Apostila Ervas Sagradas REVISADA
Apostila Ervas Sagradas REVISADA
Apostila Ervas Sagradas REVISADA
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Desenvolvido por Sergio Musetti Jr / COCAR para Tenda de Umbanda Ogum Beira Mar – Jacareí/SP
INTRODUÇÃO
Eu sou um paulistano de 41 anos que durante a infância fazia questão de fugir da Capital para
brincar com meus primos e amigos em Porto Ferreira, interior do estado. Eu não era uma criança
calma, pelo contrário, então vivia me arrebentando quando jogava futebol na rua ou quando caia
tentando fazer uma manobra mais radical (leia-se irresponsável) com minha bicicleta. Minha Tia
Cidoca e minha Tia Jovelina eram verdadeiras curandeiras com seus remédios naturais. Passando
meus trinta anos, decidi morar em definitivo no interior, escolhendo a cidade de Itupeva, e lá percebi
que, mesmo tendo passado tantos anos, algumas pessoas ainda mantinham a prática de curar
alguns males não com fármacos, mas com chás e emplastros de ervas.
Essa situação me chamou muito a atenção, porque em São Paulo (capital) é preciso buscar com
muita insistência quem ainda utiliza essas práticas, mas no interior é relativamente comum. No
terreiro que trabalho, em Jacareí, também no interior de São Paulo, é bastante comum as pessoas
conhecerem e indicarem ervas para as pessoas, tendo elas mesmo o conhecimento do uso, não
precisando esperar que um Guia de luz se manifeste para orientar. Essa situação me deixou
bastante confortável para colocar nas páginas deste livro o conhecimento que adquiri sobre o uso
das ervas no dia a dia e, mais especificamente, o uso das ervas na ritualística da Umbanda, que é
algo muitas vezes completamente distinto daquilo que aprendi na prática com minhas tias. Se o chá
da folha do bambu, por exemplo, é um excelente afrodisíaco (este é um dado científico), na
Umbanda serve como poderoso descarrego. E é isso que pretendo mostrar: o uso científico da erva
e o uso religioso.
Ainda falando sobre o uso científico das plantas, preciso dizer que, sim, é um fato que todo remédio
sintetizado hoje teve sua origem em algo da natureza, então quando falo que o gengibre é muito
mais eficaz como anti-inflamatório que o Ibuprofeno, não é porque eu eu acho isso, mas porque a
ciência me respalda. Porém, este livro não deve servir de forma alguma como um substituto para
as indicações de um médico. Que ele ganhe todas as comissões possíveis e imagináveis ao indicar
um remédio ao invés de um chá de gengibre, mas ele o faz respaldado em seu Certificado Regional
de Medicina, então por favor, sob hipótese alguma, deixem de se consultar e seguir os
direcionamentos de seu médico.
Vamos lá. Pegue seu chá de erva-cidreira e tenha uma ótima leitura.
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ERVAS SAGRADAS
O emprego de elementos da natureza, como as plantas, foi originariamente o único meio de tratamento em
todas as comunidades até bem pouco tempo, antes do advento da medicina como ciência.
De cunho universal, o uso medicamentoso das plantas é um conhecimento milenar, adquirido pelos povos de
modo empírico e indutivo, com a experimentação, para fins de cura e sobrevivência, não tendo, porém, uma
história inicial clara e delimitada no tempo e no espaço. Todas as comunidades antigas (China, Egito, Suméria,
Assíria, Babilônia, Índia, Grécia, Arábia, Ásia, África) conheciam os segredos curativos das plantas, sem saber
exatamente como tal conhecimento foi criado ou adquirido. Na sua relação íntima com a natureza e nas suas
andanças e moradias por cavernas, florestas, savanas, pradarias, pântanos, vales, montanhas, os seres humanos
primitivos de todos os lugares e também os indígenas conhecidos nos últimos tempos (nas Américas)
acumularam grande conhecimento sobre as plantas. Esse saber passou a fazer parte dos hábitos, costumes,
crenças e tradições, sendo repassado pelos mais velhos aos mais jovens, que repetiam e perpetuavam as práticas
aprendidas, acreditando totalmente nas mesmas e prosseguindo a tradição. Em todas as comunidades, quem
detinha o vasto conhecimento sobre o uso das plantas gozava de prestígio e poder.
O conhecimento sobre o uso das plantas adveio em grande parte da observação da natureza e do
comportamento dos animais.
No contexto das sociedades primitivas, dominadas por mitos religiosos, tanto doenças quanto suas curas
vinculavam-se a crenças, sistemas religiosos, ritos mágicos. Daí a incorporação do aspecto religioso e místico
do emprego das plantas nos tratamentos de doenças. Acreditava-se, na visão de uma teologia pagã, que o
mundo vegetal possuía propriedades ocultas e segredos que tinham sido revelados à humanidade pelos deuses.
Assim, por atuação divina, muitas plantas eram sagradas e tinham poderes sobrenaturais para curar problemas
de saúde e outros malefícios. Esse princípio que liga saúde e religião parece fazer parte da natureza humana,
vigorando até hoje, Tudo faz pensar que a relação entre religião e saúde é consubstancial, imemorável e
inatacável, que certamente não poderá ser dissolvida por nosso mundo técnico científico quanto ao aspecto
religioso e sagrado da utilização das ervas por diferentes povos.
Outrora dominava a crença de que algumas plantas foram dadas ao homem pelos deuses ou heróis míticos,
como auxiliares na cura de processos patológicos, ferimentos de guerra, ou como livramento de males; outras
plantas, por sua vez, decoravam templos erguidos para adoração de determinadas divindades, onde eram
consumidas em bebidas ou queimadas [...], e que ainda hoje encontram aplicação em ritos de diversas
crenças religiosas.
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No processo de cura pelas ervas e divindades, é fundamental, dentro da dinâmica cultural, a questão da fé, em
nível pessoal e coletivo, sendo envolvida também a relação de poder. como declara Reimer (2008, p. 66):
(REIMER, Ivoni Richter. Milagres das mãos: curas e exorcismos de Jesus em seu contexto histórico-cultural. São Leopoldo: Oikos;
Goiânia: Ed. da UCG, 2008.).
Eliza Biazzi escritora do livro (Saúde pelas plantas) tem uma interpretação religiosa sobre o uso dos elementos
da natureza (matas, rios, mar, terra, animais) na vida, sobrevivência e saúde do ser humano muito próxima de
um deus único (diferentemente da visão pagã sobre entidades e deuses diversos). Ela escreve:
Assim como os diversos regulamentos e itens asseguram o sucesso no funcionamento de uma nave, a vontade
da Suprema Inteligência do Universo assegura o sucesso para a vida do homem.
Exatamente no momento da criação, a vontade do Criador já assegurou a saúde e normalidade das coisas
criadas.
Descobrir a vontade de Deus, ou as Leis Naturais e incorporá-las à vida é descobrir o segredo para o sucesso
e para a saúde, é conseguir ‘conversar’ com o próprio corpo e compreendê-lo, é perceber a linguagem das
matas, dos rios, do mar, da terra, dos animais e corresponder a ela.
O próprio Deus bíblico, monoteísta, do judaísmo, ofereceu a natureza e as ervas aos homens. A Bíblia, o livro
sagrado dessa religião, se refere a diversas plantas para diferentes fins. O livro de Gênesis (1: 29) traz: E disse
Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em
que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento.
Em vários livros da Bíblia, do Velho e do Novo Testamento, são citadas diversas ervas, como açafrão, aloés,
arruda, coentro, cominho, endro, funcho, hissopo, hortelã, incenso, losna, manjerona, mirra, sálvia e outras. A
arruda e a hortelã, juntamente com hortaliças, são mencionadas em Lucas 11:42 como dízimo de oferenda
religiosa:
Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a
justiça e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas.
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Diz ainda Leite sobre a hortelã: A erva da graça era espalhada pelos prédios como proteção contra doenças.
Apreciada pelo seu sabor forte e por suas propriedades medicinais. Expõe sobre referências bíblicas a ervas:
A tradição conta que o zimbro (juniperus communis) deu proteção à Família Sagrada, o qual ofereceu seus
galhos para que a Família se escondesse neles, com o Menino Jesus, durante a perseguição de Herodes. Desde
então, possui propriedades especiais para expulsar os demônios e destruir qualquer sortilégio. Fernán
Caballero, no entanto, acredita que o alecrim (Rosmarinus officinalis) foi o que prestou ajuda à Virgem em
sua fuga para o Egito. Diz-se que floresce no dia da Paixão de Cristo pelo fato de a virgem ter colocado para
secar sobre os alecrins as fraldas do menino Jesus.
Se as referências bíblicas existem aos montes em relação ao uso das ervas nos rituais religiosos,
especificamente no Brasil a situação sempre foi ainda mais evidente, pelo simples fato das raízes de nosso país
serem basicamente indígenas e, após a invasão portuguesa, também africana. No capítulo sobre os Pretos
Velhos no curso Ensinamentos de Umbanda, expliquei que mais de 80% dos residentes em nosso país durante
a colonização eram índios ou negros. Os africanos traziam a cultura do uso das ervas especificamente em
rituais religiosos, e suas defumações e mirongas se incorporaram às práticas indígenas, que eram muito mais
latentes e não ficavam restritas apenas aos rituais religiosos, mas a curas diversas e rituais diários, como
alimentação propriamente dita.
Em janeiro de 2019, em Manaus, foi aberto um Centro de Medicina Indígena, chamado Barserikowi'i. Os
índios Kumuã, responsáveis pelo local, são exímios conhecedores do uso das ervas em todas as suas funções,
especialmente em ritualística para saúde. Apesar de ser considerada como medicina, fato é que todo tratamento
neste centro é antecedido por rezas que acionam os princípios curativos das ervas. Ou seja, a ritualística
religiosa se mistura à científica, e a sociedade aceita sem maiores problemas. Este exemplo pontual, dentre
vários outros, mostra que a Umbanda quando foi anunciada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não
aconteceu por acaso em terras tupiniquim.
Desde as primeiras giras na Umbanda, os guias utilizam as ervas nas mais diversas formas, fazendo questão
de ensinar aos médiuns como devem ser utilizadas e em quais situações. Atualmente vemos muito o uso nas
defumações e nos amacis, mas por diversas vezes o uso das ervas nesses rituais parece ser algo que está no
automático, com as pessoas sequer sabendo quais ervas estão naquela defumação e, quando sabem, muitas
sequer entendem as propriedades daquelas ervas.
O conhecimento dentro de uma religião moderna como a Umbanda é necessário e deve acompanhar o
movimento que sempre cerca nossa religião. Não podemos deixar ao acaso o conhecimento de algo tão
importante quanto o uso das ervas em toda ritualística umbandista, por isso os capítulos seguintes deste estudo
são importantes para todo umbandista.
Minha Mãe de Santo, Mara Calegari, sempre diz que “sem erva não existe Orixá”, e eu complemento dizendo
que sem Orixá não existe Umbanda, então sem erva não existe Umbanda.
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Antes de qualquer coisa, preciso deixar bastante claro que as informações abaixo são referentes
ao uso das ervas na ritualística umbandista. Quem já leu alguma coisa sobre ervas no Candomblé,
por exemplo, encontrará informações completamente distintas, mas isso não deve ser entendido
como certo ou errado, simplesmente pelo fato de Umbanda e Candomblé serem religiões diferentes.
Existem, sim, muitos pontos em comum, mas os rituais se divergem e assim devem ser, respeitando
os fundamentos de cada religião.
As ervas que seguem são as mais comuns utilizadas nos terreiros. Nos outros capítulos
explicaremos o que são ervas quentes, frias, específicas e como serem utilizadas. Respirem e
vamos aprender:
Alfazema: com cheiro bastante agradável, a alfazema é uma erva purificadora, podendo ser
utilizada tanto em defumação quanto em banhos, onde seu uso é mais comum e serve para limpar
o chão dos terreiros e até mesmo as imagens dos Orixás nos congás. É uma erva consagrada a
Oxalá, por isso acalma o médium que, por qualquer motivo, se desequilibra durante os trabalhos
espirituais. Sabe quando um médium recebe um Guia e alguém lhe borrifa alfazema na nuca ou
nos pulos? Isso é feito para purificar e magnetizar a pessoa a Oxalá.
Alecrim: é uma erva de descarrego, sendo muito utilizada em defumações para limpeza de
ambientes. Quando utilizada em conjunto com a alfazema, tem o poder de prosperidade, podendo
ser feito banho em estabelecimento comercial para atrair clientes.
Alfavaca: a principal característica desta erva é atrair bons fluídos para a pessoa, não sendo
utilizada para limpeza em casas ou terreiros, mas apenas no médium em si.
Arruda: é uma das mais conhecidas e poderosas ervas consagradas na Umbanda. Serve para
descarrego, podendo ser utilizada tato em banhos quanto em defumações. A propriedade atrativa
da arruda é tão grande, que ela serve para descarregar um ambiente carregado de energias
pesadas, mesmo estando plantada.
É muito utilizada pelas benzedeira e pelos Pretos Velhos para realizar limpeza nos assistidos.
Alho: a casca do alho tem a função de descarregar ambientes que estão impregnados e energias
pesadas causadas pela presença de espíritos obsessores. Pode ser utilizado em defumação ou em
banhos, quando a pessoa está carregada de energia de baixa vibração.
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Anis Estrelado: possui basicamente função de atrair energia de prosperidade, sendo muito
utilizada pelos guias que atuam na linha dos Ciganos.
Aroeira: consagrada a Exu, a aroeira é uma erva que possui forte característica de descarrego,
sendo utilizada preferencialmente em banhos no ambiente. Sendo consagrada a nossos amados
guardiões, muitas casas utilizam aroeira para limpeza das tronqueiras.
Avenca: erva consagrada a Oxossi, tem como principal função energizar a pessoa através de
banhos para que ela consiga ter o entendimento necessário para encontrar determinada solução.
Resumindo, é uma erva utilizada para abertura de caminhos.
Bambu: as folhas do bambu possuem uma grande propriedade de descarrego de energias de baixa
vibração causada por obsessores, sendo seu uso parecido com a casca de alho. Por ser uma erva
consagrada a Iansã, muitas vezes é utilizada em banhos pelas filhas daquele Orixá.
Boldo: também conhecida como Tapete de Oxalá, é uma das ervas mais comuns na ritualística
umbandista, sendo utilizada principalmente em banhos com o objetivo de energizar, acalmar e
também aguçar a mediunidade da pessoa (é por isso que em quase todo terreiro os médiuns tomam
banho de boldo antes das giras).
Colônia: erva consagrada a Oxalá, tem como principal função acalmar o ori e atrair a energia da
Fé para quem toma seu banho, o qual sempre deve ser tomado da cabeça para os pés.
Café: além da bebida ser utilizada na ritualística com os Pretos Velhos, a folha do café tem forte
poder de limpeza de ambiente. É bastante comum seu uso nos rituais de bate folhas (veremos o
que é adiante) na hora de limpar casas onde exista brigas entre as pessoas. A folha do café
descarrega e energiza ao mesmo tempo.
Cipó Caboclo: erva consagrada a Oxossi, tem a função de descarrego quando queimada e atrativa
para energia de prosperidade quando usada em banhos.
Dandá da Costa: atualmente não é muito utilizada nos terreiros, mas resolvi colocar nesta lista por
entender ser uma erva que precisa ser “resgatada”, por ter uma força energética muito grande. A
dandá tem como principal característica atuar em descarrego de energias de baixa vibração
causadas por trabalho de magia negra (o tubérculo/raíz) e suas folhas são grande estimuladores
vitais, sendo bastante utilizadas em banhos de Amaci. É uma erva consagrada a Iansã, Obaluaê e
Ogum.
Espada de Iansã: consagrada a Iansã, esta erva tem forte propriedade de descarrego quando
manipulada por guias que atuam na vibração daquele Orixá ou por médium que tenha a firmeza o
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Eucalipto: erva com forte poder de limpeza astral, com a curiosidade de ser uma das poucas ervas
de comum acesso magnetizada para limpeza de locais onde exista alguma demanda muito antiga
causada por magia negra ou algo parecido. Ao se fechar algum portal onde havia entrada de
energias de baixa vibração, é recomendado limpeza do chão com banho de eucalipto.
Erva Cidreira: é uma erva fácil de encontrar e, além de servir um delicioso chá, suas folhas também
possuem a propriedade calmante no astral, sendo utilizada em banhos ou defumações onde o local
ou alguma pessoa específica precise de calma para alguma situação.
Erva de São João: esta bonita erva com suas flores amarelas serve basicamente para afastar os
espíritos obsessores, especialmente aqueles que se encontram perdidos e precisam de um resgate.
Antigamente em muitos terreiros os assistidos eram cruzados com óleo da erva de são joão, ao
invés da pemba.
Folha de Laranjeira: com forte poder atrativo, é uma erva consagrada a Oxossi e sua principal
função é ser utilizada em banhos para fortalecimento com o orixá e também abertura de caminhos.
Fumo: é uma erva extremamente forte no que tange a descarrego, por isso é utilizada nos
cachimbos, charutos e cigarros pelos Guias. Possui outra importante característica que é facilitar o
contato entre médium e Exu na hora da incorporação.
Guiné: esta famosa erva é utilizada para limpeza pesada de qualquer espécie (em pessoa, em local
de trabalho, em residência, em terreiro, enfim), porém tem uma característica interessante que é
ser a erva mais eficiente na limpeza de locais e pessoas energeticamente pesados devido emoções
humanas, sendo por isso que vários Pretos Velhos utilizam pequenos crucifixos feitos com o caule
da guiné, justamente para limpeza do assistido.
Hortelã: esta poderosa e conhecida erva tem como principal função equilibrar a pessoa e servindo
como atrativo para energias de alta vibração. É uma erva que pode ser utilizada em todo amaci, por
ser magnetizada com todos os Orixás.
Lágrima de Nossa Senhora: muito comum na confecção de fios de contas e rosários de Preto
Velho, suas sementes e folhas também podem ser utilizadas em banhos de limpeza.
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Levante: esta erva de comum acesso possui as mesmas características do hortelã, inclusive
estando na mesma família de ervas (menta).
Louro: seu uso vai muito além da culinária, sendo uma erva consagrada a Oxossi, portanto possui
forte poder magnético de atração de boas vibrações que poderão agir na abertura dos caminhos.
Ainda é bastante comum o uso de uma folha de louro na carteira para atrair dinheiro. Esta prática
vem da Umbanda.
Mamona: uma erva essencial em trabalhos de descarrego, por ter a propriedade de esgotar as
energias que envolvem algum local ou alguma pessoa, inclusive no Plano Astral. Seu uso é bastante
comum quando se arria trabalhos para a Esquerda (Exu, Pombogira ou Exu Mirim).
Manga: as folhas da manga possuem forte característica de limpeza de ambiente, sendo presença
quase que obrigatória em alguns rituais de bate folhas. É uma erva consagrada a Ogum e muito
usada em obrigações para Exu.
Manjericão: outra erva bastante fácil de se encontrar e que possui uso em praticamente todo ritual
umbandista, por ter forte poder atrativo de boas vibrações ao mesmo tempo que realiza limpeza na
pessoa. Da mesma forma que o hortelã, o manjericão pode ser utilizado em obrigações de todos os
Orixás, sendo indispensável nos amacis de Nanã, Oxum e Iemanjá.
Mirra: esta resina está consagrada na Espiritualidade a Oxalá pela constante referência bíblica a
Jesus e o natural sincretismo com o Orixá da Fé na Umbanda. Desta forma, é bastante comum seu
uso nas defumações mais clássicas.
Peregum: existe o verde e o verde e amarelo, que servem para limpeza e sacudimento (ou bate
folhas) e o roxo que serve, além das propriedades do verde, também para afastar espíritos
obsessores. Erva basante utilizada em rituais com nosso amigos Exus.
Pimenta: uma das mais conhecidas ervas na Umbanda, é sempre associada aos Exus, mas seu
uso ritualístico vai além. Quando consagrada a Ogum, tem a função de defesa, protegendo o
indivíduo ou o local de limpeza. Quando consagrado a Xangô, tem a função de ataque,
possibilitando que algum trabalho específico para aquele Orixá seja potencializado pelo uso em
conjunto da pimenta.
Pinhão Roxo: é uma erva conhecida por consumir as energias negativas de um local, independente
de sua origem (demanda, magia negra, acumulo de energia por falta de limpeza, etc). Tem a
capacidade de anular qualquer tipo de negatividade contra alguém causada por maus pensamentos,
por isso é conhecida como a Erva da Feiticeira, por ser utilizada com este propósito por várias
benzedeiras.
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Pitanga: as folhas da pitanga são consagradas a Iansã e promovem não apenas a limpeza do local,
mas o movimento (associado aos ventos daquela Orixá) de pensamento. Muitas vezes após um
banho de pitanga ou uma limpeza com suas folhas, a pessoa consegue se equilibrar e mudar
alguma situação que se vê parada.
Rosa Branca: notadamente consagrada a Oxalá e Iemanjá, possui várias funções dentro da
Umbanda, desde fortalecimento com os Orixás até ornamento dos congás. A rosa branca é muto
utilizada em banhos para Iemanjá quando é necessário abençoar algum ciclo novo na vida da
pessoa e também para Oxalá quando existe a necessidade de acalmar e fortalecer sua Fé.
Samambaia: presença certa em amacis de filhos de Oxossi, é uma erva com forte poder atrativo
de boas energias, promovendo desta forma a abertura de caminhos.
Sal Grosso: não, eu não fiquei maluco e nem fugi da escola. Sei que sal não é erva, mas como seu
uso é bastante comum em banhos, achei interessante pontuar. O sal grosso tem a propriedade de
descarregar toda e qualquer energia que fique com a pessoa, então ele nunca deve ser utilizado,
NO MESMO BANHO, com alguma erva. O que acontece de forma bastante comum é primeiro tomar
o banho de sal grosso para limpar e depois outro de erva para energizar, mas sempre com a devida
orientação de alguém com conhecimento ou, preferencialmente, de um Guia de Luz.
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OS TIPOS DE ERVAS
Segundo o Mestre Adriano Camargo, conhecido como Adriano Erveiro, pessoa com a qual eu
aprendi muito, portanto recorro aos seus critérios, as ervas são dividias em 3 categorias:
Ervas Quentes
Possuem a característica de limpeza pesada, tirando do campo astral da pessoa ou de algum local
miasmas e larvas astrais. São as ervas mais difíceis de serem encontradas (em quantidade) e
devem ser utilizadas com bastante conhecimento para evitar que um excesso desses banhos possa
causar uma limpeza maior do que a realmente necessária, chegando até o sistema imunológico.
Quando é realizada defumação com erva quente, existe a possibilidade de espíritos obsessores
que estejam perdidos naquele lugar sejam resgatados pela Espiritualidade Amiga, tamanho poder
de limpeza dessas ervas, o que gera um afastamento dos obsessores e eventual tratamento.
Ervas Mornas
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Alfazema Hortelã
Alecrim Lágrima de Nossa Senhora
Alfavaca Levante
Avenca Louro
Boldo Manga
Café Manjericão
Cipó Caboclo Mirra
Erva Cidreira Pitanga
Folha de Laranjeira Samambaia
Ervas Frias
Essas ervas possuem a característica de serem utilizadas com alguma finalidade específica. Cada
uma das ervas frias pode até ter alguma função de atração (sendo, portanto, também morna), mas
sua finalidade principal será sempre algo em específico. Saúde, por exemplo.
O título deste curto capítulo nada mais é do que uma das perguntas que assistidos e cambonos
mais escutam nas giras. Com certeza todo umbandista já teve essa legítima dúvida, então achei
interessante dirimir de uma vez por todas para que possamos tomar aquele banho de descarrego
ou de proteção bem tranquilos e certos que nada vai acontecer de errado.
Como regra geral, a resposta é afirmativa: o banho de ervas pode ser tomado desde a cabeça, sem
problema algum. A única exceção fica para o chamado “impedimento religioso”: quando a pessoa
tem uma crença religiosa que a impede de banhar-se na cabeça. Aí se indica o banho a partir dos
ombros.
Na Umbanda, especificamente, o banho de ervas pode ser tomado na cabeça, uma vez que:
Fazemos banhos com ervas conhecidas (já sabendo para quais finalidades elas servem).
ou por orientação de um Guia Espiritual (ou de pessoa da nossa confiança) que tem esse
conhecimento;
As ervas serão previamente consagradas a Deus, aos Orixás e/ou aos Guias Espirituais, por
meio de uma oração;
O nosso propósito é o Bem (na oração de consagração, também vamos especificar qual é
o nosso objetivo naquele banho, tais como: limpeza energética, equilíbrio, cura,
prosperidade, mediunidade etc.).
De forma que não há o que temer. Muitos “temores” passam de boca em boca, mas sem uma
explicação fundamentada.
Porém, se a crença particular da pessoa não lhe permite banhar-se na cabeça, com nenhum tipo
de erva, isto precisa ser respeitado! Cada religião tem seus fundamentos, “o seu Sagrado”, que
precisamos respeitar. A melhor forma de demonstrarmos nosso amor por Deus e pelos Sagrados
Orixás é respeitar a crença alheia, porque todos nós somos filhos do mesmo e Único Deus! GANDHI
já afirmava: “Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim. Ou
são ramos da mesma árvore majestosa. Portanto, são todas verdadeiras”.
Muitos umbandistas vieram de outras religiões, nas quais o banho na cabeça era proibido; e, no
íntimo, ainda guardam tal crença. E mesmo dentro da Umbanda há Templos com maior influência
africana, outros ainda com maior influência nativa (indígena), católica, espírita, ou oriental.
Dependendo dos valores ali predominantes, cada Templo seguirá uma orientação, que devemos
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respeitar. Nestes casos, é melhor a pessoa seguir seu coração, respeitando suas crenças, de modo
a fazer seus banhos com tranquilidade e devoção.
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Defumações e Incensos
Para defumações de limpeza e descarga de ambientes, sempre caminhar com a fumaça de dentro
para fora da casa, ou seja, dos fundos da casa em direção à porta de saída, passando por todos as
dependências. Deixando o incensário, se possível do lado de fora. Se for apartamento ou algum
lugar onde não possa proceder dessa forma, deixe dentro mesmo. Não é esse ato que mudará a
ação, é seu comportamento espiritual de Amor e Bom Senso.
E lembre-se, nunca fazemos defumação com erva fresca. Comentamos que a erva fresca carrega
muita água ainda, não é? Então não colocamos água no fogo. Isso é bom senso.
Temos ainda as resinas vegetais, que usamos apenas para defumação, pois seu uso nos banhos
podem ser substituídos pelas essências das mesmas ervas.
Entre as resinas mais conhecidas temos o Incenso (Olíbano) de cor amarelada, a Mirra em tons
avermelhados, e o Benjoim em cor acinzentada.
Bate Folhas
Pegue um bom maço de folhas ou flores e bata nos cantos de sua casa, nas portas e janelas,
embaixo das camas, banheiro, enfim, na casa toda. Esse ato é muito comum como pratica religiosa
e requer bastante concentração. O critério para ajuntar essas ervas e flores deve seguir o mesmo
de um banho, com função bem definida, com ervas fáceis de encontrar para que possa ser repetido,
e que permita variações, caso algum dos componentes falte ou deixe de ficar disponível.
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Um excelente bate-folhas de descarrego pode ser feito apenas com: alecrim do campo, dracena
(peregum), guiné, arruda, o para raio (Santa Bárbara ou Cinamomo), o pinhão-roxo e a erva-de-
bicho. Também de extrema excelência, um bom bate-folhas com Peregun Verde e Amarelo, folhas
de pitangueira, folhas de goiabeira com objetivo equilibrador e fortalecedor das proteções
energéticas espirituais do ambiente.
Você pode também pegar um pedaço de galho de pitangueira, figueira ou outra árvore que você
sinta afinidade, e usá-la como cabo para uma vassoura simbólica, onde você irá amarrar um maço
de ervas com um barbante e passar pelo chão de sua casa, como se estivesse varrendo,
simbolicamente, de dentro para fora, todo o negativo astral acumulado no lado espiritual do
ambiente.
O elemento natural estará unicamente em sua mão e dependerá somente de sua fé e boa vontade
para agir em benefício de alguém ou de um local.
Usamos o bate-folhas também para fazer benzimentos, passando o maço de ervas pelo corpo da
pessoa a ser tratada, fazendo as rezas adequadas.
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AS ERVAS E OS ORIXÁS
Muito se fala sobre uma erva ser de determinado Orixá. Existem ervas que são, sim, consagradas
no Plano Astral a algum orixá em específico devido aquilo que convencionei chamar de
“magnetismo da fé”, que nada mais é do que tornar real energeticamente falando algo que muitas
pessoas creem ser real. Um exemplo muito claro é a Espada de São Jorge. Desde o sincretismo
de Ogum com São Jorge os umbandistas dizem que aquela erva é de Ogum (inclusive em vários
lugares é chamada do Espada de Ogum). Devido a este fato, as espadas de São Jorge foram
“magnetizadas” com a força de Ogum, e assim ficaram consagradas no Astra quando há ato
religioso umbandista.
O que temos que ter em mente é que toda erva, além de ser classificada como quente, morna ou
fria, também possui uma classificação sobre seu campo de atuação (medicinais, abertura de
caminho, limpeza, etc) e dentro desses campos de atuação, divididas pelo seu aspecto magnético
e energéticas. O aspecto magnético indica a capacidade que uma erva tem de reter outras energias
(e, por consequência, descarregar essa energia) e o aspecto energético indica a capacidade que a
erva tem de prover alguma energia específica para alguém que a usa.
Através de um processo empírico e que demorou décadas para ser concluído, as ervas foram
catalogadas em todos os seus aspectos e conseguimos, através da análise de todas as suas
características, saber com qual Orixá cada erva possui maior afinidade energética. Existem ervas
que são consagradas a mais que um orixá, mas sempre terá impressa em si a característica mais
forte de um em específico. Um exemplo claro é a Espada de Iansã, que é uma erva com qualidades
energéticas de Oxossi e de Ogum, mas sua maior energia vibra com nossa Mãe Iansã.
Algumas pessoas acreditam erroneamente que uma erva é consagrada ao orixá apenas pelo seu
aspecto físico, mas isso nem sempre acontece. A folha do eucalipto, por exemplo, se assemelha a
uma espada, por isso algumas pessoas acham eu é de Ogum, mas na verdade pelo seu campo de
atuação, o eucalipto está consagrado a Oxossi.
Precisamos entender como funcionam as forças dos Orixás de uma forma muito mais completa.
Peguemos como exemplo Xangô, que é o Orixá da Justiça. A essência da justiça é o equilíbrio
(inclusive um de seus símbolos é a balança), porque só é justo quem consegue ponderar entre o
certo e o errado. Sabendo disso, toda erva equilibradora é consagrada também a Xangô.
Outro ponto extremamente importante que todo umbandista deve levar em consideração é que erva
da Umbanda é da Umbanda e erva do Candomblé é do Candomblé. Apesar de sermos religiões
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Quizila não é, nunca foi e nunca será um fundamento da Umbanda, então o filho de Ogum na
Umbanda pode tomar um belo banho com erva de nanã que não vai acontecer rigorosamente nada
de ruim. Se acontecer, não se trata de energia da erva, mas algo colocado no inconsciente da
pessoa. Não é quizila, mas uma condição psicológica.
Outra situação que ainda acontece em alguns terreiros, e tem base única e exclusiva no Candomblé,
sem respaldo algum na Umbanda, é a manipulação de determinada erva somente por homem ou
por mulher. Mulher não pode colocar as mãos em folha de dendezeiro ou em Espada de São Jorge,
porque é coisa de médium homem. Na Umbanda isso é coisa de ou quem tem preconceito ou quem
não conhece os fundamentos da religião. Se o terreiro que você trabalha determina isso, siga as
instruções de forma respeitosa, mas saiba que é um fundamento da casa, dos sacerdotes que a
dirigem, não da Espiritualidade.
O Grupo de Estudos Avançados do Núcleo Mata Verde, em São Paulo, fez uma tabela de
classificação das ervas em relação aos Orixás, informando que cada erva possui 7 características,
e que cada uma dessas características de sua matriz energética, remete a um Orixá específico.
Vejamos quais são:
Ar (AR): Iansã
Água (AG): Iemanjá
É devido esta divisão que muitos dizem que tal erva é uma “erva de fogo” ou uma “erva de água”.
Não necessariamente é uma erva que tem mais água que outra ou que queima mais fácil, mas sua
matriz energética está ligada intrinsicamente a um determinado Orixá, que atua em um campo
elemental.
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Como esse estudo foi realizado para a Tenda de Umbanda Ogum beira Mar, em Jacareí, e lá a
“Umbanda que toca” é a dos Sete Tronos Sagrados, então podemos entender, e deixo bastante
claro aqui nesse estudo que as ervas das Almas também possuem matriz energética com Nanã, e
as ervas das Águas possuem matriz energética com Oxum.
Vamos analisar a Alfazema. A maior matriz é de água, então podemos dizer que é uma erva de
água (portanto, de Iemanjá e Oxum), enquanto sua menor concentração de energia está nas matas.
A Aroeira, por sua vez, é uma tem 27% de sua matriz na energia do fogo, então dizemos que é uma
erva de fogo (diferente de erva quente). A sua matriz na energia de humanidade é muito baixa (1%),
quase não irradiando esta energia.
Lembrando que esta análise não tem necessariamente relação com o orixá em si ou com a energia
do Orixá e o trono que Ele(a) rege, mas com o elemento da natureza que muitos remetem a Ele(a)s.
Ogum: romã, milho, aroeira branca, akoko, alumã, visgo, samaúma, cipó chumbo (Ogunjá), lírio do
brejo, pinhão branco ou roxo, tiririca, sapê, capixaba, espada de são jorge, lança de são jorge, abre-
caminho, guiné, cajazeiro, dendezeiro, babosa, folha de inhame cará, mangueira (principalmente a
espada), vence demanda, peregum verde, agrião do brejo ou erva botão, carurú sem espinho, aracá,
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costela de adão, eucalipto, goiabeira, espinheira santa, são gonçalinho, camboatá, canela de
macaco, capim limão, cordão de frade, erva tostão, erva de bicho, língua de vaca, losna, mutamba,
pé de pinto, mal me quer, coqueiro, carrapateira.
Oxóssi: todas as folhas de frutas que se colhe no pé, folha de milho, murici, akoko, são gonçalinho,
visgo, pinhão branco e roxo, carrapicho, chifre de veado, dandá da costa, sapê, taioba, rama de
leite, lágrima de nossa senhora, guiné, acácia, folha de guaximba, jasmin manga, carqueja, jurubeba,
capim limão, cordão de frade, caiçara, guapo, colônia, alecrim do mato ou do campo, aracá, cipó
caboclo, erva curraleira, espinheira santa, juremeira, nicurizeiro, erva passarinho, chapéu de couro,
assa peixe, alfavaca, carurú sem espinho cana fita, groselha, ingá, língua de vaca, peregum verde.
Obaluaê: pata de vaca branca, erva passarinho, sete sangrias, rabujo, sabugueiro, cipó chumbo,
jenipapo, alfavaca, canela de velho, melão de são caetano, quebra pedra, erva moura, gervão,
mostarda, cipó cabeludo, transagem, juá de capote, fedegoso, maria preta, olhos de santa luzia,
coreana, coroa de cristo, babosa, barba de velho, jequitirana, cordão de frade, vassourinha, cinco
chagas, erva de santa maria, carobinha, erva andorinha erva de bicho, pau d’alho, cana do brejo,
alumã, crisântemo, confrei.
Xangô: fortuna, cambará, romã, umbaúba branca ou vermelha, tamarindo, jaqueira, erva de são
joão, alfavaca, xanan (aipim ou caruru sem o espinho), erva tostão, pimenta de macaco, branda
fogo ou folha de fogo, azedinha ou vinagreira, campainha, jaborandi, crista de galo, gerânimo
cheiroso, capim fino, flamboyant, carrapateira, cinco chagas, capim limão, alibé de xango (folha e
favas), orobô, castanha do pará, vence demanda, oxibatá vermelho, urucum, cascaeleire ou xique-
xique, cajueiro, camboatá, cruzeirinho, manjerona, negra-mina, salsaparrilha, lírio vermelho, lírio
branco, elevante, aroeira, beijo vermelho, malva, manjericão roxo, pena de xangô, quiabo.
Iansã: pata de vaca rosa, fedegoso, aroeira, dormideira, pinhão branco e roxo, bambu (folha),
maravilha, trombeta rosa, erva tostão, erva prata, espada de santa bárbara, lança de santa bárbara,
branda fogo ou folha de fogo, campainha, mutamba, gerânio cheiroso, taquari, fruta pão, para-raio,
flamboyant, quiabo, amora, maracujá, cinco chagas, oxibatá rosa ou vermelha, crista de galo, erva
santa, jaborandi, peregum rejado, língua de vaca, umbaúba vermelha, pitanga, caruru sem espinho,
canela de macaco, capeba, erva passarinho, cipó milomi ou jarrinha, malva rosa, negra mina, rama
de leite, taioba branca, cana de açúcar.
Oxum: erva capitão, picão, melão d’água, cipó milomi, lavanda, vassourinha de relógio, pimentinha
d’água, bem me quer, manjericão branco, melão, levante, hibisco, beti cheiroso, beti branco,
sândalo, caruru sem espinho, cana de jardim, brilhantina, trevo de quatro folhas, mal me quer ou
calêndula, erva cidreira, pata de galinha, capim fino, jambeiro rosa, erva vintém, erva doce, mãe
boa, macassá ou catinga de mulata, girassol (pétalas), erva de santa luzia, axibatá amarelo ou
branco, oriri, vassourinha de oxum, canela, alface, assa peixe, cabelo de vênus, flor de ouro,
cajueiro, cravo, jasmin, poejo, colônia, lótus, melissa, flor de laranjeira, alfazema, lírio, agoniada,
amor do campo, capeba, malva branca, parietária, rama de leite.
Iemanjá: melão d’água, coqueiro, lírio do brejo, melancia, manjericão branco, elevante, maricotinha,
beti branco, beti cheiroso, erva da jurema, erva prata, caruru sem espinho, capeba, taioba branca,
mostarda, lágrima de nossa senhora, salsa de praia, azedinha do brejo ou erva saracura, mãe boa,
macassá, emília, vassourinha, colônia, agrião d’água camboatá, rosa branca, uva, verbena,
umbaúba branca, algas, panaceia, alfazema, macela, aguapé, rama de leite, malva branca, araçá
da praia.
Nanã: pata de vaca branca ou rosa ou lilás, erva passarinho, espelina falsa, língua de galinha,
taioba, aguapé, melão são caetano, baronesa, mostarda, cipó cabeludo, maria preta, balaio de velho,
xaxim, azedinha do brejo, mãe boa, batatinha, guacuri, oxibatá liás, arnica do campo, manacá,
quaresmeira, viuvinha, umbaúba branca e roxa, vassourinha,a alfavaca roxa, avenca, broto de feijão,
cana do brejo, capeba, cipreste, macaé, rama de leite.
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Oxalá: fortuna, coqueiro, tamarindo, dama da noite, trombeta branca, oripepê, manjericão branco,
erva de bicho, guando, boldo, beti branco, beti cheiroso, erva prata, mamona branca, brilhantina,
parietária, mutamba, lágrima de nossa senhora, beldroega, trevo de quatro folhas, algodão, alecrim,
fruta pão, mamoeiro, cabaceira, graviola, dendezeiro, sálvia, língua de galinha, vintém, azedinha do
brejo, gameleira, branca, folha de inhame cará, macaé, ingá, saião, emília, bananeira, guapo, língua
de vaca, oxibatá branco, oriri, chapéu de couro, caruru sem espinho, cana do brejo, amendoeira,
bálsamo, espinheira santa, benjoim, erva doce, colônia, lírio branco, jasmim ou junquilho, mirra, noz
moscada, pixurim, uva verde, oliveira, levante, louro, malva branca, paineira.
Vale lembrar que todos os Guias Espirituais possuem a capacidade de manipular ervas; alguns
mais e outros menos, mas todos têm noção do uso das ervas. Porém, a única linha que consegue
manipular todas as energias contidas em todas as eras é a de Exu. Sim, nossos amados guardiões
e executores da lei Divina têm a capacidade de extrair de cada erva todos seus elementos de
atuação.
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CURIOSIDADES
Eu sei que todo mundo gosta de uma bela curiosidade. Então vamos a elas:
Toda rosa é consagrada a Oxum. Mesmo a rosa vermelha, bastante utilizada pelas nossas
amadas Pombogiras, é uma erva de Oxum. A qualidade da rosa (e muitas vezes tem relação
com a cor e a energia que emana) pode vibrar também para outro Orixá, mas não são só os
lírios lírios ê que são de nossa Mamãe Oxum; as rosas também.
As rosas brancas possuem um poder magnético muito forte, fazendo com que os efeitos de
uma outra erva seja aumentado, por isso muitas vezes algum Guia pede pra colocar rosa
branca em determinado banho. Como é uma erva também consagrada a Oxalá, quando a
pessoa toma um banho rezando a rosa para Oxalá (que é o regente do Trono da Fé na
Umbanda), existe uma maior conexão da pessoa com a espiritualidade e, se for médium
desenvolvido, pode melhorar sua comunicação mediúnica com o Astral.
Apesar do que muitas pessoas pensam, a mamona não é uma erva de Exu. A mamona está
consagrada no Astral a Oxalá e Obaluaê, mas como Exu consegue manipular suas energias,
são por diversas vezes utilizadas junto às oferendas aos guardiões, não pela vibração
energética da erva, mas por ser grande o suficiente para poder ser arriada junto à oferenda
e também porque Exu consegue tirar a energia daquela erva, caso necessário para dar
andamento ao pedido feito na oferenda.
As pimentas são consagradas a Ogum e Xangô, sendo que quando oferecidas em trabalhos
de Ogum, servem como energia de proteção e em trabalhos de Xangô, utilizadas como ervas
de ataque (em trabalhos onde pede que Xangô providencie a solução de algo que esteja
errado).
Todas as ervas cítricas possuem ligação com Exu, sendo facilmente manipuladas por
nossos Guardiões. Uma excelente defumação de Esquerda pode conter casca de laranja
seca e triturada.
Isso não é nem uma curiosidade, mas um aviso: não façam sob hipótese alguma banhos ou
defumação com ervas tóxicas. Algumas ervas tóxicas são, sim, manipuladas por Guias, mas
nem você nem ninguém pode achar que está imune às ações químicas de algo, então não
é nem o caso de evitar tomar banho e/ou fazer defumação com alguma erva tóxica, mas não
fazer sob hipótese alguma.
A sálvia pode ser utilizada nos cachimbos e defumadores no lugar do fumo. Essa
substituição pode ser feita por quem é fumante corriqueiro e traga (a fumaça do fumo é
prejudicial à saúde), e quando utilizada num defumador, por exemplo, libera energia de cura.