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Ativ 03 Linguagem

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ATIVIDADE – AULAS 05 e 06 (2.

5)
Você deverá responder as questões e enviá-las por meio do Portfólio
- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em
caso de dúvidas, deixe recado no QUADRO DE AVISOS.
ATENÇÃO AO PRAZO PARA ENVIAR ESTAS
ATIVIDADES: DIA 7/5. NÃO SERÁ PRORROGADO.

Copie, no quadro abaixo, as letras correspondentes às suas


respostas.

RESPOSTAS:
1 - C 2- C 3- B 4- D 5- C 6- A 7- B 8-A 9- D 10-B

COERÊNCIA E COESÃO
1) Leia a letra de Águas de março.

É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um caco de vidro
É a vida, é o sol
[...]

Analise as seguintes afirmações a respeito da coerência e da coesão.

I – Embora a letra seja de Tom Jobim, um dos maiores compositores brasileiros, ela
apresenta grave erro de falta coesão.
II – A letra da música em questão não apresenta problema de coerência porque é
possível construir sentido.
III – A falta de coesão não impede a existência da coerência, pois permite, ao leitor, a
compreensão das ideias.
IV – Não é possível a construção de sentido sem coesão e coerência presentes no
texto.

Está correto apenas o que se afirma em :

a) I e III
b)I e IV
c) II E III
d) II e IV
e) I , II e III

2) O trecho abaixo apresenta problemas de coesão, uma vez que as palavras “mãe” e
“menino” foram, excessivamente, repetidas. Assinale a opção em que, após utilizar os
recursos coesivos apropriados ( anáfora, catáfora, elipse, conector e expansão
lexical), o texto ficou bem escrito.

A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado,
arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não
se voltasse para ver o menino, o menino deu uma corridinha em direção ao quarto do
menino.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu, o menino com o ar mais natural que foi possível ao menino.
– Que é que você está carregando aí?
Como a mãe podia ter visto alguma coisa, se a mãe nem levantara a cabeça?
Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: o menino estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar
comover a mãe. O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe
o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote… (Fernando Sabino adaptado)

a) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio


ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como
a mãe não se voltasse
Para ver ele, o menino deu uma corridinha em direção ao próprio quarto.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu, o menino com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como a progenitora podia ter visto alguma coisa, se ela nem levantara a cabeça?
Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: o menino estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar
comover a senhora. O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à
mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…

b) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio


ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como
a mãe não se voltasse para ver o menino, deu uma corridinha em direção ao quarto do
menino.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu ele com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como a mãe podia ter visto alguma coisa, se ela nem levantara a cabeça? Sentindo-
se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comover a mãe.
O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava
carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…

c) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio


ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como
a mãe não se voltasse
Para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu quarto.
– Meu filho? – gritou ela.
– O que é – respondeu, com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido,
tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comovê-la. Veio
caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…

d) A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio


ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como
a mãe não se voltasse para ver o filho, deu uma corridinha em direção ao quarto do
menino.
– Meu filho? – gritou a mãe.
– O que é – respondeu o menino com o ar mais natural que lhe foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como a mãe podia ter visto alguma coisa, se ela nem levantara a cabeça? Sentindo-
se perdido, tentou ainda ganhar tempo.
– Eu? Nada…
– Está sim. Você entrou carregando uma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comover a mãe.
O menino veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava
carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote…

3. No excerto a seguir, aparecem vocábulos destacados. Preencha as lacunas com o


tipo de mecanismo de coesão, isto é, anáfora, catáfora, elipse, conector e expansão
lexical que corresponda a cada um desses vocábulos e marque a opção que
corresponde, respectivamente, à resposta correta..

Cientistas como o geneticista britânico Steve Jones estão irritados com o


semidocumentário A Marcha dos Pinguins. Um dos grandes sucessos do ano, o filme
(_________________________), que conta a história de uma família de aves, foi
adotado pelos moralistas americanos como exemplo de comportamento politicamente
correto. Ele (________________________________) mostra casais de pinguins muito
fiéis, que cuidam carinhosamente dos filhos e formam uma sociedade ordeira. E a
ideia de que pinguins adotam filhotes órfãos, frequentemente divulgada, não é muito
precisa, pois 53% das adoções são na verdade sequestros. Ah, sim, eles
(_________________________) são bonitinhos. (Época, n.407, p.204. Adaptado)

a) elipse, anáfora e catáfora


b) expansão lexical, elipse e catáfora
c) expansão lexical, anáfora, anáfora
d) anáfora, catáfora, catáfora
e) elipse, expansão lexical, anáfora.

4. A coerência textual diz respeito ao sentido do texto. Analise o texto a seguir e


marque a opção correta.

“O pai do Joãozinho ficou apavorado quando este lhe mostrou o boletim.


- Na minha época, as notas baixas eram punidas com uma boa surra!
- Boa, pai! Que tal apanharmos o professor na saída, amanhã?”
(www.piadasonline.com.br.Acesso 30mar2016)

I – Nessa piada, há uma incoerência porque o ato de fala do filho não é decorrente do
ato de fala do pai.
II – O texto mostra a ameaça do pai e, em vez do medo do filho o que se vê é o
entusiasmo do filho, o que é incoerente.
III – A incoerência consiste no fato de que o filho faz um julgamento errôneo sobre
quem levaria a surra.

IV – A incoerência deve-se à falta de coesão pela repetição da palavra “boa”.


(TERCIOTTI, 2011, p.41. Adaptado)

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I e II
b) II e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, II, III e IV

5. Os trechos abaixo compõem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os para


que componham um texto coeso e coerente e indique a opção correta.

( ) Como aparelho, ela é extremamente cômoda, na medida em que torna muito fácil
o acesso à distração. É um “eletrodoméstico” prático: basta apertar o botão e funciona.
Não é preciso locomoção para assistir ao espetáculo, não são necessários quaisquer
aparatos físicos para usufruir do lazer.

( ) Francys Vanoye considera a televisão o mais poderoso meio de comunicação de


massa do século XX ( e até de todos os tempos), quanto aos elementos que veicula,
tendo-se em vista o alvo visado, ou seja, o destinatário coletivo virtual.

( ) Frequentemente, surpreende-se o apresentador de TV como um amigo dos de


casa, alguém que vai fazer uma visita e trazer novidades. Dessa forma, a ideia da
televisão é, em resumo, como a de uma visitadora da família, o que constitui um fato
cômodo para o poder dominante. ( CAMPEDELLI, Samira. A Telenovela.2001, p.5.
Adaptado).

( ) Os conceitos apresentados não se chocam entre si. Antes, complementam-se. A


televisão é o maior entretenimento de “sala de estar” no Brasil. Qualquer casa classe
média brasileira tem o seu aparelho localizado nesse recinto ou na “sala de televisão”.

( ) Diante da pergunta sobre o que é a televisão, a resposta vem sempre de forma


irônica, da parte de muitos teóricos da comunicação: ela seria uma espécie de
liquidificador cultural, isto é: um eletrodoméstico capaz de misturar e diluir cinema,
teatro, música, literatura num único espetáculo, oferecendo, assim, uma reforçada
vitamina eletrônica para o público.

a) 5, 4, 3, 2, 1
b) 2, 4, 3, 1, 5
c) 4, 3, 5, 2, 1
d) 3, 2, 5, 4, 1
e) 1, 3, 4, 2, 5

6. A questão a seguir toma por base o seguinte texto.

Tradicional defensor de instrumentos ortodoxos de política econômica, o


Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu o uso de controles de capital para
combater a formação de bolhas financeiras e o fluxo exagerado de investimentos
estrangeiros que valorizam excessivamente as moedas nacionais em relação ao dólar.
Entre as opções, está a tributação do ingresso de recursos, caminho escolhido pelo
Brasil, que elevou de 4% para 6% a alíquota do imposto de operações financeiras
(IOF) nas aplicações de renda fixa. Outra possibilidade é a proibição de retirada do
dinheiro por um tempo determinado, como fez o Chile. Por enquanto a equipe
econômica brasileira resiste em adotar este passo, pois, para o economista americano
J. L., o reforço no balanço orçamentário e as ações de caráter mais estrutural são,
muitas vezes, as respostas mais adequadas para o aumento de fluxos. “Mas pode
haver circunstâncias em que os controles cambiais sejam úteis, numa medida
temporária, para lidar com esse crescimento de capital”, afirma.

(Adaptado de Correio Braziliense, 19 de outubro de 2010)

Na organização das relações de coesão e coerência no texto, a expressão

a) “caminho escolhido pelo Brasil” retoma a ideia de “tributação do ingresso de


recursos”.
b) “fluxo exagerado de investimentos estrangeiros” retoma a ideia de “bolhas
financeiras”.
c) “ações de caráter mais estrutural” retoma a ideia de “bolhas financeiras”.
d) “controles cambiais” retoma a ideia de “ações de caráter mais estrutural”.
e) “esse crescimento de capital” retoma a ideia de “aplicações de renda fixa”

TIPOS TEXTUAIS
7. Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general
de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia
jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do
general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro
para dar um jeito nos filhos do sueco.

O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à


delegacia.

O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um
importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que
realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da
mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado
tinha a dizer-lhe o seguinte:

— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o
que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS?
Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa
chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é
este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende,
como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no
duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram
incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o
senhor.[...]
Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto acima, pode-se
afirmar que se trata de uma:

a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo


objetivo, com intenção de informar ou esclarecer.

b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar,


envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.

c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em
argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.

d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações,


pelo uso expressivo de adjetivos.

e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem
simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.

8. A leucemia é uma doença maligna que acomete a medula óssea, local onde as
células do sangue são produzidas. Os glóbulos brancos (leucócitos) são as células
atingidas, que passam a se reproduzir de forma descontrolada, ocasionando os sinais
e sintomas da doença.
O desenvolvimento da doença começa em diversos pontos, levando a subtipos
distintos, que respondem de forma diferente ao tratamento. Esta heterogeneidade é
raramente levada em conta em terapias, por isso ainda é essencial para procurar
novos medicamentos específicos para os subtipos de leucemia ou até mesmo para os
casos de terapia-resistente.
Um grupo de alunos e professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) em
parceria com Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), descobriram três moléculas que
podem combater a leucemia. O grupo, coordenado pelos professores Fernando de
Carvalho da Silva e Vitor Francisco Ferreira, do Instituto de Química da UFF,
pesquisa o tema há seis anos, trabalhando com as chamadas quinonas - substâncias
orgânicas coloridas presentes na natureza. Os estudos estão em torno do
conhecimento do funcionamento das moléculas e suas atividades biológicas
e anticancerígenas, no caso da leucemia as células leucêmicas.
Uma das moléculas estudadas são as naftoquinonas (NQ) considerados estruturas
privilegiadas na química medicinal devido à sua multiplicidade de atividades
biológicas, incluindo efeitos antimicrobianos e anticancerígenos. Apesar da
importância científica da descoberta, este trabalho é apenas um embrião de um
trabalho maior, cujo objetivo é a descoberta de um novo medicamento
Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto acima, pode-se
afirmar que se trata de uma:

a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo


objetivo, com intenção de informar ou esclarecer.

b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar,


envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.

c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em
argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.

d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações,


pelo uso expressivo de adjetivos.

e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem
simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.

9. O trecho que segue foi extraído do conto “A menina e o pássaro encantado”, de


Ruben Alves:

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor
amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se
embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava
livre e vinha quando sentia saudades…[...]

Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer que a organização
predominante é

a) argumentativa
b) descritiva
c) expositiva
d) narrativa
e) poética

10. Leia o texto abaixo:

O rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro da Samarco ocorrido em


05/11 pode ser considerado o maior desastre ambiental já causado pelo homem no
Brasil. Um número relativamente pequeno de vítimas frente à dimensão do evento,
seguido por uma comoção mundial frente aos atentados terroristas em Paris que
ocorreram na semana seguinte serviram para desviar as atenções do problema
brasileiro. Similar ao que ocorreu quando do assassinato do então prefeito Toninho de
Campinas, morto um dia antes do ataque às Torres Gêmeas em Nova Iorque, cuja
atenção mundial acabou sombreando a morte do ex-prefeito.
No entanto, o evento de Mariana serviu para mostrar a negligência e a inoperância dos
órgãos governamentais frente aos eventos desta natureza. Mesmo para quem não tem
formação técnica, um simples passeio pela região mineradora e siderúrgica de Minas
Gerais mostra a degradação ambiental em todas suas formas: uma forte
contaminação atmosférica associada a um passivo ambiental visível nos solos e
águas, onde a fiscalização pelos órgãos governamentais (DNPM e FEAM) fica muito
aquém do esperado. Nestas regiões a riqueza é para poucos, enquanto que a
degradação ambiental é democratizada. Se as Normas Reguladoras da Mineração
estivessem sendo seguidas na sua totalidade pela Samarco, este evento não deveria
ter ocorrido.
Quando o mar de lama desceu como uma avalanche para atingir o rio Doce, levando
tudo no seu caminho, o governo descobriu que não sabia como agir, e começou o
festival de barbaridades que não deve terminar tão cedo. Ibama, Ministério Público
Federal e Estadual, agências ambientais estaduais, concessionárias de água,
aventureiros, cada um falando sua linguagem própria. Afinal, qual era mesmo o
material contaminante?
A primeira ação conjunta que se esperava do governo era a identificação rápida e
precisa do material que jorrou da barragem. Granulometria, densidade, composição
química, potencial de lixiviação de intoxicantes, dentre outros para só assim poder
avaliar os possíveis impactos para a saúde humana e a biota. Como isso não foi feito,
surgiram especulações sobre a toxicidade, o arsênio se tornou metal (é um metaloide),
o material particulado se tornou solúvel, e assim o mar de lama invadiu também o bom
senso. Isso mostra a inoperância do governo, incapaz de colocar um único
interlocutor para coordenar as ações remediativas. Interessante é que tanto na UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais) como na UFOP (Universidade Federal de
Ouro Preto) há uma série de dissertações e teses que mostram a caracterização e
reuso desta lama. Mas parece que a desinformação é mais interessante do que a
informação.
O ápice do festival de barbaridades técnicas foi o uso de boias de contenção de
material flotante (principalmente óleos e borras de derrame de petróleo) para conter o
material particulado que compõem o rejeito, o qual tem um diâmetro médio de 10 µm,
e evitar sua dispersão no mar. Só faltou alguém sugerir o uso de um grande macaco
hidráulico para levantar a foz do rio Doce e fazer o rio correr para a cabeceira. Humor
à parte, o desencontro é tão grande que não seria possível descartar esta
eventualidade.
O material mais fino que compõe a lama de rejeitos irá se dispersar com o tempo ao
longo do rio e no mar, causando um impacto transiente que já mostrou sua força. O
fato é que temos agora um passivo ambiental residente de grandes proporções para
tratar, visando restaurar ao máximo suas condições pré-acidente. A lama, contendo
uma parcela apreciável de sílica, devastou as matas ciliares e ali se depositou, pelo
menos em pontos mais próximos à barragem, e deve impedir a recomposição destas
matas se não for removida ou recoberta com solo fértil. O leito do rio Doce recebeu
uma quantidade de rejeito que deve atuar como se fosse um selo físico, impedindo
trocas na interface água/sedimento, processo esse de vital importância para a saúde
do sistema aquático.
A recuperação desta bacia é processo de longo prazo, e somente terá sucesso se
houver um plano de ação coeso, envolvendo vários atores que trabalhem num projeto
factível, integrado, multidisciplinar, usando ao máximo todo o conhecimento que já
está disponível visando o sucesso desta remediação. E por favor, esqueçam as
técnicas mirabolantes e pirotécnicas, e concentrem-se na fiscalização efetiva e na
prevenção. (Wilson de Figueiredo Jardim é professor aposentado do
Departamento de Química Analítica (DQA), do Instituto de Química da Unicamp)
a) é uma dissertação argumentativa sem passagens descritivas.
b) mistura dissertação com narração, com predomínio da descrição.
c) mistura descrição com narração, com predomínio da narração.
d) é uma dissertação argumentativa com pequenos trechos descritivos.
e) mistura descrição, narração e dissertação, com predomínio da descrição e da
dissertação.

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