MUSICOLOGIA
MUSICOLOGIA
MUSICOLOGIA
Poucos filósofos, e muito menos ainda cientistas, souberam adaptar elementos
sensíveis às suas teorias com tanto acerto como Pitágoras. A famosa teoria pitagórica
da harmonia das esferas era muito mais profunda do que a mera conjectura da
consonância das notas que os astros produzem nos seus movimentos regulares. A
música era para os pitgóricos um símbolo da harmonia do cosmos e, simultaneamente,
um meio de alcançar o equilíbrio interno do espírito do homem.
Nestas circunstâncias, não seria natural ver no número o princípio inteligível através
do qual o cosmos divino, governado pelo espírito, manifestava ao homem a sua
harmonia interna?
Um dos mais enigmáticos fragmentos pitagóricos chegados até nós é a breve fórmula
que a seguir se transcreve. De difícil interpretação, é de se supor que ela contém algo
muito perto da quinta essência do espírito pitagórico.
" Não, por Aquele que tenha entregado às nossas almas a
Tretraktis, uma fonte que contem as raízes da natureza
eterna"
Ao que parece, este estranho enunciado constitui um juramento secreto sobre o
conteúdo da teoria pitagórica, e era, portanto, reservado apenas a membros da
comunidade.
XX
XXX
XXXX
Mas, que sentido atribuir à tese de que a Tetraktis é " uma fonte que contém as raízes
da natureza eterna"?
Segundo parece, a Tetraktis alude à iluminação pitagórica inicial sobre as proporções
numéricas que regem as notas musicais consonantes: o tom (1:1), a oitava (1:2), a quinta
(3:2) e a quarta (4:3). Na experiência pitagórica, esta observação devia ter constituído o
estímulo decisivo para fazer a extrapolação, quase mística, de que o cosmos é
alcançável através do número. Talvez seja neste sentido que a Tetraktis possa ser
exaltada como fonte do conhecimento das raízes da harmonia da natureza.
Resta saber qual o sentido do segredo pitagórico que o juramento impunha?
Então, como hoje, o segredo compartilhado constituía um forte vínculo de conexão
dos membros de uma comunidade reduzida. No que diz respeito aos pitagóricos, muitas
das sua doutrinas esotéricas prestavam-se de facto, fora do contexto, a mal-entendidos
que era conveniente evitar. Nesse sentido, a comunidade pitagórica chegou a ter uma
complexa organização interna, com provas de silêncio e de robustez do espírito através
de experiências que visavam fomentar a humildade e a assimilação do espírito
pitagórico. Com um significado que vai muito mais além do carácter de mera curiosidade
especulativa, as teorias matemáticas de Pitágoras exigiam um elo especial constituindo,
para os iniciados, um suporte do seu caminho de vida .
Vejamos agora de que modo Pitágoras terá compreendido as relações numéricas
entre os sons consonantes, ou seja, aqueles que cuja produção simultânea origina uma
sensação agradável no nosso ouvido: o tom, a oitava, a quinta e a quarta.
Alguns autores clássicos, como por exemplo Boecius, falam de uma observação que
Pitágoras teria feito de diferentes sons produzidos por martelos de diferentes pesos. Um
martelo cujo peso era 6 produzia o tom, outro com peso 12 produzia a oitava, outro com
peso 9 a quinta e outro de peso oito a quarta. Pitágoras teria colocado os tais pesos
sobre quatro cordas iguais e observado que se produziam os sons consonantes
correspondentes.
Este é o exemplo típico de uma dessas histórias. No entanto, a sua falsidade poderia
ter sido comprovada por um historiador com sentido crítico, sem ter que repetir a
experiência. É que, a frequência do som produzido por uma corda vibrante não está em
proporção com a tensão mas sim com a raiz quadrada da tensão.
Diógenes Laercio, por seu lado, apresenta Pitágoras como inventor de um aparelho
científico capaz de verificar a teoria musical utilizada pelos pitagóricos e explica
pormenorizadamente a experiência com que Pitágoras teria comprovado e quantificado a
sua intuição genial da relação existente entre a harmonia musical e os números.
Pitágoras teria esticado uma corda musical que produzia um determinado som que
tomou como fundamental, o tom. Fez marcas na corda que a dividiam em doze secções
iguais.
Tocou a corda na 6ª marca e observou que se produzia a oitava. Tocou depois na 9ª
marca e resultava a quarta. Ao tocar a 8ª marca, obtinha-se a quinta. As fracções 1/2, 3/4,
2/3 correspondiam à oitava, à quarta e à quinta! Verificou ainda que os sons produzidos
tocando outras marcas resultavam discordes ou, pelo menos, não tão acordes como os
anteriores! O que significa que os números 1, 2 ,3, 4, ou seja, a célebre Tetraktis
pitagórica, determinavam de facto as suas proporções relativas os sons mais
consonantes!
Os números 12, 9, 8 e 6 constituíam outra quaterna muito interessante pelas suas
propriedades aritméticas.
Verifica-se que:
logo ab = mh
Finalmente, Jamblico afirma que a teoria da média aritmética e da média harmónica
teria procedido dos babilónios e sido importada por Pitágoras. Não há provas que
permitam concluir tal afirmação. Mas não há dúvida quanto à presença destas teorias no
pitagorismo primitivo.
Na verdade, a harmonia foi uma ocupação constante na escola pitagórica em todas as
etapas da sua evolução. Platão manifestou o seu descontentamento acerca do carácter
empírico tanto da harmonia como da astronomia dos pitagóricos. Talvez tenha sido por
sua influência que, posteriormente, tenha sido produzida uma axiomática da harmonia
pitagórica relatada pelo astrónomo Ptolomeu na sua obra sobre a harmonia.
Desta forma, resulta por pura dedução lógica, que à quinta deve corresponder 3/2 e à
quarta 4/3.
As percursões do ar produzidas simultaneamente por uma corda e uma outra com a
mesma tensão e metade da longitude, tom e oitava, chegam ao tímpano de uma forma
representável da seguinte maneira:
Se, pelo contrário, se der uma mudança na produção dos sons a partir de frequências
de percursão arbitrárias, terá lugar uma estrutura um tanto caótica que, para o nosso
ouvido, resulta opaca, não previsível, ou seja, dissonante.
Não é essa certamente a nossa situação. Limitamo-nos por isso a apresentar alguns
exemplos de como estas duas disciplinas se interligam.
Antes porém, transcrevemos três reflexões de diferentes épocas sobre esta grande
questão:
"MESTRE – Certamente temos a liberdade de considerar que razões tinha Deus, e então,
de um modo maravilhoso, poderemos perceber um pouco as razões da concordância e
discrepância dos sons, assim como a natureza dos diferentes tropos (...). Ao contarmos
a série numérica usada (quero dizer 1,2,3,4, e por aí adiante) apercebemo-nos da sua
simplicidade, e pela sua simplicidade esta é facilmente compreensível, mesmo por
meninos; mas quando uma coisa é comparada desigualmente com outra, o
procedimento recai sob os diversos domínios da desigualdade; assim, na Música, filha
da Aritmética ( isto é, a ciência dos números), os sons são enumerados por uma simples
ordem, mas quando soam em conjunto com outros, contêm não só as variadas espécies
de harmonias belas, mas também as maravilhosas razões que as explicam.
DISCÍPULO – Como é que a Harmonia nasceu da Aritmética, como se esta fosse sua
mãe; e o que é a Harmonia, e o que é a Música?
MESTRE – A Harmonia pode ser considerada como uma mistura concordante de sons
desiguais. A Música é a teoria da concordância em si mesma. E a ela se junta também a
teoria dos números, como acontece nas outras disciplinas da Matemática, e é através
dos números que devemos compreender.
(...)
DISCÍPULO – O que é a Aritmética?
MESTRE – A disciplina das magnitudes móveis que contempla os percursos dos corpos
celestes, e debruça-se racionalmente sobre as órbitas das estrelas à volta de si mesmas
e à volta da Terra.
DISCÍPULO – Porque é através da ciência dos números que as outras três disciplinas
existem?
MESTRE – Porque tudo o que é abarcado por essas disciplinas existe através da razão
dos números, e sem números não pode ser compreendida ou transmitida." (Scholia
Enchiriadis, séc. X, cit. in Oliveira, 2000: 13).
"Geralmente, quando se compõe, começa-se por imaginar um som, por vezes verifica-
se e corrige-se ao piano, depois escreve-se: anota-se. Será que existe uma diferença
fundamental entre este método de trabalho tradicional e a composição de música de
síntese, feita por um computador? Quando estamos diante do monitor do terminal,
também imaginamos um som, experimentamo-lo, corrigimo-lo e finalmente
armazenamo-lo numa linguagem informática. Neste processo é claro que estamos a
traduzir as nossas reacções em números e quantificamos todos os parâmetros com a
maior a maior precisão, mas a nossa reacção é, sobretudo, emocional. As palavras e
toda a filosofia não são capazes de dar conta toda a precisão e objectividade deste
domínio essencial da actividade humana. Por outro lado, é esta obrigação de nos
debruçarmos sobre a essência de uma emoção e de a traduzirmos em cálculos precisos
que torna o trabalho de composição feito com o auxilio do computador
extraordinariamente fascinante. Há um sentimento de estarmos a contemplar um
espelho insolentemente fiel, e que constantemente nos coloca questões pertinentes.
Modificamos um parâmetro e reagimos emocionalmente ao resultado. Modificamos
outro parâmetro e essa mudança produz outra emoção, subtilmente diferente, até talvez
desconcertante. Outra modificação... etc., etc., e assim repetimos centenas de vezes
este vai-vem entre o objectivo e o subjectivo, até se atingir uma espécie de adaptação
mútua.
Até ao momento presente, nunca foi possível analisar a este ponto as relações
desconcertantes e talvez um pouco perturbadoras que ligam a música à matemática.
Para o espirito medieval ( e talvez nos nossos dias ainda seja pertinente), esta relação
era de ordem metafísica; o homem moderno refuta as explicações metafísicas, que
considera como sendo muito generalistas. Ao pôr em destaque as configurações
exactas da música matemática – que, para ser música deve responder a um sentido
estético ou espiritual, considerado até então profundamente irracional – aproximamo-
nos de uma melhor compreensão de nós próprios. As aplicações mais correntes da
inteligência artificial, não permitem uma tal compreensão do cérebro e do intelecto,
embora estes domínios não lhe sejam alheios. O que se experimenta ao trabalhar num
programa de síntese, esse sentimento estranho de escrutinar o próprio fundo da
consciência, parece-me que a música, mais uma vez, se aproxima da essência do debate
filosófico. Para certos pensadores, com Marvin Minsky, a linguagem e a linguistica já
não podem fornecer, ao contraio da música, as chaves para a análise do funcionamento
intrínseco do pensamento" (Jonathan Harvay, cit. in Oliveira, 2000: 21).
"É obvio que em arte, o sentido do que é habitualmente chamada "lógica" tem de ser
modificado de alguma forma, mesmo que a mente humana, de uma forma geral, seja
capaz de ter uma única forma de pensamento. Numa construção estritamente lógica, no
sentido cientifico, as variações de um motivo ( ou de um grundgestalt, etc.) teriam de
ocorrer de uma maneira sistemática e deveriam conduzir a uma finalidade pré-
estabelecida. No entanto a dificuldade encontra-se na nomeação dessa finalidade, já que
não existe (até agora) uma tal finalidade na música, e é impossível conceber uma tal
ideia musical que para aí se dirija. No entanto, se deixarmos de tomar em consideração
essa finalidade, qualquer desenvolvimento sistemático poderia ser feito de tal maneira
que, primeiramente o ritmo e depois os intervalos ( ou vice-versa), poderiam ser sujeitos
a processos de variação, ou mesmo ambos poderiam ser variados simultaneamente ou
alternadamente. É fácil imaginar que o resultado de tal procedimento mecanizado não
seria equivalente à forma como a música funciona: ou seja obter-se-iam inumeráveis
repetições supérfluas (embora variadas) de gestalten, que seriam, na sua maior parte,
desinteressantes e sem expressão. E ainda poderemos acrescentar que a ciência não se
iria preocupar com a produção de cada um destes gestalten, mas conter-se ia em
delinear os princípios que lhe dão origem." ( Arnold Schoenberg, cit. in Oliveira, 2000:15)
CONTRAPONTO MUSICAL
Tradicionalmente, nas estruturas musicais distinguem-se: o ritmo, a melodia e a
harmonia. O significado e a função de cada um destes elementos é facilmente
perceptível para a maioria dos ouvintes, mesmo os menos dotados. No entanto, se este
trio funciona bem para alguma música clássica, ele não serve para a chamada polifonia.
Foi sobretudo na Renascença que este género musical se desenvolveu. O seu princípio
básico é o de que não deve existir apenas uma voz, mas sim um emaranhado de vozes.
Essas vozes devem sobrepõem-se respeitando as leis da harmonia (cada voz sente-se
acompanhada pelas restantes) segundo uma aprimorada arte canónica que se designa por
contraponto. Tal como um ballet, há vozes que procedem em paralelo, outras que as
seguem a curta distância e outras que se vão aproximando ou distanciando
simetricamente do centro do palco. Embora a evolução dos gostos musicais não tenha
favorecido o contraponto, existem alguns autores, como Bach, em que os detalhes
contrapontísticos sobressaem sobre os demais ingredientes musicais.
Com a ajuda da linguagem e dos conceitos matemáticos consegue-se, com total
transparência, descrever algumas práticas contrapontistas. Também através da
geometria, com a qual se exercita a intuição visual, é possível compreender a música
mesmo quando se trata de um ouvido menos dotado.
Sons e ruídos não são mais que perturbações da pressão do ar captadas pelo ouvido
humano. Para os distinguir, e fazendo uma primeira aproximação diríamos que, num som
musical, a perturbação é uma oscilação regular (tem um andamento sinusoidal) à qual se
pode atribuir uma certa frequência (altura). Para simplificar, consideremos sons que
tenham a mesma frequência e uma determinada duração, como por exemplo, quando se
dedilha uma corda de uma guitarra ou se sopra no bocal de uma flauta. À sucessão destes
sons que sucedem sem interrupções chamamos melodia. Assim, poderíamos representar
uma melodia como uma função f(t) em que a frequência f depende do tempo t. Esta é
uma função em escada porque a frequência é temporariamente constante, sendo o seu
gráfico uma linha quebrada com traços horizontais e verticais. O ouvido humano, mesmo
o menos dotado para a música, consegue reconhecer quando dois sons têm frequências
uma o dobro da outra, ou seja, frequência f e 2f. Por exemplo, quando duas vozes, uma
feminina e outra masculina se sobrepõem com agrado num coro, conseguem produzir uma
sensação agradável (consonância), e pretendendo cantar a mesma melodia, geram de
facto um grupo a função y = f(x), o outro y = 2 f(x). A duração dos sons associa-se
geralmente a um múltiplo inteiro ou a uma fracção muito simples de uma certa unidade
de tempo. Assim, um gráfico de uma melodia poder-se-à representar sobre uma
quadrícula inteira: trata-se de uma linha quebrada que se pode sobrepor às linhas do
papel quadriculado.
***
Numa tentativa de mostrar de que modo as transformações geométricas tiveram lugar
nos aspectos estruturais musicais, iremos recorrer a alguns exemplos e à explicação
clarificadora de Benedetto Sciemi(1999: 63-67):
"As próximas considerações referem-se à noção de gráfico de uma função f (escreve-se
também y = f (x)), e que a variável x assume valores num determinado domínio, por
exemplo no intervalo 0< x< 10.
O gráfico de f é uma linha particular, isto é, é o conjunto de pontos que têm
coordenadas (x, f(x)) com x a variar no domínio. Se submetermos esta linha às
transformações do nosso grupo musical observa-se que a nova figura é uma outra linha,
que é também o gráfico de uma nova função estreitamente aparentada com a original.
Precisamente, em correspondência com as quatro famílias principais, encontramos:
1. Translações horizontais
3. Reflexões horizontais(=lago)
4. Reflexões verticais(=muro)
O gráfico destas funções é, no essencial, redutível aos seguintes quatro casos
particulares (todos os outros se obtêm transladando estes quadro):
Os quatro gráficos têm, como se vê, aspectos bem diferentes. Pelo contrário, o
andamento das funções não é alterado pelas translações que se limitam a deslocar o
gráfico (para cima ou para baixo, para a direita ou esquerda, ou ambas as direcções)."
Passamos agora a apresentar alguns gráficos que
representam excertos de composições musicais de
J.S.Bach
Exemplo 3: Reflexões-lago:
Efeito de uma reflexão lago no Fra Martino.
Para ilustrar a noção abstracta de acaso, tomemos como exemplo uma moeda
de duas faces, cara e coroa, representadas por 1 e 2 respectivamente. Neste caso,
"experiência" significa atirar uma moeda ao ar e registrar a face voltada para
cima (cara ou coroa). Naturalmente, U é o conjunto dos números 1 e 2. A
segunda propriedade significa que nunca se sabe que face surge no próximo
lance, independentemente do número de lançamentos já realizados. Contudo, no
caso de uma moeda equilibrada, tanto 1 como 2 (cara e coroa) irão ocorrer
aproximadamente com a mesma frequência: em 10000 lançamentos, aparecerão
aproximadamente cerca de 5000 caras e 5000 coroas.
Existem duas atitudes relativamente ao lugar do acaso na composição
musical clássica.
Uma das vantagens da aplicação das técnicas de Markov, é ser possível criar
música que poderia ter sido escrita por um compositor que tivesse vivido séculos
atrás. Ao analisar, através de um computador, as frequências das notas de um
grande número de composições típicas de uma época é possível "compor"
melodias sujeitas às probabilidades de Markov.
***
Apresentamos de seguida alguns exemplos de música probabilística na obra de
Xenakis oferecidos pelo Prof. Ehrhardt Behrends da Freie Universitaet de Berlim
(1999: 19-22 ):
Talvez tenha sido Xenakis quem mais usou as ideias matemáticas de estrutura
e de acaso nas suas composições. Seguem-se alguns exemplos:
Geração do som
Xenakis não foi o primeiro a criar novos sons através de um elaborado
equipamento electrónico. Contudo, o método usual era recorrer à síntese de
Fourier que consistia em sobrepor ondas sinusoidais de diferentes frequências.
Um outro método, também bastante divulgado, consistia em recorrer ao uso de
filtros capazes de modificar sons "interessantes" (que também podiam ser um
ruído qualquer) através de dispositivos electrónicos.
Foi este o primeiro método estocástico aplicado por Xenakis, em 1953, por
ocasião da criação de Metastasis ( designação da sua contribuição para o festival
de Donaueschingen com a qual se tornou um compositor famoso). O problema
era transformar agregados constituídos por muitas formas diferentes. Se isso for
feito imediatamente, o resultado é um som muito áspero. Pelo contrário,
Xenakis usou um gerador aleatório para transformar nota a nota.
Uma ideia vaga do tipo "as cordas tocam um pizzicato usando a parte
superior do Dó Maior", foi introduzida numa partitura concreta através de uma
simulação em computador sujeita a probabilidades pré-fixadas. Segundo as
palavras do próprio Xenakis:
"Isto, penso eu, foi a minha contribuição mais importante para a música
contemporânea: deduzir montanhas de sons, criados como nuvens pelo uso de
probabilidades:"
A música estocástica é, por vezes, combinada com aspectos estruturais. Por
exemplo, em Herma, 1962, as notas são primeiro repartidas num número finito
de subconjuntos. A partir destes constroem-se novos conjuntos por meio de
certas operações teóricas, tais como intersecções, uniões e complementos. Por
fim, as notas de tais subconjuntos são ordenadas aleatoriamente por simulação
em computador.
Convém fazer duas observações. Primeiro, é claro que uma ideia estocástica
qualquer pode dar origem a muitas composições completamente diferentes. O
produto dependerá do resultado concreto do processo aleatório. Segundo, é
importante notar que não está garantido que uma simulação particular conduza
a um resultado satisfatório. Como Xenakis acentua, a decisão final pertencerá
sempre ao ouvido do compositor.
Metastasis
Existe aqui uma mistura de estrutura e acaso. Imagine-se um dado no espaço
e associe-se a qualquer dos seus vértices um evento musical. Figure-se agora um
segundo dado onde os vértices estão ligados a possibilidades de execução
musical (determinados instrumentos, maneiras de tocar, etc). A ideia musical
consiste em lançar o segundo dado ao acaso e fazê-lo coincidir com o primeiro
dado, surgindo assim oito decisões musicais. O aspecto mais interessante é a
intervenção de grupos - o grupo de transformação de similaridade dum dado -
aspecto que tem larga tradição na música. Para dar um exemplo lembremos que
reflectir uma melodia ou executá-la em ordem inversa são exemplos particulares
de aplicação de um grupo simples constituído por quatro elementos. O grupo de
dados de Xenakis tem 24 elementos."
"A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la
unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com
auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada
para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada." (E. G. White, Educação, p.
231)
- A Adoração
- O Adorador
- O Meio da Adoração
B. Contraponto de 2a. espécie: (2 notas contra 1) -
- Estudos Bíblicos: Podem haver dissonâncias somente como notas de
Adoração passagem. Ex:
- Unidos em Adoração
(Edição Especial da Revista
Adventista)
Outros Artigos
- Artigos Técnicos
- Coral e
Regência
- Historia da
Música
- Instrumentos
- Interpretação
D. Contraponto de 4a. espécie: (Contraponto
Musical
- Matemática na sincopado) - Este contraponto é escrito sempre em
contratempo com relação ao cantus firmus (CF). A
Música
- Musicalização duração das notas de ambas as melodias é sempre a
mesma, porém sempre em defasagem. A técnica mais
e Interpretação
- Orquestração importante que se estuda no contraponto de 4a. espécie
- Percepção é o efeito de suspensão, onde a dissonância deve
obedecer à um tratamento em 3 fases:
Musical
- Sonorização
- Técnica Vocal
e Fisiologia
- Teoria Musical
- Outros Artigos
Técnicos
- Ellen G. White -
Compilações
- Debate Sobre a 1. Preparação: A dissonância é preparada como
Música na Igreja consonância no tempo anterior.
2. Apresentação: A dissonância é apresentada.
- Documentos Oficiais 3. Resolução: A dissonância é resolvida com grau
da IASD conjunto descendente em uma consonância
imperfeita. (3a. ou 6a.). O modelo mais típico de
- Efeitos Físicos da resolução é a seguinte:
Música
- A Audição É comum uma "cadeia de suspensões", onde um dos
- Sobre Plantas e três modelos acima é realizado em seqüência.
Animais
- Sobre o Corpo
e a Mente
Humanas
- Entrevistas
- (Falsas) Estratégias
de Crescimento para a
Igreja
E. Contraponto de 5a. espécie: (Contraponto Florido) -
- Grandes Obras da Nesta espécie misturam-se os procedimentos típicos de
Música Sacra cada uma das espécies anteriores. Devem-se respeitar as
diretrizes de cada espécie que está sendo utilizada. Ex.:
- Hinos e Hinologia
- Hinos Cifrados
- Hinos
Transpostos (Mi
b)
- Hinos
Transpostos (Si
b)
- Histórias de
Movimento Técnicas de
Hinos Melodia Contraponto
- Letras de Hinos Harmonia Harmônico Variação
- Livros e Apostilas
(Disponíveis Online e
Recomendados) Índice Artigos Índice de Teoria
Página de
Técnicos Musical
- Música Rock e seu Abertura
Impacto na Vida Cristã
- O Ministério da Se você gostou desta página, envie o link para os amigos via e-
Música na Igreja Local mail!
- Partituras para
Download
Se você tem alguma sugestão ou reclamação, ou também tem
- Testemunhos artigos interessantes sobre o assunto, e gostaria de compartilhá-
Pessoais los, publicando-os neste espaço, entre em contato conosco.
"A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la
unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com
auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada
para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada." (E. G. White, Educação, p.
231)
Conclusão
Bibliografia
"A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la
unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com
auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada
para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada." (E. G. White, Educação, p.
231)
- Artigos em Inglês
Fornitano Roveri.
Contraponto (música)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Atraente
Os contrapontos de Pixinguinha ao
saxofone, interagindo com Benedito
Lacerda na flauta, são considerados
exemplos seminais da arte do
contraponto na música brasileira, como
por exemplo, neste choro, Atraente,
compostos por Chiquinha Gonzaga.
Identifica-se mais com a música européia ocidental, tendo sido fortemente trabalhado na
renascença e também foi uma técnica dominante a partir desse período até o
romantismo, passando pelo barroco e o classicismo. O termo origina-se do latim
punctos contra puntum (nota contra nota) e surge na época em que o cantochão
começou a ser substituído nas igrejas pelo canto com mais do que uma linha melódica
(voz). Foi criado como o propósito de traduzir em música a fé religiosa, refletindo a
eterna busca de Deus através da música. A arte do contraponto atingiu
A comunidade da Wikipédia em língua portuguesa lamenta a morte precoce do colega
editor Pietro Fornitano Roveri.
Como a maioria dos romances escritos por Huxley, Contraponto não tem uma trama
específica. A maior parte do livro consiste em profundas análises de diferentes
personalidades humanas e em longas conversas entre intelectuais. Quando cada ação é
descrita, Huxley analisa cada motivo assim como as emoções internas das personagens
detalhadamente, às vezes mergulhando no passado da personagem de acordo com o
contexto. Suas personagens estão o tempo todo se defrontando com questões que dizem
respeito a condição humana, em todos os sentidos. Este é um romance de idéias, assim
como a maioria dos livros de Huxley.
Fuga
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Nota: Para outros significados, veja Fuga (desambiguação).
Fuga a seis vozes da obra Oferenda Musical, manuscrito de Johann Sebastian Bach.
A palavra fuga vem do latim fugare (perseguir) e fugere (fugir). As variações incluem:
fughetta (uma pequena fuga) e fugato, uma obra ou seção parecendo uma fuga sem,
necessariamente, aderir às regras de formação de uma fuga. A forma adjetiva de fuga é
fugal
32,478
Pré-História
A palavra música do grego mousikê que quer dizer "arte das musas" é uma referência à
mitologia grega e sua origem não é claro. Muitos acreditam que a música já existia na
pré-história e apresentava-se com um caráter religioso, ritualístico em agradecimento
aos deuses ou como forma de pedidos pela proteção, boa caça, entre outros. Se
pensarmos que a dança aparece em pinturas rudimentares da pré-história não é difícil
acreditar que a música também fazia parte dessas organizações. Nessa época podemos
imaginar que muitos sons produzidos provinham principalmente dos movimentos
corporais e sons da natureza e, assim como nas artes visuais e na dança a música
começou a ser aprimorada utilizando-se para isso objetos dos mais diversos. Ainda para
refletirmos sobre o assunto e reforçar a teoria sobre a música na pré-história basta
lembrarmos da existência de tribos indígenas que mantêm total isolamento das
sociedades organizadas e vivem ainda de forma rudimentar (paradas em um período da
pré-história) e que possuem rituais envolvendo a música utilizando para isso a
percurssão corporal, a voz e objetos primários, básicos desenvolvidos para este fim.
Música Ostinato
Primitiva rítmico
acesse o som acesse o som
Natureza do
som
acesse o vídeo
Antiguidade
Muitos historiadores apontam a música na antiguidade impregnada de sentido
ritualístico e o instrumentos mais utilizado a voz pois através dela se dava a
comunicação e nessa época o sentido da música era esse, comunicar-se com deuses e
com povo. Observamos na Grécia a música como uma forma de estarem mais próximos
as divindades e um caminho para a perfeição. Nessa época a musica era incorporada
com a dança e o teatro, formavam uma totalidade, ao som da lira eram recitados
poemas. As tragédias gregas encenadas eram inteiramente cantadas acompanhadas da
lira, da cítara e de instrumentos de sopro denominados aulos. Um destaque importante
na antiguidade foi Pitágoras, um grande filósofo grego que descobriu as notas e
intervalos musicais.
Já em Roma a música foi influenciada pela música grega, pelos etruscos e pela música
ocidental. Os romanos utilizavam a música na guerra para sinalizar ações dos soldados
e tropas e também para cantar hinos as vitórias conquistadas, também possuía um
papel fundamental na religião e em rituais sagrados assim como no Egito onde os
egípcios acreditavam na "origem divina" da música que estava relacionada a culto aos
deuses e geralmente os instrumentos eram tocados por mulheres (chamadas
sacerdotisas). Os chineses, além de usarem a música em eventos religiosos e civis
tiveram uma percepção mais apurada da música e de como esse refletia sobre o povo
chegando a usar a música como "identidade" ou forma de "personalizar" momentos
históricos e seus imperadores.
Idade Média
Na Idade das Trevas ou Idade Média a Igreja tinha forte influência sobre os costumes e
culturas do povo em toda a Europa, muitas restrições eram impostas e, por essa razão
observamos o predomínio do canto gregoriano ou cantochão, porém houve um grande
desenvolvimento da música mesmo com o direcionamento da igreja nas produções
culturais e nessa fase a música popular também merece destaque com o surgimento dos
trovadores e menestreis. É importante citar na Idade Média Guido d'Arezzo um monge
católico que "criou a pauta de cinco linhas, na qual definiu as alturas das notas e o
nome de cada uma (...). Nasciam, assim, os nomes das notas musicais que conhecemos:
dó,ré, mi, fá, sol, lá e si." (LDP, p.264)
Notas Musicais
acesse o vídeo
Renascimento
Nesse período na Europa cresce o interesse pela música profana (que não era religiosa)
e também a música é trabalhada em várias melodias. porém ainda as melhores
composições musicais dessa época foram feitas para as igrejas.
Barroco
A música barroca foi assim designada para delimitar o período da história da música
que vai do aparecimento da ópera e do oratório até a morte do compositor, maestro e
instrumentista Johann Sebastian Bach. A música barroca foi muito fértil contendo
elaborações, brilhantismo e imponência não vistos anteriormente na história da
música, fato esse talvez devido a oposição aos modos gregorianos até então vigentes. A
criação aflorou no período barroco e diversos gêneros musicais foram criados.
Castrati Ópera
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História da Música -
Barroco
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Classicismo
Nesse período a música instrumental passa a ter maior destaque, a música adquire
"porte", elegância e sofisticação. São sons suaves e equilibrados, nesse período criou-se
a sonata e os espetáculos de ópera passam a ter um brilho maior e as orquestras se
desenham e possuem grade relevância nesse período.
História da Música -
Classicismo
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Romantismo
Diferente da música no classicismo que buscava o equilíbrio no romantismo a música
buscava uma liberdade maior da estrutura clássica e uma expressão mais densa e viva,
carregada de emoções e sentimentos. Os músicos nessa fase se libertam e visam através
da música exprimir toda sua alma.
Música no século XX
Podemos dizer que nesse período para a música foi uma verdadeira REVOLUÇÃO. O
entusiasmo nesse período foi grande, inovações, criações,novidades, tendências,
gêneros musicais apareceram. Foi um período rico para música impulsionado pela
rádio, e surgimento de tecnologias para gravar, reproduzir e distribuir essa arte.
Música no século XX
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