Roberto Carlos Borges de ABREU
Roberto Carlos Borges de ABREU
Roberto Carlos Borges de ABREU
DIVISÃO DE ENSINO
1202RP01
Código do Trabalho
CCEM 2010
Curso e Ano
MONOGRAFIA
27 ago. 2010
DATA
CCEM 2010
CURSO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................6
2 METODOLOGIA.....................................................................................................10
2.1 VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 2.........................................................................10
2.2 PRIMEIRA FASE – REVISÃO CRÍTICA DA BIBLIOGRAFIA..............................11
2.3 SEGUNDA FASE – CONDUÇÃO DA ENTREVISTA COM ESPECIALISTA.......11
2.4 TERCEIRA FASE – EXPERIMENTAÇÃO COM O MODELO DE SIMULAÇÃO. 13
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS................................................................................15
3.1 VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 3.........................................................................15
3.2 A GESTÃO DE INVENTÁRIOS...........................................................................15
3.3 O ITEM REPARÁVEL DE AERONAVE...............................................................21
3.4 SIMULAÇÃO E OUTRAS OPÇÕES DE MODELAGEM......................................25
4 ANÁLISE DE RESULTADOS E CONCLUSÕES...................................................34
4.1 VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 4.........................................................................34
4.2 PRIMEIRA QUESTÃO NORTEADORA...............................................................34
4.3 SEGUNDA E TERCEIRA QUESTÕES NORTEADORAS...................................37
4.4 QUARTA E QUINTA QUESTÕES NORTEADORAS...........................................41
5 CONCLUSÕES, RECOMENDAÇÕES E ESTUDOS FUTUROS...........................45
REFERÊNCIAS.........................................................................................................47
GLOSSÁRIO.............................................................................................................48
Apêndice A – Roteiro da entrevista com o especialista em gestão de
suprimento da FAB .................................................................................................49
Apêndice B – descrição da funcionalidade do módulos utilizados na
construção do modelo no software Arena............................................................51
Apêndice C – Modelo de simulação desenvolvido no software Arena...............53
Anexo A – Fórmulas do METRIC............................................................................54
6
1 INTRODUÇÃO
“Guerra não é uma atividade de oportunidade. São necessários muito
conhecimento, estudo e meditação para conduzi-la bem”
Frederico, o Grande, Imperador Alemão. (COHEN, 2002, p. 15)
3
A guisa de esclarecimento, o termo inventário aparece dezenas de vezes no corpo do MCA 67-1 e
somente em uma delas (Item 4.4.2.1.1 – Análise ABC) o significado da palavra converge com o que
é usado neste trabalho, ou seja, como sinônimo de material em estoque, ou suprimento em estoque,
termos estes mais utilizados na FAB. Nas outras vezes em que aparece no Manual, inventário é
sinônimo de contagem física ou conciliação do controle físico com o controle contábil.
19
4
No item 4.5.2.11.1 do MCA 67-1, o termo usado é recuperável.
21
reparo, equipamentos, e mão-de-obra treinada, o componente
poderá ser considerado como categoria “C”, mesmo sendo
potencialmente recuperável; e
c) outros fatores, como a criticalidade do item, ou seja, se a sua falta
impacta na disponibilidade da aeronave, dificuldades de aquisição
resultantes de descontinuamento da produção ou escassez de
fornecedores, etc. (ABREU, 2002)
Na FAB, há caso em que, por escassez de recurso orçamentário,
durante determinado periodo, um componente mudou de categoria “C” para “R”5.
Trata-se da vela de ignição do motor IO-540-K1D5, da aeronave T-25 Universal. As
velas retiradas durante inspeção eram retrabalhadas nas oficinas do Parque de
Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMALS), passando por diversos
tratamentos, incluindo a técnica do jato de areia. Após o processo, que fora
estabelecido por meio de boletim técnico do setor de engenharia do PAMA, uma
parcela das velas era enviada para o armazém de itens utilizáveis, para serem
aplicadas, no futuro, como se novas fossem.
As diferenças entre material reparável e de consumo não se limitam,
no entanto, ao campo dos conceitos e definições. Características relativas ao modo
como ocorre a sua demanda e a forma como é procedida a reposição entre os elos
de armazenagem do sistema fazem da administração dos componentes categoria
“R” uma ciência bastante peculiar. (SHERBROOKE, 1992)
Por exemplo, enquanto em sua rotina, o administrador de itens de
consumo preocupa-se em definir quando um pedido de requisição deve ser colocado
junto ao fornecedor (ponto ótimo de renovação) e qual a quantidade que deve ser
requisitada (lote econômico), o gestor de componentes reparáveis preocupa-se com
a distribuição ótima dos itens de giro, ou quantidade sobressalente, entre os
diversos armazéns do sistema. (SHERBROOKE, 1992)
Sherbrooke (1992) sugere que, no que se refere ao material reparável
de uso em aeronaves, as regras de reposição entre o armazém central e os remotos
devem ser assim definidas:
5
De fato, a classificação adotada foi “Item Trabalhável”, categoria “T”. No entanto, a definição de
item trabalhável é uma derivação do conceito de ítem reparável.
22
a) a distribuição do estoque sobressalente (estoque de giro) aos
armazéns remotos é feita, antecipadamente, pelo parque central; e
b) após a distribuição (alocação) do giro, o armazém remoto só terá
direito a requisitar outro componente ao parque central mediante o
recolhimento da unidade avariada. (SHERBROOKE, 1992)
Isso é o que Sherbrooke (1992) define como política de reposição “S-1,
S”, ou seja, cada vez que o armazém remoto recolhe uma unidade do componente
ao PAMA, a quantidade alocada ao remoto diminui em 1 (uma) unidade – “S-1” - e o
parque central fará ações para que a quantidade retorne ao valor previamente
distribuído – “S”.
A regra acima funciona, também, como ferramenta de controle do
parque central sobre o armazém remoto. O seu cumprimento faz com que o
operador proceda, no menor tempo possível, o recolhimento do item avariado à
oficina do parque central, posto que o remoto só fará jus a outro componente se
enviar o item avariado ao PAMA, evitando, assim, a acumulação de itens avariados
nos diversos armazéns do Sistema.
6
Site da empresa na Internet – www.systecon.se
7
Site da Internet – www.tfdg.com
8
Ver a seção Glossário, localizada no final deste relatório .
24
c) tempo de reparo independente do número de itens em processo de
reparo;
d) a responsabilidade pelo reparo (ESM ou PAMA) é previamente
estabelecida;
e) política de inventário “S-1, S”;
f) não há ressuprimento lateral, ou seja, as transferências somente
ocorrem entre o armazém central e os armazéns remotos; e
g) não há canibalização9. (SHERBROOKE, 1992)
Adiante, neste capítulo, ao tratar do tema teoria de filas, será discutido
o impacto das três primeiras premissas (alíneas “a”, “b” e “c”) no METRIC, a fim de
que o leitor compreenda melhor a proposta de modelo que se pretende construir no
software Arena. Por ora, será feita uma breve introdução ao tema simulação.
10
Teoria de filas é a tradução do termo inglês queueing theory ou, conforme alguns poucos autores,
waiting line theory.
29
Por mais curioso que possa parecer, há um grande número de
problemas, dos mais variados tipos, que podem ser modelados, com razoável
precisão, usando a abordagem de filas. Por exemplo:
a) engarrafamentos em estradas e avenidas podem ser estimados
usando a abordagem de fila. Essa informação pode ser usada no
planejamento de construção de novas pistas ou ampliação das
existentes;
b) a espera de aeronaves que aguardam autorização para início do
procedimento de pouso em um aeroporto pode ser estudada
usando teoria de filas. As conclusões do estudo podem sugerir
mudanças em procedimentos ou, ainda, indicar a necessidade de
investimento em infra-estrutura, treinamento de pessoal ou compra
de novos equipamentos; e
c) os processos que ocorrem em um sistema de reparo de itens
aeronáuticos, incluindo a manutenção nas oficinas, armazenagem e
movimentação de material entre os diversos locais, podem ser
modelados de tal forma que é possível estimar o número de itens
que transitam, em determinado momento, no sistema. A paritr daí,
pode-se mensurar a necessidade de aquisição de componentes
sobressalentes a fim de manter o sistema abastecido de itens em
condição de uso, ao tempo em que os outros, que necessitam
reparo, percorrem os elos do sistema.
Banks (1999) elenca dezenas de aplicação da teoria de filas, em
diversas áreas, tais como sistemas de saúde pública, militar, construção civil,
restaurantes, parques de diversão, redes de computadores, dentre outros.
Em linhas gerais, a teoria de filas modela processos usando a
taxonomia A/B/c/N/K, onde: a letra A representa o tempo entre chegadas (ou
demanda) que pode ser estocástico; a letra B representa o tempo de serviço (ou de
atendimento) que também pode ser estocástico; a letra c representa a quantidade de
recursos que presta o serviço (servidores); a letra N representa a capacidade do
sistema (quantos itens, no máximo, conseguem transitar pelo sistema ao mesmo
30
tempo); e, finalmente, a letra K representa o tamanho da população de origem (de
onde saem os itens).
As fórmulas matemáticas do METRIC são deduzidas de um modelo
específico de teoria de filas, chamado M/G/∞11. (BANKS, CARSON II, NELSON,
1999) Neste modelo, a primeira letra (M) identifica uma cadeia de Markov
(Markovian channel), significando que o processo de chegada (demandas) que se
quer representar terá o tempo entre chegadas seguindo a função de distribuição de
probabilidade exponencial.
Isto implica em dizer que o processo de chegada é sem memória. Em
outras palavras, as chegadas são completamente aleatórias, uma chegada
independe da outra. Em consequência, a taxa de chegada, ou seja, quantidade de
demanda por tempo, será regida pela distribuição de Poisson.
Essa incerteza acerca da demanda faz com que o METRIC trabalhe
sempre com o “pior caso”, ou seja, há uma tendência do modelo de superestimar as
necessidades de componentes para o sistema. Isso não é recomendável,
particularmente, em situações em que há escassez de recursos para compra de
peças. Portanto, outra abordagem, que resolva a modelagem da demanda de forma
diferente, pode ser considerada opção ao METRIC.
A letra “G” diz respeito ao processo de serviço (reparo) e significa que
o tempo para realização do serviço pode ser modelado estatisticamente por
qualquer distribuição de probabilidades (G de geral – general).
Segundo Sherbrooke (1992), a combinação do processo de chegadas
de Poisson com tempo de serviço de distribuição qualquer resulta no teorema de
Palm (Palm’s theorem)
“se a demanda por um item seguir o processo de Poisson com média
anual igual a m e se o tempo de reparo para cada unidade em
manutenção for distribuído de forma idêntica e independente, de
acordo com qualquer distribuição de probabilidade com média T,
então, o estado estacionário da distribuição de probabilidade do
número de unidades em reparo segue a distribuição de Poisson, com
média igual a m x T. (SHERBROOKE, 1992, p. 21, tradução nossa)
11
Na notação A/B/c/N/K, estando ausente os dois últimos parâmetros (N e K), subentende-se que os
mesmos têm valor igual a ∞.
31
Em outras palavras, é o teorema de Palm que permite ao modelo
estimar a quantidade de itens no pipeline, parâmetro a partir do qual são calculadas
as necessidades de estoque sobressalente.
As cadeias de Markov12 são sistemas onde clientes (componentes
reparáveis) chegam, oriundos de uma população considerada infinita, aguardam em
fila até serem atendidos (processo de reparo) e, em seguida, retornam para a
população de origem. Uma das premissas do modelo METRIC diz respeito à não
existência de condenações. Isto implica dizer que, para todo processo de reparo
iniciado, um item será concluído e voltará para o armazém. Em outras palavras, não
há condenações de material.
População de chamada
(linha de vôo)
Processo
Chegada
(reparo) Saída (retorno
(demanda)
à frota)
12
Ver a seção Glossário ao final deste relatório.
32
O terceiro caracter (∞) é o símbolo matemático de infinito e refere-se à
capacidade infinita do processo de serviço. Esta premissa equivale dizer que nunca
haverá atrasos no sistema decorrente de espera na fila de chegada, ou seja, o
tempo de manunteção independe da quantidade de itens em processo de reparo.
Em termos práticos, isso equivale a dizer que, quando um item
reparável chega à oficina, haverá sempre o recurso disponível (humano, material e
etc) para iniciar o processo de manutenção.
Em resumo, todas as premissas do METRIC impactam, de alguma
forma, os cálculos das necessidades de reparáveis, o que, potencialmente, poderá
induzir os gestores a erros na tomada de decisão.
O modelo proposto, que usará simulação, pretende flexibilizar as três
primeiras premissas constantes nas alíneas “a”, “b” e “c”, do item 3.3.1 deste
relatório. O Apêndice B apresenta uma breve descrição das funcionalidades dos
módulos do software Arena. A sua leitura permitirá ao leitor compreender como as
premissas acima referidas foram flexibilizadas no modelo.
A revisão da literatura, juntamente com a realização da entrevista com
o especialista em Suprimento, a construção e experimentação do modelo
representativo do ciclo de utilização de um componente reparável de aeronave,
permitiram levantar as informações necessárias para seguir adiante com a pesquisa.
A próxima etapa do trabalho compreenderá a análise e discussão dos resultados
alcançados e a elaboração das respostas para as questões norteadoras enunciadas,
anteriormente, no corpo deste relatório.
33
4 ANÁLISE DE RESULTADOS E CONCLUSÕES
13
Por ser uma representação simplificada do sistema real, o modelo considera o primeiro e segundo
nível como sendo um único nível (primeiro nível).
14
Pelos motivos expostos na nota acima, o modelo considera este o segundo nível.
35
A primeira regra de relacionamento diz respeito à forma como é feito o
ressuprimento de itens reparáveis dos armazéns remotos pelo armazém central. A
distribuição prévia dos componentes sobressalentes entre os armazéns do Sistema
é a prática recomendada pela literatura que trata do tema, embora a norma da FAB
não aborde essa questão.
A regra para início do processo de reparo nas oficinas (abertura de
ordem de serviço) é outro ponto de divergência entre o que a teoria recomenda e a
prática observada no SISMA. A teoria estabelece que, sempre que um componente
reparável é recolhido da aeronave, ações de manutenção devem ser feitas para
trazê-lo de volta, no menor tempo possível, à condição de poder ser novamente
aplicado. Tal recomendação parte do pressuposto que, para recuperar o item, serão
necessários insumos cujo valor total é menor que o custo do componente reparável.
Dessa forma, seria antiproducente manter um componente de alto valor parado para
economizar na aplicação dos referidos insumos, cujos custos são inferiores ao do
item principal. Na FAB, essa regra não é seguida. Em decorrência, alguns parques
chegam a ter áreas de armazenagem dedicadas, exclusivamente, à guarda de
componentes que esperam pela abertura de ordem de serviço para executar o seu
reparo. Embora isso seja fato, não há argumento gerencial que sustente tal situação.
Cabe dizer que um dos produtos tangíveis da revisão da literatura
realizada nesta pesquisa foi a elaboração do sumário descritivo dos processos que
compõem o ciclo de utilização de um item reparável, usado na entrevista com o
especialista em suprimento. O esquema apresentado a seguir sintetiza, de forma
pictorial, o referido sumário.
36
ABREU, Roberto Carlos Borges de. The effects of variability in demand and time
parameters for multi-item, multi-echelon, multi-indenture reparable inventory
systems. Dissertation (Master of Science in Logistics Management) – Graduate
School of Engineering and Management, Air Force Institute of Technology, Ohio,
2002.
BANKS, Jerry; CARSON II, John S.; NELSON, Barry L. Discrete-event system
simulation. New Jersey: Prentice Hall,1999.
BRASIL. Portaria DIRMAB nº 32, de 09 de março de 2007. Aprova a edição do
Manual que disciplina as atividades inerentes à Função Logística de Suprimento de
Material Aeronáutico: MCA 67-1. Rio de janeiro, RJ, 2007.
BURNWORTH, Todd C. Simulated multi-echelon readiness-based inventory
leveling with lateral resupply. Dissertation (Master of Science in Logistics
Management) – Graduate School of Operations Research, Air Force Institute of
Technology, Ohio, 2008.
COHEN, William A. Lições de liderança em tempos de guerra: da adversidade ao
sucesso e do medo à vitória. São Paulo: Makron Books, 2002.
CRESWELL, John W. Research design: qualitative & quantitative approach.
London: Sage Publications, 1994.
GROSS, Donald; HARRIS, Carl M. Fundamentals of queueing theory. New York:
John Willey & Sons,1998.
KELTON, W. David; SADOWSKI, Randall P.; SADOWSKI, Deborah A. Simulation
With Arena. Boston: McGraw Hill,1998.
KINNISON, Harry A.; Aviation maintenance management. New York: McGraw Hill,
2004.
SHERBROOKE, Craig C. Optimal Inventory Modeling Of Systems. New York:
John Wiley & Sons Inc., 1992.
SILVER, Edward A.; PYKE, David F.; PETERSON, Rein. Inventory management
and production planning and scheduling. New York: John Willey & Sons,1998.
SIMCHI-LEVI, David; KAMINSKY, Philip; SIMCHI-LEVI, Edith. Designing and
managing the supply chain: concepts, strategies, and case studies. Boston:
McGraw Hill, 2000.
SOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimento:
estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Pearson Prentice Hall,2004.
47
GLOSSÁRIO
Caro entrevistado,
O texto a seguir trata da descrição, de forma resumida, do ciclo de
utilização de um componente reparável de aeronave no SISMA e foi elaborado com
o propósito de servir de roteiro para construção de um modelo representativo do
ciclo no Sistema. O modelo será construído no software Arena de Simulação.
Peço que proceda a leitura do texto, reflita acerca da sua pertinência e
apresente suas ponderações (concordâncias e discordâncias).
Em caso de dúvidas, por favor, contate-me.
Cordialmente,
TC Abreu.
Segue a descrição.
1. Quando um item reparável é retirado da aeronave, seja por motivo
de falha ou para manutenção preventiva, uma requisição por um componente em
condições de uso é emitida do setor de manutenção para o armazém de suprimento
remoto da base.
2. Caso a quantidade em estoque do referido item no armazém de
utilizáveis do remoto for maior ou igual a 1 (um), a requisição será atendida. Caso
contrário, será computada uma falta do item no armazém da base aérea, gerando
uma medida de desempenho que representa o número de itens faltantes no
armazém. O valor do número de itens faltantes tomado ao longo do tempo servirá de
base para cálculo do indicador número médio de itens faltantes no armazém, e
utilizará a abreviatura EBO, do inglês expected backorder.
3. Simultaneamente, o item retirado da aeronave passará por
inspeção, podendo, em alguns casos, ser reparado pelo próprio Esquadrão de
Suprimento e Manutenção (ESM) da base. Quando o reparo ocorre no ESM, ao
término do processo, o componente deverá ir para o armazém de utilizáveis do
49
remoto e, caso haja pendências na frota em relação ao item, o mesmo deverá ser
aplicado, de imediato na aeronave.
4. Quando o reparo não puder ser efetivado no ESM, o item danificado
será encaminhado para o parque central ou parque oficina, ao mesmo tempo em
que é emitida uma requisição ao parque responsável, pedindo o envio de uma
unidade do componente em condições de uso.
5. No armazém do parque responsável pelo atendimento, caso a
quantidade em estoque do referido item for maior ou igual a 1 (um), a requisição
será atendida. Caso contrário, será computada uma falta do item no referido
armazém e procede-se com o cômputo do indicador EBO para o armazém do
PAMA, de forma similar a que é descrita no item 2 deste sumário descritivo.
6. O item danificado, recolhido pela base, passará pelo processo de
manutenção, podendo este ocorrer nas oficinas do parque central, em oficina
contratada no Brasil ou no exterior.
7. Finalmente, o atendimento da necessidade do armazém remoto
ficará pendente até que haja uma unidade disponível, no armazém central. Esta
unidade não precisa ser, necessariamente, aquela que foi recolhida pelo remoto. O
tempo para efetivar o fornecimento será chamado de OST, do inglês ordering and
ship time e compreende o tempo de remessa do item de volta ao armazém remoto,
sendo desconsiderados outros atrasos.
50
Apêndice B – descrição da funcionalidade do módulos utilizados na
construção do modelo no software Arena
Módulo duplicate – duplica a entidade demanda. Para cada demanda é criada uma
requisição (em papel ou por meio eletrônico) que vai para o armazém e uma ordem
de serviço para o componente a ser reparado, que segue para a oficina.
Módulo choose – implica uma condição a ser verificada. No modelo, este módulo é
usado, por exemplo, para verificar se o atendimento será imediato (condição
estoque > ou = a 1) ou se será aberta uma backorder.
Módulo assign – modifica o valor de uma variável. No modelo, sempre que há uma
demanda e o estoque é igual a zero, o módulo assign aumenta o valor da variável
EBO em uma unidade. Por outro lado, quando ocorre a conclusão de uma ordem de
serviço e o atendimentode uma unidade que estava pendente na situação de
backorder, o módulo assign diminui o valor da variável EBO em uma unidade.
Módulo wait – faz com que a entidade espere por um sinal para seguir em frente.
No modelo, o módulo wait é usado para segurar um pedido não atendido até que
seja concluida uma ordem de serviço e o sistema seja informado da conclusão.
Módulo variable – permite criar variáveis globais para o sistema. No modelo, foram
criadas variáveis para representar a quantidade em estoque (para cálculo do
indicador estoque médio), número de itens faltantes (para cálculo do indicador
EBO) .
Módulo statistics – coleta estatística das variáveis após cada vez que o modelo é
utilizado.
Apêndice C – Modelo de simulação desenvolvido no software Arena
Statistics Variables
De p o tB O
BO
S1 0
S1 1
Chance
W i t h0 . 3
Delay Assign Signal Dispose OFICINA DA BASE
Els e S 1 1 fi x e d
L OGN ( 1 . 2 , 2 )
S1 1
__________________________________________________________________________________________
OST
If S1 0 >=1
Duplicate
Els e
1
Assign Wait Assign
S 1 0 fi x e d
De p o tB O De p o tB O
Simulate
P a ra t e s e
500 0
Chance
Delay Assign Signal Dispose OFICINA DO PARQUE
Wi th0 . 9 5
L OGN ( 3 . 5 , 6 . 6 ) S 1 0 fix e d
E ls e S1 0