Trabalho de SFM
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O sistema fiscal moçambicano possui hoje uma estrutura equiparável aos mais modernos
sistemas fiscais, apresentando uma estrutura tripartida, através da qual se tributa, separadamente,
o rendimento, o consumo e o património. A actual configuração do sistema fiscal moçambicano
é relativamente recente, derivando da reforma de 2002, altura em que foi totalmente reformulado
o sistema então vigente e que apresentava, ainda, uma relevante matriz da pré-independência.
A) Reforma de 1978
A Reforma de 1978 visava uma adequação aos princípios constitucionais do recém-criado Estado
moçambicano, como o de justiça social que incluía taxas progressivas e outras medidas que
visavam a prossecução da justiça social, próprio do Socialismo (art. 13 CRPM) e à qualidade do
pessoal profissional existente. Também consta o problema do declínio das receitas provindas da
Contribuição Industrial e do Imposto de Consumo;
Fins da reforma
B) Reforma de 1987
Sendo assim, a Reforma implicava a revogação da Resolução 5/77, cujos princípios já não
solucionavam os problemas da altura, pela Lei 3/87 que fixava novos princípios em que deveria
assentar o sistema fiscal de modo a:
Directos:
1. Contribuição industrial, incidente sobre os lucros da actividade Comercial;
Indirectos:
3. Direitos Aduaneiros;
4. Outros impostos cuja situação concreta o justificasse como a sisa, imposto do selo, o
imposto sucessório, etc.
Este sistema vigorou até 31 de Dezembro de 2002, altura em que começou a funcionar o novo
sistema aprovado pela Lei 15/2002 de 26 de Junho, conhecida pela sigla LBST.
C) A reforma de 2002
A terceira Reforma teve como prenúncio a introdução do IVA como substituição do imposto de
circulação que apesar de ter constituído grande fonte de receita para os cofres do Estado
fomentava o mercado informal e aumento dos preços dos produtos produzidos internamente; e
introdução do Imposto de Consumo de Produtos Específicos (ICE) que substituía o Imposto de
Consumo, que pelas características dava azo ao contrabando e evasão fiscal.
Estes novos impostos visavam alargar da base tributária, reduzir a carga fiscal no conjunto da
tributação directa, aumentar o nível das receitas fiscais, modernizar o sistema de impostos e
racionalizar o sistema de benefícios fiscais.
2.1.Moeda Oficial
Metical (da nova família) - MZN/MT.
2.2.Formas de estabelecimento
2.3.Princípios contabilísticos
O sistema contabilístico moçambicano é regido pelo modelo contabilístico francês. As
instituições financeiras, e algumas sociedades estrangeiras de maior dimensão regem-se, no
entanto, por um sistema que segue as IFRS.
2.4.Incentivos fiscais
2.5.Ano fiscal
O ano fiscal coincide com o ano civil, embora as empresas possam utilizar outro ano
contabilístico, mediante autorização.
Moçambique celebrou acordos para evitar a dupla tributação (ADT) com os seguintes países:
Portugal, Itália, Ilhas Maurícias, Emirados Árabes Unidos, Região Administrativa Especial de
Macau, África do Sul, Índia, Vietname e Botswana
2.7.Informações vinculativas
Os contribuintes têm o direito de obter informações e esclarecimentos por parte das Autoridades
tributárias, as quais se encontram obrigadas a prestar e divulgar toda e qualquer informação
sobre impostos.
A) Tributacao directa
A legislação moçambicana, através do seu artigo 57 da lei base do sistema tributário, estabelece
que são impostos directos o imposto sobre o rendimento de pessoas singulares – IRPS e, o
imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas – IRPC. Ainda, através da Lei nº 5/2009 de 12
de Janeiro, estabelece como imposto directo o imposto simplificado do pequeno contribuinte.
O imposto sobre o rendimento de pessoas singulares, IRPS em Moçambique, foi aprovado pela
Lei nº 33/2007 de 31 de Dezembro, revogando o Decreto nº 20/2002 de 30 de Julho. Foi
igualmente aprovado o regulamento de IRPS pelo Decreto nº 8/2008 de 16 de Abril.
Incidência objectiva
Segundo a legislação, artigo 1 do CIRPS, este imposto tem como objecto os rendimentos
globais anuais de cada cidadão, e encontra-se especificado cada categoria de rendimento a que
está sujeita de IRPS, como se segue: rendimentos de trabalho dependente; rendimentos
empresariais e profissionais; rendimentos de capitais e de mais-valias; rendimentos prediais e;
outros rendimentos. Para a incidência deste imposto resulta dos princípios de unidade (o imposto
é exigido uma única vez em cada ano económico) e de progressividade (a taxa do imposto é
directamente proporcional ao rendimento), sustentado pelo artigo nº 60 da lei base do sistema
tributário.
Incidência subjectiva
Para a incidência subjectiva, segundo o artigo 18 da mesma Lei, ficam sujeitas a IRPS as
pessoas singulares que residam em território moçambicano e as que, nele não residindo, aqui
obtenham rendimento de uma das categorias supracitadas. O mesmo artigo estabelece os padrões
sobre os quais se integra o agregado familiar para o cálculo do imposto.
O imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas IRPC, foi aprovado pela Lei nº 34/207 de 31
de Dezembro, Decreto nº 21/2002 de 30 de Julho e, o respectivo regulamento, pelo Decreto nº
09/2008 de 16 de Abril.
O IRPC é um imposto directo que incide sobre os rendimentos obtidos, mesmo quando
provenientes de actos ilícitos (artigo 1 do CIRPC), pelos sujeitos passivos descritos no número 1,
artigo 2 do mesmo código, dentre elas as sociedades comerciais e as cooperativas.
Incidência objectiva
O objecto deste imposto será dentre vários rendimentos e proveniências previstos no numero
4 desse código, o lucro das sociedades comerciais, das cooperativas e das empresas publicas,
com sede ou direcção efectiva em território moçambicano.
O ISPC e um imposto directo que aplica-se às pessoas singulares ou colectivas que exercem
no território nacional, actividades agrícolas, industriais ou comerciais, de pequena dimensão,
incluindo a prestação de serviços.
O código do ISPC foi aprovado pela Lei nº 5/2009 de 12 de Janeiro e, o seu regulamento
aprovado pelo Decreto nº 14/2009 de 14 Abril.
Para efeitos do código, consideram-se rendimentos de pequena dimensão aquele cujo volume
de negócio anual seja inferior ou igual a 2.500.000, 00 MT, caso contrario devendo se integrar
noutra categoria de impostos. Segundo o artigo 5 do respectivo código, para os sujeitos passivos
que optem pelo ISPC, sobre as transmissões de bens e prestação de serviços efectuadas não
haverá lugar a cobrança do imposto sobre o valor acrescentado e, nem para os rendimentos
obtidos, o imposto sobre o rendimento de pessoas singulares e o imposto sobre o rendimento de
pessoas colectivas.
B) Tributação indireta
A legislação moçambicana, através da Lei base, artigo 66, estabelece que são impostos
indirectos, o imposto sobre o valor acrescentado – IVA, o imposto sobre consumos específicos –
ICE e os Direitos aduaneiros.
Natureza e aplicação
O imposto sobre o valor acrescentado, IVA, foi aprovado pela Lei 32/2007, de 31 de Dezembro,
revogando os decretos sobre o imposto de circulação, disposto no artigo 3 do CIVA- código do
IVA. E o respectivo regulamento foi aprovado pelo Decreto 7/2008 de 16 de Abril.
O IVA é um imposto indirecto que incide sobre o valor das transmissões de bens e prestação de
serviços realizados no território nacional, a título oneroso, por sujeito passivo agindo como tal,
assim como sobre a importação de bens.
O ICE foi aprovado pela Lei nº 17/2009, de 10 de Setembro e, o respectivo regulamento, pelo
Decreto nº 69/2009, de 11 de Dezembro, competência do conselho de Ministros.
O ICE é um imposto indirecto que incide sobre determinados bens, produzidos no território
nacional ou importados, segundo o CICE no seu artigo 1. As condições e disposições para a
sujeição ou não a este regime de tributação estão estabelecidas no artigo 4 desse código.
De salientar que este imposto considera-se como resposta de um dos objectivos dos impostos, a
redução do consumo de alguns produtos considerados nocivos ou prejudiciais a sociedade e, as
suas taxas são normalmente mais elevadas.
3) Outros impostos
Alem dos impostos directos e indirectos já descritos, a legislação moçambicana dispõe de outros,
vários impostos, a seguir:
O imposto é uma obrigação, sendo por isso, inevitável ou irrenunciável, aquando da ocorrência
de um facto jurídico fiscal. Facto jurídico da relação jurídica tributária é a ocorrência de
elementos (obtenção de rendimentos ou aquisição de bens e serviços) que, tendo sido previstos
na lei como criadores de relações jurídico fiscais, fazem nascer a obrigacao do imposto.
A literatura adianta um conjunto de razões porque se deve pagar impostos. A seguir estão alguns
aspectos:
Sistemas de tributação
Muitos países, incluindo Moçambique, possuem sistemas que se identificam muito de perto com o
sistema progressivo de tributação.