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ESTUDOS DE AGUAS NA LAVRA EM MINAS SUBTERRÂNEA

Índice pág.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 2
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 2
2.1. Objetivo geral. ............................................................................................................. 2
2.2. Objetivos específicos. .................................................................................................. 2
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 3
4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 3
5. PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................................... 4
6. HIPÓTESES ........................................................................................................................ 4
7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 5
7.1. O MOVIMENTO DE ÁGUA NO SISTEMA TERRA ............................................ 5
CICLO HIDROLÓGICO ....................................................................................................... 5
7.2. ÁGUA NO SUBSOLO ................................................................................................ 7
7.2.1. Água Subterrânea ............................................................................................... 7
7.2.2. Fatores que condicionam na infiltração das aguas subterrâneas ................... 7
7.2.3. Distribuição e movimento da água no subsolo .................................................. 8
7.2.4. O fluxo de água no subsolo ............................................................................... 12
7.3. AÇÃO GEOLÓGICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA ............................................ 12
7.3.1. Escorregamentos de encostas ........................................................................... 13
7.3.2. Boçorocas ........................................................................................................... 14
7.3.3. Rochas carstificáveis ......................................................................................... 15
7.3.4. Dissolução de rochas carbonáticas ................................................................... 15
7.3.5. Principais grupos de rochas e estruturas geológicas propícias ao acúmulo de
água subterrânea ............................................................................................................... 17
7.4. CONTROLE DAS ÁGUAS EM PROJETOS DE MINERAÇÃO........................ 17
7.4.1. Conceito de rebaixamento e controle de águas ............................................... 18
7.4.2. Técnicas de controle das águas em minas subterrâneas ................................ 18
8. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 22
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 24

ENGEMHARIA DE MINA-30ANO, TURMA A SERVICOS MINEIRO II 1


ESTUDOS DE AGUAS NA LAVRA EM MINAS SUBTERRÂNEA

1. INTRODUÇÃO
A mineração é uma atividade realizada na crosta terrestre, sendo ela realizada na
superfície ou no subsolo. Por consistir na escavação da crusta ela acaba tendo algumas
interferências naturais sendo uma delas a intrusão das aguas subterrânea.
Com vista nessa interferência natural o trabalho tem como objetivo estudar de forma
concisas as aguas na lavra em minas subterrânea. Porém o trabalho foi desenvolvida de
forma progressiva iniciando no contesto amplo das aguas subterrâneas o seu manifesto
no geral. Prosseguindo assim a destacar a ação geológica da aguas e o seu comportamento
ao interagir com variáveis superfícies rochosa no seu decorrer rotinal. O trabalho finaliza
como conteúdo a sua mitigação no decorrer das atividades mineiras em lavra subterrânea,
porem foram desenvolvidas algumas metodologia para mitigar o fluxo das aguas de modo
a não paralisar as atividades

2. OBJETIVOS

2.1.Objetivo geral.
 Estudar a aguas subterrânea na lavra em minas subterrânea.

2.2.Objetivos específicos.
 Descrever o processo da infiltração das aguas subterrâneas relacionada com a
variância superficial;
 Descrever o comportamento das estruturas geológicas quando sofrem a
interferência hídrica;
 Destacar processos de mitigação das aguas subterrâneas na lavra em minas
subterrânea.

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3. METODOLOGIA

O método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na


investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar determinado fim.

“Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do


conhecimento. A finalidade da pesquisa é “descobrir respostas para questões, mediante a
aplicação de métodos científicos.”

Para a realização do trabalho usou-se como métodos de recolha de dados, a consultas nos
manuais escrito e de outros trabalhos feitos. Após coleta de dados seguiu-se a análise dos
mesmos que consistiu na leitura, realização de sínteses de acordo com pontos
considerados mais pertinentes que os elementos do grupo encontraram, a sua
interpretação, organização, compilação e revisão do trabalho.

4. JUSTIFICATIVA

A mineração é uma atividade realizada na crosta terrestre, sendo ela realizada na


superfície ou no subsolo. Por consistir na escavação da crusta ela acaba tendo algumas
interferências naturais sendo uma delas a intrusão das aguas subterrânea. Com isto tem
surgido muitos desafio quanto a sua mitigação, dependendo do seu grau de infiltramento
e da sua origem, o estudo desse tema é de grande relevância na mina subterrânea para
poder se estimar a sua mitigação e a sua influência no comportamento do minério e da
rocha encachante.

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5. PROBLEMATIZAÇÃO

Quanto ao consumo a agua subterrânea é muito boa, mas não se pode dizer o mesmo na
mineração, porque interfere de forma directa assim quase paralisando as activdades
mineiras quando não há interferência humana para sua paralização. Porem a sua mitigação
tende a ser difícil quanto ao seu fluxo, então, quais estudo devem ser feita nas aguas
subterrânea na lavra em minas subterrânea com vista a mitiga-lo?

6. HIPÓTESES
 Estudar a rocha encaixante e o seu nível de infiltração de aguas e o seu
comportamento na presença de agua.
 Criação de drenos de modo a conduzir as aguas para um certo deposito de modo
a bombeá-lo a superfície ou usá-lo na usina.
 Uso no abastecimento de uma piscina na mina de modo a entreter trabalhadores

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7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

7.1.O MOVIMENTO DE ÁGUA NO SISTEMA TERRA


CICLO HIDROLÓGICO

Tabela 1. Distribuição de água nos principais reservatórios naturais. A água doce liquida
disponível na terra corresponde praticamente à água subterrânea.

Reservatório Volume Volume % Tempo médio de


(km³ x 106) permanência

Oceanos 1.370 94 4.000 anos

Geleiras e capas de gelo 30 2 10 – 1000 anos

Águas subterrâneas 60 4 2 semanas a 10.000 anos

Lagos, rios, pântanos e 0,2 <0,01 2 semanas a 10 anos


reservatórios artificiais

Umidade nos solos 0,07 <0,01 2 semanas a 1 ano

Biosfera 0,0006 <0,01 1 semana

Atmosfera 0,0130 <0,01 ~10 dias

Parte da precipitação retorna para a atmosfera por evaporação direta durante seu percurso
em direção à superfície terrestre. Esta fração evaporada na atmosfera soma-se ao vapor
de água formado sobre o solo e aquele liberado pela atividade biológica de organismos,
principalmente as plantas, através da respiração. Esta soma de processos é denominada
evapotranspiração, na qual a evaporação direta é causada pela radiação solar e vento,
enquanto a transpiração depende da vegetação. A evapotranspiração em áreas florestadas
de clima quente é úmido devolve á atmosfera até 70% da precipitação. Em ambientes
glaciais o retorno da água para a atmosfera ocorre pela sublimação do gelo, na qual a água
passa diretamente do estado sólido para gasoso, pela ação do vento.
Em regiões florestadas, uma parcela de precipitação pode ser retida sobre folhas e caules,
sofrendo evaporação posteriormente. Este processo é a interceptação. Com a
movimentação das folhas pelo vento, parte da água retida continua seu trajeto para o solo.

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A interceptação, portanto, diminui o impacto das gotas de chuva sobre o solo, reduzindo
sua ação erosiva.
Uma vez atingindo o solo, dois caminhos podem ser seguidos pela gotícula de água. O
primeiro é a infiltração que depende principalmente das características do material de
cobertura da superfície. A água de infiltração, guiada pela força gravitacional, tende a
preencher os vazios no subsolo, seguindo em profundidade, onde abastece o corpo de
água subterrânea. A segunda possibilidade ocorre quando a capacidade de absorção de
água pela superfície é superada e o excesso de água inicia o escoamento superficial,
impulsionado pela gravidade para zonas mais baixas. Este escoamento iniciase através de
pequenos filetes. de água, efêmeros e disseminados pela superfície do solo, que
convergem para os córregos e rios, constituindo a rede de drenagem. O escoamento
superficial, com raras exceções, tem como destino final os oceanos. É bom lembrar ainda
que parte da água de infiltração retorna à superfície através de nascentes, alimentando o
escoamento superficial ou, através de rotas de fluxo mais profundas e lentas, reaparece
diretamente nos oceanos(Figura 1).

Fig. 1.1 O ciclo Hidrológico

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7.2.ÁGUA NO SUBSOLO
7.2.1. Água Subterrânea
Trata-se da fração de água que sofre infiltração, acompanhando seu caminho pelo
subsolo, onde a força gravitacional e as características dos materiais presentes irão
controlar o armazenamento e o movimento das águas. De maneira simplificada, toda água
que ocupa vazios em formações rochosas ou no regolito é classificada como água
subterrânea.
Infiltração é o processo mais importante de recarga da água no subsolo. O volume e a
velocidade de infiltração dependem de vários fatores.

7.2.2. Fatores que condicionam na infiltração das aguas subterrâneas


Tipo e condição dos materiais terrestres
A infiltração é favorecida pela presença de materiais porosos e permeáveis, como solos e
sedimentos arenosos. Rochas expostas muito fraturadas ou porosas também permitem a
infiltração de águas superficiais. Por outro lado, materiais argilosos e rochas cristalinas
pouco fraturadas, por exemplo, corpos ígneos plutônicos e rochas metamórficas como
granitos e gnaisses, são desfavoráveis à infiltração. Espessas coberturas de solo (ou
material inconsolidado) exercem um importante papel no controle de infiltração, retendo
temporariamente parte da água de infiltração que posteriormente é liberada lentamente
para a rocha subjacente. A quantidade de água transmitida pelo solo depende de uma
característica importante, chamada de capacidade de campo, que corresponde ao volume
de água absorvido pelo solo, antes de atingir a saturação, e que não sofre movimento para
níveis inferiores. Este parâmetro influencia diretamente a infiltração, pois representa um
volume de água que participa do solo mas que não contribui com a recarga da água
subterrânea, sendo aproveitada somente pela vegetação.

7.2.2.1.Cobertura Vegetal
Em áreas vegetadas a infiltração é favorecida pelas raízes que abrem caminho para a água
descendente no solo. A cobertura florestal também exerce importante função no
retardamento de parte da água que atinge o solo, através da interceptação, sendo o excesso
lentamente liberado para superfície do solo por gotejamento. Por outro lado, nos
ambientes densamente florestados, cerca de 1/3 da precipitação interceptada sofre
evaporação antes de atingir o solo.

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7.2.2.2.Topografia
De modo geral declives acentuados favorecem o escoamento superficial direto,
diminuindo a infiltração. Superfícies suavemente onduladas permitem o escoamento
superficial menos veloz, aumentando a possibilidade de infiltração.

7.2.2.3. Precipitação
O modo como o total da precipitação é distribuído ao longo do ano é um fator decisivo
no volume de recarga da água subterrânea, em qualquer tipo de terreno. Chuvas
regularmente distribuídas ao longo do tempo promovem uma infiltração maior pois, desta
maneira, a velocidade de infiltração acompanha o volume de precipitação. Ao contrário,
chuvas torrenciais favorecem o escoamento superficial direto, pois a taxa de infiltração é
inferior ao grande volume de água precipitada em curto intervalo de tempo.

7.2.2.4.Ocupação do solo
O avanço da urbanização e a devastação da vegetação influenciam significativamente a
quantidade de água infiltrada em adensamento populacionais e zonas de intenso uso
agropecuário. Nas áreas urbanas, as construções e pavimentação impedem a infiltração,
causando efeitos catastróficos devido ao aumento do escoamento superficial e redução na
recarga da água subterrânea. Nas áreas rurais, a infiltração sofre redução pelo
desmatamento em geral, pela exposição de vertentes através de plantações sem
terraceamento, e pela compactação dos solos causada pelo pisoteamento de animais,
como em extensivas áreas de criação de gado.
Um fato curioso é a situação em grandes centros urbanos, como São Paulo, onde se
detectou uma recarga significativa da água subterrânea por vazamentos da rede de
abastecimento.

7.2.3. Distribuição e movimento da água no subsolo

7.2.3.1.O conceito de superfície freática ou nível de água


Além da força gravitacional e das características dos solos, sedimentos e rochas, o
movimento da água no subsolo é controlado também pela força de atração molecular e
tensão superficial. A atração molecular age quando moléculas de água são presas na

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superfície de argilominerais por atração de cargas opostas, pois a molécula de água é


polar. Este fenômeno ocorre principalmente nos primeiros metros de profundidade, no
solo ou regolitos, rico em argilominerais. A tensão superficial tem efeito nos interstícios
muito pequenos, onde a água fica presa nas paredes dos poros, podendo ter movimento
ascendente, contra a gravidade, por capilaridade. A absorção de água em argilominerais
e nos capilares dificulta seu movimento nas proximidades da superfície, reduzindo sua
evaporação e infiltração. Assim, conforme o tamanho do poro, a água pode ser
hidroscópica (absorvida) e praticamente imóvel, capilar quando sofre ação da tensão
superficial movendo-se lentamente ou gravitacional (livre) em poros maiores, que
permitem movimento mais rápido.
O limite inferior da percolação de água é dado quando as rochas não admitem mais
espaços abertos (poros) devido a pressão da pilha de rochas sobrejacentes. Esta
profundidade atinge um máximo de 10.000m, dependendo da situação topográfica e do
tipo de rocha. Pode-se imaginar então que toda água de infiltração tende a atingir este
limite inferior, onde sofre um represamento, preenchendo todos os espaços abertos em
direção a superfície. Estabelece-se assim uma zona onde todos os poros estão cheios de
água, denominada zona saturada ou freática (Fig. 2). Acima desse nível, os espaços vazios
estão parcialmente preenchidos por água, contendo também ar, definindo a zona não
saturada, também chamada de vadosa ou zona de aeração. O limite entre estas duas zonas
é uma importante superfície denominada superfície freática (SF) ou nível da água
subterrânea (nível d´agua, NA), facilmente identificado na pratica, ao se perfurarem
poços, nos quais a altura da água marca a posição do nível da água. A superfície gerada
por vários pontos do NA constitui a superfície freática.

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Figura 2-distribuicao de agua no subsolo

O nível freático acompanha aproximadamente as irregularidades da superfície do terreno,


o que pode ser visualizado pelo traçado da superfície através de uma rede de poços. Sua
profundidade é função da quantidade de recarga e dos materiais terrestres do subsolo. Em
áreas úmidas, com alta pluviosidade, tende a ser mais raso, enquanto em ambientes áridos
tende ser mais profundo. De modo geral, é mais profundo nas cristas de divisores
topográfico (nos interflúvios) e mais raso nos fundos de vales. Quando o nível d´água
intercepta a superfície do terreno, aflora, gerando nascentes, córregos ou rios. A maioria
dos leitos fluviais com água são afloramentos do NA.
O nível freático tem uma relação intima com os rios. Os rios cuja vazão aumenta para
jusante são chamados de rios efluentes, e são alimentados pela água subterrânea, situação
típica de regiões úmidas. Ao contrário, nos rios influentes, a vazão diminui a jusante,
como consequência de recarga da água subterrânea pelo escoamento superficial. Nestes
casos a água do rio infiltra-se para o nível freático e o rio poderá secar se o nível for
rebaixado, abandonando o leito do rio, como é comum em áreas semiáridas ou áridas.
Em áreas áridas, onde a evaporação é intensa e suplanta a precipitação, pode ocorrer a
inversão sazonal da infiltração, quando uma parte da água subterrânea tem movimento
ascendente por capilaridade, atravessando a zona vadosa para alimentar a evaporação na
superfície do solo. Este processo é responsável pela mineralização dos horizontes

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superficiais do solo, pois sais dissolvidos na água subterrânea acabam precipitando e


cimentando os grãos do regolito (salinização do solo). O caliche é um exemplo de solo
endurecido pela precipitação de carbonato de cálcio pelas águas ascendentes em áreas
semiáridos e áridos.

7.2.3.2.Porosidade
A porosidade é uma propriedade física definida pela relação entre o volume de poros e o
volume total de certo material. Existem dois tipos fundamentais de porosidade nos
materiais terrestres: primária e secundária. A porosidade primária é gerada juntamente
com o sedimento ou rocha, sendo caracterizada nas rochas sedimentares pelos espaços
entre os clastos ou grãos (porosidade Inter granular) ou planos de estratificação. Nos
materiais sedimentares o tamanho e forma das partículas, o seu grau de seleção e a
presença de cimentação influenciam a porosidade. A porosidade secundaria, por sua vez,
se desenvolve após a formação das rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares, por
fraturamento ou falhamentos durante sua deformação (porosidade de fraturas). Um tipo
especial de porosidade secundaria se desenvolve em rochas solúveis, como calcários e
mármores, através da criação de vazios por dissolução, caracterizando a porosidade
cárstica.

7.2.3.3.Permeabilidade
O principal fator que determina a disponibilidade de água subterrânea não é a quantidade
de água que os materiais armazenam, mas a sua capacidade em permitir o fluxo de água
através dos poros. Esta propriedade dos materiais conduzirem água é chamada de
permeabilidade, que depende do tamanho dos poros e da conexão entre eles.
Um sedimento argiloso, por exemplo, apesar de possuir alta porosidade (Tabela 2), é
praticamente impermeável, pois os poros são muito pequenos e a água fica presa por
adsorção. Por outro lado, derrames basálticos, onde a rocha em si não tem porosidade
alguma, mas possui abundantes fraturas abertas e interconectadas, como disjunções
colunares (juntas de resfriamento), podem apresentar alta permeabilidade devido a esta
porosidade primária.

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Tabela 1.2 - Volume de poros e tamanho de partículas em sedimentos. Fato importante


é a diminuição da permeabilidade com o aumento da porosidade e diminuição do tamanho
da partícula.
Material Tamanho das partículas mm Porosidade % Permeabilidade
Cascalho 7 a 20 35,2 Muito alta

Areia Grossa 1 a 2 37,4 Alta

Areia Fina 0,3 42 Alta a média

Siltes e argila 0,04 a 0,006 50 a 80 Baixa a muito baixa

7.2.4. O fluxo de água no subsolo


Além da força gravitacional, o movimento da água subterrânea também é guiado pela
diferença de pressão entre dois pontos, exercida pela coluna de água sobrejacente ao
pontos e pelas rochas adjacentes. Esta diferença de pressão é chamada de potencial da
água (potencial hidráulico) e promove o movimento da água subterrânea de pontos com
alto potencial, como nas cristas do nível freático, para zonas de baixo potencial, como em
fundo de vales. Esta pressão exercida pela coluna de água pode causar fluxos ascendentes
da água subterrânea, contrariando a gravidade, como no caso de porções profundas abaixo
de cristas, onde a água tende a subir para zonas de baixo potencial, junto a leitos de rios
e lagos.
A união de pontos com o mesmo potencial hidráulico em subsuperficie define as linhas
equipotenciais do nível freático, semelhantes a curvas de nível topográficas. O fluxo de
água, partindo de um potencial maior para outro menor, define uma linha de fluxo, que
segue o caminho mais curto entre dois potenciais diferentes, num traçado perpendicular
às linhas equipotenciais.

7.3.AÇÃO GEOLÓGICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA


Ação geológica é a capacidade de um conjunto de processos causar modificações nos
materiais terrestres, transformando minerais, rochas e feições terrestres. O esculpimento
de formas de relevo da superfície terrestre é um tipo de ação geológica, dominada pela
dinâmica externa do planeta Terra, conhecida como ação geomórfica.
A zona de ocorrência da água subterrânea é uma região onde é iniciada a maioria das
formas de relevo, pois a água subterrânea é o principal meio das reações do intemperismo
químico. O movimento da água subterrânea, somado ao da água superficial, são os

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principais agentes geomórficos da superfície da terra. A cão geomórfica da água


subterrânea se traduz por vários processos de modificação da superfície terrestre e seus
respectivos produtos (Tabela 3).

7.3.1. Escorregamentos de encostas


A movimentação de coberturas como solos ou sedimentos inconsolidados em encostas de
morros tem velocidades muito variáveis. Os movimentos rápidos, com deslizamentos
catastróficos acontecem com frequência em épocas de fortes chuvas, em regiões de relevo
acidentado. Os movimentos muito lentos são chamados de rastejamento (creep) do solo,
com velocidades normalmente menores que 0,3m/ano. Os movimentos de encostas com
velocidades superiores a 0,3m/ano são englobados na categoria de escorregamentos ou
deslizamentos de encostas, com velocidades que podem ultrapassar 100km/hora.
Enquanto o rastejamento lento é movido unicamente pela força gravitacional, não
havendo influência de água no material, os escorregamentos são movidos pelo processo
de solifluxão, no qual a força gravitacional age devido à presença de água subterrânea no
subsolo.
Os materiais inconsolidados em encostas possuem uma estabilidade controlada pelo atrito
entre as partículas. No momento em que o atrito interno é vencido pela força
gravitacional, a massa de solo entra em movimento, encosta abaixo. A diminuição do
atrito entre as partículas é causada principalmente pela adição de água ao material.
Embora a água aumente a coesão entre partículas do solo quando presente em pequena
quantidade, (através de tensão superficial que aumenta a atração entre as partículas), a
saturação do solo em água acaba envolvendo a maioria das partículas por um filme de
água, diminuindo drasticamente o atrito entre elas e permitindo o seu movimento pela
força gravitacional, no processo conhecido como solifluxão. A saturação em água
também aumenta o peso de cobertura, o que contribui à instabilização do material.

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Tabela 3 - Principais processos e respectivos produtos da ação geomórfica da água


subterrânea
Processo Produto

Pedogênese (intemperismo químico) Cobertura pedológica (solos)

Solifluxão Escorregamento de encostas

Erosão interna, solapamento Boçorocas

Carstificação (dissolução) Relevo cárstico, cavernas, aquifero de condutos

7.3.2. Boçorocas
Na serra da Mantiqueira (sul de Minas Gerais) e vale do Paraíba, observa-se as colinas
do oeste de São Paulo e norte do Paraná, nota-se a presença de fendas e cortes
disseminados nas vertentes, cada vez mais frequentes: são as boçorocas (ou voçorocas),
temidas pelos moradores locais porque constituem feições erosivas, altamente
destrutivas, que rapidamente se ampliam, ameaçando campos, solos cultivados e zonas
povoadas. O termo boçoroca (gully, em inglês) tem sua origem do tupi guarani “yby”,
terra “sorok”, rasgar ou romper.
Esses cortes se instalam em vertentes sobre o manto intempérico, sedimentos ou rochas
sedimentares pouco consolidadas, e podem ter profundidades de decímetros até vários
metros e paredes abruptas e fundo plano, com seção transversal em U. O fundo é coberto
por material desagregado, onde aflora água, frequentemente associada a areias
movediças, ou canais anastomosados.
Originam-se de sulcos gerados pela erosão linear. Mas, enquanto os sulcos ou ravinas são
formados pela ação erosiva do escoamento superficial concentrado em linhas, as
boçorocas são geradas pela ação da água subterrânea. A ampliação de sulcos pela erosão
superficial forma vales fluviais, em forma de V, com vertentes inclinadas e fundo estreito.
A partir do momento em que um sulco deixa de evoluir pela erosão fluvial e o afloramento
do nível freático inicia o processo de erosão na base das vertentes, instala-se o
boçorocamento. A erosão provocada pelo afloramento do fluxo da água subterrânea tende
a solapar a base das paredes, carreando material em profundidade e formando vazios no
interior do solo (erosão interna ou tubificação). O colapso desses vazios estabiliza as
vertentes e é responsável pela inclinação abrupta e pelo recuo das paredes de boçorocas.

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7.3.3. Rochas carstificáveis


Sistemas cársticos são formados pela dissolução de certos tipos de rochas pela água
subterrânea. Considera-se rocha solúvel aquela que após sofre intemperismo químico
produz pouco resíduo insolúvel. Entre as rochas mais favoráveis à carstificação
encontram-se as cabornáticas (calcários, mármores e dolomitos, por exemplo), cujo
principal mineral calcita (e/ou dolomita), dissocia-se nos íons Ca2+ e/ou Mg2+ CO32-
pela ação da agua. Os calcários são mais solúveis que os dolomitos, pois a solubidade da
calcita é maior que a da dolomita.
Rochas evaporíticas, constituídas por halita e/ou gipsita, apesar de sua altíssima
solubilidade, originaram sistemas cársticos somente em situações especiais, como em
áreas áridas a sem-áridas, pois seu intemperismo sob clima úmido é tão rápido que não
permite o pleno desenvolvimento do carste.
Como exemplo de rocha considerada insolúvel, pode-se citar os granitos, nos quais
feldspatos e micas submetidos ao intemperismo originam argila minerais, estáveis em
superfície, produzindo muito resíduo insolúvel em comparação ao volume inicial de
rocha, o que impede o aumento da porosidade secundária.
Um caso especial, pouco comum são os quartzitos. Apesar da baixa solubidade do quartzo
em águas naturais, quartzitos com baixo teor de resíduos insolúveis pode desenvolver
sistemas cársticos, quando sofrem longo períodos de exposição á ação da água
subterrânea.

7.3.4. Dissolução de rochas carbonáticas


O mineral calcita é quase insolúvel em água pura, produzindo concentrações máximas
em Ca2+ de cerca de 8 mg/L, ao passo que em águas naturais é bastante solúvel, como é
evidenciado em nascentes cársticas, cujas águas são chamada de “duras”, devido ao alto
teor de Ca e Mg (até 250 mg/L). Este fato deve-se à dissolução ácida do carbonato de
cálcio pelo ácido carbônico, gerado pela reação entre água e gás carbônico (Fig. 3).

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Fig.3 Dissolução e participação de calcita num perfil cárstico e principais tipos de


espeleotemas.

As águas de chuva, acidificadas inicialmente com CO2 atmosférico, sofrem um grande


enriquecimento em ácido carbônico quando passam pelo solo, pois a respiração das raízes
das plantas e a decomposição de matéria orgânica resultam em elevado teor de CO2 no
solo. O ácido carbônico é quase totalmente consumido nos primeiros metros de
percolação da água de infiltração no pacote rochoso, sendo que, nas partes mais profundas
do aquífero, resta somente uma pequena parcela deste ácido para dissolver a rocha.
Outro agente corrosivo às vezes presente na água subterrânea é o ácido sulfúrico, gerado
principalmente pala oxidação de sulfetos, como pirita e galena, minerais acessórios muito
frequentes em rochas carbonáticas.

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7.3.5. Principais grupos de rochas e estruturas geológicas propícias ao acúmulo


de água subterrânea
Os principais grupos de rochas e estruturas geológicas propícias ao acúmulo de água
subterrânea são os sedimentos inconsolidados, as rochas sedimentares e as rochas ígneas
e metamórficas.
No grupo de sedimentos inconsolidados ou pouco consolidados pode-se citar
principalmente, os aluviões e as dunas. Estas feições geológicas são fáceis de perfurar,
são geralmente encontradas em áreas onde os níveis de água subterrânea se apresentam
pouco profundos e situam-se, frequentemente, em locais favoráveis à recarga (MANOEL
FILHO, 2000).
Entre as rochas sedimentares, os arenitos constituem os melhores depósitos de água
subterrânea. Estas rochas apresentam boa permeabilidade possibilitando o acúmulo e a
transmissão da água. Entretanto, arenitos muito argilosos e siltitos têm pouca capacidade
de transmissão de água e argilitos e folhelhos por serem praticamente impermeáveis,
podem armazenar mas não transmitir água em condições naturais (TODD, 1959).
As rochas carbonáticas podem ser bons depósitos de água subterrânea principalmente se
apresentarem fraturas.

7.4.CONTROLE DAS ÁGUAS EM PROJETOS DE MINERAÇÃO

Existem muitas evidências ao longo da história da civilização em que o homem mostrou


ter feito tentativas para efetivar o controle das águas e este processo não é tão simples
como parece (Powers et al., 2007). Hoje em dia é de grande importância o entendimento
dos diferentes processos utilizados no gerenciamento do controle das águas subterrâneas
na mineração, onde mesmo em situações simples, a matemática do fluxo subterrâneo é
complexa, e aquíferos naturais estão longe da simplicidade.
A infiltração das águas a partir de estratos circundantes para o interior da cava requer da
implementação de um sistema de controle para um processo de rebaixamento com o
intuito de assegurar que o lugar de trabalho permaneça seco.
Neste tipo de processos, um conceito mal interpretado de uma análise não associada com
julgamentos hidrogeológicas faz com que o procedimento de rebaixamento seja afirmado
como um processo a ser realizado em qualquer lugar onde há problemas relacionados com

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a água. Contudo, este processo é mais do que um simples rebaixamento da superfície


piezométrica, e vai além do que meramente instalar um poço de bombeamento.
7.4.1. Conceito de rebaixamento e controle de águas
O processo de rebaixamento e monitoramento do nível do lençol freático é difícil, caro e
frequentemente confuso. Este encarecimento significativo incentivou pelos anos 50 o
desenvolvimento de técnicas práticas para ensaios e análises em aquíferos, direcionados
para o abastecimento de água e irrigação, como as propostas pelos hidrologistas Muskat,
Theis, Jacob, Hantush e outros; e esses métodos foram depois adaptados à solução de
problemas de rebaixamento do lençol freático.
De acordo com Hall (2003), o “rebaixamento do lençol freático” envolve a remoção de
uma quantidade de água da massa rochosa ou perfil de solo, de tal forma que os níveis de
água sejam rebaixados para brindar segurança e economia à mina. Fisicamente este
processo é definido como uma drenagem dos poros dentro da massa do solo ou rocha, e
que resulta no rebaixamento do lençol freático.
Quando aplicado na indústria da mineração, os processos de rebaixamento do lençol
freático e controle das águas, por criarem o cone extensivo de depressão, causam
benefícios principalmente por reduzirem os custos de explosão, i.e., quando o minério
está seco, menos emulsão explosiva é requerida, reduzindo até os custos de transporte
(combustível) e o desgaste da máquina e também melhora na trafegabilidade e qualidade
do minério (Rowe & Beale, 2007). Porém, a aplicabilidade destes processos deve ser bem
conceitualizada, onde uma análise técnico-econômica deva ser amplamente avaliada para
que somente o necessário seja executado pela indústria da mineração para um bom
funcionamento dos processos de mineração, de tal forma que a natureza não se veja
afetada por estas mudanças. Técnicas para o controle das águas devem ser postas em
práticas para idealizar um sistema que não seja antieconômico e que ao mesmo tempo
não prejudique à natureza.

7.4.2. Técnicas de controle das águas em minas subterrâneas


Métodos de controle consistem na prevenção (limitação da infiltração das águas, ou do
bombeamento antes de que estas entrem na mina), ou no bombeamento da água desde a
mina.

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Existem diversas técnicas de controle, mas só algumas destas são práticas e


economicamente aplicáveis para minas subterrâneas. A continuação uma breve descrição
das técnicas mais implementadas:
 Impermeabilização da superfície de terreno
 Congelamento do terreno
 Grouting
 Drenagem de mina

7.4.2.1.Impermeabilização da superfície do terreno

Este método consiste na impermeabilização de fontes de águas superficiais (e.g., rios) que
descarregam água no aquífero, a qual poderia percolar em direção à mina. Este método
foi usado com sucesso em várias minas ao redor do mundo.
Na mina Neves-Corvo no Portugal, o selamento do curso de um rio foi feito com concreto
reforçado e injeção de shotcrete nas bancas do rio (Figura 4), o que reduziu
substancialmente o fluxo de infiltração à mina (Carvalho et al., 1990). Outra
impermeabilização com resultados exitosos do curso de um rio que fluía ao redor de uma
área impactada por subsidência foi reportada em Konkola Mine na Zambia (Freeman,
1970). Nesta mina foram seladas as trincas geradas por subsidência.

Esta técnica está sendo aplicada neste trabalho de dissertação para o caso da mina
subterrânea avaliando a impermeabilização parcial ou total do rio circunjacente à mina de
Vazante.

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Legenda

Aluvião
Embasamento rochoso
Margem esquerda Margem direita
Concreto
Malha de aço
Ancoragem
Seção transversal

0,3 m

>4 m

0,3 m Seção longitudinal

100 m

Figura 4. - Esquematização dos trabalhos de concreto no rio Oerias (Carvalho, 1990)

7.4.2.2.Congelamento do terreno
O princípio deste método é tornar a água do solo em uma parede de gelo, geradas pela
circulação de um fluido criogénico dentro de um sistema de tubos verticais, os quais são
instalados ao redor do objetivo, gerando, dessa forma, um muro completamente
impermeável (cut-off). O congelamento pode ser um método muito eficiente em
determinadas condições hidrogeológicas, porém, a avaliação econômica é muito
importante devido a que este método é muito custoso não sendo normalmente viável sua
aplicação em minas subterrâneas, mas existem muitos registros exitosos do seu uso na
impermeabilização dos shaft. A diferença de outros métodos de cut-off, congelamento do
terreno é uma técnica pouco invasiva, já que esta requer menos penetração em
comparação com os outros métodos, devido a que sua efetividade propaga-se
termicamente. Uma vez instalado este sistema de piping, o congelamento do terreno
permanece ativo em quanto o sistema esteja operando, uma vez que o sistema parar, o
meio subterrâneo volta a seu estado inicial.

7.4.2.3.Grouting
Embora o grouting tenha diversas aplicações, neste caso, o principal objetivo é de
eliminar ou de reduzir o fluxo das águas subterrâneas nos trabalhos de mineração
subterrânea propostos ou existentes. Seja qual for o problema de infiltração é necessário

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que as causas sejam estudadas completamente antes de aplicar o método de grouting


adequado.
Existem 2 fases principais na vida útil de uma mineração subterrânea, onde de alguma
forma o grouting para o controle das águas é requerida:
(i) Desenvolvimento e comissionamento – Durante a construção do shaft ou
superfícies de desvio e desenvolvimentos preliminares da mina subterrânea para ganhar
acesso ao corpo mineralizado.
(ii) Produção/operação – Quando se trata com problemas de águas subterrâneas no
avanço da produção ou na construção de novos caminhos subterrâneos.
Tipicamente esta técnica consiste em perfurações em torno de 90 mm de diâmetro,
realizadas até as profundidades estabelecidas no projeto. Em terreno seco o furo realizado
é lavado e, posteriormente, o cimento de grout é injetado e acomodado dentro deste por
vibração através de uma tubulação de alta pressão (standpipe) de diâmetro nominal 2
polegadas.
Esta técnica além de ser muito cara, gera muitas incertezas durante sua aplicação devido
a que não se conhece ao certo as formações do meio poroso a grandes profundidades e,
também, porque o monitoramento para testar a eficácia desta técnica é limitado por não
proporcionar valores realísticos das condutividades hidráulicas das zonas com e sem
grout. Portanto, seu uso é normalmente dirigido apenas para controlar o fluxo de águas
na construção do shaft, onde a barreira de grout funcionará só para um período de tempo
limitado.

7.4.2.4.Drenagem de mina
Drenagem de mina é o método mais comumente usados para o controle das águas na
mineração subterrânea, e pode variar desde uma simples coleção de águas infiltradas na
mina (por meio das fraturas ou através do próprio meio poroso), até procedimentos mais
complexos que envolvem a instalação de poços de rebaixamento a partir da superfície do
terreno, perfurações de drenagem situada dentro da mina ou por meio de galerias de
drenagem.
A técnica de desaguamento pelo uso de poços verticais perfurados é pratica comum em
minas a céu aberto, porém, este método também é empregado em minas subterrâneas
sempre que a análise econômica seja viável. Uma das vantagens desta técnica é que esta
é executada normalmente à frente dos trabalhos e não causa interferências com as

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operações mineiras, fora de que consegue extrair a água limpa. Dentro das desvantagens
encontram-se os custos de perfuração e bombeamento assim como as limitações em
profundidades atingidas no rebaixamento, devido a que estes sistemas dificilmente podem
atingir as profundidades da mina subterrânea. Normalmente estes métodos são usados em
combinação com perfurações de drenagem instalados no interior da mina.
Perfurações profundas de poços de bombeamento a partir da superfície do terreno são
capazes de bombear grandes volumes de água e têm sido prática comum nos últimos anos
nos Estados Unidos. Existem ao menos três minas subterrâneas de ouro no oeste dos
Estados Unidos onde poços profundos de bombeamento são o principal sistema de
desaguamento. Na minas, localizadas na Nevada (Meikle, West Leeville, e Turquoise
Ridge), usam grandes diâmetros de poços (25 – 40 cm) e bombas submersíveis capazes
de bombear até 360 m3/h (8640 m3/d).
O primeiro estudo de caso apresentado nesta dissertação, referente à mina subterrânea de
Vazante, usa este sistema de drenagem como o principal método de desaguamento
empregado na mina.
8. CONCLUSÃO
Com base na revisão bibliográfica percebe-se que a lavra subterrânea sofre uma grande
interferência com as aguas subterrânea não só no seu fluxo na mina, mas também
influencia no comportamento da rocha e do próprio minério.
A empresa mineradora deve levar em considerações as aguas subterrânea, uma vês
exercidas as escavações de galerias, poço e muito mas deve-se fazer estudo geoquímico
do maciço rochoso. Rocha é agregado de um ou dois minerais, cada rocha possui um
comportamento diferente da outra e propriedades diferente uma da outra, essas
caraterísticas nos obriga a estudar o tipo de rocha que estamos a tratar.
No caso dos carbonatos, com presença de agua ela sofre reações químicas que
futuramente podemos presenciar um desgaste da própria rocha.
No caso de carvão, por ser composto por vários minerais, um dos componentes
denominado “pirita”, ao entrar em reação com as aguas causa a DAM (drenagem acida
mineira), e consumido pelos trabalhadores e outrem pode criar graves danos de saúde.
Assim feito, o grupo conclui que o estudo das aguas subterrânea na lavra em mina
subterrânea tem muito efeito, pôs garantimos a segurança dos trabalhadores, ao estudar
os efeitos das aguas em rochas encaixantes e do próprio minério, assim também estudar
o fluxo das aguas podemos avaliar a forma correta de mitiga-lo.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Wilson Teixeira, Maria Cristina Motta de Toledo, Thomas Rich Fairchild e Fabio Taioli,
Ivo Karmann. Decifrando a Terra. Oficina de textos. USP. 2000. Cap. 7

Carvalho, P., D.G. Richards, R., Fernandez-Rubio, Norton O.J. Prevention of Acid Mine
Drainage at neves-Corvo Mine, Portugal. International Journal of Mine Water, Vol.9,
Nros. 1,2,3 e 4. 1990.
Freeman, G.M. Policy Regarding Slimes Disposal, Caving Ground and Water Infiltration.
ZCCM Internal Memorandum, 1970.
Hall, J. The Practical Implementation of Dewatering and Depressurisation in Large Open
Pits. Fifth Large Open Pit Mining Conference. Kalgoorlie, WA. 2003.
Powers, P. J., Corwin, A. B., Schmall, P. C. & Kaeck, W. E. Construction Dewatering
and Groundwater Control, John Wiley and Sons, Inc. 2007.
Rowe, J. & Beale, G. Relieving the pressure; Core concepts and solutions in open pit
water control. Mining Magazine. 2007.

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