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Modelo Projeto TCC

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1

Exemplo de Modelo de Projeto TCC

Obs. O texto colocado nesse arquivo é somente um exemplo ilustrativo de como


pode ser um TCC. Não deve ser citado como referência. Não se trata de um
trabalho completo e coerente, mas excertos organizados de modo a dar uma
ideia, um parâmetro para os alunos elaborarem o seu próprio TCC.

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

IDENTIFICAÇÃO

Nome: (Nome completo)


RU: (Registro Uninter)

1 TEMA

O PAPEL SOCIAL E POLÍTICO DA MÍDIA.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Compreender o relacionamento entre tecnologia e sociedade é fundamental para


situar como as novas tecnologias de mídia e informação contribuíram para a expansão
mundial do capitalismo e catalisaram a formação o desenvolvimento dos mercados
financeiros e do comercio internacional. Cabe pontuar que a tecnologia, pela sua
própria força e dinamismo, condiciona e molda a sociedade na mesma proporção de
que a sociedade dela faz uso. A questão central do processo social, coloca-se na
interação entre o binômio humano e ecologia, na medida em que neste processo está
presente uma relação dialética deve-se considerar que o futuro será moldado pela
afirmação de interesses conflitantes, de mobilização em torno de interesses comuns, de
discussão coletiva, de confronto e consenso. Este processo faz-se através da
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participação de atores sociais com forças relativas distintas e com papeis sociais
igualmente diferenciados. Frente a esse contexto é fundamental compreender o papel
das novas tecnologias de mídia e seus efeitos na vida social e política.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO

Quando se coloca a questão da democracia em relação a estes novos processos


midiáticos, é comum ouvir que todos são livres para exprimirem com igualdade seus
valores e defender seus interesses. No entanto, sabe-se que o acesso às novas
tecnologias é desigual, obviamente por estarem sendo administrados por um número
reduzido de empresas e grupos econômicos. Também em relação à internet,
telecomunicações e audiovisual isto se verifica. As fusões e aquisições estratificam
cada vez mais os interesses que administram os novos produtos tecnológicos
(HALAMI, 1998).

Os grandes portais de acesso, nacionais e internacionais, assim como as


grandes emissoras e canais de televisão atuam como difusores de informação na
medida em que as informações são veiculadas com ou sem análises, fazendo ou não,
referências a seus conteúdos, operam uma verdadeira descontextualização da
informação, estando implícito também que os mesmos critérios que orientam esta
atitude estão no processo de editoração. As notícias e informações apresentam de
modo geral o quando? o que? o onde? mas escondem ou simplesmente ignoram o
como ? e o porquê ?

Em função da complexidade das novas transformações da realidade na qual


estão inseridos os diversos atores sociais, interagem e criam novas relações de poder
as inúmeras alterações nas formas de sociabilidade e socialização abrem uma vasta e
contraditória sociedade civil que ainda passa por um processo de assimilação. Esse
fenômeno precisa ser estudado par que seja possível dimensionar seus efeitos na
sociedade e seus impactos nas relações sociais e políticas. Podemos ainda perguntar
como a mídia instrumentaliza as novas tecnologias, exercendo uma forte manipulação
sobre a sociedade.
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3 JUSTIFICATIVA

Esta reflexão justifica-se como trabalho de conclusão de curso pelo caráter


inovador com que abordamos esse assunto, bem como pela atualidade do enfoque que
se dado ao tema, apresentando os desdobramentos sociais e políticos que decorrem
da atuação da mídia.

Nas últimas décadas do século XX temos assistido a um conjunto de enormes


transformações sociais, culturais e econômicas sem precedentes na história humana.
Acontecendo de maneira vertiginosa e complexa, tais mudanças causam uma enorme
perplexidade na vida dos homens em sociedades, seja pela sua velocidade e impacto.
Caem as barreiras e desaparecem as fronteiras entre as nações ao mesmo tempo em
que se aprofunda a desigualdade no desenvolvimento dos seres humanos conforme o
continente a que pertençam.

A globalização na sua vertente competitiva – hoje majoritária em todo o mundo-


favorece o crescente processo de internacionalização do capital financeiro. Surgem
novas relações de política internacional assim como novos processos de produção e
distribuição, provocam uma mudança cartográfica no consumo de bens e serviços,
impulsionando o desenvolvimento e o uso intensivo da tecnologia (IANNI, 2000).

Presente, mas de maneira coadjuvante, no seio desta nova e contraditória


conjuntura mundial, o elemento mais ameaçado é o ser humano comum, o cidadão
simples e sua família que constituem a célula básica das sociedades. De pessoa
humana rica e complexa cheia de potencialidades, agora é reduzido a mero indivíduo,
circunscrito solitariamente na multidão de anônimos. De cidadão, possuidor de direitos
e deveres nobres e elevados, responsável direto pelo aprimoramento moral da
sociedade, torna-se então um ser retificado, denominado agora, consumidor. Esta nova
identidade, só é aceita e valorizada na exata medida em que este, tem condições
financeiras para retroalimentar o sistema que o mantém cativo.

O controle social exercido pela mídia tem a clara função de atingir as pessoas
isoladamente ou em grupos e desta maneira, manter a reprodução da ordem social,
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garantindo a manutenção do poder das classes dominantes. Para tanto, os centros de


poder usam a mídia – seu braço técnico-ideológico - para de maneira clara e implícita
operar através de seus meios e recursos a seleção e aceitação do papel social que
deverá desempenhar em sociedade, criando assim uma consciência coletiva, um
imaginário social passivo e complacente com a realidade social em que vive.

Assim, no terceiro milênio pode-se questionar se os príncipes de Maquiavel e


Gramsci realmente não são concepções ultrapassadas, desgastadas pela ação do
tempo e pelas mudanças sociais e políticas da nova era, agora globalizada e
mundanizada. Porém, cabe observar que a nova conjuntura mundial, plasmada
principalmente pela ideologia neoliberal, subverte a lógica do estado de bem estar
social, - que tem como premissa básica atender a totalidade dos indivíduos em
sociedade - e coloca a dimensão do social e do político em função do econômico; as
novas tecnologias eletrônicas, informáticas e cibernéticas e telemáticas, permeiam as
diferentes as dimensões da sociedade regional, nacional e mundial, muito
particularmente presente nas estruturas de poder, ou tecnoestruturas, como: empresas
nacionais e transnacionais e, é claro na própria mídia, que organiza as novas
tecnologias com lógica e funcionalidade conforme seus interesses. De acordo com Ianni
(2000, p. 143), é a partir deste contexto “que se impõe e sobrepõe o príncipe eletrônico,
sem o qual seria difícil compreender a as conjunções políticas mundiais num contexto
globalizado”.

Portanto, perceber as oportunidades de fazer uso destas mesmas tecnologias


favorecendo o surgimento de novos espaços democráticos, de promoção do homem,
oferecendo instrumentos de crítica e percepção que possibilitem uma maior autonomia
frente aos processos de manipulação e controle social são questões que estarão
presentes neste trabalho.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL


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Afim de oferecer à sociedade instrumentos para uma reflexão acerca da atuação


da mídia na sociedade e compreender melhor as consequências que decorrem desta
atuação.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Tendo por base a conjuntura retratada se constituem em objetivos específicos,


relacionados às novas configurações do príncipe contemporâneo:

• Considerar as condições objetivas da instrumentalização das tecnologias


operacionalizadas pela mídia;

• Estabelecer as relações entre os centros de poder do capital e o trabalho


ideológico da mídia;

• Definir as estratégias de manipulação das massas que promovem o


controle social;

• Favorecer a reflexão crítica sobre as relações sociais e o papel da mídia


enquanto instrumento de propagação de ideias e valores;

• Sugerir ações que favoreçam o fortalecimento da democracia e contribuam


na promoção da liberdade e autonomia dos indivíduos.

5. METODOLOGIA

METODOLOGIA (Apenas para Pesquisa bibliográfica)

No que se refere aos seus procedimentos práticos, este artigo é um estudo de


natureza bibliográfica acerca da temática (cite o seu tema de pesquisa) que visa
alcançar os objetivos propostos. A pesquisa será realizada por meio da leitura
sistemática e produção de fichamentos, a partir livros, artigos, e fontes eletrônicas (citar
outras fontes se houver) que abordam o tema proposto.
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METODOLOGIA (Quando realizar pesquisa de Campo)

Este artigo terá como base um estudo de natureza bibliográfica e uma pesquisa
de campo (pode ser especificada o tipo de pesquisa de campo – Exemplo: documental,
experimental, de estudo de caso, pesquisa-ação, participante, ex post facto, de
levantamento, de corte.) acerca da temática (cite o seu tema de pesquisa), que visam
alcançar os objetivos propostos. A revisão bibliográfica será realizada por meio da
leitura sistemática e produção de fichamentos, a partir da consulta a livros, artigos, e
fontes eletrônicas (citar outras fontes se houver) que abordam o tema proposto.

A pesquisa de campo será realizada (citar o local) por meio da aplicação de (citar
o instrumento utilizado – exemplos: questionário, entrevista, observação, - detalhar o
instrumento – exemplo: entrevista estruturada, quantas questões e tipo de questões).
Serão entrevistados, ou aplicados questionários para (citar quantos sujeitos -
professores, alunos, entre outros). Detalhar como será realizada a pesquisa de campo,
como os sujeitos serão abordados e orientados.

Exemplo de texto para uma descrição da metodologia

Este trabalho terá um cunho qualitativo, de caráter histórico-bibliográfico


fundamentando-se em autores de comprovada autoridade e relevância, estabelecendo-
se a relação entre conceitos como indústria cultural, intelectual orgânico,
mundialização, globalização, novas tecnologias, ideologia e manipulação, entre outros.
As reflexões analíticas estabelecidas com os autores foram baseadas numa
perspectiva dialética.

Considerando a fecundidade do método dialético de pensar, interpretar, inter-


relacionar e conferir novos significados da realidade objetiva principalmente a partir das
contradições e das representações simbólicas que norteiam os comportamentos em
sociedade, concebe-se a realidade como uma totalidade em que o todo está
relacionado com as partes, que se analisadas em profundidade oferecem uma
compreensão profunda e abrangente da realidade.
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De acordo com Conder, citando Sartre:

A dialética, como lógica viva da ação, não pode aparecer a uma razão
contemplativa. (...) No curso da ação, o indivíduo descobre a dialética como
transparência racional enquanto ele a faz, e como necessidade absoluta
enquanto ela lhe escapa, quer dizer, simplesmente, enquanto os outros fazem
(CONCER, 1993, p. 01)

Entendido desta forma, o método dialético representa um caminho desafiador, um


modo de pensar a realidade que instiga e provoca e traz consigo uma promessa de
penetrar fundo nos significados.

A função do método dialético é desestabilizar verdades cristalizadas, conceitos já


absolutizados, é buscar compreender o passado e a origens das coisas e das ideias,
tendo como referência os acontecimentos presentes “ele questiona o presente em
nome do futuro, e o que está sendo em nome do que ainda não é (...) onde o que é,
exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está” (CONDER, 1993, p. 86)

O método dialético demonstra que é preciso ter consciência de que as


mudanças são inevitáveis e que não é possível ocultar as contradições que causam
incomodo àqueles que se beneficiam de privilégios e valores que afirmam a ordem a
estabelecida.

De acordo com Conder:

A dialética intranqüiliza os comodistas, assusta os preconceituosos , perturba


desagradavelmente os pragmáticos ou utilitários. Para os que assumem, consciente ou
inconscientemente, uma posição de compromisso com o modo de produção capitalista, a
dialética é subversiva, porque demonstra que o capitalismo está sendo superado e incita a
supera-lo. Para os revolucionários românticos de ultra-esquerda, a dialética é um elemento
complicador utilizado por intelectuais pedantes, um método que desmoraliza as fantasias
irracionalistas, desmascara o voluntarismo e exige que as mediações do real sejam
respeitadas pela ação revolucionária. Para os tecnocratas, que manipulam o comportamento
humano (...), a dialética é a teimosa rebelião daquilo que eles chamam de fatores
imperdoáveis : o resultado da insistência do ser humano em não ser tratado como uma
máquina (CONDER, p. 87)

Analisando as relações de poder, Foucault pontua que estas só podem ser


exercidas a partir de situações e estruturas, atingindo os indivíduos e os grupos,
promovendo a introjeção e assimilação das normas e valores das classes que detêm o
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poder econômico. (FOUCAULT,1972). Assim, o primeiro assunto desenvolvido trata ...


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O segundo tema tratado, define e caracteriza os processos midiáticos, sendo


necessário para entender melhor esta nova realidade é primordial pontuar conceitos,
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O terceiro e último tema desenvolvido, apresenta as novas tecnologias de mídia,


informação e comunicação apresenta as mais recentes configurações do cenário que
envolve a globalização e mundialização em cursos e suas interfaces com o binômio
tecnologia e capital, pontuando os momentos de interseção entre mercado e
democracia, onde a atuação do príncipe se caracteriza com um novo e poderoso
intelectual orgânico. Descreve a relação entre consumo e cidadania a partir das redes
de conhecimento e informações. Pontua as relações entre mídia e globalização e os
processos pelos quais se estrutura um sistema de controle social.

6. FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICA

6.1 Globalização e Sociedade

Em função das novas formas de sociabilidade e dos novos jogos de poder. As


relações de trabalho já não são as mesmas, a mundialização da cultura, o advento das
novas tecnologias de informação e conhecimento postulam a exigência de análises
mais profundas e críticas afim de que se possa com segurança perceber a presença de
uma nova fase do príncipe ou como postula Ianni (2009, p. 144) “esse pode ser o clima
em que se forma, impõe e sobrepõe o príncipe eletrônico, sem o qual seria difícil
compreender a teoria e a prática da política na época da globalização”

A sociedade contemporânea é marcada por estruturas de comunicação e


informação profundamente influenciada pelos novos sistemas tecnológicos e estes
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permeiam o fazer e o agir social das pessoas cria novos consensos e estabelece novas
verdades e novas formas de sociabilidade, exercendo um crescente controle das
formas de agir e de pensar das pessoas e das organizações (SOUZA, BRASIL In
Moraes, Globalização, Mídia e cultura contemporânea, 1997)

Segundo MORAES, (1997) esta constatação aponta para um perigo real e


imediato, pois tendo presente que em âmbito global o domínio dos novos sistemas
tecnológicos de comunicação e informação se restringe a poucos grupos formados por
megaempresas e grandes conglomerados da mídia há risco do monopólio das
informações e da homogeneização de valores que visam a sustentação no modelo
capitalista neoliberal.

Por tanto é preciso muita cautela quando se analisa os efeitos da globalização no


campo da vida social dos estados nacionais e das relações sociais presentes nas
diferentes culturas. O clima de otimismo criado em volta das vantagens prometidas
pelas novas tecnologias deve ser visto sob o prisma da crítica, para não se correr o
risco de ser arrastado pela onda massificadora que aprisiona, manipula, se cerceia a
liberdade de ser e de pensar de maneira autônoma.

6.3 Capitalismo e Comunicação

Quando Weber, analisando o capitalismo imperialista, pontuou as principais


formas de se obter lucro, onde o controle político e econômico, bem como a formação
de monopólios são essenciais no intuito de sujeitar um estado ou nação aos objetivos
comerciais da nação ou estado dominante. Ressaltando a característica marcante do
capitalismo que é o seu dinamismo em superar crises internas e remodelar suas ações
de acordo com os novos contextos em que se encontra (WEBER ,1982).

A análise de Max Weber se refere ao capitalismo imperialista da metade do


século XIX. A dominação imperialista dificilmente se utiliza das velhas formas arcaicas
de dominação e controle especialmente a força militar. Contemporaneamente o
fenômeno da globalização disponibilizou inúmeros recursos e formas de garantir a
subserviência de outros povos e culturas. O controle social e a dominação ocorrem em
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diferentes níveis, sendo os mais evidentes o cultural, econômico, o primeiro


acontecendo por meio da alienação e o segundo principalmente na infraestrutura das
relações de produção da sociedade.

Os grandes capitais financeiros mundiais e as grandes empresas transnacionais


exercem um modelo de imperialismo baseado em sofisticados recursos e técnicas de
controle social, onde a mídia em suas diferentes categorias exerce com muita eficiência
esta função.

Como pontua Dreifus (2000, p.26):

Na rearticulação planetária do poder, são reformatadas as organizações e instituições


políticas, e reconfigurados os novos modos de vida. Essa rearticulação é liderada pelas
únicas organizações que efetivamente se transformam para ser atores globais – as
corporações estratégicas -, operando no verdadeiro plano das decisões reais, graças aos
recursos midiáticos da programação e da intercomunicação em tempo real.

A modernização do mundo e a complexificação das relações sociais que se


projetam em redes de comunicação criaram um cenário onde o mundo mais parece
uma aldeia global. Tudo se articula em redes de comunicação e se propagam em teias
multimídias de comunicação alcançando quase que instantaneamente o mundo todo.

O fenômeno da globalização infunde a ideia clara de que valores, bens de


consumo, padrões de comportamento éticos e estéticos, tudo passa a circular no
universo virtual ou real no mesmo nível com o mesmo grau de importância, criando
assim uma cultura banalizada de massa, um mercado mundial de bens culturais,
configurando um novo universo de trocas simbólicas e o surgimento de novas
linguagens com novos significados desterritorializados e abstraídos de seus contextos
vitais e existências.

Diante deste novo contexto global e mundializado onde as mídias exercem um


papel decisivo, são muitas conseqüências sociais, históricas e culturais, que vão
transformando o imaginário social das pessoas e modificando radicalmente seu modo
de ser e de agir no mundo.

Segundo Mance,
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as mídias de massa têm cada vez maior preponderância afirmando padrões estéticos,
éticos e políticos. Valendo-se do saber elaborado pelas ciências humanas que
esquadrinharam as subjetividades, as mídias de massa exercem poder sobre elas, de
modo tal a agenciar certos comportamentos, a determinar certos movimentos sociais, a
promover o consumo de certos produtos, etc. Em síntese, elas interferem com seus
processos pedagógicos nos níveis mais íntimos da subjetividade, agenciando os
comportamentos mais variados (MANCE, 2002, s/p)

No contexto da mídia global, imperam as novas tecnologias da informação e


comunicação como um instrumental técnico e pedagógico que atua na realidade social
e psíquica dos indivíduos assegurando que estes cumpram seus papeis sociais os
quais são previamente definidos conforme os interesses dominantes afim de garantir a
concordância e a ‘harmonia’ social.

Cabe colocar que a mídia não é algo monolítico, não se trata de um substrato
estrutural que segue as mesmas normas de maneira rígida e fixa. Há espaços de
crítica e discordância. Porém mesmo sendo questionada e as vezes vigorosamente
atacada a força, mesmo diante da concorrência e da disputa pela audiência e espaço
o dinamismo de sua atuação forçam a assimilação de seus valores e ideias que
paulatinamente vão plasmando no imaginário social das massas uma visão de mundo
altamente favorável aos interesses dos centros de poder.

Considerando que o alcance da mídia não é somente em âmbito local e regional


mas se estende globalmente, sua influência cria uma cultura mundial, global,
produzindo novas configurações políticas, econômicas e sociais, simplesmente
ignorando as singularidades dos diferentes povos e nações nos quais interfere. Este
cenário se apresenta com tal perplexidade que segundo Marshall MacLuhan, citado
por Ianni (2000, p. 94):
No próximo século, a terra terá a sua consciência coletiva elevada da superfície da terra
para uma densa sinfonia eletrônica, em que todas as nações – se continuarem a existir
como entidades separadas – viverão um feixe de sinestesia espontânea. (...) Mais e mais
pessoas entrarão no mercado de informações, perderão suas identidades privadas nesse
processo, mas irão emergir com capacidade para interagir com qualquer pessoa na face
do globo. Referendus eletrônicos massivos e espontâneos atravessarão continentes. O
conceito de nacionalismo declinará e também os governos regionais cairão, como
conseqüência política da criação de um governo mundial por satélite artificial. O satélite
será usado como o mais importante instrumento mundial de propaganda na guerra pelos
corações e mentes dos seres humanos.
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Nesta lógica a mídia pode ser vista como elemento integrador, instância
articuladora, intelectual orgânico que age como mediador e agenciador de forças e
estruturas econômicas e políticas que vão tecendo no mundo as novas configurações
da geopolítica de acordo com a nova ordem econômica mundial.

6.4 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Considerações finais

São muitos os aspectos fundamentais que podem ser enfatizados no tocante às


novas tecnologias de mídia e informação e suas relações com os jogos de poder que
permeiam as relações sociais, podemos destacar a sociedade do conhecimento
proposta nas últimas décadas do século XX caracteriza-se principalmente pelo acesso
ilimitado à informação, auxiliado pela rede informatizada e pelas novas tecnologias de
comunicação, que derrubam barreiras e permitem conexão imediata num mundo
globalizado mas que trazem consequências, culturais , sociais, históricas econômicas,
nem sempre positivas e desejáveis para o desenvolvimento da autonomia dos
indivíduos e para a soberania dos países em desenvolvimento.

A gestão da sociedade da informação e do conhecimento, na qual as novas


tecnologias de mídia ocupam um papel preponderante, deverá ter a participação
efetiva da sociedade civil organizada, atuando na fiscalização e promovendo a
participação democrática de todos os atores sociais, de maneira a não permitir a
instrumentalização da mídia eletrônica e impressa pelos centros de poder.

O mundo contemporâneo, vislumbra hoje o fim da era industrial e o início da Era


da Informação que muito mais ágil e versátil, ultrapassa e torna quase obsoleta as
formas de comunicações tradicionais. O homem que surge deste novo contexto deve
se apresentar como sujeito, ator usuário consciente da informação veiculada pela mídia
e capaz de fazer uso dela de forma livre e responsável;
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A globalização econômica e o surgimento das novas mídias e tecnologias da


informação lançam profundos desafios para as Instituições sociais legitimas que
buscam trabalhar para o desenvolvimento humano autêntico, livre e emancipado.

As comunicações e os processos interativos decorrentes da interconectividade


global, características marcantes da era do conhecimento, devem oportunizar aos
indivíduos o acesso transparente e imparcial às informações de maneira que o saber e
o aprender permitam a interface entre a ciência e a consciência, o objetivo e o
subjetivo, o real e o virtual, a máquina e o humano. Sem contudo abrir mão da
produtividade, criatividade, solidariedade, trabalho e lazer.

Diante do que foi pontuado, cabe enfatizar que o advento da sociedade do


conhecimento e surgimento das novas tecnologias de mídia e comunicação desafia a
sociedade civil organizada a buscar novos rumos de organização e novas formas de
gestão da informação e novas formas de controle e fiscalização das novas tecnologias
de mídia a fim de garantir a formação de cidadãos não só bem informados mas
sobretudo livres e autônomos.

Deve-se ter presente a necessidade e urgência de uma práxis política, social e


histórica inovadora, que seja capaz de integrar as novas tecnologias de mídia e
conhecimentos como: internet, TV a cabo, os novos processos de ensino a distância, o
aceso ilimitado à informação por meios redes de comunicação e mesmo a telemática, a
robótica e a realidade virtual, com a utopia da construção de uma sociedade em que
todas as pessoas possam viver em família e olhar para o futuro com esperança,
partilhando as riquezas da natureza, deixando como legado às gerações futuras as
todas as maravilhas que o homem consegui construir. Uma sociedade que contemple
atenção especial às tradições culturais diferentes, com identidades singulares,
respeitando o direito inalienável de cada indivíduo de ser diferente e único em todo o
universo.
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REFERÊNCIAS

BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Curitiba:


Champagnat, 2000.

CARVALHO, R. de Q. Tecnologia e trabalho industrial: as explicações sociais da


automação microeletrônica na indústria automobilística. Porto Alegre: L&PM, 1987.

HAMILI, S., Os novos cães de guarda. Trad. Guilherme João de Freitas Teixeira,
Petrópolis, RJ: Vozes, 1998

IANNI, O. Enigmas da modernidade mundo, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,


2000, (p. 141-166)

FOUCAULT, Michel, Antropologia do saber, Trad. Luiz Felipe Beata Neves,


Petrópolis, RJ: Vozes, 1972

MANCE, Euclides. O Capitalismo atual e a produção da subjetividade, 1998.


Disponível em http:// www.milenio.com.br. Acesso em 04 maio. 2002)
15

MORAES, D. (org.) Globalização, mídia e cultura contemporânea, Campo Grande :


Letra Livre, 1997.

MORAES, M. C. M. de. A teoria tem consequências: indagações sobre o conhecimento


no campo da educação. Educação e Sociedade, Campinas, v. 30, n. 107, p. 585-607,
maio/ago. 2009. Disponível em:< http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em:
13/01/2013.

WEBER,Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1979

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