeito.
“... meu pai comprou montanhas de gravações dos clássicos, que ele próprio se recusou a
ouvir, mas nos obrigou a escutar e comentar.”
Pela manhã ele terá começado os preparativos. – Uso do verbo auxiliar ter.
Fechamento: Fechar a unidade com as correções, esclarecimento de dúvidas e, por fim, uma
revisão oral do conteúdo com a classe.
Fonte: Postais do Brasil. Labrador Retriever. http://www.brascardnet.com.br. In: Maria Luiza M. Abaurre e
outras. Ed.Moderna,vol.3.Português:contexto,interlocução e sentido - p.484.
a) Todos os verbos do texto publicitário estão conjugados no mesmo tempo. Qual é este
tempo?
Os verbos do texto estão conjugados no presente do indicativo.
b) Retire do texto formas verbais que expressem uma ação que ocorre no momento da
fala e um fato que se considera verdadeiro.
Ação que ocorre no momento da fala – “Não me drogo.”
Fato que se considera verdadeiro – “... não dependo de bens materiais para ser feliz”.
c) Em sua opinião, a mensagem a respeito da vida de um cachorro, vai de encontro ao
senso comum, de o que seja uma “vida de cão”? Justifique sua resposta.
57
Pelo senso comum, uma vida de cachorro seria algo ruim, penoso, no entanto, a mensagem
expressa pelo texto demostra que o cachorro não tem o mesmo comportamento dos seres
humanos, em especial os que lhe causam prejuízos, sendo assim a vida de um cão, neste
contexto, percebe- se que é ao contrário do que se acredita, seria algo muito bom.
Leia outro trecho de memórias literárias, de João Ubaldo Ribeiro para responder às
questões. Fique atento às formas verbais destacadas.
Memória de livros II
“[...] Durante toda a minha infância, havia dois tipos básicos de leitura lá em casa: a
compulsória e a livre, esta última dividida em dois subtipos- a livre propriamente
dita e a incerta. A compulsória variava conforme a disposição de meu pai. Havia a
leitura em voz alta de poemas, trechos de peças de teatro e discursos clássicos, em
que nossa dicção e entonação eram invariavelmente descritas como o pior desgosto
que ele tinha na vida. Líamos Homero, Camões, Horácio, Jorge de Lima, Sófocles,
Shakespeare, Euclides da Cunha, dezenas de outros. Muitas vezes não entendíamos
nada do que líamos, mas gostávamos daquelas palavras sonoras, daqueles conflitos
estranhos entre gente de nomes exóticos, e da expressão comovida de minha mãe,
com pena de Antígona e torcendo por Heitor na Ilíada. Depois de cada leitura, meu
pai fazia sua palestra de rotina sobre nossa ignorância e, andando para cima e para
baixo de pijama na varanda, dava uma aula grandiloquente sobre o assunto da
leitura, ou sobre o autor do texto, aula esta a que os vizinhos muitas vezes vinham
assistir”.
Por se tratar de episódios que ocorreram no passado, que eram habituais ou ainda para relatar
fatos que ocorreram no momento que aconteciam outros fatos, algo próprio do gênero,
memória literária, no qual relembra fatos importantes, que se repetiram no passado do
narrador- personagem, sendo assim o uso do pretérito imperfeito mostra-se adequado.
Releia agora um trecho das memórias, de João Ubaldo Ribeiro, tendo sido a forma
verbal modificada, para o pretérito perfeito:
“Muitas vezes não entendemos nada do que lemos, mas gostamos daquelas palavras
sonoras, daqueles conflitos estranhos entre gente de nomes exóticos, e da expressão
comovida de minha mãe, com pena de Antígona e torcendo por Heitor na Ilíada.”
6- Transcreva da tirinha uma oração que esteja no futuro do presente. Explique o que
este tempo verbal expressa.
Oração no futuro do presente: “Você andará a pé!”. Este tempo verbal expressa um evento
futuro em relação ao presente.
7- Em sua opinião, a fala do último balão revela um fato futuro em relação ao presente?
Justifique sua resposta.
O fato futuro relatado marcado pelo verbo andará, está estritamente ligado ao momento
presente, pois o número de veículos atualmente tem aumentado de forma considerável,
ocasionado engarrafamentos constantes nos grandes centros urbanos. Sendo assim, as pessoas
podem optar, ou ainda serem obrigadas a andarem a pé para se locomoverem.
UNIDADE 4
Procedimento: Iniciar com uma breve descrição do modo subjuntivo, tendo em vista que, o
modo foi, anteriormente, explicado, e, prosseguir com a explicação dos seus tempos verbais
com exemplos e apresentação de um quadro com a conjugação.
Presente
Pessoas Verbo Verbo Verbo
(1ªconjugação) (2ª conjugação) (3ª conjugação)
andar ler
Partir
Que Eu Ande leia Parta
Pretérito imperfeito.
Pretérito imperfeito
Pessoas Verbo Verbo Verbo
(1ªconjugação) (2ª conjugação) (3ª conjugação)
andar ler
partir
Se Eu andasse lesse partisse
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela
casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e
dissesse - "ai, meu Deus, que história mais engraçada!" E então a contasse para a cozinheira e
telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem
muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse
como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa,
enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse
para si própria - "mas essa história é mesmo muito engraçada!".
Que um casal que estivesse em casa mal humorado, o marido bastante aborrecido com a
mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela
minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher.
Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela
também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e
que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e
reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse - e tão
fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração
com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse
soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse
- "por favor, se comportem, que diabo! eu não gosto de prender ninguém!" E que assim todos
65
E quando todos me perguntassem - "mas de onde é que você tirou essa história?" - eu
responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a
contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um
sujeito contar uma história..."!
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda minha história em
um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça doente, que sempre está doente e
sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.
2- Em sua opinião, ao falar das possibilidades, o texto apresenta uma história engraçada
ou só menciona a possibilidade de fazê-la? Explique.
66
1- Releia:
“Se eu me casasse com você, teria uma vida de conto de fadas?”
O verbo destacado foi empregado no pretérito do subjuntivo. Essa oração indica,
portanto:
( X) que se expressa um fato incerto que depende de uma condição.
( ) que se expressa um fato que certamente aconteceu.
( ) que se espera certamente que venha acontecer.
2- Além da forma verbal no pretérito imperfeito, há uma conjunção que reforça a ideia
de hipótese, incerteza na oração. Qual é?
A conjunção se reforça a ideia de possiblidade, incerteza na oração.
3- Em sua opinião, Helga tem uma vida de contos de fadas? O uso do modo subjuntivo
reforça esta ideia?
Helga não tem uma vida de conto de fadas, pois uma vida neste contexto seria cheia de
mordomias, não tendo que fazer os afazeres domésticos, porque teria vários empregados que
fariam tais trabalhos. Sendo assim, ao usar em sua fala o pretérito imperfeito do subjuntivo a
personagem reforça a ideia que desde o começo o fato de ela ter uma vida de conto de fadas
era incerto, e não acaba acontecendo.
67
Em que tempo e modo está a forma verbal destacada na oração? O que está forma
verbal expressa no contexto da lenda.
Está no pretérito perfeito do subjuntivo. Esta forma verbal expressa um evento que começou
(o surgimento da lenda do boto) e que supostamente tenha sua conclusão estabelecida antes
do momento da fala.
Assim como o pretérito perfeito, o pretérito mais que perfeito, ocorre também na
forma composta com o auxílio do verbo ter no passado + o particípio do verbo principal em
que indica uma ação anterior a outro evento passado (NETO; INFANTE, 1998, p. 183).
Exercícios: Leia a frase a seguir, dita por Anne Ninon de Lenclos , poetisa feminista e
responda às questões.
69
a) Em que tempo e modo está conjugada a forma verbal composta tivesse criado?
Está conjugada no pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo.
b) De acordo com a frase, qual seria o resultado se a ação expressa pela forma verbal
composta tivesse criado acontecesse?
O resultado seria o de as mulheres terem rugas nos calcanhares.
c) O que você faria em relação as rugas das mulheres, se fosse você o criador do gênero
humano?
Se tivesse sido eu o criador do gênero humano teria transferido todas as rugas das mulheres
para os homens.
2- Complete as orações a seguir com os verbos entre parênteses, conjugando-os no
mesmo tempo de tivesse criado.
a) Se nós________________ mais seríamos mais felizes. (ter/sonhar)
b) Se o time______________bem teria vencido. (ter/jogar)
c) Se ele________________a tarefa, poderia sair. (ter/terminado)
d) Se ela _______________a raça humana, as mulheres não envelheceriam. (ter/criar)
Respostas:
a) tivéssemos/ sonhado.
b) tivesse/ jogado.
c) tivesse/ terminado.
d) tivesse/ criado.
70
Futuro simples
Pessoas Verbo Verbo Verbo
(1ªconjugação) (2ª conjugação) (3ª conjugação)
andar ler
partir
Se/ Quando Eu andar ler partir
Futuro composto
Pessoas Verbo Verbo Verbo
(1ªconjugação) (2ª conjugação) (3ª conjugação)
andar ler
Partir
Se/ Quando Eu tiver andado tiver lido tiver partido
Leia alguns trechos da música “Amor pra recomeçar”, composição de Frejat, Mauricio
Barros, Mauro Sta. Cecília e responda às questões.
Leia.
[...]
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração.
Composição: Herbert Vianna / Paulo Sérgio Valle. . Se eu não te amasse tanto assim..
Disponível em: https://www.letras.mus.br/ivete-sangalo/35008/. Acesso em: 28/05/16.
De acordo com os verbos destacados todas as afirmativas abaixo são corretas, exceto:
Com esta questão temos por objetivo que o aluno consiga não apenas expressar seu
entendimento quanto aos tempos do modo subjuntivo, mas que também, por meio da questão
discursiva, possamos identificar como aluno apreendeu o conteúdo e/ou possíveis falhas no
processo de aprendizado.
76
UNIDADE 5
Objetivos específicos: Que ao final dos estudos o aprendiz compreenda o uso do modo
imperativo, assim como, sua conjugação.
Procedimento: Dar início falando sobre o uso do modo imperativo e prosseguir com a forma
afirmativa e negativa do modo apresentando um quadro com a conjugação.
Foi visto que o modo imperativo é usado para exprimir uma ordem ou pedido,
portanto, “com esse modo, dirigimo-nos a uma ou mais pessoas, para manifestar o que
queremos que ela faça, ou elas façam” (LIMA, 2011, p. 176).
De acordo com Ernani Terra (1995, p.169), o modo imperativo pode ser usado ainda
para “solicitações, convite ou conselhos”, sempre se dirigindo a “2ª, 3ª pessoas e 1ª do plural”,
podendo transmitir várias posturas do falante e, para isso, constituindo-se fundamental “a
entoação da frase”, para que “a ideia pretendida” seja bem transmitida.
Votemos com consciência! (O falante se inclui, assim, usa-se a primeira pessoa do plural,
na conjugação do presente do subjuntivo).
Imperativo Negativo
Presente do subjuntivo
Eu ande -
Tu andes não andes (tu)
Ele ande não ande (você)
Nós andemos não andemos (nós)
Vós andeis não andeis (vós)
Eles andem não andem (vocês)
Exercícios: Aplicar exercícios em que os alunos tenham que criar frases no modo imperativo
afirmativo e negativo, pois dessa forma, além de assimilarem o modo imperativo, podem
rever o presente do modo indicativo e subjuntivo para usar como referência durante o
processo.
78
TEXTO 1:
80
O texto acima trata de um cartaz de divulgação da campanha nacional contra a dengue. Nele
podemos observa a utilização da forma verbal imperativa afirmativa Cubra caixas d’água, a
qual expressa uma ordem positiva de algo que deve ser feito, manter caixas d’ água cobertas
e ainda no mesmo cartaz temos uma forma verbal imperativa negativa Não deixe. Constate-se
que esta ordem negativa, indica algo que deve ser evitado, a propagação dos focos de dengue.
O texto publicitário apresenta a ordem, mas a justifica , por meio do benefício que o leitor/
público irá obter caso a cumpra.
TEXTO 2:
Disponível em:
http://www4.moderna.com.br/lancamentos2011/materialComplementar/arariba/avaliacao/ava_pt.pdf. Acesso
em: 26/05/16.
A placa acima se vale do modo imperativo negativo não dirija, como uma forma de alerta ao
motorista acerca da conduta adequada ao volante. Constate-se que inicialmente é proposto um
contexto de consumo de bebida alcoólica, o qual justifica a obrigação feita por meio da forma
verbal imperativa negativa. Sendo assim, verifica-se que se tem uma ordem e em qual
contexto ela deve ser acatada.
81
TEXTO 3:
O texto publicitário acima utiliza o modo imperativo afirmativo em duas orações Invista em
você e Faça Yázigi. Podemos observa no texto que o interlocutor busca persuadir o leitor/
consumidor a adquirir um produto, tendo na forma verbal imperativa um meio para alcançar
esse objetivo, uma vez que ela foi utilizada como maneira de induzir o leitor a ideia de
obrigação que ele tem de investir em si mesmo.
Recursos: Livro didático, quadros resumidos do modo imperativo, imagens de placas e avisos
com mensagens imperativas.
82
O modo imperativo.
c) De acordo com o modo verbal utilizado, explique a intenção do texto. Justifique sua
resposta.
2- Das opções abaixo, assinale aquela que pode ser considerada gentil em se tratando de
uma ordem. Justifique sua resposta.
a) ( ) Feche a porta, agora!
b) ( ) Corra!
c) ( ) Coloquem o lixo na lixeira!
d) ( X) Façam silêncio, por favor!
Justificativa:
A utilização da expressão “por favor!” pode ser considerada uma forma de tornar a ordem
dada um pouco mais educada. Uma forma de descaracterizar a ordem, transformando-a em
um pedido/favor.
83
O imperativo é predominante no texto citado uma vez que, os verbos utilizados têm a função
de indicar o que fazer, como agir. Recomendações essas importantes neste gênero textual, no
qual elas são importantes para que o preparo do alimento seja bem sucedido.
UNIDADE 6
6.1.2. Infinitivo.
Dizemos que o verbo está no infinitivo quando este apresenta a ação ou processo
propriamente dito sem, contudo, especificar o tempo, assumindo assim, função similar ao do
substantivo (NETO; INFANTE, 1998, p. 184).
ação ou processo verbal está relacionado a algum ser, em outras palavras, no infinitivo
pessoal, temos um sujeito próprio, explícito ou implícito, admitindo assim, flexão de número
e pessoa (NETO; INFANTE, 1998, p. 185).
Infinitivo Pessoal
Pessoas Verbo andar
Eu Andar eu
Tu Andares tu
Ele Andar ele
Nós Andarmos nós
Vós Andardes vós
Eles Andarem eles
Infinitivo Impessoal
Verbos Impessoal
andar andar
cantar cantar
bater bater
partir partir
87
Exercícios: Nas orações, a seguir diga se os verbos destacados estão no infinitivo pessoal
ou impessoal.
a) Releia: “Dá pra viver na cidade com um pezinho na praia.”. Como você
interpreta este texto verbal?
A mensagem do texto é a de que ao usar as sandálias da marca havaianas é possível estar
na cidade usando um acessório de praia, o que aproximaria, dessa forma, os espaços
cidade e praia.
6.1.3. Particípio.
Dizemos que o verbo está no particípio quando este cumpre a função ou tem o valor de
adjetivo, indicando um processo já acabado. Por desempenhar a função de adjetivo flexiona-
se em gênero e número, concordando, dessa forma, com o substantivo a que se refere (LIMA,
2011, p. 168).
Particípio
Verbos No particípio
andar Andado
cantar cantado
bater Batido
partir Partido
6.1.4. Gerúndio.
Quando no gerúndio o verbo expressa uma ação que iniciou, mas não foi finalizada,
permanece em curso ou é prolongada, desempenhando, desse modo, função similar à do
adjetivo e advérbio, tendo em vista “as várias circunstâncias de lugar, tempo, modo, condição,
etc., que exprime”, não apresentando flexão. (LIMA, 2011, p. 168).
Gerúndio
Verbos No gerúndio
andar andando
cantar cantando
bater batendo
partir partindo
Exercícios: De acordo com a utilização do gerúndio, uma das formas nominais do verbo,
a opção incorreta é:
Leia o outdoor, divulgado pela empresa distribuidora de energia Light ,em seguida responda
às questões.
90
Durante os estudos dos modos verbais, encontramos algumas locuções verbais em que
o verbo principal em sua forma nominal (infinitivo, particípio ou gerúndio), vem
acompanhado de outro verbo, chamado de verbo auxiliar, que, embora se apresente sem sua
significação habitual, une-se ao verbo principal para fazer a flexão de tempo, modo, voz,
pessoa e número (LIMA, 2011, p. 182-183). Essa combinação formada pelo verbo principal
com outro verbo é o que chamamos de locução verbal ou perífrase. Entre os verbos auxiliares
mais comuns estão ser, estar, ter e haver (TERRA, 1995, p. 155-156).
2- Complete as frases abaixo usando a forma nominal dos verbos entre parênteses:
92
3- Observe os verbos em destaque nas frases a seguir, depois marque a alternativa que
apresenta as formas nominais deles.
4- Complete as frases com os verbos auxiliares nos tempos pedidos do modo indicativo.
Em seguida marque a sequência correta:
RESPOSTAS
1.
a) Verbos/ flexão/ modo.
b) Substantivo/ advérbio.
c) Nominais/ infinitivo/ particípio.
d) Infinitivo/ tempo/ substantivo.
e) Pessoal/ número/ pessoa.
f) Impessoal/ flexionar/ genérico.
g) Particípio/ acabado.
h) Gerúndio/ iniciada/ finalizada.
i) Locução verbal/ verbo/ tempo/ número/ modo.
2.
a) Chegando.
b) Fazer.
c) Combinado.
d) Perdida.
e) Dizendo.
f) Feito.
g) Comprovado.
h) Chegando.
1- As formas nominais são verbos que não apresentam flexão de tempo e modo, não
exercem função exclusivamente verbal, podendo assim, desempenhar a função de
substantivo, adjetivo ou advérbio. Assim, SÃO as formas nominais:
2- Observe o texto.
4- Sobre a sentença ‘Ele tinha pensado sobre o assunto’ todas as afirmativas são
incorretas, exceto:
A sequência CORRETA é:
a) ( ) F - V - V- F- F
b) ( ) F - F - V- V - V
c) ( ) V - V- V- F - F
d) ( ) V - F - F - F - V
e) (X) V – F- F- V- V
96
Quais as flexões que o verbo auxiliar pode receber? Explique cada uma delas.
Nessa questão o aluno deve ser capaz de citar as flexões que o verbo auxiliar pode receber, ou
seja, flexão de pessoa, número, tempo e modo e, em seguida, explicar, de modo sucinto, que a
flexão em pessoa identifica a pessoa relacionada ao discurso (aquele que fala, com quem se
fala, de quem se fala), o número é forma pelo qual o verbo informa o número de sujeitos
(singular ou plural), o tempo é o responsável por indicar o momento da ação e o modo é a
forma pela qual se expressa a circunstância em que o processo verbal se deu.
dados que não foram aprofundados ao longo dos estudos. Tais como: os efeitos de sentido que
cada forma verbal assume no texto, o uso argumentativo da modalidade e a relação entre a
modalidade e o tipo de texto. As atividades desenvolvidas irão possibilitar o estudo extra e
intralinguístico dos verbos, no texto, uma vez que teremos a oportunidade de verificar estes
dados em textos de diferentes gêneros e nas produções feitas pelos estudantes.
1. Identificação
Promover o estudo do verbo, de modo a levar os alunos a saberem o sentido, o que ele
expressa em diferentes contextos.
6. Metodologia
Este projeto terá como referencial teórico os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e
autores como Luiz Carlos Travaglia (2011), Ingedore Grunfeld Villaça Koch (2011).
Para realização das atividades serão utilizados livros didáticos, material impresso, revistas,
jornais e o computador.
99
7. Público Alvo
As pessoas a quem se destinam essas propostas são alunos do primeiro ano do ensino
médio.
8. Realização
Introdução
Neste projeto, desenvolveremos atividades voltadas para o ensino de verbo. Iniciaremos o
trabalho apoiando-nos em uma proposta de ensino de verbo desenvolvida por Travaglia
(2011).
Vamos começar!
(4) A única diferença entre os três textos abaixo é o verbo (ou “a palavra em
negrito”) empregado (a). Diga qual é a diferença de sentido que há entre os três
textos. Com que finalidade se usaria cada um deles para falar da mesma situação
100
relativa a João? Proponha uma situação em que estes textos poderiam ser usados e o
que significariam nesta situação.
a- João deixou seu livro na mesa da sala.
b- João largou seu livro na mesa da sala.
c- João esqueceu seu livro na mesa da sala. (TRAVAGLIA, p. 177-178, 2011.
Grifos do autor).
Após a leitura, formarão grupos com quatro ou cinco colegas para a discussão e
resolução das questões propostas.
101
Observe que as manchetes de três jornais Folha de São.Paulo, O Estado de São Paulo e o
Globo, tratam do mesmo assunto a operação intitulada lava-jato, no entanto, foram utilizados
três verbos diferentes; mira, chega perto, aproxima. Explique a diferença de sentido causada
em cada um dos textos, ao utilizarem verbos diferentes.
Leia as frases, em seguida diga em que contexto cada uma delas poderia se dita, levando
em conta as palavras destacadas.
Proponha uma situação em que as palavras comer- degustar- devorar- provar poderiam
ser usadas, de modo a explicitar o significado delas em cada situação.
Outro dia fomos a um novo restaurante que abrira em meu bairro há um mês, mas
ainda não tínhamos frequentado. Fomos em um grupo de seis pessoas; meus pais, eu, meu
irmão, minha tia e o pretendente a namorado (o vizinho). Meu pai pediu o cardápio, todos o
olhavam atentamente, mas meu único intuito e de meu irmão era escolher o que nos parecia
mais apetitoso, digamos assim. Todos acabaram por escolher o mesmo prato, algo que não
havíamos experimentado ainda. Não me lembro do nome do prato, só sei que tinha pato como
ingrediente principal.
Ao sermos servidos meu irmão e eu tratamos de devorar toda a comida, para
podermos pedir logo a sobremesa, ávidos por comida que somos, mamãe chama-nos “saco
sem fundo.” Meu pai que tinha aceito ir ao restaurante com insatisfação, pois dizia: a conta
sempre sobra para mim, comia, mas sem empolgação, acho que já somava mentalmente o
103
quanto tudo aquilo iria custar. Senhor Raimundo, o vizinho, degustava a comida com toda
calma que lhe é inerente, avaliando o sabor de cada ingrediente do prato. Já minha mãe
apenas provou a comida e disse que o molho estava forte demais. Minha tia apaixonada como
está não sei se aprovara ou não o cardápio sempre está sorrindo.
Esse foi mais um dia em que nos reunimos à mesa para fazermos o que todas as
famílias deveriam fazer juntas, uma refeição, pois neste momento, brigamos, conversamos,
brigamos, rimos, brigamos, porém estamos juntos.
Fechamento: Após ouvir as respostas dadas pelos estudantes, salientar que a seleção
lexical é importante para o sentido do discurso que o locutor queira exprimir. Sendo
assim, é importante para análise de textos, como os difundidos pelos meios de
comunicação, criando-se desta forma um espírito crítico sobre as informações que
recebem constantemente.
Textos encontrados:
104
Permissão: placas
Quando compramos aparelhos eletroeletrônicos, estes vêm com manuais, textos prescritivos,
cujo objetivo é orientar os usuários quanto à utilização do produto. Atente-se em formas
verbais usadas no texto como deixe, regule, empregadas no modo imperativo, as quais foram
utilizadas com o intuito de chamar atenção às recomendações importantes para o bom
funcionamento dos produtos.
Objetivo específico: que ao final das discussões os alunos percebam o uso argumentativo
assumido por cada modalidade proposta por Travaglia (2011, p. 166).
Prosseguiremos as atividades de trabalhos com textos.
Inicialmente, serão distribuídas entre os grupos, cópias de textos que exploram
diferentes modalidades.
Após a leitura será solicitado que se identifique:
a) qual gênero o texto pertence.
b) o tema.
c) a marca linguística relacionada aos verbos, a qual foi utilizada para a construção
do texto.
d) o sentido da forma verbal no texto.
e) o que cada modalidade expressa, a intencionalidade discursiva.
TEXTO 1:
O texto acima, um cartaz , apresenta como tema o lugar apropriado para se jogar lixo. Para a
construção do texto foi utilizado um verbo no imperativo jogue, com o sentido de instruir,
direciona o leitor a ter certo comportamento. O enunciado expressa uma regra social a ser
seguida, uma obrigação de todos, para que tenhamos ambientes limpos.
109
TEXTO 2:
Espero Que Um Dia
Natiruts
Espero que um dia você volte atrás
Do que já decidiu
Quando foi embora meu castelo se destruiu
Quase vacilei, mas não pisei na bola
Tentarei seguir a vida lá fora
Entendo, mas tudo vai ser mais difícil
Sem o teu coração
O texto pertence ao gênero letra de música, tem como possível tema um amor perdido. O
texto tem como marca linguística predominante verbos no presente do indicativo, indica ações
que perduram no presente. Neste texto podemos encontrar modalidades responsáveis por
marcar a vontade do sujeito através do uso do verbo esperar “Espero que um dia você volte
110
atrás”. Percebe-se que a intenção principal do interlocutor e de que este amor volte, no
entanto, é ressaltado que caso este desejo não se realize, ele não irá desistir de buscar a
felicidade “E a chama de um amor que foi eterno ...Pode terminar.”´ Por essa razão a
composição musical surpreende no sentido de que não prega a pessoa amada como única,
insubstituível.
TEXTO 3:
O texto cujo gênero é manchete de jornal, tem como tema a previsão de tempo para a região
metropolitana de Minas Gerais. A forma verbal utilizada no texto está no presente do
indicativo. Por meio do verbo auxiliar poder há a indicação da possibilidade de algo vir a
realizar-se, sendo assim, o texto expressa a marcação modal da possiblidade, algo quando
assunto é previsão do tempo, na qual o interlocutor, meteorologista, não pode afirmar com
certeza como ficará o tempo, mas prever através de alguns dados, possiblidades em relação ao
tempo.
TEXTO 4:
O texto acima pertence ao gênero tirinha, tem como tema a morte. Note-se que na forma
verbal empregada na oração “Eu vou morrer doutor?” está no futuro do presente, indicado
um evento considerado como certo. O assunto do texto, morte, algo tido como certo, é
encarado na tirinha da mesma forma, inclusive a personagem vale-se em sua fala da marcação
modal certeza. É enfático a respeito do assunto todo mudo vai morrer, no segundo quadrinho.
Constata-se ainda, o assunto ter sido a causa de humor da tirinha, uma vez que a personagem
acredita ter sido ele o responsável por todos virem a morrer.
Fechamento: reforçar para os alunos o fato de ser através da marcação modal que o
interlocutor transmite o seu ponto de vista acerca de determinado assunto, enuncia a
manifestação de uma regra social a ser seguida, uma crença de senso comum. Sendo assim,
podem-se verificar através dos modalizadores, sobretudo imperativa, as indicações de ordem
certeza e possibilidade expressas pelos textos.
Discutiremos a respeito do trecho, de modo a despertar uma postura crítica nos alunos
em relação aos textos que lhes serão apresentados.
112
Certificando de que não há dúvidas, serão distribuídas cópias das manchetes, a seguir
entre os grupos.
Atividade
Possibilidade de resposta: A manchete divulgada pelo jornal O globo, a respeito das pessoas
envolvidas em operações ilícitas chamados de “mensaleiros”, utiliza expressões
modalizadoras podem ser presos, as quais expressam possibilidade com relação ao enunciado.
O tempo verbal empregado foi o presente do indicativo, indicando possibilidade de algo vir
a realizar-se, neste caso a prisão dos mensaleiros. O interlocutor demonstra imparcialidade em
relação a notícia, uma vez que não expõe seu ponto de vista, explicitamente, limita-se apenas
em dar a notícia.
114
Possibilidade de resposta: O cartaz acima trata de assuntos relacionados aos cuidados com o
lixo. Observam-se expressões modalizadoras que manifestam uma norma social a ser seguida
cuide do seu lixo, uma obrigação de todos, pois fala de algo que diz respeito a toda a
população. O verbo cuide o qual está na modalidade imperativa, indica algo a ser seguido.
Sendo assim, nota-se a intenção do interlocutor, a de conscientizar a população, e para isso
apresenta o modo como se deve agir em relação aos cuidados com o lixo.
A manchete principal “Falta de água já afeta 46 milhões de brasileiros”, fala sobre a falta de
água no Brasil. Temos nesta manchete um enunciado com a marcação modal expressando
algo como certo, possivelmente, há dados que comprovem a afirmação. Foi utilizada a forma
verbal no presente do indicativo afeta, indicado algo considerado como verdadeiro. O
interlocutor limita-se a noticiar o assunto, não marcado claramente seu ponto de vista acerca
do assunto, no entanto, o assunto por si só, serve como meio de conscientização do problema
da falta de água no país.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diariamente, o professor lida com várias atividades inerentes à sua profissão, uma
dessas atividades é o desenvolvimento de um plano de aula ou curso, que, se não for item
obrigatório exigido pela instituição escolar, pode ser deixado em segundo plano ou até
permanecer totalmente ausente da rotina docente, sendo desse modo, substituído pela
sequência de assuntos e capítulos sugeridos pelo livro didático usado em classe.
Assim, a proposta de um trabalho de conclusão de curso como este, a elaboração de
um plano de ensino, trouxe a superfície, a importância deste no dia a dia escolar, pois ao
preparar seu plano de curso, o educador, como professor/pesquisador, pode levar em
consideração questões pertinentes ao ensino como o ambiente, as dificuldades dos alunos e os
métodos de ensino a serem usados, uma vez que está inserido no meio escolar e, dessa forma,
pode fazer suas próprias constatações.
O plano apresentado, direcionado ao ensino médio, foi criado com o objetivo de
trabalhar o tema verbo desde questões já estudadas, a fim de propiciar uma revisão, avançou
inserindo novos conhecimentos e, foi finalizado, com a sugestão de aplicação de atividades.
Nessa perspectiva, acreditamos contribuir para um aprendizado bem ordenado, apresentando
o tema de modo crescente e, também, flexível, por admitir que adequações necessárias no
decorrer do ensino, sejam elas, em razão do tempo disponível ou demanda da turma, sejam
feitas.
Percebemos que o desenvolvimento de um planejamento permitiu estabelecer,
claramente, a intenção de que o material e a abordagem do tema trouxesse o estudante para a
prática e, para isso, buscamos ancorar o conteúdo gramatical por meio de atividades com
textos em diferentes gêneros e a produção crítica discursiva, aproximando assim, o discente
do processo e construção do ensino/ aprendizagem, fazendo com que este assuma a postura de
indivíduo participante e construtor de saberes.
A conclusão do plano denotou o papel e importância deste no processo de ensino e
aprendizagem, visto ser responsável por delimitar o passo a passo do processo por meio dos
conteúdos, o como se dará esse processo, contemplando assim, os recursos e abordagem e,
por fim, a determinação dos objetivos, isto é, o que se espera alcançar ao final. Em suma,
entendemos que através do planejamento, podemos delinear o processo de ensino e, é claro,
aprimorar os conhecimentos do educador que, enquanto o desenvolve, pesquisa.
Expressamos aqui o nosso desejo de que este plano de ensino auxilie-nos nas aulas de
língua portuguesa, sobretudo no que diz respeito ao ensino de verbo, levando o aprendiz a
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compreender, cada vez mais, que esta classe de palavras representa um recurso linguístico de
extrema importância à linguagem. Destacamos que este trabalho não se encerra por aqui, pois
como professores, precisamos ter a clareza que a aprendizagem deve ser constante e contínua
e, por essa razão, o aperfeiçoamento e a renovação da prática são fundamentais para que
possamos promover um ensino linguístico satisfatório e efetivo.
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REFÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS
ANDRADE, Karen Alves de. O modo subjuntivo nos textos de diversos gêneros
textuais. Setembro/2001. Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=34968. Acesso em:
25/05/16.
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Paulus, 2005, p.28.
LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 49ª ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 2011.
Platão Brasil. Envolvimento de Lula é para dar manchete.
Disponível em: http://plantaobrasil.net/news.asp?nID=92739. Acesso em: 19/03/16.
SHRESTHA, Urjana. Eu tenho um sonho. In: Jovens do mundo inteiro. Todos temos
direitos: um livro de direitos humanos. 4ª ed. São Paulo: Ática, 2000. p.10.