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i

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
MESTRADO EM HISTÓRIA

EDIÇÕES E SEDUÇÕES
Revista Clã: 1946-1957

MARIA AUXILIADORA DE ALMEIDA FARIAS

RECIFE
2003
ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Curso de Mestrado em História

EDIÇÕES E SEDUÇÕES
Revista Clã: 1946-1957

Dissertação apresentada ao Curso de


Mestrado em História por Maria
Auxiliadora de Almeida Farias, tendo
como orientadora a Prof.a Dr.a Sílvia
Cortez Silva.

Recife – 2003
iii

AGRADECIMENTOS

Aos professores do Mestrado em História da Universidade Federal de


Pernambuco por me trazerem das margens da História.

Aos meus colegas do Departamento do Curso de História da


Universidade Estadual do Ceará, companheiros dos estudos e dos percalços
desta jornada.

À amiga, professora Ângela Mesquita pelo providencial auxílio nos


últimos momentos.

Aos professores Francisco Jacques Furtado e Raimundo Augusto


Durval amigos de incentivos diários.

Ao espírito manso e exigente de Sílvia Cortez. Tributo à sua rara


generosidade.

A Deus por me permitir continuar crente em sua existência.


iv

RESUMO

O percurso dos intelectuais no Brasil é caracterizado pela organização de


segmentos dominantes que visam alcançar o controle do Estado.Os
intelectuais empreenderam uma produção que lhes dava evidência, e para
isso, eles se utilizam de jornais e revistas para divulgação de suas idéias.Os
periódicos funcionam como o porta-voz de um projeto cultural que tem por
base uma conjuntura político-social.A viabilidade desses empreendimentos
culturais não descartou as redes de relacões sociais que funcionaram como
liame na associação intelectuais - Estado, apesar da ascensão dos intelectuais
vir a depender, também, de títulos escolares e culturais. No Ceará esse
fenômeno encontrou eco por volta do século XIX e se estendeu até metade do
século XX, período em que destacamos um grupo de intelectuais que se
reuniu em torno da revista Clã.O grupo e a revista Clã dominaram o espaço
literário e cultural da cidade de Fortaleza nos anos quarenta e cinqüenta do
século vinte. A representação cultural do grupo veio a garantir-lhes,
outrossim, o acesso a cargos e funções, notadamente, as de natureza pública.

Palavras-Chave: intelectuais, política, periódicos, representação-cultural.


v

ABSTRACT

In Brazil, the path of the intellectuals is characterized by the organization of


dominant segments which had as the main objective the control of the state.
Intellectuals reached a production that put them in constant evidence, and
utilized newspapers and magazines to spread their ideas and a cultural project
which had for its foundation a political and social conjuncture.

Key-word: intellectuals, political, periodics, representation, cultural.


vi

RÉSUMÉ

Le parcours des intellectuels au Brésil est caractérisé par l’organisation de


segments dominants qui visent atteindre le contrôle de l’Etat. Les intellectuels
ont objecté une production qui leur mettait en évidence et pour ce, ils se
servaient de journaux et revues pour divulguer leurs idées. Les périodiques
servent de porte-paroles d’un projet culturel ayant à la base une conjoncture
politico-sociale. La viabilité de ces entrepreneurs culturels n’a pas rejeté les
réseaux de rapport sociaux qui ont joué le rôle de liaison dans l’association
d’intellectuels – Etat, bien que l’ascension de ces intellectuels va, aussi,
dépendre de titres scolaires et culturels. Au Ceará ce phénomène a trouvé de
l’écho aux environs du XIX siècle et s’est développé jusqu’à la moitié du
XXème siècle, période où se met en évidence un groupe d’intellectuels qui
s’est réuni au sujet de la revue Clã. Le groupe et la revue Clã a dominé
l’espace littéraire et culturel de la ville de Fortaleza dans les années quarante
et cinquante du vingtième siècle. La représentation culturelle du groupe Clã
est, ainsi, venue leur assurer l’accès aux postes et fonctions, notamment celles
de nature publique.

Mots-clés : intellectuels, politique, périodiques, représentation culturelle.


vii

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

1a PARTE

1 – AS CONFIGURAÇÕES INTELECTUAIS................................................ 6
1.1. A Posição do Intelectual ........................................................................ 7
1.2. Quem disso usa disso cuida ................................................................... 9
1.3. Dar direito a quem é de direito ............................................................ 15
1.4. Bajulações no Palácio da Luz .............................................................. 17
1.5. Academia Clube e Padaria ................................................................... 20
1.6. Jornal ou revista, eis a razão ................................................................ 26

2 – CLÃ EM REVISTA .................................................................................... 40


2.1. A união faz a força ............................................................................... 42
2.2. Fale agora ou cale-se para sempre ....................................................... 55
2.3. Clã, revista de cultura........................................................................... 58
2.4. Uma revista do Ceará para o Brasil ..................................................... 63
2.5. Diga-me com quem andas que eu te direi quem és.............................. 70
2.6. Quem te viu quem te vê ....................................................................... 77

CONCLUSÃO ................................................................................................... 82

NOTAS ............................................................................................................... 85
FICHA DE LOCALIZAÇÃO (Quadro de Referências técnica e
de conteúdo da Revista Clã)
viii

2a PARTE

ÍNDICE CLASSIFICADO DE ASSUNTO..................................................... 87

FICHA DE LOCALIZAÇÃO (Quadro de Referências técnica e de conteúdo


da Revista Clã) .................................................................................................. 117

BIBLIOGRAFIA............................................................................................. 143

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7

1a PARTE

CAPÍTULO 1 – AS CONFIGURAÇÕES INTELECTUAIS ....................... 12


1.1. A Posição do Intelectual ...................................................................... 13
1.2. Quem disso usa disso cuida ................................................................. 15
1.3. Dar direito a quem é de direito ............................................................ 20
1.4. Bajulações no Palácio da Luz .............................................................. 21
1.5. Academia Clube e Padaria ................................................................... 23
1.6. Jornal ou revista, eis a razão ................................................................ 28

CAPÍTULO 2 – CLÃ EM REVISTA .............................................................. 40


2.1. A união faz a força ............................................................................... 42
2.2. Fale agora ou cale-se para sempre ....................................................... 52
2.3. Clã, revista de cultura........................................................................... 54
ix

2.4. Uma revista do Ceará para o Brasil ..................................................... 58


2.5. Diga-me com quem andas que eu te direi quem és.............................. 64
2.6. Quem te viu quem te vê ....................................................................... 70

CONCLUSÃO ................................................................................................... 77

BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 81

2a PARTE

ÍNDICE CLASSIFICADO DE ASSUNTO..................................................... 89

ANEXO – FICHA DE LOCALIZAÇÃO (Quadro de Referências técnica


e de conteúdo da Revista Clã) ........................................................................ 119
INTRODUÇÃO

Optando por uma perspectiva que nos permitisse recuperar a trajetória de


intelectuais nos anos 40 e 50, em Fortaleza, verificamos a existência de um
grupo que à época representou um ponto de referência para onde convergiram
poetas, contistas, romancistas, críticos, historiadores, e artistas plásticos.

Esses intelectuais organizaram-se em torno de uma revista intitulada –


Clã. A expressão Clã já denominava as Edições Clã que era uma editora criada e
dirigida por alguns daqueles escritores e que funcionava em Fortaleza desde o
início dos anos 40.

A Revista Clã passou a ser não só o centro de atração dos intelectuais que
gravitavam nos diversos setores em Fortaleza, mas se constituiria em um meio
para a divulgação de suas produções literárias. Desse modo a revista absorveria
uma dupla função: a primeira consistia em promover seus componentes de modo
a assegurar-lhes um espaço no meio cultural, ao mesmo tempo em que se
destacavam dos demais intelectuais e a segunda função, corresponde ao
momento em que esses escritores fizeram-se conhecidos dentro e fora do Estado
por meio da veiculação periódica de seus trabalhos pela revista.

Gerada sob o signo do ecletismo, a Revista Clã tinha a missão de divulgar


os trabalhos literários que abrangiam diversos setores, como o da literatura, o da
sociologia, o da história, o das artes, entre outros. A revista tinha ainda a árdua
tarefa de acolher escritores de variada orientação doutrinaria, fosse essa
orientação de conotação política ou de tonalidade estética.
Não obstante ser o componente estético aquele de maior interesse e o que
norteava as publicações de Clã, o componente político, como sugere José Luiz
Bendicho Beired foi o que permeiou as idéias daqueles que ao produzirem uma
nova proposta cultural, impuseram de certo modo, uma nova modalidade de
poder – uma dominação simbólica. (BEIRED, 1996, p. 26).

A ampla dimensão de política sugerida por José Luiz Bendicho Beired nos
permite conceber uma noção de política a partir daqueles intelectuais que ao
promoverem uma nova cultura, impuseram seus valores, bem como, uma
concepção de mundo de um grupo, o que se constituiu em “uma das estratégias
para alcançar uma posição de domínio no interior de certo campo e com relação
ao conjunto da sociedade” (BEIRED, 1996, p. 26).

Os intelectuais reunidos em torno das mesmas idéias e das mesmas


aspirações, assumem sua posição no campo* intelectual, sendo a ideologia
política, segundo Roger Chartier, o que “unifica os homens em torno de um
conjunto de idéias, sentimentos e aspirações, conferindo assim uma identidade a
um grupo que se opõe a outros”. (CHARTIER, 1990, p. 47).

É nessa perspectiva e, por entendermos ser as representações** o produto


de uma determinada prática social elaborada conforme as imposições e as
estratégias de seus agentes e pode ser definida como enunciação e que confere
um determinado significado, o qual consiste basicamente em uma interpretação.

*
Ver Bourdieu Pierre. Campo de Poder, campo intelectual e hábitus de classe, In: A Economia das trocas
simbólicas, São Paulo, Perspectiva, 1975.
**
Roger Chartier analisa as representações do mundo social e ressalta a importância das lutas de representações
tanto quanto as lutas econômicas para compreensão dos mecanismos pelo qual um grupo impõe sua concepção de
mundo. In: História Cultural. Entre práticas e representações, p. 17.
Daí, tomamos de Roger Chartier o conceito de representação como o mais
adequado ao nosso estudo.

Estudando os escritores cearenses da denominada geração de 45 e, em


particular, os que se fizeram notar por suas propensões literárias, seja na poesia,
no conto, na crítica e no romance para citarmos aqui apenas alguns dos gêneros
mais concorridos à época, destaca-se o grupo que se reunia em torno de Revista
Clã.

Uma curiosidade insuspeita nos levaria a vasculhar as páginas de Clã e


nelas constataríamos a contribuição de seus autores para com as letras
cearenses.Essa contribuição encontra-se reunida nos 30 exemplares da coleção
completa dos fascículos da Revista Clã.

Foi a partir desse conhecimento que demos início ao projeto de restaurar o


percurso de Clã e o de seus integrantes tendo como fonte primária a Revista Clã.

Esse projeto tem a princípio, a pretensão de analisar a revista e os


intelectuais de Clã.No inicio, procedemos uma revisão de alguns grupos e de
periódicos anteriores à Clã. Finalizamos o estudo com uma indexação das
revistas, a qual se norteará a partir do corte cronológico do estudo em questão,
compreendido no período de 1946 a 1957.

O desenvolvimento deste trabalho encontra-se organizado em duas partes:


na primeira parte temos a Introdução, o Primeiro e o Segundo Capítulo. No
Primeiro capítulo estudamos como veio a constituir-se no Ceará uma tradição
cultural a partir da formação de grupos de academias culturais, bem como, a
organização de seus respectivos periódicos.
A formação de grupos e a criação de periódicos desde os primórdios do
século XIX, assinala como uma marca, a nossa História Literária. A formação de
academias culturais e de grupos literários, bem como, os seus instrumentos de
voz que eram os periódicos fossem esses os jornais ou as revistas, passaram a
funcionar como uma espécie de fermento cultural cearense propiciando o
surgimento de outras organizações culturais tendo esse fenômeno estendido-se
ao século seguinte.

A efervescência desse legado ainda se fazia ativa até meados do século


próximo passado quando um grupo de intelectuais, escritores e artistas reuniram-
se para logo em seguida, se organizarem em torno de uma revista a qual passou
a ser o porta-voz formal do ideário do grupo. Desse modo, o Clã, revista e grupo,
vieram corroborar com uma tradição que já se instalara no intinerário das letras
cearenses.

No Segundo Capítulo examinamos como os intelectuais se organizaram


em torno da Revista Clã; a posição desses nas letras cearenses e nas do país,
destarte a sua representação cultural no Ceará.

A Segunda parte deste trabalho é destinada à apresentação dos temas de


Clã. Para tanto, elaboramos um Índice das matérias que corporificam a revista e
que funcionam como reveladores da performance multidisciplinar da Revista. No
Índice Classificado de Assuntos, identificamos as matérias que compõem Clã,
dividindo-as em Seções. Essas seções, no entanto, por não virem contempladas
em todos os exemplares, nem sempre comparecerão à indexação. Os números
indexados perfazem um total de 16 periódicos que vão do ano de 1946 ao ano de
1957.
Durante esses onze anos, dois anos haveriam de se passar sem que
houvesse a publicação da Revista, o que condicionou o fato da contagem
cronológica não corresponder aos anos de suas respectivas publicações, como
também, não foi computado um ano de intervalo entre a publicação do número
Zero e a de número Um. Tudo isso e, ainda, devemos considerar o fato de que a
Revista tinha por meta uma publicação trimestral, a qual nem sempre foi
atingida. Sendo assim, a série Ano I, teve inicio em 1948, o ano de 1957, ou Ano
VII, corresponde ao sétimo ano e ao exemplar de número quinze.

O Índice Classificado de Assunto é realizado privilegiando em primeiro


lugar, a numeração da revista. Em seguida, vem a primeira matéria série, e,
depois, a ordem de seqüência da matéria naquela série e assim por diante.Para a
concepção do índice, utilizamos o modelo Dimas. Esse modelo consiste da
classificação adotada por Antônio Dimas em seu livro Tempos Eufóricos, no
qual o autor realiza a análise da Revista Kosmos1. Justificamos a nossa
preferência por ser esse modelo de fácil leitura, além de constituir-se em uma
modalidade de preservação e de acesso ao conhecimento dos conteúdos de
periódicos.

Para finalizar criamos uma complementação ao Índice Classificado de


Assuntos que consiste de um quadro, o qual passamos a denominar de Ficha de
localização que proporciona uma visão panorâmica dos temas da Revista.
CONFIGURAÇÕES INTELECTUAIS

Ainda hoje indicar uma pessoa como intelectual não


designa somente uma condição social ou profissional, mas
subtende a opção polêmica de uma posição ou alinhamento
ideológico, insatisfação por uma cultura que não sabe se tornar
política ou por uma política que não quer entender as razões da
cultura.

Norberto Bobbio: in Dicionário de Política


1.1 A Posição do Intelectual

As relações entre intelectuais e a classe dirigente no Brasil, bem como, as


estratégias que lançaram mão para alcançarem as posições criadas no setores
públicos e privados sobressaíram-se, notadamente, nas décadas marcadas entre o
período de 1920 e 1945.

Para Sérgio Miceli, a transformação do papel político dos intelectuais do


antigo regime, se deu desde o início da República até o Golpe de 37, tendo
passado, pela crise hegemônica dos anos 30, não obstante as cisões ocorridas no
interior das oligarquias, as quais já alterara as modalidades de colaboração dos
intelectuais com o poder mesmo antes dos anos 30.

De um modo geral, o papel dos intelectuais que no início da República


realizara-se por meio de rede de relações sociais que permitiram uma
mobilização, condicionando as tarefas dos intelectuais que na maioria das vezes
faziam-se depentes das ofertas dos setores privados, irá acentuar-se ante uma
nova coalizão de forças.(MICELI,1979,p.XVIII).

No plano regional, as lutas politicas e ideologicas iniciadas nos 20 e que se


estenderam até os primeiros anos da década de 30, foram acionadas pelas
revoltas militares, pela abertura de novas organizações partidaria, pela expansão
do Estado e o declínio da oligarquia agrária.

Intentando investidas com vistas à recuperação do poder, as oligarquias


organizaram entidades radicais de direita para onde acorreram uma nova
categoria de jovens políticos e intelectuais.Apesar da cooptação desses
intelectuais ainda não estar vinculada às redes de relações sociais, Sérgio Miceli
observa que o fator titulos escolares e culturais, passaria a ser um ingrediente a
mais de dependência.(MICELI,1979,p.XXI).

Uma análise sobre a posição dos intelectuais nos anos 30 e 40 é assinalada


por Alfredo Bosi,

As décadas de 30 e de 40 vieram ensinar muitas coisas úteis aos


nossos intelectuais. Por exemplo, que o tenentismo liberal e a política
getuliana só em parte aboliram o velho mundo, pois se associaram,
aos poucos, às oligarquias regionais, rebatizando antigas estruturas
partidárias, embora acenassem com lemas patrióticos ou populares
para o crescente operariado e as crescentes classes médias. (BOSI,
1982, p.332).

Os momentos após a Semana de Arte Moderna, as décadas de 30-40, em


particular, o quadro histórico das transformações econômicas e políticas
ocasionado pela crise cafeeira, a Revolução de 30 e o vertiginoso declínio
agrícola-açucareiro do Nordeste, apesar de apontarem para o reconhecimento de
um novo sistema cultural pós 30, uma nova recomposição das oligarquias, se
alinha às antigas estruturas partidárias, acrescida do patrimonialismo que
marcou as elites desde a formação do Estado Nacional.

As novas configurações históricas e as perspectivas econômicas


passariam, por sua vez, a reclamar por outras estruturas culturais e artisticas.
Com o advento do Estado Novo, uma nova concepção de Estado tende a
conciliar tendências com vistas a cooptar os intelectuais, de modo que esses
assumissem a posição de mentores das idéias de construção da identidade
brasileira.

A realização desse projeto ideológico coube ao Estado, o qual, além da


promoção e difusão da cultura, assegurou uma promoção intelectual desde então
legitimada, pois gerada no âmbito do Estado.Nessa perspectiva, os intelectuais
funcionaram como representantes da opinião publica, e as suas produções por
estarem inseridas na cultura nacionalista retrataram o Brasil – era a própria
identidade brasileira.

1.2 Quem disso usa disso cuida

A vocação para elite, segundo Daniel Pécaut tem sido apontada como um
traço geral do campo intelectual brasileiro das décadas posteriores aos anos 20 e,
numa visão elitista do processo social, acham-se os intelectuais imbuídos de uma
missão de salvação nacional que contaria com a ação direta dos intelectuais na
política e no Estado, bem como, sua correspondente orientação da classe média.
(PÉCAUT, 1990, p. 22-24).

A propósito da missão de salvação nacional a qual esteve ligada ao


componente laços com as elites, de cujos efeitos fizeram como que cair por terra
as idéias de subverter a posição do intelectual, fato que tanto almejaram os
intelectuais dos anos 20, vindo, no entanto, a sucumbirem frente ao que
gostariam de haver rompido. O recrudescimento desses laços passaria a acenar
para um determinado projeto de intervenção do Estado, tendo por base um
intelectual engajado* politicamente, com vista à realização de empreendimentos
culturais promovidos pela Igreja, quando de seu rearmamento institucional, e por
partidos de direita.

Como assinala Sérgio Miceli, a Igreja atuou em áreas estratégicas como a


do ensino e da produção cultural. Empreendendo, assim, no campo intelectual e
editorial através do Centro Dom Vital e da Revista A Ordem, instituições que
tinham por finalidade a difusão de doutrinas e tomadas de posição dos
intelectuais católicos.

Foi assim, com a Revista do Brasil a qual fora editada desde a Primeira
República e que segundo Miceli, resultou no maior empreendimento editorial
brasileiro, antes mesmo do surto editorial dos anos 30. A Revista do Brasil era de
propriedade do Grupo Mesquita que mantinha ligações com a Liga Nacionalista,
a qual por sua vez consolidara a facção Mesquita e a oposição democrática.
(MICELI, 1979, p. 4-7).

*
Intelectual Engajado - uma das acepções do vocábulo, encontrado freqüentemente nos ensaios de caráter
sociológico e econômico e na publicidade e atualidade literária e política a qual intelectuais são os escritores
“engajados”. Por extensão o termo se aplica também aos estudiosos, aos artistas e aos cientistas e a quem tenha
no exercício da cultura uma autoridade e uma influência nos debates públicos. O termo, no entanto, merece um
maior aprofundamento pois suscita o discutido problema do comportamento político e da atitude crítico e
problematizante dos intelectuais que os inclinaria para a oposição de esquerda, e não raramente também para o
apoio militante de movimentos revolucionários. Ver, Norberto Bobbio. Dicionário de Política. Vol. 1, p. 637.
No final dos anos 30, não obstante a mudança de estilos no campo literário
como o caso dos intelectuais que provinham de setores dominantes em eminente
decadência, o restante da década, reafirmaria esses estilos diferenciados sem
terem os intelectuais abdicado de uma posição política, o que de fato veio a
concretizar-se, mas desta vez como um recurso e uma estratégia de governo no
período ditatorial de Vargas.

A cultura nacionalista implantada pelo Estado Novo foi o terreno propício


para o encontro de intelectuais possibilitado por uma conciliação de tendências e
pela cooptação desses intelectuais pelo Estado.

Para a realização do projeto educativo e cultural do Estado Novo, como se


refere Maria Helena Capelato foram criados órgãos específicos com
determinadas funções, dentre esses o Ministério da Educação que se encarregou
da formação de uma cultura erudita, enquanto o Departamento de Imprensa e
Propaganda – DIP buscava orientar as manifestações da cultura popular.
Competia ao DIP, as tarefas de ordenação da imprensa, daí foram criadas sob sua
tutela as revistas Cultura Política e Ciência Política. Na primeira, o espaço era
para os grandes intelectuais, os quais como ideólogos do regime, deveriam
produzir os fundamentos do discurso estadonovista. A segunda, por ter uma
linguagem mais acessível tinha o objetivo de decodificar o discurso de Cultura
Política com a finalidade de mobilizar e de atingir um maior número de público.
(CAPELATO, 1996, p. 30)

O projeto do Estado Novo reconheceu o campo intelectual como um


artefato imprescindível à difusão de uma cultura política e utilizou para esse fim
uma concepção de intelectual restrito à produção de bens simbólicos, não
necessariamente envolvido com a política. Angela Maria de Castro Gomes
assinala que Cultura Política reuniu em suas dependências intelectuais de
diferentes ideologias, autores de grande projeção de perfil mais ou menos
marcado politicamente, representantes da extrema direita católica e de
comunistas, prevalecendo o valor de suas contribuições, entre eles, Almir
Andrade, que era o diretor, Graciliano Ramos, Nelson Verneck Sodré, Gilberto
Freire, Pedro Dantas, Marques Rabelo, e outros, “ficando clara a presença de
grandes intelectuais e ideólogos do Estado Novo”. (GOMES, 1996, pp.125-l33)

Em análise à Cultura Política, Mônica Pimenta defende a questão de o


nacionalismo acirrou-se com a conjuntura da guerra, fato que funcionou como
elemento aglutinador da intelectualidade, contando ainda com a sua principal
preocupação de “espelhar tudo o que é genuinamente brasileiro” (VELOSO,
1987, p. 40). O que não deve ser entendido aqui como não tenha havido
repressão às manifestações das oposições, pois a natureza ditatorial do regime
implicou em prisões, torturas e exílios e censura que atingiu inclusive dos
intelectuais, muito embora a revista tentasse obliterar as verdadeiras intenções do
regime por trás de um lema, no qual dizia-se apartidária declarando-se, por
conseguinte, não possuir partidos.

Os intelectuais, ao mesmo tempo em que foram vítimas da repressão,


foram favorecidos pelo lugar de prestígio que lhes concedeu o Estado Novo,
valorizando assim seu papel na sociedade, o que em contrapartida, ao invés das
letras funcionarem como armas de luta. Como ressalta Daniel Pécaut, as letras
vieram a constituir-se em um mecanismo que tendeu ao consenso, caracterizado
pela postura autoritária e desmobilizadora do Estado Novo. (PÉCAUT, 1990, p.
68-69)
Os intelectuais, portanto, organizam-se em determinadas instâncias,
obedecendo a ideologias dominantes ou a estruturas impostas tendo como
objetivo integrarem-se aos quadros de uma classe dirigente que em última
análise visa a alcançar o controle do Estado senão, quando cooptados por esse
Estado, tratam de uma produção que lhes confera marca e distinção entre os
demais produtores de cultura.

Em ambos os casos, os intelectuais valeram-se de um instrumento que


cuidou da divulgação e da difusão das suas idéias e de seus posicionamentos,
objetivando que fosse esse instrumento o porta-voz de todo um projeto que tinha
como base o enfrentamento de uma conjuntura cultural e política que se formara
e que, na maioria das vezes, sobre ela se deveria superpor uma outra por eles
idealizada, ou simplesmente como estruturadores de uma ideologia por eles
projetada e que deles necessita. Desse modo é que as suas contribuições tornam-
se imprescindíveis para legitimam-se como opinião pública, e assim, passam a
ser dignas de expressão.

Seria por demais forçoso entendermos que o papel das revistas no pós-
guerra ou no pós-ditadura Vargas atuassem com o mesmo projeto dessas de
postura política mais e acentuada, visto tratar-se de uma nova conjuntura política
e de uma nova orientação cultural. No entanto, o que podemos observar é que a
base ideológica subjacente àquelas iniciativas que varreram os anos 20-30 e
alcançaram um grande destaque no início dos anos 40 com o advento do Estado
Novo, de certa forma, continuou sendo a mesma: - os intelectuais não abdicaram
do lugar de prestígio a eles destinado, distinguidos que foram como a expressão
legítima da opinião pública.
Desse modo, apesar da queda da ditadura Vargas, os intelectuais
permanecem em seus lugares, conscientes de que haviam servido à cultura do
Brasil e não a um regime. Continuam, portanto, a apostar nos empreendimentos
culturais, desta vez, reconhecendo neles a possibilidade de uma renovação, pois
funcionaram como escopo para manter os intelectuais em evidência. Já a
inserção dos novos, na maioria das vezes, realizava-se sob o incentivo dos
intelectuais mais antigos ou ditos consagrados.

Configurando-se como um meio à permanência desse status alcançado,


considerando as posições anteriormente analisadas, o emergente mercado
editorial (o qual se delineara a partir de uma reafirmação da profissão de escritor
e pelo aumento de edições que visavam não só ao leitor comum, mas também
aquelas de conteúdo didático decorrente dos currículos provenientes das novas
categorias de curso de escolas e faculdades) inclua-se o mercado de periódicos,
de jornais e de revistas culturais, que corria paralelo ao do livro. Esse contagiante
clima ocasionado pelo volume de publicações, por sua vez, passou a constituir-se
em objeto de desejo por parte daqueles escritores (os consagrados e os novos),
que reconheciam nessas edições um meio acessível, eficaz e rápido de atingir um
maior público em um menor espaço de tempo.

Importante notarmos que esses empreendimentos editoriais são em geral


de iniciativa privada, o que pressupõe um estigma hierarquizante, pois na medida
em que os consagrados assumem a posição de direção desses periódicos.

Os novos, por sua vez, vão adentrando ao espaço das edições atuando
como colaboradores, como redatores, já que eram postulantes aos quadros de
escritores da revista e daí, pertencer ao destacado grupo dos intelectuais da
revista.

Por outro lado, essas iniciativas revestem-se de uma perspectiva


institucionalizada, em termos de um domínio público por forças de elementos
que constituem uma dominação simbólica, no sentido de que realçam e dão
destaque ao grupo em função de uma coesão social permitida pela adesão afetiva
do grupo*. (HALBWACS, 1950, p. 11).

1.3 Dar direito a quem é de direito

... No Ceará a literatura nunca foi esforço inútil. Ali as


academias e os grupos literários agiram com agressividade.
José Lins do Rego

Não obstante a ampliação de carreiras ocorridas até meados do século XX,


no Ceará, o direito e a sua consequente titulação de bacharel, se constituiu desde
o século anterior, em uma possibilidade de ascenção social concentrando até a
metade do século seguinte um contigente de intelectuais que se reuniam em
torno de agremiações culturais.

As agremiações culturais no Ceará surgem de um modo mais assíduo a


partir da segunda metade do século XIX. A disposição com que os intelectuais

*
Nesse sentido, reutilizamos e redimensionamos o conceito de “comunidade afetiva” de HALBWACS, Maurice.
reuniram-se constituiu uma marca em nossa história cultural e literária, não
obstante o caráter por vezes transitório dessas agremiações.

A presença de bacharéis em direito na formação dessas agremiações foi


uma nota constante a qual se fez soar como dominante desde o último quartel do
século XIX, sobressaindo-se nos quadros de Academia Francesa.

Passando a compor outras associações daquele século os bacharéis


marcam uma presenca a qual se estendeu até a chamada geração de 45 do século
XX, comparecendo vigorosamente entre os que participaram da revista e do
Grupo Clã.

Essas agremiações, tomando para si as idéias vindas de fora como no caso


da Academia Francesa do Ceará, que influenciada pelo eco já distante da
Revolução Francesa, do positivismo de Comte e do predomínio das idéias
cientificistas teve influências internas advindas de um centro regional e cultural
da época – Recife.

Na capital pernambucana, muitos dos jovens do norte e, em particular, os


do Ceará, iam beber não apenas as novidades intelectuais, mas principalmente,
bacharelar-se no Curso Jurídico da Faculdade de Direito de Recife, a qual
desempenhou a função de formadora dos futuros candidatos a intelectuais da
classe dirigente, bem como, se tornou uma instituição uniformizadora no que diz
respeito a regionalização da cultura nordestina do final do século passado e
início do século XX.

A extensão desse fenômeno e da intensidade dessa relação sócio-cultural é


analisada por Teresinha Queiroz, quando diz:
(...) A “homogeneidade” cultural, em que as escolas superiores
de Direito tiveram papel de não pequena importância, se estende
pelo menos do Amazonas à Bahia, passando pelo Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. As
relações sociais e culturais desse “norte” difuso são bastante
intensas e essa intensidade resulta em boa medida da
“emigração” contínua de bacharéis que se dá na República por
pressão política e econômica e que no Império ocorria em
virtude de práticas administrativas próprias. (QUEIROZ, 1998,
p. 88).

As escolas de direito no Brasil, e mais especificamente para nós a de


Recife, foi em parte, responsável por uma “homogeneização cultural”, tratando-
se do Nordeste em uma análise mais restrita, não obstante as práticas e as
pressões inerentes a cada um dos sistemas e que de uma maneira mais geral,
como expõe a autora, no Império e na República, deixaram marcas duradouras
na cultura das elites dirigentes do país.

1.4 Bajulações no Palácio da Luz

Situando-se neste contexto, temos conhecimento de uma manifestação


literária no Ceará, na Fortaleza dos idos de 1813, quando o grupo dos Oiteiros,
notabilizaram-se pelas reuniões realizadas sob o auspício do então governador
Inácio Sampaio. As sessões davam-se na própria residência do governador, na
qual funcionava a sede do governo e, depois veio a ser denominada Palácio da
Luz ( hoje abriga a atual sede da Academia Cearense de Letras).
Os historiadores de nossa literatura classificaram a produção dos poetas
dos Oiteiros como neoclássica, cuja poesia era de cunho louvinheiro aos heróis e
eivada de bajulação ao Governador Sampaio. No entanto, essa poesia, como
bem podemos observar nos versos dos tercetos do Soneto de Pacheco Espinosa é
portadora de uma série de informações que evocam a preocupação e o espírito da
época:

(...) Venceu a justa causa: aniquilado


Esse monstro ficou, esse Tirano,
Que há de perpetuamente ser odiado
Regozija-te ó bravo lusitano!
Vivas repete, Exército aliado!
Exulta de prazer, Americano2!

O poeta dos Oiteiros, embora morasse no Ceará, era natural da Ilha da


Madeira, e segundo Sânzio de Azevedo, foi à época um dos principais
comerciantes em Fortaleza, integrado desde então, aos fatos ligados à nossa
independência. (AZEVEDO, 1976, p. 20). O Tirano de seus versos,-- Napoleão
que ordenou às tropas do General Junot a invadirem Portugal, mas derrotado
pelo Exército aliado inglês, prussiano e austríaco; o Americano aqui representa o
povo brasileiro que ao lado do lusitano comemoraram a derrota de Napoleão.

Na condição de comerciante, um dos ofícios em ascensão na Fortaleza de


então, que o teria tornado bem sucedido, o dispensaria de haver um título
acadêmico e o que o possibilitou aproximar-se ao Palácio e ao Governador. O
comerciante bem sucedido junto ao incentivo do Governador desenvolveu seu
talento de poeta, ao mesmo tempo em que este incentivo era recompensado com
os versos de louvor relacionados às benfeitorias feitas à cidade pelo Governador.
Essas benfeitorias eram por sua vez, a temática da poesia palaciana, o que ainda
se repete nos versos do quarteto de Antônio de Castro e Silva, Capelão do
governador:

Este obséquio, Senhor, que vós envia

Meu ânimo fiel, curto parece.:

Mas quem o pouco que possui oferece,

Se mais tivera, muito mais daria3 (...).

O tom reverencial e lisonjeiro, adotado por nossos neoclássicos, estava no


entanto, em sintonia com os preceitos da arcádia européia no sentido de que
entre outras coisas, se deveria celebrar os Deuses, os Heróis e os Homens
ilustres. (AZEVEDO, 1976. P. 23). O que se contrapõe em parte ao arcadismo
mineiro que se revestira de um componente ideológico, o qual se devia, como
cita Bosi, às teses ilustradas, sem, no entanto, prescindir de clareza e
simplicidade, aspectos pelos quais a nossa poesia supera àquela cultista. (BOSI,
1982. P. 66-7).
Mais tarde, o grupo dos Oiteiros, provavelmente, devido ao afastamento
do mecenas do governo, cai no esquecimento, tendo Mozart Soriano Aderaldo
em um estudo sobre a literatura cearense entendido serem medíocres os versos
dos Oiteiros, atendo-se o crítico a uma análise pura de conteúdos,
desconsiderados os contextos histórico-literário e sócioeconômico do período.
(ADERALDO, 1986, p.7).
1.5 Academia, Clube e Padaria

Surgida por volta de 1873, a Academia Francesa, como o nome bem


sugere, foi inspirada no ideário da Revolução Francesa. Essa agremiação teve o
mérito de haver difundido entre nós as idéias filosóficas francesas, tendo por
outro lado, representado a reação ao romantismo no Ceará em contraposição à
escola germânica de Recife de Tobias Barreto e de Sílvio Romero.

Tomaram parte da Academia Francesa, Rocha Lima e Capistrano de


Abreu, os quais estiveram em Recife, mas não chegariam a concluir ali nenhum
curso superior. No entanto, integraria a Academia Francesa Tomás Pompeu de
Sousa Brasil Filho, Tristão de Alencar Araripe Júnior e Xilderico Faria, os quais
bacharéis pela Academia de Direito de Recife.

Anterior à Academia Francesa, o jornal A Fraternidade foi o veículo


aglutinador daqueles que formaram a Academia embora nem todos que
pertenceram à Academia encontrarem-se nas atividades do jornal. A
Fraternidade fez à época, oposição aos bispos brasileiros da conhecida Questão
Religiosa. A Academia distinguiu-se por seu caráter filosófico e, ainda, criaria a
Escola Popular. A Escola Popular, segundo Mozart Soriano Aderaldo era uma
entidade que sofreu a influência liberal-maçônica desse tempo. (ADERALDO,
1984, p. 16).

Logo após, a agitação dos liberais, é criado em 1875, o Gabinete Cearense


de Leitura, que significou um retorno à calmaria através dos livros. Mas o
movimento abolicionista de 1880 a 1884 foi o que sacudiu a sociedade cearense
no sentido de apagar a “mancha” da escravidão.
O interstício ocasionado pelo Gabinete Cearense de Leitura deu lugar a
um movimento de clara feição política-social, – o movimento abolicionista.

O movimento estimulou a circulação de O Libertador, periódico da


Sociedade Cearense Libertadora, responsável pela divulgação das idéias
antiescravocratas. A criação das sociedades emancipacionistas, nas quais, na
visão de Mozart Soriano Aderaldo, transitavam os mais moderados; ao contrário
dessas, as sociedades libertadoras, por sua vez eram de consistência mais
radical*: (ADERALDO, 1986, p. 12). A alternância e o ânimo entre os dois tipos
de sociedades teria agitado não só o ambiente político como o literário**.

Como podemos observar na segunda estrofe do poema em redondilha


maior, intitulado Bravos de autoria de José Justiniano de Serpa, o tom enérgico e
incisivo de seus versos.
Quão bela é vossa missão,
Sublimes Libertadoras!
As sombras da escuridão
Vós transformais em auroras!
Loiras filhas dos palmares,
Fazeis dos vossos olhares
Raios partindo grilhões;
E querubins da vitória,
A oiro bordais a história
Das nossas revoluções4!

*
Essa tipologia de moderados e radicais nos é dada por Mozart Soriano Aderaldo.
**
Embora não se configurasse em um movimento literário, o movimento abolicionista no Ceará, teria
sensibilizado alguns intelectuais escritores a emprestarem seus dons literários à causa abolicionista, a exemplo
dos cognominados “Poetas da Abolição, Antônio Bezerra, Justiniano de Serpa e Antônio Martins.
Apesar da presença feminina desempenhar no texto uma função simbólica,
tanto a Sociedade Cearense Libertadora como os versos aqui citados eram
compostos por homens.

A poesia abrilhantava o tom solene das sessões da sociedade, mas nem por
isso, suplantava-lhe o aspecto precípuo, ou seja, o de acirrar o debate em favor
da campanha abolicionista. Com base neste princípio, se deu a instalação da
Sociedade Cearense Libertadora, em 8 de dezembro de 1880, por ocasião de uma
das sessões solenes da já atuante Sociedade Perseverança e Porvir. (O
Libertador, jan. 1881, p. 1).

Justiniano de Serpa foi um desses intelectuais que apesar de nascido em


Aquiraz, no interior do Ceará e de origem humilde, conseguiu bacharelar-se pela
Academia de Direito de Recife. Como bacharel foi eleito deputado e chegou a
alcançar o cargo de Presidente do Estado. Através das páginas do O Cearense,
jornal do Partido Liberal, confirmaria sua posição político-partidária.Assim o
seu título acadêmico, a sua participação política aliada às atividades jornalística e
a de poeta das causas sociais, teriam sido fatores que influenciaram a sua posição
de intelectual e de político naquele fim de século.

Animados pelo sucesso do movimento abolicionista o qual culminou na


abolição dos escravos, (primeiro em Acarape, em janeiro de 1883 e após quatro
meses, Fortaleza também abolia a escravatura, para finalmente, em 25 de março
de 1884 no estado) floresceu ,em 1886 o Clube Litérario do Ceará.5

O gosto literário daqueles intelectuais levou-os à fundação do Clube


Literário, este, não mais de natureza sócio-política vivenciada pelo movimento
abolicionista, ou de cunho filosófico ao estilo da Academia Francesa do Ceará.
Caracterizou-se, essa fase por uma maior abrangência no espaço lítero-
cultural*.

Fizeram parte do Clube literário alguns escritores já conhecidos, tendo


integrado-se depois ao Clube, outros nomes os quais participaram como relatores
ou como colaboradores da revista A Quinzena que era o órgão na imprensa, do
Clube Literário.

Cinco anos após a fundação do Instituto do Ceará**, em 1892, foi


instituída a Padaria Espiritual, uma agremiação caracterizada pelo espírito
pilhérico de seus participantes e o ineditismo de sua proposta. A Padaria
Espiritual representou um contraste ao Instituto Histórico que sempre se pautou
pela insígnia científica de sua proposta.

Com repercussão no país pela originalidade do seu programa, que entre


outras inusitadas proposições, o destaque fica para o de fornecer o pão do
espírito aos sócios e aos demais necessitados.

Movida pelo espírito de inovação inicial, a agremiação passaria depois a


uma fase que identificamos como menos convulsiva e, por quanto, mais
produtiva no que diz respeito às publicações de poesia, de conto, e de romance.
Para a difusão de sua produção, a Padaria contava com O Pão, jornal que
também tratou da divulgação do pensamento daqueles que fizeram a Padaria
Espiritual.

*
Mozart Soriano Aderaldo identifica o Clube Literário como de natureza “eminentemente cultural”.
**
Instituição diferenciada das demais associações culturais por seu caráter formal e científico. Ademais do
aspecto literário voltado para difusão da História, da Geografia, da Antropologia e das Ciências Correlatas, o
instituto é pautado, em especial, nas notas constante do que se refere ao Ceará. (Inst. Do Ceará. Estatuto 1988.
p.3).
A Padaria Espiritual antecipou entre nós o movimento modernista,
particularmente, por condenar nas obras literárias alusões a nomes de animais e
vegetais estranhos a nossa fauna e flora o que veio a correspondeu à onda de
nacionalismo e de verde-amarelismo difundida, posteriormente pelo movimento.

A mesma projeção nacional conseguida dois anos antes pela Padaria


Espiritual não alcançou o Centro Literário, todavia chegaria ao Rio de Janeiro
notícias da sua existência.

Diferente dos outros grupos intelectuais do final do século XIX, o Centro


Literário sobreviveu por cerca de dez anos, conseguiu assim, ser a nota
distonante se considerarmos a marcante, porém breve, ou ainda a curta duração
dos demais agrupamentos.

Segundo o pesquisador Sânzio de Azevedo, o Centro Literário surgiu para


fazer frente à Padaria Espiritual (AZEVEDO, 1976, p. 167). Sabemos outrossim,
que os centristas combatiam o exclusivismo oriundo da Padaria Espiritual, fato
esse que motivou alguns “padeiros dissidentes”, a entrarem para os quadros do
Centro, o que por outro lado, teria contribuído para o engrandecimento do
número de sócios centristas.

Não obstante ao número de sócios, números a revista Iracema – órgão do


Centro Literário, não alcançou muitos números, e circulou de abril de 1895 ao
final do ano seguinte.

Assumindo um perfil literário só a partir de 1922, a Academia Cearense


(1894) aparece com uma outra denominação – Academia Cearense de Letras, a
exemplo das academias congêneres.
Poucos anos depois é criada a Academia de Letras do Ceará, a qual
termina por fundir-se à Academia Cearense de Letras, que em 1951 passa a
denominar-se pelo nome daquela mais resente ou Academia de Letras do Ceará.
A revista da Academia após uma pausa continuou sua publicação a partir de
1937, mas seguindo a numeração de 1896, ou seja, a numeração de dois anos
após a fundação da entidade que é de 1894. (Antologia ACL, 1994, p. 7-8).

O período exclusivista da Padaria Espiritual é sucedido pelo periodo mais


liberal e eclético do Centro Literário e da Academia Cearense, enquanto o Clube
Literário inaugura o espaço em que é privilegiado os assuntos em torno da
literatura. Esse espaço foi posteriormente assumido pela Academia Cearense de
Letras de 1922.

Com a revista Ceará Ilustrado, dirigido por Democrito Rocha, inicia-se no


Ceará um período diferenciado dos anteriores por apresentar uma prdução menos
compartilhada e mais autônoma.

A suspensão da Ceará ilustrado foi seguinda da fundação do diário O Povo


do mesmo Democrito Rocha. Para a redação daquele jornal foram muitos dos
intelectuais que lidavam nas letras, o que favoreceu uma articulação do espaço
jornalístico com o literário. Essa nova acomodacão de espacos resultou na
perfornance intelectual e tornou O Povo uma publicação diferenciada e um
representante da cultura do modernismo no Ceará.

Algumas revistas e periódicos ainda surgiram motivados pela cultura


renovadora de 22. Uma das publicações que mais se destacaram foi a revista
Maracajá que era um suplemento de Povo.
Como assinala Vera Lúcia Albuquerque de Morais, o suplemento
patrocinou e animou a intelectualidade cearense, pois surgiu em 1929, ou seja,
“no auge da polêmica entre modernistas e passadistas”.

Merece destaque a revista Cipó de Fogo que sucedeu à revista Maracajá e


deu continuidade ao suplemento oferecendo apoio à implantação das tendências
estéticas.(MORAIS,1975,p.28).

Essas últimas iniciativas, porém não lograram o espaço alcançado pelos


grupos e periodicos que os antecederam, assim como não obtiveram a dimensão
da representatividade cultural que dominou o periodo imediatamente posterior,
do qual resultou o empreendimento idealizado nos anos 40 e foi vivenciado pelo
grupo e revista Clã.

1.6 Jornal ou revista, eis a razão

A atividade jornalística revestira-se de importância central no sentido de


ser ponto de convergência dos intelectuais.

Concentrando intelectuais de origem aristocráticas ou não, desde os que já


atuavam no século passado, aos que atuariam nas primeiras décadas do século
XX, os jornais e as revistas constituíram-se em um privilegiado meio de
divulgação da produção intelectual, sem, no entanto, descuraram de alguns
objetivos os quais iam além da consagração intelectual.
Sobre a representação da atividade jornalística para os intelectuais,
assinala Ângela de Castro Gomes:

(...) o jornal cumpria, ou melhor, deveria cumprir, de forma


reconhecida pelo“pequeno mundo intelectual”, a tarefa de formador
da opinião pública, sendo percebido como uma dimensão paralela e
essencial da atividade política (...).

Atuar em jornais e participar de núcleos menores e mais seletos,


como o das revistas, era fundamental, não só porque fazia parte de
qualquer estratégia de ascensão intelectual (o que não ocorria sem
suportes político-sociais) mas também porque os periódicos eram a
base da circulação de idéias da época. Aliás, a luta de idéias, que
integra a dinâmica de um campo intelectual, até a virada do século
assumiu uma forma explícita e contundente, que recorria ao jornal
como locus de manifestação e amplificação. (...)” (GOMES, 1996. P.
45).

Cumprindo assim, a tarefa de formador da “opinião pública” o que nem


sempre foi entendida como satisfatória, o jornal e a revista caminhavam
paralelos, fosse como meio “essencial `a atividade política”, fosse como parte
integrante da “estratégia de ascensão intelectual”.

Assumiu o jornal na virada do século XIX para o século XX, o “lugar” de


manifestação das lutas de idéias, bem como, foi o meio de ressonância mais
nítido dessas idéias.

No contexto cultural do Ceará, os periódicos cearenses assumiram dentro


das agremiações, estas literárias ou não, o ponto do mais elevado destaque.
Servindo como porta-voz de um determinado ideário e noticiando
acontecimentos de interesse à época, configuraram-se, na maioria das vezes,
como órgãos oficiais das instituições a que pertenciam, ou muitas das vezes,
algumas agremiações originam-se em torno daqueles noticiosos como o foi A
Fraternidade jornal que reuniu os que depois vieram a formar a Academia
Francesa do Ceará.

Os periódicos, de um modo geral, proliferaram no Ceará, notadamente no


século XIX. Logo após a fase neoclássica da literatura cearense, como informa
Mozart Soriano Aderaldo, saia o primeiro jornal cearense – Diário do Governo*,
em 01 de Abril de 1824.

Como órgão oficial da Confederação do Equador.O periódico de vida


breve cessou sua edição tão logo malogrou-se o movimento republicano e, não
obstante tratar do momento republicano, foi a iniciativa preconizadora de outras
mais duradouras. (ADERALDO, 1984, p. XI)

Desse período ao ano de 1840, notamos a ausência de periódicos, em


particular os de proposta cultural. Fosse pelo o momento ocasionado pela
dissolução da Assembléia em 1823, tendo D. Pedro I centralizado seu governo
em torno do Poder Moderador, o qual era o próprio Imperador, e fôssemos ainda
considerar, o contexto histórico das lutas e conflitos da declarada postura
republicana, a qual teria contribuído, para arrefecer os ânimos de algumas
iniciativas noticiosas que já haviam ensaiado os seus primeiros passos no sentido
da oposição ao Imperador.

*
Tomamos conhecimento de um jornal na imprensa carioca com o mesmo título, o qual a partir de janeiro de
1823 a maio de 1824, marcara presença pelo seu enfrentamento à Assembléia Constituinte de 1823. In: Lustosa,
Isabel. Insulto Impressos, 2000, p. 17.
Com a organização dos partidos Conservador e Liberal, em 1840,
começaram a circular as edições dos jornais Pedro II, órgão do partido
Conservador e, O Cearense, jornal dos liberais que teve a frente Tomaz Pompeu
de Sousa Brasil. Esses jornais, muito embora fossem de cunho político não
impossibilitaram as divulgações da produção literária que se fazia à época, vez
que em 1849, o jornal Sempre-Viva de teor literário, foi editado nas oficinas do
Jornal Pedro II.

Colaboraram no jornal Sempre-Viva o poeta Juvenal Galeno da Costa e


Silva e Gustavo Gurgolino de Sousa, tendo o primeiro, como assinala Sânzio de
Azevedo, iniciado o Romantismo no Ceará*, em 1856, com a publicação do livro
Prelúdios Poéticos, no Rio de Janeiro6.

É do mesmo ano de circulação do Sempre-Viva, a instalação em Fortaleza


da livraria, de propriedade de Manuel Antônio Rocha Júnior. A livraria que à
época, trabalhava com empréstimo de livros, nos daria o indício de que reinava
uma certa agitação cultural na cidade.

A circulação de um outro periódico – A Estrêla, teve como redatores


Antônio Bezerra e José Barcelos. O primeiro, ficaria mais tarde, conhecido como
um dos Poetas da Abolição, por haver combatido na causa antiescravocrata
através de seus versos. A Estrêla circulou entre os anos de 1857 e 1859, este
último ano marcado pela chegada à Fortaleza, da Comissão Cientifica de
Exploração, da qual fez parte a poeta Gonçalves Dias.

*
Sânzio de Azevedo segue a mesma orientação de Antônio Sales em referência ao início do romantismo no
Ceará. Acrescente-se, ainda o fato de Antônio Sales haver conferido aos “Prelúdios Poéticos”, de Juvenal Galeno
o marco inicial da literatura cearense, desconsiderando, portanto as manifestações literárias anteriores.
A Comissão Cientifica de Exploração que como esclarece Renato Braga,
foi fruto de uma das sessões do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro
presidida pelo próprio Imperador D. Pedro II, e que objetivava explorar algumas
províncias menos conhecidas do Brasil. (BRAGA, 1962, p. 15).

Como membro da Comissão, o escritor Gonçalves Dias*, assumia o


encargo de responsável pela seção Etnográfica e Narrativa de Viagem da
Comissão7.

É de 1873 o início da circulação do jornal A Fraternidade. O jornal reuniu


os que futuramente, organizaram a Academia Francesa do Ceará. Através de suas
páginas, o jornal condensava o pensamento daqueles mações contra o
posicionamento dos bispos Dom Vital, de Olinda e de Recife e Dom Macedo
Costa, do Pará, na chamada Questão Religiosa. O periódico também faria
violento combate ao jornal Tribuna Católica.

O Jornal A Fraternidade teve entre seus fundadores, Tomaz Pompeu de


Sousa Brasil Filho e Xilderico de Farias, ambos bacharéis pela Academia de
Direito de Recife. Mais tarde, Tomaz Pompeu iria fundar e dirigir a Faculdade de
Direito do Ceará, como também, iria destacar-se como político e professor, tendo
escrito sobre temas científicos e históricos. Companheiro de Tomaz Pompeu na
Academia de Recife, Xilderico de Farias foi secretário de governo do Piauí e
exerceu a função de juiz no Pará8.

Fizeram ainda parte do grupo da Academia Francesa do Ceará e do grupo


de bacharéis da Academia de Recife, Capistrano de Abreu e Tristão de Alencar
Araripe Júnior, os quais, não pertenciam à redação do Fraternidade, ao contrário
*
Antônio Gonçalves Dias foi professor de História e Latim no Colégio Pedro II; foi secretário dos Estrangeiros.
de João Brígido, que participara das atividades jornalisticas e planfetárias do
jornal, no entanto, não fazendo parte da Academia Francesa do Ceará, mantendo
nela laços de amizades com os seus membros.

Anos após a agitação do pessoal da Fraternidade, um movimento não


menos fraterno, ocasionou uma espécie de convulsão à sociedade cearense – o
movimento abolicionista. O movimento transcorrido entre os anos de 1880 a
1884, faria circular o jornal O Libertador. O jornal foi aglutinador não só dos que
desenvolviam atividades jornalisticas, mas de intelectuais poetas e escritores,
preocupados com a “nódoa da escravidão”.

O movimento abolicionista atingiu proporções não só por sua feição


política-social, mas também pela literária.

Dentre as literárias, citamos a publicação do livro Três Liras de autoria


dos poetas da abolição: Antônio Bezerra, Antônio Martins Júnior e Justiniano de
Serpa, a qual se deu por ocasião da companhia abolicionista. As Três Liras de
teor social e temática antiescravocrata tinha a função de arrebatar auditórios pelo
tom declamatório dos seus versos que eram geralmente em decassílabo ou
redondilha maior.

Entre os autores das Três Liras, Justiniano de Serpa foi o que alcançou, na
política um espaço de destaque considerável. Como informa Sânzio de Azevedo
o escritor teve poemas publicados no jornal O Cearense, do qual já nos referimos
anteriormente. (AZEVEDO, 1976, p. 77-89).

A exemplo do jornal A Fraternidade que servira de embrião à formação da


Academia Francesa do Ceará, partiu da redação do jornal O Libertador, a idéia
da criação do Clube Literário. Na Academia Francesa do Ceará, no entanto, A
Fraternidade continuou a ser o jornal oficial da agremiação, porém o mesmo não
aconteceu ao Clube Literário, o qual faria circular um outro periódico que foi A
Quinzena, que iniciou sua circulação em 15 de Janeiro de 1887, e prosseguiu até
10 de Junho de 1888.

Assim como o Clube Literário, A Quinzena, também foi idealizada por


João Lopes e teve como redatores o mesmo João Lopes, Antônio Martins, Abel
Garcia, José de Barcelos e José Olímpio, e mais tarde, comporia este quadro os
nomes de José Carlos Júnior, Oliveira Paiva e Martinho Rodrigues.

Como integrantes do Clube tivemos a presença de Oliveira Paiva, Antônio


Sales, Rodolfo Teófilo, Farias Brito, José Carlos Júnior, Xavier de Castro; estes
participaram como colaboradores da A Quinzena, além de outros nomes como:
Juvenal Galeno, Paulino Nogueira, Papi Júnior, Álvaro Martins e os já
mencionados Poetas da Abolição, Antônio Bezerra, Justiniano de Serpa e
Antônio Martins, sendo este último, também redator da revista9.

“A Quinzena é uma publicação puramente literária (...)”, assim expressou-


se seu fundador João Lopes na coluna intitulada Preliminares, no primeiro
número da revista que é de 15 de janeiro de 188710.

Fosse o fato de ser puramente literária que naquela revista iniciaram-se


muitos dos que mais tarde firmaram-se no cenário dos escritores cearenses.

João Lopes fala nas Preliminares, sobre as dificuldades das letras que
mesmo na metrópole, constituíra-se em uma atividade não lucrativa:
Si na capital do império, metrópole da civilização sul americana, o
meio não é propício ás letras e as publicações exclusivamente
literárias mal podem, romper a espessa crosta da indifferença pública
(...).

Vão assim objetar-nos os homens práticos, que por pouco que


saibam, sabem bellamente, sentenciar ex-cathedra que nosso público
é infenso, sinão hostil a isso a litteratura “que não bota ninguém para
adiante.

E, entretanto, é a imprensa partidária quem abre caminho para os


empregos, quem sagra beneméritos os amigos, que traz pela rua da
amargura os adversários, quem institue tenentes-coronéis e destitue
subdelegados. (A Quinzena, n0 1, jan. 1887)

É visível ao presidente da revista o conhecimento da realidade literária, no


entanto reconhece que a imprensa partidária teria responsabilidades, quando não
admite o merecido valor os que trabalham com as letras e favorece aos amigos,
menos capazes com empregos e coloca os adversários, na rua da amargura.
Aqui no caso, os adversários eram os que não se colocaram à disposição da
política partidária, ou seja, o grupo dos que faziam o Clube Literário e os da
Quinzena, comprometidos que eram com as letras e em divulgar o que fosse
puramente literário.

Sobre o afastamento do intelectual da política nesse período, Ângela de


Castro Gomes diz:

Feitas a abolição e a república, e ultrapassado os anos entrópicos


do militarismo e do jacobinismo, tratava-se de rearticular o campo
intelectual em novas bases, mais afastadas dos engajamentos políticos
e das questões culturais que assolaram as décadas de 70 e 80 do
século passado (...) (GOMES, 1996, p. 45).

Notamos que a partir do Clube Literário e d’A Quinzena os homens de


letras acenavam para o desempenho da atividade literária, sem um explícito
suporte político através do qual a imprensa partidária encarregou-se de exortar
os amigos e execrar os adversários.

Isso foi objeto da veemente crítica por parte do presidente d’A Quinzena,
João Lopes, o qual, ja tinha advertido sobre a “espessa crosta da indifferença
pública” ao trabalho eminentemente literário.

Devido a essa tonalidade literária, os que participaram do Clube Literário,


excetuando-se os já mencionados por pertencerem, inclusive a outros periódicos
já estudados, destacamos os que se classificam em um perfil diferenciado. Senão
vejamos: Rodolfo Teófilo e Antônio Papi Júnior que tantas semelhanças tiveram
no percurso de suas vidas: o fato de não serem cearenses e de passarem parte de
suas vidas intelectualmente ativas, em Fortaleza; de terem exercido, anterior a
atividade de escritor alguma função profissional, porém, mais tarde, dedicarem-
se à literatura, e nessa mesma cidade viriam, inclusive a falecer. Finalmente, se
assemelham por não terem ocupado cargos eletivos, ou ainda por não haverem
exercido funções políticas, o que reforça a nova configuração do periodo em
relação ao campo literário.

Passado o momento compenetrado caracterizado pelos intelectuais do


Clube Literário e d’A Quinzena, os tempos da Padaria Espiritual significa, por
sua vez um momento mais descontraído, sem contudo significar de menor
fecundidade.
Fundada em 1892, e reorganizada em 1894, A Padaria Espiritual ostentou
em seu quadro de sócios, nomes já conhecidos como Antônio Sales, Rodolfo
Teófilo, José Carlos Júnior, sendo estes, pela ordem, seus dirigentes.
Participaram ainda, Jovino Guedes, Álvaro Martins, Lopes Filho, Henrique
Jorge, Lívio Barreto, Adolfo Caminha, Eduardo Sabóia, entre outros11.

O caráter irreverente d’O Pão faria estampar no editorial do primeiro


número:
O leitor conhece os estatutos da Padaria Espiritual?
Naturalmente.
Então, já devia estar à espera do jornal que prometteu crear,
Com o nome de Pão
Eil-o com a mesma somma de diretos com que os outros seus collegas
percorrem profusamente o mundo inteiro

O seu programa é muito simples: transmitir ao leitor com a maior


exatidão o que sente e o que pensa a Padaria Espiritual sobre tudo e
sobre todos

Não obedece a sugestões estranhas, nem tão pouco toma a si o


compromisso de agradar, em compensação, de modo algum ameaça
hostilizar.

Promette apenas uma coisa: dizer sempre a verdade, doa este em


quem doer
Não promette ser eterno; deseja porém, viver o mais que possível (...)
(O Pão, n0 1, jul, 1982).

O gênio irrequieto de O Pão contrapor-se-ia às atitudes formais e bem


comportadas dos intelectuais do Clube Literário e daqueles da revista A
Quinzena, pois enquanto estes tinham a proposição de publicar o que fosse
puramente literário, O Pão declarava ser o porta-voz da Padaria Espiritual e
“sobre tudo e sobre todos”, optando por um pluralismo temático ao mesmo
tempo em que buscava ser independente quando diz que não «toma a si o
compromisso de agradar», mesmo porque o seu exclusivismo não permitia
críticas ou “sugestões estranhas”.

Outras considerações pertinentes sobre a Padaria são sugeridas por Pedro


Nava quando diz que a Padaria Espiritual «era meio fraternal, um tanto
maçônica», e acrescenta “A Padaria era extremista, socializante e levemente
anarquista”. (NAVA, 1972, p. 320).

Em análise mais contudente Wilson Martins define-a como “o


microcosmo da República”, mas um republicanismo não rigoroso e que começou
a dissolver-se entre as desilusões e as abdicações dos seus fundadores sem falar
da “reinvestida das forças ultramontanas” (MARTINS, 1978, pg. 403).

O Pão teria suas edições interrompidas, voltando a ser editado em 1895


até outubro de 1896, quando atingiria os 36 números.

Dois anos após a fundação da Padaria espiritual foi criado o Centro


Literário, o qual teve como órgão de divulgação a revista Iracema. Os centristas
eram em parte oriundos do Clube Literário, como também ali, encontramos os
dissidentes da Padaria Espiritual. Juntam-se, ainda o Barão de Studart, Soares
Bulcão, Fiúza de Pontes, José Albano e Quintino Cunha, dentre outros, que
fizeram parte da Academia Cearense. Pelo fato de encontrarmos esse trânsito de
intelectuais e de agremiações, faremos um estudo de alguns desses intelectuais
tão logo seja oportuno.
A mais severa contestação aos padeiros viria da Academia Cearense que
também é fundada no ano de 1894. Muito embora a fase inicial não fosse
nitidamente literária, a Academia originaria mais tarde a Academia Cearense de
Letras, essa era definida e constituída de fins literários.

A Academia Cearense faria circular a partir de 1896, a Revista da


Academia Cearense, a qual circularia até 1914. Nos 19 periódicos foram
publicados artigos de diferentes temas: Biografia, História, Geografia, Literatura,
Direito, Filosofia, etc.

Tanto a revista da Academia Cearense como a própria Academia, reunia


intelectuais consagrados ou não, republicanos ou monarquistas, católicos ou
agnósticos, bem como, médicos, advogados, engenheiros, filósofos, poetas,
historiadores. Juntas, Academia e Revista representavam um novo ordenamento
do campo intelectual.

O fato de possuírem uma estrutura formal e regularizada, representada por


uma tessitura intelectual organizada, nos moldes do Instituto do Ceará* é
identificada segundo a classificação de Raymond Willians para as instituições
culturais formais modernas. (WILLIANS, 1992, p. 68).

Participavam desse projeto, dentre outros, o seu fundador Guilherme


Studart, que já fundara anteriormente o Centro Abolicionista, O Instituto do
Ceará e outras entidades religiosas o que lhe rendera o título de Barão de Studart;

*
Instituição fornal - designa um determinado tipo de organização interna regularizada, a qual mantém nítidas
relações com a sociedade, e que assim, facilita a análise dessas formações culturais, ao contrário daquelas
associações relativamente informais, as quais, também são importantes no âmbito cultural moderno. O Grupo
Clã, com base ao que propõe Raymond Willians, não se fundamentou na participação formal dos associados, mas
se organizou em torno de uma “manifestação pública coletiva” ou seja organizou-se através de um periódico, - a
Revista Clã.
Justiniano de Serpa do qual já tecemos comentários; o filósofo Farias Brito que
também pertenceu ao Centro Literário; o professor e militar Franco Rabelo;
Valdomiro Cavalcante, jornalista, promotor de justiça e membro da Padaria
Espiritual; o historiador Tomás Pompeu de Sousa Brasil Filho, bacharel pela
Academia de Recife, exerceu atividades jornalisticas foi político e professor,
fundou e dirigiu a Faculdade de Direito do Ceará.

O historiador Bezerra de Menezes e muitos outros nomes que embora


pertencessem ou já houvessem pertencido a outras agremiações, passaram a ver
na Academia uma nova perspectiva de afirmação, não obstante o fato de alguns
deles por serem também historiadores e já pertencerem aos quadros do então
distinguido Instituto do Ceará.

A revista da Academia Cearense estivera fora de circulação durante 23


anos, justificando-se para tanto, as reorganizações e reformas ocorridas, uma em
1922 e outra em 1930, vindo a fundirem-se Academia Cearense e Academia de
Letras do Ceará, passando ainda por uma outra reformulação a qual se deu em
1951, vindo a denominar-se Academia Cearense de Letras.

Desde 1937, no entanto a Revista da Academia Cearense iniciou a sua


circulação fazendo referência a uma segunda fase, considerando, assim com a
primeira fase aquela compreendida entre os anos de 1896 à 1914, sendo este
último o ano em que a revista deixara de circular. (ANTOLOGIA, ACL. 1994, p.
7-16).

Apesar das alterações no número de 28 para os 40 componentes atuais,


consideramos para o nosso estudo os 28 fundadores, dos quais 15 eram bacharéis
em Direito. Entre os já mencionados Justiniano de Serpa, que pertenceu ao Clube
Literário, Drumond da Costa, bacharel pela Academia de Recife, foi Juiz e
jornalista; José Fontenele, foi Juiz e professor; Álvaro de Alencar, promotor e
juiz, professor da faculdade de Direito e Desembargador; Alves Lima, bacharel
pela Academia de Recife, foi promotor, juiz e professor; Adolfo Luna Freire e
Henrique Théberge, eram pernambucanos, sendo o primeiro médico e o segundo
militar e engenheiro; Eduardo Rocha Salgado, professor da Faculdade de Direito
da qual foi diretor.

Nessa amostra temos uma idéia do quadro da ascensão dos profissionais


liberais, notadamente do Direito, no ramo da cultura, no final do século XIX até
inícios do século XX.
CLÃ EM REVISTA

O instinto de tribo aplicado à literatura levou alguns


indivíduos a se reunirem, mais sempre desejando que outros
chegassem. Resultado: a qualidade supriu a abundância e temos
agora no Ceará uma equipe de autênticos homens de letras de
indiscutível importância para nossa atualidade e para o nosso
futuro literário. Mauro Mota
2.1 A União faz a força

Configurando-se como núcleo urbano dominante no Estado, Fortaleza já


consolidara desde a segunda metade do século XIX, como assinala Maria
Auxiliadora Lemenhe, uma hegemonia nos níveis econômicos e político-
administrativo, (LEMENHE, 1991, p. 110) o que, de um lado, favorecia à cidade
a ensaiar os seus primeiros passos já com ares de metrópole, e a passar a
reclamar por uma estrutura cultural e peculiar àquela configuração hegemônica e
urbana que se instalara. É nesse compasso que a cidade alcançaria os meados do
século XX aspirando em ser a representação cultural do Estado e, quiçá da
região.

Analisando um quadro mais geral e das transformações políticas


brasileiras as quais arrastou o país para o cenário dos acontecimentos
internacionais, a partir do estado de guerra declarado por Getúlio Vargas às
potências do eixo, Alemanha e Itália. O Brasil passa, então a fazer parte do grupo
de nações que defendia as liberdades do homem, além de ter sido, como adverte
Joaquim Alves, desde 1942 até o término da luta o Brasil foi a ponte de ligação
entre os dois mundos, sendo a linha aérea Nordeste-África, a estrada militar mais
movimentada (ALVES, 1942, p. 32).

No Ceará, esse momento histórico por sua vez ocasionaria repercussão e


celeuma. Em particular o afundamento em nossas costas do navio brasileiro
Baipendi, por navios alemães e o envolvimento e a participação de um
considerável contingente de jovens cearenses os quais junto a outros brasileiros
vieram a compor a nossa força armada que combateu nas trincheiras da Europa12.
As inquietações provocadas pela eminência da Segunda Guerra no ano de
1942, não representou empecilho para que um grupo de escritores organizasse e
realizasse na urbana Fortaleza de então, o 1o. Congresso de Poesia do Ceará.

Fortaleza tinha a pressa. Os escritores também. A cidade aspirante à


metrópole e os escritores e os jovens aspirantes a um posto na paisagem
intelectual da cidade, confundiam-se num ritual de grandes projeções. Diante
daquele cenário de sacrifício ocasionado pela guerra na sua interna contradição
de perder a vida para poder viver, prevaleceria, no entanto, a idéia do espírito de
guerra por meio do qual, o idealismo da poesia sobrepõe-se ao praticismo da
guerra.

Reunido em 23 de maio de 1942, o grupo de escritores começava a


organizar o 1o. Congresso de Poesia do Ceará, que embora tenha representado
uma singularidade ocasionada pelo contexto da guerra, não se tratou de uma
idéia só do Ceará. Um outro congresso de poesia fora referido na Crônica (Ata
da segunda reunião preparatória do Congresso), onde Francisco Novais faz
comentários acerca de um desse tipo de Congresso, em Recife. Outra referência,
agora na Crônica da quarta reunião preparatória, em que Aluízio Medeiros deu
informes sobre a carta a ele dirigida por Vicente do Rego Monteiro.

(...) dizem os políticos da boa vizinhança nordestina (pra


falar a linguagem do tempo), anda de bicicleta. Muito tempo
viveu em Paris. Não usava gravata. É pintor. É poeta.
Organizou o 1o. Congresso de Poesia do Recife. Na dita carta V.
do R. diz coisas deveras sensatas. Eis uma delas: “Receio
unicamente que o vulto e o interesse que está despertando o 1o.
Congresso de Poesia do Ceará, nos arraiais da intelectualidade
cearense, venha a prejudicar a intensidade que um movimento
mais íntimo, mais harmonioso poderia realizar(...) (CRÔNICAS
das Reuniões preparatórias, 1982, p. 15-28).

Nas palavras de Vicente do Rego Monteiro podemos avaliar a dimensão


que tomou o 1o. Congresso de Poesia no Ceará, preocupado que estava o escritor
não apenas com seu efeito estético, mas, sobretudo receava que as circunstâncias
do momento viessem a desviar os objetivos daquele congresso.

O episódio da guerra, no entanto, fez com que o evento, a partir de 18 de


agosto, contasse com uma participação mínima por parte dos que antes
aplaudiram essa idéia e que, devido às condições do momento, não entenderam o
despropósito de um Congresso de Poesia em tempos de guerra.

A guerra, no entanto, passou a fazer parte da pauta das reuniões do


Congresso, tendo seus participantes dentre outras discussões políticas assumido
posição contra os países do Eixo, como cita Antônio Girão Barroso em seu
depoimento:

(...) em relação a deflagração da segunda guerra


mundial, estava havendo aqui na época em 42, o primeiro
congresso de poesia do Ceará. Como estava em sinal de guerra
(o Brasil não tinha ainda declarado guerra aos países do Eixo),
Stênio Lopes, Quixadá Felício e outros fizeram no Crato um
negócio chamado Congresso sem Poesia. Achavam que estava
errado fazer, em tempo de guerra congresso de Poesia.
Acontece que o I Congresso de Poesia do Ceará, aqui em
Fortaleza, se interessou muito pelo assunto. Assumiu atitudes
contra os países do Eixo e assim por diante. (BARROSO, 1996,
p. 154).

Entre os jovens aspirantes à posição de intelectual, e outros escritores de


posição reconhecida, encontramos Mário de Andrade (do Norte), Antônio Girão
Barroso, Otacílio Colares, Braga Montenegro, Eduardo Campos, Fran Martins,
Artur Eduardo Benevides, João Clímaco Bezerra, Milton Dias, Mozart Soriano
Aderaldo, como consta da ata denominada “Crônicas das Reuniões Preparatórias
do 1o. Congresso de Poesia do Ceará”.

Como podemos observar, os que se reuniram com o objetivo de discutir,


estudar e assentar as bases do 1o. Congresso de Poesia do Ceará, citamos eles,
Mozart Soriano Aderaldo, Eduardo Campos, Antônio Girão Barroso, Artur
Eduardo Benevides, Fran Martins, João Clímaco Bezerra, Braga Montenegro,
Otacílio Colares e Milton Dias, seriam os mesmos que comporiam as
Comissões encarregadas de selecionar os trabalhos apresentados durante o
Congresso, como ainda formariam a Comissão organizadora do evento.

Sobre o que representou o Congresso, vejamos o que disse Fran Martins


no texto “A Semente”, publicado na Revista:*

(...) A idéia original era a de fundar uma editora para


publicar a produção, sempre crescente da nova geração de
escritores do Estado. Essa idéia foi publicamente manifestada
por ocasião do 1o. Congresso de Poesia do Ceará, que desejava
também fossem criados um clube para os escritores, um atelier
para os pintores e um teatro para atender aos que, como

*
Quadragésimo Ano ou como começou o movimento Clã. Fran Martins, in: Revista Clã, N0 28, Ano, dez. 1982.
Eduardo Campos e Artur Eduardo Benevides, se dedicavam,
como atores e autores, à arte cênica. (...).

(...) Mas a verdade é que esse 1o. Congresso de Poesia do Ceará, organizado por uns poucos
poetas e jornalistas, teatrólogos, contistas, repórteres, pintores, desenhistas, oradores,
direitistas, anti-facistas, políticos e até tetrarca, teve importância capital para o movimento
que mais tarde se consolidou em torno da Revista Clã. (...)

(...) De um modo ou de outro, o Congresso teve sua


instalação festiva em princípios de agosto de 1942, no Teatro
José de Alencar, contando com a presença do então Interventor
Federal e mais outras altas autoridades civis, militares e
eclesiásticas. Alguns dias depois, entretanto, o Brasil entrava
ruidosamente na guerra. (...)
(...) Mas se a cousa andou desse modo, não deixou o
Congresso de ter importância capital na efervescência cultural
que posteriormente se verificou no Ceará, especialmente no que
diz respeito às artes plásticas e à literatura. (...)
(...) A semente de tudo – (...) foi, inegavelmente, o 1o.
Congresso de Poesia do Ceará. (...) (MARTINS, 1982 p. 7-11)

Entre as idéias lançadas no Congresso, algumas delas vieram a


concretizarem-se: as Edições Clã; a Sociedade Cearense de Artes Plásticas –
SCAP, bem como veio a instalar-se em Fortaleza uma seção da Associação
Brasileira de Escritores – ABDE, da qual Fran Martins foi o primeiro presidente.

Não obstante tratar-se de um congresso de poesia, o evento reuniria não


apenas os poetas e contistas, mas nos chamou a atenção a presença de
profissionais que atuavam em outros setores, fato que nos alertou sobre o
significado do evento para intelectualidade local, não sendo ali, nem mesmo no
momento, considerado as preferências políticas dos organizadores.

A importância capital do Congresso e a efervescência cultural instalada a


partir dele foi o que lançou a base de um grupo que se delinearia a partir de
1942, se estruturaria no pós-guerra, vindo a alcançar sua melhor fase nos anos
50, para em seguida atuar como uma forma de resistência nos anos 60 e 70, e,
finalmente, encontrar um declínio nos anos 80 desse século passado.

Um outro texto no número 0 de Clã faz referência a um outro congresso, o


I Congresso de escritores cearenses.

A participação da representação oficial do Estado deixa entrever o que


veio a significar nos meios culturais aquele evento.

O I Congresso de escritores cearenses instalado em 7 de setembro de 1946


contou com a presença de representantes das principais instituições do Estado,
entre esses o representante do Interventor Federal, Moacir Teixeira de Aguiar; o
presidente da Sessão de Abertura, General Onofre Muniz Gomes de Lima; o
Ministro Pedro Firmeza; o presidente da seção local da ABDE -, Associação
Brasileira de Escritores, Fran Martins; o representante do Arcebispo
Metropolitano, Monsenhor Otávio de Castro; o presidente do Tribunal Regional
eleitoral, Faustino de Albuquerque; um membro do Tribunal de Apelação, Abner
de Vasconcelos; o professor Dolor Barreira; o delegado sobralense Antônio
Coelho de Albuquerque; o presidente do Tribunal de Contas, Braga Montenegro.

Os secretários da Comissão de instalação do congresso, Eduardo Campos


e Artur Eduardo Benevides.Não menos representativas foram a Comissão
Organizadora e a Mesa Dirigente. Na primeira, o Presidente Fran Martins; Vice-
presidente, Henriqueta Galeno; Secretário Geral, Braga Montenegro; Secretários
Antônio Girão Barroso e Eduardo Campos; Tesoureira, Cândida Maria Santiago
Galeno. Na segunda, o Presidente da Mesa Antônio Martins Filho; 1° Vice-
presidente, Hugo Catunda; 2° Vice-presidente, Henriqueta Galeno; Secretário
Geral, João Clímaco Bezerra; 1° Secretário Aluízio Medeiros; 2° Secretário,
Eduardo Campos. (Clã, N° 0, dez, 1946, Ano I, p. 1-2).

Estiveram ali reunidos os que inicialmente fizeram a Revista Clã. Mais


tarde, virem os que comporam o Grupo Clã, Lúcia Martins, Moreira Campos,
Durval Aires e Pedro Paulo Montenegro, os quais integrariam a ficha técnica de
Clã como redatores.

Sairiam daquele I Congresso de escritores cearenses os que fizeram a


Revista, e, os que formariam o Grupo Clã: Fran Martins, Braga Montenegro,
Antônio Girão Barroso, Eduardo Campos, Antônio Martins Filho, João Clímaco
Bezerra, Aluízio Medeiros e Artur Eduardo Benevides.

Um outro integrante fez-se presente na Sessão de Encerramento – Stênio


Lopes, o qual foi o orador oficial naquela cerimônia (Revista Clã, n° 0, Ano I,
dez. 1946, pp. 23-25)

Os integrantes de Clã assumiram desde então, as funções mais relevantes


do Congresso, ou seja, as de Presidentes da Comissão Organizadora e da Mesa
Dirigente, as de Secretário, numa e noutra Comissão e Mesa e, ainda se fizeram
presentes na Instalação na solenidade de Encerramento.
Os de Clã saíram fortalecidos daquele encontro, apesar algum deles já
lograr um certo destaque no campo da intelectualidade, em Fortaleza.

Apesar de fortalecidos e do destaque intelectual de alguns o número inicial


da revista não obteve o resultado esperado:

Resultado do I Congresso Cearense de Escritores, foi


criada, o ano passado a revista “Clã”, dirigida por João
Clímaco Bezerra, Aluízio Medeiros e Antônio Girão Barroso. A
única edição que circulou porém, datada de Dezembro de 1946,
foi mais uma experiência: trazia o N° 0 (zero). Teve alguma
repercussão, mas morreu naturalmente, como tudo o que é bom
tem morrido no Ceara (...) (Revista Clã, N° 1, Ano II, Fev.
1948, p. 75).

Funcionando mais a título de experiência a Revista Clã N0 0, obteve


alguma repercussão, no entanto, não lhe foi possível haver uma continuidade. A
fatalidade ficaria por conta do inevitável “fim das coisas boas no Ceara”*

A Revista ficou no limbo durante o ano de 1947, vindo a reorganizar-se,


mais uma vez com o mesmo grupo do Congresso que no ano seguinte lançaou o
número 1 de Clã:

(...) Assim Clã tem agora uma outra direção, cabendo a


responsabilidade da revista a Fran Martins e Aluízio Medeiros.
Temos novos planos – a publicação em cada numero, de um
trabalho longo e inédito, como faz neste com “O Demônio e a
Rosa” de Eduardo Campos, e espera fazer nos próximos com
livros completos de poesias, ensaios, novelas, biografias, etc.
*
Ver artigo “Esses Cearenses” de Guilherme Figueiredo, publicado no jornal Correio do Ceará de 25 de abril de
1948. O autor analisa a expressão “morreu naturalmente, como tudo o que é bom tem morrido no Ceará”.
(...) – estando as suas paginas abertas principalmente aos
escritores novos de nossa terra e aqueles de outros Estados (...)
estamos dispostos a envidar todos os esforços – e nisso
esperamos contar com a boa vontade dos escritores, novos e
velhos, do Ceara e do Brasil, os quais devem ver nesta
publicação não uma realização individualista mas um elo a
ligar a nossa província a todo o país, um veiculo de
aproximação dos nossos homens de letras com intelectuais de
todos os Estados (...) (Revista Clã, N° 1, Ano II, Fev. 1948, p.
75).

Nesta nota vemos uma síntese, onde temos traçados os novos objetivos, a
destinação da revista e o que deveria constar de suas páginas numa tentativa de
abranger todos os gêneros literários quando diz que “publicará sempre crônicas,
poesias, contos, reportagens críticas de livros e de arte”.A revista estava em
primeiro lugar, direcionada aos escritores da terra e aos de outros Estados. No
entanto, contava com o apoio de todos, “novos e velhos” para o seu sucesso.

A partir dessa edição a Revista reorganiza-se de modo a ter além de seus


diretor e secretário Fran Martins e Aluízio Medeiros, respectivamente, um
conselho de redação do qual faziam parte, Joaquim Alves, Stênio Lopes, Antônio
Girão Barroso, Mozart Soriano Aderaldo e João Clímaco Bezerra. Este Conselho
mais tarde (a partir de Clã N° 6) foi integrado por Artur Eduardo Benevides ,
Moreira Campos, Eduardo Campos, Braga Montenegro e Otacílio Colares; logo
depois, (a partir de Clã N° 11) passa a contar com Lúcia Martins, a qual destaca-
se pela sua contribuição literária e por ter sido a única mulher a pertencer ao
grupo. Nos números seguintes comporão também o Conselho de Redação
Antônio Martins Filho, Cláudio Martins, Durval Aires, Pedro Paulo Montenegro
e Milton Dias.

O cargo de secretário, porém durante os quarenta e dois anos de


publicação da revista, contou com apenas dois nomes, Aluízio Medeiros que
permaneceu até 1956, sendo depois o cargo ocupado por Artur Eduardo
Benevides; a direção da Revista, no entanto, ficaria desde o seu N° 1 até o N° 29
sob a responsabilidade de Fran Martins.

A Revista, de acordo com suas pretensões, abrigaria em suas páginas,


trabalhos desde que fossem inéditos; considerando que esses textos seriam
publicados completos, saindo por ocasião de cada número da revista. Seriam
publicados então, livros completos, fossem estes de poesia, de ensaio, de novela,
de biografia, dentre outros gêneros literários, passando pela área das Artes e das
Ciências Humanas.

O grande espaço da revista girava em torno da publicação dos novos


talentos da terra onde, na maioria das vezes esses talentos encontravam-se ali,
tão próximos e em meio aos que faziam o Grupo e a Revista Clã. Oportunizar
aos novos a publicação de seus trabalhos, aliado ao esforço de projetar seus
escritores, não apenas para o Ceará, mas para o Brasil, proporcionando uma
maior aproximação com os intelectuais do país, foi o grande projeto idealizado
por Clã.

Para dar cumprimento a esse projeto a Revista teria que ser robusta,
consistente e abrigar em suas páginas uma variedade de temas, o que
possibilitaria uma abrangência maior no âmbito cultural.
Assim, o resultado desse projeto logo se fez visível:

De todos os Estados do Brasil esta revista tem recebido o


incentivo por parte de escritores e de leitores que
compreenderam o nosso esforço em dotar o Ceará de uma
publicação capaz de demonstrar o nosso valor cultural. Entre os
primeiros não podemos deixar de citar Guilherme Figueiredo,
que escreveu todo um artigo sobre o nosso numero 1, Sérgio
Milliet e José Lins do Rego, que através dos jornais “O Estado
de São Paulo” e “Diários Associados” também se referiram
elogiosamente à nossa revista, e mais Otto Maria Carpeaux,
Orígenes Lessa, Mauro Mota, Pompeu de Sousa, Veríssimo de
Melo, R. Magalhães Júnior, Bueno de Rivera, A. Sallet, Orlando
M. De Carvalho e muitos outros, que o fizeram por meio de
cartas aos nossos redatores. Também de leitores cearenses ou
não, desde o Estado de Santa Catarina ao Amazonas, temos
recebido pedidos de assinaturas, o que significa interesse pelo
nosso empreendimento (...) (Clã, N° 3, Ano 1, 1948, p. 96).

A repercussão da revista foi quase que imediata. Escritores de vários


Estados brasileiros enviaram palavras de incentivo e escreveram artigos sobre a
Revista como o fez Guilherme Figueiredo em seu artigo publicado em um
noticioso cearense intitulado Esses Cearenses, onde destaca a “soberba
qualidade de serem realmente um grupo” sua capacidade de produzir e de
“fomentar revistas novas, movimentos novos e manter esse constante estado de
inquietação criadora.” (FIGUEIREDO, 1948, p. 3).
Sérgio Milliet, em artigo para um jornal da época diz que não seria “justo
deixar passar sem comentário o esforço dos jovens cearenses na hora atual da
literatura brasileira”.(MILLIET, 1948 p. 3).

Diante destas e de tantas outras manifestações favoráveis, a Revista Clã


faz-se conhecer, passando a ser não apenas uma revista de cultura, mas um
veículo de comunicação entre os estados e entre os escritores do restante do país.
Passou assim, em maior proporção a representar a cultura literária do Ceará. Era
o que havia de novo em literatura e os que dela participavam estavam
legitimados por uma opinião pública de reconhecida expressão:

(...) Os moços do Ceara (...) têm força bastante e coesão


bastante, para manter a única editora de sistema cooperativo
existente no Brasil. (...) Eles promovem congresso de escritores
(...), fundam estúdios de Pintura, discutem arte cinematográfica
e inauguram uma revista eclética (...). Quem dera que
tivéssemos revistas como esta em todos os estados onde se
reúnem as novas gerações de escritores brasileiros.
(FIGUEIREDO, 1948).

Havia uma diversidade de empreendimentos sob a iniciativa de alguns


integrantes do Grupo Clã, entre esses, o Clube de Literatura e Arte, uma das
iniciativas mais antigas de alguns daqueles escritores e, cujas iniciais
preconizaram a denominação Clã; a Cooperativa editora clã ltda., ou Edições
Clã, a qual se ocupava de lançar livros de autores cearenses, mantinha
entendimentos com distribuidoras do sul para que os livros publicados no Ceará
circulassem por todo o país.
Sobre essa atuação de Clã observa Guilherme Figueredo que a “força e a
coesão dos moços do Ceará”, seria o que o movia àqueles cearenses em seus
empreendimentos, pois além de manterem a única editora em sistema
cooperativo no país, diversificavam o seu espaço cultural a partir do momento
em que atuou em outras áreas , não passando despercebida a sua ligação com as
artes plásticas.

Em relação às artes plásticas segundo o que observa Antônio Girão


Barroso, o Salão de Abril, foi lançado em Fortaleza em 1943, pelos integrantes
da União Estadual dos Estudantes – UEE13. Entre esses estudantes estava
Antônio Girão Barroso que foi o primeiro diretor da Revista Clã .

O Salão de Abril tinha função análoga ao Salão de Maio em S. Paulo, e a


denominação que foi sugestão do próprio Antônio Girão Barroso, permanece até
os dias de hoje. Alguns dos integrantes de Clã ocuparam a presidência da
Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP, entre eles o mesmo Antônio
Girão Barroso, Fran Martins, Artur Eduardo Benevides e Cláudio Martins.
(BARROSO, 1996, p. 118-164).

“Os moços do Ceará” também mantiveram estreitos laços com a arte


cinematográfica. Data do inicio dos anos 40, como assinala A. G. B. a critica de
cinema que vinha impressa nos “Diários Associados” através de seus dois jornais
locais – “O Correio do Ceará” e o “Unitário”. Neles atuava Antônio Girão
Barroso na seção reservada à crítica cinematográfica. Foi ainda que iniciou a
seção de Cinema da Revista Clã. O Clube de Cinema que é da mesma época,
também contou com a colaboração de Antônio Girão Barroso para a sua
organização. (BARROSO, 1996, p. 163 - 164).
2.2 Fale agora ou cale-se para sempre

O fim da ditadura getulista é marcado por intensa excitação nos meios de


expressão e da comunicação falada e escrita. Recém-saídos de uma imprensa
vigiada e controlada, entenderam os escritores, ser aquele momento oportuno à
livre imprensa. Essa excitação é sintomática em grande parte do território
brasileiro, o que se materializa através dos inúmeros periódicos que foram
publicados à época.

Sobre o significado desse momento nos informa Clã:


“O significado de um momento

Atualmente, em vários estados do Brasil, surgiram revistas,


principalmente de novos, que têm despertado a atenção de todos
quanto se interessam pelo desenvolvimento das letras no país. É, na
verdade, um belo movimento iniciado pelos novos, a que “aderiram”
nomes consagrados que de novo têm apenas o espírito, ou sobretudo o
espírito. Porque do modo em que estão as coisas hoje, a idade
cronológica não pode valer: se uma medida necessita para limitar
esse movimento, tal medida deve ser baseada na capacidade de
compreensão, na afinidade de sentimentos que une todos os que nele
estão envolvidos.” (...) (Revista das Revistas, in Clã n0 4 ago, 1948,
p.87)

A efervescência por que passavam as letras no Brasil ocasionada por uma


abertura no plano da expressão, a qual no período imediatamente anterior
encontrava-se abafada e controlada graças a um regime ditatorial, era motivada
por um movimento de renovação que se instalara, tendo de um lado, os novos
que ansiavam por uma projeção no espaço literário, e, do outro, os nomes
consagrados, que muito embora fossem oriundos de uma política que lançou
mão da cultura como expressão legítima, deu naquele momento uma certa
autonomia aos intelectuais que a partir de então precisam caminhar sobre seus
próprios pés, e para isso, não dispenram uma aliança com os novos, os quais
representam a materialização da renovação propalada, embora os antigos
procedimentos formais atuassem como a permanência na pauta de intenções, o
que não impossibilitou o experimentalismo estético.

Portanto, nenhuma vontade política ou ideológica movia essa efervescência


não obstante o considerável número de revistas que surgiram oriundas das
diversas regiões do país,

“Joaquim” no Paraná, “Quixote” e “Província de São Pedro” no


Rio Grande do Sul, “Panorama” em Minas, “Sul” em Santa Catarina,
“Revista Branca” e “Orfeu” no Rio, “Revista Brasileira de Poesia”,
“Colégio” e ultimamente “Fundamentos” em São Paulo, “Região e
Nordeste” em Pernambuco, “Agora” em Goiás.(...)

E ainda a crítica oriunda de Clã em referência ao momento histórico


venciado anteriormente:
Tomada de Posição:

A coisa começou a tomar corpo depois do aniquilamento do Estado


Novo. E não poderia deixar de ser assim (...) Mas o fascismo
desmoronou-se, a coisa começou a tomar corpo e os resultados aí
estão: revistas e mais revistas surgindo nas província (...) A geração
nova tem o que dizer, ela traz contribuições necessárias à nossa
literatura, ela quer tomar posição, necessita fazer isso para não
continuar tocando no realejo daqueles que já tomaram a sua posição
em 22, em 30. Que não se improvisem novos donos da vida, pois
sabemos que o tempo dos regougos já passou (...) (Revista das
Revistas, in: Revista Clã, n0 05, outubro, 1948, p.106).

O surgimento das revistas não se dá por acaso. O Estado Novo impedira,


apesar de muitos intelectuais terem produzido sob o regime ditatorial, que uma
grande parte dos escritores se manifestassem. A tomada de posição teria a haver
com os novos e não caberiam mais àqueles escritores que se alinharam ao poder
por ocasião do que culminara na Semana de Arte Moderna, bem como os que
tomariam o partido na Revolução de 30.

Muito embora o texto faça referimento à queda do Estado Novo e, aos


escritores que contribuíram com a cultura sob a custódia da ditadura, esses são
poupados de qualquer crítica, pois como já nos referimos antes, esses, serviram à
cultura da Nação e não ao imediatismo de um governo. A tomada de posição faz
referimento ao plano literário desconsiderados, portanto os posicionamentos
passados advindos de uma conjuntura política.

O texto deixa claro que para o momento, o importante seria as


contribuições estéticas e literárias do escritor, ao invés de uma responsabilidade
política, a qual de fato veio a caracterizar historicamente aquela geração de 45.
Aproveitar o espaço e escrever, a exemplo de outros escritores através das
inúmeras publicações provenientes dos outros estados brasileiros. A fala do
editor na “Tomada de Posição” soa como um desabafo, em relação ao passado e
uma mensagem aos tempos futuros no sentido de não mais se improvisar “novos
donos da vida”.
2.3 Clã, revista de cultura*

A lógica é a força com a qual o homem algum dia haverá de se matar. Apenas superando
a lógica é que se pode pensar com justiça. (Guimarães Rosa, 1991, p. 93)

A divulgação da cultura como analisa Aníbal Bragança, a qual se processa


no Brasil por volta das “décadas de 30 e 40 do século XX, se dá com dois
séculos de atraso em relação ao mesmo processo na Europa”. (Bragança, 1999,
p. 101-02). Nesse momento as publicações, segundo Sérgio Miceli, tomariam
dois rumos diversos, por um lado, a presença de um considerável aumento das
edições que visavam um público leitor das novas camadas médias e, por outro
lado, as editoras multiplicaram-se à procura de dar atendimento à publicação de
livros didáticos os quais passam a ser exigidos pelos currículos das nossas
escolas e faculdades (MICELI, 1979, p. 86-87).

Na literatura, assim como se dera como se dera com as sinalizações do


Modernismo que começaram a aparecer por volta dos últimos anos que
antecederam os anos 20, é em 1942 que como ressalta Wilson Martins,
“principia a constituir-se a geração de 45”, anunciada, de forma aliás obscura e
sem qualquer repercussão particular com a Pedra do Sono, de João Cabral de
Melo Neto, pequeno volume impresso em Recife, vindo a constituir-se em “o
arauto da nova idade literária”. (MARTINS, 1979, p. 198).

Apresentando-se, desde então como uma literatura não refratária e de


conformação sensível às exigências formalizantes e técnicas e adquirindo

*
Subtítulo contido na contra-capa da Revista Clã.
contornos de uma espécie de formalismo pálido, o qual como assinala Alfredo
Bosi é “entendido nos temas e nas palavras”(...) (BOSI, 1982, p. 436).

Pressagiando um esteticismo poético e, a esse respeito Wilson Martins


analisa a poesia:

(...) a retomada da poesia como literatura, contrariamente às


doutrinas favoritas do momento que preferiam vê-la como “a voz da
Revolução”, – processo ainda mais evidente se lembrarmos que
apareceram em 1944 dois poetas paradigmáticos da “geração de 45”.
Bueno da Rivera, com Mundo Submerso e Ledo Ivo, com As
Imaginações, que se juntavam às Flores do Mal de Charles
Baudelaire, por Guilherme de Almeida; Poesias, de Valdemar de
Vasconcelos; Minuano, de Lauro Rodrigues; Poemas, de José Tavares
de Miranda: A Voz do Grande Rio, de Rossini Camargo Guarniere;
Novas Poesias, por Lúcio Cardoso; Mundo Evanescente, de Aluízio
Medeiros, co-autor de Os Hóspedes com Otacílio Colares, Antônio
Girão Barroso e Artur Eduardo Benevides (MARTINS, 1979, p. 211).

Na poesia, contrariando as doutrinas do momento as quais pretendiam vê-


la como a voz da Revolução, toma corpo, no entanto um processo que se mostra
mais evidente nos poetas paradigmáticos, reconhecidos assim pelo conceituado
crítico, Wilson Martins, os quais aparecem em 1944, são eles Bueno de Rivera
com Mundo Submerso e, Ledo Ivo com As Imaginações, junto aos quais Martins
faz a devida menção aos poetas cearenses, Aluízio Medeiros, co-autor de os
Hóspedes, com Otacílio Colares cita ainda, Antônio Girão Barroso, Artur
Eduardo Benevides, Aluizio Medeiros, além de outros poetas como: Valdemar
de Vasconcelos com Poesias, Rossini Camargo Guarniere com A Voz do Grande
Rio, Murilo Mendes com As Metamorfose, e ainda outros nomes (MARTINS,
1979, p. 211).

Assim como na poesia, na prosa de ficção se confluem, nesse momento,


duas correntes literárias distintas, muito embora se construam na mesma
perspectiva entre o romance modernista e a narrativa que se consumaria logo a
seguir. Ilustrando o período, Wilson Martins ressalta “o impulso fornecido pelas
traduções de algumas obras prestigiosas como Os Buddenbook, de Thomas
Menn e Fontamara, de Inácio Silone” e aponta os títulos que correspondiam
àquelas obras, ou seja, o Lobo das Ruas de Otávio de Faria; As Mãos de Meu
Filho, de Érico Veríssimo; O Louco do Cati, de Dionélio Machado, enquanto
saíam outros com A Fogueira, de Cecílio J. Carneiro; Um homem Mau, de
Nestor de Holanda; Entrada de Serviço, de Lúcia Benedetti; Os Interesses da
Companhia, de Gilberto Amado; Estrela do Pastor, de Fran Martins; Dois
Mundos, de Aurélio Buarque de Holanda; Terras do Sem Fim, de Jorge Amado,
entre outros. (MARTINS, 1979, p. 200).

Ainda num plano da literatura nacional, a perceptível desintegração do


período modernista e a contemporânea emergência por novas concepções
estéticas que se acentuavam, justificam uma fase de transição, o que concorria
para uma inevitável coexistência de estilos reconhecidos como inconciliáveis,
bem como, de ideologias contraditórias.

Na Fortaleza dos anos 40, por sua vez, se fazia notar, a presença de um
público leitor de romances. Embora fossem lidos alguns autores brasileiros,
dentre eles Novelli Júnior, Otávio de Faria, José Lins do Rego, a preferência,
muitas vezes, recaia também em autores estrangeiros que em geral eram
traduzidos por alguns dos já conceituados escritores brasileiros14.

Esse quadro em nenhum modo alentador para aqueles que lidaram nas
letras do Ceará, pois considerando que a época, à exceção da escritora Raquel de
Queiroz que ocupara a cena literária no romance de 30 e, não mais parara de
publicar. Destaque para os seus romances, João Miguel, As três Marias e
Caminho de Pedra, os quais foram posteriormente publicados em um só volume
pela Livraria José Olympio.

A safra dos escritores cearenses, no entanto não conseguiria aquele


momento ser vista de maneira positiva por uma parte da crítica brasileira. Entre
esses escritores relegados, como aponta Micele, e cuja a maior parte dos títulos
enquadravam-se nos moldes do romance social, encontramos: Fran Martins e
Cecílio J. Carneiro, os quais figuram junto aos escritores em vias de consagração
como Graciliano Ramos, Lúcio Cardoso e Cyro dos Anjos (MICELI, 1979, p.
87).

Assim, nesse contexto e por iniciativa de alguns escritores desejosos de


verem seus trabalhos publicados, divulgados, dentro e fora do Estado, vindo a
alcançar entre outros objetivos, o reconhecimento nacional sendo para isso,
necessário atingir um maior número possível de leitores. Assim, nessa intenção
começou a circular no mês de dezembro de 1946 a Revista Clã, cuja edição
estreante, recebe o N° 0 e vem publicada com uma Nota de Explicação a qual é
assinada pelos componentes da direção da revista, Antônio Girão Barroso,
Aluízio Medeiros e João Clímaco Bezerra:
De acordo com o plano traçado para a publicação trimestral de
Clã, que deveria circular regularmente a partir do corrente ano, nos
meses de Outubro, Janeiro, Abril e Julho, o seu primeiro numero
estava pronto para sair naquele mês. Entretanto, motivos superiores
forçaram-nos a adiar a data de sua publicação (...) devendo o numero
em apreço, bastante volumoso, ser confeccionado nas oficinas da
Imprensa Oficial, graças à boa vontade do diretor Dr. Antônio Perilo
Teixeira, que para tanto solicitou e obtendo-a, a necessária
autorização do Sr. Secretario dos Negócios do Interior e da Justiça
(....) Este numero 0, a que damos o caráter de mostra, de apresentação
de clã, antecipa-se assim a sua publicação, mas isso se explica,
também, pelos compromissos que assumimos com os nossos
colaboradores e anunciantes. (Revista Clã. Nota Explicativa, 1946, p.
1 e 2).

Apesar de tratar-se de uma livre iniciativa de “homens de letras”, portanto,


no âmbito privado, a Revista Clã sai do prelo sob os auspícios da Imprensa
Oficial. A solicitação intermediada por seu diretor o qual solicitou e obteve a
autorização do Secretário dos Negócios do Interior e da Justiça, para que a
Revista fosse impressa nas oficinas daquele órgão. Explica a nota que devido aos
“compromissos” assumidos com os “colaboradores” e com os seus
“anunciantes”, fez-se necessário a antecipação da publicação.

Fica evidenciado que os recursos obtidos com os anúncios publicitários


não foram suficientes para cobrir as despesas, daí apelar para a Imprensa Oficial
era o modo de viabilizar a edição da Revista. Para tanto, o que estava em jogo
não era a simples edição de uma revista, mas a publicação “da melhor produção
intelectual da gente cearense”, devendo, portanto, ser a Revista o meio para que
essa “produção possa aparecer lá fora”. Mais do que uma revista, um porta-voz
que mudaria a cultura local e contribuiria para com os “rumos da cultura
brasileira”. Nada mais justo que um órgão público desse a sua contribuição em
prol de uma causa nobre (Explicação deste número Clã N° 0 dez. 1946, ANO I,
p. 1-2).

2.4 Uma Revista do Ceará para o Brasil

Pretendendo-se eclética, Clã inaugura sua estréia com o número zero.


Estavam desde então ali contemplados os elementos definidores de sua linha de
atuação, ou seja, – a perspectiva lítero cultural de seu programa.

Abordando assuntos diversos em sua maioria os de natureza literária, entre


esses o gênero do romance, da poesia, do canto, passando aos textos de estudos
literários e os de apreciações estéticas, como o ensaio e a crítica respectivamente,
além da crônica e do artigo que são as formas mais adaptadas ao jornalismo.
Através dessa variada tipologia textual, eram discorridos os temas políticos,
históricos e sociais os quais se concentraram com uma maior freqüência na fase
inicial da revista, enquanto os temas de natureza literária, incluindo os gêneros já
mencionados, bem como, os de configurações artísticas, predominaram nas
páginas de Clã, entendidos aqui como os de longa duração no percurso, por
vezes, intermitente do periódico.

De linguagem não rebuscada, mas mantendo-se em um registro formal da


língua, quando agente comunicador nos assuntos de interesse coletivo e,
conotativa e estilística, em seus textos poéticos ou de expressão artístico-
literária, Clã dirigiu-se a um público específico, especial e todo seu, definido, por
seu alcance na medida e nos limites próprios de sua linguagem.

Dotada assim de uma personalidade formal e direcionada, Clã visava


suprir uma parcela das necessidades lítero-culturais da cidade, cuidando em ser a
orientação intelectual. Dessa forma, ao mesmo tempo em que suplantava-lhe as
carências, integrava Fortaleza aos círculos mais avançados, implementando uma
fórmula político-pedagógica de ação, a qual favorecia um aumento considerável
em sua atuação, muito embora essa ação fosse direcionada a um campo
específico – o intelectual.

Assim, Clã cumpria a tarefa que, por um lado, consistia em divulgar os


acontecimentos culturais locais, e que, por outro lado, ao discorrer das matérias
e, ao selecionar o seu grupo de colaboradores e o conjunto de seus representantes
nos diversos estados, inseria-se nos círculos intelectuais brasileiros mais
desenvolvidos.

Contou a revista nas principais cidades com seus respectivos


representantes no Rio de Janeiro, Martins D’Alvarez; em São Paulo, Domingos
C. da Silva; em Pernambuco, Mauro Mota; na Bahia, Wilson Rocha; em Minas
Gerais, Bueno de Rivera; no Amazonas, Aldo Morais; no Pará, Haroldo
Maranhão; no Maranhão, Bandeira Tribuzi; no Rio Grande do Norte, Veríssimo
de Melo; no Paraná, Dalton Trevisan. Entre os colaboradores e correspondentes,
encontramos Fernando Ferreira Loanda, Ledo Ivo, Bueno de Rivera, José Sarney
Costa, Tulo Hostilio Montenegro, Jorge Mendauar, e Mauro Mota estando esses
entre os nomes que se destacavam na cena intelectual brasileira, através da
poesia.
Pontuando a retomada da poesia com a função estética, a geração de 45,
como sugere Wilson Martins, encontra os traços evidentes da nova proposta
poética nos autores paradigmáticos do período – Bueno de Rivera e Ledo Ivo, os
quais atuaram de forma marcante na revista, além de constituírem-se em seus
colaboradores, tendo ainda, o primeiro, participado como representante de Clã
para o Estado de Minas Gerais. Juntou ainda, o crítico, aos poetas
paradigmáticos outros nomes nacionais entre esses outros, os nomes de Clã
iniciando por Aluízio Medeiros, seguido de Otacílio Colares, Antônio Girão
Barroso e Artur Eduardo Benevides. (MARTINS, 1979, p. 211)

Consolidando a avançada esteticista, acompanhamos a evolução e o


desempenho do romance em suas variáveis, como bem, o romance centrado em
uma literatura regionalista e, por isso mesmo primitiva, ou ainda, o chamado
romance psicológico, assim como, uma ficção a qual se conformara na temática
– decadência do mundo rural, acrescente-se, também, a esses, os contos
populares brasileiros.

Assim, encontramos em Clã, como aponta Martins, representantes para


cada uma dessas classes de romances, são eles respectivamente: Fran Martins,
com Noite Feliz; João Clímaco Bezerra, com Não há Estrelas no Céu; Fran
Martins, com Mundo Perdido, e ainda o mesmo Fran Martins, com Mar Oceano.
(MARTINS, 1979, p. 211-269).

Apesar da poesia, do romance e do conto chamarem à cena as atenções do


momento, Clã não descuidou da crônica, do ensaio, da crítica, ou mesmo do
artigo, o qual podia abrigar a crítica, a crônica, como também outras formas mais
abreviadas de expressão adequadas ao comentário de impressões, dependendo,
para isso de uma ótica teórica que anime as sutilezas para uma ou outra
definição.

Mesmo patrocinando um espaço para as outras demais modalidades


literárias foi a crítica que assumiu uma posição de destaque entre as demais, pela
seriedade, pela diversidade das questões nela tratadas.

A crítica, notadamente aquela estética, ocupou um espaço permanente na


revista. Encontramos entre os seus representantes Braga Montenegro, Stênio
Lopes, Fran Martins, João Clímaco Bezerra e Aluízio Medeiros.

Obtendo um espaço privilegiado, as artes também desfrutaram de um


ambiente favorável ao debate e ao comentário crítico, visando uma
incrementação e uma melhor atuação dessas manifestações no cenário
fortalezense. Clã que era sempre atenta às formas artísticas abrigou em suas
dependências as artes plásticas, o cinema, o teatro e a música. As artes plásticas
por sua vez, ilustraram muitas das páginas de Clã, entre essas, as ilustrações e
desenhos de Leite Barbosa, Antônio Bandeira, Aldemir Martins e Barrica e
Zenon Barreto, os quais de reconhecido valor artístico já à época. Não limitando-
se ao painel de ilustrações, as artes plásticas contava, também com as análises
estéticas por parte de Otacílio Colares, este dos nomes mais assíduos nas seção
intitulada – Artes Plásticas, contando ainda, com Eduardo Campos, Barbosa
Leite e Mário Baratta.

O cinema que animava as salas de projeção de Fortaleza, e como se refere


Girão Barroso:
(...) havia na Praça do Ferreira vários cinemas. O Polytheama
tinha piano, cuja pianista chamava-se Lica Gurgel (...). Depois o
Magestic uma maravilhosa em matéria de arquitetura. Em seguida o
Moderno, um cinema grã-fino, do pessoal que tinha mais um
dinheirinho para gastar. Foi ele o primeiro a exibir filme falado. (...).

Muitos anos depois foi inaugurado o São Luis, um dos maiores


cinemas acho que até do Brasil. Outros cinemas que me lembro:
Fortaleza, Jangada, Atapu, Samburá, Ventura e Rex”. (BARROSO,
1996, p. 139-141).

A arte cinematográfica já integrava-se ao roteiro diversional e ao


paisagístico da cidade, pois já funcionavam naquela principal praça de Fortaleza,
três importantes cinemas, o Polytheama*, o Moderno e o Magestic, além de
outros, esparsos pelo centro da cidade. Daí, competia também a Clã, com sua
atenta observação ao ambiente cultural uma seção destinada ao Cinema. Nessa
seção, Antônio Girão Barroso, assinava as análises formais de alguns aspectos
cinematográficos, as observações críticas, como ainda, apresentava nas páginas
de Clã, algumas de suas tentativas em adaptar textos literários para o cinema.

Como o cinema, o teatro em Clã ficou também a cargo de um de seus


escritores, - Eduardo Campos, que na qualidade de dramaturgo, mantinha na
revista a seção intitulada Rádio e Teatro, por intermédio da qual o escritor
sustentava um atento comentário em que acompanhava, em Fortaleza, o
desempenho do Rádio, veículo de comunicação de massa e, do Teatro como a
expressão da clássica arte dramática da cidade. No entanto, o teatro concentrava
a maioria desses comentários, cabendo ao Rádio, umas escassas referências, as

*
As instalações do Polytheama foram adquiridas pela Empresa Ribeiro, a qual, após a demolição do antigo
cinema, inaugurava, em 1958, o atual Cine São Luis. Ver, Araripe, J. C. de Alencar. Jornal na Estante.
quais, em determinados momentos, se relacionavam mais ao elemento
teatralizante, perceptível nas observações do mesmo Eduardo Campos em dois
momentos: primeiro,

“O Quinhão da Província

Antigamente, quando o teatro nacional marchava em sua rotina,


que era de doer, a presença de uma companhia teatral servia pelo
menos para nos dar a triste certeza de que existia teatro no Brasil (...).

Mas porque não acontece com o teatro da província o que


ocorre hoje em relação às letras, quando assistimos a esse belo
espetáculo de independência de sulistas e nortistas por suas revistas
aplaudidas por todos os escritores? (...)

segundo,

À margem das novelas

Os cronistas do rádio, com poucas exceções, geralmente


defendem a preferência dos ouvintes pelas novelas atribuindo às
mesmas o sucesso dessa preferência. O que acontece – e isso está
custando a ser percebido por aqueles que realizam rádio no Brasil – é
uma acentuada predileção, por parte do ouvinte, no que diz respeito a
programas teatralizados, ou como queiram, radiofonizados (...)
(CAMPOS, 1948, p. 89-90).

Informa, assim, o dramaturgo, acerca da situação do teatro, tecendo uma


amarga crítica diante de uma confirmação da inexistência de um sério
movimento teatral brasileiro, ao mesmo, tempo em que externa a vontade de
elevar o teatro ao nível do belo espetáculo de independência que estava
ocorrendo nas províncias do Brasil, em relação às letras, com as inúmeras
publicações de revistas.

Aliada ao importante aspecto formador, a pedagogia clanista, tinha a


preocupação centrada em manter o seu leitor sempre atualizado e, em um modo
particular, no que se refere ao universo da leitura. Para dar cumprimento a esse
objetivo, Clã organizou uma coluna em que realizava resenhas de livros de
autores brasileiros e estrangeiros, bem ao gosto literário brasileiro vigente. As
resenhas ficavam a cargo dos redatores, tendo nelas colaborado quase todos eles.

Em um modo geral, Clã também propunha uma atualização incluindo, em


suas páginas uma coluna no nível da informação cultural denominada Vento Sul,
Vento Norte, (para a qual atribuímos o termo Notícias, no Índice de Assuntos)
como também, existia para essa mesma finalidade, outros pequenos espaços
entre uma e outra seção os quais, oportunamente, eram aproveitados para a
divulgação de pequenos informes (para esse tipo de informe, adotamos o termo
Noticiário, no Índice de Assuntos), esses no entanto, se revestiam de um caráter
não seqüencial no trato da informação por uma disposição própria na ocupação
dos espaços das páginas.

A Revista manteve como sede provisória da sua redação o endereço da


Avenida Rui Barbosa, número 1332. A partir do número 16 de Clã, a redação
passara a instalar-se na Avenida Visconde de Cauipe, número 2853. O mesmo
aconteceria em relação ao endereço da impressão da revista a qual deixaria de ser
impressa nas oficinas gráficas da Editora Instituto do Ceará e passava a ser
impressa na Imprensa Universitária da Universidade do Ceará.
Notamos, aqui, que ao final dos anos cinqüenta a Revista mudaria para as
instalações da Universidade do Ceará, não só a sede de sua redação, bem como,
se prestara daquela Universidade para os serviços de impressão de Clã, através
da Imprensa Universitária.

2.5. Diga-me com quem andas que eu te direi quem és

Os integrantes da revista Clã eram em maioria provenientes do interior do


Estado do Ceará. Constituem exceção Aluízio Medeiros e Otacílio Colares, que
nasceram em Fortaleza; Mozart Soriano Aderaldo que era do interior do estado
do Maranhão; e Lúcia Martins que é do Rio de Janeiro. A proveniência dos
integrantes de Clã, não seria um elemento a partir do qual se possa delimitar ou
identificar o elo formador do grupo. Seria sim a formação acadêmica, um
instituto que direta e indiretamente influíra na aglutinação dos que se reuniram
em torno da Revista Clã.

Considerando a formação acadêmica como componente de peso para a


organização do grupo Clã, destacamos o Direito dentre os demais cursos como a
base de formação da maioria dos de Clã. Entre esses bacharéis estavam, Fran
Martins, Antônio Girão Barroso, Antônio Martins Filho, Aluízio Medeiros,
Mozart Soriano Aderaldo, Eduardo Campos, Artur Eduardo Benevides, João
Clímaco Bezerra, Moreira Campos, Milton Dias e Cláudio Martins,
considerando que esses dois últimos integraram-se à Clã em uma fase posterior.
Os demais, oriundos de outras áreas de formação: Joaquim Alves, da área de
saúde, era dentista; Stênio Lopes licenciado em Filosofia; Otacílio Colares da
área das Letras; e, Lúcia Martins e Braga Montenegro não possuíam formação
acadêmica.

Afora o predomínio do Direito como a área de formação básica do grupo,


um outro ponto para onde convergiram os de Clã, embora não necessariamente
tivessem a formação específica, foi o exercício do magistério.

A docência constituiu um importante trunfo de ascensão não apenas


profissional, mas social, e, em particular, no âmbito do ensino superior. Para esse
fim, a Universidade dispunha de mecanismos de outorga de títulos, dentre eles o
título de Professor Honoris Causa. O referido título fora concedido pela
Faculdade de Letras da Universidade Federal do Ceará ao integrante do grupo
Clã Braga Montenegro15. O fato do escritor não haver concluído nenhum curso
superior esta lacuna foi sido preenchida através desse título, o qual fora
plenamente justificado devido a sua sólida cultura literária e também, o sendo
pelo nível e qualidade de sua obra.

Foram professores da Faculdade de Direito do Ceará, Fran Martins,


Antônio Girão Barroso, Cláudio Martins e Antônio Martins Filho. Este último,
junto a Fran Martins, ocupou a cátedra do Direito Comercial. Antônio Girão
Barroso na cátedra da Economia Política e, do Direito Notarial que ficou a cargo
de Cláudio Martins.

Antônio Girão Barroso, Antônio Martins Filho e Cláudio Martins Filho,


além da Faculdade de Direito, também professaram aulas na Faculdade de
Ciências Econômicas, onde ocuparam, respectivamente, as cátedras da História
Econômica Geral e do Brasil, do Direito Comercial e do Direito Tributário.
Lecionariam também nessa Faculdade, Mozart Soriano Aderaldo, ministrando
aulas de Problemas do Nordeste; João Clímaco Bezerra e Artur Eduardo
Benevides ensinaram, além da Faculdade de Ciências Econômicas, na Faculdade
de Filosofia do Ceará;16 Fran Martins, além de professor dessa Faculdade de
Ciências Econômicas, foi seu Procurador Judicial.

Por outro lado, atuando em outros departamentos, encontramos Milton


Dias, Moreira Campos, Braga Montenegro e Otacílio Colares que se
concentrariam na área das Ciências Humanas da Universidade do Ceará a qual
posteriormente passou a denominar-se – Centro de Humanidades. Todos esses,
atuariam junto ao Curso de Letras da Universidade, tendo Milton Dias atuado
junto ao Departamento de Letras Estrangeira na Cátedra de Língua Francesa;
Moreira Campos, Braga Montenegro e Otacílio Colares integrariam o
Departamento de Letras Vernáculas havendo o último, também lecionado no
Curso de Biblioteconomia daquela unidade universitária.

Notamos que no âmbito da Universidade Federal*, além das atribuições do


cargo docente, esses professores desempenharam, ainda, cargos técnicos,
funções administrativas gratificadas ou atividades gratificadas de nível superior:
João Clímaco Bezerra e Milton Dias exerceram a função de Técnico em
Educação; Artur Eduardo Benevides e Moreira Campos foram diretores do
Centro de Humanidades, tendo esse último desempenhado o cargo de Pró-Reitor
de Ensino e Graduação; Otacílio Colares que chefiou o Departamento de Letras
Vernáculas17.

A função docente exercida primeiro nas Faculdades e, depois na


Universidade do Ceará18, depois de 1955, ano de sua criação, constituiu-se em

*
Dados funcionais obtidos a partir dos arquivos da Universidade Federal do Ceará.
um dos espaços ocupados pelos intelectuais de Clã. Este espaço, no entanto, não
seria o único, pois além das Faculdades e da Universidade, este espaço inúmeras
e repetidas vezes foi alternado ou compartilhado com uma outra função – o
Jornalismo.

O Jornalismo foi tanto quanto a docência um espaço freqüentado pelos


intelectuais de Clã. Exercido em algumas ocasiões antes e, noutras, concomitante
à função de professor, o jornalismo configurou-se em um instrumento de
articulação e projeção de Clã e, naturalmente, de seus integrantes.

Analisando um período anterior aos anos 40, Ângela Maria de Castro


Gomes tece importantes considerações a respeito da atividade jornalística no
Brasil:

(...) Outro aspecto central é a importância da atividade


jornalística durante o longo período examinado. Os intelectuais
em geral, aí incluídos os historiadores, de origem aristocrática
ou não, são homens ligados ao jornalismo num duplo sentido.
De um lado, porque os jornais e também as revistas constituem
os“novos” e “amplos” salões, exibindo homens de letras e um
público inusitado, e permitindo uma nada desprezível fonte de
renda. Os jornais representavam, assim, uma forma de ingresso
no mercado de trabalho intelectual, uma profissionalização que
expandia contatos, sendo em alguns casos um passaporte para
mundos políticos e sociais maiores(...). Ter integrado a redação
de um periódico em outro local do país podia ajudar, mas os
contatos e as posições políticas facilitaram muito.
Já quando observamos os exemplos de homens bem
posicionados e ricos vemos que o jornal torna-se um
empreendimento financeiro e um veículo de divulgação de
idéias muito valorizado. (...) São inúmeros os intelectuais, nem
tão afortunados, que fundam jornais ao longo de suas vidas. O
jornal é um “emprego” e uma tribuna; o local do início da
carreira e também um palco de consagração e de veiculação
sistemática da produção intelectual, nela incluída a produção
historiográfica. (...) Além disso, a atuação em jornais, ao
contrário de outras formas de expressão cultural, está muito
mais disseminada pelo país, permitindo a construção de
carreiras nas províncias/estados, que poderiam ou não
completar-se com um deslocamento para a capital do país.
(GOMES, 1996, p. 45).

Apesar da autora não se referir especificamente ao período por nós aqui


estudado, tomamos como pertinentes muitas das suas considerações, em especial
quando se refere aos intelectuais que, de um modo geral de origem aristocrática
ou não, são homens ligados ao jornalismo. Os jornais, assim como as revistas,
ainda representam os “amplos salões” onde os homens de letras exibem suas
proezas intelectuais, constituindo assim, principalmente, um “ingresso ao
mercado de trabalho intelectual” e conseguindo ser muitas vezes, esse o
passaporte para mundos políticos e sociais maiores.

Um fato ainda curioso é que além de abrigar os homens “bem


posicionados e ricos”, a atividade jornalística abrigava também os intelectuais
“nem tão afortunados” e mais do que contribuir para esses periódicos, fundavam
e dirigiam jornais durante suas vidas. Constituíra-se, portanto, a atividade
jornalística no emprego, no local de consagração e na ascensão intelectual a qual
permitia-lhes estarem em evidência e fazendo-se reconhecer por um grande
público.

Da posição de jornalista como escritor e da afirmação do jornalismo como


gênero, segundo analisa Isabel Lustosa, em que o livro e o periódico consistiam-
se em “objetos culturais não completamente diferentes”, a autora cita, como
exemplo no jornalismo brasileiro, o “Correio Brasiliense”, ou “Armazém
Literário” e o “Revérbero” os quais:

Era impressos in-oitavo (o formato tradicional dos livros),


vendiam-se nos mesmos lugares em que se vendiam os livros e,
tanto na forma como no conteúdo, não tinham o caráter ligeiro e
descartável que vieram a adquirir depois. (...) Também para os que
então escreviam nos jornais, o papel do jornalista se confundia com
o do escritor. Sua missão era educar (...) (LUSTOSA, 2000 p. 28-
29).

A evidência de uma circunstância facilitadora e, de uma permuta de


posições, a qual se instalara entre os “escritores literatas” e os “escritores do
jornalismo”, se faz vislumbrar a partir do momento em que, segundo informa
Maria Lúcia Pallares – Burke, os homens da atividade jornalística “assumem
uma dignidade que havia sido prerrogativa dos livros e de seus autores”.
(PALLARES – BURKE, p. 14). Por sua vez “escritores literatas” adquirem uma
nova performance em um espaço antes destinado ao embate político, não
obstante a “missão de educar”, no sentido de “suprir as deficiências culturais e
educacionais” verificadas à época.
As trocas ou alternâncias ocorridas no interior dos dois espaços, o literário
e o jornalístico, os quais são favorecidos por um scambio* entre um e outro
campo, onde de um lado o homem da atividade jornalística passa a ocupar a
posição como intelectual. Do outro lado, passa o escritor a tomar a posição em
um espaço de veiculação para a produção intelectual.

Verificamos outrossim que a nuance política permeiou, em seu


nascedouro, o ingresso dos literatas na atividade jornalística, tendo sido essa
nuance acirrada ou arrefecida, conforme o caso, o qual analisamos
anteriormente, por oportuno, em alguns dos periódicos.

Indo além dessas considerações, o fato de exercer o jornalismo sem uma


exigência de formação específica para o desempenho da atividade jornalística
resultou em ser um componente facilitador de acesso ao espaço jornalístico. No
Ceará, por exemplo, só em novembro de 1965, quando da reunião do Conselho
Universitário da Universidade Federal, foi aprovada a criação do curso de
Jornalismo que passou a funcionar a partir do primeiro semestre de 1966, sendo
naquela oportunidade dirigido por Luís Sucupira19.

Sem exigência de uma qualificação específica o jornalismo de então fora


mais um espaço acessível aos intelectuais, pois o domínio da palavra já se fizera
demonstrar pela repercussão da Revista Clã não apenas no Ceará como também
em outras capitais do país, o que não deixou de ter sido importante elemento
motivador para a introdução daqueles intelectuais no meio da comunicação no
Ceará e em outros estados. Esse, porém, não seria o caso de Antônio Girão
Barroso e de Fran Martins, pois já trabalhavam no jornalismo e na imprensa

*
Palavra italiana que significa sessão recíproca.
antes mesmo da organização da Revista e da composição do Grupo Clã. O
mesmo podemos afirmar de Otacílio Colares que desde cedo teve atuação intensa
no jornalismo do Ceará e em outros estados.

Dos componentes do Grupo Clã que atuaram no jornalismo levando-se em


conta, ainda as suas colaborações, além dos nomes já mencionados encontramos
Aluízio Medeiros, Eduardo Campos, João Clímaco Bezerra, Mozart Soriano
Aderaldo, Artur Eduardo Benevides, Lúcia Martins e José Stênio Lopes.

2.6 Quem te viu quem te vê

Passando a uma análise que vislumbre as perspectivas individuais,


destacamos Fran Martins que desde muito jovem já participara de jornais desde
os tempos de escola em Iguatu – Ceará, havendo dedicado-se a essa atividade
repetidas vezes ao longo de sua vida.

A sua passagem pela Imprensa Oficial e sua posição de intelectual,


inclusive com livros publicados pelas Editoras do Rio de Janeiro, lhe conferiu o
perfil adequado para compor os quadros do Serviço Público Federal, dirigindo,
no Ceará, o Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, órgão técnico de
controle da imprensa durante o Estado Novo20.

Após sua participação no DIP, Fran Martins deu continuidade às suas


atividades jornalísticas em iniciativas mais particularizadas ou mais isoladas do
setor público.
Em 1948, aparece como diretor da Revista Clã, depois presidindo e
dirigindo, a partir de 1955, o jornal O Estado, o qual foi de sua propriedade
durante dois anos. A sua projeção no meio da comunicação o levaria a colaborar
nos principais jornais do Estado do Ceará, tais como o Unitário, o Correio do
Ceará e O Povo, dentre os mais importantes, e ainda colaboraria em periódicos
dos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Amazonas, do Pará, do
Maranhão, do Espírito Santo e de Pernambuco21.

Na Revista Clã, Fran Martins acumulou as funções de diretor, de redator, e


colaborador*. Como seu principal editor, foi figura das mais expressivas, tendo
exercido influência quanto aos rumos de uma aparente neutralidade política, ou
seja, caberia à revista ocupar-se do que fosse exclusivamente literário não
havendo espaços para os posicionamentos políticos, o que é entendido como uma
certa resistência herdada do autoritarismo estadonovista, considerando que no
Brasil as letras foram instrumentos de busca de consenso e envolveram,
preferencialmente os setores da elite. (PÉCAUT, 1990, p. 67-68).

No Ceará não foi diferente, e ainda essa política desmobilizadora, se


arrastaria para além das fronteiras do Estado Novo, tendo essa atitude absenteísta
dos intelectuais sido entendida entre eles mesmos como um fator positivo,
conforme expressou-se Mozart Soriano Aderaldo:

(...) Análise que não quero nem posso fazer, por motivos
óbvios, cabendo-me tão somente dizer, porque para tanto me
acho autorizado, que o grupo Clã foi um movimento de
convivência de contrários, havendo nele líderes católicos e
militares comunistas, liberais de centro e socialistas moderados,

*
Ver quadro anexo.
todos preocupados primordialmente com o fenômeno literário,
postas de lado as querelas políticas. Não tendo marca
ideológica, ao contrário do que vem sucedendo com outros
movimentos, foi-lhe possível manter-se através dos tempos e
comemorar, ainda fiel ao seu programa, os quarenta anos de
suas atividades. Salientando fique, ainda, que o Grupo Clã
compreendeu não somente poesia e prosa de ficção, mas quase
todos os setores dos trabalhos intelectuais (...) (ADERALDO,
1994, p. 209).

Entendida como a causa da sustentação e da durabilidade do grupo através


dos tempos, a ausência de uma marca ideológica era um distintivo que os
membros de Clã cuidaram em ostentar, configurando-se em uma limitada
participação no embate político daqueles que fizeram o Clã, empenhados que
estavam em direcionarem-se com vistas a uma compatibilização com a política
dominante, realçada pelos laços de comprometimentos através dos cargos que
exerceram no âmbito público municipal, estadual e federal.
CONCLUSÃO

Atuando como o agente propulsor de um empreendimento cultural de


larga escala que deflagou no Brasil e que varreu os primeiros anos da deposição
da ditadura getulista, os periódicos e, mais precisamente as revistas culturais de
um modo geral, encontraram, àquele momento, um ambiente propício à sua
germinação ocasionada por um reestabelecimento do estado de direito, bem
como, pela ativação das instituições democráticas nacionais.

As repercussões desse momento histórico traduzir-se-iam na imediata


reação por parte de uma considerável parcela da intelectualidade, a qual não
obstante a cooptação de intelectuais pelo regime ditatorial permaneceu por força
desse mesmo regime, sem o poder de expressão.

Assim, a edição e publicação de revista, mostrava-se um meio de


comunicação de fácil acesso ao mesmo tempo em que abria um espaço a um
maior número de escritores, proporcionando-lhes a oportunidade de apresentar
os seus trabalhos, contando como importante para o momento as suas
contribuiçoes estéticas, muito embora, paralelamente, existisse uma doutrina
contrária a uma suposta gratuidade estética herdada do modernismo.

Seriam no entanto, as tendências estetizantes da geração de 45 que


predominariam, rejeitando o modernismo, justamente por sua insipiência
estética.
Entender, pois a Revista Clã sob a simplória perspectiva de uma revista de
cultura e de cultura literária, gerida e organizada por um grupo de escritores,
surgida na segunda metade da década dos anos 40, seria no mínimo incorrer-mos
em uma análise de um lado parcial e que, a quer isolada de um contexto histórico
e de seus possíveis desdobramentos na política cultural do país. De outro lado,
essa analise é injusta, pois que, proveniente dessa parcialidade, desconhece o
legado cultural de Clã, que ao veicular através de suas páginas, uma literatura
local, superaria os limites de uma publicação local, transpondo uma barreira
sócio-geográfica, determinada pelas imposições de uma cultura rarefeita e
centralizada na capital e nos centros político-econômicos do país.

Clã foi mais longe em busca de um seu referendum no crivo de uma crítica
extramuros, surgidas das mais variadas direções e que apresentou os seus
considerandos em prol da Revista.

Situando-se no nível da intelectualidade brasileira, numa visão mais


ampla, e, da atuação cultural da cidade, numa visão mais restrita, mas nem por
isso, de menores impasses, considerando que o campo cultural é caracterizado
por um espaço social estruturado, daí as lutas para transformar ou conservar essa
estrutura, Clã ia projetando uma sua imagem, vindo a significar a expressão
legítima para os assuntos culturais locais, passando assim a instituir-se como a –
representação da cultura cearense.

O Clã – a revista e o grupo, passando este último a configurar-se como tal


a partir da revista, atuaram como a representação da cultura cearense a partir do
final da década de quarenta, vindo a atingir seu ponto mais alto, nos anos que
antecederam a implantação e instalação da Universidade do Ceará.
A Universidade por sua vez, contrariamente às aspirações clanistas que a
entendiam como uma força aliada, proporcionando-lhe meios e incentivos, ao
invés de funcionar como parceria no projeto de Clã dando o suporte à
manutenção do status do grupo, passaria a dividir com a revista o mesmo espaço
o qual antes da Universidade, de certa forma era dominado por Clã. Não
obstante, os laços familiares e a parentela reconhecida em ambas as instâncias –
Clã e Universidade foi o âmbito de cada uma, ou seja, o privado e o público que
atuou como o divisor de águas natural na questão da acomodação e da
respectiva atuação nos espaços.

Por isso mesmo, a Universidade independente de uma vontade


administrativa não comportaria em suas dependências um órgão com nítidas
características de iniciativa privada como de fato o era Clã, apesar do abrangente
caráter coletivo de seu órgão de divulgação, de sua função e da dimensão de sua
representação.

A Universidade por revestir-se de uma oficialidade institucional e, como


tal, passou a absorver àquele projeto político-pedagógico intencionado por Clã,
no sentido de uma formação orientada, apesar da natureza informal de da atuação
de Clã, o que desde então, passou a dar lugar a um projeto político-formal,
institucional e de abrangência cultural, de natureza científico-pedagógica e
didática representada a partir de então pela Universidade Federal.
NOTAS
1
DIMAS, Antônio. Tempos Eufóricos: Análise da Revista Kormos, 1904-1909.
São Paulo: Ática, 1983, p. 141-220. Além da indexação dos assuntos o autor
elabora um Índice Remissivo dos colaboradores e uma Antologia com base nos
principais gêneros literários que fizeram a Revista Kosmos.

2
Apud. Dolor Bandeira. Associação Literária e particularmente no Ceará –
Oiteiros. In: Revista do Instituto do Ceará, 1943, p. 148-160.
3
Dolor Bandeira. op. cit.
4
Dolor Bandeira. op. cit.
5
GIRÃO, Barroso. Pequena História do Ceará. Fortaleza, Editora do Instituto do
Ceará, 2a ed. 1962, p.35
6
AZEVEDO, Sânzio. Literatura Cearense. op. cit. P. 27-42.
7
BRAGA, Renato. História da Comissão Científica e de Exploração. Fortaleza:
Fundação Guimarães Duque/Imprensa Universitária do Ceará, 1962, p. 15-33.
8
AZEVEDO, Sânzio. A Academia Francesa no Ceará (1873-1875). Fortaleza:
Imprensa Universitária. 1971. P. 5-36.
9
AZEVEDO, Sânzio. Literatura Cearense. op. cit. P. 70-89, 90-150.
10
Revista A Quinzena, N0 1, jan. 1887. Fortaleza. Gráfica BNB, 1984, p. 1.
Edição Fac-similar.
11
AZEVEDO, Sânzio. A Padaria Espiritual (1892-1898) Fortaleza: Casa José de
Alencar / IUC. 1970, p. 49-134.
12
ALVES, Joaquim. Os Partidos Políticos. In: Revista Clã, N0 1, Fortaleza: Ed.
Clã, 1948, p. 28-34.
13
BARROSO, Antônio Girão. Um certo contato com a lua. In: Roteiro
Sentimental de Fortaleza, 1996, p. 118. Transcrição de depoimento oral
concedido por Antônio Girão Barroso.
14
Ver as seções: O Livro Brasileiro e O Livro Estrangeiro, In: Revista Clã, Nos 1,
2, 3, 4 e 5.
15
Sânzio de Azevedo, op. cit. p. 90-150
16
Sânzio de Azevedo, faz referência em Literatura Cearense, ao título concedido
ao escritor.
17
AZEVEDO, Sânzio. Literatura Cearense, op. cit. P. 427-499.
18A
partir de 1965 a Universidade do Ceará, após a restruturação universitária de
1964 da qual o Reitor Martins Filho fora designado pelo então Ministro da
Educação, Flávio Lacerda, como membro da Comissão de Reestruturação
Universitária. Ver Revista Clã, N0 20, 1964, p. 171. (Resenha Cultural).
19
Ver, os informes da Universidade do Ceará. In: Revista Clã N0 21, 1965, p.
161.
20
Depoimento de Lúcia Fernandes Martins, colhido por nós em junho de 2000.
21
Ver Antologia da Academia Cearense de Letras, org. Sânzio de Azevedo.
Fortaleza: Edições da ACL. 1994. P. 57
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5. Dia da Cultura-Caderno Cultural. N0 8; Fortaleza: Fundação de Cultura


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6. Folha de São Paulo. São Paulo, 16 de maio, 1948.

7. O Libertador, Fortaleza: Secretária de Cultura Turismo e Desporto / IOCE.


1998. Edição Fac-similar.

8. O Pão. Fortaleza, EDUFC / Academia Cearense de Letras, 1982. Edição Fac-


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1988.
ÍNDICE CLASSIFICADO DE ASSUNTOS
1. ÍNDICE CLASSIFICADO DE ASSUNTOS

CLÃ. Fortaleza, ano I, nº 0, dez. aristotélico; da não neutralidade, mas


1946. acima do cru partidarismo.
0.5.2. LOPES, Stênio. “Para onde
vamos”. Análise da situação política de
0.1. Prosa 1946, antes do golpe de 1937; os partidos
PSD, UDN, PSP e o Partido Republicano
0.1.1. REDAÇÃO. “Explicação deste que se diferenciam apenas pelas
número”. A este número 0 damos o caráter divergências pessoais de seus líderes.
de amostra de apresentação de Clã,
antecipa-se pelos compromissos já
assumidos com os nossos colaboradores e 0.6. Cinema
anunciantes.
0.6.1. BARROSO, Antônio Girão. “Linha
0.1.2. BEZERRA, João Clímaco. “Não há reta”. Texto onde examina o cinema sob
estrelas no céu”. Capítulo do romance Não várias perspectivas, dentre elas arte e
há estrelas no céu. diversão; a importância da direção.
0.2. Poesia 0.6.2. BARROSO, Antônio Girão. Um
episódio de “greve”. Reprodução da lista
0.2.1. Poemas de Matos Pereira, Gastão de tomadas do filme de Einstein, com
Justa, Mozart Soriano Aderaldo, Xavier tradução de A. M., publicada por
Vieira e Humberto Teles. Temática Alexandre Belenson na Revista Cinema
variada, versos de métricas regulares e Today, Moscou, 1925, p. 59.
versos livres.
0.7. Resenha
0.3. Crítica
0.7.1. (Nota do Editor) “O Professor”, de
0.3.1. MONTENEGRO, Braga. “Convite Everardo Backenser, Livraria Agir Editora.
à leitura dos Contos de Joyce”. Faz 0.7.2. (Nota do Editor). Perspectiva para
comentários sistematizados sobre algumas uma vida mais feliz, de A. da Silva Melo,
obras de James Joyce. 3a. edição, Coleção Obras Educativas, Liv.
0.3.2. SANTOS, Antônio. “Os José Olympio.
Hóspedes”. Tece comentários a respeito do 0.7.3. (Nota do Editor). “A Professora
livro de poesia Os hóspedes, de autoria de Hilda”, novela de Lúcio Cardoso, Liv. José
Otacílio Colares, Aluízio Medeiros, Olympio.
Antônio Girão Barroso e Artur Eduardo
Benevides. 0.7.4. (Nota do Editor). “Dias de maio”,
de Adriano de Abreu, Liv. José Olympio
Editora.
0.4. Filosofia
0.7.5. (Nota do Editor). “Fome de pão”,
0.4.1. BANHOS, Afonso. Metafísica com o subtítulo Crônicas da Roça, de
existencial. Texto expositivo do conceito Adolfo Porto, Liv. José Olympio Editora.
de mundo no pensamento agostiniano e no 0.7.6. (Nota do Editor). “Corações
de Heidegger. angustiados”, de Alfredo Vigny, Editora
Flama S.A., São Paulo.
0.5. Política
0.7.7. (Nota do Editor). “Um amor que
volta”, de Guido da Verona, Editora Flama
0.5.1.A Direção. “Política”. Texto sobre
S.A., São Paulo.
o conceito de política no pensamento
0.8. Notícias
CLÃ. Fortaleza, ano I, nº 1, fev.
0.8.1. I Congresso Cearense de 1948.
Escritores, realizou-se em Fortaleza, no dia
7 de setembro de 1946.
0.8.2. “1947”. Clube de Literatura e Arte, 1.1. Prosa
realizou primeira sessão em 8 de fevereiro
de 1946; sob seu auspício saíram os livros 1.1.1. REDAÇÃO. “Editorial”. Comentário
das “Edições Clã”; em abril junto com a sobre aprovação de decreto do governo do
Sociedade Cearense de Artes Plásticas fará Estado, regularizando a liberação de verbas
realizar o III Salão de Abril. para prêmios literários.

0.8.3.“Cooperativa”. Instalada há pouco 1.1.2. ADERALDO, Mozart Soriano. “O


a Cooperativa Edições Clã Ltda. assunto de nossos dias”. Ensaio. O ensaio
faz reflexões de cunho cristão sobre o
0.8.4. A.B.D.E. – Associação Brasileira desajustamento social causado pela riqueza
de Escritores, tendo à frente o romancista de um e a conseqüente pobreza de muitos.
Fran Martins, prosseguirá com programa
em defesa ao escritor da província, com 1.1.3. JUSTA, Gastão. “O carnaval do
base nas conclusões aprovadas no I meu tempo”. Comenta o entrudo, o carro
Congresso Cearense de Escritores. de crítica, o grupo dos mascarados, o
maracatu, a contradança, os papangus;
0.9. Publicidade cantigas que embalavam aquele momento.

0.9.1. Companhia Johnson S.A.; Carlos 1.2. Poesia


Braga e Cia. Ltda.; Pompeu Gurgel;
Cooperativa Edições Clã Ltda.; Roteiro de 1.2.1. COLARES, Otacílio. “O abismo” e
Eça de Queiroz, de Stênio Lopes; Edições “Soneto do amor discreto”. Dois sonetos
Clã. ao amor. No primeiro, a tonalidade carnal
que transforma o humano em Deus diante
0.10. Opinião do sexo. O segundo exalta um amor
espiritual, pois quem ama, ama antes de
0.10.1. Uma chama ao vento, de Braga tudo a si mesmo.
Montenegro: Raquel de Queiroz – “Livro 1.2.2. FERNANDES, Yáco. “Lamento da
excelente. Para que não suba o sapateiro sétima esposa”. Soneto em exaltação ao
além da chinela, não me meto a analisar a desejo, ao sonho e à juventude.
obra que, como disse, é excelente; deixo
1.2.3. ARMANDO, Paulo. “Duelo”
aos críticos de profissão o prazer de louvá-
oferecido a Valtensir”. Versos que faz
la”. Otto Maria Carpeaux – “Agora me
alusão ao contraste da vida e o recordar da
chegam os seus contos, e logo lhe digo que
infância no dia de natal. Verso em
me parecem admiráveis a penetração
redondilha.
psicológica e a sinceridade absoluta”.
Tristão de Ataíde – “Li os contos e gostei. 1.2.4. AIRES, Durval. “O amanhã sempre
Revelam, sem dúvida, um escritor que a vem...” e “Poema para minha noiva”. Em
acuidade psicológica predomina e cujo versos livres. O primeiro fala da Espanha,
estilo deflui naturalmente dessa primazia dos poetas dos heróis e histórias humanas
da vida interior sobre a vida exterior”. de uma Espanha subjugada e heróica. O
segundo diz da alegria da vinda, sentir o
tremulo corpo da amada.
1.2.5.TAVARES, Cláudio Tuiuti.
“Poema ao Pelourinho”, “A terrível alga” e
“O tocador de realejo”. Poemas em versos uma análise dos partidos do governo e os
livres. O primeiro retrata o Pelourinho da oposição resultantes do
como trágica catacumba sob o céu aberto. presidencialismo instalado por Campos
O segundo fala da alga que habita o corpo Sales e perpetuado pelos demais
da mancha que desbota a vida e o poeta presidentes da República.
com o dilúvio nas veias. O terceiro fala do 1.5. Cinema
tocador de realejo que come realejos e
melodia, sabe tocar mas não sabe amar. 1.5.1. CHAPLIN, Charles. “Não, eu não
sou comunista”. Nota explicativa de
1.2.6. FARIAS, Aliardo. “Declaração de
amor”, “Realidade” e “Canção quase Charles Chaplin publicada no Carrefour de
Paris, em outubro de 1947, sobre a
moderna”. Versos livres. O primeiro fala
da música, da chuva, do canto dos recepção do seu filme Monsieur Verdoux,
e por ter sido taxado de comunista e anti-
pássaros, da beleza da vida que é estar
americano.
junto à amada. O segundo diz da falta de
uma mulher e o preenchimento desta 1.5.2. BARROSO, Antônio Girão.
lacuna, e o terceiro, temática de inspiração Análise do cinema de Hollywood e o papel
moderna. de Orson Welles na reabilitação do cinema
a partir de Cidadão Kane.
1.2.7. ICAZA-SANCHEZ, Homero.
“Din-don para Taisinha”. Pequeno poema
1.6. Teatro
com estribilho que compara Taisinha à
rosa, ao anjo e à canção.
1.6.1. CAMPOS, Eduardo. “O demônio e
a rosa”. Peça em três atos. Drama entre o
1.3.Crítica
casal Elga e Rolando. Após a morte de
Elga, Rolando começa a valorizar a esposa
1.3.1. MONTENEGRO, Braga. “Duma
e conclui que ele era o demônio e ela a
interpretação de Emily Bronte”. Crítica ao
rosa.
hino O Morro dos Ventos Uivantes de
Emily Bronte, que teve no Brasil as
1.7. Noticiário
traduções de Oscar Mendes e Raquel de
Queiroz.
1.7.1. CAVALCANTI, Valdemar. “Em
1.3.2. LOPES, José Stênio. “História louvor da nova geração”. Artigo publicado
econômica do Ceará”. Crítica ao livro de n’ O Jornal do Rio, de 30-06-47, sobre a
Raimundo Girão. Aborda falhas e também repercussão da Revista Clã.
aponta as qualidades de ser um trabalho
1.7.2. “O resultado de Belo Horizonte”.
pioneiro e o esforço do autor pela
Nota sem autor, comentando o Congresso
precariedade das fontes. O livro de Girão é
de escritores em Belo Horizonte e a
uma publicação do Instituto do Ceará e
vigorosa renovação provocada no
está catalogado como Monografia, nº 12,
encontro, e assinala as presenças de
com 460 páginas e é de 1947.
Antônio Cândido, Edgar Carone,
1.3.3. MARTINS, Fran. “Luz do Vasconcelos Maia, Tuiuti Tavares e Jorge
pântano”. Poesias de Bueno de Rivera. Ed. Amado, Braga Montenegro, João Clímaco
José Olympio. Gente da França, livro de Bezerra, Aluízio Medeiros, Fran Martins,
crítica de Alcântara Silveira, Ed. Assunção Antônio Girão Barroso, Stênio Lopes,
Ltda. Otacílio Colares, Dalton Trevisan, José
Paulo Paes e Glauco Flores de Sá Brito.
1.4. História
1.7.3. CARPEAUX, Otto Maria. Trecho
publicado n’ O Jornal do Rio, de 26-10-47.
1.4.1. ALVES, Joaquim. “Os partidos
políticos”. O texto faz um levantamento e
1.7.4. MILLIET, Sérgio. À margem do Alves; Eleições na A.B.D.E., eleições da
Congresso de Belo Horizonte. Publicado n’ Associação Brasileira de Escritores, seção
O Jornal do Rio, de 21-10-47, ressalta a Ceará; “Os poetas não dormem”, sobre os
delegação do Ceará por sua eficiência e livros de poesias de Aluízio Medeiros e
alto nível intelectual. Antônio Girão Barroso; “Djacir Menezes”
informa a palestra do escritor no Instituto
do Ceará; “Incentivando as Letras”
comunica o falecimento de Leonardo Mota
1.8. Resenha no dia 2 de fevereiro de 1947;
“Incentivando as Letras” informa projeto
1.8.1. ADERALDO, Mozart Soriano. O de Lei que transita na Câmara, para
menino de luto, de Marcos Konder, Edição aquisição pelo Estado de 100 exemplares
dos irmãos Pongetti, Rio, 1947. de cada edição de livros de escritores
cearenses.
1.8.2. A. M. Antologia poética de Cecília
Meireles, Poesia Brasileira Contemporânea 1.9.5. “Primeiro Congresso Paulista de
de Gastón Figueira e Almafuerte y su Poesia”. A Revista Brasileira de Poesia
Médio Social, de Lazaro Seigel. O editada na capital paulista irá promover o
primeiro livro publicado em Cuadernos primeiro Congresso Paulista de Poesia a
Poesia de América, 1 – Montevidéu, 1947. exemplo do que já aconteceu em Recife e
O segundo publicado pelo Instituto de Fortaleza.
Cultura Uruguayo-Brasileiro, Montevidéu,
1947. O terceiro publicado por Talleires 1.10. Publicidade
Gráficos Ra – DA, Buenos Aires, 1945.
1.10.1. Boris Frerès e Cia. Ltda.; Sul
1.8.3. F. M. O ex-mágico, Contos de
América; Casa Pontes Façanha; Casa
Murilo Rubião; A Face de Marta, Contos
Zucacioly; Cia. Internacional de
de Milton Pedrosa e O Nosso Mundo,
Capitalização; Tricófero de Barry. Livraria
Literatura infantil de Hildebrando Lima. O
Alaor; Farmácias Humanitárias; Jornal
primeiro livro publicado na Editora
José; Ginazio Farias Brito; Laboratório
Universal, Rio, 1947. O segundo pela
Gaspar Viana, Sousa Fernandes e Cia. A
livraria Cultura Brasileira Ltda., 1946. O
Cosmopolita; Hotel Bitu; Sítio São Luís;
terceiro pela Civilização Brasileira, 1947.
Ceará Comercial S.A.; Rovel Couros e
Peles S.A.; Wilson, Sons e Co. Limited;
1.9 Notícias (Vento Sul, Vento Norte...)
Jorge Steiner e Cia. Limitada; Den Norske
1.9.1. Esta Revista. Nota explicativa Syd Amerika Linje.
sobre os números anteriores de Clã, ou
seja, o nº 0 (zero), depois aparece
transformada em jornal sem constar
numeração.
1.9.2.Edições Clã. Comunica que dentro
em breve o reinício das publicações da CLÃ. Fortaleza, ano I, nº 2, abr.
Cooperativa Editora Clã. 1948.
1.9.3. “Repercussão do Congresso de
Escritores Cearenses”. Comenta o
Congresso de 1946 sendo este certame 2..1. Prosa
citado pela “Revista de Portugal” de
Lisboa, de novembro de 1947. 2.1.1. REDAÇÃO. Editorial. Nota de pesar
por ocasião da morte de Leonardo Mota.
1.9.4. “Sociólogo, crítico e romancista”.
Sobre trabalhos de sociologia de Joaquim
2.1.2. MONTENEGRO, Braga. “Das 2.3.1. LOPES, Stênio. “A crítica no
negativas”. Ensaio. Texto ensaístico sobre Ceará”. Crítica. Crítica dos livros Crítica e
a obra de Luigi Pirandello. Seu sentido de 1a. série de Aluízio Medeiros, Ed. Clã, e
universalidade com base em seus aspectos Através da Literatura Cearense de Florival
morais, filosófico e artístico. Seraine, Ed. Estudo. O primeiro livro faz
crítica sociológica, como processo de
2.1.3. DAVID, Carlos. “Um pulo às
Minas Gerais”. (notas de um viajante criação. Sob orientação dialético-marxista,
não preocupação formal mas conceitual,
apressado). Crônica que narra uma viagem
ressalta o humano e o valor literário. O
a Ouro Preto e Sabará, ressaltando o
segundo penetra na ordenação criadora dos
patrimônio histórico das obras de Antônio
autores, sem preocupações no sentido da
Francisco Lisboa – o “Aleijadinho”.
utilidade da obra.
2.1.4. TEIXEIRA, Lucy. “Palestra sobre
pintura”. Texto que estuda a evolução e 2.3.2. MARTINS, Fran. “Não era a
estrada de Damasco”. Crítica ao romance
subjetividade da pintura moderna.
de Novelli Júnior, Ed. José Olympio, 1948.
2.1.5. ROCHA, Levi. “Do Cajipió ao O crítico observa a problemática de
Louvre”. Texto que narra o percurso do trabalhar com um tema já repetidamente
artista plástico Floriano Teixeira. explorado com sucesso. A não
2.1.6. JUSTA, Gastão. “Reminiscências originalidade e o tratamento primário que
dos cadetes da Escola Militar do Ceará”. dá às cenas decisivas tiram a consistência
Texto de esforço histórico, que busca a do romance.
retrospectiva da escola e uma ligação com
os fatos históricos da cidade no final do 2.4. História
séc. XIX.
2.4.1. ALVES, Joaquim. “Capistrano de
2.1.7. BENEVIDES, Artur Eduardo. Abreu”. Abordagem historiográfica da
“Prêmios literários”. Comentários sobre a obra de Capistrano de Abreu. Examina os
Lei nº 75 de 29 de novembro de 1947, da Ensaios e Estudos, Capítulos de História
Assembléia Legislativa autorizando o Colonial, Caminhos Antigos e Povoamento
Governo do Estado a publicar anualmente do Brasil.
a título de prêmio duas obras literárias que
obtiveram a melhor classificação em 2.5. Cinema
concurso.
2.1.8. CAMPOS, Moreira. “Náufragos”. 2.5.1. BARROSO, Antônio Girão.
Conto. Gira em torno da enchente do rio “Assunto e tratamento”. Comentário
Salgado. Bento mora com a família num acerca do filme A carícia fatal, versão
casebre às margens do rio. Veio a cheia e brasileira de Of mice and men, de Lewis
levou tudo. Parte para Fortaleza com a Milestone com base no livro de Steinbeck
mulher e os filhos. O mais velho parte pra – Ratos e Homens.
São Paulo e o pequeno sustenta a família
pedindo esmola. 2.6. Rádio e Teatro
2.6.1.CAMPOS, Eduardo. “Desolação”.
2.2. Poesia
Comenta a falta de estímulo ao teatro e a
pouca utilização do Teatro José de
2.2.1. MEDEIROS, Aluízio. “Os
Alencar.
objetos”. Livro de poemas editado pela
Revista Clã. Poemas e textos poéticos de 2.7. Música
temáticas diversas. Versos livres.
2.3. Crítica
2.7.1. ADERALDO, Mozart Soriano. qualidade da música seja popular ou
Texto que tece observações sobre a clássica para transmissão na rádio.
apreciação e gosto musical. 2.9.6. MARTINS, Fran. “Música para o
povo”. Fala sobre a entrevista do prof. José
2.8. Resenha
Siqueira, diretor da Orquestra Sinfônica
Brasileira, anunciando o provável
2.8.1. FIGUEIRA, Gastón. Noite feliz.
desaparecimento daquela orquestra.
Livro de contos de Fran Martins, Ed. Clã.
In. Books Abroad, Norman, S.V.A.,
2.10. Notícias (Vento Sul, Vento
inverno de 1948.
Norte...)
2.8.2. MEDEIROS, Aluízio. “Democracia
e planificação de Aderbal Jurema”. Ed. 2.10.1. “Clã e clã”. Explicação sobre a
Nordeste, Recife, 1946. Editora Clã, legalmente denominada
Cooperativa Edições Clã, fundada em
2.8.3. CLÍMACO, João. “Marajó”.
1943, e a Revista Clã que apareceu em
Romance de Dalcídio Jurandir. Livraria
fevereiro de 1948, que se assemelha ao
José Olympio, Rio, 1947.
nome mas não tem ligação com a
2.8.4. E. C. “Psicologia da composição”. Cooperativa, a não ser o nome e por seus
João Cabral de Melo Neto. O livro dirigentes pertencerem à Revista Clã.
inconsútil. Barcelona.
2.10.2. “Eleições na A.B.D.E.”. Foi a
2.8.5.E. C. “Não era a estrada de seguinte diretoria eleita para 1948:
Damasco”. Novelli Júnior. Livraria José Presidente – Aluízio Medeiros; Vice-
Olympio Editora. 1948. Presidente – João Clímaco Bezerra; 1o.
Secretário – Eduardo Campos; 2o.
2.9. Noticiário Secretário – José Júlio Cavalcante;
Tesoureiro – José Maria Moreira Campos;
2.9.1. MARTINS, Fran. Está concluído o Conselho Fiscal – Artur Eduardo
livro O romance cearense de Abelardo Benevides, Braga Montenegro, Newton
Montenegro. Gonçalves, José Stênio Lopes e Mozart
Soriano Aderaldo.
2.9.2. MARTINS, Fran. Com a tese
“Introdução à Ciência do Direito”, Sólon 2.10.3.“IV Salão de Abril”. Por todo este
Farias se candidata à cadeira Introdução à mês deverá realizar-se em Fortaleza o IV
Ciência do Direito da Faculdade de Direito Salão de Abril, iniciativa da Sociedade
do Ceará. Cearense de Artes Plásticas (SCAP).

2.9.3. MARTINS, Fran. O grupo teatral 2.10.5. “Clube do Livro Clã”. As Edições
Artistas do povo estréia em Fortaleza, e Clã propõem-se a editar uma obra por mês
tem percorrido o Norte do Brasil, através do Clube do Livro, que dará maior
notadamente em Recife onde teve sucesso divulgação ao livro cearense.
estrondoso. 2.10.5. “Para o Instituto do Ceará”. Em 20
2.9.4. E. C. Françoise Mauriac fez de março de 1948, foi realizada a sessão
considerações sobre Le passage du Malin solene na qual tomou posse Fran Martins
levada à cena no Rio de Janeiro pela na vaga de Leonardo Mota.
Companhia de Marie Bell. 2.10.9. “Centenário de Araripe Júnior”.
2.9.5. E. C. “Música e Rádio”. Informa Previsto para o próximo mês de junho o
sobre a tese de Ruben Luera, gerente da centenário de Araripe Júnior. Dentre as
Radio Metropolitana do México, homenagens previstas: a idéia de um busto
apresentada à Primeira Conferência em praça pública e convites a
Nacional de Radiofusão, em 1944, sobre a representantes da ABDE do Rio, Academia
Brasileira de Letras e do Instituto Histórico 3.1. Prosa
Brasileiro.
3.1.1. MARTINS, Fran. Editorial. Nota
2.10.9. “Revista Contemporânea”. Os dez
sobre a passagem do centenário de
anos da Revista Contemporânea que tem
aniversário de Araripe Júnior.
direção de Osmundo Pontes e é
secretariada por José Júlio Cavalcante. 3.1.2. MONTENEGRO, Braga. “Araripe
Júnior”. Ensaio sobre a obra de Araripe
2.10.9. “Célio Santiago”. Os diretores e
redatores de Clã apresentam as Júnior.
condolências à família e em especial ao 3.1.3. “Obras de Araripe Júnior”. Relação
seu cunhado João Medeiros Calmon. das obras de Araripe Júnior.
3.1.4. BEZERRA, João Clímaco. “O
2.11. Publicidade banho”. Conto. Tem como personagem
central Juquinha, menino travesso que
2.11.1. As universidades no mundo de fugia das aulas para ver as moças
amanhã, de Fernando Azevedo; A rua, de banharem-se no rio.
Ann Petry; Manual de Xadrez, de Becker. 3.1.5.BENEVIDES, Artur Eduardo.
Procure adquiri-los na Edições da
“Segundo Congresso Cearense de Poesia”.
Companhia Editora Nacional; Boris Frerès Trata das atividades que serão
e Cia. Ltda.; Livraria Alaor; Tricófero de desenvolvidas durante o Congresso.
Barry; J. Goossens e Cia. Ltda.; Metrópole
Cia. Nacional de Seguros Gerais; José 3.1.6. FILHO, Cruz. “Réplica”. Texto
Edésio de Albuquerque; Laboratório narrativo onde a protagonista Agripina
Gaspar Viana; Den Norske Syd Amerika narra a história de seu casamento com
Linje; Casa Parente; Ypióca; Farmácia Rodolfo Ibiapaba.
Belém; Antônio A. Moura; J. Torquato e 3.1.7. JUSTA, Gastão. “Espírito
Cia. Ltda.; Conrado Cabral; Ginásio Farias caboclo”. Crônica onde é narrada a história
Brito; Lojas de Variedades; Leite Barbosa; de José Moreno com a sua amada Maria
Fernandes Júnior S.A.; Gustavo Silva e das Dores.
Cia.; Cooperativa de Crédito Industrial
Ltda.; Cine Diogo; Banco Popular de
Fortaleza S.A.; Omnia; Ed. Clã próximas 3.2. Poesia
publicações: Cabeças chatas, de Leonardo
Mota; Janelas entreabertas, de Lúcia 3.2.1. Poemas de Jairo Martins Bastos,
Martins; Autores cearenses, de Joaquim Camilo de Jesus Lima, Holdemar
Alves; A ilha, de Antônio Girão Barroso; Menezes, Silveira Filho, Bandeira Tribuzi
Vidas marginais, de Moreira Campos; e Moacir Souto Mayor. Poemas e textos
Estrada suave, de Antônio Martins Filho; poéticos e versos livres.
Clube do Livro Clã; Cooperativa Edições
Clã Ltda. 3.3. Sociologia

3.3.1. XAVIER, Rafael. Municipalismo.


Análise de fatores que interferem na
autonomia dentre eles o econômico e a
situação do município como importante
unidade de ação na ordem política.
CLÃ. Fortaleza, ano I, nº 3, jun.
3.4. Crítica
1948.
3.4.1. LOPES, José Stênio. “Primeiras
considerações sobre a história da literatura
cearense”. O livro editado pelo Instituto do 3.8. Rádio e Teatro
Ceará em 1948, segundo o crítico tem
defeitos e um deles é o de arrolar muita 3.8.1. CAMPOS, Eduardo. “Regional
cousa sem importância quer para o estudo como tema”. “À margem das novelas”.
dos movimentos quer dos autores. Critica Comentário sobre a utilização da temática
ainda mais o capítulo dedicado à Academia regional no teatro e a preferência dos
Cearense pela benevolência do autor em ouvintes pelas novelas do rádio.
valorizar uma instituição que pouco
significado possui na nossa história 3.9. Música
literária.
3.9.1. ADERALDO, Mozart Soriano.
3.4.2. MARTINS, Fran. “Coração de galo
“Arte musical e poesia moderna”. O autor
branco”. Crítica. Análise do livro O galo
empreende uma aproximação entre a
branco de Augusto Frederico Schmidt,
música e a poesia moderna.
Livraria José Olympio, 1948. O livro se
apresenta mais de confissões que
memórias, que embora o autor tente fazer 3.10. Resenha
prosa, não esconde o poeta que está
3.10.1. BEZERRA, João Clímaco.
presente em todas as etapas do livro.
Memórias de um senhor de engenho, de
Júlio Billo, Liv. José Olympio, Rio, 1948.
O galo branco, de Augusto Frederico
Schmidt, Liv. José Olympio.
3.5. Artes Plásticas 3.10.2.L. M. “Os dois amores de Grey
Manning de Forrest Rosaire”. Romance.
3.5.1. COLARES, Otacílio. Apresentação Traduzido por Raquel de Queiroz.
do pintor Antônio Bandeira sobre a estada 3.10.3.MARTINS, Fran. Los sueños
do pintor cearense em Paris. Sua exposição corporeos. German Pardo Garcia, Poemas,
e seus estudos na Escola de Belas Artes do México, 1948.
Rio, atual capital.
3.5.2. O. C. “Centenário de Gauguim”. 3.11. Noticiário
Síntese da obra e da vida do célebre pintor
francês. 3.11.1. “Clã, uma grande revista do Norte.
Notícia de Letras e Artes de 06-06-48,
periódico do Sul do país louvando a “lição
3.6. Ilustração
exemplaríssima” do pessoal do norte.
3.6.1. LEITE, Barbosa. Desenho do busto 3.11.2. “Mais uma dessas tentativas
de Araripe Júnior. heróicas e belas” (...) do Diário de Notícias
do Rio, em 06-06-48.
3.6.2. BANDEIRA, Antônio. Ilustrações
para poema de Otacílio Colares e
ilustração para poema de Aluízio
3.12. Notícias
Medeiros.
3.12.1. “Incentivo”. Com este título os que
3.7. Cinema
fazem a Revista Clã citam as diversas
manifestações de destacados escritores,
3.7.1. BARROSO, Antônio Girão.
dentre eles Guilherme Figueiredo, Sérgio
“Cenarização de um poema de Aluízio
Milliet, José Lins do Rego, Otto Maria
Medeiros. Roteiro ou guia sobre o qual um
Carpeaux, Orígenes Lessa, Mauro Mota e
filme é feito. Consta de 80 tomadas.
Veríssimo de Melo.
3.12.2. “Novos colaboradores”. A Revista 3.12.12. “Folclore”. Está funcionando em
Clã diz da satisfação de receber os novos Fortaleza uma secção da Sociedade
colaboradores, Cruz Filho e Silveira Filho. Brasileira de Folclore.
3.12.3. “Um concurso”. O jornal O Povo 3.12.13. “João Calmon”. Os que fazem a
que reiniciou a publicação do suplemento Revista Clã agradecem ao diretor dos
literário promove concurso para Diários Associados, por colaborar com este
reconhecer os melhores livros cearenses. número de Clã, deixando à disposição as
máquinas daquela empresa.
3.12.4. “Agora os piores”. O jornal José
possivelmente promoverá junto a alguns
intelectuais um concurso para saber quais 3.13. Publicidade
os piores livros cearenses.
3.13.1. Mileno Silva Thé –
3.12.5. “Escritores em Congresso”. Os
Representações e consignações; Banco
poetas novos estão organizando,
Popular de Fortaleza S.A.; Omnia; Ypióca;
possivelmente para setembro, o II
Irmãos Cavalcante; CIDAO S. A.; A. D.
Congresso Cearense de Poesia.
Siqueira e Cia.; Casa Pontes Façanha;
3.12.6. “Suplementos literários”. Os Laboratório Gaspar Viana; Companhia de
jornais O Povo e Correio do Ceará estão Seguros Gerais; Boris Frerès e Cia. Ltda.;
mantendo suplementos literários. Companhia Johnson S.A.; Livraria Alaor;
3.12.7.“História da literatura cearense”. Dias e Machado; Jorge Steiner e Cia.
Lançado o livro História da literatura Ltda.; J. Macedo e Cia.; Wilson Sons e Co.
cearense, de Leonardo Mota. Limited.; Casa P. Machado Ltda.

3.12.8. “Revistas”. Circulação das revistas 3.14. Colaboradores


Contemporânea, Resistência e Trincheira.
A primeira com a direção de Osmundo 3.14.1. Novos colaboradores: Jaime
Pontes, a segunda dirigida por Olavo Lessa Martins Bastos, Holdemar Menezes,
e redação de Aluízio Bonavides, e a Silveira Filho, Bandeira Tribuzi, Moacir
terceira é órgão do Partido Socialista Souto Mayor, Rafael Xavier e Cruz Filho.
Brasileiro, que é dirigida por Edmilson
Barros de Oliveira e secretariada por
Antônio Girão Barroso.
3.12.9. “Direção de suplementos”. O
crítico José Stênio Lopes deixa a direção
do suplemento literário do jornal O Estado.
CLÃ. Fortaleza, ano I, nº 4, ago.
3.12.10. “Cinema” e “Sociedade Pró-Arte”.
1948.
A Sociedade Cearense de Fotografia e
Cinema realizou reuniões e palestras com o
teatrólogo Mário Brasini. A Sociedade
4.1. Prosa
Pró-Arte patrocinou uma série de palestras
proferidas por Parsifal Barroso sobre
4.1.1. Redação. “Poetas em Congresso”
Romantismo musical.
Martins, Fran. “O Roubo”. Novela que
3.12.11. “Não há estrelas no céu”. O livro
narra o roubo do qual fora vítima o doutor
de estréia de João Clímaco Bezerra, que
George pelo guarda do Corpo de
José Olympio vai publicar em setembro
Vigilância.
próximo.
4.1.3. Seraine, Florival. “Sobre uma
indústria extrativa vegetal do interior
cearense”. Ensaio sobre a utilidade da
carnaúba e os modos de extração daquela 4.4. Cinema
planta.
4.4.1. Barroso, Antônio Girão. “Cinema
4.1.4. Filho, Martins. “O lado alegre da
Nacional”. Comentários sobre a qualidade
vida”. Texto extraído de um dos capítulos
do cinema brasileiro. Acenando para o fim
do livro de reminiscências de Martins
da “chanchada” cinematográfica e,
Filho intitulado Menoridade.
comentando as novas perspectivas com a
4.1.5. Montenegro, Braga. “Duas irmãs”. instalação de uma produtora em São Paulo
Tradução do conto Duas irmãs de James patrocinada pelo Assis Chateaubriand com
Joyce, da coleção “Dubliners”. direção artística de Oduvaldo Viana.
4.1.6. Guimarães, Ney. “Ignácio Silone –
Escritor Social”. O autor faz uma reflexão 4.5. Rádio e Teatro
sobre a obra de Ignácio Silone.
4.5.1. CAMPOS, Eduardo. “Teatro
4.1.7. Medeiros, Aluízio. “Do Jeca Tatu infantil”. Comenta as dificuldades de fazer
ao Zé Brasil”. Comentários sobre Monteiro teatro no Ceará e propõe fazer teatro
Lobato e seus livros Jeca Tatu e Zé Brasil, infantil produzindo uma geração com
por ocasião do falecimento do escritor sólidas bases de formação teatral.
brasileiro.
4.1.8. Justa, Gastão. “Os 4.6. Música
improvisadores”. Comentários sobre os
cantadores e repentistas. 4.6.1. M. S. A. “A sensibilidade
romântica e o romantismo musical”.
4.2. Poesia Comenta a Conferência de Parsifal Barroso
sobre o romantismo musical.
4.2.1. “Poemas” de Mauro Mota, Edson
Régis, Yáco Fernandes, Artur Eduardo 4.7. Artes Plásticas
Benevides, Lucy Teixeira, Fernando
Ferreira de Loanda, Otacílio Colares, 4.7.1. COLARES, Otacílio. “O pintor
Clóvis Assunção, Ledo Ivo, Durval Aires, cearense Aldemir Martins”. Traça percurso
Bandeira Tribuzi, Cláudio Tuiuti Tavares, do pintor cearense que saiu do Ceará e foi
Solano Trindade, Wilson Rocha. para o sul, vencendo com relativa
facilidade graças ao seu talento.
4.3. Crítica
4.7.2. LEITE, Barbosa. “Clidenor
4.3.1. Rodrigues, Ivan Sérgio. Capibaribe – Barrica”. Traça as qualidades
“Considerações em torno do livro do artista e cita algumas de suas obras de
cearense”. Faz avaliação das editoras reconhecido valor.
existentes na cidade, e a problemática da
editoração. 4.8. Ilustração

4.3.2. Martins, Fran. “Urupês”. 4.8.1. MARTINS, Aldemir. “Ilustração


Apreciação do livro de contos Urupês de para um conto de Braga Montenegro”;
Monteiro Lobato, que dedicado nesse “Capa para um livro de Antônio Girão
número de Clã por ocasião do falecimento Barroso”; “Capa para um livro de Aluízio
de Monteiro Lobato. Medeiros”.
4.3.3. M. “Um novo romance de John 4.8.2. BARBOSA, Leite. “Ilustração para
Stein Beck”. Ressalta o artificialismo dos livro de Fran Martins”.
sentimentos das camadas populares
americanas contido nas personagens do
livro.
4.8.3.“Galeria”. Fotografias de Raquel de Branca e Orfeu, no Rio; Revista Brasileira
Queiroz aos três anos e de Braga de Poesia, Colégio e Fundamentos, em São
Montenegro aos quatro anos. Paulo; Região e Nordeste, em
Pernambuco; Agora, em Goiás. Ainda,
Região de Pernambuco; Kriterion, Revista
4.9. Resenha
da Faculdade de Filosofia de Minas Gerais;
Revista de Portugal, Série A, nº 66 e 67,
4.9.1. MARTINS, Fran. Visão de paz, Ed.
Volume XIII, junho e julho de 1948;
Agir, 1948. Canto Grosso e outros poemas
Quarterly Book List; The Saturday
de E. Carréra Guerra, Ed. do Povo Ltda.,
Review, Vol. XXXI, nº 26, junho, 1948;
Rio, 1948. Rio do sono, José Godoy
The Atlantic, Vol. 182, nº 1, julho, 1948.
Garcia, Ed. Bolsa de publicação “Hugo de
Carvalho Ramos”, Goiânia, 1948.
Advinhas de Veríssimo de Melo, – 4.11. Notícias
Biblioteca da Sociedade Brasileira de
Folk-lore nº 1, Natal, 1948. 4.11.1. Premiado Braga Montenegro com
o prêmio Afonso Arinos, da Academia
4.9.2. E. C. Oscarina, de Marques Brasileira de Letras por o seu livro de
Rabelo, Ed. O Cruzeiro, 1948. Os dois contos intitulado Uma chama ao vento;
amores, de Grey Manning de Forrest Encontra-se em Fortaleza a escritora
Rosaire, 1948, Liv. José Olympio – trad. Raquel de Queiroz que editou um novo
de Raquel de Queiroz. Sarah Mandrake, de livro A donzela e a moura torta; Nova sede
Maggie Owen Wadelton, Ed. Vecchi, 1948 da ABDE, no edifício Excelsior; Festa na
– trad. de Marina Guaspari. Casa Juvenal Galeno para Braga
4.9.3. MARTINS, Lúcia. A família de Montenegro; Edições Clã programa três
Nina Fedorova, Liv. José Olympio, 2a. ed., livros para este ano; Aparecimento do
1948 – trad. de R. Magalhães Júnior. jornal Malazarte; As revistas e livros
americanos foram cedidos pelo Instituto
4.9.4. N. G. Walt Whitman, de Josiah C. Brasil-Estados Unidos; Segundo
Trent – A Case History, Surg.Gyn. – obst. Congresso de Poesia em preparação;
1948,87 : 113-121. Herma a Araripe Júnior; Será inaugurada
4.10. Noticiário uma nova emissora em Fortaleza, a Rádio
Iracema; Fortaleza hospedou José Rangel,
4.10.1. “Um livro sobre o Cariri” está consagrado escultor.
sendo preparado por Irineu Pinheiro;
“Novos poemas de Cruz Filho”, intitulado
poesia; “A Ilha”, livro de poesias de
Antônio Girão Barroso, será lançado este 4.12. Publicidade
ano; “Mar oceano” é o livro de Fran
Martins, que sairá no próximo mês. 4.12.1. Cooperativa Edições Clã.
História da literatura cearense, de Dolor Distribuidora Edésio; Banco Popular de
Barreira, Editora do Instituto do Ceará Fortaleza S.A.; Carlos Jereissati e Cia.;
Ltda., 1948, toma o nº 18 no rol das Companhia Ceará de Seguros Gerais;
monografias que estão sendo apresentadas Biscoitos Tam-Tam; Sociedade
pelos membros do Instituto. Shannon’s Exportadora e Industrial Ltda.; Dr. Fran
Way, de A. J. Cronin, Brown Litlle, 1948, Martins – advogado; Exportadora Cearense
que acaba de ser lançado. Ltda.; Livraria Alaor, Banco Frota Gentil,
S.A. Carneiro e Gentil; Casa Costa Lima
4.10.2.“Revista das revistas” – Joaquim, Myrtil Ltda.; Sociedade Comercial Ltda.;
no Paraná; Quixote e Província de São Agências Marítimas Nordeste S.A.;
Pedro, no Rio Grande do Sul; Panorama, Agência Admiral; Rovel Couros e Peles
em Minas; Sul, em Santa Catarina; Revista S.A.; Siqueira e Araújo Ltda.; A. Fiúza
Filho e Cia.; Irmãos Oquendo e Matoso que o autor comenta alguns autores e suas
Ltda.; Edições Clã. obras.
5.1.9. RODRIGUES, Ivan Sérgio.
“Momento literário”. Avaliação do
movimento literário que tomou conta do
Ceará.
5.1.10. MEDEIROS, Aluízio. “Sobre
poesia principalmente”. Crônica em torno
CLÃ. Fortaleza, ano I, nº 5, out. de livros que abordam a problemática
1948. estética da poesia.

5.2.Poesia
5.1. Prosa
5.2.1. Poemas de Bandeira Tribuzi, Pedro
5.1.1. Redação. Nota sobre a Ivo, Olavo de Sampaio, Fernando Ferreira
continuidade da Revista e sobre o esforço Loanda, Eliardo Farias, José Sarney Costa;
de continuar a mantê-la. poemas metrificados, versos livres e textos
poéticos.
5.1.2. CAMPOS, Moreira. “Suor e
lágrimas”. Conto. Zuíla recebe a notícia da 5.3. Crítica
prisão do marido por ter tendências
comunista e faz de tudo para tirá-lo da 5.3.1. MARTINS, Fran. “Cronistas”.
cadeia. Análise do contexto e dos autores de
5.1.3.MENEZES, Djacir. “A vingança do crônica no Brasil.
Macuco contra Lobato”. Crônica. Fala do
macuco, representante da mediocridade 5.4. História
empavonada, que aproveita-se da morte de
Monteiro Lobato para denegrir-lhe a 5.4.1. ADERALDO, Mozart Soriano.
imagem. “Esboço de História da Literatura
Brasileira”. Retrospectiva do contexto
5.1.4. GONÇALVES, Newton. histórico e literário de Portugal e Brasil.
“Reminiscências”. Crônica onde o 5.4.2. ALVES, Joaquim. “A Amazônia e
protagonista exalta os tempos de estudante o mundo”. Instituto internacional da hiléia
do Liceu. amazônica. Textos de análise minuciosa
5.1.5. LIMA, Sousa. “Podemos pensar sobre o El Dorado, a indústria extrativa e a
sem palavras”. Texto dissertativo sobre Conferência Internacional da hiléia
linguagem, comunicação e estudos amazônica.
científicos desenvolvidos nessa área.
5.1.6. MONTENEGRO, Braga. “Os
5.5. Cinema
manequins”. Conto. A trajetória da
personagem e o drama de seu casamento.
5.5.1.BARROSO, Antônio Girão.
5.1.7. BENEVIDES, Artur Eduardo. Observações sobre os filmes A dama de
“Seleções de poesias”. Indicações de Shangai e Os três mosqueteiros.
trechos de comentários a respeito de
poetas. 5.6. Rádio e Teatro
5.1.8. DANTAS, Raymundo Sousa.
“Diálogo em torno de leituras”. Texto em
5.6.1. CAMPOS, Eduardo. “À margem de sintonia pastoral, Andre Gide, trad. de
um movimento”. Comentários sobre a Diná Fineberg, Ed. Vecchi, Rio, 1948.
situação do teatro no Ceará.
5.12. Noticiário
5.7. Música
5.12.1. “Livros americanos”. Best of Art,
5.7.1. M. S. A. “O primeiro aniversário de Emily Genauer; Civilization on trail, de
da Sociedade Pró-Arte”. Calendário das Arnold J. Toynbee. O primeiro encontra-se
atividades da Sociedade Pró-Arte. na Biblioteca do IBEU, e o segundo livro é
do consagrado autor de A study of history,
5.8. Artes Plásticas cuja edição resumida foi um dos best-
sellers de 1947.
5.8.1.COLARES, Otacílio. “O pintor 5.12.2. “Reedições”. A livraria José
Barbosa Leite”. Avaliação da pintura de Olympio reedita os romances Pureza, de
Barbosa Leite. José Lins do Rego (4a. ed.); O Quinze,
João Miguel e Caminho de Pedra de
5.9. Ilustração
Raquel de Queiroz; este em um só volume,
com o título geral de 3 romances.
5.9.1. LEITE, Barbosa. “O varredor de
rua”, Xilogravura. “Trecho de rua”,
5.13. Revista das Revistas
Xilogravura.
5.13.1. “Tomada de Posição?” Informa da
5.10. Resenha disposição e a tomada de posição dos que
fazem a literatura depois do aniquilamento
5.10.1. MARTINS, Fran. Presença de
do Estado Novo e as novas revistas que
Anita, de Mário Donato. Liv. José surgem na província: Província de São
Olympio, 1948; No exílio, de Elisa
Pedro, nº 10, set. dez. 1947; A Ilha, nº 1,
Lispector, Pongetti, Rio, 1948; Um set. 1948; Revista Branca, nº 2, ago. set.
reformador da cidade do vício, de José
1948; Presença, nº 1, ago. 1948; Meia-
Vieira, Liv. José Olympio, 1948; Sete anos Pataca, nº 1, jul. 1948; Caderno da Bahia,
de pastor, de Dalton Trevisan, Ed. Revista nº 1, ago. 1948; Joaquim, nº 19, jul. 1948;
Joaquim, Curitiba, 1948; A canção do Região, nº 9, ago. 1948; Fundamentos, nº
amanhã, de João Acioli, Ed. Brasiliense 3, ago. 1948; Esfera, ago. 1948.
Ltda., São Paulo, 1948; Novos poemas, de
Eduardo Martins, 1948; Novos cantos, 5.13.2. “Periódicos estrangeiros”. The
Almo Saturnino, Curitiba, 1948; O Atlantic, ago. 1948; Henry Wallace:
camarada Whitman e Joaquim Nabuco, de Divided mind, por Gardner Jackson;
Gilberto Freyre, Liv. José Olympio, 1948; Theatre Arts, número de outubro, álbum
Gaúchos e beduínos, de Manoelito de 1923, enquete nos Estados Unidos para
Ornellas, Liv. José Olympio, 1948; As indicar melhor filme, melhores autores,
galinhas do Juca, J. Reis, Ed. melhor peça, e finaliza com notícia sobre a
Melhoramentos, São Paulo, 1948. peça Medeia, que obteve notável sucesso
em New York. Revue de Paris, jul. 1948;
Mercure de France, jul. 1948; Jacques
Vallete e a indicação de livros sobre
5.11. Resenha (Tradução) Londres durante a Guerra. The Shelter
Sketch Book, de H. Moore e no Directions
5.11.1 O tempo do desespero. Andre de James Hanley.
Marraux, trad. de Frederico dos Reis
Coutinho, Ed. Mundo Latino, Rio, 1948; A 5.14. Notícias
5.14.1. O pintor Afonso Lopes expõe no 6.1.Prosa
Salão de Abril; Ed. Clã divulga suas
publicações; Congresso de Escritores 6.1.1. REDAÇÃO. Lei Municipal. Indaga
Nordestinos, que terá lugar em Recife; a Prefeitura de Fortaleza sobre a aplicação
Atividades da ABDE paulista; Segundo da Lei 15, a qual previa a compra de livros
Congresso de Poesia do Ceará, que de autores cearenses para as bibliotecas das
realizou-se no Ceará, tendo comparecido escolas.
José Sarney e Bandeira Tribuzi; Livros 6.1.2. SERAINE, Lourival. Ensaio sobre
populares a baixo preço é o que Jáder de a etimologia, origem e utilização da
Carvalho, diretor do Diário do Povo, jangada.
pretende editar; Exposição de poesias com
sucesso em Recife; Deixa a presidência da 6.1.3. D’HORTA, Arnaldo Pedrosa.
Cooperativa Edições Clã Fran Martins, Crônica de linguagem metafórica sobre o
assume Antônio Girão Barroso; Edição de poder e a posição dos escritores diante
Revistas Joaquim, Orfeu e Clã iniciaram a desse poder.
publicação de livros; Uma universidade 6.1.4. FARIAS, Eliardo. Texto que tece
para o Ceará é o que o prof. Antônio comentários em torno do livro de poesias
Martins Filho pleiteia para o Ceará; de Aluízio Medeiros intitulado Os Objetos.
Exposição de Pintura no hall da
Assembléia Estadual. 6.1.5. MONTENEGRO, Tullo Hostílio.
“Crise da ficção americana”. Avaliação da
5.15. Publicidade posição americana frente ao espaço já
ocupado pelos imortais da literatura
5.15.1. Um livro indispensável a todos – universal.
História da Literatura Cearense, de Dolor 6.1.6. GOMES, José Bezerra. “Notas para
Barreira; Em todas as livrarias Uma chama o folclore seridoense (vadiações e
ao vento, de Braga Montenegro; Banco brinquedo)”. Artigo onde são elencados os
Popular de Fortaleza S.A.; Sociedade mais diferentes tipos de brinquedos e
Comercial Ltda.; Fábrica Imperial; vadiações de Seridó.
Companhia Ceará de Seguros Gerais;
Leiam publicações de novos de todo o 6.1.7. CAMPOS, Eduardo. “Torneira
Brasil; J. Marques e Cia.; Jorge Steiner e aberta”. Conto que tem como personagem
Cia. Ltda.; Farinha de Trigo Standart, Rei principal Beatriz, que é prostituta e seu
do Nordeste, Coração de ouro; Gold drama diante de um jovem de 15 anos que
Medal; O Cruzeiro; J. Neto e Cia.; Sousa, podia ser o seu filho.
Fernandes e Cia.; Ginásio Farias Brito; 6.1.8. BENEVIDES, Artur Eduardo.
Sandoval S. Matos; Alfredo Fernandes e “Seleção de Poesia”. Seleção de textos
Cia.; Ventura e Cia.; Arraes, Pinto e Cia.; poéticos.
Deodato Martins e Cia.; Tellus do Brasil
6.1.9. JUSTA, Gastão. “Cirandas”. Texto
Relógios S.A.; Caixa Econômica Federal
que fala do folclore nordestino e suas
do Ceará; O. S. Xavier; Revista Clã,
cantigas.
pedidos pelo reembolso.
6.1.10.MELO, João França. “Jesus”.
Texto de abordagem histórica sobre o
Império romano e Jesus Cristo.

CLÃ. Fortaleza, ano I, nº 6, dez.


1948. 6.2. Poesia
10.1.3 D’ALVAREZ, Martins. “Chama
Infinita”. Poemas de métricas variando 6.8. Artes Plásticas
entre o clássico e o moderno numa
perspectiva romântica de temas nacionais. 6.8.1. O. C. “E quem quiser que
6.2.2. Poemas de Mauro Mota, Bueno de desconheça”. Texto onde analisa a
Rivera, Moacir Souto Maior, Antônio recepção das artes plásticas no Ceará.
Girão Barroso, Fernando Ferreira de
Loanda, Fred Pinheiro, Ledo Ivo, Germano 6.9. Resenha
Pontes. Textos poéticos de temáticas
variadas e de métrica livre. 6.9.1. MONTENEGRO, Braga. Mar
Oceano, Contos de Fran Martins, Ed. da
6.3. Crítica Revista Clã, Fortaleza.
6.9.2. A. E. B. Esboço de História da
6.3.1. BEZERRA, João Clímaco. “1948”. Literatura Brasileira, Ed. Revista Clã,
Espécie de crítica sobre as publicações dos
Fortaleza.
escritores cearenses no ano de 1948.
6.9.3. MONTENEGRO, Braga. 3
10.1.4 MARTINS, Fran. “Contistas”. romances e algumas crônicas. 3 romances
Avaliação crítica dos autores e o gênero e A Donzela e a Moura Torta, Raquel de
“conto” no contexto nacional. Queiroz, Liv. José Olympio, Rio, 1948.
6.9.4. I. S. Não há estrelas no céu.
6.4. Sociologia Romance de João Clímaco Bezerra, Ed.
José Olympio, Rio, 1948.
6.4.1. SAMPAIO, Olavo. “Aspectos 6.9.5. F. M. Padre Bento. Livro de
sociais da Questão Negra na nossa Novelli Junior, (?), Rio, 1948.
história”. Análise sociológica sobre as
teorias de Lapouge e Gabineau, os 6.9.6. F. M. Capitalismo e democracia.
quilombos no Brasil e as insurreições dos Conferência, Amaro Quintas, Ed. do
negros maometanos. Sindicato dos Professores do Ensino
Secundário de Pernambuco, 1947.
6.5. Cinema 6.9.7.F. M. O templo da estrela. Poesia,
Marcos Konder Reis, Pongetti, (?), 1948.
6.5.1. BARROSO, Antônio Girão.
“Criação de um Clube de Cinema”. Sobre 6.9.8.F. M. Poemas narrativos, Wilson
a importância dessa agremiação. de Figueredo, Ed. de Edifício, Belo
Horizonte, 1948.
6.6. Rádio e Teatro 6.9.9. MEDEIROS, Aluízio. Anotações
para um Ensaio. Variaciones sobre la
6.6.1. CAMPOS, Eduardo. “O Quinhão poesia, Eduardo González Lanuza,
da Província”. Texto analítico sobre o Editorial Sudamericana, Buenos Aires,
teatro e o serviço nacional de teatro. 1943.

6.7. Música 6.10 Noticiário

6.7.1. M. S. A. Síntese de uma 6.10.1. Revista das Revistas. Por que


Conferência. “Características do tantas Revistas? Falam do silêncio a que
romantismo musical”. Resumo da foram submetidos na ditadura e a
conferência de Parsifal Barroso sobre o efervescência intelectual do momento:
Romantismo Musical. Fundamentos, Cronos; Novos Rumos;
Caderno da Bahia; Resenha Literária; Cearense, Editora Instituto do Ceará; Mar
Nordeste; Atlantic; Joaquim; Época. Oceano, Edição da Revista Clã; Clube de
Divulgação do Livro Cearense.
6.10.2. A. E. B. Compositores sem
liberdade. O partido comunista criticou a
orientação artística de Shostakovitch, Seção .01 Edição de Aniversário
Prokofieff e Katchturian, determinando
que deixassem de fazer músicas burguesas CLÃ. Fortaleza, ano II, nº 7, fev.
e escrevessem motivos nacionais ou temas 1949.
eslavos.
6.10.3.LEITE, Barbosa. O pintor 7.1. Prosa
Raimundo Kampos. Sobre o primeiro lugar
que o artista conquistou no II Salão de 7.1.1. REDAÇÃO. “O número 7”.
Abril. Comenta as dificuldades das revistas de
província e sobre o fatídico número 7;
6.11. Notícias (Vento Sul, Vento embora ignorada aqui, a revista é
Norte...) reconhecida por outros estados, e cita
algumas opiniões sobre a revista.
6.11.1.Edições Revista Clã. Confusões
em torno do nome: Edições Clã e as 7.1.2. MARTINS, Lúcia. “Janelas
Edições Revista Clã. entreabertas”. Novela. Narra a vida da
protagonista após a morte do marido
6.11.2. O Grupo Clã. Os novos nomes Paulo, e depois a da filha Tânia.
para o Conselho de Redação; atribuições
continuam as mesmas. 7.1.3. GIRÃO, Raimundo. “Papi Júnior –
escorço bibliográfico”.
6.11.3. Clube de divulgação do livro
cearense, dirigido por Fran Martins e 7.1.4. BENEVIDES, Artur Eduardo. “A
comissão de seleção: Dolor Barreira, compreensão do fenômeno poético”.
Joaquim Alves e Fran Martins. Ensaio com base na poética de vários
autores nacionais e estrangeiros.
6.11.4. Silveira Filho. Nota de falecimento
do escritor Silveira Filho. 7.1.5. CAMPOS, Moreira. “Lama e
folhas”. Conto. O conto gira em torno de
6.11.5. Bilhete. Porto Alegre, 25 de nov., um protagonista que após oito anos de
1948, de Érico Veríssimo para Fran casamento e cinco filhas nasce um filho
Martins. homem.
6.11.6. “Jorge Amado e a Condição 7.1.6. PINHEIRO, Aluízio.
Humana”. Texto de Ney Guimarães que “Conceituação de Álgebra e Geometria”.
figurará no próximo número de Clã. Ensaio acerca da tendência generalizadora
6.11.7. Lei Municipal. Compõe Comissão que tende a modificar os conceitos
para seleção de livros a serem adquiridos clássicos de aritmética, álgebra e
pela Prefeitura. geometria.
7.1.7. MENEZES FILHO, Paulo Elpídio.
6.12. Publicidade “A influência do estudo das doutrinas
econômicas na formação intelectual”.
6.12.1. Cooperativa de Crédito do Ceará Texto de análise da evolução do
Ltda.; Companhia Ceará Seguros Gerais; pensamento econômico e as diretivas
Omnia; Banco Popular de Fortaleza; Cia. políticas e sociais.
Industrial de Algodão e Óleos; Ventura e
Cia.; Sociedade Comercial Limitada; Lima 7.1.8. GUIMARÃES, Ney. “Jorge
e Albuquerque; História da Literatura Amado e a condição humana”. Ensaio. O
texto analisa a obra de Jorge Amado em
seus aspectos humanos, a realidade de vida 7.6.1. CAMPOS, Eduardo. “Posição em
e o idealismo do autor. face do Rádio-Teatro”. Avaliação sobre a
posição dos intelectuais em face da
audiência do Rádio.

7.2. Poesia

7.2.1. MEDEIROS, Aluízio. “Latifúndio 7.7. Música


devorante”. Poemas. Textos poéticos de
temática lírica; versos livres. 7.7.1. M. S. A. “As principais figuras do
Romantismo musical”. Síntese da
7.2.2. Coletânea. Poesia. Poemas de conferência sobre Romantismo musical de
Dacosta e Silva Filho, Barbosa Leite, Parsifal Barroso.
Wilson Rocha, Sebastião Norões,
Antonieta de Castro, Bandeira Tribuzi. 7.8. Artes Plásticas
Poemas de temáticas variadas; versos de
métrica regular e versos livres. 7.8.1. COLARES, Otacílio.
“Considerações em torno de Barrica”.
7.3. Crítica Texto sobre o percurso artístico do pintor
cearense Barrica.
7.3.1. MONTENEGRO, Braga. “Breves
notas sobre o romance e um livro”. Análise 7.9. Resenha
sobre a periodicidade e classificação
técnica de romances; análise crítica ao 7.9.1. J. C. B. “O Guarany”, de Mozart
romance Não há estrelas no céu, de João Pinto, Editora Instituto do Ceará.
Clímaco Bezerra.
7.9.2. J. C. B. Monsenhor José Quinderé,
7.3.2. MENEZES, Djacir. “Eça e as de Dom Joaquim José Vieira, Segundo
interpretações cavilosas”. Texto crítico Bispo do Ceará, Editora Instituto do Ceará,
sobre a obra de Eça de Queiroz. Limitada, 1948.
7.3.3. BEZERRA, João Clímaco. “1949”. 7.9.3. F. M. “Rilke o poeta e a poesia”, de
Espécie de balanço crítico da produção de Cristiano Martins, Movimento Editorial
livros no ano 1949. Panorama, Belo Horizonte, 1949.

7.4. História 7.9.4. F. M. “Poesias”, de Dante Milano,


Livraria José Olympio, 1948.
7.4.1. GONÇALVES, Newton. Notas 7.9.5.F. M. “A cidade do Sul”, de
sobre a salicultura no Brasil. Levantamento Alphonsus de Guimarães Filho.
histórico do uso da produção de sal no Movimento Editorial Panorama, Belo
Brasil. Horizonte, 1948.
7.9.6. F. M. “A nuvem de fogo”. Poesia,
7.5. Cinema
de Antônio Santos Morais, Edições
Literatura, Rio, 1948.
7.5.1. BARROSO, Antônio Girão. “Sobre
Roma, cidade aberta”. Comentário de 7.9.7. F. M. “Meu céu interior”. Poesia,
ordem técnica e artística do filme Roma, de J. G. de Araújo Jorge, Editora Vecchi,
cidade aberta, dirigido por Roberto Rio, 1948.
Rosselini. 7.9.8.F. M. “Ajuricaba, o guerreiro
Manau”. Poesia. Hugo Bellard, Manaus,
7.6. Rádio e Teatro
1948.
7.9.9. F. M. “Anteu e a crítica”. Ensaios Quaresma, de Lima Barreto, 4a. edição,
literários de Roberto Alvim Correa, Gráfica Editora Brasileira; Pecado dos
Livraria José Olympio, 1948. Trópicos, de Cecílio J. Carneiro, Livraria
José Olympio; Interpretação do Brasil, de
7.9.10. F. M. “Como se pratica a
psicanálise”. Gastão Pereira da Silva, Gilberto Freire, Livraria José Olympio.
Livraria José Olympio, 1948. 7.10.5. N. G. “Marvelous Journey”, livro
de Samuel Putman, livro que resume 4
7.9.11. F. M. “Profanações”, de Valfrido
Piloto, Gráfica Ronda, Curitiba, 1947. séculos de Literatura brasileira.
7.10.6. LEITE, Barbosa. Sociedade
7.9.12. F. M. “Guerra, Paz e Ciência”, de
Cearense de Artes Plásticas tem nova
Gilberto Freyre, Editora do Ministério das
diretoria.
Relações Exteriores, Rio, 1948.
7.9.13. F. M. “Novos rumos em Vila 7.11. Notícias
Tereza”. Contos de Dirceu Quintanilha,
Rio, 1948. 7.11.1. No dia 4 de março completará 62
7.9.14.F. M. “Três facetas de la poesia anos de fundação do Instituto do Ceará;
uruguaya jovem”, de Revista Ibero- Fazendo parte dos festejos de Centenário
americana, 1944. de Rui Barbosa realiza-se no corrente mês
o Congresso de História da Baía; A casa
7.9.15. F. M. “O gênio do Cristianismo – Juvenal Galeno homenageia João Clímaco
Chateaubriand”, tradução de Camilo pelo recente lançamento de seu livro Não
Castelo Branco, introdução de Tristão de há estrelas no céu; Circulará no próximo
Ataíde, Editora Jackson, Rio, 1948. mês o livro de Contos de Eduardo Campos
7.9.16.I. S. “Judas, o obscuro”, de Viagem definitiva; Com o endereço errado,
Thomas Hardy, tradução de Otávio de Braga Montenegro recebe carta elogiosa
Faria. sobre o livro Não há estrelas no céu, de
João Clímaco Bezerra; Estréia no mês de
7.9.17.I. S. “Felizmente para sempre”, de abril Moreira Campos com seu livro Vidas
Aldous Huxley, tradução de Marina marginais; Em comemoração à passagem
Guaspari, Editora Vecchi, Rio, 1948. do centenário de Joaquim Nabuco, a
Prefeitura de Recife abriu concurso de
7.10. Noticiário ensaios sobre o pernambucano,
informações na Diretoria de
7.10.1. A. E. B. “Diretrizes do Ensino”. Documentação e Cultura, Av. Guararapes,
Anuncia e faz comentário sobre o livro 113, Pernambuco.
Diretrizes do ensino, de Stênio Lopes.
7.10.2. MARTINS, Fran. “Os Clubes de 7.12. Fotografia
Livros e as tarifas”. Nota sobre as diversas
modalidades de seleção dos livros e seu 7.12.1. Fotografia evocativa (1894 quando
elevado custo. esteve em Fortaleza o poeta Raimundo
Correia). Vemos ainda Papi Junior,
7.10.3. F. M. “Círculo literário”, seleciona
Henrique Castriciano e Rodrigues de
os livros Teodoro Bianca, de Renato
Carvalho.
Castelo Branco; Angústia, de Graciliano
Ramos (4a. ed.), Livraria José Olympio;
7.13. Publicidade
Machado de Assis, estudo crítico e
biográfico, de Lúcia Miguel Pereira (4a.
7.13.1. Instituto Rui Barbosa e Águia;
ed.), Gráfica Editora Brasileira, 1949.
Jorge Steiner e Cia. Ltda.; Ceará Chic;
7.10.4.F. M. Livros selecionados pelo Carneiro e Gentil; Casa Ponte;
Clube do Livro: Triste fim de Policarpo Constellation; A Cosmopolita; Companhia
Ceará de Seguros Gerais; Farinha de Trigo; 8.1.6. ADERALDO, Mozart Soriano.
Standart; Rei do Nordeste; Coração de “Literatura Popular”. Ensaio. Sobre
Ouro; Gold Medal; Irmãos Cavalcante e Literatura infantil e popular.
Cia.; Tellus do Brasil Relógios S.A.; J.
Torquato e Cia. Limitada; Omnia; Banco 9.1. Prosa
Popular de Fortaleza; Rádios RCA Victor;
Cimaipinto; Livraria Alaor; Café Cearense 9.1.1. REDAÇÃO. “Nabuco”. Ressalta o
e Café Peri; Farmácia Belém; Sorveteria centenário do nascimento de Joaquim
Expressa; J. A. Siqueira; Tiago Q. Ferreira Nabuco por ocasião do Governo de
da Silva – Agente distribuidor para o Barbosa Lima Sobrinho no Recife.
Ceará; Calçadeira Cearense; Casa das 9.1.2. SERAINE, Florival. “Subsídios
Máquinas; Café Glória; Ceará Comercial para uma antroponímia cearense”. Ensaio.
S.A. Exportadores; Boris Frères e Cia. Estudos sobre a antroponímia cearense
Ltda.; O. S. Xavier; Alfredo Fernandes e desde a colonização.
Cia.; Sousa Fernandes e Cia.; Ypioca
distribuída pelo fabricante Paulo Campos 9.1.3. BANHOS, Afonso. “Fundamentos
Teles; J. Macedo e Cia.; Ceará Rádio lógicos do conhecimento”. Análise
Clube; Fábrica Imperial e M. Dias Branco filosófico-científica sobre o conhecimento.
e Irmão. 9.1.4. BENEVIDES, Artur Eduardo.
“Seleções de poesias”. Trechos de obras
poéticas de vários autores.

9.2. Poesia

9.2.1.Poemas de Otacílio Colares, Jorge


CLÃ. Fortaleza, ano II, nº 8-9, abr. Medauar (do Rio), Carlos Eduardo (da
1949. Bahia) e Marcos Romero (do Rio).
Temática variada. Versos livres.

8.1. Prosa 9.3. Crítica

8.1.1. REDAÇÃO. “Centenário de Rui”. 9.3.1. BEZERRA, João Clímaco.


Ressalta as qualidades de Rui Barbosa e as “Prosadores poetas e apoetas”. Análise dos
comemorações pelo seu centenário de livros Janelas entreabertas, de Lúcia
nascimento. Martins; Latifúndio devorante, de Aluízio
8.1.2. BASTOS, Jairo Martins. “Conto”. Alves; Poesias, de Cruz Filho; Apoemas,
Narra o episódio em que a polícia faz cerco de Mozart Soriano Aderaldo e José Stênio
aos cangaceiros Zé Leão, Oncinha e Lopes.
Onofre. 9.3.2. MONTENEGRO, Braga. Crítica ao
8.1.3. QUEIROZ, Maria Luiza. texto “Esboço de História da Literatura
“Fazenda”. Crônica. O texto exorta certa brasileira”, publicado pela revista Clã, de
localidade do interior do estado. autoria de Mozart Soriano Aderaldo.
8.1.4. MELO, Veríssimo de. “Acalantos”. 9.3.3. MEDEIROS, Aluízio. “Os dias
Ensaio sobre as cantigas de ninar e suas iguais”. Análise crítica de Os dias iguais,
origens. de José Escobar Faria. (Editora Brasiliense
Ltda, São Paulo, 1948).
8.1.5.MARTINS, Fran. Júlio. Trecho de
romance. 9.3.4. MARTINS, Fran. “Sorte”. Crítica
ao livro Sorte, de Fernanda de Castro.
(Romance, Edição da Revista Ocidente, Arte Latino-americana”; “Made in
Lisboa, 1949). America – The Art in Modern
Civilization”, de John Kouwenhoven;
9.4. Resenha Every Man’s United Nation e The Thuman
Progran, do Departamento de Informações
9.4.1. F. M. “A estrela sobe”, de Marques Públicas da ONU.
Rabelo. Romance, Emp. Gráfica “O
Cruzeiro”, Dist. do “Círculo Literário”,
9.5. Cinema
1949.
9.4.2. F. M. “A Encíclica Rerum 9.5.1.BARROSO, Antônio Girão.
Novarum e a condição operária”, de Nilo “Cinema no Ceará”. Sobre a Sociedade
Pereira. Conferência, Ed. da Folha da Cearense de Fotografia e Cinema e o
Manhã, Recife, 1949. movimento cinematográfico no Ceará.
9.4.3. F. M. “Os ciganos em Minas
Gerais”, de João Dornas Filho. Movimento
9.6. Rádio e Teatro
Editorial Panorama, Belo Horizonte, 1949.
9.4.4. F. M. “Dragão do Mar – o 9.6.1. COLARES, Otacílio. “O teatro”, de
jangadeiro da abolição”, de Edmar Morel. Henriette Morineau. Comenta a temporada
Ed. do autor, Rio, 1949. de teatro realizada em Fortaleza pelo grupo
9.4.5. F. M. “Modernismo Brasileiro”, de Os artistas unidos dirigido por Madame
Antônio França. Ensaio, Ed. Região, Henriette Morineau.
Recife, 1949.
9.7. Música
9.4.6. L. M. “Refúgio Tranqüilo”.
Romance, trad. Isa Silveira Leal – Ipê 9.7.1. M. S. A. “Principais poetas do
Distribuidora do “Livro do mês”. Piano”. Faz a síntese da Conferência sobre
9.4.7. F. M. “The Hudson Review”, Vol Romantismo Musical de Parsifal Barroso.
1, nº 4, Inverno 1949, New York.
9.8. Artes Plásticas
9.4.8. F. M. Livros portugueses.
Publicação de livros pela Revista Ocidente 9.8.1. CAMPOS, Eduardo. “Esquema da
e Revista de Portugal. Pintura no Ceará”. Comenta o trabalho de
9.4.9. F. M. “José no Egito”, de Thomas Barbosa Leite Esquema da Pintura no
Man, Ed. Globo; “O lírio do vale”, de Ceará publicado pela Editora Fortaleza,
Honoré de Balsac, Gráfica Editora sob o patrocínio da Revista Clã.
Brasileira, Dist. pelo “Livro do mês”.
9.9. Noticiário
9.4.10. F. M. Revista de Portugal, nºs. 73,
74 e 75 de março, abril e maio.
9.9.1. F. M. Revistas Americanas. Revista
9.4.11.F. M. “Campos Pereira, um Holiday; Musical América; Theatre Art. O
romancista contemporâneo”, de Amorim Instituto Brasil Estados Unidos recebe 97
de Carvalho. Liv. Civilização, Porto. periódicos mensalmente sobre assuntos do
9.4.12. F. M. Livros americanos. “The interesse geral e especializado.
Golden Land”, de Harriet de Onis; “An 10.1.5 9.9.2. LEITE, Barbosa. “Estréia e
Introduction to Color”, de Ralph M. Evans; adeus”. Barbosa Leite agradece a
“Painting and Sculpture in the Museum of oportunidade de ter publicado trabalhos
Modern Art”, de Alfred Band Jr.; “John seus na revista Clã e se despede, na
Marin”, de Mackinley Helm; “Renaissence oportunidade em que vai para o Rio “em
in Haiti”, de Selden Redman; “Guia de busca do ouro”.
9.9.3. Biblioteca Municipal de Fortaleza. Frerès e Cia. Ltda.; História do Ceará – do
É lamentável o fato de a cidade completar Instituto do Ceará; Sociedade Domingos
duzentos e sessenta e três anos e não dispor Gomes Ltda.; A Cosmopolita; Montenegro
de uma Biblioteca Pública. e Cia.

9.10. Notícias

9.10.1. Clã 8 e 9. Aqui aparecem juntos os


nºs. 8 e 9 de Clã por motivos superiores.
9.10.2. M. Charles Pomerat. Encontra-se
em Fortaleza M. Charles Pomerat, CLÃ. Fortaleza, ano III, nº 10, jul.
professor dos cursos da Alliance Française. 1950.

9.10.3. Festival da Moderna Poesia 10.1. Prosa


Francesa. A Revista Clã realizou um
festival da Moderna Poesia Francesa. 10.1.1. REDAÇÃO. “Clube Iracema”.
Nota sobre a inauguração da nova sede do
9.10.4. Nova Diretoria da A.B.D.E. Clube Iracema.
Realizou-se as eleições da Associação
Brasileira de Escritores. 10.1.2 REDAÇÃO. O reaparecimento de
Clã, depois de um ano fora de circulação.
9.10.5. Homenagem à Mozart Soriano
Aderaldo, pela casa de Juvenal Galeno, 10.1.3 CAMPOS, Eduardo. “A notícia”.
pelo lançamento do seu Esboço de História Conto. Narra a história de Rodrigues, um
da Literatura Brasileira. nordestino que partira para São Paulo e
que vencera na vida.

9.11. Ilustrações 10.1.4MARTINS, Fran. “Navio”. (trecho


de Romance).
9.11.1. Ilustrações do V Salão de Abril 10.1.5 POMERAT, Charles. A Moderna
com as respectivas premiações: “Cabeça Poesia Francesa. Ensaios. Introdução.
de Pescador”, de Barbosa Leite, prêmio
BARROSO, Antônio Girão. “Aragon”.
Grande Medalha de Ouro; “Serra de
Texto sobre o poeta Louis Aragon.
Maranguape”, de Jonas de Mesquita,
prêmio Pequena Medalha de Ouro; 10.1.6 BENEVIDES, Artur Eduardo.
“Botequim” de Francisco Lopes, prêmio Patrice de la Tour do Pin. Ensaio. Texto
Medalha de Prata; “Engraxate”, de Afonso sobre alguns poemas do poeta francês.
Lopes, prêmio Medalha de Bronze; 10.1.7 BARROS, Jairo Martins. Pierre
“Marinha”, de Flávio Febo, prêmio Emmanuel. Texto sobre algumas poesias
Menção Honrosa; “Paisagem”, de J. do poeta francês.
Figueiredo, prêmio Menção Honrosa;
“Paisagem”, de J. Eduardo Pamplona, 10.1.8 MEDEIROS, Aluízio. Paul Eluard.
prêmio Menção Honrosa. Texto que analisa poesias do poeta francês.
10.1.9 MARTINS, Fran. “Ofertório”.
9.12. Publicidade Encerramento do Festival da Moderna
Poesia Francesa.
9.12.1. Companhia Ceará de Seguros
Gerais; Casa Costa Lima Myrtil Ltda., 10.1.10 DAVI, Carlos. Caderno de notas.
Andrade e Silva; Sal do Ceará, B. Análise de parte de obra de Fran Martins.
Gonçalves Cia. Ltda., Cidao S/A; J. Nunes 10.1.11 ALVES, Joaquim. “A propósito
e Cia.; Agências Queiroz Lima Ltda.; Casa de movimentos literários”. Ensaio. Analisa
Pontes Façanha; Clube de Divulgação do
Livro; Carlos Rodrigues e Maia; Boris
o momento histórico vivenciado pelos 10.4.4. F. M. “Casa das três meninas”, de
movimentos literários. Mário Matos. Contos, Movimento
Editorial Panorama, Belo Horizonte, 1949.
10.1.11 GONÇALVES, Newton. “A
propósito da medicina dos brasis”. Estudo 10.4.5. F. M. “Albertina”, de Paulo Alves.
sobre doença, magia e transferência de Contos, ed. do autor, 1949.
poderes sobrenaturais. 10.4.6.F. M. “Fonte invisível”, de
Augusto Frederico. Schmidt, Liv. José
10.2. Poesia Olympio, Rio, 1949.
10.4.7.F. M. “O deserto e os números”,
10.2.1.BARROSO, Antônio Girão. de Edson Régis. Poesia, Orfeu, 1949.
“Novos Poemas”. Poemas de versos livres,
de métrica regular; Temática lírico- 10.4.8. F. M. “Praia oculta”, de Domingos
amorosa. Carvalho da Silva. Poemas, Editora
Brasiliense Ltda., São Paulo, 1949.
10.2.2. Poemas de Eliardo Farias, Amélia
Martins, Célio Benevides de Carvalho, 10.4.9. F. M. “Renan e Nabuco”, de Nilo
Jairo de Martins Bastos (São Paulo), Jorge Pereira. Conferência, Edição da Prefeitura
Ramos (Lisboa). Versos livres. Temática de Natal, 1951.
variada. 10.4.10. F. M. “Tuberculose e Literatura”,
de Tulo Hostílio Montenegro. Notas de
10.3. Crítica Pesquisa, Rio de Janeiro, 1949.
10.3.1. MARQUES, Oswaldino. “Canto 10.4.11. F.
M. “O Anjo”, de Eduardo
Grosso e a emergência de um novo Campos. Edição da Revista Clã, Fortaleza,
realismo”. Analisa o livro Canto Grosso e 1950.
outros poemas, de Emílio Canera Guerra. 10.4.12. MARTINS, Lúcia. “Fatos e feitos”,
10.3.2. MONTENEGRO, Braga. de Humberto de Campos. Crônicas, Ed. do
“Caminhos do romance”. Análise do livro livro do mês, 1949.
O cruzeiro tem cinco estrelas, de Fran 10.4.13. MARTINS, Lúcia. “O julgamento
Martins. na horta”, de Terezinha Eboli. Edição
10.3.3. MARTINS, Fran. “Precisamos de SAPs, ilustrações de Yedda Navarro, 1949.
crítica”. Tece comentários sobre Aderbal 10.4.14. MARTINS, Lúcia. “O coração da
Jurema e analisa o seu livro de ensaios matéria”. Romance, de Graham Greene,
intitulado Provincianos. trad. de Oscar Mendes, O livro do mês,
10.3.4. SÉRGIO, Ivan. ‘Kaputt’. Comenta 1949.
o livro Kaputt de Curzio Malaparte. 10.4.15. MARTINS, Lúcia. “Shirley”, de
Charlotte Bronte, trad. Fábio Valente,
10.4. Resenha Edição do Livro do Mês, 1949.

10.4.1. F. M. “Chama do mar”, de James 10.5. Ilustrações


Amado. Romance, Liv. Martins, São
Paulo, 1949.
10.5.1. WEYNE, Goebel. “Xilogravura”.
10.4.2. F. M. “Quarteirão da fome”, de
Raimundo Nonato. Romance, Irmãos 10.5.2.BARRETO, Zenan. “Angústia”,
Pogetti, Rio, 1949. Xilogravura.
10.4.3. F. M. “Nossa Máxima Culpa”, de 10.5.3. ESMERALDO, Sérvulo.
Miécio Tati. Romance, Irmãos Pogetti, “Xilogravura”.
Rio, 1949.
10.6. Notícias Cearense e Café Peri; Raimundo Girão,
Três Gerações – Papi Júnior, Leonardo
10.6.1.Nova orientação. A partir deste Mota, Fran Martins; Edição da Revista
número, Clã circulará trimestralmente. Clã; Farmácia Belém; Boris Frères e Cia.
Ltda.; J. Torquato e Cia. Ltda.; Companhia
10.6.2.Cinema. No terreno do cinema
Quixadá Comercial e Importadora.
nada se fez, até agora, de positivo no
Ceará.
10.6.3. Rádio e Teatro. No rádio o maior
sucesso foi a Caravana da Vitória do
candidato da UDN. O teatro universitário
apresentou O Demônio e a Rosa, peça de
Eduardo Campos.
10.6.4. Música. A Sociedade Pró-Arte CLÃ. Fortaleza, ano IV, nº 11, dez.
continua a apresentar concertos e 1951.
conferências. João Sebastião Bach teve
palestra proferida por Artur Eduardo 11.1. Prosa
Benevides.
11.1.1.REDAÇÃO. O número 11.
10.6.5. Artes Plásticas. Floriano Teixeira Explica a paralisação da Revista por um
foi o primeiro lugar no Salão de Abril; ano.
Barrica fez exposição individual; Barbosa
Leite, no Rio, faz ilustrações para revistas 11.1.2. BEZERRA, João Clímaco. “Suave
e dá curso de desenho na Associação é a noite”. Novela. Diário do protagonista,
Brasileira de Desenho; fizeram exposição: narrando seus dias de enfermidade e a
J. Fernandes, Kampos, Telesforo, Rosa incessante procura por Margarida.
Waquim. 11.1.3. BENEVIDES, Artur Eduardo.
“Um poeta brasileiro”. Ensaio. Ensaio a
10.6.6. Várias. Mozart Soriano Aderaldo respeito da obra poética de Augusto
foi eleito para a cadeira no. 25 do Instituto Frederico Schmidt.
do Ceará; O Instituto do Ceará está
editando um Boletim bimestral e vai lançar 11.1.4. MARTINS, Lúcia. “Ano Santo”.
a monografia História Militar do Ceará, de Conto. Narra a idéia e toda a preparação de
Eusébio de Sousa; Braga Montenegro uma viagem de peregrinação à Europa, por
realizou conferência sobre o conto ocasião do Ano Santo.
cearense na casa Juvenal Galeno; a 11.1.5. CAMPOS, Moreira. “Tem dono”.
Associação Cultural Franco Brasileira Conto. Conto que narra o roubo de uma
realizou exposição do livro francês, sob a carteira com dinheiro e a devolução desse
direção de Charles Pomerat da Alliance dinheiro ao dono pelo próprio ladrão.
Française no Ceará; fundado em Fortaleza
o Círculo de Estudos Franceses; Joaquim 11.2. Poesia
Alves trabalha no livro História das secas
e está coligindo o segundo volume de 11.2.1. MARTINS, Fran. “5 Poemas de
Autores cearenses. Jáder de Carvalho”. Poemas de temática
brasileira, textos poéticos em versos livres.
10.7. Publicidade 11.2.2. Poemas de Jairo Martins Bastos e
de Mozart Soriano Aderaldo. Textos
10.7.1.História da Literatura Cearense, de poéticos em versos livres.
Dolor Barreira, Editora do Instituto do
Ceará; Cooperativa de Crédito do Ceará; 11.3. Crítica
Companhia Ceará de Seguros Gerais;
Banco Popular de Fortaleza S.A.; Café
11.3.1.MONTENEGRO, Braga. “A valsa 11.7.4. Stênio Lopes. Regressou de Paris e
e a fonte”. Comentários críticos sobre o passará a encarregar-se da secção de crítica
livro de poemas de Artur Eduardo de livros estrangeiros.
Benevides. 11.7.5. História da Literatura Cearense.
11.3.2. BEZERRA, João Clímaco. “Um Encontra-se a venda o segundo tomo, que
ano de vida literária”. Comentário sobre as faz parte da série monografias do Instituto
publicações das Edições Clã. do Ceará.
11.3.3. MARTINS, Fran. “Imagem 11.7.6.Medicina Popular. Livro de
espiritual da Europa”. Tece comentários Eduardo Campos, contendo sério estudo da
sobre o livro Europa de hoje, de Tristão de medicina popular no Ceará.
Ataíde. 11.7.7. IV Congresso Brasileiro de
11.3.4. LOPES, José Stênio. “Um Escritores. Realizou-se em Porto Alegre.
romancista do irreal”. Moíra, de Julien
11.7.8. Janelas entreabertas. Deverá ser
Green, Plon, Paris, 1950. publicado no próximo ano o livro de Lúcia
Martins.
11.4. Artes plásticas
11.7.9. Ao salão baiano. O Ceará foi
11.4.1. ARATTA, Mário. “Antônio representado por Bandeira e Hermógenes
Bandeira e a pintura”. Texto sobre a obra Silva.
do pintor Antônio Bandeira. 11.7.10. Exposição de Siqueira e Floriano.
Realizar-se-á no Instituto Brasil Estados
11.5. Ilustração Unidos a exposição de pintura e desenho
de João Siqueira e de Floriano.
11.5.1. Desenho, de Antônio Bandeira.
11.6. Resenha 11.7.11. Incentivo à cultura. Projeto de Lei
prevê prêmio para obras de escritores
11.6.1. F. M. “História da cidade morta”. cearenses.
Contos de José Condé, Ed. do Jornal de 11.7.12. Aldemir e a Bienal. Na Exposição
Letras, Rio, 1951. Bienal de São Paulo o artista cearense
M. L. “O outro caminho”.
11.6.2. Aldemir Martins conquistou o prêmio de
Romance de João Mohance, Pongetti, Rio, desenho.
1951. 11.7.13. Érico Veríssimo. Esteve no Ceará e
11.6.3.F. M. “Contos da Baía”. Ed. proferiu palestra o romancista Érico
Cadernos da Baía, Salvador, 1951. Veríssimo.
11.7.14. Atividades literárias. Previstos para
11.7. Notícias o próximo ano muitos lançamentos de
escritores cearenses.
11.7.1.Clã. Vencidos os obstáculos que
11.7.15. Cinema. A Sociedade Cearense de
impediam a circulação regular da Revista
Clã. Fotografia e Cinema e o Clube de Cinema
do Ceará continuam em plena atividade.
11.7.2. Bandeira chegou. Chega a
Fortaleza o pintor Antônio Bandeira, 11.8. Publicidade
depois de expor em Paris, Rio e São Paulo.
11.7.3.Sol posto. Romance de João 11.8.1. Banco Popular de Fortaleza S.A.;
Clímaco Bezerra, editado pela Livraria Boris Frerès e Cia. Ltda.; Dr. Cláudio
José Olympio, que circulará no próximo Martins, Tabelião do 2o. Ofício;
ano. Companhia Ceará de Seguros Gerais;
Banco de Crédito Comercial S.A.; Café
Peri; Loteria Estadual do Ceará; Livraria 12.3.2. MARTINS, Fran. “Provinciano”.
Alaor; Medicina Popular, de Eduardo Faz críticas das edições provincianas em
Campos; História da Literatura Cearense, relação às da capital.
II tomo. 12.3.3. LOPES, José Stênio. “Marcel
Proust em português”. Análise das edições
de tradução no Brasil pela Livraria Globo.

12.4. Artes Plásticas

12.4.1. Cadernos de Artes Plásticas.


CLÃ. Fortaleza, ano V, nº 12, fev. Ilustrações de Aldemir Martins:
1952. Cangaceiros, 1o. Prêmio da Bienal de São
Paulo; Cangaceiro; Limpando as armas;
12.1. Prosa Noite; Revolta (Xilogravura).
12.1.1. REDAÇÃO. “Quatro anos”. 12.5. Resenha
Edição comemorativa aos quatro anos de
publicação da Revista Clã. J. S. L. “Lições do abismo”.
12.5.1.
1.12.1.2. MONTENEGRO, Braga. Romance de Gustavo Corção, Ed. Agir,
Evolução e natureza do conto cearense. 1951.
Ensaio. 12.5.2. J. S. L. “O vale das borboletas
12.1.3. LOPES, Stênio. “A chuva”. Conto. azuis”, de Jim Kiang. Poemas.
Narra a história de um funcionário-escritor 12.5.3.F. M. “A linha imaginária”, de
e seu relacionamento amoroso. Ruy Guilherme Barata. Poemas, Ed. Norte,
12.1.4. QUEIROZ, Maria Luiza de. “Mais Belém, 1951.
uma estrela no mapa”. Crônica que gira em 12.5.4.F. M. “Velhice e outros contos”,
torno dos acontecimentos de um bairro. de Salim Miguel. Ed. Sul, Florianópolis,
12.1.5. CAMPOS, Eduardo. “O jogador 1951.
de damas”. Conto. Narra a vida do casal 12.5.5.L. G. “O terceiro homem”, de
Rodolfo e Hilda e a dificuldade da relação Grahan Greene, Ed. Globo, 1951.
do casal, ocasionada pelo jogo.
12.5.6.L. G. “My Cousin Rachel”, de
12.2. Poesia Daphne du Maurier. Doubleday, 1952.
12.5.7.L. G. “Requier For a Nun”, de
12.2.1. BENEVIDES, Alberto. Poemas. William Faulkner. Rondom House, 1951.
Poemas de temática intimista; versos
livres. 12.6. Notícias
12.2.2. Poemas de Wilson Rocha,
Bandeira Tribuzi, Carlos D’Alge, Lycio. 12.6.1. Duas novelas. João Clímaco
Poemas de temáticas variadas; versos Bezerra e Stênio Lopes editam em
livres. colaboração Longa é a noite e Chuva,
novelas dos respectivos autores.
12.3. Crítica 12.6.2.Um novo poeta. Estréia neste
número o poeta Alberto Benevides.
12.3.1. BEZERRA, João Clímaco. O
romancista Oliveira Paiva. Comentários 12.6.3. Por falar em poetas. Aluízio
sobre o romance Dona Guidinha do Poço. Medeiros apresenta dois livros para serem
editados esse ano.
12.6.4. Teatro Escola do Ceará. Com a
presença de Pascoal de Carlos Magno foi 13.1.1. REDAÇÃO. Nota sobre o
fundado o T.E.C., tendo como presidente – falecimento de Joaquim Alves, um dos
Fran Martins, secretária – Elsa Rodrigues e redatores da Revista Clã.
tesoureiro – Luciano Magalhães. MARTINS,
13.1.2. Fran. “O
12.6.5. A lâmpada e os apóstolos. Livro de companheiro”. Palavras ao amigo falecido.
Artur Eduardo Benevides que está no 13.1.3. CAMPOS, Eduardo. “Juazeiro,
prelo; Artur Eduardo foi designado cidade mística”. Comentários a respeito do
professor da Faculdade de Filosofia do livro de Joaquim Alves, Juazeiro, cidade
Ceará. mística.
12.6.6. Salão de Abril. A Sociedade 13.1.4. BARROSO, Antônio Girão.
Cearense de Artes Plásticas – SCAP “Joaquim e os moços”. Palavras de
prepara a realização do próximo Salão de reconhecimento pela passagem do
Abril. A SCAP é dirigida por Hermógenes falecimento de Joaquim Alves.
Silva.
13.1.5. MONTENEGRO, Braga. Retrato
12.6.7. Um filme sobre Fortaleza. Antônio em crepe de Joaquim Alves”. Crônica onde
Girão Barroso dirigirá documentário sobre
traça o perfil de Joaquim Alves e comenta
a cidade de Fortaleza. os seus livros Juazeiro, cidade mística e
12.6.8. A.B.D.E. Deverá realizar-se em História das secas.
março próximo as eleições para a nova 13.1.6. BEZERRA, João Clímaco. “À
diretoria da Associação Brasileira de margem dos ‘Estudos de Pedagogia’
Escritores, secção do Ceará.
regional”. Comentários sobre a atuação de
12.6.9. Martins D’Alvarez. Esteve em Joaquim Alves na educação e seu trabalho
Fortaleza Martins D’Alvarez que é o de Estudos de Pedagogia Regional.
representante de Clã no Rio de Janeiro. 13.1.7. LOPES, J. Stênio. “Indicações
12.6.10. SebastiãoNorões. Esteve em para a leitura de Joaquim Alves”. Destaca
Fortaleza outro representante de Clã no os ensaios monográficos de Joaquim
Amazonas. Alves.
12.6.11. Medicina popular. A revista 13.1.8.MARTINS, Lúcia. “Lembremo-
portuguesa Ocidente publica nota sobre o nos de Joaquim Alves”. Texto onde se
livro Medicina popular, de Eduardo destacam os atributos pessoais de Joaquim
Campos. Alves.
12.6.12. Contos e novelas. Fran Martins 13.1.9. ADERALDO, Mozart Soriano.
anuncia em breve um outro livro – “Carta tarjada de preto”. Nota de pesar em
Ventania, e a publicação de Janelas homenagem a Joaquim Alves.
entreabertas, de sua esposa Lúcia Martins. 13.1.10. CAMPOS, Moreira. “Sincretismo
católico-fetichista”. O texto destaca as
qualidades do sincretismo católico-
fetichista presente em Juazeiro, cidade
mística e Nas fronteiras do Nordeste, de
Joaquim Alves.
13.1.11.SÁ, Sinval. “Fim da pena”. Conto.
CLÃ. Fortaleza, ano V, nº 13, dez. Narra as circunstâncias do crime praticado
1952. pelo protagonista, sua passagem pela
prisão e o dia em que teve sua liberdade.
13.1. Prosa
13.1.12. VIEIRA FILHO, Domingos. “O sobre o romance Sol posto, de João
negro na poesia brasileira”. Análise poética Clímaco Bezerra.
brasileira de inspiração negra. 10.1.12 13.3.2. BEZERRA, João Clímaco.
13.1. 13.
BONAVIDES, Paulo. “Nabuco”. O “Soriano Albuquerque, um pioneiro da
texto faz referência aos estudos brasileiros Sociologia brasileira”. Comenta o livro de
nos Estados Unidos, e especialmente Abelardo F. Montenegro sobre Soriano
comenta a tradução inglesa do livro de Albuquerque.
Carolina Nabuco sobre a vida de seu pai 13.3.3.MARTINS, Fran. “Vida amarga”.
Joaquim Nabuco. Faz comentários sobre o livro de Francisco
13.1.14. Apresentação dos novíssimos do de Assis Barbosa, intitulado A vida de
Ceará. Lima Barreto.
13.1.15.GONÇALVES, Manuel. “Carlos 13.3.4. J. S. L. “Um romance surrealista”.
Drummond de Andrade e o sentido de sua Tece comentários críticos sobre o livro Le
poesia”. Ensaio que faz considerações Rivage dês Syrtes, de Julien Graeg, o qual
sobre a obra de Carlos Drummond de recebera o prêmio “Goncourt” de 1951.
Andrade.
13.3.5. M. S. A. “História da Literatura
13.1.16.
“Termo de ratificação”. Nota em Cearense”. Tece comentários sobre o livro
que a revista Clã ratifica a apresentação de Dolor Barreira e a subdivisão do 2o.
dos novíssimos do Ceará. volume em três partes: a primeira sobre a
13.1.17.CHRISTIAN, L. “O estranho fim de primeira década do século; a segunda, de
1910, à eclosão do modernismo entre nós,
Kate Murray”. Conto. Narra a história da
através do Maracajá e Ceará ilustrado até
cantora Kate e o acontecido com suas
nossos dias.
cinzas quando são entregues a sua irmã no
Brasil.
13.4. Notícias
13.2. Poesia
13.4.1.O número 13. Os acontecimentos
13.2.1. Poemas de Jesus Xavier de Brito, que marcaram este número da revista,
Luís Glauco Torres, Célio Garcia, Carlos dentre eles o falecimento de Joaquim
D’Alge, Luís Edgard de Andrade, Orlando Alves.
Lemos, Tarcísio Sisnando, Airton Xavier, 13.4.2. Concursos. A prefeitura promoveu
Manuel Lopes, Evaristo Linhares, José concurso literário e premiou os seguintes:
Carlos Rocha, Josberto Romeno. Poemas João Clímaco Bezerra, com o romance Sol
de temáticas variadas; predominância de posto; José Stênio Lopes, com a novela
versos livres. Chuva; Artur Eduardo Benevides, com os
ensaios A lâmpada e Os apóstolos; e
13.2.2. PESSOA, Virgínia. “10 Poemas”.
Hermes Carleial com o livro de poemas
Poemas de conotações líricas; versos
Rapsódia cearense.
livres.
13.4.3. Teatro Escola. Realizou primeira
13.2.3.BENEVIDES, Artur Eduardo.
temporada com as peças: A importância de
“Pranto para o amigo morto”. Poema em
ser severo, de Oscar Wilde; A moreninha,
homenagem a Joaquim Alves.
de Macedo; e Os deserdados, de Eduardo
Campos.
13.3. Crítica
13.4.4. Pró-Arte. A sociedade Pró-Arte
13.3.1.BENEVIDES, Artur Eduardo. está programando uma série de realizações
“Notas sobre um romance”. Considerações que movimentarão o mundo artístico
cearense.
13.4.5. Pintura. Das atividades 14.2. Poesia
particulares se destacam os pintores
Floriano, Zenon e Siqueira. Floriano 14.2.1.MEDEIROS, Aluízio. “Lírica”.
ganhou prêmio no Maranhão, continua Texto poético de temática lírico-
pintando murais; Zenon continua expondo sentimental; versos livres.
em Fortaleza e no Rio, onde se apresentou
14.3. Crítica
no 1o. Salão de Arte Moderna; Siqueira
prepara telas, que esperamos sejam
14.3.1. BEZERRA, João Clímaco. “Balanço
apresentadas numa individual. de 1953”. Faz análise da produção de
13.4.6. Cinema. A Sociedade Cearense de livros no Brasil e no Ceará do ano de 1953.
Fotografia e Cinema enviou Darci Costa e 14.3.2. MARTINS, Fran. Considerações
Otacílio Colares ao Congresso de Cinema sobre “Lampião”. Apreciação sobre a
realizado no Rio de Janeiro, mas não estréia de Raquel de Queiroz no gênero
sabemos qual a repercussão daquele teatral com Lampião.
certame.
14.3.3.CAVALCANTE, Hermenegildo de
13.5. Publicidade Sá. “Considerações sobre o poder e a
glória”. Tece considerações sobre o livro O
13.5.1. Livraria Alaor; Loteria Estadual do Poder e a Glória, de Graham Greene.
Ceará; Farmácia Teodorico; Leite Barbosa
e Companhia; Boris Frerès e Cia. Ltda.; 14.4. Resenha
Companhia Ceará de Seguros Gerais; Café
Peri; Banco Popular de Fortaleza S.A.; 14.4.1. MARTINS, Fran. “The negro in
Medicina popular, de Eduardo Campos, São Paulo, Brasil”. Separata de The
das Edições de Revista Clã; História da Journal of Negro History, 1953.
Literatura Cearense, de Dolor Barreira,
Edição do Instituto do Ceará. 14.4.2. MARTINS, Fran. “Acto poético de
German Pardo Garcia”, Cadernos
Americanos, 1953.
14.4.3.
MARTINS, Fran. “A polêmica sobre
a Confederação dos Tamoios e Aspectos
do realismo-naturalismo no Brasil”.
Faculdade de Filosofia de São Paulo e
Revista de História.
CLÃ. Fortaleza, ano VI, nº 14, dez.
F. M. “Elegias”. Mauro Mota, Jornal
14.4.4.
1953.
de Letras, 1953.
F. M. “Poemas e Elegias”. José
14.4.5.
14.1. Prosa Escobar Faria, Livraria Martins Editora,
1953.
14.1.1. REDAÇÃO. Mais uma vez. Nota
F. M. “Ascensão”. Mário Linhares,
14.4.6.
explicativa sobre a paralisação e o retorno Pongetti, 1953.
da revista.
14.1.2. COLETÂNEA. “9 Contos”, de 14.4.7.
F. M. “Variações sobre o conto”. Os
Moreira Campos, Lúcia Fernandes Cadernos de Cultura, 1952.
Martins, Artur Eduardo Benevides, F. M. “Alexandre de Gusmão e o
14.4.8.
Eduardo Campos, Sinval de Sá, Braga Tratado de 1750”. Os Cadernos de Cultura.
Montenegro, José Stênio Lopes, João
Clímaco Bezerra e Fran Martins. 14.4.9.F. M. “Cavalo de Pau”. M.
Rodrigues de Melo, Pongetti, 1953.
F. M. “O Pátio”. Contos, Revista
14.4.10.
Branca, 1953.
F. M. “O açude e sonetos da
14.4.11.
descoberta”. Santelmo, 1953.
14.4.12.F. M. “Alguma gente”. Salim
Miguel. Contos, Ed. Sul, 1953. CLÃ. Fortaleza, ano VII, nº 15, Fev.
14.4.13.F. M. “O Soldado de Ronda”. 1957.
Aluízio Furtado de Mendonça,
Departamento de Imprensa, Natal, 1953.
15.1. Prosa
14.4.14. Ilustração
14.5.1. Desenho de Zenon Barreto. REDAÇÃO. Nova Nota de retorno
15..1..1
de circulação da revista da Instalação da
14.6. Teatro Universidade do Ceará.
14.6.1. CAMPOS, Eduardo. “Decoração 15.1.2 Montenegro, Braga. No tumulto
teatral”. Comenta a manifestação “décor” dos Cárceres Verdes. Novela.
no teatro como necessidade à composição 15.1.3Seraine, Florival. Relativismo e
da cena. programátismo na linguagem oral. Ensaio.
15.1.4 Rodrigues. Tavares Urbano Jornada
14.7. Notícias sem regresso. Novela.

14.7.1. Centenário de Capistrano de Abreu. 15.2. Poesia


Realizaram-se em outubro último festejos
em comemoração ao centenário de 15.2.1. Girão Eduardo. Prece à chuva.
nascimento de Capistrano de Abreu: Texto poético. Versos Livres
inauguração de um busto do historiador em
frente à Assembléia do Estado; 15.2.2. Fernandes. Yáco. Cantigas de
monumento alusivo à data em Coliminjuba Amor e de Amigo. Poemas líricos e de
em Maranguape; homenagem do Instituto tonalidade de telúrica. Versos de métrica
do Ceará; Sessão realizada no Teatro José regular.
de Alencar, homenagem do governo em
colaboração com o Instituto do Ceará e a 15.3. Crítica
Academia Cearense de Letras; Concurso
promovido pela Prefeitura premia Pedro 15.3.1. Bezerra, João Climaco. Estudos
Gomes de Matos com o livro Capistrano sobre o Ceará. Analisa a situação da
de Abreu. educação no estudo, em seus aspectos
materiais e financeiros.
14.7.2. Prefeitura promove concurso
literário. Foram vencedores: Romance 15.3.2. Campos, Moreira Vila dos Confins.
(prêmio José de Alencar) Lúcia Martins Crítica ao livro Vila dos Confins de Mário
com Destinos Cruzados; Conto (prêmio Palmeiras.
Rodolfo Teófilo) Fran Martins com amigo 15.3.3. Lopes, J. Stênio. “Bonjour
de Infância; Ensaio (prêmio Farias Brito) Tristesse”. Crítica ao livro Bonjour
Artur Eduardo Benevides com Seis ensaios Tristesse de Françoise Sagan.
da Província; Poesias (prêmio José
Albano) Manuel Lopes com Voz no
15.4. Teatro
Silêncio.
15.4.1. Campos, Eduardo. As Fontes do
Desespero. Teatro.
15.5. Artes Plásticas
15.5.1. Teixeira, Floriano. Ilustração.
15.5.2. Figueiredo, J. Ilustração.

15.6. Notícias

15.6.1. Universidade do Ceará. Atividades


desenvolvidas e programação da
Universidade do Ceará.
FICHA DE LOCALIZAÇÃO (Quadro de Referências técnica e
de conteúdo da Revista Clã)
ANO I REVISTA CLÃ 1 Fev/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Sobre aprovação de decreto do governo do estado
Redação S/ título
Fran Martins regularizando a liberação de verbas para prêmios literários
Teatro; Peça em três atos Drama entre o casal Elza e Rolando A capa faz destaque da peça teatral de
Secretário: O Demônio e a
Eduardo Campos com a morte de Elza Rolando começa a valorizar a esposa e Eduardo Campos “O Demônio e a
Aluizio Medeiros rosa
conclui que ela era a Rosa e ele o Demônio Rosa”
Conselho de
Redação:
Análise política do presidencialismo e a evolução dos A primeira e última folha são reservadas
Joaquim Alves Os partidos
Joaquim Alves partidos políticos do governo e a oposição. Revolução de à publicidade.
Stênio Lopes políticos
1930; Estado novo e Parlamentarismo
Antônio G. Barroso
O Editorial vem com o título Redação
Mozart S. Aderaldo
João C. Bezerra Otacílio Colares, Paulo
Poesia Poesia
Amando, Yáco Fernandes
O Assunto dos Texto de caráter ensaistico. Análise do Cristianismo, elite,
Mozart S. Aderaldo Exemplar contendo 82 páginas
nossos dias burguesia e comunismo
Durval Aires, Cláudio
Tuiuti, Eliardo Farias, Poesia Poesia Vento Sul, Vento Norte...
Homero Icaza-Sanchez Aqui são tratados assuntos de
O Carnaval do Texto sobre o Carnaval, musicas , tipos e personagens,
Gastão Justa
meu Tempo brincadeiras. forma suscita. É dada a
Duma
Apreciação critica do livro O morro dos Ventos Uivantes de preferência ao eventos literários.
Interpretação
Braga Monteiro Emily Bronte que teve duas traduções no Brasil, uma por
de Emily
Oscar Mendes e outra por Raquel de Queiroz. As duas últimas páginas são
Bronte
História Dados e informação sobre aspectos da evolução econômica
destinadas a publicidade,
Econômica do do Ceará, algodão, a indústria de “Carnes secas” do Aracati;
inclusive a capa e a contra capa.
Stênio Lopes Ceará de a Inspetoria da Secas; a RVC; a função do banco providencial
Raimundo do Ceará; primeiro estabelecimento de crédito no país depois
Girão do BB.
O livro Preço do exemplar
Comentário sobre os livros: Luz do Pântano de Bueno de
Fran Martins Brasileiro Dois Cr$ 6,00
Rivera e Gente da França de Alcântara Silveira.
livros
Por que Orson Análise do cinema de Hollywood e o papel de Orson Welles Assinatura anual
Antônio Girão Barroso
Welles? na reabilitação do cinema a partir de cidadão Kane. Cr$ 30,00
Charlie Chaplin (Carrefour Comentário de Chaplin sobre a recepção de seu filme
Não, eu não
– Paris – outubro de 1947 – Monsieur Verdoux, ao ser chamado de comunista e anti-
sou comunista
tradução de J. S. L. americano.
ANO 0 REVISTA CLÃ 0 Dez/1946

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor:
Com este número dar-se o caráter de amostra; e pelos
Antônio G. Explicação deste Exemplar contendo 40
REDAÇÃO compromissos já assumidos com os colaboradores e
Barroso número 0 páginas
anunciantes.
Secretário:
Não há estrelas no Céu Contém publicidades na
Aluizio João C. Bezerra Romance
(capítulo) contra capa da revista
Medeiros
Matos Pereira, Gastão Justa, Mozart
Conselho de S. Aderaldo, Xavier Vieira, Coletânea Poesia Preço do exemplar Cr$
Redação: Humberto Teles 8,00
João C. Convite a leitura dos Assinatura anual
Braga Montenegro Analise de obras de James Joyce
Bezerra contos de James Joyce Cr$ 32,00
Comentário sobre o livro de poesia “Os Hóspedes” de Otacílo
Antônio Santos Os Hospedes Colares, Aluísio Medeiros e Antônio Girão Barroso Artur
Eduardo Benevides.
Afonso Banhos Metafísica existencial Filosofia
Direção Política Análise a política na perspectiva Aristotélica
Stênio Lopes Para onde vamos? Analisa a situação política de 1946.
Antônio G. Barroso Linha Reta Cinema
Antônio G. Barroso Um episódio de greve Cinema
Nota do Editor O Professor Resenha do livro de Everardo Backeuser
Perspectiva para uma
Nota do Editor Resenha do livro de A. da Silva Melo
vida mais feliz
Nota do Editor A professora Hilda Resenha do livro de Lúcio Cardoso
Nota do Editor Dias de maio Resenha do livro de Adriano de Abreu
Nota do Editor Fome de pão Resenha do livro de Adolfo Porto
Nota do Editor Corações angustiados Resenha do livro de Alfredo Vigny
Nota do Editor Um amor que volta Resenha do livro Guido da Verona
Raquel de Queiroz, Otto Maria Opinião- alguns escritores emitem opiniões sobre o livro de
Uma chama ao vento
Carpeaux, Tristão de Ataide Braga Montenegro.
ANO I REVISTA CLÃ 1 Fev/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Homenagem póstuma a Leonardo Mota;
Primeiro Congresso Paulista de Poesia.
Esta revista; edições Clã; repercussão do
Sem nome do autor Congresso de Escritores Cearenses;
Sociólogo, Critico e romancistas; Eleições da
A. B. D. B.; Os poetas não dormem;
incentivando as letras, etc.
Boris Freires e CIA LTDA; Sul América;
Casa Pontes Façanha; Casa Zucacioly; CIA
Internacional de Capitalização; Trícofero de
Barry livraria Alaor; Farmácias
Humanitárias; Jornal José; Ginásio Farias
Publicidade Brito; Laboratório Gaspar Viana; Sousa
Fernandes e CIA; Cosmopolita Hotel Bijú;
Sitio São Luís; Ceará Comercial S/A; Rovel
Couros e Peles S/A; Wilson, Sons e CIA
LTDA; Jorge Steiner e CIA. LTDA; Den
Norske Syd Amerika Linje.
ANO I REVISTA CLÃ 2 Abr/1948

Ficha Técnica Autor da Matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Fran Aluizio Medeiros Os Objetos Poemas
Martins Joaquim Alves Capristano de Abreu Ensaio biográfico e apanhado historiográfico da obra Página inicial (5) contendo publicidades
de Capristano
Secretário: Aluizio
Medeiros Moreira Campos Naufrágos Conto Capa e contra capa finais reservadas à
Braga Montenegro Das negativas Texto ensaístico sobre Luigi Pirandello propaganda do
Conselho de Carlos David Um pulo às Minas Gerais Notas de viagem Clube do livro Clã
redação: Cooperativa Edições Clã LTDA.
Joaquim Alves Ensaio biográfico e apanhado historiográfico da obra
StênioLopes Lucy Teixeira de Capristano
Antônio G. Barroso Exemplar contendo 102 páginas
Mozar S. Aderaldo
João C. Bezerra Levy Rocha De Cajapio ao louvre Percurso artístico – profissional de Floriano
Teixeira.
Gastão Justa Reminiscências dos cadetes da Retrospectiva histórica da escola e os fatos Na coluna Vento Sul, Vento Norte são
Representantes: Escola Militar do Ceará. históricos da cidade no final do séc. XIX. tratados assuntos
Rio: Martins Artur E. Benevides Breve exposição das leis estades e a instituição de suscintos sobre literatura e
Prêmio literários
D’Alvarez prêmios literários estaduais artes em geral
Amazonas: Aldo No mundo dos livros:
Análise crítica dos livros crítica de Aluizio Medeiros
Morais Stênio Lopes I – O livro Cearense
e através da literatura Cearense de Florival Seraine.
Pará: Critica literária no Ceará
Haroldo Maranhão II- Resenhas criticas Resenhas criticas e breve apreciação critica: conto, Na última pagina estão listados os
Maranhão: Fran Martins Livros variados romances e jurídica: Fran Martins, Abelardo nomes dos colaboradores.
Bandeira Tribuzi Montenegro e Sólon Farias, respectivamente
Pernambuco: III- O livro brasileiro Texto ensaistico do livro Não era a Estrada de Preço do exemplar
Mauro Mota Fran Martins Não era a Entrada de Damasco de Novelli Júnior Cr$ 6,00
Bahia: Damasco Assinatura anual
Wilson Rocha Resenhas criticas e breve apreciações criticas: Cr$ 30,00
São Paulo: ensaio, romance, Coletânea Poética, Meta – poesia,
Domingos C. da João Clímaco, Anto. 2- Resenhas criticas Romance. Livros de Aderbal Jurena, Dalcídio
Silva Martins e E. C. Jurandir, Bezerra de Freitas, João Cabral de Melo
Neto e Novelli Júnior
Antônio Girão Cinema: Comentário sobre o filme A Carícia Fatal com base
Barroso Assunto e tratamento no livro de Steinbeck – Ratos e Homens
ANO I REVISTA CLÃ 2 Abr/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Radio e teatro:
Comentários sobre a falta de estímulos ao teatro e a
Eduardo Campos Desolação.
não utilização do T. J.
Noticiosos do rádio e teatro
Mozart Aderaldo Arte musical Comentário sobre a música e o gosto musical
Vento norte e vento sul:
Noticias curtas – Clã e Clã
eleições ABDE, IV Salão de
abril, Clube do livro Clã, para
o instituto do Ceará.
Centenário de Arraie Júnior,
Revista Contemporânea Célio
Santiago
ANO I REVISTA CLÃ 3 Jun/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Braga Araripe Júnior subsídio As cinco primeiras paginas contém
Ensaio critico da obra de Araripe Júnior
Fran Martins Montenegro para um estudo publicidade.
João Climaco
O Banho Conto
Secretário: Bezerra Exemplar contendo desenhos de
Aluizio Medeiros Artur E.
Benevides Barbosa Leite e de Antônio Bandeira
Conselho de Redação: Jairo Martins
Joaquim Alves Camilo de Jesus Exemplar contendo 100 páginas
Stênio Lopes Lima, Holdemar º
2 Congresso Cearense de Poesia
Antônio G. Barroso Menezes, Comentários e elogios à Revista Clã: De
Poesia
Mozar S. Aderaldo Silveira letras e artes de 06/06/1948 (período do sul
João C. Bezerra Filho, Bandeira do país)
Tribuzi, Moacir Do Diário de notícias de
Sonto, Mayor
Representantes 06/06/1948 (período do Rio de
Rafael Xavier Municipalismo Analise critica do municipalismo
Rio: Martins Janeiro)
D’Alvarez Cruz Filho A Replica Conto
Amazonas: Aldo Apresentação do pintor
Otacílio Colares Itinerário do Artista
Morais Antônio Bandeira A última pagina traz a relação
Pará: Haroldo Gastão Justa Espírito Caboclo Crônica dos colaboradores
Maranhão No mundo dos livros:
Maranhão: Bandeira José Stênio I - O livro cearense Considerações sobre o 1º Tomo da História da Literatura
Tribuzi Lopes 1- História da literatura Cearense de Dolor Barreira
Pernambuco: cearense - A capa final faz referências a
Mauro Mota II – O livro brasileiro Comentário sobre o livro O Galo Branco de Augusto
Fran Martins novela de Fran Martins – O Roubo.
Bahia: Wilson 2- O Galo Branco Frederico Schmidt
Rocha Resenha dos livros: Os amores de Gray Manning;
J. Climaco, L.M., III - Resenhas críticas,
São Paulo: Memórias de um Senhor de Engenho, O Galo Branco,
F.M. cinemas
Domingos C. da Los sueños corpóreos
Silva - Cenarização de um Preço do exemplar
Antônio G.
Minas Gerais: Bueno poema de Aluizio - roteiro ou guia sob o qual o poema será filmado. Cr$ 6,00
Barroso
de Rivera Medeiros Assinatura anual
Paraná: Dalton Comentário sobre a utilização de temas regionais no Cr$ 30,00
Radio e teatro
Trevisan teatro.
Eduardo Campos - regional com tema
Comentário sobre a preferência dos ouvintes às novelas
- A margem da novela
do radio.
ANO I REVISTA CLÃ 3 Jun/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


- O autor empreende uma aproximação entre a musica
- Arte musical e poesia e a poesia moderna
Mozar Soriano
moderna - Comentários sobre acontecimentos musicais em
Aderaldo
- Noticias curtas Fortaleza: Sociedade Pró – Arte, Conservatório
Alberto Nepomuceno, Etc.
Artes Plásticas
Faz menção as edições de Clã, II. Congresso Cearense
Otacílio Colares - O centenário Guaguim
de Poesia, Instituto do Ceará, dentre outros
Vento norte, Vento sul
ANO I REVISTA CLÃ 4 Ago/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: º
Redação Poetas em congresso Nota sobre o 2 Congresso de Poesia Exemplar contendo 104 paginas
Fran Martins
Fran Martins O Roubo Novela
Secretario: Sobre uma indústria
Exemplar impresso na gráfica da
Aluizio Medeiros Florival Seraine extrativa vegetal no Ensaio
editora do instituto do Ceará
interior cearense
Conselho de Anto. Martins Filho O lado alegre da vida Memórias
Redação: A partida; A margem do
Mauro Mota; Edson Regis;
Joaquim Alves poema; Cantiga de
Yáco Fernandes; Artur Redação (provisória) Av. Rui
Stênio Lopes pouco espanto; cantata Poesia
Eduardo Benevides; Lucy Barbosa, 1332 Fortaleza – Ce
Antônio G. Barroso para a solidão diante do
Teixeira
Mozar S. Aderaldo mar; Coelho branco
João C. Bezerra Preço do exemplar
Cr$ 6,00
Braga Montenegro Duas irmãs Conto - James Joyce – tradução de Braga Monteiro
Representantes Assinatura anual
Rio: Martins Cr$ 30,00
D’Alvarez Ney Guimarães Ignácio Silone –
Critica
Amazonas: Aldo Escritor Social
Morais Treno para Mauro Mota;
Pará: Haroldo Fernando Ferreira de Loanda; As Desencantadas;
Maranhão Otacílio Colares; Clovis Poemas; A Dadiva de
Maranhão: Assunção; Ledo Ivo; Durval Junho; Quase orientação
As 10 primeiras paginas são
Bandeira Tribuzi Aires; Bandeira Tribuzi; aos poetas mais velhos;
reservadas à publicidade
Pernambuco: Cláudio Tuiuti Tavares; Poema; O Visionário de
Mauro Mota Solano Trindade; Wilson Nuremberg; Vida que
Bahia: Wilson Rocha me leva a vida; Tempo
Rocha no caminho.
São Paulo: Do Jeca Tatu ao Zé
Aluizio Medeiros Crônica
Domingos C. da Brasil
Silva Gastão Justa Os Imperadores Crônica
Minas Gerais: No mundo dos livros:
Bueno de Rivera I – O livro cearense
Ivan Sérgio Rodrigues Critica
Paraná: Dalton 1- Considerações em
Trevisan torno do livro cearense
II – O livro brasileiro
Fran Martins Critica
2- Urupês
ANO I REVISTA CLÃ 4 Ago/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


III – O livro estrangeiro
A. M. 3- Um novo romance de Critica
John Steinberg
IV – Revista das
Reflexão sobre o movimento de publicações de revistas
revistas
F. M. E. C.; Lúcia Martins;
Resenhas Resenha
N. G.
Antônio Girão Barroso Cinema nacional Cinema
Eduardo Campos Teatro Infantil Radio e Teatro
A sensibilidade
M. S. A. romântica e o Síntese (de uma conferência).
romantismo musical
O pintor cearense
Otacílio Colares Artes plásticas
Aldemir Martins
Clidenor Capibaribe –
Barbosa Leite Artes plásticas
Barrica
Vento sul, vento Norte Notícias
Capa dos livro de
Aluizio Medeiros, Anto.
Aldemir Martins Ilustração
G. Barroso e B.
Montenegro
Reprodução de fotografias de Raquel de Queiroz e Braga
Galeria
Montenegro aos 3 e 4 anos de idade respectivamente
ANO I REVISTA CLÃ 5 Out/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: As cinco páginas iniciais
Esboço da história da
Fran Martins Mozar S. Aderaldo Estudo sobre a história da literatura do Brasil são reservadas a
literatura brasileira
publicidade
Secretario: Redação Redação Comentário sobre o programa da revista
Aluizio Medeiros
Moreira Campos Suor e lágrimas Contos Exemplar com 116 páginas
Conselho de
redação: A vingança do macuco
Djacir Menezes
Joaquim Alves contra Lobato
Antônio G. Barroso Ilustrações de Barbosa
Nilton Gonçalves Reminiscências Artigo sobre o Liceu
Mozar S. Aderaldo Leite
João C. Bezerra Bandeira Tribuzi Que tempo de viver Poesia
Podemos pensar sem Redação (provisória)
Sousa Lima Ensaio
palavras Av. Rui Barbosa, 1332
Representantes Moreira Campos Os manequins Conto – Fort. – Ce.
Rio: Martins Texto informativo sobre convênios internacionais e nordestinos Preço de exemplar
Joaquim Alves A Amazônia e o mundo
D’Alvarez na Amazônia/ Borracha Cr$ 6,00
Amazonas: Aldo Ledo Ivo, Olavo Sampaio,
Assinatura anual
Morais Fernando Loanda, Eliardo Poemas
Cr$ 30,00
Pará: Haroldo Farias e José Sarney Costa
Maranhão
Artur E. Benevides Seleção de poesia Textos variados de poetas
Maranhão:
Bandeira Tribuzi Diálogo em torno de
Raimundo S. Dantas Comentários sobre alguns autores lidos.
Pernambuco: leituras
Mauro Mota O mundo dos livros Comentários sobre os atuais textos literários, fala sobre Dolor
Bahia: Wilson Ivan Sérgio Rodrigues I- O livro cearense Bandeira e Mário Linhares
Rocha 1- Momento literário
São Paulo: II- O livro brasileiro
Fran Martins Comentário sobre Rubens Braga e Raquel de Queiroz
Domingos C. da 2- Cronistas
Silva III- Revista das revistas Sobre as iniciativas literárias no Brasil pós Estado Novo.
Minas Gerais: 3- Tomada de posição Revistas no Brasil e no mundo
Bueno Rivera Sobre poesia
Aluizio Medeiros Comentário sobre a teoria literária
Paraná: Dalton principalmente
Trevisan Antônio G. Barroso Dois filmes Sobre A Dama e Shangai e Os três mosqueteiros
O primeiro aniversário da
Mozar S. Aderaldo Calendário das atividades musicais da instituição
Sociedade Pró – arte
A margem de um
Eduardo Campos Comentários sobre a situação do teatro no Ceará
movimento
Vento Sul, Vento Norte Noticiário dos eventos literários no Ceará e no Brasil
ANO I REVISTA CLÃ 6 Dez/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Lei municipal – lei 15, que autorizava a Prefeitura a
Diretor: As três primeiras páginas são
Redação A lei municipal adquirir p/ distribuição de livros de autores cearense para
Fran Martins reservadas à publicidade
bibliotecas e escolas
Secretario: Martins D’Alvarez Chama infinita Poesia
Aluizio Medeiros Sobre a jangada Ensaio sobre a confecção, utilização, nomenclatura de
Florival Seraine Exemplar contendo 112 páginas
Cearense jangada
Conselho de
redação: Ariel sob as lagartas do Crônica sobre a impossibilidade de liberdade de Impressa nas oficinas gráficas da
Arnaldo Pedroso D’Horta
Artur E. Benevides tanque expressão Editora Instituto do Ceará
Antônio G. Barroso
Braga Montenegro Eliardo Farias Os Objetos Ensaio sobre o livro Os Objetos de Aluizio Medeiros
Eduardo Campos
João C. Bezerra A crise da ficção A parte reservada à poesia, conto
Tulo Hostílio Montenegro Crônica de avaliação sobre a literatura americana
Joaquim Alves americana com autores do Rio, Minas, Recife.
Moreira Campos
Mozar S. Aderaldo Notas para o folclore
José Bezerra Gomes Anotações de brinquedos e folguedos folclóricos
Otacílio Colares seridoense

Representantes Comentário elogioso da revista


Eduardo Campos Torneira aberta Conto
Rio: Martins Ocidente, de Lisboa à Revista Clã
D’Alvarez
Amazonas: Aldo Vários Poemas Poesias
Morais e Sebastião Artur E. Benevides Seleções de poesia Trechos de poetas famosos
Norões
Colaboradores de diversas
Pará: Haroldo Vasconcelos Maia Revelação Conto
localidades brasileiras
Maranhão
Maranhão: Aspectos sociais da
Dados históricos sobre a exploração negra, Quilombo e
Bandeira Tribuzi Olavo de Sampaio questão negra na Redação (provisória)
Revoltas.
R. G. do Norte: história Av. Rui Barbosa,
Veríssimo de Melo Gastão Justa Cirandas Trechos de cantigas de rodas 1332 – Fort. – Ce.
Pernambuco: Pe. João França Melo Jesus Sobre o poderoso Reino de Deus na Terra
Mauro Mota No mundo dos livros Preço do exemplar
Comentários sobre os lançamentos de livros cearenses:
Bahia: Wilson João C. Bezerra I- O livro cearense Cr$ 6,00
Fran Martins e Aluizio Medeiros
Rocha 1- 1948
São Paulo: II- O livro brasileiro Comentários sobre os Contistas Orígenes Lessa e José Assinatura anual
Fran Martins
Domingos Carvalho 2- Contistas Carlos Cavalcanti Borges Cr$ 30,00
ANO I REVISTA CLÃ 6 Dez/1948

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Minas: Bueno de III- O livro estrangeiro Nota:
Rivera Aluizio Medeiros 3- Anotações p/ um Critica Érico Veríssimo
Paraná: Dalton ensaio recebe livro de Fran
Trevisan e se diz seu fã.
IV- Revista das Revistas
4- Por que tantas Apanhado das revistas nacionais e estrangeiras
Revistas
Cinema
Comentário de elogio à iniciativa de criação de um clube
Ant. Girão Barroso - Criação de um clube de
de cinema
cinema
Teatro
Eduardo Campos Comentário critico pelo não incentivo ao teatro
O quinhão da Província
Musica
Síntese da palestra – características do Romantismo
Mozar S. Aderaldo Síntese de uma
musical
conferência
Artes plásticas
- Critica a falta de conhecimento e valorização das artes
Otacílio Colares E que quiser que
plásticas
desconheça
Noticias sobre os eventos literários, livros, revistas,
Vento Sul, Vento Norte
música e artes plásticas
ANO II REVISTA CLÃ 7- EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO Fev/1949

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Redação O número 7 Comenta as dificuldades das revistas de província
Fran Martins Lúcia Martins Janelas Entreabertas Novela Revista com 148 páginas
Secretario: Papi Júnior, escorço
Raimundo Girão Síntese da bibliografia
Aluizio Medeiros bibliográfico
Conselho de A compreensão do Exemplar impresso na editora do
Artur E. Benevides Ensaio
redação: fenômeno poético Instituto do Ceará
Artur E. Benevides
Antônio G. Barroso Redação (provisória) Av. Rui Barbosa,
Moreira Campos Lama e folhas Conto
Braga Montenegro 1332 – Fortaleza – Ce caixa postal 248
Eduardo Campos
João C. Bezerra Conceituação de álgebra
Aluizio Pinheiro Ensaio
Joaquim Alves e geometria
Moreira Campos
Mozar S. Aderaldo A influência do estudo
Capa e contra capa finais divulgam as
Otacílio Colares das doutrinas
Ensaio publicações da Revista Clã e o Clube de
Paulo Elpídio M. Filho econômicas na
divulgação do livro cearense
Representantes: formação intelectual
Rio: Martins
D’Alvarez
Jorge Amado e a
Amazonas: Aldo Ney Guimarães Ensaio
condição humana
Morais e Sebastião
Norões Aluizio Medeiros Latifúndio devorante Poesia
Pará: Haroldo Dacosta e Silva Filho, Preço do exemplar
Maranhão Barbosa Leite, Wilson Rocha, Cr$ 8,00
Coletânea – Antologia Poesia
Maranhão: Sebastião Norões, Antonieta Assinatura anual
Bandeira Tribuzi de Castro Bandeira Tribuzi Cr$ 40,00
Preço deste exemplar
R. G. do Norte: Breves notas sobre o
Braga Montenegro Análise crítica Cr$ 10,00
Veríssimo de Melo romance e um livro
Pernambuco: Eça e as interpretações
Djacir Menezes
Mauro Mota cavilosas
Bahia: Wilson João C. Bezerra 1949 Crítica
Rocha Notas sobre a salicultura
Newton Gonçalves História
Espírito Santo: F. no Brasil
Gomes da Silva Sobre Roma, Cidade
Antônio G. Barroso Cinema
São Paulo: Aberta
Posição em face do
Domingos Carvalho Eduardo Campos Rádio
Rádio – Teatro
ANO II REVISTA CLÃ 7- EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO Fev/1949

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Minas: Bueno de
As principais figuras do
Rivera M. S. A. Música
romantismo musical
Paraná: Dalton Considerações em torno de
Otacílio Colares Artes plásticas
Trevisan Barrica
O Guarani;
J. C. B. Resenha
Monsenhor José Quinderé
Rilke o poeta e a poesia;
Poesias de Duarte Milano;
A Cidade do Sul; A Nuvem
de Fogo; Meu Céu Interior;
Ajuricaba; O Guerreiro
Manau; Anteu e a crítica;
Como se pratica
F. M. Resenha Crítica
Psicanálise; Profanações;
Guerra, Paz e Ciência;
Novos Rumos em Vila
Tereza; Três facetas de la
poesia uruguaia jovem; O
gênio do Cristianismo -
Chateaubriand
Judas o Obscuro;
I. S. Resenha
Felizmente para sempre;
Vento Sul, Vento Norte Notícias e notas diversas
ANO II REVISTA CLÃ 8 - 9 No. 8 Abr/1949
No. 9 Jun/1949
Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações
Diretor: O centenário de Rui Nota sobre as festividades alusivas ao centenário de Rui
Redação Exemplar com 142 páginas
Fran Martins Barbosa Barbosa
Ensaio de natureza sociológica do misticismo da cidade
Joaquim Alves Juazeiro, cidade mística
Juazeiro no Ceará
Secretario: Fran Martins Três homens cercados Conto
Aluizio Medeiros
Exemplar impresso nas oficinas da
Maria Luiza de Queiroz Fazenda Crônica Editora do Instituto do Ceará
Conselho de
LTDA
redação:
V Salão de abril
Joaquim Alves
(reproduções):
Antônio G. Barroso
Barbosa Leite “Cabeça de Pescador” Premiação do V Salão de abril
Mozar S. Aderaldo
(grande medalha de
João C. Bezerra
ouro)
“Serra de Maranguape” Redação (provisória)
Representantes: Jonas de Mesquita (pequena medalha de “ “ “ Av. Rui Barbosa, 1332 –
Rio: Martins ouro) Fortaleza-Ce
D’Alvarez “Botequim” (medalha
Francisco Lopes “ “ “
Amazonas: Aldo de prata)
Morais e Sebastião “Engraxate” (medalha
Afonso Lopes “ “ “
Norões de bronze)
Pará: Haroldo “Marinha” (menção
Flávio Febo “ “ “
Maranhão honrosa)
Maranhão:
Bandeira Tribuzi “Paisagem” (menção As 4 primeiras páginas são
J. Figueiredo “ “ “
R. G. do Norte: honrosa) reservadas à publicidade
Veríssimo de Melo
Pernambuco: “Paisagem” (menção
J. Eduardo Pomplona “ “ “
Mauro Mota honrosa)
Bahia: Wilson Preço do exemplar
Rocha Camilo de J. Lima, Edson Cr$ 8,00
Poemas Poesia
São Paulo: Régis, Gastão Batinga Assinatura anual
Minas: Bueno de Cr$ 40,00
Rivera Veríssimo de Melo Acalantos Ensaio
ANO II REVISTA CLÃ 8 - 9 No. 8 Abr/1949
No. 9 Jun/1949
Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações
Paraná: Dalton Júlio (final do No. 8 – Os números 8 e 9 de Clã foram
Fran Martins Romance (trecho)
Trevisan revista Clã) impressos em um só volume,
Literatura popular (No. contendo 70 páginas, o No. 8 e 72
Mozart S. Aderaldo Literatura, ensaio
9 – revista Clã) páginas
Redação Nabuco Nota sobre o centenário de Joaquim Nabuco o No. 9
Subsídio para uma
Florival Seraine Estudo antropanimico com bases históricas
antroponímia cearense
Renato C. Branco Descrição de Paraíba Crônica
Fundamentos lógicos do
Afonso Banhos Ensaio
conhecimento
Otacílio Colares, Jorge
Mendauar, Carlos Eduardo, Poemas Poesia
Marcos Romério
Braga Montenegro Rilke e a ânsia do eterno Ensaio
Artur E. Benevides Seleções de poesias Seleção de trechos poéticos
No mundo dos livros
I – O livro cearense
João C. Bezerra Crítica
1- Prosadores, poetas e
apoetas
II – O livro brasileiro
Aluizio Medeiros Crítica
2- Os dias iguais
III – O livro estrangeiro
Fran Martins Crítica
3- Sorte
F. M. Resenhas Resenha
L. M. Resenhas Resenha
N. G. Resenhas Resenha
Antônio G. Barroso Cinema no Ceará Nota sobre películas rodadas no Ceará
O teatro de Henriette Nota sobre a temporada em Fortaleza do grupo “Os
Otacílio Colares
Marineau Artistas Unidos”
Principais poetas do
M. S. A. Síntese de conferência “O romantismo musical”
piano
Esquema da pintura no
Eduardo Campos Artes plásticas
Ceará
Vento Sul, Vento Norte Notícias
Publicidades
ANO III REVISTA CLÃ 10 Jul/1950

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Clube Iracema
Nota informativa da inauguração da sede do Clube
Fran Martins Redação O reaparecimento de Exemplar com 106 páginas
Iracema (Aldeota)
Clã
Secretario: Charles Pomerat
Aluizio Medeiros Antônio G. Barroso
Exemplar impresso nas oficinas da
Artur E. Benevides A moderna poesia
Ensaio Editora do Instituto do Ceará
Conselho de redação: Jairo M. Bastos francesa
LTDA
Artur Benevides Aluizio Medeiros
Antônio G. Barroso Fran Martins
Braga Montenegro Eduardo Campos A Notícia Conto Redação (provisória)
Eduardo Campos Av. Rui Barbosa, 1332 –
Fran Martins Navio Trecho de romance
João C. Bezerra Fortaleza-Ce
Joaquim Alves Antônio G. Barroso Novos poemas Poesia
Mozar S. Aderaldo
Cadernos de nota:
Otacílio Colares Carlos Davi Crítica
Mar Oceano
Representantes: Canto grosso e a
Rio: Martins Oswaldino Marques emergência de um novo Crítica
D’Alvarez realismo
Amazonas: Aldo A propósito de
Joaquim Alves Ensaio As três primeiras páginas são
Morais e Sebastião movimentos literários
Pará: Aldo Morais e A propósito da medicina
Newton Gonçalves Ensaio reservadas a publicidade
Sebastião Norões no Brasil
Maranhão: No mundo dos livros
Bandeira Tribuzi I – O livro cearense
Braga Montenegro Crítica
R. G. do Norte: 1- Caminhos do
Veríssimo de Melo romance
Pernambuco: II – O livro brasileiro
Mauro Mota Fran Martins 2- Precisamos de Crítica
Bahia: Wilson crítica
Rocha III – O livro estrangeiro
Ivan Sérgio Crítica
São Paulo: 3- Kaputt
Domingos C. da Silva Lúcia Martins Resenhas Resenha Preço do exemplar
Minas: Bueno de F. M. Resenhas Resenha Cr$ 8,00
Rivera Vento Sul, Vento Norte Notícias Assinatura anual
Paraná: Dalton Publicidade Cr$ 30,00
Trevisan
ANO IV REVISTA CLÃ 11 Dez/1951

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor:
Redação O número 11 Nota explicativa após paralisação de um ano Exemplar com 100 páginas
Fran Martins
João C. Bezerra Longa é a noite Novela
Secretario: Jarder de Carvalho Poemas
Aluizio Medeiros Exemplar impresso nas oficinas da
Conselho de redação: Artur E. Benevides Um poeta brasileiro Ensaio sobre a poesia de Augusto F. Schmidt Editora do Instituto do Ceará
Artur E. Benevides LTDA
Antônio G. Barroso Lúcia Martins Ano Santo Conto
Braga Monteiro
Jairo M. Bastos e Mozart S. A Revista neste No. 11, retorna
Stênio Lopes Poemas Poesias
Aderaldo depois de um ano paralisada
João C. Bezerra
Joaquim Alves Antônio Bandeira e a
Mário Baratta Análise da evolução estética do pintor
Moreira Campos pintura
Mozar S. Aderaldo Moreira Campos Tem dono Conto As duas primeiras
Otacílio Colares Braga Montenegro A Valsa e a Fonte Ensaio sobre o livro de Artur E. Benevides Páginas são
Lúcia Martins No mundo dos livros
reservadas à publicidade
I – O livro cearense
Representantes: João C. Bezerra Comentário sobre os livros lançados
1- Um ano de vida
Rio: Martins literária
D’Alvarez II – O livro brasileiro
Comentário sobre o livro de Tristão de Ataide: Redação (provisória) Av. Rui
Amazonas: Aldo Fran Martins 2- Imagem espiritual
Europa de hoje. Barbosa, 1332 – Fort. – Ce.
Morais e Sebastião da Europa
Pará: Aldo Morais e III – O livro estrangeiro
Sebastião Norões J. Stênio Lopes 3- Um romancista do Comentário sobre o livro de Julien Green, Moira Preço do exemplar
Maranhão: irreal Cr$ 10,00
Bandeira Tribuzi Notícias de eventos literários, laçamentos de livros, Assinatura anual
Vento Sul, Vento Norte
R. G. do Norte: congresso de escritores. Cr$ 50,00
Veríssimo de Melo
Pernambuco:
Mauro Mota
Bahia: Wilson
Rocha
São Paulo:
Domingos C. da Silva
Minas: Bueno de
Rivera
Paraná: Dalton
Trevisan
ANO V REVISTA CLÃ 12 Fev/1952

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor:
Editorial Quatro anos Comentários a cerca dos quatro anos de Clã Exemplar com 120 páginas
Fran Martins
Evolução e natureza do
Braga Montenegro Ensaio
Secretario: conto cearense
Aluizio Medeiros Alberto Benevides Poemas Poesia

Diretor Comercial Na capa final há anúncios da


Eduardo Campos José Stênio Lopes Chuva Novela História da Literatura Cearense de
Dolor Barreira
Redatores:
Artur C. Benevides
Mais uma estrela no
Antônio G. Barroso Maria Luiza de Queiroz Crônica Capa final com o rol das
mapa
Braga Monteiro publicações de
João C. Bezerra Eduardo Campos O jogador de damas Conto Clã
Joaquim Alves Wilson Rocha, Bandeira
Stênio Lopes Tribuzzi, Carlos D’Alge e Poemas Poesia
Lúcia Martins Lúcio Neves
Moreira Campos Caderno de Artes Redação (provisória)
Mozar S. Aderaldo Aldemir Martins Plásticas: desenhos de Reprodução do pintor Aldemir Martins Av. Rui Barbosa, 1332 – Fort. –
Otacílio Colares Aldemir Martins Ce.
No mundo dos livros
Representantes: I- O livro cearense
João C. Bezerra Ensaio
Rio: Martins 1- O romancista Preço do exemplar
D’Alvarez Oliveira Paiva Cr$ 10,00
Amazonas: Aldo
II- O livro brasileiro Comentários a edição de livros e revistas, libertas do Assinatura anual
Morais e Sebastião Fran Martins
2- Provincianos centralismo do Rio e adjacências Cr$ 50,00
Norões
Pará: Aldo Morais e III- O livro estrangeiro
Sebastião Norões José Stênio Lopes 3- Maciel Proust em Sobre as traduções da obra de Maciel Proust
Maranhão: português
Bandeira Tribuzi Vento Sul, Vento Norte Notícias de eventos literários e artísticos
ANO V REVISTA CLÃ 12 Fev/1952

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


R. G. do Norte:
Veríssimo de Melo
Pernambuco:
Mauro Mota
O terceiro homem de
Bahia: Wilson
Grahan Greene My
Rocha
Cousin Rachel de Daphe
São Paulo: L. G. Resenhas
du Maurier; Requim foz
Domingos C. da
A Num de William
Silva
Faulkner
Minas: Bueno de
Rivera
Paraná: Dalton
Trevisan
ANO V REVISTA DE CULTURA CLÃ 13 Dez/1952

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Crônica em homenagem ao Joaquim Alves
Joaquim Alves
Fran Martins Redação Página de homenagem dos companheiros de Clã ao Exemplar com 104 páginas
O companheiro Morto
colega falecido
Secretario: Sinval de Sá Fim da pena Conto
Aluizio Medeiros
O negro na poesia As duas primeiras Páginas são
Domingos Vieira Filho Ensaio
Diretor Comercial: brasileira reservadas à publicidade
Eduardo Campos
Na contra capa final é feito
Redatores:
Paulo Bonavides Nabuco Considerações sobre o estadista brasileiro anúncio dos livros medicina
Artur E. Benevides
popular de Eduardo
Antônio G. Barroso
Braga Montenegro
Apresentações dos Campos e história da Literatura
João C. Bezerra José E. Lopes Texto de apresentação dos novos nomes da literatura
novíssimos do Ceará Cearense de
+ Joaquim Alves
Stênio Lopes
Dolor Barreira
Lúcia Martins Jesus X. de Brito, Luís G.
Moreira Campos Torres, Célio Garcia, Carlos
A capa final traz slogan: Clã – do
Mozart S. Aderaldo D’Alge, Luís E. de Andrade,
Ceará para o Brasil
Otacílio Colares Aírton Xavier, Tarcísio Poemas Poesia
sisnando, Manuel Lopes,
Redação (provisória)
Representantes: Evaristo Linhares, José C. da
Av. Rui Barbosa,
Rio: Martins Rocha Josberto Romeno.
1332 – Fort. – Ce.
D’Alvarez
Amazonas: Aldo Carlos Drumond de
Morais e Sebastião Manoel Gonçalves Andrade e o sentido de Ensaio sobre a poesia de Carlos D. Andrade. Exemplar impresso
Norões sua poesia na gráfica da editora
Pará: Aldo Morais e Virgínia Pessoa 10 poemas Poesia do Instituto do Ceará
Sebastião Norões
Maranhão: Artur E. Benevides Notas sobre um romance Análise do livro Sol Posto de João C. Bezerra
Bandeira Tribuzi
R. G. do Norte: O estranho fim de Kate
L. Christian Conto
Veríssimo de Melo Murray
ANO V REVISTA DE CULTURA CLÃ 13 Dez/1952

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Pernambuco:
Mauro Mota No mundo do livro Agentes de comp. De navegação
Bahia: Wilson I- O livro cearense nac. e est.
Rocha João C. Bezerra 1- Soriano Texto de análise ao livro de Abelardo F. Montenegro Boris Freres e cia LTDA
São Paulo: Albuquerque, um pioneiro Rep. Do Banco de Crédito da
Domingos C. da da sociologia brasileira Borracha
Silva
Minas: Bueno de
Companhia Ceará de
Rivera
II- O livro Brasileiro Comentário do livro A vida de Lima Barreto de Seguros
Paraná: Dalton Fran Martins
2- Vida Amarga Francisco de Assis Barbosa Banco Popular de Fortaleza
Trevisan
Café Peri

III- O livro Estrangeiro Preço do exemplar


Comentário sobre o livro Le Rivage des Syrtes de Julien
José Stênio Lopes 3- Um romance Cr$ 10,00
Gracq
surrealista Assinatura anual
Cr$ 50,00
Vento Sul, Vento Norte Notícias literárias e artísticas
ANO VI REVISTA CLÃ 14 Dez/1953

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Nota explicativa sobre a não circulação da Revista em seu
Redação Mais uma vez contos Exemplar com 130 páginas
Fran Martins retorno
Aluizio Medeiros Lírica Poesia
Secretario:
Eduardo Campos Decoração teatral Ensaio sobre a renovação da técnica teatral do “decor” As seis primeiras páginas são
Aluizio Medeiros
Diretor Comercial:
Eduardo Campos reservadas à publicidade sendo
No mundo dos Livros
duas delas reservadas a
João C. Bezerra I- O livro cearense Comentário sobre a boa “safra” de livro cearense
Redatores: publicidade do Governo do
1- Balango de 1953
Artur E. Benevides estado
Antônio G. Barroso
Braga Montenegro II- O livro brasileiro - Comenta a incursão de Raquel de Queiroz na
Fran Martins
João C. Bezerra 2- Lampião dramaturgia com o livro Lampião
+ Joaquim Alves
Stênio Lopes Contra capa anuncia o livro
III- O livro estrangeiro
Lúcia Martins Hermenegildo de Sá Histórias das secas de Joaquim
3- Consideração sobre Comentário acerca do livro de Graham Grene
Moreira Campos Cavalcante Alves e pequena história do
O Poder e a Glória
Mozar S. Aderaldo Ceará de Raimundo Girão
Otacílio Colares
Comenta a comemoração do centenário do historiador
Representantes: Vento Sul, Vento Norte Capistrano de Abreu; o concurso literário promovido pela
Rio: Martins prefeitura municipal Redação (provisória)
D’Alvarez
Amazonas: Aldo Av. Rui Barbosa,
Morais e Sebastião 1332 – Fort. – Ce.
Norões
Pernambuco: Revista impressa na gráfica da
Mauro Mota editora Instituto do Ceará
Bahia: Wilson
Rocha Ilustração de Zenon Barreto
São Paulo: Preço do exemplar
Domingos C. da Cr$ 10,00
Silva Assinatura anual
Minas: Bueno de Cr$ 50,00
Rivera
Paraná: Dalton
Trevisan
ANO VII REVISTA CLÃ 15 Fev/1957

Ficha técnica Autor da matéria Título Assunto/Natureza Observações


Diretor: Nota sobre o retorno de circulação da Revista a qual
Fran Martins Redação Nova fase entra em nova fase a partir da instalação da Universidade Exemplar com 143 páginas
do Ceará
Secretario: No tumulto dos cárceres
Braga Montenegro Novela
Aluizio Medeiros verdes
Relativismo e
Revista impressa na gráfica da
Diretor Comercial: Florival Seraine pragmatismo na Ensaio
Editora Instituto do Ceará
Eduardo Campos linguagem oral
Tavares Rodrigues Jornada sem regresso Novela
Conselho de
redação: Ilustração p/ poemas
Floriano Teixeira Gravuras
Artur E. Benevides brasileiro
Antônio G. Barroso Cantigas de amor e de
Yaco Fernandes Poesia Não existe publicidade neste
Braga Montenegro amigo
Eduardo Campos No mundo dos livros exemplar
Análise das condições materiais e financeiras da
João C. Bezerra João C. Bezerra I- O livro cearense
educação no Ceará
+ Joaquim Alves 1- O habitante da tarde
Moreira Campos II- O livro brasileiro Não consta o sumário das
Moreira Campos Crítica
Otacílio Colares 2- Vila dos confins matérias
III- O livro estrangeiro
José Stênio Lopes Crítica
Representantes: 3- Bonjour Tristese
Rio: Martins Eduardo Campos As fontes do desespero Teatro
D'Alvarez
Redação (provisória) Av. Rui
Amazonas: Aldo Floriano Teixeira Ilustração Artes plásticas
Barbosa, 1332 – Fort. - Ce
Morais e Sebastião
Norões
J. Figueiredo Ilustração Artes plásticas
Pará: Aldo Morais e
Sebastião Norões Preço do exemplar
Eduardo Girão Prece à chuva Poesia
Maranhão: Cr$ 15,00
Bandeira Tribuzi Noticias: informes da instalação e calendário de Assinatura anual
Vento Sul, Vento Norte
Pernambuco: atividades da Universidade do Ceará. Cr$ 60,00
Mauro Mota
Bahia:
Wilson Rocha
Minas:
Bueno de Rivera
Paraná:
Dalton Trevisan

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