A Guerra de Lucifer
A Guerra de Lucifer
A Guerra de Lucifer
1. A Guerra no Céu e a queda de Lúcifer Por Ellen G. White (HR, cap. 1) Lúcifer, no Céu, antes
de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de
Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta
e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso.
Uma luz especial resplandecia de seu semblante e brilhava ao seu redor, mais viva do que ao
redor dos outros anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus, tinha preeminência sobre todo
o exército angelical. Ele era um com o Pai, antes que os anjos fossem criados. Lúcifer invejou a
Cristo, e gradualmente pretendeu o comando que pertencia unicamente a Cristo. O grande
Criador convocou os exércitos celestiais para, na presença de todos os anjos, conferir honra
especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de
santos anjos reunida ao redor. O Pai então fez saber que, por Sua própria decisão, Cristo, Seu
Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que estivesse presente
Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença. A palavra do Filho devia ser obedecida tão
prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho foi por Ele investido com autoridade para
comandar os exércitos celestiais. Especialmente devia Seu Filho trabalhar em união com Ele na
projetada criação da Terra e de cada ser vivente que devia existir sobre ela. O Filho levaria a
cabo Sua vontade e Seus propósitos, mas nada faria por Si mesmo. A vontade do Pai seria
realizada nele. Lúcifer estava invejoso e enciumado de Jesus Cristo. Todavia, quando todos os
anjos se curvaram ante Jesus reconhecendo Sua supremacia e alta autoridade e direito de
governar, ele curvou-se com eles, mas seu coração estava cheio de inveja e rancor. Cristo tinha
sido introduzido no especial conselho de Deus, na consideração de Seus planos, enquanto
Lúcifer não participara deles. Ele não compreendia, nem lhe fora permitido conhecer, os
propósitos de Deus. Mas Cristo era reconhecido como o soberano do Céu; Seu poder e
autoridade eram os mesmos de Deus. Lúcifer pensou em si mesmo como o favorito entre os
anjos no Céu. Tinha sido grandemente exaltado, mas isto não despertou nele louvor e gratidão
ao seu Criador. Aspirava à altura do próprio Deus. Gloriava-se na sua altivez. Sabia que era
honrado pelos anjos. Tinha uma missão especial a executar. Tinha estado perto do grande
Criador e o resplendor incessante da gloriosa luz que cercava o eterno Deus tinha brilhado
especialmente sobre ele. Pensava como os anjos tinham obedecido a seu comando com
grande
2. entusiasmo. Não era seu vestuário belo e brilhante? Por que devia Cristo ser assim honrado
acima dele? Ele deixou a imediata presença do Pai, insatisfeito e cheio de inveja contra Jesus
Cristo. Dissimulando seu real propósito, convocou os exércitos angelicais. Introduziu seu
assunto, que era ele mesmo. Como alguém agravado, relatou a preferência que Desdera a
Jesus em prejuízo dele. Contou que, dali em diante, toda a doce liberdade que os anjos tinham
desfrutado estava no fim. Pois não havia sido posto sobre eles um governador, a quem deviam
de agora em diante render honra servil? Declarou que os tinha reunido para assegurar-lhes
que ele não mais se submeteria à invasão dos direitos seus e deles; que nunca mais ele se
prostraria ante Cristo; que assumiria a honra que lhe devia ter sido conferida e que seria o
comandante de todos aqueles que se dispusessem a segui-lo e obedecer a sua voz. Houve
controvérsia entre os anjos. Lúcifer e seus simpatizantes lutavam para reformar governo de
Deus. Estavam descontentes e infelizes porque não podiam perscrutar Sua insondável
sabedoria e verificar o Seu propósito em exaltar Seu Filho e dotá-lo com tal ilimitado poder e
comando. Rebelaram-se contra a autoridade do Filho. Os anjos que eram leais e sinceros
procuraram reconciliar este poderoso rebelde à-vontade de seu Criador. Justificaram o ato de
Deus em conferir honra a Seu Filho e, com fortes razões, tentaram convencer Lúcifer de que
não lhe cabia menos honra agora do que antes que o Pai proclamasse a honra que tinha
conferido a Seu Filho. Mostraram-lhe claramente que Cristo era o Filho de Deus, existindo com
Ele antes que os anjos fossem criados, que sempre estivera à mão direita de Deus, e Sua suave,
amorosa autoridade até o presente não tinha sido questionada; e que Ele não tinha dado
ordens que não fossem uma alegria para o exército celestial executar. Eles insistiam que o
receber Cristo honra especial de Seu Pai, na presença dos anjos, não diminuía a honra que
Lúcifer recebera até então. Os anjos choraram. Ansiosamente tentaram levá-lo a renunciar a
seu mau desígnio e render submissão ao Criador; pois até então tudo fora paz e harmonia, e o
que podia ocasionar está voz discordante, rebelde? Lúcifer recusou ouvi-los. Então afastou-se
dos anjos leais e sinceros, denunciando-os como escravos. Estes anjos, leais a Deus, ficaram
pasmados ao verem que Lúcifer era bem-sucedido em seu esforço para incitar a rebelião.
Prometia-lhes um novo e melhor governo do que então tinham, no qual todos estariam livres.
Grande número expressou seu propósito de aceitá-lo como líder e principal comandante. Ao
ver que seus primeiros passos foram coroados de sucesso, vangloriou-se de que ainda haveria
deter todos os anjos ao seu lado, que seria igual ao próprio Deus e que sua voz autoritária
seria ouvida no comando de todo o exército celestial. De novo os anjos leais advertiram-no,
alertando-o quanto às consequências se ele persistisse; que Aquele que pôde criar os anjos
tinha poder para retirar-lhes toda a autoridade e de alguma assinalada maneira punir-lhes a
audácia e terrível rebelião. E pensar que um anjo pudesse resistir à Lei de Deus, que era tão
sagrada como Ele mesmo! Exortaram os rebeldes a cerrar os ouvidos às razões fraudulentas de
Lúcifer, advertindo-o, e a todos os que tinham sido afetados, que fossem a Deus e
confessassem seu engano, por admitirem mesmo um pensamento que punha em dúvida Sua
autoridade. Muitos dos simpatizantes de Lúcifer ouviram o conselho dos anjos leais, se
arrependeram de sua insatisfação, e de novo receberam a confiança do Pai e Seu amado Filho.
O grande rebelde declarou então que estava familiarizado com a lei de
3. Deus e se se submetesse a uma obediência servil seria despojado de sua honra. Nunca mais
poderia ser incumbido de sua exaltada missão. Disse que ele mesmo e os que com ele se
uniram tinham ido muito longe para voltarem, que enfrentaria as consequências, que nunca
mais se prostraria para adorar servilmente o Filho de Deus; que Deus não perdoaria, e que
agora precisavam garantir sua liberdade e conquistare-la força a posição e autoridade que não
lhes fora concedida voluntariamente. Os anjos leais apressaram-se a relatar ao Filho de Deus o
que acontecera entre os anjos. Acharam o Pai em conferência com Seu Filho amado, para
determinar os meios pelos quais, para o bem-estar dos anjos leais, a autoridade assumida por
Satanás podia ser para sempre retirada. O grande Deus podia de uma vez lançar do Céu este
arque enganador; mas este não era o Seu propósito. Queria dar aos rebeldes uma
oportunidade igual para medirem sua força e poder com Seu próprio Filho e Seus anjos leais.
Nesta batalha cada anjo escolheria seu próprio lado e seria manifesto a todos. Não teria sido
seguro tolerar que qualquer que se havia unido a Satanás na rebelião, continuasse a ocupar o
Céu. Tinham aprendido a lição de genuína rebelião contra imutável Lei de Deus e isto era
irremediável. Se Deus tivesse exercido Seu poder para punir este sumo rebelde, os anjos
desafetos não se teriam revelado; portanto, Deus tomou outra direção, pois queria manifestar
distintamente a todo exército celestial Sua justiça e juízo. Guerra no Céu Rebelar-se contra o
governo de Deus foi o maior crime. Todo o Céu parecia estar em comoção. Os anjos foram
dispostos em ordem por companhias, cada divisão com o mais categorizado anjo à sua frente.
Satanás estava guerreando contra a lei de Deus, por causa da ambição de exaltar-se a si
mesmo, e por não desejar submeter-se autoridade do Filho de Deus, o grande comandante
celestial. Toda o exército celestial foi convocado para comparecer perante o Pai, a fim de que
cada caso ficasse decidido. Satanás ousadamente fez saber sua insatisfação por ter sido Cristo
preferido a ele. Permaneceu orgulhoso e instando que devia ser igual adeus e introduzido a
conferenciar com o Pai e entender Seus propósitos. Desinformou a Satanás que apenas a Seu
Filho Ele revelaria Seus propósitos secretos, que requeria de toda a família celestial, e mesmo
de Satanás, que Lhe rendessem implícita e inquestionável obediência; mas que ele (Satanás)
tinha provado ser indigno de ter um lugar no Céu. Então Satanás exultante mente apontou aos
seus simpatizantes, quase a metade de todos os anjos, e exclamou: "Estes estão comigo!
Expulsarás também a estes e deixarás tal vazio no Céu?" Declarou então que estava preparado
para resistir à autoridade de Cristo e defender seu lugar no Céu pelo poderá força, força contra
força. Os anjos bons choraram ao ouvir as palavras de Satanás e sua exultante arrogância.
Deus declarou que os rebeldes não mais podiam permanecer no Céu. Seu estado elevado e
feliz tinha sido conservado sob a condição de obediência à lei que Deus derrapara governar as
elevadas ordens de seres. Mas nenhuma provisão tinha sido feita para salvar os que se
aventurassem a transgredir Sua lei. Satanás tornou-se mais ousado em sua rebelião, e
expressou seu desprezo à lei do Criador. Esta Satanás não podia suportar. Declarou que os
anjos não precisavam de lei, mas deviam ser livres para seguir a própria vontade, a qual os
guiaria sempre retamente; que a lei era uma restrição a sua liberdade; e que a abolição da lei
4. era um dos grandes objetivos da posição que assumira. A condição dos anjos, pensava ele,
necessitava de aperfeiçoamento. Assim não pensava Deus, que tinha feito leis, colocando-as
em igualdade consigo mesmo. A felicidade de todos os anjos dependia de sua perfeita
obediência à lei. Cada um tinha seu trabalho especial designado e, antes da rebelião de
Satanás, existira no Céu perfeita ordem e ação harmônica. Então houve guerra no Céu. O Filho
de Deus, o Príncipe do Céu, e Seus anjos leais empenharam-se num conflito com o grande
rebelde e com aqueles que se uniram a ele. O Filho de Deus e os anjos verdadeiros e leais
prevaleceram; e Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu. Toda o exército celestial
reconheceu e adorou o Deus da justiça. Nenhuma mácula de rebelião foi deixada no Céu. Tudo
voltara a ser paz e harmonia como antes. Os anjos do Céu lamentaram a sorte daqueles que
tinham sido seus companheiros de felicidade e alegria. Sua perda era sentida no Céu. O Pai
consultou Seu Filho com respeito à imediata execução de Seu propósito de fazer homem para
habitar a Terra. Colocaria o homem sob prova a fim de testar sua lealdade, antes que ele
pudesse ser posto eternamente fora de perigo. Se ele suportasse o teste com o qual Deus
considerava conveniente prová-lo, seria finalmente igual aos anjos. Teria o favor de Deus
podendo conversar com os anjos, estes, com ele. Deus não achou conveniente colocar os
homens fora do poder da desobediência.