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Você está na página 1de 52

Capítulo 17

Por que toda vez que você dorme em paz, uma coisa ou outra

tem que te acordar?

Quanto a mim, era o meu telefone irritante. Devo aprender a

desligá-lo.

Eu iria ignorá-lo ou jogá-lo fora, mas ele continuou tocando e

tocando, várias vezes.

Eu o peguei debaixo do meu travesseiro e abri um olho,

encarando o identificador de chamadas.

Gemi e coloquei o telefone no modo silencioso, rolando na cama

para voltar a dormir.

Foda-se o Mason.

Ele nunca ligou na hora certa.

Ele sempre tinha que arruinar meu sono por causa de algo

completamente estúpido.

Eu apostaria em qualquer coisa que ele estava me ligando para

falar algo que pudesse ser dito no dia seguinte. Ele estava agindo

como um idiota impaciente, ou como se não tivesse amanhã para

viver.

O que quer que ele tivesse a me dizer, poderia ser dito no dia

seguinte. Daquela vez, eu iria dormir.

Ele poderia se transformar no Hulk que eu não iria me importar.

Sua raiva não era páreo para o meu amor pela minha cama

quentinha.

Acordei com Beth batendo na porta sem piedade e gemi,

enterrando minha cabeça no travesseiro. Quando eu não respondi,

ela se encarregou de pegar a chave extra e abriu a porta, entrando.

— Lauren, levante-se.

Eu a ignorei. Eu sabia que ignorar as pessoas as fariam ir embora.

Infelizmente, minha colega de quarto não era uma dessas

pessoas. Ela foi persistente. Essa era uma característica irritante queela tinha.
— Lauren, eu não estou brincando, — ela disse, soando séria. —

Levante-se e venha ver por si mesma.

A menos que o apartamento estivesse pegando fogo, eu não tinha

interesse em nada.

Mas se meu noivo aparecesse em nossa porta usando um vestido

rosa e sapatos de salto combinando, isso sim era algo que eu

adoraria ver e definitivamente nunca veria.

— Que horas são? — Eu finalmente perguntei, sem levantar

minha cabeça.

Eu sabia que era muito cedo, mas o que eu não sabia era que era

tão cedo.

— Isso importa? O motorista do seu noivo está sentado do lado

de fora do nosso prédio.

— O quê?! — Isso me fez levantar em um pulo, qualquer vestígio

de sono completamente apagado por esta pequena informação. Eu

olhei pela janela e encontrei o carro de Mason fora do prédio.

O que diabos Coop estava fazendo aqui?

— Há quanto tempo ele está lá embaixo?

Ela encolheu os ombros. — Um tempo, provavelmente. Você sabe

por que ele está aqui?

Por quê?

Uma lâmpada passou pela minha cabeça e me afastei da janela.

— Onde está meu telefone? — Beth acenou em sua mão e eu o

agarrei, mordendo meu lábio inferior enquanto desbloqueava o

telefone.

Havia dez chamadas perdidas e seis mensagens de Mason Eu

tropecei para trás e minha bunda bateu na cama, meus olhos

examinando as mensagens.

Atenda neste instante.

O único propósito dos telefones é atender ligações, Lauren. Algo

que você não está percebendo.


Eu atenderia minhas ligações se fosse você.Eu pulei o resto de suas mensagens que envolviam ele
insultando

minha inteligência e outras coisas. A última mensagem fez com que

meus olhos saltassem das órbitas e meu queixo quase caísse no chão.

Coop está lá embaixo esperando por você.

Você e eu vamos embora por alguns dias.

O voo parte às oito da manhã.

É melhor você não se atrasar. Leve pouca bagagem.

De qualquer forma, caberá a mim se suas malas virão ou não.

— Ah, que emocionante! — Beth respondeu. Ela leu o texto por

cima do meu ombro. Só ela acharia isso emocionante.

Eu me perguntei onde diabos ele queria me levar, mas eu não

queria participar daquilo. Só porque ele era meu noivo não

significava que eu confiava nele para não me machucar.

Eu não seria tola o suficiente para ir a qualquer lugar que eu não

conhecesse com ele.

— Você quer que eu te ajude a fazer as malas?

Ah, Beth. Sempre o tipo de amiga que fica animada com tudo e

qualquer coisa.

— Não, eu não vou. — Fui para a cama para voltar a dormir, mas

foi Beth quem puxou meu braço de volta para ela.

Ela me encarou. — Vai, sim. Você vai fazer as malas e entrar no

carro de Mason.

Eu puxei meu braço para longe dela. — E mandar ele me matar

onde meu corpo não seja recuperado? Não, obrigado.

— Para alguém que diz ser adulto, às vezes você age como uma

criança. Mason não vai matar você, Laurie.

— Tenho certeza de que ele vai levar você a um lugar incrível, e

você não saberia disso porque está sendo tão boba agora!

— E você está sendo tão irritante, — reclamei.

— Me escute, — ela disse em um tom sério. Não conseguia me


lembrar da última vez que ouvi Beth falar naquele tom antes. —

Você vai se casar com ele e vai morar com ele por um ano. Quanto

mais você o desafia, mais ele tornará sua vida um inferno quandovocê for morar com ele. A melhor
coisa que você deve fazer é

agradar a ele.

— Não faça nada que o irrite e você realmente vivera por um ano

em paz.

Havia um motivo pelo qual Beth era a mais inteligente, embora

ela raramente demonstrasse isso. Eu não conseguia desviar o olhar

para o quão certa ela estava.

Se eu fosse sobreviver na cova do leão, precisava saber como

controlá-lo.

Se eu não pudesse domesticá-lo, pelo menos acalmaria a

tempestade.

Ela sorriu de satisfação quando peguei minha mochila e comecei

a embalar algumas roupas. Ele disse para levar pouca coisa, ou então

eu perderia tudo. Eu bufei.

Aquele homem era a pessoa mais dramática que eu já conheci. E

pensar que suas demandas seriam o que eu ouviria por um ano.

Seria um ano péssimo, mas de uma coisa eu estava certa: eu iria

lembrá-lo de que era alguém que não gostava de ser controlada.

Exigir respeito. Dominá-lo.

Ele não me trataria como sua empregada.

Eu seria sua esposa, e nenhuma esposa merecia ser pisada pelo

marido.

Respeite e seja respeitado.

Pedi desculpas a Coop pela centésima vez. Eu me senti tão mal

por deixá-lo esperando e por ser arrastado para longe de sua casa no

meio da noite.

Eu queria perguntar a ele se ele tinha família, mas realmente não

era da minha conta.


Embora, a curiosidade estivesse realmente me matando.

Ser deixada no aeroporto sem explicação não parecia uma boa

ideia. Achei que Coop iria me deixar lá, mas ele voltou cinco

minutos depois e me acompanhou para dentro, onde Mason nos

esperava.Já sentiu aquela sensação estranha quando você fez algo errado e

está com muito medo de enfrentar as consequências? Foi assim que

me senti no momento em que estava prestes a encontrar meu noivo.

Eu queria me virar e fugir, mas Lauren Hart não era covarde. Ok,

talvez eu fosse um pouco covarde, mas não iria me esconder de

Mason.

O logotipo Campbell estava no avião particular que Coop me

conduziu para dentro. Eu soube que estava prestes a decolar em

quatro minutos, então tive a sorte de chegar na hora certa.

Eu nunca tinha estado dentro de um avião particular antes e

deixe-me dizer, eu queria poderia morar ali dentro para sempre.

Era tão lindo, limpo e brilhante. Cheirava a coisa cara.

Mas estava faltando alguma coisa:

Mason.

A doce aeromoça me deu um sorriso educado e perguntou se eu

queria alguma coisa.

Eu queria dizer a ela para chamar seu chefe, mas não queria que

ela distorcesse minhas palavras e a fizesse pensar que eu realmente

gostava de Mason ou queria vê-lo.

Eu só queria ter certeza de que ele estava no avião, que ele não

me trouxe aqui apenas para ver o avião cair e dizer que foi um

acidente enquanto o piloto e os comissários escapavam.

Eu relaxei no meu assento, inclinando minha cabeça para trás e

curtindo o voo. Eu não dormi muito durante o dia, mas eu realmente

poderia tirar uma soneca para me livrar do tédio.

E onde é que estava Mason?

Tendo bebido muita água, minha bexiga gritou e me levantei para


ir ao banheiro, apenas para ficar cara a cara com a parede de aço do

meu noivo.

Ele elevou-se sobre mim como um escudo protegendo seu país,

seu doce cheiro de menta atingiu meu nariz e fez minha cabeça ficar

mais leve.

Ele sempre tinha um cheiro incrível.Mason Campbell sempre fazia o ar ao meu redor sumir e meus

pulmões se comprimir. Ele tinha um impacto tão grande na minha

vida e eu só queria que ele não tivesse.

Eu não queria olhar para ele, porque olhar para ele me levava a

pensamentos inadequados.

Eu queria desviar o olhar para evitar o dano que causaria a mim

mesma se continuasse a olhar.

Porque Mason estava me cegando.

Cativando.

Ele era uma raça rara de humano.

Ele era como uma droga que não tinha como não viciar. Era

gostoso, mas fazia mal.

Minha respiração ficou presa na minha garganta quando meus

olhos me traíram, e quando seus próprios olhos desceram sobre

mim.

Aborrecimento.

Irritação.

Ferocidade.

Tudo isso estava claro em seu rosto e meu estômago deu um nó.

Nunca uma vez alguém me impactou com apenas um olhar, e meus

pulmões lutaram por ar.

Ele finalmente me evitou e foi embora sem dizer uma palavra e

eu soltei um suspiro quente que não percebi que estava segurando.

A vontade de ir ao banheiro passou e eu silenciosamente voltei para

o meu lugar.

Era estranho para ele não dizer nada, ou pelo menos reclamar por
ter ignorado suas ligações e chegado tarde. De qualquer forma, eu

não estava bem.

Especialmente se ele estava me ignorando enquanto estava

sentado na minha frente.

Ele estava lendo um livro e não consegui entender o título. Mason

não estava usando terno e optou pelo casual.

A camisa preta que ele usava caía sobre os ombros largos comouma segunda pele, sem uma ruga
visível e a calça azul escura e os

sapatos pretos ficavam bem nele.

Eu franzi meus lábios, estudando-o.

Ele parecia estar com raiva com base na maneira como ele cerrava

os dentes e virava as páginas com tanta brutalidade. Tive vontade de

rir.

Ele era como uma criança temperamental.

Eu me levantei da minha cadeira e fui sentar na cadeira vazia na

frente dele.

— Sinto muito, — falei, tentando cortar a tensão entre nós. —

Estou pedindo uma trégua. — Nenhuma palavra ou dica de que ele

me ouviu.

Eu não deveria estar surpresa. — Eu sei que cometi um erro...

Sua voz suave aveludada me atingiu como uma droga quando ele

respondeu: — É a primeira vez.

Ironia. Entendi.

— Talvez se você parasse de me ligar no meio da noite, eu não

estaria irritando você. Se fosse qualquer namorado meu, eu não teria

atendido também, então não foi nada demais.

— Falando sobre namorado sendo que você só teve um.

Eu franzi a testa sem que ele visse. — Ah, como se você tivesse

pegado várias, ‘Sr. Odeio Mulheres, elas me deixaram infeliz e

irritado, — eu disse sarcasticamente.

— Eu não sou nenhuma dessas coisas que você mencionou, — ele


falou lentamente em um tom preguiçoso, virando outra página de

seu livro.

— Por favor, diga isso para alguém que não conhece você. — Mas

ele não respondeu novamente, apenas focou sua atenção ainda mais

em seu livro. Ele não deu nenhum sinal de que me ouviu.

Fiquei curiosa.

O que ele estava lendo de tão importante e ao qual dedicava toda

a sua atenção? — O que você está lendo?

— Um livro.— Ah, vá. Quis dizer, qual livro está lendo?

Sem levantar a cabeça para olhar para mim, ele falou enquanto

suas palavras me cortavam profundamente. Pode não parecer que

ele disse muito, mas ele disse muito.

— Não se preocupe com o título. O livro não é algo que sua

pequena mente possa entender, Lauren. É melhor não torturá-la.

— Uau, adoro quando você insulta minha inteligência, —

retruquei sarcasticamente, tentando esconder o quão magoada suas

palavras me fizeram sentir. O sarcasmo sempre foi útil quando eu

queria mascarar o que estava sentindo.

— Como o seu ego cabe dentro da sua cabeça?

Ele fechou o livro com cuidado, sem pressa antes que sua cabeça

se erguesse para mim.

Seus olhos brilhavam com uma emoção oculta que ele era capaz

de manter escondida atrás de seu exterior frio.

Uma mecha de cabelo caía sobre seu rosto e lhe dava uma espécie

de aparência selvagem e infantil. Meus dedos coçaram para tirá-la de

seu rosto.

— Se você está entediada, pode pedir um tabuleiro de xadrez à

comissária de bordo ou pode usar a porta de emergência, — ele

cerrou os dentes e estreitou os olhos para mim. — O que for mais

adequado para você.

Sua voz vibrou no meu corpo e eu fiz uma cara feia.


— Apenas diga que você me quer morta e vá embora. Não é

como se você não tivesse me trazido neste avião para me matar. É

melhor continuar com isso aqui e agora.

— Não gosto de sujar as mãos. — Sua voz era baixa e rouca.

— Não, você prefere sujar as mãos de alguém. Dessa forma, você

não tem nada a ver com isso e pode escapar da prisão.

Ele bufou, e era aquilo era tão esquisito para ele que eu tive que

me virar e me certificar de que ele tinha mesmo feito aquele barulho.

Era verdade. Ele realmente bufou.

— Não estou planejando matar você, Lauren. Se eu quisesse, você

não acha que teria feito no primeiro momento em que nosconhecemos?

— E me dá grande satisfação saber que te incomoda não saber

para onde estamos indo.

A intensidade em seus olhos causou inquietação no meu coração.

Ele realmente gostava de me provocar.

— Doente do caralho.

— O que disse? — ele perguntou com um tom furioso em sua

voz.

— Eu disse 'Vou jogar um baralho'. — Eu não cometeria o mesmo

erro duas vezes.

Lembrei-me do conselho de Beth sobre não sair da linha com ele e

parecia que meu trabalho ia ficar mais difícil a cada minuto.

Quanto mais eu passava o tempo em sua presença, mais ele me

fazia querer jogar a sensata Lauren pela janela, aquela que não era

tola o suficiente para latir na cova dos leões.

— Está com fome?

Uma risada borbulhou de meus lábios. — Uau, estou chocada.

Mason Campbell realmente se preocupa com um ser humano, — eu

disse surpresa.

— Você realmente tem alguma humanidade em você, afinal.

— Se eu soubesse que perguntar se você estava com fome iria


trazer à tona o seu lado dramático, eu não teria perguntado.

— Não sou dramática.

— Suas ações dizem o contrário.

Minha mandíbula cerrou. — Você é irritante, Sr. Campbell. —

Essa foi fraca.

— Eu te aviso quando começar a me importar com o que você

diz.

— Ah. vamos, você não deveria estar dizendo isso para sua

futura esposa. O que a mídia diria sobre isso? — Eu perguntei com

um sorriso de lobo.

Eu sabia quais botões apertar.

Se havia algo que ele não queria que estragasse, era este noivado.— Tsc, eu poderia estar gravando
esta conversa agora para todos

ouvirem. Eles iriam adorar.

Seus olhos se estreitaram e se tornaram mais severos, como se ele

estivesse tentando ver os pensamentos passando pela minha cabeça.

— Atreva-se.

— Não me tente.

— Por favor. — Seus olhos ferozes me fixaram no lugar e meu

coração palpitou no meu peito.

Um bufo nada atraente escapou de mim. — Você continua

jogando bombas em mim hoje. Não sabia que a palavra 'por favor'

estava no dicionário Campbell.

— Você está cheio de surpresas hoje, Sr. Campbell, mas, por

favor, tenha calma comigo. É tudo o que uma garota pode aguentar,

— eu disse dramaticamente, colocando minha palma sobre o meu

coração.

Ele arqueou uma sobrancelha perfeita. — Isso só prova que estou

certo, mais uma vez. Você é dramática. — Então ele olhou para

baixo, abriu seu livro e decidiu que ele havia terminado de me

entreter.
Eu considerei sua visão com um sorriso inocente.

Escócia.

Era para lá que ele estava me levando, mas o que havia na

Escócia?

Eu realmente pensei que ele estava me levando para longe, mas

eu deveria estar feliz por estar perto de casa.

Alguém estava esperando por nós quando saímos do aeroporto

em um Range Rover preto. Era um jovem, vestido com um terno

preto que acenou para nós antes de abrir a porta.

— Para onde estamos realmente indo? — Eu perguntei a ele,

olhando pela janela.

A única vez que estive na Escócia foi quando era criança, e tinha

ido com meus pais.

Tudo era vago, mas me lembrei de algo acontecendo entre meuspais. Tivemos de sair mais cedo do
que pretendíamos.

— Minha casa, — ele respondeu humildemente. — Você vai

conhecer minha família.

Surpresa com suas palavras, eu virei minha cabeça para a

esquerda e fiquei boquiaberta com ele.

— O quê? Você está me levando para conhecer sua família?

— Sim.

Meu deus! Eu não estava pronta. Não podia conhecer a família de

Mason. Achei que iria demorar mais. Inferno, eu não imaginei que

iria conhecê-los tão rapidamente. Ele deveria ter me contado para eu

me preparar.

Eu estava pronta para desaparecer.

Eu o nivelei com um olhar duro.

— Você não pensou em me avisar? — Eu berrei.

O brilho em seus olhos, como se ele tivesse ganhado de alguma

forma, me mantendo no escuro e me chocando com essa notícia, me

fez querer jogá-lo para fora do carro.


— Eu avisei. Agora mesmo.

Minha mandíbula cerrou e eu mal fui capaz de evitar que as

palavras descontroladas saíssem dos meus lábios. Respire, Lauren,

respire. Se eu podia lidar com Mason, eu poderia lidar com aqueles

abutres. Simples assim.

Mas meu coração batia forte no meu peito.

— Por que temos que conhecê-los agora? Por que não depois do

casamento? — Eu perguntei levantando meu queixo.

— Meus pais têm algo marcado e não poderão ir ao casamento.

— Que tipo de pais não vão ao casamento do filho? Essa é a coisa

mais importante que está acontecendo em sua vida.

Seus olhos brilharam com fogo.

— Talvez devêssemos perguntar isso a eles? Lembre-os de como

seu filho é importante e como é egoísta da parte deles perder isso.

Eu o considerei com um olhar irritado. — Eu não disse que estava

curiosa.Capítulo 18

A família de Mason morava em um castelo.

Bem, parecia um e era lindo.

Eu não conseguia parar de olhar.

Eu nunca tinha visto uma mansão como esta em meus sonhos

mais loucos, e ali estava eu, prestes a entrar em uma. Os portões

eram pretos e grandes, o caminho até a mansão levou um minuto

inteiro para chegar lá.

O terreno era grande e desnecessário em minha opinião.

Cinquenta casas poderiam ser construídas nele, mas uma grande

mansão com quatro partes estava no meio.

Eu não esqueci que iria enfrentar os Campbells e ainda tinha

aquele medo dentro de mim que parecia esticar a cada passo que eu

dava.

Saindo do carro, dois homens correram para fora da casa e

vieram buscar nossas malas, que agora eu havia percebido que eu


era a única que tinha levado bagagem.

Mason não havia trazido nada. Por que?

Aquela era sua casa.

Eu olhei para a porta e engoli em seco.

Eu podia sentir os sussurros do demônio silenciosamente me

convidando para entrar para me arruinar.

— Mestre Mason. — Um homem alto parou na nossa frente em

um terno preto, seu cabelo e barba da cor de cinza, em pose

deliberada, ambas as mãos atrás das costas e o peito estufado.

— Bem-vindo a casa. — Houve uma leveza repentina e amor em

seu tom.

— Leon, — Mason respondeu, acenando para ele. Não havia

nenhum senso de familiaridade em seu tom, nenhum calor ou amor.

O homem chamado Leon mudou seu olhar para mim e estreitou

os olhos para mim.— Bem-vinda, senhora.

Eu nem mesmo pisei dentro e já estava sendo odiada. O que

diabos eu fiz com esse velho que decidiu me odiar à primeira vista?

A única explicação sensata poderia ser que ele pode estar

apaixonado por Mason, mas eu rapidamente evitei esse pensamento

ridículo.

O homem tinha idade suficiente para ser seu avô, certamente

deveria haver uma explicação melhor do que essa.

— Por favor, me siga, Mestre Mason, seu pai deseja vê-lo na área

externa. Ele soube que você estava no país no minuto em que o avião

pousou.

— Certo. — Então, os lábios de Mason se contraíram

ligeiramente.

— E, Leon, talvez seja melhor mudar o tom de sua voz na

próxima vez que falar com minha noiva.

Os olhos de Leon se arregalaram em choque antes de ele se

recuperar e limpar a garganta. — Minhas desculpas, senhor. Sinto


muito, senhora.

— Está tudo bem, — soltei sentindo o calor que percorreu meu

corpo quando Mason veio em minha defesa. Não que eu precisasse,

mas era estranho.

— Lauren. — Os dedos de Mason roçaram meu braço quando ele

se virou para mim. — Eu preciso ver meu pai. Você pode entrar

primeiro.

Suas palavras me fizeram arregalar os olhos em alarme. Eu

balancei minha cabeça e dei um passo para trás.

— O quê? Não, eu não posso entrar sozinha, — eu disse

fracamente. — Eu não conheço essas pessoas.

— Não seja teimosa, amor. Leon irá acompanhá-la para dentro.

Estarei com você daqui a pouco.

Sua expressão era tão severamente proibitiva quanto seu tom,

mas eu não acho que ninguém poderia entender, exceto eu.

Então, ele me surpreendeu quando passou o braço em volta da

minha cintura e me puxou para o seu peito.Eu engasguei quando dezenas de relâmpagos surgiram
em meu

corpo.

Meus olhos se arregalaram para ele, ele colocou sua testa em cima

da minha, liberando um hálito quente que atingiu meu rosto e me

fez estremecer.

Seu hálito cheirava a hortelã e chocolate, uma combinação

inebriante de cheiros.

Enraizado no local e incapaz de se mover, Mason começou a

esfregar nossas testas antes de se mover para colocar um beijo leve

na minha bochecha, recuando para olhar para mim.

— Tente não sentir muito a minha falta, querida, — ele falou

baixinho, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e

acariciando o lado da minha cabeça.

Eu fiquei pasma.
Meu coração martelou dentro do meu peito e minha respiração

ficou presa entre meus pulmões quando ele me deu um sorriso

atrevido.

Ele estava me olhando como se eu fosse a única mulher que ele já

tinha visto, e não era justo porque era apenas um teatrinho para

Leon.

De alguma forma, isso fez meu coração disparar.

Mas por um segundo, eu só queria acreditar que ele estava

olhando para mim desse jeito porque ele queria.

Porque eu era muito especial para aquele homem sexy e

poderoso que tinha o mundo em suas mãos.

Algo que eu não podia evitar estava começando a acontecer e eu

não queria deixar ir mais longe.

— Eu te desafio a me impedir de sentir sua falta, — eu brinquei,

sorrindo como se acreditasse em minhas próprias mentiras.

— Se eu não te vir em breve, irei te procurar.

Ele acenou com a cabeça e se virou, caminhando em outra

direção. Eu o encarei de volta, seus músculos flexionando enquanto

ele andava e o sorriso no meu rosto não parava.Leon pigarreou, chamando minha atenção. Minhas
bochechas

queimaram, embora eu tenha ficado surpresa com a nova expressão

em seu rosto. Não era hostilidade, mas sim aceitação.

Eu me perguntei o que mudou sua opinião sobre mim.

— Podemos entrar?

Eu balancei a cabeça e o segui para dentro. Foi como entrar no

paraíso.

Não se podia realmente dizer quanto dinheiro foi gasto no design

de interiores. Beth teria ficado louca se estivesse ali.

— Quem é você? — O som de passos surgindo de um corredor

veio em nossa direção e eu respirei fundo.

Ele era jovem - devia ter quase 30 anos e era bonito com seu
cabelo escuro e ombros largos. Ele tinha mais de um metro e oitenta

de altura, maçãs do rosto pontiagudas e queixo liso e quadrado.

Seus olhos eram verdes esmeralda e brilhantes. Ele não se parecia

com Mason, mas também não era mais bonito do que ele.

— Pois não? — Ele arqueou uma sobrancelha para mim. — Quem

é você? — ele perguntou com uma voz profunda que parecia fazer

todo o meu corpo vibrar de forma errada.

— Ela é noiva do Mestre Mason.

O homem olhou brevemente para Leon.

— Noiva de Mason? — Sua sobrancelha se franziu em uma

carranca incrédula. — Você pode ir, Leon.

Eu ouvi os passos de Leon recuando. Ele se virou para mim.

— Você é?

— Eu sou o que?

— Noiva de Mason, — ele murmurou em um tom frustrado.

— Sim, — eu respondi bruscamente, desejando não me encolher

diante dele. Ele não me assustava.

Ele se endireitou rapidamente, sorrindo, mas seus olhos estavam

vigilantes. — Tem certeza de que estamos falando sobre o mesmo

Mason?

— Nosso Mason nunca ficaria noivo de nenhuma mulher, nãodesde quando... — Ele se conteve com
uma risada curta.

— Você está com os repórteres?

— Se estamos falando sobre Mason Campbell, então sim. —

Minha mão cerrou-se apesar de tudo. — Eu sou a noiva dele, Lauren

Hart. Prazer em conhecê-lo.

Uma de suas sobrancelhas se arqueou friamente. — Se você está

mentindo para mim, Lauren Hart, eu pessoalmente a levaria para

conhecer meus dois cães e eles a rasgariam em pedaços. Eu odeio

mentirosos.

Quem que esse cara pensa que é? Eu estava a segundos de jogar


minha educação pela janela. — Bem, então, acho que você tem que

encontrar outra pessoa para levar.

Seus lábios se curvaram em um sorriso fraco e irônico. — Deixe me levá-la para conhecer todos,
noiva de Mason. — Ele começou a se

virar quando eu bati.

— Meu nome é Lauren, — eu corrigi em aborrecimento.

Ele acenou com a cabeça com um leve sorriso.

— Lauren, é claro, minhas desculpas. Me siga.

Eu caminhei bem atrás dele, e o pânico me fez querer correr e sair

dali rápido.

Nossos passos faziam o único som à medida que avançávamos; a

casa poderia estar vazia, mas foi apenas quando chegamos ao final

do corredor que os primeiros sons vieram ao nosso encontro; a

princípio, um sussurro, crescendo com os passos, depois engolindo

em um murmúrio.

Eu olhei para o homem ao meu lado, mas seu rosto severo não

mostrou nada.

No final do corredor, havia duas boas portas duplas e eu entrei.

Por um momento, a tagarelice não parou.

Então, cabeças começaram a se virar e me vi confrontada por uma

fileira de rostos pálidos e fixos em um silêncio aterrorizante. Eu olhei

ao meu redor desamparadamente procurando uma fuga, mas o

homem estava bloqueando meu caminho atrás.

Então, em algum lugar, alguém deu uma risadinha e outra vozcomeçou: — Sebastian, por que você
está parado na porta? E quem

você trouxe com você?

Eu não pude dizer quem estava falando, porque eles eram poucos

ali - talvez cinco pessoas sentadas nas cadeiras reais mais lindas.

Fiquei enraizada no lugar, olhando para todos eles, o brilho e a

elegância de suas roupas e joias machucando meus olhos.

— Eu trouxe a noiva de Mason, Lauren Hart, — Sebastian

respondeu com prazer, me empurrando para frente para a sala de


estar.

— O quê?! — Uma mulher gritou, levantando-se da cadeira.

Meus olhos se conectaram com ela enquanto ela se aproximava de

mim.

Ela era linda, seu cabelo loiro e encaracolado balançava em seus

ombros enquanto ela caminhava com graça e elegância. Ela usava

um vestido curto brilhante e saltos pretos que clicavam no chão.

Ela ficou a poucos centímetros de mim, seus olhos castanhos fixos

nos meus. Ela me encarou como se quisesse me matar, e eu dei a ela

um olhar que dizia que não tinha medo dela.

A mulher tinha maçãs do rosto salientes, o nariz reto e quando

ela franziu a testa, covinhas apareceram em ambas as bochechas.

Seus lábios carnudos foram pintados com uma cor vermelha

ousada e um colar de diamantes estava em seu pescoço, brilhando

como estrelas. Essa garota era tudo que eu não era.

— Você acabou de dizer que ela é noiva de Mason?

Sebastian não respondeu, mas seu sorriso era malicioso quando

olhou para trás, para a mulher caminhando em nossa direção. Antes

mesmo que alguém pudesse me dizer, eu sabia que ela era a mãe de

Mason.

Ela tinha uma semelhança impressionante com o filho. Seu cabelo

bronze estava penteado com estilo, e sua blusa e terninho a faziam

parecer mais jovem do que sua idade.

Mas foi o antagonismo em seu rosto que me chocou; quando ela

olhou para mim, seus olhos cinzas estavam ardendo e sua boca

estava dura. Engoli em seco antes que pudesse me impedir.Então, ela me examinou por mais um
momento; então ela exigiu,

— O que meu sobrinho disse é verdade? Você é a noiva do meu

filho?

— Sim.

Não reaja.
Respire.

— Você está mentindo, — a outra garota disse, sua expressão

dura. — Mason nunca daria uma chance para uma pessoa como

você.

Revirei meus olhos para ela, apesar das marteladas em meu peito.

— Ah, mas ele deu. Parece que você não o conhece muito bem.

Eu dei a ela um sorriso educado enquanto seus olhos brilharam.

— Chega, Chloe, — a mãe de Mason gritou para ela, então olhou

para mim.

— Você está grávida?

Meu queixo caiu com sua pergunta. Eu abri e fechei minha boca,

sem palavras.

Ela estava insinuando que a única razão pela qual eu estaria com

seu filho seria se eu estivesse grávida?

Então, de repente, alguém riu. Era estridente e um pouco

malicioso, mas havia uma nota de genuíno divertimento nisso. —

Isso é uma pergunta, mãe? — Outra garota falou.

— A única razão pela qual ela estaria aqui é se ela está grávida de

seu filho, ou talvez ela esteja mentindo. Ela vai ter um filho e alega

que é do meu irmão.

— Eu conheço garotas como ela que fariam qualquer coisa para

prender alguém por dinheiro.

Eu a ignorei enquanto fechei meu punho com raiva.

— Se isso é sobre dinheiro, garota, eu daria a você um cheque em

branco agora e você sairia da vida do meu filho, — ela disse

suavemente, seus olhos estreitos traindo seu tom leve.

— Deixe-me pegar minha bolsa e podemos fazer isso

rapidamente, e depois saia da minha vista.— Não, — eu a impedi de se mover, encontrando seu
olhar

intenso com firmeza.

— Eu não estou grávida. — Eu olhei brevemente para Chloe.


— E não quero o seu dinheiro, — disse isso à mãe dele, e falando

as palavras com clareza, em um esforço para me sentir mais

confiante, acrescentei: — Mason e eu estamos apaixonados. Eu amo

ele. Ele me ama.

Ou então estávamos dizendo a todos.

— Cale-se! — Chloe gritou, apontando sua unha pintada para

mim.

— Mason não está apaixonado por você. — Ela sorriu com uma

intenção sinistra. — Tenho certeza que ele está fazendo isso para se

vingar de mim.

Uh... isso não é verdade, mas eu não deveria dizer nada. Deixe

que ela alimente seu próprio ego. Algo estremeceu dentro de mim

enquanto eu digeria a sugestão óbvia de que Mason poderia estar

envolvido com Chloe.

Isso explicaria muita coisa, pensei com uma pontada de

desconforto perturbador, mas de alguma forma, não conseguia

imaginá-lo com Chloe.

Ela parecia uma pirralha.

Sebastian riu. — Só você pensaria que Mason perderia seu tempo

fazendo algo assim, Chloe. — A diversão estremeceu em sua voz. —

Além disso, ele odeia sua própria existência.

— Ninguém pediu sua opinião, Seb. — ela disparou nele.

— Chega, vocês dois. — A mãe de Mason olhou para Sebastian.

— Onde está Mason? Eu preciso falar com ele. Isso ... — Ela apontou

para mim em desaprovação.

— Essa garota não vai servir. — Então ela voltou a se sentar.

— Garota, chegue mais perto, — outra mulher latiu para mim.

Eu pulei um pouco com o som, mas não ousei me mover. —

Estou falando com você.

— Não se mova um centímetro, Lauren.Virei a cabeça e lá estava Mason, com o peito largo arfando
e os
dentes à mostra como um animal.

Nossos olhos se encontraram e ele olhou para mim antes de

mover seu olhar de volta para sua tia em um frenesi enlouquecido

de raiva.

— Mason.

Ele ignorou sua mãe e caminhou até onde eu estava entre

Sebastian e Chloe, olhou para mim e estendeu a mão. Hesitei no

início antes de apertar minha mão na dele, sentindo seu calor.

Como nossas mãos podem caber tão perfeitamente? Quase como

se fossem feitos uma para a outra.

Ele encarou sua tia descontroladamente novamente. — Eu dei a

seu filho meu dinheiro para começar seu negócio quando ele jogou

fora toda sua herança, tia Matilda.

— Se você quer que ele ainda tenha seus negócios intactos, faria

bem em respeitar minha noiva, — disse ele em voz baixa, perigosa e

ameaçadora.

— Ela não é alguém que você pode mandar. E isso vale para

todos vocês. Qualquer um que a desrespeite responderá a mim.

— Mason! — Sua mãe exclamou de espanto e as bochechas de

sua tia coraram de raiva e vergonha.

Algo dentro de mim mudou e eu olhei para ele em estado de

choque, este homem que me odiava estava me defendendo contra

sua família. Ele deve realmente odiá-los mais.

— Você não pode estar falando sério!

Ele se virou tão rápido e olhou para Chloe.

Foi o suficiente para querer que eu desviasse o olhar.

— Cale. A boca.

A animosidade fervilhava em sua voz. Foi assustador.

Ele fez três palavras soarem como um desejo de morte.

Este era o Mason Campbell que Beth e eu tínhamos ouvido

rumores.
Este era o homem que fazia as pessoas se encolherem de medo.Eu saberia, tive vontade de me
encolher e ele nem estava falando

comigo.

— Nem mais uma palavra sua, Chloe Estou falando com minha

família. — Ele apontou seu longo dedo para ela, seus olhos sem

humanidade. — Na próxima vez que você falar, verá o quão ruim eu

posso ser.

Chloe deu um passo para trás com medo e desviou o olhar.

— Agora, se você nos dá licença, Lauren e eu precisamos nos

registrar em um hotel. Claramente, ela não é bem-vinda aqui, e não

vejo como eu vou ficar aqui.

Ele agarrou minha mão com força e nos viramos para sair.

— Não seja tolo, filho. Ninguém dirá uma palavra a ela, eu

prometo. — Sua mãe se aproximou de nós e me surpreendeu ao me

abraçar com força. Alguma emoção lutava para se expressar em seu

rosto marcante.

— Bem-vinda à família, Lauren. — Ela me deu seu melhor

sorriso.

Não foi legal.

— Dê-me uma boa razão para eu confiar em suas palavras, mãe.

— Seus olhos estavam semicerrados e com raiva.

— Eu prometo, Mason.

Ele não parecia acreditar nela.

E nem eu.Capítulo 19

Depois de deixar a sala de estar enquanto éramos observados,

Mason se encarregou de me mostrar o quarto de hóspedes.

Ele tinha estado quieto desde que deixamos sua família lá,

optando por apenas caminhar silenciosamente ao meu lado. Tentei

encontrar seus olhos, mesmo por um breve segundo, mas ele não

olhou para mim.

Paramos em frente a uma porta marrom antes que ele abrisse,


entrando primeiro antes de eu segui-lo.

Olhei em volta, observando minhas malas que já haviam sido

trazidas para dentro, sentadas ao pé da cama.

Eu estava em uma sala grande que era do tamanho do meu

apartamento, enquanto meu olhar viajava lentamente ao redor da

sala para a cama king-size, o interior e uma enorme TV de tela plana

no lado esquerdo da parede.

Mason pigarreou ao meu lado. Eu olhei rapidamente para ele e

encontrei sua sobrancelha erguida - só então, percebi que minha mão

ainda estava entrelaçada na dele.

Eu corei e a retirei, ansiosa para colocar alguma distância entre

nós e meu coração martelando no meu peito ao perceber que segurei

suas mãos por mais tempo do que o normal.

Eu esperava que ele não achasse que eu estava ciente disso, ou

que fosse bom segurar sua mão. Eu esperava que o pensamento não

passasse por sua mente. Eu já estava lutando para segurar a emoção.

— Estou feliz que este não seja o seu quarto, — eu abri um sorriso

que qualquer um poderia dizer que era falso.

Eu estava tentando encobrir o constrangimento, para esconder o

quão trêmula e agitada eu me sentia no momento.

— Ninguém entra no meu quarto, — ele respondeu mal humorado, sem tirar os olhos de mim.

Ele resolveu colocar as mãos no bolso, e eu gostaria que ele

pudesse ver a si mesmo através dos meus olhos, para ver o que euestava vendo - o quão gostoso ele
parecia parado ali com uma

postura arrogante, mas ele não estava fazendo aquilo de propósito,

era apenas como ele era.

Arrogância, intimidação e confiança eram fáceis para ele,

naturalmente.

Eu tinha certeza de que aquilo deve ter crescia quanto mais ele se

tornava bem-sucedido. Ele conquistou o direito de se exibir, de se

certificar de que as pessoas soubessem do que ele era capaz e de


simplesmente se divertir um pouco com isso.

Sua confiança estava ligada ao sucesso genuíno e ninguém

poderia derrubá-lo do pedestal em que se colocou.

Eles poderiam tentar, mas não teriam sucesso.

— Ah. — Eu balancei a cabeça e sorri, quase como se tivesse

descoberto algo.

— E provavelmente onde você planeja seus assassinatos. Mantém

as pessoas afastadas para não ficar exposto. Entendi.

Uma sobrancelha de sarcasmo se ergueu.

— Talvez eu devesse levá-la até lá.

Foi a frieza de seu tom, muito mais do que suas palavras, que me

deixou sem dúvida de que ele estava brincando, mas não pude evitar

de bufar.

— Bela família você tem aí. Agora sei a quem você puxou, —

arrisquei, caminhando para pegar minhas malas e colocá-las na

cama, tentando pegar o carregador do meu telefone.

— Vocês, Campbells, são definitivamente um raio de sol.

Eu me virei e ele me lançou um olhar longo e lento.

A linha tensa de sua boca não diminuiu. Eu apontei para seu

rosto.

— Você deveria sorrir com mais frequência. A raiva diminui a

expectativa de vida, você não sabia disso?

— E você tem quantos, uns quarenta? — Eu brinquei, sabendo

muito bem que ele não tinha quarenta anos. Mas eu precisava que

ele ficasse mais calmo. Seus ombros estavam muito rígidos e suamandíbula estava cerrada.

Ele parecia ter jogado uma parede em torno dele, por qual

motivo, eu não tinha ideia.

— Você já calou a boca? — ele perguntou com um suspiro de

frustração.

Eu balancei minha cabeça em decepção.

— Isso não é jeito de falar com sua noiva grávida, Mason. — Em


sua sobrancelha erguida, expliquei com uma risada.

— Sua família acha que o único motivo pelo qual vamos nos casar

é que você me engravidou. Ah, espere! Essa não é a melhor parte

ainda. Eles acham que estou grávida do filho de outra pessoa e

afirmando que é seu porque, aparentemente, sou uma interesseira.

Eu estava achando mais engraçado do que na frente deles. Eles

eram pessoas realmente malucas.

Mason praguejou baixinho.

Sorrindo amplamente, me aproximei dele, levantando minha

cabeça para olhar em seus olhos. Eu me encontrei perdendo o

equilíbrio com o calor vindo de seu corpo para a minha

proximidade.

— Eu só queria dizer obrigada, — comecei, com cuidado para

não tropeçar em minhas palavras. — Pelo que você fez lá atrás. Você

poderia ter deixado sua família me insultar mais, mas você me

defendeu.

— Embora eu possa lutar minhas próprias batalhas, mas

obrigado por pelo menos se importar.

Mesmo que não estivéssemos nos casando por amor ou

acabaríamos juntos depois de um ano. Mason sabia de sua

responsabilidade.

Eu estava preocupada que ele não se importasse com nada ou me

negasse respeito, porque aquilo não era nada mais do que um

acordo de casamento que forçamos um ao outro.

Agora, eu estava convencida de que ele não faria nada para me

machucar. Ele cumpriria sua parte no trato.

Talvez papai estivesse certo, afinal. Havia algo de bom em MasonCampbell. Embora ele raramente
mostrasse, ainda estava lá.

Ele revirou os olhos para mim. — Não é como se eu tivesse

escolha. Eu preciso fazer o papel de noivo bom e amoroso.

Eu sabia o que ele estava fazendo. Ele estava tentando fazer o


papel do homem durão que todos conheciam, alguém que não fazia

coisas boas para ninguém, mas a verdade era que eu sabia que ele

faria isso por qualquer um.

Mas eu deixaria passar dessa vez.

— Então, onde você vai dormir?

— Bem aqui, é claro.

— O que? — Eu congelei, com medo de me mover, até mesmo de

respirar.

— Você não pode ficar aqui! — Não havia nenhuma maneira de

deixá-lo dormir no mesmo quarto que eu.

Em uma casa com dezenas de quartos, certamente, deveria haver

um em que ele pudesse dormir.

Mason cruzou os braços e me olhou com um olhar entediado.

— Onde você acha que eu deveria ficar senão no quarto da minha

noiva? No minuto em que minha família perceber que não estamos

dormindo no mesmo quarto, eles começarão a suspeitar e eu

acabarei não conseguindo o que quero. Não vou arriscar, Lauren.

— Você vai ter que engolir. — Seus olhos me percorreram com

uma expressão que era um insulto.

— Não se preocupe, não tenho interesse em você. Você não é...

— Seu tipo, sim, eu sei. Você já me disse isso tantas vezes que eu

consigo ouvir até nos meus sonhos.

Ele deu um passo lento em minha direção enquanto eu dava um

passo para trás, olhando-me com diversão, seus olhos assumindo

um tom de cinza mais escuro, e eu senti a excitação familiar

queimando em minha pele com seu olhar.

Foi tão emocionante quanto fogos de artifício.

— Ah. então você sonha comigo? — ele perguntou, lentamente

dando mais passos para perto de mim enquanto eu me afastava dele.— N... não. Não seja louco. Eu
não sonho com você.

Por que ele tinha que dizer isso ou me olhar assim? Isso fez meu
coração bater mais rápido com o alarme.

Ele riu baixinho, seu tom baixo e sensual.

— Eu não sou apenas o melhor empresário, mas também sou

habilidoso em detectar mentiras, Srta. Hart.

— Ah, é? — Eu me esforcei muito para dizer mais em um tom

imparcial enquanto me afastava dele, pois ele estava a apenas alguns

centímetros de respirar o mesmo ar que eu.

— Você pode detectar isso? — Fiz um movimento rápido para

passar por ele, mas pisei em algo escorregadio e, antes que

percebesse, perdi o equilíbrio e estava prestes a cair no chão.

Humilhação, minha velha amiga.

Uma mão se esticou em um reflexo, envolvendo o braço em volta

da minha cintura para tentar me impedir de cair.

Mason nos girou tão rápido que perdeu o equilíbrio enquanto

ambos caíamos na cama com ele por cima e eu, por baixo dele.

Sua mão estava deitada na cama acima da minha cabeça,

apoiando seu corpo de me esmagar com seu peso enquanto ele

olhava diretamente nos meus olhos.

Seu olhar era tão quente e intenso.

Eu podia ouvir meu coração batendo forte em meus ouvidos,

intoxicada com seu cheiro, a sensação de sua respiração atingindo

meu rosto e o calor de seu corpo me envolvendo.

Ele não estava me tocando, mas eu quase me desfiz ali mesmo.

Ele era tão lindo.

Cada detalhe em seu rosto era perfeito, quase como se ele fosse

aquele que egoisticamente se esculpiu.

Eu queria afastá-lo, mas só conseguia olhar para trás, respirando

com dificuldade.

O olhar de Mason desviou para meus lábios e ficou lá. Eu engoli e

meu pulso acelerou quando sua expressão se tornou ilegível.


Então, seu corpo começou a tremer de tanto rir enquanto ele seendireitava, olhando para mim com
pura diversão.

Ele recuou com um sorriso satisfatório, se virou e saiu da sala,

deixando-me olhando para o teto sem fôlego e com o conhecimento

de que Mason Campbell provou que estava certo.Capítulo 20

Eu não queria jantar com sua família, mas ele disse que eu não

deveria dar a eles a satisfação de me ver me esconder deles, e ele

estava certo.

Às vezes, eu me perguntava como ele conseguia agir bem comigo

em um minuto e me odiar no minuto seguinte.

Eu segui Mason até a mesa enquanto ele me sentava ao lado dele

antes de se sentar na mesa principal. Sua mãe e seu pai estavam

ausentes por algum motivo.

Ainda não tinha conhecido o pai dele, mas não estava animada

para isso.

Eu poderia dizer pelos rostos carrancudos que ninguém estava

feliz que eu estivesse ali, especialmente Chloe, que estava

apunhalando seu bife e provavelmente imaginando que fosse minha

cabeça.

Naquele exato momento, ela me lembrou de Jade.

— Você está gostando da sua estadia, Lauren? — Sebastian

lançou a pergunta para mim, surpresa por estar sendo legal. Ele me

deu um sorriso encorajador para apoiar suas palavras.

Mas antes que eu pudesse dizer algo, a irmã de Mason, Rebecca

falou.

— Como ela poderia não gostar? Ela está vivendo com luxo pela

primeira vez, Seb. — Ela zombou, erguendo sua taça de vinho de

uma forma que envergonharia até Cersei Lannister.

— A julgar por tudo sobre ela, posso dizer que ela vivia em um

lixão e isso é o paraíso para ela.

Eu encontrei seu olhar com um sorriso.


— Morando no lixão ou não, sou feliz e isso é o que importa. Sim,

você tem dinheiro, mas acho que vivo mais feliz do que você e tenho

amigos de verdade que me amariam se eu fosse um sem-teto ou não.

Você pode dizer o mesmo de si mesma?

Sebastian bufou uma risada e disfarçou com uma tosse enquantoela atirava adagas em mim.

Mason colocou sua mão em cima da minha. Ele estava recostado

na cadeira, me olhando com uma expressão preguiçosa que me

irritou de repente.

— Coma.

Eu olhei para o meu prato — tanta comida que eu mal conseguia

segurar no meu estômago enquanto desviava meu olhar e

encontrava o dele.

— Tudo, — acrescentou ele.

— Como você é mandão, — retruquei lentamente. — E se eu não

quiser?

Sua mandíbula se apertou por um instante antes de se inclinar

para frente e sorrir.

— A menos que você queira uma repetição do que aconteceu

antes bem aqui. — Sua voz era quase um ronronar e meus olhos se

arregalaram.

Sebastian estava ouvindo descaradamente e sorriu quando

chamou minha atenção. — O que aconteceu antes? — ele perguntou.

Os olhos de Mason ainda não tinham deixado os meus e eu olhei

para ele em um aviso. Ele ergueu as sobrancelhas em troca. Suspirei

e peguei meu garfo, mordendo meu bife enquanto ele sorria de

satisfação.

— Vocês dois vão manter o mistério, não vão?

— Dá pra calar a boca? — Chloe gritou com Sebastian, olhando

para ele. Claramente, ela não viu nenhuma diversão naquilo.

— E Mason, como você pode fazer isso comigo? Como você pode

escolher alguém como ela?!


Revirei os olhos, olhando para a minha comida.

— Eu escolhi alguém como você, — ele respondeu friamente

enquanto a observava, medindo sua reação.

— Por que não posso escolher alguém como ela? — Ele apenas

falou algumas palavras, e ela o encarou incrédula, com o rosto

vermelho e zangado.— Eu sou diferente! Eu cresci com sua família e devo me casar

com alguém dela! Todo mundo sabe disso.

— Bem, é uma boa coisa que os Campbells não têm falta de

homens. — A voz de Mason estava entediada.

— Você pode escolher quem quiser. A esposa de meu tio distante

morreu há cinco anos. Talvez você possa preencher seu coração

vazio.

Sebastian riu alto e eu não pude evitar o sorriso que apareceu no

meu rosto. Chloe parecia que poderia explodir em chamas a

qualquer segundo.

Mas, ele não tinha terminado ainda.

— Ou talvez, Sebastian aqui possa aceitar sua oferta, certo? — Ele

perguntou a seu primo que parecia enjoado com o pensamento.

— Não, obrigado. Nem pintada de ouro, eu não a levaria.

Desculpe, Chloe.

Seu rosto e tom soaram sem remorso para mim. Suas mãos se

fecharam em punhos sobre a mesa.

— O que temos aqui? — Uma nova voz de boas-vindas

perguntou suavemente. Ele era muito alto e esguio, e usava jeans e

blazer.

O que vi quando olhei para ele foi um rosto ferozmente belo, seu

perfil marcante e a boca bem torneada sob a barba aparada.

Seu cabelo escuro agrupado em cachos grossos com olhos

cinzentos fixados no rosto de um anjo sombrio.

A sala ficou quieta e tensa, e eu só fiquei com mais perguntas.

Ele me viu imediatamente e suas pálpebras caíram, e um sorriso


fraco e inquietante nos lábios.

Ele se moveu deliberadamente ao redor da mesa em minha

direção, parando seus passos na minha frente.

Puxando minha cadeira um pouco para trás, ele agarrou minha

mão da mesa e levou-a aos lábios, dando um beijo suave nas costas

da minha mão, me observando com olhos de falcão. O que estava

acontecendo?— O que você pensa que está fazendo, Dom? — Rebecca exigiu

indignada.

Ele a ignorou.

— Olá, sou Dominic, — ele disse com seus lábios se curvando em

um sorriso. — Você deve ser a noiva.

Eu olhei para ele e puxei minhas mãos para trás.

— Se você sabia disso, deve saber que é impróprio beijar a noiva

de alguém.

Ele riu levemente, recuando um pouco, mas seus olhos não

deixaram os meus.

— Me desculpe. Eu nunca resisto quando vejo uma mulher

bonita. — Então, ele olhou para Mason.

Eu não sabia o que ele viu lá que o fez rir, mas ele voltou para se

sentar ao lado de Sebastian, dirigindo-se à sala, — É bom ver todos

aqui.

— O que você está fazendo aqui? Achei que você estivesse na

Itália.

— Ainda está de olho nele? — Mason sorriu para Chloe, mas não

foi agradável.

— Por que, prima? Eu acredito que você quase parece com ciúme,

— Dominic respondeu, ainda ignorando Chloe.

Mason estreitou os olhos para ele. — Eu estava apenas dizendo a

Chloe aqui que não temos falta de homens na família. Vendo que

vocês dois têm história, é apenas adequado que você reacenda esse

relacionamento.
Ele estreitou os olhos de volta, mas não era tão assustador quanto

os de Mason. Ele soltou uma risada alta e sem humor que de alguma

forma aumentou a temperatura na sala.

Percebi como sua mandíbula estava rígida e como ele tentava

parecer calmo e relaxado. Dominic estava falhando miseravelmente.

— Eu amo as piadas que você faz, Mason. Piadas como essas me

fazem sentir sua falta todos os dias.

O que é que estava acontecendo entre os três? Eu precisava saber.Eu estava curiosa.

A tensão entre eles era intensa e eu temia que a qualquer minuto

pudéssemos explodir com isso.

Olhei para Mason, cuja mandíbula estava cerrada e os ombros

tensos. Havia uma fúria oculta em seus olhos, pronta para ser

liberada, então fiz o que achei certo. Inclinei-me em direção a ele e

beijei sua bochecha.

Ele jogou a cabeça para trás para mim, e foi o momento em que

me afastei de seu olhar, chocada por ter feito exatamente aquilo sem

pensar. E eu não era a única que estava me olhando.

— Mason... — Chloe começou a dizer após os dez segundos de

silêncio, um silêncio abençoado. — Podemos ir falar sobre isso em

particular. Resolver as coisas entre nós.

Ele parecia estar surdo às palavras suplicantes dela, apenas as

linhas cada vez mais profundas de petulância entediada em sua boca

mostrando que ele a ouvia.

Então ele disse com indiferença:

— Já chega. Alguém pode tirá-la da minha vista se ela não parar

de falar? — Antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa, ele se

levantou e envolveu meu pulso com a mão, ele me puxou para cima

e o agarrou com força.

Ele esperou um instante pelo silêncio e então falou com uma

virada arrogante de sua cabeça para seus rostos.

— Eu esqueci o quanto eu não gosto de vocês.


— Estar na sua presença não faz nada além de me irritar,

especialmente você, Chloe, que não deixa transparecer na sua cabeça

que você e eu nunca vamos ficar juntos.

— Eu tenho uma noiva que não gosta que você fale em voltar

comigo.

— Ela não está fazendo nada por cortesia, mas da próxima vez

que você fizer isso de novo, eu a mandarei de volta para o lugar de

onde você veio, retirando seus privilégios e tudo o que você ama até

que você esteja nas ruas implorando por um pedaço de pão.

— Agora, espero, para o bem de todos, que você penseprofundamente nas palavras que sairão de
sua boca na próxima vez.

Ele olhou para eles com aborrecimento absoluto antes de me

levar de volta para as portas duplas que tínhamos passado antes.

Ele ainda segurava meu pulso, mas tudo que eu podia fazer era

segui-lo de perto.

Parecíamos estar indo para fora, ou pelo menos parecia que

estávamos.

A varanda estava muito fria à noite, mas linda com as estrelas

brilhando no céu e o cenário à minha frente.

Estremeci quando o frio me atingiu com força.

Eu estava vestindo apenas um top sem alças e shorts.

Não era exatamente a melhor roupa para jantar com os sogros,

mas uma coisa sobre mim era que eu não faria nada por ninguém.

Eu não me importava com minha aparência e não me importava

como alguém me visse.

A mão de Mason apertou a minha; involuntariamente, olhei para

ele e vi seus olhos brilhando por trás do leve sorriso que mascarava

seu rosto duro.

Pensei em ficar sozinha com ele novamente, pensei sobre o que

havia acontecido entre nós na sala e empurrei minha mão, tentando

me afastar.
Mas eu não conseguia me livrar; ele apenas segurou com mais

força, me observando lutar contra sua prisão sem uma mudança em

sua expressão.

Então, sua mão caiu enquanto ele caminhava até a borda,

colocando as mãos no corrimão.

— O que está acontecendo entre você e Chloe?

— Nada que valha a pena mencionar. — Sua resposta veio como

um martelo.

Reconhecendo a nota de impaciência em sua voz, zombei e

comecei novamente: — Por favor, eu sei que algo aconteceu entre

você, ela e Dominic. Você pode me dizer, você sabe.

— Sou uma boa ouvinte e duvido que você tenha alguémpróximo com quem compartilhar algo. Não
é bom ficar guardando

as coisas.

Eu fui até o lado dele, colocando meu olhar sobre ele.

— Ela é a razão pela qual você odeia as mulheres?

Sua mão se contraiu, mas ele não disse nada por um longo

tempo, então eu simplesmente esperei por ele.

Eu queria que ele se abrisse para mim.

Se íamos nos casar, ele precisava saber que poderia falar comigo a

qualquer hora que quisesse.

Eu não estava nisso apenas pelo dinheiro.

Poderíamos sair desse casamento como amigos.

Eu gostaria de pensar que ainda seríamos amigos depois disso.

— Você não sabe do que está falando, — disse ele, por fim.

esmagando minha esperança de que ele se confidenciasse em mim.

Tive que continuar lembrando que ele era um homem duro e nada

era fácil com ele.

— Bela tentativa, Hart. Mas infelizmente isso aqui não é um

filme.

— Mesmo assim, — acrescentei, não prestes a ceder. — Eu sei que


aconteceu alguma coisa.

— E daí? E daí se ela me machucou e eu fiquei mal e isso me

mudou a tal ponto que comecei a odiar mulheres? — ele perguntou,

olhando para mim antes de soltar uma risada, mais arrepiante do

que a noite fria. — Engraçado, Lauren.

Eu examinei seus olhos. — Não é engraçado se for verdade. Por

que mais você a odeia?

— Pela mesma razão que odeio mulheres.

— E qual seria? Ah, claro. Você acha que toda mulher é uma

aproveitadora.

— Se eu pensasse assim, você estaria aqui comigo?

Eu sorri. — Eu sou especial.

E sua resposta veio em um bufo desagradável.Imaginando se era mesmo possível ter uma conversa
sem ele me

cortando o tempo todo, decidi escolher outro assunto, um pelo qual

estava mais animada.

— Onde fica a sua tatuagem?

Ele pareceu surpreso. Não era todo dia que eu o surpreendia, e eu

gostava disso.

— Quem te contou sobre isso? — ele exigiu, notando a maneira

como sua voz havia se elevado um pouco.

Um meio sorriso arrogante apareceu em meus lábios. — Isso é

assunto meu.

Ele me olhou sem sorrir. — Foi a Athena. Aquela desgraçada fala

demais. — Observei a maneira como ele batia os dedos no corrimão.

Eu estava um pouco feliz e surpresa por ele parecer

desconfortável por eu saber que ele tinha uma tatuagem.

— Qual é, não precisa ficar com vergonha. Apenas mostre para

mim. Queria ver desde o momento em que soube. Por que você fez?

Eu pensei que o Mason Campbell não se tatuaria mesmo se a morte

estivesse olhando para seu rosto.


Levantando uma sobrancelha diabolicamente arqueada, ele

respondeu,

— Pois é.

— Me conta! — Eu pressionei seu braço duro.

— Você estava bêbado quando fez? — Eu sorri. — O que estou

dizendo? Você não ficaria bêbado por medo de perder o controle.

Um canto daquela boca dura curvou-se para cima.

— Como você me conhece em pouco tempo Lauren? Não sou tão

fácil de ler. — Eu balancei minha cabeça com uma risadinha. Ele

revirou os olhos.

— Eu fiz durante o ensino médio. Eu me arrependo agora.

— Então o que é? Eu pensei sobre isso a semana toda. Estou

morrendo de vontade de saber, — eu perguntei em antecipação.

— Isso não é problema meu. — Ele se afastou da grade e se virou

para sair.— É difícil gostar de você, sabe, — gritei para ele, lutando para

manter minhas emoções sob controle.

Sua abordagem foi rápida e impenitente; a intenção inflexível em

seus olhos nada prometia para mim.

— Eu não preciso que gostem. Prefiro que alguém me odeie do

que goste de mim. Incluindo você.

Estranhamente, suas palavras não me chatearam tanto quanto

deveria. Não, realmente não era o que estava em minha mente agora.

O cheiro dele de hortelã agarrou-se a suas roupas, e eu podia

sentir o calor de seu corpo, pois ele estava parado tão perto de mim.

— Boa noite, Lauren, — ele acrescentou.Capítulo 21

Alguém ou algo estava me tocando.

Eu pensei que era apenas em meus sonhos, mas quando senti a

mão puxando lentamente minhas cobertas, abri meus olhos.

Estava escuro, então não pude distinguir quem era, mas a figura

elevou-se sobre mim.

Eu abri minha boca para gritar, mas ele rapidamente fechou


minha boca com a palma da mão.

Meu coração estava batendo forte no meu peito enquanto ficamos

assim por alguns segundos.

Eu estava apenas vendo uma sombra e não poderia ser Mason,

porque eu sabia como era seu toque.

Eu sabia a resposta do meu corpo toda vez que ele estava perto

de mim.

Então quem era?

Tentei falar, mas só saiu um som abafado.

Tentei me levantar, mas sua boca desceu sobre a minha e forçou

minha cabeça para trás contra o travesseiro.

Instintivamente, eu lutei de volta, arranhando e mordendo.

A luz cintilou no cabelo escuro quando sua cabeça se inclinou

novamente para a minha; não havia ternura em seu rosto

sombreado, apenas uma excitação áspera e ardente que me fez

recuperar o fôlego.

— Pare, — eu sussurrei asperamente.

Ele era mais forte e maior do que eu, então não consegui me

livrar dele.

Ele riu friamente quando sua mão deslizou para o meu peito e eu

arqueei para longe de seu toque, que parecia como se lava derretida

fosse colocada em meu corpo.

Minha respiração estava ofegante enquanto eu lutava.

Ele agarrou a parte de trás do meu pescoço e me segurou, osdedos espalhados na parte de trás da
minha cabeça, com meus lábios

duros contra os dele.

Seu beijo foi rápido e forte, então sua boca traçou o oco do meu

pescoço com beijos rápidos e ferozes, seu peso veio direto sobre

mim.

Eu não pensei duas vezes antes de afundar meus dentes em seus

ombros e mordê-los com força suficiente para rasgar minha carne.


Ele gritou e afrouxou o aperto, o que me deu a chance de

acotovelá-lo no estômago com os joelhos.

Com tanta força que eu não sabia que tinha reunido, empurrei-o

de cima de mim e pulei da cama, correndo para a porta.

— Mason! Mason! — Gritei alto o suficiente para acordar os

mortos.

Abri a porta e saí cambaleando, tropeçando com minhas próprias

pernas enquanto caia de joelhos.

Eu ouvi passos correndo no corredor antes que todos eles

aparecessem diante de mim, olhando para mim com irritação.

— O que está acontecendo?! Incomodando as pessoas no meio da

noite, você tem alguma ideia do que seus gritos fizeram com meus

ouvidos?

Não parei para prestar atenção às palavras de Rebecca antes de

correr em direção ao único rosto amigável ali.

Agarrei a camisa de Sebastian enquanto me abaixava atrás dele,

respirando com dificuldade enquanto olhava para a porta.

— Lauren, o que há de errado? — ele me perguntou em um tom

preocupado.

Eu estava balançando a cabeça, ainda em um estado assustador,

mas apontei para a porta quando a figura saiu do meu quarto.

Eu não fui o único que engasgou.

— Dominic?! — Chloe gritou em choque. — O que você estava

fazendo no quarto dela?

— Ah meu Deus, é isso que vocês dois têm feito? — Rebecca

perguntou com nojo em seu tom.— Sua vadia! — Ela caminhou até mim com raiva, mas Sebastian

deu um passo na frente dela antes que ela se aproximasse de mim.

— É isso que você está retribuindo ao meu irmão por amar você?

— Transando com seu primo pelas costas?

Eu engasguei quando suas palavras me atingiram e balancei a

cabeça, tentando não deixar as lágrimas caírem dos meus olhos com
a acusação.

— Desgraçada, eu sabia que havia algo errado com ela. Você não

está satisfeita com um Campbell e quer cravar seus dentes em outro?

— Você é tão aproveitadora assim? — Chloe cuspiu.

— Deixe-a falar, — Sebastian interrompeu, olhando para os dois.

Eu encarei Dominic, que casualmente se encostou na porta sem se

importar no mundo.

Ele encontrou meu olhar com um sorriso secreto e eu tive o

desejo de caminhar até ele e dar um tapa em seu rosto.

— Ele veio ao meu quarto, — eu disse, minha voz tremendo um

pouco enquanto me lembrava de tudo. Eu ainda estava um pouco

abalada.

— Eu estava dormindo e ele... ele tentou...

— Cale-se! — Rebecca gritou, seu corpo convulsionando de raiva

e ela derramou seu ódio em mim com um olhar.

— Você se atreve a entrar em nossa casa e acusar meu primo de

tal coisa?

— Você acha que alguém olharia para você? Ainda mais o Dom

que só namora supermodelos?

— Você é louca? — Eu gritei de volta, meu corpo vibrando de

raiva. — Como você explicaria ele saindo do meu quarto ou eu

gritando?

— Dominic, — Sebastian perguntou em um tom mortal.

— Dominic, o que você estava fazendo no quarto dela?

Dominic não teve a chance de falar antes que uma tempestade

nublasse sobre nós, e ele estava avançando, fervendo de raiva e com

a respiração ofegante, os dentes à mostra como um animal.Nossos olhos se encontraram e se é ele


olhou para mim em um

frenesi enlouquecido de raiva assassina.

Eu não fui a única que ficou surpresa.

— Mason. — Mas ele não deixou Dominic terminar antes de


Mason balançar para trás e acertar um soco poderoso em seu rosto.

A força fez Dominic tropeçar de volta para a sala.

Mason parecia tão forte e poderoso enquanto estava diante dele,

todo suado e parecendo querer seu sangue.

Ele bateu em Dominic com tanta força, e com cada golpe, meu

coração batia forte no meu peito.

Ele foi implacável e impiedoso enquanto socava seu primo sem

pensar duas vezes, cada golpe derramava o sangue Campbell.

Rebecca e Chloe gritavam para ele parar, enquanto eu ficava ali

enraizada no lugar.

Sebastian demorou muito antes de arrancá-lo de Dominic. que

mal respirava no chão.

— Você vai se arrepender de tocá-la novamente, — ele rosnou

para ele quando dois grandes seguranças correram para dentro da

sala e pegaram Dominic, arrastando-o para fora com eles.

— Para onde você o está levando?! — Rebecca exigiu enquanto os

seguia para fora. — Mason, pare com isso!

— Você está realmente fazendo isso por ela?! Ela não é ninguém!

— Chloe disse freneticamente.

Ele a ignorou e se aproximou de mim, parecendo quente e

selvagem.

Ele rudemente agarrou minha mão e me puxou enquanto Chloe

gritava ameaças às nossas costas.

Quando nos afastamos do quarto de hóspedes, chegamos a uma

porta e ele largou a mão da minha imediatamente, invadindo o

interior e me deixando arrastando os pés pela porta do escritório.

— Entre, — ele latiu.

Parece que o simpático e atencioso Mason Campbell havia sido

substituído por sua persona idiota. Ele se virou e observou meuolhar desafiador.

Suspirei e entrei, fechando a porta atrás de mim.

Ele ficou a um passo de distância de mim e me estudou.


Eu me senti nervosa sob o seu olhar, especialmente porque ele

estava sexy em uma camiseta macia que envolvia todos os seus

músculos e uma calça de moletom que estava presa na cintura.

Seu rosto estava cheio de preocupação e o cabelo bagunçado, seus

punhos cerrados ao seu lado, e eu quase corri até ele e os abri.

— Você está bem?

Eu balancei a cabeça, de repente me sentindo intimidada por ele.

Afinal, quem não faria isso quando parecia tão forte e poderoso ali,

pronto para destruir o que quer que estivesse em seu caminho.

Eu queria desesperadamente que ele fechasse os braços em volta

de mim e me abraçasse, embora eu não precisasse, e as chances de

isso acontecer eram zero.

Respirando fundo, corri meus dedos pelos meus cachos.

— Estou bem, — assegurei-lhe, percebendo que não dizer nada o

estava deixando agitado.

— Prometo.

Ele arrastou os dedos pelos cabelos, até a nuca, e os soltou com

um suspiro.

— Eu não deveria ter trazido você aqui, — ele admitiu

calmamente.

— Não é sua culpa, — eu disse, tentando tirar a culpa dele.

Ele olhou para mim. — Eu não disse que era.

Idiota.

— Mas por alguma razão, eu odeio que seja. Eu não deveria ter

deixado você sozinha, eu sabia que Dominic era um idiota.

Seu tom me fez estremecer de surpresa, e eu não pude deixar de

notar os punhos que ele tinha acabado de formar em seus lados e o

olhar assassino que ele tinha em seus olhos novamente.

— Vamos embora, — ele anunciou.— O quê? Achei que você queria ficar aqui por alguns dias.

Suas sobrancelhas se ergueram sobre os olhos. — Você quer ficar,

Lauren? — ele perguntou.


— Não...

— Então pronto. — Seu tom não me deixou espaço para objeções.

Eu meio que me senti mal por estarmos saindo, sendo que só

estávamos lá há um dia, mas uma parte maior de mim estava feliz

por ir embora.

Sem querer ofender Mason, mas sua família era péssima. Ele era

tão cruel quanto eles, mas não era podre como Dominic.

A pessoa que mais me surpreendeu na família foi Sebastian.

Mesmo que não tenhamos tido uma primeira boa impressão, se eu

tivesse ficado mais alguns dias, teríamos nos dado muito bem.

Partimos na manhã seguinte sem nos despedir de ninguém.

Ninguém veio nos despedir, mas como eles saberiam que

tínhamos partido sendo que desaparecemos às cinco da manhã?

Eu estava convencida agora de que Mason nunca dorme em sua

vida. Sua obsessão em fazer tudo no meio da noite ou no início da

manhã não era atraente.

Mas quando você olhava para ele, não conseguia identificar as

olheiras.

Não tínhamos nos falado desde que saímos de casa e também

estava tranquilo no avião. Quando pousamos, fiquei feliz e ansiosa.

Eu mal podia esperar para visitar meu pai e ver Beth, mas disse a

mim mesma que não contaria a eles o que havia acontecido entre

mim e a família de Mason.

Eu não gostaria de perturbar mais meu pai e preocupar Beth sem

motivo.

— Bem, foi uma visita curta e agradável para sua família.

Devíamos fazer isso de novo algum dia, — eu disse com uma risada

amarga, olhando pela janela do carro.

Sua própria risada espelhava a minha risada amarga.

— Estou feliz que você esteja encontrando humor nisso. Fiqueipreocupado que você pudesse ter
perdido.
Eu me virei e olhei para ele sem compreender. — O que vai

acontecer com Dominic? — Eu queria saber para onde ele foi levado.

Eu não me importava com o que aconteceria com ele, mas estava

curiosa para saber onde ele estava.

— Deixe Dominic se preocupar com isso. — Seus olhos estavam

semicerrados e com raiva.

— Você não vai matá-lo, vai?

Seus lábios se curvaram cinicamente. — Na verdade, eu o

executaria ao vivo na televisão. Seria um sucesso, você não acha?

Eu olhei para ele, perplexo. — O quê?

Mason revirou os olhos. — Eu também tenho senso de humor,

Lauren.

Eu soltei uma respiração profunda e ri. — Você me deixou

preocupada por um segundo. — Não importa o que Dominic fizesse,

eu não desejaria a morte dele a menos que ele realmente a

merecesse.

— Você é estranha, sabia disso? Ele quase te estuprou, mas você

está mais preocupada se eu vou matá-lo ou não, — ele notou. Sua

boca endurecia e seus olhos dançavam com descrença.

— Alguém já disse que você é direto? Você não se importa com o

que sai da sua boca para ninguém.

— Acredito que devo ir direto ao ponto. Eu não me importo se

alguém não gosta da minha escolha de palavras, — foi sua resposta

direta.

— Fatos duros e frios tornam você mais forte.

— Ou faz você ganhar inimigos.

— Se eu não tivesse inimigos, Lauren, me preocuparia.

Ele estava falando sério. Ele estava dizendo isso do fundo de seu

coração.

Não havia como negar que Mason Campbell era louco. Ter

inimigos não parecia uma conquista.


Se eu estivesse no lugar dele, teria medo de sair de casa commedo de levar um tiro.

Mas Mason era arrogante e presunçoso, pois acreditava que

nenhuma bala iria tocá-lo a menos que ele ordenasse.

A palavra saiu antes que eu pudesse impedir.

— Você é louco, Mason, sabia disso?

Seu olhar encoberto não vacilou.

— Einstein também era louco.Capítulo 22

Eu iria me casar com Mason Campbell naquele dia.

Depois de algumas horas, eu seria oficialmente a Sra. Mason

Campbell.

Qualquer noiva no dia do casamento deveria estar feliz, mas

quanto a mim, eu estava pirando.

Eu estava tendo dúvidas.

Eu não pensei que seria capaz de fazer isso. Bastava que, em

todos os lugares que eu fosse, as pessoas me conhecessem. De

repente, gostaram de mim.

As pessoas que não gostavam de mim fingiam gostar de mim só

para comparecer ao casamento e vender informações falsas para a

mídia.

O casamento do ano não seria um grande casamento, afinal. Eu

disse a Mason que queria um casamento pequeno e ele concordou.

Se dependesse dele, as únicas pessoas no casamento seríamos

apenas nós dois. Beth foi quem me ajudou a escolher meu vestido de

noiva.

Optei pelo vestido de noiva mais simples, nem muito chamativo e

nem muito caro.

Mesmo que a irritasse por eu não estar aproveitando o cartão de

crédito de Mason, ela não podia fazer nada além de aceitar minha

decisão.

Ela me ajudou a planejar o casamento e me ofereceu palavras de

consolo quando eu estava prestes a fugir do país.


Nunca contei a ela o que havia acontecido na Escócia. Acho que

só queria seguir em frente e esquecer isso.

Ninguém da família de Mason viria, pelo o que eu tinha ouvido,

e teria realmente me machucado se eu me importasse com eles. Não

parecia que ele se importava também.

Ele só queria se casar comigo e receber seu dinheiro, com ou semninguém presente.

Meu pai não se aguentava de felicidade. Quando o visitei no

minuto em que voltei da Escócia, ele me deu o melhor presente de

casamento; uma herança de família.

Ele disse que o anel era de sua avó, que o havia passado para sua

mãe.

Na noite em que fugiu com minha mãe para se casar com ela, ele

o roubou da caixa de joias de sua mãe.

Mesmo depois de roubá-lo, ele nunca teve coragem de dá-lo para

minha mãe. Ele me disse que não tinha ideia de pôr que nunca deu a

ela, mas eu fiquei feliz que ele estava dando para mim agora.

Minha mãe nunca mereceu aquilo de qualquer maneira.

Era tão bonito. O anel era o único em todo o universo, desenhado

por seu avô para sua esposa.

Tinha a forma de um sol com uma lua no meio do sol e pequenas

estrelas no meio Eu o segurei com força, prometendo-lhe nunca o

perder.

Foi o melhor presente que já ganhei e me machucava continuar

mentindo para ele.

— Obrigada de novo, pai, — eu disse, esfregando o anel no meu

dedo antes de olhar para ele.

Novas lágrimas apareceram no canto de seus olhos e eu as

enxuguei.

— Pai, por favor, não. Você está agindo como se eu estivesse

morrendo.

— Você vai se casar em alguns dias, Laurie, — disse ele enquanto


as lágrimas rolavam por sua bochecha.

— Deixe-me chorar, minha linda menina. Tenho muita sorte de

poder ver isso.

— Pare, você vai me fazer chorar também. — Nós rimos em

uníssono enquanto eu enxugava uma única lágrima que se reuniu

em meus olhos. Coloquei minha mão em cima da dele e sorri.

— Estou feliz que você estaria lá comigo.Um olhar estranho tomou conta de seu rosto antes de ele

suspirar.

— Eu queria que sua mãe estivesse aqui para ver isso.

Meus dedos se apertaram um pouco e tentei manter minha raiva

sob controle quando respondi: — Pai, não faça isso. Por favor, não

estrague este momento falando sobre ela.

Ele ergueu a mão fracamente e acariciou minha bochecha com

amor. Ele parecia muito melhor do que da última vez que o vi.

Mason disse que, no minuto em que nos casássemos, seu

tratamento iria começar e eu mal podia esperar meu pai começar a

agir como costumava fazer antes de ficar doente.

Ele sempre foi como uma criança no Natal, cheio de luz,

felicidade e energia.

Eu queria aquele homem de volta.

E eu iria tê-lo muito em breve.

— Como quiser, querida, — respondeu ele, seus braços me

envolvendo para me puxar contra ele.

— Mas você precisa se livrar da sua raiva, Lauren. O que quer

que alguém faça conosco, a melhor coisa que devemos fazer em troca

é perdoá-los. Quando você perdoa, você encontra sua mente em paz.

Ouviu?

Eu o ouvi muito bem. Mas o que aquela mulher fez conosco, a

maneira como ela nos destruiu...

Ela não merecia perdão.

Papai era muito bom. Ele nunca poderia guardar rancor de


ninguém.

Eu estava feliz por não ter essa característica.

Afastando-me dele, eu o ajudei a colocar sua cabeça para trás

contra o travesseiro e ajustei as cobertas nele.

— Você poderia me acompanhar até o altar? O médico deu

permissão?

Ele sorriu. — Sou totalmente capaz de levar minha filha até o

altar. Se minhas pernas fossem cortadas, eu me arrastaria pelabarriga e te levaria, querida.

Eu ri levemente e me levantei. — Eu sei. Você sempre foi um

homem teimoso. — Inclinei-me e beijei-o na testa.

— Mandei seu smoking para lavagem a seco. Eu mandarei Beth

aqui quando estiver pronto, ok?

— Ok, querida. Você está indo? — Ele perguntou, me observando

pegar minha bolsa da cadeira. — Tão cedo?

— Bem, você sabe que tenho um monte de coisas para resolver,

mas não se preocupe, vejo você em breve.

Beth tinha feito minha maquiagem e cabelo depois de eu ter me

recusado a pedir a ajuda de um profissional. Ela sempre se esquecia

de que esse casamento duraria apenas um ano.

Nunca esqueci essa informação.

Sempre esteve no fundo da minha mente, questionando cada

pensamento e decisão que tomei.

Eu estava sentada sozinha em uma das salas da propriedade

privada de Mason, onde nos casaríamos. Era isolado e a maior parte

da área estava fora dos limites para todos.

Ele havia escolhido este local justamente por causa disso, e

ninguém sabia que era ali que íamos nos casar.

Ele já tinha feito Coop despistar a mídia em uma perseguição, e

quando eles descobrissem que estávamos aqui, o casamento já teria

acabado.

Era uma sala grande e aberta, metade de todo o quarto andar da


casa. As janelas voltadas para o sul proporcionavam luz suficiente

para aquecer a sala.

Era o quarto mais bonito, melhor do que o quarto em que fiquei

na casa de sua família.

Eu estava de frente para o grande espelho de pé com os lábios

mastigados, limpando o batom que Beth tinha colocado em mim,

mas não me importei.

Meu vestido se ajustava bem ao meu corpo, a renda de manga

comprida parando logo abaixo do meu cotovelo. O decote quadrado

era perigosamente baixo, para grande excitação de Beth.A saia era um sino macio que balançava
suavemente quando eu

andava.

Não havia nada exagerado no meu vestido de noiva, do jeito que

eu gostava. Meu cabelo caiu para trás em meus ombros, terminando

em cachos.

Sentei-me em uma das cadeiras, muito quieta, com o peso dos

meus pensamentos impedindo meus movimentos.

Aquele era o dia que eu temi por muito tempo, e estava

realmente acontecendo.

Nada poderia impedir aquilo.

De repente, a porta se abriu e Beth entrou na sala, tão linda em

seu vestido rosa claro que abraçava todas as suas curvas.

Ao contrário de mim, seu rosto irradiava felicidade.

— Eu nunca vou parar de dizer que você está incrível! — ela

emocionou-se, movendo-se para ficar na minha frente.

— Embora você pareça uma noiva de mil libras, não uma noiva

de um milhão de libras.

Eu bufei em resposta.

— Você viu Mason? — Ela engasgou com o nome dele.

— Ele está tão gostoso, meu deus! Ele se parece com a porra de

um anjo da morte, mas aqueles bonitos. TÃO VIRIL! Seus ombros


naquele smoking...! — Ela estendeu os braços ao máximo e suspirou

dramaticamente. — Acho que todas as mulheres presentes teriam

problemas para dormir esta noite. Desculpe, eu sei que ele é seu

marido, mas como sua melhor amiga, estou dizendo que ele seria

um convidado em meus sonhos molhados esta noite.

Eu revirei meus olhos.

— E aqueles olhos dele! Lauren, como você continua respirando

na presença dele?

— Quase fiquei inconsciente quando o vi. E caramba, a maneira

como ele anda, você pensaria que o mundo ficaria de joelhos por ele.

Eu com certeza ficaria. Eu faria muitas coisas com ele. — Ela riu,

então parou quando percebeu como eu parecia desanimada.Não demorou muito para que ela se
sentasse na outra cadeira.

— Você está bem?

— Longe disso.

Ela apertou sua mão com a minha. — E só o nervosismo do

casamento, você vai ficar bem. Estou muito brava por ter sido

rebaixada a convidada para o casamento da minha melhor amiga.

— Eu deveria andar pelo corredor com um buquê na mão porque

eu sou sua madrinha, mas seu marido idiota não queria isso. O que

foi que ele falou?

— Perda de tempo. — Ela soltou um barulho de raiva.

Eu sorri achando graça.

— Você estava elogiando-o literalmente há dez segundos.

— Eu não tenho permissão para ter mudanças de humor?

Eu ri. Era minha primeira risada naquele dia e aquilo aliviou um

pouco a tensão em mim. Eu realmente precisava daquilo.

Beth não tinha ideia, ou talvez sim.

Os melhores amigos sabem. Eles têm esse superpoder.

Pelo menos, minha melhor amiga sabia.

Quando meu pai me acompanhou até o altar, ele parecia feliz e


livre, quase como se eu não me casar fosse o único problema em sua

vida.

Os convidados eram cerca de trinta - incluindo Athena e Aaron.

Eu tinha convidado Jade, mas não achei que ela fosse aparecer.

Eu teria ficado totalmente surpresa se ela tivesse.

Alguns membros da família de Mason que eu não conhecia foram

ao casamento, e o único rosto familiar era Sebastian Campbell, que

parecia quase animado como uma criança sendo presenteado com

um bolo.

Parada na frente do homem com quem eu iria me casar com meu

pai atrás de mim, minhas pernas quase cederam e eu estava

nervosamente olhando para o rosto esculpido com uma mandíbula

forte e um olhar intimidante.

Tentei acalmar meus nervos, lembrando a mim mesma que nãofingiria ser uma esposa amorosa em
nossa casa e que isso não

passava de um contrato, um pedaço de papel que me ligaria a ele

por um ano.

Não havia nada para temer.

Eu encarei Mason, que tinha acabado de dizer seus próprios

votos sem qualquer traço de nervosismo ou gagueira entre suas

palavras.

Ele olhou direto para mim e as linhas de seu perfil rígido fizeram

minha pele formigar.

Era como se ele estivesse esperando que eu estragasse tudo ou

saísse correndo de lá, mas ele também estava confiando em mim

para ficar ali e compartilhar os votos com ele.

Para olhá-lo nos olhos e me tornar sua como ele disse que eu era.

— Eu, Lauren Marie Hart, — eu disse enquanto engolia em seco.

— Aceito Mason Campbell, como meu legítimo esposo.

Atrás de mim, no assento da primeira fila, Beth deu um pequeno

grito que não foi tão silencioso quanto ela pensava.


— Na saúde e na doença... — Eu continuei enquanto minhas

mãos começaram a tremer nas dele e ele as apertou

confortavelmente.

— Até que a morte nos separe.

Beth deu uma grande bufada e os convidados riram atrás de

mim.

Mason ergueu uma sobrancelha do mesmo jeito que ele sempre

fazia e o que eu tinha acabado de dizer me fez sentir os cantos da

minha boca se erguendo.

Suas sobrancelhas se juntaram e aqueles olhos cinzentos me

olharam com uma pontinha de diversão.

Obviamente, ele iria achar divertido eu desejar a ele apenas a

morte, e ele provavelmente estava se perguntando por que eu estava

obcecada com a morte.

Ele segurou minha mão esquerda enquanto colocava uma aliança

de ouro em meu dedo.— Com este anel, eu me caso, — ele disse secamente.

Ele era definitivamente o noivo de aparência mais entediado que

já existiu na vida.

Ele parecia ter lugares melhores para estar, e estar ali, se casar

comigo o estava entediando.

— Eu os declaro marido e mulher.

Fiquei tensa quando esperei o padre acrescentar que ele poderia

beijar a noiva.

Aquela foi definitivamente a parte que Mason e eu deixamos de

discutir.

Eu não iria beijá-lo, e ele não parecia muito animado para me

beijar também.

Eu podia sentir a emoção irradiando do corpo de Beth.

Eu queria me virar e olhar para ela, mas mantive meus olhos

fixos nele.

Mas quando o padre não disse mais nada e Mason agarrou minha
mão me levando de volta para baixo, eu finalmente entendi.

Ele deve ter avisado o padre para não falar em beijar a noiva.

Enviei um sorriso caloroso e agradecido às suas costas enquanto

um sentimento de respeito por ele se aquecia em mim e outro

conhecimento se apoderava da minha cabeça.

Eu estava casada.

Eu era Lauren Campbell.

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