Tipos e Formas de Frase
Tipos e Formas de Frase
Tipos e Formas de Frase
1. Introdução
Há que salientar que para a elaboração do presente trabalho, é-nos sugerida uma
metodologia de pesquisas obras que abordem o assunto e, caso necessário, efectuar uma
pesquisa em referencias electrónicas.
1.1. Objectivos
a) Geral: conhecer os tipos e formas de frases
b) Específicos
Distinguir as frases na forma afirmativa e negativa;
Identificar frases do tipo declarativo, imperativo, exclamativo e
interrogativo;
Localizar em qualquer texto escrito ou oral os tipos e formas de frases.
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Figueiredo (2004), define frase como sendo uma “unidade sequencial autónoma –
ordenação de palavras e morfemas delimitadas no inicio por uma maiúscula e no fim por
um sinal de pontuação forte ou uma entoação descendente ou ascendente – e uma unidade
de sentido.”
Frase é todo o enunciado linguístico capaz de transmitir uma ideia. Pode ser uma palavra
ou todo um conjunto de palavras. O mais importante é o propósito da sua transmissão e
não a sua extensão, constituindo um enunciado de sentido completo.1
Ter um único conceito de frase é uma tarefa complicada sob o ponto de vista da
linguística, sendo que diversos autores trazem conceitos diferentes e diversos sobre tal
termo, entretanto, ao longo do trabalho, com base nos conceitos acima mencionados,
trataremos a frase como sendo ser uma palavra ou conjunto de palavras que constitua uma
unidade de sentido completo.
Na maior parte das vezes, as frases podem ser interpretadas ou entendidas se levarmos
em consideração o contexto em que estas são proferidas, não se esquecendo de um
elemento que é primordial para tal compreensão, a entoação. Através da entoação
podemos ter a indicação de dúvida, surpresa, indignação, de entre várias outras asserções.
Tendo em conta o que fora anteriormente mencionado podemos concluir que os tipos de
frase traduzem ou indicam a atitude do enunciador a respeito daquilo que enuncia e a
respeito do destinatário.
Um dos aspectos a se ter em conta quando falamos dos tipos de frases são os sinais de
pontuação.
1
https://is.muni.cz/el/1421/jaro2014/POIA018/um/skripta_Sintaxe_da_Lingua_Portuguesa.pdf. Acesso
em 31 de Março de 2020, pelas 18:43 horas.
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Bapstista (s/d: 3), afirma que “Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que possui
basicamente duas funções: representar, na língua escrita, as pausas e a entoação da língua
falada, na tentativa de reconstruir o movimento vivo, recursos rítmicos e melódicos que
a oralidade possui e dividir as partes do discurso que não têm entre si uma intima relação
sintáctica.”
Com o exemplo acima, podemos ver que através do sinal gráfico usado, a entoação e a
finalidade de cada enunciação tende a mudar.
tipos primários:
a) Frase exclamativa
De acordo com Mateus et al (1989: 252), as frases exclamativas são sintacticamente frases
declarativas em que é destacado um constituinte por meio de um acento de intensidade.
Mais comumente é usado o ponto de exclamação (!) para indicar tal intensidade.
De uma forma mais sintetizada podemos afirmar que numa frase exclamativa, o emissor
exprime um estado emotivo, exteriorizando seus sentimentos. É pontuada com ponto de
exclamação.
Ex.: Hum, Delsinha! Esta tua impecável forma de cozinhar, ainda me vai roubar a vontade
de viajar.
Ex2.: Iwe Delsa! Estou a falar contigo.
b) Frase imperativa
Mateus et al (1989), classificam as frases imperativas como sendo aquelas em que verbo
se encontra modalizado pela atitude que o locutor assume em relação ao alocutário, em
função de um objectivo ilocutório directivo.
São tipos de frases que expressam uma intenção de ordem ou de propor conselhos. Além
disso, também pode ser um pedido, sendo caracterizada por uma acção directa a partir do
comportamento do locutor. Pode ser negativa ou afirmativa e apresentar ponto de
interrogação ou exclamação.
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c) Frase interrogativa
Segundo Mateus et al (2003;460), as frases interrogativas – são aquelas que têm certas
propriedades gramaticais, que exprimem actos directivos de pedido (de acção ou
informação).
Ex.: Então tu, tão bonita que és, casas com um qualquer?
a) Frase declarativa
No registo oral, a frase declarativa é caracterizada por uma entoação ascendente no seu
início e descendente no final. No registo escrito, é assinalada, habitualmente, com ponto
final.
Quanto as formas de frase podemos efectivamente encontrar duas formas, sendo a forma
afirmativa e a forma negativa.
2
https://portugues-fcr.blogspot.com/2013/04/tipos-de-frase.html - acesso em 03 de Abril de 2020, pelas
20:30h.
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https://www.normaculta.com.br/frases-afirmativas-e-negativas/ - acesso em 03 de Abril de 2020, pelas
20:55h.
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b) Forma negativa: frases negativas são aquelas que dão ideias de negação. Para
indicar a negação são usados advérbios ou palavras que indicam a negação, como
é o caso de não, nenhum, ninguém, nem, sem, nada, tampouco, entre outras.
3. Conclusão
Terminado o trabalho que teve como tema tipos e formas de frases, pudemos concluir
que para que um discurso seja coerente e coeso dependendo do contexto do uso, a forma
de enunciação, a tonalidade e a melodia são de crucial importância. Pudemos auferir que
existem quatro tipos de frases mais comumente usadas, a saber: declarativas,
exclamativas, interrogativas e imperativas, entretanto as formas de frases são transversais
aos tipos, ou seja os tipos de frases podem ser de polaridade positiva ou negativa
(afirmativa ou negativa).
Para a elaboração deste trabalho usamos de dois textos a nossa escolha, os dois
pertencentes a dois autores moçambicanos, sendo um do escritor Lourenço do Rosário e
outro pertencente a Meque Raul Samboco.
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4. Bibliografia
FIGUEIREDO, Maria Olívia. Da palavra ao Texto. 6ª Ed. Asa Edições, Lisboa, 2004.
MATEUS, Maria Helena Mira, et al. Gramática da Língua Portuguesa. 2ª Ed. Editorial
Caminho, SA, Lisboa, 1989.
MATEUS, Maria Helena Mira, et al. Gramática da Língua Portuguesa. 7ª Ed. Editorial
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ANEXOS
Um dia, a hiena que estava a passear sozinha, passou por uma povoação e viu algumas
raparigas a pilar. Entre elas havia uma muito bonita e que se chamava Chipha Dzuwa.
A hiena disse: “És muito bonita, casa comigo”. A rapariga respondeu: “Primeiro tens de
falar com os meus pais, traz o teu padrinho. E caso contigo”.
Entretanto, o coelho, que pouco depois passou pela mesma povoação, apaixonou-se pela
mesma rapariga. “Casa comigo”, disse-lhe o coelho. “Não posso, já dei a minha palavra
à hiena. Ele vem apresentar-se aos meus pais”, respondeu a rapariga. O coelho começou
a soltar grandes gritos e a rebolar-se no chão. Riu e zombou da rapariga: “Não
compreendo nada. Então tu, tão bonita que és, casas com um qualquer? Não sabes que a
hiena é meu serviçal e serve-me de cavalo quando entendo?” “Não acredito, apresenta-
me provas”, pediu a rapariga, humilhada e espantada.
Quando o coelho se encontrou com a hiena, nada disse. Esta, porém, estava feliz e pediu
ao amigo para ser seu padrinho no dia da apresentação aos pais. O coelho fingiu: “Não
sei, amigo, é que não ando lá muito bem. Além disso, piquei-me num pé e não consigo
caminhar longas distâncias”. A hiena ofereceu-se logo cheia de boa vontade: “Não faz
mal, eu carrego-te às costas. O que eu quero é que vás apresentar-te aos pais da Chipha
Dzuwa”. Mas o coelho insistiu: “Tu andas muito depressa, tenho receio que me deixes
cair. Só se permitires que eu ate uma corda ao teu pescoço”. A hiena estava por tudo
naquele momento. Aceitou.
No dia combinado, lá foram os dois, o coelho no dorso do amigo e com as mãos na corda.
Quando chegaram à povoação, o coelho começou a fazer manobras como se estivesse
montado num cavalo e logo que viu a rapariga, começou a gritar: “Corre depressa, aí está
a nossa amiga”. A hiena, que não tinha percebido ainda o que o coelho estava a fazer,
correu mesmo. Ao chegarem ao pé da rapariga, o coelho saltou para o chão e disse-lhe:
“Estás a ver como eu tinha razão? A hiena é ou não o meu servidor fiel?” Esta apercebeu-
se então do que estava a passar-se e ficou de tal maneira envergonhada que fugiu para
bem longe. E o coelho casou com Chipha Dzuwa.
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O André fez deslizar para trás, a cadeira que se encontrava casada com a mesa de jantar,
e com um sorriso cuspindo-se pelos lábios, instalou, vagarosamente, na cadeira, as suas
duas partes carnudas e globulares que formam a parte posterior e superior da coxa, e,
abrindo lentamente as tigelas de refeição, comentou, em surdina:
— Hum, Delsinha! Esta tua impecável forma de cozinhar, ainda me vai roubar a vontade
de viajar. — Sentido o cheiro do caril. — Só o cheiro deste peixe, já debela a chama desta
fome que me queima o estômago e, numa fração de segundos, reacende-me a vontade de
repousar nos teus braços apossados de calor.
— Ah, mas tu sabes que cozinhar mal nunca foi o meu forte. Aliás, só de esquecer de
colocar o sal na comida, o meu corpo fica todo salgado de dores e com uma temperatura
que rebenta o termómetro. — Acenando a cabeça. — Já deverias acostumar-te a isto, meu
bem. São seis anos de casados — disse Delsa, organizando a sua cadeira para se sentar.
— Seis anos de casados…. Seis anos de muito amor, cumplicidade, respeito e fidelidade.
Sabe, ainda me lembro com tanta força, do dia do nosso casamento, principalmente dos
seus lábios dizendo “sim” para os meus ouvidos.
O André tem quarenta anos de idade, herdou a escureza do seu pai e a pouca altura da sua
mãe. É militar e Motorista das Forças de Defesa e, algumas vezes, viaja para diferentes
Províncias, escoltando autocarros nas estradas do país.
— Não fiques assim, amor! Já, já estarei de volta nesta mesa, para saborear, novamente,
os teus pratos que me fazem devorar os dedos. — Levantou-se, literalmente, esticou o
braço e roçou-lhe o rosto. — Não fiques triste na hora do almoço. Isso não é muito bom
para o apetite.
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A Delsa fez uma cara abarrotada de desânimo. Não se parecia com aquela jovem
esculpida de clareza, uma altura de arrancar a lâmpada, e com trinta anos gingando na sua
vida. Naquele instante, era como se a saudade da ausência do seu marido já a visitasse,
impiedosamente.
Depois de servir a comida no seu prato, e como de hábito secular, o André pegou na
garrafa de piri-piri, e antes de molhar o seu peixe frito, atirou um olhar atónito e clínico
àquela vasilha de maionese, falecida de peso, e contestou, espantosamente:
— Mas sabe, este piri-piri está a voar assim feito gás fora da botija por que mesmo? Será
que os meus olhos estão sendo sabotados pelos meus pensamentos?
A Delsa fez de contas que os seus ouvidos estavam jardinados de poeira, e que não tinha
escutado nada do que o seu marido dissera, e continuou servindo, naturalmente.
— Iwe Delsa! Estou a falar contigo. — Exibindo a garrafa nos seus olhos. — Da última
vez que comi com este piri-piri, esta garrafa estava inundada de molho, estava tão cheia
como um disco lunar totalmente iluminado, mas hoje, parece uma lua crescente. Quem
tomou isso?
— Já quer começar. Tu viajas e ficas muito tempo fora, e esqueces como deixaste a tua
garrafa de piri-piri. — Levantando-se. — E sabes muito bem que eu, a Vanessa e o Júnior,
não comemos essa coisa.
— Senhora, explica bem! Este piri-piri não tem duas semanas que comprei. E todas as
minhas garrafas de piri-piri acabam estranhamente, como acaba dinheiro no bolso de um
homem completamente apaixonado.
— O problema é que comes piri-piri com quase tudo que apanhas pela frente. Mesmo
tomando um copo de cerveja, tu pedes piri-piri para acompanhar. Esqueceste que ontem
tomaste chá com ele?
— Mesmo assim, não se justifica esse despejo exponencial. Talvez seja um rato de dois
pés que anda por aqui em casa. Não parece ser só o meu estômago a fazer estes estragos.
— Que ratos de dois pés estás a falar? — Apontando o seu marido com o garfo. — Estás
a querer dizer que ando a meter pessoas aqui em casa para comer o teu piri-piri? É isso?
— Eu disse isso? Já queres criar conversas sem pé e sem cabeça. Não quero viajar
enquanto discutimos — disse André, servindo o piri-piri, mesmo com a cabeça
balbuciando zangas.
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— É que já me estás a ofender. Quando é assim, compres uma fita métrica, e passas a
registares a quantia que sobra depois de comer esse piri-piri, e evitas arremessar
acusações nas horas de refeição — lamentou Delsa, enfurecida.
Cont...