URBANEK - ROSS, 2011 - Educação Inclusiva
URBANEK - ROSS, 2011 - Educação Inclusiva
URBANEK - ROSS, 2011 - Educação Inclusiva
BIBLIOTECA
FAEL
Educação Inclusiva
Dinéia Urbanek
Paulo Ross
2ª edição
Curitiba
2011
Tiragem para
Biblioteca FAEL
FAEL
Diretor Executivo Mauricio Emerson Nunes
Diretor Acadêmico Osíris Manne Bastos
Coordenadora do Núcleo de Vívian de Camargo Bastos
Educação a Distância
Coordenadora do Curso de Ana Cristina Gipiela Pienta
Pedagogia EaD
Secretária Acadêmica Dirlei Werle Fávaro
Editora fael
Coordenadora Geral Dinamara Pereira Machado
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Edição Jaqueline Nascimento
Revisão Silvia Milena Bernsdorf
Projeto Gráfico e Capa Denise Pires Pierin
Ilustração da Capa Cristian Crescencio
Diagramação Ana Lúcia Ehler Rodrigues
Ilustrações Igor Santos
Dinéia Urbanek
Unidade 1
Fundamentos Legais e Filosóficos da Educação Inclusiva
1. Compreendendo a educação especial no cenário brasileiro..... 17
2. Inclusão: ensinando e aprendendo na diversidade................... 51
Unidade 2
A Organização Pedagógica para Favorecer a Inclusão
1. Criando comunidades de ensino inclusivo................................. 85
2. Educação inclusiva e suas implicações
na prática pedagógica.............................................................. 115
. Referências.............................................................................. 173
prefácio
para cada um dos alunos. Espera-se que o lecionador e o formador
de uma turma pretensamente homogênea passe a ser o mediador da
aprendizagem, das diferenças, instigando aspectos específicos da sen-
sorialidade e da inteligência.
Assumindo-se como mediador, o professor pode intervir nas lin-
guagens, nos métodos, identificar as necessidades do aluno cego, sur-
do e outros, assim como identificar as operações cognitivas, os estilos
de raciocínio e de aprendizagem, o sentimento de competência de 13
cada um, a capacidade de se planejar, de se organizar e de se autorre-
gular, as habilidades de compartilhar aprendizagens e de confrontar
pontos de vista e a busca por alternativas diferentes. A qualidade do
trabalho do professor não é medida pela quantidade de conteúdo
transmitido, mas pelas múltiplas interpretações e significações pro-
duzidas pelo aluno singular.
O professor inclusivo é aquele que promove mudanças na orga-
nização das interações dos alunos. Se ele não os concebe enquanto
uma turma homogênea, mas como pessoas singulares, então, articula
o compartilhar dos aprendizados em duplas. Passa a privilegiar as tro-
cas, as perguntas, as hipóteses levantadas e o processo, e não apenas
os resultados, o trabalho final.
Cabe ao professor inclusivo avaliar as condições de aprendizagem,
as circunstâncias, as linguagens, as formas de comunicação de cada alu-
no, identificando principalmente os canais, as janelas, as pistas senso-
riais, os instrumentos que ampliam as capacidades de cada pessoa.
O princípio da flexibilização significa a identificação de aspectos,
conhecimento, canais, dimensões, ângulos, linguagens e recursos a se-
rem utilizados pelo aluno, de acordo com suas possibilidades. O tempo
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Era Pré-Cristã
Na Idade Primitiva os homens produziam sua existência em co-
mum, a vida se dava a partir das suas relações com a natureza, eles aten-
diam a suas necessidades e produziam habilidades no limite da aridez e
da dureza dessa existência. A concepção de atraso ou desvio, ou, ainda,
Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
Era Cristã
Na Idade Média, as pessoas com deficiência passaram a ser iden-
tificadas, no entanto, não podiam ser atendidas em razão de limites
estruturais e submissão a crenças de caráter sobrenatural. Por influên-
cia da Igreja, esses indivíduos eram considerados produtos do pecado
e do demônio.
Com a hegemonia da noção de pecado, a teologia da culpa e as
correntes do cristianismo ortodoxo, as pessoas com deficiência
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Educação Inclusiva
Reflita
Reflita
Não conseguir caçar ou manter a própria sobrevivência era conside-
rado motivo para eliminar um homem do grupo social. Atualmente,
como são consideradas as pessoas que não podem promover a pró-
pria sobrevivência?
Reflita
Reflita
A produção da existência centrava-se na atividade agrícola, exerci-
da, então, pelos servos. O corpo orgânico e as atividades físicas conti-
nuaram sendo a base dos instrumentos de que dispunham os homens
para o trabalho. Os indivíduos se educavam na realização do próprio
trabalho, portanto, de maneira difusa, espontânea e assistemática. Em
contrapartida, a educação dos nobres, forma de ocupação do ócio, per-
manecia secundária, apesar da existência das escolas paroquiais, cate-
dralícias e monacais.
24 A conquista da escrita representou a superação do predomínio da
oralidade. O direito positivo significava a garantia da generalização das
normas e a possibilidade de velar pela sua aplicação e cumprimento. A
Idade Moderna foi caracterizada pelas grandes conquistas da burguesia.
Sua ascensão foi produto do domínio e usufruto dos instrumentos que
se produziam naquele momento histórico. O novo – a burguesia –,
devia se opor ao velho, a aristocracia da Idade Média.
Dados contemporâneos
A evolução da história levou a humanidade a criar acordos hu-
manitários de respeito e compreensão de todas as raças e credos, as-
sim também o paradigma inclusivo está alicerçado na concepção dos
direitos humanos, combatendo de frente todas as armadilhas de uma
sociedade excludente. Quando a frequência à escola de ensino regular
passa a ser tratada como um direito insubstituível de todos, efetiva-se a
garantia de matrícula e permanência do indivíduo na instituição, em-
bora não seja garantida também a qualidade no atendimento.
Foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de de-
zembro de 1948, que uniu os povos do mundo todo, percorrendo e
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Educação Inclusiva
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Reflita
Reflita
Você já abandonou a responsabilidade de buscar outras alternativas para
a solução de problemas acreditando que não havia nada mais a fazer?
Reflita
Reflita
Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
Dica de Filme
Assista ao filme A história de Brooke Ellison. Brooke é atropelada e, após
passar dias inconsciente, desperta aos poucos para sua nova realidade: está
tetraplégica. Com o apoio da família e amigos, ela tentará romper barreiras
consideradas intransponíveis para as pessoas na sua condição. Sob a dire-
ção de Christopher Reeve e com roteiro elaborado por Camille Thomasson,
o longa é baseado no livro de Brooke Ellison e Jean Ellison.
A HISTÓRIA de Brooke Ellison. Direção de Christopher Reeve. Estados
32
Unidos: L.I.F.T. Production/Jaffe/Braunstein Films Ltd.: Dist. A&E Television
Networks/Sony Pictures Home Entertainment, 2004. 1 filme (90 min.),
sonoro, legenda, color.
Dica de Filme
A ideia da normalização passou a ser o foco dessas instituições, as-
sim, surgiram as contribuições das áreas clínicas, que apareceram na edu-
cação com o intuito de ajudar a normalizar as pessoas com deficiência,
como forma de integrá-las à sociedade. Os currículos escolares eram
subsidiados por conteúdos reabilitacionistas, reservando ao professor
a tarefa de auxiliar a área clínica em seus serviços, uma vez que não se
entendia que o sujeito pudesse aprender independente de sua condi-
ção, mas que era necessário primeiro prepará-lo por meio de treinos e
depois educá-lo.
Quanto às pessoas com deficiência intelectual, considerava-se que
somente com as infinitas repetições de exercícios poderiam superar suas
dificuldades e vir a aprender, o que lhes tolhia a condição de indivíduos
pensantes. Ao receber um diagnóstico de deficiência intelectual a pessoa
FAEL
estava fadada a não mais ser considerada como alguém que pudesse exis-
tir enquanto sujeito, com desejos, vontades e opiniões próprias.
O que atualmente é considerado um movimento excludente, na
época era visto como um grande avanço, afinal, se a sociedade não tives-
se evoluído para o modelo normalizador e integracionista, atualmente
estaríamos ainda discutindo a organização e elaboração de leis para ga-
rantir os direitos humanos. Um exemplo disso foi a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacioal (LDBEN) n. 4.024/61 (BRASIL, 1961), que
assegurava a educação aos “excepcionais” preferencialmente no sistema
geral de ensino. Na sua reformulação, em 1971, com a Lei n. 5.692/71
(BRASIL, 1971), não foram constatadas novidades procedimentais e
conceituais com relação à inclusão, ao contrário, sustentou-se a ideia
de inserir os alunos com deficiência em classes e escolas especiais, sob o
mesmo olhar assistencialista.
Em 1973, foi inaugurado o Centro Internacional de Educação Es-
pecial no Brasil – CENESP, influenciado por uma forte vertente segre-
gadora. Em 1986, foi criada a Coordenadoria Nacional para Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência e, em 1990, a Secretaria Nacional 33
de Educação Básica assumiu a responsabilidade pela implementação da
Política de Educação Especial (MENDES, 2001).
Em 1957, o Governo Federal criou campanhas voltadas às pessoas
com deficiência, a primeira foi para a educação do surdo brasileiro, a se-
gunda, em 1958, destinada à educação e reabilitação do deficiente da visão
e, em 1960, aos deficientes intelectuais, com o objetivo de promover medi-
das necessárias para a educação e assistência (MAZZOTTA, 1996, p. 52).
Em 1960, ocorreu o maior crescimento de criação de escolas espe-
ciais, chegando, em 1969, a 800 estabelecimentos. No ano de 1962, a
Apae já contava com 16 instituições e criou a Federação Nacional das
Apaes, realizando, em 1963, seu primeiro congresso. Em 1967, a Socie-
dade Pestalozzi do Brasil também já possuía 16 instituições espalhadas
pelo país (MENDES, 1995). Assim, houve um crescimento significati-
vo das instituições privadas sem fins lucrativos, isentando o Estado de
assumir as pessoas com deficiência na rede pública.
No fim da década de 60 do século XX, a partir dos trabalhos reali-
zados por Dunn (apud ILLAN ROMEU, 1992, p. 25), acentuou‑se a
polêmica entre os defensores da educação especial segregada e aqueles
Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
Aspectos legais
No Brasil, a educação como um direito de todos e a igualdade de
condições de acesso e permanência na escola, ofertando atendimento
educacional especial preferencialmente na rede regular de ensino, é um
mérito conquistado com a reformulação da Constituição Federal, em
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Educação Inclusiva
Reflita
Reflita
Pensando no papel do docente, procure responder as questões a seguir,
anotando suas ideias.
• Como seria ter um aluno com deficiência em sala de aula?
• Que reação, enquanto professor, você teria hoje se recebesse um alu-
no com graves comprometimentos?
• Quais os primeiros obstáculos que enfrentaria para possibilitar sua
inclusão?
Reflita
Reflita
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Síntese
A legislação brasileira convoca toda a sociedade a adotar atitudes e
providências necessárias e urgentes, capazes de tornar aptos os cidadãos
para realizar a inclusão de pessoas com e sem deficiência. Determina
que sejam adotadas medidas para efetivação da política de inclusão com
a realização da matrícula dos alunos nas escolas regulares e o desenvol-
vimento de projetos elaborados e enriquecidos com trocas de experiên-
cias e participação de todos.
As diferentes lutas são marcas registradas para a construção de um
país que tem por responsabilidade a inclusão de todos; a educação escolar
desempenha um papel relevante nesse processo ao quebrar barreiras e estig-
mas em relação a grupos marginalizados, promovendo sempre a aprendiza-
gem de forma conjunta, independente de suas dificuldades e diferenças.
A escola é o que a sociedade lhe permite ser por meio da ação
coletiva dos seus membros, não age independente dela, muito pelo
contrário, ambas constroem uma identidade própria e inconfundível. 49
Assim, a escola inclusiva será a escola construída por todos os atores do
processo educacional. A ênfase na luta pelo exercício da cidadania deve
estar assentada na informação, na participação, na conscientização em
relação às reais necessidades e possibilidades da pessoa com deficiência,
para que possamos defender sua inclusão social e educacional.
Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
Reflita
Reflita
“Não são as espécies mais fortes e nem as mais inteligentes que sobre-
vivem, mas, sim, aquelas que melhor respondem às mudanças.”
Charles Darwin
Reflita
Reflita
58
Identificação das necessidades educativas especiais
Para Vygotsky (1989), o desenvolvimento humano é visto como
uma atividade social em que as crianças participam de ações de nature-
za cultural mediante ações dos colegas ou adultos com mais experiên-
cia. Assim, compreendemos que a aprendizagem é fruto da interação
com outras pessoas significativas nos diversos contextos da vida, ideia
completamente contrária ao parecer de diagnóstico que leva em consi-
deração somente o sujeito biológico sem analisar a sua história pessoal
e o contexto em que está inserido. Dessa forma, o autor convoca o
professor a levantar as soluções para as mudanças das condições do
ambiente de maneira a favorecer a aprendizagem do aluno.
A avaliação psicopedagógica não é um ato pontual. Devemos consi-
derar o desenvolvimento de natureza interativa e contextual, o que gera
mudanças importantes nas práticas de avaliação e nas tomadas de deci-
sões frente ao contexto em que o aluno está inserido. Passa a ser um pro-
cesso de coleta de informações das variáveis que intervêm no ensino e na
aprendizagem, que levará a identificar quais as N.E.E. do aluno e as di-
versas decisões com relação às adaptações curriculares e ao tipo de suporte
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Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
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3 O empoderamento diz respeito ao processo pelo qual uma pessoa, ou um grupo de pessoas,
usa o seu poder pessoal inerente à sua condição. Por exemplo: deficiência, gênero, idade, cor,
para fazer escolhas e tomar decisões. O poder pessoal está em cada ser humano. A sociedade
não tem consciência de que a pessoa com deficiência também tem esse poder pessoal.
Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
com deficiência com seus pares pode oferecer a efetivação das relações
de respeito, a dignidade, a construção da identidade, da cidadania e a
organização das regras sociais de forma justa, respeitosa e solidária.
É necessário ter coragem, vontade política e organização coletiva
para obter as mudanças desejadas em prol de uma cidadania plena. No
interior da escola, é preciso unir as forças ao invés de dividi-las, lutando
para que haja igualdade de oportunidades.
A ideia de inclusão, por outro lado, não pode cair no extremo e
simples ato de fé, não basta ao educador aceitar e acolher os seus alunos,
é necessária a ação objetiva. O professor deverá saber o que, quando e
como fazer, tornando a sua capacitação profissional indispensável. Falar
de atitudes inclusivas a todo o momento para o corpo docente e demais
profissionais da escola é condição inquestionável para que ali nasça e
reine a solidariedade e o espírito de equipe, em detrimento do indi-
vidualismo e do espírito de competição. É preciso termos em mente
que estamos construindo coletiva e gradativamente um conhecimento
diferente daquele que comumente encontramos nas escolas, de inter-
66 venções pedagógicas inclusivas, cooperativas e solidárias.
A clareza das relações e das ações configura-se essencial para o su-
cesso no processo educacional, pois qualquer profissional que fizer par-
te dessa escola deve ter claro que os alunos ali matriculados podem ser
deficientes ou superdotados, de população nômade pertencente a mi-
norias linguísticas, étnicas ou culturais, ou, ainda, participar de grupos
desfavorecidos ou marginalizados. Sendo assim, deverão ser tratados
de forma igual e possuir a mesma oportunidade de crescer. É o espírito
positivo da equipe que vai criar e garantir a implementação de formas
eficazes de combater atitudes discriminatórias.
Uma sociedade e uma escola inclusiva aprendem a trabalhar com
as diferenças, com a diversidade de ritmos, de estilos de aprendizagem,
interesses, motivações e maneiras distintas de construir o conhecimen-
to, e consideram que todas as diferenças humanas são normais e que o
ensino deve se ajustar às necessidades de cada pessoa e não o contrário.
A deficiência deve ser pensada não pela lógica da falta, mas como pura
e simples diferença.
De acordo com a atual perspectiva inclusiva, o ambiente escolar é
que precisa se transformar para receber os alunos. Pensar assim representa
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Educação Inclusiva
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Dica de Filme
O milagre de Anne Sullivan é um filme de 1962, dirigido por Arthur Penn.
Baseado na vida real de Helen Keller, o filme conta a comovente história de
Anne Sullivan, uma persistente professora cuja maior luta foi a de ajudar
uma menina cega e surda a adaptar-se ao mundo que a rodeava.
O MILAGRE de Anne Sullivan. Direção de Arthur Penn. EUA: Classic Line,
1962. 1 filme (106 min.), sonoro, legenda, color.
Dica de Filme
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Educação Inclusiva
Reflita
Reflita
A inclusão diz respeito à mudança de valores e atitudes que só aconte-
ce mediante a conscientização de cada pessoa e de geração a geração.
Quem está comprometido com a sua concepção está “arando a terra
76 da inclusão”, da qual nossos filhos semearão, nossos netos cultivarão e
nossos bisnetos colherão o fruto.
Reflita
Reflita
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Síntese
Vimos neste capítulo que a diversidade tem se configurado um
elemento essencial para o novo milênio, provocando mudanças signifi-
cativas na sociedade, embora ainda encontremos pessoas com deficiên
cia sofrendo com atitudes discriminatórias, evidenciando-se, assim, a
falta de acesso à educação, ao trabalho, à saúde e ao lazer. A educação
inclusiva apresenta, como uma de suas alternativas, a articulação de
um mundo diferente que possibilite mudanças significativas. A figura
do professor assume maior responsabilidade nesse processo, ainda que
muitas vezes seja vítima de uma história excludente. Vimos, ainda, que 81
devem ser levados em conta os interesses, habilidades, potencialidades
e necessidades de cada aluno, criando condições para que possam usu-
fruir da comunidade da qual fazem parte.
Educação Inclusiva
A Organização Pedagógica
para Favorecer a Inclusão
Comunidades inclusivas
Fazer parte de uma comunidade é unir seus valores e ideias aos do
outro, saindo da compreensão da ação individual para a coletiva, en-
tendendo que a partir do momento em que estabelecem compromissos
juntos passam a ser responsáveis pela ação de todos. Dessa forma, os
participantes são levados a amadurecer e abrir mão de suas vaidades
para contemplar as necessidades e possibilidades do outro. Essas atitu-
des conduzem o grupo ao autoconhecimento, ao maior desempenho
em suas tarefas e a um sentimento de pertencer a um grupo com uma
identidade própria, deixando para trás os sentimentos solitários e com-
petitivos de uma escola tradicional.
A ideia de inclusão total está respaldada no modelo de comunidade,
segundo o qual as pessoas resolvem seus problemas juntas, dando prazer
86
umas às outras, tornando as condições das outras suas próprias condi-
ções, ficando alegres juntas, trabalhando e sofrendo juntas, tendo sempre
diante dos olhos o outro como parte do que são e parte do que não são.
Não se trata, no entanto, de um conto de fadas, em que as pessoas
deixam de ter problemas, mas, sim, de enfrentar as dificuldades iniciais
em conjunto e com responsabilidade, assumindo o que lhes compete.
Isso não torna os problemas mais doces ou amenos, mas a tendência é
que não se repitam e, quando acontecerem novamente, será em propor-
ção bem menor. Refletindo sobre essa constituição de comunidade de
ensino inclusivo, vemos que:
[...] Orientar o desenvolvimento de uma escola não é inovar a
comunidade como uma panaceia mágica; é a coragem e a luta
criteriosa em busca de relacionamentos respeitosos, de igual
oportunidade para as iniciativas individuais, de apoio mútuo
nos problemas da vida, de compartilhamento e de celebração
dos dotes únicos de cada membro, de resolução juntos dos
conflitos e de integridade na confrontação de ameaças [...]
(STAINBACK; STAINBACK, 1999, p. 52).
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Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
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Reflita
Reflita
Cabe a nós a indagação sobre como se educar na diversidade, sobre
como desenvolver capacidades para compreender a tecetura de com-
ponentes, como o econômico, o político, o sociológico, o mitológico, o
afetivo, o emocional, que sempre se encontram interdependentes, inte-
91
rativos e inter-retroativos.
Reflita
Reflita
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Educação Inclusiva
Reflita
Reflita
Educar-se na diversidade, em comunidades inclusivas, exige mais do
que relações biunívocas, de A para B, de direita para esquerda ou do
professor para o aluno, do antecedente para o consequente, da causa
para o efeito. Educar-se na diversidade propõe um desafio da associa-
ção, do mapeamento das subjetividades, do diálogo com a desigualda-
de e da sensibilidade com as diferenças.
Reflita
Reflita
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Trabalho cooperativo
A meta da equipe torna-se trabalhar de maneira cooperativa e com-
partilhar seus saberes, a fim de desenvolver um programa em progresso
contínuo. O desenvolvimento da equipe proporciona a oportunidade de
identificar lideranças, o que encoraja a ajuda mútua entre os professores
e, assim, reforça comportamentos cooperativos. Para a consolidação da
proposta, é necessário o envolvimento de todos os membros da equipe
escolar no planejamento dos programas a serem implementados. Do-
centes, diretores e funcionários possuem papéis específicos, mas preci-
sam agir coletivamente para que a inclusão seja efetivada nas escolas.
Prieto (2002) analisa que a troca de informações profissionais é
imprescindível à melhoria da qualidade educacional, assim, a ação pe-
dagógica refletida individual ou coletivamente possibilita a articulação
e a construção de uma nova prática.
Na Lei n. 9.394/96, que trata das Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, o Artigo 14 estabelece os princípios da gestão democrática,
pois garante “a participação dos profissionais da educação na elaboração
do projeto pedagógico da escola” (BRASIL, 1996). Com o estabeleci- 97
mento da Lei, é expressa a participação de todos na elaboração do proje-
to político-pedagógico da escola. Quando todos participam e sentem‑se
responsáveis, bem como compromissados com aquilo que fazem, é con-
cretizada a construção coletiva do projeto. O primeiro passo efetivo é
garantir a gestão democrática e participativa como um dos possíveis ca-
minhos à construção da escola inclusiva.
Ao incentivar o trabalho coletivo, a equipe precisa preocupar-se,
também, com o cuidado e clareza nas relações com os profissionais.
Usar de franqueza e honestidade é o caminho mais adequado para uma
convivência coletiva que prime pelo bem comum, ainda que, por vezes,
pareça difícil falar tudo que se pense ou ouvir o que não se deseje. O
importante é que os agentes desse processo tenham um gestor capaz
de administrar as situações de conflito de forma a permitir que todos
possam sair confortáveis de situações conflituosas. Uma diretriz inclu-
siva estabelece verdadeiras relações pessoais e sociais, sustentadas por
atitudes de respeito mútuo.
A escola ensina aos membros mais novos da sociedade atitudes,
valores e habilidades que serão usados durante toda a vida, assim, pode
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Educação Inclusiva
Pedagogia familiar
Os pais representam o primeiro elo da criança com o mundo. São
as figuras centrais na construção de sua afetividade. Preocupam-se com
a sua satisfação e a cercam de cuidados, na tentativa de assegurar seu
desenvolvimento adequado, uma vez que a família é o primeiro grupo
social ao qual ela pertence.
Com a família a criança conhece o funcionamento das regras da so-
ciedade na qual está inserida, além de seus direitos e deveres. A criança
recebe dos pais características genéticas, psicológicas, culturais e sociais.
Assim, a sociedade compreende que a família deve receber a proteção
e assistência necessárias a fim de assumir plenamente suas responsabi-
lidades dentro da comunidade. A criança, para o pleno e harmonioso
desenvolvimento de sua personalidade, deve crescer no seio da família,
em um ambiente de felicidade, amor e compreensão para a vida.
Inicialmente, no processo de socialização, a família modela o com-
portamento e a identidade da criança. Além do fornecimento de abrigo,
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Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
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Dica de Filme
Assista ao filme As chaves de casa, que conta a história de Paolo, de 15
anos, que tem deficiências físicas e psicológicas. Criado na Itália pelos
tios, precisa viajar até Berlim para realizar terapia de reabilitação. Faz sua
primeira viagem com o pai e suas vidas se transformam nesse grande
episódio.
AS CHAVES de casa. Direção de Gianni Amelio. França; Alemanha; Itália:
Pola Pandora Film; Arte France Cinéma; ACHAB Film; Arena Films; Bavaria
Film; Jean Vigo Italia S.r.l.; Pandora Filmproduktion GmbH; Eurimages:
Dist. Lions Gate Films, 2004. 1 filme (105 min), sonoro, legenda, color.
Dica de Filme 105
Educação Inclusiva
Os apoios devem ser usados até que a pessoa possa vir a desempenhar
suas atividades de forma autônoma, cuidando para que não se torne
dependente da ajuda que receberá.
Os componentes não devem ser baseados em uma lista única,
que não pode ser mudada; entretanto existem alguns membros com
papéis definidos que não podem ser esquecidos, como os que apre-
sentaremos a seguir.
O aluno: configurando-se como o elemento mais importante do
processo, deve estar a par de todos os encaminhamentos. A ele deve ser
explicado porque acontecerá a diferenciação na forma de ensiná-lo, assim
como ele deve ser questionado se deseja que isso aconteça. Para que em-
podere-se de seu próprio destino acadêmico e responsabilize-se por ele, é
preciso que assuma de forma consciente todos os arranjos organizacionais
para o seu sucesso escolar. Esse aluno deve ser entendido como um sujei-
to ativo do processo, com desejos, opiniões e também com soluções.
Se o pequeno se engrandece, as pessoas com deficiência, do mesmo
modo, tornam-se mais fortes. Mas isso só será possível se ocuparem seu
106 lugar como atores, não como vítimas nem como heróis ou vilões.
As transformações do mundo atual requerem a afirmação da ci-
dadania como direito fundamental manifestado no respeito à liberda-
de, iniciativa, participação, criatividade, inovação, abertura espiritual,
autoafirmação, autoestima e reconhecimento da singularidade de cada
ser. As pessoas com deficiência precisam de oportunidades e não de
piedade, isolamento. Elas esperam o atendimento a suas necessidades
de acordo com suas diferenças, mas não tratamento igualitário, descon-
siderando sua condição de existência. Para isso, é preciso que elas se
tornem visíveis, provocando questionamentos aos limites, às lacunas,
às culpas, ao silenciamento das diversidades humanas. Essas pessoas
necessitam de oportunidades para ampliar suas aspirações, suas forças,
a consciência do seu poder e do que lhes falta.
Tais indivíduos não aceitam os comportamentos autoritários, em
relação à sua identidade, que julguem a sua capacidade profissional,
considerem-nos pessoas doentes ou duvidem de sua capacidade de ler
o mundo por meio dos sentidos remanescentes, dos instrumentos e do
conhecimento acumulado. Eles também não aceitam que desconside-
rem seus sentimentos, pensamentos, crenças e ignorem os recursos, as
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Educação Inclusiva
FAEL
Normatização e registro
O regimento escolar organiza, estrutura e normatiza as ações co-
letivas da equipe pedagógica da comunidade de ensino e deve regular,
no seu âmbito, a concepção de educação, os princípios constitucionais,
a legislação educacional e as normas específicas estabelecidas pelo siste-
ma de ensino. A garantia do direito de participação democrática deve
acontecer no processo de construção do regimento interno do estabele-
cimento de ensino ao qual todos estão vinculados.
Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
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Síntese
Vimos neste capítulo que a compreensão do benefício de trans-
formar as escolas em comunidades de ensino inclusivas determina a
promoção de práticas cooperativas, o protagonismo de cada pessoa,
exercitando sua cidadania como defensores dos direitos, da ética,
Educação Inclusiva
114
FAEL
Aprendizagem
Os ideais são janelas pelas quais olhamos o infinito. É possível
apontar a lanterna para trás, iluminando o passado, ou apontar para
onde estamos, iluminando o presente. Com um pensamento profundo,
podemos nos capacitar para entender todas as circunstâncias, todas as
dificuldades, todas as diferenças.
Quando pensamos em algo, o resultado é a concentração que
pode nos levar à compreensão. Compreender é identificar as causas
de uma situação, os erros que repetimos. Isso é ponderar, refletir, usar
a mente, meditar. Sujeitos em plena transformação, os homens, desde
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Educação Inclusiva
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Educação Inclusiva
Reflita
Reflita
Considerando a importância da autoexpressão, do uso da linguagem,
das interações e da valorização de cada produção da criança, visto que
“sua produção é ela mesma”, a linguagem, além de organizadora do pen-
120
samento, cumpre a função de formar a individualidade e contribui para o
autoconhecimento. Relate estratégias nas quais você pode estimular diá-
logos, interações e levar a criança a compreender o próprio pensamento.
Reflita
Reflita
No decorrer da história da educação existiram e coexistiram diver-
sas concepções a respeito de como o desenvolvimento e a aprendizagem
humana ocorriam. Descreveremos três importantes concepções: inatista,
ambientalista e interacionista. Cada uma, a seu tempo e a seu modo, con-
tribuiu e ainda contribui para uma maior compreensão do ser humano.
Inatismo
Esta concepção parte do pressuposto de que os eventos que ocor-
rem após o nascimento não são essenciais, ou seja, as qualidades e
potencialidades básicas do ser humano já estariam acabadas logo ao
nascimento, pouco sofrendo modificação no decorrer de seu desenvol-
vimento. O ambiente (a educação é incluída aqui) não deve interferir
no desenvolver espontâneo do sujeito.
FAEL
Ambientalismo
A concepção ambientalista afirma que o ambiente exerce grande
poder no desenvolvimento humano. O homem é entendido como um
ser extremamente plástico, que desenvolve suas características em fun-
ção das condições presentes no meio em que se encontra. Essa concep-
ção deriva da corrente filosófica denominada Empirismo, que enfatiza
o sensorial como fonte do conhecimento, na psicologia ela encontra
apoio no behaviorismo, tendo como maior defensor Skinner, que pro-
põe o comportamentalismo. Segundo essa visão, é possível moldar o
comportamento humano com uma intervenção em seu ambiente.
Segundo os behavioristas, é possível modificar o comportamen-
to humano manipulando os elementos presentes em seu ambiente,
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fazendo com que ele aumente ou diminua sua frequência, com que
desapareça ou só apareça em situações adequadas, com que ele se apri-
more. Essas mudanças podem ser provocadas de modos diversos, um
deles requer a análise das consequências ou resultados que produz no
ambiente. As consequências positivas são denominadas reforçamento
e provocam um aumento na incidência de determinados comporta-
mentos, enquanto que as consequências negativas provocam uma di-
minuição em sua incidência, sendo denominadas punição. No caso de
comportamentos considerados extremamente inadequados é possível
utilizar o procedimento nomeado extinção.
Há outro fenômeno intitulado generalização, que ocorre quando
um comportamento é associado a um determinado estímulo. A aprendi-
zagem, na visão ambientalista, pode ser entendida como o processo pelo
qual o comportamento é modificado como resultado da experiência.
Interacionismo
Para os interacionistas, o ser humano é influenciado e alterado pelo
122 meio e, reciprocamente, tem a possibilidade de interagir com ele e trans-
formá-lo. Nessa concepção, os elementos ser humano e meio são analisa-
dos em conjunto, em função da interação entre eles. O homem é tomado
como um “sistema aberto”, em transformação permanente. O mundo é
o espaço das desequilibrações, dos enfrentamentos, das adversidades, dos
conflitos, das problematizações, o que exige do indivíduo interações para
que ele satisfaça necessidades e supere dificuldades.
O interacionismo busca a democracia, a superação do egocentrismo
pela deliberação coletiva, a negação da homogeneização, acolhendo as di-
ferenças culturais, as trajetórias de vida, as necessidades de cada pessoa, o
gênero, a origem social e econômica, etc. A liberdade resulta das adequa-
ções produzidas socialmente, das condições de acessibilidade que possibi-
litam a participação de cada pessoa. O sujeito epistêmico constitui-se em
processos contínuos e descontínuos, ativos e em constantes interações.
A educação é considerada uma situação desequilibrante, um pro-
cesso indissociável entre o intelectual e o moral, elemento socializante
que possibilita novos modos de perceber a realidade e a si mesmo. Prevê
as adequações e os desafios para o aluno alcançar a autonomia para a
reelaboração do conhecimento.
FAEL
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Jean Piaget
Piaget concebeu que a criança possui uma lógica de funciona-
mento mental que difere – qualitativamente – da lógica do adulto.
Nessa investigação, ele partiu de uma concepção de desenvolvimento
envolvendo um processo contínuo de trocas entre o organismo vivo e
o ambiente. “O desenvolvimento mental é uma construção contínua,
comparável à edificação de um grande prédio que, à medida que se
acrescenta algo, ficará mais sólido [...].” (PIAGET, 1972, p. 12).
Segundo Wadsworth (1996), Piaget considera que o desenvolvi-
mento cognitivo é dividido em quatro estágios, apresentados a seguir.
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4 É um ponto de união entre duas células que fazem contato. Sinapse é a conexão entre
dois neurônios vizinhos, a qual possui mais de um tipo, segundo as formações que fazem o
contato entre essas células para que se propague o impulso nervoso de uma para a outra.
5 Também chamado de neurônio, que é uma célula extremamente estimulável; é capaz de
perceber as mínimas variações que ocorrem em torno de si, reagindo com uma alteração
elétrica que percorre sua membrana. Essa alteração elétrica é o impulso nervoso. As célu-
las nervosas estabelecem conexões entre si de tal maneira que um neurônio pode transmitir
a outros os estímulos recebidos do ambiente, gerando uma reação em cadeia.
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Reflita
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A partir do estudo sobre as concepções de desenvolvimento citadas,
elabore um texto reflexivo posicionando-se em relação a elas, procu-
rando demonstrar suas contribuições para o desenvolvimento do pro-
cesso educacional.
Reflita
Reflita
Miranda [2007] ressalta, em seus estudos acerca do processo de desen-
volvimento, relatados na revista Mente&Cérebro, as contribuições de Ale-
xandre Luria, famoso neuropsicólogo soviético, especialista em psicologia
do desenvolvimento e um dos fundadores de psicologia cultural-histórica.
Para ele, a compreensão do intelecto ganha espaços nas discussões acadê-
micas, transcendendo os métodos tecnicistas e psicométricos para avaliar as
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Dica de Filme
Assista ao filme O óleo de Lorenzo, lançado em 1992, sob a direção George
Miller.
Um garoto com vida normal é diagnosticado, aos seis anos de idade, com
uma doença extremamente rara, que provoca uma incurável degeneração
no cérebro, o que pode levar o paciente à morte em dois anos. Os pais reali-
zam estudos e pesquisas com o objetivo de impedir o avanço da doença.
O ÓLEO de Lorenzo. Direção de George Miller. Estados Unidos: Universal
Pictures: Dist. UIP, 1992. 1 filme (135 min), sonoro, legenda, color.
Dica de Filme
Para Vygotsky, o maior defeito da psicologia tradicional é a separa-
ção entre os aspectos intelectuais e os afetivos. Ele afirma que o pensa-
mento tem sua origem na esfera da motivação, que inclui inclinações,
140 necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. Para um completo
entendimento do pensamento humano seria necessário, então, com-
preender sua base volitivo-afetiva.
No decorrer do desenvolvimento nem sempre poderemos prever
as particularidades que os sujeitos demonstrarão ou pelas quais pas-
sarão. Algumas singularidades somente ficam claras com o passar das
fases, dos anos, na convivência, na aprendizagem. Entendê-las possibi-
lita, além de uma visão mais abrangente do ser humano, uma melhor
estruturação do trabalho pedagógico, um maior entendimento dos
talentos que, muitas vezes, nos parecem embotados por diagnósticos
e preconceitos. Dessa forma, verificamos que antes de estigmatizar, de-
vemos conhecer e compreender. Elaboramos no próximo item algumas
considerações importantes.
Ser analfabeto emocional implica sentir a emoção e não a perceber,
não a reconhecer , nem ter ideia da sua intensidade, desconhecer o que
cada emoção causa em nós e nos outros, não ser capaz de saber como,
quando, onde e em que intensidade expressá-la, não ter controle emo-
cional, deixando que tais emoções dominem a mente racional ao invés
de dominá-las, ter pouca ou nenhuma empatia para avaliar o efeito das
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As múltiplas inteligências
Entender que o homem desenvolve uma única forma de aprender
tem sido o alvo das pesquisas do psicólogo Howard Gardener, que de-
senvolveu a Teoria das Inteligências Múltiplas ao redefinir a inteligência
à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas.
Inteligência é um potencial biopsicológico, uma capacidade para
resolver problemas e criar ideias. E capacidade é o poder humano de re-
ceber, aceitar e apossar-se das demandas externas e internas (ANTUNES,
2002). A partir desse pensamento, podemos entender que a inteligência
não é algo definitivo, unitário e imutável. Dentro das concepções mais
recentes sobre a significação de inteligência, encontramos a de que o ser
humano possui um número considerável de inteligências, que são esti-
muláveis e apresentam possibilidade de verificar suas modificações den-
tro de um ambiente estimulador e por meio de um grupo de pessoas
preocupadas em trabalhá-las.
De acordo com Gardner, todos têm potencial diferente, mas nas-
142
cem com capacidade para desenvolver todas as inteligências, pois o ho-
mem é dotado da capacidade de ser estimulado e desenvolvido.
O psicólogo afirma que cada área ou domínio do cérebro tem seu
sistema simbólico próprio, em um plano sociológico de estudo, cada
domínio se caracteriza pelo desenvolvimento de competências valoriza-
das em culturas específicas. Para ele, não existe faculdade mental geral,
como a memória. Talvez existam formas independentes de percepção,
memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis seme-
lhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.
Essa teoria defende que as competências intelectuais são relativa-
mente independentes, têm, originalmente, suas marcas genéticas consti-
tuídas e dispõem de processos cognitivos próprios. Gardner ressalta que,
embora as inteligências sejam, até certo ponto, independentes umas das
outras, elas raramente funcionam isoladamente. Parafraseando Gama
(1998), descreveremos a seguir cada uma dessas inteligências.
Inteligência linguística: nessa inteligência a característica central
é o fato de que a pessoa tem uma sensibilidade para os sons, ritmos e
significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes
funções da linguagem. Pode se manifestar por meio da capacidade de
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Reflita
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Analise sua experiência teórica e prática e elabore fundamentos, forne-
cendo exemplos sobre a importância de se trabalhar o cérebro motor,
afetivo e racional. Em que sentido os estudos a respeito das funções
cerebrais podem contribuir para a transformação das práticas pedagó-
gicas e da vida das pessoas? Lembre-se de pessoas que, frente a grandes
dificuldades em determinadas áreas, tornaram-se excelentes profissio-
nais, graças aos apoios e às estimulações que permitiram a modificabi-
lidade cerebral.
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Adaptações curriculares
146
O currículo adaptado é entendido como o elemento facilitador e
possibilitador de atendimentos dentro da lógica da heterogeneidade.
Tratar das adaptações curriculares é tomar consciência de que a inclu-
são é possível e real. Diz respeito, portanto, à flexibilidade curricular,
legalizada pelas Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação
Básica, que a instituição de ensino possui para incluir todos os alu-
nos com N.E.E. Poucas pessoas têm clareza e conhecimento acerca do
quanto esse documento pode transformar o que, até então, ainda é
considerado uma utopia: a inserção de alunos com necessidades educa-
cionais especiais na rede regular de ensino.
Inicialmente a escola deve ter clara a concepção de currículo que
fará parte das discussões; o documento deverá ser entendido de forma
ampla e não reducionista, voltada apenas aos conteúdos programáti-
cos. Para elaborar as adaptações curriculares, é necessário pensar na
personificação do currículo de acordo com a demanda de cada aluno,
incluindo as suas necessidades específicas e as condições da escola e da
equipe. O aspecto de maior significado no momento da elaboração é a
disponibilidade pessoal da equipe; é preciso ter um elemento mobiliza-
dor calcado no compromisso ético para executá-lo.
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lenta, que muitas vezes torna imperceptíveis seus avanços. Ao ter me-
tas curtas, as pessoas percebem que estão aprendendo e que têm ob-
jetivos a serem cumpridos, não deixando sua aprendizagem à mercê
do destino, o que motivará todos os envolvidos.
5. Os agrupamentos fazem grande diferença nas formas de lidar com
a aprendizagem. É preciso compreender que quanto maior a he-
terogeneidade entre os educandos, maiores serão suas redes de in-
formações. Um dos grandes desafios da organização pedagógica é
definir agrupamentos. Para esse fim, não podemos esquecer que
uma turma formada por alunos com alto grau de dificuldade torna
inviável um bom trabalho pedagógico, pois eles terão suas redes de
informações cada vez mais restritas pela falta de maior interação
do companheiro. Seus modelos sociais podem não ser os mais ade-
quados para suas necessidades, e o professor encontra-se em estado
de falência permanente, não podendo jamais ficar com essa turma
até o final do ano letivo. Nesses casos, é salutar trocar o professor
de três em três ou seis em seis meses.
156
6. A criança com deficiência pode apresentar dificuldades para re-
presentar o que viveu, sentiu, viu. É necessário, então, estimular a
função simbólica, levando-a a representar por meio da linguagem,
desenho, representações gráficas, imitação, gestos e faz de conta,
estimulando-a a ir além da experiência concreta, inserindo seu va-
lor simbólico da representação.
7. A orientação temporal ou a noção de tempo é uma conservação
cognitiva que permite à pessoa organizar-se no tempo e no espa-
ço. Adquiri-lo possibilita a reorganização cognitiva e emocional.
Quando a pessoa não possui recursos do campo do imaginário para
fazê-lo, são necessárias adaptações concretas, considerando que essa
organização de tempo e espaço é fundamental para o desenvolvi-
mento da aprendizagem e para a vida adulta do sujeito. O calendá-
rio escolar configura-se em uma das formas mais eficientes, ricas
e divertidas de trabalhar a noção de tempo e outros conteúdos
pedagógicos, precisa apenas ser sistematizado de forma a possi-
bilitar que os alunos façam a imagem mental do tempo. Estu-
dantes com deficiência intelectual, mesmo apresentando graves
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Outubro 2010
1 14 15 16 17 18 19 20
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1 Maria Outubro 2010
João
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Marcos
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dos papéis das semanas, que estão nos saquinhos transparentes me-
nores (n. 2), para o saco maior no final do calendário (n. 4). O
pacote deverá ficar em cima do quadro negro, com o nome do mês
colado, para o aluno visualizá-lo durante todo ano.
Ao final do ano, será necessário providenciar um saco plástico
maior (n. 5), no qual todos os papéis dos meses deverão ser mos-
trados e colocados, também transparentes e maiores. O professor
pode retirar do calendário o papel referente ao ano e colá-lo sobre
esse saco, colocando-o agora em cima do quadro negro, como for-
ma de concretizar que o ano já acabou.
Como no ano seguinte todas as salas de aula da escola terão esse
mesmo pacote e todos os alunos já compreenderão o sistema do
calendário, bastará repetir o processo e eles poderão, a partir daí,
ter uma noção mais concreta do tempo.
8. Os professores devem falar sempre do que vão fazer, planejando
suas ações e permitindo a formação de imagem antecipatória, as-
sim como falar do que fizeram, possibilitando a imagem retroativa,
organizando seu pensamento na perspectiva espacial, temporal e 159
em suas significações. Para que se alcance esse objetivo, sugerimos
a criação do quadro de rotina, pois o educando com deficiência
terá dificuldade de planejar seu dia e relatar o passado sem o apoio
de material concreto. Seguir a ideia do calendário já descrito seria
uma proposta interessante, com a construção desse outro material
os dias da semana devem ser montados da mesma forma, com as
mesmas cores, o que muda é que, nesse caso, a rotina do dia será
exposta em forma de desenho, por exemplo, a segunda-feira, que é
da cor rosa, dia em que se joga futebol na escola na hora do recreio,
em que vêm os alunos que assinaram o papel do dia (referindo-se
ao calendário já descrito), terá, na primeira hora, aula de educa-
ção física, na segunda hora, aula com os cadernos de linguagem,
com a professora, depois o lanche e o recreio. Depois desse último
momento, haverá aula com os cadernos de matemática e, por últi-
mo, aula de música para, então, chegar a hora de ir embora. Esse
material servirá de reforço para a organização do tempo e espaço,
diminuirá a ansiedade dos alunos que não sabem o que acontecerá
depois de cada atividade e auxiliará principalmente na organização
do pensamento lógico.
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9. O aluno deve afirmar a si mesmo e aos outros o que fez, o que fará
e o que aconteceu, percorrendo o pensamento simplesmente orde-
nado até a justificativa dos seus atos e criando maiores conceitos
sobre os conteúdos.
10. O aluno precisa saber qual a função do que está sendo submetido
a aprender, para sentir-se corresponsável por sua aprendizagem,
tendo como forma eficaz o envolvimento na concepção, realização
e avaliação de projetos.
11. É necessário que sejam articulados os saberes das diversas áreas
ou disciplinas em torno de problemas e temas de pesquisa e de
intervenção. Assim, o aluno estará progressivamente ampliando o
significado de conceitos e adquirindo, também, a noção de res-
ponsabilidade perante o ambiente, a sociedade e a cultura em que
se insere.
12. Devemos lembrar sempre que o planejamento estará centrado nas
potencializações e não nas lesões, é isso que garante avanços na
aprendizagem formal de conteúdos e possibilita a plasticidade cere-
160 bral, analisando as conjunturas sociais, emocionais e educacionais.
13. Quando as turmas forem muito grandes ou tiverem vários profes-
sores, é interessante pensar na tutoria, pessoas que ficam responsá-
veis por grupos menores de alunos, a fim de fazer acompanhamen-
to personalizado.
14. É importante desenvolver semanalmente uma técnica de relação e
colocar no planejamento bimestral conteúdos sobre as diferenças,
pois alunos com maior condição de aprendizagem podem não ser
solidários e não respeitar o processo individual dos colegas, isso
previne problemas graves de comportamento, advindos da não
compreensão da sua identidade, da identidade do outro e das re-
gras e limites das relações.
15. Devem ser repreendidas as atitudes de não fazer nada ou realizar
atividades isoladas, tediosas ou frustrantes, pois isso pode levar
qualquer aluno a não gostar do ambiente.
16. É importante lembrar sempre que as aulas são planejadas para
todos, mantendo o direito da diversidade quanto à expressão das
ideias, gráficas ou verbais, e às metodologias para cada deficiência.
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17. Ter clareza das competências que todos devem atingir ao chegar ao
final de sua escolaridade: autonomia, independência e empodera-
mento sobre todos os objetivos dispostos.
18. Desenvolver sempre dinâmicas que envolvam os aspectos da rela-
ção afetiva.
19. Organizar salas de recurso no contraturno, desde que não seja de
caráter permanente.
20. Planejar as aulas para todos os alunos, evitando propor atividades
individualizadas.
21. Deixar sempre escrita qual a sequência e prioridade dos conteúdos.
22. Inserir propostas profissionalizantes no contexto do ensino regu-
lar, para os jovens que não alcançaram o mínimo do currículo bá-
sico. Esses programas visam facilitar a sua incorporação no mundo
do trabalho ou a continuidade de seus estudos nas distintas insti-
tuições do ensino para jovens e adultos. É importante que, para-
lelamente, seja garantida a profissionalização para os alunos que
não apresentarem condições de dar continuidade à aprendizagem 161
acadêmica formal.
23. Esclarecer termos, conceitos e objetivos das tarefas a serem realizadas.
24. Organizar práticas que permitam a cada um manifestar sua apren-
dizagem, suas diferenças, seus talentos, suas preferências, conheci-
mentos anteriores, sua história individual.
25. Utilizar-se do princípio da intencionalidade e da reciprocidade para
valorizar cada pequena aprendizagem, cada avanço conseguido.
26. O professor deve identificar talentos em cada um dos alunos e
organizar estratégias de trabalho independente que valorizem esses
talentos.
27. Tornar habitual a exploração de outras matérias, ambientes, ima-
gens, outras linguagens, outras formas de pensar e de resolver de-
terminadas questões.
28. Prever momentos para desenvolver a criatividade, deixando a ima-
ginação se manifestar pedagogicamente na forma de música, dese-
nho, dança, jogo, brincadeira, texto, atitude de servir a alguém ou
de agradecer ajudas recebidas ou aprendizagens conseguidas.
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Para que uma pessoa possa fazer uso dessas tecnologias, são ne-
cessários apoios, orientações e treinamentos durante algum tempo, até
que consiga usá-las de forma independente, caso contrário tais equipa-
mentos poderão frustrá-la e torná-la mais dependente de outros para
ajudá-la. Esse trabalho geralmente envolve uma equipe multiprofissio-
nal, envolvendo diversas áreas, como: fisioterapia, terapia ocupacional,
fonoaudiologia, educação, psicologia, enfermagem, medicina, enge-
nharia, arquitetura, design e técnicos de muitas outras especialidades.
Concepção de avaliação
A avaliação da aprendizagem resulta das manifestações, do compar-
tilhar, das respostas com ajuda e individuais, das conquistas de novos
elementos de comunicação com outras pessoas, novas compreensões so-
bre a realidade local em que está situado o aluno. Todo processo avalia-
tivo leva em consideração as condições de participação dos membros da
família no acompanhamento dos objetivos planejados para o aluno.
Do mesmo modo, avaliamos a mediação do professor, o qual ma- 167
nifesta suas possibilidades, seus recursos e estratégias, o quanto conhece
as necessidades e as possibilidades do aluno, o quanto estimula e orga-
niza as trocas dos saberes, que têm sido a coerência, consistência e seu
rigor no cumprimento do papel de desafiar e de valorizar as capacidades
já percebidas no aluno.
O progresso da aprendizagem do educando, assim como depende
do trabalho do professor, das interações com seus colegas, do compro-
metimento dos membros da família, relaciona-se com a estrutura de
apoio oferecida pela escola ao docente e aos estudantes em geral. Esses
elementos são interdependentes, ninguém pode ser julgado individual
mente apenas ao final de um processo. Cada pessoa, cada estrutura,
só pode ser avaliada em relação à maneira como a outra for capaz de
cooperar e de apoiar. Em uma avaliação inclusiva elaboramos menos o
julgamento e mais a compreensão, a retomada dos apoios, a busca de
novos instrumentos, novos canais de comunicação.
A avaliação deve acontecer dentro de um processo de atividades
didático-pedagógicas que proporcionem apoio e contribuam para a ob-
tenção de resultados de forma participativa com o próprio aluno.
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Nome do aluno:
_____________________________________________________________
Data da atividade:
_____________________________________________________________
Nome da atividade:
_____________________________________________________________
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Síntese
Neste capítulo, vimos que a organização da proposta pedagógica
é a base para o sucesso da aprendizagem e deve ser feita com respon-
sabilidade, conhecimento e comprometimento. O bom planejamento
auxilia o professor a ver a inclusão como algo possível e fácil de ser
administrado no dia a dia, assim todos os seus benefícios são estendi-
dos aos educandos. É preciso promover as mudanças, as adequações, a
acessibilidade à comunicação, o usufruto das conquistas humanas: os
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06 4ª PROVA – 13/6/2011
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FAEL
06 4ª PROVA – 13/6/2011
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