VorneCursos Direito Processual Civil Peticao Inicial e Posturas Do Juiz Diante Da Peticao Inicial
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Seja qual for o procedimento, ele será composto pelos chamados elementos estruturais.
São eles: a demanda, a citação, a resposta, a instrução e a decisão.
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste
Código ou de lei.
d) Julgamento.
Direito Processual Civil - Petição inicial e posturas do juiz diante da petição
2. PETIÇÃO INICIAL
A petição inicial é o instrumento que dá início ao processo, o qual já existe desde seu
protocolo ou registro. Ela também tem a função de identificar a demanda, decorrência natural da
necessidade de menção às partes, causa de pedir e pedido (elementos da ação). Essa segunda
característica permite alguns efeitos:
d) Indica desde logo ao juiz a eventual ausência de alguma das condições da ação;
a) Forma escrita: como regra, a inicial deve ser escrita, datada e assinada por advogado,
somente sendo admitida a petição inicial de forma oral nos Juizados Especiais Cíveis e no
procedimento especial da ação de alimentos. Ainda assim, nesses casos o pedido deverá ser
atermado pelo servidor da Justiça.
c) Endereçamento: deverá o juízo competente, seja ele de primeiro ou segundo grau, ser
identificado;
d) Verificação das partes: deve constar na inicial, no preâmbulo, a indicação das partes
e sua qualificação, com indicação de nome completo, estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, domicílio e residência. Isso se presta a permitir a citação e
a individuação dos sujeitos processuais.
Quando se tratar de pessoa jurídica na propositura de ação, é fundamental que a inicial venha
acompanhada do estatuto social e da documentação que comprove a regularidade da representação.
Na Justiça Federal, tem sido exigida também o comprovante de cadastro do CNPJ na receita federal,
o qual pode ser retirado de graça pela internet;
Logo, não basta a indicação da relação jurídica, efeito do fato jurídico, sem que se indique qual o fato
jurídico que lhe deu causa – teoria da individualização. Conforme já visto anteriormente, o Brasil adotou
a teoria da substanciação impura da causa de pedir.
Lembrar que não se pode confundir fundamento jurídico com fundamentação legal, a qual é
dispensável; afinal, iura novit curia.
g) Valor da causa: será visto adiante. Tem grande importância na Justiça Federal, já que
o valor da causa pode ou não determinar a competência absoluta dos Juizados Especiais Federais.
Se a petição estiver irregular por lhe faltar algum dos requisitos, o magistrado deverá intimar
o autor para emendá-la, no prazo de 15 dias. Se a primeira emenda não foi satisfatória, permite-se
nova emenda. No caso de falta de endereço do patrono, o prazo de emenda será de 5 dias,
conforme art. 106, § 1º.
Esses prazos podem ser dilatados pelo magistrado, a depender do caso concreto e a pedido
das partes.
Se o autor não atender o chamado do juízo, não emendando a inicial, será caso de
indeferimento da inicial, com consequente extinção do processo sem julgamento de mérito.
A inicial somente deve ser indeferida se não houver a possibilidade de correção do vício ou
se o autor não a tiver emendado no prazo fixado pelo juiz. Também poderá haver o indeferimento se
as sucessivas emendas não forem capazes de sanar seu defeito
Se o autor apelar da sentença que indefere a inicial, caberá o juízo de retratação pelo órgão
prolator no prazo impróprio de 5 dias (art. 331).
Não havendo retratação, o réu será citado para contra-arrazoar. Não interposta apelação,
haverá a intimação do réu acerca do trânsito em julgado. Nesse sentido:
Art. 331.
(...)
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
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§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.
b) Manifesta ilegitimidade de parte: é causa de carência de ação, mas sem tornar a inicial
inepta; o artigo exige que a ilegitimidade seja manifesta. Entretanto, pode o juiz indeferir a inicial
mesmo se não for ela manifesta, mas se convencendo ele da inépcia, seja a parte ilegítima autor ou
réu. Lembrar que a ilegitimidade da parte pode ser reconhecida a qualquer tempo. Porém, se após
o recebimento da inicial, o processo não será extinto por indeferimento da mesma (preclusão lógica),
mas sim por carência de ação.
c) Falta de interesse de agir: outra das condições de ação, cuja ausência leva à carência
de ação e indeferimento da inicial, mas não por sua inépcia;
d) Quando não atendidas as prescrições do art. 106 e 321: ocorre se a inicial não indicar
o endereço do patrono do autor, após determinada a emenda.
2.4. O PEDIDO
O pedido é aquilo que se pede, a pretensão material deduzida em juízo. Pedido imediato é
a providência jurisdicional que se pretende (condenação, constituição, declarar etc.). Pedido mediato
é o bem jurídico que o demandante espera proteger com a tomada da providência.
Importante salientar que, ainda que se indique que o pedido deva vir expresso ao final da
petição inicial, na parte de requerimentos, pode o tribunal conceder tutela com base nos pedidos
efetivados ao longo da fundamentação, ainda que não tenham sido reiterados ao final da petição.
Nesse sentido:
A Turma, entre outras questões, entendeu que não houve pedido inicial explícito do MP no sentido de
que qualquer construção fosse demolida, nem mesmo de que fossem suspensas as atividades da ora
recorrente, ao propor a ação civil pública (ACP) de responsabilidade por danos causados ao meio
ambiente. Porém essa simples constatação não conduz à nulidade por desobediência do dever de
adstrição ao pedido. A jurisprudência deste Superior Tribunal entende que o pedido não deve ser
extraído apenas do capítulo da petição reservado aos requerimentos, mas da interpretação
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lógico-sistemática das questões apresentadas pela parte ao longo da petição. (STJ, REsp
967.375-RJ)
2.4.2. REQUISITOS
Certo é o pedido expresso, sem obscuridade, que não seja vago. Aplica-se tanto ao pedido
mediato quanto ao pedido imediato.
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu
Será cumulação simples quando as pretensões não tiverem entre si relação de precedência
lógica, podendo ser analisadas uma independentemente da outra.
É a formulação, pelo autor, de vários pedidos ao mesmo tempo, de modo que apenas um
deles seja atendido. O acolhimento de um implica na exclusão do outro.
Ocorrerá a cumulação subsidiária ou eventual (art. 326) quando o autor estabelecer uma
hierarquia de preferência entre os pedidos: o segundo somente será examinado se o primeiro for
rejeitado, assim em diante. Se o juiz acolher o pedido principal, estará dispensado de examinar o
subsidiário, O QUAL NÃO FICARÁ ACOBERTADO PELA COISA JULGADA, JÁ QUE NÃO FOI
EXAMINADO. Se o magistrado examinar o pedido subsidiário sem examinar o principal, estará
atuando per saltum, logo, cometendo error in procedendo. Agora, se o magistrado rejeitar o pedido
principal, mas acolher o subsidiário, o principal também restará acobertado pela coisa julgada.
Se somente o pedido subsidiário for acolhido, poderá o autor recorrer da decisão, já que ao
estabelecer a hierarquia de preferência, definiu o que lhe é mais interessante. Para a 1ª e 4ª Turmas
do STJ, se acolhido totalmente um dos pedidos, mesmo que o subsidiário, o autor será vencedor da
causa, não podendo ser condenado ao pagamento de verbas sucumbenciais.
1. É cediço, à luz do artigo 289, do Código de Processo Civil, que "é lícito formular mais de um pedido
em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior."
2. A cumulação eventual de pedidos encerra o intuito do autor de ter acolhida uma de duas ou mais
pretensões deduzidas, apresentadas em ordem de preferência, que há de ser considerada pelo
magistrado no julgamento da demanda.
“Formulado pedido subsidiário pelo autor, para o caso de reconhecimento da concorrência de culpas,
os encargos da sucumbência hão de ser carreados por inteiro ao réu [...] Por derradeiro, desassiste
razão, outrossim, ao Banco..., no que tange à distribuição dos encargos da sucumbência. É que o autor
teve o cuidado de, em sua peça exordial, formular um pedido subsidiário, conforme lhe facultava o
artigo 289 do CPC, para o caso de ser reconhecida, como o foi, a culpa concorrente“ (STJ, 4ª T., REsp
52.750/PE, Rel. Min. Barros Monteiro, ac. 12.09.1994, DJU 14.11.1994, p. 30.962.)
Ocorrerá cumulação imprópria alternativa (art. 325, p. ún., CPC) quando o autor formula
mais de uma pretensão, para que uma ou outra seja acolhida sem qualquer hierarquia, ou seja,
quando há mais de uma forma de cumprimento da prestação. Não havendo interesse recursal no
caso de acolhimento de um dos pedidos, os ônus sucumbenciais recaem sobre o réu.
O valor da causa será o do pedido que tiver o maior valor nesse caso.
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2.4.3.3. CUMULAÇÃO INICIAL E CUMULAÇÃO POSTERIOR
Será inicial quando veiculada pela petição inicial; será ulterior quando a parte agregar novo
pedido à sua demanda já no curso do processo. São exemplos de cumulação posterior: aditamento
do pedido e o ajuizamento de ação declaratória incidental.
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda
que entre eles não haja conexão.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação
se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
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Apesar de não ser possível a alteração objetiva da demanda após a citação (sem
concordância do réu) ou após o saneamento (mesmo com a concordância do réu), em decorrência 10
do PRINCÍPIO DA ESTABILIZAÇÃO DA DEMANDA, correções de erros materiais poderão ser
promovidas a qualquer tempo.
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento
do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo
de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.
2.4.4. TIPOLOGIA
É pedido que, embora não explicitado na demanda, compõe o mérito do processo por força
de lei; mesmo que a parte não peça, deve o magistrado examiná-lo e decidi-lo. São exemplos de
pedidos implícitos:
a) Correção monetária;
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b) Honorários advocatícios;
c) Juros moratórios;
Ocorre em situações excepcionais previstas em lei. Tais situações devem ser interpretadas
sempre restritivamente. São elas:
a) Nas ações universais, se o autor não puder individuar na inicial os bens demandados.
Ações universais são aquelas em que a pretensão recai sobre uma universalidade, seja ela de fato
ou de direito. Exemplo que pode ser dado é o financiamento concedido pela CEF para plantio de
lavoura de café, onde a garantia dada é o direito de usufruto da lavoura;
Nos pedidos genéricos, somente poderá ser genérica a quantidade, devendo o gênero
ser determinado. Em todas as hipóteses em que o pedido for genérico, poderá o juiz prolatar
sentença ilíquida, salvo nos juizados.
Lembrar que não se considera ilíquida a sentença cuja precisa determinação do quantum
debeatur depende exclusivamente de cálculos aritméticos.
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível.
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos
e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
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II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a
resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos
eles;
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo
indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das
prestações.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao
conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se 12
procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor,
sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das
custas.
Art. 330.
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição
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inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor
incontroverso do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo
contratados.
Trata-se de requisito específico para demandas cuja inicial versem sobre discussão de
obrigações decorrentes de empréstimo, financiamento ou alienação de bens.
Com o crescimento desses tipos de ações judiciais, acabou-se criando-se a falsa presunção
de que enquanto estivesse tramitando judicialmente a ação, o consumidor poderia suspender o
pagamento das parcelas do seu financiamento, por exemplo. O que não corresponde à realidade.
Desta forma, o novo artigo 330, § 2º, do CPC deixa claro que se o advogado não esclarecer
na petição inicial quais os valores que entende serem indevidos e quais os valores entende serem
incontroversos, o juiz certamente determinará que ele emende a petição inicial sob pena de extinguir
o feito sem julgamento de mérito por inépcia da petição inicial.
Improcedência prima facie ou, na linguagem do CPC atual, improcedência liminar do pedido
ocorre quando o pedido do autor é indeferido, COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, sendo a sentença
ou acórdão aptos a ficarem amparados pela coisa julgada material.
ELA É PROFERIDA SEM OUVIR O RÉU, MAS EM FAVOR DELE. Em relação ao contra-
ditório para o autor, este ficará garantido pela recorribilidade da decisão e pela retratabilidade da
sentença de que se pode valer o juiz.
Se o juiz manter a decisão, deverá citar o réu para apresentar contrarrazões de apelação.
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu,
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos
do art. 241.
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