A Corte de D Sancho II 1223 1248
A Corte de D Sancho II 1223 1248
A Corte de D Sancho II 1223 1248
Sancho II (1223-1248)
Autor(es): Rocha, Ana Rita
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de História
Publicado por: Económica e Social
URL URI:http://hdl.handle.net/10316.2/33431
persistente:
DOI: DOI:http://dx.doi.org/10.14195/0870-4147_44_5
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A Corte de D. Sancho II (1223-1248)*
Resumo: Abstract:
Na esteira dos estudos sobre a corte Following the research about the medieval
medieval portuguesa em diferentes reinados, portuguese court in some different reigns, this
o presente artigo tem por objectivo analisar paper aims to analyze the court of D. Sancho
a de D. Sancho II (1223-1248), atendendo à II (1223-1248), with a focus on its structure
sua estrutura e aos indivíduos provenientes da and on the individuals from nobility and clergy
nobreza e do clero, que rodeavam o monarca. who surrounded the king. Based on sources
Recorrendo à documentação emanada da chan- from the royal chancery, we will realize who
celaria régia, perceberemos quem constava nas composed the inal lists of conirmation and
listas inais de conirmantes e que, marcando who helped the king in his decisions, once they
presença nas assembleias, auxiliava o monarca were at the assemblies. We intend, therefore,
nas suas decisões. Pretendemos, assim, perce- to understand which oficials were responsible
ber que oiciais estavam responsáveis pelas for the major administrative functions of the
principais funções administrativas da cúria curia and who were the nobles and ecclesiastics
e quem eram os nobres e eclesiásticos que that composed the so called royal entourage.
constituíam a designada entourage real. Para For this, we must intertwine the court evolution
isso, não podemos deixar de enquadrar a in the political and social crisis that marked
evolução da corte nas circunstâncias de crise this reign.
política e social que se viveram ao longo do
reinado. Keywords:
Court; D. Sancho II; Curial Ofices; Court
Palavras chave: Nobility; Court Clergy.
Corte; D. Sancho II; Ofícios Curiais;
Nobreza de Corte; Clero de Corte.
*
Este artigo tem por base o trabalho realizado no seminário “A Corte Régia”, no âmbito
do Mestrado em História da Idade Média – Espaços, Poderes, Quotidianos, no ano lectivo de
2009-2010, leccionado pela Prof. Doutora Leontina Ventura, a quem agradecemos o apoio
e sugestões indispensáveis à preparação deste estudo. A nossa gratidão estende-se também,
pela ajuda e incentivo, à Marta Santos, ao Roger Lee de Jesus, ao Miguel e à nossa família.
Introdução
D. Sancho II ascendeu ao trono em 1223, com cerca de 13 anos, sucedendo
a seu pai, D. Afonso II, de quem herdou um reino mergulhado numa profunda
crise política e social. De facto, as políticas de centralização do poder que
vinham sendo empreendidas originaram violentos conlitos entre a Coroa e os
principais grupos sociais (nobreza e clero)1. Numa tal conjuntura, O Capelo
teve de solucionar muitos dos problemas que vinham do reinado de seu pai e
enfrentar aqueles que, destituídos do seu anterior poder, tudo izeram para o
retomar, aproveitando-se da menoridade do monarca. Para isso, contou com o
apoio das famílias que haviam ascendido à corte graças à acção de D. Afonso
e que pretendiam manter a sua posição. A crescente instabilidade daí resultante
conduziu a uma guerra civil entre os anos de 1245 e 1248, que terminou com
a deposição, exílio e morte do rei, a quem sucedeu o irmão, D. Afonso III2.
A composição da corte de D. Sancho II, entre 1223 e 1248, que aqui
pretendemos analisar, relecte, nitidamente, todas as convulsões que atravessa-
ram o seu reinado. Desde os oiciais mores da administração régia aos membros
das principais linhagens nobres e aos prelados que marcavam presença nas
reuniões curiais, a corte d’O Capelo sofreu muitas e profundas alterações,
que lhe conferem um carácter particular no panorama medieval português.
1
Para uma contextualização do reinado de D. Afonso II veja-se, sobretudo, Maria Teresa
Nobre Veloso, “As Primeiras Medidas na Senda do Centralismo”, in Joel Serrão e A. H. de Oliveira
Marques (dir.), Nova História de Portugal, Maria Helena da Cruz Coelho e Armando Luís de
Carvalho Homem (coord.), vol. III, Portugal em Deinição de Fronteiras (1096-1325). Do Condado
Portucalense à Crise do Século XIV, Lisboa, Editorial Presença, 1996, p. 89-103 e Hermínia
Vasconcelos Vilar, D. Afonso II: Um rei sem tempo, Rio de Mouro, Temas e Debates, 2008.
2
Entre os estudos que oferecem uma contextualização do reinado de D. Sancho II sugere-se
a consulta de Leontina Ventura, “A Crise de Meados do Século XIII”, in Joel Serrão e A. H. de
Oliveira Marques (dir.), Nova História de Portugal, Maria Helena da Cruz Coelho e Armando
Luís de Carvalho Homem (coord.), vol. III, Portugal em Deinição de Fronteiras (1096-1325).
Do Condado Portucalense à Crise do Século XIV, Lisboa, Editorial Presença, 1996, p. 104-123
e Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II: Tragédia, Lisboa, Temas e Debates, 2010. Para uma
abordagem especíica sobre a Guerra Civil de 1245-1248, veja-se Miguel Gomes Martins,
De Ourique a Aljubarrota: A Guerra na Idade Média, Lisboa, A Esfera dos Livros, 2011,
p. 147-167.
3
Sobre o conceito medieval de corte, veja-se, entre outros, Rita Costa Gomes, A Corte dos
Reis de Portugal no Final da Idade Média, Lisboa, Difel, 1995, p. 7-11.
4
José Mattoso, Identiicação de um País: Ensaio sobre as origens de Portugal (1096-1325),
II – Composição, Lisboa, Editorial Estampa, 1995, p. 97.
5
Georges Duby, “Pouvoir privé, pouvoir public”, in Philippe Ariès e Georges Duby (dir.),
Histoire de la vie privée, 2. De l’Europe féodale à la Renaissance, Paris, Éditions du Seuil, 1999,
p. 30. Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte de D. Afonso III, vol. I, Coimbra, Faculdade
de Letras, 1992 (dissertação de doutoramento), p. 55.
6
Sobre a existência dos três ofícios-mores na corte portuguesa desde o reinado de D. Afonso
Henriques, veja-se Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 48-53 e 77-95 e Maria
Alegria Marques e João Soalheiro, A Corte dos primeiros reis de Portugal: Afonso Henriques,
Sancho I, Afonso II, Gijón, Ediciones Trea, 2009, p. 159-171. Rita Costa Gomes, em A Corte
dos Reis de Portugal…, cit., p. 28-37, apresenta as mudanças ocorridas na composição da corte,
revelando que, nos séculos XIV-XV, os três ofícios aqui em análise já tinham sido substituídos
por outros adaptados aos novos tempos.
7
Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 82.
8
Cf. Sandra Virgínia Pereira Gonçalves Bernardino, Sancius Secundus Rex Portugalensis.
A Chancelaria de D. Sancho II (1223-1248), Coimbra, 2003 (dissertação de mestrado em História
da Idade Média), p. 163, como exemplo – a partir daqui esta obra será designada apenas por
Sancius Secundus…
9
Sobre o recrutamento dos chanceleres em meio eclesiástico durante os reinados anteriores,
veja-se Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 88-93 e Maria Alegria Marques
e João Soalheiro, A Corte dos primeiros reis…, cit., p. 165-167. Para o caso do reinado de
D. Afonso III, a primeira autora, nas páginas 93-94, analisa o seu único chanceler, Estêvão Anes,
que, ao contrário da maioria, era laico. Terão sido os laços de amizade com o rei que ditaram a
sua escolha. No entanto, estes motivos não invalidam que o chanceler possuísse conhecimentos
técnicos suicientes para exercer o cargo.
10
Vejam-se as suas últimas referências em Sancius Secundus…, p. 263 e 267 e Instituto
Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (Lisboa), Gavetas, Gav. 7, mç. 9, n.º 11.
11
Sancius Secundus…, p. 278. Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit.,
p. 96-97.
12
Sancius Secundus…, p. 200.
13
No reinado de D. Afonso Henriques aparece o meirinus palatii, em Maio de 1133. Leontina
Ventura coloca a hipótese de ser um meirinho-mor do rei. De qualquer modo, até D. Sancho II,
não voltam a surgir referências a este ofício, não nos permitindo airmar com certeza que se
tratava do mesmo cargo. Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 96. José
Domingues também analisou a origem e desenvolvimento dos meirinhos-mores no reinado de
D. Afonso III, em “Dos Meirinhados às Comarcas Medievais Portuguesas”, Initium. Revista
Catalana d’Història del Dret, 14 (2009), p. 195-218 e “Os Primórdios do Ius Corrigendi em
Portugal: os Meirinhos-Mores de D. Afonso III”, Lusíada. Direito, 1 e 2 (2011), p. 175-205.
14
Existiam outros meirinhos que exerciam a sua jurisdição em áreas administrativas menores.
Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 96.
15
Deste ano data a Lei 57 de Afonso III, que constitui, de certo modo, um regimento do
meirinho-mor. Cf. José Mattoso, Identiicação de um País…, II, cit., p. 127-128.
16
Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 120-121.
17
Cf. Sancius Secundus…, p. 199.
18
Cf. Ibidem, p. 278 e 280.
19
Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 126.
20
Cf. Sancius Secundus…, p. 201 e 210, respectivamente.
21
Cf. Ibidem, p. 267.
22
Cf., por exemplo, Ibidem, p. 210.
23
Veja-se, como exemplo, respectivamente para cada um dos cargos, Sancius Secundus…,
p. 210, 232, 247 e 282.
24
Os dois cevadeiros que se conhecem para a corte de D. Sancho são Fernão Gonçalves e
Martim Moniz. Cf. Ibidem, p. 232 e 282, respectivamente.
25
Cf., como exemplo, Ibidem, p. 247 (Pedro Pais, capelão), 362 (Frei Miguel, OP, “abbas
regis”), 282 (Mestre Gil, físico) e 301 (Mestre Domingos, físico).
26
Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 140.
2. Os Indivíduos
Em Junho de 1223, cerca de três meses após a subida de D. Sancho II ao
trono, a corte encontrava-se reunida em Montemor-o-Velho para solucionar
o conlito entre o poder régio e as infantas, irmãs de D. Afonso II30. Através
da completa lista de testemunhas que encerra o diploma temos a percepção
da formação da cúria nos inícios do governo em estudo, onde ainda tinham
assento todos os principais conselheiros do rei, entre eclesiásticos e barones.
Como airmou Hermenegildo Fernandes, esta é “uma assembleia que parece
sem dúvida uma adequada radiograia da balança de poderes entre as facções
nos começos do reinado de Sancho”31. De facto, devido à menoridade do rei,
encontramos, nesta reunião, membros quer do “partido” monárquico, quer do
senhorial, que aproveitaram a conjuntura para regressar à corte.
O rol de testemunhas é encabeçado pelo arcebispo de Braga, ao tempo
D. Estêvão Soares da Silva, seguido de um grupo de clérigos, sobretudo digni-
dades capitulares, mas também, e de grande relevo, o prior dos Pregadores na
27
Cf., supra, n. 25.
28
Sancius Secundus…, p. 202.
29
Ibidem, p. 164.
30
Ibidem, p. 167-172.
31
Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 112.
32
Hermenegildo Fernandes analisa de forma pormenorizada o rol de testemunhas desta
carta de composição, traçando mesmo uma breve descrição para cada um dos indivíduos e suas
famílias, em D. Sancho II…, cit., p. 112-123.
2.1. Nobreza
2.1.1. Oiciais-mores
As consequências da instabilidade político-social da primeira metade do
século XIII izeram sentir-se, sobretudo, nos ofícios-mores da corte. Efectiva-
mente, nos cargos de mordomo e de alferes as mudanças de oiciais foram
constantes, dependendo do jogo de forças entre as principais famílias que
pretendiam controlar o poder. Os de Sousa e os de Riba de Vizela destacam-se
entre aqueles que ocuparam estes lugares cimeiros da cúria.
O primeiro mordomo-mor da corte de D. Sancho foi Pedro Anes da Nóvoa,
que transitou do reinado de seu pai. Ter-se-á mantido no cargo, no máximo,
até 13 de Setembro de 1223, altura em que surge Martim Anes de Riba de
Vizela, que fora antes alferes-mor33. Porém, no ano seguinte, o mordomo era
já Henrique Mendes, normalmente identiicado como de Sousa, que, no inal
do ano, seria substituído por Gonçalo Mendes de Sousa34. O exercício deste
ofício pelos dois últimos indivíduos mencionados marca o regresso da família
de Sousa à corte no reinado de D. Sancho II, depois de ter sido afastada por
D. Afonso II. Gonçalo Mendes foi substituído por João Fernandes de Lima,
citado pela primeira vez neste cargo em Janeiro de 122535. Em 1226 surgem
referências a outros dois mordomos, o que acentua ainda mais a ideia de
instabilidade: Abril Peres de Lumiares, que ocupou o cargo antes de 29 de Julho,
e Martim Sanches, referido nessa data pela primeira e única vez36. Por im,
Pedro Anes da Nóvoa retomou, pelo menos em Janeiro de 1229, o ofício e nele
permaneceu até Maio desse ano, inserindo-se, assim, no regresso do “partido”
monárquico à corte37. Na documentação compulsada, esta é a última referência
que temos a este cargo. Apesar de tudo, em Abril de 1231, o mordomo-mor é
33
Sancius Secundus…, p. 183.
34
Ibidem, p. 190 e 200.
35
Ibidem, p. 203. Em Dezembro de 1224, temos conhecimento, através de dois documentos
(p. 200 e 201), de um João Fernandes que foi, primeiro, dapiffer e, depois, alferes. Leontina
Ventura identiica-o com o de Riba de Vizela e não com o Lima. No entanto, Hermenegildo
Fernandes, na relação de oiciais da cúria, considera tratar-se de João Fernandes de Lima, embora
com alguma hesitação. Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. II, cit., p. 989, n. 6 e
Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 352.
36
Sancius Secundus…, p. 230 e 232.
37
Ibidem, p. 267. Sobre a possibilidade deste documento datar de 1230 e não de 1229,
veja-se Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 225-227.
38
Instituto Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (Lisboa), Gavetas, Gav. 7, mç. 9, n.º 11.
Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 435.
39
Sancius Secundus…, p. 278 e 280. Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I,
cit., p. 96-97.
40
Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 269.
41
Cf. José Augusto Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas. Genealogias e Estratégias
(1279-1325), vol. I, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família
da Universidade Moderna, 1999, p. 535-537.
42
Sancius Secundus…, p. 183.
43
Hermenegildo Fernandes considera esta mesma hipótese ao colocar, na já mencionada
relação de oiciais, a questão da possibilidade de acumulação, em 1223, dos dois cargos,
em D. Sancho II…, cit., p. 352.
44
Cf. Sancius Secundus…, p. 189-190. Este documento é uma tradução portuguesa de Gaspar
Rodrigues Fontoura, do ano de 1708. Por isso, a indicação de Martim de Sousa como alferes
pode ser uma confusão com Martim Anes [de Riba de Vizela].
45
Ibidem, p. 201.
46
Para uma melhor compreensão destas alternâncias, veja-se Hermenegildo Fernandes,
D. Sancho II…, cit., p. 352.
47
Sancius Secundus…, p. 232.
48
Cf. Luís Fernandes Palhares de Vasconcelos, Os Chancinhos: A Corte e a Igreja na
Estruturação da Linhagem (Sécs. XII-XIV), Coimbra, 2007 (dissertação de Mestrado em História
da Idade Média), p. 24-29.
49
Optámos por analisar Durão Forjaz neste grupo porque, apesar de desconhecermos as suas
origens familiares, não encontrámos qualquer indicação de que tenha professado ordens menores
ou maiores. Deste modo, tendo em conta que os oiciais régios eram recrutados, por norma, num
dos dois grupos superiores da hierarquia social, é muito provável que este chanceler pertencesse,
pelo menos, a uma baixa ou média nobreza.
50
Sancius Secundus…, p. 305. Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. II, cit.,
p. 995, n. 3.
51
Cf. José Varandas, «Bonus Rex» ou «Rex Inutilis»…, cit., p. 430-431.
52
Sancius Secundus…, p. 305.
53
Ibidem, p. 362.
2.1.3. Tenentes
No século XIII, em geral, e no reinado de D. Sancho II, em particular,
as tenências correspondiam a uma das principais circunscrições da adminis-
tração territorial, sendo, por isso, delegadas pelo monarca aos ricos-homens,
que nelas exerciam o poder em seu nome60. Pertencentes às grandes linhagens
do reino, os tenentes, como eram designados os principes destas terras, tinham
54
Apesar de termos encontrado referências a Pedro Martins apenas a partir de 1229, para o
reinado de D. Sancho II, este indivíduo já ocupava o cargo desde 1222. Neste sentido, coloca-se a
dúvida relativamente a Pedro Coronel: “serão uma única pessoa ou tratar-se-á de dois sobrejuízes
operando conjuntamente?”, citando Leontina Ventura. A documentação não nos permite, neste
momento, responder à questão. Cf. Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. II, cit.,
p. 1039, n. 2. Ainda relativamente a este sobrejuiz, reira-se que é ele que é mencionado,
em dois documentos de 1235, como “superjudex totius regni”. Sancius Secundus…, p. 278 e 280.
55
Cf. Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 269-270.
56
Veja-se, como exemplo para cada um deles, respectivamente, Sancius Secundus…, p. 210,
267, 282 e 356.
57
Ibidem, p. 267.
58
Veja-se a sua lista completa em Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 352.
59
Cf. António Domingues de Sousa Costa, Mestre Silvestre e Mestre Vicente, juristas da
contenda entre D. Afonso II e suas irmãs, Braga, Editorial Franciscana, 1963, p. 165 e Sancius
Secundus…, p. 232, primeira e última referências, respectivamente.
60
Para uma síntese sobre as tenências e sua evolução, veja-se Leontina Ventura, “Terras e
Julgados”, in Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques (dir.), Nova História de Portugal, Maria
Helena da Cruz Coelho e Armando Luís de Carvalho Homem (coord.), vol. III, Portugal em
66
Sancius Secundus…, p. 278.
67
Ibidem, p. 334. Sobre o percurso de Mem e João Garcia de Sousa, veja-se Leontina Ventura,
A Nobreza de Corte…, vol. II, cit., p. 718-722.
68
Sancius Secundus…, p. 172 e 297.
69
Ibidem, p. 247 (tenente de Baião), 263 (tenente de Baião e Beira), 267 (tenente da Beira)
e 297 (tenente de Bragança).
70
Cf. Leontina Ventura, “Terras e Julgados”, cit., p. 548.
71
Cf. Sancius Secundus…, p. 247, 278 e 279, como exemplo, respectivamente.
72
Para uma melhor percepção da actividade de Rodrigo Sanches na corte, veja-se a Tabela
I, em anexo.
73
Veja-se, por exemplo, o lugar que ocupou na lista de conirmantes da reunião da cúria de
Janeiro de 1229, logo depois do mordomo e alferes, em Sancius Secundus…, p. 247.
74
Não obstante o papel da linhagem de Tougues ao lado de D. Sancho II, Soeiro Gomes,
tenente de Trasserra e de Lamego, único rico-homem desta família com presença documentada
na corte, foi conirmante apenas em dois documentos, um de 1232 e outro de 1237. Ibidem,
p. 274 e 297.
75
Cf. José Augusto Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas…, vol. I, cit., p. 535-537.
76
Sancius Secundus…, p. 362.
77
Ibidem, p. 263, 282 e 290.
78
Cf. José Augusto Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas…, vol. I, cit., p. 544-547.
a algumas das reuniões curiais a que temos acesso. São eles Gil Vasques de
Soverosa e os seus ilhos, Martim Gil e Vasco Gil. O primeiro, ilho de Vasco
Fernandes Cativo, fundador da linhagem, circulava já pela corte desde o
reinado de D. Sancho I, quando começou a governar algumas das terras que se
manteriam na família, como a tenência de Sousa. A sua primeira referência na
documentação de D. Sancho II é de Junho de 1223 e a última data de Maio de
124079. Entre 1229 e 1240, está incluído em quase todas as listas de conirmantes,
provavelmente por corresponder a um período tanto de recuperação do poder
pelo “partido” monárquico, como de agudização do conlito, em que esta família
se opunha à de Sousa. Como rico-homem, Gil Vasques detinha a tenência de
algumas terras, entre as quais a de Basto, de Sousa e de Barroso. No entanto,
nas confirmações que faz é somente designado como tenente de Sousa
(ou apenas pelo nome)80. De entre os seus ilhos, Martim Gil foi aquele que
conirmou um número mais consistente de actos, entre os anos de 1235 e 1239.
O seu irmão Vasco Gil apenas assistiu a uma reunião da corte, de Maio de
123881. Aquando do exílio de D. Sancho em Toledo, em 1247, ambos os irmãos
se terão refugiado em Castela82.
Resta apenas enumerar, de forma breve, outras famílias da corte de
D. Sancho II que, embora menos assíduas, não deixaram de intervir nas redes
sociopolíticas que conduziram à forte instabilidade governativa deste reinado e
à Guerra Civil de 1245-1248. Com efeito, estes “outros elementos, conquanto
isolados, permitem supor o clima de guerra que se vivia nestes anos”83.
Os exemplos mais signiicativos correspondem a membros de linhagens que
se colocaram ao lado do “partido” senhorial neste período conturbado por
manterem relações de vassalidade, sobretudo, com os de Sousa. Salientemos
os de Lumiares, os de Briteiros e os de Portocarreiro84.
Da primeira família, Abril Peres de Lumiares foi uma das iguras mais
marcantes dos acontecimentos políticos que conduziram à deposição do rei.
Foi mordomo-mor por um curto espaço de tempo e acumulou diversas tenências
na zona da Beira Alta85. Colocou-se sempre ao lado dos interesses dos de Sousa,
79
Sancius Secundus…, p. 172 e 334.
80
Cf., por exemplo, Ibidem, p. 247.
81
Ibidem, p. 305, onde conirmam ambos os irmãos.
82
Cf. José Augusto Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas…, vol. II, cit., p. 208.
83
Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 433.
84
Para uma lista completa dos ricos-homens, e respectivas famílias, veja-se Tabela I,
em anexo.
85
Sancius Secundus…, p. 230 (mordomo-mor), 247 (tenente de Lamego e Viseu),
por exemplo.
2.2. Clero
O clero de corte ao tempo de D. Sancho II, tal como ao longo de toda a Idade
Média portuguesa, marcava presença na cúria através do exercício de ofícios
ou da conirmação dos actos, como acontecia, sobretudo, com o alto clero do
reino (bispos, abades, priores, mestres).
86
Sobre Abril Peres de Lumiares, veja-se José Augusto Pizarro, Linhagens Medievais
Portuguesas…, vol. I, cit., p. 463-464.
87
Leontina Ventura e António Resende de Oliveira, “Os Briteiros (séculos XII-XIV).
Trajectória social e política”, Revista Portuguesa de História, XXX (1995), p. 75. Cf. Sancius
Secundus…, p. 172.
88
Leontina Ventura, A Nobreza de Corte…, vol. I, cit., p. 83, n. 2. Aqui a autora também se
debruça sobre a igura de Rui Gomes e da sua trajectória ascensional. Cf., também, Leontina
Ventura e António Resende de Oliveira, “Os Briteiros…”, cit., p. 75-77.
89
Sancius Secundus…, p. 301, 316 e 334.
90
Cf. José Augusto Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas…, vol. II, cit., p. 320.
91
Ibidem, p. 237.
92
Cf. António Domingues de Sousa Costa, Mestre Silvestre…, cit., p. 165; Leontina Ventura,
A Nobreza de Corte…, vol. II, cit., p. 995, n. 2.
93
A última referência como chanceler data de 19 de Janeiro de 1236, Sancius Secundus…,
p. 291.
94
A importância do seu papel é reforçada pela incomum validação de dois documentos régios
com o sinal rodado do chanceler e não do monarca, como notou Sandra Virgínia Bernardino,
em Ibidem, p. 140-141.
95
Veja-se, como exemplo, Ibidem, p. 278. Cf. Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…,
cit., p. 269-270.
96
Sancius Secundus…, p. 247 e 278.
iel ao monarca até ao inal da sua vida97. Sabemos que era frade mendicante,
da Ordem dos Pregadores, demonstrando, a ligação de D. Sancho a estes cléri-
gos, de entre os quais escolheu o seu capelão e confessor98.
Os outros eclesiásticos que compunham a corte de D. Sancho tinham por
função dar conselho ao rei, integrando as listas de conirmantes dos diplomas.
Eram, sobretudo, membros do alto clero, dos quais se destacavam bispos,
cónegos, abades e priores de alguns mosteiros e mestres e priores de ordens
militares. A composição destas listas esteve, tal como a dos nobres, dependente
da difícil conjuntura política e social da primeira metade do século XIII.
No entanto, não é tão evidente como na evolução das conirmações laicas. Ainda
assim, é possível estabelecer algumas relações, que demonstram a acção do
clero neste contexto de crise, nomeadamente no processo de deposição do rei.
Nos primeiros anos do reinado, a presença ou ausência dos bispos, oito no
total (arcebispo de Braga, bispos do Porto, Coimbra, Lisboa, Évora, Guarda,
Viseu e Lamego), é muito signiicativa. Num dos primeiros e mais importantes
diplomas da chancelaria de D. Sancho II, a carta de composição com as suas tias,
para a qual a corte se reuniu na sua quase plenitude, o único prelado conirmante
foi D. Estêvão Soares da Silva, arcebispo de Braga. A ele se reuniram, na lista
de clérigos, diversas dignidades capitulares de Braga, Coimbra, Lisboa e Porto.
Além destes, D. Soeiro Gomes, prior dos Pregadores na Hispânia, também
conirmou o acto99. Como sabemos, esta composição marcou a divisão dos
membros da corte nos dois “partidos”, senhorial e monárquico, e a ela não
icaram alheios os eclesiásticos. O mesmo sucedeu com a concórdia estabelecida
entre o rei e o arcebispo de Braga, no mesmo mês de Junho de 1223, à qual
não esteve presente nenhum bispo, excepto o interveniente. Mais uma vez,
marcaram presença o prior dos Pregadores, D. Soeiro Gomes, deões, chantres,
tesoureiros de algumas dioceses do reino e um arcediago. Como elementos
novos destacam-se o abade de Alcobaça, o mestre do Templo, o prior do Hospital
e o abade de S. João de Tarouca100.
Até 1229, período durante o qual as linhagens “senhoriais” tomaram
conta do poder, os bispos do reino mantiveram uma presença relativamente
constante nas reuniões da cúria, salvo três em que apenas conirmou D. Estêvão,
97
Ibidem, p. 362.
98
Cf. Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 22.
99
Sancius Secundus…, p. 172.
100
Ibidem, p. 176.
arcebispo de Braga101. A partir deste ano, quando D. Sancho II parece ter tomado
efectivamente o poder e o “partido” monárquico regressou à corte, as ausências
de prelados tornaram-se mais evidentes e signiicativas, destacando-se o desapa-
recimento do arcebispo de Braga e a grande diminuição de conirmações do
bispo de Lisboa, D. Soeiro102.
De 1229 até 1235 a documentação é escassa, mas a partir deste ano, quando
o “partido” senhorial voltou ao poder, as conirmações episcopais reforçaram-se,
demonstrando, talvez, uma tendência dos prelados para apoiarem aquela facção.
Saliente-se que em 1236 se encontravam na cúria, entre outros, D. Rodrigo Gil,
prior do Hospital, e D. Pedro, abade de Alcobaça, que conirmaram todos os
diplomas emitidos neste ano. Com o avolumar das tensões, a partir de 1238-
-1239, e até ao início da Guerra Civil (1245), as reuniões em que participaram
eclesiásticos são em número muito reduzido. Com o início da guerra e conse-
quente grande diminuição de actos escritos, os bispos desapareceram das listas
de conirmantes103.
Uma última nota para o testamento do rei, de Janeiro de 1248, elaborado
em Toledo, que nos oferece uma perspectiva dos clérigos que acompanharam
o monarca no exílio. É interessante notar que entre os conirmantes deste
diploma não se encontra nenhum bispo ou outros membros do alto clero,
mas sim frades mendicantes e até priores de igrejas e presbíteros104. Leontina
Ventura considera curiosa a confirmação de pregadores e franciscanos,
por terem sido estes que o papa incumbiu de receber D. Afonso III105. Contudo,
Hermenegildo Fernandes atribui esta presença ao apoio que D. Sancho vinha
concedendo aos dominicanos, desde os anos 30, e à ligação da família real
aos franciscanos, pela acção de Pedro Sanches na trasladação dos mártires
de Marrocos106.
101
Ibidem, p. 189, 193 e 237. Note-se que D. Estêvão era irmão de Estevainha Soares,
ama do rei. Daí resultou uma ligação próxima entre o arcebispo e o monarca, que permitiu àquele
exercer um grande ascendente político sobre este, compreendendo-se a sua presença em todas
as reuniões da cúria até 1226, dois anos antes de falecer. Sobre as relações de D. Sancho com o
arcebispo de Braga, nem sempre amistosas, veja-se Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…,
cit., p. 131-138.
102
Um grande exemplo desta mudança é a reunião da cúria de Janeiro de 1229, no Palácio
de Coimbra, em presença do cardeal D. João de Abbeville, legado apostólico, à qual não
compareceram nem o arcebispo de Braga nem o bispo de Lisboa. Ibidem, p. 246-247.
103
Para uma melhor compreensão destas lutuações, veja-se Tabela II, em anexo.
104
Sancius Secundus…, p. 362-363.
105
Leontina Ventura, “A Crise de Meados do Século XIII”, cit., p. 121, n. 137.
106
Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 22.
107
José Varandas, «Bonus Rex» ou «Rex Inutilis»…, cit., p. 487.
108
Cf. Tabela II, em anexo.
109
Leontina Ventura, D. Afonso III, Lisboa, Temas e Debates, 2009, p. 83.
110
Sancius Secundus…, p. 355-356 e 359.
111
Cf. Leontina Ventura, D. Afonso III, cit., p. 85.
112
António Domingues de Sousa Costa, Mestre Silvestre…, cit., p. 436-439, n. 547.
Cf. Leontina Ventura, D. Afonso III, cit., p. 83-86, onde a autora descreve, de forma concisa e
clara, a presença dos bispos em Roma.
Conclusão
A corte de D. Sancho II, nosso objecto de análise, apresenta, como pudemos
constatar, a estrutura que caracterizou as restantes cúrias régias portuguesas
medievais. No entanto, esta torna-se um caso único, pois a situação de crise
que marcou todo o reinado d’O Capelo muito inluenciou a sua composição,
ao nível dos ofícios e dos indivíduos que rodeavam o monarca, ao qual
prestavam auxilium e consilium.
À semelhança das cortes dos reinados anteriores, nomeadamente a de
D. Afonso II, que a precedeu, a de D. Sancho II manteve a estrutura deste órgão
do poder, nomeadamente no que respeita aos três ofícios superiores: mordomo,
alferes e chanceler. No entanto, a partir dos anos 30 do século XIII, fruto do
processo de burocratização da corte operado a partir de 1229, a cúria por nós
estudada apresenta já algumas novidades. Destaca-se o desaparecimento do
mordomo e o surgimento de um novo ofício, o de meirinho-mor, que poderá
ter assumido algumas das atribuições daquele. Muitas outras foram as reformas
que se tentaram empreender mas que, em contexto de crise, como vimos,
não vingaram.
Em relação às listas de conirmantes laicos e eclesiásticos das reuniões
da cúria, estas estiveram dependentes da instabilidade do momento e da sua
consequente divisão nos “partidos” senhorial e monárquico. Nestas circuns-
tâncias, linhagens como a de Sousa e a de Riba de Vizela desempenharam um
papel fundamental, alternando no poder, entre os anos de 1223 e 1245, quando,
devido à Guerra Civil, a corte se alterou profundamente. Por sua vez, os clérigos
da cúria de D. Sancho, cuja presença teve mutações menos evidentes que a dos
laicos, destacaram-se sobretudo pelas relações, muitas vezes de conlito, que
mantiveram com o rei. Alguns deles, através da sua diplomacia, foram mesmo
os grandes responsáveis pela promulgação da bula de deposição d’O Capelo.
Em conclusão, a corte de D. Sancho II foi de tal forma afectada pelas
circunstâncias de crise que uma comparação entre a sua composição na fase
inal deste reinado e na que antecedeu o período de maior convulsão revela
“os estragos que os anos de conlito e o seu [do rei] prestígio devastado haviam
provocado no brilho da entourage real”113.
113
Hermenegildo Fernandes, D. Sancho II…, cit., p. 22.
Anexo
Tabela I – Protagonismo dos ricos-homens na Cúria
(conirmantes nos diplomas de Sancho II)
Bispos
Arcebispo Bispo do Bispo de Bispo de Bispo de Bispo de Bispo da Bispo de
Doc. Ano
de Braga Porto Coimbra Lisboa Évora Lamego Guarda Viseu
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro D. Gil
1 1223 Soares da D. Soeiro D. Paio D. Martinho
Rodrigues Soares Viegas (eleito)
Silva
D. Estêvão
2 1223 Soares da – – – – – – –
Silva
3 1223 – – – – – – – –
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro
7 1223 Soares da – – D. Paio – D. Gil
Rodrigues Soares
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro D. Gil
11 1224 Soares da D. Soeiro D. Paio D. Martinho
Rodrigues Soares Viegas (eleito)
Silva
D. Estêvão
12 1224 Soares da – – – – – – –
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
13 1224 Soares da D. Soeiro D. Paio D. Martinho D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
Silva
D. Estêvão
16 1224 Soares da – – – – – – –
Silva
D. Estêvão
D. Martinho
17 1224 Soares da – – – D. Paio – –
Rodrigues
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro D. Gil
20 1224 Soares da D. Soeiro D. Paio D. Martinho
Rodrigues Soares Viegas (eleito)
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
21 1224 Soares da D. Soeiro D. Paio D. Martinho D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
22 1225 Soares da D. Soeiro – D. Martinho D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
Silva
114
Os números dos documentos aqui apresentados referem-se aos dos diplomas publicados
na obra Sancius Secundus…
Bispos
Arcebispo Bispo do Bispo de Bispo de Bispo de Bispo de Bispo da Bispo de
Doc. Ano
de Braga Porto Coimbra Lisboa Évora Lamego Guarda Viseu
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
24 1225 Soares da D. Soeiro D. Paio D. Martinho D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
33 1226 Soares da D. Soeiro D. Paio D. Martinho D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
[33a] 1226 Soares da D. Soeiro D. Paio – D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
Silva
D. Estêvão
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
34 1226 Soares da D. Soeiro D. Paio – D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
Silva
D. Estêvão
35 1226 Soares da – – – – – – –
Silva
D. Martinho D. Pedro
39 1229 – – D. Soeiro D. Paio – D. Gil
Rodrigues Soares
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro
40 1229 – - D. Paio – D. Gil
Rodrigues Soares Viegas
D. Pedro
41 1229 – - – D. Soeiro D. Paio – D. Gil
Soares
D. Martinho D. Pedro
42 1229 – – D. Soeiro D. Paio – D. Gil
Rodrigues Soares
D. Vicente
43 1229 – – – – D. Soeiro – –
(eleito)
D. Martinho D. Pedro D. Soeiro D. Vicente
46 1232 – D. Soeiro D. Paio D. Gil
Rodrigues Soares Viegas (eleito)
D. Silvestre D. Tibúrcio D. Vicente
49 1235 – – D. Fernando D. Paio D. Gil
Godinho (eleito) (eleito)
D. Silvestre D. Tibúrcio
50 1235 – – D. Fernando D. Paio D. Vicente D. Gil
Godinho (eleito)
D. Silvestre D. Pedro D. Tibúrcio
51 1236 – D. Fernando D. Paio D. Vicente D. Gil
Godinho Salvadores (eleito)
D. Silvestre
52 1236 – – – D. Fernando D. Paio D. Vicente D. Gil
Godinho
D. Silvestre
53 1236 – – – D. Fernando D. Paio – D. Gil
Godinho
D. Silvestre
54 1236 – – – D. Fernando D. Paio – D. Gil
Godinho
D. Silvestre
56 1236 – – – D. Fernando D. Paio – D. Gil
Godinho
Bispos
Arcebispo Bispo do Bispo de Bispo de Bispo de Bispo de Bispo da Bispo de
Doc. Ano
de Braga Porto Coimbra Lisboa Évora Lamego Guarda Viseu
D. Silvestre D. Pedro
58 1237 – – D. Fernando D. Paio D. Vicente D. Gil
Godinho Salvadores
59 1237 – – – – – – – -
D. Silvestre D. Pedro D. Tibúrcio
67 1239 – – D. Paio – D. Gil
Godinho Salvadores (eleito)
D. Silvestre D. Pedro D. Tibúrcio
68 1239 – – D. Paio D. Vicente D. Gil
Godinho Salvadores (eleito)
D. Silvestre D. Pedro D. Tibúrcio
73 1240 – D. Fernando D. Paio D. Vicente D. Gil
Godinho Salvadores (eleito)
84 1245 – – D. Tibúrcio – – – – –
85 1245 – – D. Tibúrcio – – – – –