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Estrategia Geral Gestao Riscos PDF

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Estratégia geral de gestão dos riscos profissionais

SOBANE

Método de Diagnóstico preliminar Participativo dos


Riscos (DEPARIS)

J. Malchaire
Universidade católica de Louvain,
Unidade de Higiene e Fisiologia do Trabalho
Clos Chapelle-aux-Champs 30-38,
B – 1200 Bruxelas
Tel. 32 2 764 32 29
Fax 32 2 764 39 54
email malchaire@hytr. ucl. ac. be
Web: www.md.ucl.ac.be/hytr/

Agradecimentos:

Este documento foi preparado graças ao suporte financeiro do


• Fundo Social Europeu (FSE)

• e do Ministério federal do Emprego e Trabalho (MfET).

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 1
RESUMO
A primeira parte do documento descreve uma estratégia de prevenção dos riscos em quatro
níveis, chamada SOBANE, com o objetivo de abordar progressivamente as situações de
trabalho em pequenas, assim como nas grandes empresas, de coordenar a colaboração entre
trabalhadores, chefias, médicos do trabalho, prevencionistas... e levando a realização de uma
prevenção mais rápida, mais eficaz e menos custosa.
Após a especificação da terminologia, o documento descreve estes quatro níveis:
• Diagnóstico preliminar, onde os fatores de risco são detectados (reconhecimento) e as
soluções evidentes são colocadas em prática.
• Observação, onde os problemas restantes (que não puderam ser resolvidos) são
aprofundados, para cada fator de risco separadamente, e as causas e as soluções são
discutidas de maneira detalhada.
• Análise, onde, quando necessário, se recorre a um prevencionista para realizar as
(quantificações) medições indispensáveis e desenvolver soluções específicas.
• Perícia, em casos raros onde um especialista se torna indispensável para estudar e
resolver um problema específico.

A segunda parte do documento apresenta o método Diagnóstico participativo dos riscos -


Déparis, que constitui o nível 1: Diagnóstico preliminar. A situação de trabalho é
sistematicamente revisada e todos os aspectos que condicionam a facilidade, a eficácia e a
satisfação no trabalho são discutidas, no intuito de pesquisar medidas concretas de
prevenção. Os pontos a aprofundar que necessitem recorrer a especialistas ou peritos são
identificados.
A abordagem é efetuada através de uma reunião com trabalhadores chave e os responsáveis
técnicos. Ela deve ser simples, econômica em tempo e meios, tendo um papel significativo no
desenvolvimento de um plano dinâmico de gestão de riscos e de uma cultura de concertação
na empresa.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 2
INTRODUÇÃO A ESTRATÉGIA SOBANE

PR
EV
EN
Expertise TIO
N
Analysis

Observation

Screening

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 3
INTRODUÇÃO
A lei do Bem-estar no trabalho publicada em 4 de agosto de 1996 [8] determina que o
empregador é responsável pela segurança e a saúde dos trabalhadores em todos os
aspectos ligados ao trabalho devendo colocar em prática os princípios gerais da prevenção,
a saber:
• Evitar os riscos
• Avaliar os riscos que não podem ser evitados
• Combater os riscos na fonte
• Adaptar o trabalho ao homem…
• …

A concretização destes princípios no chão de fábrica apresenta vários problemas.


• Problemas de terminologia: os termos riscos, fatores de risco, prevenção primária,
secundária, terciária, são utilizadas com aceitações diferentes pelos diferentes parceiros
da prevenção.
• Problemas de natureza dos riscos abordados segundo a formação pessoal, alguns
prevencionistas tem às vezes tendência a abordar apenas os problemas de segurança,
outros de doenças profissionais, outros ainda só consideram os problemas psicossociais.
• Problemas de penetração nas empresas: a situação é na verdade essencialmente
diferente numa PME (pequena ou média empresa) isolada e numa grande empresa:
diferença de sensibilização, de meios, de pressão social....
• Problema de coordenação entre prevencionistas (médicos do trabalho, responsáveis
de segurança, ergonomistas, psicólogos industriais, …) e o mundo do trabalho.

O objetivo deste documento é de trazer elementos que permitam evitar, resolver ou minimizar
estes problemas.

Após o esclarecimento dos termos, este documento descreve uma estratégia geral de gestão
dos riscos que permite a prevenção dos riscos de maneira progressiva e eficaz, com
intervenção oportuna e adequada dos conselheiros em prevenção.
Na segunda parte, a metodologia Diagnóstico participativo dos riscos - Déparis, é
apresentada e ilustrada.

Este documento é dirigido não somente às pessoas que são responsáveis pela prevenção (ao
qual chamaremos abaixo de prevencionistas) que são os médicos do trabalho, engenheiros e
técnicos de segurança, ergonomistas, ... mas também aos empregadores que são os
responsáveis por colocar em prática a prevenção e aos trabalhadores que vivem esta
prevenção.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 4
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
1. Postos e situações de trabalho
Por "posto de trabalho", entende-se geralmente, de maneira restritiva, o local e as
condições (ruído, calor, dimensões, espaços...) nas quais o operador está ligado a uma
tarefa estereotipada. Esta noção está ultrapassada, porque:

• Nas novas formas de organização do trabalho, a noção de local


limitado ocupada todos os dias, tende a desaparecer sendo
substituída pela noção de conjunto de postos de trabalho, ou
seja, uma “situação” de trabalho, onde os trabalhadores
interferem uns com os outros.
• O comportamento, a satisfação, a qualidade do trabalho e
o bem-estar do trabalhador não dependem somente dos fatores
físicos ou químicos do ambiente.

A expressão situação de trabalho faz referência a todos os aspectos físicos,


organizacionais, psicológicos, sociais de vida no trabalho, que são suscetíveis de influenciar
no bem-estar, no comportamento do trabalhador.

2. Os prevencionistas
Designamos por prevencionistas as pessoas, tais como os responsáveis pela segurança,
enfermeiros do trabalho, médicos do trabalho, higienistas industriais, ergonomistas...., que
possuem uma determinada formação em segurança e saúde e que desenvolveram uma
motivação particular para reconhecer, prevenir, avaliar e reduzir os riscos. A formação, a
competência destas pessoas pode ser variável, mas nós não faremos aqui distinções, pelo
fato que neste nível as diferenças individuais de competência são freqüentemente da
mesma ordem que as diferenças sistemáticas.
Os peritos
Chamamos de peritos as pessoas, que são originárias de laboratórios especializados, que
dispõem de competências e de meios metodológicos e técnicos para aprofundar um
problema particular. Em regra geral, entretanto, estas competências e meios são limitados
a um aspecto particular: eletricidade, toxicologia, acústica, problemas relacionais....
Os fatores de risco
São chamados fatores de risco todos os aspectos da situação de trabalho que possuem a
propriedade ou a capacidade de causar dano. Estes fatores podem estar relacionados com:
• a segurança: as máquinas, as escadas, a eletricidade…
• a saúde fisiológica: o calor, a poluição, os movimentos repetitivos…
• a saúde psicossocial: os problemas de relação, conteúdo do trabalho,
organização temporal …

Quando o uso rigoroso dos termos se impõe – e portanto nas discussões


entre especialistas e nas normas regulamentadoras – o termo fator de risco
deveria ser utilizado ao invés de perigo (se referindo principalmente aos
fatores de risco de segurança) e nocividade (utilizado para os fatores de
risco de ambiente, nas zonas de desconforto)
Seria ilusório querer impor esta terminologia rigorosa nas empresas. Entretanto, um
esclarecimento do que os interlocutores subentendem por estes termos se
impõe em numerosos casos.
Esta aceitação dos termos fatores de risco é diferente das adotadas na
medicina, onde, por exemplo, o colesterol é designado como fator de risco
de infarto. Como discutiremos adiante, as características individuais (idade,

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 5
gênero, peso, sensibilidade pessoal,...) serão designadas pela expressão
co-fatores de risco.

3. Exposição
Um fator de risco para o trabalhador só existe quando o mesmo está exposto.
• No caso de um fator de risco ligado a segurança, a exposição pode
ser avaliada em termos de duração durante a qual ou de freqüência
a qual o trabalhador é confrontado.
• No caso dos agentes químicos e físicos, freqüentemente é
recomendado de quantificar a exposição através de medições do
nível médio equivalente de exposição: concentração média sobre 8
horas, nível pessoal de exposição sonora... [6, 20, 21]

A tendência é de se pensar que esta quantificação é necessária e até


indispensável e a maioria dos manuais de higiene do trabalho são essencialmente, e às
vezes exclusivamente, consagrados a estes métodos de quantificação.
Este ponto será discutido em detalhes adiante.
Na maioria dos casos entretanto, estas quantificações não conduzem muito mais
diretamente e seguramente à prevenção que a simples avaliação da duração ou da
freqüência. Uma escala tal qual a descrita no quadro 1 pode ser utilizada.

Quadro 1: Escala de exposição em função da freqüência ou da duração.

Duração (% do
Exposição Freqüência
tempo)
• Rara 1 vez por ano < 0,1%
• Não habitual 1 vez por mês 0,1 - 1%
• Ocasional 1 vez por semana 1 a 5%
• Freqüente 1 vez por dia 5 a 10%
• Muito freqüente 1 vez a cada hora 10 a 50%
• Contínua > 50%

4. A gravidade do dano
A definição de fator de risco se refere à um dano, ou seja, a u efeito
negativo com uma certa gravidade. Pode-se tratar de:
• Lesões físicas (fraturas, cortes, …) que levam a uma incapacidade
para o trabalho temporária ou permanente, até mesmo a morte,
• Doenças profissionais (perdas auditivas, intoxicação, tendinites…)
mais ou menos a longo termo, reversíveis ou não,
• problemas psicossociais (fadiga, insatisfação, falta de motivação,
problemas psicossomáticos, depressão…),
• problemas de desconforto (de postura, iluminação, ruído, relações, …).

Freqüentemente, os prevencionistas deixam de refletir sobre o resultado


real (o dano) da exposição á um certo fator de risco. Ora, o problema
– o risco – é diferente se o dano eventual é uma entorse ou uma fratura, um desconforto ou
uma surdez, uma perda auditiva leve a longo termo ou uma perda auditiva severa, uma
insatisfação passageira ou uma falta de motivação profunda.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 6
Podemos caracterizar a gravidade por meio de uma escala qualitativa tal qual a apresentada
no quadro 2.

Quadro 2: Escala qualitativa de gravidade do dano


Sem conseqüência

Desconforto
Ferimento leve sem incapacidade para o trabalho temporária
Leve gravidade
(ITT) ; interferência passageira…
ITT de 2 ou 3 dias; efeito sobre a saúde reversível;
Gravidade média
interferência sistemática com o trabalho…
ITT de mais de 3 dias, sem incapacidade permanente (IP) ;
Gravidade
efeito sobre a saúde reversível, mas grave; nocividade
importante
severa…
Gravidade elevada ITT e IP; efeito sobre a saúde irreversível…
Gravidade muito
Ameaça a vida de uma ou mais pessoas…
elevada

Outras escalas são propostas [4, 7], freqüentemente apropriadas para uma só categoria de
fatores de risco (segurança, agentes químicos,...). A maior parte são escalas quantitativas,

?
interessantes em estudos epidemiológicos, mas discutiremos a oportunidade do uso destas
escalas mais adiante dentro do contexto de prevenção.
A probabilidade do aparecimento deste dano durante a exposição
• O trabalhador pode subir em escadas 10 vezes por dia (exposição)
e corre o risco de morrer caindo (gravidade), mas o acidente depende
igualmente do estado da escada, da estabilidade do ponto de apoio...
• Ele pode trabalhar com um produto biológico de classe 2 (gravidade)
durante 2 horas por dia (exposição), mas o fato de ser contaminado
depende igualmente da ventilação, do confinamento do produto...
Logo, outros parâmetros da situação de trabalho intervem (natureza e
fiabilidade dos meios de proteção coletiva, condições climáticas, qualidade
dos equipamentos...) que determinam a probabilidade do aparecimento deste dano
durante a exposição.

Uma escala qualitativa tal qual a apresentada no quadro 3 pode ser utilizada para avaliar
esta probabilidade

Praticamente impossível
Possível mas pouco provável
Concurso das circunstâncias não habitual
Muito possível
Esperado

Esta probabilidade é também função das características do trabalhador: sua idade, seu
tamanho, sua sensibilidade pessoal. Estas características em si não são fatores de risco,
considerando que as mesmas não podem trazer danos. Entretanto elas são suscetíveis de
agravar o risco quando existem ao mesmo tempo (co-) que os fatores de risco. Portanto é
lógico e explícito chamá-las de co-fatores de risco.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 7
5. O risco
O risco ele próprio é a probabilidade (potencialidade) de um dano de uma certa gravidade,
considerando a exposição a um fator de risco e a probabilidade do aparecimento deste
dano durante esta exposição.
• É a probabilidade de se morrer caindo de uma escada, considerando o estado desta
escada e o fato do trabalhador subir 10 vezes por dia.
• É a probabilidade de uma contaminação manipulando um produto biológico de classe
2 durante 2 horas por dia, considerando que o trabalho é realizado em circuito
fechado, sob fluxo laminar …

Certos métodos existentes permitem uma quantificação deste risco. O mais conhecido o
método de Kinney e Wiruth [7] que será discutido adiante.

O risco residual é, como seu nome indica, o risco que subsiste após a adoção de medidas
de prevenção.

6. A prevenção
A prevenção é o conjunto de medidas técnicas psicológicas e organizacionais suscetíveis
de reduzir o risco para todos os trabalhadores. Trata-se portanto de medidas coletivas ao
contrário das medidas de proteção individual (calçados, luvas, cintos de segurança,
protetores auriculares...). Admite-se geralmente se falar de:
• prevenção primária para designar as medidas que eliminam o risco.
• prevenção secundária para designar as medidas que visam limitar o risco.

Utiliza-se às vezes o termo prevenção terciária, seja para designar medidas referentes à
medicina do trabalho, seja para designar as medidas de reavaliação – retorno ao trabalho –
reparação quando de um dano.
Não podemos falar nestes casos propriamente de prevenção e é preferível utilizar as
expressões próprias de controle médico e de reavaliação.

7. A aceitabilidade de um risco
As legislações falam pouco até quase nada, dos critérios de aceitabilidade dos riscos. Ao
contrário, elas fornecem valores limites de exposição acima dos quais, implicitamente, o
risco seria inaceitável.
Paradoxalmente entretanto, este risco geralmente não é conhecido: qual é o “risco”, ou seja
a probabilidade de um dano de uma certa gravidade, após três anos de exposição à uma
dada concentração de um solvente, por exemplo?
Ao contrário as legislações especificam que o risco deve ser reduzido ao valor mais baixo
possível, o que significa que, contrariamente aos hábitos correntes,
• reduzir a exposição ao valor limite não é suficiente, se é “possível” fazer melhor
• tudo deverá ser feito para reduzir a exposição, mesmo se os valores limites
continuam sendo ultrapassados.

O caráter aceitável ou não do risco deve, logo, ser apreciado em função, não somente do
risco em si, mas das possibilidades de redução
Uma tal escala qualitativa foi proposta pela norma inglesa BS 8800 [3] e, é apresentada no
quadro 4, com as ações a serem efetuadas.

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Quadro 4: Natureza e urgência das ações de prevenção em função do risco

Risco Natureza e urgência das ações de prevenção


Trivial Não requer nenhuma ação.
O risco foi reduzido ao nível mais baixo razoavelmente praticável.
Nenhuma ação complementar é requerida.
Tolerável
Pode-se considerar a possibilidade de soluções cuja relação custo-eficácia
seja mais favorável ou melhorias que não imponham custos adicionais.
Devem ser feitos esforços para reduzir os riscos, mas os custos da
prevenção devem ser cuidadosamente avaliados e limitados. Medidas para
redução dos riscos devem ser implementadas dentro de um período de
tempo definido.
Moderado
Quando o risco moderado estiver associado a danos muito graves, um
estudo complementar pode ser necessário, para estabelecer com maior
precisão a probabilidade deste dano e, conseqüentemente, a necessidade
de melhorar as medidas de prevenção.
O trabalho não deve ser retomado enquanto o risco não for reduzido.
Medidas importantes devem ser implementadas para a redução do risco. Se
Substancial
o risco estiver relacionado com um trabalho em desenvolvimento, medidas
urgentes devem ser tomadas.
O trabalho não deve nem ser iniciado nem continuado enquanto o risco não
Intolerável
for reduzido. Se não for possível reduzir o risco, o trabalho deve ser proibido.

7. As pequenas e médias empresas (PME)


Menos de 40% da população de trabalhadores encontram-se em empresas com mais de
250 pessoas. Nestas empresas existem prevencionistas internos qualificados, as
competências estão disponíveis, os órgãos de concertação funcionam bem, os problemas
são analisados e as taxas de freqüência e de gravidade dos acidentes e das doenças
ocupacionais são inferiores a das pequenas e médias empresas.
A maioria dos trabalhadores está nas pequenas e médias empresas.
A situação nestes casos é muito mais variável. Nas empresas médias existe
freqüentemente apenas um prevencionista interno. Nas pequenas o próprio empregador é
encarregado da prevenção. A lei do Bem-estar estabelece o recurso a serviços externos de
prevenção e de proteção para suprir as necessidades de prevenção nestas empresas.
Tais prevencionistas externos são ou deveriam ser generalistas em segurança e saúde no
trabalho, pois os mesmos podem ter de se confrontar com problemas diversos tanto de
segurança como por exemplo em uma oficina mecânica, como de saúde em uma
lavanderia a seco ou problemas de estresse em um escritório. Eles dispõem em geral de
um material de base para medições estereotipadas.
As metodologias desenvolvidas devem portanto se endereçar com prioridade para estas
PME, levando em consideração os meios e as competências mais limitadas que estão
disponíveis a priori.
A quantificação x a qualificação dos riscos : medição x avaliação
O número de metodologias que visam “analisar” os riscos é muito maior que o número de
metodologias que visam “prevenir” e estas metodologias se destinam geralmente a um
único fator de risco.
Tais metodologias foram desenvolvidas em geral por pesquisadores cuja responsabilidade
e interesse é o estabelecimento de relações gerais entre causa – efeito, ao invés da busca
de solução de um problema dentro de uma situação de trabalho particular.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 9
Isto é particularmente evidente no caso dos fatores de risco do ambiente : dosagens de
poluentes no ar, avaliação do nível de exposição pessoal ao ruído, avaliação da exposição
ao calor. Métodos extremamente sofisticados foram publicados sobre isto [5, 9, 19].
Eles são, na maioria das vezes, pouco ou mal utilizados porque são difíceis, pesados e
complexos.
De tais métodos e manuais, é necessário concluir que a quantificação representativa e
correta é muito difícil e onerosa e que a maioria das medições não tem nenhum ou tem
pouco valor.

A tendência à quantificação sistemática no campo resulta de três não-verdades:

1.O que não é quantificado, não existe.


Esta opinião freqüente entre os que tomam decisões e em particular entre os engenheiros,
custa muito caro às empresas. Pois os problemas são em geral simples, evidentes, sem
grandes custos para serem resolvidos e toda exigência de quantificação implica em
despesas não justificadas.
Mesmo se isto é geralmente demandado pelos que tem poder de decisão, é melhor não
faze-lo de maneira sistemática e a priori, sob pena de cultivar a necessidade.

2. A quantificação conduz às soluções.


A experiência mostra que ao contrário a quantificação do conjunto (nível de exposição
médio diário, por exemplo) pode arruinar a compreensão dos detalhes sobre os quais é
possível agir para eliminar ou reduzir o risco. O quanto? substitui com freqüência o como? e
o por que? E a quantificação termina em constatações estéreis.

3. A quantificação é indispensável para determinar se existe ou não um risco.


Esta terceira afirmação parece também se constituir uma inverdade, pois ela se baseia
implicitamente na crença que um risco existe acima de um limiar (15 kg 1 vez por dia, 85
dB(A) em média sobre 8h, 100 ppm em média…), e que abaixo deste limiar, o risco é
inexistente.
Esta é a posição “legalista” : desejamos estar “em conformidade” com a lei, muitas vezes
mal compreendida.
A tudo isso é preciso opor a visão de “prevenção”, que não diferencia entre 84 e 86 dB(A) e
que busca melhorar a situação de trabalho o máximo possível, segundo os princípios da
lógica e de acordo com os termos das legislações nacionais e internacionais.
É preciso, portanto, fazer refletir os prevencionistas que realizam medições
sistematicamente e os empregadores que lhes pedem para faze-lo, sobre o real interesse
destas medições, sua validade, seu custo e os incentivar a quantificar melhor e com mais
validade, em função de objetivos explícitos.

A quantificação dos riscos para uma dada situação de trabalho é útil e necessária em
alguns casos:
• Pode ser necessária para conhecer melhor a fonte de um problema e encontrar a
solução de prevenção mais adaptada..
• Pode ser útil no futuro, no caso de desenvolvimento de certas patologias, por exemplo
para uma demanda de compensação a título de doença profissional.
• Permite comparar uma situação de trabalho à outras e a utilizar para estudos
epidemiológicos.
• É uma ferramenta indispensável aos pesquisadores para desenvolver as
recomendações que em seguida serão utilizadas rapidamente nas empresas.
• A discussão acima serve somente para desencorajar a quantificação sistemática e a
priori, que é suscetível de distrair do objetivo principal, a prevenção. Em cada caso,
fica portanto a critério do prevencionista de determinar se ele deve ou não realizar

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 10
uma quantificação dos riscos e as razões (epidemiológicas, técnicas, políticas...) para
qual ele a faz.

8. Analise dos riscos x gestão dos riscos


Esta tendência à quantificação sistemática existe também para os riscos de acidentes. Os
métodos são utilizados para classificar os acidentes e definir as prioridades de ação - o que
é certamente bastante desejável – mas com freqüência negligenciando a reflexão sobre os
elementos que definem estes riscos, sobre o porque das coisas e os meios para melhora-
las. A quantificação se torna então o objetivo fim.

A metodologia mais utilizada para tal fim é o método chamado Kinney-Wiruth [7] que
propõe escalas de apreciação da gravidade do dano (G), de exposição ao fator de risco (E)
e de probabilidade do aparecimento durante a exposição (P) e avalia o risco R pela
seguinte expressão:
R = G. E. P

A vantagem incontestável desta definição e de tais técnicas é de permitir comparar


diferentes riscos em si próprios pouco comparáveis (fraturar a perna ao cair de um
andaime, lumbago ao manusear materiais de construção...). A metodologia permite assim
classificar os riscos, definir prioridades, comparar diferentes soluções....

A validade destas prioridades ou das decisões é evidentemente função da validade das


estimativas dos parâmetros G, E e P, e estas estimativas, aparentemente muito simples
requerem a coleta de informações, a visita aos locais, a discussão com os trabalhadores
sobre a natureza exata das atividades. Um estudo dos riscos realizado durante uma tarde,
no escritório, em frente a algumas colunas de um quadro informatizado, tem a tendência a
ser fortemente subjetivo, com viés e sem validade. Um viés evidente é o fato da análise dos
riscos realizada somente pelo prevencionista ser forçosamente função da maneira que ele
conhece e vê a situação de trabalho. Se este conhecimento é falso ou parcial, o estudo
dos riscos inevitavelmente também será. A participação dos trabalhadores, os únicos a
saber exatamente como o trabalho é realizado, é portanto indispensável.

Além disso a prevenção consiste em procurar os meios mais eficazes para redução dos
riscos, agindo sobre um ou vários dos seus componentes: redução da duração da
exposição, aumento da fiabilidade do sistema de trabalho...É portanto essencial que a
análise dos riscos não seja simplesmente uma constatação e uma avaliação rápida dos
componentes para se chegar ao risco R, mas que ela se constitua de uma reflexão
aprofundada sobre as razões desta exposição, desta probabilidade ou desta gravidade e
sobre os meios mais pertinentes e razoavelmente praticáveis de reduzi-los
A avaliação final e global do risco é secundária, o importante é o estudo dos componentes
e dos detalhes sobre os quais é possível agir. Ao invés de falar em risk assessment ou de
avaliação dos riscos, é mais desejável se falar em risk management, gestão dos riscos.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 11
ESTRATÉGIA SOBANE DE GESTÃO DOS RISCOS
A eliminação dos riscos ou sua redução a um limiar aceitável só pode ser feita no primeiro
exame da situação de trabalho se todas as competências e todos os meios estiverem
disponíveis. Entretanto, o número de fatores de risco e o número de situações de trabalho são
neste ponto podem ser tão grandes que seria utópico e impossível de querer estudar tudo e
todas, a priori, em detalhes.
Seria também inútil, por que, na maioria dos casos, medidas de prevenção podem ser
tomadas imediatamente a partir de simples observações pelas pessoas diretamente
envolvidas nas empresas e que conhecem em detalhes as situações de trabalho.
Somente em alguns casos e quando as soluções evidentes já foram tomadas, um estudo
detalhado pode ser necessário e apenas em alguns casos particularmente complexos que a
participação de especialistas torna-se indispensável.
É o que é logicamente realizado de maneira espontânea nas empresas.
• A partir de uma queixa ou de uma visita de rotina (Diagnóstico preliminar), um
problema é examinado com mais detalhes (Observação).
• Se isso não permite resolver o problema, um prevencionista é chamado (Análise).
• Em situações extremas e quando se torna indispensável, recorre-se a um especialista
para resolver um aspecto bem definido (Perícia)

Este procedimento espontâneo permanece entretanto pouco sistematizado e globalmente


pouco eficaz, principalmente por :
• Falta de ferramentas adequadas para guiar este Diagnóstico preliminar e as
Observações;
• Entrega freqüente pelas pessoas do campo (trabalhadores e seus supervisores
diretos) dos problemas existentes a prevencionistas e a peritos e/ou os problemas são
totalmente encarregados a especialistas, sem que as competências respectivas se
completem.

Portanto, o objetivo da estratégia de gestão dos riscos descrita acima é o de elaborar as


ferramentas: Diagnóstico Preliminar e Observação para as pessoas do chão de fábrica e
assegurar a complementaridade dos parceiros.
Esta estratégia, chamada SOBANE (Screening, Observation, Analysis, Expertise), obedece
ao esquema da figura 1 a aos critérios definidos no quadro 5.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 12
Figura 1: Esquema geral da estratégia SOBANE de gestão dos riscos

PR
Complexité EV
de la méthode, EN
Expertise TIO
de la démarche, N
… Analysis

Observation

Screening

nombre de situations de travail


ou nombre de facteurs de risque considérés

Quadro 5: Características dos quatro níveis da estratégia SOBANE

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4


Diagnóstico Observação Análise Perícia
Casos
Quando ? Todos os casos Se problema Casos difíceis
complexos
Observações Observações Observações Medições
Como ?
simples qualitativas quantitativas especializadas

Leve Leve médio Elevado


Custo ?
10 minutos 2 horas 2 dias 2 semanas
Pessoas da
Pessoas da
empresa
Pessoas da Pessoas da empresa
empresa empresa
Por quem ? +
+
prevencionistas
prevencionistas
+ Peritos
Competências
• situação de Muito elevada Elevada Média Leve
trabalho
• saúde no trabalho leve Média Elevada Especializada

PR
1. Nível 1, Diagnóstico preliminar EV
EN
Expertise TIO
Objetivo: N
Trata-se aqui somente de identificar os problemas principais e de Analysis
melhora-los. Erros flagrantes, tais como buracos no piso, Observation
recipientes contendo solventes deixados abandonados, visor
de computador virados na direção das janelas.... Screening

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 13
Atores:
Esta identificação deve ser realizada internamente, pelas pessoas da empresa que
conhecem perfeitamente as situações de trabalho, mesmo não possuindo formação ou com
uma formação rudimentar com relação aos problemas de segurança, fisiologia, ergonomia.
São os próprios trabalhadores, seus supervisores técnicos imediatos, monitores, o próprio
empregador em pequenas empresas, um prevencionista interno com os trabalhadores em
empresas médias e grandes.
Método:
Para tanto é preciso uma ferramenta simples e rápida, tal como uma lista de controle
estabelecida para o setor de atividade. Neste estágio seria inútil o uso rigoroso de termos
tais como risco, dano, probabilidade de aparecimento... Fala-se em problemas dentro da
acepção geral da linguagem comum.
O método no nível 1, Diagnóstico preliminar, deve buscar a identificação das situações de
trabalho com problemas em todas as circunstâncias, durante o dia ou o ano e não apenas
em um dado instante. O método Deparis: Diagnóstico participativo dos riscos, que será
apresentado na segunda parte deste manual, serve para ajudar nestes critérios. No nível 1,
os problemas poderão já ser resolvidos. Outros serão identificados. Eles serão objeto de
estudo do nível 2, Observação.

2. Nível, Observação
Objetivo:
Os problemas não resolvidos no nível 1, Diagnóstico preliminar, devem ser aprofundados.
Método:
O método deve permanecer simples de ser assimilado e de utilizar, PR
EV
rápido e pouco oneroso, de maneira a poder ser utilizado o mais EN
Expertise TIO
sistematicamente possível pelos trabalhadores e seus supervisores Analysis N
com a colaboração de eventuais prevencionistas internos.
O essencial é novamente levar as pessoas a refletir sobre os Observation
diferentes aspectos da situação de trabalho e a identificar o mais
rápido possível as soluções de prevenção. Screening
As conclusões são:
• Quais fatores parecem constituir um risco importante e devem ser tratados
prioritariamente?
• Quais fatores são a priori satisfatórios e podem permanecer como estão?
Atores:
Este nível 2, Observação, requer um conhecimento íntimo da situação de trabalho sob
diferentes aspectos, suas variações, o funcionamento normal e anormal.
A profundidade do estudo neste nível 2, Observação, será variável em função do fator de
risco abordado e em função da empresa e da competência dos participantes.
• Em uma pequena empresa de menos de 20 pessoas, o próprio empregador deverá
poder identificar os principais fatores de risco através do método DEPARIS nível 1
Diagnóstico preliminar, mas para o nível 2, Observação, um prevencionista externo
é geralmente necessário.
• Em uma empresa média, uma parte mais importante do trabalho deverá ser efetuada
pela própria empresa. A empresa deverá dispor de um prevencionista interno, com
uma certa sensibilização para os fatores de risco e um determinado conhecimento da
abordagem ergonômica. Esta participação permitirá que a Observação possa ser
conduzida com maior profundidade e um serviço externo só irá intervir no nível
seguinte Análise, para efetuar estudos mais detalhados e mais específicos e /ou para
dar opiniões mais especializadas sobre os meios de prevenção e de proteção.
• Enfim, em uma grande empresa, em princípio, toda a gestão terá a tendência e o
interesse de se fazer internamente.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 14
Medições podem ser realizadas se o interventor o desejar e se o mesmo possuir
competência e meios. Entretanto, a metodologia não exige nenhuma quantificação e
portanto nenhuma medição, a fim de ser aplicável mesmo quando estas competências e
técnicas não estejam disponíveis.

3. Nível 3, Análise PR
EVE
Objetivo: Expertise NT
IO
Quando os níveis: Diagnóstico preliminar e Observação, N
Analysis
não permitirem a redução do risco a níveis aceitáveis ou
subsistirem dúvidas, é preciso ir mais a fundo e realizar a Observation
Análise destes componentes e a pesquisa de soluções.
Atores: Screening
Este aprofundamento deve ser realizado com a assistência
de prevencionistas que possuam a competência exigida e que disponham de
ferramentas e técnicas. Esta pessoas são em geral prevencionistas externos à empresa,
intervindo em estreita colaboração com os prevencionistas internos (e não no lugar dos
mesmos) para lhes aportar as competências e meios necessários.
Metodologia:
A metodologia requer maior rigor no uso dos termos dano, exposição, risco... Ela vai
envolver situações específicas de trabalho que foram determinadas no nível 2,
Observação.
Poderá ser exigida a realização de medições simples, com aparelhos comuns, sendo que
estas medições terão os objetivos explicitamente definidos de comprovação dos problemas,
de pesquisa das causas, de subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção, de
otimização de soluções...
PR
EV
EN
Nível 4, Perícia especializada Expertise TIO
N
O estudo no nível 4, Perícia especializada, deve ser realizado Analysis
pelas mesmas pessoas da empresa e o prevencionista com a
assistência suplementar de um perito especialista. Será Observation
efetuada para situações particularmente complexas e que Screening
requeiram eventualmente medições especiais.

PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA UTILIZAÇÃO DE


SOBANE
As etapas são portanto, as seguintes: através da metodologia
no nível 1, Diagnóstico preliminar, faz-se o reconhecimento
dos principais fatores de risco, para um determinado setor de
atividade da empresa, que deve ser realizado pelas próprias
pessoas da empresa (trabalhadores, chefes, supervisores
técnicos...). Os problemas simples são imediatamente
solucionados, os outros são identificados.
Para os que não podem ser solucionados de imediato, as
pessoas da empresa devem:
² observar (nível 2, Observação) de maneira sistemática a situação de trabalho,
² recolher as informações qualitativas disponíveis,
² determinar se o problema é mesmo real,
² determinar as medidas de prevenção suscetíveis de serem diretamente
implementadas
² e estimar se após estas modificações, a situação é aceitável ou não.
Se aceitável, o estudo é encerrado.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 15
Caso contrário, será necessário a assistência de um prevencionista com melhor formação
sobre o problema, vindo provavelmente de um serviço externo à empresa e que deve
pesquisar em conjunto com as pessoas da empresa as medidas de prevenção: é o nível 3,
Análise.

Após a análise verifica-se se o risco residual é aceitável ou não.

Se o risco residual é ainda inaceitável, será então necessário a ajuda de um perito


especializado: este é o nível 4, Perícia.

A responsabilidade da colocação em prática da estratégia e a fiabilidade dos resultados é


delegada pelo empregador aos interventores internos e externos: qualidade das observações,
das medições, pertinência das medidas de prevenção.
A responsabilidade de colocar em prática estas medidas de prevenção é no entanto sempre
do empregador.
Os documentos do Diagnóstico preliminar, Observação, Análise, Perícia são
comunicados a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e ao empregador que decide as
ações que serão efetuadas, quando, como e por quem.
O método Deparis que será descrito adiante é utilizado na etapa Diagnóstico preliminar.

Os níveis Observação, Análise e Perícia segundo este estratégia foram desenvolvidos e


validados para:
• o ruído [11, 9]
• os ambientes térmicos de trabalho [10, 16]
• iluminação [12]
• vibrações corpo-inteiro [13]
• vibrações mano-braquiais [14, 17]
• problemas músculo-equeléticos [15, 18]

Estão em desenvolvimento com a mesma estratégia os seguintes aspectos:

• riscos biológicos
• riscos químicos
• locais de trabalho
• riscos de incêndio e explosão
• segurança com eletricidade
• segurança com máquinas
• trabalho com monitores e vídeo
• locais sociais

Estes documentos estarão disponíveis em 2004.

DISCUSSÃO
A prevenção necessita não somente compreender a situação de trabalho, mas também de
conhece-la, e as pessoas que realmente conhecem a situação de trabalho são os próprios
trabalhadores. Esta estratégia se repousa portanto, no conhecimento da situação do trabalho
pelos trabalhadores e seus responsáveis, do que na compreensão desta situação por um
prevencionista. A pessoa central da ação de prevenção não é portanto o prevencionista e será
um erro falar neste momento em intervenção. Os trabalhadores e seus responsáveis
técnicos, em qualquer empresa, não importa o tamanho, são o centro da ação de prevenção,

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 16
ajudados, quando necessário, pelos prevencionistas. É portanto preferível falar de gestão de
riscos realizada pelas pessoas diretamente envolvidas.

A abordagem proposta e algumas observações da seção precedente levam a algumas


interrogações fundamentais:
• Não é utópico contar com os trabalhadores e seus responsáveis técnicos para
gerenciar a prevenção?
• Se não o é totalmente, como iniciar o processo de diagnóstico preliminar em uma
pequena empresa?
• Depois de iniciado o processo, não se corre o risco através da metodologia de
Observação de privilegiar aspectos técnicos pontuais sem uma visão mais ergonômica
da situação de trabalho?
• Da mesma maneira, não existe o risco que os prevencionistas não sejam nunca
chamados, os interventores nos níveis 1 e 2 sub estimam a tal ponto os problemas que
se julgam erradamente capazes de os resolver?
• Enfim, como assegurar a qualidade da abordagem e assegurar que os problemas
sejam tratados adequadamente a curto e longo termos?

As preocupações sobre a saúde no trabalho nas pequenas empresas são ainda muito fracas
e poucas ações são realizadas diretamente pelos empregadores e pelos próprios
trabalhadores.

É preciso, entretanto ainda constatar que os métodos existentes, quando são disponibilizados,
desencorajam qualquer empresa de empreender o que quer que seja: muito longos, não
adaptados as suas situações de trabalho, orientados para a quantificação sem sugestões de
medidas preventivas ou ainda redigidos em um estilo incompreensível. Portanto, é muito
precipitado concluir que uma auto-gestão não possa funcionar: as experiências foram mal
realizadas, não sendo portanto conclusivas.

No estado atual de organização da saúde no trabalho, o único contato sistemático nas


pequenas empresas com tais aspectos, é a visita anual do médico do trabalho e a visita que o
mesmo faz nos locais de trabalho.
Estas visitas aos locais de trabalho são e continuarão a ser indispensáveis para detectar
alguns aspectos importantes em segurança e saúde que são suscetíveis de escapar ao
conhecimento dos trabalhadores porque não interferem diretamente no comportamento no
trabalho. São problemas tais como os relacionados aos riscos biológicos ou de incêndio,
problemas com instalações elétricas....
Entretanto em numerosos casos, por não dispor de uma ferramenta que possibilite realizar um
diagnóstico preliminar adaptado às atividades de uma determinada empresa, esta visita é
realizada segundo um protocolo padrão e estereotipado e as informações recolhidas são
essencialmente relacionadas com o que se vê, se ouve ou se percebe. O impacto sobre a
melhoria das situações de trabalho acaba sendo muito limitado.
A presente estratégia pretende ser pragmática. Partindo este estado e ambicionando
unicamente propor aos médicos do trabalho ou as pessoas que efetuam este tipo de visita,
uma ferramenta complementar do nível 1, Diagnóstico preliminar , mais adaptada, dando
mais informações e assegurando um primeiro estágio em direção a uma Observação mais
detalhada das situações a risco.
Na situação atual e para as PME, ou seja, para 60% da população trabalhadora, o médico do
trabalho ou as pessoas encarregadas das visitas nos locais de trabalho continuarão
provavelmente a ser as pessoas com melhores condições para utilizar esta ferramenta,
sensibilizar os empregadores e os trabalhadores á utilizarem eles mesmos e a dar assim início
ao processo. A ferramenta deve portanto, ser preparada para que ela possa ser utilizável por
estas pessoas e não apenas pelo médico do trabalho ou um outro prevencionista.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 17
Todo tipo de meio para dar partida ao processo deve ser explorado: sindicatos, grupos
setoriais, jornais sindicais, quadros de aviso...

As terceiras e quartas interrogações acima são temores que devem ser considerados
explicitamente na elaboração dos documentos de trabalho da estratégia. Os documentos do
nível 1, Diagnóstico preliminar e do nível 2, Observação, devem cada um :

• Serem suficientemente detalhados e ricos para permitir o encontro de soluções .


• Serem o mais global possível, não considerando somente os fatores técnicos diretos
(alturas, posições, força..) como também os fatores organizacional, relacional,
pessoais...
• Serem educativos, explicitando quais são as conseqüências possíveis sobre a
segurança e a saúde (os danos potenciais).
• Serem prudentes, mostrando quando se deve recorrer á ajuda de um prevencionista,
pois as conseqüências podem ser graves, que o problema é difícil de compreender e
analisar, ou ainda, quando as soluções são difíceis de serem encontradas....

A maioria dos métodos existente não responde a estas exigências de equilíbrio.


Da qualidade destes métodos advém a qualidade das soluções. É portanto indispensável que
os métodos de nível 2, Observação, seja redigido por prevencionistas e especialistas
capazes de assegurar esta qualidade. A dificuldade será somente em seguida em traduzir o
documento em uma linguagem compreensível no campo.

A última interrogação está relacionada com a seqüência das ações.


Este acompanhamento depende do empregador que como já foi dito, tem a total
responsabilidade sobre as condições de trabalho.
Entretanto, as soluções que são deduzidas diretamente pelos trabalhadores e seus
encarregados e discutidas em comissões de concertação, tem na verdade, muito mais
chances de serem concretizadas que aquelas descritas no final de um relatório de 10 a 50
páginas, realizado por um prevencionista que estaria encarregado do problema. A abordagem
da ação centrada nas pessoas diretamente envolvidas será mais certamente realizada que a
intervenção de um consultor.

A discussão acima parte do estado atual da prevenção na Bélgica.


Este estado é imutável?
Esperamos que não e que a estratégia proposta possa contribuir para isso.

Um outro elemento pode também acelerar a mudança. Trata-se da imposição para as


empresas de se comportarem com relação às situações de trabalho como o fazem com
relação aos seus produtos e de lhes garantir a qualidade. Um projeto da ISO está em
discussão com relação a esta abordagem:qualidade na gestão dos riscos. No Reino Unido
existe a norma BS 8800 [3]. A OIT através do BIT (Bureau International du Travail) publicou
uma recomendação sobre este assunto [2]. Sistemas de auditoria são já impostos em certos
países. Estes sistemas de qualidade demandarão a organização da intermediação entre as
empresas e os prevencionistas externos. A estratégia SOBANE poderá ser a base da
organização desta intermediação.
As maiores dificuldades continuarão, como sempre, sendo a resistência às mudanças e a
defesa dos interesses particulares.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 18
DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO RISCOS
De uma situação de trabalho

Método DEPARIS

PR
EV
EN
Expertise TIO
N
Analysis

Observation

Déparis

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 19
CRITÉRIOS DE UMA FERRAMENTA DE DIAGNÓSTICO
GERAL DOS RISCOS
Com base na experiência adquirida em métodos existentes, podemos definir os seguintes
critérios para uma ferramenta geral de Diagnóstico preliminar dos riscos:
• Ser utilizável diretamente pelos trabalhadores e seus encarregados técnicos, com, se
possível, mas não de forma indispensável, a assistência de uma pessoa com formação em
segurança, ergonomia... Portanto a metodologia deve:

• Ser facilmente compreensível


• Utilizar um vocabulário corriqueiro
• Não tomar muito tempo
• Não necessitar de nenhuma medição.
• Não necessitar nenhum conhecimento especial sobre segurança, ergonomia fisiológica ou
cognitiva, mas ter como base somente o conhecimento intimo da situação de trabalho
pelos trabalhadores.
• Abordar rapidamente o maior número possível de aspectos da situação de trabalho.
• Evitar escalas de avaliação que desviam a atenção da pesquisa de soluções para uma
determinação estéril de pontuações.
• Estar orientada para o questionamento da situação de trabalho e a pesquisa de melhorias.
• Estar orientada não necessariamente para o desaparecimento dos “problemas” de saúde
e segurança, mas de preferência na pesquisa de uma situação de trabalho “flexível,
agradável e tecnicamente eficiente” , na pesquisa de um estado de saúde técnico, humano
e economicamente ideal da empresa.
• Permitir de se construir planos de ações a curto, médio e longo termos e a um plano de
intervenções posteriores eficaz para os consultores de prevenção mais especializados.
• Ser concebida dentro da estratégia geral de prevenção SOBANE constituindo o primeiro
nível da mesma. Deverá ser estabelecida uma ligação entre as conclusões deste
Diagnóstico preliminar e os níveis posteriores de intervenção, onde os elementos com
problemas serão aprofundados com o objetivo, novamente, de encontrara as soluções
mais eficazes.

APRESENTAÇÃO DO MÉTODO DEPARIS


O instrumento Diagnóstico preliminar participativo dos riscos segue os seguintes critérios.
Este método foi concebido para ser utilizado pelos trabalhadores e seus supervisores ou
encarregados a fim de pontuar o mais objetivamente possível a situação de trabalho, dentro
do seu cotidiano e que eles conhecem muito bem. Os trabalhadores são desta forma no
centro da ação de prevenção, não apenas para dar sua opinião ou para responder questões,
mas para discutir os detalhes práticos permitindo a realização do trabalho em condições ideais
para eles e para a empresa.

O método é apresentado sob a forma de 18 rubricas, que estão no anexo 2, abordando 18


facetas da situação de trabalho.
.
1. As zonas de trabalho
2. A organização técnica entre os postos
3. Os locais de trabalho

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 20
4. Os riscos de acidentes
5. Os comandos e sinais
6. As ferramentas e materiais de trabalho
7. O trabalho repetitivo
8. Os manuseios (levantamento) de carga
9. A carga mental
10. A iluminação
11. O ruído
12. Os ambientes térmicos
13. Os riscos químicos e biológicos
14. As vibrações
15. As relações de trabalho entre trabalhadores
16. O ambiente social local e geral
17. O conteúdo do trabalho
18. O ambiente psicossocial

A ordem desta rubricas foi estudada de maneira a corresponder melhor a forma de


abordagem física da situação de trabalho, indo do geral ao particular, considerando a
organização geral (nº1 e 2) antes dos espaços de trabalho (nº 3), a segurança (nº 4) e as
ferramentas e meios diretos do trabalho (nº 5 a 9). Os fatores do ambiente (nº 10 a 14),
freqüentemente abordados em primeiro lugar, foram deliberadamente colocados mais ao final
da lista a fim de lutar contra o hábito de os priorizar e chamar a atenção sobre os primeiros
pontos.
Os fatores psico-organizacionais (nº 15 a 18) ficaram no final, como na maioria das
metodologias já descritas anteriormente, mostrando, de maneira pragmática, a resistente
persistência de certos meios industriais em abordar estes aspectos fundamentais.

O método Deparis propõe para cada rubrica


uma breve descrição da situação desejada e
uma lista de aspectos que devem ser RUBRICA
controlados Situação desejada: O que fazer de
Nestas descrições, o quadro é composto de um concreto para
espaço onde o coordenador (ver adiante) anota melhorar a situação?
o que pode ser feito concretamente para a
melhoria da situação. A controlar:

Na terceira parte de cada rubrica, o


coordenador faz a conclusão com relação as
aspectos que necessitam um estudo mais
aprofundado (por um prevencionista) para obter Aspectos a serem estudados com L
as soluções desejadas quando das discussões,
mais detalhes: K
como por exemplo, a escolha de um
determinado assento, uma ferramenta mais J
adequada, a revisão da organização do trabalho, re-estudar as responsabilidades dadas aos
trabalhadores na elaboração do produto....

Enfim, o conjunto do grupo conduzindo o estudo terá um julgamento global (indicador final)
sobre as prioridades que as modificações serão efetuadas. A determinação de uma pontuação
numérica foi evitada escolhendo um esquema figurativo intuitivo de cores e sorrisos:

• J sinal verde: situação satisfatória


• K sinal alaranjado: situação média e ordinária, a melhorar se possível

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 21
• L sinal vermelho: situação insatisfatória, suscetível de ser perigosa, devendo ser
melhorada .

Ao terminar as 18 rubricas, as ações e estudos complementares decididas durante as


discussões são relacionadas em um quadro resumo com a determinação de “quem” faz “o
que” e “quando”. Este quadro representa um plano de ação a curto, médio e longo prazos
para a situação de trabalho.
Existe uma redundância parcial entre as diversas rubricas: assim, as posturas de trabalho
aparecem como aspectos a serem observados várias vezes. Tentou-se evitar isso o máximo
possível a fim de se obter rubricas complementares. No entanto, uma separação total não é
possível nem desejável, pois as situações de trabalho se constituem de um conjunto onde
diferentes aspectos interagem, interferem, se reforçam, se neutralizam.

PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO DE DEPARIS


1. A direção da empresa informa aos trabalhadores e a sua linha hierárquica
sobre seus objetivos e seu engajamento de levar em consideração os
resultados das reuniões e estudos.

O processo não dará frutos se não for realizado dentro de um clima de franca colaboração.
Para tanto algumas condições devem ser observadas, a saber:
• Uma posição clara, não ambígua da direção, declarando seus objetivos sobre as
questões de segurança e saúde e se engajando a levar em consideração as opiniões.
• Um respeito escrupuloso dos órgãos de concertação social em geral e em matéria de
segurança e saúde em particular.
A comissão de prevenção – proteção da empresa, se existir, deve participar e ter um papel
importante e promover o acompanhamento geral e o bom desenvolvimento das
experiências locais.

2. Definição de uma "situação" específica de trabalho englobando um conjunto


coerente de postos de trabalho.
Pode-se começar agrupando os postos que dependem uns dos outros, formando uma
pequena unidade funcional tal como uma pequena oficina, uma cadeia de
acondicionamento de produto.... O número de trabalhadores envolvidos pode variar, mas
não deve ultrapassar uma dezena (por equipe de trabalho, em caso de turnos) sob pena
de se considerar um conjunto de postos de trabalho muito heterogêneo.

3. A direção designará um coordenador com o aval dos trabalhadores

Um coordenador deverá organizar a reunião ou as reuniões de concertação, coordena-la e


registrar os resultados. Ele deve ser alguém que conheça muito bem a situação de
trabalho: pode ser o contra-mestre, um chefe de serviço, supervisor, prevencionista interno
se disponível.
Este coordenador é pessoa essencial para a abordagem e ele deve ser aceito sem
reservas por todas as partes.
O coordenador deverá adaptar Deparis à situação de trabalho encontrada.
Ele deve se preparar para fazer o papel de moderador da reunião lendo e praticando o
método Deparis em detalhes. Em seguida ele adapta o método modificando os termos,
eliminando os aspectos que não são aplicáveis ao caso, transformando outros ou ainda
adicionando aspectos suplementares.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 22
Um grupo de reflexão (de trabalho, de diagnóstico...) é então formado.
Deste grupo devem participar
• Trabalhadores - chave da situação de trabalho em estudo, designados por seus
colegas e seus representantes
• Pessoas da chefia técnica escolhida pela direção.

Em uma PME pode ser um grupo de 2 ou 3 pessoas somente. Em uma empresa maior, ao
contrário, pode ser um grupo bem maior compreendendo trabalhadores, contra-mestre,
engenheiro de produção, pessoas do escritório técnico, do serviço de compras ou de
manutenção, um técnico em prevenção...

O numero de pessoas que devem participar do grupo de reflexão deve ser em torno de 3 à
7, nem muito grande, para não se tornar caro – nem muito pequeno – para não se tornar
pouco representativo. Estas pessoas devem ser pessoas-chave da situação de trabalho,
que conhecem bem as atividades, as condições físicas e sociais do trabalho e aceitas
pelos seus colegas de trabalho. Elas não devem falar em seu próprio nome, mas poder
expressar, o máximo possível, a opinião e as expectativas do grupo de trabalhadores.
É também essencial que a escolha e a representatividade dos participantes seja aceita
tanto pelos trabalhadores que pela hierarquia.

Quando a situação de trabalho envolve homens e mulheres, a participação de ao menos


um representante masculino e um feminino é indispensável.
A experiência indica que o grupo de reflexão deve ser local e envolver trabalhadores que
vivam o dia a dia da situação de trabalho. Isto não é contraditório com a presença e
participação de representantes dos trabalhadores que são suscetíveis de aportar em
complemento seu conhecimento mais geral da empresa e assegurar a coerência entre as
diferentes intervenções deste tipo de empresa.

4. Uma reunião do grupo de reflexão é organizada em um local calmo, próximo


aos postos de trabalho.
A reunião deve ser efetuada próximo ao local de trabalho a fim de facilitar a ida ao mesmo
e poder discutir no próprio local de trabalho as eventuais modificações técnicas a serem
efetuadas e não em um outro local isolado de onde seria difícil observar o ambiente e as
operações. A experiência tem demonstrado que fica difícil de manter a reunião enquanto
os trabalhadores efetuam suas atividades e devem controlar e intervir no processo, logo
os participantes devem parar de trabalhar durante a reunião.

5. O coordenador que anima a reunião


Deve explicar claramente o procedimento e propor um após outro os pontos que serão
discutidos utilizando as rubricas do anexo 2, que podem ser projetadas através de
transparências na parede.
As rubricas relativas ao conjunto das condições de trabalho são revisadas uma a uma. A
discussão é então iniciada concentrando-se nos aspectos descritos em cada uma destas
rubricas, procurando não dar escores ou pontuar, mas sim determinar:

• O que é possível de se fazer facilmente, direta e concretamente (com detalhes da


realização) para tornar a situação mais amena, mais eficaz e mais agradável.
• O porque da necessidade de solicitar a ajuda de um conselheiro em prevenção e
proteção.

O documento com as rubricas foi elaborado com o intuito de servir de suporte para facilitar
a discussão. O objetivo deste documento não é de preenchimento de quadros, mas de
criar uma estrutura para facilitar o debate.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 23
Mesmo que seja difícil e nem sempre totalmente confiável, os participantes são
convidados a refletir sobre os custos das soluções desejadas e sobre o impacto que elas
podem ter na qualidade do produto e na produtividade. Assim eles são convidados a
julgar rapidamente em termos de nada (0), pouco (€), médio (€€) ou muito (€€€) caros de
maneira global para os três critérios: custo direto, qualidade do trabalho e produtividade.

Da mesma forma, eles são convidados a pesquisar quem poderá concretizar as soluções,
como e em que prazo.

Para estas duas avaliações, a vantagem não reside somente na avaliação de custos ou na
determinação de responsáveis, mas no fato de se considerar os critérios econômicos e a
viabilidade de implementação. Desta forma o grupo de reflexão aprende a gerenciar suas
proposições de maneira realista e concreta e as mesmas não serão apenas votos ou
desejos que acabam não se realizando.

Durante a discussão, o coordenador deve estar atento e gerenciar o fato de que aspectos
oriundos de várias rubricas sejam abordados ao mesmo tempo: assim, por exemplo, o
debate sobre uma máquina pode abranger aspectos de comandos e sinais, equipamentos
e materiais de trabalho, ruído, vibrações. Se recusar a tratar estes aspectos ao mesmo
tempo para se manter estritamente na seqüência das rubricas será provavelmente um
erro. Inversamente, é necessário tratar os diferentes aspectos de maneira organizada.

6. Após a reunião, o coordenador redige uma síntese


Esta síntese é preparada de forma a deixar claro:
• as rubricas utilizadas, contendo as informações detalhadas que saíram da reunião.
• a lista das soluções projetadas com a indicação de quem faz o que e quando
• a lista dos pontos que deverão ser estudados com mais detalhes com as prioridades.

7. De maneira ideal, esta síntese é apresentada aos participantes


Uma segunda reunião é freqüentemente difícil de realizar. Esta segunda reunião quando
efetuada, se revela, entretanto, rica em confirmações e ajustes....confirmando igualmente
o caráter educativo de Deparis, a saber que, após a primeira reunião, a maior parte dos
participantes começa a olhar a sua situação de trabalho de maneira mais profunda,
procurando pesquisar medidas para melhorias mais permanentes. Na falta de uma
segunda reunião, uma apresentação dos resultados a cada um dos participantes já é
bastante enriquecedora.

8. A síntese é finalizada

9. A síntese é apresentada à direção e aos órgãos de concertação

10. O estudo prossegue para os problemas não resolvidos


Os fatores separadamente podem ser estudados através do nível 2, Observação, da
estratégia SOBANE ou de metodologias equivalentes a fim de aprofundar a pesquisa de
soluções pertinentes ou concretizar as proposições feitas ao nível de Deparis.

Os planos de ação a curto, médio e longo prazos são decididos e colocados em prática. O
quadro anotando quem faz o que e quando assim como as implicações financeiras (0, €,
€€, €€€) permitem facilmente determinar o que pode ser realizado imediatamente, o que
deve ser planejado, o que deve ter orçamento. Eles permitem igualmente seguir a
evolução das ações no tempo e avaliar o andamento e os resultados

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 24
Periodicamente a operação deve ser repetida.
A melhoria de uma situação de trabalho não se faz de uma só vez e não é definitiva.

• A primeira vez que um método tal como Deparis é utilizado, os problemas levantados
são na maioria das vezes pontuais: pisos desnivelados, máquinas muito ruidosas,
ferramentas estragadas, sinalizações mal colocadas, falta de autonomia no trabalho....
e a solução para um aspecto não tem influência sobre os outros.
• Quando da re-utilização, os problemas levantados atingem aspectos mais profundos:
a política de manutenção dos espaços de trabalho, a escolha de ferramentas mais
adaptadas, a natureza dos sinais, a organização temporal das atividades...
• Numa terceira utilização, é a organização do trabalho, a colaboração entre serviços, a
gestão de pessoal....

O processo de melhoria é portanto, contínuo desde que, entre as utilizações sucessivas,


seja dado seqüência às recomendações e que a situação de trabalho não sofra um
retrocesso.

Periodicamente e após um lapso de tempo razoável, a operação deve ser repetida : o


estado geral da situação de trabalho é re-estudado pelos atores principais e os planos de
ação são atualizados.
Chega-se assim a um processo realmente dinâmico de gestão dos riscos.

O PAPEL DO PREVENCIONISTA
O método Deparis, tal como foi apresentado no anexo 2, foi concebido para ser aplicado da
maneira a mais geral possível. É entretanto, obvio que os problemas não se apresentam da
nos mesmos termos em um escritório no setor terciário, em um setor de um hospital, numa
empresa siderúrgica ou num canteiro de obra. É portanto, desejável que, a partir do
documento em anexo, uma ferramenta mais apropriada seja preparada, sempre respeitando o
espírito da metodologia (participativo, estruturado, simples, econômico).
Os autores esperam desenvolver progressivamente, com as pessoas do chão de fábrica, um
conjunto de versões mais “setoriais” , a partir da qual os prevencionistas poderão facilmente
derivar uma ferramenta própria a ser utilizada em tal empresa.

Em alguns casos, e sobretudo na primeira utilização, uma reunião pode ser impossível ou
prematura. O prevencionista que desejar introduzir Deparis na empresa só, terá que recolher
a vivência, as opiniões e as propostas dos trabalhadores. A utilização, desta forma, será
participativa no sentido mais tradicional: o trabalhador participa do estudo conduzido pelo
prevencionista..

A intervenção do prevencionista deverá se dar da seguinte maneira:

• Sensibilização dos parceiros sociais – direção, representantes sindicais, comitês de


prevenção e proteção, serviços especializados em segurança e saúde – das
possibilidades oferecidas pelo método Deparis para estruturar sua abordagem das
condições de trabalho em sentido amplo.
• Adaptar a ferramenta às particularidades da situação de trabalho em estudo, revendo
a terminologia (ex: oficina ou escritório) e/ou os aspectos abordados (ex: vibrações,
trabalho com terminais de vídeo...).
• Acompanhar de perto, até mesmo conduzir ele próprio, a primeira utilização de
Deparis de maneira a evitar as ambigüidades e acompanhar para que o processo de
discussão, de decisão e de concretização se desenvolva.
• Relançar o processo periodicamente controlando para que o processo possa se
renovar e se manter dentro da empresa.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 25
O prevencionista tem aqui o papel de “motor”, no sentido próprio, iniciando o fenômeno,
aportando o combustível necessário (Deparis) e mantendo o movimento.

VALIDADE OPERACIONAL:
A validade do método Deparis deve ser avaliada em termos de custo e de resultado:
• Em termos de custo e de tempo necessário
• A preparação da intervenção ou de ação demanda tempo para convencer a direção e
a hierarquia de se engajar nesta via e para adquirir a colaboração dos trabalhadores.
• A preparação técnica da reunião Deparis não demanda nenhum tempo, a partir do
momento que o espírito do método for compreendido. .
• A duração da reunião deve ser de 2 horas para 3 a 7 pessoas.
• Após a reunião, o tempo necessário para formatar os resultados é de mais ou menos
2 horas.
O custo da utilização não é portanto nulo, mas parece razoável e nitidamente inferior ao
custo de intervenções de consultores externos.
• Em termos de resultado
Os resultados de Deparis são variáveis, em função da maneira a qual o coordenador
anima a reunião e segundo a “cultura” da empresa.
• Em alguns casos, os participantes se limitam a uma constatação, discutindo
essencialmente se tal aspecto é satisfatório ou não. Constatamos às vezes a
tendência dos trabalhadores a se auto-limitar nas apreciações.
• Em outros casos, a discussão se dá realmente sobre o porque das coisas, mas
soluções genéricas são formuladas de forma condicional “é necessário, poderíamos,
deveríamos... reorganizar o trabalho, rever os ciclos”...
• Em numerosos casos, entretanto, o objetivo foi atingido: soluções concretas foram
formuladas: plano de rearranjo dos espaços, mudança nos estoques ou máquinas,
repartições diferentes entre trabalhadores, maneiras diferentes de trabalhar,
concretamente determinadas. O quadro final de “quem” faz o que, quando e sobre o
que deverá ser efetuado o estudo complementar” é desta forma bem concreto,
permitindo o estabelecimento das prioridades e a definição dos planos a curto e a
longo prazos.

Conforme já assinalado anteriormente, quando de uma utilização posterior, a eficácia do


método torna-se mais importante, a participação dos trabalhadores é mais efetiva,
demonstrando que a primeira reunião ajudou-os a olhar melhor e a refletir sobre a sua
situação de trabalho.
De qualquer forma, o método Deparis é mais “rentável” que métodos tais como “perfil do
posto” (método Renault [1]), os check-lists de segurança e saúde, as análises Kinney-
Wiruth…, principalmente porque:
• As propostas são elaboradas pelas pessoas envolvidas e são concretas
• Pela mesma razão, elas são espontaneamente mais aceitas e colocadas em prática.
• Elas são hierarquizadas graça a apreciação, mesmo que aproximativa das
implicações financeiras.
• Dele resulta um plano de ação a curto, médio e longo termos, particularmente graças
ao quadro que resume quem faz o que e quando, portanto “um plano dinâmico de
gestão dos riscos”
• O método permite a auto formação dos trabalhadores, sendo estes levados à
pesquisar informações em função de suas necessidades, ao contrario de programas

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 26
de formação decididos por prevencionistas e dado aos trabalhadores que são a pena
os demandantes.

EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO
Um exemplo de utilização do método Deparis é apresentado no anexo 1.
Trata-se do resultado de uma reunião com duração de 2 horas, realizada com 2
trabalhadores, sua chefia direta, o responsável pela manutenção e o médico do trabalho que
faz o papel de coordenador.
O estudo abrange 10 pessoas trabalhando em uma grande unidade de reprodução de
documentos.

Os resultados são apresentados utilizando as 18 rubricas de Deparis. Do estudo derivaram


33 ações das quais 17 necessitam a intervenção de uma pessoa mais competente.

O anexo 1 é determinado pelo quadro sinóptico entregue a empresa após ter sido realizado o
Diagnóstico Deparis em 3 postos de trabalho. Este quadro permite observar rapidamente
em quais campos as situações são mais desfavoráveis.

AGRADECIMENTOS
O desenvolvimento do método Deparis foi realizado dentro do projeto de pesquisa SOBANE
subsidiado pelo Fundo Social Europeu e o Ministério federal belga de Trabalho e Emprego.

REFERÊNCIAS
1. ANON, (1979), Les profils de postes, méthode d'analyse des conditions de travail.
Collection Hommes et Savoirs, Masson, Paris.
2. Bureau International du Travail, Principes directeurs concernant les systèmes de gestion de
la sécurité et de la santé au travail, ILO-OSH, Genève, 2001, pp 33.
3. BS 8800 - Guide to occupational health and safety management systems. BSI, 1996.
4. HAWKINS N. C. , NORWOOD S. K. , ROCK J. C. - A strategy for occupational exposure
assessment. American Industrial Hygiene Association, Akron, Ohio, 1991.
5. International Standard ISO 7933 - Hot environments - analytical determination and
interpretation of thermal stress using calculation of required sweat rates. , International
Standard Organisation, Geneva, Switzerland, 1991.
6. KAUPPINEN T. P. , Assessment of exposure in occupational epidemiology. Scand. J.
Work Environ. Health, 20, special issue, 19-29, 1994.
7. KINNEY G. F, WIRUTH A. D. - Practical risk analysis for safety management. Naval
Weapons Center, California, June 1976.
8. Loi sur le bien être 96 (Loi du 4.8.96 relative au bien-être des travailleurs lors de l'exécution
de leur travail, MB 18.9.96) reprenant les principes généraux de la Directive-cadre 89/391/CEE
"Sécurité et Santé" 12 juin 1989.
9. MALCHAIRE J. , PIETTE A. - A comprehensive strategy for the assessment of noise
exposure and risk of hearing impairment. The Annals of Occupational Hygiene, 1997, 41, 4,
467-484.
10. MALCHAIRE J. , PIETTE A. , COCK N. - Stratégie d'évaluation et de prévention des
risques liés aux ambiances thermiques. , Commissariat général à la Promotion du Travail,
Ministère de l'Emploi et du Travail, 1998.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 27
11. MALCHAIRE J. , PIETTE A. , COCK N. - Stratégie d'évaluation et de prévention des
risques liés au bruit. , Commissariat général à la Promotion du Travail, Ministère de l'Emploi et
du Travail, 1998.
12. MALCHAIRE J. , PIETTE A. , COCK N. - Stratégie d'évaluation et de prévention des
risques liés à l'éclairage. , Commissariat général à la Promotion du Travail, Ministère de
l'Emploi et du Travail, 1998.
13. MALCHAIRE J. , PIETTE A. , COCK N. - Stratégie d'évaluation et de prévention des
risques liés aux vibrations corps total, Commissariat général à la Promotion du Travail,
Ministère de l'Emploi et du Travail, 1998.
14. MALCHAIRE J. , PIETTE A. , COCK N. - Stratégie d'évaluation et de prévention des
risques liés aux vibrations mains-bras. , Commissariat général à la Promotion du Travail,
Ministère de l'Emploi et du Travail, 1998.
15. MALCHAIRE J. , PIETTE A. , COCK N. - Stratégie d'évaluation et de prévention des
risques liés aux troubles musculosquelettiques du dos et des membres supérieurs, Ministère
fédéral de l'Emploi et du Travail, 2002.
16. MALCHAIRE J. , GEBHARDT H. J. , PIETTE A. - Strategy for evaluation and prevention of
risk due to work in thermal environments . The Annals of Occupational Hygiene, 1999, 43, 5,
367-376.
17. MALCHAIRE J., PIETTE A. Stratégie de prévention des risques dus à l'utilisation de
machines vibrantes. Recueil des résumés du 9ème congrès international sur les vibrations
mains-bras, Nancy, France, 2001, 5-8 juin.
18. MALCHAIRE J., PIETTE A. Co-ordinated strategy of prevention and control of the
biomechanical factors associated with the risk of musculoskeletal disorders. Int. Arch. Occup.
Environ. Health, Springer, 2002, 75, 459-467.
19. RAPPAPORT S. M. - Assessment of long-term exposures to toxic substances in air. The
Annals of Occupational Hygiene, 1991, 35, 1, pp. 61-121.
20. TAIT K. - The workplace exposure assessment expert system (WORKSPERT). American
Industrial Hygiene Association Journal, 1992, 53, 2, pp. 84-98.
21. TAIT K. - The workplace exposure assessment workbook (WORKBOOK). Applied
Occupational Environmental

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 28
ANEXO 1: ESTUDO DEPARIS EM UMA GRÁFICA

1. As zonas de trabalho
O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Evacuar as caixas, pallets, carrinhos inúteis que obstruem as zonas de trabalho
• Organizar os espaços de trabalho
• Limitar o material estocado estritamente ao mínimo.
• Deslocar o mobiliário a fim de aumentar a distancia de 0.70 m entre a prensa e o pallet de reserva de
papeis.
• Organizar um espaço reservado para as pausas perto das janelas, com vista para o exterior.
• Aspirar e limpar mais freqüentemente o local de trabalho para retirar a poeira e os resíduos de toner
• Reparar a laje e o revestimento do piso.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Organização do local de trabalho. Recobrimento do
L
piso.

2. A organização técnica entre os postos


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Aumentar a reserva de papeis que é muito pequena
• Todos os trabalhos são urgentes. Fixar as prioridades.
• Os pedidos estão mal organizados: orais, através de notas de pedido ou manuscritos.
• Reorganizar e sistematizar os pedidos por e-mail.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. K

3. Os locais de trabalho

O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• Posição em pé. Disponibilizar uma cadeira que permita trabalhar “sentado/em pé”.
• Sem possibilidade de se sentar em frente aos dois monitores dos computadores conectados a
fotocopiadora: rever a posição dos mesmos para trabalhar sentado
Aspectos a estudar com mais detalhes: cadeira para realizar o trabalho “ sentado e em pé”, mudança da
K
localização dos monitores de vídeo.

4. Os riscos de acidente
Gravidade Onde?, Quando?, Por Quem?, O que fazer?
Contra quinas ou do mobiliário, espaço insuficiente (0,70 m) – reorganizar o
Choque + local
Pé imprensado sob os pallets, quando dos deslocamentos com a empilhadeira.
Esmagamento ++ Prever calçados de segurança (bico reforçado)
Manuseando o papel e o estilete – cortes – prever luvas de algodão. Mudar de
Cortes ++ estilete.
No forno da máquina (+/-180°c) – na saída dos documentos colados – prever
Queimaduras ++ luvas.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Estado do piso – juntas de dilatação. Luvas de
L
proteção. Sapatos de segurança. Estilete.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 29
5. Os comandos e sinais
O que fazer de concreto para melhorar a situação?
Nada a assinalar
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. J

6. As ferramentas e materiais de trabalho


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• A faca dobrável e o estilete são perigosos, não possuem proteção das lâminas. Eliminar a faca e fornecer
um estilete com proteção da lâmina.
• Prever uma bainha para guardar o novo estilete fixado na parede.

Aspectos a estudar com mais detalhes: ESTILETE L

7. O trabalho repetitivo
O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• O trabalho consiste no uso do mouse, teclar e manusear resmas de papeis.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. J

8. Os manuseios / levantamento de peso


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Controlar anualmente a empilhadeira.
• Para recarregar o container de reserva de papéis, o trabalhador tem de se curvar:
• Elevar o container 45 cm
• Ou prever uma base que possa se elevar progressivamente em função da diminuição da carga.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Controle da empilhadeira; Elevação do container ou
K
prever equipamento especial que se eleva.

9. A carga mental
O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Nada a assinalar
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. K

10. Iluminação

O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• A zona de trabalho é pouco iluminada: prever uma iluminação suplementar acima do posto de trabalho.
• Os tubos são de cores diferentes: harmoniza-los
• As máquinas ficam muito longe das janelas: rever se possível o lay-out dos postos de trabalho.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Luminárias suplementares; revisão total da localização das
L
máquinas

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 30
11. O ruído
O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• É impossível de se conversar normalmente por causa do ruído da fotocopiadora, de 3 outras máquinas, do
exaustor e da rua. Não existe risco de surdez , mas é muito desconfortável.
• O local reverbera muito: prever um recobrimento da parede com material absorvente.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Redução do ruído na fonte, recobrir as paredes com material
L
absorvente;

12. Os ambientes térmicos


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• O ar é muito seco por causa do papel: prever um umidificador
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. K

13. Os riscos químicos e biológicos


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Odores de solventes ou de colas: ligar a coifa durante e após os trabalhos de colagem.
• Pequenos vazamentos de poeiras e pó de toner na recarga: aspirar e limpar o local com maior freqüência.
• Pequenos pedaços de papel: os trabalhadores se queixam de coceira. Prever uma limpeza do local no
outono e na primavera.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Limpeza e descontaminação L

14. As vibrações
O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• A empilhadeira sacode muito: consertar o piso
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. K

15. As relações de trabalho entre trabalhadores


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Um dos superiores intervem periodicamente no modo operatório. O trabalhador se sente desvalorizado e
irritado: rever a delegação de responsabilidades
Aspectos a estudar com mais detalhes: Rever as delegações de responsabilidades K

16. O ambiente social local e geral


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Comunicações difíceis por causa do ruído
• Os banheiros não são operacionais e limpos: consertar os banheiros e assegurar a manutenção da
limpeza de forma regular
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. K

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 31
17. O conteúdo do trabalho
O que fazer de concreto para melhorar a situação?
Nada a assinalar
Aspectos a estudar com mais detalhes: Nenhum. J

18. O ambiente psicossocial


O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• Salário pouco motivador
• Instabilidade de emprego.
• Falta de pessoal quando um operador fica doente e durante as férias
• Falta de informações
• Agressividade de algumas pessoas
• O trabalhador não conhece o sistema, não recebe feedback e não tem a possibilidade de dar sua opinião.
Aspectos a estudar com mais detalhes: Agressividade verbal; Informações sobre o sistema de
L
avaliação; Rever a gestão de férias; Rever o salário.

Síntese do estudo Deparis na gráfica

1. As zonas de trabalho L
2. A organização técnica entre postos K
3. Os locais de trabalho K
4. Os riscos de acidentes L
5. Os comandos e sinais J
6. As ferramentas e material de trabalho L
7. O Trabalho repetitivo J
8. Os manuseios / levantamento de peso K
9. A carga mental K
10. A iluminação L
11. O ruído L
12. Os ambientes térmicos K
13. Os riscos químicos e biológicos L
14. As vibrações K
15. As relações de trabalho entre trabalhadores K
16. O ambiente social local e geral K
17. O conteúdo do trabalho J
18. O ambiente psicossocial L

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 32
Síntese das melhorias propostas
e dos aspectos a serem estudados com mais detalhes

QUANDO?
N° QUEM? O QUE? Custo Realizad
Projetado
o em
Estocar os móveis e outros equipamentos (paletts de
1 Trabalhadores papeis, caixas diversas, reserva de toner) em local 0 -/-/- -/-/-
contíguo ao local da gráfica
Organizar os carrinhos e a empilhadeira em um espaço
2 Trabalhadores 0 -/-/- -/-/-
previsto no local contíguo
Prever estoques de papeis mais importantes: 20 resmas
3 Manutenção 0 -/-/- -/-/-
próximo as fotocopiadoras
Regulamentar o acesso ao local de trabalho de maneira a
4 Direção 0 -/-/- -/-/-
ficar apenas os trabalhadores no mesmo
Manutenção +
5 Instalar um balcão na entrada da gráfica € -/-/- -/-/-
trabalhadores
6 Limpeza Limpar a água e aspirar a poeira 2 vezes por semana € -/-/- -/-/-

7 Manutenção Prever o controle anual da empilhadeira 0 -/-/- -/-/-

8 Manutenção Consertar o piso € -/-/- -/-/-


Conselheiro em A analisar antes
9 Prever um estilete com bainha para proteger a lâmina €
PP -/-/-
Conselheiro em Colocar na parede um porta-estilete, próximo a mesa de
10 0 -/-/- -/-/-
PP trabalho
Colocar a disposição luvas de algodão
• Para proteger de cortes no manuseio das folhas de
Conselheiro em A analisar antes -/-
11 papel €
PP /-
• e resistente ao calor para intervenções na
proximidade do forno
Conselheiro em Colocar à disposição calçados de segurança com A analisar antes -/-
12 €
PP proteção contra esmagamento /-
Colocar à disposição um equipamento que pode se elevar A analisar antes -/-
13 Direção €€
em função da diminuição da carga estocada /-
Colocar a disposição cadeira que possibilite o trabalho
Conselheiro em A analisar antes -/-
14 sentado/em pé, giratória para o trabalhador sentar €
PP /-
enquanto aguarda o final do trabalho da máquina.
Rever os aspectos ergonômicos do posto de trabalho,
Conselheiro em A analisar antes -/-
15 quanto aos comandos da máquina e em especial o
PP /-
trabalho com terminais de vídeo.
A analisar antes -/-
16 Manutenção Rever a disposição das luminárias nas zonas de trabalho €€
/-
17 Manutenção Proporcionar a harmonização dos tubos TL € -/-/- -/-/-
Rever as fontes de ruído. Isolar acusticamente os postos
Conselheiro em A analisar antes -/-
18 de trabalho. Recobrir as paredes com materiais €€€
PP /-
absorventes

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 33
QUANDO?
N° QUEM? O QUE? Custo Projeta Realizado
do em
A analisar antes
19 Manutenção Instalar um umidificador de ar no local de trabalho €
-/-/-
Ligar sistematicamente o exaustor nas operações de
20 Trabalhadores 0 -/-/- -/-/-
colagem
Desinfetar o ambiente de trabalho ao menos duas vezes
21 Manutenção € -/-/- -/-/-
ao ano
Realizar limpezas mais freqüentes dos sanitários
22 Limpeza Equipar os sanitários de sabão, lixeiras, papel para € -/-/- -/-/-
enxugo das mãos e lixeira para absorventes higiênicos.
23 Direção Separar os sanitários por sexo 0 -/-/- -/-/-

Prever um espaço para pausas isolado do ruído do local


24 Manutenção €€ -/-/- -/-/-
de trabalho
Direção + Rever o processo das listas de pedidos A analisar antes
25 0
Trabalhadores Definir um sistema que permita fixar as prioridades -/-/-
Rever a organização geral das zonas de trabalho
Direção + A analisar antes -
26 Reorganizar o local de trabalho de maneira a garantir €€
Trabalhadores /-/-
passagens de 80 cm no mínimo
Rever os sistema de informação
Informar sobre o sistema de avaliação do pessoal A analisar antes -
27 Direção 0
Fornecer informações regulares e atualizadas sobre o /-/-
futuro dos trabalhadores e o da empresa
A analisar antes -
28 Direção Prever e realizar formação de pessoal de substituição €€€
/-/-
Rever as relações com a hierarquia
A analisar antes -
29 Direção Persuadir alguns membros da linha hierárquica a 0
/-/-
modificar seu comportamento
A analisar antes -
30 Direção Rever a gestão das férias 0
/-/-
Mudar o modo operatório e atender as regras de
levantamento de peso para preservação das costas.
Direção + Reduzir a distância de levantamento das cargas
Formação antes
31 Prevencionistas aproximando o carrinho de transporte das caixas de papel €€
de -/-/-
+ Trabalhadores o mais próximo possível da fotocopiadora.
Adaptar a postura de trabalho aplicando as regras para
levantamento de peso.
Direção + Melhorara as relações entre os trabalhadores e os A analisar antes
32 0
Trabalhadores responsáveis -/-/-
Direção + Organizar as permanências regulares no edifício.
33 € -/-/- -/-/-
serviço social Prever possibilidades de atendimento mais fáceis.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 34
Quadro sinóptico dos 3 estudos Deparis realizados na mesma
empresa de impressão

Síntese do estudo Deparis em três locais de trabalho


1. As zonas de trabalho L L K
2. A organização técnica entre os postos K L K
3. Os locais de trabalho K L K
4. Os riscos de acidente L L L
5. Os comandos e sinais J K L
6. As ferramentas e materiais de trabalho L L L
7. O trabalho repetitivo J L L
8. Os manuseios /levantamento de peso K L J
9. A carga mental K L K
10. A iluminação L K L
11. O ruído L K K
12. Os ambientes térmicos K K L
13. Os riscos químicos e biológicos L L K
14. As vibrações K K L
15. as relações de trabalho entre trabalhadores J J K
16. O ambiente social local e geral K K L
17. O conteúdo do trabalho J K K
18. O ambiente psicossocial L L L

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 35
Professeur J. Malchaire
Unité Hygiène et Physiologie du Travail
Clos Chapelle-aux-Champs, 30.38 1200 Bruxelles

ANEXO 2: Método de Diagnóstico preliminar Participativo


dos Riscos (Deparis)
Procedimentos para a utilização
1. Informação pela Direção da empresa sobre seus objetivos e seu engajamento de levar em
consideração os resultados das reuniões e dos estudos.
2. Definição de um pequeno grupo de postos formando um conjunto, “uma situação” de
trabalho.
3. Designação de um coordenador pela direção com o aval dos trabalhadores.
4. Preparação do coordenador: ler o método DEPARIS em detalhes e se forma sobre a sua
utilização. Adapta a ferramenta à situação de trabalho em questão modificando os termos,
eliminando os aspectos não aplicáveis, transformando alguns ou ainda incluindo outros
aspectos suplementares.
5. Constituição de um grupo de trabalho com trabalhadores – chave da situação de trabalho
a ser estudada designados pelos seus colegas e seus representantes e de pessoas da
chefia técnica escolhidas pela direção. Devendo ser composto por um homem e uma
mulher no caso de grupos mistos.
6. Explicação clara pelo coordenador do objetivo da reunião e do procedimento.
7. Reunião do grupo de reflexão em um local calmo próximo aos postos de trabalho.
8. Discussão de cada rubrica concentrando-se nos aspectos existentes na rubrica em
questão, procurando não dar uma pontuação, mas:
• determinar o que pode ser feito para melhorar a situação, por quem e quando
• determinar para qual aspecto será necessário solicitar a ajuda de um prevencionista
• determinar rapidamente o custo das medidas de melhoria propostas e o impacto que
elas poderão ter sobre a qualidade do produto e sua produtividade: julgamento em
termos de nada (0), pouco (€), médio (€€) ou muito (€€€) caro globalmente para os
três critérios : custo direto, qualidade do trabalho e produtividade.
9. Após a reunião. Síntese pelo coordenador tornando claro
• as rubricas utilizadas, contendo as informações detalhadas extraídas da reunião
• a lista das soluções projetadas com a indicação de quem faz o que e quando
• a lista dos pontos a ser estudados com mais detalhes com as prioridades.
10. Apresentação dos resultados aos participantes, revisão, acréscimos...
11. Finalização da síntese.
12. Apresentação à direção e aos órgãos de concertação.
13. Seqüência do estudo para os problemas não resolvidos, fator por fator, através dos
métodos de nível 2, Observação, da estratégia SOBANE.

O texto a seguir vai ajudar a precisar o objetivo da reunião.


“Durante a reunião, vamos fazer uma revisão de todos os aspectos técnicos da
organização e das relações que possibilitem que o trabalho seja mais fácil, eficaz e
agradável”.
O objetivo não é de saber se é mais fácil ou agradável a 20, 50 ou 100%.
E sim de encontrar o que pode ser feito de concreto, imediatamente, em 3 meses e mais
tarde para que seja mais eficaz e mais agradável.
Poderão ser modificações técnicas, novas técnicas de trabalho, mas também melhorias
na comunicação, reorganização dos horários, formações específicas.
Para certos pontos deveremos conseguir determinar o que deve mudar e como faze-lo
concretamente.
Para outros, estudos complementares deverão ser realizados.
A Direção deve se engajar em estabelecer um plano de ação com o objetivo de dar
seqüência ao menos ao que foi discutido.

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 36
1. As zonas de trabalho

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• O posto de trabalho, o escritório, espaços de
trabalho é de tamanho médio e cada trabalhador
tem a possibilidade de ver alguns de seus colegas.
• As dimensões dos espaços de trabalho e das vias
de circulação são suficientes, os acessos são
diretos, fáceis, de largura > 80 cm.
• As passagens para pessoas e veículos são bem
organizadas.
• As zonas de trabalho são bem organizadas, sem
obstruções inúteis por objetos, caixas...
• Os locais são limpos e agradáveis com visão para
o exterior através de janelas limpas.
A controlar:
• A ordem geral e a obstrução por objetos estranhos
ao trabalho, particularmente das vias de acesso.
• A localização dos objetos ligados ao trabalho
• A limpeza e a estética geral: óleos, poeiras,
dejetos, pinturas...
• O estado do piso: nivelados, unidos, sólido, não
escorregadio...
• A visão sobre os outros trabalhadores e para o
exterior
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

2. A organização técnica entre postos

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• Postos bem providos, com estoque tampão,
independentes dos postos antes e depois
• Permitindo interações fáceis e livres entre pessoas
A controlar:
• As pressões de tempo
• Os estoques a jusante e a montante e o sistema
de aprovisionamento dos postos
• A dependência técnica entre postos para a boa
realização do trabalho
• Os meios utilizados para troca de informação
entre postos: voz, telefone, …

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 37
3. Os locais de trabalho

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a


• Trabalho sentado em cadeira confortável e estável, situação?
com espaço suficiente para as pernas sob o plano de
trabalho
• ou trabalho em pé sem entraves aos movimentos
• Os planos de trabalho possuem altura adequada, são
dispostos de maneira a permitir que os ombros fiquem
relaxados, os braços ao longo do corpo e com os pés
repousando livremente sobre o solo ou sobre um
suporte para os pés confortável
• O trabalho não requer posições tais como: de joelhos,
agachado, torção do tronco, braços elevados
A controlar:
• As alturas das estantes, planos de trabalho…
• As possibilidades de se sentar e a qualidade das
cadeiras
• As posições durante o trabalho: de joelhos, agachado,
torções do tronco, braços elevados…
• A presença de ajudas para o trabalho em altura e a
qualidade destas ajudas: estabilidade, pesos…
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

4. Os riscos de acidente

Grav. Onde?, Quando?, O que fazer?


Situação desejada: Choque 0 + ++
• Os trabalhadores não estão Queda pessoas 0 + ++
expostos aos fatores de risco
citados ao lado ou eles são bem Queda objetos 0 + ++
protegidos coletivamente Esmagamento 0 + ++
A controlar: Fratura 0 + ++
• Presença dos fatores citados ao
Cortes 0 + ++
lado e a gravidade dos acidentes
que podem surgir Picadas 0 + ++
• As proteções coletivas (proteção Abrasão 0 + ++
de polias, painéis, botões de
Queimaduras 0 + ++
segurança,…) sobre as máquinas
ou os equipamentos: presença, Eletricidade 0 + ++
simplicidade, utilização, Projeção 0 + ++
possibilidade de neutralização…
Incêndio 0 + ++
• Na falta das mesmas as
proteções individuais (presença, Explosão 0 + ++
qualidade, utilização) Batidas 0 + ++
Outros 0 + ++
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 38
5. Os comandos e sinais

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a


• Os comandos (botões, manetas, pedais…) e sinais visuais situação?
(painéis, lâmpadas…) estão bem situados, perto dos
trabalhadores e à uma altura confortável quando de
utilização frequente
• São respeitados os estereótipos: verde = funcionar…
vermelho = parada, agulha móvel da esquerda para a
direita…
• São confortáveis: o nível sonoro, a intensidade luminosa,
a força, a pressão do dedo ou do pé, o tamanho dos botões,
os apoios…
A controlar:
• As cores, as formas, as dimensões, as forças…
• As localizações: na frente, muito alto, muito baixo, ao
lado…
• A disposição: organização dos quadros de comando,
número e cores dos botões, lâmpadas…
• A posição do corpo (em torção, inclinado…), da cabeça
(elevada, em torção…), do braço (elevado, ao nível do peito,
acima dos ombros…), da perna (elevada, em torção…) para
alcançar os comandos ou perceber os sinais
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

6. As ferramentas e materiais de trabalho

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a


• O material de trabalho (ferramentas peças…) é bem situação?
adaptado ao trabalho, fácil de segurar, seguro e fácil de
utilizar, sem fadiga das mãos ou dos braços
• Estão dispostos de maneira adequada e organizados
segundo as necessidades em torno dos locais de trabalho
A controlar:
• Se o melhor material é utilizado para cada tarefa
• Se são fáceis de pegar e não possibilitam ferimentos ou
fadiga (pesos, empunhaduras retas ou curvas, muito longas
ou muito curtas, muito grossas ou muito finas, muito rugosas
ou muito lisas, bordas cortantes, adaptáveis aos
canhotos…)
• Se estão colocadas em ordem e segundo as
necessidades em locais facilmente acessíveis

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 39
7. O Trabalho repetitivo

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a


• O trabalho não exige a repetição contínua dos mesmos situação?
gestos nas mesmas posições e com os mesmos esforços
• Se o trabalho é repetitivo ele foi organizado de tal maneira
que
§ os braços permanecem ao longo do corpo com os
ombros em repouso
§ o pescoço fica em posição normal sem torções ou
inclinações repetidas ou importantes
§ as mãos não ficam flexionadas de maneira repetida ou
importante
§ os esforços são leves com toda a mão e sem torção dos
punhos e dos braços
A controlar
• O tempo de ciclo, a repetição ao longo deste ciclo
• O detalhe dos gestos ao longo do trabalho: flexões,
torções, elevações, inclinações,
• As forças utilizadas com a mão, com o palma da mão
para bater, com os braços…
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

8. Os manuseios (levantamento) de carga

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a


• As cargas são leves e ocasionais a manusear, e sem situação?
torção do tronco
• As cargas pesadas são manuseadas com ajuda mecânica
fácil e rápida a utilizar (ponte rolantes, empilhadeiras…)
• As cargas frequentes são deslocadas com ajuda
mecânica: correias, esteiras rolantes….
• As distâncias e alturas para pegar e depositar são
confortáveis: nem muito baixas nem muito altas
• As cargas são fáceis e confortáveis de segurar
A controlar:
• Os pesos e estabilidade das cargas e a facilidade
para as segurar: empunhaduras, bordas cortantes,
escorragadias….
• As alturas às quais as cargas são retiradas e
colocadas com relação ao ponto de referência da
cintura
• Os movimentos de manuseio distâncias, torção...
• A presença e qualidade (facilidade, rapidez…) das
ajudas mecânicas
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 40
9. A carga mental

Situação desejada O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• O trabalhador executa um trabalho que exige uma
atenção mediana tomando um número de decisões
nem muito pequeno nem muito grande entre um
número médio de escolhas possíveis
• Se o trabalho é repetitivo, o ciclo de trabalho é
superior a 10 minutos
A controlar:
• O grau de atenção necessário, que é função da
gravidade das ações a tomar e do caráter
imprevisível dos eventos
• O número de decisões a tomar em um certo
intervalo de tempo e a dificuldade para tomar tais
decisões: o número de escolhas possíveis,
informações a recolher, rapidez necessária…

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

10. A iluminação

O que fazer de concreto para melhorar a situação?


Situação desejada:
• Boa iluminação, nem muito fraca nem muito forte,
sem nenhum reflexo nem ofuscamento (em
particular pelo sol), sem sombras, permitindo uma
visão precisa do trabalho com uma iluminação do dia
importante
A controlar:
• A qualidade das fontes de iluminação (estado das
lâmpadas ou dos tubos)
• Sua localização: de maneira que elas não sejam
vistas diretamente e que elas iluminem
uniformemente as zonas de trabalho
• O nível de iluminação: suficiente para ver detalhes
do trabalho, mas não muito importante
• Os reflexos sobre as mesas, superfícies metálicas,
vidros…
• Iluminação natural pelas janelas com visão para o
exterior
• Exposição ao sol através destas janelas

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 41
11. O ruído

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• Se o local é uma fábrica é possível conversar
normalmente à uma distância de 1 metro
• Se um escritório nenhum ruído causa desconforto
ou distração
A controlar:
• A origem do ruído e o estado das máquinas ou
das instalações (ar condicionado…) de onde provém
este ruído
• A localização das fontes de ruído com relação aos
trabalhadores
• Os materiais (porosos?) que recobrem as paredes
para absorver o ruído
• Os materiais (pesados?) utilizados nas paredes
que separam os locais
• Se as paredes que separam os locais são
estanques

Aspectos a estudar com mais detalhes L


K
J

12. Os ambientes térmicos

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• O trabalho é confortável com roupas comuns
(uniformes de trabalho, jalecos de laboratórios,
vestimenta normal…) sem correntes de ar, nem
refrigeração (radiação de uma máquina ou do sol,
piso frio…)
• Nem muito seco nem muito úmido
A controlar:
• As fontes de calor e de frio (máquinas, exposição
solar)
• As correntes de ar frio ou quente
• As fontes de frio, de calor e de umidade nos
locais: água, vapor, superfícies quentes, sol…
• As vestimentas e sua adaptação ao trabalho
realizado
• O desenvolvimento de môfo nos locais

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 42
13. Os riscos químicos e biológicos

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• O ar é fresco, agradável a respirar, sem odores
artificiais
• Se produtos químicos são utilizados (gás,
liquidos), os recipientes são adequados e bem
etiquetados, os trabalhadores os utilizam com
cuidado (luvas, máscaras…) e quando necessário
(formação, bom produto para o trabalho…)
• As poeiras, aparas, lascas, dejetos… são
evacuados diretamente sem serem jogados em
suspensão no ar
A controlar:
• A limpeza geral: óleos, poeiras, aparas…
• Os recipientes e os produtos que eles contém
• A documentação disponível sobre os produtos
químicos e os riscos existentes
• A formação profissional dos trabalhadores sobre o
emprego dos produtos químicos e sobre os riscos
• As condições de utilização
• A presença de môfo… associados aos produtos
utilizados
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

14. As vibrações

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


Nenhuma vibração é perceptível,
• Nem proveniente do assento, costas, pés…
• Nem proveniente das máquinas e das ferramentas
pelas mãos
A controlar:
• Para os equipamentos de transporte
§ É apropriado ao trabalho a ser realizado?:
empilhadeira inadequada, …
§ Estado do solo, dos pneus, das suspensões,
dos assentos
• Para as máquinas ou ferramentas vibrantes
§ São realmente apropriadas ao trabalho a ser
realizado?: máquina muito pesada, elétrica ou
pneumática…
§ Seu estado: tempo de uso, manutenção…
§ As condições de utilização: posições de
trabalho, forças, trabalho com 1 ou 2 mãos….

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 43
15. As relações de trabalho entre trabalhadores

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• O grupo de trabalhadores se organiza entre eles
no que concerne a divisão do trabalho, as pausas,
as rotações, as folgas, as substituições, a
substituição dos ausentes, a formação
• O grupo faz os contatos que julga necessário com
os serviços periféricos ( manutenção, compras,
qualidade…) ou externos
A controlar:
• Que trabalhadores sejam isolados do grupo
• As relações entre os trabalhadores do grupo
durante o trabalho e pelo trabalho
• A autonomia do grupo na gestão das tarefas
• As relações com os outros grupos ou serviços
externos: contatos diretos ou intervenção de
pessoas intermediárias
• As relações hierárquicas: responsabilidades,
delegações…

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

16. O ambiente social local e geral

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• Em função da organização do trabalho e dos
espaços, os trabalhadores tem a possibilidade
de se comunicar livremente durante o trabalho
sobre qualquer assunto
• Eles podem individualmente modificar seu
ritmo de trabalho e deixar alguns minutos seu
posto quando quiserem, sem pertubar a
produção
A controlar:
• A comunicação visual e verbal, considerando
o isolamento, o ruído, a qualidade dos sistemas
de comunicação (telefone…)
• A presença de estoques tampão ou a ligação
à um processo fixo e rígido…
• Os locais sociais, refeitórios…
Aspectos a estudar com mais detalhes: L
K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 44
17. O conteúdo do trabalho
Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?
• O trabalho é interessante e diversificado (execução,
controle qualidade, retoque, manutenção…)
• Ele permite utilizar e desenvolver os conhecimentos e as
competências profissionais.
• Os trabalhadores apreciam as responsabilidades que lhe
são confiadas, eles tomam iniciativas, podem adaptar seu
modo de trabalho e desejam colaborar ativamente para a
melhoria do produto
A controlar:
• Onde se localiza este trabalho dentro do desenvolvimento
do produto final
• O valor e interesse do produto fabricado
• A diversidade das tarefas elementares a realizar e dos
papéis (execução, controle, retoques, manutenção…)
• As responsabilidades em caso de erros
• O grau de iniciativa: intervenções externas, mudanças de
modo operatório…
• A duração de adaptação e as capacidades técnicas e
intelectuais necessárias

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

18. O ambiente psicossocial

Situação desejada: O que fazer de concreto para melhorar a situação?


• A atmosfera, entendimento, o clima social é bom entre
colegas e com a linha hierárquica.
• Os trabalhadores estão satisfeitos das condições gerais de
vida na empresa
• A gestão do tempo é apreciada: vazios e picos de
produção, folgas...
• Existe entre colegas e com a hierarquia ajuda recíproca
entre serviços para os problemas de trabalho
• Uma assistência local estruturada foi prevista para os
problemas pessoais
• Os trabalhadores sabem exatamente como seu trabalho é
avaliado e quando e como eles são controlados
A controlar:
• Os horários, folgas, substituições, horas-extras, gestão de
crise
• As relações entre colegas e com a hierarquia
• O tipo de autoridade
• As estruturas e procedimentos para acolher os problemas:
insatisfação, estresse, assédio…
• O clima social geral (greve, revindicações…)
• O sistema de controle e de avaliação

Aspectos a estudar com mais detalhes: L


K
J

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 45
Síntese do estudo Deparis na gráfica Data:

1. As zonas de trabalho J K L
2. A organização técnica entre postos J K L
3. Os locais de trabalho J K L
4. Os riscos de acidentes J K L
5. Os comandos e sinais J K L
6. As ferramentas e material de trabalho J K L
7. O Trabalho repetitivo J K L
8. Os manuseios / levantamento de peso J K L
9. A carga mental J K L
10. A iluminação J K L
11. O ruído J K L
12. Os ambientes térmicos J K L
13. Os riscos químicos e biológicos J K L
14. As vibrações J K L
15. As relações de trabalho entre trabalhadores J K L
16. O ambiente social local e geral J K L
17. O conteúdo do trabalho J K L
18. O ambiente psicossocial J K L

Malchaire_sobanedeparis_portugues240303.doc 31/03/03 46
BALANÇO FINAL:
SÍNTESE DAS MELHORIAS PROPOSTAS
QUANDO?
QUEM? FAZ O QUE? Data Data de
programada realização

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