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Apostila de Escalada 2003 PDF

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Escalada Artificial em Dossel

II Copa Brasil

Março — 2002
“Escalar não é emocionante pela conquista,
a realização é integrar-se ao objetivo
e chegar ao fim da escalada sem acidentes
é um sinal de respeito mútuo.”
(anônimo)
ATENÇÃO

A ESCALADA É UM ATIVIDADE DE RISCO , PORTANTO


REQUER TREINAMENTO ADEQUADO , TÉCNICA E
CONCENTRAÇÃO .

O S AUTORES NÃO SE RESPONSABILIZAM PELO USO


INCORRETO DO MATERIAL DESCRITO NESTA
APOSTILA .
Sumário
1 Modalidades de Escalada 7

2 Cordas 8
2.1 Corda Torcida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Cordas Trançadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Dicas a respeito de cordas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

3 Cordins, Extensores e Fitas 11


3.1 Cordins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2 Fitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

4 Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.) 12


4.1 Cadeirinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.2 Peitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.3 Fitas de auto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.4 Daisy chain . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.5 Extensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.6 Capacete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.7 Luvas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.8 Óculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.9 Mosquiteiro de cabeça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.10 Joelheiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

5 Mosquetões ou Conectores 16
5.1 Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5.2 Malha Rápida ou Maillon (MAILLON RAPIDE) . . . . . . . . . 19

6 Descensores / Seguradores 20

7 Ascensores Manuais 24

8 Ascensores Ventrais 25

9 Ascensores Complementares 26

10 Absorvedores de Impacto 27

11 Nós 28
11.1 Nó de OITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
11.2 Volta do FIEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3
11.3 Escota Dobrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
11.4 Nó Dinâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
11.5 Prussik . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
11.6 Pescador Duplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
11.7 Nó de Mula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

12 Nós para Fitas 32


12.1 Nó Duplo ou nó de Fita pela Ponta . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
12.2 Nó de Azelha ou Nó de Fita pelo Seio . . . . . . . . . . . . . . . 32
12.3 FROST . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

13 Ancoragem 33

14 Equalização 34
14.1 Costuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

15 Fator de Queda 36

16 Guiar a Escalada 37

17 Top-Rope 37

18 Conquista 37

19 Técnicas de Ascensão 38

20 Técnicas de Descida 39

21 Sistemas de tração 40

22 Tirolesa 42

23 Manutenção de Materiais 43
23.1 Equipamentos Tecidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
23.1.1 Avaliação de Danos e Envelhecimento . . . . . . . . . . . 43
23.1.2 Limpeze e Armazenamento . . . . . . . . . . . . . . . . 43
23.1.3 Retirar de uso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
23.1.4 Uso Único: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
23.2 Ascensores e Descensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
23.2.1 Avaliação de envelhecimento e danos . . . . . . . . . . . 44
23.2.2 Manutenção, limpeza e armazenamento . . . . . . . . . . 44
23.3 Mosquetões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
23.3.1 Avaliação de envelhecimento e danos . . . . . . . . . . . 45

4
23.3.2 Manutenção, limpeza e armazenamento . . . . . . . . . . 45

24 Comportamento Ético 45

25 Precauções 46

5
Introdução
A prática da escalada remonta aos primórdios da evolução humana, frente às ne-
cessidades de coleta de alimentos, encontrar abrigos e transpor barreiras físicas.
Na Europa antiga foi iniciada a prática de subida de grandes picos, posterior-
mente denominada de Alpinismo, pois sua gênese se deu principalmente nos Al-
pes, consagrada com a conquista do Mont Blanc (nos alpes franceses), em 1786,
pelo francês Jacques Belmont.
O mundo já começava a mudar com relativa velocidade, e fazer com que o
homem chegasse aos pontos mais inóspitos do planeta tornava-se a obsessão dos
países mais desenvolvidos. Desta forma a escalada foi muito incentivada, pois
da burguesia industrial e comercial, começavam a destacar-se muitos escaladores
que dedicavam suas vidas às grandes expedições apoiadas governamentalmente.
Colocar uma bandeira Francesa, Inglesa ou Alemã em algum lugar inatingível,
era antes de tudo uma demonstração tecnológica e de bravura de um povo.
Na Segunda metade deste século, com o advento do nylon e desenvolvimen-
to de ligas metálicas mais leves e resistentes, a escalada atingiu um maior grau
de segurança. Dentro destas possibilidades, novas técnicas e equipamentos fo-
ram surgindo juntamente com a difusão da escalada, que começa a tomar um ar
esportivo.
Atualmente outras atividades como espeleologia (que se utiliza das técnicas
verticais em abismos), os trabalhos em altura (construções de estruturas, podas
de árvores), o cannyoning, o rappel e o canoping (arborismo ou tree-climbing)
têm se beneficiado e contribuído no desenvolvimento de técnicas e materiais mais
específicos para o tipo de exigência nos diversos ambientes de atividade.
Sob nossa óptica, o dossel ainda é um dos pontos do planeta onde se pode
chegar e se saber um dos poucos humanos que ali tocaram. Esta visão não é
como a de um conquistador, só a de um privilegiado que pode se dar ao luxo de
vislumbrar um ambiente novo aos humanos, porém comum aos nossos ancestrais.
Ser consciente disso acarreta também uma responsabilidade enorme, pois qual-
quer dano, direto ou indireto, causado a este ambiente é de responsabilidade dos
"desbravadores"da nova "fronteira". Por outro lado, para que se justifique a pre-
servação de certas áreas é preciso que se levantem cada vez mais dados a respeito
do sistema e o dossel contém particularidades até então desprezadas nos estudos
florestais.
A escalada demanda treino e aperfeiçoamento constantes. Todos os anos são
lançados equipamentos novos e procedimentos são questionados e reavaliados,
mantenha-se informado!
Este material tem por objetivo servir como uma pequena base de consulta a
respeito de materiais e procedimentos simplificados.

6
1 Modalidades de Escalada
Escalada esportiva Realizada em muros artificiais, em ginásios (In-door) ou em
campos escola. Possui em geral as dimensões de uma ou duas cordadas
(10m-50m). Importante para a iniciação e também para o treino e compe-
tição. As competições são realizadas em duas modalidades: dificuldade e
velocidade.

Escalada livre É a escalada em rocha, árvore ou estruturas com o uso de equipa-


mento de segurança; porém sem meios artificiais de ascensão.

Escalada solo Em rocha, árvore ou estrutura, sem utilizar nenhum tipo equipa-
mento de segurança.

Bolder Escalada realizada em rochas e muros, onde não se utilizam equipamen-


tos de segurança; normalmente, como regra de segurança, um segundo esca-
lador permanece atento para apoiar as costas e cabeça do primeiro escalador
em caso de queda e/ou utilização de um "pad", uma "almofada"para amor-
tecer a queda . Este tipo de escalada é marcado pelo grau de dificuldade das
passadas e do grande esforço em curto deslocamento.

Escalada artificial A progressão se realiza com o auxilio de aparelhos e técnicas


concebidos para fixar o escalador ao substrato sem estar utilizando mãos e
pés como conexão. São utilizados inúmeros equipamentos como: cordas,
ascensores, descensores, blocantes, mosquetões, estribos, clifs, nuts, friends
e uma infinidade de outros mais, apropriados a diferentes situações.

Espeleologia, cannyoning, arborismo, rappel e atividades verticais em geral,


utilizam técnicas e equipamentos desenvolvidos inicialmente para algumas das
modalidades básicas da escalada, posteriormente evoluíram especificamente com
o intuito de diminuir os riscos e aumentar a eficiência e o conforto do escalador.
Neste curso estaremos abrangendo um apanhado inicial sobre escalada artifi-
cial direcionada ao dossel, cujas técnicas são de grande utilidade para acesso e
deslocamento deste ambiente.

7
2 Cordas
As cordas são das ferramentas mais importantes nas técnicas verticais, pois é prin-
cipalmente através delas é que se desloca e fornece a segurança dos escaladores.

2.1 Corda Torcida


Confeccionada nos mais diversos materiais, formada por feixes torcidos sobre si
mesmos e entre si (Figura 1). Foi utilizada nos primórdios da escalada e posteri-
ormente substituída com a evolução dos equipamentos.

Figura 1: Corda Torcida

Seu trançado não equalizado não permite a distribuição da carga sobre as fi-
bras, promovendo um esforço desigual. As fibras de sustentação permanecem
periodicamente tensionadas e além disso são expostas a maior contaminação e
abrasão.

2.2 Cordas Trançadas


Confeccionadas em diversos tipos de nylon, seu trançado promove a distribui-
ção de carga nas fibras, além de que a capa forneça proteção para a alma, que é
responsável pela maior parte da sua resistência.
Estas cordas entretanto dificultam a avaliação real do seu estado de conserva-
ção, pois não é possível visualizar a alma, exigindo um bom acompanhamento por
parte do(s) usuário(s).
Dividem-se praticamente em três grupos : Estáticas, Semi-estáticas e Dinâmi-
cas.

• Estáticas e Semi-estáticas
Estas cordas, que não são confeccionadas com o intuito de absorver a for-
ça de impacto de uma queda, são utilizadas para ascensão, transporte de

8
material, mecanismos de tração e tirolesas, por apresentarem pouco desten-
dimento (cerca de 2 a 3%). Dividem-se em dois grupos: Com alma e sem
alma.
As cordas sem alma possuem um trançado compacto de pequenos feixes de
fibras de poliamida ou outro tipo de nylon.

Figura 2: Corda sem alma

As cordas com alma possuem um ou mais feixes internos de fibras contínuas


envoltas por uma ou mais capas trançadas, que têm por finalidade principal
a proteção da alma, que é quem sustenta o peso.
Para a espeleologia existem homologações de dois tipos básicos de cordas:

Cordas tipo A Utilizadas para ascensão, descida e permanência. O diâme-


tro é variável a cima de 10 mm e dificilmente ultrapassa 14 mm, em
função do peso. A resistência e o número de quedas suportado varia
conforme modelo e marca.

Figura 3: Corda Estática Tipo A

Cordas tipo B A são empregadas como auxiliares, corda beck-up e em


mecanismos de transporte de materiais. Não são homologadas para
ascensão e permanência, somente para descidas com cordas em dupla
e com descensores apropriados. O diâmetro varia de a cima de 8 a
9 mm. A capacidade de carga e a quantidade de quedas suportadas é
inferior a das cordas tipo A, variando conforme modelo e marca.

9
Figura 4: Corda Estática Tipo B

Cordas tipo C Para cannyoning também são homologadas cordas com di-
âmetro de 9,5 a 9,8 mm exclusivas para rappel em dupla. A vantagem
deste sistema é que em explorações onde não se retorna pelo caminho
de descida, com o mesmo peso de corda se dispõe de quase o dobro
de metros, proporcionando um rappel mais longo entre os ponto de
ancoragem.

• Dinâmicas
Formadas por feixes internos de fibras contínuas, contidos numa capa de
proteção, projetadas para absorver a força de impacto de uma queda. Nor-
malmente possuem a capacidade de carga inferior às das cordas estáticas.

Figura 5: Corda Dinâmica

A elasticidade se deve à forma do trançado e ao tipo de material utilizado na


confecção da alma, geralmente Perlón, ou outro tipo de nylon. Distendem-
se cerca de 5 a 10%, e por este motivo são empregadas em escaladas livre,
artificial, esportiva ou situações que exponham o escalador a quedas.

Cordas tipo 1 São as cordas de diâmetro de 10 a 13 mm, projetadas pa-


ra serem utilizadas em simples para segurança do escalador. Podem
ser utilizadas para descida e ascensão, mas a elasticidade proporciona
maior desgaste do praticante.
Cordas tipo 1/2 São cordas de diâmetro de 8,5 a 9,5 mm, projetadas para
expedições em montanhismo, gelo e escaladas, são versáteis mas exi-
gem muita prática e experiência na utilização. Devem ser utilizadas
sempre em dupla e se aplicam para segurança e rappel. Têm seu ponto
forte em vias onde a corda é muito exposta a arestas e onde os rappéis
são longos (como as cordas estáticas tipo B).
As cordas tipo 1/2 normalmente tem um desgaste mais acentuado que
as tipo 1 e vida útil mais curta.

10
Cordas tipo 2 ou twin São as cordas gêmeas homologadas para uso cons-
tante em duplas, incrivelmente são as que maior margem de seguran-
ça proporcionam quando bem utilizadas, mas são muito mais frágeis
quando em simples. São direcionadas a escaladores mais radicais, com
nível técnico elevado, em expedições onde redução de peso é um fator
crucial.

2.3 Dicas a respeito de cordas


Todos os modelos de corda podem receber determinados tratamentos que as tor-
nem hidrofóbicas, evitando encharcamento e promovendo maior proteção da tra-
ma, flutuabilidade, além de que este processo auxilia na diminuição do atrito entre
as firas da trama, diminuindo o desgaste natural.
Estas são denominadas como DRY, e tem seu maior emprego no cannyoning
e espeleologia. São aconselháveis para regiões extremamente chuvosas por não
reterem água e também por este motivo facilitam a secagem após uso e limpeza.
É bom saber também que as tramas e fibras encharcadas tendem a ter sua
resistência reduzida.
No Brasil poucas empresas produzem cordas destinadas ao uso de seguridade
humana (somente estáticas), e a qualidade nem sempre é a esperada (o trança-
do da capa é importante para que os equipamentos trabalhem-na sem promover
ruptura nas fibras). Não existem cordas nacionais homologadas pela U.I.A.A.
(união internacional de associações de alpinismo) ou produzidas sob as normas
C.E. (normas de segurança criadas na Comunidade Européia para a produção de
equipamentos de segurança).
Normalmente estas cordas normalmente chamadas de bacalhau, prestam-se
para o uso como cordas auxiliares (para transporte de material, estaiamento de
galhos, etc.), mas mesmo assim ao pretender adquiri-la, exija do vendedor a ta-
bela de diâmetros x capacidades de cargas. Verifique a existência de emendas
excessivas ao longo da capa e a qualidade dos fios que a compõe.

3 Cordins, Extensores e Fitas


3.1 Cordins
Os cordins são cordas de menor diâmetro confeccionadas basicamente de polia-
mida, perlón, spectra ou Kevler.
Existem cordins de 3 mm a 7 mm, concebidos para os mais diversos usos de
acordo com o seu diâmetro. Exemplo: nós blocantes, estribos, alças, fixação de
pequenos objetos (ferramentas), etc.

11
3.2 Fitas
As fitas são sempre estáticas. Existem dois tipos: Planas e Tubulares.

Figura 6: Fitas: à esquerda fita plana, tubular à direita.

Planas: Confeccionadas em poliamida, são normalmente usadas para estribos,


peitorais e fixação auxiliar estática.
Também prestam-se a confecção de cadeirinhas de emergência, que em fun-
ção da sua largura (mínimo 2,5 cm), proporcionam desconforto.

Tubulares: Confeccionadas em poliamida, spéctra ou kevlar (esta mais resisten-


te), no formato de um tubo achatado. São compactas e altamente resisten-
tes, 12 a 32 quilo newtons (KN)1 . As medidas variam de 10 mm a 50 mm.
Dentre suas aplicações citamos: Fitas de auto, Daisy chain, fitas expressas,
Equalização de ancoragens, etc. . . Normalmente é o material de maior des-
gaste, principalmente na escalada de árvores, por estar em constante atrito.

4 Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.)


4.1 Cadeirinha
Tem como função unir o escalador à corda da maneira mais segura e confortável.
Confeccinada com fitas planas e fivelas (de diferentes ligas de aço), fixam-se às
pernas e a cintura. Alguns modelos são unidas ao peitoral (utilizadas principal-
mente para trabalho). Conforme o tipo de uso, possuem acolchoamento ou não,
e diferentes desenhos que diferem no fechamento, posição das fitas e do ponto de
fixação.
Vale lembrar que normalmente as fivelas de fechamento devem ser transpas-
sadas obrigatoriamente quando forem formadas por uma única peça, e às vezes,
quando formada por duas peças, conforme orientação do fabricante.
1
1quilo newton (KN)=100 quilos

12
Figura 7: Cadeirinha de montanhismo à esquerda, cadeirinha de espeleologia à
direita

As cadeirinhas sempre devem ser muito bem ajustadas evitando folgas (pois
cederão ligeiramente com o peso) ou estrangulamento (que acarretará em descon-
forto).
Uma diferença marcante entre as cadeirinhas, é a altura em que se encontra
o ponto para fixação da corda. Isso levará a diferentes possibilidades. Uma que
contenha um ponto de fixação alto (para escalada em rocha), fazem com que em
caso de queda o centro de gravidade do corpo (ligeiramente na linha dos rins) es-
teja abaixo do ponto de fixação, fazendo com que o escalador não tenha tendência
de girar de cabeça para baixo.
Já as confeccionadas para espeleologia, possuem ponto de fixação baixo (apro-
ximado da linha dos ossos do quadril); isso obriga o uso de um peitoral. Mas o
seu principal uso é na prática das técnicas verticais, portanto, seu desenho faci-
lita a instalação dos ascensores ventrais, levando a maior eficiência na ascensão.
Estas também são geralmente fechadas com malhas rápidas (descritas adiante), o
que permite a instalação de um maior número de equipamentos sem “entranbo-
lhamento”, o que facilita o manuseio.
Atualmente existem centenas de modelos disponíveis para as diferentes ativi-
dades verticais.
Na hora da aquisição é bom lembrar:
• Qual o tipo de atividade?
• Quais os modelos destinados à sua atividade?
• Quais desses modelos se adaptam melhor ao seu corpo?
• Quanto será possível investir neste equipamento?

13
4.2 Peitoral
Aumenta a segurança e o conforto em progressão vertical sobre corda.
É um complemento da cadeirinha, nunca ao contrário.
Existem diferentes modelos e formatos para diferentes usos, mas normalmente
não são acolchoados.
Também podem ser confeccionados com fita plana ou tubular.

Figura 8: Peitoral.

4.3 Fitas de auto


Extensões de fita fechadas em alça (através de nós ou costura), fixas à cadeirinhas,
que através de mosquetões irão promover a fixação do escalador aos ascensores
ou ancoragens.
Nunca devem ultrapassar a extensão dos braços do escalador, para que sempre
estejam ao alcance das mãos.

4.4 Daisy chain


São fitas tubulares ou planas costuradas de modo a formar diversas pequenas alças
em sua extensão. Empregada em progressões em escalada artificial em rocha.

Figura 9: Daisy chain

4.5 Extensores
São formados por um único pedaço de corda disposto em V, cujo vértice é fixado
à c adeirinha através de um mosquetão com um nó fiel. As extremidades restantes

14
recebe m cada uma um mosquetão, para promover a fixação do escalador. Seu uso
é o mesmo d as fitas de auto.

4.6 Capacete
Item básico de segurança, inclusive para quem está na base da via de escala-
da. . . mesmo que não esteja escalando!!!

Figura 10: Capacete.

Existem modelos destinados a escalada, desaconselhando-se o uso de capace-


tes muito pesados (de motociclistas), ou que não suportem grande carga de im-
pacto.
Devem possuir mecanismos de fixação específicos, que o mantenha fixo na
circunferência da cabeça, na nuca e sob o queixo; não devem comprimir a nuca
nem prejudicar nenhum outro movimento.

4.7 Luvas
Devem sempre estar em local de fácil e rápido acesso, é aconselhado o seu uso
com a maioria dos descensores. Existem diferentes modelos de diferentes mate-
riais, sendo que as luvas sem dedo facilitam o manuseio dos equipamentos. As
confeccionadas em tecidos e couro muito duro e liso dificultam a frenagem.

4.8 Óculos
Devem ser confeccionados em acrílico ou plástico ABS (materiais resistentes e
que não produzam estilhaços ao quebrar) e possuir boa ventilação. Protegem os
olhos de corpos estranhos e insetos que buscam secreções para lamber. Seu uso é
aconselhável para arborismo, trabalho em altura e conquista de vias em rocha.

15
4.9 Mosquiteiro de cabeça
Nada mais que uma tela de mosquiteiro cujo formato permite envolver a cabeça
do escalador fechando-se no pescoço. Promove proteção do rosto em possível
ataque de insetos voadores e aumenta o conforto em relação a isto.

4.10 Joelheiras
As mais usadas são as de feltro, que dão proteção suficiente, não são volumosas
e não se enroscam com facilidade, como as de casco. Seu maior emprego está
na realização de técnicas de escalada em artificial em grau positivo (ou seja, em
paredes de ângulos de até 90o ).

5 Mosquetões ou Conectores
São confeccionados em duralumínio (zycral ) ou ligas de aço. Possuem indica-
ções de resistência em diferentes sentido de tração, símbolo do modelo, logo ou
nome da marca, símbolos de homologação e algumas marcas número de série que
inclui a data de fabricação.

Simbologia geral:

l limite de resistência a tração transversal.

↔ limite de resistência a tração longitudinal.

∂ limite de resistência quando o gatilho está aberto.

DIN homologação Deutsches Institut für Normung.

CE confeccionado segundo normas de segurança da comunidade européia.

KN quilo newton, 1KN=100Kg.

UIAA homologação da união internacional de clubes de montanhismo.

16
5.1 Modelos
Mosquetão H ou H.M.S. Mosquetão de segurança para utilização com nó dinâ-
mico. Formato de “D” ou pêra. Fixo na cadeirinha ou ancoragem. Ge-
ralmente possui trava. Resistência mínima longitudinal 20KN, transversal
7KN e aberto 6 KN.

Figura 11: Mosquetão H ou HMS.

Mosquetão X ou Oval Conector para cargas menores, não projetado para dar
proteção em quedas. Bastante utilizado para fixação de ascensores, des-
censores e polias. Resistência mínima longitudinal 18 KN, transversal 7KN
e aberto 5KN.

Figura 12: Mosquetão X.

Mosquetão K ou Klettersteig Concebido para a via ferrata. Presta-se para as-


segurar quedas em bases e ancoragens. Sempre possui trava. Resistência
mínima longitudinal 25KN, transversal 7KN.

Figura 13: Mosquetão K.

17
Mosquetão L ou Light Projetado para uso em costura expressa e fixações em
geral. Confeccionado em ligas mais leves. Resistência mínima longitudinal
20KN, transversal 7KN e aberto 7 KN.

Figura 14: Mosquetão L.

Mosquetão N ou Normal Projetado para uso em costura expressa e fixações em


geral, disponível em diferentes designs, para os mais variados usos. Con-
feccionado em ligas normais. Resistência longitudinal 20 KN, transversal 7
KN e aberto 7KN.

Figura 15: Mosquetão N.

Modelo D ou Direcional Projetado exclusivamente para receber cargas em um


só sentido, prestando-se ao uso em costuras expressas. Resistência mínima
longitudinal 20KN e aberto 7 KN.

Figura 16: Mosquetão D.

Todos os modelos, com excessão do mosquetão K, são encontrados com ou


sem trava e sempre trazem gravadas suas especificações de resistência longitudi-
nal, transversal e com gatilho aberto.

18
5.2 Malha Rápida ou Maillon (MAILLON RAPIDE)
Foram dos primeiros modelos de conectores utilizados em escalada. Confeccio-
nados geralmente em aço, possuem altas resistências. Atualmente também con-
feccionados em duralumínio, são muito utilizados em espeleologia.
Possuem fechamento de rosca, e devem sempre tabalhar completamente fe-
chados, não sendo tão rápidos como diz o nome. Apresentam variação no tama-
nho, diâmetro e seus formatos:
OVAL: Conforme o tamanho e a capacidade de carga, são empregados em anco-
ragens, pontos de derivação e fixações diversas.

Figura 17: Maillon Oval.

DELTA: Também disponível em diversos tamanhos, para diferentes cargas; tam-


bém utilizado em ancoragens e pontos de fixação. Os menores se prestam
bem ao fechamento de peitorais.

Figura 18: Maillon Delta.

MEIA LUA: Utilizados principalmente para o fechamento de cadeirinhas, onde


irão ser fixados os demais equipamentos (Fig. ).

Figura 19: Maillon Meia Lua.

19
Atualmente ocorre uma mudança quanto às inscrições referentes a carga su-
portada. Até então traziam as capacidades máximas, como os mosquetões, mas
em breve trarão uma porcentagem útil de carga, que não o exponha ao risco de
ruptura, que deve corresponder a cerca de um terço da carga total.

6 Descensores / Seguradores
OITO: É o descensor/segurador mais conhecido do grande público. Entretanto,
não por isso seja o melhor.

Figura 20: Oito.

É eficiente como freio para descidas ou para dar segurança com corda sim-
ples ou dupla. Pode ser utilizado de três formas ditas: tradicional ou rappel,
esportiva e plaqueta o placa . O dois últimos modos citados exigem o uso
de mosquetão H.
Quando utilizado com Shunt (equipamento descrito em blocantes/descensores),
é um bom conjunto descensor para iniciantes na prática do rappel.
Como é o descensor mais antigo, existem disponíveis muitos diferentes ta-
manhos e formatos.
Vantagens: Fácil manuseio e baixo custo. Compatível com todos os mos-
quetões com trava.
Desvantagens: Aquecimento e torção excessivos da corda (ou seja, desgas-
te acelerado), não sendo aconselhável para longos rapéis. Necessidade de
retirada do aparelho da cadeirinha para instalação na corda.

ATC (Air Traffic Controller): descensor/segurador disponível nos mais varia-


dos modelos. Deve trabalhar obrigatoriamente sobre um mosquetão H. Sua
maior virtude é o peso e volume reduzidos. Para uso em corda simples ou
dupla cumpre com eficiência as mesmas funções do oito.
Geralmente utilizado por escaladores com maior experiência devido às suas
características esportivas. Quando utilizado por iniciantes pode ser combi-
nado com Shunt (descrito em blocantes/descensores).

20
Figura 21: ATC.

Vantagens: Baixo peso, volume e custo. Fácil manuseio e provoca menor


torção na corda; possui boa dissipação de calor.
Desvantagens: Não aconselhado para descidas longas. Uso exclusivo em
mosquetões “H”. Difícil de produzir uma trava de segurança. Necessidade
de retirada do aparelho da cadeirinha para instalação em corda dupla.

RACK: Concebido para descidas longas este descensor não provoca torção na
corda, e permite regular a velocidade durante a descida.

Figura 22: Rack.

Vantagens: Longa vida as cordas, ótima dispersão de calor, mínimo esforço


para frenagem e manobra de trava e destrava facilitada. Instalação em corda
sem necessidade de retirada do aparelho da cadeirinha.
Desvantagens: Peso, tamanho e formato. Desaconselhável como segurador.

STOP: Equipamento destinado a descidas longas, com frenagem automática.


Não torce a corda, provoca frenagem não só por atrito como por esmaga-
mento.

Figura 23: Stop.

Vantagens: Versatilidade, instalação na corda sem necessidade de retirada


do aparelho da cadeirinha. Pode ser usado em mecanismos de tração e em
resgates.

21
Desvantagens: Uso limitado a cordas de 9 mm–12 mm; exclusivamente em
cordas simples e exige treinamento específico porque a alavanca de blo-
queio trabalha contrariamente ao reflexo.

SIMPLE: É uma versão simplificada do Stop que não promove travamento au-
tomático. A corda trabalha da mesma forma, deslizando linearmente no
aparelho, passando por dois cilindros de atrito. É destinado também à des-
cidas longas e sistemas de tração.

Figura 24: Simple.

Vantagens: peça de simples manuseio e bom travamento. Os cilindros de


desgaste podes ser invertidos e/ou substituídos. Pode ser instalado na corda
sem ser retirado da cadeirinha.
Desvantagens: Não trava automaticamente. Descensor rápido em cordas
finas (9 e 9,5 mm), uso limitado em cordas simples de 9 a 12 mm.

GRI-GRI: Criado para dar segurança em escalada livre e esportiva, trava por
esmagamento quando solicitado bruscamente. Bom para dar segurança pois
previne eventual desatenção por parte do segurador.

Figura 25: Gri-gri.

Vantagens: Travamento automático, em situações de emergência pode ser


usado como descensor.
Desvantagens: Exige treinamento específico. Só usado em corda simples.

YO-YO: Usado para dar segurança em escalada livre e esportiva, usa um mos-
quetão H como base de trabalho e também trava por esmagamento. Não
previne contra total desatenção do segurador, mas trabalha com muito boa
margem de segurança, sendo mais eficiente que o Oito e o ATC como segu-
rador. Vantagens: É uma peça leve, pouco volumosa e eficiente.

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Figura 26: Yo-yo.

Desvantagens: Exige treinamento específico e só é usado em corda simples


de 10 a 11 mm.

REVERSO: Equipamento desenvolvido para segurança e rappel, com a vanta-


gem de poder ser fixado a um ponto de ancoragem com a função auto-
blocante, buscando aumentar a segurança e conforto de quem dá segurança.
Trabalha em cordas simples ou duplas de 8 a 11 mm.

Figura 27: Reverso.

Vantagens : Equipamento leve e versátil.

SHUNT: Foi desenvolvido como equipamento de segurança para iniciantes em


complemento aos descensores. Também chamado de "prussik mecânico"foi
um dos primeiros blocantes a serem desenvolvidos.

Figura 28: Shunt.

23
Seu sistema de travamento trabalha com uma alavanca de esmagamento,
que se conecta ao escalador. Quando esta recebe peso, esmaga a corda
contra a parede do aparelho.
Vantagens: Para usar em corda simples ou dupla. Trava por esmagamento e
não provoca torção na corda. Em caso de emergência pode ser usado como
ascensor.
Desvantagens: Exige treinamento específico; a alavanca de trava trabalha
contraria ao reflexo e destrava com facilidade quando pressionado contra o
corpo ou outros objetos.

Constantemente são lançados novos modelos de descensores auto blocantes


ou não. Procure manter-se informado.

7 Ascensores Manuais
Em geral os ascensores possuem mecanismos de trava por esmagamento que só
permite o deslizamento da corda em um único sentido.

Atenção: OS ASCENSORES NÃO SÃO PROJETADOS PARA RECEBER


O IMPACTO DE UMA QUEDAAAAAAA ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

JUMMAR ou PUNHO: Assim como o oito é o mais popular dos descensores


o Jummar é o mais antigo e conhecido dos ascensores. Presença obriga-
tória na prática de técnicas verticais o ascensor manual presta-se também
para resgate e mecanismos de tração. Confeccionados para mão direita e
esquerda, com ou sem distinção de cor, conforme a fábrica.

Figura 29: Jumar.

Existem diferentes designs, e antes de adquirir um, vale a atenção à empu-


nhadura, pois muitos modelos pouco ergonométricos podem provocar feri-
mentos nos dedos, mediante uso prolongado. Outro item a se observar é o
sistema de travamento e manuseio da alavanca de esmagamento, que deve

24
ser preferencialmente ativada e desativada com uma única mão. Além disso
deve existir algum sistema que evite a saída acidental da corda do aparelho.
Vantagens: Versatilidade e durabilidade.
Desvantagens: Possível danificação da corda quando não utilizado apropri-
adamente. Pequena capacidade de carga e possível ruptura da corda em
quedas de pouca força de choque.

POMPE: É um aperfeiçoamento do jumar, mas em que nada difere nos sistemas


de travamento e empunhadura. A este foi acoplado um sistema de peque-
nas roldanas, que unem o estribo ao ascensor ventral, fazendo com que ao
impulsionar o estribo, o escalador é puxado para cima. Este sistema reduz
cerca de 30% do esforço da subida.

Figura 30: Pompe.

Vantagens: Economia de energia do escalador.


Desvantagens: O estribo permanece sempre fixo ao ascensor, exige maior
atenção durante as transposições de corda e nós em cordas.

8 Ascensores Ventrais
Mecanismos blocantes usados entre a cadeirinha e o peitoral. Nos seus diferentes
designs foram projetados para facilitar a ascensão, pois dispensam o auxílio das
mãos para o sua suspensão.

BASIC: Mecanismo idêntico ao do Jummar, porém sem empunhadura. Muito


utilizado em ascensão, mecanismos de tração e resgate.
Vantagens: Versatilidade, leveza e durabilidade.
Desvantagens: As mesmas do Jummar.

CROLL: Equipamento desenvolvido para uso exclusivo em ascensão, principal-


mente em espeleologia, por causa da sua posição de fixação em relação ao
corpo, facilitando a progressão em passagens estreitas.

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Figura 31: Basic à esquerda, croll à direita

Vantagens: Leveza e desempenho.


Desvantagens: Inadequado para uso em mecanismos de tração.

9 Ascensores Complementares
Ascensores de Pé: Concebidos para diminuir o esforço de ascensão do espeleó-
logo. O centro de gravidade do usuário é aproximado da corda, o que lhe
permite menor esforço dos membros superiores. Dispensam estribos e ser-
vem como pedais para mecanismos de tração. Proporciona o tensionamento
da corda e otimiza o funcionamento dos outros ascensores; dispensa o uso
de estribos.
Existe também um pequeno ascensor fabricado pela Petzl, que fixado ao pé,
tem por função somente o esticamento da corda, não dispensando o estribo
ou pedal.

Figura 32: Ascensor de pé.

Vantagens: Reduz o desgaste físico do escalador.

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10 Absorvedores de Impacto
Os absorvedores de choque ou impacto trabalham todos com o seguinte princípio:
absorção da energia da queda através do deslizamento de uma corda dinâmica por
um mecanismo de atrito e/ou a ruptura das costuras de uma fita concebida para tal
finalidade. Existem duas concepções básicas: em “V” e em “Y”.

Modelo em “V”: A placa de absorção que trabalha no vértice do “V” formado


pela corda dinâmica, é fixada a cadeirinha. Deste modo somente uma das
pontas é clipada enquanto a outra deslizará pela placa amortecendo a queda.

Figura 33: Absorverdor em V.

Outro modelo disponível consiste numa alça de fita tubular, costurada sobre
si mesma formando assim um “V”; ficando 3 pontos de clipagem (um no
centro e um em cada extremidade). No ponto central faz-se a fixação á ca-
deirinha, e os outros dois pontos, nas extremidades da fita ficam livres para
clipagem em ancoragens ou ascensores. A força de impacto é absorvida ao
romper as costuras que mantém a fita unida lado a lado.

Modelo em “Y”: Os dois braços do “Y” podem ser utilizados simultaneamen-


te, já que a placa de absorção, clipada a cadeirinha, encontra-se na porção
restante da corda dinâmica.

Figura 34: Absorverdor em Y.

Em ambos casos a vida útil deste equipamento pode-se restringir a uma única
queda.

27
11 Nós
11.1 Nó de OITO
É o nó básico da escalada. Deve-se aprender a executá-lo com a maior destreza
possível e em todas as suas formas e aplicações.

• Oito pela ponta: É usado para fixar coisas na ponta da corda, para encordar-
se e em ancoragens.

Figura 35: Oito pela Ponta.

• Oito pelo seio: Mesmo uso anterior só que utilizando um mosquetão como
intermediário; confecção de alças em geral, que não devam correr.

Figura 36: Oito pelo Seio.

• Oito orelhas de coelho: Dispõe de duas alças reguláveis que facilitam a


equalização de ancoragens, ou a duplicação do ponto de apoio.

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11.2 Volta do FIEL
Utilizado para fixação rápida e segura da corda em galhos, troncos ou objetos sem
arestas. Pode ser feito pelo seio (em dupla) ou pela ponta. Pode ser aplicado
inclusive em mosquetões, mas neste caso é necessário que seja arrematado.

Figura 37: Nó Fiel.

11.3 Escota Dobrado


Usado para emendar cordas de diâmetros diferentes. A corda fina tece SEMPRE
sobre a corda grossa, deve ser sempre arrematado.

Figura 38: Nó de Escota Dobrado.

29
11.4 Nó Dinâmico
Aprovado pela U.I.A.A. como nó segurador/descensor e para ancoragens dinâmi-
cas. Exige o uso de mosquetão do tipo “H”.

Figura 39: Nó Dinâmico.

11.5 Prussik
Nó blocante (trabalha por esmagamento) para progressão vertical sobre corda.
Substitui emergencialmente os ascensores. O diâmetro do cordim utilizado para
sua confecção não deve exceder 60% do diâmetro da corda.

Figura 40: Nó Prussik.

30
11.6 Pescador Duplo
Utilizado para emendar duas cordas do mesmo diâmetro, e também em arremates.

Figura 41: Nó de Pescador Duplo.

11.7 Nó de Mula
Utilizado para travar descensores tipo ATC, placas ou nó dinâmico. Prático, segu-
ro e usual em rapel e sistemas de resgate.

Figura 42: Nó de mula em atc.

31
12 Nós para Fitas
12.1 Nó Duplo ou nó de Fita pela Ponta
Utilizado para emendar duas pontas de uma mesma fita ou de fitas diferentes
(SEMPRE da mesma largura). Útil também para fixar a fita a determinado ob-
jeto, ponto de ancoragem, etc.

Figura 43: Nó Duplo.

12.2 Nó de Azelha ou Nó de Fita pelo Seio


Utilizado para fazer uma alça, um estribo ou pedal, etc.

12.3 FROST
Utilizado para fechar uma fita com uma alça, porém um nó mais compacto que
uma azelha.

Figura 44: Nó Frost.

T ODOS OS NÓS DEVEM SER TREINADOS CONSTANTEMENTE ,


E SEMPRE EXECUTADOS COM MUITA ATENÇÃO !!!!!!
NÓS MAL EXECUTADOS COMPROMETEM A SEGU-
RANÇA, E GERALMENTE SÃO MAIS DIFÍCEIS DE SEREM DESA -
TADOS !!!!!!!

32
13 Ancoragem
Em todas as modalidades de escalada, ancoragem é o nome dado a qualquer ponto
de fixação. Este deverá ser bem analisado para que se estime sua capacidade de
suportar a carga pretendida, sempre mantendo uma margem de segurança.
Existem dois tipos básicos: ancoragens naturais (árvores, rochas, etc.) e
ancoragens artificiais. As artificiais são divididas em ancoragens fixas (gram-
pos P, chapeletas com parabolt, spits) e ancoragens móveis (pitons, nuts, friends,
camelots, exentrics, etc.).
Sempre que se utiliza uma única corda (simples ou dupla), a ancoragem
deve receber atenção especial e utilizar no mínimo dois pontos de ancoragem,
preferencialmente equalizados.

Figura 45: Ancoragem equalizada em três pontos à esquerda e em dois pontos à


direita.

Ao montá-la deve-se buscar uma posição em que as cordas e fitas sofram o


mínimo atrito, evitando arestas e “cantos vivos”, e fazer com que elas percorram
o caminho mais linear quanto possível.
Os mosquetões utilizados para esta finalidade em geral são os do tipo K pre-
ferencialmente, seguidos pelos do tipo H ou D com trava. Em caso de emergência
podem ser utilizados dois mosquetões sem trava, iguais e clipados em sentidos
opostos.

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Em hipótese alguma os mosquetões quando exigidos devem ser tracionados
lateralmente contra qualquer superfície (Figura 46), o que pode danificá-los ou
quebrá-los, resultando na ruptura do ponto de ancoragem.

Figura 46: Mosquetões quando tracionados lateralmente podem ser quebrados


facilmente.

14 Equalização
Sempre que haja dois ou mais pontos para ancoragem devemos realizar a divisão
das cargas sobre eles, de modo que tanto o material quanto cada ponto receba uma
fração da carga total.
Para equalizar uma ancoragem devemos lembrar da física mecânica, na parte
de estática. Quando se tem um ponto que recebe uma determinada tração ele se
comporta conforme a ilustração abaixo:
Conforme observado nos gráficos os braços da equalização devem manter o
ângulo menor quanto possível, e não ultrapassar os 90 graus, para que não ocorra
o aumento da força em cada um.
Em uma situação onde temos duas árvores distantes e um ângulo muito aberto
se aumentarmos o comprimento dos braços da ancoragem conseguiremos fazer
com que o ângulo diminua, melhorando a distribuição de carga como mostra a
Figura 48.

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Figura 47: A força de tração nas cordas tendem a ser infinitas à medida que o
ângulo entre elas se aproximan de 180o .

Figura 48: Aumentando a distância entre os pontos de tração diminuimos o ângulo


entre eles.

14.1 Costuras
São pontos de fixação da corda colocadas pelo escalador, ao subir por uma via ou
uma árvore, com a finalidade de protege-lo de quedas longas. A distância entre as
fixações é determinada pelo grau de dificuldade da via, geralmente a uma distância
de 2 a 5 m. Devem ser feitas com mosquetões com trava ou costuras expressas.

Costura Expressa: dois mosquetões unidos por uma alça de fita, com gatilhos
voltados para lados opostos. São utilizadas principalmente em escalada em
rocha, para fazer a conexão entre a corda que une o escalador ao segurador,
e a proteção pré fixada à rocha.

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Sua maior virtude é agilizar o processo de conexão, o que significa evitar
uma queda em passadas que exigem força e equilíbrio ao mesmo tempo.
Outra função importante, é que através do uso de expressas de diferentes
tamanhos pode-se fazer com que a corda sofra o mínimo de desvios quanto
possível, afim de que uma maior extensão de corda esteja livre para absorver
o impacto de uma queda.

15 Fator de Queda
O fator de queda determina a severidade da mesma. Obtém-se dividindo a dis-
tância da queda livre pela quantidade de corda que recebe o esforço. Exemplo
de fator 2: Se um escalador sobe 5 metros além da última ancoragem, cairá 10
metros. Dividindo a altura da queda (10 m) pelo comprimento de corda em uso (5
m), obteremos o fator 2 (10/5=2).
Se existe uma costura entre a ancoragem e o escalador, o fator de queda reduz-
se beneficiosamente, tal como no exemplo seguinte. Exemplo de fator 1: O es-
calador sobe 5 metros, mas fixa uma costura a 2,5 metros, ao cair percorrerá 5
metros, e o fator será 1 (5/5=1).

Figura 49: Fator de queda 2 à esquerda e fator de queda 1 à direita.

Com estes exemplos vemos que o fator de queda mais elevado que pode existir
durante uma escalada é o fator 2. Este valor é utilizado pela U.I.A.A. nos testes
de homologação de cordas para montanha.

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Tanto as cordas estáticas quanto as dinâmicas suportam o fator 2, entretanto
as estáticas não são projetadas para absorver a força de impacto.

16 Guiar a Escalada
Guiar a escalada nada mais é que ser o primeiro a subir pela via, seja na abertura
da mesma ou posteriormente.
Quem guia a abertura de uma via (ver conquista) fixa as proteções (chapeletas
com parabolt, grampos P, friends, nuts, etc.) e as costuras, e quem guia uma subida
coloca as costuras e proteções móveis.

17 Top-Rope
O segundo de uma cordada sobe como chamamos de top-rope, ou seja com a corda
de segurança vinda do topo da via. Este escalador está protegido de quedas, salvo
por desatenção do segurador, pois a corda sempre está “esticada” para o alto.
A este escalador cabe a função de retirar as costuras e proteções móveis (“lim-
par a via"), a fim de que se utilize para a próxima cordada ou simplesmente descer
da via.

18 Conquista
Talvez o melhor termo a ser utilizado seja “abertura”, pois a idéia de conquista
nos remete a idéia dominação, que com certeza não é o caso.
A abertura de uma via é o ato de subir pela primeira vez por um determinado
caminho de uma montanha, parede ou árvore. Nela podem ser usadas proteções
fixas, móveis ou nem mesmo utilizá-las.
Sempre que se abre uma via, normalmente está é batizada pela equipe, e pos-
teriormente registrada em um croqui.
É muito importante que se respeitem as vias já abertas, evitando a colocação
de proteções dispersas, impactando toda uma parede, e de certa forma atropelando
o histórico do local. De forma alguma isso é impedimento para a abertura de novas
vias e variantes delas, mas converse sempre com os escaladores mais antigos do
local, e se possível com quem participou da abertura da via a sofrer interferência.
Podem ser realizadas de duas formas:

Com Cordas Fixas: Os escaladores partem do cume da via, descendo até o iní-
cio. Deste ponto inicia-se a escalada, e nos pontos onde serão fixadas as

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proteções, o escalador faz uso da corda estática para permanecer parado.
Após fixada a proteção reinicia-se a escalada.

Guiando: A partir da base da via o escalador segue escalando. Nos locais onde
serão fixadas proteções fixas, utiliza-se de clifs ou coperheads, para manter-
se parado (o quanto possível), até a proteção estar pronta. Na sequência
segue-se a escalada.

19 Técnicas de Ascensão
Para realizar a ascensão sobre cordas, utilizamos somente cordas estáticas do tipo
A ou dinâmicas com diâmetro > 10 mm (devido à elasticidade, o esforço para
ascensão é maior nas cordas dinâmicas do que nas estáticas.) Sobre esta podem ser
aplicadas duas diferentes técnicas: utilizando dois ascensores manuais (método de
escada) ou com um ascensor manual e um ascensor ventral (método rã ou sapo).

Figura 50: Método de escada à esquerda e método rã à direita.

Método de escada: Instala-se um jummar acima do outro na corda; ao inferior,


fixa-se um estribo e uma fita de auto reduzida (ou braço reduzido do exten-
sor). Ao segundo, fixa-se um estribo mais curto e uma fita de auto (ou braço
maior do extensor).
Para realizar a subida o escalador colocará o peso sobre sobre o estribo
inferior, e ao estar de pé, com a mão oposta levanta o jummar. Transfere
o peso de pernas, e alivia o jummar oposto, para que este seja levantado, e
assim sucessivamente, com o movimento semelhante ao de subida de uma
escada.

Método rã ou sapo: Fixa-se primeiro o ascensor ventral à cadeirinha e ao peito-


ral. Em seguida instala-se o jummar na corda, e a este fixa-se um estribo

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(para os dois pés) e uma fita de auto (ou extensor). Em seguida coloca-se o
ventral na corda.
Para realizar o deslocamento o escalador deve sentar-se na cadeirinha, e
levantando as pernas, levar o jummar para o alto com as mãos. Em seguida
fica de pé no estribo, e o ascensor ventral é arrastado para cima. Então
senta-se novamente, e sucede os mesmos movimentos.

20 Técnicas de Descida
O nome genérico dado às técnicas de descida é rappel, e fazemos as distinções
básicas:

Rappel curto: com desnível de até 50m.

Rappel longo: com desníveis maiores de 50m.


Quanto ao tamanho do rappel, é importante que se verifique o tipo de des-
censor a ser utilizado, pois determinados tipos poderão causar problemas de
superaquecimento quando mal empregados.

Rappel em positivo: quando a descida é realizada sobre uma superfície que ofe-
rece apoio, com angulação menor que 90o .
Em descidas positivas o escalador deverá assumir uma postura de modo
a apoiar as plantas dos pés sobre a superfície, com as pernas ligeiramen-
te flexionadas a abertas, como se estivesse sentado no chão. Para descer
caminha-se para trás.

Rappel em negativo: quando a descida é realizada em vão livre, e o escalador


perde contato com a superfície; ocorre em paredes com angulação maior
que 90o .
Em descidas negativas a maior dificuldade é a passagem para o negativo. O
escalador deve apoiar os pés no limite da superfície e deixar que seu corpo
vá se inclinando para trás, sem retirar os pés da posição. Quando estiver
praticamente com os pés na altura da cabeça, a ponto de virar de cabeça
para baixo, deixe que os pés se desprendam da borda, e a corda repouse
suavemente.
No ponto onde a corda toca a superfície normalmente coloca-se uma prote-
ção que evitará danos à corda.

Rappel direto: quando é realizado em uma corda “lisa”, sem nós de emenda,
derivação ou qualquer outro impedimento.

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Rappel fracionado: quando durante a descida deverá ocorrer uma mudança de
corda ou direção com transposição de nó.
Nesta atividade devem ser empregadas técnicas de transposição e manter-
se sempre fixo em no mínimo dois pontos, enquanto estiver transpondo o
descensor.

Rappel em simples: quando se usa uma ou mais cordas(emendadas) em simples.

Rappel em dupla: quando se usa uma corda dobrada em dupla, ou duas cordas
juntas.
Neste rappel o importante é ter certeza de que seu ponto de ancoragem é o
mais seguro quanto possível, e que as duas pontas da corda possuam um nó
de segurança e que alcancem o ponto onde você pretende chegar. As duas
cordas devem correr juntas pela mão e no aparelho, SEM TRANÇAR OU
CRUZAREM-SE.

Figura 51: Rapel em dupla, acidente por falta de nós de segurança nas pontas da
corda.

21 Sistemas de tração
Os sistemas de tração são extremamente úteis quando se precisa içar ou tracionar
cargas, sistemas de resgate ou esticar tirolesas.
O simples ato de colocar uma polia em uma corda não garante que haverá di-
minuição da tração no outro extremo, normalmente seu papel é inverter a direção
da força, mas em geral pode aumenta-la! Lembre-se da teoria de mecânica estáti-
ca, quando duas forças convergem em um ponto, o ângulo entre elas irá determinar
a carga de cada um dos pontos de tração, como foi visto em ancoragens.
Outro fator importante nas polias é o tamanho do eixo em que a corda irá
deslizar. Quanto maior o eixo, menor será a transferência de tração ao próximo

40
braço de tração, ou seja, polias de eixo maior ajudarão na redução do peso ao
compor um sistema.
Como regra em situações ideais temos:

• 1 polia - inversão de direção da força.

• 2 polias - redução de força por 2, sem inversão de direção da força.

• 3 polias - redução de força por 2, com inversão de direção da força.

• 4 polias - redução de força por 4, sem inversão de direção da força.

• 5 polias - redução de força por 4, com inversão de direção da força.

Figura 52: Sistema de tração 1:1, 2:1 e 4:1.

Como os sistemas dificilmente são ideais em relação a posição, tamanho dos


eixos e forças de atrito, as reduções não são tão boas quanto o esperado.

41
22 Tirolesa
As tirolesas são cordas suspensas entre dois pontos que permitem uma travessia
horizontal. Têm grande utilidade para alcançar extremos de uma copa de árvore
inserida no dossel, travessia de rios ou vales e pelo prazer de deslizar suspenso
pelo ar.
As cordas utilizadas devem ter uma capacidade de carga alta pois é das ativi-
dades que mais tensiona uma corda e por mais tempo. É inviável o uso de cordas
dinâmicas pois cedem demasiadamente e na realidade não foram projetadas para
isso.

Figura 53: Três diferentes sistemas de tirolesa com back-up.

Normalmente se utiliza um sistema de tração para estica-las pois somente a


força das mãos é insuficiente. Não necessitam ser estupidamente tensas porque
neste caso com pouco peso na corda, a tração no sistema todo será também estú-
pida. O importante é avaliar quanto de “barriga” se pode ter na corda, evitando
galhos e pontas de pedra no caminho, e qual o desnível entre os pontos de anco-
ragem, para evitar que a pessoa que desliza não esteja muito rápida, que ela seja
freiada antes da ancoragem e que não aja uma rampa muito inclinada para acessar
o ponto de parada.
Aqui os vetores de força se comportam também como nas ancoragens, mas te-
mos outros fatores a considerar, como os descritos acima, além de que este sistema
não é montado para receber impactos de queda.
É sempre aconselhável a utilização de um sistema back-up.

42
23 Manutenção de Materiais
23.1 Equipamentos Tecidos
23.1.1 Avaliação de Danos e Envelhecimento
• Após uma escalada, verificar toda a extensão da corda para detectar possí-
veis danos.

• endurecimento progressivo é sinal de desgaste.

• intenso aparecimento de fibras arrebentadas na superfície da corda, é sinal


de envelhecimento (cordas peludas).

• Pontos com angulação brusca ou com diâmetro irregular são danos graves;
deve-se inutilizar o local.

23.1.2 Limpeze e Armazenamento


• A lavagem só se faz necessária se a superfície da corda estiver muito suja, e
não for possível limpá-la com uma escova de pêlos macios.

• Deve ser lavada com água fria, abundante e livre de produtos químicos (clo-
ro, ácidos, e bases fortes). Dê preferência a água de poços artesianos e não
use escovas de cerdas duras.

• Em caso de necessidade, um sabão neutro e biodegradável potencializa a


limpeza e não agride as fibras.

• Secar em lugar arejado e na sombra, evitando fontes intensas e diretas de


calor e radiação ultravioleta (raios solares).

• Não deixe a corda dentro do carro exposto ao sol (evite temperaturas supe-
riores a 50o C).

• Quando não estiver em uso, armazenar em local seco e arejado, livre da


radiação solar e poeira. A umidade provoca o aparecimento de fungos.

• Atenção à presença de suor na corda, também possibilita a instalação de


fungos.

• Transporte sempre a corda embobinada dentro do seu estojo.

43
23.1.3 Retirar de uso
• Após 3 a 12 meses de uso intensivo (profissionais, cursos, etc.)

• Após 2 a 3 anos de uso moderado (finais de semana, férias, etc.)

• Após 4 a 5 anos de uso ocasional

23.1.4 Uso Único:


• Cordas estáticas ou dinâmicas que sofreram o limite de quedas de fator 2
especificado pelo fabricante.

• Pode ser eliminada somente a porção de corda exposta a estes esforços.

23.2 Ascensores e Descensores


23.2.1 Avaliação de envelhecimento e danos
• Excluir equipamentos que tenham sofrido quedas de mais de 3 metros de
altura sobre superfícies duras, (rochas), ou que sofreram esmagamento por
grandes pesos (troncos). Os equipamentos metálicos sofrem micro fraturas
internas não aparentes.

• Os descensores seguradores suportam um número limitado de quedas de


fator próximo de 2. Não hesite em descartar um equipamento de confiabili-
dade duvidosa.

• No caso de descensores tipo RACK ou STOP, existem peças de reposição


dos pontos de desgaste.

• OITO e ATC devem ser substituídos quando apresentarem desgaste notório.

23.2.2 Manutenção, limpeza e armazenamento


• Verificar sempre as travas e molas.

• Remover todo detrito presente nos mecanismos, sobretudo no sistema de


travamento.

• Lubrificar todos os mecanismos móveis e retirar todo o excesso de lubrifi-


cante.

• Dê preferência aos lubrificantes que não contenham solventes orgânicos (es-


tes produtos não devem atingir as cordas e materiais tecidos).

44
23.3 Mosquetões
23.3.1 Avaliação de envelhecimento e danos
• Eliminar os que sofreram queda, esmagamento, e tração lateral intensa, co-
mo descrito para os ascensores.
• Descartar os que receberam impacto de queda de fator maior que 1.
• Eliminar os que sofreram evidente desgaste por atrito, corrosão ou oxidação.
• Em caso de mau funcionamento de gatilhos e travas: EXCLUA-O!!!

23.3.2 Manutenção, limpeza e armazenamento


• Verificar periodicamente os gatilhos e travas; lubrifique com lubrificante
que não contenha solventes orgânicos e retire todo e qualquer excesso.
• Remova todos os detritos e resinas aderidas a eles (não utilize solventes
orgânicos).
• Armazene em local seco e arejado, ao abrigo dos raios solares.

NÃO HESITE EM DESCARTAR UM EQUIPAMENTO QUE


APRESENTE DEFICIÊNCIAS QUE POSSAM REDUZIR SUA
RESISTÊNCIA OU LIMITAR SEU FUNCIONAMENTO!!!
LEMBRE-SE DO VALOR QUE VOCÊ DÁ À SUA VIDA!!!

24 Comportamento Ético
• Desloque-se sem quebrar ou cortar nada, se possível;
• Não deixe vestígios de sua passagem, tais como: pilhas, plásticos, latas,
etc. . .
• Não faça fogo próximo dos troncos e raízes das árvores;
• Não fira as cascas das árvores;
• Não corte cipós sem necessidade;
• Não retire epífitas do dossel;
• Não se aproxime nem toque nos ninhos das aves, pois seu cheiro atrairá
predadores;

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• Procure concentrar o seu impacto inevitável às trilhas de acesso;

25 Precauções
Acidentes por desatenção são freqüentes, portanto:

• Nunca utilize marcadores de texto para marcar suas cordas, pois sua com-
posição química danificam as fibras que compõem a corda.

• Antes de escalar uma árvore verifique a prensença de ninhos de cabas, abe-


lhas, etc. . .

• Atenção a presença de arestas cortantes nas proximidades do percurso da


corda, caso seja inevitável, colocar protetores adequados;

• Limpe os calçados no momento de iniciar a ascenção; evite ao máximo o


uso de equipamentos sujos de lama ou areia. Isso reduz consideravelmente
sua vida útil;

• Antes de colocar as mãos em frestas ou buracos, lembre-se que são abrigos


naturais de escorpiões, lacraias, formigas e cobras;

• Pessoas hiperalérgicas devem carregar consigo anti-histamínicos;

• Verifique paranoicamente as travas dos mosquetões, e lembre-se que nunca


devem ser tracionados lateralmente;

• Mantenha presos e longe dos descensores seus cabelos;

• Mantenha as roupas e mão que trava a corda longe dos descensores, ascen-
sores e polias.

• A temperatura de fusão da poliamida é de 230o C, que é atiginda facilmente


por um descensor em descida muito rápida;

• Unhas compridas dificultam o manuseio de nós e podem causar acidentes


em caso de queda;

• Em hipótese alguma retire a mão da corda quando estiver dando segurança


e permaneça atento ao escalador;

• Extrema atenção à corda guia e/ou às fitas de auto para que não enrosquem
em nenhuma parte do seu corpo em caso de queda, agravando a situação;

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• Não use as cordas diretamentes nas fitas, o atrito entre elas pode danificá-las
– para isto existem os mosquetões;
• As fitas e cordins usados para pedais não devem ser utilizados posterior-
mente para segunrança;
• Se possível evite escalar no crepúsculo e na alvorada, pos são os momen-
tos de maior atividade dos mosquitos vetores de doenças tropicais (Leish-
maniosem, Febre Amarela, Malária e outras desconhecidas). À propósito,
vacine-se!
• Ao escalar com iniciantes, redobre a atenção e os cuidados sobre eles;
• Nunca compre equipamentos de segunda mão!!!
• Antes de comprar qualquer equipamento observe as recomendações do fa-
bricante (não do vendedor);
• Nunca compre equipamentos tecidos novos (cordas, fitas, cadeirinhas, etc. . . )
com mais de três anos após a data de fabricação, salvo sob responsabilidade
do fabricante.

Leitura Recomendada
Autorrescate, editora Desnível, primeira edição 1998. Autor: David J. Fa-
sulo. Tradução: Rosa Fernández-Arroio.
Com unhas e dentes, edição independente, 1998. Autor: Sérgio Beck.
Curso básico de escalada em árvores, I Encontro Brasileiro de Pesquisado-
res de Dossel, 2000, Jardins Suspensos jardinagem vertical Ltd. Autores:
Pedro Pedrosa e Marcos Vidal.
Curso de ascensão ao dossel ou arborismo, apostila do simpósio de biologia
UESC, Ilhéus-BA, 2001. Autor: Marcial Cotes Jorge.
Manual técnico Petzl, edição 2001. Impresso por Weber - Suissa, desing:
Yves & Thomas Mchand; textos: Francois Damilano.
Nudos y cuerdas para escaladores, editora Desnível, 1ł ed. 1999. Autor:
Duane Raleigh, ilustrações de Mike cleland.
Seguridad y riesco, análise y prevencion de accidentes de escalada, editora
Desnível, primeira edição 1996. Autor: Pit Schubert. Tradução da edição
espanhola: Ignacio de la Serna.

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On Rope - North American Vertical Rope Techiques for Caving, Search and
Rescue and Mountaineering, primeira edição 1992, National Speleological
Society. Autores: Allen Padgett and Bruce Smith.

Os Autores
Benjamim da Luz Escala em rocha desde junho de 1992, quando em Curitiba-
PR, fez um curso básico de escalada em rocha e em muro de escalada es-
portiva, com Mauro Snake.
Realizou escaladas no pico do Anhangava (Quatro Barras-PR), Pedra do
Baú (São Bento do Sapucaí-SP), morro do Malufe (Guarujá-SP), pedreira
do Dib (Mairiporã-SP), Salto do Apucaraninha (Lerrovile-PR) e Pedreira
Clarque (Londrina-PR).
Dedicou-se também à espeleologia desde 1993, com atividades concentra-
das no PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, e visitas às pro-
víncias espeleológicas de Ibitipóca-MG e Chapada Diamantina (Iraquara e
Lençóis-BA).
No ano de 1998, fazendo uso de técnicas verticais adquiridas na espeleolo-
gia e escalada em rocha, adaptando-se a realidade arborícola, realizou parte
do levantamento epifítico do Parque Estadual Mata-dos-Godoy, Londrina -
PR.
Formação em Auxiliar Técnico Guarda-Parque pelo Centro em Hotelaria e
Turismo - SENAC/SP, e em Biólogo, pela Universidade Estadual de Londrina-
PR.
Formação em Auxiliar Técnico Guarda-Parque pelo Centro em Hotelaria e
Turismo - SENAC/SP, e em Biólogo, pela Universidade Estadual de Londrina-
PR.
Realiza podas urbanas em Manaus e ministrou o curso "Tree Climbing",
na Universidade Estadual do Amazonas, no período de 20 a 27 de maio de
2000, com carga horária de 32 horas.
Responsável por segurança em escaladas de dossel dos pesquisadores e vi-
sitantes no projeto de pesquisa "Reprodução do Gavião Real"subprojeto do
PPI2-3200 MCT-INPA.
Construção de plataformas de observação em dossel para o projeto de pes-
quisa "Reprodução do Gavião Real"subprojeto do PPI2-3200 MCT-INPA.
Busca, localização e identificação de ninhos em dossel para o projeto de pes-
quisa "Reprodução do Gavião Real"subprojeto do PPI2-3200 MCT-INPA.

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Participação na implantação de trancectos e plaqueteamento de árvores pa-
ra o projeto "Efeitos da fragmentação: subsídeos para o planejamento de
reservas e áreas verdes na região de Manaus-AM", de fevereiro de 2000 a
fevereiro de 2001.
Participação como instrutor - curso "Tree Climbing"na Universidade do
Amazonas no período de 20 a 27 de maio de 2000, com carga horária de
32 horas.
Participação como instrutor - 1ž Encontro Brasileiro de Ecologia de Copas
de Árvores: Copa no Brasil, realizado na Reserva florestal de Santa Genebra
- UniCamp/Campinas - SP, junho de 2000.
Participação como técnico de segurança em altura e coleta de simulideos no
dossel para o projeto de pesquisa "Endemias em área indígena", no trabalho
"Cracterização da atividade vertical dos vetores de oncocercosee nas bacias
do rio parima (watatas, xitei/Brail) e do rio orenoco (ropoú/Venezuela)",
nos meses de maio e junho de 2001.

Iván Soler Escala desde 1997, dedicando-se exclusivamente ao arborismo. Apren-


deu o básico com Ricardo Leme (aluno de Carlos Zaith da escola H2HOMEM-
SP).
Realiza poda e retirada de árvores de grande porte em ambiente urbano em
Manaus - AM.
Confeccionou, instalou e treinou pessoal em plataformas de observação de
Gavião Real (Harpia harpija - Accipitridae) no rio Jauaperí e na reserva ZF-
2, esta sob administração do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-
INPA.
Participação como instrutor - curso "Tree Climbing"na Universidade do
Amazonas no período de 20 a 27 de maio de 2000, com carga horária de
32 horas.
Técnico de campo em dossel para amostragem destrutiva de biomassa ve-
getal de 3 espécies de árvores cultivadas em sistemas agrossilvipastoris, no
projeto de doutorado de Karen Mc Jeffery - Embrapa/LBA (NASA)/Universidade
de Cornell (USA) no período de 23 a 30 de janeiro de 2001.
Responsável por segurança em escaladas de dossel dos pesquisadores e vi-
sitantes no projeto de pesquisa "Reprodução do Gavião Real"subprojeto do
PPI2-3200 MCT-INPA.
Construção de plataformas de observação em dossel para o projeto de pes-
quisa "Reprodução do Gavião Real"subprojeto do PPI2-3200 MCT-INPA.

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Busca, localização e identificação de ninhos em dossel para o projeto de pes-
quisa "Reprodução do Gavião Real"subprojeto do PPI2-3200 MCT-INPA.
Instalação de aparelhos de pesquisa atmosférica em diferentes estratos de
dossel dentro do projeto de cooperação científica INPA/JICA; “Enrichment
of Natural Forests in the Brazilian Amazon” (Niro Higuchi, Akio Tsuchiya
e Akira Tanaka). Novo Aripuanã - Rio Madeira/AM.
Participação como instrutor - 1ž Encontro Brasileiro de Ecologia de Copas
de Árvores: Copa no Brasil, realizado na Reserva florestal de Santa Genebra
– UniCamp/Campinas – SP
Treinamento de escaladores para o projeto de pesquisa “Reprodução do
Gavião Real” subprojeto do PPI2-3200 MCT-INPA. Deslocamento (Igapó,
Terra-firme e Várzea)/Logística. Manaus e Manacapuru/AM.

Tenório Cavalcante Bacharel em física pela Universidade do Amazonas. Esca-


la desde janeiro 2000. Participou de expedições com projeto de pesquisa
"Reprodução do Gavião Real"durante todo o ano de 2001.
Atualmente trabalha na ONG Ambientalista Fundação Vitória Amazônica,
fornecendo suporte em informática e GIS.

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