Ufms 20012
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Se é que Cabral gritou alguma coisa quando avistou os contornos do Monte Pascoal,
certamente não foi “terra ã vishta”, assim com o “a” abafado e o “s” chiado que
associamos ao sotaque português. No século XVI, nossos primos lusos não engoliam
vogais nem chiavam nas consoantes – essas modas surgiram no século XVII. Cabral teria
berrado um “a” bem pronunciado e dito “vista” com o “s” sibilante igual ao dos paulistas
de hoje. Na verdade, nós, brasileiros, mantivemos os sons que viraram arcaísmos
empoeirados para os portugueses.
02 - Na frase Cabral teria berrado um “a” bem pronunciado e dito “vista” com o “s”
sibilante...(linhas 4-5), o uso de teria (berrado/dito), em lugar de berrou ou disse, justifica-
se por se tratar de
(A) um fato meramente ilustrativo.
(B) uma fórmula de polidez.
(C) uma certeza.
(D) uma ação completa e acabada.
(E) uma hipótese.
03 - Uma das funções das aspas é destacar o caráter pouco apropriado de uma palavra ou
expressão no contexto em que aparece. Reconheça, entre as opções apresentadas abaixo,
aquela em que essa função se manifesta.
(A) Cabral teria berrado um “a” bem pronunciado e dito “vista” com o “s” sibilante igual ao
dos paulistas de hoje. (Superinteressante, abr. 2000, p. 46.)
(B) O livro faz uma abordagem do Poder Legislativo, que a autora denomina de “jogo
parlamentar”, mostrando como é a vida parlamentar na prática. (Correio do Estado, 8/5/01,
p. 7b.)
(C) “Sinaleira”, obviamente, era sinal, semáforo. “Auto” era automóvel, carro. Mas
“pechar” o que era? Bater, claro. (L.F. Veríssimo. Nova Escola, maio 2001, p. 35.)
(D) Recentemente o ETA passou a exigir contribuição de profissionais liberais e
microempresários, que são coagidos por milícias de jovens (...) a dar contribuições
“voluntárias” de 1000 a 2000 dólares. (Veja, 16/5/01, p. 76.)
(E) Som eletrônico reativa “happy hour” no centro. Bares e restaurantes apostam no bate-
estaca como a melhor saída para atrair clientes no horário do “rush”. (O Globo, 27/5/01.
Cad. 1, p. 16.)
O texto que segue foi extraído de uma matéria sobre o projeto Genoma Humano
(Enciclopédia Barsa - Livro do Ano, 2001, p. 261). Leia-o com atenção.
A genética humana é apenas um segmento da genética clássica e molecular, cujo início é
freqüentemente atribuído ao trabalho do monge austríaco Gregor Mendel, em meados do
século XIX. Mendel estudou a ervilha-de-cheiro explorando em termos quantitativos a
transmissão hereditária de certos caracteres, como a altura da planta, a cor da semente e
sua textura, de uma geração para outra.
Embora Mendel não conhecesse os modernos conceitos de gene e cromossomo, deduziu
de suas observações que cada planta carrega um par de unidades de informação
hereditária .
Deduziu também que, em certos casos, uma dessas unidades domina a outra e que ambas
se transmitem, como entidades físicas, dos pais para a descendência, pela reprodução. Na
atualidade, cada uma dessas unidades de informação chama-se gene.
As principais conclusões dos estudos de Mendel, conhecidas como “leis de Mendel”,
representaram uma virada radical do pensamento hegemônico da época. (...) Sabe-se
atualmente que as leis de Mendel têm muitas exceções e que, de fato, representam apenas
um subconjunto de todo o processo de herança genética. Ainda assim, tanto nas ervilhas
quantonos seres humanos, elas ainda explicam o padrão e a freqüência da transmissão de
grande número de caracteres genéticos, incluindo muitas doenças humanas comuns, como
a fibrose cística e a anemia falciforme.
A tira humorística que segue apresenta o diálogo entre os mendigos Mão e Mãozinha.
(Correio do Estado, 23/5/01, p. 6b.)
O texto, a seguir, faz parte de uma entrevista dada por Marilena Chauí à revista CULT (jun.
2000, p. 54). No trecho em questão, a pensadora aborda a relação do intelectual com o
poder.
09 - No trecho da entrevista que você acabou de ler, Marilena Chauí refere-se a oxímoro.
Trata-se de um procedimento de construção textual que consiste em agrupar figuras ou
temas de significados contrários ou contraditórios numa mesma unidade de sentido (cf.
Platão & Fiorin, 1997). Levandoem conta essa definição, assinale o item em que aparece
um oxímoro.
(A) Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar! (Casimiro de Abreu)
(B) Quem um dia irá dizer
que não existe razão
nas coisas feitas pelo coração. (Renato Russo)
(C) Ele era um camponês
que andava preso em liberdade pela cidade. (Fernando Pessoa)
(D) Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente. (Manuel Bandeira)
(E) Ai, como essa moça é distraída
Sabe lá se está vestida
Ou se dorme transparente. (Francis Hime & Chico Buarque)
10 - O texto a seguir foi divulgado na capa do jornal Porantim (n. 225, maio/2000) e
apresenta uma crítica, sob a ótica dos povos indígenas, acerca da comemoração oficial dos
“500 anos do descobrimento Brasil”, realizada no Estado da Bahia em 22 de abril de 2000.
Gabarito
1B 6C
2D 7B
3E 8E
4A 9A
5E 10 B