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Água
A água existe de forma abundante nos 3 estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Pode
desempenhar várias funções como termorregulação, transporte, regulação do pH, mas nos
alimentos funciona apenas como: reagente e meio reaccional e estabilizadora da conformação
de biopolímeros (proteínas, lípidos, glícidos).
A água, de fórmula química H2O, é uma molécula assimétrica e polar devido à forte
electronegatividade do átomo de oxigénio. Devido às fortes forças intermoleculares, a água
apresenta valores elevados de ponto de ebulição, pondo de fusão, tensão superficial. Tal deve-
se à possibilidade de formação de pontes de hidrogénio entre diferentes moléculas de água.
Cada molécula de água é capaz de formar pontes de hidrogénio com 4 moléculas de água
vizinhas, tendo por base a atracção electrostática que se estabelece entre grupos com cargas
parciais de sinal contrário (o oxigénio de carga parcial negativa interage com um átomo de
hidrogénio, de outra molécula de água, com carga parcial positiva). A água, ao estabelecer
pontes de hidrogénio com quatro outras moléculas, origina uma estrutura tetraédrica. No
entanto, as 4 ligações não são exactamente de igual foça e estabilidade:
As ligações 1 e 3 são mais fortes porque a ligação O-H é linear com o átomo receptor
(oxigénio receptor está no vector eléctrico da ligação O-H)
Simples: quando o solvente estabelece com o soluto ligações iguais às que o soluto
estabelece entre si, existindo uma atracção electrostática entre ambas. É o caso da
dissolução de açúcares ou álcoois em água.
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Ionização: é o caso da dissolução de sais, em que a capacidade de dissolução do sal por
um determinado solvente é dada pela lei de Coulomb
F = (e1e2)/Dx2
Livre: responsável pelo carácter da água como reagente e meio reaccional, isto é, a
água que permite a alteração do alimento por microorganismos ou reacções químicas.
A quantificação de água livre é conseguida através de medição da actividade da água,
sendo fundamental para a análise de susceptibilidade do alimento.
n2 = GΔTf/1000Kf
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A actividade da água depende da temperatura e da humidade do meio. Esta relação é
dada pela equação de Clausis-Clapeyron:
aw = dln(aw)/d(1/T) = -ΔT/R
T = temperature absoluta
Nota:
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Pela interpretação da isotérmica a água pode ser classificada em 3 tipos:
Tipo I corresponde à água ligada, também sendo conhecida como água de hidratação.
Está absorvida na superfície das moléculas, sendo imóvel. Não exerce efeito de
solvente pelo que não congela. As forças de adsorção envolvidas incluem as ligações
iónicas e as forças de Van der Waals. Comporta-se como parte integrante do alimento,
correspondendo à fracção mais pequena de água total. É caracterizada por baixos
valores de actividade
Tipo II corresponde à água multicapa, ou seja, a camada de água que se dispõe sobre a
água ligada para formar uma envoltura hidratada. A maioria desta água não congela.
Corresponde a 5% da água total do alimento.
Nota:
Tendo em conta a quantidade de água que um alimento encerra, estes podem ser classificados
em:
III alimento com elevado teor em água (ex: fruta, legumes, carne, peixe)
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As alterações no alimento podem ser provocadas por:
Reacções químicas como oxidação lipídica, escurecimento devido a oxidação pelo ar,
actividade enzimática
1 = oxidação lipídica
3 = actividade enzimática
4 = crescimento de fungos
5 = crescimento de leveduras
6 = crescimento de bactérias
Assim, para evitar a degradação do alimento este deve ser conservado com níveis de
actividade da água baixos (ou seja, pouca água livre). Tal pode ser conseguido através de:
Adição de açúcar o açúcar estabelece ligações covalentes com a água, que assim
fica ligada.
Para cada amostra existem vários métodos analíticos possíveis que devem ser
escolhidos consoante o objectivo da análise (precisão e sensibilidade) e as características da
amostra (estado físico, solubilidade, estabilidade térmica)
Karl-Fisher:
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Proteínas
Os aminoácidos unem-se entre si para formar cadeias polipeptídicas que, por sua vez,
se organizam para conferir a conformação mais estável à proteína.
As proteínas podem ser classificadas de acordo com vários parâmetros, como por
exemplo:
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As proteínas alimentares são aquelas que são ontidas através da ingestão de
alimentos, constituindo um grupo de nutrientes básicos. São moléculas pouco energéticas
devido à forte composição em azoto, que não sofre oxidação.
Proteínas do tecido conjuntivo -> como o colagénio e elastina que conferem a dureza à
carne
Quando o animal morre deixa de respirar e como tal a pressão parcial de oxigénio
diminui. Na ausência de oxigénio a respiração aeróbia cessa sendo substituída pela
fermentação, verificando-se uma grande diminuição da produção de ATP.
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Para a fermentação ocorrer são mobilizadas as reservas de glicose do animal (que
existe sob a forma de glicogénio). Apesar de menos rentável energeticamente, a fermentação
origina algum ATP e ácido láctico.
Como não há ATP o ciclo das pontes cruzadas não se completa, mantendo-se a ligação
entre a actina e a miosina (e o cálcio no sarcoplasma). Nesta forma ligada as miofibrinas não
retêm água, o que agrava a dureza e rigidez da carne já conferida pelo “rigor mortis”. Nesta
forma a carne não consegue ser consumida, sendo necessário que ocorra todo um processo de
maturação da carne para que isso seja possível.
Nestes casos, a carne permanece muito dura (como resultado da rigidez cadavérica
não desfeita) e com pouca água (porque permanecendo as miofibrilhas ligadas entre sim não
se conseguem ligar à agua que tornaria o alimento mais tenso).
Uma outra alteração que ocorre no tecido muscular com a morte do animal é a
conversão da oximioglobina (mioglobina oxigenada existente na carne fresca) com cor
vermelha viva em metamioglobina (mioglobina oxidada) com cor castanha, Tal conversão
deve-se à diminuição da pressão parcial de oxigénio que provoca a falta de oxigénio para se
ligar ao ferro da mioglobina, ficando a mioglobina oxidada.
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sensíveis, sofrem degradação mais facilmente e só por acção do ácido láctico. Desta forma, a
carne do peixe nunca é tão dura.
Nas aves a carne também é sempre menos dura, mas desta vez tal deve-se ao pouco
colagénio e tecido conjuntivo que possui. Como a locomoção das aves envolve menos esforço
que a dos mamíferos, apresentam menos tecido conjuntivo e fibras musculares com menos
pontes cruzadas.
O ovo é outra importante fonte proteica, sendo a sua principal proteína a ovalbumina.
A carne, peixe, ovo, leite e derivados são ricos em proteínas mas são normalmente
consumidos após alguma transformação, ou de fabrico, armazenamento ou culinária. Essa
transformação pode ser benéfica quando desnatura a proteína já que ao fazê-lo facilita a sua
digestão. Contudo o processo pode ser demasiado duradouro ou intenso levando à
modificação do valor nutritivo da proteína por:
o Proteínas -> forma-se uma ligação covalente que não consegue ser quebrada e
portanto as proteínas não são digeridas nem aproveitadas
o Glícidos -> através das reacções de Maillord, entre o grupo amina da proteína e
o grupo C=O de um açúcar redutor (um glícido), forma-se cetosaminas ou
aldosaminas que inibem a absorção de aminoácidos essenciais e melanoidinas
que têm propriedades mutagénicas e cancerígenas
o Lípidos -> forma-se uma ligação covalente que não consegue ser quebrada e
portanto nem a proteína nem o lípido são digeridos e aproveitados
o Polifenóis -> os polifenóis são compostos existentes nos vegetais e frutas que
têm propriedades antioxidantes, ou seja, impedem a formação de radicais
livres. Os polifenóis podem oxidar-se a quinonas, que se polimerizam em
pigmentos escuros, ou reagir com restos de aminoácidos por oxidação
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o Nitritos -> os nitritos podem reagir com aminas logo os aminoácidos podem
reagir com os nitritos, formando-se nitrosaminas e nitrosamidas
potencialmente cancerígenas.
Detectar fraudes
Método Kjeldahl -> é o método oficial que consiste na conversão do sulfato de amónio
não destilável em amoníaco (destilável) por acção de uma base forte (NaOH). O
amoníaco é então destilado por arrastamento de vapor sob a forma de hidróxido de
amónio, sendo recolhido num matraz com ácido sulfúrico em excesso. Titulando-se o
excesso de ácido sulfúrico com hidróxido de sódio consegue-se facilmente determinar
a quantidade de azoto amonical/mineral.
Lípidos
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Ácido araquidónico 20:4 (5, 8, 11, 14) é fundamental para a produção de
prostaglandinas PGH2 por acção da enzima ciclooxigenase. As prostaglandinas são
depois convertidas em prostaciclinas PGI2 e tromboxano A2.
Nota:
As HDL são lipoproteínas de alta densidade que transportam o colesterol para ser
eliminado.
Uns elevados níveis de colesterol e LDL e baixos níveis de HDL contribuem para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares provocadas pela aterosclerose (processo de
endurecimento dos vasos sanguíneos por formação de placas de ateroma)
Iniciação:
Propagação:
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Terminação:
Primeiro formam-se peróxidos e no fim aldeídos e cetonas. São apenas estes aldeídos
e cetonas que modificam as características organolépticas do alimento, conferindo-lhe uma
cor, sabor e cheiro desagradáveis. A formação do ranço é favorecido pela presença de ácidos
gordos livres que sejam insaturados, pelo calor, pelo contacto com oxigénio e com metais.
Contudo, pode ser inibida através da adição ou presença natural de anti-oxidantes no
alimento. Os anti-oxidantes podem ser divididos em dois tipos, consoante o seu mecanismo de
acção:
Espaço ocupado pela água é agora ocupado pela gordura, o que torna
o alimento saboroso e calórico
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Nota:
Manteiga é uma emulsão de água em gordura, sendo constituída por ácidos gordos
saturados de origem animal, que lhe conferem o seu valor comercial. É mais sólida e amarela
que a margarina.
Margarina é formada por uma fase oleosa proveniente da gordura mais disponível no
mercado (normalmente vegetal) e uma fase aquosa. Devido à presença de ácidos gordos
insaturados é mais mole, o que pode ser contornado através de reacções de hidrogenação. A
cor mais pálida pode ser intensificada através da adição de corantes.
Azeite é a gordura de eleição pois é composta por ácido oleico que, sendo
monoinsaturado, combina todas as vantagens das gorduras insaturadas com a menor
desvantagem possível destas mesmas gorduras. Para além disso apresenta um teor elevado
em vitamina E, um anti-oxidante natural.
Detectar fraudes
o Secagem da amostra
o Extracção contínua dos lípidos com solvente orgânico. É realizada num sistema
fechado em que o solvente é aquecido, evapora e arrasta a gordura, condensa
e volta a cair sobre a amostra
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o Evaporação do solvente da gordura extraída até peso constante
o Extracção com éter etílico e com éter de petróleo. Adiciona-se primeiro o éter
etílico que solubiliza muito bem a gordura, mas que é hidrofílico. Como tal,
adiciona-se em seguida éter de petróleo que, sendo hidrofóbico, repele a fase
aquosa o que permite uma melhor separação
Gerber é um método rápido que permite dosear a gordura do leite. Recorre ao uso
de um butirómetro em vidro com uma escala graduada em percentagem de gordura
(sendo o máximo 8%)
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o Oxidação do iodeto de potássio a iodo por acção dos peróxidos existentes
na amostra
Índice de acidez: é um método que doseia os ácidos gordos livres presentes numa
amostra, resultantes da hidrólise da gordura do alimento
Minerais
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Macroelementos: Ca, P, K, Cl, Na, Mg (>100mg/dia)
Nota:
IA = ingestão adequada (quantidade de mineral que as pessoas ingerem sem nenhuma doença
associada)
DDR = dose diária recomendada (valor cientifico que corresponde às necessidades diárias do
organismo)
IMT = ingestão máxima tolerada (quantidade de mineral a partir da qual se entre numa zona
de risco com doenças associadas)
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carência como o excesso de sódio estão associados a situações patológicas, estando a
hipertensão associada a hipernatrémia.
Magnésio funciona como activador de várias enzimas. Tem um aporte diário na ordem dos
850mg/dia, sendo a fonte principal os cereais, frutos secos, vinho e cerveja. É sobretudo à
carência de magnésio que se associam certas patologias.
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Manganês funciona como regulador da actividade de várias enzimas. Tem um aporte diário
na ordem dos 2 a 48mg/dia, sendo a fonte principal os cereais integrais, a castanha, chá e
vegetais. Tanto a carência como o excesso de manganês estão associados a patologias, sendo
as doenças neurológicas causadas por uma eventual intoxicação por manganês.
Zinco funciona como regulador da actividade de várias enzimas. Tem um aporte diário na
ordem dos 6 a 22mg/dia, sendo a fonte principal os crustáceos, carne vermelha, ovos, frutos
secos e bebidas enlatadas. A absorção intestinal do zinco é dificultada pelas fibras. Tanto a
carência como o excesso de zinco estão associados a patologias, ficando a dever-se a
contaminação do alimento pela embalagem as situações de intoxicação por zinco.
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Cobre participa na construção de várias enzimas. Tem um aporte diário na ordem dos 1 a
2mg/dia, sendo a fonte principal os crustáceos. É sobretudo à carência de cobre que se
associam situações patológicas.
Selénio é um anti-oxidante e integra várias enzimas. Tem um aporte diário na ordem dos
0,05 a 0,1mg/dia, sendo a fonte principal os peixes, crustáceos. Tanto a carência como o
excesso de selénio estão associadas a situações patológicas
Crómio funciona como activador enzimático. Tem um aporte diário na ordem dos 0,005 a
0,2mg/dia, sendo a fonte principal as carnes processadas (fiambre, chouriço, presunto). Tanto
a carência como o excesso de crómio estão associados a patologias.
Molibdénio constitui várias enzimas. Tem um aporte diário na ordem dos 0,3mg/dia. Tanto
a carência como o excesso de molibdénio estão associados a patologias
Boro não tem funções fisiológicas conhecidas, sendo ingerido num alimentação equilibrada
através das frutas, legumes, cereais, ovos e leite. O excesso de boro provoca situações
patológicas
Nota:
A carne, peixe e ovos (alimentos do grupo II) apresentam no geral uma maior
quantidade de elementos minerais.
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Determinação do teor de minerais num produto alimentar:
Condutividade é uma técnica que se aplica apenas a amostras líquidas e que avalia a
facilidade com que a corrente eléctrica atravessa a solução. Permite apenas uma
análise qualitativa, visto que é pouco rigoroso. Fisicamente a condutividade é o inverso
da resistência.
Calcinação é uma técnica que se aplica a amostras tanto líquidas como sólidas e que
consiste na destruição de toda a matéria orgânica de uma amostra por acção da
temperatura, até peso constante
Nota:
Caso se pretenda dosear cada um dos elementos minerais é necessário reduzir a cinzas
a amostra. Só após calcinação é que se solubilizam as cinzas e se procede ao doseamento
individual dos minerais, através do método mais adequado
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Glícidos
Os glícidos mais simples são os monossacáridos, que se podem associar entre si,
através do estabelevcimento de ligações glicosídicas, para formar estruturas mais ou menos
complexas. Assim sendo, uma forma de classificar os glícidos é:
Nota:
Fibras = glícidos não absorvíveis a nível intestinal cuja principal função é a regulação do
transito intestinal. Como não são digeridas, não conseguem ser absorvidas pelo que
permanecem no lúmen intestinal, retendo água e dificultando a absorção dos restantes
glícidos e de gorduras. Nesta forma, há um aumento da massa fecal que favorece um aumento
da velocidade do trânsito intestinal. As fibras podem ter solubilidades diferentes, o que está
dependente da existência de uma cadeia ramificada na sua estrutura:
Solúveis (formam um gel com a água) como é o caso das pectinas ou da hemiceluloses
(este polímero é fermentado no intestino e transformado em ácidos gordos de cadeia
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curta que ou são absorvidos e diminuem a síntese hepática de colesterol ou
permanecem no lúmen intestinal baixando ligeiramente o pH impedindo a
transformação dos sais biliares em substancias cancerígenas. Concluindo, reduzem o
risco de doenças cardiovasculares e de cancro de cólon.)
Alimento
Quanto à função:
o Leite é uma alimento com uma boa diversidade de nutrientes, mas que não
atingem as quantidades necessárias ao correcto desenvolvimento do
organismo (ter-se-ia de beber um volume enorme leite para o conseguir
fazer), contudo essas quantidades são suficientes para um recém-nascido
Água (87%), gordura, lactose, caseína (não é uma proteína de alto valor
biológico pois falta-lhe a metionina), cálcio e fósforo, vitaminas
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Grupo II: carne (gordura saturada), peixe (gordura insaturada) e ovos (rico em
colesterol) proteínas
Grupo V: frutos e produtos hortículas (água (85%), glícidos, fibras, sais minerais,
vitaminas hidrossolúveis)
Grupo VI: bebidas (grupo mais heterogéneo pois cada tipo de bebida tem
características particulares:
o Sumos:
o Alcoólicas:
Os medicamentos podem ser administrados de diversas formas (via oral, nasal, rectal,
endovenosa, intramuscular) de maneira a optimizar a sua acção. Isto porque, consoante a via
de administração, os medicamentos sofrem diferentes processos de metabolização até
atingirem o seu alvo, susceptíveis de os degradar ou inactivar.
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instante em que é administrado (antes, durante ou após a refeição) ou dos alimentos com os
quais é ingerido.
Assim sendo, consoante o medicamento, este vão ser mais solúvel em ambientes
ácidos, neutros ou básicos pelo que vai ser mais facilmente absorvido no compartimento do
tubo digestivo que apresenta esse pH. Para além disso, esta facilidade de solubilização e
absorção é aumentada através da ingestão do medicamento juntamente com bebidas que
apresentam esse valor de pH.
Água: facilita a dissolução dos princípios activos; reduz a acidez do suco gástrico e
acelera o esvaziamento do estômago, promovendo uma absorção mais rápida e um
efeito farmacológico também mais rápido
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Leite: melhora a tolerância para os medicamentos irritantes da mucosa digestiva
devido ao seu pH relativamente elevado. O Ca interfere na absorção das tetraciclinas
Conservação de alimentos:
Diminuir o pH (anchovagem)
Define-se então:
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Conserva: produto que sofreu um tratamento térmico de esterilização dentro de um
recipiente estanque, não necessitando de condições específicas de armazenamento
quando a embalagem está integra
Processos físicos:
o Pressão atmosférica:
o Radiação:
Processos químicos:
Processos biológicos como a transformação do leite em queijo (que por ter menos
água se conserva por mais tempo) ou a couve fermentada
Nota:
Nota:
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Os processos de higienização do leite são sobretudo processos de “conservação” que podem
ser:
Físicos:
O leite UHT é caracterizado por uma perda de sabor (por perda dos
constituintes voláteis) face ao leite cru.
Sabor alterado
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Químicos como a adição de substâncias alcalinas (carbonatos e bicarbonatos),
antissépticos, ozono, água oxigenada, fluoretos, baratos, ácido salicílico e salicilatos,
ácido benzóico e compostos de amónio quaternário. É proibido em Portual porque
estes agentes desinfectantes não são inócuos (são tóxicos), conferem um sabor
desagradável ao leite e provocam um desequilíbrio da flora bacteriana
Os vegetais são alimentos com período de validade muito curto que podem ser:
Conservação da carne
Após a morte do animal a carne sofre todo um processo de maturação que lhe confere
as suas características (cor, textura, sabor). Assim sendo, a carcaça deveria ser conservada
num sistema de ferido com conservação durante 3 a 5 dias de forma a arrefecer o exterior da
carne (onde ocorre contaminação), mas que mantém o interior mais quente (permitindo que
as catepsinas actuem e degradem algumas proteínas musculares, tornando a carne mais
tenra).
Como este é um sistema mais caro e o processo é mais demorado, a carne após abate
é imediatamente refrigerada a 7ºC, estando em 2 dias à venda.
De referir que as vísceras devem ser logo retiradas à carcaça de maneira a impedir a
sua determinação por enzimas nelas contidas
Conservação do fiambre
O fiambre é formado por bocados de carne triturados e cozidos que depois são
moldados e comprimidos para formar uma peça. É adicionado sal e nitritos que passam a óxido
nitroso (este liga-se à hemoglobina mantendo a cor rosada da carne) ou se podem transformar
em nitrosaminas cancerígenas
Deve ser conservado no frio, pois pode haver a contaminação por esporos de
Clostridium que resistem à cozedura da carne e facilmente germinam à temperatura ambiente
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Conservação do peixe
O peixe apresenta um tecido muscular mais delicado, com proteínas mais sensíveis
que desnaturam mais facilmente, Após a captura, a refrigeração com gelo a -1ºC deve ser
imediata para evitar a deteorização do músculo (por enzimas e/ou microrganismos
provenientes das vísceras).
O gelo a -1ºC consegue-se através da adição de sal e tem como funções inibir a acção
degradativa dos microrganismos e enzimas e evitar a desidratação da pele do peixe (caso
desidratasse as escamas cairiam sendo um possível local de entrada de agentes contaminados
para o interior do peixe)
Lectinas (hemoglutininas)
o A sua toxicidade é diminuída por acção do calor húmido, não tendo o calor
seco qualquer efeito sobre as lectinas
Saponinas
o São glicósido com actividade hemolítica e sabor amargo, que fazem sabão em
solução aquosa
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Latirismo
o Uma das principais fontes de intoxicação são os chícharos (do género Latyrius)
usados para suplementação de lisina em dietas á base de cereais
Favismo
o Surge por ingestão de favas ou por inalação do perfume das suas flores
Mel
Batata
Ambarbo
o Contem oxalatos que podem depositar-se nos rins, originado lesões tubulares
e nefrites, bem como uma deficiência em cálcio (manifesta-se por tetanias)
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Couve-flor e couve
o São plantas locigénicas porque promovem uma deficiência em iodo que causa
o bócio (pró-gastrina impede a fixação do iodo e tiocianatos são antagonistas
do iodo na síntese de T3 e T4)
Cogumelos
Muscarínica
Faloidiana
Hemolítica
Contaminantes alimentares
São substâncias estranhas que surgem no alimento de modo acidental. Podem ser
resultado de:
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o Salmoneloses é o resultado de uma infecção por salmonelas que desenvolvem
no intestino de quem ingeriu o alimento contaminado por este microrganismo.
Surgem nas ovas, frutos e legumes, provocando vómitos, diarreia e febre
várias horas após ingestão
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apenas 30min após a ingestão. Grandes quantidades de
histidina e, portanto, de histamina encontram-se no marisco
Contaminação química
o Metais pesados
o Insecticidas
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Organohalogenados acumulam-se em órgãos ricos em gordura, como o
cérebro, fígado e tecido adiposo, dificultado a sua excreção via renal
(ex: DDT, hexaclorociclohexano)
Aditivos alimentares
Existe uma grande variedade de aditivos, estando presentes na maioria dos alimentos,
pelo que são substâncias muito bem estudadas e de utilização legislada de forma a evitar
intoxicações pois os aditivos apresentam:
Emulsionantes
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Corantes são os aditivos mais tóxicos devido à sua baixa hidrossolubilidade, o que
dificulta a sua excreção via renal e favorece a sua acumulação no organismo. Os
corantes azóicos são cancerígenos e o amarelo manteiga é hepatotóxico
Nota:
Pigmentos
São constituintes normais das células e tecidos por elas sintetizados, armazenados e
excretados que lhe conferem cor. Distinguem-se dos corantes na medida em que estes, apesar
de conferirem cor ao alimento, são substâncias artificiais e adicionadas durante o
processamento, como objectivo de satisfazer o consumidor na sua análise sensorial que
efectua ao produto antes de o consumidor. Existe uma grande variedade de pigmentos, sendo
os mais importantes:
Clorofilas
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o São formadas por:
o A clorofila é uma ´molécula muito sensível que pode ser degradada por acção
de enzimas clorofilases; aquecimento ou diminuição do pH que provoca uma
alteração da sua cor (passa de verde brilhante a opalescente)
Mioglobina e hemoglobina
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destino, em que se forma oximioglobina ou oxihemoglobina de cor
vermelha brilhante
O ciclo é reversível e dinâmico entre estes 3 pigmentos (existentes nas carnes frescas).
A metamioglobina não tem a capacidade de se ligar ao oxigénio.
A carne fresca ao ser processada, origina carne curada cujos pigmentos sofreram
desnaturação da globina devido ao aquecimento e reacções com os nitratos e nitritos
adicionados
Flavonóides
Antocianinas:
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As antocianinas são pigmentos hidrossolúveis com diversas
cores: azul, violeta, roxo, vermelho e laranja, encontrando-se
numa grande variedade de frutos (uvas, morangos, maças,
cerejas, …). A estrutura básica é o catião flavílio cuja carga
positiva por défice de electrões o torna muito reactiva
Flavonol:
Flavanol:
Flavanona:
Isoflavonas:
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São muito abundantes na soja, possuindo propriedades anti-
cancerígenas (inibem as enzimas que favorecem o
crescimento tumoral). As mais representativas são a
genisteína e a daidzeína que são utilizadas na terapia de
substituição hormonal; bloqueiam a acção do estradiol
inibindo a carcinogénese mamária; diminuem as LDL
mantendo constantes as HDL
Flavonas
Proantocianinas:
Taninos:
Quinonas:
o As quinonas são pigmentos amarelos pálidos a negros que existem nas flores,
cogumelos, líquenes, algas. Subdividem-se em:
Naftoquinonas corantes
Benzoquinonas corantes
Xantonas:
Catotenóides:
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Licopeno, isto é, uma cadeia carbonada de 40C com duplas
ligações conjugadas
o Fucoxantina algas
Vitaminas
As vitaminas foram descobertas em 1911 por Cashmir Funk, que lhes atribuiu esse
nome por considerar que todas tinham um grupo amina e uma função vital. Contudo, estudos
posteriores revelaram que nem todas as vitaminas têm azoto e nem todas são aminas.
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As vitaminas são habitualmente classificadas em 2 grupos, consoante a sua
solubilidade:
Lipossolúveis Hidrossolúveis
Cozedura (+++)
Lavar
Escaldar
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Amostragem:
Toma = porção do lote ou de uma unidade de lote que é recolhido numa só operação e
de uma só vez. É definida por uma norma
Amostra = porção representativa do lote obtida a partir de uma ou várias tomas, que
podem ser globais ou reduzidas.
4) Transporte das amostras do local de colheita até ao laboratório e sua conservação até
ao momento em que são analisadas
Tipo de amostras
Existe uma grande variedade de amostras, o que vai depender do material em estudo,
do objectivo da amostragem, dos parâmetros a analisar e do método de ensaio. Assim sendo,
as amostras classificam-se:
o Líquidas
o Sólidas
Quanto ao aspecto:
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Em série quando se recolhem amostras de forma contínua em
diferentes períodos de tempo
Actividade microbiológica
Definições e classificações:
Condimento todo o género alimentício, com ou sem valor nutritivo, utilizado como
ingrediente para conferir ou aumentar a apetibilidade a outro e inócuo na dose
aplicada
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Aditivo alimentar toda a substância, com ou sem valor nutritivo, que por si só não é
normalmente género alimentício nem ingrediente característico de um, mas cuja
adição intencional, com finalidade tecnológica ou organoléptica, em qualquer fase de
produção, acondicionamento, transporte de um género alimentício, tem como
consequência a sua incorporação nele e a modificação das características desse género
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Sanções
o É criada legislação apenas sobre as questões essenciais (saúde pública, segurança dos
produtos, informação ao consumidor, lealdade de concorrência e defesa do ambiente)
e não sobre cada um dos géneros alimentícios existentes. Essa legislação baseia-se
actualmente em 3 princípios:
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