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FONTES DE INFORMAÇÃO •'Vi,

PARA PESQUISADORES E
PROFISSIONAIS
UJ

ADETE SANTOS CAMPELLO


: VALADARES C E N D Ó N
ETTE MARGUERITE KREMER

IZAOORAS
PRESSÃO

mM

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BELO HORIZONTE

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Copyright ©2000 by Bemadete Santos Campello e outras.
2003 - I' reimpressão

Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.

EDITORAÇÃO DE TEXTO: Ana Maria de Moraes


PROJETO GRÁFICO: Escritório de Design
CAPA: Glória Campos
REVISÃO DE PROVAS: Lilian Valderez Felicio, Maria Aparecida Ribeiro, Maria Stela Souza Reis e Rúbia
Flávia dos Santos ^
FORMATAÇÃO: Jonas Rodrigues Fróis í\ J ( '•".
J w ,J
PRODUÇÃO GRÁFICA: Warren M. Santos " ""'

{- ••) í '•' y
Editora UFMG *
Av. António Carlos, 6627
Ala direita da Biblioteca Central - Térreo - Campus Pampulha
31270-901 Belo Horizonte/MG
Tel. (31) 3499-4650
Fax. (31) 3499-4768
editora@ufmg.br
www.editora.ufmg.br

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS


REITORA: Ana Lúcia Almeida Gazzola
VICE-REITOR: Marcos Borato Viana

CONSELHO EDITORIAL:
António Luiz Pinho Ribeiro, Beatriz Rezende Dantas, Carlos António Leite Brandão, Heloisa Maria Murgeí
Starling, Luiz Otávio Fagundes Amaral, Maria das Graças Santa Bárbara, Maria Helena Damasceno e Silva
Megale, Romeu Cardoso Guimarães, Wander Melo Miranda (Presidente)
SUPLENTES
Cristiano Machado Gontijo, Denise Ribeiro Soares, Leonardo Barci Castriota, Lucas José Bretãs dos
Santos, Maria Aparecida dos Santos Paiva, Maurílio Nunes Vieira, Newton Bignotto de Souza, Reinaldo
Martiniano Marques, Ricardo Castanheira Pimenta Figueiredo

F683 Fontes de informação para pesquisadores e profissionais / Bernadete Santos


Campello, Beatriz Valadares Cendón, Jeannette Marguerite Kremer,
Organizadoras. - Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.
3l9p. - (Aprender)

I. Bibliografia especializada - Fontes de informação I. Campello, Bernadete


Santos II. Cendón, Beatriz Valadares III. Kremer, Jeannette Marguerite IV.
Título V. Série

CDD: 025.5
CDU: 025.5

Catalogação na publicação: Divisão de Planejamento e Divulgação da Biblioteca Universitária - UFMG


ISBN: 85-7041-209-6
r

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS


07

APRESENTAÇÃO |7

í A ciência, o sistema de comunicação científica e a literatura científica


Suzana Pinheiro Machado Mueller 21

2 Organizações como fonte de informação


Bernadete Santos Campello 35

3 Pesquisas em andamento
Bernadete Santos Campello 49

4 Encontros científicos
Bernadete Santos Campello 55

5 O periódico científico
Suzana Pinheiro Machado Mueller 73

11 Literatura cinzenta
Sandra Lúcia Rebel Gomes
Marília Alvarenga Rocha Mendonça
Clarice Muhlethaler de Souza 97

7 Relatórios técnicos
Bernadete Santos Campello 105

8 Publicações governamentais
Waldomiro Vergueiro 111

M Teses e dissertações
Bernadete Santos Campello 121

10 Traduções
Bernadete Santos Campello 129

"íliNormas técnicas
Maria Matilde Kronka Dias 137
m A patente
Ricardo Oriandi França 153
ff Literatura comercial
Eduardo Wense Dias
Bemadete Santos Campello 183
M* Revisões de literatura
Daisy Pires Noronha
Sueli Mara Soares Pinto Ferreira 191
ISiObras de referência
Eduardo Wense Dias 199
Uí Serviços de indexação e resumo
Beatriz Valadares Cendón 217
17* índices de citação
Daisy Pires Noronha
Sueli Mara Soares Pinto Ferreira 249
18 Guias de literatura
Paulo da Terra Caldeira 263
Mi A Internet
Beatriz Valadares Cendón 275
Anexo

Endereços na Internet 301

índice 307

Sobre os autores

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABDF Associação de Bibliotecários do Distrito Federal

ABERJE Associação Brasileira de Comunicação Empresarial

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABONG Associação Brasileira de ONGs

AFITEC Agência Fornecedora de Informações Técnicas e


Comerciais
AFNOR Association Française de Normalisation

AGREP AGricultural REsearch Projects in the European


Community

AGRÍCOLA Agricultural Online Access

AGRIS Agricultural Information System

Agrobase Base Bibliográfica da Agricultura Brasileira

ALA American Library Association

AN PI Associação Nacional de Provedores de Internet

ANSI American National Standards Institution

Antares Rede de Serviços de Informação em Ciência e


Tecnologia

ANUI Associação Nacional dos Usuários da Internet

APA American Psychological Association

API American Petroleum Institute

ARIST Annual Review of Information Science and Technology

ARL Association of Research Libraries

ARPANET Advanced Research Projects Agency Network


ASIS American Society for Information Science
Aslib Association for Information Management
ASME American Society of Mechanical Engineers
ASTM American Society for Testing and Materials

BIDTEC Biblioteca Técnica INPI

BINAGRI Biblioteca Nacional de Agricultura

BIOREP BlOtechnical REsearch Projects in the European


Community
BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de
Informação em Ciências da Saúde
BLDSC British Library Document Supply Centre
BLLD British Library Lending Division
BS British Standard
BSI British Standard Institution
CAB Commonwealth Agricultural Bureau
CAICYT Centro Argentino de Información Científica y
Tecnológica
CAS Chemical Abstracts Service
CCN Catálogo Coletivo Nacional de Publicações
Seriadas
CD-ROM Compact Disc Read Only Memory
CEC Commission of the European Communities
CEDIN Centro de Documentação e Informação
Tecnológica do INPI
CEE International Commission on Rules for the
Approval of Electrical Equipment
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais
CEN Comité Européen de Normalisation
CENAGRI Coordenação de Informação Documental
Agrícola
CEPAL Comissão Económica para a América Latina e
Caribe
CERN Centre Européen de Recherche Nucleáire
CETEC Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais
CEWIN Controle Eletrônico de Normas para Windows
CIN/CNEN Centro de Informações Nucleares/Comissão
Nacional de Energia Nuclear
CINDOC/ Centro de Información y Documentación
CSIC Científica/Consejo Superior de Investigaciones
Científicas
CIP Classificação Internacional de Patentes
CMN Comité Mercosul de Normalização
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
CNRS Centre National de la Recherche Scientifique et
Technique
COBEI, CB-03 Comité Brasileiro de Eletricidade
CODATA Committee on Data for Science and Technology
COMUT Programa de Comutação Bibliográfica
CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial
COPANT Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas
CPOB Comissão de Publicações Oficiais Brasileiras
CRC Chemical Rubber Company
DDC Defense Documentation Center

DeCS Descritores em Ciências da Saúde

DIDOC Divisão de Documentação INPI

DIN Deutsches Instituí fur Normung

DINTEC Divisão de Informação Tecnológica INPI

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

DVD-ROM Digital Versatile Disc Read Only Memory

EAGLE European Association for Grey Literature


Exploitation

Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EMBRATEL Empresa Brasileira de Telecomunicações

EPC European Patent Convention

EPO European Patent Office

ERIC Educational Resources Information Center

ESDU Engineering Science Data Unit

EUA Estados Unidos da América

FAO Food and Agriculture Organization

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São


Paulo

FAQ Frequently Asked Questions

FBIS Foreign Broadcast Information Service

FEDRIP Federal Research in Progress Database

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

FTP File Transfer Protocol

FUCAPI Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação


Tecnológica
GANA Grupo de Apoio à Normalização Ambiental
GPO Government Printing Office
GreyNet The Grey Literature Network Service
HMSO Her Majesty's Stationery Office
IAC Information Access Company
IAEA International Atomic Energy Agency
IASI International Association for Sport Information
IBBD Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação
IBBE índice Brasileiro de Bibliografia Económica -
Orientador - Adviser
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia
ICSU International Council of Scientific Unions
IEC International Electrotechnical Commission
IFLA International Federation of Library Associations
and Institutions
IHS Information Handling Services Group
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais
Infoterm International Information Center for Terminology
INID Internationaly-agreed Numbers forthe
Identification of Bibliographic Data on Patent
Documents
INIS International Nuclear Information System
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial
INPADOC International Patent Documentation Center

INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial

INSPEC The Database for Physics, Electronics and


Computing

INT Instituto Nacional de Tecnologia

INTec Setor de Informações sobre Normas Técnicas IPT

INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares


de Comunicação

INTN Instituto Nacional de Tecnologia y Normalizacion

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas/São Paulo

IRAM Instituto Argentino de Normalizacion

ISBN International Standard Book Number

ISDS International Seriais Data System

ISI Institute for Scientific Information

ISO Organização Internacional de Normalização

ISSN International Standard Serial Number

ITC International Translations Center

JUIS Jurisprudência Informatizada Saraiva

LANL Los Alamos National Laboratory

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em


Ciências da Saúde

LIS Legislação Informatizada Saraiva

LNCC Laboratório Nacional de Computação Científica

M.Sc Master of Science

MA Master ofArts

MBA Master of Business Administration


MCT Ministério de Ciência e Tecnologia
MD Medicai Doctor
MEC Ministério da Educação
Mercosul Mercado Comum do Cone Sul
NASA National Aeronautics and Space Administration
NBS National Bureau of Standards
NEI Noticiário de Equipamentos Industriais
NSRDS National Standard Reference Data System
NTC National Translations Center
NTIS National Technical Information Service
OCLC Online Computer Library Center
OMPI Organização Mundial de Propriedade Intelectual
ou WIPO - World Intellectual Property Organization
OMS Organização Mundial da Saúde ou W H O - World
Health Organization
ONG Organização Não Governamental
ONU Organização das Nações Unidas
OPAC Online Public Access Catalog
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
OSRD Office for Scientific Research and Development
OSTI Office for Scientiflc and Technical Information
P&D Pesquisa e Desenvolvimento
PADCT Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico
e Tecnológico
PADCT/ICT Subprograma de Informação em Ciência e
Tecnologia do Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Ph.D. Philosophy Doctor
PRODASEN Centro de Informática e Processamento de
Dados do Senado Federal
PROFINT Programa de Fornecimento Automático de
Informação Tecnológica
PTI Publicações Técnicas Internacionais
RENPAC Rede Nacional de Comunicação de Dados por
Comutação de Pacotes
RLG Research Libraries Group
RNP Rede Nacional de Pesquisa
SABI Subsistema de Administração de Bibliotecas/
PRODASEN
SADIVU Seção de Divulgação/INPI
SADTEP Seção de Documentação/INPI
SAOBUS Seção de Orientação e Buscas/INPI
SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
SciELO Scientific Electronic Librar/ Online
SEBRAE Sistema Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas
Empresas
SELAP Sistema em Linha de Acompanhamento de
Projetos
SEPIN Secretaria de Política de Informática e Automação
SESU Secretaria Nacional de Educação Superior
SIABE Sistema Integrado de Automação de Bibliografias
Especializadas
SIBRADID Sistema Brasileiro de Documentação e
Informação Desportiva
SIGLE System for Information on Grey Literature
in Europe

SINMETRO Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e


Qualidade Industrial

SINORXEC Sistema Nacional de Informações sobre Normas


e Regulamentos Técnicos

SIRC Sport Information Research Center

SITE Sistema de Informações sobre Teses

SNIDA Sistema Nacional de Informação e

Documentação Agrícola

SRB Sistema de Registro Bibliográfico

SSIE Smithsonian Scientific Information Exchange

STN International Scientific and Technical Information

Network

TCP Tratado de Cooperação sobre Patentes

TCP/IP Transmission Contrai Protocol/lnternet Protocol

TELEBRAS Telecomunicações Brasileiras S. A.


TIC/USAEC Technical Information Center/United States Atomic
Energy Commission

TMS The Minerais, Metals and Materials Society

TRC Techonology Reports Centre

TRIPS Trade-related Aspects of Intellectual Property Rights

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFPa Universidade Federal da Paraíba

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro


UIA Union of International Associations
UKAEA United Kingdom Atomic Energy Agency
UMI University Microfilms International
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura
Unisist Universal System for Information in Science
and Technology
UNIT Instituto Uruguayo de Normas Técnicas
URL Uniform Resource Locator
USP Universidade de São Paulo
WAIS Wide Área Information Server
APRESENTAÇÃO

No início da década de 90, quando a profa. Cariita Maria Campos


e eu preparávamos a segunda edição do livro Fontes de Informação
Especializada, a Internet constituía apenas uma palavra nova no extenso
vocabulário de siglas do universo da informática e estava disponível a
um número reduzido de pesquisadores brasileiros. Hoje a rede já faz
parte do cotidiano de um número significativo de pessoas e está
modificando inteiramente o paradigma da comunicação científica, incor-
porando novas práticas ao processo e introduzindo novas formas
de inter-relação entre os membros da comunidade de pesquisa.
Assim, uma revisão completa do livro se fez necessária, para permitir
um melhor entendimento dessa nova realidade.
Esta é uma nova versão bastante modificada de Fontes de Infor-
mação Especializada, que foi publicado em 1988 e 1993 (respectiva-
mente primeira e segunda edições) pela Editora UFMG. Além do novo
título, o livro aprofunda tópicos já abordados nas edições anteriores,
acrescentando mudanças que ocorreram nos últimos sete anos. Por
exemplo, passamos a utilizar o termo literatura cinzenta ao invés de
publicações não convencionais, pois acreditamos que a expressão já
foi devidamente incorporada ao vocabulário da biblioteconomia e da
ciência da informação no Brasil. Foi também acrescentado um capítulo
dedicado inteiramente à Internet, e é claro que praticamente todos os
outros capítulos abordam a rede a partir de sua perspectiva particular.

Os professores que utilizaram Fontes de Informação Especializada


já estão familiarizados com a estrutura da obra (por tipo de material),
que foi aqui mantida, pois consideramos que é a maneira mais adequada
de facilitar ao estudante a compreensão da natureza, da dinâmica de
produção e do controle da literatura científica, que são peculiares a
cada um dos diversos tipos de documentos que a compõem. Cada
capítulo procura apresentar inicialmente uma visão histórica do tipo
de material que aborda, descrevendo em seguida suas características
e acrescentando as formas de acesso àquele material. Não houve a
preocupação de se esgotar as fontes de informação existentes,
mas de apresentar apenas as mais importantes como exemplos,
dando ênfase às obras brasileiras.
Os endereços da Internet mencionados no texto foram marcados
com um ícone ("^), e uma lista completa de URLs é apresentada no
Anexo.
Houve uma grande mudança com relação à autoria dos capítulos.
Esta nova edição é uma obra coletiva e constitui o resultado do trabalho
de I 3 autores, oriundos de quatro escolas e departamentos de
biblioteconomia e ciência da informação do Brasil, Essa empreitada
representa uma forma de trabalho conjunto que deveríamos realizar
cada vez mais (aproveitando os recursos da Internet), reunindo compe-
tências e esforços para aperfeiçoar p ensino de biblioteconomia e
ciência da informação no Brasil.
O livro objetiva atingir principalmente o estudante de
biblioteconomia, mas pode ser de utilidade para qualquer pessoa
interessada em conhecer os meandros da comunicação científica e
o papel que os diferentes tipos de documentos representam nesse
universo.
Não é nossa expectativa que esta obra seja utilizada como
recurso didático único nas disciplinas de fontes especializadas. A nossa
pretensão é que, reunindo informações dispersas na literatura, ela
facilite o trabalho do professor, criando espaço nas disciplinas para a
exploração e aprofundamento de temas atuais e de elaboração de
trabalhos práticos, no qual o aluno possa, criativa e conscientemente,
construir seu conhecimento e, a partir de sua própria vivência, com-
preender a dinâmica de produção do conhecimento científico e
tecnológico. A síntese, que dará ao estudante a noção da
dinamicidade do processo de comunicação científica e tecnológica
e da variedade de formas que a compõem, será alcançada mediante
o trabalho do professor em sala de aula e preparará o aluno para
lidar de forma competente com esse universo informacional.
Agradecemos a todos os autores que atenderam com presteza
ao nosso convite para colaborar nessa tarefa, especialmente às profes-
soras Beatriz Valadares Cendón e Jeannette Marguerite Kremer que
mostraram enorme interesse e dedicação na organização e revisão
dos textos.
Especial menção deve ser feita à profa. Carlita Maria Campos,
co-autora da obra que serviu de base para a produção do presente
trabalho e que, mesmo não tendo participado diretamente da revisão,
sempre apoiou e estimulou o nosso esforço.
Esperamos que nossos leitores, principalmente aqueles que
utilizarem o livro como auxiliar didático, possam nos ajudar no apri-
moramento do mesmo com suas críticas e sugestões. Elas serão
sempre bem-vindas.

Bemadete Santos Campello


Belo Horizonte, maio de 1999
e-mail campello@eb.ufmg.br
A CIÊNCIA, O SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
CIENTÍFICA E A LITERATURA CIENTÍFICA

SUZANA PINHEIRO MACHADO MUELLER

Aprendemos sobre o mundo e sobre nós mesmos de muitas


maneiras: observamos, ouvimos, lemos e experimentamos, e assim
aumentamos nosso conhecimento. No entanto, nem sempre a
percepção que obtemos da realidade é confiável. Mas quando o
conhecimento sobre determinado fenómeno é obtido segundo
uma metodologia científica, ou seja, é o resultado de pesquisas
realizadas por cientistas, de acordo com regras definidas e contro-
ladas, então aumentam muito as probabilidades de que nossa com-
preensão desse fenómeno seja correta. Chamamos ao conheci-
mento assim obtido de conhecimento científico ou ciência
(KERLINGER, 1979).
A confiabilidade é, portanto, uma das características mais
importantes da ciência, pois a distingue do conhecimento popular,
não científico. Para obter confiabilidade, além da utilização de uma
rigorosa metodologia científica para a geração do conhecimento,
é importante que os resultados obtidos pelas pesquisas de um
cientista sejam divulgados e submetidos ao julgamento de outros
cientistas, seus pares.
A ampla exposição dos resultados de pesquisa ao julgamento
da comunidade científica e sua aprovação por ela propicia confiança
nesses resultados. Por essa razão, todo trabalho intelectual de
estudiosos e pesquisadores depende de um intrincado sistema
de comunicação, que compreende canais formais e informais, os
quais os cientistas utilizam tanto para comunicar os resultados
que obtêm quanto para se informarem dos resultados alcançados
por outros pesquisadores. Assim, toda pesquisa envolve atividades
diversas de comunicação e produz pelo menos uma publicação for-
mal. Na verdade, uma determinada pesquisa costuma produzir várias
publicações, geradas durante a realização da pesquisa e após o seu
término. Tais publicações variam no formato (relatórios, trabalhos
apresentados em congressos, palestras, artigos de periódicos, livros
e outros), no suporte (papel, meio eletrônico e outros), audiências
(colegas, estudantes, público em geral) e função (informar, obter
reações, registrar autoria, indicar e localizar documentos, entre
outras). O conjunto dessas publicações, que chamamos de lite-
ratura científica, permite expor o trabalho dos pesquisadores ao
julgamento constante de seus pares, em busca do consenso que
confere a confiabilidade. Em resumo, sem sua literatura, uma área
científica não poderá existir pois, sem o aval dos seus pares, o
conhecimento resultante da pesquisa conduzida pelos cientistas
não será validado e não será considerado científico (ZIMAN, 1968).

A produção da literatura de uma área científica envolve muitas


e diferentes atividades de comunicação entre os pesquisadores,
algumas das quais antecedem e outras se seguem a sua publicação.
Conforme suas características, essas atividades costumam ser
chamadas de comunicação informal ou comunicação formal. A
comunicação informal utiliza os chamados canais informais e inclui
normalmente comunicações de caráter mais pessoal ou que se
referem à pesquisa ainda não concluída, como comunicação de
pesquisa em andamento, certos trabalhos de congressos e outras
com características semelhantes. A comunicação formal se utiliza
de canais formais, como são geralmente chamadas as publicações
com divulgação mais ampla, como periódicos e livros. Dentre
esses últimos, o mais importante, para a ciência, são os artigos
publicados em periódicos científicos.
O conjunto dessas atividades constitui o sistema de comuni-
cação científica de uma determinada área da ciência. Esse sistema
inclui, portanto, todas as formas de comunicação utilizadas pelos
cientistas que pesquisam e contribuem para o conhecimento
nessa determinada área, além das publicações formais. Com o
desenvolvimento da tecnologia de comunicação, especialmente
computadores e redes eletrônicas, as formas de comunicação
disponíveis à comunidade científica vêm se modificando, ampliando
e diversificando, tomando-se cada vez mais eficientes, rápidas e
abrangentes, vencendo barreiras geográficas, hierárquicas e finan-
ceiras. Essas mudanças estão ocorrendo tanto nos canais informais
como nos formais. Dentre esses últimos, os mais importantes,
para a ciência, ainda são os artigos publicados em periódicos cientí-
ficos impressos.

1.1 CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA ESPECIALIZADA

Embora a literatura produzida por diferentes áreas do conhe-


cimento apresente diferenças e peculiaridades, pode-se dizer que a
literatura científica, como um todo, possui várias características
comuns e sofre influências de um conjunto comum de fatores.
O trabalho do profissional de informação é em grande parte
baseado no conhecimento e uso de fontes de informação sobre a
literatura científica, a qual reflete as características próprias da
ciência e tecnologia modernas. Algumas dessas características
afetam e dificultam bastante o trabalho profissional, entre as quais
estão: o fenómeno da explosão bibliográfica, a diversificação de
formatos de apresentação e divulgação, a eliminação de barreiras
no acesso (geográficas, hierárquicas e outras), a aceleração do
avanço do conhecimento e consequente obsolescência mais rápida
das publicações, a intensificação da interdisciplinaridade (unindo áreas
científicas antes isoladas) e a tendência à pesquisa em colaboração.
A explosão bibliográfica, fenómeno comum a todas as áreas
do conhecimento e talvez a característica mais visível das litera-
turas científicas, pode ser definida como a quantidade crescente
de documentos científicos produzidos e a rapidez com que esse
número aumenta. Esse fenómeno não é novo, pois vem ocor-
rendo de maneira exponencial desde o estabelecimento da ciência
moderna e da publicação dos primeiros periódicos, no fim do
século XVII (SOLLA PRICE, 1963).
Recentemente, com o desenvolvimento das tecnologias
eletrônicas de comunicação, especialmente da Internet, a questão
da explosão da literatura tornou-se ainda mais complexa. Novos
formatos e canais de comunicação se tornaram disponíveis, expan-
dindo de maneira nunca vista as possibilidades da comunicação
e eliminando barreiras geográficas. O fenómeno tem consequências
profundas na organização de centros de informação. Como jamais
será possível a qualquer centro possuir tudo o que interessa sobre
um assunto, chegou-se à conclusão que é melhor dirigir todos os
esforços no sentido de garantir acesso. A política de seleção do
acervo deve ser muito bem planejada e suplementada por esquemas
de cooperação com outras bibliotecas. Mas o desenvolvimento
das tecnologias de informação, ao mesmo tempo que aumentou
a quantidade de textos e informações disponíveis, abriu alternativas
muito eficientes para satisfazer demandas que ultrapassam as pos-
sibilidades do acervo local, entre as quais incluem-se a compra de
cópia ou de acesso ao documento específico em demanda, via
meio eletrônico. Isso implica, então, na necessidade de reserva de
recursos específicos nos orçamentos dos centros de informação
(ou no pagamento de tais serviços pelos usuários) e também na
necessidade de treinamento de profissionais capazes de reconhecer
as fontes e as maneiras mais eficientes e económicas de acesso.
Os resultados alcançados por determinado pesquisador são
frequentemente retomados por outros cientistas, teóricos ou
aplicados, que dão continuidade ao estudo, fazendo avançar a ciência
ou produzindo tecnologias ou produtos neles baseados. Tem sido
uma característica do mundo atual que o lapso do tempo, durante
o qual uma novidade científica permanece novidade, é cada vez
menor, ou seja, o tempo entre a publicação inicial de determinados
resultados da pesquisa e publicações que avançam em relação a
eles está encurtando cada vez mais. A velocidade com que o conheci-
mento é renovado, tornando ultrapassada a literatura ainda recente
— especialmente em algumas áreas do conhecimento — acarreta
problemas para todos os interessados: é difícil para o cientista
manter-se informado ou atualizado e é também difícil e caro para
os centros de informação manter suas coleções atualizadas, pois
o número de fontes aumenta com igual velocidade. Da mesma
forma, também o profissional encarregado de atender demandas e
administrar coleções encontra dificuldades. Toma-se assim impor-
tante saber o que está sendo pesquisado antes mesmo que a
pesquisa termine; conhecer as tendências e frentes de pesquisa;
conhecer grupos e centros de pesquisa que trabalham na área de
interesse. Tendo em vista esses problemas, este manual inclui
capítulos sobre pesquisas em andamento, encontros científicos,
literatura cinzenta, relatórios técnicos, teses e dissertações, além
de outros que se referem à informação já formalmente divulgada:
periódicos científicos, normas técnicas, patentes e literatura
comercial, e outros ainda que se referem à literatura secundária e
terciária, que têm por finalidade apresentar o conhecimento conso-
lidado e ajudar a encontrar o que se procura.
Diferentemente da literatura científica ou académica, a lite-
ratura tecnológica nem sempre recebe divulgação ampla. Isso se
explica pelas suas finalidades: a ciência se baseia no consenso
dos cientistas, e os autores se destacam pela frequência com que
são lidos e citados, portanto procuram ampla divulgação para seus
trabalhos. Por outro lado, as empresas e indústrias que patrocinam
a tecnologia visam o lucro e não lhes interessa ampla divulgação
de suas tecnologias, mas sim o domínio do mercado em que seu
produto se insere. Consequentemente, divulgação restrita é a
norma para a literatura tecnológica. Para o profissional que pre-
tende atender a demandas nessa área, esses fatos tornam difícil a
identificação e o acesso a documentos que potencialmente seriam
de interesse para seus usuários.

É tradição considerar a ciência como se fosse composta de


áreas diversas, cada qual com suas características e limites bem
estabelecidos. Assim, referimo-nos às ciências exatas e naturais, às
ciências sociais e humanidades, às áreas tecnológicas e engenharias
como se fossem realmente separadas. Mas todas as ciências e
tecnologias referem-se à natureza, e esta é uma só. As divisões
ajudam no esforço da pesquisa e na organização da literatura pro-
duzida, mas a verdade é que, à medida que nosso conhecimento
avança, diminui a clareza da divisão estabelecida. Chamamos a isso
de interdisciplinaridade da ciência ou de uma determinada área do
conhecimento. As consequências práticas desse fenómeno, que
tem ocorrido de maneira muito rápida, afetam fortemente a literatura
especializada, especialmente a literatura periódica: surgem novos
títulos, que se referem a novas áreas de pesquisa, novas especiali-
dades, gerando problemas de dispersão de artigos e dificultando o
trabalho de identificação e localização. Significa também a necessi-
dade de maiores investimentos na seleção de títulos e na habilidade
do profissional de informação.
Paralelamente ao crescimento dos estudos interdisciplinares,
o trabalho em equipe também tem sido uma característica crescente
da ciência moderna. Isso é especialmente verdade para as chamadas
ciências exatas e da natureza, mas também ocorre nas demais áreas
de conhecimento. O reflexo dessa característica na literatura
científica está na autoria múltipla de artigos e livros* Nas áreas
tecnológicas, por razões que incluem a sua natureza, é comum a
autoria institucional.

1.2 ESTRUTURA DA LITERATURA ESPECIALIZADA

Esquemas de estruturação da literatura especializada têm


sido apresentados por diversos autores como GROGAN (I992)
< e SUBRAMANYAN (I98I). Tais classificações se baseiam com
frequência no fluxo da informação, isto é, os documentos são
classificados de acordo com o lugar e função que ocupam no
fluxo de informação. Este é um conceito que pretende representar
o caminho percorrido pela pesquisa, desde que nasce uma ideia
na mente de um pesquisador, passa pelo ponto mais alto que é a
publicação formal dos resultados, geralmente em um artigo cientí-
fico, e continua até que a informação sobre esse artigo possa ser
recuperada na literatura secundária ou apareça como citações em
outros trabalhos. Em alguns casos, continua até que os resultados
da pesquisa sejam integrados em um tratado sobre o assunto.
Durante o processo, a informação é veiculada por meios e canais
diversos.
O fluxo da informação científica é geralmente representado
através de um modelo. O mais famoso deles foi desenvolvido na
década de 70 por dois autores americanos, Garvey e Griffith
(GARVEY e GRIFFITH, 1972; GARVEY, 1979), que observaram
como os cientistas da área de psicologia se comunicavam e divul-
gavam suas pesquisas.
O modelo resultante dos estudos desses dois autores foi
logo adaptado para todas as áreas do conhecimento. Nele o pro-
cesso de comunicação aparece representado por um contínuo,
onde se situam, em sucessão e por ramificações, as diversas ativi-
dades cumpridas por um pesquisador e os documentos que tais
atividades geram. Por exemplo, o início da pesquisa é logo seguido
por relatórios preliminares e comunicações de pesquisas em
andamento; um pouco antes e logo após o término da pesquisa
há uma sucessão de seminários, colóquios, conferências e rela-
tórios, que geram trabalhos escritos completos ou resumos
(publicados geralmente em anais) e que já serão indexados em
fontes adequadas; ao submeter o seu original para publicação em
periódico científico, aparecem as versões preliminares (preprínts),
distribuídas à comunidade de pares; após a publicação do artigo
em periódico haverá normalmente uma série de notícias sobre
ele, em veículos de alerta, índices e resumos e talvez, também,
MODELO TRADICIONAL DA COMUNICAÇÃO
CIENTÍFICA DE GARVEY E GRIFFITH (ADAPTADO)
Apresentação em seminários, colóquios
O artigo é indexado
Relatórios em boletins de alerta
Versões preliminares são
preliminares
distribuídas aos pares
Enviado a O artigo é O artigo é Citação e m O artigo Conteúdos aparecem
laieioda editor (e publicado em
pesquisa
indexado revisões aparece em textos didáticos,
avaliadores) periódico
em índices e bibliográficas citado na manuais, enciclopédias
para científico
avaliação
periódicos anuais (annuai literatura
de resumo revietvs)
Relatórios sio Registro (meneio) em
apresentados em lutas de trabalhos
congressos aceitos para publicação
Publicação Registros em Índices
em Anais de de trabalhos
congressos apresentados em
congressos
TEMPO
Readaptação da versão apresentada. HURD, Julie M. Models of scíentiíic communication. In: CRAWFORD, S. Y., HURD, J. M.,
WELLER, A. C. From print to electronic: the transformation of scientifíc communication. Medford: Information Today, Inc., 1996.
p.l 1. (ASIS Monograph Series)
em obras que realizam ensaios bibliográficos sobre as tendências
de pesquisa e desenvolvimento da área, tipo annual reviews. Se a
pesquisa teve o impacto desejado pelo seu autor, citações ao
trabalho começam a aparecer assim que o artigo se toma disponível.
Nesse modelo é fácil perceber que a informação flui por muitos
canais e que diferentes tipos de documentos são produzidos, cujas
características variam conforme o estágio da pesquisa e tipo de
público a que se destina e o objetivo de quem a comunica. Com
base em modelos como esse, os canais de informação foram clas-
sificados como canais informais ou canais formais.
Os canais informais apresentam uma série de características
comuns: são geralmente aqueles usados na parte inicial do contínuo
do modelo; é o próprio pesquisador que o escolhe; a informação
veiculada é recente e destina-se a públicos restritos e, portanto,
o acesso é limitado. As informações veiculadas nem sempre serão
armazenadas e assim será difícil recuperá-las. Exemplos tradicionais
são os relatórios de pesquisa, os textos apresentados em seminários
ou reuniões pequenas e mesmo os anais de alguns simpósios.
Os canais formais também apresentam uma série de carac-
terísticas comuns: permitem o acesso amplo, de maneira que as
informações são facilmente coletadas e armazenadas; essas infor-
mações são geralmente mais trabalhadas, correspondendo aos
estágios mais adiantados do contínuo do modelo. Ao contrário
dos canais informais, é o destinatário da mensagem e não o pes-
quisador que o escolhe e consulta. Enquanto os canais informais
permitem um bom nível de interação com o pesquisador, os canais
formais tradicionais geralmente não prevêem isso (MEADOWS, 1974).
Da mesma forma, os documentos (ou fontes) produzidos
ao longo do processo de pesquisa podem ser classificados como
primários, secundários e terciários.1 Documentos primários são
geralmente aqueles produzidos com a interferência direta do autor
da pesquisa. Considerando o contínuo do modelo de Garvey e
Griffith, estariam principalmente no início do processo, incluindo,
por exemplo, relatórios técnicos, trabalhos apresentados em
congressos, teses e dissertações, patentes, normas técnicas e o
artigo científico. Segundo GROGAN (1992), as fontes primárias,
por sua natureza, são dispersas e desorganizadas do ponto de vista
da produção, divulgação e controle. Registram informações que
estão sendo lançadas, no momento de sua publicação, no corpo
de conhecimento científico e tecnológico. As fontes primárias são,
por essas razões, difíceis de serem identificadas e localizadas.
Esse fato gerou o aparecimento das fontes secundárias, que
têm justamente a função de facilitar o uso do conhecimento dis-
perso nas fontes primárias. As fontes secundárias apresentam a
informação filtrada e organizada de acordo com um arranjo definido,
dependendo de sua finalidade. São representadas, por exemplo, pelas
enciclopédias, dicionários, manuais, tabelas, revisões da literatura,
tratados, certas monografias e livros-texto, anuários e outras.
As fontes terciárias são aquelas que têm a função de guiar
o usuário pára as fontes primárias e secundárias. São as bibliografias,
os serviços de indexação e resumos, os catálogos coletivos, os guias
de literatura, os diretórios e outras. Após a publicação do artigo
relatando a pesquisa em periódico científico, são principalmente as
fontes secundárias e terciárias que ocorrem no contínuo do fluxo.

I. Embora aqui considerados como fontes terciárias, os serviços bibliográficos são também
chamados de serviços secundários, com base em algumas classificações da literatura, cujos
autores consideram que há apenas dois tipos de fontes: primárias (a literatura propriamente
dita) e secundárias (os serviços bibliográficos).
Desde o desenvolvimento do modelo de Garvey e Griffith,
quase trinta anos atrás, houve um avanço enorme das tecnologias
da informação, que mudaram de maneira dramática alguns aspectos
da comunicação científica, oferecendo alternativas inovadoras para
cada ponto daquele modelo. Por exemplo, o uso do computador na
editoração e publicação de documentos tradicionais impressos pro-
piciou a emergência de bases de dados online e textos legíveis por
máquina; em seguida apareceram também periódicos inteiramente
eletrônicos. O computador pessoal ligado em rede abriu novas
possibilidades de comunicação pessoal — o correio eletrônico e
suas variações — enquanto as redes, especialmente a Internet, colocou
à disposição de pesquisadores formas de comunicação e divulgação
nunca antes sonhadas, oferecendo ainda possibilidades de conexão
entre textos, de busca, localização e aquisição de informação.
Em resumo, o modelo inicial proposto por Garvey e Griffith
já não representa tão bem o processo de comunicação científica
moderno. Todas as fases desse processo foram e continuam sendo
afetadas pelo emprego da tecnologia (CRAWFORD, HURT e
WELLER, 1996). O quadro geral está mudando e já se antevêem
formas de comunicação que provavelmente colocarão o periódico
tradicional em cheque, num futuro próximo.
As mudanças causadas pela tecnologia têm sido tão
abrangentes e inovadoras que até mesmo conceitos estabelecidos
como canais informais e canais formais são questionados por alguns
autores, que alegam já não ser possível distinguir com clareza as
diferenças entre eles. De fato, tornou-se difícil definir o que seja
comunicação formal e informal, documento primário ou secundário.
Dada a importância da literatura especializada para uma deter-
minada área de conhecimento, a sua identificação, coleta, organização
e preservação estão entre as responsabilidades mais importantes do
profissional da informação. Não é uma tarefa muito fácil pois, como
foi dito, o volume de publicações é muito grande e continua a crescer,
e os formatos em que ocorrem estão também em evolução, com-
plicando a identificação do material pertinente. Faltam instrumentos
de busca adequados e abrangentes, especialmente quando a questão
envolve pesquisas produzidas no Brasil.
Apesar de toda a evolução tecnológica — e mesmo por
causa dela — a necessidade de se conhecer as fontes e saber
identificar e promover o acesso à informação pertinente continua
sendo tão importante quanto sempre foi para os profissionais
que se dedicam ao atendimento do usuário. A finalidade deste
manual é contribuir para isso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CRAWFORD, S. Y., HURD, J. M., WELLER, A. C. From prínt to electronic: the


transfomnation of scientific communication. Medford: Information Today, 1996.
(ASIS Monograph Series).

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HURD, Julie M. Models of scientific communication. In: CRAWFORD, S. Y„ HURD,


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