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Botanico Gentianaceae

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OLAVO ARAUJO GUIMARÃES

Revisão das Gentianaceae do Estado do Paraná

Tese apresentada ao Curso de Pós-Gradua-


ção em Botânica, do Setor de Ciências
Biológicas da Universidade Federal do Pa-
raná, como pré-requisito parcial à obtenção
do grau de M estre em Ciências Biológicas,
na área de Botânica.

CURITIBA
19 8 6
REVISÃO DAS GENTIANACEAE DO ESTADO DO PARANÁ

por

OLAVO ARAUJO GUIMARÃES

Tese aprovada como requisito parcial para a


obtenção do grau de Mestre no Curso de Pos-
Graduação em Botânica, pela Comissão forma-
da pelos Professores:

ORIENTADOR:

Prof.Dr. Armand Ûarl'é'j Cervi


f //

____________________ I J ,
/
Prof.Dr. Antonió Bresolin

Prof.Dr. Hermes Moreira Filho

Curitiba, 22 de dezembro de 1986


II

AGRADECIMENTOS

à minha esposa, Dilma Soiange Napp, pela paciência,com-


preensão e estímulo durante a realização deste trabalho.

Ao Prof. Hermes Moreira Filho, Coordenador do Curso de


Pós-Graduação em Botânica, pelo constante estímulo e colabora-
ção para a concretização deste trabalho.

Ao amigo e orientador, Armando Carlos Cervi, pela valio


sa colaboração e incentivo.

Ao amigo e colega Gert Hatschbach, Diretor do Museu Bo-


tânico Municipal, de Curitiba, pelo estímulo, interesse, cola-
boração e cessão de todo material disponível do Museu.

à Srta. Oneia Dias de Souza , Secretária do Curso de


Pós-Graduação em Botânica, por sua colaboração.

Aos Diretores e Curadores dos Herbários visitados pela


atençã j e empréstimo de material.

à Sra. Ruth Lobo dos Santos, bibliotecária Chefe do Se-


tor de Ciências Biológicas pela revisão das referências biblio
gráficas e aos demais funcionários da Biblioteca, pela gentile
za e presteza no atendimento ás solicitações de bibliografia.

Aos colegas e amigos do Departamento de Botânica que de


diversas formas estimularam e colaboraram para a realização des
te trabalho.
III

SUMÁRIO

Lista de Estampas ............................... IV

Lista dos Mapas ....................................... V

Resumo ................................................ VI

Suramary ................ ......... VII

1 - Introdução ....................................... 1

2 - Material e Métodos ............................... 3

3 - Histórico da Família ............................. 4

4 - Descrição da Família ............................. 7

5 - Chave para as Tribos e Subtribos ................. 9

6 - Posição Sistemática das Espécies que Ocorrem no Pa


ranã............................ 10

7 - Chave Artificial para os Gêneros Paranaenses.. ... 11

8 - Descrição dos Gêneros e Espécies que Ocorrem no Pa


ranã, dados ecológicos edistribuição geográfica . 12
9 - Comentários ...................................... 53
ò
10- Conclusões........................................ 56

11- ReferênciasBibliográficas ....................... 58

12- Índice ....... 61


IV

LISTA DE ESTAMPAS

Estampa 1 - Curtia couferta (Mart.) Knoblauch ...............15

Estampa 2 - Zygostígma australe (Cham. et Schlechtd.)Griseb..20

Estampa 3 - Maerocarpaea rubra Malme ........................ 25

Estampa 4 - Irlbachia coerulescens (Aubl.) Griseb............30

Estampa 5 - Schultesia australis Griseb...................... 35

Estampa 6 - CaXolisianthus pedunculatus (Cham. etSchlechtd.)


Gilg ............................................. 41

Estampa 7 - Bella brevifolia Cham. et Schlechtd.............. 46

Estampa 8 - Voyria sphylla (Jacq.) Pers...................... 51


V

LISTA DOS MAPAS

Mapa 1 - Distribuição geográfica, no Paraná de


Curtia conferta (Mart.) Knoblauch ............... 16

Mapa 2 - Distribuição geográfica, no Paraná, de


Zygostigma austral© (Cham. et Schlechtd.) Griseb. . 21

Mapa 3 - Distribuição geográfica, no Paraná, de


Macrocarpaea rubra Malme ........................ 26

Mapa 4 - Distribuição geográfica, no Paraná, de


Irlbachia coerulescens (Aubl.) Griseb............ 31

Mapa 5 - Distribuição geográfica, no Paraná, de


Schultesia australis Griseb....................... 36

Mapa 6 - Distribuição geográfica, no Paraná, de


Calolisianthus pedunculatus (Cham. et Schlechtd.)
Gilg ............................................. 42

Mapa 7 - Distribuição geográfica, no Paraná, de


Helia brevifolia Cham. et Schlechtd.............. 47

Mapa 8 - Distribuição geográfica, no Paraná, de


52
Voyria aphylla (Jacq.) Pers.......................

Mapa 9 - Distribuição das Gentianaceae nas regiões geomor-


folõgicas do Paraná. ............................. 55
VI

RESUMO

São descritos 8 gêneros e 8 espécies de Gentianaceae pa


ra o Estado do Paraná: Curtia conferta (Mart.)Knoblauch, Zygos-
tigma austrde (Cham. et Schlechtd.)Griseb. , Macrocarpaea ru-
bra Malme,Irlbachia coerulescens (Aubl.)G r i s e b Schultesia aus
tralis Griseb., Calolisianthus pedunculatus (Cham.et Schlechtd.)
Gilb, Helia brevifolia Cham. et Schlechtd. e Voyria aphylla
(Jacq.)Pers.
As descrições são acompanhadas de dados ecológicos, dis-
tribuição geográfica e respectivos nomes populares.
As diversas espécies habitam as regiões do Litoral, Ser-
ra do Mar, Primeiro, Segundo e Terceiro Planaltos paranaenses,
predominando no PrimeiroeSegundo Planaltos. Na região do Lito-
ral ocorre apenas Voyria aphylla (Jacq.)Pers. e no Terceiro Pia
nalto encontramos apenas Zygostigma australe (Cham. et Schlech-
td. )Griseb.
Foram elaboradas chaves para a identificação das tribos
e subtribos da família, bem como para os gêneros paranaenses.
0 gênero Macrocarpaea (Griseb.)Gilg não se enquadra na
caracterização de Wagenitz para a tribo Gentianeae, que o englo
ba, pois as espécies deste gênero podem apresentar grãos de pó-
len isolados ou em tétrades. Macrocarpaea rubra Malme com pÓlen
isolado de exina estriada, enquadra-se perfeitamente em tal ca-
racterização.
Não confirmamos a presença de Curtia malmeana Gilg Che-
lonanthus candidus Malme, Calolisianthus amplissimus (Mart.)
Gilg e Helia oblongifolia Mart. no Estado do Paraná.
VII

SUMMARY

Eight genera and eight species of Gentianaceae are descri_


bed to the Paraná State: Curtia conferta (Mart.)Knoblauch,Zygos-
tigma australe (Cham, et Schlechtd.)Griseb. , Macrocarpaea rubra
Malme, Irlbachia coerulescens (Aubl.)Griseb., Schultesia austra
lis Griseb.,“Calolisiarithus pedunculatus (Cham.et Schlechtd.)
Gilg, Helia brevifolia Cham, et Schlechtd and Voyria aphylla
(Jacq.)Pers.
The descriptions are accompanied by ecological data, geo-
graphic distribution and respective popular names.
The diverse species live in the litoral region, Serra do
Mar,First, Second and Third Plateaus predominating in the First
and Second ones. On the costline there is just Voyria aphylla
(Jacq.)Pers. and in the Tird Plateau just Zygostigma australe
(Cham, et Schlechtd.) Griseb. is found.
Keys to the tribes and subtribes identification were ela-
borated, as well as to the Paranaense genera.
The genera Macrocarpaea (Griseb.)Gilg does not fit in
Wagenitz characterization to the Gentianeae tribe, wich embodies
it, since the species of this genera may present isolated or
tetrads pollen grains. Macrocarpaea rubra Malme with isolated
pollen of striad exin fits perfectly in such characterization.
The presences of Curtia malmeana Gilg, Cbelonanthus can-
didus Malme, Calolisianthus amplissimus (Mart.)Gilg and Helia
oblongifolia Mart, are not confirmed in Paraná State.
1

INTRODUÇÃO

O estudo das Gencianáceas vem nos atraindo jã há algum


tempo, não só pela delicadeza do grande número de espécies co-
mo peia beleza das flores de outras e as possibilidades econô-
micas e medicinais de algumas, mas também e principalmente pe-
lo pouco número de trabalhos sobre as Gencianáceas brasileiras.
No que se refere ao valor medicinal, e consequentemente
econômico, basta lembrar o próprio nome da família: homenagem
ao Rei Gentius , que teria, por volta de 500 AC indica-
do uma erva desta família para o combate â peste.
As espécies européias são melhores conhecidas e dentre
elas citaremos apenas a Gentiana lutea L., que é oficinal (2),
e Centaurium umbellatum Gilibert (7), que são utilizadas como
tônico estomacal, febrífugas e para aumentar as defesas orgâni_
cas, pois aumentam a produção de glóbulos brancos. Quanto âs es
pécies brasileiras, encontramos algumas indicações no Dicioná-
rio das plantas úteis do Brasil, de M. Pio Correa (17) o qual
cita, entre outras, Calolisianthus pendulus (Mart.)Gilg, Erith
raea centaurium Pers., Coutoubea spicata Aubl., Voyria aphylla
(Jacq.) Pers., IrDbachia coerulescens ÍAubl.) Griseb. e Helia
brevifolia Cham. et Schlecht., as 3 últimas ocorrentes no Para
nã, como febrífugas, vermífugas e utilizadas no tratamento da
gota, reumatismo e de afecções escrofulosas. Infelizmente não
conseguimos verificar se as espécies que ocorrem em nosso esta
do são aqui utilizadas na medicina popular.
Com relação a bibliografia sobre Gencianáceas brasilei-
ras, são realmente poucos os trabalhos que localizados e arraio
ria deixamos de listar por não se referirem a espécies parana-
enses. Realmente, salvo falha de nossa pesquisa bibliográfica,
com relação âs espécies de nosso Estado, encontramos apenas o
2

trabalho de Malme: Gentianaceae, Apocynaceae et Vochysiaceae pa


ranaenses a Dre. P. Dusén collectae (15). Referências âs nossas
espécies são encontradas em diversos trabalhos como: Fiora Bra-
siliensis (19) de Martius, Flora Ilustrada Catarinense (6), de
Reitz, Gentianaceae do Estado da Guanabara, de E.F. Guimarães
(10), catálogo Floristico do Parque Estadual de Vila Velha, de
Hatschbach e Moreira F9 (11) e outros.
Outro fato importante é a possibilidade de extinção, ao
menos em nosso estado, de algumas espécies como Irlhachia coeru-
lescens, espécie rara que aqui tem seu limite austral, face a u-
tilização constante e cada vez mais intensa de nossos campos.

Assim sendo, optamos pelo estudo das Gencianáceas parana-


enses que aqui descrevemos e damos algumas indicações sobre sua
dispersão e preferências de meio ambiente. Muito ainda pode e de
ve ser feito com relação a esse grupo de plantas, também do pon-
to de vista sistemático.
3

MATERIAL E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do presente trabalho foram anali


sadas as coleções de Gentianaceae dos herbários abaixo relacio-
nados, aos quais tivemos acesso direto através de visitas in
loco ou por empréstimo:

HBR - Herbário Barbosa Rodrigues. Itajaí, Santa Catarina,Bra-


sil .
ICN - Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
Brasil.
MBM - Museu Botânico Municipal. Curitiba, Paraná, Brasil.
PACA- Herbarium Anchieta, Instituto Anchietano e Unisinos. São
Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.
PKDC- Herbário Pearl Karl Dusén. Curitiba, Paraná, Brasil.
RB - Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Bra -
sil.
SP - Instituto de Botânica de São Paulo, Secretaria da Agri -
cultura. São Paulo, Brasil.
SPF - Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Uni-
versidade de São Paulo. São Paulo, Brasil.
UPCB- Herbário do Setor de Ciências Biológicas da Universidade
Federal do Paraná. Curitiba, Paraná, Brasil.

0 material foi estudado em Microscópio Estereoscópico


Wild-M 5 com diversos aumentos, após reidratação com fervura
durante quatro ou cinco minutos. Os grãos de pólen foram estuda
dos em microscópio Olympus CBB, com 1.000 aumentos, após trata-
mento com solução de alcool absoluto-éter etílico em partes
iguais e montagem em glicerina.
4

HISTÓRICO DA FAMÍLIA

A família Gentianaceae foi descrita inicialmente por


Jussieu, em 1789, com o nome de Gentianae e designada Gentiana-
ceae por Dumortier, em seu trabalho: Analyse des familles des
plantes, de 1829 (5). Posteriormente, em 1839, Grisebach publi-
ca uma monografia sobre a família em que determina os limites da
mesma e dã uma clara idéia de suas características (5). Grise -
bach trata ainda desta família em 1845, no Prodrommus, de De Can
dolle (9). Neste trabalho, a família é dividida em 2 tribosrGen
tianeae, englobando as ervas e arbustos terrestres, com folhas
opostas e corola de prefloração contorta, e Menyantheae, onde se
enquadram as ervas aquáticas ou palustres de folhas alternas ou
basais e corola de prefloração induplicada. A tribo Gentianeae
por sua vez, foi subdividida em 4 subtribos: Chironieae, Chlore
ae, Lisiantheae e Swertiae. Após Grisebach, Ernst Gilg (8), em
1895, no Die Natürlichen Pflanzenfamilien, de Engler und Prantl
organiza as Gentianaceae em duas sub-famílias: Gentianoideae e
Menyanthoideae. Trabalhos mais recentes, principalmente embrio-
lógicos e anatômicos aconselhavam a separação das Menyanthoide-
ae em família distinta, procedimento este que já vinha sendo a-
dotado por numerosos autores, dentre os quais citamos apenas D.
Don, Wettstein e Hutchinson (5). As principais características
que permitem distinguir as duas famílias são: Gentianaceae:Plan
tas terrestres, folhas opostas, corola de prefloração torcida ,
feixes vasculares bicolaterais, endosperma nuclear, saco embrio
nal sem epitélio, floema intralenhoso, tegumento seminal forma-
do por um só extrato de células; família Menyanthaceae: Plantas
aquáticas, folhas alternas, corola de prefloração induplicada
valvar, feixes vasculares colaterais, endosperma celular, saco
embrional com epitélio, sem floema intralenhoso, tegumento semi.
nal com vários extratos de células. Hoje a distinção das famíli^
5

as Gentianaceae e Menyanthaceae é amplamente aceita pela maio-


ria dos autores. Em 1964, G. Wagenitz (22) trata da família
Gentianaceae no Engler's Syllabus der Pflanzenfamilien, segue
as idéias básicas de Gilg, porém considera a sub-família Meni-
anthoideae como família distinta.
A família Gentianaceae é dividida em 5 tribos: Gentiane-
ae, Rusbiantheae, Helieae, Voyrieae, Leiphaimeae. A tribo Gen-
tianeae, por sua vez, é dividida em 5 subtribos: Erythraeinae,
Exacinae, Chironiinae, Gentianinae e Tachiinae. As principais
características destas tribos e subtribos, são:
Tribo I - Gentianeae: Pólen isolado; grãos esféricos ou
alongados, tricolporados e exina levemente estriada ou reticu-
lada.
Subtribo I - Erythraeinae: Pólen medianamente grande; o-
vário unilocular ou dividido por um septo; estigma indiviso ou
bilobulado. Ervas anuais, raro perenes. Flores pequenas, não
vistosas.
Subtribo II - Exacinae: Pólen minúsculo. Ovário bilocu -
lar; estigma indiviso ou fracamente lobado. Ervas anuais ou pe
renes.
Subtribo III - Chironiinae: Pólen grande. Ovário unilocu
lar; estigma indiviso. Subarbustos ou arbustos com flores gran
des.
Subtribo IV - Gentianinae: Pólen grande. Ovário unilocu-
lar; estigma bilamelado. Ervas anuais ou perenes com flores vis
tosas. Mais comumente nas zonas montanhosas frias ou tempera -
das.
Subtribo V - Tachiinae: Pólen grande; exina com reticula
do bem visível. Ovário unicarpelar. Ervas, arbustos ou subar -
bustos tropicais.
Tribo II - Rusbiantheae: Pólen isolado; grãos grandes ,
parecendo tricolporados, dotados de 3 linhas rugosas com poros
(4). Ovário bilocularArbustos .

Tribo III - Helieae: Pólen em têtrades; grãos com 3 po -


ros. Arbustos ou ervas neotropicais.
Tribo IV - Voyrieae: Pólen isolado; grãos com 1 - 2 po-
ros. Fruto cápsula de deiscência septicida com balistocoria
6

Ervas sapròfitas com rizomas bulbosos.


Tribo V - Leiphaimeae: Pólen isolado; graos com 1 - 3
poros. Fruto cápsula septicida com anemocoria. Ervas saprõfi -
tas com rizoma delgado.
Neste trabalho, seguimos o sistema de Wagenitz por con
siderá-lo mais completo e atualizado.
7

Gentianaceae Jussieu

Jussieu, A.L. de, Genera Plantarum: 141,1789 (sub Gentia


nae) . Grisebach, Gen. et Sp. Gentian. 1: 364,1819. Grisebach, De
Candolle, Prodromus 9:38-141, 1845, p.p. Bentham, Bentham et Ho
oker, Gen.Plant. 2:799-820, 1876, p.p. Gilg, Engler und Prantl ,
Die Naturl.Pflanzenfam. 4(2): 50-108, 1895, p.p. Wagenitz, En -
gler's Sill* Pf lanzenfam.: 408-10, 1964.
Plantas autõtrofas, às vezes saprõfitas, anuais, bianua-
is ou perenes, geralmente amargas pela presença de substâncias
como a Genciopicrina, Genciina, Genciamarina, Gencianõsida, Gen-
ciopicrósida, etc.; em geral ervas eretas, raro volúveis, ocor -
rendo também arbustos e subarbustos; sistema radicular freqüen -
temente com micorrizas. Caules herbáceos solitários ou com rami
ficações dicotômicas, arredondados ou tetragonais, nestes casos
formando estreitas alas nos ângulos; caules lennosos geralmente
arredondados e com ramificações variadas. Folhas simples, intei-
ras, reduzidas a escamas nas espécies saprõfitas, livres ou cona
tas pela base, nestes casos semiamplexicaule, de disposição ge -
ralmente oposta-cruzada, mais raramente alterna ou verticilada ,
as basais ãs vezes formando roseta; sésseis ou curtamente pecio-
ladas, às vezes com pecíolo bem desenvolvido, sem estipulas.Flo-
res isoladas ou em cimas dicotômicas terminais, axilares ou não,
ocorrendo também inflorescências variadas corimbiformes, umbeli-
formes ou paniculadas; brãcteas e bractéolas presentes ou não.
Flores curta ou longamente pedunculadas, geralmente vis-
tosas, andróginas, raramente unissexuais , actinomorfas ou leve-
mente zigomorfas, tetrâmeras ou pentâmeras, raramente hexâmeras
a dodecâmeras. Cálice gamossépalo, tubuloso, com tubo cilíndrico
ou campanulado, âs vezes urceolado, curto ou longo, denteado,lo-
bulado ou partido; geralmente imbricado; às vezes alado e carena
do . Corola gamopétala, tubulosa, com tubo campanulado ou infun-
8

dibuliforme, ãs vezes hipocraterimorfo, urceolado ou cilíndri


co, freqüentemente com escamas ou cavidades nectaríferas; ge-
ralmente valvar. Androceu isòmero com os lobos da corola; es-
tames alternos com os pétalos e insertos em alturas diferen -
tes do tubo corolíneo ou em sua fauce , inclusos ou não, i-
guais entre si ou de tamanhos diferentes; anteras ditécicas ,
de deiscência longitudinal introrsa, às vezes extrorsa, rara-
mente poricida, basi ou dorsifixas, sagitiformes, cordiformes
ou ovais, livres, podendo estar unidas lateralmente; conetivo
raramente apiculado; filetes longos ou curtos, às vezes fal -
tando, livres, raramente soldados pela base onde, às vezes
são dotados de expansões membranãceas. Pólen solitário, em té
trades ou políades (b). Gineceu de ovário súpero, bicarpelar,
unilocular, raramente bilocular ou falsamente bilocular pelo
desenvolvimento das duas placentas parietais que podem se unir
total ou parcialmente; estilete longo ou curto, às vezes fal-
tando; estigma geralmente bilamelado, com lamelas divergen -
tes ou coniventes, às vezes capitado hemisférico ou tetralobu
lado; óvulos anátropos, numerosos, de placentação parietal ou,
nas espécies com ovário bilocular, axial.
Fruto: cápsula septicida bivalva, membranácea até co-
riãcea, raramente baga, pedunculada ou séssil.
Sementes numerosas, diminutas, com embrião pequeno e
endosperma abundante, de superfície iisa, papilosa ou rugosa;
às vezes aladas.
Dispersão; cerca de 70 gêneros com aproximadamente
1.000 espécies, distribuidas por todo o globo, mas predominan
do nas regiões subtropicais do hemisfério norte.

Observação: O nome da família é baseado no gênero Gen


tiaaa L., este dedicado ao Rei Gentius, da Iliria ( 500
a.C) que, segundo consta, teria preconizado a genciana amare-
la contra a peste.
9

CHAVE PARA AS TRIBOS E SÜBTRI BOS

1 - Plantas autõtrofas
2 - Pólen isolado
3 - Grãos de pólen com exina estriada
ou reticulada .................. Tribo Gentianeae
4 - Flores pequenas, não vistosas
5 - Pólen grande; ovário unicarpe
lar, unilocular ou dividido
por um sépto................ Subtribo Erythraeinae

5 - Pólen minúsculo; ovário bilo-


cular....................... Subtribo Exacinae
4 - Flores grandes, vistosas
6 - Estigma indiviso ........... Subtribo Chironiinae
6 - Estigma bilamelado
7 - Ervas anuais ............. Subtribo Gentianinae
7 - Ervas, arbustos ou sub-ar-
bustos perenes ........... Subtribo Tachiinae
3 - Grãos de pólen dotados de exina
com grandes protuberâncias ..... Tribo Rusbiantheae
2 - Pólen em tétrades ................ Tribo Helieae
1 - Plantas saprõfitas
8 - Fruto cápsula septicida com balisto
coria; rizomas bulbosos .......... Tribo Voyrieae
8 - Fruto cápsula septicida com anemoco
ria; rizomas delgados ............ Tribo Leyphaimeae
10

POSIÇÃO SISTEMÁTICA DAS GENTIANACKAE QUE OCORREM NO PARANÁ


SEGUNDO ENGUER

Divisão: Angiospermae
Classe: Dicotyledoneae
Sub-classe: Sympetalae
Ordem: Gentianales
Família: Gentianaceae
Tribo: Gentianeae
Subtribo : Erythraeinae
Gênero: Curtia Cham. et Schlechtd.
Espécie: C» conferta (Mart.) Knoblauch
Subtribo : Tachiinae
Gênero: Zygostigma Griseb.
Espécie: Z. australe (Cham. et Schlechtd.)Griseb.
Gênero: Macrocarpaea (Griseb.)Gilg
Espécie: M. rubra Malme
Tribo: Helieae
Gênero: Irlbachia Mart.
Espécie: I. coerulescens (Aubl.) Griseb.
Gênero: Schultesia Mart.
Espécie: S. australis Griseb.
Gênero: Calolisianthus iGriseb.)Gilg
Espécie: C. pedunculatus (Cham. et Schlechtd.)Gilg
Gênero: Helia Mart.
Espécie: H. brevifolia Cham. et Schlechtd.
Tribo: Voyrieae
Gênero: Voyria Aub1 .
Espécie: V. aphylla (Jacq.)Pers.
CHAVE ARTIFICIAL PARA OS GÊNEROS PARANAENSES

Ervas saprõfitas, com folhas escamosas 8 - Voyria


Ervas autótrofas, com folhas não esca-
mosas
- Cálice tipicamente com 4 asas longitu
dinais ............................. 5 - Schultesia
- Cálice não alado
3 - Folhas lineares ou linear-lanceola
das.
4 - Estilete longo ................. 4 - Irlbachia
4 - Estilete curto
5 - Flores isoladas ou em cimas pau
cifloras ..................... 2 - Zygostxgma
5 - Flores em cimas dicotômicas
plurifloras pseudo-umbeliformes 1 - Curtia
3 - Folhas ovais, elíticas ou lanceola-
das -
6 - Corola infundibuliforme de base
tubulosa, dilatando-se amplamente
para o ápice ................... 6 - Calolisianthus
6 - Corola hipocraterimorfa, urceola-
da ou campanuiada
7 - Corola hipocraterimorfa ...... 7 - Helia
7 - Corola urceolada ou campanuiada 3 - Kacrocarpaea
12

1. Curtia Cham. et Schlechtd.

Chamisso et Schlechtendal, Linnaea 1:209, 1826.


Schüablsíifi Martius, Nov. Gen. et Sp. pi. 2:113, 1827.

Ervas anuais, eretas, pequenas, com caules simples ou


ramificados. Folhas sésseis, opostas cruzadas ou verticiladas,
lineares até linear-lanceoladas. Inflorescências em cimas dico-
tômicas terminais ou corimbiformes, dotadas de brãcteas.
Flores actinomorfas, brancas, amarelas ou arroxeadas .
Cálice profundamente partido, com 4-5 lóbulos ovados ou lanceo
lados, imbricados. Corola infundibuliforme ou cilíndrica, com
o tubo estreitado para a fauce e 4-5 lóbulos de comprimento
igual ao do tubo ou menores, ovados ou lanceolados. Estames 4-
5, livres, insertos na metade do tubo da corola ou em sua par-
te superior, dotados de filamentos curtos; Pólen isolado. Ová-
rio unicarpelar, unilocular ou dividido por um septo em 2 lõcu
los, com estilete curto ou faltando e estigma bilamelado ou sub
esférico, papiloso.

Fruto: Cápsula bivalva.


Semente: reticulada.
Espécie tipo: Curtia gentianoides Cham. et Schlechtd.
Ârea de dispersão: Cerca de 10 espécies distribuídas na
América do Sul.

Observaçao: O gênero Curtia Cham. et Schlechtd é dedicado a


Curt Sprengel
13

Curtia conferta (Mart.) Knoblauch

Knoblauch, Bot. Centralbl. 60: 357, 1894


Schuebleria conferta Mart., Nov. Gen. et Sp. Plant. 2:115
tab. 186, fig. 2, 1827.

Erva anual, ereta, 15-60 cm de altura, com caule tetra-


gonal e formando estreitas alas nos ângulos. Folhas verticila-
das, com 3-6 folhas em cada verticilo, linear - lanceoladas até
filiformes, de ápice acuminado, normalmente as basais mais lar
gas que as superiores, com 0,4-0,6 cm de comprimento por 0,1 -
0,3 cm de largura, sésseis ou curtamente pecioladas.
Flores brancas, dispostas em cimas dicotômicas, pseudo-
umbeliformes, multifloras; brãcteas da inflorescincia estreita
mente linear lanceoladas, com 1,5- 3mm de comprimento por 0,5-
1 mm de largura. Cálice com 2 mm de comprimento e 4-5 lóbulos
lanceolados de comprimento igual ou levemente menor que o tubo.
Corola infundibuliforme, com 4- 5 mm de comprimento e 4- 5 ló-
bulos ovados, de ápice agudo, mais curtos que o tubo cilíndri-
co. Estames 5, insertos na parte superior do tubo, dotados de
filetes muito curtos; anteras eretas, oval-triangulares, - de
deiscência rimosa; pólen isolado. Gineceu de ovário bilocular,
lanceolado-oblongo, com estilete curtíssimo e estigma bilamela
do-papiloso.

Fruto: Cápsula bivalva.


Sementes: reticuladas.
Typus : " Crescit in udis Serro Frio,Provinciae Minarum(Mart. )"
"’orne vulgar: Genciana-da-Terra.
Fenologia: Floresce de dezembro a abril, predominando de
janeiro a março.

Dados ecológicos :Erva seletiva higrófita e heliõfita, ocorren-


do preferencialmente nos locais brejosos dos campos do primei-
14

ro e segundo planaltos. Até o presente, não foi coletada no


terceiro planalto paranaense. Encontrada também na Serra de
Araçatuba, que faz parte do conjunto da Serra do Mar, porém
em campo graminoso natural entre 1100-1300 m de altitude. Em
tais campos podem ser encontradas espécies típicas do primei-
ro planalto paranaense.

Observação: O Epíteto específico é derivado do latim


conferta = densa.

Material estudado: PARANÁ: CAMPO DO TENENTE: G. Hatsch


bach 2ly5 (1/4/51) leg., MBM. GUARATUBA: Serra de Araçatuba,G.
Hatschbach 5559 (10/3/59) leg., MBM. PALMEIRA: Capão Alegrete,
G. Hatschbach 236 (4/3/46) leg., MBM; Rio das Pombas, G. Hats
chbach 886 (14/3/48) leg., MBM. PIRAQUARA: G. Tessmann s/n .
(3/52) leg., MBM; G. Hatschbach 5558 (18/2/59) leg., MBM. QUA
TRO BARRAS: Rio Taquari, G. Hatschbach 12345 et W. Clayton
(24/1/65) leg., MBM. SÃO MATEUS DO SUL: S'Ana, G. Hatschbach
13775 (8/2/66) leg., MBM. TIJUCAS DO SUL: R. Kummrow 1224 (14/
2/78) leg., MBM.
Ârea de dispersão: PARANÃ: nos municípios de Campo do
Tenente, Guaratuba, Palmeira, Piraquara, Quatro Barrras, Sáo
Mateus do Sul e Tijucas do Sul.
Encontrada também nos estados de São Paulo, Minas Gera-
is, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
17

2. Zygostigma Griseb.

Grisebach, Gen. et Sp. Gentian.: 150, 1839.

Ervas perenes, eretas, com caules solitários ou ramifi-


cados desde a base. Folhas sésseis, opostas,linear-lanoeoladas ou
oblongo-lanceoladas. Flores solitárias ou em infiorescências
dicotômicas paucifloras.

Flores longamente pedunculadas, actinomorfas, lilaz,ra


ramente brancas ou alvecentes. Cálice estreito, profundamente
partido, com 5 lóbulos lanceolados, rígidos, carenados. Coro-
la infundibuliforme, com tubo estreitado para o ápice e 5 ló-
bulos lanceolados. Estames isômeros com os lobos da corola e
insertos no ápice do tubo; Pólen isolado. Ovário unicarpelar,
unilocular com estilete curto e estigma bilamelado.

Fruto: cápsula.
Semente: pequena, rugosa.
Espécie tipo: Sabbatia australis Cham. et Schiechtd.
Ârea de dispersão: uma única espécie restrita a região
subtropical da América do Sul.

Observação: Zygostigma é originário do grego Zygos(pa-


relha, par) e stigma (estigma). Refere-se ao estigma tipica -
mente dividido em duas lamelas coniventes.
18

Zygostigma australe (Cham, et Schlechtd.) Griseb.

Grisebach, Gen. et Sp. Gentian.: 150, 1839.


Sabbatia australis Chamisso et Schlechtendal, Linnaea 1:
194, 1826.
Erythraea uniflora Hooker et Arnott, in Hooker, Journ.
Bot. 1: 285, 1834.
Zygostigma uniflorum (Hooker et Arnott) Griseb., Gen. et
Sp. Gentian.: 151, 1839.

Erva perene, ereta, 20- 75 cm de altura, com caule te -


tragonal, formando estreitas alas nos ângulos. Folhas opostas
cruzadas, linear-lanceoladas, as basais curtas, tendendo a
ovais ou obovais, com 0,5 - 3 cm de comprimento por 0,1 - 0,3
cm de largura.
Flores lilaz, raro alvecentes, longamente pedunculadas.
Pedúnculos de 3 - 5 cm de comprimento, isolados, âs vezes em
cimas paucifloras - até 5 flores. Cálice de 1 cm de comprimen
to, com tubo curto e 5 lóbulos lanceolados, levemente carena-
dos. Corola infundibuliforme, com 2 - 2,5 cm de comprimento ;
tubo oblongo e 5 lóbulos elíticos-lanceolados com 0,8 - 1 cm
de comprimento. Estames 5, insertos no ápice do tubo; anteras
eretas, elitico-lanceoladas, exertas, de deiscência rimosa;pó
len isolado, tricolporado, Gineceu de ovário unilocular, com
estilete curto - 1,5 mm, e estigma bilamelado.

Fruto: Cápsula.
Semente: pequena e rugosa.
Typus: Sabbatia australis Cham, et Schlechtd.
" Specimina majora in planitienus (campos) pro -
vinciae cisplatinae Brasiliae lecta, minora 8-
pollicaria loco natali Braxuelo sunt signata .
Sellow misit. "
Nome vulgar: Genciana-roxa
19

Fenologia: Floresce de novembro a fevereiro, predominan


do a floração em dezembro.
Dados ecológicos : Ocorre nos campos dos três planaltos paranaen
ses, como hidrõfita e heliõfita. Desenvolve-se nas regiões ü-
midas do campo, geralmente faltando nos locais mais secos.Ca-
racterística da Região dos Campos do Sul do Brasil.

Observação: A espécie recebe este nome por ser do hemis


fério austral.

Material estudado: PARANA: ALMIRANTE TAMANDARÊ: Parque


Santa Maria, G. Hatschbach 15674 & H. Haas (10/01/67) leg.,
MBM. GUARAPUAVA: Estrada para Laranjeiras do Sul, G. Hatschba
ch 4264 (15/11/57) leg., UPCB. LAPA: Rio Passa Dois, G. hats-
chbach 22745 (30/10/69) leg., MBM. PALMAS: Rio Chopin, G. Ha-
tschbach 28219, L.B. Smith et R. Klein (4/12//1) leg., MBM.
PALMEIRA: Rio Capivara, G. Hatschbach 15341 (10/12/66) leg.,
MBM. PONTA GROSSA: Parque Vila Velha, G. Hatschbach 13097(8/
11/66) leg., MBM.
Ârea de dispersão: PARANÁ: Nos municípios de Almirante
Tamandaré, Guarapuava, Lapa, Palmas, Palmeira e Ponta Grossa.
Característica dos Campos do Sul do Brasil, sendo en -
contrada nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. Ocorre também na Argentina onde tem seu l_i
mite austral.
20

Est. 2 - ZYGOSTIGMA AUSTRALE (Cham, et Schlechtd.) Griseb.


22

3. Macrocarpaea (Griseb.) Gilg

Gilg, Engler u. Prantl. Die Natur. Pflanzenfam.4(2): 94,


1985.
Lisianthus Aubl. sect. Macrocarpaea Griseb, Gen. et Sp.
Gentian.: 173, 1839.

Arbustos ou sub-arbustos, às vezes plantas herbáceas ,


perenes, com caules tetragonais ou cilíndricos. Folhas pecio-
ladas ou subsésseis, opostas, ovais, ãs vezes obovais ou lan-
ceoiadas, coriãceas ou membranosas. Flores em cimas umbelifor
mes ou panículas.
Flores longamente pedunculadas, actinomorfas, cremes ,
amareladas ou rubras. Cálice com tubo campanulado ou sub-ci -
líndrico, com 5 lóbulos ovados,rígidos. Corola campanulada ou
urceolada, com 5 lóbulos sub-iguais, ovais ou oblongo-ovais de
ápice agudo ou obtuso, mais curtos que o tubo. Estames isôme -
ros com os lóbulos da corola e insertos próximos a base do tu
bo, ás vezes exertos; pólen em tétrades ou solitários. Ovário
unicarpelar, bilocular, com estilete longo e estigma bilame -
lar.

Fruto cápsula bivalva septicida.


Sementes sub-cúbicas, pequenas.
Espécie tipo: Lisianthus glaber L.f.

Ârea de dispersão: Cerca de 30 espécies das regiões tro


picais da América do Sul e Antilhas.

Comentário: Segundo Ni1sson (16) o gênero é heterogêneo


pois apresenta 2 tipos de grãos de pólen distintos: em tétra-
des e solitários, estes com exina reticulada ou com protuberân
cias. Sugere que neste gênero devem ser incluídas apenas as
espécies com pólen solitário de exina reticulada.
Observação: O termo Macrocarpaea é originário do grego
Makrõs (grande) e Karpos (fruto), por ser a cápsula cerca de
4 vezes maior que o cálice.
23

Macrocarpaea rubra Malme

Malme, Ark. f. Bot. 22 A(2):3, 1928.

Erva ou sub-arbusto perene, ereta 40 - 70 cm de altura,


com caule tetragonal, mais ou menos arredondado nas porções
basais, estriado. Folhas opostas, membranáceas, pecioladas ;
pecíolo superiormente canaliculado com 1 - 4 cm de comprimen-
to, com as bainhas amplexicaules; lâminas obovais ou lanceola
das, atenuadas para a base e de ápice obtuso com 7 - 15 cm de
comprimento por 4 - 8 cm de largura.
Flores creme-amareladas ou rubras, longamente peduncula
das,pedúnculos com 2 - 4 cm de comprimento, dispostas em ci -
mas umbeliformes bibracteadas; brãcteas foliãceas sésseis ou
sub-sésseis, ovais, normalmente com base arredondada e ápice
obtuso, com 1,5-3,0 cm de comprimento por 1 - 2 cm de largura;
cálice de 0,7 - 11 mm de comprimento e 5 lóbulos desiguais,obo
vados e de ápices translúcidos, sendo um ou dois opacos, de
comprimento igual ao do tubo. Corola urceolada, com 2,0-2,8 cm
de comprimento e 5 lóbulos ovado-triangulares com 2 - 3 mm de
comprimento. Estames 5, insertos próximo a base do tubo corolí^
neo com filetes longos, de 7 - 10 mm de comprimento; anteras e
retas cordado-ovais, de deiscência rimosa; pólen isolado, de
exina reticulada, tricolporado. Gineceu de ovário unicarpelar,
bilocular, com estilete longo, de aproximadamente 10 mm de com
primento, e estigma bilamelado.

Fruto: cápsula, com o estilete persistente.


Sementes: pequenas, sub-cúbicas.
Typus: Paraná: "Desvio Ipiranga, in rupibus humidis,830
M.S.M., et in terra silvae primaevae valde humosa...(P.
Dusèn 6965 lg.)" (6-15).
Nome vulgar: Gentiana-do-Brasil.
24

Fenologia: Floresce de setembro a novembro


Dados ecológicos:Erva lenhosa característica da mata pluvial
atlântica, onde prefere os locais mais altos, abertos e úmidos.
No Paraná, encontrado principalmente às margens dos rios que
descem as encostas da serra. Espécie restrita ao sul do Brasil.
0 material examinado apresenta flores creme-amareladas,
tendendo ao rubro. Parece que ao secar as flores tomam uma to-
nalidade mais avermelhada.

Observação: A denominação da espécie está relacionada


com a coloração das flores, como indica a diagnose original.

Material estudado: PARANÁ: GUARATUBA: Rio da Divisa, G.


Hatschbach 28526 (16/12/71) leg., MBM; Rio Itararé, K. Kummrow
2385 (8/11/83) leg.,UPCB. MORRETES: CaD. Rio Arraial, G. Hats-
chbach s/n (11/11/65) leg., MBM; Porto de Cima, G. Hatschbach
43301 (22/10/80) leg., MBM; Pico Marumbi, F.C. Silva 565 (3/5/
85) leg., UPCB; SÃO JOSÉ DOS PINHAIS: Guaricana, P.I. Oliveira
686 (15/10/82) leg., MBM.
Ãrea de dispersão: Paraná: Nos municípios de Guaratuba,
Morretes e São José dos Pinhais.
Endêmica no sul do Brasil.
25

Est. 3 - NACROCARPAEA RUBRA Malme


27

4. Irlbachia Mart.

Martius, Nov. Gen. et Sp. Plant. 2:101, 1827.

Ervas anuais, eretas, com caules simples, solitários .


Folhas sésseis ou curtamente pecioladas, opostas cruzadas,lan
ceoiadas-lineares, acuminadas. Flores em cimas dicotômicas a-
picais.
Flores curtamente pedunculadas, actinomorfas, de colo-
ração violeta até esbranquiçadas. Cálice campanulado, profun-
damente partido, com 5 lóbulos lanceolados ou ovais, não care
nados. Corola infundibuliforme, com tubo estreito e 5 lóbulos
oblongos-lanceolados. Estames isômeros com os lobos da corola
e insertos na parte basal do tubo, inclusos. Pólen em tétra -
des. Ovário bilocular, com estilete longo e bilamelado, com
lamelas lineares até oblongas.

Fruto: cápsula.
Semente: poliédrica
Espécie tipo: Irlbachia elegans Mart.
Ârea de dispersão: Cerca de 5 espécies nas regiões tro
picais da América do Sul e América Central.

Observação: O gênero é uma Homenagem a Fr. Gabr. de


Bray, conde francês, presidente do Conselho de Botânica, que
vivia em uma quinta denominada Irlbach.
28

Irlbachia coerulescens (Aubl.)Griseb.

Grisebach, Gen. et SP. Gentian.: 195, 1839.


Lisianthus coerulescens Aublet, Hist. Pl. Guian. Fr. 1:
207; 3: T.82, 1775.
Lisianthus parvifolius Desr., Lam. üncycl. 3:660, 1804.

Erva anual, ereta, 30 - 40 cm de altura, com caule te -


tragonal, formando estreitas alas nos ângulos. Folhas opostas
linear - lanceoladas, as basais, até lanceolado-lineares, as
superiores, com 1,0 - 1,5 cm de comprimento por 1 - 4 mm de
largura.
Flores violeta curtamente pedunculadas, com os pedúncu-
los curvos, dispostos em cimas paucifloras - no material ob -
servado até 7 flores, mas prevalecendo 3. Cálice de 4 - 5 mm
de comprimento, com tubo curto e 5 lóbulos lanceolados e care
nados mais longos que o tubo. Corola infundibuliforme com 1,0
1,5 cm de comprimento, tubo sub-cilíndrico constricto na base
e 5 lóbulos oblongo lanceolados acuminados com 2 - 3 mm de
comprimento. Estames 5, insertos na parte basal do tubo, in-
clusos, com filetes de comprimentos diferentes entre si e an-
teras recurvadas de deiscência rimosa e introrsa; pólen em té
trades, com exina equinada. Gineceu de ovário unicarpelar,bi-
locular com estilete longo e estigma bilamelado com as lame -
las lineares longas e recurvadas.

Fruto: Cápsula.
Semente: pequena.
Typus: Lisianthus coerulescens Aublet
"Habitat in pratis humidis Guiane" (23)

Nome vulgar: Genciana-da-terra.


Fenologia: Flores de março a maio.
Dados ecolõgicos:Espêcie rara no estado do Paraná. Encontrada
29

apenas no 29 planalto, a uma altitute de aproximadamente 800


metros. Espécie higrõtita e heliõfita preferindo os locais ú
midos do campo.

Observação: O epiteto específico é devido a coloração


violácea da flor.

Material estudado: PARANÁ: IPIRANGA: Rio Tibagi, G. Ha


tschbach 653 (28/3/47) leg., MBM. PALMEIRA: Rodovia do Café ,
Rio Tigai, G. Hatschbach 11252 (19/5/64) leg., MBM.

Área de dispersão: PARANÁ: nos municípios de Tibagi e


Palmeira.
Espécie rara no Paraná, onde parece ter seu limite aus
trai. Encontrada também nos estados de São Paulo, Minas Gera-
is, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia. A espécie tem
ampla distribuição na América do Sul podendo atingir as Guia-
nas, preferindo sempre as regiões úmidas de campos.
32

5 - Schultesia Mart.

Martius, Nov. Gen. et Sp. Plant. 2:103, 1827.

Ervas anuais, eretas, com caules simples ou ramificados.


Folhas sésseis, opostas cruzadas, oval lanceoladas. Inflores -
cência em cimas dicotômicas ou flores isoladas.
Flores actinomorfas brancas, rosadas, amarelas ou amare-
lo-amarronadas. Cálice tubuloso, urceolado-membranoso, com 4
lóbulos acuminados, mais curtos que o tubo, 4 asas e também 4
carenas. Corola hipocraterimorfa, com tubo estreitado para o á
pice e 4 - 6 lóbulos mais curtos que o tubo. Estames 4 - 5 ,
livres, insertos no tubo da corola, sendo a base do filete ci-
líndrica ou laminar e frequentemente denteada; Pólen em tétra-
des. Ovário bicarpelar, unilocular, com estilete filiforme e
estigma bilamelado, com lamelas curtas suborbiculares ou ova-
das .

Fruto: Cápsula bivalva septicida.


Semente: subglobosa
Espécie tipo: Schultesia crenuliflora Mart.

Ârea de dispersão: Cerca de 20 espécies principalmente


das regiões tropicais da América do Sul; uma espécie é citada
para a África.

Observação: O género é dedicado a José Augusto Schultes,


botânico do século XIX, co-autor do Systema Vegetabilium.
33

Schultesia australis Griseb.

Grisebach, Gen. et Sp. Gentian.: 127, 1839.

Erva anual, ereta, 25 - 30 cm de altura, com caule te -


tragonal, levemente alado nos ângulos, com entrenós de 2 - 6
cm. Folhas opostas cruzadas, sésseis, eretas, com a nervura
central proeminente, ovadas, sendo as inferiores às vezes ob-
tusas pelo ápice e as superiores agudas, com 1 - 2 cm de com-
primento por 0,3 - 0,6 cm de largura, sendo que as medianas
são as mais largas.
Flores amarelas ou amarelo-amarronadas, com pedúnculos
de 1 - 3 cm de comprimento, dispostas em cimas dicotômicas a-
picais (no material examinado, nunca mais de 3 flores em cada
ramo), raramente flores isoladas. Cálice com 1 - 1,5 cm de com
primento, tubular, caracteristicamente com 4 asas e 4 lóbulos
longamente acuminados e mais curtos que o tubo. Asas do cáli-
ce semi-ovadas de base arredondada. Corola hipocraterimorfa
com 2 - 2,5 cm de comprimento; tubo sub-cilíndrico, estreita-
do para o ápice, com 4 lóbulos obovados de 5 - 7 mm de compri_
mento. Estames 4, insertos na metade do tubo, com a parte ba-
sal do filete largamente alada com as alas denteadas; anteras
oblongas, com base sagitada e de deiscência rimosa; pólen em
tétrades. Gineceu de ovário unilocular, com estilete filifor-
me e estigma bilamelado com lamelas curtas, cordado-ovadas.

Fruto: cápsula.
Semente: pequena, subglobosa.
Typus: "In Brasiliae extratropicae prov. Rio Grande" (Twéedie j )
Nome vulgar: Cravina-do-campo.
Fenologia: Floresce de fevereiro a maio.
Dados ecológicos: Erva anual, ocorrendo, no Paraná, em locais
brejosos do primeiro e segundo planaltos. Embora ainda não
constatada, deve ocorrer também no litoral.
34

Observação: A espécie tem este nome por ser nativa do he


misfério austral.

Material estudado: PARANÁ: CURITIBA: Estrada para Pinhais,


Km. 13, G. Tessmann s/n(3/b2) leg., MBM. PIRAl DO SUL: Joaquim
Murtinho, G. Hatschbach 18792 (21/3/68) leg., MBM. PIRAQUARA:
Capão da Churrasqueira, Fazenda Experimental de Agronomia, N.
Imaguire 3318 (4/4/73) leg., PKDC; Rio Divisa a Rio Taquari ,
G. Hatschbach 1210 (13/3/49) leg., MBM. RIO AZUL: Estrada Rio
Azul - Rebouças, G. Hatschbach 29196 et T. Koyama (24/2/72)
leg., MBM. SÃO MATEUS DO SUL: Vila S'Ana, G. Hatschbach 13776 ,
J. Lindeman et H. Haas (8/2/66) leg., MBM. TIJuCAS DO SUL:Ta-
batinga, G. Hatschbach 4518 (7/4/58) leg., UPCB; Campina, R.
Kummrow 1218 (14/2/78) leg., MBM.

Area de dispersão: PARANA: nos municípios de Curitiba ,


Piraí do Sul, Piraquara, Rio Azul, Sáo Mateus do Sul e Tiju -
cas do Sul.
Encontrada no Brasil nos estados do Paraná, Santa Cata-
rina e Rio Grande do Sul. Encontrada também no Paraguai e Nor
deste da Argentina.
35

Est. 5 - SCHULTESIA AUSTRALIS Griseb.


37

6 - Calolisianthus (Griseb.) Gilg.

Gilg, Engler u. Prantl., Die Nat. Pflanzenfam. 4(2):99,


1895.
Lisianthus Aublet, sec. Calolisianthus Grisebach, Gen.
et Sp. Gentian.: 188, 1839.

Ervas anuais ou perenes, com caules simples ou pouco ra


mifiçados desde a base. Folhas sésseis, opostas, ovais à elí-
ticas. Flores solitárias ou em inflorescências paucifloras.

Flores longamente pedunculadas, actinomorfas, violáce-


as até vermelhas. Cálice pequeno, campanulado, profundamente
partido, com 5 lóbulos ovais, rígidos. Corola infundibulifor-
me, de base tubulosa, estreita, dilatando-se amplamente para
o ápice, com 5 lóbulos ovados. Estames isómeros com os lóbu -
los da corola e insertos próximos à base do tubo da corola;an
teras com conetivo apiculado; pólen em tétrades. Ovário bicar
pelar, pseudo bilocular por intrusão das placentas; estilete
longo, estigma bilamelar.

Fruto: cápsula, com o dobro do comprimento do cálice.


Sementes pequenas.
Espécie tipo: Calolisianthus amplissimus (ílart.) Gilg.

Ãrea de dispersão: Cerca de 10 espécies das regiões tro


picais da América do Sul e Antilhas.

Observação: Calolisianthus é originário do Grego calõs


(bonito), lis (liso) e anthos (flor). Com relação às belas fio
res lisas.
38

Calolisianthus pedumculatus (Cham. et Schlechtd.)Gilg

Gilg, em Engler u. Prantl. Die. Natur. Pflanzenfam. 4 (2):


101, 1895.
Lisianthus peduusciilatus Cham. et Schlechtd., Linnaea 1:
199, 1826.
Lisianthus elegans Mart. Nov. Gen. et Sp. Pl. 2:98,tab.
177, 1827.
Lisianthus elegans Mart. var. peduncnlatus (Cham. et
Schlechtd.) Progel. Fl. Brasil. 6(1): 234, 1865.

Erva perene, ereta, 30 - 60 cm de altura, com caule te-


tragonal, simples ou pouco ramicado desde a base. Folhas opo^
tas cruzadas, eliticas ou oblongo-ellticas, as medianas maio-
res que as basais e as apicais, com 3 - 6 cm de comprimento
por 1,5 - 3,0 cm de largura.

Flores vermelhas, longamente pedunculadas - pedúnculos


com 15 - 20 cm de comprimento e bibracteolados em sua parte me
diana ou um pouco acima desta, isoladas, raramente em cimas
paucifloras - 2 - 3 flores. Bracteolas lanceoladas de 3 - 7mm
de comprimento. Cálice de 1,0 - 1,3 cm de comprimento, com tu
bo muito curto e 5 lóbulos oblongos-lanceolados, acuminados ,
bem mais longos que o tubo e de bordos translúcidos. Corola in
fundibuliforme, com 5,0 - 6,5 cm de comprimento; tubo de base
tubulosa estreitada na altura do ápice do cálice e alargando-
se amplamente para cima; 5 lóbulos ovados de ápice agudo e de
1 - 2 cm de comprimento. Estames 5, insertos próximo a base
do tubo; anteras elíticas com conetivo apiculado; pólen em
tétrades. Ovário bicarpelar, pseudo bilocular por intrusão das
placentas; estilete longo e estigma bilamelar com as lamelas
ovadas.

Fruto: cápsula esfêrico-ovada.


39

Sementes: pequenas imersas na placenta.


Typus: "In Brasiliae interioribus regionibus legit Sei
low" .
Nome vulgar: Genciana-trombeta-vermelha.
Fenologia: Floresce durante os meses de dezembro a mar
ço.
Dados ecológicos : Ocorre no primeiro e segundo planaltos para-
naenses, predominando no segundo. Espécie higrõfila e helióf^L
la, preferindo as regiões úmidas das encostas mais elevadas do
campo, onde ocorre e sparsamente.

Observação: O epíteto específico refere-se aos longos


pedúnculos florais.

Material estudado: PARANÃ: ALMIRANTE TAMANDARÊ: Timo -


neira, G. Tessmann s/n? (3/4/52) leg., MBM. BALSA NOVA: Taman
duã, G. Hatschbach 18719 (14/3/68) leg., MBM; Barra do Rio Pa
pagaio, G. Hatschbach 20664 (27/12/68) leg., MBM. BOCAIÜVA DO
SUL: Arredores, G. Hatschbach 41844 (5/12/78) leg., MBM. CURI
TIBA: Rio Atuba, G.R. Kummrow 221 (30/1/74) leg., MBM; Campo
Comprido, L.T. Dombrowski 1461 (9/2/65) leg. , PKDC. JAGUARIAI^
VA: Fazenda Cajuru, L.B. Smith et R. Klein et G. Hatschbach
12271 (18/1/65) leg., UPCB; Fazenda Cajuru, H. Haas et G. Ha-
tschbach 13992 (4/3/66) leg., UPCB. ORTIGUEIRA: Serra dos Mu-
latos, G. Hatschbach 15711 (17/1/67) leg., MBM: PALMEIRA: Fa-
zenda Boiada, G. Hatschbach 13519 (13/1/65) leg., MBM;Rod.BR-
277, 2 Km L do Rio Capivara, G. Hatschbach 47336 (11/1/84)leg.
UPCB; Fazenda Santa Rita, A. Mattos s/n? (16/1/51) leg.,PKDC.
PONTA GROSSA: Furnas, G. Hatschbach et A.C. Cervi 2291 (28/
1/85) leg., UPCB; Estrada Curitiba-Ponta Grossa, Km. 50, L.T.
Dombrowski 1381 (21/1/65) leg., PKDC. PORTO AMAZONAS: Fazenda
São Roque, R. Kummrow 1076(3/2/76)leg., MBM; 1 km, G. Hatsch-
bach 43570 (6/12/81) leg., MBM. SÃO JERÔNIMO DA SERRA: Fazen-
da Nho O', C. Hatschbach 24791 et O. Guimarães (29/9/70) leg.,
M.B.M. SÃO JOSÊ DOS PINHAIS: Rio Pequeno, G. Hatschbach 20800
et J. Fontella (17/1/69) leg., MBM; Rio Pequeno, G. Hatschba-
ch 23466 (6/2/70) leg., MBM; Rio Pequeno, G. Hatschbach 42782
(4/3/80) leg., MBM:
40

Area de dispersão: Paraná: nos municípios de Almirante


Tamandaré, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Curitiba, Jaguariaiva,
Ortigueira, Palmeira, Ponta Grossa, Porto Amazonas, São Jero-
nimo da Serra e São José dos Pinhais.
Até o presente, encontrada nos estados de Goiás, Minas
Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Est. 6 - CALOLISIANTIÏUS PEDUNCULATÜS
(Cham. et Schlechtd.) Gilg
^■ E S T A D O M a p a 6-Distribuiçao Geografica, no Parana, de DIVISAS MUNICIPAIS
COMfCvH
4=^:-.r>iDO®ESTADUAl>S^í^i® Calolisianthus peduculatus(Cham.et Schlechtd.)
««■**»«
^PARÁNAlSDE^RUAN EJAM ENTQÍM Gilg
43

7 - Helia Mart.

Martius, Nov. Gen. et Sp. Pl. 2: 122, 1827.


Lisianthus Aublet sec. Helia (Mart.) Grisebach, Gen. et
Sp. Gentian.: 184, 1839.

Ervas anuais, eretas, com caules simples, cilíndricos .


Folhas sésseis, opostas cruzadas, sendo as da base aparente -
mente em roseta, lanceoladas ou oblongo lanceoladas. Flores
dispostas em cimas umbeliformes congestas.
Flores curtamente pedunculadas, actinomorfas, de colora
ção creme, esverdeada ou amarela. Cálice campanulado, com 5
lóbulos eretos e oblongos ou ovados, de margem membranosa. Co
rola hipocraterimorfa, marcescente, com tubo estreito, um tan
to dilatado na parte mediana e 5 lóbulos um tanto oblíquos,o-
vado-oblongos, mais curtos que o tubo. Estames isômeros com
os lobos da corola e fixos na parte mediana do tubo; anteras
com conetivo geralmente apiculado; pólen em tétrades. Ovário
bicarpelar, bilocular com estilete cilíndrico e estigma bila-
melado.

Fruto: cápsula.
Sementes: pequenas, mais ou menos quadrangulares.
Espécie tipo: Helia oblongifolia Mart.
Ârea de dispersão: Cerca de 6 espécies das regiões tro
picais da América do Sul.

Observação: 0 epíteto Helia provém do Grego Helos (ba-


nhado) . Refere-se ao habitat natural das plantas deste gênero.
44

Helia brevifolia Cham. et Schiechtd.

Chamisso et Schlechtendal, Linnaea 8:11, 1833.


Lisianthus brevifolius (Cham. et Schiechtd.) Grisebach,
Gen. et Sp. Gentian.: 187, 1839.

Erva anual, ereta, 30 - 70 cm de altura, com caule sim


pies, cilíndrico. Folhas opostas cruzadas, sendo as da base a
parentemente em roseta, sésseis, ovadas até elíticas, laxamen
te distribuídas, de ápice obtuso e base atenuada, com 2 - 5cm
de comprimento por 1 - 2,5 cm de largura.

Flores cremes ou esverdeadas, curtamente pedunculadas ou


sub-sêsseis, solitárias ou, mais comumente, em cimas umbeli -
formes dispostas no ápice do caule. Cálice de 0,7 - 1 cm de
comprimento com 5 lóbulos abovados mais curtos que o tubo, de
margem membranácea. Corola hipocraterimorfa, com 2 , 5 - 3 cm
de comprimento; tubo estreito com aproximadamente o dobro do
comprimento dos lóbulos e 5 lóbulos largamente ovados de ápi-
ce obtuso com 1,0 - 1,4 cm de comprimento. Estames 5, inser -
tos na parte mediana do tubo; anteras eretas, elítico-lanceo-
ladas, com conetivo apiculado; pólen em tétrades; gineceu de
ovário bilocular, com estilete cilíndrico e estigma bilamelar.

Fruto: cápsula ovóide.


Sementes: pequenas e quadrangulares.
Typus: Santa Catarina: "Lages. Sellow".
Nome vulgar: genciana-do-campo.
Fenologia: Floresce de outubro a janeiro.
Dados ecológicos : Ocorre principalmente no primeiro e segundo
planalto paranaense. Deve ocorrer também no terceiro planalto,
pois foi coletada no planalto catarinense próximo a divisa com
o Paraná, e também no Paraguai. Espécie seletiva higrõfita e
heliõfita dos locais úmidos e brejosos dos campos.
45

Observação: 0 termo brevifolia significa de folhas cur-


tas, face a relação entre o comprimento e a largura das mes -
mas.

Material estudado: PARANÁ: ARAPOTI: Rio das Cinzas, G.


Hatschbach 8793 (23/10/61) leg., UPCB. CASTRO: Estrada do Cer
ne, G. Hatschbach 582 (19/1/47) leg., PKDC. CURITIBA: Capãoda
Imbuia, Y. Saito, M.L. Pereira et L. Dombrowski 1316 (14/1/65)
leg., PKDC. IPIRANGA: Faxinai do Tanque, G. Hatschbach 25893
(20/12/70), leg., MBM. JAGUARIAIVA: Fazenda Chapada S. Anto -
nio, G. Hatschbach 20420 (17/11/69) leg., MBM; Rio Jaguariai-
va, R. Kummrow 798 (19/12/74) leg., MBM; Fazenda Cajuru, L.B.
Smith, R. Klein & G. Hatschbach 14802 (18/1/65) leg., HBR.PAL
MEIRA: Fazenda Jacui, P.I. Oliveira 291(21/1/82) leg., MBM;
Rio das Pombas, Nobor Imaguire 38 (19/1/67) leg., PKDC. PIRA-
QUARA: Purgatório, R. Kummrow 1612 (22/12/81) leg.,MBM. SÃOJO
SE DOS PINHAIS: Rio Pequeno, J. Fontella et G. Hatschbach
20809 (17/1/69) leg., MBM; Rio Pequeno, G. Hatschbach 24460
(6/2/70) leg., MBM. TIJUCAS DO SUL: Campina, R. Kummrow 2156
(11/1/83) leg., MBM. UNIÃO DA VITÕRIA: C. Koczicki 24 (27/12/
67) leg., MBM.

Ârea de dispersão: Paraná: nos municípios de Arapoti,


Castro, Curitiba, Ipiranga, Jaguariaiva, Palmeira, Piraquara,
São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e União da Vitória.

Encontrada no sul do Brasil e Paraguai.


46

Est. 7 - HELIA BKßVIFOLIA Cham, et iîchlechtd.


M APA
D O ESTADO D O

PARAXA

255o

50 5
ESTADO SISTEMA DIVISAS MUNICIPAIS
Mapa 7 - Distribuição Geografica, no Parana, de iç-• h l
DO ESTADUAL O'---
^PARANA /DE PLANEJAMENTO ' Helia brcvifolia Cham.et Schlechtd.
48

8 - Voyria Aublet

Aublet, Hist. Pl. Guian. Fr. 1:209, 1775.

Ervas perenes, sem clorofila, saprõfitas, com rizoma fi^


liforme. Caules eretos, solitários, raramente ramificados. Fo
lhas sésseis, opostas, raramente alternas, escamiformes. Flo-
res isoladas ou em inflorescências cimosas, mais ou menos den
sas.

Flores actinomorfas, alvecentes ou amarelas. Cálice pe-


queno com 4 - 5 dentes ou 4 - 5 lóbulos, bem mais curtos que
o tubo, persistente sobre o fruto. Corola infundibuliforme ou
hipocraterimorfa, bem mais longa que o cálice, com o tubo um
tanto estreitado para a fauce ' e 4 - 5 lóbulos bem mais cur
tos que o tubo. Estames isómeros com os lobos da corola, sés-
seis, insertos na fauce do tubo; pólen solitário. Ováriofu
siforme ou oblongo, bicarpelar, unilocular, com estilete fil:L
forme e estigma inteiro, hemisférico.

Fruto: cápsula bivalva septicida.


Semente: subglobosa ou fusiforme.
Espécie tipo: Voyria coerralea Aublet.
Ãrea de dispersão: cerca de 15 espécies das regiões tro
picais da América, Antilhas e Ãfrica.

Observação: Voyria provém de Voyra, que é o nome dadonas


Guianas a esta planta.
49

Voyria aphylla (Jacq.) Pers.

Person, Syn. Pl. 1:284, 1805.


Gentiana aphylla Jacquin, Enum. Plant. Carb. 17, 1760 ;
Select. Stirp. Amer. Hist. 87, táb. 60, fig. 3, 1763.
Voyria uniflora Person, Syn. Pl. 1: 284, 1805.
Leyphaimos aphylla (Jacq.) Gilg, in Engler u. Prantl.
Die Nat. Pflanzenfam. 4(2):104, 18y5.

Erva perene, 10 - 20 cm de altura, sem clorofila, saprõ


fita. Caule ereto, amarelado, simples, raramente com uma rarni
ficação desde a base, tetragonal. Folhas sésseis, opostas cru
zadas, apressas ao caule, escamiformes,lanceoladas, com 2 -4mm
de comprimento.
Flores amarelas, isoladas. Cálice com cerca de 4 mm de
comprimento, campanulado-tubuloso, com 5 lóbulos denteados -
triangulares, mais curtos que o tubo. Corola hipocraterimorfa,
com 2 - 4 cm de comprimento; tubo estreito e comprido avoluma
do para a base, com 5 lóbulos ovado-lanceolados, com 4 - 6 mm
de comprimento. Estames 5, sésseis, oblongos, insertos na
fauce do tubo e alojados nas depressões do estigma; pólen iso
lado, esférico, bicolporado. Gineceu de ovário unilocular, o-
blongo, com estilete filiforme e estigma hemisférico dotadode
depressões onde se encostam as anteras.

Fruto: cápsula.
Semente: subglobosa alada.
Typus: "Habitat in Martinicae sylvis mantosis vastis &
humentibus".
Nome vulgar: Genciana-sem-folhas.
Fenologia: Floresce de janeiro a junho.
Dados eoológicos : Erva saprõfita, ocorrendo com mais frequência
na floresta pluvial atlântica, sendo também encontrada na res
50

tinga e nos campos do primeiro planalto.

Observação: o termo Aphylla significa sem folhas, pelo


fato-de as mesmas serem escamosas e sem clorofila.

Material estudado: PARANÁ: MORRETES: Rio Ipiranga, G.


Hatschbach 14480 (26/5/66) leg., MBM; Serra Marumbi, Picada
Frontal, G. Hatschbach 44595 (18/2/82) leg., MBM. PARANAGUÁ :
Rio Cambará, G. Hatschbach 19259 (28/5/68) leg., MBM. PIEN:G.
Hatschbach 16103 (8/3/67) leg., MBM. PIRAQUARA: Fazenda Céu A
zul, G. Hatschbach 24394 (3/6/70) leg., MBM. QUATRO BARRAS:
Encosta Morro Mãe Catira, G. Hatschbach 16234 (30/3/67) leg.,
MBM.

Área de dispersão: Paraná: Nos municípios de Morretes ,


Paranaguá, Pien, Piraquara e Quatro Barras.

Encontrada nas regiões tropicais da América do Sul e


Antilhas.
Est. 8 - VOYRIA 4PHYJ.LA (Jacq.) Pers.
MAPA
OO J3 S'£ ,\»0 DO
PÀ Fj M

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509
DIVSAS MUNICIPAIS
r*DO SISTEMA' Mapa 8 - Distribuição Geografica, no Parana, de vTiTHHu—
- estadual.
53

COMENTÁRIOS

A distribuição geográfica das gencianãceas, no Estado do


Paraná está restrita ás regiões Nordeste, Leste e Sul ,
não ocorrendo nas regiões Norte, Oeste e Sudoeste. As espécies
se distribuem peias Zonas do Litoral -, Serra do Mar, Primeiro,
Segundo e Terceiro Planaltos, com maior abundância no Primeiro.
De um modo geral preferem as zonas úmidas dos campos ou, ao me
nos, as regiões mais abertas e com maior luminosidade da Fio -
resta Atlântica.

Na região Litorânea encontramos Voyria aphylla, a qual o


corre também nas regiões mais úmidas e claras da Floresta Atlân
tica e nos campos do Primeiro Planalto. Na Serra do Mar encon-
tramos, além de V. aphylla, Macrocarpaea rubra - que prefere
as regiões claras e úmidas - e Curtia conferta, espécie heliõ-
fita dos campos do Primeiro e Segundo Planaltos e que ocorre
também nos campos naturais de algumas encostas altas ou picos
da serra. No primeiro Planalto, ou de Curitiba, encontramos o
maior número de espécies: Voyria aphylla. Curtia conferta, Zy-
gostigma australe, Schultesia australis, Calolisianthus pedun-
culatus e Helia brevifolia. 0 Segundo Planalto, ou de Ponta
Grossa, é bem representativo em espécies desta família, as quais
entretanto, aparecem mais dispersamente. Constatamos neste Pia
naito: Curtia conferta, Zygostigma australe, Xrlbachia coeru -
lescens, Schultesia australis, Calolisianthus pedunculatus e
Helia brevifolia. Estas espécies sáo heliófitas e ocorrem sem-
pre nas regiões mais úmidas dos campos. 0 Terceiro Planalto,ou
de Guarapuava, tem sua maior altitute neste município - lUS^m-
de onde o mesmo descai para Oeste atingindo, em Foz do Iguaçú,
uma altitute de 162 m, e também para o Norte, até encontrar a
bacia do Rio Paranapanema - com altitudes de 200 a 500m. Os so
los desta região são principalmente lateríticos, vermelhos ou
54

marrons (11,12). Estes fatores, aliados ao aumento das tempera


turas nas regiões mais baixas, determinaram o desenvolvimento
de uma floresta pluvial subtropical a Sudoeste do Planalto e
Tropical a Oeste e Norte do mesmo, ambientes estes impróprios
ao desenvolvimento de gencianãceas, que preferem os locais aber-
tos dos campos com maior altitute. Nesta região encontramos a-
penas Zygostiguma ausfcrale, que ocorre nos três Planaltos,e que
localizamos nos municípios de Guarapuava e Palmas, isto e, nas
regiões mais altas do Planalto. Não encontramos, nesta região,
Helia brewifolia, a qual deve ocorrer pois foi coletada no Pia
nalto Catarinense, próximo a divisa com o Paraná, e também no
Paraguai.

Com relação ao aspecto sistemático, chamamos a atenção


para o trabalho de Nilsson (16) o qual esclarece que o gênero
Macrocarpaea apresenta dois tipos de grãos de pólen distintos:
em têtrades e solitários, estes com exina reticulada ou com
protuberâncias. Este fato conflita com a caracterização de Gilg
(8) e de Wagenitz (21) para a Tribo Gentianeae, que englobaria
espécies com pólen isolado. A Subtribo Tachiinae, que engloba
este gênero, é caracterizada por Wagenitz pelos grãos de pólen
isolados, grandes e com exina de reticulado bem vísivel. Macro
carpaea rubra, enquadra-se perfeitamente nestas definições.

Malme (14) cita as seguintes espécies de gencianáceas co


letadas por Dusén no início deste século em nosso Estado: Cur-
tia Eialiaeana Gilg, Chelonanthus candidus Malme, Calolisiantbus
amplissimus (Mart.) Gilg e Helia oblongifolia Mart. as quais
excluimos de nosso trabalho por não termos tido ocasião de exa
minar material das citadas espécies. As únicas indicações das
mesmas para o Estado do Paraná são as citações de Malme. Cabe
esclarecer que as regiões onde tais espécies foram coletadas
por Dusén - municípios de Ponta Grossa (Vila Velha, Lagoa Dou-
rada, Desvio Ribas) e Jaguariaiva (Fazenda Morungava) são cons
tantemente visitadas por diversos coletores, não sendo as espé
cies acima citadas encontradas nesses locais até o presente.No
município de Ponta Grossa encontramos Calolisiautbus peduacula
tus e Zygostigma australe e em Jaguariaiva: Calolisiamthus pe-
dunculatus e Helia brevifolia.
55

DE IGUÇÚ
£QZ

f'apa 9 - Distribuição das Gentianaceae nas


regiões geomorfológicas do Paraná
56

CONCLUSÕES

São descritos 8 gêneros e 8 espécies de Gentianaceae pa


ra o Estado do Paraná: Curtia conferta (Mart.) Knoblauch, Zy-
gostigma australe (Cham. et Schlechtd.;Griseb., Macrocarpaea
rubra Malme, Irlbachia coerulescens (Aubl.)Griseb., Schulte -
sia australis Griseb., Calolisianthus pedunculatus (Cham. et
Schlechtd.)Gilg, Helia brevifolia Cham. et Schlechtd. e Voy -
ria aphylla (Jacq.) Pers.

Estas espécies habitam os locais úmidos das regiões Li-


torânea, Serra do Mar, Primeiro, Segundo e Terceiro Planaltos
do Paraná, sendo mais frequentes no Primeiro Planalto.

Além destas, Malme (14) cita ainda Calolisianthus airplis;


simus (Mart.) Gilg, Chelonanthus camdLidus Malme, Curtia umalmiea
na Gilg e Helia oblongiffolia Mart. que não descrevemos por não
termos podido observá-las nos herbários e nos locais citados.
Não confirmamos, portanto, a existência de tais espécies nes-
te Estado.

Macrocarpaea rubra Malme enquadra-se nas delimitações de


Wagenitz (21) para as tribos e subtribos da família, pois apre
senta grãos de põlen isolados com e x m a estriada, mas o gêne-
ro, como um todo, não se enquadra nas mesmas.

Curtia conferta (Mart.) Knoblauch ocorre na região da


Serra do Mar, Primeiro e Segundo Planaltos.

Zygostigma australe (Cham. et Schlechtd.) Griseb. é a ü


nica que aparece nos três Planaltos paranaenses, não ocorren-
do na Serra do Mar e Litoral.

Macrocarpaea rubra Malme habita somente a região da Ser


ra do Mar.
Irlbachia coerulescens (Aubl.) Griseb. é uma espécie ra
ra em nosso Estado, ocorrendo apenas no Segundo Planalto, on-
de tem seu limite austral.
57

Schultesia australis Griseb., Calolisianthus peduncula-


tus (Cham. et Schlechtd.) Gilg e Helia brevifolia Cham. et S-
chlechtd. ocorrem no Primeiro e Segundo Planaltos.

Voyria aphylla (Jacq.)Pers. é mais comumente encontrada


na Serra do Mar, porém pode também ocorrer na região Litorâ -
nea e no Primeiro Planalto.

Em nosso Estado, as gencianáceas florescem, de maneira


geral, nos meses mais quentes do ano. A mais precoce é Macro-
carpaea rubra Malme, que floresce de setembro a novembro, e a
mais tardia ê Irlbachia coerulescens (Aubl.) Griseb. que flo-
resce de março a maio. 0 maior período de floração éde Voy --
ria aphylla (Jacq.)Pers. que ocorre de janeiro a junho.
58

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61

Í n d ic e

Calollslanthus (Griseb.)Gilg - 10,11,37


Câlolisianthus amplissimus (Mart.)Gilg - 37,54,56
Calollslanthus pendulus (Mart.)Gilg - 1
Calollslanthus pedunculatus (Cham.et Schlechtd.)Gilg - 10,38,
41 (est.), 42(mapa), 53,54,56,57
Centaurium umbellatum Gilibert - 1
Chelonanthus candidus Malme - 54,56
Chironieae - 4
Chironiinae - 5,9
Chloreae - 4
Coutoubea spicata Aubl. - 1
Cravina-do-campo - 33
Curtia Cham.et Schlechtd. - 10,11
Curtiá conferta (Mart.)Knoblauch - 10,11,13,15(Est.),16(mapa)
53,56.
CUJftifi gentianoides Cham. et Schlechtd. - 12
Curtia roalraeana Gilg - 54,56
Erythraea centaurium Pers. - 1
Erythraea uniflora Hook et Arn. - 18
Erythraeinae - 5,9,10
Exacinae - 5,9
Gencianáceas - 1,2
Genciana-da-terra - 13,28
Genciana-do-Brasil - 23
Genciana-do-campo - 44
Genciana-roxa - 18
Genciana-sem-folhas - 49
Genciana-trombeta-vermelha - 39
©an tiana L. - 8
Gentiana aphylla Jacq. - 49
Gentianaceae - 3,4,7,10
62

Gentianae - 4
Gentiana Lutea L. - 1
Gentianeae - 4,5,9,10,54
Gentianinae - 5,9
Gentianoideae - 4
Helia Mart. - 10,11,43
Helia brevifolia Cham.et Schlechtd. - 1,10,44,46(est.), 4 7 (ma-
pa), 53,54,56,57.
Helia oblongifolia Mart. - 43,54,56
Helieae - 5,9,10
Irlbachia Mart. - 10,11,27
Irlbachia coerulescens (Aubl.)Griseb - 1,2,10,28,30(est.),31
(mapa), 53,56,57.
Irlbachia elegans Mart. - 27
Leyphaimeae - 5,9
Layphairaos aphylla (Jacg.)Gilg - 49
Lisiantheae - 4
Lisianthus Aubl.sec. Calolisianthus Griseb. - 37
Lisianthus Aubl.sec. Helia (Mart.) Griseb. - 43
Lisianthus Aubl.sec. Macrocarpaea Griseb. - 22
Lisianthus brevifolius (Cham.et Schlechtd.)Griseb. - 44
Lisianthus coerulescens Aubl. - 28
Lisianthus elegans Mart. - 38
Lisianthus elegans Mart. var. pedunculatus (Cham.et Schlechtd.)
Progel - 38
Lisianthus glaber L.f. - 22
Lisianthus parvifolius Desr. - 28
Li sianthus pedunculatus Cham.et Schlechtd. - 38
Macrocarpaea (Griseb.)Gilg - 10,11,22,54
Macrocarpaea rubra Malme - 10,23,25 (est.), 26 (mapa), 53,54,
56,57
Menyanthaceae - 4
Menyantheae - 4
Menyanthoideae - 4
Rusbiantheae - 5,9
Sabattia australis Cham, et Schlechtd. - 17,18
Schuebleria Mart. - 12
Schuebleria conferta Mart. - 13
63

Schultesia Mart. - 10,11,32


Schultesia australis Griseb. - 10,33,35 (est.), 36(mapa), 53,
56.57
Schultesia crenuliflora Mart. - 32
Swertiae - 4
Tachiinae - 5,9,10,54
Voyria Aubl. - 10,11,48
Voyria aphylla (Jacq.)Pers. - 1,10,4y,51(est.),52(mapa),53 ,
56.57
Voyria coerulea Aubl. - 48
Voyria umiflora Pers. - 49
Voyrieae - 5,9,10
Zygostigma Griseb. - 10,11,17
Zygostigma austxale (Cham.et Schlechte!.)Griseb. - 10,18,20
(est.), 21 ( mapa), 53,54,56
Zygostigma imiflorum (Hook, et Arn.) Griseb. - 18

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