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PCD

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PSICOLOGIA DO COMPORTAMENTO DESVIANTE

AULA TÉORICA 1 - 13-09-2019

Exame:
afirmações para classificar V/F
Afirmações para justificar
Desenvolvimento
Introdução à PCD

disciplinas:
biologia
psicologia
sociologia/antropologia

epistemologias:
positivismo
construtivista

não há slides
documento detalhado

avaliação:
exame época de exames
25% da cotação é repetição de exercícios da aula

livro: psicologia da justiça e do comportamento desviante

a APA não reconhece a área da PCD e a OPP tem apenas uma especialidade
avançada da psicologia da saúde

Atividade 1

O que é o k desviante? Dá exemplos. Porque é que entendes tratar-se de


desvio?

meu:
consumo de substância ilícitas. é desvio porque com o decorrer do tempo os
consumidores tendem a ter comportamentos que se desviam da norma e dos
costumes da sociedade em que se inserem.
cleptomania
pedofilia
criminoso - assaltante
criminoso - agressor
criminoso - mentiroso compulsivo

turma:
desviância:
 violar normas sociais
 relativismo de alguns k (Ex: poligamia)
 expectativa social

 Só existem desvios porque existem normas


 Só existem crimes porque existem leis

A definição das regras determina o que uma sociedade entendo como


normal ou desviante.

Atividade 2
Ordenar por gravidade

 vagabundagem
 roubo de 1000 euros
 prostituição
 consumo de drogas
 rapto
 homicídio na sequência de assalto à mão armada
 violação de mulher
 violação de criança

Entendimento sobre as relações…prof Agra

Lembrar a Psi comunitária!!

Para entender e atuar sobre os problemas é preciso usar o conhecimento


científico e sociológico, cultural e histórico.

A forma como encaramos os riscos da saúde sexual de homens que tem sexo
com homens

Para isto temos que estar conscientes do conhecimento que temos sobre os
assuntos

“a investigação em psi organiza-se em áreas de problematização


comunitária, contemplando os problemas objetos do domínio da justiça e
a investigação nos k desviantes”

“objetos estáveis e menos sujeitos às flutuações paradigmáticas da comunidade


científica

“ k desviantes são fenómenos que não podem ser reduzidos à explicação


pela psicopatologia e intervenção clínica.”

“análise da desviância/transgressão e não apenas o crime e sua


delimitação legal.
porque é que interessa o olhar da PCD?

Porque se entendeu que o olhar da Psi Clínica não esgota a necessidade de


saber que estes objetos exigem.

o discurso não pode ser sempre olhando através da psicopatologia. nem sempre
a pessoa que consome tem uma perturbação de dependência
que tipo de esforço é que temos de ter para ter uma compreensão rica sobre os
fenômenos que ultrapassa a psicologia.

K desviante pode não ter nada a ver com a lei.


o k desviante não tem a ver com a lei e há o critério da variabilidade
histórica e geográfica

Como definir desviância?

Definição Jurídica
Crime - ato tipificado como tal pela lei e ao qual está associada uma sanção
penal...

Definição Social - o que é delito depende do tempo, do lugar, da


sociedade…é muito arbitrária. pode ser tudo e nada.
 Sociedades criam normas, cuja transgressão é socialmente punível.
 O termo desvio ou desviância tende a ser utilizado como
transgressão de uma normal social.
 A desviância como k que viola as normas de um grupo.
 Conceito de marginalidade – associado à perpetuação de condutas
desviantes.
 A definição social de desviância é interacionista – os grupos sociais
ao criar e aplicar normas, criam desvio.
 Desviante é a pessoa à qual foi aplicada tal designação, o k desviante
é o k assim designado”

Desviância – qualquer transgressão à norma. Muitos fenómenos não


estão tipificados na lei.

Delinquência – apenas os atos transgressivos das normas a que


corresponde uma ação. É apenas um tipo de desviância.

Desviância - mais do que apenas as condutas que são lesivas para


terceiros /Ex: delitos sem vítima)

Definição Psicológica (Moita, 1985) –


Definição jurídica – não cumprir a lei é agressão
Definição psicológica/clinica – não cumprir a lei é transgressão.

A transgressão constitui uma experiência especificamente humana,


realizada por um sujeito que deseja, ao ultrapassar os limites, reencontrar
o enunciado do interdito. Selosse in Poiares, 2001
(algumas pessoas por causa das suas características pessoais e história pessoal
podem ter uma tendência para fugir à norma e ao adequado.)

Em suma, para a psicologia:


 Transgredir a lei não é cometer um delito
 O delinquente é um transgressor, mas não é um criminoso

 Não há diferenças qualitativas entre normal e desviante

Ex:
suicídio
consumo de drogas
doença mental
homossexualidade
pornografia

epistemologias:
 Positivismo
o Absolutista
o Objetivista: o método científico traz um contributo/é válido
para a desviância
o Determinismo: acreditar que a desviância é produtiva da
causalidade
 Individual
 ambiental
 construtivista
o relativismo
o subjetivismo
o voluntarismo: k desviante é fruto do livre-arbítrio.
O que é que implica ter um discurso positivista sobre a desviância?
3 coisas:
 absolutista- significa acreditar que a desviância é real, existe, é material e
não é relativista
 Sartre, Beauvoir, Foucault, bart...diziam que as crianças tinham também
desejos sexuais e desde que elas quisessem era natural haver
sexo entre crianças e adultos. uma visão contrária era moralista.
Eram a favor da pedofilia.
 objetivista - significa que podemos usar métodos científicos para observar
e explicar os fenômenos da desviância. é possível medir a desviância.
 determinismo - se estiverem reunidas condições é expectável que a
desviância vá acontecer. determinismo pode ser individual ou ambiental.

O que é que implica ter um discurso construtivista sobre a desviância?

 relativista - é uma realidade que a sociedade atual decidiu rotular como


tal
 subjetivista - o oposto da objetivista. dois ind expostos às mesmas
circunstâncias e condições e até mesmo genéticas e podemos ter
trajetórias completamente diferentes. pessoa que exibem o mesmo delito
podem ter motivação para o mesmo delito completamente diferente. não
acredita que o conhecimento obtido de forma objetiva é válido. (Ex: não
acreditam no DSM)
 voluntarismo - o k desviante é sempre fruto do livre arbítrio. o homem é
livre e capaz de escolher e decidir. k voluntário. se a pessoa de envolveu
num determinado k ele teve que ter um motivo.

Necessidade duma perspetiva integrativa.

 teorias positivistas do desvio - alto consenso


 teorias modernas do desvio - baixo consenso- a desviância é um rótulo e
é subjetiva
livros:
história da loucura
história da sexualidade
etc.

AULA TEÓRICA 2 - 20-09-2019

Comparação de imagens. o que têm em comum?


- Moldar ks
- Educar
- Disciplina
- Controlo
- Instrução - contrato social (função disciplinadora) - regular a vida / ks

Torturas nas praças publicas (tempos antigos – antes do iluminismo)


- Exemplaridade – medo – dissuasão
- Proporcionalidade entre crime e tortura parece injusta para
- Crueldade devido à dificuldade de ordenamento e organização de terrenos
(tempos medievais)
- Suplicio - aos poucos infratores têm de ser aplicados a tortura de forma
espetacular e exemplar.

Precisamos destas instituições nas nossas sociedades, à medida que


estas se tornam mais complexas.

Punições que são dadas ocorrem de forma a serem exemplares, dissuadir


os outros

 Exemplaridade e espetacularidade das punições tem a ver com as


dificuldades de ordenamento.

Suplício – antigo regime

passa para

A sociedade disciplinar e
a microfísica do poder

Na impossibilidade do ordenamento, a melhor forma para existir um equilíbrio é


a dissuasão pelo medo (punições)
Novas estratégias:

Aparecimento e disseminação de novos dispositivos de controlo social,


tais como:

- A prisão – vigiar e punir, 1975

- O asilo - história de lá folie, 1972

(mas também a caserna, o hospital, os conventos cumprem funções


idênticas)

Estruturas que resultam de reformas jurídico-penais exemplo dum novo
modo de dominação: o poder disciplinar

Que transformações se deram nas práticas aplicadas à loucura, desde a época


medieval *`modernidade?

- época medieval - nave da loucura


- Período das luzes – grande enclausuramento (enclausurar a desrazão).
Indiferenciação criminosa- louco
Modernidade - asilos de alienados e as prisões (individualização da desrazão –
criminosos/loucos)

Foucault – “arqueologia do saber”: escavar conhecimento/ escavar formas de


como as pessoas chegam a determinados processos (registos do quotidiano;
como as pessoas resolvem os seus problemas no seu dia-a-dia  estuda
sexualidade, clínica, loucura, prisões

O poder disciplinar

“um poder exercido através de técnicas de objectificação, classificação e


normalização, disseminados por todo o corpo social” lacombe, 1996
- Conjunto de dispositivos/instituições do Estado, de caracter coercivo,
incumbidos de “regular a vida”, de “disciplinar as sociedades”.
- todas as instituições que são desenvolvidas no sentido de regular a atividade
do quotidiano, mas que assumem paralelamente essa função disciplinadora do
corpo social (sistema educativo, sistema de saúde, sistema de segurança
social).

Quais os mecanismos de controlo social na atualidade?

- Escola
- Prisão
- Sistema de saúde
- Vigilância (Ex camaras)
- Media (artigo: the great british brexit robbery)
Os mecanismos contemporâneos de controle social:

 - Os mecanismos de controlo social refinaram-se e expandiram-se.


 - Diluíram-se as fronteiras entre controlo social, formal e informal.
 - A presença do sistema expandiu-se e intensificou-se
 - A invisibilidade do controlo social aumentou, devido à eficácia do
mesmo.

Poder disciplinar
|
v
Sociedade disciplinar (o controlo difunde-se a todo o corpo social visando
a sua normalização)

Ilusão de vigilância (Ex: panótico)  mecanismo de controlo social

Dois exemplos de novos dispositivos de controlo social: a prisão e o asilo.

Panótico: cortina que cria a ilusão da vigilância --> suficiente para manter
as coisas sobre o controlo;

esta estrutura ainda existe em várias prisões no mundo

 Privar o homem da sua liberdade é a punição máxima

O panótico (conceito original de Bentham 1791)

 Efeito mais importante do panótico: induzir no detido um estado


consciente e permanente de visibilidade que assegura o
funcionamento automático do poder.
 Metáfora para a sociedade disciplinar e para a sua estratégia central:
uma microfísica do poder…

Como foi encarado o louco pela vida social medieval, até ao surgimento do
asilo?
(medo da falta de normalidade – o que é normal vai para o asilo)

A nave dos loucos – metáfora da sociedade atual para a loucura


Porque é que alteram as estratégias de controlo social?

A visão reformista: visão humanista, é bárbaro atentar sobre a vida de uma


forma cruel.

vs.

A visão Foucauldiana: a nível económico era um desperdício matar


pessoas.

O conceito de Bio Poder (“Poder que se aplica globalmente à população, à


vida e aos vivos” (Ewald e Fontana, 2000)

Bio Poder – necessidade de um controlo social baseado no suplicio para


um controlo social da microfísica do poder.

Poder disciplinar precisa do Bio poder.

2 estratégias de Bio poder:

- anátomo-política dos corpos:


. centração no corpo-máquina
. emergência de disciplinas que visam: educação, aumento de
competências, etc.

- Biopolítica das populações:


. formação mais tardia
. centração no corpo-espécie: suporte aos processos biológicos que
asseguram a proliferação da espécie (controlo de nascimentos,
preservação de níveis de saúde, etc.)
Conceito de Bio poder: rápido desenvolvimento das instituições e
disciplinas com vista à submissão dos corpos e controlo das populações
(através das escolas, colégios, oficinas, etc.) Um poder cuja mais alta
função deixa de ser matar, para passar a ser invasão total da vida. Da
indiferenciação ao nascimento do sentimento.

Da indiferenciação ao nascimento do sentimento de infância_


- séc. XVII: responsabilização dos pais no crescimento seguro e disciplinado
- Meados do séc. XIX: maioria das crianças são delinquentes.

Séc. XIX: a infância passa a ser reconhecida como condição universal, razões:
alterações nas condições sociais e económicas e discriminação dos grupos
etários nos discursos do direito, medicina, etc.

AULA TEÓRICA 3 - 27-09-2019

Sumário aula 3

Criminologia Clássica: a desviância como escolha racional

- A evolução do controlo social na sua relação com emergência da criminologia


clássica
- Antecedentes criminais clássicas (iluminismo)
- Pressupostos (clássica (Baccaria e Bertham)
- Refletir criticamente sobre ….

A punição no Período Clássico


(Âge Classique/Antigo Regime)

- séc. XIII – séc. XVIIII


- Punição do crime e atribuição de penas baseados:
. na superstição, na ignorância e na barbárie.
. grande homogeneidade
. “a justiça é para o rei e para os agentes em quem ele a delega, o
primeiro de todos os deveres publico” (carbasse, 1990)
- Castigar porque: é justo que os maus expiem as suas faltas, mas também
para que a sai punição sirva de exemplo…)

- Princípio retributivo e dissuasor da aplicação da justiça

- Penas exemplares, severas e publicas, espetaculares

Nota: conceitos opostos

Retribuição (pagar pelas suas faltas, tem efeito dissuasor, Ex: tortura, pena
de morte)
é mais barato
ideologia pode justificar esta abordagem (Ex: regimes totalitários)
vs.

restauração (ou reparação) (medidas restaurativas são mais eficazes na


diminuição da reincidência do que propriamente fazer as pessoas pagar
pelo delito (fazer a pessoa sentir empatia pela vítima)
é mais caro.

- Pensamento sobre o crime não distingue entre religião, Moral e Direito


(crime= pecado)

- O delinquente é um homem não diferente dos restantes, que age em


liberdade e em responsabilidade – o que justifica o castigo não há
atenuantes)

- Há uma escala da severidade das penas, que (…) pena capital…

- A proporcionalidade é definida por critérios vários:


-Leis do reino
-Costumes
-Prudência do juiz/arbitrário do juiz (poder discricionário (não é
obrigado a seguir nenhuma regra) na apreciação dos factos)

Existe proporcionalidade, mas esta é baseada em princípios que não


são científicos, mas sim na tradição de quem está a avaliar o caso.

- Função da punição:
- Atribuir à vítima (sua família) e ao agressor o que lhes é devido., o
que “apazigua a ordem publica e dissuade a vingança privada)
- Exemplaridade: “aviso a todos os que se sintam tentados a imitar o
culpado”

- Fraca vigilância policial e judiciara do território (…)

Uma transição na conceção e nas estratégias sobre a punição:

Suplicio antigo regime  passa para  a sociedade disciplinar e a


microfísica do poder.

O Iluminismo

O que motiva o aparecimento do iluminismo – grande acontecimento


histórico (Revolução Francesa - liberdade, igualdade, fraternidade, os
grandes filósofos deste período materializáramos ideais da revolução
francesa).
Em Portugal, período do Marquês de Pombal (matou os Távoras e aplicou
taxas aos comerciantes). Despotismo esclarecido ((“Despotismo
esclarecido”: forma de exercício do poder que ainda é totalitário, mas que
é informado por estratégias racionais do poder público.)

).
Rei francês é absolutamente totalitário. Constrói Versailles com o suor e a fome
dos pobres.

 Grandes filósofos deste período: Voltaire, Diderot

 O castigo dos criminosos deve ser útil. Quando um homem é


enforcado ele não serve para nada (Voltaire).

 A transformação na conceção dos delitos e das penas sao influencia


de Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Beccaria, Bentham…

 Denúncia:

Do obscurantismo religioso
Do absolutismo real
Dos erros da justiça pena (tortura, suplicio, erros judiciários)
Duma organização social assente na superstição, na tradição e no
despotismo.

Utilitarismo

 Adam Smith, James Mill, Beccaria, Bentham


 Proporcionalidade (é fundamental que existam consequências diferentes
e equilibradas a delitos que são diferentes em severidade)
 Uniformidade administrativa
 Contrato Social (Leviathan de Hobbes): entre indivíduos e sociedade. A
quebra do contrato implica falha na responsabilidade de cada um. se alguma
das partes falha tem que ser chamada às suas responsabilidades; o cidadão
também pode chamar à atenção ao estado
A CRIMINOLOGIA CLASSICA
(séc. XVIII, Beccaria e Bentham)

Beccaria.
Castigos corporais dolorosos nunca deveriam ser aplicados, são Ex de
fanatismo, são fundados nos orgulhos e glorificam a perseguição.

 Rejeita a punição física


 Punição física é uma forma de vingança.
 “Justiça é barbara”
 Função do estado é promover o bem-estar vs. abusos cometidos
pelo estado
 “Investigar livremente a verdade” – iluminismo/racionalismo
 Homem – razão (racionalismo)
 Luzes - Iluminismo deve informar o exercício do poder Estado.
 Violência é combatida pela razão
 Período Medieval é obscurantista – sátira e vergonha (devemos
envergonhar-nos pela maneira como era feita a justiça)

“É esse código informe, que não passa de produção monstruosa dos séculos
mais bárbaros, que eu quero examinar nesta obra. Limitar-me-ei, porém, ao
sistema criminal, cujos abusos ousarei assimilar aos que estão encarregados de
proteger a felicidade publica, sem preocupação de dar ao meu estilo o encanto
que seduz a impaciência dos leitores vulgares. Se pude investigar livremente a
verdade,

“Abramos a história, veremos que as leis, que deveriam ser convenções feitas
livremente entre homens livres, não foram, o mais das vezes, senão o
instrumento das paiões da minoria, ou o produto do acaso e do momento, e
nunca a obra de um prudente observador da natureza humana, que tenha sabido
dirigir todas as ações da sociedade com este único fim: todo o bem-estar
possível para a maioria.” (Beccaria)

A punição no período das luzes – as reformas jurídico-penais….

 Reformas descritas como progressistas.


 A escola clássica: Beccaria e Bentham
 “Primeira vontade de saber e de poder em relação ao crime,
iluminada pela razão”
 Movimento reformador da penalidade - primeira ciência do crime e
da pena
 O poder de punir não é legitimado pelo poder do soberano, mas pelo
contrato social. Fundamento na lei penal, baseado no princípio do
homem livre (liberdade essa que cede parcialmente em prol da
segurança e direitos de cada um), só as leis podem fixar as penas
correspondentes aos delitos
 Pena justa, mas também útil
 Finalidade: prevenir o k delinquente e a reincidência com base na
ciência penal inspirada nas leis do k humano.

BECCARIA (dos delitos e das penas)

 Naturalidade do contrato social


 Naturalidade das regras racionais das leis do Estado
 Crença no livre arbítrio
 Crença na bondade da razão/racionalidade
 Economista e criminólogo
 Ativo ainda durante o totalitarismo e autoritarismo (Acão pesada e
injusta do Estado sobre os cidadãos)
 Livre-arbítrio (o individuo é capaz de uma escolha racional de
cometer um crime que ele toma após considerar possibilidade de ser
apanhado e punido
 Adepto do conceito de contrato social (os cidadãos abdicam de
alguns direitos e recebem em contrapartida a proteção do estado)
 O crime é melhor controlado quanto mais rápida e eficaz é a ação da
justiça (justiça tardia diminui eficácia)
 Condena tortura e a pena de morte
 A pena capital não é útil em diminuir o crime, nem é ético que o
Estado roube a vida aos cidadãos.

Para Beccaria, descartes não comete erro nenhum e tem toda a razão (a
liberdade de escolha está sempre presente na forma como se avalia o crime
– há escolha informada/esclarecida)

O utilitarismo das penas, nas reformas do séc. XVIII

“a finalidade suprema de um governo deve ser a maior felicidade para o maior


número de pessoas”. “é conforme (…)

Novos desafios ao sistema judicial:

 Deixar de punir faltas morais (Ex: adultério, homossexualidade, etc.)


 “necessário que a soma dos males produzidos pelas penas não seja
superior aos prejuízos causados pelos delitos” - nova conceção de
proporcionalidade.
 Necessidade de uma aplicação regular e sistemática da justiça

Alguns princípios:
 As penas moderadas e certas são mais eficazes do que os castigos
terríveis.
 A probabilidade da aplicação da pena varia na razão inversa do
excesso de severidade.
 A sanção penal é apenas um meio, entre outros, de incitar os
cidadãos a comportarem-se bem. O seu efeito tende a ser nulo
quando as sanções não penais recompensam o que ela pune.

Ideias de Cesare Beccaria

Beccaria e Deterrance Thoeory


Beccaria: crime e castigo – justiça tem de garantir eficiência a provar que o crime
cometeu e que foi aquela pessoa que o cometeu.
Beccaria é contra a pena de morte porque a mesma viola o contrato social. O
estado não pode matar as pessoas. Não é admissível que o estado roube a vida.
O estado que mata dá um péssimo exemplo à sociedade porque legitima a
morte. E também denuncia uma incapacidade do estado para dissuadir os
cidadãos de cometerem crimes.

Sobre a pena de morte...

O estado não pode provocar o dano das pessoas, este existe para
promover o bem-estar às pessoas; um estado que mata pessoas (pena de
morte), dá um péssimo exemplo para a sociedade – reconhecimento de
incapacidade de dissuadir os cidadãos (reforçando a barbária

Em suma: ideias chave em Delitos e Penas:

1 – Necessidade de castigos que sejam racionais


2 – Determinação das leis que é legislativa (alguém eleito pelo povo que se
reúne para criar códigos que determinam a culpa)
3 – A desviância é hedonista e racional, máximo prazer, mínima dor
4 – A forma de lidar com a desviância é racional (a escolha e cometer ou
não delito é racional, mas n facto de na sociedade haver transgressão só
poder ser visto de forma irracional)
5 – deterrance is the goal os social control

O que é que deve ser regulado pelos códigos?

 Os atos que são desviantes são os que violam o bem público e quem
são prejudicais para a sociedade, só esses é que podem ser alvo da
justiça

Que é que obriga a uma revisão do pensamento de beccaria?


A – Premeditação – critério de intencionalidade
b- Circunstâncias mitigantes – ausência de circunstâncias atenuantes
c- Insanidade – porque o homem é sempre racional e faz uma escolha livre
em cometer delito)
No entanto, é este clima que vai influenciar o poder disciplinar, relacionado
com o bio poder!

O poder disciplinar:

um poder exercido através de técnicas de objectificação, classificação e


normalização, disseminados por todo o corpo social.

 Conjunto de dispositivos/instituições do estado de caracter coercivo


incumbidas de regular a vida de disciplinar as sociedades

 Todas as instituições que são desenvolvidas no sentido de regular


atividade do quotidiano, mas que assumem paralelamente essa
função disciplinadora do corpo social (sistema educativo, etc.)

Controlo social:
 Mais refinado e expandido nos mecanismos de controlo e disciplina
nas sociedades modernas (Ex: redes sociais)
 Diluição de fronteiras entre controlo social formal e informal (polícia
e cidadãos comuns)
 Progressiva expansão e intensificação da presença do sistema
(microfísica do poder, camaras em espaço publico, telemóveis, etc.)
 Aumento da invisibilidade do controlo social

AULA TEÓRICA 4 - 04-10-2019

Fenómeno “Droga”

Introdução

Que acontecimentos justificam esta revisão?

 A descriminalização do consumo de todas as drogas em Portugal


 Mudanças na SPA/NPS, padrões, motivações e contextos de uso –
normalização
 Psychedelic Renaissance – movimento que usa as drogas como
forma terapêutica
 ….

Notas:

Lei da regulamentação da droga em 1999


Portugal é Liberal em relação ao consumo de drogas
Mudanças transversais a vários países
Consumo de substâncias está altamente normalizado
Desviância |--------------------------------------------------------| normalidade
Anos 80 2020

A nossa perceção de usar drogas já não é a mesma. Já não é o drogado de rua


que vemos (ainda vemos) mas muitas outras pessoas que não se “vêm”.
Usar droga não precisa ser coisa de criminosos e marginais.
Transformação da visibilidade social deste fenómeno do consumo de drogas
Evidencia científica que algumas drogas não apresentam consumo
problemático, mas que até pode ser terapêutico.
Há mais ou menos 10-15 anos que centros universitários (investigação)
científicos procuram identificar a possibilidade do uso de drogas em tratamento
na área da saúde mental.
É importante desconstruir a imagem do consumo de drogas.

Como se situa Portugal no problema da droga

História:
Tudo começa na época das bruxas, curandeiras, etc.
O LSD vem do trigo
No período medieval há uma grande infestação de cravagem no trigo e as
pessoas comiam muito trigo logo as pessoas pareciam “doidas” (drogadas).
Movimentos expansionista transforma Portugal ao longo do período dos
descobrimentos. Permite conhecer a farmacopeia de outros países. Vão daqui
pessoas com intenção de registar os produtos que os outros países têm para
oferecer. Uma parte é sobre produtos botânicos. Alguns deles são produtos que
modificam a consciência (drogas naturais)
Garcia da Horta, médico que estudou muitas plantas medicinais do oriente
modernizando a nossa farmacopeia.
Nos anos 50 as donas de casa compravam anfetaminas na farmácia e havia um
xarope para a tosse para crianças de folhas de coca.
O ópio na China era amplamente usado. Inicio séc. 19.

Portugal e Holanda vão começar a ter um papel importante na comercialização


do ópio.
Depois modifica-se o regime chinês e passa a ser proibido o consumo do ópio.
Não foi por isso que as pessoas abandonaram o consumo. E então Portugal e
holanda passam a ter um papel na comercialização ilícita. Somos os primeiros
grandes traficantes da História. Essa atividade tem um impacto muito grande na
economia nacional. Não tão grande como a dos Holandeses, mas mesmo assim
com impacto. Era necessária para a sustentabilidade da nossa economia.
Começa a haver uma tensão entre china e Portugal e Holanda.
Este é o contexto que vai originar um grande acontecimento que são as Guerras
do Ópio. (séc. XIX). A Inglaterra a obrigar a china a liberalizar a comercialização
do ópio. E a china a dizer não.
Isto termina com a China a perder os diferentes conflitos. Não tinha como
contrariar o poder das fragatas inglesas. China entrega a Inglaterra Hong Cong.
E a Portugal Macau.
Séc. XX e período pré 25 de Abril de !974.
Não existem dados científicos sobre o fenómeno das drogas no nosso país.
Existem algumas referências literárias e culturais ao consumo de drogas.
O período pré-revolucionário. Estado unidos flower-power ao rubro. Inglaterra
também. Portugal vivia numa ditadura o que limitava a expansão destas novas
tendências. Existiu algum consumo de algumas substâncias mais típicas. Mas
foi algo ténue atendendo às circunstâncias políticas do nosso pais nesse
momento. Nas primeiras edições do vilar de mouros (1965, primeira) nota-se
algum consumo de substâncias. Em 68 começa a ter alguns cantores de
intervenção. Em 71 é que tem uma expressão à Woodstock porque vem algumas
referências dos movimentos hippie. Em 78 vieram os U2 pela primeira vez a
Portugal.

Livros:
 As criminosas do chiado
 Os loucos anos 20

Movimento hippie Português - os pós-modernos ou a cidade, o sector juvenil e


as drogas. Luis Fernandes

Primeiras campanhas públicas

Em 1972 - revista o século ilustrado: “Também em Portugal as drogas e o


cérebro: química da loucura”. Parece que em Portugal há cerca de 400 drogados
em Portugal.
Marcelo Caetano manda fazer uma campanha enorme: “droga loucura e morte”
Esta campanha foi alvo de muito estudo para concluir que isto não era uma
campanha contra a droga, mas sim contra a ameaça revolucionária. Exemplo da
apropriação de um suposto problema publico para atingir objetivos ocultos.
Nixon usa uma campanha contra a droga para desviar a atenção da guerra do
Vietnam. Nesse processo manteve sob controlo a pressão das lutas raciais.
Perseguição às drogas e aos negros (que supostamente é que traziam as drogas
para o país)
Guerra colonial
(guerra de guerrilha, é muito traumática e é feita sob pressão constante)
Existem muito relatos sobre o consumo de álcool, mas ninguém fala de drogas.
(Ver Vasco Calado). Na África há muito consumo de cannabis e seus derivados.
Nenhum dos Ex combatentes falava sobre isso por motivos de ordem moral. Só
uma pessoa disse que toda a gente fumava, mas mais ninguém confirmou isso.
Não se podia admitir que um militar andasse a consumir droga (questão moral).

Período revolucionário, democratização do consumo e o “problema da


droga”

Segunda Campanha - O flagelo da Liamba.


Havia marijuana a crescer por todo o lado.
No pós-revolução a cannabis é a droga de produção ilícita mais consumida
na capital. Os retornados inundam Lisboa de suruma (moçambique) e
sobretudo, liamba (angola), de excelente qualidade – um mercado que há-
de secar passados cerca de dois anos. Em 1978, altura em que a PJ
apreende quase 400 kg de marijuana, o grama custa 150 escudos (blog
penso logo sou).

Quando os retornados supostamente trazem este hábito de consumo.


Aparentemente o nosso clima era bom para a planta de cannabis. A partir de 76
o cultivo aumenta muito de escala. Mesmo assim não havia nada que justificasse
esta campanha. Havia a ideia de que a droga ia contaminar toda a juventude.
Hoje em dia em que na sociedade portuguesa se discutem coisas importantes
como a legalização da cannabis para fins recreativos e para uso terapêutico.
Surge aliada aos retornados, mas também aos jovens que vivem tempos difíceis
em Portugal. Havia muitas razões para pensar que a juventude poderia estar em
risco. E logo na passagem de 70 para 80 havia evidencias da presença de outras
drogas no país. Havia já um cocktail de drogas.

“a maior parte dos supressores de apetite e usados já desde o final dos


anos 60 como “drogas de estudo” têm o grande apogeu na Lisboa de
meados dos anos 70, primeiro comprados com receitas falsas, depois
roubados das farmácias de serviço, Friganor, um dos principais
carburantes da cena punk de lisboa.
Predulin, esmagado em água destilada aquecido e chutado direto na veia.
Lipoperdur, roubado aos progenitores que precisavam de emagrecer. “O
meu pai era um obeso e tomava-o por prescrição, eu era magrinho e
tomava-o por folia” lembra Carlos Gil. “Na verdade, acho que tomava mais
lipos do que ele”. (sobre o speed).”

Quando deixou de ser possível ir à farmácia com receitas legais buscar as


substâncias começaram a haver assaltos às mesmas: “fazer farmácias”.
Ver - Música do Chico Fininho (agarrado à heroína (castanha, cavalo, etc.))
De um momento para o outro a canábis desaparece do Cerco (um “pintor”).
“Chasing de dragon” – fumar uma chinesa – é assim que é conhecida a forma
de consumo de heroína

E este produto é mais lucrativo. Já que se corre risco mais vale que seja mais
lucrativo.
É a proibição que cria um grande problema de tráfico no país.
Aumento de popularidade de algumas drogas que provocam dependência
(opiáceos). É então criado o primeiro centro de tratamento de dependentes.
Centro de Estudo e Profilaxia da Droga (1976). Linha aberta em 1988. Em 1999
surge a lei da descriminalização do consumo de drogas e também o Instituto
Português da Droga e da Toxicodependência.

Os primeiros esforços visando a criança de uma instituição para o estudo


da problemática da droga e o tratamento da toxicodependência remontam
a 1976/1977 e têm um nome, o do Dr. Eduíno Lopes, a quem se deve a
criação do primeiro centro de estudos da profilaxia da droga no porto,
organização inicialmente a dependência da presidência de conselhos de
ministros, sendo mais tarde integrada no ministério da Justiça, antes de
transitar para o ministério da saúde em 1994 com a criação do serviço de
prevenção e tratamento da toxicodependências. (CAT da Boavista)

Ver o que é quetamina

Programa de uso da metadona - o objetivo não é só a abstinência, mas


também prevenir e diminuir outros problemas – doenças por Ex - para se
conseguir ser funcional noutras áreas da vida.

A metadona também é viciante, mas não tens os efeitos que se esperam das
drogas (as trips?) e por isso a pessoa consegue ser funcional, ter mais saúde e
não ter que ter a vida em redor da questão “como arranjar droga para hoje”.

Não há drogas boas ou más - depende do seu uso (cultura, intenção)

Origem do proibicionismo - Lei Seca

Portugal adere às convenções internacionais das drogas propostas pelos


EUA.
War on Drugs – EUA (Richard Nixon)

Drogas proibidas se:


 Tiverem potencial de abuso
 Não tiverem potencial terapêutico

É criado por Nixon a DEA e declara a War on Drugs.

Portugal adere a esta política norte americana.

Problema grave em Portugal  antes existia uma lei que dizia que consumir
drogas e matar alguém era o mesmo. E as prisões cheias de consumidores
 problemas sociais e sanitários aumentaram muito.

Nos finais dos anos 90 (99), constitui-se um grupo de trabalho “comissão


dos sábios” orientado por Quintanilha juntamente com peritos de outras
áreas, de forma a mudar a ideia das drogas em Portugal. Elaboraram o
relatório “estratégia nacional de luta contra a droga” cujos temas é a
distinção entre pessoas que consomem (fora da lei penal) e os traficantes
(com lei penal)

O critério para o consumo é a quantidade de droga apanhada pela polícia.

National drug strategy (1999) --- drug discrimination law (2000)


Addiction dissuassion comissions (drug
courts)
Harm prediction regulation
AULA TEÓRICA 5 - 11-10-2019

Das perspetivas patológicas da desviância até ás perspetivas


construtivistas

 Das Teorias Biopsicológicas (vão ter uma aproximação grande à questão


da Biologia, de onde vão extrair algumas tendências ktais) de Lombroso
à teoria da Personalidade Criminal

Pressupostos
 O crime enquanto resultado de uma predisposição biológica.
 O individuo que exibe k criminal tem traços que o distinguem do individuo
“normal”.
 Dominam o “estudo científico do k desviante”.
 Diversidade de fatores biológicos considerados.

Escola positivista italiana e a antropologia criminal de César Lombroso

 Lombroso é professor de medicina legal em Turim


 Investiga cadáveres de indivíduos que cometeram crimes.
 Livro: “O homem delinquente” em 1876.
 Existe a ideia nesta época de uma grande teoria sobre a evolução
natural das espécies (Darwinismo).

Percursores da Antropologia Criminal de Lombroso


 A Frenologia (Gall):
o Diz que é possível prever k através do toque e da
observação da forma do cérebro. Esta visão é extramente
primária. Acreditava-se também que era no cérebro que
estava alojada a alma.
o Ele acha que a moral é inata. Nasce connosco. Sentimentos
também estão alojados no cérebro.
o A frenologia é o movimento que depois está na base do
conceito de eugenia (seleção dos melhores de uma raça -
nazismo por Ex).
o É perfeitamente possível ser lógica, mas não ser real.
o Uma teoria para resistir ela tem que passar a testes de
falsificabilidade.

 Morel – Teoria da degenerescência


o A classificação etiológica de Morel (causas ocasionais e
causa determinantes:
 Loucura hereditárias
 Loucuras por intoxicação
 Loucuras histérica, epilética e hipocondríaca
 Loucuras simpáticas
 Loucuras idiopáticas
 demência
texto:
uma comparação entre o crânio criminal e os crânios de mulheres normais
revela-nos o facto de que as mulheres criminais se aproximam mais dos
homens do que das mulheres normais…

Atividade

A partir do texto que se segue reflete sobre :

Qual a visão latente sobre o crime?


Qual a visão latente sobre o criminoso?
O que pode dizer sobre o estatuto científico da proposta?

Crime:
 maldade
 resultado de uma anatomia que que resulta em k criminal
 crime é uma inevitabilidade

Criminosa:
 Maquiavélica
 Premeditado
 Maior tolerância à dor
 Imaturidade = deficiente sentido moral
 Inconsistências – Ex: tão sofisticada nos crimes, mas com o
desenvolvimento moral de uma criança

Ciência:
Sim?
 Há dados bio anatómicos
 Há suporte no discurso de outros

Não?
 Não há dados.
 É errada a associação anatomia-comportamento.
 Crença

Matza diz que os criminosos têm o mesmo sentido de moral de todas as


outras pessoas.
Por isso é que os criminosos precisam de arranjar uma desculpa para os
crimes cometidos. Se não soubéssemos o que é certo e errado não era
preciso nenhuma desculpa.

Quem comete crimes é uma subespécie que não evoluiu. Atavismo: o


homem criminal é um ser atávico, não evoluiu, regrediu. Ser atávico = besta
primitiva. Daqui partiu o nazismo e a ideia da espécie perfeita. Atavismo
físico e biológico e também moral.
Distinguimos os criminosos pelos traços físicos.

Compreensão positivista do k criminal - Lombroso


….

Contributos da Escola Positivista Italiana:

 Pioneiros no estudo empírico dos delinquentes


 Reflexão sobre o crime
o De especulativa a “convictamente empírica” convicção pelos
dados existentes ou a existir!
 Críticas:
o Limita-se a estudos anatómicos
o Transposição direta da anatomia para psiquismo/k
o Determinismo/implicações nas políticas criminais
o Não há livre-arbítrio, há determinismo.
o Teses extravagante / sem suporte empírico sólido (Goring 1913)
o E. Ferri: há interação de influências genéticas e ambientais
o É verdade que há fatores explicam tendencialmente o crime, mas
é apenas um fator, inclusivamente o fator sociológico.
 Antropológica - Lombroso
 Sociais
 Telúricas - o ambiente fisco em que vivemos e não
prestamos atenção aplica-se à imediata moral humana: Ex
quando o trabalho esta assegurado e avida corre certa a
verdade por crueldade está á distância.
o …
o Da sociologia da desviância, da criminologia clínica, …

Ideal da defesa da sociedade/perigosidade/justiça retributiva (punir) –


diferente de - reabilitação (Rosseau diz que o homem é naturalmente bom,
ele é corrompido pela sociedade), Justiça restaurativa.

Etiologia do crime: perspetivas

1. Platão
2. s. paúlo
3. idade média
4. séc. XIX – lombroso
5. séc. XIX-XX darwinismo social e limpeza nazi
6. ciências sociais – Durkheim – falha na socialização adequada
7. Watson – nós somos o que fazemos e o que fazemos é o que o meio
nos faz fazer.
Mau uso dos argumentos biológicos:

UK

Galton – base de transmissão genética


Idiota  imbecil de baixo grau  imbecil médio…etc.

Alemanha:
Partido Nazi persegue qualquer pessoa que seja diferente da raça pura
ariana.

USA:
Emigração. os americanos achavam que sustentavam os emigrantes.
Será que se justifica que um bebé deficiente nasça apenas pela questão da
humanidade?

Ciências sociais e aversão às explicações biológicas

Mau uso e abuso

Determinismo e a falta de esperança no tratamento


Contra-argumento: PKU, Fibrose Cística, Serotonina…

DNA não é um destino (não existe o gene do crime!)


Quaisquer potenciais influencias biológicas irão apenas resultar numa
predisposição para um determinado comportamento.

Bases Biológicas da Agressão

 De uma perspetiva evolutiva, a agressão é um comportamento


adaptativa.
Um comportamento que permite que um individuo altere o seu
comportamento de perturbador para mais construtivo.
 Agressão é um comportamento na qual a força física ou verbal
 Transforma-se num comportamento mal adaptativo- violência – quando
é direcionado contra um alvo errado, num local errado, no momento
errado e com a intensidade errada.
Antropologia criminal

(biopsicologia; determinista; positivista)

Biologia crime Biologia criminal (biológico,


emocional, social)

A agressão é um k adaptativo (um k que permite…). Agressão é um


comportamento no qual a força física e/ou verbal é usada para combater uma
ameaça percebida

Distinção entre agressão (base biológica) e violência (outros fatores).

Transforma-se num k adaptativo – violência – quando é direcionado contra um


alvo errado, num local errado, no momento errado e com a intensidade errada.

Estudos com ratos têm mostrado que n´só conseguimos selecioná-los com base
no nível de agressividade  agressão tem uma componente genética.

Raças de cães mais perigosas: predisposições genéticas + ambiente + treino.

Fatores biológicos:
Fatores genéticos
F. Hormonais
F. Gestacionais e parto
F. Neurofisiológicos
F. Química cerebral

Antropologia criminal

Biopsicologia (determinismo, positivista)

Biologia do crime psicologia criminal


Conceitos de:

 Perigosidade

 Personalidade criminal

o Emergem num contexto de crescente “necessidade de intervenção


sobre os k desviantes.
o Condições que estão na base da emergência e consolidação
desses conceitos, no início do séc. XIX.
 Afirmação da psiquiatria
 Proliferação de discursos sobre figuras mais destacadas do
desvio: “louco” e “criminoso”.
 Propostas de existência de formas de “loucura” que passam
pela desordem moral” (Esquirol, 1838)

Só a partir dos anos 60/70 é que se começar a dar importância à narrativa da


proteção da vítima -> até lá, nesses períodos o foco é só no crime e criminoso.

Teorias psicodinâmicas sobre o crime

Psicocriminogénese, personalidade e socialização

 Crime enquanto:
o Expressão simbólica de conflitos inconscientes
o Forma de resolução de tensões
o Forma de resolução de conflitos internos com origem em
recalcamentos de experiências negativas durante a infância.

 Contributos:
o Quando dominam perspetivas biológicas, estas abordagens vêm
chamar a atenção para o papel dos determinantes psicológicos
através da noção de “psicocriminogénese”.
o Revelam papel das dimensões inconscientes na concretização do
comportamento criminal
o Alertam para a dimensão processual (ao longo tempo, na sua
trajetória individual) do envolvimento no crime, quer para as
significações de que o ato criminal se reveste – relaciona-se como
o seu autor e com os outros k humanos.
 Narrativa da origem do crime baseada na psicocriminogénese – a origem do
crime, está na psicologia (forma de resoluções de conflitos internos do
criminoso)

Fenómeno criminal adquire dimensão subjetiva (cada sujeito traz a sua


experiência única), de significância, associado às características psicológicas
do “criminoso”.

Nota: A psicanalise (psicogénese) continua popular porque se acora no estudo


dos casos clínicos que vai á procura de explicações estritamente psicológicas!!

O crime não existe numa lógica de preto e branco.

“O bem e o mal, são uma linha que atravessam o coração.”

 Dois níveis de criminalidade:


1. Criminalidade latente/inconsciente (Tanatos) (pode existir em
qualquer um de nós. O que faz variar é a existência de um
superego mais ou menos eficiente)
2. Criminalidade efetivada/concretizada através da passagem ao
ato.

Enquanto a primeira existe m todos os indivíduos, a segunda resulta de


uma falha no controlo exercido pelo superego, deixando emergir pulsões
até aí recalcadas no inconsciente.

 Múltiplos argumentos:

M. Klein - Origem do crime é a excessiva severidade do superego e não a


fraqueza do Superego ou ausência de consciência moral.

Bowlby - k antissocial tem na origem a experiência da privação materna

 Típicos específicos de crimes:

Freud - Pirómanos – k relacionado com pulsões sexuais

Avaliação das abordagens psicodinâmicas sobre o crime

 Pouco aceites atualmente


o Dificuldades em validar empiricamente conceitos e
argumentos
o Dificuldade em operacionalizar conceitos/analisar processos
 Valorizadas por considerarem a importância da experiência precoce
no k desviante.

Atividade prática

“Eu, “Pierre Riviére” …

Analise o caso e formule-o de acordo com:

- Uma conceção psicanalítica (ler o caso como se fossemos psicanalistas)

AULA TEÓRICA 6 - 18-10-2019

O caso de Pierre Rivière


Caso retirado de um livro de Focault, Eu Pierre Rivière que degolei minha mãe,
minha irmã e meu irmão.

Notas:

Informação da posição dos cadáveres: mulher e rapariga estão de costas e a


criança pequena de cara para o chão.

O que diz a família sobre Pierre?

Exame físico importante

Privação materna (privação afetiva)

Motivações são diferentes. motivação para assassinar a mãe e irmã são


diferentes daquela para matar o irmão.

Mãe era uma mulher odiosa e a irmã era cúmplice da mãe. O irmão é uma
vítima porque ele não quer que ele fique sozinho no mundo.

Traumatizado:

 Exposição a violência doméstica – vítima indireta)


 Problemas de vinculação – vinculação Evitante
 Rejeição materna
 Apego ao pai
 Superego é diferente da ausência de moralidade (arcaico) motiva o
sentimento de proteção da figura paterna.
Crime não é ausência de consciência moral, mas antes persistência de uma
consciência moral arcaica.

Avaliação das abordagens psicodinâmicas sobre o crime

Determinismo (causalismo)-----------------------------------------------------
indeterminismo
Positivismo-----------------------------------------fenomenologia-------------
construtivismos
bio -------------------------------------psicologia----------------------------------------eco-
socio

Determinismo
psicanalise esta mais próxima do construtivismo do que do positivismo
psicologia

Segunda parte da aula com Laura Brown

Beyond Reading Bad: the real story of addiction in the US.

Teresa Summavielle

Por causa do consumo constante há alterações no cérebro originado disfunções.


Logo, a dependência á doença.

Por causa dependência não há comunicação de autorregulação de necessidade


de prazer. Com o consumo a comunicação entre as diferentes partes do cérebro
para.

Por isso para um medico é difícil ver a questão das dependências como não
sendo uma doença.

Carl Hart – ver TED – é um neurocientista publicado sobre as dependências. Um


dos melhores.

Ele diz que a medicina só chega as estas conclusões por causa da falta de
estudo das questões sociais.

Conclusão: As pessoas têm um problema de dependência mais pelas questões


sociais (pobreza, etc.) do que médicas.

A Laura Brown estava a defender a aproximação a esta visão.

Está a estudar a pobreza, desemprego, etc… em Portugal e se isso tem alguma


influência na questão da dependência.
Há um estudo que mostra que há um grupo de heroinómanos que conseguiram
fazer uma remissão espontânea.

TS chamou a atenção para outro aspeto: foi retirada da referência ao consumo


de drogas a questão criminal e foi associada à questão da doença e do cuidado

AULA TEÓRICA 7 - 25-10-2019

TEORIAS DA PERSONALIDADE CRIMINAL

Psicologia e Criminologia – Primeiros contributos

 Foco no individuo
 Primeiras propostas baseadas na genética, inteligência,
funcionamento psíquico
 Diferenças individuais
 Spearman, Lombros, Garofalo Ferri

Freud:
 Tem pouco a dizer…
 Contributo maior pelos pós freudianos
 Delinquência latente e funcionamento pelo princípio do prazer
o Aichorn explica o k criminoso na falha da socialização e
desenvolvimento emocional.
 Sublimação
o Healey & Broner explica a delinquência pela canalização dos
impulsos psicológicos não satisfeitos (os difíceis de
satisfazer) na ação.

 Vinculação
o Bowlby explica a delinquência por falta de vinculação materna
(rejeição e separação, negligencia)

Psicologia e criminologia – Desenvolvimento

 Mantém-se o foco no individuo


 Prática aplicada da psi no recrutamento e seleção (âmbito militar)
 Aliança com psiquiatria no tratamento de disfunções; psicopatologia
– k criminal resulta de disfunção, de psicopatologia

Objetivo: corrigir as disfunções que provocam o k criminal através de


métodos que promovem a mudança.
Se formos em sucedidos nessa correção. Se houver uma identificação
positiva do método a implementar podemos erradicar o k criminal do
individuo.

Tratar um individuo de forma bem-sucedida é possível.

 Tratamento
 Reabilitação

Ideologia da reabilitação

 Reduzir crime através de:


o Combinação de estratégias
o Suporte social
o educação
 Debate hereditariedade e ambiente:
o Crime é produto de predisposição em interação com
condições sociais desfavoráveis
 Determinismo - diferenciação – patologia
o Ideia de que há fatores externos ao individuo, o individuo que
comete crimes é diferente do que não o faz e há sempre a ideia
da doença, de que essa disfunção só poder curada como
doença
 Critica

By the late 1930, mainstream criminology was linking criminal behaviour to


a range os psi and social factors, against the backdrop of a continuing
debate about the relative importance of genetic endowment.

Psy the ories are…()

Todo o fenómeno criminal é sempre explicado por disfunções. Isto +é


muito difícil lidar com isto desta maneira quando este fenómeno é tão
disseminado e atinge uma escala brutal.

A TPC com estes pressupostos ajusta-se mal a este fenómeno tão


disseminado. É difícil explicar isto de forma individual. Teria que haver uma
cura para cada pessoa. Era uma tarefa demasiado grande.

São todos doentes e têm que ser todos tratados. E tratados de forma
individual.

Depois de cair em declínio a elegia da reabilitação a psi perde algum


caminho.

Será que as causa serão mesmo uma disfunção, um ajustamento anormal


ou uma personalidade desviante.
Começam a surgir duvidas à volta da personalidade criminal

Teoria Personalidade Criminal

Existe uma personalidade criminal composto por um conjunto de traços


psi que caracterizam o delinquente e são responsáveis pelo seu k
desviante.

Personalidade criminal

Autores:
Eysenk
Pinatel

Genética
Determinismo
Diferenciação
Patologia

Transição

Autores:
E. de Greef
Foco clínico

Fenomenologia
Construtivismo

Autores:
Debuyst

Psicologia criminal

Evoluir em Explicações
deterministas e positivista |----------------------------------| indeterministas e
construtivistas

EYSENK (1977):

 Organização mais ou menos estável e permanente do caracter,


temperamento, intelecto e físico de uma pessoa que determina
diferentes formas de adaptação ao meio.
 Existem traços de personalidade estáveis, responsáveis pelo k
nessa interação com o meio, são fatores que determinam a nossa
conduta em diferentes tipos de situação e apresentam não só
estabilidade temporal como situacional.

 Os traços são responsáveis por formas de k habituais.

 Os traços não devem ser vistos como existindo ou não, mas sim
como diferentes graus de um continuo.

Teoria biopsicologia + social

 Importância da herança genética + dimensão e psicofisiológica da


personalidade fatores do meio/da socialização. K= interação entre
fatores biológicos personalidade e ambiente.

 Diferente cominação de fatores ambientais e neurológicos –


diferentes estruturas e funcionamento de personalidade – diferentes
padrões de aprendizagem e socialização – diferentes tipos de k
criminais.

 Individuo nasce com determinadas características do sistema


nervoso que afetam a sai capacidade de
conformidade/aprendizagem de reras sociais dominantes.

 Variabilidade devido a fatores neurofisiológicos (reatividade,


sensibilidade e excitabilidade)

O k criminal vem da forma como estes fatores se combinam entre si por


forma a dar lugar a uma personalidade tipicamente criminal.

A personalidade é sempre uma questão de grau e não de


ausência/presença

Importância da socialização

 K criminal é normalmente uma estratégia aprendida


 Socialização enquanto processo pelo qual aprendemos a controlar a
realização e desejos primários.
 Para evitar a prática do crime, o processo de socialização tem de ser
eficaz na criação de resistências a esses desejos
 A punição ou mendo da punição não garantem resistência ao crime
 Reincidência? Paradoxo do criminoso – resposta
o Gratificação é consequência imediata do crime
o Sanção penal é distante e nem sempre acontece
Teoria fatorial da personalidade

Fator G – capacidade

 Sem ligação direta com o k criminal

Fatores de 2º ordem – temperamento


 Extroversão
 Neuroticismo
 Psicoticismo

 Personalidade “normal”
o Equilíbrio
 Neuroticismo 7 estabilidade
 Nem extro nem introvertidos

 Criminosos como grupo:


o Mais extroversão
 Extroversão/introversão fator E: dificuldade no
condicionamento e na aprendizagem, tendência para a
procura de maiores níveis de estimulação no exterior

o Mais neuroticismo
 Neuroticismo/estabilidade (fator N- neuroticismo –
imaturidade das estruturas nervosas /SN Autónomo) -
elevado nível de emotividade e instabilidade emocional,
fraca resistência ao stress.
o Mais Psicoticismo
 Psicoticismo/superego fator P - fator estabelecido
posteriormente, já com estudos com criminosos, em
termos biológicos mais relacionados com o
funcionamento hormonal. Psicoticismo associado a
indiferença afeta hostilidade face ao meio, incapacidade
de adquirir as regras de conduta socialmente
aprovadas.

Limitações:

Validação da teoria apenas em estudos de autorrelatos de


delinquência/não, delinquência registada.

Alguns estudos encontram elevados níveis nos 3 traços - Extroversão,


neuroticismo, Psicoticismo, outros encontram resultados contraditórios.
Outros ainda não validam nenhum aspeto desta teoria (aplicada ao k
criminal)

Teoria com muito impacto/instrumentos de avaliação utilizados (ex:EPI,


EPQ)

PINATEL (1963)

Criminologia clínica

Estudo dos processos que conduzem à passagem ao ato delinquente e


identificação dos traços psicológicos subjacentes a esta, ou seja, estudo dos
mecanismos e processos psicológicos determinadores e característicos da
conduta criminal.

Nota: Ele não tem o mesmo entendimento em termos de estabilidade de


personalidade que o Eysenk tinha. Pinatel não tem esta ideia sobre o
determinismo da personalidade. Ele diz que a personalidade pode ou não ser
criminal durante um determinado tempo dependendo das circunstâncias da
pessoa. Padrão criminal durante um curto ou mais longo

Ver os Sopranos novamente.

Analisar o percurso de vida do Toni Soprano. Há períodos em que há um grande


envolvimento em violência e noutros períodos mais normais de funcionamento.

Modelo de Pinatel (1963)

 Propõe a Teoria do nó central


 Grandes objetivos no estudo do criminoso e sua ação
o Definir condições da passagem ao ato delinquente
o Pesquisar os traços psicológicos que lhe estão subjacentes
o Verificar a sua presença nos mecanismo e processos da
conduta criminal.

Dentro do grupo que passa ao ato vãos tentar perceber que traços estão
presentes nos períodos de criminalidade.

 Proposições fundamentais da Teoria do nó central


o O criminoso diferencia-se dos outros pela maior probabilidade
de passagem ao ato.
o Essa aptidão resulta de uma estrutura especifica da
personalidade – personalidade criminal.

 A personalidade criminal inclui traços agrupados num nó central e


variantes:

 O nó central engloba os seguintes traços:


o Egocentrismo
o Labilidade
o Agressividade
o Indiferença afetiva
 As variantes dizem respeito a:
o Atividade
o Aptidões físicas intelectuais e técnicas
o Necessidades nutritivas e sexuais

o nós central controla a passagem ao ato

as variantes orientam para de modalidade de execução

os traços agrupados no nó central intervêm de forma muito precisa nos casos de


delinquência grave e de forma mais complexa e menos precisa nos casos menos
graves.

A personalidade criminal é na sua globalidade dinâmica. A sua especificidade


resulta da associação ação e interação dos seus diferentes traços
construtivistas.

 Egocentrismo:
o Autocentração condiciona atitudes face ao meio e aos outros
o Satisfação do próprio através da transgressão
o Permite neutralização dos julgamentos sociais desfavoráveis
à prática do crime
o É o traço que menor peso tem na determinação da passagem
ao ato, mas está presente em todos os delinquentes
 Labilidade afetiva:
o Instabilidade emocional – também ao nível das cognições e k
o Revela-se através da incapacidade de inibição da ação.
 Agressividade
o Capacidade de agir negativamente /violentamente sobre o
outro independentemente dos danos que possa causar
o Traço com forte determinação na passagem ao ato criminoso
Diferença entre agressividade e violência – tem a ver com a intenção;
agressividade faz parte das emoções básicas, em que há um impulso
agressivo, faz parte da natureza humana, é difícil de eliminar

 Indiferença afetiva
o Dos 4 traços do nó central é o mais poderoso e mais específico
da P criminal
o Indiferença face ao outro e ao seu sofrimento
o Falta de empatia, incapacidade de experienciar emoções
altruístas
o Traduz-se na falha na inibição de k que acarretam sofrimento
para os outros.

AULA 8 – 08 novembro 2019

Em síntese:

O egocentrismo neutraliza o julgamento social desfavorável

A labilidade impede a inibição comportamental face à ameaça da punição

A agressividade supera os obstáculos à execução

A indiferença afetiva suspende a empatia com o outro no momento da


concretização do crime

 Via privilegiada para a avaliação da perigosidade – combinação de 4


traços (estamos a desvalorizar o fator ambiental; e a desconsiderar
outros aspetos; não podemos falar só destes 4 traços)

LeBlanc e Frechette (1987)

 Tal como Pinatel: “personalidade delinquente constitui uma estrutura


especifica não sobreponível aos quadros psicopatológicos
tradicionais”
 “Personalidade delinquente organiza-se como síndrome”
 conjunto de sintomas organizados relacionados com um estado
disfuncional

 3 grandes sintomas constitutivos da personalidade delinquente


 enraizamento criminal: processos ao longo do qual o individuo se
vai envolvendo com a atividade delinquente
 dissocialidade perdurável (impacto dos fatores do meio) – forma
como os fatores do meio vão ter impacto no desenvolvimento da
delinquência
 egocentrismo exacerbado
 Acrescentam uma dimensão desenvolvimental à proposta de Pinatel
 A estrutura da personalidade delinquente é constituída
progressivamente durante a infância e tende a consolidar-se na
adolescência

Síndrome
Personalidade
delinquente

Enraizamento Egocentrismo
Dissocialidade
criminal (3 exacerbado
perdurável
processos) (personalidade)

Fatores Hipossocialidade /
Ativação Agravamento criminogenese – Isolamento social falta de ressonância
meio empática

Congrega em si os diferentes
Reação social Fatores
Desistência
(formal e informal) desenvolvimento fatores de personalidade
envolvidos no
desencadeamento e
manutenção do
comportamento delinquente;
Ausênsia ligações
92% dos delinquentes Impacto punições afetivas, traços que medeiam o impacto
significativas dos fatores do meio;
estudados evoluíram ao
longo destes 3 processos) isolamento social e
interpessoal

Presença e impacto de fatores criminogenos do meio (de vários tipos) –


o peso maior ou menor de cada tipo de fator leva à estruturação de
diferentes tipos de delinquência (de ocasião; de transição – pessoas que
se desorganizam devido a estar a acontecer algum acontecimento na
sua vida que leva a tal; de condição
Investigação empírica sobre o conceito de personalidade criminal

Confirmação da teoria geral de Eysenck, mas não da teoria sobre


comportamento criminal (sobretudo relação crime/extroversão)

 Contudo, popularidade do modelo na criminologia e avaliação


psicológica forense

Atividade Prática “Eu, Pierre Rivière”...


Analise o caso de P.Rivière e formule-o de acordo com:

 uma conceção da personalidade criminal


agressividade e indiferença afetiva é o que se destaca mais em P.Rivière
era introvertido

Psicologia “Criminal”

Deterministas
Indeterministas
(positivistas)
Construtivistas
Em meados do séc. XX... Fenomenológicas

 Viragem epistemológica
 Corrente fenomenológica
 (Étienne de Greef)

Acentuam-se críticas / questiona-se conceito de personalidade criminal


Indiferenciação afetiva estruturado – indivíduos indiferentes à componente
afetiva dos seus atos

Indivíduos que ao longo de toda a sua vida, tudo conduziu para aquele
momento, aquele crime --- a maioria dos casos

Viragem epistemológica: corrente fenomenológica

“Movimento que procura aceder à compreensão das vivências interiores


do delinquente e da passagem ao ato criminal.”

Positivistas ignoram como os desviantes pensam e sentem em relação à


sua própria experiência de desviância. (Thio, Taylor, 2013)

Abordagens cognitivistas e construtivistas

Yochelson e Somenow (1976) – centrados na forma de


pensamento/padrões de pensamento criminal

 Identificaram dois grandes grupos de processos cognitivos, ambos


“erros de pensamento criminal”
 Padrões de pensamento criminal (16 padrões; ex: energia, medo, estado
zero, revolta, orgulho, procura de poder, ...)

Nota: Explicar o conceito criminal desta maneira, e explicar à luz da


personalidade são duas formas completamente diferentes!!!

 “Criminosos pensam de forma diferente”


 estas teorias inspiram programas de tratamento cognitivo (ex.
aumentar níveis de controlo; diminuir impulsividade)
 programas cognitivo-comportamentais no contexto português

Sykes e Matza (1957)

Técnicas de neutralização – o individuo que comete delito é igual a


qualquer outro
 Comportamento antissocial é “ação significante aprendida na interação
(simbólica) como o meio”
 Delinquentes apresentam:
 valores muito próximos dos valores normativos/cultura dominante
 expressão de culpabilidade
 estratégias que lhes permitem lidar com a dissonância e peso
negativo da transgressão (que diminuem impacto de culpabilidade)

 Negação da responsabilidade - forças que empurram para o crime; não


houve responsabilidade direta, fui mais coagido do que ator.
 Negação do dano – não sou intrinsecamente mau, o ato não provocou
dano efetivo na vítima.
 Negação da vítima - tratou-se de um ato de justiça prévia; a vítima
merece.
 Condenação dos condenados - não fiz nada que os outros também não
façam, quem condena é hipócrita e só quer prejudicar-me.
 Apelo a lealdades mais elevadas - violei normas dominantes porque me
sacrifiquei a outras normas, igualmente importante, de um grupo a
quem devo lealdade.

Na atualidade

 Crítica e rejeição do conceito de personalidade criminal


 Proposta:

Conduzem a diferentes formas de


Diferentes formas de
construção da realidade/ diferentes
organizar e estruturar
formas de agir e de se situar na relação
os estímulos do
com os outros e com o mundo.
meio...

- Critica o conceito de perigosidade..., mas este está presente no


sistema jurídico-penal!
Conceitos adotados pelo sistema penal --> Perigosidade e personalidade
criminal

Código de processo penal – “para efeito de avaliação da personalidade e


da perigosidade do arguido pode haver lugar a perícia sobre as suas
caraterísticas psíquicas, independentes de causas patológicas, bem como
sobre o seu grau de socialização”

AULA 9 – 15 novembro 2019

Fenómeno “Droga” --> interessante para o Comportamento Desviante

O sistema de recompensas e as drogas

É possível através da amígdala sentir o estímulo prazeroso (córtex frontal


inibe a necessidade da vivencia permanente da resposta de prazer)

O que acontece quando este sistema é ativado (principalmente pelo


consumo de algumas substâncias)?

Algumas substâncias não atuam de igual forma;

Mudança de uma estrutura anatómica/fisiológica (axónios dos neurónios


que fazem a ligação da amígdala ao córtex pré-frontal deteorizam-se),
permite que o comportamento aditivo seja adotado como uma doença.

Passou de “abuso/adição” ---> para “toxicodependência” ou


“independências” (em geral) --> e hoje em dia fala-se em “comportamentos
aditivos” (tanto acontece com a droga, como com outros padrões (jogos,
compras, etc)

How does Ibogaine affect the brain?

 Da mesma forma que existem substâncias que desequilibram o


mecanismo de recompensa, e que tornam as pessoas mais vulneráveis
às dependências; também existem outras que têm capacidade de
“eliminar” essas dependências (ex: ibogaína)

*Documentário “Ibogaine: Rite of Passage”

Dependência é feita por 3 grandes procedimentos:

 Craving (fenómeno psicológico) - não há nada que atue sobre o craving


(desejo intenso de consumir; repetir a experiência) – só a psicoterapia
 Síndrome de abstinência (fenómenos físicos/orgânicos)
 Desenvolvimento de Tolerância (fenómenos físicos/orgânicos) –
tolerância é diferente de pessoa para pessoa; tolerância defende os
consumidores desse efeito da overdose.

Faupel - Uma tipologia do uso de heroína

As pessoas não se tornam drogadas de uma forma linear;

O que leva ao consumo também é:

 acessibilidade
 estrutura de vida (tem a ver se há trabalho, relação significativa,
apoio dos pais, amigos, sítio para viver, etc.…)

Há vários perfis:

 “The Street Junkie” - já não consegue recursos para comprar nada, nem
ajuda para viver de maneira nenhuma – o mais vulnerável, o mais doente
(baixa acessibilidade e baixa estrutura de vida)
 “The occasional user” (baixa acessibilidade e alta estrutura de vida)
 “The stabilized junkie” (alta acessibilidade e alta estrutura de vida
 “The free-wheeling junkie” (alta acessibilidade e baixa estrutura de vida)

Pode ser linear ou não – uma pessoa pode passar por vários perfis
Trajetórias de relação droga-crime (Agra e Matos)

 toxicodependente – delinquente
 delinquente – toxicodependente
 especialista droga-crime

AULA 10 – 22 novembro 2019

ABORDAGENS ECO-SOCIAIS DO FENÓMENO DO CRIME

COMPORTAMENTO DESVIANTE

Crime
Droga
|--------------------------------------------------------------------------------------------------------|

Positivistas Abo. biológicas Construtivista

Realista Psicológicas

Absolutista Eco sociais

FUNCIONALISMO

consenso

Rótulo
Teorias de Labelling

(Ver vídeo sobre funcionalismo da khan academy)


As primeiras perspetivas sociológicas
Conjunto de abordagens teóricas sobre o crime que ….

Pressupostos funcionalistas

1. a sociedade é um todo cujas partes ou subsistemas operam de


forma coordenada e integrada
2. indivíduos passam por processos de socialização em que
aprendem os modelos ktais e os valores adequados, que
contribuem para o funcionamento do sistema no seu todo
3. (tem inerente um pressuposto de consenso)

Durkheim e o suicídio
Temos a ideia de que o suicido é algo profundamente individual e psicológica
(biográfica) mas o D desenvolveu o primeiro grande estudo sociológico e
constatou que o suicídio era a consequência da dessolidarização das
sociedades.

A tradição do Durkheim (1858-1917)

“A certain level of crime is not only inevitable but also functional do


society”
1. Produzir uma reação social (punições), o crime contribui para unir
as diferentes partes da sociedade e os seus membros, num “todo”
reforçado.
a. É fundamental que quando a disruptividade acontece, ocorra
uma punição a quem o pratica.

2. Numa sociedade orientada para a estabilidade e conformidade (onde


a inovação é rara), o comportamento desviante funciona também
como importante desfio aso valores morais (visão muito pouco criativa
e estimulante daquilo que é funcionamento social. Quando há muito
pouco inovação também há consequências. Países onde funciona assim:
norte da europa. Ex: suécia, noruega, etc. tudo funciona. Todas as suas
necessidades estão garantidas. São muito rígidos. O k desviante é um
desafio e faz as coisas abanaram um bocado. Uma sociedade onde não
existe quebra das normas, não existe negociação das regras é uma
sociedade morta. Estanque. O k desviante acaba por garantir que as leis
acompanham o desenvolvimento social. A forma como é tão contrastante
a forma como alguns países lidam com este facto social e outros
continuam a punir mostra a evolução das sociedades. Ex: discriminização
do consumo de droga, ivg, casamento entre pessoas do mesmo sexo.)

3. O próprio conceito do crime é um rotulo que serve para manter a


solidariedade social. Ao assistirem à punição dos outros, as pessoas
tendem a reforçar a ideia de pertença a um grupo comum e a reforçar
a distinção entre o que esta bem e o que esta mal.(cidadãos
cumpridores podem estar descansados porque os “maus” vão ser
punidos. Podem sentir-se descansados e protegidos)

Normal
____ linha que separa o normal da desviância____
Desviância /patológico

Anomia (= anarquia)  condição em que os indivíduos não se identificam


com o sistema de valores, não se inibindo de cometer crimes.
Há demasiada desviância a acontecer (demasiado suicídio). O funcionamento
esta ameaçado. Porque? Porque o poder da sociedade de integrar socialmente
por via das instituições está questionado. Instalam-se processos de
desorganização. O crime passa a ser mais difícil de gerir do que normalmente.
É um equilíbrio frágil.)
A ausência de crime, tal, como a sua existência exacerbada são sintoma de
patologia social.
 Sociedade sem crime – seria super vigiada/opressiva
 Sociedade com muito crime - quebrou-se o equilíbrio entre as reras
sociais e individualidade

Quebra de confiança na sociedade estruturada e no seu poder de proteger as


pessoas.

TEORIA DA ANOMIA (Merton, 1938; 1957)

 Robert Merton desenvolve a ideia de Durkheim de que a estrutura


social capitalista é, em si mesma, causadora da anomia.
 Divisão de trabalho associada às sociedades industrializadas coloca
os indivíduos numa posição hierárquica que não é por si escolhida,
mas sim determinada quando nascem.

 Tal situação cria desconforto e ressentimento, por não se ter acesso


livre ao que se aspira - Anomia da injustiça. A desintegração social
existe, porque vão existir grupos que nunca chegam à posição que
almejam.
A rutura dos laços surge porque vão existir grupos que nunca vão conseguir
aceder a um nível que almeja. A desigualdade cria antagonismo entre os
diversos grupos sociais. Isto é um processo de interdependência.

(I)
Dois “problemas identificados”:
 Tendência para enfatizar mais os objetivos do que os meios.
valoriza-se mais o sucesso do que os meios utilizados ao seu
alcance.
 Se não há internalização adequada da necessidade de adotar meios
legítimos, prevalece a vontade de alcançar objetivos.

(II)
 Objetivos definidos igualitariamente na sociedade; sem ter em conta
a estrutura social.

 Metas iguais / oportunidades desiguais _ tensão (“strain”) - anomia


Anomia no limite vai passar a significar basicamente a desistência. Desistir de
ter objetivos. É a perda de objetivos de ascensão social ou outros de caracter
construtivo. Perda de identidade. Perda de móbil.

Todos partilhamos a mesma ideia de sucesso, estar seguros – mas depois


uns têm mais meios para chegar a esses objetivos do que outros; e é isto
que explica o facto de alguns grupos sociais reclamarem para si o seu
direito de poder --- em alguns caso, a anomia também pode levar à perda
de objetivos/ de identidade (estado de desistência, e é aqui que a
desviância se apropria dos indivíduos)
Segundo Robert Merton:

o Pessoas que cometem e que não cometem crimes partilham


objetivos e aspirações sociais, mas não partilham os meios para os
alcançar.
o Merton rompe com a assunção positivista de que há uma linha que
separa os criminosos e os não criminosos.
o Problemas das sociedades modernas:
o Hiato entre o ideal das sociedades meritocráticas e a realidade
da hierarquia social determinada por fatores “a nascença”.
o Paradoxalmente o aumento da literacia e a democratização do
acesso ao ensino piorar esta situação, na medida em que se
reforçaram as aspirações sociais, muitas vezes inalcançáveis.

- K criminal = resposta do individuo à tensão entre os seus objetivos e os


meios de que (não) dispõe para os alcançar.

- Ou seja, para Merton,


“O delito não é apenas um problema de socialização, mas sim uma situação
criada estruturalmente, produto de uma tensão entre os objetivos culturais
e a limitação dos meios legítimos disponíveis para o seu alcance” (Larrauri,
91)
Formas de adaptação
Formas de adaptação objetivos Meios
Conformidade (adaptação + +
estável e consensual)
Inovação (aceitação de + -
objetivos, mas
incumprimento de
normas)
Ritualismo (adaptação - + Classe média; não
que se demite dos arriscam: k de
objetivos consensuais) resignação pelo
patamar alcançado
Retraimento - - Apatia – desistência
(apatia)/rebelião (houve uma
(renuncia aos objetivos e internalização profunda
não cumprimento de dos objetivos, mas não
normas havia meios)
Rebelião – desejo pelo
estabelecimento de
novos objetivos e
novos meios
Timothy leary
Ritualismos. Movimento hippie. “Turn off. Tune in. Drop out”
Desliguem-se da sociedade normativa. Dediquem-se a uma verdadeira vida
espiritual.
Os três últimos pontos do quadro são formas de anomia.

Críticas ao modelo de Merton:

 Modelo simplista/linear, --- como se a única causa para a desviância


fosse a anomia --> há muita desviância que não pode ser explicada
pela anomia

Anomia --------------------------------- desvio

 Reconhecimento – legado às teorias das subculturas (Cohen, 1955


e Cloward & Ohlin,1960)

TEORIAS DAS SUBCULTURAS (Cohen, 1955 e Cloward & Ohlin,1960)

Cohen diz que o Merton não explica aquele crime que não tem nenhuma
base utilitária. Não tem finalidade. Ele não consegue explicar o crime
gratuito.

 Delinquência é uma resposta a problemas criados pela estrutura


social (tal como na anomia do Merton)
 Mais importante do que argumentar se todos compartem os mesmo
valores/objetivos, é perceber a diversidade de culturas numa
determinada sociedade.
 A questão da tensão e da adaptação a ela não é tanto um processo
individual, mas sim um processo de culturas e de choque de
culturas.
Filme: Os gangues de Nova York
Desafios da aculturação são muito grandes, porque se eu corto as origens,
crio prolemas com a minha família; por outro lado se eu sigo essa cultura,
vou ser julgado por ser diferente.
AULA 11 – 29 novembro 2019

TEORIAS ECOSOCIAIS SOBRE O COMPORTAMENTO DESVIANTE

 Funcionalismo de Durkheim
 Teoria da anomia de Merton
 Teorias das subculturas de AK Cohen e Aholin
 Teorias de controlo de Hirschi
 Escola de Chicago (antropologia urbana e desorganização social)

TEORIAS DAS SUBCULTURAS


(continuação)
Choques de cultura
Vagas de emigração
EUA é um bom exemplo deste choque de culturas.
Merton tem uma explicação tão próxima da desigualdade que acaba por se
esquecer da desviância que não vem desta questão como por exemplo o crime
da alta sociedade.

Albert Cohen (1955)

 Recebemos parte do nosso estatuto social através da família


 Outra parte é conquistada pelos feitos pessoais
 Jovem de classe desfavorecida:
o Recebe pouco estatuto através da família
o Tem pouca possibilidade de o conquistar num meio que
representa os valores da classe média – a escola.

A escola esta profundamente associada a sociedade normativa (dominante).


A escola faz mais sentido aos grupos que fazem já parte de grupos de classe
média do que das classes desfavorecidas. A escola não é montada a pensar
nos desafios dos jovens desfavorecidos e quando la estão sempre a ser
confrontados com a sua diferença. A escola reproduz valores que
simbolicamente lhe estão muito distantes.
Estas teorias não têm uma grande explicação para o fenómeno da desviância.
 Associa-se a outros jovens nas mesmas condições; desenvolvem
novos valores que servem de base para medida de estatuto, ou seja,
“invertem os valores dominantes criando uma subcultura”. Por
exemplo, ser um bom estudante “já não é valorizado na subcultura a
que pertencem”.
 Para Cohen, a cultura permite resolver problemas criados pela
estrutura social – as pessoas ajustam as suas vidas (incluindo a
atividade criminal) em função de um determinado
sentido/significado.

TEORIAS DE CONTROLO

O que causa a conformidade?


 Se compreendermos o que causa a conformidade, podemos
compreender o que causa a desviância.
Noção de desviância
 Ausência das causas e características típicas da conformidade.
Controlo Social
 A conformidade ocorre através do exercício de controlo social sobre
indivíduos
 A ausência de controlo social causa desviância.

 Todos nascem com propensão para violar normas. A sociedade tem


que ensinar os indivíduos a não o fazer.
 Falha dos grupos sociais convencionais em estabelecer vínculos
com indivíduos.
 Delinquência = consequência da falha do individuo em desenvolver
mecanismos internos de controlo.

Hirschi foca-se no estudo do k juvenil, é na adolescência que o respeitopelas


normas se vai dar ou não.
(Hirschi focuses on youthfull delinquencya, teh age ehere de most deviation from
norms generraly occurs. Conforming behavior is reinforced by individuals
attachment to norm-abiding members of society, the commitment and investment
they have made a legitimate life and…)
TEORIA DO CONTROLO (VíNCULO SOCIAL DE TRAVIS HIRSCHI, 1969)
Todos nascem com a propensão para violar as normas e por isso, a
sociedade tem que ensinar aos indivíduos a não o fazer.
Falha dos grupos sociais convencionais em estabelecer vínculos com os
indivíduos.
Delinquência = consequência da falha do individuo em desenvolver
mecanismos internos de controlo.
TEORIA SOBRE CONSTRANGIMENTO E NÃO MOTIVAÇÃO

 Condições para controlo:


o Relações de vinculação com agentes de socialização (ex. pais
e professores, amigos com grupo de pares convencionais)
o Compromisso (investimento/ objetivos incompatíveis com
desvio (ex.: manter um emprego, melhorar estatuto
profissional)
o Envolvimento (propensão para participar em atividade
convencionais, ex. desporto)
o Crenças (aceitação das normas/valores da sociedade)

HIRSCHI Social Control Theory


A ESCOLA DE CHICAGO

 Chicago, anos 1930


o Expansão da população para mais de 3 milhões
o Diversidade dos grupos étnicos
o Importância da organização do espaço e da articulação entre
o espaço e a diversidade étnica e cultural

Protagoniza uma ligação à antropologia (estudo do terreno) --> criando a


antropologia urbana

É uma escola sociológica e antropologia

A escola de Chicago tenta criar explicações sociológicas e antropológicas


que ajudem a compreender a desorganização social (e outros fenómenos)
que está a ser gerada pela dinâmica, dentro da sua própria cidade

 Park (1925)
o The city – autores propõem a aprsentação da cidade como um
organismo vivo, feito de diferentes círculos concêntricos, que
vão agregando grupos e estruturas diferenciados)
o A cidade como um superorganismo, uma amalgama de
subpopulações, cada uma com uma característica central
(etnia, interesse económico, etc.)
o Cada subpopulação desempenha um papel na cidade e
interatua entre si
o Observação participante/abordagem ecológica
o ….
 Burgess (1925)
o As cidades modernas expandem-se através de zonas
concêntricas
 Business disctrict
 Zona de transição – muita emigração e pobreza
 Working class housing
 Middle-class housing
 Afluent suburbs
Na zona de transição há constante procura de mobilidade
para a zona 3 e há invasão de negócios – pouca
estabilidade/desorganização social
 Shaw & Mckay (1931, 1942)
o Elevada prevalência de delinquência juvenil nas zonas de
maior desorganização social
o Importância das culturas juvenis na criação de valores
delinquentes (maior importância da vizinhança
comparativamente com a família)
o “Bairros/vizinhança com elevada desorganização social
contribuem para a transmissão cultural de padrões
comportamentais desviantes através de gerações sucessivas,
tal como acontece com comportamentos normativos”

 Sutherland (1947)
o Teoria da Associação diferencial
o Crime como resposta aprendida
o O comportamento criminal é uma resposta aprendida, não
tendo uma natureza distinta dos restantes comportamentos –
poder do ambiente como modelador de comportamentos
o O processo de aprendizagem ocorre junto dos grupos mais
próximos do individuo que comete crimes (que não são
necessariamente grupos delinquentes)

Contributo metodológico muito importante da Escola de Chicago:

o Abordagem ecológica
o Etnografia
o Observação participante

TEORIAS DO LABELLING

 Ver em casa: Vídeo da Khan Academy sobre o Interacionismo


Simbólico (grande abordagem sociológica, não é uma teoria do k
desviante)
 Perspetiva mais influente da década de 60
 Principais autores
 Becker (1963)
 Cicourel (1967)
 Lemert (1967)
 Goffman (1968)
 Apoiados no interacionismo simbólico
 Desenvolvido inicialmente por Mead (1934) no âmbito da escola de
Chicago.
 O individuo atua em função da interpretação que dá aos objetos, as
situações, as ações dos outros
 Perdeu ímpeto nas décadas de 40 e 50
(significado - primado do construtivismo
Psicologia – terapias narrativas
Sociologia – interacionismo simbólico)
O funcionalismo é mais macro (todas as instituições, departamentos,
grupos, grandes estruturas profissionais)

Aqui é o oposto, o Interacionismo Simbólico >>>> proposta de


compreender a interação social a uma escala muito micro, que se constrói
dentro das interações que os indivíduos têm uns com os outros

Significado (Construtivismo) >>> O significado modela a ação, é diferente


de individuo para individuo e muda ao longo do tempo (não é estático)

Um dos principais argumentos da “Labelling aproach”


 Se o “controlo social é resposta ao desvio”  o contrário também é
verdade! (Lemert, 1967, cit. Larrauri, 1991) o desvio também é uma
resposta ao controlo social.
 A desviância não tem “natureza ontológica” (natureza
ontológica=está associada à natureza da sua própria natureza, o
crime já nasce com a pessoa, ex: personalidade criminal), não existe
de forma independente, à margem de um processo de reação social;
 Não é o ato em si mesmo que constitui num desvio, mas sim o
significado que se lhe atribui;
 A reação social é que define o ato como desviante
 Nesta perspetiva não se pode afirmar que um ato é desviante sem
conhecer a reação social a ele. (não matar é um imperativo legal não
discutível, mas é diferente matar em legitima defesa ou num assalto
à mão armada).
 Ex: homicídio
o Matar em assalto à mão armada
o Matar em legitima defesa
 Contextualização diferente – significado diferente
 Conceito de “relativismo cultural”  em grupos diferentes o mesmo
ato desencadeia reações diferentes. (ex:casamento cigano de pré-
adolescentes é aceite nesses grupos mas na cultura ocidental não é)

Porque é que se aplicam etiquetas?


 Repostas tradicional: “Porque são k que poem em perigo o sistema
social”
 Refutada por teóricos da etiquetagem: “O processo de etiquetagem
cumpre funções sociais.”
AULA 12 – 06 dezembro 2019
(Continuação da aula anterior)
Interacionismo simbólico e as teorias do labelling

Dentro das abordagens ecossocias algumas abordagens mais especificas


do fenómeno da droga

Notas: O desvio é gerado pelo controlo social.


Ver: Prós & Contras da próxima segunda-feira.
Não se pode ajudar sem aplicar o relativismo cultural. Fundamental para trabalhar co
determinadas populações. É preciso entender para poder ajudar, para poder chegar a
esses grupos.
Processo ade atribuição de um rótulo tem profundas consequências. Então, porque é
que se aplicam etiquetas? Se essa aplicação contribui para a continuação da desviância.
Porque temos tendência a reagir assim e estamos a achar que temos uma reação
protetora da população (da família, etc) ao identificar estes k desviantes. Forma de
proteger a sociedade dessa ameaça é identificar as pessoas que têm determinados ks
(rotular).
Mensagem: att! Há diferenças profundas entre nós e eles, nós não somos capazes de
tais atos.

 Ideia já veiculada por Durkheim: reação social reafirma as normas – promove a


coesão social
 Reforçada por Mead (1918): o delinquente é usado como bode expiatório para
reafirmar a solidariedade social
 E por Becker (1963): a sanção de determinadas ações é obra de “empresários
da moral”

Quais as consequências da aplicação das etiquetas/”labels”

 Interacionismo – pessoas definem os eu “self” na interação com os outros


o Resistência à identidade desviante
o Vantagens encontradas no rótulo…
o Integração em novo grupo social
Ex: guna que acaba por perceber que o rótulo de “mau” e “complicado” e “desviante”
lhe traz vantagens porque começa a sentir poder sobre os outros. Passa a integrar-se
em grupos com quem partilha esses mesmo rótulos. O grupo reforça o sentido de
identidade. Explicação para a existência de gangues juvenis.

 Nova identidade absorve tudo o resto


o Alguém que é rotulado de ladrão não é visto de nenhuma outra forma.

 Rótulo é uma profecia que se cumpre a si mesma”…


O que motiva primeiros desvios é diferente do que os desvios posteriores – aqui é a
identidade desviante
Lemert (1967) diferencia
o Desviância primária – capacidade limitada de atuar aqui
o Desviância secundária – inteiramente nossa responsabilidade e não dos atores
que a protagonizam.

Critica ao sistema de justiça penal

Sistema é irónico:

Propõem-se diminuir a criminalidade
Mas contribui para a criação de identidades desviantes

• O argumento da culpabilização das instâncias de controlo formal pela delinquência


em si mesma está amplamente presente em novas abordagens

• Centro das atenções desloca-se para as instituições de controlo social

Controlo
social
crime

criminoso
Estudar a desviância não só com o foco no crime e no criminoso, mas também na
produção da desviância olhar o controlo social. É uma das variantes mais importantes
que explicam o crime.

A criminologia radical / Marxista


 Vídeo – conflit Theory da Kahn Academy

 Mudança dramática na compreensão do crime a partir dos 1960’s e 1970’s

 A “economia política do crime” e a ideia base de que o capitalismo é


criminógeno.

 Relação desemprego – crime: crime reduz a mão de obra excedente ao


proporcionar economias paralelas

 Criminalização de comportamentos das classes desfavorecidas

 No reino unido concretiza-se ma “Nova Criminologia”, proposta por Taylor,


Walton e Young (1973)

Em Inglaterra nos anos 70 acontece a crise do petróleo e vai atirar para o desemprego
uma grande fatia de trabalhadores. Aqui a criminologia tenta encontrar razões para a
desorganização em que as pessoas passaram a viver.
A crise do petróleo vai afetar muito mais os grupos mais vulneráveis.
Há uma grande crise económica, as pessoas dedicam-se a negócios paralelos, mas isto
não é assim tão mau porque as pessoas estão a sobreviver.
Não é só na criminalidade mais organizada que isto se nota, mas quando os jovens
caem na toxicodependência essa ocupação é a tempo inteiro. Esta desviância dá-lhe
uma ocupação enquanto estão desempregados. É uma alternativa, mas é uma
alternativa horrível.
É uma razão para que esta faixa etária tenha passado por esses ks desviantes de
consumos e de uma vida à volta da droga.
Reforça-se a relação da desviancia à pobreza.

A “nova criminologia” (Taylor, Walton & Young, 1973) constitui o início da criminologia
critica (E. Laurrauri, 1991)
 Propõe-se estudar:
o Os fatores da estrutura da sociedade que facilitam o desvio.
o As origens imediatas do desvio:
 como se opta racionalmente pelo desvio como resposta aos
problemas do sistema social
o As origens imediatas da reação social:
 produz-se em função de quê? Qual o clima moral? Quais os
interesses políticos e económicos que serve?
o A relação entre as necessidades do Estado e a criminalização de
determinados atos

A tarefa da nova criminologia será:


 “Desmistificar” a lei penal
 Estudar os órgãos de controlo social
 Propor novas definições do delito (protetoras das classes não
dominantes) (a justiça vai mais atrás dos delitos das classes
desfavorecidas porque são mais visíveis e fáceis de investigar do que os
das classes dominantes, do género de crimes de colarinho branco)
 Vincular teoria à prática – alterar sistema capitalista (o sistema
capitalista é que é responsável por alimentar esta desigualdade e
responsável pelos problemas económicos estruturais e que afetam as
populações mais vulneráveis e que por isso mesmo tendem a perpetuar
os ks desviantes.
Impacto da nova criminologia
 Com a incorporação do marxismo na criminologia
o Proliferação de associações de criminólogos críticos, marxistas, em
diversos países;
o Proliferação de publicações e de revistas na área da criminologia critica
(ex: La Questione Criminale (IT); Crime and Social Justice (EUA);
Kriminologhides Journal (Alemanha)

Controlo
crime social

criminoso
vítima
É essencial para compreender a nova criminologia olhar para as diferenças entre classes
sociais. Os donos do controlo social são os mais poderosos, os mais ricos. Os ricos olham
evidentemente para quem acham que é a ameaça, naturalmente as classes mais
desfavorecidas. Estas classes mais desfavorecidas lutam por mudança para melhor
qualidade de vida e os ricos lutam para manter o status quo.

Abordagens biológicas
Abordagens psicológicas
Abordagens ecossociais

 Denominador comum: Normatividade das condutas atípicas e dimensões


contextuais do uso.
 Estudos de subculturas e construção da identidade desviante
 Estuos de Labelling, amplificação das desviâncias e construção social do
problema da droga.
 Estudos da Antropologia Urbana e da Sociologia da Desviância sobre a
marginalização, exclusão social e desorganização social.

Livro: Outsiders
A droga tem o poder de determinar o k individual atuando diretamente no cérebro.
Principais contributos:
Um estudo sobre o consumo de drogas entre um grupo de muscos de jazz e nos seus
contextos naturais de vida.
Há um processo que permite ao individuo consumidor saber reconhecer e experienciar
os efeitos desejados na substância, aprendendo a reconhecê-los e a reproduzi-los a
partir do contato com os pares.
Becker, 1985 (na sequência de Lindesmith, 1947)
Um estudo clássico, com contributos diversos para a sociologia da desviância…

Para viver o efeito e para atribuir significado e ate uma experiência fisiológica eles
precisam de alguém do seu grupo de pares para lhe explicar o que estão a sentir,
sozinhas as pessoas não reconhecem os efeitos.
As pessoas identificam-se como drogados logo no primeiro encontro por causa do
significado que lhe é atribuído. Fisiologicamente não ocorre dependência nas primeiras
vezes.
Livro: Drug, Set, and Setting
Zinberg, 1974
“O consumo abusivo leva à perda de controle da vontade e do sentido de
responsabilidade”.
No trinómio drug-set-setting, os fatores contextuais são mais determinantes do que a
substância ou personalidade do sujeito.
O contexto faz emergir rituais e sanções que permitem a aprendizagem do iniciado
sobre as reras do “bom uso”.
 Não consumir diariamente
 Consumir em bons locais, no momento certo, e em boa companhia.
 Saber identificar e corrigir efeitos negativos
 Saber comportar-se adequadamente fora do contexto de uso.
Set  condições de vida, humor, antecedentes, etc
Setting  onde estou

Drogas e desorganização social

Uma ilustração recente, da tradição de Chicago:


“É um atractor de indivíduos que tem interesse sem torno das drogas com um programa
ktal orientado para os aspetos instrumentais ligados a um estilo de vida em que estes
têm um papel importante. Tem como característica comunicacional a interação mínima
e estrutura-se como interstício de espaço e de tempo. É normalmente um território
secundário, i.e. acessível aos estranhos, controlado por grupos mais do que por
indivíduos e é dotado de grande mobilidade como resposta às ameaças externas.”
(Fernandes, 1998 p. 168).
São “behavior setting”.
São zonas de evitamento experiencial.
São territórios acossados.
São territórios simbólicos.

Ex: Bairro do Aleixo


Conceito de território psicotrópico (Fernandes, 1998)
AULA 13 – 13 dezembro 2019

CONSUMO DE DROGAS
PREVENÇÃO

 Ações pontuais
 Informações (sobre drogas, riscos e efeitos)
 “Inocular através do medo”
 Nos EUA – “D.A.R.E.” - Um polícia formado para o efeito visitava a turma para
explicar a questão das drogas. Programa financiado durante décadas. Depois foi
feita uma avaliação do programa e percebeu-se que não só diminuía o consumo
como aumentava.
 Mesmo assim o programa continuou porque tinha outras vantagens (os pais
gostava, a policia ficava com melhor imagem de proximidade com a população).

Porquê que este aumento acontecia?


 “O fruto proibido é o mais apetecido”
 “Curiosidade”
 “Avançar com informação sem necessidade”
Nunca dar informações sem necessidade aos jovens (especialmente em faixas etárias
mais baixas)
Os resultados foram IATROGÉNICOS (contrários ao esperado)!
O que funciona?
 A integração curricular
 Ou pelo menos a organização de programas estruturados
 Não se fala sobre drogas ou fala-se o mínimo possível com os jovens!!!
 Desenhar prevenção para impedir ou limitar o consumo não era realista
 Realista é atrasar a idade do primeiro consumo porque se limita a precocidade
– significa que o cérebro é exposto mais tarde ao risco do consumo que reage de
forma diferente de quando são mais novos. Riscos de desenvolver padrões de
uso regular e intensivo.
 Drogas – promove-se competências pessoais e sociais (Miúdos com mais
autoestima, sucesso académico, resistência à pressão dos pares resistem mais à
experimentação)
Como está organizada a prevenção?

 Universal
 Seletiva
 Indicada
++++++++ +
prevenção
seletiva
++++++++ +

++++++++ +
+ indicada
+ + + + + + + + ++
universal
(nível de risco desconhecido e variável )

Governo  SICAD

SICAD

CDT PORI OUTROS…


ARS  DICAD

DICAD NORTE CRI  Tratamento *


 Prevenção – consulta
(regional) individual, intervenção
em meio escolar, em
contexto universitário.
PIAC  Reintegração
 Redução de Riscos e
Minimização de Danos
(Os estágios daqui são sempre no PIAC)

PROJETOS NA COMUNIDADE
“PORI”
“PROGRAMA ESCOLHAS”

TRATAMENTO *
 Terapias farmacológicas (terapia de substituição ou de abstinência)
 Existem mais pedidos de tratamento por dependência de cannabis do que
heroína (europa).
 O médico vai avaliar qual a melhor forma de tratar aquela pessoa. Ver qual o
objetivo da pessoa (o quanto ela quer ver-se livre das drogas)
 No caso dos opiáceos a farmacologia é muito importante (ex: metadona)
 Para quem está muito motivado para deixar o médico tenta perceber quais os
sintomas mais graves e o medico vai medicar de acordo eles para ajudar a pessoa
a sentir-me melhor.
 Pessoas com mais suporte social tem mais êxito no abandono das drogas do que
as que por ex vivem nas ruas.
 Intervenção social
o CT – recebem as pessoas por mais tempo e ajudam a pessoa a
reestruturar a sua vida
o Unidade de desabituação (cerca de 8/10 dias)
 Intervenção psicológica – não há propriamente orientações universais.

REDUÇÃO DE RISCOS E MINIMIZAÇÃO DE DANOS


(Para quem tem consumos e quer continuar a ter)
 Utilizadores problemáticos
 Trabalhadores sexuais
 Utilizadores em ambientes recreativos
 …
Estes profissionais têm que conviver com a ideia de que aquelas pessoas consomem têm
esse direito. Não pode haver julgamento!! Só estar presente para ajudar. Atitude
humanista. Atitude de relativismo cultural.
 Programas de troca de seringas e todos os outros utensílios usados no consumo.
 Distribuição sistemáticas destes kits.
 Metadona (não é uma logica de substituição). É entregue nos locais onde estão
as pessoas que não procuram tratamento.
 Cuidados de saúde básicos
 Duches, roupeiros, refeições, consultas médicas (enfermagem, psicológicas) e
ajuda prática (ec: CC)
 Redução de riscos dos trabalhadores sexuais – os profissionais aproximam-se de
populações que estão em maior risco das DST (sauna, rua, interior) MSM – sexo
homens com homens e CHEMSEX – a droga potencia a prática sexual. Públicos
de muito difícil acesso.
 Redução de riscos de consumo em ambientes recreativos – Drug Checking (para
ver se o produto está adulterado, que substancias e quantidades, durante esta
intervenção faz-se a integração de informações, recomendações – sempre sem
julgamento), informação, intervenção em crise.
 Em Lisboa há um local (drop-in) onde é possível fazer este DC fora dos ambientes
de festivais.
 Medida com elevadíssimos resultados de dissuasão de consumo (último Boom
cerca de 70%)
 Ver o Facebook da Kosmicare – flyers user friendly
 Intervenção em crise – pessoas com dificuldade em integrar os efeitos da droga.
Misturas, drogas adulteradas, etc.
 Consulta de integração associada ao Drop-in fora dos festivais para pessoais que
tiveram uma experiência no passado e não tenham tido com quem falar sobre
isso até ali.
 Contextos de estágios – oportunidade com utilizadores problemáticos.

CDT - Comissão de dissuasão da toxicodependência


(composto de juristas, assistentes sociais e psicólogos)
 Instrumento – ASSIST (avalia risco)
 População principal – consumidores de cannabis
 Não é crime o consumo, mas é uma infração

REABILITAÇÃO
Todas as respostas que ajudam as pessoas a sair da trajetória de consumo para uma vida
normal de cidadão comum.
Apoiam nas:
 Questões práticas
 Emocional

POPULAÇÃO CRIMINAL
 Sinalização das crianças e jovens em risco
o População vulnerável ainda pouco
o CPCJ – organismos que atuam orientados pela lei de promoção e
proteção a crianças e jovens (LPPJ).
o Retirada das crianças as famílias em casos extremos de risco.
o Verificam se as famílias têm condições de controlar o risco.
o Fazem acordos com as famílias para tentar controlar esse risco.
o Trabalho de primeira linha de resolução de problemas
o EMAT’s (equipas de apoio aos tribunais) e TFM – se a família é sinalizada
e há ali um crime contra as crianças o Tribunal de Família e Menores tem
que intervir. (há estágios nas EMAT e TFM). Há um psicólogo que apoia o
juiz neste papel.
o INML/ Porto. Os psis participam na fase de inquérito que permitem
responder a vários quesitos que os juízes possam ter. os psi recebem num
gabinete estas pessoas usam instrumentos para recolher e informação
elaboram um relatório para responder a as questões dos tribunais.
o LIP- lares de infância e juventude. Recebem as crianças que são retiradas
as famílias. A maioria são retiradas porque estão sinalizadas por
absentismo escolar grave. Infelizmente apos a retirada, continuam sem
ir à escola. Fugas e violência dentro dos lares. Não têm intervenção
estruturada para os problemas apresentados.

 Delinquência juvenil
o LTE- lei tutelar educativa que regula as medidas aplicadas aos jovens que
tem pratica criminal que se fossem adultos seria crime. Como não são
adultos não estão sob a alçada dos tribunais, mas sim da LTE.
o Estes jovens estão nos CE –(ex: CESA- Centro Educativo de Santo
António). Há jovens que estão separados das famílias, mas vão a escola
fora do centro, outros que estão privados da liberdade e ainda outros que
estão lá de dia, mas de noite estão com as famílias.
o Muitos jovens têm psicopatologias e histórias de vida muito
desafiadores. Estes jovens precisam de respostas a estas realidades.
o
 Crime
o População adulta com prática no crime
o Agressores
 Estabelecimentos prisionais.
 Podem acolher psicólogos como técnicos de reinserção (ou
sociólogos, assistentes sociais, juristas...) apoio psicológico direto
ao utente com todo o tipo de problemáticas. Elaboração de
programas de reinserção.
o Vítimas
 APAV
 CIG
OUTROS
(há estágios nestas instituições)
 CRUZ VERMELHA
 S. CIRILO (estrangeiros)
 UHSA – Unidade Habitacional de Santo António (emigração ilegal) gerido pelo
SEF.

Atuam em contextos de emergência e catástrofe. Respostas de emergência psicológica.

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