Perovskita PDF
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Estudo sobre a
Estrutura
Perovskita
Cadeira de Materiais Cerâmicos
Julho de 2007
Professor: Fernando Cosme Rizzo
Aluno: Everton Rangel Bispo
Sumário
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Título página
I - INTRODUÇÃO 3
IV- PESEUDO-PEROVSKITAS 9
IV-b PZT 14
Bibliografia 21
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I - Introdução
Figura 01. Estrutura da Perovskita. As esferas vermelhas são de átomos de oxigênio, azul-
escuro cátions menores de metal e verde/azul são cátions maiores de metal.
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As perovskitas são óxidos em geral ABO 3 e estrutura cúbica. O sitio A
pode ter número de Oxidação +3, +2, +1, já sitio B pode ter nº de oxidação +3,+4 ou
+5. Misturas de sítios de oxidação podem existir no sítio B. Algumas perovskitas tem
despertado grande com as fórmulas de Sr FeO3 e BaFeO3 , onde o ferro se encontra
no estado, Fe+4 .
2 - Muitas perovskitas são cúbicas. Estas são denominadas perovskitas ideais. Outras
são distorções da rede cúbica, como tetragonal, ortorrômbica e romboédrica.
3 - A perovskita ideal possui um cátion maior, tão grande quanto o ânion. O cátion
maior está coordenado a 12 ânions e está no centro de um cubo cujos vértices estão
ocupados pelos cátions menores. Estes cátions menores formam octaedros com os
ânions e estes octaedros estão interconectados através dos vértices. Os cátions
maiores ocupam o interstício destes octaedros.
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II- Perovskita Cúbica
Figura 2 - Célula unitária de uma estrutura perovskita (a) e a mesma estrutura visualizada a
partir dos octaedros BO6 (b).
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As vezes é conveniente visualizar a estrutura do ponto de vista do cátion
B como na Figura 1b, que ilustra unidades de octaedros (BO6) compartilhando os
vértices. A configuração da Figura 1b ilustra o esqueleto estável da estrutura
perovskita, permitindo uma analise de longo alcance da interação dos átomos que
compõem a rede cristalina. Os octaedros têm seus eixos orientados ao das arestas da
cela unitária e estão unidos pelos vértices formando um arranjo tridimensional que
possui grandes buracos que são preenchidos por átomos do tipo A. O cátion A é o
maior dos dois cátions e ocupa a posição central sendo rodeado por 12 átomos de
oxigênio, numa coordenação dodecaêdrica. Cada átomo B está rodeado por 6 átomos
de oxigênio e quatro cátions A. As posições equivalentes dos átomos na estrutura
perovskita cúbica é dada na Tabela 1.
Ions posição
A 0,0,0
B 1/2, 1/2, 1/2
O 0, 1/2, 1/2 1/2, 0, 1/2 1/2, 1/2, 0
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III- Estabilidade das estruturas perovskitas
onde RA, RB, RO são os raios iônicos dos respectivos átomos. Devido a sua
geometria a estrutura cúbica ideal tem t=1. Assim o fator de tolerância mede o quanto
uma estrutura desvia-se da estrutura cúbica ideal. Na prática, as estruturas que
possuem um fator de tolerância entre 0,95 < t < 1,0 são consideradas cúbicas.
Enquanto aquelas que apresentam um baixo valor de tolerância são levemente
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distorcidas, mas não são ferroelétricas, e as que exibem t > 1 tendem a ser
ferroelétricas.
O valor de t a pressão e temperaturas ambientes podem ser calculados a
partir da soma dos raios iônicos empíricos. Porém, os comprimentos de enlace de
equilíbrio A-O e B-O tem compressibilidade e expansão térmica diferentes. Desta
forma, t(T,P)=1 só pode ocorrer para uma dada temperatura e pressão. No caso t<1 o
enlace B-O fica sob compressão e o enlace A-O sob tensão. Para aliviar esta tensão
da estrutura os octaedros devem sofrer uma rotação abaixando a simetria da cela
unitária de cúbica para romboédrica ou ortorrômbica, por exemplo. Por outro lado se
t>1 coloca-se o enlace B-O sob tensão e o enlace A-O sob compressão e mais uma
vez a estrutura deve abaixar sua simetria para aliviar a tensão.
Figura 3 - Esboço das transições estruturais que ocorrem com a estrutura perovskita com o
aumento da temperatura. Da esquerda para direita temos as estruturas; romboédrica,
monoclínica, tetragonal e cúbica.
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IV- Pseudo-perovskitas
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quando estão em uma forma distorcida, representam à estrutura pseudo-peroviskita
(Figura 5b) [1].
(a) (b)
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um período mais prolongado. Algumas CaCOS-TI que utilizam metanol direto como
combustível e operam em torno de 500 °C estão contribuindo significativamente para
as pesquisas nesta área. A operação em temperaturas intermediárias necessita da
seleção de materiais apropriados para todos os seus componentes, principalmente
para a interconexão [1].
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citratos.
O método sol gel é adequado para obtenção de pós com características
adequadas [1], entretanto, os precursores alcoóxidos sol gel são bastante sensíveis à
umidade e a manutenção da sua característica de estado é curta, de forma que,
normalmente, segundo a literatura, provoca trincas nos filmes poliméricos durante a
etapa de secagem. Nos últimos anos, a técnica dos citratos, derivada do método
PECHINI [1], vem sendo amplamente adotada para obtenção de precursores
poliméricos para deposição em substratos.
Para iniciar esta parte do trabalho é interessante lebrar o que já foi dito
na parte introdutória que os óxidos tipo perovskitas têm a fórmula geral ABO 3 , sendo
A um cátion grande tal como os metais alcalinos, os alcalinos terrosos e as terras
raras; B um cátion menor, tal como um metal de transição [2]. As perovskitas mais
comuns são aquelas em que A é um cátion de um elemento terra rara com estado de
oxidação +3 e B um metal de transição no mesmo estado de valência. Esses materiais
possuem uma estrutura bem definida, sendo a perovskita ideal do tipo cúbico.
Entretanto, essas estruturas aparecem freqüentemente distorcidas, principalmente
para as simetrias ortorrômbicas e romboédricas. É possível realizar substituições
parciais dos cátions A e B sem alterar a estrutura fundamental da perovskita. Muita
atenção tem sido dada às perovskitas à base de lantânio (LaBO3), B = Co ou Mn,
devido à sua alta atividade e estabilidade térmica em reações de oxidação de
hidrocarbonetos. No caso do cobalto, as perovskitas correspondentes são
denominadas de cobaltitas de lantânio (LaCoO3) e no caso do manganês, de
manganitas de lantânio (LaMnO3). Essas perovskitas chegam a ter atividades
comparáveis às dos metais nobres. Entre as perovskitas de lantânio a manganita é a
única rica em oxigênio. De outro lado, as manganitas podem tornar-se deficientes em
oxigênio pela introdução de um outro sítio catiônico B, como é o caso do ferro [2].
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O interesse inicial pelo estudo desses materiais foi motivado por suas
propriedades ótica, elétrica e magnética no inicio da década de 70 até os dias atuais.
Comercialmente, as perovskitas de elementos terras raras têm sido muito aplicadas na
fabricação de eletrodos. Na catálise, vários trabalhos na área ambiental têm
demonstrado a versatilidade das perovskitas contendo Co e Mn como metais de
transição. Assim, as perovskitas tem sido aplicadas na redução seletiva de óxido
nítrico com propeno, na oxidação de CO e hidrocarbonetos, na redução de NO com
CO ou hidrogênio para produzir CO2 e N2. Outras aplicações, tais como combustão do
metano, acoplamento oxidativo de alcanos, hidrogenação e hidrogenólise de
hidrocarbonetos e oxidação da amônia, evidenciam a importância dos óxidos do tipo
perovskitas.
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decréscimo da área superficial, mas também da densidade de defeitos superficiais,
esses provavelmente ativos como sítios catalíticos de oxidação/redução [2].
IV-b PZT
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Dentre os processos químicos, o método dos precursores poliméricos
tem sido amplamente utilizado para síntese de pós cerâmicos de óxidos complexos,
tais como PZT, PMN, PZN, SBT e SBN. O processo de complexação dos cátions
conduz a uma maior homogeneidade e possibilita a obtenção de fases cristalinas em
temperatura mais baixas que as encontradas por mistura de óxidos; permite também a
produção de pós com grande reatividade superficial e estreita faixa de transição
morfotrópica [3]. Este método permite controlar pequenas variações da composição
química, e portanto possibilita estudar os efeitos de dopantes e do processamento
sobre as propriedades finais do material.
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IV-c Propriedades Piezoelétricas
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grande potencial para aplicações em computação ótica, dispositivos de ondas
acústicas superficiais, transdutores piezoelétricos e sensores piroelétricos [4].
O posicionamento dos íons Ba 2+, Ti4+ e O2-, dentro da célula unitária, são
responsáveis pelas propriedades eletrônicas e óticas desta cerâmica [5]. Os íons de
Ba2+ são localizados nos vértices da célula unitária de simetria tetragonal. O momento
dipolar resulta dos deslocamentos dos íons Ti4+, no qual pode escolher entre duas
posições. Como nenhuma das posições está no centro da célula unitária, o centro das
cargas positivas não coincide com o das cargas negativas, tem-se um dipolo elétrico.
Os íons O2- estão localizados próximos, porém, ligeiramente abaixo dos centros de
cada uma das seis faces. Dessa forma, um momento dipolar iônico permanente fica
associado a cada célula unitária. Entretanto, quando o titanato de bário é aquecido a
uma temperatura acima de 120ºC (temperatura Curie ferroelétrica), a célula unitária se
torna cúbica e todos os íons assumem posições simétricas. O material adquire
estrutura cristalina da perovskita e o comportamento ferroelétrico deixa de existir.
Contudo, ele exibe propriedades piezoelétricas, ou seja, alinha seus dipolos elétricos
em uma única direção, dando origem a um campo elétrico orientado, após aplicações
de forças externas. Quando as amostras SrTiO3 e BaTiO3 puras são excitadas por
uma radiação superior à energia de “gap”, que normalmente variam de 3,0 a 3,2 eV
para BaTiO3 e 3,4 para SrTiO3, uma larga faixa luminescente aparece em baixas
temperaturas [4-5]. Titanato de estrôncio (ST) é um tipo-perovskita conhecido como
óxido paraelétrico com uma grande constante dielétrica, que recentemente tem atraído
bastante atenção devido a suas excelentes propriedades dielétrica, fotoelétricas e
óticas [5]. Titanato de bário (BT) cerâmico é um típico de material ferroelétrico que é
usado extensivamente em multilayer ceramic capacitors (MLCCs), positive
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temperature coefficient (PTC), termistores e em transdutores piezelétricos. Quando
íons de Ba2+ no BT são substituídos parcialmente por íons de Sr2+, a temperatura de
Curie pode ser linearmente ajustada no sistema BaxSr1-xTiO3 (BST) para x < 0.75 [4]. O
titanato de bário estrôncio possui uma constante dielétrica elevada acoplada com boa
estabilidade térmica. Conseqüentemente, é um material interessante para aplicações
tais como (MLCCs), sensores piezelétricos e dynamic random access memories
(DRAM) [3,5]. Muitos são os processos de preparação de partículas de BST: sol-gel,
coprecipitação, método precursor polimérico, precursor de citrato etc. Os métodos tais
como co-precipitação e sol-gel têm igualmente suas desvantagens. O processo solgel
utiliza precursores caros e exige o controle cuidadoso da atmosfera. O processo de
co-precipitação é limitado às soluções do cátion com os produtos de solubilidade
similares. Para o método de Pechini (precursor polimérico), contudo ter um baixo
custo, a desvantagem deste método está na possível formação de fases constantes de
carbonato durante a decomposição do material orgânico [5]. Com uma temperatura de
decomposição superior a 727°C, o carbonato de bário é altamente estável e se forma
facilmente durante a remoção do índice orgânico [5]. O método citrato precursor
consiste na utilização de ácido cítrico, devido muitos elementos ser completamente
solúveis em ácido. Estes métodos não são eficientes, pois o pó obtido apresenta
problemas como deficiente homogeneidade química, distribuição não uniforme de
tamanho de grãos, estequiometria não desejada, impurezas, reações de longo tempo
em altas temperaturas levando a um incremento no custo de energia [5]. Um processo
alternativo de síntese é o método hidrotermal assistida por microonda (HTMW), que
tem sido aplicado recentemente para preparar nanopartículas, utilizando um forno de
micro-ondas doméstico adaptado. Na sinterização de materiais cerâmicos o uso das
microondas permite a redução no tempo de processamento, economia da energia e
melhoria na uniformidade da microestrutura dos pós-cerâmicos. A técnica permite o
controle do tamanho de grão, devido ao fato do processo ocorrer em tempos e
temperaturas menores, comparado com outros métodos, evitando um crescimento do
grão indesejável [5].
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IV-e Perovskitas precursoras usadas para geração de óxidos supercondutores
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Figura 06. Estrutura cristalina do BaBiO3. Esferas pretas - Oxigênio, dentro do
tetraedro temos os cátions de bário e as esferas brancas representam os cátions de Bismuto.
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BIBLIOGRAFIA
[1] R. Chiba, ¹ M. Andreoli, ¹ E.S.M. Seo, R.A. Vargas, “Síntese e Caracterização dos Pós de
Nd1-xSrxMnO3 e La1-xSrxCo1-yFeyO3”, Revista Matéria, v. 12, n. 1, pp. 8 – 21, 2007.
[02] Silva,Paulo Roberto Nagipe da. “Emprego de óxidos tipo perovskita nas oxidações
do propano e CO, LaMnO3 on calcination at 600 °C”. Quím. Nova vol.27 no.1 São
Paulo Jan./Feb. 2004.
[5] R.A. Silva;A.E. Souza; M.L. Moreira; D.P. Volanti; E. Longo; S.R. Teixeira. Síntese de nano-
partículas de titanato de bário estrôncio utilizando o método hidrotermal assistido por
microondas. http://www.metallum.com.br/53cbc/Trabalhos_Completos/02-050.pdf
[6] Robert J. Cava. “Oxide Superconductors”. Department of Chemistry and Materials Institute,
Princeton University, Princeton, New Jersey 08544 J. Am. Ceram. Soc., 83 [1] 5–28 (2000).
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