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Aparthaid

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O Apartheid foi uma política de segregação social ocorrida

na África do Sul entre 1948 e 1994, com a ascensão do


Partido Nacional, cujo governo foi composto por uma minoria
branca. O país foi governado por esta minoria que adotou
desde 1948 uma política de segregação racial.

Por  Ana Luíza Mello Santiago de Andrade, do Infoescola

Reprodução/Infoescola
Com o fortalecimento do regime entre as décadas de 1960 e
1970, uma forte oposição se fez presente. O Partido Nacional
tinha como parâmetro as ideias de superioridade racial
branca e para manutenção de seu governo e desse sistema
investiu em vigilância e repressão constantes.

Os casamentos entre brancos e negros eram proibidos e o ato


sexual de brancos com não brancos, se descobertos, eram
punidos com prisão. Somente brancos atuavam nos cargos
diretivos do governo, no parlamento e eram eles os
proprietários de terras produtivas.

Já aos negros cabia o trabalho como mão de obra barata nas


fazendas, nas minas e na indústria. Além disso a circulação
pelo país era restrita e controlada por diversos documentos
de identificação ou passes e salvo-condutos. A burocracia foi
uma importante estratégia de controle sobre mulheres e
homens negros e sua livre circulação pelo país.

A política de segregação racial esteve presente nos espaços


mais comuns das cidades da África do Sul. Havia veículos de
transporte separados para brancos e para negros, assim como
os pontos de ônibus. Lugares separados nas praças, nos
parques e nas praias era também bastante comum.
Bibliotecas também seguiram as regras de segregação, assim
como os bebedouros, os restaurantes, os bares. Enfim, todos
os lugares foram marcados pela violência da segregação
racial.

Embora a segregação tenha sido um regime bastante


violento, o povo Sul africano não tolerou passivamente as
regras racistas. Várias foram as reações ao sistema e elas
estiveram ligadas à formação da União Sul-Africana.
Placa em praia na cidade de Durban proíbe a entrada de não
brancos. Foto: Guinnog / via Wikimedia Commons [CC-BY-SA
3.0]

Desde o início do século XX, com a criação do Congresso Nacional Africano (ANC)
que os negros passam a ter a sua principal entidade de representação. Na década de
1920 os líderes promoveram greves com mais de 40 mil mineiros em todo o país,
mostrando sua capacidade de mobilização e articulação. Na década de 1940 foram mais
de quarenta greves organizadas envolvendo mais de 60 mil pessoas.
Mas, é com a ascensão do regime do Apartheid que a
resistência pacífica ficou em segundo plano, dando lugar a
boicotes e movimentos armados liderados por Nelson
Mandela (1918 – 2013). O estopim do início da resistência
mais ativa foi o Massacre de Shaperville (1960), quando a
polícia atirou em um grande grupo de aproximadamente cinco
mil pessoas.

Mandela foi preso em 1962 e em 1964 foi condenado à prisão


perpétua, tendo ficado preso até 1990. Ele foi a principal
referência da luta contra o regime de segregação racial na
África do Sul.

Em 1976 uma onda de violência extrema por parte da polícia


contra um protesto de jovens estudantes ocorreu em Soweto,
Johanesburgo. Nesta repressão o número de mortes e prisões
foi surpreendente: foram 600 manifestantes mortos e 13 mil
prisões. A tortura e morte de Steve Biko, líder do movimento,
marcou a ação e a África do Sul passou a sofrer pressões por
parte da ONU, que provocou o isolamento do regime do
Apartheid e já nos anos 1980 o país passa por um descrédito
mundial, perdendo investimentos.

No início dos anos 1990, com a libertação de Mandela e a


abertura do regime o Partido Nacional perdeu força e Mandela
foi eleito presidente em 1994, marcando o fim da segregação
legal e a conciliação nacional sul-africana.

Referência:

MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto,


2013.

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