Apostila História Da Educação PDF
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Quantas perguntas
Bertold Brecht
Caro aluno
PROGRAMA DA DISCIPLINA
PLANO DE ENSINO
Ementa:
O que é História. História e educação: aproximação necessária. Periodização
do ensino no Brasil.
Objetivos
• Contribuir para a compreensão da História da educação e sua importância
democracia
• Identificar os principais movimentos da educação brasileira no século XX.
Programa da Disciplina
educativo.
• Características da educação medieval.
➢ Educação e ideologia.
➢ Mitos da educação Escola e reformas
➢ Movimento jesuítico.
➢ Reforma Pombalina.
➢ Educação no império.
➢ O movimento da escola nova.
➢ Educação e desenvolvimento indústria.
➢ Educação na república.
Bibliografia Básica
GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1998.
GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.
Cortez, 1989.
UNIDADE 01 - GRÉCIA NA HISTÓRIA E NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
ESTUDANDO E REFLETINDO
milagre Grego”.
A EDUCAÇÃO GREGA: ESPARTA E ATENAS
denominadas polis1.
Vejamos como se organizou a educação em dois modelos diferentes de Cidades-
estados:
Educação Ateniense
como características:
• Cuidados com a educação física e intelectual.
afazeres domésticos.
➢ Os meninos são afastados da autoridade e da referência materna e
recebem instrução para a formação no campo da Educação Física, da
música e da alfabetização. Existe uma preocupação com a formação
1
A polis Grega caracterizou-se pela existência de diversas cidades independentes. Não havia um poder
político centralizado. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas
leis, seu calendário, sua moeda. O que caracteriza a civilização grega era o conjunto de elementos da
sua cultura.
1) Elementar. Por volta dos 13 anos se conclui esta etapa. As crianças de
3) Superior. Este nível mais elevado de educação surge com a figura dos
sofistas. Neste estágio existe preocupação com a ampliação das disciplinas.
Educação espartana
Esparta caracterizou-se pela militarização da sua população. A educação nesta
competência militar.
• Até os 07 anos as crianças permanecem sob os cuidados das famílias.
militar (os adolescentes são treinados para suportar o rigor da fome, frio,
desconforto, educação moral, obediência, respeito aos mais velhos). Não há
2
Prática que estimulava as famílias a abandonarem as crianças que nasciam com alguma fragilidade ou
defeito. Essas crianças eram entendidas como inadequadas ao serviço da cidade–estado. As mulheres
também eram incentivadas a cuidarem da saúde do corpo com vistas a tornarem-se boas geradoras de
filhos sadios e compatíveis com a visão de sociedade guerreira.
• Mulheres participam de atividades físicas. Preocupação justificada pela
ocidental e, até hoje, percebe-se sua presença nas práticas educativas escolares.
Método socrático
a filosofia dever ter por alvo favorecer a vida moral do homem. Desenvolve o
conceito de intelectualismo ético – doutrina que identifica o sábio e o homem
virtuoso.
Por suas ideias entendidas como corruptivas da mocidade, Sócrates foi
condenado a morte.
É possível inferir que o pensamento socrático trouxe como consequências para a
educação:
1) A ideia de que o conhecimento tem por fim tornar possível a vida moral;
3
Criação de educação intelectual. Ampliam a noção de Paidéia para a formação contínua, que repensa a
cultura de seu tempo. Foram criticados por abusarem da retórica. Segundo eles, que representavam
uma classe social nova de emergentes comerciantes a virtude pode ser ensinada.
O Pensamento de Platão (428-347 a.C.)
meras aparências e a doxa (opinião) faz com que as ideias sejam mais reais do
que as próprias coisas.
Na dimensão da análise Política a indagação que nos faz refletir sobre a sabedoria
hábito.
Aristóteles ainda afirmava que o que difere o homem do animal e o conota do
ensinar.
a racionalidade humana.
➢ Desvalorização da formação profissional e do trabalho manual
BUSCANDO SABERES
Acesse o sítio eletrônico abaixo indicado e leia o texto para aprofundar seu
conhecimento sobre a educação em Atenas e Esparta.
Boa leitura.
Fonte: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7618/7/7_CAP.pdf.
UNIDADE 02 - ROMA NA HISTÓRIA E NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
ESTUDANDO E REFLETINDO
O império romano viveu seu apogeu no período de 753 a.C. a 476 d.C.
Para entender a produção do legado que está presente em nossa estrutura social,
iniciaremos nosso estudo com a periodização do processo histórico que projetou
de-obra escrava.
se caracterizava pela ênfase nos valores aristocráticos que era definido pela
consanguinidade. Para manter as tradições havia ênfase ao culto dos ancestrais de
família.
Até os sete anos as crianças permaneciam sob os cuidados da família. A figura
habilidades para o cuidado com a terra, leitura, escrita e fazer contas. Era
necessário também que o jovem soubesse manejar armas, nadar, lutar e dominar
as técnicas da lida com os cavalos. Participava dos acontecimentos mais
importantes, aprendia leis. Aos 15 anos participava dos assuntos políticos e as
noções de civismo eram fortemente estimuladas. Com 16 anos iniciava sua função
militar ou política. A ênfase na formação dos jovens era marcada fortemente por
Para as meninas, que não ocupavam papéis de relevância na vida social, ficava
reservada a formação voltada para as habilidades domésticas.
Educação cosmopolita (República)
geral, os instrutores eram pessoas mal remuneradas e muito simples. Não existe
direito além das demais disciplinas enciclopédicas. Além disso, entendia-se que
era necessário ao jovem em formação conhecer a Grécia e sua opulência cultural.
formação para as elites, com atividades consideradas nobres e que não levavam
em conta as atividades relacionadas ao trabalho manual4.
O Estado passa gradualmente a intervir com mais rigor nas questões da educação
e a própria estrutura burocrática exige escolaridade mínima para seus
funcionários.
Primeiro o Estado inicia com uma forma de inspetoria, sem grandes pretensões de
4
Lembre-se que o trabalho em Roma foi marcado pela utilização da mão-de-obra escrava. Isso
contribuiu para a formação de uma mentalidade que desvaloriza o trabalho manual.
– As duas são Sociedades escravistas
BUSCANDO SABERES
e do ensino nesse período. Verificaremos também que uma das marcas da força
arbitrária exercida pela Igreja durante a Idade Média foi a instalação do “Tribunal
do Santo Ofício”.
ESTUDANDO E REFLETINDO
CONTEXTO HISTÓRICO
Para localizar nosso estudo na cronologia histórica tradicional iniciamos
lembrando que a Idade Média é entendida como o período que se inicia com a
queda do Império Romano em 476 d.C. até a tomada de Constantinopla pelos
Turcos (1453).
As principais características do período medieval são definidas, historicamente,
em reinos Bárbaros. A transição foi lenta até o século X, marcada pela passagem
do escravismo (modo de produção da antiguidade greco-romana) para o
poder do papa), clero (que possui poder e propriedades rurais) e a alta e pequena
nobreza (duques, marqueses, condes...).
nobreza e clero (possuem poder e liberdade) e aqueles que não são proprietários
de terras (prestam serviços).
• O legado cultural das civilizações da Grécia e Roma fica restrito aos mosteiros.
• Importância do poder da Igreja em um mundo predominantemente iletrado
(nem nobres nem servos sabem ler). Cabia a igreja o controle da educação e
também de princípios morais, políticos e jurídicos da sociedade medieval.
filosofia)
pela solidão e privações. Daí surge a figura dos ascetas (ascetismo-moral que
desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem).
No século XII surgem escolas com professores leigos. O ensino é marcado por
voltar-se para coisas práticas. O latim é gradualmente substituído pela língua
grande atenção para a formação espiritual, das virtudes (honra, fidelidade, coragem,
fé e cortesia), do código de honra e da disciplina moral.
• As universidades: São resultados da influência da nova classe burgueses e da
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Franco Cambi (História da Pedagogia. Ed. UNESP, 1999. P. 141/142) chama atenção
LEITURA COMPLEMENTAR
O Tribunal do Santo Ofício. Disponível em http://assisbrasil.org/inquisi/oficio.html
UNIDADE 04 – O RENASCIMENTO E O HUMANISMO.
ESTUDANDO E REFLETINDO
Uma retrospectiva das unidades que já estudamos irá nos revelar que começamos
este estudo pelas referências da antiguidade Clássica (Grécia e Roma). Nessa fase
foi possível perceber uma sociedade que se destacou pela transição da concepção
mítica de mundo para uma lógica de racionalidade humana. Essa transição foi
muito importante e produziu efeitos nas civilizações clássicas para a elaboração
autoproduzir).
No período medieval essas referências foram gradualmente substituídas pelos
O espanhol Juan Luis Vives viveu no período de 1492 a 1540. Sua principal obra foi
o Tratado de Ensino. Vives expressa as preocupações da sua época. Suas obras
feminina, embora não tenha rompido com a imagem doméstica que esta
educação deveria ter.
imediatos.
Também fez críticas rigorosas ao modelo de educação escolástica o pensador
François de Rabelais (1494-1553). Defendia as ideias de retomada do saber greco-
latino. Entretanto, entendia que era necessário não descuidar dos saberes da
integral da formação humana, e afirma que isso somente será possível com a
greco-romanos.
Embora a maior ênfase esteja na superação da autoridade dogmática da Igreja e
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LEITURA COMPLEMENTAR
verdade e com Deus. (CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Ed.
UNESP, 1999)
UNIDADE 05 – IDADE MODERNA
ESTUDANDO E REFLETINDO
investigação da verdade.
SABER ATIVO: Durante os períodos anteriormente estudados – Antiguidade e
Idade Média – predominou uma Ciência própria das sociedades nas quais o
trabalho manual é desvalorizado: contemplativa e sem técnica. Com o surgimento
método científico que se apresenta como uma revolução, uma nova linguagem no
campo do conhecimento. Nesse contexto saber é poder e o renascimento
por alguns autores como a crise da consciência europeia, entendida como uma
verdadeira revolução espiritual marcada pela:
educacionais.
No que diz respeito ao desenvolvimento de ações para a criação de Educação
necessária vigilância constante dos atos dos alunos e por esta razão as turmas são
reduzidas numericamente. Valorizam a racionalidade e o combate às paixões.
sentidos.
Outro nome de destaque no grupo que defende o princípio do empirismo é o de
realidade.
No que diz respeito aos aspectos próprios da educação destacaram-se neste
pensadores:
Comênio
Para este autor o homem é a mais alta, a mais absoluta e a mais excelente das
criaturas e a educação deve ter por fim desenvolver condições para o exercício da
sua plenitude humana. Aponta três dimensões para a preparação para a
eternidade conhecermo-nos a nós mesmos (e conosco todas as coisas),
ciências, moral e incutir devoção. Na sua obra são fartas as referências para a
superação da educação dual (para ricos e para pobres). Anuncia a possibilidade
Locke
Antes de apresentar as bases do pensamento de Locke para a educação é
importante lembrarmos que foi ele também o grande precursor das idéias
liberais5.
Esse pensador não concorda com as ideias inatas apresentados por Descartes.
Para Locke a alma é como tábula rasa e é pela educação que se desenvolve as
ideias, por meio de duas fontes possíveis: 1) sensação que pode ser descrita como
a modificação feita na mente pelos sentidos e 2) reflexão que é o resultado da
percepção que a alma tem daquilo que nela ocorre. Não deprecia o trabalho da
razão, considera a experiência fundamental.
5 De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa liberalismo (p. 835) é o conjunto de
ideias e doutrinas que visam assegurar a liberdade individual no campo da política, da moral,
da religião, etc, dentro da sociedade...
Destaca o papel do mestre, que deve por meio da razão, oportunizar
auto-domínio.
Fénelon
Do pensamento deste teólogo, poeta e escritor que viveu na França entre 1651 e
Nesta unidade estudaremos o século XVIII como o período que marca a transição
ESTUDANDO E REFLETINDO
Franco Cambi (1999) afirma que o século XVIII completa processo de laicização
indivíduos.
Esse mesmo autor chama nossa atenção para outro aspecto muito importante do
Diante de tudo isso o século XVIII coloca em crise o antigo regime sob um duplo
viés:
de Estado e de governo.
Cultural – com política de reformas radicais. A Europa caracterizada pelo
pluralismo, pelas tensões, pelos ideais de liberdade e de reforma que será típica
da contemporaneidade, ou seja, dos séculos XIX e XX.
educativo que é posto cada vez mais no centro da vida social: à educação é
delegada a função de homologar classes e grupos sociais, de recuperar todos os
Chave mestra da vida social, enquanto constitui o elemento que a consolida como
tal e manifesta seus mais autênticos objetivos: dar vida a um sujeito humano
socializado e civilizado, ativo e responsável, habitante da “cidade” e capaz de
assimilar e também renovar as leis do estado que manifestam o conteúdo ético da
Outra dimensão das grandes transformações ocorridas neste período pode ser
caracterizada por uma tríade de constatações.
Cambi, de que:
democrático coletivo que permaneceu durante muito tempo, até ontem (ou hoje)
como uma crença sem incertezas da sociedade contemporânea.
específica.
Povo – Houve a percepção social do seu alijamento histórico. Reclama-se uma
educação que o liberte da condição de atraso.
Por toda essa “efervescência” social existe o reconhecimento de que as
Rousseau, por meio da obra intitulada “Contrato Social” analisa o pacto entre
indivíduos sob uma ótica mais democrática. Suas ideias serão muito propagadas
na educação.
Na educação o liberalismo impõe seus efeitos, sobretudo por meio da difusão da
idéia de laicização. Deve princípio surgiram ideias como: ser o ensino atribuição
obrigatória do Estado, gratuidade e obrigatoriedade do ensino elementar,
BUSCANDO SABERES
Fonte: www.pedagogiaespirita.org/escolavirtual/modulo_1/Rousseau
homens, Do contrato social. Nos temas sobre educação Emílio é a obra que
“Viver é o que eu desejo ensinar-lhes. Quando sair das minhas mãos, ele não será
existe mais e não pode mais existir, já que onde não há mais pátria não pode mais
haver cidadãos”. Onde é possível, porém, reformar a sociedade e restituir-lhe um
ESTUDANDO E REFLETINDO
Pestalozzi (1746-1827)
Fröebel (1782-1852)
Herbart (1776-1841)
Spencer (1820-1903)
Para fazermos uma análise do atual cenário educacional vamos nos reportar a
obra de Cecília Braslavsky - DEZ FATORES PARA UMA EDUCAÇÃO DE
internacional e desigualdades.
As seis surpresas inevitáveis modificam significativamente o lugar das pessoas no mundo e o perfil educativo
que as pessoas necessitam e demandam (...) Exercem pressão para educar de outra maneira, mas também
oferecem pistas para pensar no sentido dessa educação, por que deixam uma ampla margem para o exercício
da liberdade e da vontade (...) para poder utilizar essa margem e essas pistas, é necessário desnaturalizar aquilo
que chamaremos de previsões e profecias descartáveis.
• As previsões e profecias descartáveis:
Braslavsky, 2001.
Braslavsky, 2001
... A qualidade da educação deve ser avaliada também por sua capacidade de
primeira vista e no curto prazo, não estão sujeitos a essas condições de forma
direta e pessoal.
Braslavsky, 2001
XXI.
1) Foco na relevância pessoal e social.
• Atualização e aperfeiçoamento.
• Direção e supervisão.
• Bases disciplinares.
• Bases cotidianas.
para todos
• O processo de uma educação de qualidade não termina nunca.
• As heranças perigosas.
➢ Não há progresso sem educação. Entretanto, a educação por si só –
Indícios alentadores
ESTUDANDO E REFLETINDO
que, de forma pioneira, lutaram pela implantação da escola primária para todos.
Lutero também postulava que a educação deveria ser incumbência e
responsabilidade do Estado.
É importante que destaquemos que idéia de universalização da oferta não
implicava em igualdade de formação. Aos mais pobres caberia um tipo mais
elementar de educação e para os ricos havia a possibilidade de ensino médio e
superior.
No contexto da reforma protestante, outro nome que se destaca é o de Calvino
(1509-1564).
Toda a referência para a educação protestante partia do princípio de uma
para recuperar o espaço que vinha perdendo para as ideias protestantes. Inicia
um movimento denominado contrarreforma ou reforma católica.
de 200 anos. Apenas em 1759, com a política adotada pelo Marques de Pombal
de fortalecimento do poder do Estado, os jesuítas são expulsos do país. Neste
momento, como veremos na unidade 04, a educação ficará sob os cuidados de
leigos.
Companhia de Jesus).
Quanto aos procedimentos voltados ao ensino eram estabelecidas cinco horas de
ensino Jesuítico passa a ser alvo de críticas acentuadas. Para Aranha (1989) A
crença no poder da razão e na capacidade de cada um discernir seu próprio
caminho tem sua expressão máxima no Iluminismo do século XVIII, crítico severo
da intolerância religiosa. Os Jesuítas são considerados excessivamente
dogmáticos, autoritários e por demais comprometidos com o Santo Ofício.
No processo de colonização brasileira a obra Jesuítica se expressará de forma
intensa pela catequese, nos quais se destacaram personagens como os Padres
Manoel da Nóbrega, José de Anchieta e Vieira. No conturbado cenário de
Companhia de Jesus e sua forte inserção nas colônias, bem como a sua
hegemonia no controle das estruturas educacionais eram entendidas como uma
ameaça. Por esta razão, a intenção era criar um sistema educacional controlado e
fiscalizado exclusivamente pelo Estado.
surgimento de uma nova classe social: a pequena burguesia. É nesse contexto que
os ideais de maior acesso aos bens culturais e o sentimento de nacionalismo e
conservadorismo do ensino jesuítico o fato é que não havia nenhuma outra forma
de estrutura educacional organizada.
que eram ministradas de forma isolada e autônoma e não se articulavam para dar
coesão ao currículo, substituem os cursos da studia inferiori.
6
Nesse contexto leigo tem a conotação de não religioso.
Grandes problemas, como a inexistência de cursos de formação de professores,
morosos.
Este cenário produziu um contingente de professores mal preparados e mal
remunerados que somente foi alterado com a chegada da família real portuguesa
em 1808.
Para finalizar esta unidade podemos afirmar que a expulsão dos jesuítas do Brasil
BUSCANDO SABERES
essa educação que passou a ser pública, não se faz para os interesses dos
cidadãos. Ela serviu aos interesses imediatos do Estado, que para garantir seu
7
Texto publicado no site www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_pombalino_intro.html - 68k
– acesso em 06 de março de 2008.
aparentemente as ações de Pombal induzam ao entendimento de uma política
progresso têm um significado muito diferente aos quais se deve estar atento:
iluminismo no contexto da colônia brasileira tratou-se, na verdade do
ESTUDANDO E REFLETINDO
A vinda família real portuguesa para o Brasil em 1808 elevou a colônia à condição
de Reino Unido de Portugal e Algarves. Esta situação modificou radicalmente a
vida da colônia que precisou assimilar hábitos da nobreza na sua vida cotidiana.
Uma das primeiras medidas de impacto foi a liberação dos portos brasileiros para
transações comerciais com a Inglaterra que naquela época, era uma grande
potencia comercial. Além disso, foi revogada a proibição de instalação de
academias.
As transformações no campo da economia também repercutem na aristocracia
explica:
Por circunstâncias históricas, nosso país teve ensino superior antes que nele se
organizasse, verdadeiramente, um ensino de tipo secundário: feita a
8
Haidar, Maria de Lourdes Mariotto. O Ensino secundário no império brasileiro. São Paulo: USP, 1972.
9
Azevedo, Fernando, A cultura brasileira, São Paulo: Melhoramento,
enorme desigualdade entre a cultura da classe dirigida, de nível extremamente
europeias”.
legal ficou estabelecido que no artigo 10, parágrafo 2º que as províncias 10 têm o
direito de legislar sobre a instrução pública. Com essa medida ficou legitimada
10
Divisão territorial administrativa. Atualmente recebe a denominação de estados.
coroa e tem autorização para realizar exames parcelados11 de davam acesso aos
cursos superiores.
Após 1860 os colégios particulares começam a se organizar, sobretudo os
Como não havia vinculação entre os diferentes níveis de escolaridade, não era
obrigatória ter certificação de conclusão de um nível inferior para ingresso em
níveis mais avançados. Assim, os filhos da elite poderiam ser educados por
preceptores e posteriormente enviados a estudos superiores.
de formação feminina.
No que diz respeito ao ensino técnico, a situação não é muito diferente. Em 1856
11
Para Haidar (1972) o sistema de exames não apenas favorecia os estudos parcelados e assistemáticos,
(sic) como também instituíra, antes mesmo que leis e decretos dispusessem (sic) efetivamente sobre o
assunto, o regime da frequência livre na área dos estudos preparatórios: cada um que estudasse onde e
como quisesse (sic) e depois provasse nos exames, realizados na ordem que lhe aprouvesse, os
conhecimentos adquiridos. (p. 60)
prioridade de Estado. As medidas descentralizadoras produziram uma lógica de
educação dual (escola para ricos e escola para pobres) cujo legado está até hoje
enraizado no imaginário da população e, em grande medida, dos professores e
alunos.
BUSCANDO SABERES
regime presidencialista.
Temas até então ausentes nas pautas políticas, emergiram como referências
população analfabeta.
A força política e econômica no período de implantação do regime republicano
Moraes, representante das oligarquias cafeeiras que irá, por força dos interesses
oligárquicos, arrefecer o interesse por temas educacionais.
ESTUDANDO E REFLETINDO
p. 22) afirma que o princípio da psicologia de Herbart dizia que desejo e vontade
não são autônomos, mas que são resultados da atividade intelectual responsável
pelas ideias e representações – ‘a volição tem suas raízes no pensamento’ –
enfatizou a psicologia herbartiana.
Essa tendência forjou em “método” que se caracteriza por etapas distintas ensino:
preparação, apresentação, associação, generalização e aplicação.
desloca o aluno para o centro do processo educativo (lugar antes ocupado pelo
professor).
Dewey (1859-1952) pode ser apontado como um dos expoentes dessa orientação
pedagógica o postulado dos “cinco passo para o funcionamento do raciocínio
12
Guiraldelli Jr, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.
indutivo” (tomada de consciência do problema, análise de elementos e coleta de
A pedagogia nova foi divulgada pelo conjunto de reformas ocorridas nos anos 20.
Grandes educadores brasileiros como Anísio Teixeira, Francisco Campos, Lourenço
13
Aranha, Maria Helena de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.
1931 e 1932 – Reforma Francisco Campos.
ensino secundário.
com mais de cem empregados devem manter, por conta própria, uma escola de
BUSCANDO SABERES
14
Schwartzman, Simon. Tempos de Capanema. São Paulo: Paz e Terra: FGV, 2000.
estiver fisicamente incapaz ou encontrar meio hostil. Inapto à vida saudável e sem
Pública.
A nomenclatura da organização do novo Ministério foi calcada em moldes
Reformas
O ensino secundário, que vinha sendo considerado entre nós como um simples
instrumento de preparação dos candidatos ao ensino superior, despreza a sua
brasileira.
ESTUDANDO E REFLETINDO
mínima.
• Definir percentuais mínimos de investimento e de responsabilidades para
Sobre esse texto Constitucional é importante destacar que, com ele, iniciam-se as
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o processo de autonomia para
participação política foram interrompidos com o golpe militar de 1964. Após esse
episódio o Brasil mergulhou em um cenário de supressão dos direitos políticos e
15
Aranha, Maria Lucia Arruda. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.
16
Ghiraldelli Junior, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.
Uma ditadura pode ser definida como um regime político no qual ocorre a
17
Aranha, Maria Lucia Arruda. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.
São criadas estruturas próprias para a efetivação do controle: Serviço Nacional de
é proibida e vigiada.
lugar dessas disciplinas são criadas outras como EMC - Educação Moral e Cívica e
OSPB - Organização Social e Política do Brasil, com o claro propósito de inculcar
dos acordos “MEC-USAID”18, mecanismo pelo qual o Brasil assina convênio com a
BUSCANDO SABERES
18
Nome de um acordo que incluiu uma série de convênios realizados a partir de 1964, durante o
regime militar brasileiro, entre o Ministério da Educação (MEC) e a United States Agency for
International Development (USAID). Os convênios, conhecidos como acordos MEC/USAID, tinham o
objetivo de implantar o modelo norte americano nas universidades brasileiras através de uma
profunda reforma universitária. Segundo estudiosos, pelo acordo MEC/USAID, o ensino superior
exerceria um papel estratégico porque caberia a ele forjar o novo quadro técnico que desse conta do
novo projeto econômico brasileiro, alinhado com a política norte-americana. Além disso, visava a
contratação de assessores americanos para auxiliar nas reformas da educação pública, em todos os
níveis de ensino.
os/Fabiana%20Pina.pdf
POLO MATRIZ
0800-722-8030
www.unar.edu.br