Alimentação Do Lactentes Com Fórmulas Lácteas e Alimentação Complementar
Alimentação Do Lactentes Com Fórmulas Lácteas e Alimentação Complementar
Alimentação Do Lactentes Com Fórmulas Lácteas e Alimentação Complementar
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LH LV linolênico e linoléico (Chemin). O ácido araquidônico e o
Energia (kcal) 68 63 DHA estão associados à cognição acelerada e
Proteína (g) 1,05 3,2 desenvolvimento da visão (Krause e Chemin).
Caseína:Albumina 40:60 82:18 O LEITE DESNATADO (e o leite com pouca gordura
Lípideos (g) 4,2 3,5 - 1 a 2% - Krause): NÃO são indicados para
Saturado:insaturado 50:50 - alimentação da criança < 2 anos, pois tem:
Carboidrato (g) 7,2 4,6 1. MAIOR teor de proteínas, Na+ e K+ (↑ carga de
solutos renais);
Krause, 2013: caloria do LH e lV = 20 kcal/ 30 ml 2. baixo teor de energia (fundamental para
crescimento); e
As diferenças mais importantes encontram-se no 3. baixo teor de lipídios (essencial p/ o
elevado teor de proteína e eletrólitos no leite de vaca. desenvolvimento do SNC). Não é indicado nem
mesmo no tratamento de lactentes e pré
escolares obesos.
Proteínas:
Vitaminas e Minerais:
LH LV
Estão mais biodisponíveis no LH, então mesmo
Ptn (g) 1,05 3,2 quando estão em menor quantidade que em fórmulas,
(Krause: 6 a (Krause: 20%) estão menos relacionados a deficiências. O LH tem
7%) elevada biodisponibilidade de ferro e zinco (Chemin).
Ptn do soro (lactoalbumina) 60% 20% Ferro Quantidade é baixa nos 2 leites, porém
Caseína (Krause) 40% 80% sua biodisponibilidade no LM é maior.
Caseína:Albumina 40:60 82:18
AA taurina e cistina ↑ ↓ Vitaminas LH LV
Vitamina A (µg) 50 4,6
A relação proteína do soro: caseína é 70:30 para o 1º Vitamina D (mg) 0,06 1,0
semestre e 60:40 para o 2º semestre (Dan) Vitamina E (mg) 0,23 0,04
A caseína encontra-se em maior quantidade no LV, Vitamina K (µg) 0,21 0,1-0,4
que se precipita no estômago e forma coágulo mais Vitamina C (mg) 4.0 3.0
espessos, difícil de digerir no estômago, torna o processo Tiamina (mg) 0,02 0,04
de digestão mais lento. Diferente da lactoalbumina que Riboflavina (µg) 35 91
forma coágulos macios fáceis digerir. A caseína do leite Niacina (µg) 150 166
em pó é alterada pelos processos tecnológicos que passa, Ácido pantotênico (mg) 0,18 0,33
formando coágulos mais brandos no estômago. Folato (µg) 8,5 6
Vitamina B12 (µg) 0,097 0,43
Carboidratos:
LH LV Mineral LH LV
Carboidrato (g) 7,2 4,6 Ferro (mg) 0,03 0,05
Lactose 42% VET 30% VET (Biodisponibilidade (Biodisponibilidade
50%) 10%, Krause <1%)
Lipídeos: Cálcio (mg) 8 115
LH LV Fósforo (mg) 14 91
Lipídeos (g) 4,2 3,5 () Zinco (mg) 0,12 0,4
Lipídeos (Krause) 50% 50% Magnésio (mg) 3,5 9,6
Saturado:insaturado 50:50 -- Sódio (mg) 18 51,5
Ácido oléico Cloro (mg) 42 97
(predominante) Potássio (mg) 52,5 140
Ácido linoléico 4% da energia 1% da energia
Ácido araquidônico e Presente Ausente
ácido docosaexanóico
(DHA) Resumo leite de vaca em relação ao leite
Colesterol 10 a 20 mg/dl 10 a 15 mg/dl materno: ↑ teor de proteínas (caseína) e eletrólitos e ↓
teor de lipídeos, ác graxos poliinsaturados, ácido linoléico
Os lipídeos do leite de vaca são mais difíceis de e vitamina E e disponibilidade do ferro.
serem digeridos e absorvidos pela criança. O leite de
vaca apresenta menor teor de lipídeos e ácidos graxos LEITE A BASE DE SOJA
poliinsaturados que o LM.
São recomendadas para:
No leite humano há predomínio de ácidos graxos
1) crianças de famílias vegetarianas (Krause)
essenciais poliinsaturados de cadeia longa, ácido
2) crianças com galactosemia ou deficiência de
2
lactase primária ou que esteja se recuperando de uma de absorção de gordura similares àqueles do leite
intolerância secundária à lactose (Krause) materno. Além de melhorar a digestibilidade,
3) para bebês que podem ser alérgicos ao leite de aumentam a concentração de ácidos graxos essenciais
vaca mas que ainda não manifestaram sinais clínicos. (Dan).
NÃO são recomendados para bebês com alergias Sua densidade calórica é a mesma que a do LM
conhecidas à proteína, pois àqueles com alergia ao leite (0,67kcal/kg), seu CHO principal também é a lactose, o
de vaca também podem desenvolver alergia a proteína da teor protéico costuma ser 1 vez e meia superior a do LM,
soja (Krause) sua principal PTN é a β lactoalbumina, e a relação
4) crianças nascidas a termo cuja necessidade proteína do soro:caseína é de 60:40, e não costuma
nutricional não é preenchida pelo leite materno (Dan) conter colesterol (Dan). A academia americana de
5) parte da dieta vegetariana para crianças pediatria recomenda que a osmolaridade das fórmulas
nascidas a termo (Dan) infantis seja inferior a 460mOsm/kg (Dan).
Não são recomendadas para (Dan):
1) RN prematuros com peso < 1800g Cálculo de dieta
2) na prevenção de cólicas ou alergias
3) em crianças com enterocolite necrotizante PROCEDIMENTOS EXEMPLO: Lactente
induzida por leite de vaca 45 dias,
Calcular as Necessidades
peso: 4,1kg energéticas:
Os bebês que ingerem esta fórmula crescem igual aos necessidades 110 x 4,1 = 451kcal
alimentados com fórmulas à base de leite de vaca (Dan), energéticas
mas há preocupação pela exposição deles aos
Escolher a fórmula NAN: 67kcal/100ml–1 colher
fitoestrógenos e isoflavonas, pois não se sabe seus
medida/30ml de água
efeitos.
Além disso, a soja tem baixo teor de metionina, o que Determinar a capacidade 25 x 4,1 = 102ml a 30 x 4,1 =
pode interferir no crescimento adequado da criança, não gástrica da criança 123ml/ mamada
sendo indicadas as fórmulas caseiras a base de soja. As (25 a 30 ml/kg/mamada) Deve-se escolher um
industrializadas já têm adição de metionina, mas tem alto múltiplo da colher de
medida (30 ml) = 120 ml
custo e sabor desagradável.
A lactose não é utilizada nas fórmulas de soja, elas
contêm sacarose e/ou hidrolisado de amido de milho Calcular o valor 100ml = 67kcal
(Dan). Energético da Volume escolhido = 120ml
As fórmulas a base de proteína de soja não são mamadeira = 80,4kcal
recomendadas para prematuros, pois pouco se sabe
sobre a absorção e utilização ótima de CHO, PTN e Dividir a necessidade 451 kcal/dia
minerais destas (Dan). energética total pelo 80,4kcal/mamadeir
valor energético da a = 5,6 = 6
LEITE DE CABRA mamadeira para obter mamadeiras/dia
Tem composição semelhante a do leite de vaca, número A criança receberá 6
2+ de mamadeiras/dia mamadeiras/dia com 4 col
mas com maior teor de Ca e lipídeos, seu custo é medida de pó
maior, sendo indicado só em casos de alergia à proteína
do leite de vaca, quando tolerado.
Tem maior teor de folato, proteínas, cloretos e
potássio, que levam a maior carga de soluto renal
Indicação (Dan):
(339mOsmol/l) e crianças alérgicas ao leite de vaca
1) em substituição ou como suplemento do LM
podem desenvolver reação cruzada à proteína do leite de
em crianças cujas mães não amamentam ou não o
cabra, por isso essa conduta é errada (Dan).
fazem exclusivamente
2) em substituição ao LM em casos em que a
FÓRMULAS INFANTIS MODIFICADAS:
amamentação é contra indicada
São elaboradas com LV. É a melhor opção de
3) como suplemento, em crianças amamentadas
alimentação para criança que não é amamentada.
ao seio com ganho ponderal insuficiente
Fórmula infantil de partida: alimentação no
1º semestre de vida
Se o lactente não ficar satisfeito com o número de
Fórmula infantil de seguimento: indicadas
mamadeiras/dia calculado, o volume da mamadeira deve
para alimentação no 2º semestre de vida
ser reduzido, aumentando-se o número de
As principais modificações consistem em: redução
mamadeiras/dia.
do teor de proteínas e eletrólitos, substituição de parte de
Forma de preparo: basta adicionar a quantidade
lipídeos por óleo vegetal, adição de outros carboidratos
indicada em pó, utilizando a colher-medida, em água
(maltodextrina, sacarose) e adição de vitaminas e
filtrada e fervida diretamente no local onde vai ser
minerais de acordo com o CODEX Alimentarius. E adição
oferecido ao bebê. Não se deve acrescentar mais nada
de aminoácidos como a taurina e de ferro (Dan).
(cereais, açúcar).
Óleos vegetais são adicionados para garantir níveis
3
Até 5 meses de idade não precisa introduzir tratamento térmico, oque reduz sua alergenicidade. Ex:
nenhum outro alimento junto com a fórmula infantil. Após Nan HÁ.
esta idade a orientação alimentar é idêntica à criança Hidrolisados proteicos (fórmulas extensamente
amamentada. hidrolisadas): São fórmulas nutricionalmente completas,
Presença de constipação, flatulência, agitação, semi elementares e hipoalergênicas nas quais a proteína
regurgitação e vômitos podem indicar intolerância à encontra-se extensamente hidrolisada em pequenos
fórmula, sendo necessária sua troca. A oleína de palma, peptídeos e aminoácidos livres. Estão disponíveis no
adicionada às fórmulas para fornecer ácido palmítico em mercado: hidrolisados de caseína, proteínas do soro de
níveis semelhantes ao leite materno, é mal absorvida e leite e de proteínas da soja. Indicação: alergia simultânea
pode formar sabão insolúvel com cálcio, interferindo na às proteínas do LV e da soja, nas condições clínicas
consistência das fezes. disabsortivas graves, na presença de hipoalbuminemia,
Pelo custo elevado das fórmulas infantis é freqüente na transição da NPT para NE e na realimentação de
o erro de diluição, que pode ocasionar desnutrição, e pacientes críticos por processo digestivo-absortivo. Ex:
acréscimo de açúcar ou cereais aumentando a para < 1 ano (Alfaré, Pregomin, Pregestimil) e para> 1
osmolaridade da fórmula, além de risco de infecção ano (Peptamen Júnior e Vivonex).
digestiva pelo uso de água contaminada para Suspensão de aminoácidos: São fórmulas
reconstituição da fórmula. completas, elementares ehipoalergênicas, nas quais as
proteínas encontram-se na sua forma mais simples, com
Fórmulas para crianças em situações especiais (Dan 100% de aminoácidos. Indicação: alergias graves
09): refratária ao uso de fórmulas altamente hidrolisadas, na
realimentação de pacientes críticos. Ex: Neocate,
Fórmulas para Prematuros: Alta densidade AminoMed.
energética (capacidade gástrica do RNPT é bastante
limitada e suas necessidades energéticas são elevadas); Fórmulas lácteas caseiras:
níveis aumentados de proteínas e minerais, menores
teores de lactose e diferenciado perfil lipídico com 50% São fórmulas produzidas a partr do leite de vaca. É a
de TCM (mecanismos fisiológicos imaturos para digestão alternativa mais empregada devido a facilidade de acesso
e absorção da gordura). Ex: Pré-Nan e Aptamil Pré. e o baixo custo.
Fórmulas anti-regurgitação (AR): O princípio O leite de vaca fluido é encontrado na forma
dessas fórmulas é a substituição de parte da lactose pasteurizada (em sacos opacos) e na forma esterelizada
(redução de 25% por amido de milho ou de arroz pré- (embalagem longa vida). O Ministério da Saúde
gelatinizados ou por goma gataí). Esses açúcares recomenda a fervura do leite pausterizado e aquecimento
substitutos, ao entrarem em contato com o pH ácido do do esterilizado. No entanto, o processamento térmico
estômago, sofrem um processo de gelatinização, acarreta em perda de nutrientes termolábeis como
conferindo maior resistência ao conteúdo gástrico e vitamina C, B1, B6, B12 e ácido fólico.
dificultando o refluxo da fórmula ingerida. Indicação: O leite de vaca em pó apresenta boa solubilidade e
Doença RGE e podem ser usadas do nascimento até 12 necessita somente de adição de água. As proteínas do
meses de idade. Ex: Nan AR e Aptamil AR. leite, no processo de desidratação sofrem ação de
Fórmulas isentas de lactose: Ao invés da desaturação que as torna menos alerginizantes.
lactose, utiliza-se a maltodextrina como fonte de Desvantagem destas fórmulas lácteas caseiras: é a
carboidratos. Esses oligossacarídeos da glicose sob a que menos atende as recomendações do CODEX.
forma de maltodextrina têm a vantagem de fornecer O leite de vaca deve ser diluído reduzir o teor de
energia com pouco efeito na osmolalidade, eliminando proteína e eletrólitos a fim de reduzir a carga de soluto
complicações como diarreia e má absorção. Além disso, renal e modificar estrutura da caseína, melhorando a sua
é menos suscetível à fermentação das bactérias digestibilidade. No entanto, quando sofre diluição o LV
intestinais e auxiliam na absorção de Ca, Mg eZn. Ex: tem o seu valor energético bastante reduzido. O segundo
Nan sem lactose, Enfamil sem lactose Premium (Mead procedimento é então a adição de nutrientes para adequa-
Johnson). lo as necessidades do lactente.
Fórmulas de proteína isolada de soja: São O Ministério da Saúde recomenda a diluição do
fórmulas completas e poliméricas, produzidas após LV adicionando-se para cada 100ml de fórmula: 70ml de
refinado processo de extração da proteína isolada da leite + 30ml de água ou 100ml de água + 1 colher de
soja. São completamente isentas de proteínas de LV e de sobremesa de leite em pó e nenhuma adição de
lactose. Embora sejam indicadas para crianças alérgicas carboidrato. No entanto, o valor energético dessa fórmula
à proteína do LV, não são consideradas proposta é de 51 kcal/100ml, muito abaixo do valor
hipoalergênicas (reação cruzada). Ex: Nan Soy, Apatamil energético do leite humano (70 kcal/100ml).
de soja (1 e 2), Enfamil ProSobee Premium, Isomil e Accioly, 2 0 0 9 recomenda a reconstituição do valor
Nursoy. energético do leite com a adição de carboidratos simples
Fórmulas hipoalergênicas parcialmente e complexos a fim de tornar-se mais adequado às
hidrolisadas: São fórmulas de partida completas, necessidades do lactente. Ela recomenda a adição de
compostas por proteínas de soro de leite parcialmente carboidratos simples e complexos, na proporção: 3% de
hidrolisadas pela ação da tripsina, com posterior edulcorantes (açúcar refinado ou similar) e 5% de fonte
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de amido (farinhas de cozimento ou instantâneas). Não Dividir o VET pelo valor 474 kcal/dia
se usa só amido porque os níveis de amilase energético da mamadeira 79 kcal / mamadeira
pancreática no lactente são baixos, poderia acarretar para obter número de = 6 mamadeiras/ dia
intolerância à fórmula. Também não se usa só açúcar mamadeiras/dia
porque elevaria a osmolaridade da fórmula e pelo seu Transformar a fórmula em Açúcar = 1 col chá cheia
potencial cariogênico. A indicação do tipo de farinha medidas caseiras Farinha de cozimento = 1 col
deve considerar o hábito intestinal da criança e sua chá rasa
aceitação. Não é recomendado adição de mel devido ao
risco de contaminação e o chocolate só deve ser oferecido
Guia < 2 anos, 2010: Na impossibilidade de impedir a
a crianças maiores que 9 meses.
utilização do LV na alimentação do lactente, deve-se
realizar a diluição adequada para a idade, corrigir a
Accioly 0 – 30 dias 1 a 4 5 meses deficiência de ácido linoleico com acréscimo de óleo nos
2009 meses em diante primeiros 4 meses e a suplementação de vitamina C e
Leite de Diluição a Diluição a Leite integral
ferro. A diluição deve ser de 2/3 (leite líquido) ou 10%
vaca fluido 50% 2/3 Não
(leite em pó). ATENÇÃO: não há diferença para
3% açúcar 3% açúcar acrescentar
5% farinha 5% farinha HC menores de 30 dias!! Não é indicada o acréscimo de
Leite em Reconstituir Reconstituir Reconstituir farinhas e açúcares em < de 4 meses; a densidade
pó a 6,5% a 8,5% a 13% energética deve ser complementada com a adição de
3% açúcar 3% açúcar Não óleo vegetal à 3% (1 col. chá para cada 100 ml = 27 kcal).
5% farinha 5% farinha acrescentar Após completar 4 meses, o leite integral não deve ser
HC diluído e nem acrescido de óleo, já que nessa idade a
criança receberá outros alimentos.
Idealmente as mamadeiras devem ser preparadas
imediatamente antes de serem servidas. Quando Volume e nº de refeições lácteas por faixa etária:
prepradas em maior número devem ser conservadas em
geladeira por 24 horas. Não devem ser deixadas em
temperatura ambiente nem reaproveitar seus restos.
Primeira etapa do preparo é esterizar os utensílios.
Em caso de utilização de leite fluido, complementarmente
ao tratamento industrial é necessário ferver, pois
proporcionará coágulo de menor tensão e promoverá
cozimento do cereal e reforçará a esterilização do produto.
Cálculo da dieta:
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
Ministério da Saúde, 2010 (Guia < 2 anos): A partir dos (APÓS 6 MESES DE IDADE)
4 meses, deve-se introduzir: 2 refeições básicas
(almoço e jantar) e duas frutas, além do leite sem É o período em que outros alimentos e líquidos são
adição de açúcar. oferecidos à criança além do leite materno. Tem o
objetivo de fornecer energia, proteína, vitaminas e sais
minerais quando o leite materno já não atende mais as
necessidades nutricionais do lactente. Inicialmente
complementa-se o leite materno até ser totalmente
substituído pela dieta familiar. Deve-se garantir o
consumo energético adequado, de forma que a proteína
possa ser utilizada em sua totalidade (Chemin).
O Guia Alimentar para crianças brasileiras menores
que 2 anos apresenta uma consolidação dos 10 passos e
destina-se à capacitação técnica de profissionais que
atuam no campo da alimentação infantil.
7
por ter um sentido ambíguo. Pode significar
“acostumar” com novos alimentos, como pode sugerir a Riscos associados a alimentação complementar
completa interrupção do aleitamento materno. (Accioly 09):
O risco de diarreia em populações pobres
Início da Alimentação Complementar quando são oferecidos as crianças alimentos
complementares entre 4 e 6 meses de vida, é 2 a 13
O início deve ser com 6 meses e o aleitamento materno vezes maior do que se estivessem sendo amamentadas
deve ser mantido. exclusivamente.
Alergias alimentares.
Alguns indicadores orgânicos confirmam que após os 6
Metemoglobinemia Pode ocorrer quando
meses (entre 4-6 meses – Dan), a criança está apta a
a alimentação complementar for iniciada antes dos 3
receber novos alimentos:
meses de idade. O consumo excessivo de nitrato presente
Sistema Digestivo: em água e alimentos, pode se converter em nitrito e
o aumento progressivo de secreção de ácido oxidar o ferro da hemoglobina, transformando-a em
clorídrico; metemoglobina. Esta, na criança sadia, representa
o melhora da permeabilidade da mucosa intestinal pouco mais de 2% do total de hemoglobina, e como é
com menor risco de absorção de proteínas intactas e incapaz de carrear o oxigênio, ocasiona hipóxia se
desenvolvimento de alergia alimentar; estiver em quantidade elevada (20%). Outras
o aumento dos níveis de amilase pancreática; manifestações clínicas são: mucosas com tonalidade
o capacidade do estômago aumenta de 10 a 20ml amarronzada, irritabilidade e taquipnéia. São fatores que
ao nascimento para 200ml em torno de 1 ano, o que determinam a metemoglobinemia:
leva a intervalos menos freqüentes na alimentação; - Lactentes apresentam pH gástrico mais
o Crianças entre 6 a 24 meses possuem uma elevado que crianças maiores e adultos, o que aumenta
capacidade gástrica de 30 a 40 ml/kg (Cozzolino). Por proliferação bacteriana intestinal, reduzindo o nitrito para
isso a quantidade das refeições salgadas deve variar nitrato. Hemoglobina fetal, que é o tipo de Hb
entre 100 e 200g até 12 meses. predominante em lactentes até 3 meses e é mais
Sistema Excretor: facilmente oxidada para metemoglobina.
o O recém nascido tem um rim funcional, - Lactentes tem menor atividade da
porém imaturo, ele dobra seu peso ao redor de 6 metemoglobina redutase, que reconverte metemoglobina
meses e o triplica por volta de 1 ano de idade (Krause); em hemoglobina.
o Os rins do recém nascido tem baixa filtração - Os alimentos com maior teor de nitrato são:
glomerular e baixa capacidade de concentração (700 a BETERRABA, CENOURA, ESPINAFRE e FEIJÃO
1400 mOsm/L. Têm limitada habilidade de eliminar íons VERDE, não devendo ser consumidos por menores de
hidrogênio, aumentando a susceptibilidade à acidose; 3 meses de idade.
o Após 4 meses de vida, a carga de soluto
renal proveniente da introdução dos alimentos Necessidades nutricionais durante a alimentação
complementares é aceitável. complementar:
Sistema neurológico e muscular: A alimentação no 1º ano de vida é condicionada
o Processo de desenvolvimento na criança: aos pelas necessidades nutricionais dos bebês, visando
4 meses, o bebê é capaz de sentar com apoio, aos 5 suprir seu elevado crescimento e desenvolvimento, e
meses senta sem apoio e apoia firmemente o pescoço, pelo grau de maturidade funcional que determina o tipo
dos 6 aos 8 meses engatinha, aos 9 meses fica em pé de alimento a ser oferecido (Chemin).
com apoio e por volta de 12 meses é capaz de Apresentam quantidades de nutrientes e energia
caminhar livremente. proporcionalmente maiores que para o adulto (Chemin).
o Presença de reflexos que facilitam a introdução
de novos alimentos como início dos movimentos
mandibulares que permitem a mastigação 9ª partir de 5 Energia
meses), erupção dentária e desaparecimento do reflexo
de protusão. Densidade energética do leite humano:
Idade Reflexos presentes Países em desenvolvimento: 0,53 a 0,7 kcal/ml.
5 meses Início de suaves movimentos mastigatórios Países industrializados: 0,6 a 0,83 kcal/ml.
permitem consumir alimentos semi-sólidos, A densidade mínima de energia recomendada é de
independente do aparecimento de dentes; 70kcal/100ml para evitar déficit de energia.
8 meses Movimentos laterais com a língua e movimenta Uma criança de 6 a 8 meses consome em média
alimentos na direção dos dentes; 473kcal/dia proveniente do LH e uma de 9 a 11 meses
12 meses Movimentos de mastigação rotatórios: permitem 379kcal/dia, o restante das calorias ecessárias devem
mastigação adequada de carnes e vegetais;
vir da alimentação complementar.
Capacidade em sentar sozinho;
Erupção da dentição decídua;
Desaparecimento do reflexo de expulsão (falta Energia fornecida pela alimentação complementar
de habilidade de transferir o alimento da ponta (OMS e UNICEF):
da língua em direção ao palato, resultando em
expulsão do alimento oferecido). 8
6 a 8 meses 9 a 11 meses 12 a 24 meses
250kcal/dia 450 kcal/dia 750 kcal/dia
IDADE Recomendação
(meses)
0-3 88
3-5 82
6-8 83
9-11 89
Krause:
9
Cozzolino: 1,5g/kg/dia, mais importante do que a quantidade é a
qualidade. A taurina, por exemplo, vem sendo
Gênero Equação considerada essencial para bebês, já que eles não
Masculino EER = 88,5 x idade (anos) + NAF x [26,7 podem produzí-lo, e ele é necessário para o
x peso (kg) + 903 x estatura (m)] = 20 desenvolvimento do SNC e para conjugação dos
kcal de depósito sais biliares. O importante é fornecer proteínas AVB
Feminino EER = 135,3 x idade (anos) + NAF x na concentração adequada, isso é de 0,7 g/100kcal
[10,0 x peso (kg) + 934 x estatura (m)] = para crianças de 6 a 24 meses.
20 kcal de depósito
Vitolo:
Nível de atividade física (NAF):
NAF Feminino Masculino
Sedentário 1,0 1,0
Leve 1,13 1,16
Moderado 1,26 1,31
Intenso 1,42 1,56
Lipídeos:
A recomendação para lactentes com menos de 1 ano
de vida é que consuma um mínimo de 30g/dia.
O óleo vegetal é fonte de ácidos graxos
essenciais e energia, que contribuirão para aumentar a
densidade energética da refeição e melhorar o sabor e a
viscosidade. O consumo para crianças entre 7 e 12
meses de idade deverá cerca de 35% do VET e 32%
para a faixa etária entre 1 e 3 anos de idade (Accioly 09).
O ácido linoléico, que é essencial para o crescimento Krause:
e integridade dérmica, deve fornecer 3% do total de Kcal ou: 0 a 6 meses: 9,1 g
4,4 g para crianças com menos de 6 meses; 6 meses a 1 ano: 13,5 g
4,6 g para crianças de 7 meses a 1 ano. 1 a 3 anos: 13 g
Corresponde a 5% das Kcal do leite materno e 10%
da maioria das fórmulas (Krause). Ácido α linolênico Dan: A recomendação diária de proteínas para
(precursor de ácidos graxos n-3 DHA e ácido crianças de 0 a 6 meses é de 2,2g/kg/dia.
eicosapentaenóico – EPA) devem ser incluídas, a
recomendação atual é 0,5 g/dia durante o primeiro ano de Carboidratos:
vida. A suplementação com DHA e AA afeta positivamente Devem fornecer de 45-60% (Krause: 30 a 60%) da
a acuidade visual e a psicomotricidade, especialmente em ingestão de energia durante a infância. Aproximadamente
prematuros. 40% do LM e 40-50% das fórmulas deriva-se da lactose ou
de outros carboidratos.
Krause:
Cozzolino: de acordo com a IOM
0 – 6 6 – 12 1 a 3
meses meses anos Percentual de energia
Gordura 31 30 ND Macronutrientes
1 a 3 anos 4 a 8 anos
total (g) Carboidratos 45 a 60 45 a 60
n-6 (g) 4,4 4,5 7 Gorduras totais 30 a 40 25 a 35
n-3 (g) 0,5 0,5 0,7 Ácido linoleico (n-6) 5 a 10 5 a 10
Ácido linolênico (n-3) 0,6 – 1,2 0,6 a 1,2
Proteínas: Proteínas 5 a 20 10 a 30
As proteínas são necessárias para reparação
Krause:
tecidual, deposição de massa magra e crescimento.
0 a 6 meses: 60 g
A necessidade do lactente é maior por kilograma
6 meses a 1 ano: 95 g
de peso do que de adultos ou crianças mais velhas. A
1 a 3 anos: 130 g
proteína é necessária para a reposição tecidual e para
o crescimento. Fibras: 19 g
A histidina é essencial para bebês, mas não
para adultos e a tirosina, a cistina e a taurina podem Água (ml):
ser essenciais para o bebê prematuro. A quantidade de água é determinada pela quantidade
perdida através da pele, pulmões, fezes, urina, além da
Chemin: A RDA para crianças de 7 a 12 meses é de pequena quantidade necessária para o crescimento.
10
A NRC recomenda ingestão de 1,5ml/kcal/dia, mas micronutrientes, exceto de ferro e zinco, sendo esses, os
ambientes quentes e úmidos e casos de vômitos e únicos que possuem RDA determinada dos 7 a 12 meses
diarréia podem aumentar a necessidade de água. As de idade (Chemin).
fórmulas não devem ser fervidas para não
concentrarem os solutos. A intoxicação com água VITAMINA K
pode causar hiponatremia, inquietação, náusea, vômito, A deficiência de vitamina K pode resultar em
diarréia, poliúria ou oligúria e convulsões. sangramentos ou a doença hemorrágica do recém
Já o déficit de água resulta em desidratação nascido.
hipernatrêmica. A doença hemorrágica do recém nascido é mais
Recomendação de acordo com a DRI (toda a água comum em bebês amamentados, pois o LM contém
contida nos alimentos, bebidas e água pura): apenas 2,5 mcg/L de vitamina K, enquanto que as
0,7L até 6 meses fórmulas infantis contém 20 vezes mais (todas as
0,8L de 7 meses a 1 ano fórmaulas infantis possuem pelo menos 4 mcg/100kcal).
Recomendação (AI):
Krause: 2 mcg/dia 0 a 6 meses
2,5 mcg/dia 7 a 12 meses
Idade Necessidade deágua
(ml/kg/dia) Essa quantidade pode ser fornecida pelo leite
10 dias 125-150 maduro, exceto na primeira semana de vida. Por isso,
3 meses 140-160 todos os bebês devem receber de 0,5 a 1mg de vit K
6 meses 130-155 intramuscular.
1 ano 120-135
2 anos 115-125 VITAMINA D
6 anos 90-100 A quantidade disponível para a criança durante os
10 anos 70-85 6 primeiros meses depende dos depósitos maternos
14 anos 50-60 durante a gravidez e, posteriormente, da ingestão de
vitamina D pela criança e, principalmente, de sua
exposição solar, a qual é a forma mais eficiente de
obtenção da vitamina.
O LM contém aproximandamente 20 UI (0,5 mcg de
colecalciferol).
Os lactentes amamentados ao peito devem
receber suplementação (400 UI, Krause, 2013) em torno
dos 2 meses ou serem expostos a luz solar (30min/sem
com o bebê vestindo fralda ou 2h/sem completamente
vestido) (Chemin). Essa exposição pode ser distribuída
em períodos do dia (5 a 15 min) e deve ser direta sem
vidro na frente (Chemin). Aqueles que recebem fórmula
infantil não necessitam (mais que 500ml ou 1000 ml de
fórmula fortificada, Krause, 2013).
Em nosso meio a recomendação de suplementação
de vitamina D é 400 a 800 UI/dia (ou 10 a 20 µg/dia – UL
= 25 µg/dia). 800 UI pode ser necessária para latentes
com maior risco, tais como bebês prematuros, bebês e
crianças de pele escura, e aqueles que residem em
latitudes mais elevadas.
No entanto, as doses devem ser dadas com cautela,
excesso de vitamina D pode causar: náusea, vômitos,
perda de apetite, sede excessiva, micção excessiva, dor
abdominal, fraqueza muscular, dores musculares e
articulares, confusão, fadiga ou dano nos rins.
VITAMINA A (Chemin)
Vitaminas e Minerais: A sua suplementação se justifica apenas em regiões
Para crianças com menos de 1 ano, não há de alta prevalência de hipovitaminose A, caso contrário,
definição das RDAs (cobre a necessidade de 97 a 98% a alimentação adequada supre as necessidades.
dos indivíduos sadios daquele grupo) e sim de AI
(ingestão adequada), que se baseiam na média de Programa de Prevenção de Hipovitaminose A -
consumo de crianças saudáveis em aleitamento materno, Recomendação em dose única a cada 4 a 6 meses:
por ser esse uma fonte relevante de todos os - Crianças de 6 a 11 meses: 100.000UI
- Crianças de 12 a 59 meses: 200.000UI.
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4 e 6 meses, começa a ocorrer um balanço negativo de
Sintomas típicos de hipovitaminose A estão ferro e suas reservas podem esgotar por volta dos 6 a 9
relacionados ao olho: xeroftalmia, cegueira noturna, xerose meses. Após este período, há risco de anemia e por isso
da conjuntiva e da córnea, manchas de Bitot e as grandes refeições do lactente devem conter fontes de
queratomalácia. ferro heme e não heme acompanhados de substâncias
É comum a recomendação de suplementação de para melhorar a biodisponibilidade do Fe e deve-se
1500 a 2000UI de vit A /dia e de 400 a 800UI de vit D no desestimular o consumo de leite e derivados, chás e
1º ano, mas o prudente é avaliar individualmente a mate. Desta forma, 97% da necessidade deste mineral
criança. deve ser coberta pela alimentação complementar.
FLÚOR
A importância do flúor na prevenção da cárie tem sido
bem documentada. Contudo fluor em excesso pode causar
fluorose dental.
A suplementação não recomendada para crianças
menores que 6 meses. Após a erupção dentária
recomenda-se que a água fluoretada seja oferecida várias
vezes ao dia para crianças alimentadas com LM, ou LV ou
fórmulas preparadas com água que contenham < 0,3 mg de
flúor/L.
Recomendação:
0,7 mg/dia 0 a 6 meses
0,9 mg/dia 7 a 12 meses
FERRO
O conteúdo de ferro no leite materno é baixo, mas
tem alta biodisponibilidade, de forma que sua Contra indicações:
utilização é elevada (até 50%), mas a introdução de Açúcar para crianças eutróficas e obesas
outros alimentos sólidos compromete a sua evita obesidade e cáries.
biodisponibilidade. Leite de vaca no 1º ano de vida associado
O aleitamento exclusivo fornece quantidades a anemia ferropriva, alergias alimentares e interferência
adequadas de ferro até 6 meses de vida. Entretanto, entre no reflexo de sucção do bebê. Ainda, por
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apresentar quantidades inadequadas de algumas Chemin Mariscos, tomate, chocolate.
vitaminas e ác graxos essenciais pode prejudicar o Dan Trigo, cítricos e carne de porco,
crescimento e desenvolvimento do lactente e seu uso soja e peixe.
leva a maior predisposição futura a aterosclerose,
obesidade, dor abdominal recorrente e catarata O peixe pode ser introduzido desde o início. A
(Chemin). Mas se o consumo de LM pela criança é possibilidade de alergia na população é menos comum.
insuficiente para atender as necessidades de cálcio e Deve-se preconizar a carne de peixe como rotina, a
proteínas o leite de vaca pode ser considerado. Seu menos que haja história familiar de alergia a produtos
consumo deve ser limitado a 500 ml/dia dos 6 meses marinhos.
aos 2 anos de vida (Guia < 2 anos). Evitar consumo excessivo de sucos (> 240
Açúcar refinado (deve ser evitado até os 2 ml/dia), pois pode interferir no consumo de alimentos
primeiros anos de vida – MS, 2010) Prevenção de (Accioly 09).
obesidade e cáries dentárias. Evitar bebidas com baixo valor nutricional: café,
Atenção: Especificamente no caso de crianças chá e refrigerantes (Accioly 09); mate e enlatados
desnutridas ou com baixo ganho de peso, o açúcar (MS, 2010). Podem também comprometer a digestão e
pode ser útil p/ ↑ densidade calórica das absorção, além de irritar mucosa gástrica da criança
preparações, sem contribuir p/ ↑ de volume (Accioly (MS, 2010).
09). O óleo vegetal deve ser acrescentado por ser
Beterraba e espinafre e embutidos (Chemin): fonte de ácidos graxos essenciais e de energia.
Contêm nitrito (nitrato – Chemin) (oxida o ferro da
hemoglobina formando a metahemoglobina, que é Quantidade dos Alimentos:
incapaz de se ligar ao oxigênio, podendo levar a Iniciar a oferta em pequenas quantidades e
cianose). aumentar progressivamente.
ANVISA: alimentos com beterraba e espinafre na A quantidade dependerá da ingestão de leite
composição devem trazer uma advertência para não materno.
serem consumidos por crianças menores de 3 meses. Crianças não aceitam a mesma quantidade de
alimento todos os dias, podendo ocorrer variação do
Alimentos com alta concentração de agrotóxicos: apetite.
morango e tomate (Chemin). Geralmente a uma discrepância da quantidade de
Alimentos que oferecem maior risco de alimentos que os pais consideram adequada e do que é
contaminação: enlatados, embutidos e mel (Chemin). realmente necessária para a criança.
Chocolate: contém ácido oxálico que pode se É importante que os pais percebam sinais de fome.
combinar com o cálcio formando oxalato de cálcio, Durante doença a criança tende a recusar a
reduzindo sua absorção. alimentação e na fase de recuperação quantidades
ANVISA: uso de cacau, só em alimentos a serem maiores devem ser ofertadas.
consumidos após os 9 meses de idade.
Como o teor de cálcio do leite de vaca é elevado, a Preparo e oferta dos alimentos complementares:
adição de pequena quantidade de achocolatado não Introduzir um alimento novo a cada dia, a fim de
torna a combinação tão prejudicial (Ex: de 250 mg de observar a tolerância, variando-se os grupos. X Deixar o
cálcio presentes em 01 xícara de leite, cerca de 6 mg se intervalo de 3 a 4 dias entre a oferta e a introdução de
tornariam insolúveis com a adição de chocolate em pó). um outro alimento para verificar a existência de alergia
Clara de ovo (Guia < 2 anos 2010): O ovo inteiro ou intolerância (Chemin) X Intervalo mínimo de 3 dias
(gema e clara) pode ser introduzido a partir dos 6 meses (Dan).
em substituição à fonte protéica. Quanto maior a concentração de proteínas,
Mel e xarope de milho para crianças menores de amido e gorduras, mais lento vai ser o esvaziamento
1 ano de idade - risco de contaminação por Clostridium gástrico, por isso a quantidade de refeições salgadas
botulinum (botulismo); mas ANVISA não restringe. deve variar entre 100 e 200g até 12 meses de idade
Sal e óleo são acrescentados somente após (Chemin).
alguns dias da oferta da primeira sopa (Dan). O tamanho do prato e a quantidade oferecida
Alimentos com risco de engasgo (uva inteira, devem ser proporcionais a idade.
pipoca, peixe com espinhas, bala dura, embutidos e Permitir que a criança segure copo e a colher e
amendoim) devem ser evitados. Cachorro quente, uvas e use as mãos para manusear os alimentos, mantendo,
pães com pasta de amendoim (alimentos com pele ou contudo, a vigilância a fim de garantir a ingestão do
casca ou que grudam) podem causar asfixia e não alimento.
devem ser oferecidos. Inicialmente oferecer os alimentos após as
Para crianças com histórico de atopia: evitar leite mamadas, independente do volume do novo alimento
de vaca, ovo, soja, amendoim e peixe (possíveis que se consiga aceitar, a quantidade vai dependerdo
alérgenos), no 1º ano de vida. apetite e a capacidade gástrica da criança.
Não oferecer mais do que a capacidade da
Comuns entre Leite de vaca, ovo, amendoim. criança.
os autores
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Capacidade gástrica A introdução de alimentos complementares é mais
Accioly 2009 25 a 30ml/kg/dia fácil em crianças amamentadas, pela exposição precoce
Chemin e 30 a 40 ml/kg/dia a diferentes sabores e aromas no LH (Chemin).
Cozzolino
Deve-se oferecer água nos intervalos entre as
MS, 2010 20 a 30 ml/kg/dia refeições com a introdução dos alimentos
complementares (Guia < 2 anos).
A consistência inicial pode ser pastosa, obtida Evitar bebidas com baixo valor nutricional: café,
com auxílio de garfo ou PENEIRA GROSSA (x NÃO
chá e refrigerantes (Accioly 09); mate e enlatados (Guia <
deve ser usada peneira – Guia < 2 anos), depois os
2 anos). Estes tipos de alimentos podem também
alimentos podem ser picados ou desfiados em pedaços
comprometer a digestão e absorção, além de irritar
pequenos (Accioly). mucosa gástrica da criança (Guia < 2 anos).
Assim é totalmente contraindicado o uso de Evitar consumo excessivo de sucos (acima de
liquidificador (Guia < 2 anos, Dan, 2001 e Chemin) e 240ml/dia), pois podem interferir com o consumo de
peneira, uma vez que a criança está aprendendo a
alimentos (Accioly 09).
distinguir a consistência, sabores e cores dos novos
Deve-se estimular a alimentação ativa, a qual está
alimentos (Guia < 2 anos). Além disso, ocorre diminuição
associada a um melhor crescimento infantil, e é
da palatabilidade, o que dificulta a transição para o sólido caracterizada por: alimentar a criança pequena
(Dan), uma vez que os alimentos liquidificados não diretamente; acompanhar e estimular a alimentação de
estimulam a mastigação (Guia < 2anos).
crianças maiores; atentar para sinais de fome e
Omitir todos os líquidos e alimentos 1h e 30
saciedade, alimentar a criança com calma e paciência; o
min antes da refeição para garantir a fome.
caso de recusa persistente, experimentar diferentes
Usar colher, prato e copo no lugar da combinações, sabores e texturas; minimizar distrações
mamadeira, permitindo que a criança segure-os. durante as refeições; olhar e conversar com a criança
Se houver recusa não se deve obrigar a (Accioly 09).
ingestão do novo alimento, visto que a aceitação é uma
Evitar o uso de açúcar. Porém, especificamente no
aprendizagem relacionada com a repetição da oferta. São
caso de crianças desnutridas ou com baixo ganho de
necessária em média 8 a 10 exposições a um novo
peso, o açúcar pode ser útil para aumentar a densidade
alimento para que ele seja aceito pela criança (Chemin, energética das preparações, sem contribuir para o
MS 2010). aumento do volume (Accioly 09).
Variar a forma de apresentação e preparo,
Utilizar condimentos naturais e suaves, como
prevenindo a monotonia alimentar.
cebola, alho, salsinha e sal de adição em quantidades
O horário das refeições deve agradável, mas
mínimas.
não se deve realizar outras atividades ao mesmo tempo.
A criança deve receber alimentos quando Ordem de introdução de novos alimentos:
demonstrar fome. Horários rígidos para a oferta de
Accioly 09:
Após Após Após completar 12
completar 6 m completar 7 m meses
As recomendações atuais de alimentação
LM sob livre LM sob livre LM e fruta ou cereal /
demanda demanda tubérculo complementar não enfatizam a ordem de introdução de
Papa de fruta Papa de fruta Fruta alimentos, uma vez que o trato gastrointestinal do lactente
Papa salgada Papa salgada Refeição básica da já é considerado maduro.
família Após adaptação do almoço, a introdução do jantar
Papa de fruta Papa de fruta Fruta ou pão pode ocorrer em seguida, não sendo necessário esperar
simples/tubérculo / um intervalo maior para iniciá-la. Espera-se que a partir
cereal
dos 7 meses a criança já esteja recebndo 2 refeições
LM Papa salgada Refeição básica da
salgadas.
família
alimentos prejudicam a capacidade da criança de
distinguir a sensação de fome e de estar satisfeito após Ministério da Saúde – Guia < 2 anos
uma refeição. O intervalo entre as refeições é que Esquema alimentar para os 2 primeiros anos de vida de
precisa ser regulada (2 a 3h) – Guia < 2 anos. crianças amamentadas:
Orientar quanto à preservação de nutrientes:
cozinhar em quantidade mínima de água, iniciar o
cozimento a partir da água em ebulição, com panelas
tampadas, oferecer frutas logo após o descasque ou
preparo.
Acompanhar a evolução da alimentação
complementar através da curva de crescimento.
Orientar higiene oral após as refeições, inclusive
após as mamadas de leite materno, sendo que o uso
de creme dental comum só é permitido após 2 anos de
idade.
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Não há necessidade de seguir uma ordem exata na
introdução de alimentos, mas deve-se priorizar os
alimentos com alto valor energético, ricos em ferro, zinco e
vitamina A, assim, a refeição de sal deve ser
introduzida inicialmente, contendo 1 cereal, 1 tubérculo, 1
fonte protéica e 1 ou 2 hortaliças.
As frutas devem ser oferecidas nas refeições
intermediárias, complementando vitaminas e minerais x
Guia < 2 anos (2010): 1 cereal ou tubérculo + 1 legumes
e verduras + 1 leguminosas + 1 grupo dos alimentos de
origem animal (frango, boi, peixe, miúdos, ovo).
De maneira geral, uma criança de 6 a 8 meses de
idade necessita de 2 a 3 refeições por dia e entre 9 e 11
meses são necessárias 3 a 4 refeições, para que aos 12
meses ela receba 5 refeições/dia.
Cuidados de higiene:
Lavar as mãos com água e sabão antes de
iniciar o preparo dos alimentos e antes de servi-lo a
criança.
Não assoprar os alimentos enquanto estiverem
sendo preparados ou servidos à criança.
As sobras devem ser cobertas e refrigeradas
imediatamente, podendo ser utilizadas em 24 horas.
Alimentos em temperatura ambiente por mais de 2
horas devem ser desprezados. X reaquecimento
adequado dos alimentos preparados e estocados à
temperatura ambiente por mais de 2 horas (Chemin).
Não utilizar mamadeiras e seus respectivos
bicos e sim colher e copo (Chemin).
Consumir alimentos frescos, crus bem lavados,
usar utensílios limpos, proteger alimentos e utensílios de
poeira e animais e armazenar alimentos perecíveis e
Esquema alimentar para os 2 primeiros anos de vida de
preparados em geladeira (Chemin).
crianças não amamentadas:
Higienização das frutas: lavar em água corrente;
colocar de molho por 10 min em solução clorada (200 ppm
= 1 C. Sopa para 1L); e enxaguar em água corrente
(Guia < 2anos).
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vida, com exceção das seguintes vitaminas (Residência – intolerâncias alimentares geralmente pelo uso de
2004): leites artificiais.
A)A e C (E) No caso em que a mãe esteja em alojamento
B)D e K contínuo, permitindo que as mães e bebês
C) D e A permaneçam juntos por 24 horas.
D) K e C
36) As crianças menores de 2 anos são mais 40) Dentre as medicações apresentadas a seguir,
vulneráveis a desnutrição e a deficiências de assinale a alternativa que apresenta a que é
micronutrientes. E, embora seja comprovado o efeito compatível com o aleitamento materno (FIOCRUZ
protetor do aleitamento materno para a redução da 2010):
morbimortalidade infantil, as taxas de aleitamento (A) Sais de ouro.
materno exclusivo no Brasil estão abaixo do (B) Ciclosporina.
recomendado. Hoje, o Ministério da Saúde recomenda (C) Vincristina.
o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros (D) Amiodarona.
meses de vida. (E) Lidocaína
Entende-se como aleitamento materno exclusivo a
oferta de (UFRJ, 2012):
a. leite materno associado ao leite não-humano, água 41) Conceitua-se por desmame precoce a introdução
filtrada, ou bebidas à basa de água, com sucos de de alimentos na dieta do lactente:
frutas e chás; (A) Antes do 6o mês de vida
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(B)Entre o 6º e 8º mês de crianças amamentadas ao seio.
vida (C)Antes do 2º de vida
(D) Antes do 4º mês de vida
47) A beterraba e o espinafre não devem ser
administrados antes do 6o mês de vida, sendo
42) Além da idade do lactente, outros fatores são também indicado o uso controlado dos 6 aos 12
determinantes para indicação do inicio do desmame, meses, devido ao seu elevado teor de (Residência,
entre eles podemos citar: 2005):
(A) Enfraquecimento do leite materno A) Teobromina
(B) Rachaduras nos mamilos das lactantes B) Polifenol
(C) Dispersividade do lactente ao seio C) Nitrito
(D) Desaceleração do ganho de peso, quando D) Fitato
descartadas as intercorrências clinicas.