Filosofia 1
Filosofia 1
Filosofia 1
Unidade 1
Um dos usos mais frequentes da palavra problema é, por exemplo, aquele que a
considera como sinônimo de questão.
O que gostaria de deixar claro no momento é que uma questão, em si, não é suficiente
para caracterizar o significado da palavra problema. Isto porque uma questão pode
comportar (e o comporta com frequência, segundo se explicou acima) resposta já
conhecida. E quando a resposta é desconhecida? Estaríamos aí diante de um
problema? Aqui, porém, nós já estamos abordando uma segunda forma do uso comum e
corrente da palavra. Trata-se do problema como não-saber.
Levada ao extremo, tal interpretação acaba por identificar o termo problema com mistério,
enigma (o que também pode ser comprovado numa consulta aos dicionários). No entanto,
ainda aqui, o fato de desconhecermos algo, a circunstância de não sabermos a resposta a
determinada questão, não é suficiente para caracterizar o problema. Mistério, porém, não
é sinônimo de problema. É, ao contrário e frequentemente, a solução do problema, e,
quiçá, de todos os problemas. Como os mistérios da fé!
Assim, não é o grau de dificuldade (mesmo que seja elevado ao infinito) que permite
considerar algo como problemático. Por fim, a dúvida tem, a partir de sua etimologia, o
significado de uma dupla possibilidade. Implica, pois, a existência de duas hipóteses em
princípio igualmente válidas, embora mutuamente excludentes. Ora, em determinadas
circunstâncias é perfeitamente possível manter as duas hipóteses sem que isto represente
problema algum
Em suma, as coisas que nós ignoramos são muitas e nós sabemos disso. Todavia, este
fato, como também a consciência deste fato, ou mesmo, a aceitação da existência de
fenômenos que ultrapassam irredutivelmente e de modo absoluto a nossa capacidade de
conhecimento, nada disso é suficiente para caracterizar o significado essencial que a
palavra problema encerra.
1.2. Necessidade de se Recuperar a Problematicidade do "Problema"
Se o problema deixou de ser problemático, cumpre, então, recuperar a problematicidade
do problema. Estamos aqui diante de uma situação que ilustra com propriedade o
processo global no qual se desenrola a existência humana.
A essência do problema é a necessidade. Com isto nós podemos, enfim, recuperar os
usos correntes do termo "problema", superando as suas insuficiências ao referi-los à nota
essencial que lhes impregna de problematicidade: a necessidade. Assim, uma questão,
em si, não caracteriza o problema, nem mesmo aquela cuja resposta é desconhecida; mas
uma questão cuja resposta se desconhece e se necessita conhecer; eis aí um problema.
Algo que eu não sei não é problema; mas quando eu ignoro alguma coisa que eu preciso
saber, eis-me, então, diante de um problema. Da mesma forma, um obstáculo que é
necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode
deixar de ser dissipada são situações que se configuram como verdadeiramente
problemáticas.
Deve-se notar, contudo, que o problema, assim como qualquer outro aspecto da existência
humana, apresenta um lado subjetivo e um lado objetivo, intimamente conexionados numa
unidade dialética.
A verdadeira compreensão do conceito de problema supõe, como já foi dito, a
necessidade. Esta só pode existir se ascender ao plano consciente, ou seja, se for sentida
pelo homem como tal (aspecto subjetivo); há, porém, circunstâncias concretas que
objetivizam a necessidade sentida, tornando possível, de um lado, avaliar o seu caráter
real ou suposto (fictício) e, de outro, prover os meios de satisfazê-la. Diríamos, pois, que o
conceito de problema implica tanto à conscientização de uma situação de necessidade
(aspecto subjetivo) como uma situação conscientizadora da necessidade (aspecto
objetivo).
solução: so a graça de Cristo kkkkkk!!! muita oração é claro , e também muita ação para
tentar contornar os problemas.
Capacitação de professores, treinamentos, campanhas de conscientização ,com
compromisso e fidelidade a palavra de Deus.
Assista ao vídeo abaixo e em seguida responda: o que precisamos considerar para que
a igreja não repita o modelo mecanicista que perdura até os nossos dias na
educação convencional?
No mundo moderno não basta apenas seguir instruções , hoje temos que buscar
alternativas que criem autonomia e pratica para avaliar e validar o verdadeiro
aprendizado.
Para isso nós como educadores cristãos , devemos ter em mente que a aprendizagem é
diferente para cada individuo , e que cada um tem o seu tempo e forma de aprender.
Buscar novas ferramentas como : videos , musicas , teatro, fantoches , desenhos ,
gincanas, geogral , feira da bíblia ... são essenciais para abranger de forma mais
completa todas as formas possíveis de aprendizagem.
Um educador cristão jamais pode desistir de um aluno com dificuldade de
aprendizagem, pois o conteúdo que esta em jogo é fundamental para a formação crista
do individuo, e a verdadeira compreensão dela , literalmente leva à VIDA!
Hoje não há mais dúvida que a educação requer de seus atores novas formas de pensar e
fazer o ensino-aprendizagem. Perceber que cada aluno tem um ritmo próprio e que pode
ser sujeito do seu aprendizado é um primeiro passo, porém muitos outros devem ser
dados.
Hoje colhemos os resultados de uma educação bancária, para citar um termo do pensador
Paulo Freire. Essa forma de ensinar centrava a primazia no trabalho do professor. É
urgente de um olhar diferenciado, que permita que nossos alunos atuem criticamente,
entendendo que o caminhar de fé não é sinônimo de ignorância, mas é, antes de tudo, o
tomar consciência de si, do outro e do sagrado.
NOÇÃO DE REFLEXÃO1
E que significa reflexão? significa "voltar atrás". É, pois, um re-pensar, ou seja, um
pensamento em segundo grau. Poderíamos, pois, dizer: se toda reflexão é pensamento,
nem todo pensamento é reflexão.. Refletir é o ato de retomar, reconsiderar os dados
disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado. É examinar
detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado. E é isto o filosofar. Até aqui a
atitude filosófica parece bastante simples, pois uma vez que ela é uma reflexão sobre os
problemas e uma vez que todos e cada homem têm problemas inevitavelmente, segue-se
que cada homem é naturalmente levado a refletir, portanto, a filosofar.
GABARITO
Ora, assim sendo, a reflexão se caracteriza por um aprofundamento da consciência da
situação problemática, acarretando (em especial no caso da reflexão filosófica, por virtude
das exigências que lhe são inerentes) um salto qualitativo que leva à superação do
problema no seu nível originário.
Quais são os requisitos que Dermeval Saviani diz que precisam ser satisfeitos para
que uma reflexão possa ser adjetivada como filosófica?
Para que uma reflexão possa ser adjetivada de filosófica, é preciso três requisitos: a
radicalidade, o rigor e a globalidade
GABARITO
Com efeito, se a filosofia é realmente uma reflexão sobre os problemas que a realidade
apresenta, entretanto ela não é qualquer tipo de reflexão. Para que uma reflexão possa
ser adjetivada de filosófica, é preciso que se satisfaça uma série de exigências que vou
resumir em apenas três requisitos: a radicalidade, o rigor e a globalidade.
NOÇÃO DE FILOSOFIA1
Esclarecendo o significado essencial de problema; explicitados a noção de reflexão e os
requisitos fundamentais para que ela seja adjetivada de filosófica, podemos, finalmente,
conceituar a filosofia como uma REFLEXÃO (RADICAL, RIGOROSA E DE CONJUNTO)
SOBRE OS PROBLEMAS QUE A REALIDADE APRESENTA.
A partir daí, é fácil concluir a respeito do significado da expressão "Filosofia da
Educação". Esta não seria outra coisa senão uma REFLEXÃO (RADICAL, RIGOROSA E
DE CONJUNTO) SOBRE OS PROBLEMAS QUE A REALIDADE EDUCACIONAL
APRESENTA.
NOÇÃO DO "FILOSOFIA DE VIDA"
Mas será que isso nos diz alguma coisa? Quando ouvimos falar em filosofia da educação
não me parece que ocorra em nosso espírito a ideia acima. Com efeito, ouvimos falar em
Filosofia da Educação da Escola Nova, Filosofia da Educação da Escola Tradicional,
Filosofia da Educação do Governo de São Paulo, Filosofia da Educação da Igreja Católica,
etc.; e sabemos que não se trata aí da reflexão da Igreja Católica, dos educadores da
Escola Nova ou do Governo de São Paulo sobre os problemas educacionais; a palavra
filosofia refere-se aí à orientação, aos princípios e normas que regem aquelas entidades.
Tal orientação pode ou não ser consequência da reflexão. Com efeito, a nossa ação segue
sempre certa orientação; a todos momentos estamos fazendo escolhas, mas isso não
significa que estamos sempre refletindo; a ação não pressupõe necessariamente a
reflexão; podemos agir sem refletir (embora não nos seja possível agir sem pensar). Neste
caso, nós decidimos, fazemos escolhas espontaneamente, seguindo os padrões, a
orientação que o próprio meio nos impõe. É assim que nós escolhemos nossos clubes
preferidos, nossas amizades; é assim que os pais escolhem o tipo de escola para os seus
filhos, colocando-os em colégio de padres (ou freiras) ou em colégio do Estado; é assim
também que certos professores elaboram o programa de suas cadeiras (vendo o que os
outros costumam transmitir, transcrevendo os itens do índice de certos livros didáticos,
etc.); e é assim, ainda, que se fundam certas escolas ou que o Governo toma certas
medidas.
Nessas situações nós não temos consciência clara, explícita do porquê fazemos assim e
não de outro modo. Tudo ocorre normalmente, naturalmente, espontaneamente, sem
problemas. Proponho que se chame a esse tipo de orientação "filosofia de vida" 2.
Todos e cada um de nós temos a nossa "filosofia de vida". Esta se constitui a partir da
família, do ambiente em que somos criados.
Para saber mais, assista ao vídeo do professor Mario Sérgio Cortella, explicando como a
filosofia se presta a refletir a própria existência.
O professor Mario Sérgio Cortella, explicando como a filosofia se presta a refletir a
própria : FILOSOFIA NO DIA A DIA COM MARIO SERGIO CORTELLA (6:17)
NOÇÃO DE "IDEOLOGIA"1
Mas, como já dissemos, quando surge o problema, ou seja, quando não sei que rumo
tomar e preciso saber, quando não sei escolher e preciso saber, aí surge a exigência do
filosofar, aí eu começo a refletir. Essa reflexão é aberta; pois se eu preciso saber e não
sei, isto significa que eu não tenho a resposta; busco uma resposta e, em princípio, ela
pode ser encontrada em qualquer ponto (daí, a necessidade de uma reflexão de conjunto).
À medida, porém, que a reflexão prossegue, as coisas começam a ficar mais claras e a
resposta vai se delineando. Estrutura-se então uma orientação, princípios são
estabelecidos, objetivos são definidos e a ação toma rumos novos tornando-se
compreensível, fundamentada, mais coerente. Note-se que também aqui se trata de
princípios e normas que orientam a nossa ação. Mas aqui nós temos consciência
clara, explícita do porquê fazemos assim e não de outro modo.
Contrapondo-se à "filosofia de vida", proponho que se chame a esse segundo tipo de
orientação, "ideologia"2. Observe-se, ainda, que a opção ideológica pode também se opor
à "filosofia de vida" (pense-se no burguês que se decida por uma ideologia revolucionária):
neste caso, o conflito pode acarretar certas incoerências na ação, determinadas pela
superposição ora de uma, ora de outra. Aqui se faz mais necessária ainda a vigilância da
reflexão.
ESQUEMATIZAÇÃO DA DIALÉTICA "AÇÃO-PROBLEMA-REFLEXÃOAÇÃO"
Podemos, pois, para facilitar a compreensão, formular o seguinte diagrama:
1. Ação (fundada na filosofia de vida) suscita
2. Problema (exige reflexão: a filosofia) que leva à
3. Ideologia (consequência da reflexão) que acarreta
4. Ação (fundada na ideologia).
Não se trata, porém, de uma sequência lógica ou cronológica; é uma sequência dialética.
Portanto, não se age primeiro, depois se reflete, depois se organiza a ação e por fim age-
se novamente. Trata-se de um processo em que esses momentos se interpenetram,
desenrolando o fio da existência humana na sua totalidade. E como não existe reflexão
total, a ação trará sempre novos problemas que estarão sempre exigindo a reflexão; por
isso, a filosofia é sempre necessária e a ideologia será sempre parcial, fragmentária e
superável3. Assim, poderíamos continuar o diagrama anterior, da seguinte forma:
1. Ação (fundada na ideologia) suscita
2. Novos Problemas (exigem reflexão: a filosofia) que levam
2. Reformulação da ideologia (organização da ação) que acarreta
3. Reformulação da ação (fundada na ideologia reformulada).
GABARITO
O que leva o educador a filosofar são os problemas (entendido esse termo com o
significado que lhe foi consignado) que ele encontra ao realizar a tarefa educativa.
UNIDADE 2 –
Nesta unidade, apresentaremos um panorama sobre algumas linhas de pensamento que
marcaram a educação ocidental: Tomismo; Marxismo; Existencialismo; Empirismo
Pedagógico; Pragmatismo.
É claro que temos muitas outras, mas por conta da nossa economia de tempo, precisamos
sintetizar o conteúdo. Todavia, mesmo resumindo o que podemos, gostaria que você,
car@ alun@, tivesse uma noção dos pensadores que marcaram a nossa educação desde
a Grécia antiga. Por isso, dê uma atenção especial ao infográfico abaixo e note como duas
correntes ideológicas (Racionalismo e Idealismo), a partir de Sócrates, marcaram nossa
trajetória educacional.
INFOGRÁFICO – A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO PEDAGÓGICO
Para saber mais sobre esse assunto, acesse o texto Pensar a escola, uma aventura
de 2500 anos, de Márcio Ferrari, disponível em
<https://novaescola.org.br/conteudo/1823/pensar-a-escola-uma-aventura-de-2500-anos>.
Acessado em 26. Mar. 2019.
Pensar a escola,
uma aventura de
2500 anos
Tão antigo quanto a filosofia, o
pensamento educacional se desdobra em
várias correntes, mas suas raízes estão
fincadas na Grécia antiga
POR:
Márcio Ferrari
01 de Outubro de 2008
Duas vertentes
O quadro de afiliações filosóficas que você encontra
anexado à capa desta edição se baseia no princípio de
que as duas tendências (a idealista, de Platão, e a
realista, de Aristóteles) podem ser traçadas em toda a
história da filosofia no Ocidente - esse é um critério
possível, mas não absoluto. Mesmo quando dominada
pelo cristianismo, durante a Idade Média, a educação
experimentou as vertentes idealista e realista, uma
seguida da outra, de acordo com os postulados de
Santo Agostinho (354-430) e de Tomás de Aquino
(1224/5-1274).
No século 14, a Europa havia se voltado de novo para o
saber clássico. O feudalismo cedeu lugar a Estados
nacionais, e as universidades, embora fiéis à teologia,
passaram a dar atenção também ao conhecimento
científico. Começava o humanismo. Filósofos como o
holandês Erasmo de Roterdã (1469-1536) valorizaram
a capacidade do ser humano de moldar a si mesmo por
meio da leitura e da liberdade de conhecer.
Construtivismo
TOMISMO
Embora seja interessante abordar a história da filosofia voltada para educação desde seus
primórdios, somos limitados por conta do tempo de nossa disciplina. Isso, é claro, não
invalida a pequisa pessoal que cada alun@ pode e deve fazer sobre essa temática.
Para não ficarmos somente nas abordagens mais recentes, nesta unidade, trabalharmos
um panorama filosófico e educacional da partir da Idade Média. Iniciaremos com a
contribuição de Tomás de Aquino com a corrente que ficou conhecida como Tomismo.
O Tomismo é o conjunto das doutrinas teológicas e filosóficas do pensador italiano Tomás
de Aquino 1225-1274, consideradas o ponto culminante do pensamento escolástico, e nas
quais se destaca a busca de uma harmonia entre o racionalismo aristotélico e a tradição
revelada do cristianismo1.
É isso que Márcio Ferrari2 também afirma quando destaca que “mesmo quando dominada
pelo cristianismo, durante a Idade Média, a educação experimentou as vertentes idealista
e realista, uma seguida da outra, de acordo com os postulados de Santo Agostinho (354-
430) e de Tomás de Aquino (1224/5-1274)”. Este último atua como um agente de transição
de uma concepção idealista que migra para a realista.
Há dois tipos de conhecimento nesta corrente filosófica: o sensível, captado pelos
sentidos, e o intelectível, que se alcança pela razão. Desta forma é transportado para a
educação um princípio pedagógico moderno e revolucionário para seu tempo: o de
que o conhecimento é construído pelo estudante e não simplesmente transmitido pelo
professor.
Outro detalhe importante que marcou esse momento diz respeito ao público que começou
a ser atendido pelos sistemas educacionais vigentes:
Para a educação, o tomismo teve grande importância, porque introduziu o princípio da
disciplina intelectual e a noção de que por meio da razão – e portanto do estudo – se
atinge o conhecimento, a felicidade e a virtude. Foi sob essa influência que os políticos
começaram a pressionar a igreja a estender a educação aos leigos pobres e que sugiram
as primeiras universidades3.
Gauthier4, destacando Durkheim, diz que a escola nasceu na Idade Média. E não só isso,
ele continua afirmando que:
a escola se inscreve no prolongamento de movimento que começa com os gregos e
prossegue sob o Império Romano […] A igreja tem como missão ensinar as bases,
permitindo aos cristãos terem acesso ao conhecimento dos textos sagrados. Assim, a
igreja é levada a recuperar o espaço escolar existente e redefinir a educação […] a escola
nasce em virtude dos caracteres que a definem; concentração, organização e projeto
moral comum5.
Desta forma, para ser cristão, é preciso ser um indivíduo educado; é preciso um mínimo de
civilização. Considerando-se que a religião cristã tende a reunir, a unificar, ela tem tudo
para ser civilizadora, educativa. Veremos pois que a escola e o cristianismo operam em
uma relação muito próxima, e que o cristianismo permite à escola propagar-se6.
Para saber mais, assista ao vídeo que destaca a contribuição do professor Antonio
Joaquim Severino.
NOVA ESCOLA | PENSADORES: SANTO TOMÁS DE AQUINO - A EDUCAÇÃO (2:50)
LUTERANISMO
Hoje não trabalharemos uma teoria filosófica específica, mas a contribuição de um
pensador para a ideia de uma educação pública. Falo do reformista Martinho Lutero, a
quem damos o crédito por desencadear a Reforma Protestante.
Para essa aula, tomaremos emprestada a contribuição da obra de Walter Altmann,
intitulada Lutero e Libertação, publicada pela editora Ática em parceria com a Sinodal.
No tratado, dirigido aos conselhos de todas as cidades da Alemanha, para que criem e
mantenham escolas cristãs, redigido por Lutero em 1524, temos a descrição das
vantagens de se manter um sistema educacional mantido pelo governo para atender
meninos e meninas de todas as faixas sociais, empregando-lhes conhecimentos que
fossem úteis para a manutenção do Estado.
Lutero destaca que já não era mais concebível um sistema que visasse apenas a
formação de padres, monges e freiras. Ele critica severamente o sistema tomista quando
diz que “as escolas de hoje já não são mais o inferno e purgatório de nossas escolas, nas
quais éramos torturados com declinações e conjugações, e mesmo com tantos açoites,
tremor, pavor e sofrimento não aprendemos simplesmente nada”1.
Para Lutero,
os meninos devem ser enviados a estas escolas diariamente por uma ou duas horas e,
não obstante, fazer o serviço em casa, aprender um ofício ou o para que sejam
encaminhados, para que as duas coisas andem juntas enquanto são jovens e podem
dedicar-se a isso. Do contrário, gastam-se dez vezes mais tempo com jogos de bolinhas,
jogar bola, corridas e lutas.
Creio que você percebeu que há nessa na proposta de Lutero, algo que permanece até os
nossos dias: a ideia de uma formação estudantil útil para a sociedade.
Altmann2 destaca que
o antigo sistema educacional medieval estava em crise, como reflexo localizado de uma
crise maior, a saber, a da sociedade medieval em transição para um capitalismo mercantil.
Originalmente, no período medieval, havia apenas as escolas dos monastérios. Sua linha
educacional era aristotélico-tomista, e as possibilidades de uma educação superior
limitava-se à carreira eclesiástica.
Embora fosse, por muito tempo a opção viável de educação, diante das transformações
sociais, o modelo tomista deixou de atender às necessidades sociais. Ademais, Lutero
enfatizou a demanda de que o sistema de educação deixasse de ser restrito a um público
pequeno e se tornasse mais acessível para a maioria da população e que sua abrangência
fosse maior3.
O financiamento deveria partir dos cidadãos e também dos governos. Porém, um houve
certa resistência ao modelo proposto pelo reformador, pois muitos pais negavam-se em
abrir mão do trabalho que os filhos realizavam.
Todo esse impasse fez com que Lutero propusesse um sistema mais regionalizado, ou
seja, cada cidade deveria construir suas escolas e, alguns casos, obrigar os pais a
matricularem seus filhos. Isso deu base para a obrigatoriedade do ensino nos estados
modernos4.
Para saber mais sobre esse assunto, assista aos vídeos abaixo.
As Ideias Marxistas
Uma obra que nos oferece um panorama da vida e obra de Karl Marx é Intitulada de Marx
e a Pedagogia Moderna, de Mario Alighiero Manacorda, publicada pela editora Alínea em
2007. É possível encontrar, para consulta, uma versão em PDF na Internet. Também
disponibilizamos esse arquivo em nossa biblioteca.
MARX E A PEDAGOGIA MODERNA - MARIO ALIGHIERO MANACORDA
Márcio Ferrari1 destaca que:
Numa de suas frases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl Marx (1818-
1883) dizia que, até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras.
‘Cabe agora transformá-lo’, concluía. Coerentemente com essa ideia, durante sua vida
combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos
sistemas de ideias mais influentes da história.
Pensando nesses sistemas, o professor Francisco Porfírio apresenta, na película abaixo,
uma reflexão sobre o conceito de ideologia na obra marxista e que consequente tem forte
influência na educação.
IDEOLOGIA E MARXISMO - BRASIL ESCOLA (9:25)
Para o materialismo dialético(marx) a ideologia da Teoria marxista para o povo é negativa
e do ponto de vista burguesa é positiva . Ele fala que duas classes diferentes com conflitos
do interesses não podem se unir. Ambos não podem querer a mesma coisa. Ideologia da
egemonia de classes é lacunar, sugere muitas preposições onde o não dito é dito.
Para complementar esse conteúdo, também recomendamos o vídeo produzido pela
Unicamp, no programa "Diálogo sem fronteira", da RTV Unicamp, sobre Marxismo e
Educação, com o Prof. José Claudinei Lombardi, tendo como entrevistador o Prof. Pedro
Paulo Funari
DIÁLOGO SEM FRONTEIRA: MARXISMO E EDUCAÇÃO (23:32)
(falta assistir esse vídeo)
EXISTENCIALISMO
O que é o Existencialismo?1
Existencialismo é uma doutrina filosófica centrada na análise da existência e do modo
como seres humanos têm existência no mundo. Procura encontrar o sentido da vida
através da liberdade incondicional, escolha e responsabilidade pessoal.
Segundo esta corrente filosófica, os seres humanos existem primeiramente e depois cada
indivíduo passa a sua vida mudando a sua essência ou natureza.
Esta tendência filosófica que surgiu e se desenvolveu na Europa entre as duas guerras
mundiais (1918-1939), é caracterizada por centrar a sua análise na existência, entendida
esta não como fática ou fato de ser, mas como realidade individual mundana.
Enquanto representa uma reação humanista contra toda a forma de alienação, o
existencialismo tem uma extensa série de precursores: Sócrates, Santo Agostinho, Maine
de Bitan, etc. Mas, em sentido restrito, a origem do existencialismo remonta a Kierkegaard,
o qual, por oposição à filosofia especulativa hegeliana, projeta uma filosofia segundo a
qual o sujeito está implicado vitalmente na sua reflexão e não se limita a uma objetivação
abstrata da realidade. Perante isto, defende a irredutibilidade da existência humana
relativamente a qualquer tentativa idealizadora ou coisificadora.
Existencialismo de Sartre
O representante principal do existencialismo ateu é Jean-Paul Sartre, tendo publicado
obras significativas como L'Existentialisme est un Humanisme ("O Existencialismo é um
Humanismo") de 1946 e L'Être et Le Néant (O Ser e o Nada) de 1943.
De acordo com Sartre, a existência precede a essência, ou seja, primeiro existe e depois
determina a sua essência, através das suas ações e forma de viver a vida. Assim, o
existencialismo ateu era contrário ao existencialismo cristão, porque o homem era
responsável por definir a sua essência e não Deus.
Existencialismo ateu
O existencialismo se desenvolveu em duas direções: uma ateia e outra cristã. O
existencialismo ateu declara que não existindo Deus, todo o fundamento universal
desaparece, o que origina a subjetividade da moral. Surge então um sentimento de
angústia que revela a fragilidade humana, a sua responsabilidade única perante qualquer
ato e a necessidade de orientar a ação livre para um autoprojeto individual ou
compromisso social.
O existencialismo filosófico exerceu uma grande influência na teologia (R. Bultmann), na
literatura (A. Camus) e na psiquiatria (Binswanger).
Existencialismo Cristão
O existencialismo cristão incide comunhão e no amor interpessoal como meio de uma
transcendência moral da presença absoluta. Insiste na defesa de uma perspectiva
antropológica, embora não admita o imanentismo ateu. Está representado por K. Barth, G.
Marcel e K. Jaspers.
O EXISTENCIALISMO E A EDUCAÇÃO
Para aprofundarmos nossa discussão, gostaria de compartilhar com você um trecho do
artigo O EXISTENCIALISMO EM SARTRE: SUBJETIVIDADE E SOCIEDADE DO
CONHECIMENTO2, de autoria de Thiago Reginaldo e Maria Elivete da Silva Pereira.
Disponibilizamos a versão completa do referido texto na biblioteca de nossa disciplina.
Para acessá-lo, basta clicar no título do artigo acima ou se preferir, acesse o site de
origem através do link:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/article/view/1744 >. Acessado em 07.
Abr. 2019.
Abaixo, transcrevo um trecho do referido material.
Reflexões sobre educação na sociedade do conhecimento3
Nos últimos anos, à medida que a sociedade se transformou e caminhou rumo à era
informacional ou do conhecimento diferentes tecnologias e modelos digitais foram criados
e tem impacto direto na educação. De acordo com Tedesco (2009) no mundo aonde se
acumulam e circulam informações e conhecimentos através de tecnologias gradativamente
mais poderosas o papel dos espaços educativos deve ser definido pela sua capacidade
para preparar o uso consciente, crítico e ativo de tais dispositivos.
Com esses aparatos tecnológicos o indivíduo passou e passa a observar o mundo a partir
de diferentes lentes. Essa relação atual do sujeito com o mundo e do mundo com o sujeito
acontece através da virtualidade por meio de processos de comunicação que trazem
novas perspectivas dentro do pensamento apresentado por Sartre. Esses aspectos podem
entrar como a condição universal do sujeito devido à época em que se vive hoje, onde o
indivíduo já nasce na era digital. Deste modo, a sociedade digital e em rede passa a fazer
parte da constituição do sujeito.
Com a sociedade conectada e com padrões complexos de desenvolvimento, se torna uma
tarefa árdua estabelecer reflexões sociais nos sujeitos e emancipar suas atitudes devido
às formas de globalização das informações. A educação emancipadora e o conhecimento
podem se tornar formas de levar o sujeito a superar seus limites através da consciência. A
consciência está no fato de olhar para o que está acontecendo no mundo e poder se
posicionar perante isso.
A relação do sujeito com os meios de comunicação midiáticos pode acontecer de
diferentes formas a partir da simples introjeção ou reflexão-crítica dos conteúdos que lhe
são apresentados. É preciso apontar que o sujeito é livre para fazer suas escolhas, pois,
até mesmo o não escolher é uma escolha. Por exemplo, os noticiários têm anunciado
muitas tragédias, guerras e outras notícias envolvendo atos de violência, enquanto uns
procuram soluções com iniciativas sociais ou educativas outros apenas assistem
passivamente o que está acontecendo e esta inércia colabora para a manutenção do
desastre. Assim, para que se tenha uma atitude reflexiva e crítica perante os meios de
comunicação e como resultado uma postura emancipatória é preciso de responsabilidade
nas suas escolhas e compreensão da realidade em que se está inserido. Para favorecer
este processo de escolha a educação para os meios deve capacitar à participação
crítica afirma Buckingham (2012, p. 53):
4
Precisamos capacitar os jovens a se tornarem participantes ativos na cultura de mídia;
porém, não basta apenas participação ou criatividade por si próprias. É preciso, também,
que sejam participantes críticos, desenvolvendo um entendimento mais amplo das
dimensões econômicas, sociais e culturais da mídia – entendimento este que não resulta
automaticamente da produção criativa.
A liberdade da escolha perante uma participação crítica possibilita ao o sujeito a reflexão e
análise na definição de projetos e ser no mundo. Perante isso o ser no mundo do sujeito
passa a ter filtros para conseguir selecionar e ser consciente. Os filtros poderiam ser
descritos como uma forma de manter o sujeito atento ou alheio perante a consciência. O
uso desses filtros irá causar um mal estar, o que Sartre chama de náusea ou angústia,
caso contrário, será incorporado as suas atitudes o sentimento de “estar na multidão”, ou
seja, ser mais um sujeito no mundo capital. Assim, para a transformação do sujeito e do
mundo é preciso dessa inquietação angustiante. Trata-se de um processo de construção e
desconstrução que leva a reflexão e crítica dos objetos, pessoas e mundo. Para refletir
sobre isso é preciso se distanciar, estar fora, para poder se posicionar frente aquilo e
poder ter um olhar consciente. Para ter novas atitudes perante algo é preciso compreendê-
lo, olhar em todas as faces do fenômeno, e o conhecimento permite que isso aconteça.
Uma vez distanciado do contexto aparece à possibilidade de transformar-se e transformar.
A compreensão da construção de conhecimento e dos processos midiáticos frente a essa
realidade apresentada corrobora para a formação emancipatória de sujeitos desde a mais
tenra idade até os mais velhos. O conhecimento se configura para Sartre como algo
absoluto numa tentativa de representação de ser o que não se é:
Quero captar este ser e não encontro senão eu mesmo. O conhecimento, intermediário
entre o ser e o não-ser, remete-me ao ser absoluto se pretendo fazê-lo subjetivo e a mim
mesmo quando suponho captar o absoluto. O sentido mesmo do conhecimento é ser o
que não é e não ser o que é, porque, para conhecer o ser tal como é, seria necessário ser
este ser; mas não há esse “tal como é” salvo porque não sou o ser que conheço, e, se me
convertesse nele, o “tal como é” desvanecer-se-ia e já nem sequer poderia ser pensado.
(SARTRE, 1997, p. 286)
Essa definição de conhecimento compreende que a realidade das mídias e dos processos
de comunicação em rede é formada por pessoas e suas relações se estabelecem através
das pessoas, ou seja, é algo humano com interfaces tecnológicas. Para a melhor
compreensão e estruturação desse conhecimento nas mídias por essa visão precisa-se
entender o que Sartre chama para-outro. É pelo para-outro que existe a possibilidade de
mediar um processo e despertar o conhecimento: “é somente na medida em que se opõe
ao outro que cada um é absolutamente Para-si; afirma contra o outro e frente ao outro seu
direito de ser individualidade” (SARTRE, 1997, p. 307). Dessa forma, o ser humano
apreende a realidade através de uma rede de colaboração na qual cada ser ajuda o outro
a desenvolver-se, ao mesmo tempo em que também se desenvolve. Todos aprendem
juntos e em colaboração. Como afirma Freire (1993, p.9), “ninguém educa ninguém, como
5
Como observado até aqui, a teoria de Sartre pode ser pensada em conjunto com a
Pedagogia Libertadora de Freire que se enquadra na corrente pedagógica sociocrítica de
Libâneo (2005). Entretanto, com as novas representações sociais e a complexidade da
sociedade do conhecimento outras correntes além dessa precisam ser referidas aqui para
uma compreensão ampla de outros termos que também contribuem para a compreensão
da emancipação do sujeito e sua subjetividade, entre elas, as holísticas e pós-modernas.
De acordo com Libâneo (2005) as correntes holísticas enxergam a realidade como
integração entre o todo e as partes, sua complexidade e natureza; e as correntes pós-
modernas valorizam os muitos discursos, linguagens e diferenças para o desenvolvimento
da consciência. Esses conceitos apresentados indicam que a subjetividade e os
conhecimentos do mundo se apresentam de diferentes formas e implicarão, quando
respeitados e compreendidos, em sujeitos mais plurais e respeitosos. O autor alerta,
todavia, que é preciso ter cuidado para que na sociedade do conhecimento, a despeito de
todas essas teorias, não haja somente um saber fazer, mas uma preocupação com a
formação geral:
Não há uma crise de formação; há um contexto concreto de transformações sociais,
econômicas, políticas que tendem a privar a humanidade e, portanto, os processos
formativos, de perspectivas de existência individual e social. A formação global do ser
humano, portanto, continua sendo condição de humanização e tarefa da pedagogia, onde
se inclui certamente o desenvolvimento da razão. Mas trata-se de uma racionalidade que
resgata a subjetividade, a autonomia da consciência humana, assentada no
desenvolvimento das capacidades cognitivas e afetivas de problematização e apreensão
da realidade. (LIBÂNEO, 2005, p.41)
Desse modo a formação global tem relação com o ser no mundo de Sartre em todas suas
potencialidades de subjetividade, individualidade, direito a diferenciação, aprendizado,
afetividade, compartilhamento e relações sociais. Isso contribui para um cidadão
consciente e ético que caminha rumo a sua liberdade. Não se deve esquecer, no entanto,
da relação do ser no mundo e da sua universalização e ação coletiva – à medida que o ser
se constrói ele influi para além de si no outro e no mundo. Dessa maneira na sociedade do
conhecimento as formas de comunicação e compreensão do mundo podem ser utilizadas
de maneira reflexiva e comprometidas em processos mediados e emancipatórios.
Sartre nega que tenha alguma essência humana (q o separe da natureza ), ele acredita q
o ser humano não tem essência e sim q ele se torna alguém a partir das experiências
vividas por ele. Para ele cada ser humano é único e singular e a pastir de sua vivencia
ele vai se tornando quem ele é ... a existência vem antes da essência.
Primeiro somos inseridos no mundo para depois pensrm9os na ensencia q nos definira
como seres humanos .
Dualismo psicofísico (platao e Decarte ): corpo e alma
Sartre já fala de corpo e consiencia , temos um corpo físico e a consiencia ( q habita
esse corpo)
Ser em si(corpo): compõe o ser humano é um objeto em si . exemplo: tudo q é definido ,
nomedado e identificado (ex: meu rosto, meu cabelo )
Ser para si(consciência): tem consiencia de si , vive para si, mas não tem uma
identidade definida ou seja nossa consciência .
Nao há consciência sem corpo. (ele é um filosofo materialista)
Pra Sartre o ser humano é acometido por uma angustia, é como se apenas o corpo
tivesse uma identidade e a consciência vivesse nessa busca por se igualar a identidade
do corpo. Não conseguimos ser identidade e nem ser consciência pura , por isso
vivemos em angustia.
Para Sartre o ser humano esta condenado a liberdade . pq somos seres de esc9olha
continua, não dendo como fugir de fazer escolhas , então se não existe um essesncia e
sim cada pessoa é q faz as escolhas , cada ser humano cai num condição , onde ele foi
condicionado a tomar uma atitude uma decisão .por isso nada pode me definir pq eu
nbao tenh9o uma essência
É uma linha de pensasmento que prega a liberdade para conduzir a sua própria vida.
Para mim, o existencialismo é algo anti cristão. Como pode um cristão afirmar que ele
tem liberdade para decidir o q escolher em sua vida ? eu nasci com uma inclinbacao
para o mal com uma essência ruim , logo , minhas decisões são dominadas pela
essesncia ruim pecado, e só a liberdade em cristo.
EMPIRISMO PEDAGÓGICO
EMPIRISMO PEDAGÓGICO
Por muito tempo, pensadores da educação fizeram a pergunta: como uma pessoa
aprende? Pelo que já deu para ver nessa disciplina até agora, muitos teóricos se dispõem
para responder esse questionamento.
A aula de hoje dará conta de uma dessas possibilidades, o Empirismo, que, na medida em
que estiver sendo apresentado, será contraposto com outras perspectivas.
VISÃO EMPIRISTA DA APRENDIZAGEM (1:55) video
O QUE É EMPIRISMO1
Empirismo é um movimento filosófico que acredita nas experiências humanas como
únicas responsáveis pela formação das ideias e conceitos existentes no mundo.
O empirismo é caracterizado pelo conhecimento científico, quando a sabedoria é adquirida
por percepções; pela origem das ideias, por onde se percebem as coisas, independente
de seus objetivos ou significados.
O empirismo consiste em uma teoria epistemológica(estuda como surgiu a coisa) que
indica que todo o conhecimento é um fruto da experiência, e por isso, uma consequência
dos sentidos. A experiência estabelece o valor, a origem e os limites do conhecimento.
O principal teórico do empirismo foi o filósofo inglês John Locke (1632 – 1704), que
defendeu a ideia de que a mente humana é uma "folha em branco" ou uma "tabula rasa",
onde são gravadas impressões externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias
natas, nem do conhecimento universal.
Sendo uma teoria que se opõe ao Racionalismo, o empirismo critica a metafísica e
conceitos como os de causa e substância. Ou seja, todo o processo do conhecer, do saber
e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.
Etimologicamente, este termo possui uma dupla origem. A palavra pode ter surgido a partir
do latim e também de uma expressão grega, derivando de um uso mais específico,
utilizado para nomear médicos que possuem habilidades e conhecimentos de experiências
práticas e não da instrução da teoria.
Além de John Locke, existiram outros diversos autores de destaque na formação do
conceito do empirismo, como Francis Bacon, David Hume e John Stuart Mill.
Atualmente, o empirismo lógico é conhecido como neopositivismo, criado pelo círculo de
Viena. Dentro do empirismo, existem três linhas empíricas: a integral, a moderada e a
científica.
Na ciência, o empirismo é utilizado quando falamos no método científico tradicional, que é
originário do empirismo filosófico, que defende que as teorias científicas devem ser
baseadas na observação do mundo, em vez da intuição ou da fé, como lhe foi passado.
Empirismo e Racionalismo
O Empirismo e o Racionalismo são duas correntes filosóficas opostas.
O Racionalismo aborda o tema do conhecimento a partir das ciências exatas, enquanto
o Empirismo dá mais importância às ciências experimentais.
Segundo o Racionalismo, o conhecimento é alcançado fazendo um bom uso da razão, e
não dos sentidos, porque a informação obtida através dos sentidos pode estar errada,
porque é possível haver engano naquilo que se ouve ou vê.
Empirismo e Inatismo
O Inatismo é uma corrente de pensamento filosófico totalmente oposta ao do Empirismo.
O Inatismo acredita que o conhecimento é inato ao ser humano, ou seja, os indivíduos
já nascem com determinados conhecimentos.
Ao longo da vida, no entanto, os inatistas acreditam que os indivíduos devem receber
estímulos para que todos os conhecimentos existentes possam se desenvolver.
Os conhecimentos seriam transmitidos de geração em geração através da
hereditariedade.
Empirismo e Iluminismo
O Iluminismo, também conhecido como "Época das Luzes", foi um período de
transformações na estrutura social, principalmente na Europa, onde os temas giravam em
torno da Liberdade, do Progresso e do Homem.
Ao contrário do empirismo, o iluminismo dava grande importância à razão, procurando
sempre mobilizar o seu poder.
Empirismo e Criticismo
O Criticismo é uma corrente filosófica que indica a razão como imprescindível para se
alcançar o conhecimento, não havendo a necessidade do recurso aos sentidos.
Immanuel Kant, criador do Criticismo, usou essa filosofia para trazer um ponto comum
entre o empirismo e racionalismo.
Kant afirma que a sensibilidade e o entendimento são duas faculdades importantes na
obtenção do conhecimento, sendo que a informação captada pelos sentidos vai ser
modelada pela razão.
Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo da professora Beatriz Santomauro,
intitulado Inatismo, Empirismo e Construtivismo – três ideias sobre a aprendizagem.
Há uma versão em PDF desse material na biblioteca de nossa disciplina e você pode
também acessar o site de origem no Link abaixo:
INATISMO, EMPIRISMO E CONSTRUTIVISMO – TRÊS IDEIAS SOBRE A
APRENDIZAGEM – BEATRIZ SANTOMAURO
Para saber mais, assista ao vídeo abaixo
EMPIRISMO (5:07)
A exp-eriencia emk si não são o próprio conhecimento e sim qa base para surgir o
conhecimento q opera em cima dessas evidencas sensoriais. Rembora reconhecam a
importância do racionalo , o sensorial é de suprfema importância e p0onto de partida de
informação confiável.
PRAGMATISMO
Olá, car@ estudante!
Antes de passarmos para a etapa de sondagem dessa unidade, precisamos registar a
contribuição da corrente filosófica que ficou conhecida como Pragmatismo, muito embora
seu “idealizador” prefira o nome “Instrumentalismo”, para a educação.
Do artigo assinado por Márcio Ferrari1, destacamos os fragmentos abaixo. Para dispor da
versão integral em PDF, acesse a biblioteca de nossa disciplina – JOHN DEWEY – O
PENSADOR QUE PÔS A PRÁTICA EM FOCO.
Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar
dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De
problematizar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem saber,
em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), filósofo norte-americano que
influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da
Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia
como importantes ingredientes da educação.
Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como
pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo - uma vez que, para essa
escola de pensamento, as ideias só têm importância desde que sirvam de instrumento
para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de
Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos
é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento - físico, emocional e
intelectual.
O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos
conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as
crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse
contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior
desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que
pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no
interior das escolas.
Estímulo à cooperação
Funcionalismo:
Segundo Dewey O comportamento não deve ser analisado de forma segmentar
(processos senssoriais ,processos cerebrais e respostas motoras) e sim que devemos
observar que existe um fluxo comportamental que precisa ser considerado em sua
inteiresa.
Ex: chama da vela ( todos os tipos comportamentais estão envoovidos no aprendizado de
não mexe4r na chama da vela ).
Pragmatismo:
Conceitos filosoficos abstratos so podem ter significado se forem utilizados de forma
pratica. Entend que o pensamento deve ter utilidade pratica em beneficio ao ser humano
(servir aos inter4sses da sobrevi8vencia humana ).
Tradicionais X românticos
Tradicional : Os tradicionalistas defedem a escola tem q ser centrada nos conteúdos e
programas discip0linados e gradual , cabendo aos estudantes serem dóceis e receptivos
.
Dewey não é nenhum dos dois ele condena o ensino focado apenas no com teudo0 , mas
tbm não gosta do foco na criança sem nenhum direcionamento.
Para ele , é possível as duas coisas ter em foque o interesse no9 desenvolvimento da
ctrinac a e tbm focar no conteúdo de forma harmoniosa.
Atividade
Escolha uma:
a. Idealismo platônico
b. Positivismo de Augusto Comte
c. Marxismo de Karl Marx
d. Realismo aristotélico
e. Pragmatismo de John Dewey
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Sua resposta está correta.
A resposta correta é: Realismo aristotélico.
Questão 2
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Marcar questão
Texto da questão
Escolha uma:
a. Foi sob essa influência que os políticos começaram a pressionar
a igreja a estender a educação aos leigos pobres e que sugiram as
primeiras universidades
b. A igreja é levada a extinguir o espaço escolar existente e redefinir
a educação […] a escola nasce em virtude dos caracteres que a
definem; concentração, organização e projeto moral comum
Feedback
Sua resposta está correta.
A resposta correta é:
Questão 5
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Marcar questão
Texto da questão
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Sua resposta está correta.
A resposta correta é:
Questão 6
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Marcar questão
Texto da questão
Escolha uma:
a. Empirismo
b. Construtivismo
c. Inatismo
Feedback
Sua resposta está correta.
A resposta correta é: Empirismo.
Questão 7
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Marcar questão
Texto da questão
Feedback
Sua resposta está correta.
Resposta a partir de 2:38 a 2:47
A resposta correta é:
Play Video
JOHN DEWEY(1) – FUNCIONALISMO E PRAGMATISMO –
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO (5:44)
Para o Pragmatismo, conceitos filosóficos abstratos só têm
significado na medida em que podem ser utilizados de forma
[prática].
Questão 8
Correto
Atingiu 1,00 de 1,00
Marcar questão
Texto da questão
Play Video
JOHN DEWEY(1) – FUNCIONALISMO E PRAGMATISMO –
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO (5:44)
Escolha uma:
a. Construir, Perguntar, Comunicar e Omitir
b. Brincar, Gritar, Correr e Chorar
c. Comunicar, Construir, Perguntar e Expressar
d. Comunicar, Explicar, Rever e Assimilar
Feedback
Sua resposta está correta.
Resposta a partir de 3:47 a 3:56
A resposta correta é: Comunicar, Construir, Perguntar e
Expressar.\
PAULO FREIRE
Vídeo : PAULO FREIRE - HISTÓRIA E MÉTODO (3:56)
Registre-se que dos muitos pensadores brasileiros, Paulo Freire imprimiu uma marca
política dentro da educação. Não uma política partidária, que é muito comum em espaços
escolares, mas uma politização do processo educativo. Além de poder ler as palavras, os
alunos, agora conseguiam entender o que é ler o mundo que as cerca.
DERMEVAL SAVIANI
Olá, car@ alun@!
Hoje estudaremos a contribuição do pensador Dermeval Saviani que com sua reflexão
sobre a Educação nos oferece uma leitura singular de mundo para o universo do ensino-
aprendizagem.
Débora Carvalho, Mariana Bezerra e Maria Antonia Sattamini apresentam, no video
abaixo, um panorama bem didático sobre a vida e obra de Dermeval Saviani. Assista e
faça as anotações que você considera relevantes. Na sondagem da Unidade 3,
retomaremos essa película para trabalhar duas questões.
Seu principal elemento norteador é a filosofia, ele afirma que A escola é o lugar de
aprendizagem e assimilação de conhecimentos formais que é através da avaliação do
conhecimento formal que podemos formular novos conhecimentos e novas praticas ,
onde a escola deve não só transmitir a critica desses conhecimentos formais e sim
formar cidadoes pensantes reconhecendo e refletindo através de filosofias e histora
da educação. Para Saviane a filosofia é a capacidade de refletir se compreender
sobre os problemas que determinada questão nos traz, no caso a educação e agir
para modificalas . Ele afirma que é necessário conhecer o processo histórico da
educação para poder entender a educação .
Ele é o pai da pedagogia histórico critica q consiste na valorização da educação
escolar , fazendo com q o estudante entendendo a sociedade, onde a escola
transmita o saber sistematizado historicamente pelo homem , onde essa pedagogia
se baseia é focada em conteúdos científicos , mas nao é conteudista , pq se
preocupa com o desenvovimento cultural, racional e intelectual do aluno.
Para saber um pouco mais sobre o que tratamos até aqui, consulte o texto dos
pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, Eraldo Leme Batista e Marcos
Roberto Lima, intitulado A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA COMO TEORIA
PEDAGÓGICA REVOLUCIONÁRIA1.
Resumo do artigo
Apresentaremos neste texto uma análise da proposta pedagógica pedagogia histórico-
crítica como um importante instrumental no processo de emancipação humana, sobretudo,
das camadas subalternas. Entendemos que esta pedagogia está fundamentada na visão
crítica da sociedade capitalista, não se resumindo a um mero reformismo no âmbito
pedagógico que mantêm incólume a estrutura societária. Constitui-se numa concepção
pedagógica transformadora, embasada no materialismo histórico-dialético, que por sua
práxis revolucionária, choca-se frontalmente com as tendências ditas “pós-modernas”,
tornando-se um importante instrumental na superação da unilateralidade humana. Por
manter a centralidade da categoria trabalho, coloca-se em desencontro com os interesses
do grande capital, que se pauta em teorias conservadoras transvestidas em modismos
educacionais que impossibilitam a compreensão da realidade.
MOACIR GADOTTI
Para Moacir Gadotti, através da Educação um outro mundo é possível. Assista a película
que se segue:
Entrevista com Moacir Gadotti (1:49)
O q é educar para um mundo possível? É educar para uma educacao sustentável,
emancipadora. Para conscientizar , educadores do futuro , que buscam um mundo
melhor, justo e produtivo , igual para todos.
..........................
CONSIDERAÇÕES SOBRE FREIRE, SAVIANI E GADOTTI - PROF. EDIVALDO ROCHA
(14:47)
Segundo Paulo Freire : O aluno se torna um agente ativo no seu processo de
aprendizagem onde não é so o professor q passa as informaçoes .O rofessor +
aluno+ sociedade tejm interesses em mudar a sociedade para melhorar.
Saviane: É mais voltado para o professor, onde ele não se contenta apenas com o q
foi repassado pelo livro didático , validando a informaçoes e indo atrás de um novo
conhecimento. Onde não apenas o professor , mas tbm os alunos agem analixando
todas as informações sejam analisadas criticamente. Tornando o conteúdo critico do
professor, para fazer uma síntese de um novo material, ou seja do seu novo
conhecimento.
Gadotti: muitas vezes o sistema educacional puxa por um viés ideologico
partidário, assim tem-se que ter cuidado se o filosofo não vai ser tendencioso parta
estabelecer uma apologia politica a partido A ou B. Gadotti fdaz iss favorecendo
assim uma politica partidária , e isso não é bom ! O que é bom são politicas públicas
..
..........................
Resposta professor: Antes de ser uma metodologia de ensino, ou a despeito de ser uma
metodologia, a pedagogia proposta por Paulo Freire considera que o indivíduo precisa não
só aprender a ler as palavras, mas sobretudo saber ler o mundo que a cerca para que
diante dessa leitura, possa ser um agente de seu processo de ensino-aprendizagem. Em
resumo, a pedagogia freiriana estimula a alfabetização linguística e política do indivíduo.
Outra resposta :
particularmente , não consigo entender o que tem a ver a pedagogia freiriana com a
suposta alienação politico-social que o senhor menciona ter muitos brasileiros.
na minha concepção , tem-se uma visão distorcidas dos fatos , onde o foco não esta
no método pedagógico de Paulo Freire e sim em seu viés partidário socialista
(mesmo alegando não ter ).
Para mim é obvio que essa matéria tem viés partidário explicito! Acredito que
Paulo Freire nos trouxe muitas coisas importantes para a nossa educação, a
valorização da alfebetização dos menos favorecidos é alem de humanitária,
essencial para qualquer sociedade em desenvolvimento. Entender que todos somos
iguais perante o estado é dever de todos e isso tem q ser buscado com fervor. Nao
consigo enxergar essa sociedade opressora e burguesa ser o causador de todos os
males na educação. entender que o social interfere é uma coisa , tornar isso regra é
outra totalmente diferente.
enfim... mas , respondendo a pergunta ... através da pedagogia freiriana
valorizaremos cada vez mais a cultura e o conhecimento prévios dos estudantes e a
ideia que o aprendizado acontece na troca, seja entre professores e alunos, seja com
outros professores, seja entre alunos. Entendendo que a educação está na vida, no
nosso cotidiano e na nossa formação como um todo. Não acontece só na escola, mas
em qualquer ambiente, e que todo individuo é um ser capaz de fazer algo útil.
Com base na sua atuação como docente, o que Saviani defende como sendo crucial
ao professor no exercício do magistério? Trecho referente ao capítulo 1 do vídeo.
Para Saviane o professor não pode ser apenas um repetidor um transmissor de
conhecimentos ja compendiados , ele deve ser um pesquisador um criador , alguém
que se posiciona ativamente em relação a sua área, tendo condições de contribuir
para seu desenvolvimento.
De acordo com o que foi apresentado na película Pensamento Educacional
Brasileiro: Dermeval Saviani (capítulo 2), a qual destaca o pensamento de Saviani,
qual o objetivo da Educação Básica e Superior?
Seu principal elemento norteador é a filosofia, ele afirma que A escola é o lugar de
aprendizagem e assimilação de conhecimentos formais que é através da avaliação do
conhecimento formal que podemos formular novos conhecimentos e novas praticas ,
onde a escola deve não só transmitir a critica desses conhecimentos formais e sim
formar cidadoes pensantes reconhecendo e refletindo através de filosofias e histora
da educação.
O objetivo da educação básica e da educação superior é formar cidadões que
saibam reconhecer e discutir sobre os problemas da sociedade alem de trazer novas
propostas para resolve-los.
Antigamente, quando o aluno não aprendia, era ele o único culpado: não estudava, não
prestava atenção na aula e era desinteressado. De duas ou três décadas para cá, se a
criança não aprende, a responsabilidade é toda do professor e da didática e metodologia
ultrapassadas usadas em sala de aula. Ambas as posições - radicais e pouco
fundamentadas - tentam justificar o péssimo desempenho dos estudantes brasileiros da
Educação Básica nas avaliações. Mas nenhuma dá conta do recado de forma satisfatória.
Para tentar entender os reais motivos da sofrível performance dos alunos, Tania Zagury,
mestre em Educação e pesquisadora, resolveu ouvir quem está na linha de frente dessa
batalha: os professores. "Queria saber dos próprios educadores quais são suas
dificuldades, necessidades e possibilidades". Com a experiência de 33 anos em várias
funções do Magistério - de alfabetizadora e supervisora a formadora de professores -
somada aos resultados da pesquisa, Tania concluiu que a sociedade e o próprio universo
da Educação criam mitos que aprisionam o professor e acabam por prejudicar seu
trabalho. E, pior, fazem com que ele muitas vezes se torne refém da própria consciência,
por não conseguir atingir plenamente os objetivos.
A pesquisa, realizada ao longo de três anos, compilou a opinião de 1172 professores, de
escolas públicas e particulares da Educação Básica de 42 cidades, em 22 estados
brasileiros. As principais conclusões desse estudo estão no livro O Professor Refém,
lançado em abril de 2006. Algumas delas Tania revela e comenta na entrevista a seguir.
Quais os principais problemas do professor na sala de aula?
Tania Os cinco principais são manter a disciplina (22%), motivar os alunos (21%), avaliar
de forma adequada (19%), manter-se atualizado (16%) e escolher a metodologia
adequada (10%) - todos diretamente relacionados com a atuação do professor. Os
entrevistados também apontaram o que eles consideravam as causas desses problemas:
a formação inconsistente que tiveram ou continuam tendo, a falta de tempo e de recursos
financeiros. Isso demonstra consciência da realidade, porque os professores poderiam
simplesmente colocar toda a culpa no aluno. Eles sabem que não têm condições de
ensinar o mínimo necessário - ler, escrever e fazer contas - para formar cidadãos.
Como o professor se sente com o baixo rendimento dos alunos?
Tania Ele se sente muito angustiado, às vezes até desesperado, pois quer fazer o melhor,
mas simplesmente não tem condições para isso. O Magistério é uma das profissões que
mais tiveram aumento de tarefas nos últimos tempos. Além de ensinar conteúdos da área
para a qual foi preparado, o professor tem de lidar com outros para os quais não tem
nenhuma capacitação. Basta ver os temas transversais que fazem parte dos Parâmetros
Curriculares Nacionais: cada um compreende uma área do conhecimento com sua própria
complexidade. O professor de Matemática não está pronto para falar de Educação Sexual,
nem o de Língua Portuguesa para ensinar questões ligadas ao Meio Ambiente.
Essas novas funções deixam o professor desmotivado?
Tania De maneira geral, ele continua tendo vontade de ensinar e de fazer bem seu
trabalho, mas tem consciência de que está muito difícil. Por isso, ele está ficando
estressado, deprimido, e isso faz com que se torne refém da estrutura educacional.
Como essa estrutura aprisiona os docentes?
Tania Ela é calcada na falta de continuidade. Um grupo de pensadores simpatiza com
determinada linha pedagógica e começa a divulgá-la como sendo a melhor. Muitas vezes,
quem está na sala de aula não tem informações teóricas suficientes para questionar ou
rebater as novas ideias. Assim, os que não trabalham daquela maneira acabam se
sentindo desatualizados, por fora, por baixo. Ficam na obrigação de começar a usar
métodos para os quais não foram capacitados. E, às vezes, há mesmo essa imposição,
pois o tal grupo de vanguarda assumiu o poder e instituiu mudanças por lei, sem
discussão. Para promover uma grande mudança, é preciso base científica e técnica. Sem
isso, aparecem os mitos que aprisionam o professor.
Quais os principais mitos criados nos últimos tempos?
Tania Um deles é que afeto e carinho são imprescindíveis na aprendizagem. Eles são
importantes, mas não determinantes. Esse mito acaba dando a entender que um professor
que não faz brincadeiras, mesmo dominando os conteúdos, não é competente. Se ele é
frio nas relações pessoais, é rotulado de inapto. Outro mito que paira sobre as escolas é
que, se o professor é bom - ou seja, criativo, dinâmico e usa diversas ferramentas de
ensino -, qualquer aluno aprende. Claro que tudo isso é importante, mas também não é
suficiente. Para aprender, é necessário que o aluno esteja motivado, que estude, faça as
lições e se esforce. Só aulas maravilhosas não bastam.
O PAPEL DO PROFISSIONAL DE
EDUCAÇÃO NO CONTEXTO SOCIAL E
ECLESIÁSTICO BRASILEIRO
Olá!
Hoje quero compartilhar com você um texto produzido pela professora Ycléa Cervino para
esta disciplina. A professora Ycléa tem contribuído com a educação por mais de cinco
décadas. Dos seus pouco mais de 80 anos de idade, 50 deles têm sido dedicados ao
preparo de obreiros para o campo missionário.
Para nós que fazemos parte do Seminário de Educação Cristã – SEC tem sido uma honra
poder contar com sua experiência, dedicação e exemplo de chamado cristão.
Abaixo, transcrevo o texto dessa estimada docente.
O PAPEL DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO NO CONTEXTO SOCIAL E
ECLESIÁSTICO BRASILEIRO.
Cada século traz suas características, e a sociedade está em constante mutação, os mais
velhos têm dificuldade de adaptar-se às mudanças e os mais novos se insurgem contra as
ideias antigas. Como resolver estes conflitos entre gerações?
A Igreja, cumprindo o seu papel, não somente religioso, mas educacional, precisa se
adequar e conhecer, não só os ensinamentos da Bíblia, mas as tendências da sociedade
em evolução.
Os estudiosos apontam para várias tendências sociais para este novo século que estamos
vivendo, entre elas destacamos: triunfo do individualismo, espírito crítico, geração da
velocidade, realidade virtual, aumento dos dilemas éticos e globalização.
O educador religioso precisa conhecer essas tendências e procurar adaptar seus ensinos
para enfrentar, não como uma ameaça, mas como uma forma de crescimento e desafio
para aprofundar seus conhecimentos, métodos e técnicas de ensino.
Sugestões: O ensino deve focar o indivíduo, conhecendo suas características particulares
e seu habitat, tentar aplicar a teoria à vivência individual; isto é, como o aluno pode aplicar
os conceitos teóricos à sua vida prática?
Os jovens de hoje não aceitam como verdade absoluta aquilo que os professores
ensinam, apresentam críticas e se consideram superiores aos mais velhos. O ensino da
Bíblia deve ser, na medida do possível, baseado em pesquisas, para que o aluno
descubra por si mesmo que as verdades bíblicas não estão contrárias ao conhecimento
científico, mas complementam e reforçam as descobertas da ciência
A Igreja precisa acompanhar a velocidade do tempo, antes se andava no lombo de
animais, hoje temos o trem bala; a correspondência era feita por cartas, hoje é virtual, os
educadores religiosos, precisam adequar seus ensinos usando todos os recursos da
tecnologia avançada (que cada dia avança mais).
O mundo está cada vez menor, as distâncias não existem, pois o conhecimento é
divulgado ao mesmo tempo em todo o mundo, produzindo grandes dilemas éticos, não só
no nível da ciência, como da fé religiosa e dos relacionamentos. O educador religioso
necessita ter fundamentos firmes, estar seguro nas suas convicções para poder dialogar
com os mais jovens e orientá-los dentro dos padrões bíblicos, mas contextualizando dentro
do tempo e da cultura de cada um.
Recife, 04.05.19
Ycléa Cervino.
____________
Pergunta para reflexão
Considerando as muitas inovações, sobretudo no campo da educação, como tem sido a
nossa desenvoltura enquanto professores? Temos aliado as tecnologias e conhecimentos
disponíveis à nossa prática ou ainda estamos repetindo métodos e técnicas arcaicas como
se dentro da igreja a forma de fazer a educação não pudesse se atualizar?
_____________
Para saber mais, assista ao vídeo da professora Simone de Melo sobre como melhorar a
dinâmica na Escola Bíblica. Recomendo que o alun@ pesquise outros materiais na
internet, a fim de melhorar a sua performance. Lembre-se que a internet contem as mais
variadas dicas.
SONDAGEM DA DISCIPLINA -
CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA DA
EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO
ECLESIÁSTICO
Olá!
Chegamos ao fim de nossa disciplina e vamos fechar com chave de ouro.
Creio que tod@s viram como a filosofia se presta para o fazer da Educação. Como disse
Saviani, todo processo de ensino-aprendizagem tem uma filosofia que nos ajuda a refletir
a nossa prática. O que lamentamos é que muitas vezes, por diversos motivos, não
alcançamos as metas desejadas e nossas igrejas.
Diante disso, são inevitáveis as perguntas: o que está errado? Onde estamos errando?
O que precisa ser feito?
Gosto muito de lembrar o que Tania Zagury enfatiza: nem tudo é culpa do professor.
Tenho certeza que muitos dão o melhor de si para ver resultados significativos em suas
igrejas. Uma prova disso é que muitos se disponibilizaram para fazer esta formação.
A pergunta que nunca deve sair de nossa mente é: o que fazer para melhorar? Porque
quando pensamos assim, não nos contentaremos com o que temos, mas trabalharemos
para aperfeiçoar e multiplicar os acertos e corrigir as falhas. Dar o melhor de si é um
princípio importante para continuar seguindo em frente. O apóstolo Paulo nos diz “Se é
ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” Rm 12:7.
Mas para não sair do foco da Filosofia Aplicada à Educação, visto que nosso discurso já
está parecendo livro de autoajuda (kkkkk), reflitamos sobre:
Como a Filosofia da Educação pode contribuir para melhorar o desempenho
daEscola Bíblica em nossas igrejas?
Observações:
Neste fórum você poderá ler as respostas dos colegas e comentar de maneira construtiva.
Porém, não serão admitidas cópias de postagens dos alunos ou de terceiros.
Seja original em suas considerações, caso queira dispor de algum texto, de colegas ou de
terceiros, faça as devidas referências.
Também não serão aceitas respostas superficiais ou vagas, como “concordo com
fulano” ou “faço minhas as palavras de ciclano”.
Considere para sua resposta o que estudamos ao longo da disciplina e visualize
possibilidades de melhorias para o ensino eclesiástico.
Resposta:
Através da aplicação dos conhecimento da filosofia na educação cristã,
podemos desfrutar de uma estrutura de ensino bem elaborada, abrangendo além
de uma qualificação adequada na metodologia de ensino dos professores uma
visão interativa entre a relação professor –aluno, onde o aluno tem liberdade de
se expressar e expor opiniões e criticas quantos assuntos abordados , abrindo
espaço para uma discursão saudável e enriquecedora de ideias, vale ressaltar que
o entendimento e método de ensino do professor tem que ser adequado a
situação sociopolítica em que o aluno esta inserido , dando ao mesmo as
condições adequadas para desenvolver seus conhecimentos de forma livre e
espontânea. Se todas essas considerações forem levadas a serio e de fato
executadas , com certeza teríamos uma melhora no ensino eclesiástico.
Quanto a arte de filosofar ...na minha opinião pessoal (logo, minha filosofia
quanto ao assunto) é que : Como cristões, o único cuidado que devemos tomar ,
é o de não deixar a filosofia desqualificar a veracidade da palavra de Deus. Ter
duvidas, e suposições quanto a assuntos bíblicos faz parte ! Ignorar a bíblia ou
partes dela como verdade teológica, é um erro sem volta.