Poemas de Nome Oculto
Poemas de Nome Oculto
Poemas de Nome Oculto
1ª Edição
Ilhéus - Bahia
Mondrongo
2014
Copyright © Gabriel Sales Macêdo
Organização da edição: Gustavo Felicíssimo
Capa e editoração eletrônica: Ulisses Góes
Normalização bibliográfica: Elisabete Passos dos Santos
CRB 5/533
ISBN 978-85-65170-61-1
CDD – 869.93
MONDRONGO
Itabuna: Rua Sóstenes de Miranda, 178 | 1º Andar
Centro | CEP: 45.653-200
Willian Shakespeare
Prólogo
Tudo tem seu nome,
Seja concreto ou abstrato
-Se não o tiver é nulo.
Quando criança, eu
Inventava tantas coisas
Que algumas nem conseguia
Nomear,
Mas eu sentia um nome ali
Regozijando minha vida.
I
I
Não tenho alma de poeta,
Somente coração.
Minha poesia
Tem certo prestígio
Entre os amigos;
No meio literário,
Pouco ou nenhum.
Não só quero
Escrever versos bonitos
Para serem admirados nas escolas
E solidões de vossos quartos.
Não só quero
Ser imortalizado
E estudado nas academias.
Não só quero
O reconhecimento por meu lirismo
Ou por minha vida de bêbado dualista.
- Quero a libertação.
Talvez os dois.
Aprendemos.
Mas embora eu tenha descoberto
Muita coisa após o experimento,
O pobre animal perdeu
Sua vida no processo.
Foi triste.
Eu achava-o cheio de graça
Apesar de não entender muito
Sobre ele.
O resto é resto.
Doeu aprender
(Minhas cicatrizes que o digam),
Mas aprendi.
Pergunte-se:
O que o torna tão lindo?
Chove.
Sentado na cama
Olho e ouço da janela
A chuva
Cair.
Cai... cai...
Penso em muitos
Versos pra registrar
Tal momento casto
Da vida,
Mas tudo que sai
São estes poucos.
Olho de novo...
E a dupla poesia
Deste instante
Faz eu me esquecer
De todas as tristezas
Que a noite traz.
Não o contido
Nos beijos e carícias
Que dou ou deixo de dar,
Mas sim aquele vivo
No meu singelo olhar apaixonado
Pelo pequeno da vida...
Aquele
Em cada estrela escondida;
Em cada brilho da manhã;
Em cada encanto da poesia;
No azul límpido de infância;
Nas constelações de sorrisos;
Nos espelhos de céu e mar;
Na linha do horizonte de cais;
E no reflexo dos teus olhos.
Se te amo,
Amo por em ti sentir tudo que
Meus olhos apaixonados veem na vida,
Por isso saiba
Que certo é o meu amor,
Minha pequena.
A vida?
Pouco a pouco se esvai
Sem olhos que percebam.
A infinitude existe,
A identidade existe,
Viva,
Nada mais.
A vida e o universo são
Pesados pra quem não sabe viver,
Viva,
Pois o infinito só não é finito
Pra quem sonha e ama até o fim.
A questão:
Qual é a pedra no caminho
Que surgiu em vossa vida
De retinas tão fatigadas?
XXXVIII
Existem na vida
As coisas essenciais pra sobreviver,
E as essenciais pra viver bem.
Ponto dois:
Mas ela volta, assim como
Todas as minhas ações que a matam
Ou tentam a matar.
Admirado, sonhava
Em como seria se alguns desses versos
Fossem meus
(Apesar de saber que eu
Nunca os teria).
Tampouco existiriam,
Neste e em outros poemas,
Todos os novos versos
De um novo caderno.
III
Poema de um bêbado (ou não)
a certa dama e seu namorado
Quando te vi pela primeira vez eu me perdi.
Nunca imaginei que ia te amar, ou querer te amar,
Ah Fulana...
Me perdi nas tuas sardinhas,
Me perdi no teu sorriso,
Todo dia eu dizia “eu não gosto mais dela, não
gosto não, é tudo ilusão”
Aí eu te via sorrir de novo, e pensava “não, eu
gosto dela, é ela que eu quero”
Só pensava.
O ideal é
Ser criança e borboleta
De vez em quando;
Ver um pouco mais
De bobagem nas coisas...
(ser muito sério amesquinha a vida)
Tudo mudou.
Eu era tão seu...
Como me enganei!
Ou você me enganou?
E aos poucos,
Bem devagarinho,
Vou lembrando
De cada coisa linda que já vi...
Dê-me as perguntas,
Com elas posso aprender algo,
Com elas buscarei minhas próprias respostas
E terei, enfim, uma joia pra guardar.
Vida do pão-nosso-de-cada-dia,
De sementes não plantadas perdidas no jardim
Na esperança de um dia desabrochar,
E se eu for D. Quixote?
Se todas as minhas lutas forem mentais?
Se acredito que é real, que assim seja
Cada um acredita no que quer acreditar
Daí se vem as ilusões
Mas se as ilusões fazem alguém feliz
Por que se desiludir?
Por que abrir os olhos?
Por que acabar com o sonhador?
Por que deixar morrer tudo que se acredita?
Por que desacreditar na vida, que é tão bonita?
Verdade dói,
Perceber que se vive uma ilusão dói,
O processo até se libertar dói,
Mas a liberdade tão sonhada não dói.
Decerto,
Mas não é por isso
Que nada possamos deixar.
II
I. Queria fazer-te meu eterno par...........................................58
II. Tenho em meus braços todo amor do mundo.................59
III. Se eu nunca soube dizer que te amo...............................60
IV. Se pedires a mim para provar...........................................61
V. O amor não aceita................................................................62
VI. Vejo, no velho caderno......................................................63
III
Poema de um bêbado..............................................................67
Poema pra quem pensa demais.............................................68
Poema a um antigo amor........................................................69
Poema de uma criança a sua tia Rosângela..........................70
Poema rústico a mim mesmo.................................................71
Poema aos grandes sabedores de tudo.................................74
Poema só para Manuel Bandeira...........................................75
Carta a Musa.............................................................................76
IV
Um penúltimo poema qualquer............................................78
....................................................................................................84