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Bônus 1 - Ebook Folhas Sagradas Dos Orixás

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Fernando Oxalá Olòkun

Folhas Sagradas
dos Orixás
"Kò sí èwé, Kò sí òrìsà"
Sem folha, sem Orixá.
A intenção deste rico, mas breve trabalho é auxiliar e
ampliar o conhecimento sobre o assunto proposto, as
folhas sagradas dentro da liturgia religiosa africana, nos
cultos umbandistas, candomblecistas, das nações
africanas de culto aos Orixás e também de quimbanda.

Decidi desenvolver esse trabalho para orientar,


demonstrar de maneira objetiva, direta e esclarecedora
todas as formas necessárias de uso das plantas, ervas,
folhas e raízes, que ritualisticamente empenham grande
papel na cultura religiosa afro-brasileira. Cultura essa,
que por motivos de pouca dedicação, falta de
acompanhamento orientado e um estudo mais
aprofundado, está deixando perder-se no tempo o
conhecimento do uso de plantas e suas benéficas
utilidades na liturgia religiosa.

Vejo nos dias atuais, na modernidade que vivenciamos,


uma certa despreocupação com algumas formas de
realizar as obrigações aos nossos Orixás, guias, caboclos e
exús, talvez pela correria do cotidiano, talvez pela
modernidade que nos acompanha, mas acredito que
também possa estar presente, o despreparo e o
desconhecimento do tema e do assunto, quando se diz
respeito, o uso das folhas sagradas nas obrigações e
feituras religiosas.

Por esse motivo e também por uma deficiência que me foi


passada, nesses anos dedicados à religiosidade afro-
brasileira, decidi investigar e aprofundar-me mais no
assunto, buscando auto esclarecer o assunto pertinente,
que de certa forma, deixou-me incomodado pela
deficiência de conhecimento transmitido ao longo dos
anos. Então este breve trabalho tem o objetivo de ampliar
e agregar, um pouco mais de conhecimento, quando se diz
respeito das energias positivadoras que uma planta e
ervas pode trazer à quem utilizar-se dela.

03
Em nossa cultura religiosa, temos um grande fardo,
carregamos em nossos ombros, uma bagagem muito rica,
mas também muito sofrida pelos nossos ancestrais
africanos, bagagem essa, que temos a cada dia que
batalhar para não deixar morrer, tudo que nos foi
herdado e deixado de conhecimento aos nossos queridos
Orixás e Guias Espirituais. Um galho jamais será forte o
suficiente, sem que honre e tenha amplo conhecimento
de suas raízes e tronco, que os deixou em pé. Sem honrar
nossa ancestralidade, nossas raízes, não chegaremos à
lugar algum e nunca iremos colher bons frutos.

Por isso apresento esse trabalho e dedico à todas as


pessoas, que realmente amam a cultura africana e os
benefícios que o conhecimento do tema possa propiciar,
para assim não deixar morrer o que de mais importante
temos ainda em nossas matas, florestas, bosques ou até
mesmo no quintal de casa, uma planta, que para muitos
não passaria de uma erva qualquer, mas essas pessoas
nem possam se quer imaginar, o tamanho benefício que
aquela planta traria para muitos males, doenças e suas
propriedades curativas.

Cabe lembrar que possam surgir no percurso da leitura,


algumas informações adversas, quanto ao uso litúrgico e
as propriedades medicinais de algumas folhas, devido ao
conhecimento passado pelas culturas afro-brasileiras e
Yorubá na qual pratica-se, ou até mesmo, divergência com
relação ao uso de plantas em alguns estados e
localidades. Mas este trabalho propõe, ampliar,
disseminar e acima de tudo, não deixar perder-se no
tempo esse conhecimento. Lembrando que não
chegaremos à lugar algum sem saber e ter a certeza de
onde viemos.

04
Com isso, devemos honrar todo conhecimento, que
nossos ancestrais africanos trouxeram da linda Mãe
África e aqui chegando, fundiram-se, aos nossos nativos
moradores indígenas, que detinham de um amplo
conhecimento botânico. Essa cultura não podemos deixar
“morrer”. A cada erva macerada, a cada raiz ralada e cada
cântico entoado no ato de banhar-se com as folhas
sagradas, dedicada a cada Orixá, estamos conectando-se
com nossos antepassados e ancestrais que aqui chegaram
e deixaram um pouco da linda bagagem religiosa africana.
Independente da religião ou cultura africana que exercer,
é nosso dever lembrar-nos, o que nos foi deixado de
herança cultural.

Este material foi produzido com empenhada coleta de


informações e pesquisas com pessoas antigas dentro da
religião africana e da Umbanda, para auxiliar e fornecer
um maior e seguro conhecimento sobre as diversas
formas e os benéficos resultados medicinais que cada
planta pode oferecer-nos.

Espero contribuir e disseminar este conhecimento, com


cada leitor e pessoas que exerçam atividades na
religiosidade, mas que acima de tudo, busquem e
pesquisem cada vez mais sobre o tema. Para assim não
deixarmos cair no esquecimento ou banalizarmos o uso
de plantas, que na liturgia africana, desempenha um
“sagrado papel”, sendo o primeiro e um dos mais
importantes èjès èwé (sangue verde; sangue das folhas)
na religião afro-brasileira.

Boa leitura a todos.

Pai Fernando de Olokun


05
Abre-caminho, Quebra demanda, Quebra-tudo, Vence
demanda, Vence-tudo: (Justicia gendarussa) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Osè Obá ou Èwé Lorogún.

Nos cultos afros, usa-se para banhos de abôs,


sacudimentos, amacís de todos os Orixás quentes (de
dendê) e banhos de purificação de okutás - pedra
sagrada dos Orixás Exú, Ogum e Xangô, considera uma
erva gùn ("quente"). A planta oferece proteção,
abertura de caminhos, sorte e prosperidade – daí o
nome “abre-caminho”. Na medicina popular, é utilizada
como auxiliar no tratamento da artrite e como
anticoncepcional masculino, além de ter potencial anti-
inflamatório e analgésico natural. A abre-caminho é
usada como medicamento natural para várias doenças,
como bronquite, inflamações, secreções vaginais,
dispepsia, doenças oculares, febre entre outras. De
acordo com estudos, suas folhas contêm antioxidantes
que apresentam efeitos biológicos interessantes, como
ação imunossupressora, anti-inflamatória e citotóxica.
Um extrato das folhas ou brotos jovens é usado no
tratamento de tosse e asma, enquanto as folhas frescas
são aplicadas como medicamento tópico para curar
edema de beribéri e reumatismo. Além disso, uma
decocção das folhas é usada para o banho durante o
parto. 06
Açoita-cavalo, Açoita-cavalo-graúda, Açoita-cavalo-
miúdo, Açoita-cavalo-vermelho, Estriveira, Ibitinga,
Ivantingui, Ivitinga, Mutamba-preta, Pau-de-canga,
Papeá-guassu, Salta-cavalo, Soita-cavalo, Ubatinga e
Vatinga: (Luehea parviflora M., Brotera mediterranea V.,
Luehea speciosa W., Luehea divaricata).

A açoita-cavalo tem características medicinais, sendo


usada popularmente para o tratamento de reumatismo,
além de ter ação adstringente. Os índios do Paraná e de
Santa Catarina usam sua casca e suas folhas para
descolorir o cabelo, no tratamento do câncer,
bronquite, gastrite, mal digestão e vermes. Ainda tem
importância apícola, sendo feito pelas abelhas um mel
medicinal com propriedades expectorantes.
Uso Medicinal: Uso Normal = Uso interno: casca, decoto,
clister, disenterias, câimbras de sangue, úlceras
internas, depurativo de sangue, combater tumores e
inflamações internas, sendo preventivo para: câncer,
hemorragias, leucorreia, males da bexiga. Uso interno:
infusão, folhas e flores secas: tosse, gripe, reumatismo,
dores de garganta, calmante em geral, insônia. Uso
externo: folhas e flores - infusão: assepsia de feridas. Na
medicina popular o cozimento das cascas é empregado
para combater o reumatismo, é usado como
adstringente e anti-disentérico, a infusão das cascas
serve para limpar úlceras e feridas. Suas folhas são
usadas em xaropes contra tosses, laringites e
bronquites, as raízes são depurativas e o mel apresenta
propriedade expectorante.

07
Usada para banhos de descarrego e sacudimentos, bem como
omieró para assentamentos e purificação dos okutás dos
orixás Exú, Ogum, Oyá, Xangô, Odé, Otin, Obá, Ossãe, Xapanã
e Sakpatá. É também usada na Umbanda e Quimbanda, que
usufrui de finas varas de seus galhos, utilizando em limpezas
espirituais e sacudimentos. Utilizada para feitura de exús
catiços, caboclos e pretos-velhos. Seus banhos de abôs trazem
conexão com Olorun e os Orixás, auxilia na convivência com
outras pessoas, melhora a visão e a percepção sobre a vida.

Amendoeira, Amendoeira brava, Amendoeira-


castanhola, Amendoeira-da-praia, Amendoeira-sete-
copas, Amendoeira tropical, Chapéu-de-sol: (Terminalia
catappa) - Nomenclatura Yorubá: Èwé Vecuci ou Iggi
Uré.

Com a cor avermelhada seus galhos são usados nos


comércios e empresas onde atrai prosperidade, dinheiro e
lucros. Tem amplo uso nos banhos de abôs, nos banhos de
descarregos e purificação de okutás - pedra sagrada dos
Orixás de dendê, planta èrò ("morna"). Na Quimbanda
utiliza-se para limpezas, descarregos e banhos de feitura
dentro da ritualística do culto. Afastando a negatividade,
expulsando Eguns e espíritos zombeteiros. No seu uso
medicinal os frutos são comestíveis, porém em grandes
quantidades causam diarreia. De suas sementes e amêndoas
comestíveis, fabrica-se o óleo de amêndoas, muito usado
como cosmético, onde fabricam sabonetes por ter efeitos
emolientes, além de ser amaciante da pele. Suas folhas
servem como antibiótico natural, usadas em aquariofilia,
para alimento de todos os tipos de peixes. Sua madeira é
usada para fabricação de canoas. De uso antiemético, serve
também para asma, desinteria, dor de cabeça, náuseas,
reumatismo, tosse e vômitos, na Índia é usada como 08
Amoreira, Amora, Amora-negra e Amora-preta: (Morus
rubra - que produz a amora vermelha, Morus alba -
amora branca e Morus nigra - amora preta).

Essa planta ao entardecer libera fluídos negativos que


os armazena com sua energia. É muito utilizada nos
cultos aos Egunguns/Eguns. Na medicina caseira, é
usada para todos os tipos de inflamações inclusive as
da boca e garganta.

Aroeira, Aroeira-comum, Aroeira-cheirosa, Aroeira-da-


praia-mansa, Aroeira-mansa, Aroeira-mimosa, Aroeira
pimenteira, Aroeira vermelha: (Schinus
terebinthifolius) - Nomenclatura Yorubá: Èwé Àjóbi
Funfun, Èwé Àjóbi Oilé, Èwé Àjóbi Pupá.

Na liturgia africana este vegetal pertence a Exú e Ogum,


tem aplicação nas obrigações de cabeça, nos
sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas
purificações de okutás (otás - pedra sagrada) desses
Orixás. É usada como adstringente na medicina caseira,
apressa a cura de feridas e úlceras e resolve casos de
inflamações do aparelho genital. Também é de grande
eficácia nas lavagens genitais. Suas sementes são
comestíveis muito utilizadas na culinária, conhecida como
pimenta-rosa, pimenta-brasileira. Esta planta é bastante
perigosa para pessoas alérgicas ou que desenvolvam
alergia da planta, podendo causar sérios danos à pele.
09
Arruda, Arruda-de-cheiro-forte, Arruda de cheiro,
Arruda-doméstica, Arruda-fedida, Ruta-de-cheiro-forte:
(Ruta graveolens) - Nomenclatura Yorubá: Atopá Kun.

Usada contra maus fluídos e olho-grande. Suas folhas miúdas


são aplicadas nos oborís, omierós, banhos de limpeza ou
descarrego. Caso o ambiente estiver carregado a arruda
acabará morrendo, usada como amuleto para proteger do
mau-olhado, tem amplo uso na Umbanda em banhos de
abôs, amacís, benzimentos e em defumações. No uso caseiro
é aplicada contra a verminose e reumatismos, além de seu
sumo curar todos os tipos de feridas.

Angelim-amargoso, Angelim-de-morcego, Angelim-rosa,


Angelim e Morcegueira: (Andira anthelmia).

Muito usado em marcenaria, por tratar-se de madeira de lei.


Nos rituais, suas folhas e flores são utilizadas nos abôs dos
filhos de Exú, Ogum, Oyá, Obá e Nanã e as cascas são
utilizadas em banhos fortes com a finalidade de destruir os
fluídos negativos que possa haver, realizando um excelente
descarrego nos filhos destes Orixás. Suas folhas desidratadas
servem para defumações, que aniquilam energias negativas,
purificando o ambiente. A medicina caseira indica o pó de
suas sementes contra vermes. Deve ser usada com cautela e
em doses pequenas.

10
Beldroega, Beldroega-comum, Beldroega-verdadeira,
Beldroegão, Onze-horas: (Portulaca oleracea) -
Nomenclatura Yorubá: Omim.

Usada na purificação e imantação dos okutás - otás (a pedra


sagrada do Orixá Exú), usadas em banhos de abôs,
sacudimentos e descarrego. Utiliza-se suas folhas maceradas,
para cicatrizações de feridas. Ela é considerada uma das
verduras mais ricas em ácidos graxos ômega 3, tipo de
gordura boa, capaz de contribuir na redução de inflamações,
na diminuição dos triglicerídeos, na melhora da memória e
muito mais. Medicamento contra afecções do fígado, da
bexiga e dos rins, além de combater o escorbuto. Quando
cozido é diurético e aumenta a secreção de leite materno, o
suco da planta é usada para afecções dos olhos e as
sementes contra parasitas intestinais. É antioxidante por ser
uma fonte de vitamina C, anti-inflamatória, antifúngica e
analgésica.

Brinco-de-princesa: (espécie híbrida: Fuchsia


corymbiflora, Fuchsia fulgens, Fuchsia magellanica) -
Nomenclatura Yorubá: Agogô.

Essa planta é sagrada para o Orixá Exú, bem como os catiços


cultuados na Quimbanda, também chamados de Exús.
Utilizada para banhos de abôs e banhos fortes para proteger
os filhos deste orixá. Não tem uso na medicina popular.
Muito disseminado seu uso no paisagismo.

11
Cana-de-açúcar: (Saccharum officinarum) -
Nomenclatura Yorubá: Iréké.

É muita usada para defumações, suas folhas e bagaços


verdes ou desidratados, proporcionando uma purificação nos
ambientes de rituais, pois sua defumação afasta e aniquila
eguns (espíritos de baixo desenvolvimento espiritual,
sugadores de energias). De suas folhas maceradas ou piladas
é largamente usadas para lavagens de okutás - a pedra
sagrada do Orixá Exú, bem como dos catiços que carregam
este nome. Na Umbanda, usa-se para lavar objetos
ritualísticos de algumas entidades, caboclos e Pretos-Velhos.
A cana-de-açúcar também pode ser ingerida pura e é
benéfica para a saúde. Ela é rica em vitaminas, minerais e
antioxidantes, reduz a inflamação e ajuda na prevenção e
tratamento de doenças, como inflamação e hemorragia. A
planta é utilizada para produzir açúcar, caldo de cana,
bebidas alcoólicas, doces, produtos medicinais e
biocombustíveis, como o etanol e o biometanol.

12
Erva-de-Bicho, Erva-pulgueira, Capetiçoba, Catária,
Catala, Papiçoba, Pimenta-do-brejo, Pimenta d'água,
Percicária-do-brasil, Petincobe, Potincoba: (Polygonum
punctatum) - Nomenclatura Yorubá: Èwé Eró Igbin.

É amplamente usada em banhos de abôs para purificar os


yaôs (filhos de santo) em todos os tipos de obrigações que
forem realizar e também em feituras de Orixás, com intuito
de purificação, pois neutraliza qualquer fluído negativo
existente. No uso medicinal é indicada para curar afecções
renais e hemorroidas, através de seu cozimento (chá).
Adstringente, antisséptica, cicatrizante, anti-inflamatória,
antibiótica, estimulante, antigonorreica, uso interno e
externo nas hemorroidas, erisipela, úlcera, feridas, febres,
hidropisia e como vermicida. As folhas e os caules, em
infusão, são empregados como estimulantes e diuréticos na
gota e em certas moléstias urinárias. O suco é vermicida e
pode ser administrado em clisteres, em febres perniciosas e
congestões cerebrais. Toda planta é usada nas disenterias
sanguíneas, hidropisias e edema das pernas.

13
Folha da Fortuna, Folha-da-costa, Folha-de-pirarucum,
Folha-grossa, Fortuna, Courama, Coirama, Erva-da-
costa, Pirarucu, Roda-da-fortuna, Saião, Milagre de São
Joaquin, Courama-branca (NE) e Courama-vermelha (a
que tem as ondulações da folha de cor vermelha):
(Bryophyllum pinnatum) - Nomenclatura Yorubá: Èwé
Àbámodá, Elètì ou Èim Dúmdúm.

É empregada em todas as obrigações de orí, em omierós,


amacís, em banhos de limpeza ou descarrego e nos abôs
de quaisquer Orixás inclusive Orixás fun fun. Muito
utilizada em rituais nos cultos africanos para lavagens e
purificação dos okutás - otás (pedra sagrada de todos os
Orixás, incluindo os Orixás de dendê e Orixás de mel). Tem
seu uso amplamente difundido em vários rituais, inclusive
na Quimbanda. Sua presença atraí sorte, progresso,
prosperidade e dinheiro, na Umbanda utiliza-se de seu
poder para benzimentos e defumações em estágios
desidratados de suas folhas. Na medicina caseira é
consagrada por sua eficácia, curando cortes, acelerando a
cura nas cicatrizações, contusões e escoriações, usando as
folhas socadas sobre os ferimentos. O suco desta erva
puro ou misturado ao leite, ameniza as consequências de
tombos e quedas. Seus benefícios medicinais são
analgésicos, anti-inflamatórios, antialérgicos, sedativos e
antioxidantes. Na Nigéria ela é conhecida pelo
tratamento profilático (preventivo) para a asma.

14
Mamona Roxa, Carrapateiro, Palma-de-cristo, Rícino,
Mamoneira, Tártago: (Ricinus communis, Ricinus
digitatus, Ricinus hybridus, Ricinus leucocarpus) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Lárà Pupá.

A tonalidade de suas folhas variam do roxo ao


avermelhado, indepentende da cor, todas exercem o
mesmo propósito. Suas folhas maceradas ou piladas
servem como banhos de purificação dos okutás - otás
(pedra sagrada) do Orixá Exú, é uma planta "quente",
portanto deve-se ter muita atenção em seu uso através
de banhos. Suas folhas são comumente usadas como
recipientes base para arriar oferendas e ebós para o
Orixá Exú e outros Orixás, também como recipiente
para arriar o ebó de Exú (catiço). Suas sementes
socadas servem para purificar os otás e encantamentos
de várias finalidades, todas destinadas ao Orixá Exú,
bem como os catiços que carregam este nome. Não tem
uso na medicina popular, elas contêm ainda uma
poderosa toxina, a rícina, que é mortal mesmo em
pequenas doses.

15
Mamona Verde, Mamona-branca, Mamoneira-comum,
Mamoneira, Rícino, Carrapateira, Enxerida, Tártago e
Palma-de-cristo: (Ricinus communis L.) - Nomenclatura
Yorubá: Èwé Lárà Funfun, Kádúnkódun.

A mamona é uma poderosa erva “quente” capaz de


esgotar energeticamente processos infecciosos
provenientes do astral negativo e de energias
enfermiças que possivelmente estejam minando a
saúde de suas vítimas. Sua folha pode servir de base ou
prato para algumas oferendas e é sempre associada a
trabalhos de magia na força de vibrações à esquerda.
Carrega a capacidade imantadora e irradiadora dos
sentidos do perdão e compreensão do carma,
fortalecendo-os no ser humano. Utilizada nos ebós e
sacudimentos em geral. Em algumas culturas afro-
brasileira de culto aos Orixás é usada para todos eles,
em outras, utiliza-se somente para os Orixás de dendê.
Tem ação emoliente e cicatrizante (uso externo),
catártico, vermífugo, purgante (uso interno),
anticancerígeno e analgésico. O óleo de mamona é
produzido a partir das sementes, mas por causa da
proteína rícina a planta tem a reputação de ser a mais
venenosa do planeta.

16
Mangueira, Manga, Manga-rosa: (Mangifera indica L.) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Òró Òyìnbó.

É aplicada nos banhos fortes e nas obrigações de orí,


misturada com aroeira, pinhão-roxo, cajueiro e
vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo, traz
fortalecimento, firmeza, afasta energias negativas e
amplia a clarividência. As folhas servem para cobrir o
terreiro em dias de obrigações e rituais de vários cultos,
tanto no candomblé quanto na Umbanda. Utilizada
para os Orixás Exú, Ogum, Oyá/Iansã, Odé/Oxóssi, Otin
e Ossanha. Pode ser ofertada para vários Orixás devido
sua essência energética transformadora. Na medicina
caseira é indicada para curar diarreias rebeldes e asma.
O cozimento das folhas, usado em lavagens vaginais,
põe fim ao corrimento. Graças à alta quantidade de
ferro que contém, a manga é indicada para
tratamentos de anemia, é benéfica para as mulheres
grávidas e em períodos de menstruação. Pessoas que
sofrem de cãimbras, stress e problemas cardíacos,
podem se beneficiar das altas concentrações de
potássio e magnésio existentes que também auxiliam
àqueles que sofrem de acidose. As mangas também
suavizam o intestino, tornando mais fácil a digestão.

17
Palmeira Africana, Dendezeiro, Palmeira-de-óleo-
africano e Palmeira ráfia: (Raphia farinifera) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Màrìwó, Igi Òpè.
De suas folhas maceradas ou piladas utiliza-se em
banhos de descarrego ou de limpeza, bem como na
consagração à toda ritualística dos Orixás Exú, Ogum,
Oyá, Xangô, Odé/Oxóssi, Ossanha e Obaluaê/Xapanã. É
uma erva “quente”, de suas folhas secas usa-se a ráfia,
chamado de mariwô nos cultos e ritualísticas desses
Orixás. Não possui uso na medicina caseira.

Tiririca, Capim-tiririca, Tiririca do brejo, Barba de bode,


Capim-Dandá, Dandá da costa, Junçá e Junquinho:
(Cyperus difformis - tiririca do brejo; Cyperus distans –
tiririca de três quinas; Cyperus esculentus - Tiririca
amarela, Tiririca mansa, Tiriricão; Cyperus flavus ,
Cyperus hermaphroditus - junquinho; Cyperus iria -
Tiririca do brejo; Cyperus odoratus - Capim de cheiro,
Chufa, Junça, Junça de ouriço, Pêlo de sapo, Tiriricão;
Cyperus rotundus - Capim dandá, Junça, Tiririca, Tiririca
vermelha; Rhynchospora nervosa - Capim estrela,
Estrelinha, Tiririca branca) - Nomenclatura Yorubá:
Akogbégi, Abó lábejábe, Èwé Dandà.

Esta gramínea de escasso crescimento, considerada


uma erva daninha, apresenta uns pequenos tubérculos
aromáticos. Estas são levadas ao fogo e, em seguida,
reduzida a pó, funciona como pó de mudança nos
rituais. Serve para desocupar casas e, colocadas em
baixo da língua, desodoriza o hálito é também usado
para afastar os eguns.
18
Urtiga-branca, Urtiga-morta, Urtiga-de-abelha e Erva-
angélica: (Lamium album) - Nomenclatura Yorubá: Èsìsì,
Èwé Kanàn.

É empregada nos banhos fortes, nos de descarrego e


limpeza e nos ebós de defesa. Faz parte nos
assentamentos do Orixá Exú e também muito usada
nos rituais de Quimbanda para assentamentos de
catiços. O povo a indica contra as hemorragias
pulmonares e brônquicas. Ela é rica em propriedades
expectorante, diurética, adstringente, anti-flatulência,
depurativa, anti-inflamatória e digestiva; além de
conter bons níveis de vitamina A. Na medicina popular,
ela é usada, em forma de chá, para problemas
gastrointestinais, inflamação de garganta; além de
ajudar na saúde renal, para cólicas uterinas e controle
do fluxo menstrual. Em forma de compressa é aplicada
para aliviar dores em varizes e corrimentos vaginais. A
água destilada das flores e folhas produz uma
excelente e eficaz loção para os olhos, que aliviam
alguns tipos de inflamações oculares. A única
precaução descrita na literatura, para o uso desta
planta, é que ela seja evitada, por aqueles que sofrem
de aumento da taxa de coagulação do sangue.

19
Arnica, Arnica-erca-lanceta, Arnica-de-rama, Erva-
lanceta, Lanceta, Sapé-macho, Espiga-de-ouro, Rabo-de-
rojão, Macela, Marcela-miúda, Macela-miúda, Arnica-
silvestre, Arnica-montana, Arnica-hortense, Solidago,
Arnica-brasileira, Arnica-do-campo, Erva-de-lagarto:
(Solidago microglossa, Solidago vulneraria, Solidago
chilensis) - Nomenclatura Yorubá: Èwé Tàmandí.

É empregada em qualquer obrigação de cabeça, nos abô


de purificação e todas as ritualísticas do orixá Ogum,
erva gún ("quente"). Excelente remédio na medicina
caseira, tanto interna como externamente, usado nas
contusões, tombos, cortes e lesões, para recomposição
dos tecidos.
Suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias,
antimicrobianas, antifúngicas, antioxidantes, anti-
agregante plaquetária, citotóxicas e antiproliferativas
são cientificamente comprovadas.
20
Aroeira-salsa, Aroeira-salso, Aroeira-mole, Aroeira-
periquita, Aroeira-mansa e Pimenteira-bastarda:
(Schinus molle) - Nomenclatura Yorubá: Àjóbi, Àjóbi
Oilé, Àjóbi Pupá.

A arueira-salsa pertence ao Orixá Exú e Ogum e tem


aplicação nas obrigações de cabeça, nos sacudimentos,
nos banhos fortes de descarrego e nas purificações de
okutás (otás - pedra sagrada) desses Orixás.
Os seus frutos são muito usados na culinária com nome
de pimenta-rosa, mas não são pimentas verdadeiras,
seu sabor não é picante, podendo ser usados para
aromatizar peixes e decorar sorvetes. Atribui-se as
várias partes desta planta, propriedades medicinais.
A casca da aroeira-salsa é empregada para curtir couro
e o córtex produz uma resina impregnada de
terebintina.

21
Cabeluda-bacuica, Guapirijuba, Cabeludinha,
Jabuticaba amarela, Café-cabeludo, Vassourinha da
praia, Fruta cabeluda e Peludinha: (Myrciaria
glazioviana).

Tem aplicações em vários atos ritualísticos, tais como


oborí, simples ou completo, faz parte dos abôs do Orixá
Ogum e Odé/Oxóssi. Usado igualmente nos banhos de
purificação destes Orixás.
Muito rica em Vitamina C, promove a saúde geral do
corpo, inclusive a saúde dos olhos, pois suas
propriedades antioxidantes evitam doenças como a
catarata.
O consumo da cabeludinha ajuda a diminuir o risco de
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como o
temido infarto do miocárdio, desempenha um papel
fundamental na produção de neurotransmissores, eles
afetam o humor e são fundamentais para o bom
funcionamento do cérebro, é um purificador das vias
urinárias, ajudando a curar infecções nessa região.
Auxiliar no tratamento de insuficiência renal, os
princípios ativos antioxidantes presentes na
cabeludinha, irão eliminar as substâncias tóxicas que
deveriam ser eliminados pelos rins, que ficam retidas
no sangue, rica em proteínas, gorduras saudáveis e
minerais.
O caroço da fruta também tem seus benefícios, você
pode moer o caroço e aplicar sobre a área afetada como
uma pomada, também muito eficaz para aliviar dores
musculares.

22
Cana-de-Brejo, Cana-do-brejo, Cana-de-macaco, Cana-
do-mato, Sanguelavô, Sangolovô, Ubacaiá, Canarana,
Jacuacanga, Cana roxa, Periná, Paco-catinga, Paco-
caatinga, Flor da paixão, Cana-roxa, Cana-roxa-do-brejo:
(Costus arabicus, Costus spicatus, Costus spiralis) -
Nomenclatura Yorubá: Tètèrègún.

Muito usada nos banhos de abô e também nos banhos


de limpeza dos filhos do Orixá Ogum, pois é uma planta
“quente”. Algumas casas usam para purificar os okutás
- pedra sagrada desse Orixá. Atrai dinheiro, boas
energias, agita os ambientes e tira inveja. Na medicina
caseira é usado para combater afecções renais com
bastante sucesso. A cana-de-macaco possui ação
adstringente, antioxidante, antimicrobiana, anti-
inflamatória, nefro protetora, depurativa, diurética,
emoliente, sudorífera e tônica, podendo ser utilizada
para auxiliar no tratamento de diversas situações,
sendo as principais: cálculos renais, alterações
menstruais, infecções sexualmente transmissíveis,
dores nas costas, dores reumáticas, dificuldade para
urinar, hérnias, inchaços, inflamação na uretra, úlceras,
infecções urinárias. Além disso, a cana-de-macaco
promove o fortalecimento da imunidade e pode ser
usada para tratar dores musculares, contusões e ajudar
no processo de emagrecimento, sendo muito
importante que o uso dessa planta seja orientado pelo
médico ou fitoterapeuta.

23
Comigo-ninguém-pode, Aningapara e Difembáquia:
(Dienffenbachia amoena, Dieffenbachia maculata,
Dieffenbachia picta, Dieffenbachia seguine).

Planta pertencente à todas as linhas do Orixá Ogum.


Seu nome se dá, por ser uma planta altamente
venenosa, o comigo-ninguém-pode, ao ser ingerido,
pode provocar edema na garganta, levando à asfixia e,
em casos extremos, até à morte. Ganhou a sua
popularidade como planta doméstica, além da
acrescida fama que a planta leva de "espantar o mau-
olhado e maus-espíritos". Efeitos como a proteção
contra o mau-olhado e a inveja, contribuindo ainda no
auxílio para uma maior atração de boas energias.
Como efeitos secundários, a Comigo-Ninguém-Pode
possibilita a limpeza e o fortalecimento energético,
tanto de pessoas quanto do ambiente em que está
inserida, aniquilando assim toda e qualquer energia
negativa que possa existir ou estar presente na pessoa.
Usada para purificar okutás - otás dos Orixás Exú e
Ogum e em algumas culturas afro-brasielira utiliza-se
para o Orixá Oyá/Iansã. Possui amplo uso nas feituras
de catiços (Exús) na Quimbanda, de sua folhas e raízes
desidratadas utiliza-se em defumações e pós mágicos
que protegem e servem para vários fins protetivos de
pessoas e ambientes, tanto religiosos quanto locais de
trabalho.

24
Espada-de-São-Jorge, Espada-de-Ogum, Planta-de-
serpente, Cauda-de-lagarto e Língua de sogra:
(Dracaena trifasciata, Sanseveria trifasciata) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Idá Orisá, Óógun (folhas
que imitam uma espada ou faca).

Mais uma erva bastante usada ritualisticamente,


conhecida por todos e ao mesmo tempo, requer muitos
cuidados, tanto no sentido litúrgico como medicinal.
Seu uso litúrgico é bastante vasto, principalmente
como amuleto, banhos de descarregos, de orís, amacís
e purificação dos okutás de vários Orixás, podendo ser
utilizada em todos Orixás de dendê. A espada-de-Ogum
é usada nos banhos de descarrego, na composição dos
defumadores, no ritual do amací umbandista,
ritualísticas em geral para diversos fins protetivos.
É comumente cultivada em vasos e canteiros como
elemento de proteção contra energias negativas e olho-
gordo. É reconhecidamente uma erva fortemente
positivadora e faz parte das sete ervas mais usadas na
Umbanda e religiões afro-brasileiras. Esta folha sagrada
é uma folha gún (excitante, "quente"), sempre presente
nos rituais de sasanha e na realização de águas
sagradas denominada de abô, quebra e anula qualquer
negatividade que possa estar presente à quem dela
banhar-se. Tem rápida ação transformadora e afasta
eguns e espíritos inferiores. Não possui uso medicinal,
podendo ser muito perigosa e envenenar animais e
crianças caso aja ingestão.

25
Jabuticabeira e Jabuticaba: (Myrtus cauliflora, Myrciaria
cauliflora).

Usada nos banhos de limpeza e descarrego, os banhos


devem ser tomados pelo menos quinzenalmente, esses
indicados para fortalecer nas lutas diárias. A jabuticaba
é usada para problemas de saúde tais como: asma,
bronquite, catarro de peito, deficiência vitamínica,
diarreia, processos inflamatórios de origem diversa,
diversas dermatites, hemoptises, inflamação da pele,
aceleração do metabolismo, queima de gordura
corporal e no bom funcionamento do sistema nervoso
central.

Lança de São Jorge, Lança de Ogum, Rabo de lagarto e


Lança: (Sansevieria cylindrica) - Nomenclatura Yorubá:
Èwé Idá Orisá (folhas que imitam uma espada ou faca).

Suas folhas são usadas para quase tudo que se refere à


purificação e proteção de pessoas e ambientes.
Trabalhos de sacudimento, banhos e também em
amacís dos filhos desse Orixá ela trará proteção e anula
energias negativas existentes, é uma planta "quente".
É conhecida popularmente por proteger os ambientes,
sendo plantada sempre à frente das casas. Não tem uso
medicinal.

26
Losna, Absinto, Absinto-comum, Absinto-grande,
Absinto-maior, Alosna, Artemísia, Artemísia-absinto,
Alenjo, Erva-santa, Erva-do-fel, Erva-de-santa-
margarida, Erva-dos-vermes e Sintro: (Artemisia
absinthium).

Emprega-se nos abôs e nos banhos de descarrego e de


limpeza dos filhos do orixá Ogum. O chá é muito usado
pela medicina caseira como poderoso vermífugo,
contra as solitárias.
É energético tônico e indicado para dispepsia,
insuficiência hepática, menstruação irregular e
dolorosa. Eficaz no combate à má digestão, tem ação
anti-inflamatória, e ainda melhora as defesas naturais
do corpo e limpa e desintoxica o fígado.
Também pode ser usada para aumentar o apetite,
combater azia, acidez, náusea, vômito, flatulência.
Usada externamente para combater pulgas e piolhos e
na pele pode ser indicada para tratar a micose,
dermatite da fralda, pé-de-atleta, furúnculo, queda de
cabelo, contusões e entroses.

27
Bambu, Bambuzal, Bambu-madake, Bambu-vara-de-
pescar, Taquara: (Phyllostachys aurea, Phyllostachys
bambusoides Castillonis) - Nomenclatura Yorubá:
Ápako (bambu), Pákó (folha do bambu), Apárum (broto
do bambu).

Muito utilizado em defumações, proporcionando


excelentes resultados contra Eguns e kiumbas, bem
como seus banhos, trazendo resultados benéficos
contra todo tipo de obsessores e espíritos
perseguidores.
Segundo a filosofia Yorubá, esta planta ensina ao
"Homem", que a melhor forma de reagir às tormentas,
é tendo flexibilidade. Ao crescer, o bambu se ergue em
direção aos céus de forma retilínea, sem se importar
com o entorno, trazendo exemplo de obstinação e
determinação.

28
O bambu demonstra sabedoria, ao usar de
maleabilidade diante dos problemas (enverga para não
quebrar), é oco para ensinar que devemos nos esvaziar
das vaidades para atingirmos as alturas. Devemos
ainda aprender com esta importante erva ritual, a lição
da solidariedade: sozinhos, seus galhos são frágeis, mas
juntos, são indestrutíveis. Seu uso medicinal, bastante
amplo, utiliza de suas folhas, através de chás para curar
disenterias, diarreias, males do estômago, curar
perturbações nervosas, tosses e processos
inflamatórios da garganta e do trato respiratório.

Espada-de-Santa-Bárbara, Espada-de-Iansã, Língua-de-


sogra, Planta-cobra e Rabo de lagarto: (Tradescantia
spathacea) - Nomenclatura Yorubá: Ewé Idá Oyá, Èwé
Mesan ou Obé Cemi Oyá.

É uma erva gùn (quente), sua folha é utilizada no ritual


de iniciação dos filhos de Oyá, nos abôs, em banhos
purificatórios e sacudimentos. Muito usada nos banhos
e sacralização de objetos ritualísticos, trazendo força e
proteção, na Umbanda utiliza-se em amací e todos os
tipos de banhos, nos candomblés de Ketú é atribuída
também aos Orixás Oxum Apará e Iemanjá Ogunté, por
possuírem espadas. O seu uso terapêutico é atribuído
aos males das vias respiratórias.

29
Eucalipto-limão, Eucalipto-cidró e Eucalipto-cheiroso:
(Corymbia citriodora).

De grande aplicação nas obrigações de cabeça e nos


banhos de descarrego e limpeza, bem como para
purificação de okutás - pedra sagrada do Orixá
Oyá/Iansã. A medicina caseira indica-o nas febres e
para suavizar dores.
Tem ótimas propriedades para o tratamento das
enfermidades das vias respiratórias, recomenda-se seu
chá ou aromatização de ambientes em casos de
sinusite, rinite, tosse, asma, bronquite e qualquer
afecção catarral pois, seu aroma melhora a função
respiratória, facilitando a fluidez do catarro.
Não se aconselha o uso de eucalipto para mulheres
grávidas ou lactantes, crianças menores de dois anos e
pessoas que tenham alergia a este aroma.

30
Manjericão-roxo, Alfavaca-roxa, Basílico-roxo,
Manjericão-de-folha-roxa, Manjericão-de-molho,
Alfavaca-doce, Basilicão, Erva-real, Manjericão-doce,
Manjericão-grande: (Ocimum basilicum “purpurea”) -
Nomenclatura Yorubá: Awó Erédé Pupá, Èwé Efínrin
Pupá.

Empregado nas obrigações de orí dos filhos


pertencentes ao Orixá Oyá/Iansã, Xangô e
Obaluaiê/Xapanã/Sakpatá. Colhido e seco, previne
contra raios e tempestades, usando-o em defumações.
O manjericão-roxo tem propriedades digestivas que
combate os vômitos e as náuseas. É um diurético muito
útil contra as doenças dos rins e bexiga, além de ser
muito benéfico para a saúde e muito saboroso, o
manjericão roxo evita a formação de gases intestinais.
Muito utilizado na culinária como tempero e em
saladas pela sua alta refrescância e sabor adoçicado.

31
Pata-de-Vaca, Mão-de-Vaca, Unha-de-vaca, Unha-de-Boi,
Capa-de-bode, Casco-de-burro, Casco-de-vaca, Ceroula-
de-homem, Miroró, Mororó, Pata-de-boi, Pata-de-veado
e Unha-de-anta: (Bauhinia variegata) - Nomenclatura
Yorubá: Èwé Abàfè, Gbági.

É encontrada com floração em três cores: a branca, a


rosa e a lilás. Pertence aos Orixás
Omolú/Obaluaê/Xapanã/Sakpatá - (branca e lilás),
Nanã - (branca, rosa e lilás) e Oyá/Iansã - (rosa).
Elementos: terra/feminina/gùn. Algumas culturas afros,
utilizam também de suas folhas para os Orixás
Iemanjá, Oxum e Oxalá, por ser considerada uma
planta de elemento feminino, apesar de ser "quente",
deve ser utilizada com outras plantas "mornas" ou
"frias".
Uso Litúrgico: Abôs e banhos para os filhos de Omolú,
Nanã e Oyá. As propriedades da pata-de-vaca incluem
sua ação antioxidante, analgésica, diurética, laxante,
purgativa, hipocolesterolemiante e vermífuga, por isso,
pode ser indicada como forma de complementar o
tratamento de cálculos na bexiga ou nos rins,
hipertensão arterial, hemofilia, anemia, obesidade,
doenças do coração, doenças do sistema urinário, no
combate ao diabetes, afecções renais e elefantíase.
Além disso, alguns estudos realizados em ratos
afirmam que a pata-de-vaca possui ação
hipoglicemiante, podendo ser indicada para auxiliar no
tratamento da diabetes através de chás, já que é capaz
de diminuir os níveis de glicose no sangue.

32
Pitangueira, Pitanga, Pitangueira-vermelha, Pitanga-
roxa, Pitanga-branca, Pitanga-rósea, Pitanga-do-mato,
Pitangatuba, Pitanga-vermelha, Pitangueira-de-jardim,
Pitangueira-do-campo e Ibipitanga: (Eugenia uniflora L,
Eugenia brasiliana, Plinia rubra L., Plinia pedunculata,
Plinia tetrapetala L., Myrtus brasiliana L.) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Ítà (a folha), Ítà (a árvore),
Ejirin Odan (o fruto).

A pitangueira é muito usada em oferendas e decoração


de terreiros, banhos de descarrego, abôs e amacís é
uma folha que pertence ao Orixá Oyá/Iansã e
Odé/Oxóssi, atrai dinheiro e boas energias, planta
extremamente refrescante, estimulante e excitante,
purifica o corpo físico e fortalece a áurea de quem
utilizar-se de suas propriedades. As folhas da
pitangueira são também muito perfumadas e
juntamente com as folhas da mangueira e da canela,
estão tradicionalmente relacionadas aos cultos e
rituais religiosos afro-brasileiros. Usada contra diarreia,
má digestão e tônico estimulante, o seu chá é indicado
em casos de depressão, pressão arterial descontrolada
(tanto é eficaz em casos de pressão baixa quanto alta,
pois acalma e equilibra essa função orgânica), agitação
e tristeza profunda. Mas, como em tudo, sempre há
alguma contradição. Pessoas que sofrem de
hipertensão arterial não devem fazer uso de seu chá ou
mesmo do banho, possui propriedades medicinais
antioxidantes, antibacterianas e antifúngicas que
ajudam a prevenir doenças periodontais relacionadas a
inflamação por bactérias.

33
O suco de pitanga (a fruta) é composto por duas
substâncias que têm importante atuação contra
inflamações na gengiva. Os principais benefícios da
pitanga são: protege contra doenças cardiovasculares,
combate a artrite e a gota, melhora a saúde dos olhos,
melhora a qualidade da pele, combate problemas
respiratórios, elimina fungos e bactérias, reduz o
inchaço, ajuda a emagrecer, fortalece o sistema imune,
auxilia no combate ao câncer, combate a diarreia,
diabetes e contra afecções do fígado, em gargarejos nas
afecções da garganta.

34
Alevante, Levante, Elevante, Hortelã silvestre, Hortelã-
rateiro, Hortelã-vilhoça, Hortelã peluda: (Mentha virids,
Mentha spicata L.) - Nomenclatura Yorubá: Èwé Eré
Tuntún, Totódun.

Usada em todas as obrigações de cabeça, nos abôs,


amacís, banhos de limpezas e descarrego espirituais.
Na Umbanda, consideramos a qualidade branca
pertencente à Oxalá, e a de caule arroxeado a Xangô. O
uso dessa planta pelos médiuns tem a função de
energizar e "elevar o astral". Alguns sintomas
importantes que nos levam ao diagnóstico de
necessidade de um bom banho de levante para
descarrego: cansaço excessivo, mal estar frequente,
dores de cabeça, dores constantes na nuca, dores como
peso nas costas e nas pernas, bocejando o tempo todo
mesmo sem sono, excesso de raiva e irritação, apatia e
falta de ânimo, falta de iniciativa, instabilidade
emocional. O Levante é uma planta muito utilizada na
medicina popular, pois possui propriedades
antiespasmódicas, diurética, carminativas e
estomáquicas é usada para melhora de gripes,
resfriados e bronquites, além de aliviar cólicas,
diarreia, problemas respiratórios, flatulências e outros
indícios de infecção intestinal. Na culinária, as folhas de
levante são usadas para realçar o sabor dos alimentos,
em sucos, saladas, molhos, sopas e ornamentação de
variados pratos. Também é usada como aromatizante
para cervejas.

35
Musgo-da-pedreira, musgo-tapete, musgo-verde e
tapete-verde: (Bryophyta sensu stricto).

Tem seu uso ritualístico nos banhos de descarrego e


nas defumações de ambientes e pessoais, promovendo
o equilíbrio, a estabilidade e aproxima das energias
positivas neutralizadas por toda e qualquer energia
negativa existente. Usada em banhos de consagração
aos elementos, de toda a ritualística do Orixá Xangô,
inclusive nos omieró, banhos de amacís e de purificação
dos okutás - pedra sagrada.

Noz-moscada, Moscadeira: (Myristica fragrans).

Seu uso ritualístico se limita a utilização do pó que,


soprado ou pulverizado nos locais de cultos ou
ambientes em geral, exerce atividade para melhorias
das condições financeiras, atraindo felicidade e
prosperidade. Seu uso como defumação é benéfico aos
ambientes. Este pó quando usado nos braços e mãos ao
sair à rua, atrai fluídos benéficos. As propriedades
medicinais da noz moscada são benéficas para o
tratamento de reumatismo, problemas nervosos,
digestivos e dores de dente (uso tópico). Acredita-se
que tenha propriedades afrodisíacas. O uso da noz
moscada deve ser moderado. Acima de 10 gramas, a
noz moscada tem efeitos alucinógenos (visuais e
auditivos). No entanto, os efeitos são tão desagradáveis
que não existe vício em noz moscada. Se consumida em
quantidade significativa e com regularidade, pode
causar danos ao fígado, desidratação e náuseas. Em
excesso, tem efeito abortivo, pode causar paralisia
muscular, convulsão e até a morte.
36
Pessegueiro, Pêssego e Maça-da-Pérsia: (Prunus persica)

É utilizado flores e folhas, em quaisquer obrigações de


orí, amacís e abôs, tem grande poder benéfico e
aumenta as funções mediúnicas, anulando energias
negativas e afastando espíritos maléficos e Eguns. As
folhas amassadas, externamente aplicadas, têm efeitos
sedativos. É indicado chás de cascas das frutas ou em
pedaços para os males do estômago e banhar os olhos,
no caso de conjuntivite. A infusão das folhas e
sementes são calmantes e as flores são utilizadas como
laxante suave. O pessegueiro tem um amplo uso
medicinal, veja suas indicações: Folhas do Pessegueiro:
Indicado ao tratamento de: Chagas, Dores em geral,
Erupções cutâneas em geral, Feridas, Herpes em geral
(folhas frescas, limpas, amassadas). Flor do
Pessegueiro: Indicado ao tratamento de: Coqueluche,
Diurético, Laxante infantil, Verminoses (as flores em
infusão, com água ou leite, ou preparadas em forma de
xarope). Pêssego na alimentação: Indicado ao
tratamento de: anemia, câncer, colagogo, depurativo,
hipertensão arterial, constipação intestinal, debilidade
pulmonar, diabetes melito, doenças do fígado,
enfermidades dos pulmões, tuberculose, dores
reumáticas, gota, herpes em geral, úlceras cancerosas.

37
Pixirica, Tapixirica Cabeludinha-do-cerrado,
Cabeludinha-do-brejo, Erva de jabuti, Tinge-língua e
Peludinha: (Melastoma akermani, Leandra Lacunosa) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Inón ou Inán.

Tem seu uso através das folhas maceradas nos banhos


de descargas, abôs e lavagens ritualísticas do Orixá
Xangô, algumas nações usam para Oyá e Exú, sendo
uma erva gùn (quente). Aplica-se somente o uso das
folhas, de forma benéfica. Seu uso medicinal é
excelente para palpitações cardíacas, na melhoria do
aparelho genital feminino e nas doenças das vias
urinárias evitando infecções. Ela possui propriedades
anti-inflamatória, cicatrizante, calmante, anti-
infecciosa e antioxidante. As cascas do caule e tronco
servem para ajudar no controle da diabetes. De sua
fruta muito saborosa é fabricado geleias e possui amplo
uso na indústria alimentícia.

Quebra-pedra, Quebra-pedra-rasteira, Quebra-pedras-


roxo, Burra-leiteira, Caá-cambuí, Erva-de-santa-luzia:
(Chamaesyce prostrata, Euphorbia prostata) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Bíyemí, Éhínmsówó.

Com amplo uso na ritualística do Orixá Xangô e


Exú/Elegbará, dela tanto fresca quanto seca faz-se
banhos de descarrego, amacís, abôs e sacudimentos.
Utiliza-se na purificação dos okutás - pedra sagrada
desses Orixás. Na Quimbanda é usada para banhos de
descarga e ritualísticas da obrigação dos catiços Exús.
No uso medicinal é usado para dor nas costas,
inflamação e pedra nos rins, “urina presa”, para este
fim é usada a planta seca. 38
Também é relatado uso para infecção de garganta. O
“látex ” é usado em verrugas.

Alecrim, Alecrim de caboclo, Alecrim rosmarino,


Alecrim da horta, Alecrim do jardim e Rosmarino
(“orvalho que vem do mar”): (Rosmarinus officinalis) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Ewéré, Ewéré, Sájéjé.

Classificado como uma erva morna ou equilibradora,


tem a função de iluminar, rejuvenescer, equilibrar e
clarear. Orixás que aceitam o alecrim é: Odé/Oxóssi,
Ogum, Ossãe/Ossanha, Oxum, Iemanjá, Oxalá, pois é
uma planta "morna".
Na Umbanda ele é amplamente usado para todos os
Orixás e caboclos. Nas religiões Afro-brasileiras usa-se
em banhos de descarrego, abôs, omieró e banhos para
consagração dos okutás - pedra sagrada dos Orixás
citados.
39
Por conter propriedades digestivas, diuréticas e
antidepressivas, o alecrim serve para auxiliar na
digestão dos alimentos e no tratamento de dor de
cabeça, depressão e ansiedade. O Alecrim pode ser
usado para: melhorar o sistema nervoso, melhorar a
digestão, atuar como antioxidante, aliviar o estresse, a
ansiedade e aliviar dores de artrite. O alecrim, é
principalmente, um medicamento estimulante para
todas as pessoas, atacadas de debilidade extrema e
emprega-se também para combater as febres
intermitentes e a febre tifóide. Uma tosse pertinaz
desaparecerá com infusões de alecrim. Também se
recomenda à todas as pessoas cujo estomago seja
preguiçoso para digerir. As propriedades do alecrim
incluem a sua ação expectorante, antibacteriana,
digestiva, diurética, reumatismal, antisséptica e
adstringente.

Alfazema Alfazema-de-caboclo, Lavanda, Lavanda-


inglesa, Lavândula e Nardo:(Lavandula officinalis,
Lavandula angustifolia, Lavandula dentata, Lavandula
latifólia) - Nomenclatura Yorubá: Èwé Àrùsò.

Conhecida popularmente como jureminha, a alfazema é


usada em todas as obrigações de orí, nos banhos de
limpezas ou abôs, nas defumações pessoais ou de
ambientes e na purificação dos okutás - pedra sagrada
dos Orixás.

40
O uso ritualístico desta erva se encaixa no perfil das
ervas mornas e equilibradoras, restabelece o ideal
energético do corpo, limpa e purifica o ambiente,
proporcionando a manutenção da saúde do corpo físico
e espiritual. Tem seu amplo uso nas obrigações dos
Orixás Odé/Oxossi, Ogum, Ossãe/Ossanha, Oyá, Oxum,
Iemanjá, Nanã e Oxalá.
Pertence à todas as Yabás (Orixás femininos) e
Ossãe/Ossanha, apesar de todas as ervas serem de
Ossãe/Ossanha, esta pode ser utilizada por todos os
orixás em seus fundamentos e preceitos, inclusive em
defumações. Dá-se preferência, no entanto, em
algumas culturas afro-brasileiras para o uso em
obrigações das Yabás.
Na Umbanda é utilizada para todos os guias e caboclos,
sendo muito utilizada pelos Pretos-Velhos para
benzimentos. A medicina caseira usa os pendões
florais, contra as tosses e bronquites, aplicando o chá.
Suas propriedades medicinais são: sedativa,
equilibradora, digestiva, antirreumática, anti-
inflamatória, antisséptica, cicatrizante, relaxante,
redutora da fadiga, sedativa, balsâmica e inseticida.
Indicada para a acne, bronquite, nervosismo,
reumatismo, tosse e vertigens.

41
Cabelo-de-milho, Barba de milho, Estigma de milho,
Maíz, Milho-grosso e Milho-maês: (Zea mays) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Àgbàdó.

O pé do milho pertence ao Orixá Odé/Oxóssi. Mas usa-


se aos Orixás Exú, Ogum, Xangô, Nanã, Oxalá, Oxum e
Iemanjá, pois atrai boa sorte e prosperidade, muito
utilizado na preparação de banhos de obrigações em
geral e defumações de terreiros. Ter espigas de milho
em casa atraem fartura e mesa com abundância, não
deixando faltar o alimento. O cabelo-de-milho é muito
usado pela medicina do povo como diurético e
dissolvente dos cálculos renais. É usado como chá para
a cura de infecções urinárias, em caso de cistite ou
dores ao urinar, inclusive em casos de pedras nos rins,
diminuição da pressão sanguínea, diabetes, obesidade.
Cientificamente comprovado, o chá de cabelo de milho
atua como poderoso antioxidante, auxiliando em
doenças ou processos decorrentes do estresse
oxidativo (aterosclerose, inflamações, envelhecimento
e até mesmo câncer). Seus efeitos diuréticos,
antidiabético, antidepressivo, revitalizante, redutor de
triglicerídeos e colesterol, anti-inflamatório e neuro
protetor.

42
Guaco-cheiroso, Guaco, Guaco-de-cheiro, Cipó-
almecega, Cipó-caatinga, cipó-sucuriju, Coração-de-
Jesus, Erva de Bruxa, Erva-de-cobra, Erva-de-serpente:
(Mikania glomerata) - Nomenclatura Yorubá: Òjè Dúdú.

É uma erva "fria", considerado calmante dos Deuses.


Utilizado nas obrigações de orí, amacís, banhos de
descarrego, lavagem de okutás/otás - pedra sagrada
dos Orixás e em obrigações ritualísticas de todos os
Orixás, apesar de pertencer à Odé/Oxóssi,
Ossãe/Ossanha e Oxalá, tamanho seu axé (força) que
transmite energia, prosperidade e calmante de
energias negativas.
No uso medicinal combate as tosses rebeldes e alivia
bronquites agudas, usando-se o xarope. O guaco
sempre foi muito conhecido pelos índios brasileiros,
que usavam a planta para combater o veneno das
serpentes (daí vêm alguns dos seus nomes populares).
O guaco apresenta propriedades medicinais
expectorantes e broncodilatadoras, sendo indicado no
combate à tosse, asma, bronquite, rouquidão e outros
sintomas associados a gripes e resfriados.
Popularmente, o guaco continua sendo usado para
tratar reumatismo, infecções intestinais e cicatrizar
ferimentos.

43
Peregun, Peregun-verde, Dracena, Dragoeiro, Drago,
Dracena-sangue-de-dragão, Pau-d'água, Coqueiro-de-
Vênus, Dracena-deremenis, Cana-agna, Cana-Índia,
Tronco-do-brasil, Nativo, Piperegun e Pau-do-brasil:
(Dracaena fragrans) - Nomenclatura Yorubá: Èwe
Pèrègún (pau-d'água-verde), Pèrègún Funfun (coqueiro
de Vênus), Pérègún Mo Inon ( peregun vermelho) ou
Pìpéregún.

Erva de incríveis efeitos nas várias obrigações


ritualísticas. Considerada uma erva gún ("quente") é
encontrada em três espécies de cores diferentes. O
peregun verde é associado ao Orixá Ogum e
Odé/Oxóssi, o peregun verde e amarelo associa-se aos
Orixás Ossãe/Ossanha, Oxumarê e Logun Edé enquanto
algumas nações africanas também atribuem ao Orixá
Oxóssi/Odé. E o peregun roxo (avermelhado) atribuído
aos Orixás Oyá/Iansã, Xangô, Obá e
Obaluaiê/Xapanã/Omolu/Sakpatá, em algumas nações
africanas. Utiliza-se dessa planta para banhos de
descarrego, toda a ritualística desses orixás e lavagens
de purificação das pedras sagradas, okutás/otás.
Purifica todo e qualquer ambiente que utilizar-se dele,
purificando e afastando qualquer energia negativa que
possa existir, tanto como banhos ou apenas em tê-lo
plantado. Nas religiões Afro-brasileiras é considerado
uma das ervas mais antigas e importante, tido como a
folha da sorte e da força que "chama os espíritos". Na
medicina popular, sob a forma de banhos e compressas,
é usada no tratamento de reumatismo.

44
Cônfrei, Consolida, Orelha-de-asno e Capim-roxo-da-
rússia: (Symphytum officinale).

O Cônfrei pode ser usado para banhos de orí, abôs,


descarregos e amacís, para os Orixás Odé/Oxossí,
Obaluaiê/Xapanã, Ossãe/Ossanha, Obá, Oxumarê e
Oxum. Usado no tratamento de doenças
gastrointestinais, disenterias, inflamações,
reumatismo, hemorroidas, tosse, bronquite e
irregularidades menstruais. Possui propriedades
cicatrizante, analgésica (reduz a dor), anti-inflamatória,
tônicas (renova a energia) e galactogênias (aumenta
produção de leite). Exerce poder anti-inflamatório,
cicatrizante e renovador celular, pode ser usado,
inclusive, em casos de queimaduras, aliviando as dores
decorrentes desses processos.

45
Hortelã, Hortelã verde, Hortelã de leite, Hortelã das
cozinhas, Hortelã dos temperos, Hortelã-pimenta,
Hortelã das hortas, Hortelã comum e Menta: (Mentha
spicata).

Muito utilizado na culinária sagrada, entrando nas


obrigações de orí (cabeça) a qualquer orixá, nos banhos
de amacís e lavagens de okutás - pedra sagrada dos
Orixás. Dentre as inúmeras virtudes citadas, podem
destacar-se: estimulante estomacal, carminativo.
Usado nas atonias digestivas, flatulências, dispepsias
nervosas, empregado nas palpitações e tremores
nervosos, vômitos, cólicas uterinas, asma, útil nos
catarros brônquicos, facilitando a expectoração. O chá
feito de hortelã também é usado como calmante.

46
Todas as ervas e folhas existentes no planeta pertence
ao Orixá Ossãe/Ossanha, por ser o responsável dos
Èwé, quaisquer folhas que usar para sua ritualística
este Orixá aceitará, desde que sob acompanhamento
de uma pessoa que tenha total conhecimento de suas
obrigações e fundamentos, como babalorixás (pai de
santo) ou yalorixás (mãe de santo).

47
Guiné, Rabo-de-gambá, Amansa-senhor, Tipi, Erva-de-
pipi, Erva-de-guiné, Raiz-de-guiné, Erva-de-alho,
Mucura-ca, Erva-pipi, Tipu, Tipuana, Atipim e Guiné
fedegoso: (Petiveria alliacea, Petiveria tetrandra) -
Nomenclatura Yorubá: Kóókó.

O banho de guiné é um poderoso ritual de descarrego,


ajuda a eliminar as energias negativas, restaura o
equilíbrio e afasta as aflições espirituais, bem como as
dores do corpo. Utilizado em forma de banhos para
descarrego, defumações purificadoras através de suas
folhas e raízes secas ou desidratadas, amacís e
obrigações em geral para vários Orixás.
Na Umbanda utiliza-se para vários fins ritualísticos,
purificadores e energizantes, como para benzimentos,
limpezas utilizando-se de seus galhos e folhas, amacís e
banhos de descarregos. Sua essência quebra energias
negativas, anulam e afastam obsessores (espíritos
maléficos). Um excelente revigorante energético para o
espírito e a alma.
A Guiné possui propriedade diurética, antirreumática,
depurativa, anti-inflamatória, analgésica,
antimicrobiana, abortiva, hipoglicemiante e
antiespasmódica, podendo ser indicada para: dor de
cabeça, dor no globo ocular, reumatismo, dor de dente,
dor de garganta, falta de memória e infecção por
microrganismos.

48
Araticum-de-areia, Araticum do Senegal, Araticunzeiro,
Araticum, Ariticum, Araticum-cagão-macho, Araticum-
do-morro, Araticum-grande, Cortiça-amarela, Embira,
Pasmada-do-mato, Pinha, e Malolô: (Annona crassiflora,
Annona senegalensis, Rollinia sylvatica).

O nome araticum vem do tupi e significa “fruto mole”.


Liturgicamente, os africanos a usam nos banhos de
descarrego, em mistura de outras ervas. A erva do
descarrego, assim podemos definir esse poderoso
elemento, se o sabão da costa é usado pra limpar e
proteger, o araticum é usado para eliminar qualquer
tipo de energia negativa, é muito utilizado em rituais de
descarrego. Na cultura Yorubá quando o assunto é
limpeza e/ou proteção contra outros trabalhos
espirituais negativos, a erva a ser utilizada é essa. Por
ser uma erva muito forte seu uso não é aconselhável
antes de uma orientação por babalorixá ou yalorixá.

49
O araticum e a alfavaca usados juntos, esses dois
elementos, irão fazer a limpeza energética para a
proteção necessária. As folhas e sementes do
Araticunzeiro são utilizadas para conter a diarreia,
induzir a menstruação, além de serem usadas no
tratamento de úlceras, cólicas, câncer de pele e
reumatismo, indicado a polpa dos frutos para resolver
tumores e o cozimento das folhas no tratamento do
reumatismo. Uma das grandes propriedades que possui
são os antioxidantes.

Carqueja, Carqueja-do-mato, Bacanta, Bacárida,


Cacália, Cacália-amarga e Vassoura: (Baccharis trimera)
- Nomenclatura Yorubá: Èwé Kànérì, Kànréjí.
Usada para banhos de abôs, sacudimentos e limpezas bem
como na ritualística do Orixá Obaluaiê/Xapanã e
Omolú/Sakpatá, em algumas culturas afro-brasileira é
também utilizada para os Orixás Odé/Oxóssi,
Ossãe/Ossanha, Obá e Exú. Muito utilizada como
componente primordial, como "vassoura sagrada" do Orixá
Obaluaiê/Xapanã, considerada uma erva eró ("morna"). Um
banho de carqueja, irá fazer você esquecer aqueles
sentimentos guardados em seu coração, que só lhe fazem
mal, lhe faz chorar e não lhe deixa olhar para o presente,
afasta definitivamente todo mal e energias negativas, bem
como espíritos maléficos. A medicina caseira aponta esta
erva como cura decisiva nos males do estômago e do fígado.
Tem sido empregada principalmente a problemas hepáticos
(removendo obstruções da vesícula e fígado) e contra
disfunções estomacais (melhorando a digestão) e intestinais
(como vermífugo).

50
Muito recomendada para o tratamento de úlcera,
diabetes, malária, anginas, anemia, diarreias,
inflamações da garganta, vermes, tratamento da
diabetes e no emagrecimento.

Alamanda, Alamanda-amarela, Alamanda Amarela


Palha, Aurélia, Buiussu, Buiuçu, Carolina, Cipó de leite,
Comandara, Comandau, Orélia, Purga, Quatro pataca,
Purga de quatro patacas, Pataca, Sete pataca, Santa
maria, Dedal-de-dama, Alamanda- vermelha e
Alamanda-carne: (Allamanda cathartica – amarela,
Allamanda blanchetti Violacea - vermelha).

51
As folhas e flores da espécie amarela podem ser usadas
para banhos, omierós e amacís de Oxum, enquanto que
as de cor vermelha é usada para Oyá/Iansã. Somente as
folhas são usadas para os banhos e omieró de
Obaluaiê/Xapanã/Omolú/Sakpatá, por ser considerada
uma planta “quente”, pois é muito tóxica.
É muito utilizada na medicina popular principalmente
como purgante (catártico). Porém, este uso, bem como
as ingestões acidentais da planta acarretam distúrbios
gastrintestinais intensos caracterizados por náuseas,
vômitos, cólicas abdominais e diarreia, em razão da
presença de saponinas.
A Alamanda é uma planta muito rica em antioxidantes,
os antioxidantes servem para acabar com ações
inflamatórias e agir contra os radicais livres,
melhorando desde problemas de pele até mesmo
aumentando a imunidade do organismo, o que é ainda
melhor para pessoas que ficam doentes com grande
frequência.
A Alamanda é uma planta que possui diversas
propriedades antifúngicas, assim, ajudando a prevenir
diversas doenças no dia a dia, principalmente no caso
das doenças na pele, nas unhas e nos cabelos, que são
na maioria das vezes causadas por fungos.
Seu uso oral, dá-se por remédios manipulados ou por
chás da planta fervida e aplicada sobre as feridas com
compressas sobre as mesmas. O leite que ela possui
causa queimaduras severas, planta altamente tóxica.

52
Alface-d’água, Erva-de-santa-luzia, Repolho-d’água,
Golfo, Lentilha-d’água, Mururé, Mururé-pagé, Pagé e
Ojuorô: (Pistia stratiotes) - Nomenclatura Yorubá:
Ojúoró.

Nos rituais de Cultura Afro-brasileira utiliza-se no


preparo de “água sagrada”, abôs, banhos, omieró,
amacís, obrigações de orí e feitura de santo, bem como
em toda a ritualística dos Orixás Oxum, Iemanjá e
Oxalá. Tem uso medicinal como antissifilítica,
antiasmática, anti disentérica, antiartrítica, anti-
herpética, anti-hemorroidária, anti diabética,
desinflamatória de erisipela, diurético, emoliente,
expectorante, maturativa. Auxilia nos problemas de
diabetes, desinteria, enfermidades da bexiga e dos rins.

Bananeira, Figueiras-de-adão, Pacobeiras e Pacoveiras:


(Musa balbisiana) - Nomenclatura Yorubá: Ogédé
(banana), Èwéopeogede (folha da banana), Ogédé
Égbágbá (banana da terra), Óguédé Ntiti (banana
nanica).

Muito empregada na culinária dos Orixás. Suas folhas


forram o casco da tartaruga, para arriar-se o ocaséo de
Oxum e enrolar o acaçá de Oxalá. A folha de bananeira
tem um papel muito importante na culinária religiosa,
pois ela ajuda no preparo, no serviço, no consumo e no
transporte de comidas e ebós dos Orixás e caboclos da
Umbanda.

53
A medicina caseira prepara de sua seiva um xarope de
grande eficácia nos males das vias respiratórias ou
doenças do peito. Suas propriedades terapêuticas são:
adstringente, anti-helmíntica, emoliente, laxante e
constipativa. Indicado para casos de: cãibras, fadiga,
alterações nos batimentos cardíacos, alergias, TPM,
prisão de ventre, diarreia infantil, bronquite, úlceras,
histeria, epilepsia, lepra, febre, hemorragia, disenteria.

Dólar, Dinheiro, Hera-sueca, Falsa-hortelã, Planta-vela e


Maria Sueca: (Plectranthus nummularius) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Étinpónlá.

Suas folhas são usadas para omierós, amacís, banhos


de descargas, abôs e águas de cheiro. Muito utilizado
nas obrigações e toda a ritualística dos Orixás Oxum,
Ossãe/Ossanha, Iemanjá, Oxalá e Exú em algumas
culturas africanas. Na Umbanda e Quimbanda utiliza-se
dessa erva, pois atraí energias positivas, dinheiro e
prosperidade. Não é usada na medicina popular.

54
Erva-capitão, Acariçoba, Acaricaba, Acariroba
Barbarosa, Capitão, Chupa-chupas (pirulitos), Erva-
tostão, Folha-de-dez-réis, Lodagem e Pára-sol:
(Hydrocotyle bonariensis) - Nomenclatura Yorubá:
Ábèbè Òsún.

Folha muito apreciada pela Senhora das Águas, Òsún.


Erva de muito asé e que traz muita prosperidade. Sua
aparência lembra o abebê (leque ritualístico de Oxum)
que Òsún (e também Iemanjá) sempre traz consigo, e
que utiliza tanto para se admirar, como para se
proteger dos seus inimigos. Outros nomes que recebe
são erva-tostão e folha-de-dez-réis, sugerindo que suas
folhas lembram moedas e dinheiro. É interessante
observarmos que essa denominação vai de encontro a
sua utilização nas casas de candomblé, que a utilizam
para atrair a prosperidade dessa Iyabá, que ama o ouro
e a riqueza. Utilizada nos terreiros em rituais de
iniciação, abôs, banhos de prosperidade e banhos de
purificação dos okutás/otás - pedra sagrada dessa
Iyabá. É conhecida, também, pelo nome nagô akáró,
que significa "dá poder aos cantos". Essa folha é
essencial para a realização da festa do ipeté de Oxum.
De manhã, bem cedo, as mulheres da roça as colhem,
levam para o centro do barracão, onde as lavam
entoando cânticos para, posteriormente, servirem a
comida ritualística de Oxum, o ipeté. Seu uso na
medicina popular é indicado para: o suco das folhas e
pecíolo usado para remoção de pintas e sardas.
Rizomas são usados contra males do fígado e dos rins,
como emética, diurética e laxativa. Usada também para
curar reumatismo, hidropsia e como aperitivo. Já foi
utilizada contra eripsela, escrófula, sífilis e tuberculose.

55
Os indígenas utilizam a decocção da planta inteira na
forma de banho contra ferroada de um peixe venenoso
(Hoplias macrophtalamus) cujo ataque é caracterizado
por inchação e dores fortes.

Rosa amarela, Rosa, Rosa-arbustiva, Roseira, Roseira-


grandiflora: (Rosa grandiflora).

Amplamente utilizada na lavagem de orí, nos amacís e


abôs dos filhos de Oxum, bem como em banhos de
purificação dos Okutás/otás - pedra sagrada do Orixá
das águas doce. Suas propriedades está em elevar o
nível mediúnico, a intuição, atrair riqueza e paz
espiritual, afastando as energias negativas e maus
espíritos.

56
Musgo marinho, Musgo marinho-verde, Algas marinhas
do mar : - Nomenclatura Yorubá: Émi Gbégi.

Essa planta é encontrada submerso pelas águas do mar


ou em rochas da beira do mar, que em momentos de
maré alta ficarão submersos. Utilizada em todas as
ritualísticas do Orixá Iemanjá e banhos de orí, amacís,
abôs e banhos de limpeza. Essa planta quando utilizada
trará energia revigorante, aumentando a mediunidade, a
clarividência, visão e acalmando de quem utilizar-se
de suas propriedades fito terapêuticas. Uma planta
indispensável na feitura desse Orixá e na imantação dos
elementos ritualísticos e na purificação dos seus
okutás/otás - pedra sagada. Os musgos são muito
utilizados pela medicina nas perturbações das vias
respiratórias e processos inflamatórios do cérebro,
aumentando a imunidade.

57
O musgo é altamente nutritivo e alguns dos principais
nutrientes que o compõem são: proteínas, sais minerais
e vitamina A, que possui ação antioxidante, utilizado no
tratamento de distúrbios hormonais, bem como
irritações na pele e inflamações diversas.

Ninféia, Ninfa-das-águas, Oxibatá: (Nymphaea sp) -


Nomenclatura Yorubá: Èwé Òsíbàtà.

Seu nome em Yorubá (Òsíbàtà) quer dizer “não se


submete”, nos lembrando que é uma planta de grande
axé e que deve ser utilizada com cuidado. Por sua
ligação direta com a grande Oxum e também com
Oxalá. É muito utilizada nas ritualísticas de todas as
Iyabás, com variedade na coloração de suas floradas na
cultura afro-brasileira usa-se para cada Orixá de acordo
com a cor, neste caso teremos uso da seguinte forma:
para os Orisás: Oxalá e Iemanjá (branca), Oxun
(amarelo), Oyá, Obá e Yewá (rosa) e Nanã (lilás).
Elementos: água/feminino/èrò. O uso litúrgico dessa
folha está relacionado as iniciações, retirada da mão
após a morte do Babá ou Iyá, obrigações de orí, banhos
e abôs de purificação. As suas propriedades
terapêuticas são: afrodisíaco, abortivo, disenterias,
diarreias, moléstias da pele.

58
Trapoeraba-azul, Trapoeraba, Tracoeraba, Trapoerava,
Capim-de-Santa-Luzia, Erva-de-Santa-Luzia, Marianinha,
Olho-de-Santa-Luzia: (Commelina erecta, Commelina
diffusa).

Esta planta é aplicada em todas as obrigações de


cabeça, nos abôs, omieró, nos banhos de limpeza e
purificação. Também é axé integrante dos
assentamentos do orixá a qual pertence. No uso
popular a erva é utilizada contra os efeitos de picadas
de cobras. É também diurética e age contra o
reumatismo. Os filhos da deusa das águas salgadas
banham-se periodicamente com esse tipo de vegetal.
É uma planta comestível, se encontra dentro da
categoria das PANC’s (Plantas Alimentícias Não
Convencionais), suas raízes e folhas podem ser
refogadas ou escaldadas. Suas flores azuis servem para
a criação de fortes corantes. A Trapoeraba serve para
promover a eliminação de toxinas, evitar a retenção de
fluídos, contribuir para a prevenção do envelhecimento
precoce, ajuda a regular a pressão, atua no tratamento
de infecções no trato urinário, pode auxiliar na perda
de peso, redução do inchaço e da retenção de líquidos,
evita o envelhecimento precoce por ter compostos
antioxidantes. Entre outros benefícios a Trapoeraba
tem propriedades: analgésicas, antimicrobianas e
antivirais, antitérmicas, anti-inflamatórias,
antidepressivas, cicatrizantes e por fim, a planta pode
promover a fertilidade e atuar como um protetor
hepático.

59
Enfatizo que Oxaguiãn e Oxalufãn usufruem das mesmas folhas sagradas.

Barba de Velho, Barba de Pau, Barba do Mato, Barba de


Pai Ventura, Cabelos do Rei, Camambaia, Crina Vegetal,
Erva dos Bardonos, Hirahuasso, Samambaia do Norte e
Musgo Espanhol: (Tillandsia usneoides) - Nomenclatura
Yorubá: Èwé Irùngbòn.

Aplicadas em todas as obrigações de orí e amací para


todos e quaisquer Orixás. Usado amplamente nos
Cultos Afro-brasileiro, em abôs e para consagração dos
paramentos dos Orixás e dos okutás/otás, de onde faz-
se o assentamento dos Orixás. Muito utilizado na
Umbanda para defumações, banhos de purificação e
ritualísticos dos caboclos e Pretos-Velhos. Com poder
tranquilizante e equilibradora de energias, considerada
uma planta “morna”. Além disso, a planta possui outras
propriedades medicinais relevantes como ser
antibiótica, antirreumática, anti-hemorroida,
adstringente para a pele e combate a diabetes.

60
Essa planta é utilizada para evitar o ingurgitamento do
fígado bem como para combater úlceras, dores,
hérnias, varizes e até mesmo inflamações no reto. Pode
ser ainda utilizada como um eficiente adstringente.

Baunilha Verdadeira, Baunilha, Orquídea-baunilha e


Vanila: (Vanilla planifolia, Vanilla fragrans) -
Nomenclatura Yorubá: Èwé Àbàrá Òké.

Utilizada nas obrigações de orí, amacís, abôs e todos os


banhos sagrados dentro da ritualística dos Orixás,
tanto para lavar os okutás - pedra sagrada, quanto para
purificar terreiros e ambientes. Tem enorme força (axé)
banhos com a baunilha, emanando energias positivas
pra quem dele se utilizar, espanta energias negativas e
maus espíritos, atraindo prosperidade e riqueza. É uma
das iguarias mais caras do mundo, uma espécie de
orquídea trepadeira da qual é extraído a essência
natural da baunilha, com grande dificuldade a ser
encontrada, em ambientes naturais. Suas propriedades
terapêuticas são: antiespasmódica, antisséptica,
antimicrobiana, antioxidante, aromatizante,
ligeiramente colerética, digestiva, emenagoga,
estimulante e energético afrodisíaco. Indicado para
tratamentos terapêuticos como: o alivio de febres e
queixas gástricas, afecções uterinas e nervosas,
diarreia, espasmos, esterilidade, falta de energia,
flatulências, impotência, reumatismo e estabelecer o
fluxo menstrual.

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Boldo do Chile, Boldo-verdadeiro, Boldo-medicinal,
Boldu, Boldus, Boldoa, Boldina, Baldina e Molina:
(Peumus boldus Molina) - Nomenclatura Yorubá: Èwé
Babá.

Esta planta é amplamente utilizada em amacís, banhos


de orí, omierós, abôs e purificação dos okutás/otás -
pedra sagrada dos Orixás.
Banhar-se com suas folhas maceradas, atrai energias
positivadoras, beneficia e purifica a aura, espanta
energias negativas e espanta maus espíritos, sugadores
de energia vital, fortalece e acalma. É usada para todos
os Orixás, por ser uma erva consagrada ao Orixá Oxalá,
mas comumente usada para Oxum e Iemanjá.
Limpezas de ambientes e terreiros com seus banhos,
purifica e energiza o local.
É também utilizado tradicionalmente para dispepsia,
distúrbios digestivos, constipação, cálculos biliares,
distúrbios do fígado, cistite e reumatismo.
Uma pesquisa recente demonstrou que a boldina é um
potente antioxidante.
Possui ação hepatoprotetora, aperitiva, digestiva,
levemente laxante, colerética (estimula a produção da
bile do fígado) e colagogo (estimula a secreção da bile
pela vesícula biliar), dobra a secreção biliar e fluidifica a
bile. As preparações de Boldo-do-Chile ativam a
secreção salivar e gástrica. O Boldo-do-Chile é
contraindicado em casos de obstrução das vias biliares.
Também não deve ser utilizado em crianças, gestantes
ou lactantes.

62
Funcho, Funcho-doce, Anis Verde, Erva-doce, Funcho-
amargo, Funcho-bravo, Fiolho, Fionho: (Anethum
foeniculum, Foeniculum dulce, Foeniculum vulgare).

É utilizado em todas as obrigações de orí, abôs, amacís


e banhos purificadores e consagração dos okutás -
pedra sagrada dos Orixás. Seus banhos são relaxantes e
revigorantes, proporcionando leveza e paz, atraí
energias positivas. Ao utilizar seus banhos em terreiros
e residências, apazigua e cria laços de bons
relacionamentos com as pessoas do convívio desses
locais. É uma planta “fria” que juntamente com outras
neutraliza a essência de quase todas as folhas, essa
planta pertence ao Orixá Oxalá, mas pode estender seu
uso para todos os outros.
É muito utilizada para anular axé de mão de
Babalorixás e Yalorixás, afasta qualquer negatividade
existente. Suas sementes e folhas desidratas são
comumente utilizadas em defumações para limpezas
astrais e purificação do ambiente, afastando
negatividades existentes.
O chá da erva-doce é utilizado nos seguintes casos: para
mães que amamentam; a erva doce aumenta a
secreção do leite; age como diurético; combate
afecções intestinais e gástricas; combate gases ou
flatulências; cólicas e diarreias; má digestão e
desconforto estomacal; para tratar insônia; enjoo ou
vômitos e acalma inflamação dos olhos.

63
Tem ação calmante, o uso do seu chá. Possui diversas
propriedades: analgésica, digestiva, carminativa,
anticancerígena, diurética, expectorante, lactígena,
anti-inflamatória, antioxidante e antiespasmódica. É
rico em vitaminas A e C, diversos sais minerais tais
como cálcio, ferro, magnésio, potássio e zinco; além de
fibras e proteínas.

Nomenclaturas Utilizadas

Abôs: Água das talhas de barro na qual se misturam as


plantas de rituais, maceradas, para banhos
purificatórios na camarinha da casa de candomblé e
dos Cultos Afro-brasileiros. Água sagrada dos Orixás.

Amacís: Ele é usado para a lavagem da cabeça,


especificamente seu orí – região de conexão com a
espiritualidade, também conhecido como chakra
coronário. Para isso, fazem uso das ervas, que devem
ser específicas para cada Orixá. Elas ajudam no
entrelaçamento das energias, abrindo as portas para a
incorporação. Dessa forma, é fundamental que o
processo seja feito em um terreiro de confiança e sob a
orientação de pessoas mais experientes, evitando
problemas com seu campo energético ou ataque de
espíritos mal intencionados. Significa amaciar ou tornar
mais receptivo. Fazer o amací é se colocar à disposição
para receber seu Orixá e Mestres, de forma controlada
e saudável. Para isso, coloca à disposição o seu Orí
(cabeça, em Iorubá).

64
Orí: Palavra de origem Yorubá que significa cabeça, a
mente, a inteligência; a alma orgânica, perecível.
I
Sacudimentos: O sacudimento é uma limpeza espiritual
feita de forma com que não se deixe nada com a pessoa
necessitada. Muitas casas chamam de "a limpeza
profunda", na qual tem uma enorme eficácia.
O sacudimento é bem semelhante a um ebó completo,
um grandioso descarrego, que ao mesmo tempo é uma
reorganização energética de grande valia. O
sacudimento pode ser feito em pessoas ou ambientes
com muitas cargas negativas. No sacudimento podem
ser utilizados inúmeros materiais, tais como ervas,
frutas, verduras, flores, velas variadas, água do mar, do
rio, de cachoeira, sementes de vários tipos, podem
ainda ser solicitados algumas comidas de Orixás, e
alguns ebós. Como é visto e percebido, não é um ritual
fácil de ser feito, por esse motivo somente o Pai ou Mãe
de Santo deverá solicitar e indicar ao consulente essa
limpeza, pois o único modo de saber a necessidade
desse trabalho de energização e limpeza, e saber quais
os tipos de energias estão atrapalhando uma pessoa na
Umbanda, é através de uma consulta minuciosa feita
com as Entidades de Luz de um Pai ou Mãe de Santo,
que irá ver qual a real necessidade, podendo ser
indicado esse ritual no próprio terreiro, ou nos
ambientes da natureza, como as praias, as matas, ou
nas cachoeiras. As pessoas são beneficiadas e tem uma
melhora significativa em todos os sentidos, retirando
de seu caminho, de seu corpo, de seu espírito e de sua
aura os espíritos sem luz, como Kiumbas, Eguns,
Zombeteiros, pode ser retirado também maldições,
feitiços, pragas, invejas, e todo tipo de carga negativa
que possa estar na vida dessa pessoa.

65
Classificação das Ervas Sagradas

As ervas são classificadas em “QUENTES”, “MORNAS” e


“FRIAS”, de acordo com a sua vibração. Quando
combinadas, devem considerar sempre as
recomendações abaixo:

⦁1 Quente + 1 Morna + 1 Fria.


⦁1 Quente + 2 Mornas.
⦁2 Quentes + 1 Morna.
⦁3 Quentes “CUIDADO – Somente sob recomendação”

OBS: Se o banho for concentrado de ervas “QUENTES”,


sugerimos que tome cuidado com olhos, nariz, boca e
ouvido. Pelo grande risco de reações alérgicas e
possíveis intoxicações.

Funções das Folhas Sagradas

Cada erva possui uma função energética que será


potencializada e efetivada após o ritual de preparação
dos banhos, essa função pode ser classificada em:
⦁Equilibradora
⦁Limpeza / Descarrego
⦁Energizadora / Potencializadora
⦁Purificadora

66
Importante

Antes de qualquer banho de ervas, veja abaixo, alguns


passos que devem ser seguidos para sua precaução:

⦁Veja se você tem alguma alergia a alguma erva que está


sendo utilizada no banho. Caso você não saiba disso,
faça um teste simples, esfregue na pele uma pequena
porção da erva e aguarde alguns minutos para ver se a
pele demostre alguma reação alérgica.

⦁Veja se o banho deve molhar a cabeça ou não, pois


existem ervas que não se podem jogar na cabeça.

⦁O seu estado físico e mental deve estar equilibrado no


sentimento de tranquilidade / paz (sem muito agito ou
muito barulho).

⦁Não poderá fazer após um dia / noite de bebidas


alcoólicas, o corpo não está preparado para o banho.

⦁Se sentir um desconforto durante o banho, sente-se no


chão para sua melhor recuperação.

⦁Lembre-se que esse momento é seu e é particular,


aproveite bastante para seu próprio benefício”.

Preparação para os Banhos

Segue o passo a passo, do modo a preparar os banhos:

⦁Coloque água mineral ou filtrada em uma panela.


⦁Não deixe ferver a água. Quando iniciar bolhas
desligue.

67
⦁Acenda uma vela branca ou na cor do Orixá, na qual
será destinado o banho a ser tomado.

Ervas Frescas

⦁Inicie retirando as folhas dos galhos, macerando-as,


pilando ou picando-as conforme ficar melhor para você
e coloque-as dentro de uma bacia com água mineral e
deixe repousar por alguns minutos.

Ervas Secas/ Desidratadas/ Raízes

⦁Coloque-as direto na panela após a 1a etapa, dê o


aquecimento à água e aguarde alguns minutos.

⦁Tampe a panela com um pano branco por 45 minutos.


Tome seu banho convencional, após isso inicie o banho
de ervas. Coe as ervas da panela e jogue-as num jardim,
ou pro lado de fora do seu pátio, debaixo de uma árvore
ou gramado.

Pai Fernando de Olokun

68
Fernando Oxalá Olòkun

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