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MODELAGEM, SIMULAÇÃO E CONTROLE VIA BUSCA EXTREMAL DE

POÇOS OPERANDO POR GAS-LIFT

Arthur Fernandes dos Santos Xaud

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Controle e Automação da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários

à obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Alessandro Jacoud Peixoto

Rio de Janeiro

Março de 2014
MODELAGEM, SIMULAÇÃO E CONTROLE VIA BUSCA EXTREMAL DE

POÇOS OPERANDO POR GAS-LIFT

Arthur Fernandes dos Santos Xaud

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO DA ESCOLA

POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO

PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU

DE ENGENHEIRO DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO.

Examinado por:

Prof. Alessandro Jacoud Peixoto, D.Sc.

Prof. Argimiro Resende Secchi, D.Sc.

Prof. Tiago Roux Oliveira, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ  BRASIL

MARÇO DE 2014
Xaud, Arthur Fernandes dos Santos

Modelagem, Simulação e Controle via Busca Extremal

de Poços Operando por Gas-Lift /Arthur Fernandes dos

Santos Xaud.  Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica,

2014.

XIII, 82 p.: il.; 29, 7cm.


Orientador: Alessandro Jacoud Peixoto

Projeto de Graduação  UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia de Controle e Automação, 2014.

Referências Bibliográcas: p. 80  82.

1. Controle Adaptativo. 2. Busca Extremal. 3.

Poços de Petróleo. 4. Elevação Articial. 5.

Injeção de gás. 6. Identicação de modelos. I.

Peixoto, Alessandro Jacoud. II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

de Controle e Automação. III. Título.

iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Controle

e Automação.

Modelagem, Simulação e Controle via Busca Extremal de Poços Operando por

Gas-Lift

Arthur Fernandes dos Santos Xaud

Março/2014

Orientador: Alessandro Jacoud Peixoto

Curso: Engenharia de Controle e Automação

Na engenharia de petróleo, os reservatórios precisam de pressão suciente para ele-

var os uidos até a superfície. Quando a vazão de produção do poço encontra-se

abaixo de uma taxa economicamente viável, devido ao decaimento natural da pres-

são do reservatório, das condições geométricas do poço ou das características do

uido, costuma-se utilizar métodos de elevação articial. O método de gas-lift é

um dos métodos mais conhecidos de elevação articial sendo largamente utilizado

na indústria do petróleo. Em poços operando com gas-lift, a produção de óleo em

regime permanente depende da vazão de gás injetado no poço, sendo este um parâ-

metro fundamental para maximizar a produção. A curva que representa a relação

entre a produção de óleo e a vazão de gas-lift é chamada de curva de performance

de poço (CPP). Através do conhecimento prévio da CPP, seria possível utilizar mé-

todos de otimização para encontrar o ponto ótimo de injeção de gás. Entretanto, as

CPPs são estimadas através de modelos matemáticos e não representam de forma

conável o comportamento do poço. Nesse contexto, o controle adaptativo de busca

extremal aparece como uma importante ferramenta para processos não lineares, pois

independe do conhecimento do modelo e é robusto a incertezas paramétricas. O ob-

jetivo deste trabalho é estudar a aplicação e sintonia do algoritmo de busca extremal

em processos de poços de petróleo sujeitos ao método de elevação articial por gas-


lift visando à maximização da produção de óleo em função da vazão de injeção de

gás no poço.

Palavras-chave: Controle Adaptativo, Busca Extremal, Poços de Petróleo, Elevação

Articial, Injeção de gás, Identicação de modelos.

iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulllment

of the requirements for the degree of Engineer.

MODELLING, SIMULATION AND EXTREMUM SEEKING CONTROL OF

GAS LIFTED WELLS

Arthur Fernandes dos Santos Xaud

March/2014

Advisor: Alessandro Jacoud Peixoto

Course: Control and Automation Engineering

In Petroleum Engineering, reservoirs need enough pressure to lift uids to surface.

When production rates are under economically unviable rates, due to natural reser-

voir pressure loss, to the geometric conditions of the well or the characteristics of

uids, there are usually used articial lift methods. The gas-lift is one of the most

popular methods and is widely used in the petroleum industry. At gas-lifted wells,

oil production in steady state depends on the rate of gas injected and this is therefore

a fundamental parameter to maximize oil production. The curve that represents the

relationship between oil production and gas-lift owrate is called Well Performance

Curve (WPC). Through prior knowledge of the WPC, it would be possible to use

optimization methods to nd the optimum gas-lift injection rate. However, WPCs

are estimetad using mathematical models and do not represent reliably the behavior

of the well. In this context, Extremum Seeking adaptative control appears as an

important tool to be used in non-linear processes, for been model-free and robust

to uncertainties of parameters. The objective of this work is to study the applica-

tion and tunning of Extremum Seeking algorithm in gas-lift well models in order to

maximize oil production rates in steady state due to gas-lift optimal injection rate.

Keywords: Adaptative Control, Extremum Seeking, Oil Wells, Articial lift, Gas-lift,
Model Identication.

v
Agradecimentos

Agradeço à minha mãe, Hilda Maria Pereira dos Santos, que esteve sempre ao

meu lado e meu forneceu educação para me tornar a pessoa que sou hoje.

Agradeço ao meu pai Carlos Eduardo Xaud Costa que, embora nem sempre tão

perto, me ajudou com o que pôde durante a graduação.

Agradeço ao meu irmão João Fernandes por distrair minha atenção durante quase

todo o período da graduação, tornando minha vida mais complicada porém inni-

tamente mais feliz.

Agradeço ao meu primo Marco Xaud que, como um grande irmão, me acompa-

nhou por toda minha vida acadêmica compartilhando os problemas e as soluções

encontradas até agora.

Agradeço à minha namorada Bruna Novis por me relembrar a importância da

faculdade nos momentos mais difíceis, trazendo consigo uma nova razão para o m

do curso.

Agradeço aos meus avós Joaquim Fernandes e Margarida Pereira por me fornece-

rem educação e carinho, servindo sempre como exemplo de caráter e honestidade.

Agradeço aos meus amigos que tornaram a execução deste trabalho muito mais

prazerosa.

Agradeço à Universidade Federal do Rio de Janeiro que forneceu um ensino de

excelência e embasamento técnico suciente para a realização deste trabalho.

Finalmente, agradeço ao meu professor e orientador, Alessandro Jacoud Peixoto,

por todo tempo que passamos juntos pensando em equações, modelos e simulações.

vi
Sumário

Lista de Figuras ix

Lista de Tabelas xii

Lista de Abreviaturas xiii

1 Introdução 1
1.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.2 Estrutura do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Revisão Bibliográca 5

3 Modelo do Poço 10
3.1 Modelo de Eikrem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

3.2 Modelo de Eikrem Modicado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.3 Modelo do Ponto de Vista de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3.4 Implementação do Modelo Estático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.4.1 Análise Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.4.2 Análise de Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3.4.3 Aproximações para o modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3.5 Implementação do Modelo Dinâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

3.5.1 Validação dos Modelos Implementados . . . . . . . . . . . . . 34

3.5.2 Análise do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

3.6 Proposta de um Novo Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4 Busca Extremal 49
4.1 Formulação do Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

4.2 Algoritmo de Busca Extremal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

4.3 Implementação do Controle por Busca Extremal . . . . . . . . . . . . 56

4.4 Solução Proposta para Altas Frequências . . . . . . . . . . . . . . . . 69

4.4.1 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

vii
5 Conclusão 77
5.1 Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

5.2 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

Referências Bibliográcas 80

viii
Lista de Figuras

1.1 Divisão percentual dos métodos de elevação do petróleo na produção

da Petrobras em 2009 Fonte: (RIZZO FILHO, 2011) . . . . . . . . . 3

2.1 Curva de gas-lift com a região ótima de injeção de gás para poços

com instabilidade casing head. Fonte: (EIKREM et al., 2004) . . . . . 6

2.2 Esquema simplicado de uma planta operando por gas-lift. Fonte:

(PALKE, 1996) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.3 Modelo de Hammerstein. Fonte: (SANTOS, 2007) . . . . . . . . . . . 8

3.1 Poço operando por gas-lift. Fonte: (EIKREM et al., 2005) . . . . . . 12

3.2 Poço operando por gas-lift com a representação das pressões e vazões

do modelo. Fonte: Adaptado de (EIKREM et al., 2005) . . . . . . . . 13

3.3 Curva de performance de poço obtida pelo modelo estático . . . . . . 28

3.4 Curva da massa de gás no anular x1 pela entrada wgc . . . . . . . . . 29

3.5 Curva da massa de gás na coluna x2 pela entrada wgc . . . . . . . . . 30

3.6 Curva da massa de óleo na coluna x3 pela entrada wgc . . . . . . . . . 30

3.7 Curvas auxiliares para justicativa da concavidade da CPP . . . . . . 31

3.8 Curva da pressão no ponto de injeção de gás na coluna pwi e da pressão


de fundo de poço pwb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3.9 Modelo de Eikrem Modicado implementado no EMSO no Simulink . 33

3.10 Modelo de Eikrem Modicado implementado em uma s-function no


Simulink . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

3.11 Diagrama de blocos para validação dos modelos implementados uti-

lizando degraus na entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

3.12 Sequência de degraus aplicada aos modelos . . . . . . . . . . . . . . . 35

3.13 Resposta à sequência de degraus aplicada aos modelos . . . . . . . . . 35

3.14 Diagrama de blocos para validação dos modelos implementados uti-

lizando senóide na entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

3.15 Senóide aplicada ao modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

3.16 Resposta do modelo a uma senóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

3.17 Resposta ao degrau positivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

ix
3.18 CPP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

3.19 Resposta do sistema a uma senóide rápida . . . . . . . . . . . . . . . 39

3.20 Resposta do sistema a uma senóide rápida amplicada após o sistema

entrar em equilíbrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

3.21 Resposta do sistema a uma senóide média . . . . . . . . . . . . . . . 40

3.22 Resposta do sistema a uma senóide lenta . . . . . . . . . . . . . . . . 41

3.23 CPP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

3.24 Estimativa de x3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

3.25 Erro da estimativa de x3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

3.26 Estimativa de x2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

3.27 Erro da estimativa de x2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

3.28 Modelo auxiliar proposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

3.29 Sequência de degraus aplicada na entrada do novo modelo . . . . . . 46

3.30 Resposta do modelo com aproximações de primeira ordem à sequência

de degraus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

3.31 Resposta do modelo com aproximações de ordem alta à sequência de

degraus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

3.32 Resposta do modelo a uma senóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.1 Algoritmo de Busca Extremal para plantas com dinâmica. Fonte:

(KRSTI‚ e WANG, 2000) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

4.2 Modelo estático com resposta em fase com a entrada. Fonte: Adap-

tado de (PALKE, 1996) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.3 Sinais em fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.4 Sinais em contrafase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4.5 Representação da multiplicação dos sinais de entrada e saída sem o

nível DC. Fonte: (PALKE, 1996) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

4.6 Algoritmo de Busca Extremal para plantas com dinâmica. Fonte:

(KRSTI‚ e WANG, 2000) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

4.7 Diagrama de blocos do método de busca extremal . . . . . . . . . . . 56

4.8 Curva estática da relação entre a saída e a entrada da função de exemplo 57

4.9 Entrada e saída do sistema sob uma perturbação senoidal com nível

médio inferior ao ponto ótimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

4.10 Entrada sem nível médio e saída com nível médio ltrado pelo passa-

alta. (Para entradas com nível médio inferior ao ponto ótimo) . . . . 58

4.11 Sinal após a multiplicação das senóides ltrado pelo passa-baixa e

não ltrado (Para entradas com nível médio inferior ao ponto ótimo) 59

4.12 Entrada e saída do sistema sob uma perturbação senoidal com nível

médio superior ao ponto ótimo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

x
4.13 Entrada sem nível médio e saída com nível médio ltrado pelo passa-

alta. (Para entradas com nível médio superior ao ponto ótimo) . . . . 60

4.14 Sinal após a multiplicação das senóides ltrado pelo passa-baixa e

não ltrado. (Para entradas com nível médio superior ao ponto ótimo 60

4.15 Entrada e saída do sistema em malha fechada . . . . . . . . . . . . . 61

4.16 Entrada sem nível médio e saída com nível médio ltrado pelo passa-

alta em malha fechada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

4.17 Sinal após a multiplicação das senóides ltrado pelo passa-baixa e

não ltrado em malha fechada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

4.18 Saída do integrador em malha fechada . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

4.19 Diagrama de blocos do algoritmo de buca extremal implementado . . 63

4.20 Entrada e saída sem nível médio para pontos inferiores ao ponto

ótimo. (Perturbação rápida) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

4.21 Entrada e saída sem nível médio para pontos superiores ao ponto

ótimo. (Perturbação rápida) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

4.22 Entrada e saída sem nível médio para pontos inferiores ao ponto

ótimo. (Perturbação média) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

4.23 Entrada e saída sem nível médio para pontos superiores ao ponto

ótimo. (Perturbação média) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

4.24 Entrada e saída sem nível médio para pontos inferiores ao ponto

ótimo. (Perturbação lenta) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

4.25 Entrada e saída sem nível médio para pontos superiores ao ponto

ótimo. (Perturbação lenta) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

4.26 Saída do integrador como estimativa do ponto ótimo . . . . . . . . . 67

4.27 Saída do integrador ampliada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

4.28 Saída do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

4.29 Saída do sistema ampliada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

4.30 Diagrama de Blocos Principal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

4.31 Modelo Proposto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

4.32 Detector de Fase: PLL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

4.33 ESC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

4.34 Maximizante e Vazão wiv , período de oscilação de 3 dias. . . . . . . . 74

4.35 Fase e Ganho Estimados pelo PLL, período de oscilação de 3 dias. . . 75

4.36 Maximizante e Vazão wiv , período de oscilação de 1 dia. . . . . . . . . 75

4.37 Fase e Ganho Estimados pelo PLL, período de oscilação de 1 dia. . . 75

4.38 EMSO: Maximizante e Vazão wiv , período de oscilação de 3 dias. . . . 76

4.39 EMSO: Fase e Ganho Estimados pelo PLL, período de oscilação de 3

dias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

xi
Lista de Tabelas

3.1 Tabela de símbolos do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.2 Parâmetros do Poço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

xii
Lista de Abreviaturas

AC - Alternating Current
CPP - Curva de Performance de Poço

DC - Direct Current
ESC - Extremum Seeking Control

GLC - Gas-Lift Contínuo

IPR - Inow Performance Curve

PI - Proporcional-Integral

RGO - Razão Gás-Óleo

SISO -Single input Single output


TPR - Tubing Pressure Requirement

WPC - Well Performance Curve

xiii
Capítulo 1

Introdução

Atualmente, o petróleo é um recurso essencial para a sociedade em todo o mundo,

pois seus derivados são largamente utilizados como fonte de energia em indústrias

e meios de transportes. Com o advento da petroquímica, além da utilização dos

derivados, centenas de novos compostos são produzidos tornando os hidrocarbo-

netos fundamentais no desenvolvimento de plásticos, borrachas, tintas, corantes,

solventes, explosivos, produtos farmacêuticos, cosméticos, entre outros. Portanto, o

petróleo além de produzir combustível, tornou-se imprescindível para as facilidades

e comodidades cotidianas (THOMAS, 2001).

No Brasil, as pesquisas em petróleo alavancaram com o monopólio estatal associ-

ado à criação da Petrobras, em 1953. Desde sua criação, a Petrobras já descobriu

petróleo nos estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte,

Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo, e Santa

Catarina. A produção de petróleo no Brasil cresceu de 750 m3 /dia na época da

criação da Petrobras para mais de 182.000 m3 /dia no nal dos anos 90, devido aos

contínuos avanços tecnológicos de perfuração e produção na plataforma continental

(THOMAS, 2001).

A extração dos hidrocarbonetos é feita retirando-se os uidos do interior das rochas

de formações geológicas chamadas de reservatórios. Para que o uido seja elevado

1
até a superfície, é necessária a existência de um poço de petróleo que funciona

como um canal para o escoamento do petróleo. Quando o uido multifásico chega

à superfície ele é direcionado para uma planta de processamento primário que irá

realizar a separação das principais fases presentes no uido e o tratamento do óleo

para o reno, e da água para o descarte (RIBEIRO, 2012).

Quando a pressão do reservatório é sucientemente alta, os uidos contidos em

seu interior alcançam livremente a superfície, sendo denominados produzidos por

elevação natural. Nesses casos, toda a energia utilizada para elevar os uidos é

proveniente do reservatório. Os poços que produzem dessa forma são chamados de

poços surgentes (THOMAS, 2001).

Quando a pressão do reservatório não é alta o suciente, os uidos não conse-

guem chegar até a superfície, sendo necessária a utilização de métodos articiais de

elevação. O mesmo acontece quando os poços estão no nal de sua vida produtiva

por surgência ou quando a vazão do poço se encontra abaixo do seu potencial de

produção (THOMAS, 2001).

O principal método de elevação articial é o gas-lift conforme indica a Figura

1.1, que consiste em aplicar gás comprimido no espaço anular do poço para que

este seja injetado no fundo da coluna de produção diminuindo a densidade média

do uido elevado. Dessa forma, o uido se torna mais leve diminuindo a perda de

carga gravitacional, o que possibilita maiores vazões de produção na saída do poço

(RIBEIRO, 2012).

No Brasil, a maior parte do óleo produzido é extraído de campos oshore sendo

o gas-lift o principal método de elevação utilizado nesses poços (RIBEIRO, 2012).

2
Figura 1.1: Divisão percentual dos métodos de elevação do petróleo na produção
da Petrobras em 2009 Fonte: (RIZZO FILHO, 2011)

1.1 Objetivo
Uma vez que o poço passa a produzir através da injeção de gás, a vazão de injeção

se torna um fator importante para maximizar a vazão de produção na saída do poço.

O objetivo deste trabalho é utilizar um método de controle adaptativo de busca

extremal para encontrar a vazão de injeção de gás em um poço que maximiza sua

produção de óleo em regime permanente. Dessa forma, espera-se obter um ganho

nanceiro para exploração de um poço de petróleo e, com um resultado positivo do

algoritmo, tornar possível a aplicação do método para diferentes funções objetivo.

Através deste trabalho também espera-se compreender melhor a dinâmica do poço

operando por gas-lift e a aplicação do método de busca extremal em modelos está-

ticos e dinâmicos.

1.2 Estrutura do Trabalho


Este trabalho está organizado da seguinte forma:

No Capítulo 3 são apresentados os modelos matemáticos para poços operando por

gas-lift e uma interpretação física das equações. Nele também é feita uma expansão

do modelo para interpretação do ponto de vista de controle. Os modelos estáticos e

dinâmicos são implementados computacionalmente e são apresentados os resultados

a estimulações com diferentes sinais. Por último, é proposto um novo modelo uti-

3
lizando ltros passa-baixa para representar de forma simplicada o funcionamento

do sistema.

O Capítulo 4 apresenta a formulação do problema do ponto de vista de busca

extremal, com uma explicação em seguida do funcionamento do método. O algo-

ritmo então é aplicado através de simulações em uma função estática como exemplo

para avaliar seu comportamento, e em seguida no modelo dinâmico do poço imple-

mentado no Capítulo 3. Os resultados e críticas do método são apresentados e são

propostas novas estratégias para melhorar o desempenho do algoritmo.

O trabalho é nalizado com conclusões, contribuições do trabalho e sugestões de

trabalhos futuros.

4
Capítulo 2

Revisão Bibliográca

A busca pela maximização da produção de petróleo em plataformas vem sendo

objeto de estudo do meio acadêmico. Com a atual demanda de óleo como energia

e matéria prima fundamentais nos principais segmentos da sociedade, o capital en-

volvido nesse setor é extremamente signicativo. Nesse contexto, pequenos ganhos

percentuais representam ganhos altos nanceiros, o que estimula o desenvolvimento

de estudos em novas técnicas de controle e otimização de processos.

Na literatura, a maioria dos trabalhos busca melhorar as condições de operação

dos poços através de um controle regulatório, manipulando o choke de produção.

Dessa forma, é possível aumentar a produção variando os set points das vazões de

injeção de gás com técnicas de controle ou de otimização.

Em EIKREM et al. (2005) é feita uma modelagem matemática para o sistema

de gas-lift em poços de petróleo a m de estudar os princípios físicos das golfadas

severas, oscilações na saída do poço causadas pelo fenômeno cíclico de instabilidades

casing head. Neste trabalho, é utilizada uma malha fechada de controle proporcional-

integral (PI) para manipular a abertura do choke de produção levando as pressões

de fundo de poço e da cabeça do poço para um set point desejado. Dessa forma, o

processo se torna não oscilatório permitindo maiores aberturas do choke de produção


e, consequentemente, maior produção de óleo. O modelo matemático foi validado

5
experimentalmente e atualmente é a principal modelagem utilizada em estudos de

controle de gas-lift.

Figura 2.1: Curva de gas-lift com a região ótima de injeção de gás para poços com
instabilidade casing head. Fonte: (EIKREM et al., 2004)

Outros trabalhos do mesmo grupo também podem ser destacados. Em EIKREM

et al. (2002) o controle é aplicado para um modelo com dois poços compartilhando
a mesma fonte de gás. Em EIKREM et al. (2004) o modelo de poço simples passa
por um processo de estimação de estados utilizando um ltro de Kalman, enquanto

em AAMO et al. (2004) o mesmo processo é feito substituindo o ltro por um

observador. Em IMSLAND et al. (2004) o processo é estabilizado através de uma

realimentação de estados.

Em RIZZO FILHO (2011), a equação elaborada por Alarcón é utilizada como

modelo de ajuste para a curva de performance de poço (CPP) com o objetivo de

encontrar a taxa ótima com restrições de gas-lift em grupos de poços, com maior

representatividade. No trabalho é feita uma análise comparativa em termos de

ganhos na vazão de óleo no poço entre a CPP proposta por Alarcón e o modelo de

segunda ordem tradicional. Essa análise é validada em um estudo de caso utilizando

o método de mínimos quadrados para ajustar as curvas a dados reais coletados de um

poço. O trabalho mostra também a robustez do algoritmo não linear de otimização

Gradiente Reduzido Generalizado em comparação com o algoritmo Genético.

6
RIBEIRO (2012), em seu trabalho, fez alterações no modelo de poço proposto

por EIKREM et al. (2005) para considerar as perdas de carga causadas pelo atrito
ao trabalhar com maiores vazões de injeção de gás. Esse modelo foi conectado

a um modelo de riser desenvolvido por SKOGESTAD e STORKAAS (2002) e de

separador desenvolvido por NUNES (1994), de forma que a linha de gás da saída

do separador trifásico alimentasse o compressor do sistema de injeção de gás no

poço. Durante o trabalho, foi implementado um modelo computacional no simulador

EMSO ( Environment for Modelling Simmulation and Optimization ) (SOARES e

SECCHI, 2003) que representa uma unidade de produção oshore, contemplando o


sistema do poço até a planta de processamento. Nesse modelo, é então aplicado um

algoritmo de controle preditivo multivariável para encontrar a vazão de injeção de

gás que maximiza a produção de óleo na saída do separador. O trabalho COTA e

REIS (2012) também apresenta controle preditivo aplicado a sistemas de produção

oshore.

Figura 2.2: Esquema simplicado de uma planta operando por gas-lift. Fonte:
(PALKE, 1996)

NOGUEIRA (2012), em seu trabalho, utiliza o modelo de poço de EIKREM et al.


(2005) modicado por RIBEIRO (2012) para identicar um modelo de Hammerstein

como uma função estática não linear seguida de uma dinâmica linear. O novo modelo

é utilizado em conjunto com métodos de controle adaptativo de busca extremal para

7
encontrar a vazão de injeção que maximiza a produção de óleo em um poço operando

por gas-lift sem restrições.

Figura 2.3: Modelo de Hammerstein. Fonte: (SANTOS, 2007)

A diculdade de estimar curvas de performance de poço (CPP) conáveis atra-

vés de modelos matemáticos de processos não lineares e com incerteza paramétrica

motivou a busca por um método adaptativo que fosse robusto para esse tipo de

problema. A busca extremal é um método de otimização em tempo-real, não base-

ado em modelo para supostos sistemas com mapeamento em equilíbrio não linear,

contendo pontos de mínimos ou máximos locais. O algoritmo encontra o ótimo do

sistema estimando o gradiente de uma função objetivo levando o gradiente para zero.

A estimativa do gradiente é feita através de aplicação de uma perturbação periódica,

em geral senoidal. O interesse pela busca extremal ressurgiu recentemente com aná-

lise de estabilidade realizada em KRSTI‚ e WANG (2000) para sistemas contínuos

e CHOI et al. (2002) para sistemas discretos. Nos trabalhos é feita a primeira prova

formal de estabilidade para esse método de controle, demonstrando as condições de

estabilidade e a forma de sintonizar o controlador.

O algoritmo de busca extremal vem apresentando uma série de trabalhos na lite-

ratura com aplicações bem sucedidas, incluindo o rastreamento do ponto de maior

potência em células fotovoltaicas YAU e WU (2011), correspondência de feixes de

partículas SCHUSTER et al. (2007), controle de instabilidades na combustão BA-

NASZUK et al. (2004), maximização de aumento da pressão em compressores axi-


ais de uxo WANG et al. (2000) e minimização de ciclos limite WANG e KRSTÍC
(2000). Outros estudos propondo melhorias no algoritmo incluem GHAFFARI et al.
(2012) onde o método de estimação do gradiente é comparado com o método de New-

ton, e KRSTÍC (2000) onde são demonstradas as limitações do algoritmo de busca

8
extremal e formas de melhorar seu desempenho.

Outras estratégias de controle via busca busca extremal podem ser encontradas em

OLIVEIRA et al. (2012) e PEIXOTO e OLIVEIRA (2012) que utilizam controle por
modo deslizante associado à busca extremal. Em PEIXOTO e OLIVEIRA (2014)

uma realimentação de saída é utilizada para sistemas não lineares com grau relativo

arbitrário e em OLIVEIRA et al. (2011) a realimentação de saída e o controle por


modo deslizante é feito através de chaveamentos periódicos.

9
Capítulo 3

Modelo do Poço

Este trabalho tem o objetivo de estudar a aplicação de métodos de controle por

busca extremal manipulando a vazão de gás injetado em um poço para maximizar

sua produção de óleo em regime permanente.

Para simular o efeito do algoritmo de busca extremal no processo foi implementado

um modelo matemático computacional da dinâmica do poço. O modelo de poço

utilizado foi descrito em EIKREM et al. (2005) e modicado em RIBEIRO (2012)


para contemplar as perdas de cargas por atrito geradas para condições de altas

vazões de injeção de gás. Este modelo havia sido implementado no simulador EMSO

( Environment for Modeling Simulation and Optimization ) em RIBEIRO (2012) e

integrado ao simulador Simulink através de uma interface. O mesmo modelo foi

implementado em uma s-function do Matlab para validar a equivalência dos modelos.


Dessa forma, foi possível observar o comportamento do sistema tanto em malha

aberta quanto em malha fechada com o controle.

Durante o trabalho também foi identicado um novo modelo linear seguido de

ltros passa-baixa cujo comportamento melhor aproximasse as características di-

nâmicas do sistema. O objetivo foi analisar a sensibilidade das variáveis para, em

conjunto com as equações do modelo não-linear, encontrar a melhor sintonia para

os parâmetros de controle.

10
A seguir são mostrados os modelos matemáticos implementados, as modicações

realizadas e o novos modelos propostos.

3.1 Modelo de Eikrem


O modelo base escolhido para representar a dinâmica do poço de produção foi

descrito por EIKREM et al. (2005) com o objetivo de estudar os princípios físicos do
fenômeno de golfadas severas ( casing head instabilities ). O presente fenômeno ocorre

em poços sob condições especícas de geometria, abertura do choke de produção e

vazão de injeção de gás. Nesses poços, quando a vazão de gás injetado é baixa,

ocorre um processo cíclico de abertura e fechamento da válvula de injeção de gás

na coluna causando oscilações na vazão de óleo na saída. Essas oscilações, além de

diminuírem o nível total de produção causam sérios problemas no processamento

dos equipamentos a jusante do poço. O trabalho de HU (2004) contém maiores

informações sobre o fenômeno de casing head instabilities. O modelo de EIKREM

et al. (2005) foi validado experimentalmente e é largamente utilizado na literatura.

A modelagem considera várias hipóteses para realizar simplicações matemáticas,

capturando melhor o efeito das golfadas. As principais são:

• Pressão do reservatório pr é considerada constante.

 Devido ao grande tamanho dos reservatórios, essa pressão diminui lenta-

mente com o passar dos anos como consequência da depletação do poço

(perda de pressão).

• Pressão a jusante do choke ps é considerada constante.

 Supondo que existe uma malha fechada de controle que a mantém xa,

ou por características da linha ou do equipamento a jusante do poço.

• Vazões que passam pelas válvulas possuem apenas um sentido.

11
Figura 3.1: Poço operando por gas-lift. Fonte: (EIKREM et al., 2005)

 As válvulas são consideradas check valves, ou seja, válvulas que permitem


passagem em apenas um sentido.

• Escoamento bifásico na coluna, considerando água e óleo como uma única fase.

 O uido que vem do reservatório, em geral, é multifásico contendo óleo,

gás-natural, água e sedimentos sólidos.

• Razão gás-óleo (rgo ) constante.

• Massas de gás e óleo variando lentamente.

• Massa molar do gás e massa especíca do óleo consideradas constantes.

• Temperatura do anular e da coluna de produção consideradas constantes.

12
Figura 3.2: Poço operando por gas-lift com a representação das pressões e vazões
do modelo. Fonte: Adaptado de (EIKREM et al., 2005)

O processo é modelado por um sistema não linear e possui três estados que cor-

respondem a balanços de massa, sendo x1 a massa de gás no anular, x2 a massa de

gás na coluna de produção e x3 a massa de óleo na coluna de produção acima do

ponto de injeção. Através da Figura 3.2 observa-se que:

x˙1 = wgc − wiv , (3.1)

x˙2 = wiv + wrg − wpg , (3.2)

x˙3 = wro − wpo , (3.3)

13
Onde ˙ representa diferenciação com relação ao tempo, wgc é a vazão de injeção

de gás no anular e corresponde à variável de entrada do sistema u1 , wiv é a vazão

do anular para a coluna de produção, wrg é a vazão de gás do reservatório para a

coluna de produção, wpg é a vazão de gás que passa pelo choke de produção, wro é

a vazão de óleo do reservatório para a coluna de produção, e wpo é a vazão de óleo

produzido que passa pelo choke de produção e corresponde à variável de saída do

sistema y.

y = wpo , (3.4)

Todas as vazões descritas são vazões mássicas e são modeladas da seguinte forma:

wgc = u1 , (3.5)


wiv = Civ ρa,i max{0, pai − pwi }, (3.6)


wpc = Cpc ρm max{0, pwh − ps }u2 , (3.7)

x2
wpg = wpc , (3.8)
x2 + x3

x3
wpo = wpc , (3.9)
x2 + x3

wro = Cr ρ0 (pr − pwb ), (3.10)

wrg = rgo wro , (3.11)

Civ e Cpc são as constantes das válvula, u1 é a vazão de injeção de gás no anular,

u2 é a abertura do choke de produção [u(t) ∈ [0, 1]], ρai é a densidade de gás no

anular no ponto de injeção da coluna, ρm é a densidade da mistura óleo e gás na

cabeça do poço, ρ0 é a densidade do óleo do reservatório e v0 é o volumoe especíco

1
do óleo do reservatório. Uma vez que o óleo é considerado incompressível, v0 = ρ0
.

A pressão pai é a pressão no anular no ponto de injeção da coluna, pwh é a pressão

na coluna no ponto de injeção da coluna, pwb é a pressão no fundo do poço, ps é

14
a pressão no mainfold a jusante do poço, onde pressupõe-se que existe um controle

para manter essa pressão constante, e pr que é a pressão do reservatório longe do

poço, também considerada constante. O parâmetro rgo representa a razão gás/óleo

vazão do reservatório para a coluna e é considerado constante.

Através das equações das vazões, é possível observar que todas as vazões mássicas

resultam do diferencial de pressão entre determinados pontos do poço. Para que

óleo ua do reservatório para os equipamentos a jusante do poço, é necessário que

pr > pwb , (3.12)

pwh > ps , (3.13)

Adiante será mostrado que, por denição pwb é maior que pwi , que é maior que

pwh . Portanto, para haver uxo:

pr > pwb > pwi > pwh > ps , (3.14)

É possível observar também através da equação (3.6) que para haver injeção de

gás na coluna de produção:

pai > pwi (3.15)

A presença das check valves no modelo é denida como a função máximo, nas

equações (3.6) e (3.7), impedindo que ocorra uxo negativo pelas válvulas. Dessa

forma, o uxo é permitido em apenas um sentido. Durante este trabalho, todas as

pressões obedecem as condições acima, ou seja, pai > pwi , pr > pwb e pwh > ps .
Por esse motivo, a função máximo será removida dessas equações no restante do

trabalho.

Do ponto de vista de controle, o sistema possui dois pontos de atuação: vazão

de injeção de gás (u1 ) e a abertura do choke de produção (u2 ). O modelo parte

15
do pressuposto de que existe uma malha fechada rápida responsável por controlar

a vazão de injeção de gás através da abertura do choke de gás e da dinâmica do

compressor. Desa forma, é possível atuar diretamente na vazão wgc .

Diferentemente do choke de injeção de gás, a atuação do choke de produção é

modelada através da abertura da válvula que pode variar de 0 a 1. Durante este

trabalho, é considerado que o choke está sempre 100% aberto para maximizar a

produção de óleo, portanto u2 = 1 no restante deste trabalho.

Feitas essas observações, as equações (3.6) e (3.7) podem ser reescritas da seguinte

forma.


wiv = Civ ρa,i (pai − pwi ), (3.16)


wpc = Cpc ρm (pwh − ps ), (3.17)

As densidades são modeladas da seguinte forma:

M
ρai = pai , (3.18)
RTa

x2 + x3 − ρo Lr Ar
ρm = , (3.19)
Lw Aw

1
ρ0 = = cte, (3.20)
v0

16
As pressões são modeladas da seguinte forma:

( )
RTa gLa
pai = + x1 , (3.21)
Va M Va

RTw x2
pwh = , (3.22)
M Lw Aw + Lr Ar − vo x3

g
pwi = pwh + (x2 + x3 − ρo Lr Ar ), (3.23)
Aw

pwb = pwi + ρo gLr , (3.24)

Onde R é a constante universal dos gases ideais, Ta é a temperatura no anular,

Va é o volume do espaço anular, M é a massa molar do gás,La é o comprimento

do espaço anular, g é a aceleração da gravidade, Tw é a temperatura da coluna, Aw

é a área da seção circular transversal da coluna acima do ponto de injeção, Lw é

o comprimento da coluna acima do ponto de injeção, Ar é área da seção circular

transversal da coluna abaixo do ponto de injeção e Lr é o comprimento da coluna

abaixo do ponto de injeção.

x
Reescrevendo a lei natural dos gases P V = nrT considerando que n= M
, tem-se

que:

xRT
PV = (3.25)
M

Com o auxílio da equação acima é possível interpretar a equação (3.21) como se

a pressão pai representasse a pressão do gás ideal no anular somada à sua pressão

hidrostática aplicada na altura do ponto de injeção da coluna.

Da mesma forma, considerando que Lw Aw + Lr Ar − v0 x3 representa o volume

de gás na coluna de produção, conclui-se que a equação (3.22) calcula a pressão de

gás no topo da coluna como a pressão de gás ideal. As equações (3.23) e (3.24)

podem ser analisadas como diferenciais de pressões em pontos verticais da coluna,

sendo calculadas então através da pressão hidrostática gerada pelo peso dos uidos

17
na seção transversal (área) no ponto determinado.

Dessa forma, foi observado que:

g g
pwi − pwh = ∆Ph1 = mog = (x2 + x3 − ρ0 Lr Ar ), (3.26)
Aw Aw

g g
pwb − pwi = ∆Ph2 = mo = Vr ρ0 = gLr ρ0 , (3.27)
Ar Ar

Onde mog é a massa da mistura óleo e gás acima do ponto de injeção da coluna,

mo é a massa de óleo abaixo do ponto de injeção da coluna e Vr é o volume da coluna

abaixo do ponto de injeção de gás. Essas equações mostram a diferença de pressão

entre o fundo do poço e a válvula de gas-lift, e entre a válvula de gas-lift e a cabeça

do poço.

É importante observar que as equações não consideram nenhuma perda de carga

gerada pelo atrito do uido nas paredes da coluna. Essa perda de carga será acres-

centada ao modelo no próximo tópico.

3.2 Modelo de Eikrem Modicado


O modelo descrito por EIKREM et al. (2005) foi criado para estudar o fenômeno
de oscilações severas ( casing head instabilities ). Para destacar esse efeito dos demais

presentes no processo de elevação em um poço são feitas diversas simplicações. Uma

das principais simplicações encontradas no trabalho de EIKREM et al. (2005) é o


fato do mesmo desprezar as perdas de carga causadas pelo atrito dos uido na parede

da coluna de produção. Caso o atrito fosse realmente desprezível, o aumento da

taxa de gás deixaria sempre a mistura mais leve, diminuido o gradiente hidrostático.

Dessa forma, seria muito mais fácil elevar o líquido gerando sempre aumento na

saída do choke de produção do poço, o que não acontece na prática.

18
Na prática, quando o poço trabalha com altas vazões de gas-lift, a força que o

uido exerce sobres as paredes da tubulação enquanto está sendo elevado mudam

(NUNES et al., 2010). Esse comportamento faz com que, a partir de determinado

ponto, a perda de carga pelo atrito com a parede se torne relevante comparada

à pressão hidrostática, de forma que um aumento da injeção de gás causa uma

diminuição na produção de óleo do poço.

Durante este trabalho, é considerado que a única restrição para o uso de injeção

de gás é que a vazão de gas-lift deve ser sempre positiva, portanto o trabalho admite

vazões altas de gas-lift. Por esse motivo, é fundamental considerar neste trabalho a

perda de carga por atrito. Essa perda terá um papel importante na curvatura da

CPP e no ponto de máximo do sistema.

Nesse contexto, em RIBEIRO (2012) são propostas algumas modicações no mo-

delo de EIKREM et al. (2005) para contemplar as perdas de carga por atrito. Esse

modelo foi denominado como Modelo de Eikrem Modicado.

Para iniciar a adição das perdas de carga causadas pelo atrito, é necessário retomar

as duas equações de diferenciais de pressão (3.26) e (3.27) denidas na seção anterior:

g g
pwi − pwh = ∆Ph1 = mog = (x2 + x3 − ρ0 Lr Ar ), (3.28)
Aw Aw

g g
pwb − pwi = ∆Ph2 = mo = Vr ρ0 = gLr ρ0 , (3.29)
Ar Ar

É possível observar que essas duas equações consideram apenas a pressão hidros-

tática dos uidos. Portanto para considerar a perda de carga por atrito deve somado

um termo ∆Pf no lado direito da equação.

pwi − pwh = ∆Ph1 + ∆Pf 1 (3.30)

pwb − pwi = ∆Ph2 + ∆Pf 2 (3.31)

19
A perda de carga ∆Pf é uma função do gradiente de pressão sobre o comprimento

da coluna, sendo denida como ∆Pf = gradf L, onde L representa a distância linear
de escoamento.

O gradiente de pressão linear é normalmente apresentado na literatura como a

derivada da pressão em relação ao deslocamento linear.

dp
gradf = − , (3.32)
dz

Em geral, esse gradiente é calculado dividindo todo o trecho de escoamento linear

em segmentos tão pequenos quanto se quiser de resolução. Nesse trabalho, como o

objetivo não é estudar o regime de escoamento, o gradiente será calculado em dois

segmentos:

• Do fundo do poço pwb até o ponto de injeção de gás na coluna pwi .

• Do ponto de injeção de gas na coluna pwi até a cabeça do poço pwh .

No trabalho de RIBEIRO (2012), é utilizada a equação de Darcy-Weisbach devido


à sua grande aceitação na indústria do petróleo e sua simplicidade para implemen-

tação computacional.
( )
ρv 2
gradf = fa (3.33)
2D

Onde fa é o fator de atrito, ρ é a massa especíca do uido, v é a velocidade linear

do uido e D é o diâmetro da tubulação.

O fator de atrito fa da equação de Darcy-Weisbach depende do:

• Regime de Escoamento (laminar ou turbulento)

• Número de Reynolds (Re )

• Rugosidade absoluta da tubulação (ϵ)

 Neste trabalho, o tubo será considerado liso, ou seja, ϵ=0

20
O número de Reynolds é adimensional e utilizado em mecânica dos uidos para

determinar o regime de escoamento (laminar ou turbulento) de uidos em uma

tubulação (PERRY e CHILTON, 1980). Esse número é denido como:

ρvD
Re = , (3.34)
µ

Onde ρ é a massa especíca do uido, v é a velocidade linear do uido, D é o

diâmetro da tubulação e µ é a viscosidade dinâmica do uido.

Considera-se que o uido tem regime de escoamento laminar se Re < 2300. Nesse

caso, o coeciente de atrito fa é calculado como:

fa = 64/Re , (3.35)

Considera-se que o uido tem regime de escoamento turbulento se Re > 5000.

Para valores entre 2300 e 5000, o regime é considerado transitório. Nesses casos, o

coeciente de atrito fa é expreresso pela correlação de Blasius:

fa = 0, 316Re−0,25 , para Re < 5000 (3.36)

fa = 0, 184Re−0,25 , para Re > 5000 (3.37)

As equações (3.26) e (3.27) do modelo de EIKREM et al. (2005) podem então ser
reescritas como:

g
pwi − pwh = ∆Ph1 + ∆Pf 1 = (x2 + x3 ) + gradf .Lw (3.38)
Aw

pwb − pwi = ∆Ph2 + ∆Pf 2 = ρ0 gLr + gradf .Lr (3.39)

O novo modelo foi validado através de simulações estacionárias (estado de equi-

líbrio onde as derivadas são nulas) no software EMSO. Através dessas simulações

foram geradas CPPs, curvas de vazão de óleo produzido por vazão de injeção de gás

21
no anular, cujo comportamento apresentou o resultado esperado: uma curva com

concavidade para baixo na qual, a partir de um certo ponto, o aumento no gas-lift


gera uma diminuição na taxa de produção.

No mesmo trabalho também foram obtidas as curvas de pressão dísponível (IPR -

Inow Performance Curve) e de pressão requerida (TPR - Tubing Pressure Require-

ment) que demonstraram o mesmo efeito produzido na CPP, validando ainda mais

o modelo.

22
Tabela 3.1: Tabela de símbolos do modelo

Parâmetro Descrição Unidade


x1 Massa de gás no anular kg
x2 Massa de gás na coluna de produção kg
x3 Massa de óleo na coluna de produção kg
u1 Entrada correspondente à de gás do compressor para o anular kg/s
u2 Entrada correspondente à abertura do choke de produção −
wgc Vazão de gás do compressor para o anular kg/s
wiv Vazão de gás pela válvula de injeção de gás na coluna de produção kg/s
wpc Vazão da mistura gas|óleo pelo choke de produção kg/s
wrg Vazão de gás do reservatório para a coluna de produção kg/s
wpg Vazão de gás pelo choke de produção kg/s
wro Vazão de óleo do reservatório para a coluna de produção kg/s
wpo Vazão de óleo pelo choke de produção kg/s
ρ0 Densidade do óleo do reservatório kg/m3
ρai Densidade do gás no anular no ponto de injeção de gás na coluna de produção kg/m3
ρm Densidade da mistura gás|óleo kg/m3
pai Pressão no anular, no ponte de injeção de gás na coluna Pa
pwi Pressão na coluna, no ponte de injeção de gás na coluna Pa
pwh Pressão na cabeça do poço Pa
pwb Pressão no fundo do poço Pa
ps Pressão de superfície das linhas a jusante do choke de produção Pa
pr Pressão média do reservatório Pa
M Massa molar do gás kg/mol
Ta Temperatura no anular K
La Comprimento do anular m
Va Volume do anular m3
Tw Temperatura na coluna de produção K
Lw Comprimento da coluna de produção acima do ponto de injeção de gás m
Aw Área da seção transversal da coluna de produção acima do ponto de injeção de gás m2
Lr Comprimento da coluna de produção abaixo do ponto de injeção de gás m
Ar Área da seção transversal da coluna abaixo do ponto de injeção de gás m2
Civ Constante de válvula da válvula de injeção de gás na coluna m2
Cpc Constante de válvula da válvula do choke de produção m2
Cr Constante de válvula para a vazão do reservatório m2
rgo Razão gás/óleo do reservatório −
v0 Volume especíco de óleo m3 /kg
R Constante universal de gases J/Kmol
g Aceleração da gravidade m/s2
gradf Gradiente de perda de pressão por atrito P a/m
fa Fator de atrito −
ρ Densidade do uido kg/m3
v Velocidade linear do uido m/s
D Diâmetro da tubulação m
Re Número de Reynolds −
µ Viscosidade dinâmica do uido kg/(ms)
ϵ Rugosidade da parede da tubulação m

23
3.3 Modelo do Ponto de Vista de Controle
Através das análises feitas nas seções 3.1 e 3.2, é possível interpretar as equações

dos modelos com maior clareza. Entretanto, as equações separadas impedem que

seja feita uma análise macro do espaço de estados. Nesta seção, as equações do

modelo de Eikrem Modicado foram reescritas no formato de controle, para agregar

mais informações sobre o comportamento do sistema.

Inicialmente, foi observada a interdependência entre os estados e suas variáveis,

assim como sua relação com as entradas do sistema. Através da simples análise dos

termos das equações de estados (3.1), (3.2) e (3.3), é possível concluir que:


x˙1 = u1 − φ1 (x1 , x2 , x3 ), 






x˙2 = φ1 (x1 , x2 , x3 ) − φ2 (x2 , x3 ),

Formato de Controle (3.40)


x˙3 = φ3 (x2 , x3 ) − φ4 (x2 , x3 ), 





y = φ4 (x2 , x3 ), 

Com o modelo escrito desta forma pode-se notar que que a saída do sistema y não

depende diretamente da entrada u1 . O termo u1 irá aparecer apenas na segunda

derivada de y. Dessa forma, conclui-se que o sistema possui grau relativo dois.

24
As funções φi , são expandidas da seguinte forma:


k˜2 x1 x2
φ1 (x) = k˜1 x21 − − k˜4 x1 x2 − k˜4 x1 x3 , (3.41)
k˜3 − x3
( )√
x2 (x2 + x2 x3 )
φ2 (x) = k˜5 2 − k˜6 x2 − k˜6 x3 , (3.42)
x2 + x3 ˜
k3 − x3

k˜8 x2
φ3 (x) = k˜7 − − k˜9 x2 − k˜9 x3 , (3.43)
˜
k3 − x3
( )√
x3 (x2 + x2 x3 )
φ4 (x) = k˜5 2 − k˜6 x2 − k˜6 x3 , (3.44)
x2 + x3 k˜3 − x3

(3.45)

As constantes do sistema foram substituídas por k̃i .

Com essas expansões, o sistema pode ser reescrito diretamente como:


k˜2 x1 x2
x˙1 = u1 − k˜1 x21 − − k˜4 x1 x2 − k˜4 x1 x3 , (3.46)
k˜3 − x3

k˜2 x1 x2
x˙2 = k˜1 x21 − − k˜4 x1 x2 − k˜4 x1 x3
k˜3 − x3
( )√ (3.47)
x2 (x2 + x2 x3 )
− k˜5 2 − k˜6 x2 − k˜6 x3 ,
x2 + x3 k˜3 − x3

k˜8 x2
x˙3 = k˜7 − − k˜9 x2 − k˜9 x3
k˜3 − x3
( )√ (3.48)
x3 (x2 + x2 x3 )
− k˜5 2 − k˜6 x2 − k˜6 x3 ,
x2 + x3 ˜
k3 − x3

( )√ 2
x3 (x + x2 x3 )
y= k˜5 2 − k˜6 x2 − k˜6 x3 , (3.49)
x2 + x3 k˜3 − x3

As equações acima representam de forma explícita o espaço de estados do sistema.

Para simplicar os cálculos, a não linearidade acrescentada por RIBEIRO (2012) não

foi considerada durante a expansão e o óleo vindo do poço foi considerado puro, sem

25
gás diluído (rgo = 0).

3.4 Implementação do Modelo Estático

3.4.1 Análise Teórica

Antes de estudar o comportamento dinâmico do sistema, foi feita uma análise do

seu comportamento estático, ou seja, quando o sistema está em equilíbrio. Portanto,

as derivadas do sistema foram igualadas a zero conforme as equações abaixo:

0 = wgc − wiv , (3.50)

0 = wiv + wrg − wpg , (3.51)

0 = wro − wpo , (3.52)

Através das equações (3.50), (3.51) e (3.52) é possível perceber que quando o

sistema entra em equilíbrio, a vazão wgc se iguala a wiv , wro se iguala a wpo , e wpg

se iguala à soma de wiv com wrg :

wiv = wgc = u1 , (3.53)

wpg = wiv + wrg , (3.54)

wro = wpo = y, (3.55)

Verica-se também que através das equações (3.11) e (3.9) que:

wrg = rgo wro = rgo wpo = rgo y, (3.56)

Da mesma forma, através das equações (3.8), (3.17) e (3.9), tem-se que:

x2 x2 x2
wpg = wpc = wpo = y, (3.57)
x2 + x3 x3 x3

26
Portanto, a equação (3.54) pode ser reescrita como:

( )
x2
wiv = − rgo y, (3.58)
x3

Como wiv = wgc = u1 , é possível escrever uma relação direta entre a entrada u1 e

a saída y:

( )
x2
u1 = − rgo y, (3.59)
x3

u1
y= , (3.60)
x2
x3
− rgo

Essa fórmula corresponde justamente à curva de performance de poço que deter-

mina a relação entre vazão de injeção de gas-lift e a produção de óleo em regime

permanente. O ponto de máximo dessa curva corresponde ao ponto de máxima

produção desejado. Essa equação servirá de base para a identicação de um novo

modelo na Seção 3.6.

3.4.2 Análise de Resultados

Utilizando o comando fsolve com o método de otimização trust-region-reective,


foi criado um script de Matlab com todas as equações do modelo de Eikrem Mo-

dicado para obter a solução do sistema de equações não lineares estático, com as

derivadas dos estados x1 , x2 e x3 iguais a zero. Dessa forma, é possível observar o

comportamento em regime de todas as variáveis do sistema em função da entrada

u1 em wgc .

Os valores dos parâmetros utilizados no modelos representam dados dimensionais

reais de um poço em produção. A tabela a seguir apresenta os valores utilizados:

27
Tabela 3.2: Parâmetros do Poço

Parâmetro Valor Unidade


M 0.028 kg/mol
Ta 293 K
La 230.87 m
Va 29.012 m3
ρ0 923.9 kg/m3
Tw 293 K
Lw 1217 m
Aw 0.203 m2
Lr 132 m
Ar 0.203 m2
Civ 15 × 10−5 m2
Cpc 1.655 × 10−3 m2
Cr 2.623 × 10−4 m2
rgo 0.0818 −
R 8.314 J/Kmol
g 9.81 m/s2
µ 1 × 10−3 cP
ps 3.704669 × 106 Pa
pr 2.5497295 × 107 Pa

A primeira curva traçada foi a curva de performance de poço, correspondente à

equação (3.60) e objeto principal desse trabalho. O algoritmo permitiu que a curva

fosse traçada com uma boa resolução, apresentando a esperada concavidade para

baixo, demonstrando que existe uma vazão de gas-lift que maximiza a produção de

óleo. A vazão de produção máxima em equilíbrio encontrada foi wpo = 31.5092 kg/s

para a vazão de entrada wgc = 2.68 kg/s.

31.6

31.4

31.2
wpo [kg/s]

31

30.8

30.6

30.4
0 2 4 6 8 10
wgc [kg/s]

Figura 3.3: Curva de performance de poço obtida pelo modelo estático

28
As curvas das massas do sistema estático mostram que à medida que a injeção de

gás aumenta, a massa de gás presente na coluna e no anular aumentam, enquanto a

massa de óleo presente na coluna diminui. Ou seja, x1 e x2 aumentam enquanto x3


diminui.

9000

8000

7000

6000
x1 [kg]

5000

4000

3000

2000
0 2 4 6 8 10
wgc [kg/s]

Figura 3.4: Curva da massa de gás no anular x1 pela entrada wgc

1
Através da equação (3.60) e do comportamento das curvas u1 e (x2/x3−rgo )
é possível

justicar a concavidade da CPP. Enquanto o termo u1 cresce linearmente, o termo

1
(x2/x3−rgo )
decresce de forma não linear já que x2 cresce, x3 diminui e rgo é uma

constante muito pequena.

Outra observação importante é que o valor de injeção de gás no anular wgc que

maximiza a produção de óleo é o mesmo que minimiza a pressão no ponto de injeção

de gás na coluna pwi , e consequentemente, minimiza a pressão de fundo de poço pwb .

Através da análise estática do sistema foi possível obter muitas informações sobre

o funcionamento do modelo. Os resultados mostram a relação entre a entrada e

a saída do sistema em função dos estados x2 e x3 . Dessa forma, é de se esperar

que através de uma realimentação de estados com estimativas dos estados x2 e x3 ,

29
4
x 10
2

1.8

1.6
x2 [kg]

1.4

1.2

0.8
0 2 4 6 8 10
wgc [kg/s]

Figura 3.5: Curva da massa de gás na coluna x2 pela entrada wgc


4
x 10
11

10

8
x3 [kg]

4
0 2 4 6 8 10
wgc [kg/s]

Figura 3.6: Curva da massa de óleo na coluna x3 pela entrada wgc

possa ser desenvolvido um controle muito mais eciente. Foi possível também obter

uma explicação para a existência da concavidade para baixo na CPP, através de

análise das variáveis intermediárias do sistema. Descobrir também que o ponto que

máximiza a produção wpo é o mesmo que minimiza as pressões pwi e pwb demonstra

que o problema pode ser reformulado para encontrar a entrada que minimiza essas

pressões. Os resultados obtidos nessa seção serão ainda utilizados na Seção 3.6

durante o desenvolvimento de um novo modelo para o poço.

30
25
wgc [kg/s]
1/(x2/x3−rgo) [−]
20

15

10

0
0 2 4 6 8 10
wgc [kg/s]

Figura 3.7: Curvas auxiliares para justicativa da concavidade da CPP

6
x 10
11
Pwi [Pa]
Pwb [Pa]
10.5

10

9.5

8.5
0 2 4 6 8 10
wgc [kg/s]

Figura 3.8: Curva da pressão no ponto de injeção de gás na coluna pwi e da pressão
de fundo de poço pwb

3.4.3 Aproximações para o modelo

As não linearidades apresentadas pelo modelo motivaram a busca por aproxima-

ções para as curvas das variáveis. Com o conhecimento dessas aproximações, existe

a possibilidade de implementar observadores para o sistema, que podem auxiliar no

desenvolvimento de novas estratégias para o problema.

31
A primeira observação feita foi que a pressão da cabeça do poço pwh dependia dos

estados x2 e x3 conforme a equação (3.22). Foi proposta então uma aproximação no

formato:

pwh = apwh1 x2 + apwh2 x3 + apwh3 , (3.61)

Partindo do conhecimento da relação estática entre pwh , x2 e x3 identicadas

na Seção 3.4 foi possível utilizar o método de mínimos quadrados para encontrar

os coecientes da aproximação. Conhecendo o termo pwh aproximado, a pressão

no ponto de injeção na coluna pwi e a pressão de fundo de poço pwb puderam ser

derivadas dessa aproximação desprezando o fator de atrito adicionado na Seção 3.2.

As equações (3.23) e (3.24) tornam possíveis as seguintes aproximações:

pwi = apwi1 x2 + apwi2 x3 + apwi3


( ) ( ) ( ) (3.62)
g g g
= apwh1 + x2 + apwh2 + x3 + apwh3 − ρ0 Lr Ar ,
Aw Aw Aw

pwb = apwb1 x2 + apwb2 x3 + apwb3


(3.63)
= apwi1 x2 + apwi2 x3 + (apwi3 + ρ0 gLr ),

As outras equações de pressões (3.21) e densidades (3.18) e (3.19) do sistema

podem ser reescritas no mesmo formato:

pai = apai1 x1 , (3.64)

ρai = aρai1 x1 , (3.65)

ρm = aρm1 x2 + aρm2 x3 + aρm3 , (3.66)

A identicação dessas aproximações podem auxiliar em uma futura elaboração de

um observador de estados para o sistema. A observação de estados pode ser uma

boa estratégia para aumentar a velocidade do controle.

32
3.5 Implementação do Modelo Dinâmico
Para realizar simulações do modelo de Eikrem Modicado foi utilizada uma imple-

mentação feita por RIBEIRO (2012) no software EMSO ( Environment for Modeling
Simulation and Optimization ). Esse software permite que usuários modelem proces-

sos complexos dinâmicos ou estacionários através da linguagem nativa EML. Além


disso, o software possui funcionalidades de vericação de consistência de condi-

ções iniciais, algoritmos de ordenação de equações, vericação de consistência entre

unidades de medida, entre o número de variáveis e incógnitas, implementação de

algoritmos de controle e de otimização, entre outros (SOARES e SECCHI, 2003).

O software EMSO possui interface com o SIMULINK/MATLAB através das con-

guração das variáveis de entrada e saída. Os valores das entradas do processo são

passados para o EMSO, que retorna o valor das saídas dos processos para o Simu-
link. Dessa forma, é possível criar diagramas de blocos de controle com o modelo

do poço encapsulado. A interface entre os dois programas pode utilizar dois tipos

de módulos: contínuo e discreto. Durante todo este trabalho, foi utilizado o módulo

contínuo de interface com o Simulink pois toda a teoria de controle do algoritmo de

busca extremal é contínua.

Figura 3.9: Modelo de Eikrem Modicado implementado no EMSO no Simulink

Ao longo deste projeto também foi implementado o mesmo modelo de Eikrem

Modicado em uma s-Function do MATLAB. A implementação foi validada atra-

vés de simulações comparando seus resultados com os resultados apresentados pelo

simulador EMSO.

Os parâmetros do poço utilizados no modelo dinâmico são iguais aos utilizados

na Seção 3.4, correpondem aos valores da tabela 3.2.

33
Figura 3.10: Modelo de Eikrem Modicado implementado em uma s-function no
Simulink

3.5.1 Validação dos Modelos Implementados

Para validar a igualdade dos dois modelos foram aplicados diferentes sinais em

suas entradas. É importante lembrar que a entrada dos modelos corresponde à vazão

de gas-lift aplicada no anular, e a saída dos modelos corresponde à taxa de vazão

de produção de óleo pelo choke.

Inicialmente, foi aplicada uma sequência de degraus positivos e negativos.

Figura 3.11: Diagrama de blocos para validação dos modelos implementados


utilizando degraus na entrada

Conforme a Figura 3.13, a resposta dos dois sistemas para o sinal de entrada

foram praticamente idênticas. A gura também mostra que para degraus positivos,

ocorre um pico que eleva a produção durante o transitório. Para degraus negativos,

o pico ocorre para baixo diminuido a produção durante o transitório.

Também foi aplicada uma senóide genérica com amplitude 1 e período de 10 mi-

nutos na entrada do sistema para vericar se as respostas continuariam semelhantes.

O resultado pode ser visto nas Figuras 3.14, 3.15 e 3.16.

34
6

4
wgc [kg/s]

0
0 1 2 3 4 5
tempo [s] x 10
4

Figura 3.12: Sequência de degraus aplicada aos modelos

34

33

32
wpo [kg/s]

31

30

29 s−function
EMSO

28
0 1 2 3 4 5
tempo [s] x 10
4

Figura 3.13: Resposta à sequência de degraus aplicada aos modelos

Verica-se que não houve diferença de amplitude, frequência, nem fase compa-

rando os dois modelos. Dessa forma, pode-se concluir que os dois modelos são equi-

valentes. No restante do trabalho, será utilizado apenas o modelo implementado no

EMSO.

35
Figura 3.14: Diagrama de blocos para validação dos modelos implementados
utilizando senóide na entrada

5
wgc [kg/s]

1
0 0.5 1 1.5 2
tempo [s] x 10
4

Figura 3.15: Senóide aplicada ao modelo

3.5.2 Análise do modelo

Observando agora apenas um modelo, é possível avaliar melhor o comportamento

do sistema. A resposta aos degraus aplicados representados na Figura 3.13 mostra

que o sistema passa por um longo transitório até alcançar um estado de regime. O

transitório dura aproximadamente 1.5 × 104 segundos ou 4.2 horas. Dessa forma:

τt = 1.5 × 104 s ≃ 4.2horas, (3.67)

τt
τp ≃ = 3 × 104 s, (3.68)
5

36
34
s−function
33.5 EMSO

33
wpo [kg/s]

32.5

32

31.5

31
0 0.5 1 1.5 2
tempo [s] x 10
4

Figura 3.16: Resposta do modelo a uma senóide

Onde τt é o tempo de acomodação do sistema e τp é a constante de tempo da

planta.

Mesmo com esse comportamento do transitório, os valores de regime continuam

seguindo a curva de performance de poço (CPP) calculada na Seção 3.4. Embora

seja aplicado um degrau de 2.5 para 5, por exemplo, o transitório apresenta aumento

de produção por um tempo, porém após o transitório, o valor de regime ca abaixo

do regime anterior. Esse comportamento está representado na Figura 3.17:

Um estudo mais detalhado da resposta a senóides foi motivado pelo algoritmo de

busca extremal que será aplicado ao modelo no próximo capítulo. O algoritmo utiliza

uma perturbação senoidal sendo, portanto, fundamental conhecer o comportamento

do sistema para diferentes entradas senoidais.

Inicialmente, foi aplicada uma senóide rápida com período de oscilação de um

minuto (60 segundos), muito menor que o transitório apresentado na resposta ao

degrau. A amplitude foi escolhida arbitrariamente como 0.5, e o nível médio da

senóide é igual a 2. Portanto, a entrada do sistema é uma senóide oscilando entre

37
35

34.5

34

33.5
wpo [kg/s]

33

32.5

32

31.5

31
0 0.5 1 1.5 2
tempo [s] 4
x 10

Figura 3.17: Resposta ao degrau positivo

31.6

31.55 X: 2.5
Y: 31.51

31.5

31.45
wpo [kg/s]

31.4 X: 5
Y: 31.34
31.35

31.3

31.25

31.2
2 3 4 5 6
wgc [kg/s]

Figura 3.18: CPP

1.5 e 2.5, com nível médio 2.


w= , (3.69)
60

A resposta apresentou oscilações de baixa amplitude na saída do sistema em

equilíbrio, demonstrando que ouve uma forte atenuação da senóide. Também foi

observado um pico na resposta da senóide pois a oscilação rápida funcionou para o

38
31.498

31.496

31.494
wpo [kg/s]

31.492

31.49

31.488

31.486

31.484
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
tempo [s] 4
x 10

Figura 3.19: Resposta do sistema a uma senóide rápida

31.4879

31.4877

31.4875
wpo [kg/s]

31.4873

31.4871

31.4869

31.4867

31.4865
1.9 1.91 1.92 1.93 1.94 1.95 1.96 1.97 1.98 1.99 2
tempo [s] 4
x 10

Figura 3.20: Resposta do sistema a uma senóide rápida amplicada após o sistema
entrar em equilíbrio

sistema como aproximadamente um degrau.

Foi aplicada em seguida uma senóide com frequências menor que a do exemplo

anterior, com período de oscilação igual a uma hora (3600 segundos).


w= , (3.70)
3600

39
32.5

32
wpo [kg/s]

31.5

31

30.5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
tempo [s] 4
x 10

Figura 3.21: Resposta do sistema a uma senóide média

O resultado da simulação mostra que conforme a frequência da perturbação di-

minui, a amplitude do sinal de saída aumenta. Esse comportamento revela que o

sistema tem a característica de um ltro passa baixa, causado pelos atrasos das

grandes constantes de tempo do sistema.

A frequência foi sendo diminuida gradativamente até que a saída do sistema se

comportasse de forma aproximadamente estática com relação à entrada. Esse resul-

tado será importante para a aplicação do algoritmo de busca extremal no próximo

capítulo.


w= , (3.71)
3600 ∗ 24 ∗ 40


A Figura 3.22 mostra a resposta do sistema para a frequência w= 3600∗24∗40
. Com

essa frequência, o sistema passou a se comportar de forma aproximadamente estática.

A validação desse comportamento é possível através da análise da CPP encontrada

na Seção 3.4. Nesse caso, os valores dos picos da resposta do modelo correspondem

40
31.52

31.5
wpo [kg/s]

31.48

31.46

31.44

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
tempo [s] 6
x 10

Figura 3.22: Resposta do sistema a uma senóide lenta

aos valores encontrados em regime para os picos da senóide de entrada.

O período dessa senóide corresponde a 40 dias para um ciclo de abertura e fecha-

mento de válvula, um período muito grande. A justicativa para a necessidade de

um período tão grande está na constante de tempo do sistema. O sistema possui um

transitório muito lento, sendo necessário dessa forma, uma senóide muito mais lenta

para que o transitório possa ser desprezado e o sistema se comporte praticamente

em equilíbrio.

3.6 Proposta de um Novo Modelo


A partir da análise estática feita na Seção 3.4 e da análise dinâmica apresentada

na Seção 3.5, foi proposto um novo modelo que aproximasse o processo a um sistema

linear acompanhado por ltros passa-baixa representando as constantes de tempo.

As aproximações feitas consideram que o sistema possui duas dinâmicas principais:

• O tempo que a vazão de injeção de gás na coluna wiv demora para se igualar

ao valor de wgc .

41
31.55
X: 2.5
Y: 31.51

31.5

X: 1.5
Y: 31.44
wpo [kg/s]

31.45

31.4

31.35

31.3
1 1.5 2 2.5 3
wgc [kg/s]

Figura 3.23: CPP

• O tempo que a vazão de produção de gás wpg demora para se igualar à soma

da vazão de injeção de gás na coluna wiv com a vazão de gás do reservatório

para a coluna wrg .

Analisando a equação (3.50), quando o sistema entra em equilíbrio as vazões de

injeção de gás no anular wgc e de injeção de gás na coluna de produção wiv se

igualam.

Portanto, considerando a constante de tempo para que as duas variáveis se igua-

lem, a relação entre elas foi aproximada como uma função linear:

wiv (s) 1
= , (3.72)
wgc (s) τ1 s + 1

Analisando a equação (3.51), quando o sistema entra em equilíbrio a vazão de

injeção de gás na coluna wiv somada à vazão de gás que passa do reservatório para

a coluna wpg se iguala à vazão de gás produzida no choke wpg . Portanto, conside-

rando o tempo para que essas vazões entrem em equilíbrio foi denida uma variável

intermediária uf tal que:

uf (s) 1
= , (3.73)
wiv (s) τ2 s + 1

42
Para nalizar o modelo aproximado da entrada u pela saída y , é preciso descobrir

o comportamento dos estados x2 e x3 em função de uf . Supondo o conhecimento do

modelo incerto da dinâmica do poço e as curvas para x2 e x3 encontradas na Seção

3.4 em função de u com u ≃ uf , foram feitas aproximações por mínimos quadrados

de primeira ordem para os estados do sistema:

x3 (uf ) = a1 uf + b1 , (3.74)

x2 (uf ) = a2 uf + b2 , (3.75)

Onde a1 = −8.4047 × 103 , b1 = 9.989 × 104 , a2 = 1.2209 × 103 e b2 = 1.2209 × 103 .

Os resultados da aproximação e seus respectivos erros relativos estão apresentados

nas Figuras 3.24, 3.25 para x3 e 3.26 e 3.27 para x2


4
x 10
11
X3 [kg]
10 X3 estimado [kg]

5
0 1 2 3 4 5
wgc [kg/s]

Figura 3.24: Estimativa de x3

As Figuras 3.25 e 3.27 mostram que o erro relativo atinge valores percentuais altos

em determinados pontos. Mesmo assim a malha foi fechada representando o novo

modelo conforme a Figura 3.28.

43
7

Erro relativo de x3 estimado [%]


6

0
0 1 2 3 4 5
wgc [kg/s]

Figura 3.25: Erro da estimativa de x3

4
x 10
1.6

1.5

1.4

1.3

1.2

1.1

1
X2 [kg]
0.9 X2 estimado [kg]

0.8
0 1 2 3 4 5
wgc [kg/s]

Figura 3.26: Estimativa de x2

Observando o novo modelo, foram feitas algumas alterações na equação (3.60).

Inicialmente, considerando desprezível o primeiro atraso τ1 a entrada u pode ser

reescrita como:

u = θ + asen(wt) := θ + n (3.76)

Considerando agora os estados x3 e x2 , os mesmos podem ser escritos em função

de uf , porém o efeito do atraso é signicativo. Pode-se interpretar que a saída uf

44
5

Erro relativo de x2 estimado [%]


4

0
0 1 2 3 4 5
wgc [kg/s]

Figura 3.27: Erro da estimativa de x2

Figura 3.28: Modelo auxiliar proposto

do ltro passa-baixa corresponde a um sinal com nível médio ltrado, amplitude

atenuada e um atraso de fase. Dessa forma, a saída uf do ltro é denida como:

uf = θf + nf (3.77)


Onde nf := (a/( τ22 w2 + 1))sen(wt + ϕ).

45
Aplicando essa relação na curva linear criada com as aproximações por mínimos

quadrados, a relação de entrada e saída do sistema passa a ser:

1 1
y=( )u = ( ) (θ + n), (3.78)
a2 uf +b2 a2 (θf +nf )+b2
a1 uf +b1
− rgo a1 (θf +nf )+b1
− rgo

O novo modelo implementado foi testado através de uma sequência de degraus.

O resultado está representado nas Figuras 3.29 e 3.30:

3.4

3.2
wgc [kg/s]

2.8

2.6

0 1 2 3 4 5
tempo [s] x 10
4

Figura 3.29: Sequência de degraus aplicada na entrada do novo modelo

Observa-se que a dinâmica está coerente com o comportamento do sistema, porém

os níveis médios não estão corretos. Esse erro acontece pois o erro da aproximação

de primeira ordem é alto e ainda é amplicado pelo sistema. Portanto, foi necessário

aumentar a ordem da aproximação. Foi utilizada uma nova aproximação de ordem

alta para se obter um modelo melhor representado. A resposta do sistema para a

mesma sequência de degraus está exposta na Figura 3.31:

Através do resultado da Figura 3.31, observa-se que o novo modelo representa de

forma aproximada o comportamento estático e dinâmico do sistema. Para validar

a semelhança entre os dois modelos, foram aplicadas senóides com nível médio na

46
35

34
wpo [kg/s]

33

32

31 EMSO
Novo Modelo
30
0 1 2 3 4 5
tempo [s] x 10
4

Figura 3.30: Resposta do modelo com aproximações de primeira ordem à sequência


de degraus

32.4

32.2

32
wpo [kg/s]

31.8

31.6

31.4

EMSO
31.2
Novo Modelo
31
0 1 2 3 4 5
tempo [s] x 10
4

Figura 3.31: Resposta do modelo com aproximações de ordem alta à sequência de


degraus

entrada dos dois modelos. As senóides oscilam com período de 1 hora e o nível

médio foi estabelecido como 2.

A Figura 3.32 mostra que a saída do novo modelo apresentou apenas uma pe-

quena defasagem com o modelo original, e as amplitudes das saídas dos modelos

estão bastante semelhantes. Com esse resultado, é possível dizer que o novo modelo

47
31.9
EMSO
31.8 Novo Modelo

wpo [kg/s] 31.7

31.6

31.5

31.4

31.3

31.2
0 0.5 1 1.5 2 2.5
tempo [s] x 10
4

Figura 3.32: Resposta do modelo a uma senóide

representa de forma aproximada a dinâmica do modelo do poço, sendo então uma

nova ferramenta para desenvolvimento de estratégias de controle.

Esse novo modelo sugere através da equação (3.60) que existe um caminho direto

da entrada multiplicando uma função dos estados na saída. Esse fator é um dos

responsáveis pela diculdade de identicação de fase no sistema. Portanto, uma

possível estratégia para uma melhor identicação da fase seria dividir a entrada u

conhecida na saída do sistema. Com um processamento de fase desse sinal, as fases

entre entrada e saída poderiam ser melhor identicadas reduzindo consideravelmente

o tempo de estabilização do algoritmo.

48
Capítulo 4

Busca Extremal

Os principais métodos de controle adaptativo para sistemas lineares e não lineares

são aplicáveis a problemas de regulação para set points conhecidos ou de seguimento


de trajetória. Entretanto, em algumas aplicações o mapeamento em estado de equi-

líbrio da saída pela entrada apresenta pontos de extremos, mínimos ou máximos, e o

objetivo é encontrar a entrada que mantém a saída em seu valor extremo (KRSTI‚

e WANG, 2000).

Quando o curva de entrada e saída é conhecida, encontrar o ponto extremo se

torna um problema de otimização. Entretanto, quando o mapeamento apresenta

incertezas, é necessário utilizar algum método adaptativo para encontrar o set point
que leva a saída para seu extremo (KRSTI‚ e WANG, 2000).

Esse problema conhecido como "controle extremal"ou "controle auto-otimizável",

era popular nos anos 50 e 60, porém foi deixado de lado durante muito tempo

devido às diculdades de tratamento matemático analítico. Nos anos 90, o problema

ressurgiu através dos trabalhos de KRSTI‚ e WANG (2000) e CHOI et al. (2002).A
sequência de trabalhos desenvolvidos em seguida colocaram o controle extremal como

umas das áreas mais promissoras do ramo de controle adaptativo.

Dentre suas maiores aplicações pode-se citar o posicionamento dinâmico de placas

solares e antenas para maximizar o sinal recebido, e o posicionamento das lâminas

49
das turbinas de água e eólicas para maximizar a produção de energia.

A maior parte dos trabalhos que utilizam "controle extremal"consideram a planta

como um mapeamento estático. Entretanto, em KRSTI‚ e WANG (2000) é feita

uma aproximação para problemas nos quais o mapeamento não linear é a curva

de entrada e saída em estado de equilíbrio, para sistemas não lineares, estáveis ou

estabilizáveis através de controle feedback. No trabalho KRSTI‚ e WANG (2000),

é feita uma prova formal de estabilidade para um algoritmo de busca extremal. O

algoritmo proposto será explicado na Seção 4.2 e será utilizado no modelo de poço

estudado no presente trabalho na Seção 4.3.

4.1 Formulação do Problema


Considerando um sistema SISO não linear

ẋ = f (x, u) (4.1)

y = h(x) (4.2)

onde x ∈ Rn é o estado, u∈R é a entrada, y∈R é a saída, e f : Rn × R → Rn e

h : Rn → R são curvas suaves.

Supondo uma lei de controle suave conhecida

u = α(x, θ), (4.3)

parametrizado pelo escalar θ. Assumindo uma lei de controle por realimentação de

estados estática e sendo θ e y considerados escalares para simplicar o problema, o

sistema em malha fechada

ẋ = f (x, α(x, θ)), (4.4)

possui ponto de equilíbrio parametrizado por θ.

50
Hipótese 1 - Existe uma função suave l : R → Rn tal que

f (x, α(x, θ)) = 0 se e somente se x = l(θ) (4.5)

Essa hipótese diz que existe uma função l que mapeia os estados do sistema em

equilíbrio pelo valor do parâmetro θ.

Hipótese 2 - Para cada θ > 0 ∈ R, o ponto de equilíbrio x = l(θ) do sistema

(4.4) é localmente exponencialmente estável com decaimento e overshoot constantes

uniformemente em θ.

Dessa forma, parte-se do pressuposto de que a lei de controle (4.3) é robusta com

relação ao seu parâmetro θ, ou seja, para todo ponto de equilíbrio em x em função

de θ, o sistema é exponencialmente estável.

A última hipótese é fundamental para a formulação do problema de maximização.

Hipótese 3 - Existe θ∗ ∈ R tal que

(h ◦ l)′ (θ∗ ) = 0 (4.6)

(h ◦ l)′′ (θ∗ ) < 0 (4.7)

Dessa forma, pressupõem-se que a curva de equilíbrio da saída pela entrada y=


h(l(θ)) possui um máximo y∗ em θ = θ∗ . O objetivo do algoritmo é maximizar a

saída y em regime permanente sem conhecer o valor ótimo θ∗ nem as funções h e

l. O problema de maximização pode ser facilmente generalizado para problemas de

minimização substituindo y por −y na estrutura de realimentação proposta.

4.2 Algoritmo de Busca Extremal


O algoritmo de busca extremal proposto por KRSTI‚ e WANG (2000) segue o

diagrama de blocos da Figura 4.6.

51
Figura 4.1: Algoritmo de Busca Extremal para plantas com dinâmica. Fonte:
(KRSTI‚ e WANG, 2000)

O método utiliza uma perturbação senoidal lenta v = asen(wt) que é adicionada

ao sinal θ̂, correspondente à estimativa do ponto ótimo θ∗ . Essa perturbação é então

aplicada na entrada do modelo dinâmico não linear. Para perturbações muito lentas,

a planta pode ser considerada estática com mapeamento y = h ◦ l(θ), de forma que

a dinâmica não interra na curva de máximo em equilíbrio do sistema.

Devido à perturbação senoidal aplicada na entrada, a saída da planta também

apresentará um comportamento senoidal. Removendo a componente DC de y com

s
um ltro passa altas obtêm-se uma senoide que estará em fase ou contrafase
(s+wh )

com a perturbação inicial dependendo do valor de θ̂. Para valores de θ̂ abaixo do

ponto de máximo θ∗ , por exemplo, a saída estará sempre em fase com a entrada, pois
conforme o sinal de entrada aumenta a saída também aumenta. Em compensação,

para pontos acima do ponto ótimo, os sinais estarão em contrafase, pois um aumento

no sinal de entrada causa diminuição na saída do sistema.

• em fase para θ̂ < θ∗

• em contrafase para θ̂ > θ∗

As duas senoides serão então multiplicadas gerando uma nova senoide com um

determinado nível médio. Para senoides em fase, a nova senoide terá nível médio

52
Figura 4.2: Modelo estático com resposta em fase com a entrada. Fonte: Adaptado
de (PALKE, 1996)

Figura 4.3: Sinais em fase Figura 4.4: Sinais em contrafase

positivo, enquanto para senóides em contrafase, a nova senoide terá nível médio

negativo. Esse comportamento pode ser explicado através da seguinte integral:

s1 = asen(wt) (4.8)

s2 = bsen(wt + φ), (4.9)

∫ T
1 ab
(s1 s2 )DC = s1 s2 dt = cos(φ) + K, (4.10)
T 2

É possível observar que para:

• φ< π
2
, cos(φ) > 0,

53
• π
2
< φ < π , cos(φ) < 0,

A componente DC da multiplicação dos sinais será extraída através de um ltro

wl
passa baixa
(s+wl )
, sendo então inserida em um integrador. Dessa forma, se θ̂ é

menor que o valor ótimo θ∗ , as senoides estarão em fase, portanto a entrada do

integrador será positiva, fazendo com que o valor de θ̂ aumente. Caso contrário, se θ̂
é maior que o valor ótimo θ∗ , as senoides estarão em contrafase, portanto a entrada

do integrador será negativa, fazendo com que o valor de θ̂ diminua. Através dessa

integração, o valor de θ̂ tende aos poucos ao valor ótimo θ∗ . Esse comportamento

pode ser observado através da Figura 4.5.

Figura 4.5: Representação da multiplicação dos sinais de entrada e saída sem o


nível DC. Fonte: (PALKE, 1996)

Para que o ltro passa-altas deixe a frequência de perturbação w passar, é neces-

sário que a frequência de corte wh seja inferior a w. Da mesma forma, para que o

ltro passa-baixa rejeite essa frequência deixando passar apenas a componente DC,

a frequência de corte wl também deve ser menor que w.

O algoritmo de busca extremal pode ser aplicado em sistemas dinâmicos se a

frequência da perturbação senoidal for tão lenta que a dinâmica presente na planta

se aproxime de uma função estática. Dessa forma, supondo uma frequência wp da

54
planta, é necessário que w seja muito menor do que wp .

wh < w << wp , (4.11)

wl < w << wp , (4.12)

As equações (4.11) e (4.12) demonstram que o sistema completo possui três escalas

de tempo

• rápida, referente à planta estável ou com controle para estabilização,

• média, referente à perturbação senoidal,

• lenta, referente aos ltros passa-alta e passa-baixa.

O valor da amplitude constante a da perturbação senoidal dene a vizinhaça em

torno do ponto ótimo que o sinal de entrada irá oscilar, enquanto o ganho k do

integrador dene quão rápido a entrada irá convergir para o ponto ótimo. Essas

duas constante devem ser bem pequenas para garantir a estabilidade do algoritmo,

conforme prova em KRSTI‚ e WANG (2000). Todas essas condições foram seguidas

durante a implementação do algoritmo aplicado ao modelo do poço.

Figura 4.6: Algoritmo de Busca Extremal para plantas com dinâmica. Fonte:
(KRSTI‚ e WANG, 2000)

55
4.3 Implementação do Controle por Busca Extre-
mal
Para estudar os efeitos do algoritmo de busca extremal em modelos estáticos e

dinâmicos, a topologia proposta na seção anterior foi implementada no software

SIMULINK/MATLAB. Durante a implementação, todas as condições de sintonia

foram seguidas. A Figura 4.7 demonstra a topologia implementada para aplicação

em malha aberta e malha fechada, alternadas através do chaveamento do manual


switch :

Figura 4.7: Diagrama de blocos do método de busca extremal

Inicialmente, o controle foi aplicado a uma função estática simples para avaliar o

comportamento do sistema. A função estática utilizada foi:

f ′′ ∗
f (θ) = f ∗ + (θ − θ)2 , f ′′ < 0, (4.13)
2

A função acima possui um ponto de máximo f∗ em θ = θ∗ . Denindo f ′′ = −2,


f ∗ = 10 e θ ∗ = 3, é possível traçar a curva (f (θ), θ) conforme a Figura 4.8:

56
12

10

wpo [kg/s] 8

0
0 1 2 3 4 5 6
wgc [kg/s]

Figura 4.8: Curva estática da relação entre a saída e a entrada da função de


exemplo

Após implementar o diagrama de blocos, devem ser denidos os parâmetros do

controle. Considerando que o sistema é estático, a malha terá apenas duas escalas

de tempo: da perturbação senoidal e da frequência dos ltros. Conforme descrito na

seção anterior, as frequências de corte dos ltros devem ser menores que a frequência

w
da perturbação. Portanto, será denido que wl = wh = 10
, sendo w = 2π .

O algoritmo de busca extremal foi inicialmente aplicado ao modelo em malha

aberta. Para vericar o comportamento do sistema abaixo do ponto ótimo foi apli-

cada uma senoide com nível médio menor θ∗ . O nível médio foi denido como

Vmed = 1, e a amplitude da senoide como a = 0.1.

A Figura 4.9 mostra as senoides de entrada e saída com nível, e a Figura 4.10 sem

nível médio. É possível observar que a saída do sistema está em fase com o sinal de

entrada, conforme esperado. A saída do ltro passa-alta apresenta um transitório

inicial que pode ser explicado como o tempo que ltro demora para remover a

componente DC do sinal.

57
8

4 Entrada
Saída
3

0
0 5 10 15 20
tempo [s]

Figura 4.9: Entrada e saída do sistema sob uma perturbação senoidal com nível
médio inferior ao ponto ótimo

6
Entrada (AC)
5 Saída (AC)

−1
0 5 10 15 20
tempo[s]

Figura 4.10: Entrada sem nível médio e saída com nível médio ltrado pelo
passa-alta. (Para entradas com nível médio inferior ao ponto ótimo)

A multiplicação das duas senoides produz um sinal com nível médio positivo como

pode ser visto na Figura 4.11. Este sinal está sendo ltrado pelo passa-baixas que

envia o nível médio da multiplicação para o integrador. Como o nível médio é

positivo, o integrador faria com que a entrada aumentasse, tendendo ao valor ótimo.

Portanto, o sistema está funcionando corretamente para valores abaixo do ponto

ótimo.

58
0.6
Multiplicação dos Sinais
Multiplicação dos Sinais (DC)
0.4

0.2

−0.2

−0.4
0 5 10 15 20
tempo [s]

Figura 4.11: Sinal após a multiplicação das senóides ltrado pelo passa-baixa e não
ltrado (Para entradas com nível médio inferior ao ponto ótimo)

Para avaliar o comportamento do sistem acima do ponto ótimo, foi aplicada uma

senoide com nível médio Vmed = 5, e amplitude a = 0.1.

6.5 Entrada
Saída

5.5

0 5 10 15 20
tempo [s]

Figura 4.12: Entrada e saída do sistema sob uma perturbação senoidal com nível
médio superior ao ponto ótimo)

A Figura 4.13 mostra que agora a saída do sistema está em contrafase com o

sinal de entrada, conforme esperado. Dessa vez, a multiplicação das duas senoides

produz um sinal com nível médio negativo, conforme a Figura 4.14 que faria com

59
6
Entrada (AC)
5 Saída (AC)

−1
0 5 10 15 20
tempo [s]

Figura 4.13: Entrada sem nível médio e saída com nível médio ltrado pelo
passa-alta. (Para entradas com nível médio superior ao ponto ótimo)

0.5
Multiplicação dos Sinais

Multiplicação dos Sinais (DC)

−0.5
0 5 10 15 20
tempo [s]

Figura 4.14: Sinal após a multiplicação das senóides ltrado pelo passa-baixa e não
ltrado. (Para entradas com nível médio superior ao ponto ótimo

que o integrador diminuisse o valor da entrada. Portanto, o sistema também está

funcionando corretamente para valores acima do ponto ótimo.

Feita a análise em malha aberta, a malha foi fechada com o integrador. Foi

utilizada uma condição inicial θˆ0 = 5 para o integrador e a = 0.1 para a senoide de

perturbação.

60
12

10

−2
Entrada
−4 Saída
−6
0 5 10 15 20 25 30
tempo [s]

Figura 4.15: Entrada e saída do sistema em malha fechada

Pode-se observar através da Figura 4.15 que a saída do sistema em regime oscila

em torno do ponto f∗ que é igual a 10. Da mesma forma, a entrada oscila em torno

de θ∗ que é igual a 3.

6
Entrada (AC)
4 Saída (AC)

−2

−4

−6
0 5 10 15 20 25 30
tempo [s]

Figura 4.16: Entrada sem nível médio e saída com nível médio ltrado pelo
passa-alta em malha fechada.

As senoides multiplicadas estão durante quase toda a simulação em contrafase

conforme mostra a Figura 4.16, pois a condição inicial do sistema θˆ0 = 5 está acima

61
0.5
0.4 Multiplicação dos Sinais
Multiplicação dos Sinais (DC)
0.3
0.2
0.1
0
−0.1
−0.2
−0.3
−0.4
−0.5
−0.6
0 5 10 15 20 25 30
tempo [s]

Figura 4.17: Sinal após a multiplicação das senóides ltrado pelo passa-baixa e não
ltrado em malha fechada.

do ponto ótimo. Por esse motivo, o nível médio ltrado representado na Figura 4.17

passa a maior parte do tempo negativo, tendendo a zero.

2
0 5 10 15 20 25 30
tempo [s]

Figura 4.18: Saída do integrador em malha fechada

A saída do integrador θ̂ conforme demonstra a Figura 4.18 apresentou novamente

um pico transitório inicial que foi diminuindo convergindo para o valor ótimo θ∗ . O

sistema se comportou perfeitamente com a malha fechada mostrando que o controle

62
funciona em modelos estáticos.

Após vericar a eciência do controle em um modelo estacionário, o controle foi

então aplicado ao modelo dinâmico implementado. Inicialmente, o bloco testado

anteriormente foi substituido pelo modelo implementado no EMSO, conforme a Fi-

gura 4.19. Conforme análise apresentada na Seção 3.4 do Capítulo 3 o sistema do

poço apresenta vazão máxima de produção em equilíbrio wpo = 31.5092 kg/s para

a vazão de entrada wgc = 2.68 kg/s. Foi observado também na Seção 3.5 que o

sistema apresenta um tempo longo de estabilização de τt = 1.5 × 104 s ≃ 4.2 horas.


1.5×104 s
Portanto, a constante de tempo do sisteme é τp = τt
5
= 5
= 3 × 103 s.

Figura 4.19: Diagrama de blocos do algoritmo de buca extremal implementado


Inicialmente foi aplicada uma frequência w = 60
para entradas senoidais com

amplitude a = 0.1 e níveis médios acima e abaixo do ponto ótimo do sistema. Os

níveis médios utilizados foram 2 para representar valores abaixo do ponto ótimo, e

5 para representar pontos acima do ponto ótimo.

Observa-se através das Figuras 4.20 e 4.21 que o modelo não apresenta fase dife-

renciada entre entrada e a saída para pontos abaixo e acima do ponto ótimo. Uma

63
−5
x 10
1.5
Entrada (AC)
1 Saída (AC)

0.5

−0.5

−1

−1.5
2 2.02 2.04 2.06 2.08 2.1
tempo [s] x 10
4

Figura 4.20: Entrada e saída sem nível médio para pontos inferiores ao ponto
ótimo. (Perturbação rápida)

−5
x 10
1.5
Entrada (AC)
1 Saída (AC)

0.5

−0.5

−1

−1.5
2.7 2.72 2.74 2.76 2.78 2.8
tempo [s] x 10
4

Figura 4.21: Entrada e saída sem nível médio para pontos superiores ao ponto
ótimo. (Perturbação rápida)

vez que a diferença de fase nesses casos não é identicada, caso a malha fosse fechada

a busca extremal não iria convergir.

O sistema não apresenta diferença de fase pois a escala de tempo da perturbação

é muito mais rápida que a escala de tempo da planta. Diminuindo a frequência para


w= 3600
, o sistema passou a apresentar uma pequena diferença de fase, como pode

64
ser visto nas Figuras 4.22 e 4.23:

0.02
Entrada (AC)
0.015
Saída (AC)
0.01

0.005

−0.005

−0.01

−0.015

−0.02
1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1
tempo [s] x 10
6

Figura 4.22: Entrada e saída sem nível médio para pontos inferiores ao ponto
ótimo. (Perturbação média)

0.015
Entrada (AC)
0.01 Saída (AC)

0.005

−0.005

−0.01

−0.015
1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1
tempo [s] x 10
6

Figura 4.23: Entrada e saída sem nível médio para pontos superiores ao ponto
ótimo. (Perturbação média)

Dessa forma, quanto mais lenta for a perturbação, mais o sistema apresenta dife-

rença de fase. A frequência da perturbação foi sendo gradativamente diminuída até

apresentar uma diferença clara de fase, como no exemplo estático anterior. Conforme

65
observado na Seção 3.5, para a planta exibir um comportamento aproximadamente


estacionário, a frequência de oscilação w deve ser menor que
3600∗24∗40
. Utilizando

w
essa frequência para a perturbação senoidal e wl = wh = 20
, o modelo foi simulado

novamente em malha aberta para valores abaixo e acima do ponto ótimo.

−3
x 10
1.5
Entrada (AC)
1 Saida (AC)

0.5

−0.5

−1

−1.5
6 6.05 6.1 6.15 6.2 6.25 6.3
tempo [s] x 10
8

Figura 4.24: Entrada e saída sem nível médio para pontos inferiores ao ponto
ótimo. (Perturbação lenta)

−3
x 10
1.5
Entrada (AC)
1 Saida (AC)

0.5

−0.5

−1

−1.5
4 4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3
tempo [s] x 10
8

Figura 4.25: Entrada e saída sem nível médio para pontos superiores ao ponto
ótimo. (Perturbação lenta)

66
As Figuras 4.24 e 4.25 mostram que o a saída do modelo passou a apresentar fase

e contrafase conforme descrito na Seção 1.

Com a frequência de oscilação w denida, a malha foi fechada para vericar a

aplicação da busca extremal. As frequências de corte dos ltros foram mantidas

w 10
como wl = wh = 20
e o ganho k foi denido como
T
, sendo T o período de oscilação

da perturbação. A condição inicial do integrador foi denida como wgc0 = 2, e o

modelo foi simulado.

3.4
wgc ótimo estimado [kg/s]

3.2

2.8

2.6

2.4

2.2

2
0 0.5e8 1e8 1.5e8
tempo [s]

Figura 4.26: Saída do integrador como estimativa do ponto ótimo

Conforme esperado, através das Figuras 4.26 e 4.27 observa-se que wˆgc que corres-


ponde à estimativa de wgc convergiu para o valor ótimo. Da mesma forma, através

das Figuras 4.28 e 4.29 a saída do sistema passou a oscilar em torno do ponto de


máximo wpo em regime permanente.

O resultado apresentado pelo controle extremal mostra que sua aplicação ainda

é inviável sicamente a poços de petróleo. As escalas de tempo são muito lentas

fazendo com que o período de oscilação da válvula de gas-lift seja de 3600 ∗ 24 ∗ 40


s = 40 dias, e o tempo de simulação para que ocorra convergência do algoritmo de

67
2.671

wgc ótimo estimado [kg/s]


2.67

2.669

2.668

2.667

2.666

2.665
2 2.02 2.04 2.06 2.08 2.1
tempo [s] 8
x 10

Figura 4.27: Saída do integrador ampliada

31.52

31.5
wpo [kg/s]

31.48

31.46

31.44

0 0.5e8 1.0e8 1.5e8


tempo [s]

Figura 4.28: Saída do sistema

108 s ≃ 30 anos. Esse tempo de espera não é aceitável para este tipo de processo

que precisa de resultados rápidos.

O fator limitante para a velocidade do algoritmo é a dinâmica da planta que é

muito lenta, e mesmo assim, deve ser a mais rápida das três escalas de tempo. Além

disso, a identicação de fase na saída do sistema é muito difícil, o que pode ser

explicado pela multiplicação por u direto na saída para estado de equilíbrio.

68
31.52

31.515
wpo [kg/s]

31.51

31.505

31.5

31.495
2 2.05 2.1 2.15 2.2
tempo [s] 8
x 10

Figura 4.29: Saída do sistema ampliada

4.4 Solução Proposta para Altas Frequências


Para simplicar a apresentação, considere que:

• u é a vazão wiv .

• y é vazão de produção de óleo wpo .

A planta inspirada no modelo do poço pode ser escrita como:

τ u̇f = −uf + u ,

y = h(uf )u .

Este sistema representa uma classe de plantas não explorada na literatura de Con-

trole por Busca Extremal para frequências altas do sinal de perturbação senoidal.

Algumas observações preliminares:

• u = θ + a sin ωt é a vazão wiv .

• Denindo P (jω) := 1
jτ ω+1
, tem-se:

uf = θ + a|P (jω)| sin(ωt + ϕ) .

69
• |P (jω)| = √ 1
ω 2 τ 2 +1
e tan(ϕ) = −τ ω

• Com ϕ conhecido ou estimado via um PLL, tem-se que |P (jω)| é conhe-

cido/estimado.

Considere agora o seguinte sinal auxiliar ȳ :

• Saída modicada: ȳ = uy uf ,

• sendo uf = θ + a|P (jω)| sin(ωt + ϕ).

Desta forma, temos o problema de ESC para a planta original

τ u̇f = −uf + u ,

y = h(uf )u ,

equivale ao problema de ESC para a planta

τ u̇f = −uf + u ,

ȳ = h(uf )uf ,

que recai num modelo HW, tratado na literatura e que permite frequências mais

altas de operação.

4.4.1 Resultados Preliminares

O controlador proposto foi implementado no Matlab/Simulink, ver guras a seguir:

No que segue foram obtidos resultados com período de oscilação de 3 dias e de

1 dia, com o modelo proposto e em seguida aplicado ao EMSO.

70
cidosfunction

SISTEMA
NAO LINEAR Manual Switch1

y
y u fase
Manual Switch
u theta
ybar
uf uf
DETETOR DE FASE
MODELO
PROPOSTO

u y

71
theta fase

ESC

Constant1 Scope2
Add2

Add6
Signal
Generator1

Figura 4.30: Diagrama de Blocos Principal.


Sine Wave2
2 b1 b1
uf

1 Scope2
u
−a1
x3
u Gain1
Out1 1
x2 y
x01 y
1/(tau*s+1) Divide

72
a2

Gain2
x01

x2
b2 b2

Figura 4.31: Modelo Proposto.


2
ybar
2
Divide2
u f(u) a
Clock
ufest
Fcn2 Gain1
y/u fase
1 Divide1 Add3
y Divide
Manual Switch 1
Ident
Fase fase

3
6.1
theta
fase_conhecida Scope4
4

73
uf Scope2
−tan(u)/w f(u)

tau ganho1
Manual Switch1

Scope1

1/sqrt(tau2^2*w^2+1) Scope3

ganho

Figura 4.32: Detector de Fase: PLL.


Scope3

Transfer Fcn

Sign
s+wl
wl

Scope1
Product
Transfer Fcn2
s+wh
s

Manual Switch
Fcn2
f(u)
1
y

fase
2
Clock

−K−

Gain
Integrator
s xo

Constant3
1

7
theta
2

Scope4
Add5

Sine Wave1
u
1

Figura 4.33: ESC.

Maximizante e Controle
4.5

3.5

2.5
0 50 100 150 200 250 300 350 400

4.5

3.5

2.5
0 50 100 150 200 250 300 350 400

Figura 4.34: Maximizante e Vazão wiv , período de oscilação de 3 dias.

74
Fase e Ganho via PLL
400

350

300

250

200

150
0 50 100 150 200 250 300 350 400

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400

Figura 4.35: Fase e Ganho Estimados pelo PLL, período de oscilação de 3 dias.

Maximizante e Controle
4

3.8

3.6

3.4

3.2

2.8
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

4.5

3.5

2.5
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Figura 4.36: Maximizante e Vazão wiv , período de oscilação de 1 dia.

Fase e Ganho via PLL


350

300

250

200

150
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Figura 4.37: Fase e Ganho Estimados pelo PLL, período de oscilação de 1 dia.

75
Maximizante e Controle
5.5

4.5

3.5

2.5
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

2
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Figura 4.38: EMSO: Maximizante e Vazão wiv , período de oscilação de 3 dias.

Fase e Ganho via PLL


400

350

300

250

200

150
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Figura 4.39: EMSO: Fase e Ganho Estimados pelo PLL, período de oscilação de 3
dias.

76
Capítulo 5

Conclusão

Neste trabalho, foi realizado um estudo sobre o modelo não linear de um poço

operando por gas-lift, para o qual foi feita uma interpretação detalhada das equações
com o objetivo de entender melhor os princípios físicos do processo.

Através da análise do comportamento estático do sistema, foram observadas as

relações entre as diferentes variáveis em função da vazão de injeção de gás. Essa

análise revelou interações que possibilitaram uma restruturação do problema, na

qual a variável medida passaria a ser a pressão no fundo do poço e não a vazão

de produção. Dessa forma, o problema passaria a ser encontrar a vazão de injeção

de gás que minimiza a pressão de fundo de poço. A relação entre entrada e saída

em equilíbrio também serviu de base para o desenvolvimento de um novo modelo

aproximado.

Durante o trabalho foi realizada a implementação do modelo dinâmico não linear

do poço operando por gas-lift, que foi validada através da estimulação com diferentes
sinais e comparação da resposta com o modelo de poço implementado anteriormente

no simulador EMSO. Os modelos apresentaram um transitório muito lento para

respostas ao degrau revelando que a escala de tempo para a estabilização do sistema

é alta. As resposta a senóides em alta frequência mostram uma forte atenuação da

oscilação de entrada e diculdades para estimar o gradiente através da diferença de

77
fase.

Foi realizado um estudo sobre o método de busca extremal para encontrar o ponto

ótimo de sistemas dinâmicos não lineares, com modelos conhecidos e independentes

do conhecimento dos parâmetros do modelo. Inicialmente, o algoritmo foi analisado

separadamente em um exemplo no qual foram observados os sinais intermediários

e as condições de operação de malha aberta e da malha fechada. Dessa forma, foi

possível interpretar o funcionamento do algoritmo.

Em seguida, o método foi aplicado ao modelo não linear dinâmico do poço ope-

rando por gas-lift no qual foram vericadas as limitações da aplicação a essa classe

de sistemas dinâmicos lentos em malha fechada. A senóide utilizada como pertur-

bação do sistema precisa ser muito lenta para que o processo funcione de forma

aproximadamente estática e o método funcione corretamente. Uma proposta para

contornar esse problema foi desenvolvida.

5.1 Contribuições
Podem ser citadas como principais contribuições do trabalho:

• Exploração das equações do modelo estático e dinâmico de poços operando

por gas-lift.

• Implementação do modelo dinâmico e estático em uma nova plataforma.

• Aproximação do sistema por um modelo não linear que não é do tipo

Hammesrtein-Wienner.

• Identicação das limitações do algoritmo de busca extremal para uma deter-

minada classe de problemas.

78
5.2 Trabalhos Futuros
Conforme descrito durante o trabalho, embora o algoritmo encontre o ponto de

máximo do processo, o tempo necessário para encontrar esse ponto é inviável. Por-

tanto uma possível contribuição futura seria utilizar novas estratégias para melhorar

o desempenho do algoritmo para essa classe de sistemas.

Como novas estratégias podem ser citadas a implementação de observadores de

estados e compensadores para acelerar o processo, permitindo perturbações com

frequências mais altas para o controle por busca extremal, tornando todo o processo

de otimização mais rápido.

A elaboração do novo modelo também sugere que há uma multiplicação direta

entre a entrada e a saída do sistema que impede a identicação da fase. Portanto,

seria importante investigar os efeitos de dividir a saída do sistema pela entrada

conhecida para melhorar a identicação da fase e aumentar a eciência do algoritmo.

Outra abordagem interessante seria reformular o problema para minimizar a pres-

são de fundo de poço do modelo pois, conforme observado no trabalho, o ponto que

minimiza essa pressão é o mesmo que maximiza a produção de óleo. Simulações no

modelo dinâmico apontam que a fase do sistema se apresenta muito mais clara nesse

ponto de pressão do que na medida da vazão na saída do poço.

É importante ter em mente que o ponto que maximiza a produção de óleo não é

necessáriamente o que maximiza os lucros, pois nesse modelo não estão sendo consi-

derados os custo de compressão de gás e seus insumos. Portanto, outra abordargem

para a busca extremal seria maximizar uma função objetivos que considerasse esses

custos adicionais para maximizar o lucro do processo.

Além disso, o estudo feito neste trabalho considera apenas um poço de produção,

porém todo o trabalho pode ser extendido para uma planta completa de produção

oshore com múltiplos poços e modelos de risers, manifolds e separadores.

79
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